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MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista: O diálogo possível. São Paulo: Ática, 1986.

Na visão da autora, a entrevista enquanto técnica seria fria nas relações possíveis entre
entrevistado e entrevistador. Para atingir os limites possíveis da inter-relação, da comunicação
humana, propõe-se o conceito de diálogo. É percebível quando determinada entrevista passa
emoção, autenticidade no discurso enunciado tanto pelo entrevistado quanto no
encaminhamento das perguntas pelo entrevistador. Ocorre com limpidez o fenômeno da
identificação, ou seja os três envolvidos ( fonte de informação, repórter e receptor) se
interligam em uma única vivência. A experiência de vida, o conceito, a dúvida , o juízo de valor
do entrevistado transformam-se numa pequena ou grande história que decola do indivíduo
que a narra para se consubstanciar em muitas interpretações.

O que acontece na maioria dos casos é que o comunicador imprime um ritmo de sua pauta e
até mesmo preestabelece as respostas. O interlocutor é conduzido a tais resultados.

“Reforçar apenas o fenômeno de identificação e de fluência do diálogo na técnica da


entrevista permanece na esfera do desempenho, da eficácia dos meios de comunicação.
Enquanto insistirmos na competência do fazer, despojada de significado humano, pouco se
avançará no diálogo possível numa sociedade em que impera a divisão, a grupalidade, a
solidão” (MEDINA, 1986, p.6)

Na contemporaneidade, com acentuação dos meios de divulgação e do trabalho de


propagandistas sobre opinião pública, a comunicação está longe de resgatar a presença das
pessoas em canais mais abertos. Nas palavras da autora, o diálogo é democrático e o
monólogo é autoritário. O primeiro interpreta as vozes dos grandes movimentos populares do
século 20, enquanto o segundo satisfaz o jogo da livre expressão plataforma do liberalismo nos
séculos 18 e 19.

Função da entrevista: “A entrevista, nas suas diferentes aplicações, é uma técnica de interação
social, de interpenetração informativa, quebrando assim isolamentos grupais, individuais,
sociais; pode também servir à pluralização de vozes e à distribuição democrática da
informação (...) Constitui um meio cujo fim é o inter-relacionamento humano. (p.8).
Martin Buber - diálogo atinge uma interação humana criadora; ambos os partícipes interagem,
se modificam, se revelam, crescem no conhecimento do mundo e deles próprios.

Técnicas da entrevista (diálogo)


1o patamar - técnico
A entrevista extensiva - enquetes com aplicação de questionários pré-elaborados por uma
equipe especializada;
A entrevista intensiva - entrevista não-diretiva, não-impositiva.
Edgar Morin: concentra-se na segunda. A entrevista aberta, para ele, desloca o centro do
diálogo para o entrevistado; ocorre a liberação e o desbloqueamento na situação inter-
humana e esta relação tem condições de fluir. DIálogo é uma práxis, diz Morin.

Morin (“A entrevista nas Ciências Sociais, na rádio e na televisão”)- Entrevista se sustenta na
palavra, na linguagem verbal. Se de uma lado a palavra é rica, de outro, ela pode ser uma fonte
duvidosa. Ela corre o risco permanente de dissimulação e fabulação, o que exige do
entrevistador uma sensibilidade sobre fatores que “perturbem” a fluência da entrevista. Os
entrevistados reagem à entrevista:
a. por inibição (bloqueio puro e simples ou por uma resposta fugitiva)
b. por timidez (reposta polidas, procurando responder de forma agradável ao
entrevistador)
c. por mecanismos de atenção e desatenção (respostas pré-formuladas)
d. por múltiplas tendências a racionalizar seu ponto de vista, quer dizer, a lhe dar uma
legitimação, uma justitifcativa, que mascaram sua verdadeira natureza;
e. pelo exibicionismo, que leva a fabulações e comédias.

Para Morin, o entrevistador deve proceder de forma simpática e tranquilizadora.

Cremilda Medina - tipos de entrevista


Espetacularização do ser humano: dividi-se em subgêneros
a. Perfil do pitoresco - traços sensacionalistas, fofocas relacionadas a perfis de figuras
proeminentes.
b. Perfil do inusitado - extrai o que caracteriza a pessoa em foco, o excêntrico, o exótico.
c. Perfil da condenação - comum no jornalismo policial. Força a entrevista para que o
entrevistado seja implicitamente condenado.
d. Perfil da ironia “intelectualizada” - mais sutil que o perfil anterior. Extrai uma forma de
condenação de suas ideias, sua contribuição é ironicamente contestada.
Compreensão (aprofundamento) do ser humano:
a. Entrevista conceitual - voltada para conceitos, não para comportamentos.
b. Enquete - O tema é o fundamental na pauta e procura-se mais de uma fonte para
depor em relação ao tema. (Admite-se um questionário básico).
c. Entrevista investigativa - Investiga uma informação que não está no acesso direto do
jornalista.
d. Confrontação/polemização - debate em torno de temas polêmicos.
e. Perfil humanizado - entrevista aberta que mergulha no outro para conhecer seus
valores, conceitos, comportamentos, história de vida.

Entrevista nas Ciências Sociais Entrevista no Jornalismo

 Enquetes/pesquisas de campo:  Apesar de ter aparência de representatividade,


técnica de amostragem é o aleatório é o específico;
rigorosa;
 Encaminhamento não-diretivo, diálogo aberto
e fluido, balizado pelos parâmetros de
 Encaminhamento técnico nos atualidade, universalidade, periodicidade,
processos extensivos e postura difusão.
rigorosa nos processos
intensivos  Lida com a presentificação

 Ambição de recapturar o espaço  Jornalista lida com improviso, aprende por


e o tempo do homem. meio do “faro”. (A rigor, o jornalismo sintetiza
sua autocompreensão fenomenológica há
 Pesquisador das CS aprende menos tempo que outros ramos da ciência).
técnicas, sintetiza
conhecimentos.

Estágios da entrevista jornalística


1º Competência técnica - estágio histórico do desenvolvimento da técnica comunicacional
a. pré-pauta, ideia-matriz de um tema a ser abordado. Desenvolvimento do assunto em
seus precedentes, implicações, ângulos, etc.
b. preparo do entrevistador
c. perfil do entrevistado, que também atua no desempenho técnico da entrevista

2º Nível de interação social almejado - além da técnica, um compromisso com a comunicação


coletiva, uma valorização do papel social da entrevista
a. Observação da complexidade psicossocial da situação
b. Atitude do entrevistado
c. Preparação de uma atmosfera de trabalho, proporcionar com habilidades pedagógicas
e psicológicas uma abertura para o desbloqueio e o desarmamento.

3º Possibilidades de criação e de ruptura com rotinas empobrecedoras das empresas ou


instituições comunicacionais

4º Tentativa de desenvolvimento de um real

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