A técnica do cultivo de células iniciou no princípio do século XX por Ross Harrison, em
1907. Esse método foi desenvolvido para estudar o comportamento de células isoladas fora do organismo onde existem, permitindo cultivar ou manter essas células em um meio controlado, mantendo suas características próprias. Após a descoberta dos antibióticos a cultura de células se tornou uma ferramenta amplamente disponível para pesquisa, devido a redução de problemas inerentes a contaminação, facilitando o cultivo das células. As principais vantagens deste procedimento incluem a análise independente de parâmetros, elevado número de testes em curto prazo e a redução dos ensaios com animais. Por outro lado, a cultura apresenta ausência de sinais importantes e perda de algumas características. Com o avanço no cultivo de células e a descoberta da estrutura do DNA foi possível a formulação de uma variedade de meios de cultura, possibilitando o cultivo da maioria dos tecidos e órgãos, animais e vegetais. A permanência da informação genética trazida do organismo que lhe deu origem concedeu o advento da Biologia Molecular e o esclarecimento do desenvolvimento do organismo, tornando assim a cultura de células uma ferramenta fundamental da Biotecnologia Vermelha que inclui as aplicações relativas à saúde, permitindo a manipulação e alteração do material genético e células troncos. Em estudos relacionados ao câncer, as culturas de tecidos têm tido um papel fundamental no esclarecimento de diagnósticos e auxílio no tratamento, já no campo da virologia, o uso da cultura de células possibilita a identificação de uma grande variedade de vírus, tanto da família viral quanto do tipo específico, através da resposta citológica. A Cultura de tecidos in vitro também participa de diversos outros processos biotecnológicos na solução de problemas ou produção de produtos atingindo vários setores produtivos como o da Biotecnologia verde que visa a utilização da cultura moderna de plantas, a Biotecnologia cinzenta que trata o sector da técnica ambiental auxiliando no saneamento dos solos e no tratamento das águas,a Biotecnologia branca que abrange a área de utilização da biotecnologia dentro da indústria química e a Biotecnologia azul que possui foco na utilização técnica de processos e organismos da biologia marinha. Dessa forma, a biotecnologia aliada ao cultivo de células deve ser economicamente viável, ambientalmente sustentável e apresentar um custo benefício aceito pela indústria.