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DIREITOS REAIS
DIREITO REAL = poder direto e imediato sobre uma coisa que a ordem jurídica atribui a uma
pessoa para satisfazer interesses jurídicos privados nos termos e limites legalmente fixados.
Trata-se de um poder que seu titular exerce direta e imediatamente sobre qualquer pessoa, a
quem corresponde uma obrigação de non facere.
1) CARACTERÍSTICAS
Eficácia absoluta: poder direto e imediato que o titular de um direito real tem
sobre a coisa objecto do seu direito corresponde a obrigação de todas as pessoas o
respeitarem nada devendo fazer que possa impedir ou dificultar o seu exercício.
São direitos de exclusão e a sua eficácia é erga omnes. É razão do princípio da
tipicidade e dela deduzem-se a sequela e a prevalência.
Sequela: o direito real seguir a coisa que constitui o seu objecto. Está presente na
ação de revindicação e pode também na ação confessória. Como exceções à
sequela:
a) A alienação de imóvel precedida de negócio jurídico cujo vício justifica que
seja declarada a sua invalidade
b) A propriedade do registo.
Não constitui exceção à sequela a non domínio de coisa móvel porque, apesar da
boa-fé do adjunto, o proprietário pode reivindicá-la.
Inerência: traduz a ligação intima dos direitos reais às coisas que constituem os
seus objectos e pelas quais a satisfação das necessidades. Por isso, não se pode
manter um direito real se o seu objecto mudar.
Outras características:
a) Violação: enquanto violação dos direitos reais resulta de um comportamento
positivo (ação), a dos direitos de crédito provem geralmente deu um facto
negativo (omissão). Co efeito, estes direitos têm normalmente por obejcto
prestações de facto positivo ou de prestação de coisa, enquanto aos direitos
CC- Código Civil
CRP- Código de Registo Predial
reais corresponde uma obrigação passiva (non facere) violável através de uma
ação.
b) Aquisição por usucapião: considera-se que a maioria dos direitos reais de gozo
é suscetivel de ser adquirida por usucapião 1287 CC, o que não sucede com os
direitos de crédito.
c) Permanência: há também quem considere que os direitos reais são
permanentes, enquanto os direitos de crédito são transitórios: à permanência
daqueles opor-se-ia, portanto, a transitoriedade destes. Porem, esta
característica deve ser rejeitada.
Tutela forte: as características dos direitos reais sobretudo a sequela e a
prevalência, conferem-lhes uma tutela particularmente forte; por isso, para
melhor proteção dos créditos, pode recorrer-se a alguns expedientes: venda de
propriedade e leasing.
2) PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES
Princípio da coisificação: este princípio determina que o direito real deve versar
sobre coisas e não sobre pessoas ou bens não coisificáveis. Embora sejas stricto
sensu não só as coisas físicas ou corpóreas, mas também as coisas incorpóreas
igualmente passiveis de verdadeira propriedade e de outros direitos reais,
restringimos o objecto dos direitos reais às coisas corpóreas quer porque o CC
determina, quer porque remete a propriedade intelectual para legislação especial
1302 e 1303 CC.
Princípio da especialidade: o objecto dos direitos reais deve ser uma coisa
determinada e, portanto, ter existência atual. Em consequência o direito real que
incide sobre uma coisa não é o mesmo que tem por objecto outra. Permite
compreender também a obrigação passiva universal que corresponde aos direitos
reais; e só assim se podem explicar também a sequela e a prevalência.
Princípio da totalidade da coisa: em regra, o objecto de um direito real é uma coisa
na sua totalidade.
Princípio da compatibilidade: só pode existir um direito real sobre determinada
coisa a medida em que seja compatível com outro direito real que a tenha por
objecto. O poder direto e imediato sobre uma coisa em que o direito real se traduz
exclui a existência de outro poder direto e imediato incompatível sobre a mesma
coisa.
Princípio da elasticidade: o direito sobre uma coisa tende a abranger o máximo de
utilidades que proporciona, ou seja, a expandir-se ( ou a reexpandir-se) ate ao
máximo das faculdades que abstratamente contém. Por isso, se um direito real
concentre o gravame de um direito mais restrito, quando este direito se extingue,
aquele direito reexpande-se automaticamente ate ao seu máximo limite.
Princípio da transmissibilidade: podem mudar de titular que inter vivos quer mortis
causa. Exceções: usufruto, direito de uso e habitação, servidões prediais, direitos
legais de preferência.
CC- Código Civil
CRP- Código de Registo Predial
3) MODALIDADES:
Direitos reais de gozo: conferem ao seus titular o poder ou faculdade de utilizar, total
ou parcialmente, a coisa que têm por objecto e, também se apropriar dos frutos
produzidos. São direitos que satisfazem a função económica que se encontra na trilogia
clássica ius utendi, fruendi et abutendi. (usar, dispor, fruir, transformar alienar, onerar e
renunciar).
Direitos reais de garantia: conferem ao credor o poder ou faculdade de se pagar pelo
de certos bens, com preferência sobre os demais credores do devedor. São ,portanto,
direitos que visam assegurar a satisfação de direitos de credito, colocando os seus
titulares numa posição preferencial em relação aos restante credores do mesmo
devedor.
Direitos reais de aquisição: confere, ao seu titular, a faculdade de, em certos termos,
adquirir um direito real de gozo sobre uma coisa.
4) TEORIAS
Teoria clássica ou realista: segundo a qual o direito real consiste num poder direto e
imediato sobre uma coisa determinada. Séc. XIX
Teoria personalista: séc. XIX considera a intersubjetividade é um elemento essencial da
relação jurídica. Por isso, vê no direito real um poder atribuído a uma pessoa de excluir
as demais de qualquer ingerência na coisa que constitui o seu objecto, desde que
incompatível com o seu conteúdo.
Teoria eclética: procura conciliar as teorias clássica e personalista, mostrando que as
suas divergências não são irredutíveis. Por isso, considera que há dois lados ou face: o
interno, que se traduz no poder direto e imediato sobre a coisa; e o externo, que se
identifica com a relação entre o titular desse direito e as demais pessoas.
5) REGISTO
O registo é um sistema público e real ( os atos sujeitos a registo respeitam a prédios e não a
pessoas titulares).
Os efeitos do registo têm, na sua base, a fé pública registal que se traduz na confiança que os
particulares têm em registo corresponder à realidade substancial da situação jurídica dos
prédios.
7) COISAS
“ Tudo aquilo que pode ser objecto de relações jurídicas” 202 n1 CC
Relevante para efeitos jurídicos e processuais
Normas imperativas (subtraídas à autonomia privada)
Perspetiva económica – social na interpretação e aplicação das normas.
Coisas imóveis 204 CC : aguas, ligação perpetua ao solo; direitos reais associados ao
uso ou fruição; coisas que aumentam utilidade dos prédios (varandas, terraços, etc)
204 n 2 CC definição de prédio rústico e urbano
N 3 CC parte integrante
FRUTOS: fruto de uma coisa o que ela produz periodicamente, sem prejuízo da sua
substancia 212 n 1
CC- Código Civil
CRP- Código de Registo Predial
BENFEITORIAS: todas as despesas feitas para conservar ou melhor a coisa 216 CC.
Classifica-a como necessárias, úteis e voluptuarias.