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ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DA URSS
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Instituto de Economia
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O SOCIALISMO:
SISIIMA fCDNDMICO
�
r--- Redaccão
"Ciências sociais contemporâneas"
Moscovo, 1987
ESTlMAf)OS LEITORES CONSELHO DE REDACÇÃO
Chama mos a sua atencio para o novo lanca rnen t o na P. FEDOSSEIEV - académico, presidente do Conselho
·"'P d e " Ciê nc i a económica soviétic a " I .GRIGULEVITCH - me mb r o correspondente da AC d a
., URSS, vice -presidente do Cons elho
URSS: DINAMIZAÇÁO DO DESE:NVOLVINENTO SOCIOECONOMICO V.EGOROV - secret~rio res pons~vel
(11 cadernos) . III trime stre Membros: V.A FANAS SIEV, a cadémico , G. ARBATOV , a cadémico;
HK 86-1 1(320) lu.BROMLEI, académico; V.CHA POCHNI KOV; Iu.CHlRIAEV,
Os autores da colectânea - cientistas das principais membro correspondente da AC da URSS; I.FROLOV; membro
instituições económicas da Academia das Ciências da correspondente da AC da URSS; M.CAPOTCHKA, candidat o
URSS - analisam as bases fundamentais do desenvolvimento a doutor em Ciências Filosófic as; Anat. GROMYKO, membro
económico e social da URSS aprovadas pelo XXVII Congresso corresponden t e da AC da URSS; I.GURIEV, doutor em
do PCUS, expõem a novidade e a env e rgadura das tarefas Ciências Económicas; D.GVICHIANI, académico ; P.JILIN,
que se colocam à sociedade soviética. A principal atenção membro correspondente da AC da URSS; .E.KAPUSTIN, me mbro
vai para as formas de aceleração do desenvolvimento so- correspondente do AC da URSS; T . KllATCHATUROV• académic o,
c ioe~onómico do país - a linha estratégica do Partido, S.KIIROM.OV, doutor em Ciências Hietóricas; G.KOMKOV,
apon tada para a transformação qualitativa de todos os doutor em Ciências Históricas; I.KOSTIUCHKO , doutor
aspectos da sociedade soviética, a profunda renovação em Ciências Históricas; B.KO VAL, doutor em Ciênci as
da base material e técnic a do país cofu base nas conquis- Históricas, I. KOVAL.TCl-lENKO, membro correspondente da
tas da revolução científico-técnica; a passagem da eco- AC da URSS; D.KUZNETSOV, candida to a doutor em Ciência s
nom ia ao crescimento intensivo; o aperfeiçoamento das Históricas; N.MASLOVA; D.MARKOV, académico ; Kh.MOt-t.J IAN,
relações de produção socialistas, da gestão e métodos do~tor em Ciências Filosóficas; M.MfCHEDLOV, doutor em
de administração; o asseguramento do bem-estar popular, Ciências Filosóficas; A.NAROTCHNITSKI, académico;
o melhoramento d as condições de vida e de trabalho do P.IPOTROVSKI, académico; E.PRIMAKOV, académico:
Povo Soviético, a criação de condições favoráveis ao V.SEMI ONOV, doutor em Ciências Filosófic a& ; S.TIKHVINSKI,
desenvolvimento harmoni oso da personali.dade, da energia académico; T. TIMOFElEV, membro correspondent·e da AC da
criativa e da iniciativa das massas. URSS; V.TRUKHANOVSKl, membro correspondente d a AC da _
URSS; Z,UDALTSOVA, membro correspo ndent e da AC da URSS;
Para encomendar as colectâneas de que tenha int eres~e V.VI NOGRADOV, académico ; V.VOLSKY, membro correspond ent~
no estrangeiro: da AC da URSS.
dirija-se âs firmas, centrais distribuidoras, livra -
rias que tratam de livros soviéticos e mantêm contac- A colectânea Socialismo: uú,tena económioo. edita-se
tos com o ~nico exportador de liv~os soviétirn~ - sob a redaccão geral do doutor em Ciências Económicas
V/O "Mejdunar·odnaia kniga"; V.KULIKOV.
na URSS: Redactor T.lARIKOVA.
ponham no sobrescrito o seguinte endereço : Publica-se em árahe, espanhol, inglês e portu~1ês.
MaraMH N" 3 "KMMnMtO'fl'~" ''ÀKIIAIIMKHMr• " (117192, Moce<aa.
Mwry,-.Hctadi np., 121 .
Redncto r responsável da edição portuguesa V.FARTUCHNY.
© Redacc;;ão "Ciências sociais contemporâneas" ,
1987. Direitos reservados. Autorizada a transcdcâo
dos artigos insertos desde que menc ionada a origem e
nos seja o facto comunicado.
Direcção da Redaccâo: Arbat 33/f2, Moscovo, GSP-2,
1? 181 8, URSS . 1-2
e ü604020000-p32 382 _ 87 (II)
042(02)-87
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SUMARIO
INTRODUÇÃO
ln t rodução ........ . . . . . . . . . . . . . . . 5
Em todo o conjunto de relações sociais c aracterísti-
1 •• Etapas do desenvolvimento do cas da sociedade socialista, o s istema económico ocupa o
V.KULIKOV sistema .económico do lugar central . ~ que é ele que , em última análise, deter-
socialismo ... . . . . . . . . . . . .. .. .. . . . 7 mina a n atureza e o grau de maturidade do sistema polí-
A economia socialista e a Revo- tico e social.
S. KHEINMAN lução Científico-Técnica ... .. .... 23 O sistema económico socialista não se forma de repente ,
logo após a vitória da revolução socialista, mas é fruto
Nova etapa na socialização da de uma longa etapa de desenvolvimento. No período de
V.1CHERKOVETS, produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 3 transição do capitalismo para o socialismo , este sistema
O. I<ATIKHIN é apenas um dos vários regimes socioeconómicos que marcam
A propriedade de todo o povo ..... 67
O .Kp.TIKHIN a sociedade nessa etapa, embora d es empenhe uma função -
O carácter das contradições da importante. Só com o lançamento dos fundamentos do
V.KULIKOV economia socialista e as vias socialismo, isto é, com a liquidação das classes explo-
de sua solução ..... . . . . . . . . . . . . . . 82 radoras e com a afirmação da sociedade soc ial dos meios
de produção, o regime económico socialista se transforma
A lei económica fundamental do
V. TCHERKOVETS, socialismo e a ef icácia da
num sistema económico que engloba toda a economia nacio-
G.LATICHEVA produção ..... .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 00 nal. Note-se, aqui, que a criação do sistema económico
do sociali smo não se reduz, pura e simplesmente, à amplia-
Planificação da produção social .. 119 ção quantitativa dos limites do regime social ista, mas
P.SKIPETROV representa, sobretudo, uma transformação qualitativa do
O aperfeiçoamento das relações
E.KAPUSTIN de distribuição . . . . . . . . .......... 133 mesmo . O que se traduz na criação da base técnico-materi-
al do socialismo, na socialização da produção e na for-
As relações sociais e monetá- mação de uma economia que funciona obedecendo a um plano
E.GORODETSKI rio- mercantis no soc ialismo ...... 157 unico e no interesse da sociedade em geral . Ou seja, o
A intensif i cação da reprodução ... 173 sistema económico do socialismo é uma unidade das rela-
G.SOROKIN ções de produção socialistas e da respectiva base técnico-
O mecanismo da economia na material.
L.ABALKIN soc i edade socialista .......... ... 201 A propriedade social dos meios de produção é o alicer-
A partic i pação dos traba lhadores ce do sist ema económico do sociali smo ; ele funciona e
E .KAPUSTIN na gestão da produção . . . . . . . . . . . . 218 desenvolve- se no respeito das leis económicas objectivas
da nova sociedade. O sistema económico do socialismo
Bibliografia . . . . . . . ... ........ . . . 229 encontra- se em contínuo desenvolvimento e passa por uma
Autores da colectânea . ... . ..•.... 250 série de etapas, cada uma del~s com o seu próprio grau
de maturidade e íntegridade. A etapa do socialismo desen-
volvido também é historicamente lógica. A URSS foi o
primeiro país do mundo a construir uma sociedade socialis-
ta . Como nos diz a experiência, é uma etapa histórica
prolongada , enc ontrando - se o no~so país no sua fase
inicial.
O nível de desenvolvimento do socialismo alcançado pela
URSS significa que o nosso país atingiu o g rau de maturi-
-5-
~
d ade em q ue termi na a r e e s t rutur açã o de todo o conju n to
d a s r elações s o ci ais nos p ri ncípio s colec tivista s do ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA
s ocialismo . Uma das c o ndiçõe s indi s pen s á v eis dess a re - ECO NÓMICO DO SOC IALIS MO
estr u t uração é a d inami zação e a c e leraçã o do de senvolvi -
mento socioec onómico d o paí s . "Que en tendemos p o r a cele-
ração? Ant es d e tudo - diss e , ao dirigi r-s e ao XXVII Vs evo Zod KULIKOV,
Congre sso do PCUS , o Secretário Gera l do CC d o PCUS, do utor em Ciincias
Económicas
M.S.Gorbat c h ov -, a elevação d o ritmo de cres c imento
económico. Mas não só isso, A sua essincia reside n~
nova qua l idade do crescimento: intensificação Óptima da
produção na base no progresso técnico-científico, na A concepção do socialismo desenvolvido é considerada,
reestruturação da economia, em formas eficientes de com razão, o maior ixito ultimamente alcançado pela t e oria
gestão, na organização e estímulo do trabalho " 1 . Torna- marxista-leninista, tendo permitido precisar as leis do
se mais necessária uma abordagem integral do aperfeiçoa- avanço da sociedade para o comunismo. Esta base teórica
mento da economia nacional , que será transferida pars possibili t o u super ar conce i tos ant eriorment e divulgados
o desenvo l vimento intensivo. sobre as vias e os prazos d a passagem ã fase super i or do
No funcionamento e desenvo lv-imento d o sist ema econó- comunismo asse ntes na ideia da brevidade da etapa socialis-
mico do socialismo, um papel crescente cabe a quatro leis ta, o que não se confirmou na prática. Me todologicamente,
económicas do socialismo : a lei económica fundamerital, a concepção do socialismo desenvolvido assenta na dialéc-
a lei da planificação a l ei da distribu i ção segundo o tica ma terialista ciincia do desenvolvimento.
trabalho e a l ei do va l or. e por isso que, na presente
colectãnea, a nossa maior atenção vai para estas leis e As princ ipais etapas da formação do comunismo
as respectivas re l ações, para o aperfeiçoamento da base
t écnico-material do socialismo e dos mecanismos económ i - Os trabalhos modernos sob re a matéria apontarem mais
cos. de uma vez a importância dada por V. I.Lénine à n e cessida-
de de "distinguir com todo o rigor etapas de natureza di-
Redacçâo ferente, investi gar imparcialmente as condições em q ue
decorrem . .. •'1. Só assim , revelando as part i c u laridades
de cada etapa , s e us traços dominantes e tendincias h istó-
ricas, se poderá definir as potencial idades. direccões
e formas do progresso.
Neste plano, é sintomático o facto de o ob j ectivos dos
primeiros estudos económicos de Lénin·e ser já a dete rmina-
cio do nível socioeconómico da Rússia . Esses estudos de-
monstraram que a Rússia seguia a via capitalista, o que
possibilitou determinar a estratégia e a t áctica do mo-
vimento operário.
Para V.I . Lénine, um dos maiores méritos de Karl Marx
f o i o ter aplicado , pela primeira vez, a teoria do desen-
volvimento" .. . tanto a bancarrota próxima do capitalismô
corno ao desenvolvimento futuro do comunismo f uturo .. . 11 2
M. S . Gorbat chov, InfoY'171e Polltico do Connté Central O primeiro resultado desta aplicação foi a seguinte con-
do I>CUS ao XXVII Congresso do Parti do Co~nista da c lusão de Marx: " ... Entre a sociedade capital i sta e a
União Soviética, Moscovo, 1986 , p. 30. s ocieda d e comunista medeia um p e ríodo da transformacão
- 7-
r
11 bado, "o pleno socialismo", "a i, ociedade socialist a n a
revolucionária da primeira na s egunda 3 . Outro resultado
sua forma desen volvida", "o socialismo total", "as for-
foi a distinção entre os degraus de maturidade do comu-
mas acabadas de socialismo" são etapas que não poderu s e r
nismo (a fase inferior - um comunismo incompleto, ou seja,
alcançadas d e urna só vez7. Todas estas ideias foram avan-
o socialismo, e a fase superior - o pleno comunismo). Em
çadas para o primeiro plano a partir da segunda metade
síntese, em vez da t ese de que a formação e desenvolvi- dos anos 6 0 , sobretudo, após o XXVI Congresso do PCUS.
mento do comunismo decorre em duas etapas, apar'e ceu uma
A questão das etapas do período de transição será
outra , no sentido de q ue este regime atravessa no seu
analisada mais abaixo . Agora, ocupar -nos-emos pormenoi:-iza-
desenvolvimento t -r ês fases distintas . Destacando esta damente do lugar históric o d o período de t ransição . A
circunstância, Lénine, em O rrarxismo sobre o Estado questão essencial c os tuma ser assim formulada: o período
resumiu-a assim: de transição deverá cons id erar-se intennédio, ou seja, não
"I "parto difícil e prolon gado" integrado em nenhuma formação, ou encontrar-se-á dentr o
II "primeira fase da sociedade comunis ta" da formação comunista, sendo o seu elo inicial? Os autores
III "fase superior da sociedade comunista"4 modernos defendem tant o urna corno outra concepção.
É esta a p eriodiz ação mais generalizada do desenvol- A complexidade do problema d ecorre d e duas ci rc uns tin-
vimento do comunismo. Por outro lado, a durabilidade de cias: a durabi lidade da transição de uma ord e m social para
algumas etapas e o dinamismo ma ior ou menor do sistema ou tra · e o facto desse sa lto se concretiz ar fora do regime
s o cial de cada etapa impõem necessariamente uma sua maior socioeconômico anterior.
fragmen t ação. Cabe a Lénine o mérito de ter colocado esta Esta segunda circunstãnc i a não esteve pre sente, por
questão e formulado os princípios fundamentais da sua exemplo, q uando o feudalismo deu lu gar ao capita lismo:
resolução. "Este período (do capitalismo ao socialismo o salto ini ciou-se e decorreu na formação anterior, sig-
N. do A.) , no melhor dos casos, levari muitos anos - assi- nificando a finalização do processo que a subs tit uição
nalou Lénin e . - Dentro deste período, a nossa política d e urna ordem pe la outra tinha sido coucretizada. Todavi a,
divide- se em virias passagens ainda mais curtas . Neste BS relações soc ialistas de produção sô surgem apôs a
contexto, toda a importância da tarefa que assumimos , toda instauração do poder do povo trabalhado r, que ocupa
a comp lexidade da política e toda a arte política é saber imediatamente as posições dominant es na econo mi.a. A si-
levar em linha d e conta a particularidade da tarefa singu- tuaç ão r e sultante d e tal transformação de mane ira alguma
lar de cada trecho"S. pod e ser cons id erada capitalismo , ji que este pe rdeu as
Posteriormente, estas ideias de Lénine regeram a pos i ções dominantes e deixou d e d e finir a tendência-deci-
teoria e a pritica da construção do socialismo. Foi siva do desenvolvi mento. Não é igualme nte socialismo, pois
outro, porém , o destino da~ suas advertências sobre a du- este não se formou totalmente n e m conseguiu o domínio
ração da etapa socialista. As notas de L ,nine sobre isso ab so lut o , tra tando--se , na realidade, da conversão de
e o seu delineamento dos degraus d e maturidade do socialis- uma formação em outra .
mo foram desatendidos durante muitos anos . Todavia , as Ao mesmo tempo, urna v ez aparecidas a~ relações sociali!
obras leninistas contêm referências a este respeito. Por tas, isto é , as primeiras relações comu ni stas, é lôgico
exemp 1 o , em O Estado e a Revo Zw;;:ão , 1 i vro escrito , como vi s l umbrar o advento da formação comunista. "A e l iminação
se sabe, antes da Revolução de Outubro , ele apontou a do capita li smo e d os seus vestígios, a implantação das
natureza prolongada do processo de extinção do Estado, já bases do comunjsmo , esc reveu Lénine, são o conteúdo da
que não é nada fácil a transformação do trabalho na pri - nova época d a Hist(JrÍa Universal qu e acaba de iniciar-se"8.
meira necessidade vital nem a criação das condiç5es in- Por outras palavras, a amb iguidade da resposta i
dispensáveis à materialização do princípio " de cada um se- ques t ão se o período de t r ans ição~ ou nio parte da forma-
gundo as suas capacidades, a cada um segundo as suas neces- -.:ão comu ni. Ata está obje c tivame nte detenn.inada. Segundo
sidades " 6. pare c e, a atitude di al~c tica na r eso lu çio desta ques tio
Das obras de Lénine ressalta igualmente a ideia de que nii o ser;Í a ubsnl1.1tÍZftçào d e uma <las <luas respostas possí-
11
"a sociedade socialista desenvolvida", 0 socialismo aca- :l-l -9-•
-8-
O sistema s ocialista mundia l as segu ra a ma nu tenç ão
vei s nem o r e conhec i mento da j uscez a de amba s . Em pr i-
da ord em soci al i s ta . Nes t e c ontexto , pode s urgir a imp r es -
mei r o lugar, é impo rtan te def i ni r com c lar e za em que
s ão de que não há di fer enç a s s ub sta nc i a i s en t r e o domí n i o
sentido é legí t ima cada uma delas. Em segundo lugar ,
de ve-se ve r as c ons e quênc ias pot enciais da abs o lutizaç ã o cot a i da s relaç õe s socia l i s t a s e o seu predomín io abso l uto.
Po rém, não é assim. A prátic a d emons t rou com t od a a cl are-
de uma d a s d uas respostas. za qu e en quan t o pers is ti rem sectores r e s tan te s da propri e-
Supon hamos q ue s e abso l uti za a a firmação de que e s s e
período se e ncon t ra entre a s d uas f o rma ções. Ne ste caso, dad e priva da , pe rs i s tirá a bas e soc ia l para a taqu es c o n t ra-
r e vo luc ioná rios , ist o é, para t en tativa s d os el e men to s
não é preciso o mome nto inicial da formação comunista, ·
reaccionários de fazerem andar para trás a roda da
pondo-se em sombra a tese fundamental de que a marcha
His t ória. ~ po r i s so q ue não podemos de s prezar as d i f eren-
pa ra o comu_n ismo parte da r evolução soc ialista. ças en t re o soc ialismo triunfante e o período de t ra ns içã o,
Ao absoluti zar-se a outra hipótes e - a do período de
mesmo que se trate da fas e final deste .
transição como etapa inicial da formação comunista -,
d e spreza-se o limiar que separa o período de transição do
Etapas da c r i ação da e c onomia soc ialista
socialismo triunfante. O limite entre estas etapas como
que deixaria de e xistir. Entretanto, o período de transi-
Após o triunfo da Revoluç ã o d e Ou tubro, V. I.Léni ne
ç ã o diz respeito ao socialismo em geral, não apenas a uma
re fe riu-se rep e tida mente i possib i lid a de da passagem ime -
e tapa d es te. Sendo o elo inici a l do comunismo, o período
diat a ao s ocia l ismo . A sub s titui ção da pol í tica d o "co mu-
d e transição é o da criação do socialismo . ni smo de guerra" pela NEP (nova política económi ca) ob rigo y
As etapas enquadradas na fase socialista e o período
o a di s pens ar pa rticular a tenção a esta q uest ã o.
de transição são fenómenos distintos. Quando a economia
Nas ob r as referentes ao "comunismo de guerra " e s te
do s ocialismo triunfante substitui a do período de tran-
é interpretado, normalmente, c omo um si-s tema de me did as
s ição , alteram-se radicalmente todas as l e is da produção
imposta pela guerra civil e a intervenção estran geira . Ta l
socia l (foram r e vogadas as leis' da propriedade privada).
con c epção é c orrecta, embora, não suficiente. Na al tu ra ,
Mas, o socialismo triunfante assenta, em todas as suas
o " c omunismo de guerra" foi visto não só c omo um sis tem,1
e tapas , nas mesmas leis económicas. de medidas exi gidas pelas c i r c unstânc ias, ma s também como
No período de transição rivalizam duas tendências:
um plano de construcio do socialismo , que pressupunha a
a soc ialista e a capitalista. Entretanto, não se conhecem
passagem di recta (quer dizer , sem· etapas intermédias)
tendências antagónicas em nenhuma das fases socialistas.
Quando se não faz a devida demarcação entre o período ao sociali s mo. Citemos, a este respeito, um resumo feito
por Lénine: "Influenciados , em parte, por numerosas tare -
de transição e a fase socialista, surgem premissas teóri-
fas militares que nos sibrevieram e pela situação da
c as para confundir as leis do socialismo em construção com
repúblic a , que parecia desesperada ...• influenciados por
as do socialismo já formad o . ~ sintomático que tanto os
estas circunstâncias e algumas outras, cometemos o erro
revis ionistas "de direita" como os "de esquerda" tendam
de empreender a passagem imediata à produçio e distribui cÃo
a identificar o socialismo com o período de transição.
comunistas. Não posso afirmar que foi com tal precisão
Tal unanimidade, à primeira vista paradoxal, é na reali-
e clareza que delineámos este plano, mas foi aprox imada-
dade absolutamente natural ("os extremos tocam-se") , já
mente neste sentido que actujmos''. A seguir, V.l.L,nine
que o me nosprezo pelas diferenças existentes entre o
anota: "e um fac to, lamentavelmente. Digo lamentavelment e ,
período de transição e o socialismo abre teoricamente
por que uma experiência não muito longa nos convenceu do
a porta, entre outras coisas, para a atribuição ao so- erro desta teoria ... "9
cia l ismo de métodos de gestão económica do período de
A conc lusão citada é fundamental, não perdeu a sua
trans ição. A diferença consiste apenas em que os " de
actualidade. Também hoje há quem tente elaborar planos de
e s querda" defendem a utili zação em grande escala de mé-
passagem directa ao socialismo e até ao comunismo, ou seja,
t odos extra-económic os, enquanto as preferências dos "de
enc arar o "comunismo de guerra" não como um sistema de me-
direita" vão para o efeito espontâneo das leis de merc ado.
2-2 -1 1-
-1 0-
didas impostas po r circunstâncias excepcionais , mas como
um ce rto plano universal de int rodução de uma nova ordem O ti po de contra dições em causa abrange t ambém o c on -
flit o entre a propriedade de todo· o povo sobr e os prin-
s ocia l. Est as tentativas têm , naturalmente , ou tras
cipais meios de prod uçã o e a s ua conc retizac ã o na econo-
des ignacões, assumem outras f ormas, mas, no essencial, são
mia, a qual depende da organização do novo sistema de
a mesma coisa que o "comunismo de guerra". E não hâ
gestão económica e, em Última análise , do níve l da base
garantias de que tentativas semelhan t es não s e repitam ,
técnico-mate rial do socialismo . Esta contradição vai sendo
visto que criam a ilusão da substituição ripida de um
ultrapassa~a a medida que se opera a soc ialização real da
regime social por outro.~ por isso que a t ese de Lénine
produção, e que significa a adopção da planificação da pro-
sobre a irrealidade da orientação para a passagem imediatA
dução socia l d e ·todo o povo no interesse dos t rabalhadores•
ao socialismo , a necessidade de fases intermédias e medi 0 controlo por todo o povo do fabrico e distribuição
das transitórias, a solução imprescindível de um grande
das mercadorias, a transformação da estrutura de produção
e comp lexo conjunto de questões, s obretudo , económicas , que
capita li sta, o aprofundamento da divisão do trabalho e a
deve preceder a entrada no socialismo, t em grande impor- concentração progressiva da produção baseada no cresci-
tânc ia hoj e em dia, quando são cada vez mais os povos que
mento das forças produtivas. A solução das contradições
o ptam pela transf ormação radical da sociedade em que vivem.
do sec tor socialista exige o aprofundame nto das relações
O ri t mo do avanço para o socialismo depende dos êxitos de produção socialistas.
alcançados na r esolução das contradições do período de
A presença das referidas contradições na etapa da
transição. Muitas delas foram j á profundamente analisadas
criação das relações socialis t as significa que, antes de
por investigadores, ainda que, porventura , não tenham
res olvidas tais contradições, a transformação e a elimina-
sido devidamente classificadas. ção dos sectores privados não conduz à construção doso-
As contradições económicas pode rão ser divididas em cialismo. Nisto reside uma das causas principais da impos-
dois grupos: primeiro, as contradições iner en tes às rela- sibilidade da transição directa para o socialismo.
ções socialistas em geral, isto é, que se mantêm em todas Os degraus da solução das contradições na a f irmação
as etapas do desenvolvimento des tas relações; segundo , as
das relações d e produção socialistas incidem nas próprias
qu e são próprias do pe ríodo de criação d e relações da etapas da criação dessas relações. Os actuais conhecimen-
produção socialistas. As contradições do segundo grupo sub- tos permitem- nos apontar três etapas desse processo.
dividem-se.por sua vez, em con tradições intersectoriais e
A primeira, que abarca a formaçã o do sector socialista,
intra-sectoriais ou próprias dest e ou daquele sector. t em o seu início com a conquista do poder pelos traba lha-
Entre as contradições interaectoriais figuram as que
dores, a nacionalizacão soci a lista das esferas-chave da
contrapõem o sector s ocialista, por um lado, e os secto- economia e as transforma ções agrárias. O sector socialis-
res capita li sta , da pequena produção mercantil e outros t a surge na cidade e no campo. A etapa culmina quando o
de propriedade privada, por outro. Estas contradições são Estado socialista, depois de ter conq.uistado pos i ções
reso lvidas à medida que se efectuam transformaçõe s socialis dominantes na economia, introduz uma x orma ini c ial d e um
t as e eliminam secto r es p rivados, o que pressupõe o alar- -
novo sistema de gestão económica. No nosso país , is t o acon-
gamento e aprofundamento das relações socialistas. teceu até 1923-1924 , quando adquiriu uma grande envergadu-
As contradições internas do sector socia lista incluem, ra o trabalho de órgãos económicos como o Conselho da
por exemplo, o confl ito e ntre as novas relações de produ- Economia Nacional da URSS e o Comité Esta t al de Planifi cR-
ção e as forças de produção herdadas do regime anterior . ção (GOSPLAN), e t erminou a estruturação do sector so-
A sol ução deste conflito exige a criação de uma base téc- cialista da indústria com base em trustã. Naque i e mesmo,
nico-material socia l ista, o que torna nec essário não só período , nesses trusts foi implantada a autogestão fin:in-
a criação de uma indústria mecanizada ~os países onde não ceira. O êxito da reforma monetária de 1922-1924 teve t am-
a havia antes da revolução , mas também a r eorientação bém grande importância para a organização do nov9 siste-
social das forças de produção herdadas e a sua adapt a ção ma de admini stração económica.
aos novos objec tivos socioeconómicos. Na segunda etapa da criação do sistema económico so-
-12-
-11-
segunda met ade dos anos 30 na URSS qu e s e tornou o pri-
cialis ta , é dada prioridade ao aperf e içoamento do novo me iro país do sociali smo triunfante .
sistema de gestão económi ca, ao aumen to da e fi cácia do o a l argamento e aprofundamento da s r e lações de pr od u-
s e ctor socialista na economia nacional e ao incremento, ção socialistas são proce ss os e st re itamente i n te rl igados ,
nesta ba s e, do peso específico do se~tor socialista na 0
que não exclui momentos não síncronos no d e senvolvimento
produção s.oc.ial . Esta etapa finda quando as formas so- destes aspectos mutuamente relacionados da v i da soci al .
ciali s tas de gestão económica começam a predominar em to- Tal hipótese deve ser necessariamente levada em conta,
dos os ramos da economia e quando foram conseguidos êxi- em particular, quando se trata da determinação da etapa
tos . signi f icativos na organização do novo sistema de alcançada no desenvolvime nto do socialismo.
gestão económica e na formação da base técnico-militai do Assim , a experiência do nosso país na construção do
socialismo demonstra que o alargamento das relações de
socialismo.
Nos países caracterizados por pequena produção em produção socialistas pod e s e r mais rápida do que o seu
massa, o a largamen to do sector socialista concretiza-se, ap r ofundamento . A este mesmo fenómeno se assiste em outros
nesta etapa, principalmente através do movimento coopera- países . Caso ele adqui r a dimensões mais ou menos impor-
tivis t a entre os pequenos produtores (camponeses). Nos paí- tantes, poderá acontecer que a partir de alguns indicado-
ses em que se opera a industrialização socialista, na res (alargamento) seja já patente uma nova etapa do
segunda etapa são lançadas as bases da ind~stria. Como sistema económico do social ismo, enquanto a partir de
resultado, o período final da segunda etapa disting~e-se outros (aprofundamento) ainda não haja chegado.
por um amplo movimento cooperativista no campo e a forma- A entrada numa etapa subsequente da construção do
ção da bas e industrial do país. Nos documentos dos socialismo depe nde não só da propagação das formas socia-
partidos comunistas e nas investigaç~es económicas , esta listas de gestão económica n a produção social, como
etapa é designada como a da criação dos alicerces doso- também do grau da sua maturidade. Por conseguinte, ao de-
c i alismo , ou ainda da " criação das base s do socialismo". finir - se a etapa da construção socialista em que se
Na URSS , esta etapa foi consumada nos princípios dos encontra um ou outro país, não se deve absolutizar a
anos 30. Tinha já sido c umprido o primeiro plano quinque- importância de um i nd icador com o peso do sector socialis-
nal. No no sso país , no fim de 1930, estava liquidado o ta na economia nacional.
desemprego, fa c to que acontecia pela primeira vez na h is t ó- Esta tese é válida tanto para a determinação das et~pas
ria owndial . Até 1933, 65 por cento das exploraç~es campo- da construção do socialismo , como para a avaliação da
nes as es tavam cooperativizadas, concentrando os kolkhozes sua fase final. A expe riê ncia diz-nos que as formas
73,9 por cento das semen t eiras. A parte da ind~stria na socialistas de gestão económica poderão c h egar a abarcar
produção bruta da economia nacional atingi u 70,4 por prat i camente toda a produção social , mesmo antes de
cento. O grupo " A" (produção dos meios de produção) criada, em linhas ge rais, a base t écqico- materi al doso -
proporcionava 58 por cento do volume de produção das gran- cialismo. Porém, antes q ue a grande produção mecanizada
des empresas industriais. O XVII Congresso do Partido se t orne dominante e seja concluída a implantação do novo
Comunista (Janeiro-Fevereiro de 1934) conclufu, com razão, sistema de gestão económica , as possibilidades da concre-
que na URSS estavam ji construídas as bases da economia tização das leis económi cas do socialismo cont inuam a ser
bastante limitadas. Por seu turno , isto. si gni fica qu e
soei.alista.
Na terceira etapa prossegue a formação da base té cni- mesmo que tenha sido eliminado o carácter mult is ec t orial
co-económica do socialismo , o aperfeiçoamento da gestão da economia do país, as tarefas do período de transição
económica socialista. tanto na cidade como no campo, onde ainda não estão cumpridas.
o coope rativismo é forta lecido em termos o r ganizat ivos e Também no nosso país, dura nte algum t empo, observou-se
téc nicos. As relações d e produção socialistas dominam to- situação semelhante. O XVII Congresso do Partido ( 1939)
talmente. O fim desta etapa identifica-s e com o termo do considerou que, após a Revolução de Out ubro , haviam trans-
prrí:odo d e transição, ou seja, com o termo, em linhas corrido duas etapas: a primeira - desde a Revolução de
gerais, da construção do socialismo . Isso aconteceu na
-1 5-
-14-
A construção do soci a lismo desenvolvido significa,
Outubro até i eliminação das classes e xploradoras; a e m primeiro lugar, o aperfeiçoamento acentuado da base
segunda - desde a eliminação das classes exploradoras da técnico-material do socialismo, de modo a pennitir, por
cidade e do campo até ao triunfo pleno da g e stão e conómica sua vez, a evolução do sistema económico para a sua plena
socia1isca e à aprovação da Constituição de 1936. Conside- integridade . Tal evolução inclui: ' 'completamento" desce
~ou , ainda, que a tarefa principal da segunda fase fora sistema, ou seja, seu enriquecimento com novas formas
a impl antação da gescão económica socialista em todo o económicas; r eestruturação definitiva de todas re l ações
pais e a liquidação dos Gltimos v es tígios capitalistas , sociais nos princípios colectivistas inerentes ao social is-
assim como a realização da revolução cultural . mo ; maior integridade de todos os tipos d e relações de
A entrad a na fase do socialismo triunfante pressu~~e, produção que constituem o sistema económico do socialismo.
assim, não só o domínio tota l das formas socialistas de Neste processo, as formas iniciais do socialismo transfor-
gestão económica, mas t ambém um grand e desenvolvime nto mam-se , na tenninologia de Lénine , nas suas formas a c aba-
das forças d e produção e uma maturidade suficiente das das e absolutamente sólidas.~ precisamente na execucão
relações de produção socialistas, ou se j a, a resolução, de todos os processos acima citados que cons i ste a missão
em gera l, de todas as contradições do período da criação histórica da etapa conhecida pela d o "socialismo construido
das relações de produção socialistas. em linhas gerais".
As alterações qualitativas no domínio das forças de
Cri~~rios ~rnnómicn~ do socialismo d esenvolvido produç ão que, uma vez efectuadas, indicam <1ue o sacia l i.i=-mo
-- desenvolvido foi de facto construído, tim a sua manifesta-
º socialismo real avançou tanto que se tornou possí- ção mais concentrada na transformação do progresso têcni
vel interpretar em pormenor as teses de Lén ine sobre as co-científico em factor decisivo da reprodução ampliada,
etapas d e maturidade do soc ialismo entrando mais profunda- o que significa a preponderância, da r eprodução intensiva.
mente no conte~do de cada uma delas.· A construção do so - A i ntens i fi cação <la produção e a sua eficácia são
cialismo des e nvolvido esti ligada a alterações . quantita ti- coisas frequentemente confundidas. Todavia, trata-se de
va s e qualitativas cm todas as ár~as da vida e actividade processos distintos, apesar <le r e lac ionados entr e si. O
da socied ade . Daí, a grande variedade de criterios aumento da eficicia n ão j função exc lu s i.va de um só tipo
do soc ialismo desenvolvido, circunstãncia que caracteriza da reprodução ampliada . Esse aumento é possível também no
n io só a ava l iação da sociedade em geral, mas, em contexto da reprodução extensiva. Des te modo , a intensifi-
parti cular, do seu sistema e1.:onómico: este é complexo e caç ão i apenas um dos factores do aumento da eficá c ia da
multilat era l, visto que a sua periodização sinretiza todo producio, embora d e cres cente importância. Levando em
um conjunto de c rit érios . Levando ainda em conta a nio conta esta circunstância , a .int e n sificação da produção po-
sincronização das diversas esferas da sociedade, inc lusiv e derá ser definida como a concretização da reprodução
da sua infraestrutura econ6mica, torna-se claro que, ampliada numa base técnica e tecnológica c o nstant emente
segundo alguns critérios, o socialismo maduro pod e ser renovada , de forma a que baixe o custo de . cada unidade
atingi.do mais c edo , e segundo outros mais tard e . Por produz ida.
ou tras palavras, a entrada no socialismo desenvolvido nã o A intensificação global pressupõe o aperfeiçoamento
s e e(ectua instantaneamente, pois i um p r ocesso prolo11gado . de todos os factores d a p roduç ão. No fundo, trata-se
Daqui que as tentativas de alguns autores de indi car a de ampliar a produção a e m um acrésc imo substancial do
dato dessa entrada estejam condenadas ao fracasso. consumo de recursos mate r iais e laborais.~ n esta 6ptica
Os critérios económicos do socialismo desenvolvido que devem ser encarados problemas tio agudos como o encare-
constituem um s i stema em que, de certa maneira, estão cimento das matérias-prima s , ma teriais , combustíveis e
mu tuamente subrdi.nados. Os critérios económicos decisivos energia ou, por exemplo, a possibilidad e de melhorar a
do socialismo desenvolvido estão dir ec tame nte lig~dos is qualidade do produto no contexto das desproporçÕe5 econó-
alterações qualitativas das suas relações de prod1.11,;âo fun- micas ex iste ntes . O encarecime nto do s componentes acima
d Amentais e das suas forças produtivas. 3 -1 -17-
-16-
u social ismo p o de evoluir por v i as extensivas, ao social is -
referidos tem sido inevitável na r eprodução preponderan- ~o d~senvolvid~ correspond : a _reprodução ~mp:ia~a i~tensiva,
teme nte e x tensiva, e m que as taxas de crescimento d o pro- A intensificaçao da produçao e uma da s p r 1nc1pa1 s direc-
duto intermédio e do p roduto fin al sio qua s e equi valentes . ções da c r iaçio da base t~cnico-material d o comunisnm, di-
H.as tal inevitabilidade comeca a enfraquecer com a p a ssa - recçio que de v e s er traçada pelo socialismo de s envolvido
g em à r e produção intensiva e a implantação necessár ia e e c onsti t ui uma condiçio imprescindível da ace l eraçio do
gera l de t écnicas e tecnologias qu e economizam materiais, d ese nvo l v iment o soc ioeconom1co.
comhustíve is e energia. Destacando o significado espec i al da incensif.icação,
O predomínio de um ou outro tipo de reprod ução influi 0 secre t ário geral do CC do PCUS , Mikhail Gorba t c: ho v,
substancialmente na relação entre a quantidade e a qualida- afirmou: "A intensificaçio impõem-na as condições objecti-
d e da produção. Tradicionalmente, es ta r elação é assim vos e todo o curso do d esenvolviment o nacional . Nio hi
formulada: enquanto existir escassez de determinado artigo, out r a al terna tiva. Só uma economia intensiv a e que se
é difícil que melhore substancialmente a sua qualidade. desenvolva sobre a mais moderna ba se t~cn i co- cient í f ica
Tal atitude para com o problema é legítima para a repro- pode asse gura r n~terialme nte um melhor nCvel de vida aos
dução de tipo extensivo, em que a importãncia primordial trab a lhadores e o cumprimento das tarefas sociais qu e
vai para o volume da produção. Porém, poderá não o ser e nf r enta a soci e dade. Só uma economia intensiva e alta-
quando se trata de outro tipo de r eprodução. Melhorar a mente desenvolvida g a r a ntirá o fo rtal eci me 11to.d as p o s i -
qua lid ade é uma condições imprescind[v e l à intensificação cões do país no c enário int e rna ci on al e p e rm i. t ir-lhe-á
da prÓdução, pois essa melhoria deverá compensa r o já entrar condignamente no novo milénio, c omo uma p otência
a centuado esgotamento dos factores de crescimento extensi- grande e próspe ra"IÜ,
vo e, d es sa maneira, aumentar os ritmos da reprodução A passagem i r e produçio intens iva colocou i economia
ampliada , superando, por conseguinte, as d esproporções polí t ica uma terefa d e g rande importânc ia: a aná lise crítica
económicas mais caracter[sticas. de todas as formas econ6miças ex ist en t es , com vista a
Ao mesmo tempo, é evidente a impossib ilidade de uma determi nar em que medid a cada uma delas impu lsiona ou
rápida intensificação global da produção. Surge, então, difi culta es s a pass ag e m e a pon tar, e m . ~gu ida, q ue alt era-
o problema da determinação dos degraus deste processo e cões d e vem ser i ntroduzidas nas mesma& para se passa r
dos seus prazos. i r e p rodução intensiv a ampliada.
Nehum autor escl · e ceu também se a intensificação da O advento do socialismo desenvolvido faz- se acenmanh-
produção ê própria do socialismo desenvolvido ou não só. a r de modificações qu a litativas na social i zação d a pr.·o::
Todavia, alguns assinalam que, em certos países socialis- dução. O pr inci pal r esu lt ado neste d o mínio deve ser a
tas, a alteração do tipo de reprodução iniciou-se antes de formação de um único complexo económi c o em todo o país, o
e les alcancarem o necessário grau de maturidade. q u e significarã a superação dos desníveis ticnicos dos
Com efeito, essa alteração pode ocorrer em diferentes diferentes ramos e regiões, um p rogresso considerável nos
etapas do desenvolvimento social . Contudo, tal circunstân- sectore s dos transportes, energia, informa ção, comunicações,
c ia não invalida a tese de a intensi ficação da produção A partir desse grau de maturidade, as leis do
ser uma lei do socialismo desenvolvido. Já assinálamos 8ocialismo entram em pleno vigor. Esta afirmação refere-s e ,
acima que a ordem do aparecimento dos traços de uma nova sobretudo, às leis mais importantes do socialismo: a lei
etapa pode ser distinta nos diferentes países s o cialistas. do desenvolvimento planificado e à lei económica fu~damen-
Assim, terão que surgir em cada um deles certas pecu liari- tal . A este propósito, recordem-se as seguintes palavras:
dades da passagem entre o socialismo desenvolvido e as "o que foi alcançado.pelo socialismo no campo soci o e conó-
etapas prévias, o que, porém, não r evoga a necessidade mico, na elevação do nível material e cultural da vida das
de uma fase de socialismo desenvolvi.do para todos os p a fses pessoas constitui toda uma época"11 .
socialistas como um dete rminado g r au de maturidade da . É n ecessár io apontar, em relação a cada lei da econo-
econo mia socialista e da sua base t éc ni co-material. mia soc ialista, quais são modificac5es que o advento do
t impo rtante realçar q ue, enquAn to n a8 etapas prévi as
3-2 -19-
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novo grau d e maturidade do socialismo traz na acção
des sa lei. Vejamos, por exemplo, a lei da distribuição da etapa histo ricamente duradoura do sociali smo desen-
segundo o trabalho, a qual, sendo válida no socialismo, volv-ido - assinalou Mikhail Gorba tc hov .- Sobre Nesta base
não vigorará na fas e superior do comunismo. as~enta a c oncepção - criada pelo Partido - d e q ue a socie-
Poderá parecer, à primeira vista, que à medida que a dade socialista desenvolvida desfr uta de posstbilidades
sociedade avança para o comunismo pleno, esta lei, assim para imaginar melhor as coord enadas socioeconómicas em que
havemos de actuar" 12 .
como as o utras leis socialistas, deveria deixar de vigo-
ra~ ser revogada ou substituída. Tal conclusio, do ponto Segundo a dialéctica do degrau inicial do socialismo
de vista da lógica formal, poderá parecer impecável, embo- desenvolvião, po r um lado , foi criado no país um enorme
ra na realidade não reflicta a dialéctica do desenvolvi- potencial económico, t endo-s e atingido níveis que permi tem
mento . O estudo do desenvolvimento económico da URSS diz- uma transformação qualitativa das for ças de produção e
nos que, em comparação com as etapas prévias, no socialis- alcançar, num futuro previsí~el, o máximo nível mundial
mo d esenvolvido as possibilidades da materialização plena da produtividade do trabalho social e cumprir, nesta base,
grandes projectos socioeconómicos .
e consequente da lei da distribuição segundo o trabalho
não só não se reduzem como se tornam ainda mais amplas. Por outro lado, persistem ai nda problemas que poderiam
Acontece que estas possibilidades dependem decisivamente ter sido resolvidos nas etapas prévias, e conservam-se
de duas circunstâncias: a determinação mais precisa da ainda fenómenos não obrigatoriamente inerentes à etapa d o
quantidade e qualidade d o trabalho e dos seus resultados, socialismo des envolvido. Trata-se, sobretudo, de fenómenos
e do volume necessário da produção (quanto maior for a negativos que se tornaram patentes no limiar dos anos 80,
pro dução, mais possibilidades existem para diferenciar o como a queda das taxas do aumento da pro dutividade do
trabalho segundo a sua quantidade e qualidade). O advento trabalho, da produção e s ua ef i cácia e a existincia de
do socialismo desenvolvido elimina grandemen~e limitaçaes certas desproporções económi cas (nomeada mente, em r elacão
a vários bens de consumo e serviç os).
anteriores num e outro campo (as limitacaes do primeiro
campo são superadas at ravés do aperfeiçoamento da planifi- Portanto, haverá que, a curto prazo, materializar
cação da produção social; as do segundo, através do grandes projectos socioeconómicos e eliminar fenómenos
aumento do volume da mesma) . Deste modo é cada vez que não são o brigatórios no socialismo desenvolvido. Na
mai or o efeito da lei da distrib~ição segundo o trabalho. economia operar-se-ão tris tipos de alterações : extinção
Daqui que o aperfeiçoamento do sistema salarial, orienta- das fonnas esgotadas, melhoramento das formas obt'igatórias
do para uma mais perf eita correspondincia entre a dimensio no socialismo e surgimento de novas formas económicas.
do salário de cada trabalhador e a quantidade e qualidade Tudo isto conduzirá a o a perfeiçoament o d o socialismo r ea l.
do seu trabalho, constitua uma das mais tarefas práticas A nossa missão é colocar a vida da sociedade soviética
importantes da gestão económica. no níve l correspondente às máximas exigências· do sociDli s -
mo, fundamentad as pela teoria do cornu,nismo científico.
Particularidades d o d egrau inicial do socialismo Cumprida esta tarefa gigantesca, significará qu e findou o
degrau inicial do socialismo desenvolvido .
desenvolvido
As avaliações e conclusões sobre o degrau de d e sen -
A concepção do socialismo desenvolvido foi enriquecida, volvimento em que se encontra o · nosso país, feitas ultirn11-
nos Últimos anos, por várias e novas teses essenciais, mente pelo Partido, são particularmente importantes já q11<?
que se entrelaçam,em particular: primeiro, sobre a natu- "advertem-nos de que não sejamos precipitados nem conf1111-
reza prolongada do socialismo desenvolvido ; segundo, sobre damos . o que temos com o que deve mos alcancar. Ao mesmo
a necessidade que tem a sociedade 'de conhecer os seus de- tempo, dizem-nos claramente que não devemos ser lentos n :;i;
graus de desenvolvimento, terceiro, que a sociedade sovié- acções práticas, na solução dos problemas candentes e n~
superação das deficiências"13 .
tica se encontra num dos degraus iniciais. " Foi fund amenta-
da solidamente a conclusão de que nos encontramos no início ~ no degrau inicial do socialismo desenvolvido que é
necessário reduzir consideravelmente o trabalho manual
-20-
-21 -
pesado e não ~ualificado, acelerar o progresso técnico- A ECO NOMIA SOCIALISTA E A REVOLUCÃO
científico, passar ao tipo predo mi nant emente intensivo CIENTfFICO- TÉCNICA
da reprodução ampl i ada; alcança r um nível de social izaçio
da produção suficiente para a instaura ção de uma forma úni -
ca e geral de p r opri edade dos me ios de produção e a f orma Semion KJIEINMAN
da homogen eidad e classista da sociedade; garantir um nível doutor em Ciências
de vida dos soviéticos muito mais elevado, aumentar o con- Económicas
sumo para normas cazoáveis. Daqui, a orientação para a
aceleração do d esenvolvime nto socioeconómico do pais, o
aperfeiçoamento de todas as esf eras da vida da sociedad e , A formação da base técnico-material do sociali smo
Aobretudo, do s e u sistema económico. é uma das tarefas essencia is da eta pa de transição do
cap itali smo para o social ismo. O sistema de relações
socialistas de produção afirma-se apenas como resultad o
vo 1 . 9, p. 131 . da cr iação de uma ampla indústria mecanizada que eng l obe
1 ~v . I.Lénine, Obr'<lB CompZ.e taa,
todos os principais secto res da produção material, inclu-
2 .Ibtid .,
sive, a agr icultura. A construção do socialismo desen-
vol. 33 , p. 84. volvido realiza-se com base no aperfeiçoamento des sa ba-
vn l . 19, p. 2 7. se técnico-matecial , da preparação de premissas para a
3 K.Marx e V.En gels , Obras, aproximação gradual de um n ível da mesma que corresponda
vo l . 33 , p. 18 5 . às exigências da sociedade so c ialista madura e, poste-
4 V • T. . Len
- i. ne, op . c1,'t . ,
riormente , que i mpuls ion e a const rução da base técn ico-
material da fase superior, o comunismo .
5 Ibid., vo l. 40, p. 104.
A estrutura e o estado actual~ d_a_ _bas_e técnico_-rnaterial
6 Vide ibid., vol. 33, p. 97 .
do socialismo na URSS
104,
7 65,139, 306 ; vo1. 40, ~-
Vicie ·ibid., vo 1. 36 , PP· A base técni co- material (BTM) da sociedade entende-se
e outros.
v0 l . ,, 5 . p. 370 normalmente , em determinado momento histórico, como um
conjunto de elementos concretos das forças p rodutivas e
8 nn:d., vo 1 . 4 1 , p . 4 2 5 . de cond i ções t écnico-organiza tivas do funcionamento dRs
mesmas que a t ingirem ce rto nív e l de desenvo l vimento e
9 Tb·id. , vol. 44 , p. 157 . exis tem no contexto das relaçõ es de produção . dominantes
l O M.S . Gorbatchov, A Criá,?ão Vii>a do J'avo , M.. 1984, p.19 ·. na sociedade.
A BTM da sociedade é criada e acci.onada pelo trabalh:i-
do r, a f orca motriz principal da sociedade .
11 sohre o 609 Aniversario da Pundação da URSS. Resolução Visto que a BTM da sociedade existe no quadro de de-
do CC do PC/JS de 19 de f'evereiro de ]982, M., 1982 , p . 12 .
terminadas relações de produção, sofre por isso a inf l 11 -
12 7.
ência das mesmas, o que se reflect e na especificidade
M.S.Co rbatchov , op. c1,'t . , p. organizativa e estcutural da produção socia l, no grau
e f ormas de concentração, especialização, etc . Deste modo.
13 7dem . o próprio conceito de BTM de dado modo de produção está
organicamente relacionado com a sua forma social. A mesm;i
1 posiç~o exige-se também na determinação da BTH do soc i aliR-
-23-
mo· os s e us elementos mat e riais e técnico- or ganiz a tivos de produção a umenta ram 550%, ent r e 1961 e 198 4 , e os
po dem s u rgir , e surgem d e facto, no c a pita li smo . Contudo, da esf era não produ tiva 3257.. Os sec tores dos quais
a· BTM do socialismo forma-se, em tod?S a s etap as , aten- de pendem os ritmos do progresso técnico d e senvolveram- se
dendo aos critérios das r elaç6es de produç ã o soc ia listas. mais r a pidamente do que a média nacional. A ind~stria
Paralelamen t e â criação dos elementos materiais das d e construç ão de máquinas cresceu 220Z nos a nos 60;
f orças produt ivas d a sociedade s ocialista d e se~volvida 1607. n os anos 70 e 307. em 1981-84.
decorre O processo de d esenvo lvimento e fo rmaçao do homem No começ o dos an os 80, a URSS ocupava o prime iro l u-
novo. . gar d o mundo quanto â extracção de petrôleo, produç ão
Na produção, em progresso permanente e,_impul sionada do a~o e l aminados , adubos min e rais e cimen t o, densidade
pela revolução científico-técnica, as fun çoes do traba lha- d e maq ui n a s-f e rramentas e motores elêctricos na ind~s tria.
dor vão-se enriquecendo, t ornando -se cada vez mais comple- Aumentou consideravelmente o potencial energético da
xas. -No desenvolvimento geral do trab a lhador, no seu agricultura: de 153 milh ões d e CV , em 1960, para 710
nív e l profissional e intelectual (como s uj ei to do p ro gres~m " lhÕes de CV, em 1984. O consumo d e ene r g ia eléctri ca
so da ciência , técnica e produção)• um papel i mportante ,,,. _ : la agricultura cresceu 290% nos anos 60 (de 10 p a r a
cabe~ base material de um numeroso grupo de sectores 38 , 6 mil milhões kW/h) e 250% d e 1970 at é 1984
d a esfera nio produtiva que presta serviços, cria e divu l- \ ,para · tJ5 mil mi lh5es de kW/h). O parque de cami5e s uti-
ga conhecimentos e valores espirit ~a i~. . Lizadas na agricult~ra _aume ntou de 778 mil unidadas ,
Ao caracterizar-se a BTH do socialismo desenvolv ido,_ ~ 'rn 1960, para 1,6 m1lhoes , em 1980 . O consumo de energia
é também importante levar e m linha de conta transformaçl'lo-:, !los meio s d e transport e aumentou de 17 , 6 mil milhões
d a c i ência em força produtiva directa. O progresso das 1~~ ! kW /h em 1960, para 11 8 , 9 mil milh6es, em 1984. A per-
Ciências Naturais, tan t o fundamentais como ap licadas, · tagem do s t ransportes ferroviirios electrificados
é impossível sem o e nriquecimento qualitativo e quant!- de ntou de 2 1,8%, em 1960, para 59,3 %, em 1984.
ta t ivo s istemitico da BTH da ci~ncia e das invest i gaçoe a mixima d e Lénine ''Comunismo é igual a Poder Sovié-
científicas . '..: o mais electrificacão de t odo o p aís "! está a ser
A estrutura da BTM d a sociedade socialista é complexa, ~ate ri al i zada em todos os elos d a BTM do nosso p aí s. Foi
eng l obando virios aspectos: o aspecto funcional, que d e- con t inua a ser aperf ei çoada a poderosa bas e energitica
fine as funções de cada elemento material fonnador da de combustíveis , cu ja estrutura racional e capaci<la-
BT M (meios d e trabalho , instrumentos de trabalho , etc.); , ,,,~ satisfazem já a s necess idades económicas actuais .e
sectorial, que carac teriza os mais importantes complexos , m perspectiva. Temos uma indústria inéd ita de materiai s
sectoriais e sectores d a BTM (complexo agro-industrial, de construção: metais, cimento , madeiras , minérios . •.
-
infra es trutura produtiva, ene r gét ica e de combustíveis
produção de materiais de construça o, ~etalomecan1ca!
- . , Aumentou .. consideravelmente a produção de polímeros e , o
qu e e espec ialmente importante, criimos o maior parque
etc .); organizat ivo, que está liga do a especializaçao, do mundo de equipamen tos metalomecânicos.
combi nação e concentração da produção; regional, deter- Aumentaram consideravelmente os fundos básicos dos
minado p e la distribuição geográf ica da BTM e pelas espe- estabelecimentos científicos da URSS. Eis a dinâmica do
ci fi.c idades regionais, bem como pela necessidade de uma aumento das verbas canalizadas para a ciência: 45 mil
utilizaç ã o óptima das fo rças produtivas locais . ~i l h6es de r ublos em 1966-70; 77 · mil milhões em 1971 -75;
À estrutura da BTM e seu fu ncionamento , no proces so 98 mi l milhões em 1976-80 e 102,3 mil milhões em 198 1-
de produ ção , estio indi ssoluvelmente ligados a sua orga- ~.
nizacio, nível de socia lizaçio , c ondições de !mprego, i De um modo geral, o pot encial da BTM da URSS nos
todos eles d eterminados pelo sistema de relaçoe11 de ,neados dos anos 80 permite q ue a economia do país se
produçio e pelo grau de maturi~ade. . . ldesenvolva_numa base próp 7í!, ~perfe i çoando essa própria
Nos meados dos anos 80, ~ BfN do soc.1al1smo -º~ URSS ISTM e s~t1~fazendo as exigenc1.as colocadas pela socíe-
Rtingiu um grande desenvolvtmento . Os fundos bas1cos Idade socialista.
4 -1
- 24 - -25-
1
1
1
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# • f
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~es objectos de uso será avali ada e comparada entre s.i. e dades da sociedade .
em r elaç5o à quantidade de t rabalho necess ario para produ- As proporções d o trabalho social, a ssumem n ovos traços>
zi- los e, em última análise, det e rminará o plano"5. o s eu objectivo e con teudo passam a incluir o bem- e star
A formação da es t rutura da produção s ocializ ada e o desenvolvimento multi lateral das c a pacida des de todo s
socialista é c ontrolada pelo Estado dos trabalhadores.· os membros da sociedade . Po r isso , a distribuição equili-
A sociedade de.termina a li ga ção entre a quantidade do brada do trabalho surge c omo forma objectivamen te necessá-
t empo social de trabalho n e cess ário para a produção de um ria de movimento da produção social dominada pela l e i eco-
objecto e o volume da nece ss idade social por ele satisfei t ~ nómica fundamental d o s o cialismo .
K. Nar x sublinhou a forma planificada e ime diatamente so- O dese nvolvimento planificado é impossíve l s e m a
cial do trabalho e do tempo de trabalho c orno medi da uti- interliga ção total da economia s oc ial, em que os diferentes
l izada pela sociedad e para regular a s proporções da produ- elos da cooperação geràl do trabalho são organizados pa ra
ção s ocializ ada : " Sua d istr.i.buição s ocialment e planeada a produção coordenada do produ to soci al globa l . Pressupõe -
e stabelece a proporção a dequada entre as d i versas funções se7por conseguint e, que à escala de t oda a sociedade
11
do trabalho e as diversas nece ssidades 6. existem o equilíbrio e a c oordenação o a actividade econó-
A discribuição ào trabalho s ocial segundo os t ipos de mica.
produção abrange t anto o trabal ho vivo corno o ma t eriali- A manutenção permanente. do referido equilíbrio não
zado ~m diferentes meios de produção . As p r oporções carac- q uer dizer, contudo , que a correla ção e n tre d i versos
terísticas dos diversos tipos de trabalho constituem uma s e ctores da economia permaneçam i mu táv eis ao longo dos
unidade e são elos interligados da economia nacional una. anos, pois isto prejudicaria o aumento da e ficácia e
O facto de as múltiplas proporções s erem reciprocamente a satisfação mais plena das crescentes necessidas mater iais
coordenadas e correspondentes, significa que o equilí brio e espirituais e por Último , s e ria contrário à lei econômica
depende de muitos factores à e s cala de t oda a economia . f undamental do socialismo. O equilíbrio permanente exige
A forma social e a maneir a c omo se estabelece o equilíbrio não a manutenção das proporcõ es estabelecidas , mas que se
na economia . dependem plenamence do regime econó mic o domi- garanta a c o ordenação r ecíproca e o equil í b rio e n tre todas
nante e, particularment e, das r elações de propriedade a s proporções de distribuição do trabalho social , por
dos meios de produção . um lado , e o volume e a estru tura das necessidades socia is
No capitali s mo , a di s tribuição do trab alho v i vo e globai s, por outro, que se veri fique o equilíbrio de
materializado assume a forma espontânea de merc ado , pelo toda a e conomia nacional face is alterações das ne ces s ida -
que as pr oporções econ6micas e os vínculos da prod ução so- des e proporç õ es económicas c oncretas nas condiçõe s do
cial se materializam median t e oscilações permanen t es , progresso técnico contínuo .
d issipando a rique za nacional e agravando a si t uação dos Na economia Dacional, as proporçõe s fo rmam-s e com
trabalhadores. 11
• O capitalismo, esc r e v eu Lénine,
•• base no progresso científico- técnico em todos os ramos d a
precisa da crise para cri ar um equilíbrio permanentemente produção sociálista . Daí, o dinamismo do equilíbrio
abalado ... "7, A situação típica da e conomia c apitalista económico que garante o incremento da eficácia da produção
é a permanente quebra do equilíbrio económico. li) social. A nova técnica pe rmite criar mais valores materia-
Uma v ez firmada a propriedade d e todo o povo sobre· t'-
'(l)
i s, e, res pec d.vamente, sa.tisfazer melhor as necessidades
os meios de produção, são radicalmente transformadas a '(li sociais crescente·s , mantendo ao mesmo nível (ou até redu-
fonoa económica dominante de distribuição do trabalho z indo) os gastos do trabalho social .
s o cial entre os diverso s elos da produção. social , e o A const rução da sociedad e socialista desenvolvida foi
carácter e a forma do equilíbrio económico ge ral. O so- acompanhada, na URSS , de notáveis transformações na escala
r. i a lismo oferece a possibilidade e exi ge q ue o tempo de e estrutura da produção soci a lista que~. tornaram mais
-128 - 17 - 1 -1 29-
,, ,1 • -
c ómplexas com a ampliaçao dos laços economicos e o avanço Na sociedade dominada pela propriedade privada, a
da revoluçã o científico-técnica . I sso s erv iu d e base produção é regulada p ela le i do cus to. A s ua acção é
ob j ectiva para a transfor mação das p r i ncipai s proporções garantida pelas osci laçõ e s espontâneas da oferta e da
~i produção social, facto corroborad o pelos números s e guin- procura e pelo respectivo movimento dos preç os de mercado
tes. De 1970 a 1983, a parcela dos trabalhadores da esfe- sob a influência da concorrência entre os produ tores.
ra de produção material baixou de 77,1 para 73,4%; Através da lei do valor realiza-se a lei da mais-valia
respectivamente, a parte dos ocupados na esfera não-produ- e outras leis económica s do capitalismo.
tiva subiu de 22,9 para 26,6%. No entanto, o produto social Nas condições da prod ução socialista imediatamente
bruto, a produção da indústria e agricultura, duplicou8. social, a economia é regulada pela lei do desenvolvimento
Para garantir as devidas proporções e o equilíbrio planificado e equilibrado. A revelação do seu conteúdo
dinâmico da economia nacional, realiza-se a regulação e o permite definir o mecanismo objectivo mediante o qual ela
controlo das proporções económicas gerais (entre a produ- é realizada,e a interligação num sistema único de todas
ção e o consumo do produto social, entre as duas subdivi- as outras leis económicas do socialismo.
sões da produção social , entre o consumo e a acumulação A lei do desenvolvimento planificado da economia ofere-
na estrutura do rendimento nacional, etc.). Também são ce condições favoráveis para o aumento da eficicia da
r e guladas as propor ções d entro e entre os ramos a nível produção, economia do tempo de trabalho e crescime nto
de tod-0 o complexo económico, regiões económicas e unida- indeclinável do rendimen to do trabalho social .
des administrativas territoriais, por exemplo, repúblicas A s a tisfação das necessidades e as alterações no
federadas, para o nivelamento geral do desenvolvimento rendimento do trabalho dependem não só dos meios de pro-
económico e a formação de um complexo económico único e dução que podem ser cria dos, mas também em medida consi-
eficaz à escala nacional. · derivel, dos meios de produção já existentes, do seu
O desenvolvimento da cooperação económica em geral aproveitamento racional e da economia de todos os recursos
e da cooperação internacional socialista em particular materiais e energéticos.
faz com que se amplie e aprofunde a socialização do tra - A orientação da produção socialista para a satisfação
balho e surjam condições para que a lei do desenvolvimento cada vez roais plena das necessidades dos trabalhadores e
planificado e proporcional da economia ·comece a actuar o desenvolvimen to multilateral do indivíduo determina o
à escala de toda a economia socialista mundial. Cresce incremento da produção e o aperfeiçoamento das relações de
a importância da actividade planificadora colectiva dos produção acompanhada da solução das tarefas sociais corres-
países socialistas e da regulação das proporções económi- pondente s, pbmeadamente, a transformação do carácter do
cas internacionais de acordo com os interesses gerais e trabalho e o aperfeiçoamento da distribuição dos produtos .
particulares dos parceiros. O desenvolviment o de todas as esferas da p rodução social
A manutenção permanente do equilíbrio económico deter- é regulada p ela socied a de com base na cogn ição da l ei
mina a necessidade de criar as respectivas reservas e da planificação e de todo o sistema de leis económi c as .
stock material Óptimo que garanta . a reprodução social A sociedade ut iliza conscientemente a lei do d esen-
normal e satisfaça necessidades imprevistas. A fundamenta- volvimento planificado e equilibrado e as o u tras leis
ção cientifica das normas (e de todo o material normati- e conómicas do socialismo. Daí , o pape l particular da
vo) e o respeito rigoroso p_~la disciplina do plano são actividade económica do Estado socialista, que, no pro-
particularmente importantes. (O cesso de organização planificada da produção social, as -
A regulação planificada. da economia nacional não só segura a coordena ção d os interesses económicos das clas-
estabelece proporções objectivamente condicionadas . entre fü
1 ses e grupos sociais de trab alhado res e a posição dominant e
o_gasto . do trabalho,os meios materiais e as necessidades dos interesses de todo o povo. Neste p r o c es so, as for.mas
sociais, mas também mantém a concordância permanente das e métodos de direcção e con omica realizada pelo Estado são
formas de organização social do trabalho e da produção ao obj ectivament e condicionados pela a cção da lei do desen-
nível e carácter das forças produtivas. volvimento planificado e equilibrado e p elo n ível atingido
-130- 17-2 -131 -
" nà construção s ocia li~ta e _comuni:t~. A ~ctividade dos O AP~RFEICOAMENTO DAS RELACÕES DE
6rgãos do Estado na d:recçao _eco~omica visa~ antes de DISTRIBUI CÃO
tudo, dominar o mecanismo obJec t i vo de funcionamento das
leis econômicas e modificar o mecanismo económico nacio-
, nal de modo a que corresponda a essas leis e às novas Evgueni KAPUSTIN,
condições de produção. membro corresponden te
O nosso país cem uma riquíssima experi ência de direc-• da AC da URSS
ção planificada. No entanto, face ã crescente envergadura
da economia e objectivos de intensificar e aumentar a
eficácia da produção e a qualidade de todo o trabalho, e Mediando entre a produção e o consumo, as relações
necessário melhorar ainda mais a planificação , empregar socia l istas de distribuição têm como principal missão,
habilmente todas as alavancas e estímulos económicos e por um lado, levar a produção atê ao consumidor, satis -
aperfeiçoar a es trutura organizativa e os métodos de fazer o mais plenamente possível a procura dos membros
direcção . da soci edade , des envolvê-las em todos os sentido s e,
As medidas toma das pelo Parti do Comunista para no final de contas, elevar o rendimento socioeconómico
aperfeiçoar a planificação decorrem dos traços e vantagens da produção; por outro lado , criar, manter e des envolv er
fundamentais da produção imediatamente social, e reflectem o incentivo materia l para que todos os membros da socie -
o grau mais elevado da sua concentração socialista atingi~ dade participarem o melhor possíve l na produção socia l .
da na sequência do desenvolvimento das uniões da produção· O aperfeiçoamento das relações de distribuição é uma
o mais alto grau de maturidade da propriedade socialista. das condições indispen sáveis à realização da política
económica do Partido, orientada para urna brusca mudança
para a intensificação económica , a fim de el evar a efi-
ciência da produção social . O aperfeiçoamento da distri-
V.I.Lénine, Obras Completas, vol. 36, p. 175. buição e o rigoroso controlo da proporcionalidade entre
2 a contribuição laboral e a distribuição são, ao mesmo
Ibid. , vol . 1 , p. 253. tempo, fac tores fundamentais da materialização da lei
3 econónµ.ca fundamental do socialismo.
Ibid., vol. 6, p . 232 .
4 Ibià., vo-1. 37, pp. 2 1- 22. As leis da distribuição socialista
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respons ável por cerca de 80% d o aumento dos rendimentos 0<') -'1" -
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dos trabalhado r e s, o que demonstra serem decisivos os - N
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rendiment os laborai s
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pendendo da complexidade, intensidade, r esponsabilidade
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em duas partes de todo o fundo de consumo individual, a
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ção do nível mínimo necessário e possível, em determinadas
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condições, da sat isfação das necessidades materiais e
ti) espirituais dos trabalhador es e · dos membros das suas
famílias (incluindo os i naptos para o trabalho) e o e s ta-
UI
o belecimento , ness a base, do salário mínimo (co ns i derando
O 0 0 V'\0 Ll"ION
ij -.:T U-, I.O \O r- r- 00 00 as subvenções dos fundos sociais de consumo).
°' °' °' °' °' °' °' °' A solução do p r oblema é obstaculizada pe l a dificuldade
em dividir o fundo de consumo em fundo de rendimentos
-143-
.,
~onetãrios e natu rais mínimos e f undo de es t í mu los. Tan to o si stema de t arifas c onsti t u i u n a e conomia n ac iona l d~
as n o nnas ·raciona is, cie ntíficas d e con s umo c o mo as s uas URSS , 66% do f undo geral dos s alá rios aos op erarias e
normas mínima s, de p e nden tes das primeiras , alteram-s e com 7 1% do fundo s ala rial dos e ngenhe iros e técnicos . Êssa
Q crescimenco das própria s necessid a des e, ainda mais, c o m parte fundamen t al do s alár i o d e v e s e r u t i li zada para
a maior possibilidade de satisfazê-las. Po r um lado, as estimular t an t o o s trabalhos ma is d ifíceis, c omo o s seu s
normas mínimas (e, por conseguin t e, o fundo necessário r e s ul t ados c onc re t os .
à s ua garantia) são objectivamente determinadas pelo v o l u - Na li t eratura e conómic a sov ié t ica, princip almen te na
me e estrutura das necessidades, -bem como pelo desenvolvi- p as s ada, s ublinhava- s e apenas um a specto do sistema de
mento das forç as produtivas da sociedade social ista em tarifa s - o estímulo, c om a sua ajuda ao traba lho mais
cada etapa. Por outro l ado , são, em c erta medida. subjec- comp lexo ( qua lif i cado), pesado e e m condições d e s a g ra -
tivas, já que são determinada s pela sociedade . diveis. Nã o era rec onhe cida a ou tra missão do s i st e ma de
Os crit érios da sua determinação são as normas racio- tarifas - e s t i mul ar não apena s a s poten cia lidad es do
nais de consumo. A transição dessas normas para normas trabalha do r , res ul t ant e s , da sua educaç ão , i n s trução
mín imas faz-se substituindo ci entificamente as mercado- g eral e e s peci alizada e capacidades a dq u irid a s, mas ma -
r ias e serviços mais em moda, de prest ígio e qualidade ter ializar essas capacidades na ac t i v idad e lab ora l, n a s
e, portanto, ~ais caros, por outros mais baratos, mas operações produtivas, ou seja, e s t imula r s i mu l taneamen-
sem baixar o número d e calorias dos produtos alimen tares te os resultados do t rabalho.
nem o sortido da roupa , do calçado e de outros artigos Em certa med ida, esta posição con t r ibu í a para d i v ul -
d e amplo consumo . . A est i mativa das necessidades mínimas gar a ideia incorreta de que a e s cal a s alari al e • os
a preços correntes permite passar das normas mínimas de vencimento s fix os eram a remunera çio d o tempo ~ ti l ga r a n -
c.o nsumo aos rendimen tos mínimos. Estes são determinados, tida pela sociedade e q ue para e s t i mular o s re s ul t a d o s
inicialmente, tendo- se em vista uma família com um n~me- do trabalho deveriam ser concedid o s obrigatoriamen te pré-
ro médio de pessoas que trabalha m e de pess oas a cargo . · mios , bónus e assim por diante.
Além diss o , os rendimentos mínimos consistem de duas par- Entretanto, o reforço dos estímulo s s alariai s req u e r
tes: uma, proveniente dos fund os sociais d e consumo em nec essariamente a sua dif erenci a ç ã o não de acordo com
forma mo n e tária e na tural; outra, d o salário mínimo em a s potencialidades do traba lhador, fix adas , na mai o r i a
dinheiro. das vezes , na s ua categoria pro Eis s ional ou habili t aç6 es
O vo l ume dos ~alários mínimos c o n;id e rando o n~mero adquiridas num estabelecimento de e nsino , mas em cQnfo r -
total dos ocupados na produção · social formam o fundo sala - midade c om os resultados e as carac terísti ca s qualit at i-
rial mínimo e o fundo de distribuição mí nimo segu ndo o vas do seu trabalho real, que exige dete1-minada qual i fi-
traba lho nos kolkhoies. A parte restante do fundo sala- cação. intensidade, dispêndio de energ i a físi c a e nervo -•
rial é utilizada para a diferenciação dos salários de sa. Portanto , o salário servirá para e s t imu l a r ma teria l-
acorde com a quantidade e a qualidad e do tra balho. Isto mente nio qualque r elevaçio de qual i f icaçã o, i ns truçã o
p e rmit e três forma s de estímulos mat e riais a o s trabalha- ou apti dão, mas somente, em primeiro lugar, a ne c e ssár i a
dore s: ~s t ímulos par.a a ex ecuç ão de trabalh o mais comple- à execução do trabalho e, em segun d o l u ga r , t raduzida
xo e responsável e menos atraente pelas suas condições"' em res u l t ados . Só assim se obterá um d u p l o efeito através
con'teúdo criativo, principalmente, físico e monótono; d o sistema de t arif a s para os operirios ou do sistema
e stímulos para os resultados individuais e colectivos (Ô d e vencime n t os fixos p a r a os e n g e nheiros, técn icos e
do trabalho; estímulo do interesse dos trabalhadores da l'- funciónários: Õ- e;-ttiiii:ifó\ t anto da execucão de trabalhos
(j)
empresa (assocíaçio de empresas) nos r e sultados globais mais complexo s , pesados e de responsabilidade corno melhor
n:i mesma . "' e mprego da qualificação e de todas as potencialidades do
Nos anos 70 a parte dos salirios* distribuída segundo trabalhador, da obtenção de melhores r esultados finais.
Ao mesmo tempo, isso não exc lui, mas, ao contrário,
.,, Ca l.C'tt lada sem considerar as férias e os acréscimos zona is
'pressupõe a canalização de determinada parte do fundo
(d:idn.s r.e l ativos a 1977).
-14 4- 19-1 - 145-
salarial para O es tímulo material suplementar dos re- me lhor qualidade da produç ão, c omo pelos resultados
sultados quanticativos e, principalmente , qualitativos globais do traba lho do sector, of icina, empres a ou de
do traba lhá . Os prémios do fundo salarial (inc luindo os todo o agrupamen t o ind us trial.
pagamentos do fundo da empresa para o estímulo material) Deste modo, no socialismo desenvolvido, a orientação
constituem para o s operários 16,6% e para os engenheiros
e técnicos 20,1%* de todo o fundo de remuneração do tra-
determinante da estrutura dos s alários não e a r edução,
mas, ao contrário, a ampliação da parte destinada a
balhos. Como é natural, apenas essa parte do salário estimular a execução de trabalhos mais complexos, pesados
r elativamen te p equena, não estimu la plenamente em termos e, o que é importante, d e maior rendimento individual
materiais elevados resultados laborais. t necessário que e colectivo. A t endência geral, a lógica da evo lução
todo o sal á r io seja u t ilizado com ess e fim, designadamen- a c urto prazo das relações de d i stribuição será o
te, a s ua parte fixada na escala salarial. Tal método aprofundamento da diferenciação da remuneração do trabalho.
isto é, a u t 1lização das t abelas salar i ais e dos v enci- I sso coaduna-se inteiramente com os princ í pios que
mentos fixos para estimul ar os r esultados reais do tra- regem a evolução das relações socialistas de produção.
bal ho , resolve, em gr ande medida, um problema que se Uma particu l a r idade impor tant íssima des t e processo é a
arrasta há muitos dec é n ios - a definição da parcela transição para relações do comunismo completo não em
Óptima da parte fixa do salário. resul t ado do gradua l debi litamento das leis económicas
Actualmente observam-se várias tendências na diferen: inerentes à fase inferior do comunismo - o s ocialismo -,
ciação dos rendimen tos laborais. Uma delas reve la- se na mas através da· sua materialização cada vez mais ampla
necessidad e objectiva de con t i nuar a aume ntar as distin- e profunda e da observância cada vez mais rigorosa dessas
ções na remuneração do trabalho complexo e do trabalho leis na direcção da economi a nacional.
simples face a o surgimento de cercos elementos de iguali- O mesmo se poderá dizer das relações socialistas de
tarismo na distribuição que se refle ctem negativamente distribuição . A redução das dif erenças salariais não
na produtivi dade do trabalho . Esses elementos sur giram constitui um problema da fase do aperfeiçoamento do
no pós-guerra com a e l evação periódica do salário mínimo. socialismo desenvolvido. Existem dois problemas distin-
A r edução da d i ferenciação salarial estava muito avançada tos, embora interligados: um é o aumento da diferenciação
em relação às respectivas mudanças no conteúdo do t rabalho atendendo à quan tidade e à qualidade do t rab a lho , às
Por isso, é preciso não só conservar a difer enciação condições em que é executado e, o que é importa nte, aos
salarial vigente, principalmente entre operári os, técni- seus resultados; outro é a diminuição, por todos os·
cos e engenheiros, como ainda aprof undá- l a nos próximos meios, das diferenças existen tes no conteúdo e nas con-
anos, de forma a que corresponda às distinções -i~bor aís . dições do próprio trabalho (eliminação do trabalho não
A out r a tendência 'd1.z respeito ao desequifibrio dos~- ou pouco qualificado , sua mecanização global , a elevação
recursos laborais e a necessidade, daí decorrente, de do seu carácter criador , et c.) e, somente nessa base ,
elevar a remuneração do trabalho pouco qualif1.cado, monó-' red ução das diferenças n os rendimentos do s trabalhadores
t ono e não criat i vo,sobretudo,qu ando executado emcondiçoes em estrita conformidade com as alterações da natureza
desfavoráveis, ou seja , não do agrado dos trabalhadores . do trabalho e seus resultados .
I sso conduz i nevitave l mente , por um l a dÓ, ao aument o Confundir e stes dois problemas, interligados, mas
da di ferenciação da r emuneração , atend endo às condições distintos, será ten tar a ument ar a homogeneidade da
de traba lho e, por outro , a- certa redução da difer enciação lO s oc iedade s em alterar a na tureza e o conteúdo do tra-
clos salários conforme a complexidade do trabalho, t--
ba lho, sem liquidar, pouco a pouco , as di sparidades so-
Uma maior diferenciacão da remuneração é necessár ia 1»
N cioeconómicas mais notórias, ou s e j a , s em erradicar a
também pa:,:-a aumentar o ·i n t er~sse materi al tanto por uma ca usa do pr.Óprio f enômeno, mas i ntroduzindo elementos
d e i gualitarismo na distribu ição dos bens mat eri ais e
* Para certos trabalhadores, essa parte do salário pode espir ituais, alterando assim a c onsequência e não a
ser significativamente superior~ mPni~- causa. Naturalmente, querer solucionar assim o problema
- 146- 19-2 -'147-
da homogenei zaçio s oc i al seri avoluma r as dificuldades o
• e desproporções, canto na economia nacional , c omo em .u
-
µ
,., 1/) (I'.) 1/) op.
OJ
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cada a v ida social, em virtude da queda do i nt e r e sse o .....
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A superação da contrad i ç ão relat iva entre os interes- <O s
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alcançado através . de esforços c olec tivos , com controlo e trovsk, Krivoi Rog e Dnieprodzerjinsk manife s taram-se a
_favor?ª _res ponsabi lidade material e moral co lectiva .
- 154- 20-2 - 155-
Em dive r sos r amos da economia nacional trabalhou- se AS RELAÇÕES SOCIAI S E MONETÁRIO -
muit o no aperfeiçoamento de formas co lectivas de organi- MERCANTI S NO SOCIALISMO
zaçi o e estímulo do trabalho. S~ na indústria, em 1981 -
1983, o núme r o de operários que tra balharam em br igadas
cresceu 4,6 mil hões. Evgueni GORODETSKI,
Proximamen t e , a atenção priioordial d eve ir ·para o doutor em Ciências
trabalho em b rigada com base na resp ectiva r eorgan ização Económicas
do sistema de planifi cação e de e s tímulos e no aperfei-
coamento da organização da produção . Deve dar - se prio-
ridade à formação de grande s brigadas que trabalhem em A expe riência da União Soviética e dos outros países
au togestio finance ira e visando tarefas únicas, onde a socia listas d emonstra , convince ntemente , que, na produção
remune ração l e ve em conta os resultados f inais e social, con servam-se as relaçõe s da produção mercantil e
se ja distribuída d e acordo com o coeficient e de partici- a lei do valor, as quais influem no volume , es trutura
pação laboral . e métodos da organização da produção. A prática demons tra,
a inda , que exis t e uma determinada li gação entre as rela-
ções monetário-mercantis e a s r elações de interesse ma te-
rial imediato nos r esultados do trabalho e , portanto,
entre as ·formas de v a lor e o estímulo económico.
Na nova r edacção do Programa do PCUS., aprovada pelo
XXVII Congresso do PCUS , res sa lta - se a nec essidade de ut i -
K.Mar x e F.Engels, Obras, vol. 20 , p. 206 . lizar mais plena mente as relações monet ário-mercantis em
2 conformidade com o novo c onteúdo qu e elas adquirem no
A Economia NacionaZ da URSS em 1982, Moscovo. 1983 . socialismo.
p. 3?5. Por is so, é importante e actual estudar o lugar e o
3 papel das relações monetário-mercantis na produção
Ibid., p . 381. socialista, directamente social e planificada, bem como a
4 ligação e n tre as relaçÕe$ directamente sociais e mone tá-
Ibid. • p. 382. rio- mercantis.
5 V.L.Rakochi , O Aperfeiçoamento dos Prémios na Indústria
Moscovo, 1983. * * *
6 A transformação do produto do traba lho em mercadoria
Calculado com base nos seguintes trabalhos e s tatís- verifica-se em dife rentes formaçõ es socioeconómicas .
ticos: A Indústria da URSS, Moscovo, J964, p . 58; . Quanto. estas surgiram, ou seja, no p eríodo da decompo-
A Economia Nacional, da URSS em 1922. . 19 22 · sição da sociedade primitiva, as relações mercantis evo-
·1972, ·Moscovo·; · 1973, p. 356; A Economia Nacionat" d.Õs luíram espontaneamen~e e foram ~dquirindo, pouco a pouco,
Pa{ses do CAME em 1970, Moscovo, 1971, p. 402; A Economia traços inerentes à produção mercantil em geral. Po~ terior-
Nacional- .d a URSS em 1980, Moscovo, 1981 , pp. 137, 384 ; mente, o desenvolvimento da produção social levou ao aumen-
A Economia NacionaZ da URSS em 1982, Moscovo, 1983, to gradual e consequente da importância da forma mercantil
pp. 127~ 370. de economia, que à medida que se aperfeiçoava , superava•
e decompunha a ·forma natural de produção . A extinção da
forma natural de economia explica-se tanto pelo surgimento
de formas económicas completamente novas (val or, moeda,
-157-
, p reço , l ucro, juros, e tc.), que subs tit ui ram as relações
·r tem que ser i n condicionalmente l i quidado tudo o que o
antigas, como pel o d e senvolv i mento de novos traços e capitalismo introduz i u na, há muito conheci da , economia
propr iedades no s eio das forma s antigas . Um claro exemplo mercanti l. Num aspecto mai s amp l o, isso exp r e ssa-se na
· deste Último caso é a renda fe udal . supressão das condições e caus as da transformação da
A seguir, a produção me rcantil madura começa a con- fo rça de trabalho em mercadoria, na eliminação, da área
verter-se, espontãn·e a e paulatinamente, numa forma gera l económi ca , de categorias como capital e ma is-va lia, da
e típ ica de e conomia. Esse processo, que se obs e rvou no paupe rização rel a tiva e absoluta da cla sse operária, da
períod o da decomposição do feudalismo e nasc ime nto dq superpop ulatão relativa, crises e conômicas de superpro-
novo sistema económico, o capitalismo , formalizou-se dução, renda absoluta, e tc .
juridicame nte e consolidou-se com a vitória da revolução A criação de relações socialistas de produção, como
burg uesa . Na sociedade burguesa, a produção mercantil atin- o demonstra a experiênci a da União Soviética e dos outros
ge a fase superior do seu des envo lvimento, assume um países socialistas, não l iquida plenamente as relações
carácter geral , torna-se a forma, típica , predominante monetário-mercantis nem a lei do valor n as rel ações
de produção . Ela penetra em todas as esferas da produ ç ão económicas d a fase inferior do comunismo . Entretanto ,
burguesa . Somente no capitalismo a formação socioeconõmi- as relações socialistas de produção, principalmente, a
c a pode ser vista como sistema de organização mercantil planif icação, como forma geral de e volução , como prin-
da produção . Entretanto, n ão se .pode deixar d e notar que , cipal relação de produção, i mbuindo as r elações monetá-
també m n esse caso, não é lícito iden tificar a produção rio-mercantis, definem a sua natureza , esfer a de acção
mercantil com a produção c apitalist a, nem que as rela- e tendências . A fórmula "relações monetário-mercantis
ções da produção me rcantil na sociedade burguesa são com um novo conteúdo, socialista", conhecida na l iteratu~
apenas processos superficiais. "No con j un to da sociedade ra eco nómica , r e fere-se a um dete~inado conjunto d e
burguesa actual - dizia K.Marx-, a fixação dos pr.eços t raços inerentes às r elações monetário- mercantis da p ro-
das mercadorias, sua circulação, etc., aparecem como dução social e planificada na sua fase infe rior. Trata-
um proce ss o s uperficial; mas é sabido q ue , no fundo, se, ma i s concre tamente, dos seguintes aspectos .
desenv olv e m~se movimentos completamente disti ntos, em 1. Nas rel a ç ões econó micas da fase i n feri or do comu-
que d esaparece esta aparente igualdade e liberda de dos n ismo existem formas rnonetário~mercantis que inf luem ,
indivíduos"l. em certo grau, n o volume e es trutura da produção . Isso
Por fim, a história diz-nos que em nenhuma das etapas é demonstrado p ela história da planificação do s preços,
da produção social as relaçõe s monetár i o -mercantis actua- pela utilização, na prática da economia socialis ta , do
ram como um conjunto completamente independente de preço d e custo, lucros e rentabilidade, moeda e circula-
relações económicas. O seu conteúdo, papel, esfera e ção monetária, crédi to e autogestão financeira. Estas
propor ções, as principais direcções e natureza de seu formas de mercadoria-valor mantêm ainda, por força de
desenvolvimento são determinados por relações econômicas causas objectivas, uma determinada ligação com a "pro-
específicas, sobretudo pela principal relaç ã~ de produ- dução mercantil em geral" .
ção. As relações monetário-mercantis não bastam para reve~ 2. A natureza do socia lismo, os seus traços essen-
lar a natureza de um sistema hi stórico de relações de ciais emprestam certa peculiaridade às relações monetá-
produção . rio-mercantis, e determinam o seu lugar específico no
A socialização socialista da produção, ao liquidar modo de produção. A produção mercantil, embora exista
as relações de produção ·capitalista, di( origem a uma no- no socialismo, não actua como forma económica geral,
va etapa da produção mercantil, Inicialmente, o surgimen- típica e dominante. Os aspectos das relações de produção
to e desenvolvimento das relações - socialistas de produ- organicamente ligados à socialização socialis~a e por
ção possibilitam e exigem a extinção da produção mercantil esta gerados subordinam as relaçoes de produção mercan-
corno forma generalizada e dominante dos ·processos econó- t i l , criam premissas e conômicas para a limitação do
micos . Estabelece ~se a economia planificada. Para isso, desenvolvimento espontâneo não previsto pela sociedade .
-1_58- -15_9-_
3 . O principal produtor de mercadorias é , no sociali smo novos , que negam (mas não abolem) o antigo ~onceúdo,
• a un idade produtiva básica - a empr esa (associação de comecam a revelar-se na mercadoria , mo~da , valor, pre~o ,
empres as ). Em par te c onsiderável (abstraindo- se da econo- lucros , renda, juros , c r idicos, etc .
mia cooperativa) a unidad e produtiva básica é criada à
, c us ta d e toda a socieda de. A s ociedade , r epresentada • * ..
pelo Estado socialist a , reflectindo o i nteress e económi-
co fundame ntal dos trabalhadores, define as principais Como j á atrás sub linhámo s, a afirmacão das relaçÔed
funções produtivas de cada un idade básica de produção·e 1ocialistas de produção e a soc i ali z a ç ão social.isca da
estabelece , de forma planificad a , as suas ligaçõ es econó- producio e do trabalho nio superaram t ota lment ~ as r e l a -
micas com o ramo, sub-ramo, complexo inter-sectorial e ções de produçi o me rcantil e a l ei do valor. lsso i um
outras unidades produtivas básicas. fa c t o hi 11tórico c onfirmado pela expe r iência da União
4. Vár ias propriedades da "produção mercantil em geral " Soviét ica e d emais pa[s ~s s oc ialist as. Em c ertas propor-
foram já superadas pelo socialismo (por exe mplo, o papel cõ es , t a is · rel açõ es prolongam- se até à fase inf~rior
d eterminante do interesse particular , isolado , na produ- d o c omunismo. A esp ec ificidad e res i de e m q ue a esfera
ção; a contradição entre o trabalho privado e s ocial; as dessas r e laçõe s não es t á di.rec came nce li gada à liocializa-
relações de concorrência e a a narquia da produção; a fa- çio soc i al is ta , sendo por n atureza contrária aos pri n-
lência e diferenci a ção dos produtores imediatos). Na c [pios fundamentais da produção s oc iali sta . Ao mctõmo
sociedade soc ialis ta , o traba l ho dos operários é, j á no t empo , a s relações monetár i o-me rca n t is e as formas d e
próprio processo de produção , imediatamente social, plani- valor são componentes d e um mesmo sistema ec onómi co e
fi cado e coordenado. E, por na tureza, um trabalho colec- p l anif icadamente utilizad as pe lo Estado so ciali sta no i n-
tivis t a de p rodutores associados . Como tal , é encarado teresse da construc; ão do comunismo. Por iss o , coloca- se
pela socie dade e d is tri buído planificadamente por secto- um problema de importinci a t eórica e pritica: q ual a na -
res , ramos, regiões e empresas , de acordo com o volume tureza e a espe cificidad e , no socialismo, da liga c ão
e estrutura das necessidades sociais. entre as ralac;Ões monetário- mercantis e as r elacõt:s i me-
5. O desenvo lvimento das relações monetário- mercantis d i atamente sociais?
não é i g ual, nem nas dif e rentes etapas da c o nstrução do Uma das s o luções é c ons ider ~r as r elações monetá ri o -
socialismo , nem nas diferentes esferas da produção social . merca nt i s no social ismo como uma forma especia l, uma va-
São de destacar os seguintes níveis: economia nac ional, ria~te de relações planificad as , imediatamente socia i s.
ramo, r e lações entre ramos , entre as unidades produtoras Neste cas o , e l as actuam como produto da s ocia lização
básicas e ainda entre os sectores estatal e cooperativo soc ialist a da produc;ão . as contradicÕes ent r e uma s e
da economia , o movimento dos bens de consumo na esfer a out ras de saparecem e as r elac;Ões mone t ário-mercant is pa s -
da circulação. s am a ter uma nova essência.
Não se pode deixar de ver cer tas diferenças no fun- Ma s e s ta solução, apesar · da sua atractiv i dade , t orna-
cionamento das relações monetário-mercantis nas distin- se muito vulne r ável , se e xaminada com maia a tenção. An -
tas etapas da edificação do socialismo*. tes d e mais nad? , i mpõe- se q ue st ionar:
6. As re l ações monetário-mercantis e as formas de 1. Por q~e é que a social i zação soc ialista, l i ~ u ida ndo
valor , exis tentes na produção p l ~nifi cada , não só se as "velhas're l ac;Ões monetá rio - me rcanti s , dão origem , no
subordinam às re l ações especificamen t e soci ali stas, como en tanto , a '«novas" r elações mercantis, social i s t as ?
também vão assumindo, pouco a pouco, um novo con teúdo 2. Qual o lu gar d o conceito ' 'relações monetá ri o- mer-
social . uma nova função social. Traços completamente ~ can tis soc ialistas" na estrutura económica do sociali smo?
r--
cr'J Em que cons i ste a sua esp ec ificidade e qual a sua l iga-
k Esta questão merece uma atenção e special e por isso l.' I ção com as re l ações básicas?
1ão é analisado no presente art igo . 3. Só surgem no socialismo •nova~relacões monec a r Lo-
merca nt is e ~ o vi' lei do v alor, ou esse processo ob~erva -
-160- 21-1 -161-
se s empre aqu a nd o d a transição de uma formação socio- relações monetário- mercantis devem d isti ng u i r-se t an to
económica para outra ? 08 seus pon t o s essen c iais, c omo as f orma s em que se
~ impossível d ar uma res pos ta convincente a todas expressam .
• estas quest õ e s. Es ta concepção bas e ia- se, d e facto, na A separação dos i nte re sses económicos dos produtores
id entificação meta fí sica da e ss ência e do c onteüdo , o directos , a natureza privada do trab alho e sua duplici-
que não é correto. Ao me smo t empo, a dialéctica mate- dad e, o valor e a le i do valor são t raços e prop rtedades
rialista d e monstra que , enqu anto determin ado obj ec to se essenciais da produção mercantil em geral.
cons erv a como tal, a essênc ia do mesmo não se altera. A O valor de troca , o dinhe iro, preço são formas de
sua mudança significa uma mudança no próprio objecto, o expressão dos traços es senciais da pro dução mercantil.
surgimento de um novo obj ec to, qualitativamente diferente Mas não se deixe de notar que, entre essas formas econó-
do antigo. Por isso, quando afirmamos que, em determina- micas, exist e certa interligação e inte r d e pendência his -
das condições socioeconómicas, conservam-se e funcionam, tó r ica e l9gica. O valor de troc a actua como uma forma
por ~xemp lo, relaç õ es monetário-mercantis, daí se segue, social "ind e p endente" de expressão do valo r, como disse
inev ita vêlme nte, que a sua essência não se alterou nas K.Marx2. O dinheiro, na economia mercantil, actua como
novas condições. Ao mesmo t empo , por influên c ia de forças me dida dos valores d e troca, e o preço como fixa cão dos
externas às r e lações monetário-mercantis e que r eflectem valores d e troca através do dinheiro.
a essên c i a das condições s oc ioeconómicas da respec tiva e sabido que a produção mercan til é um r ef l exo da
soc iedad e , é possível, na realidad e , qu e· o conteÜdo das e ituação económica, na qual a natureza social do trabalho
próprias re l ações monetário- me rcantis evolua . não se revela directamente n a própria produção. O tra-
O refe rido critério de definição do l ugar e papel balho apresenta- se directamente como trabalho p ri vado,
das r e lações monetário-mercanti s no s oc ialismo elimi na a e somente no processo de troca evidencia a sua naturE> ?'.A
queBtão da diferença qualitativa entre as relações ime- social.
diatamente sociais, geradas pela ruptura revolucionária Mas mesmo na produção merc a ntil existem relações de
do sistema económico burguês, e as relações monetário- trabalho imediatamente social. A sua espec ificidade
mercantis. Tal critério não pe rmite revelar o conteúdo estã em que o trabalho imediatamente social não fixa nes -
específico e, portanto, o lu gar, o papel e os princípios se caso a característica socioeconómica do trabalho que
dessas relações muito peculiares na prática do aperfeiçoa- cria a mercadoria, nem a sua qualidade espec ial, mas a
mento do socialismo desenvolvido. Tais tentativas con- sua _fase conclusiva. No p r ocesso de produção ou na sua
duzem à l iquidação formal, mecânica, das contrad i ções parte inicial, o trabalho assume uma natureza privada,
entre as relações mercantis e a planificação. e, por forca 4a estrutura económica existente, surre
Ao mesmo t empo, como o demonstra a prática social, o como forma de trabalho abstrac to. Mas, objectivamente,
problema não consiste em formular a tese de que, no deverá revelar-se como trabalho social. Esse r econhecimen-
socialismo, as relações mercantis actuam como uma forma to social, na produção mercantil, ocorre somente no
especia l de planificação e de que entre uma coisa e p r ocesso de troca, através de uma mercadoria específica
outra não existem contradições, mas em detectar as bases como o dinheiro . Ao mesmo tempo, a peculiaridade das
das contradições reais, apontar a natureza e tendêneias relações económicas numa sociedade em que o produ.to do
das mesmas. Só assim se poderão elaborar , métodos e trabalho adquire a forma de mercadoria, em que o v alor
formas eficazes que supe~em as contradições reais e actua como qualidade económica das mercadorias, está em
expliquem o seu carácter e tendênc ias principais . que o dinheiro personifica o trabalho directamen te
(D
O esclarecimento da natureza e formas principais de I"'
social, sendo a sua medida. Revelando ~ natureza do tra-
integração das relações imediatamente sociais e monetário- Ci) balho encerrado na forma equivalente (isto é, na troca
C'J
mercantis deve partir do reconhecimento de que: a) as imediata), K.Marx sublinhou: " ••. não obscante ser tra -
relações monetário-mercantis constituem uma esfera espe- balho privado , como qualquer outro que produz mercadod. -
cial da s r e laçõe s soc ialistas de produção e b) nas as, é também trabalho em forma dire ctamen te soci a l"J.
--:162- 21-2 -163-
f
Pensamos que es ta característica do valor de troca, preço de me r cado . Essa distinção decorr e não somen t e
o u melhor, d a sua f o rm~ monetária, gera cond içõe s para do facto d e que o preço, no s ocialis mo, ser estabele cido
a especificidad e das relaç õ es mo ne tário-me rcantis no so- plan i ficadamente pe lo Estado socialista. Uma cara cter ís-
'cial ismo, para a interpenetração de relações aparente- tic a do preço planificado é que exerce uma função socia l
men t e opostas - as relaçõ es de socialização imediata do qualitativamente n ova por influência das relaç5es _de
trabalho e da produção e as r elações da produção mercan- produção originárias e fundamentais .
til. O valor de troca, o preço e o dinheiro são as mais Adquirindo um conteúdo novo, socialista, o preço vai-
i mpo rtant es formas económicas em que se expressam as se . tornando, pouco a pouco, planificadamente dirig ível, e
r e laçõe s da produção mercanti l, constituindo a faixa, a transforma- se num instrumento do plano, numa alavanc a
zona fronteiriça que entra e~ contacto c om as relações económica de medição e estímulo·do crescimen~o da pro-
da socialização ime diata. dução de elevação da sua eficiência e da s olução de gran-
Se , no socialismo real, existem relações d• produção des problemas socioeconómicos que se deparam na construçio
mercahtil, isso significa que funciona tambim, em certo do· socialismo . Constituindo um.a f o rma económica específi-
grau, o mecanismo que transforma o trabalho social, c oro ca, o preço planificado começa a açtuar como uma forma
a ajuda da forma monetária de valor, em trabalho direct a- planificada especial que determina e comensura os gastos
mente social. O socialismo, como fáse da produção direc- de trabalho social. Ele perde o papel de único indica-
tamentc socia li zada~ planificada , determina apenas certa dor social da direcção necessária do desenvolvimento da
especificidade q ue se observa ao funcionamento de formas produção. O preço planificado deixou também de ser um re-
de valor quando domina a produção directamente soc i aliza- gulador do mercado, i nfluenciador do custo de produção,
da. Por isso, elas ocupam um lugar subordinado na pro- dos lucros e t axas de lucros, o que, por sua vez, provoca-
dução social. Como as próprias r elações monetário-mer- va, de uma forma ou de outra , o deslocamento de capita is,
cantis, sofrem a influência das relações fundamentais , reorientações dos ritmos e sentidos do desenvofvimento
que determinam a esfera e as formas p rincipais do seu das diferentes esferas e sectores da economia nacional.
funcionamento, bem corno as suas tendências hist6ricas. Ao mesmo tempo, porém continua ainda sujeito à acção da
Tais circunstâncias· revelam-se no facto de as forma s lei do valor.
d e valor; que p ela sua natureza e origem aio mercantis e A duplicidade das formas externas de movimento das
estio g e neticamente ligadas i produçio mercantil, começa- relaçces monetário-mercantis suscita objectivámente· certas
rem a actuar como fonnas · especiais de express,ão do tra- contradições na sociedade socialista. '
balho directamente social. Constituindo um reflexo de Por um lado, registam-se contradiçõ es entre as for.mas
traços e propriedades ant igas, mas func ionando no sistema de valor como t ais e as formas econômicas g e radas pela
de produç ão socialista e influenciadas p el as r elações socialização socialista da produção. Por exemplo, contra -
económicas básicas , as formas de valor assumem uma nova dições entre o plano como instrumento económico, gerado
função social. Como resultado, nessas formas económicas pelas r elações de planificação, e o dinheiro, o preço e
há muito conhecidas observam- se traços e propriedades d e os lucros, que são utilizados na · planificação e estímulos
relações directamente sociais. As formas externas de materiais.
manifesta ção das r·elacões monetácio- mercantis começam a Por outro lado, surgem contradições nas próprias
actuar como uma expressão, em mercadoria e valor, das re- formas de valor, entre os novos e antigos traços e
lações de produção, que , ,pelo seu con teúdo e origem; propriedades, introduzidos nessas formas pel a social iza -
cão socialista. Estas c ontradições são re solvidas durante
estão longe de ser meccantis.
Neste plano, aprese nta um certo interesse o exame da o cresci.n:ento da economia socialista, a eJevação do nível
n a tureza do preço planifi cado, ji analisado por vários de socialização e o aperfeiçoamentc das r elações d e plan:i-
ficaçio e da principal r elaçio de produçio.
auto res 4 . No soci ali smo , o preço é ainda a expressio
monet iri a do valor. Ma s a natureza do s ocialismo levo u Ao mesmo tempo, .frise-se que é er rônea a ideia de que
i diferenciac5o r adi cais entr e o preço planificado e o toda s as relaçGes directamen t e socials s e r e [ l éctem nas
-! 65-
- 164-
•f orma s de valor. As re l ações de plan i ficação n ão t ê m au tonom ia económica, d e re f orço d a s ua r e spon -
foLma mercanti l . O p l aneamento d a economi a n a cional e 0 direitos e inte r e s s e na ob ten ç ão de e lev ados r e s u lt ados
sabíl ida d e e
plano são cate gorias económi cas que reflec tem a s rel a çõe s
, ,de p l ani f icação , pelo que não sofrem influência d i Lecta f-inais" 5 .
p r is s o , o c álcu l o e c omp aração do s ga sto s d e tra -
0
das formas de valo r . Tão-pouco tem forma de me rcadoria balho s oc ia l , o e stabe l ec i mento do volume e estr~ tura
e valor a principal relação de produção e o método de das n e c e ssidade s sociai s, o movime nto do artigo do pro-
união da f o r ç a de trabalh<;> aos meios de produção. E"ncont ram. dutor at é ao cons umidor, o estímulo do cresc i men to e o
se fora da s formas de valor o colectivismo, a amizade e aperfeiçoamento da própria produção realizam-se com a
a cooperação, a emulação socialista e assim por diante. ajuda de formas de valor. .
Qua nto aos a spe ctos internos, essenciais das relações Não se pode deixar de ver que as relações monetario-
monetário-mercantis, aí a situação é um pouco diferente, mercantis, reflectindo as particularidades objectivas
O próprio facto de h aver no sociali smo, relações monetá- da estrutura económica da produção social na fase do
rio-mercantis demonstra a particularidade do nível e a Õcialismo, são: a) uma medida do volume e da estrutura
8
estrutura do trabalho directamente soc ializado. da produção social, assim como da sua eficiência; b) uma
forma d e movimento do produto desde o produtor até a o
* * * consumidor; c) um instrumento de estímulo económico ao
ctesci mento _e aperfeiçoamento da produção social e das
O conteúdo e a produtividade do trabalho, na fase suas partes integrantes . _
·inferior do comunismo, as diferenças socioeconómicas no Mas esta esfera de relações, integrando-se na produçao
trabalho, a necessidade económica de estimular material- directamente social e conservando ainda certos traços e
mente os resultados obtido~ tudo isto, r e fle ctindo o propri edades da produção mercantil, não pode. por sua
nível alcançado de maturidade do'trabalho directamente na tureza, ser directamente social , planificada . A pl~n~-
socializado, gera, ao mesmo tempo, uma certa especificida- ficação, forma gera l de movimento dos processos econom:-
de das relações de produção socialistas e tem a sua expres- cos no socialismo, estende-se também às relações moneta-
sã-o concreta nos interesses económicos , na sua interliga- rio-me rcantis. ~ justamente a planificação que possibili-
c~o- e formas de manifestação. Esta especificidade revela- ~a a utilização planificada das relações da produção mer-
se claramente no facto de que, ·paralelamente ao int~resse cantil no interesse de toda a sociedade. Mas não por que
económico de todo. que i o · principal e determipante, as rela ções monetário-mercantis no socialismo sejam di-
e~i~tirem interesses individuais, de uma unidade básica, rectame nte sociais, mas por que esse aspecto peculiar
de um ramo ou região. Como consequênci~, no âmbito da das relaç ões de produção da fase inferior do comunismo
p r opriedade única de todo o povo e nas condições em que existe no organismo socioeconómico da produção • directa-
c a da uhidade produtora básica actua como componenté ~i- mente socializada.
recto e orgânico da produção socializada, observa-se o Não é o socialismo que gera a corre lação entre as
isolamento económico relativo e restrito da empresa relações directamente sociais e · mercantis . Esse problema
(associação de empresas), existia Jª sobre as ruínas da sociedad~ primitiva, quando
Esse certo isolamento eéonómico da unidade produtora a e volução das forças produtivas e o crescimento da pro-
básica determina a especificidade da forma d~ sua auto- dutividade do trabalho originaram uma nova forma de pro-
nomia, . que terá que ser aperfeiçoada. Como se sublinha , dução em relação à forma natural - a mercantil, O referido
no Programa do PCUS, " . •• desenvolvendo os princípios processo constituiu uma solução peculiar da contradi~ão
centralizados na gestão , no planeamento e na solução das objectiva entre a forma de desenvolvimento da produçao
tarefas estratégicas, o partido irá levar activamente (natural) e o nível das forças produtivas, entre o grau
à prática medidas para a e levação do papel do principal ~e divisão social do trabalho e sua especialização. A
elo da produção - empresas e ~ssociações de empresas. irá Humanidade enfrentou também este p r oble ma nas épocas d o
seguir activamenté a política de ampliação dos seus e sc ravismo e do feudalismo, que, c omo se sab e ~ se caract e-
-16 6 - -167-
íy
soc i al i c u sta d e t oda a s o ciedade e em bene fíci o dos
i•izavam por uma economia natu ra l , em c ujo seio, no ent an- s eus inte r e s s e s e d e c ada um e t odo s os seus memb r os .
to, nasceu a produçio mercantil. A e r rad ic aç ã o das c ont r adições ent r e a na t ureza d ire c~
Nestas condições his tóricas , a produçio mercantil,
tame nte soc i a l da p r od uç ão s o c ialista e um cerco i s ola -
~mbors e sponcinea , corroí a e decompunha as relações di-
m;;nto econ6mic o d a uni d a de p rod u t ora bâ s i ca, e n tr e a s
·r ectamente sociai s, q ue, po ss ui ndo uwa forma natural,
r e l açõ es d e pla n ificação e as r e laçõe s mone t ã rio-mercan-
apo iavam- se numa base mater i al da produç ã o e x cremarnente
cís faz- s e d e f o rma planificada com bas e na u tilização
imperfeita e utilizavam ~eios de produção muito p r i miti -
da s fo r mas económicas e spe cíficas, refl e ctidas no pro ce s -
vos. E e mbora o própri o trabalho f osse soc ial , o grau
so específico de integraçio das relações monetário-me r-
dess a " s oci a lidade" era ins i gnifican [ e, l imitand o-se, nor-
cantis no sistema da produção directame n te social (por
malme n te, a o s estreitos limites da comu ni dade ou da e c o -
exemplo, a autogestio financeira). São uma questão de
nomia feudal. Nesse p e ríodo , as c o n tradições entre as
princ ípio,· tanto no plano teórico como pr ático, os mito-
relações directamente sociais e mercantis . eram c o nd i c iona-
dos , fo r mas e principais direcções da utilização, pela
das p ela ev o l ução desta s ~ltimas num s entido progress i sta
soc i edade socialista, das relações da produção mercantil
e pelo s eu p apel no a p erfeiçoamen t o d a nature z a socia l do
e da l ei do valor ao . serviço da con strução do socialisc.10
trabalho e da produção . As medidas t o madas, por exemplo ,
e d o comunismo .
pelos senhores feudais o u pela cúpula das oficinas medie-
As formas principais das relac5e s mon e tário-mercantis
vais para limitar as relaçõ e s monetári o-mercantis e rnm,
no aperfeiçoame nto da sociedade socialista e n contram uma
no fundo, reaccionári as e no curs o da história for am
expr e ssão concreta no mecanis~o e c onómico e suas partes
eliminadas pelo p rogre sso d a produçio social .
e struturais. Propriamente dito, a direcçio planificada
O social ismo é a fase da p r odução dire ctame nte soc i ali-
da economia nacional é rigorosamente o mecanismo atravé s
z ada q u e as s e nta numa ba s e cicnico- mat e rial altamen t e
desenvo lvida e tem como alicer ce a grande produção alta- do qual se utilizam as relações monetirio-mercan ~is no
me nte mec a n izada , s ua espe cializaçã o e concent ração. A interesse de toda a sociedade, Da perfeição do me rcanismo
económico,·da sua correspondência is tendincias o b jecti-
própria socializacã o da produçio com base na propriedade
de t odo o povo, as al te r a çõ es substanciais no conteúdo e v as da economia, ciência e ticnica, da sua capacidade de
produtividad e do trabalho , criam premissas materiais para influenciar os ' interesses económicos depende a eficiên-
a s u peração do isolamento e c onómico e , portanto , das cia das relações monetário-mercantis e da lei do valor.
relaçõ es monetário- mercantis e da lei do valor . Nestas O plano, os instrumentos e estímulos , que em grande
condiçõ es, a plani f i cação, c omo forma económica comunista medida assume m a forma de valor, são chamado s a mobilizar
não p ode de i xar de en t rar e m c ontradição com as relações todo s os elementos da produção social (sobretudo, a uni -
mo netá r i o -mercanti s , que con s tituem uma forma de economia dade produtora básica) para o cumprimento dos planos in-
inevit á v e l n a fa s e i nferi or do c omu nismo , ma s velha e tensivos de desenvolvimento socioeconómico, r edução do
custo de produção, elevaçio' da produtividade do trabalho,
h is tori c a ment e limit ada .
Mas agora, o futuro n ão e stá do l ado da produção mer- criação de novos artigos, de melhor qua lid ade e obtenção
cantil, que ref l ec te um cerco i s olame nto econ6mic o no de resultados económicos finais melh~res. Todas estas
sis t ema da p roduç io s o cial. A pr6p ri a natureza da produ- quest5es estão ligadas ao aperfeicoa~ento dos esiímulos
ção ma ter i al , o grau e p erspec tivas d o de s envolv i mento e conómicos, em particular, ao ult erior aperfeiçoamento e
dos meios d e produção s o b ret udo , dos i nstrumentos de fortalec i mento da autogestão financeira e sua conexão
trabalho, a s t end ê ncias p a r a a s o ci a li zação da produção orgânica com os objectivos do plano quinquenal. No ~ro-
a brem c aminho i s r e laçõe s dire c tame n te soc iais, i plani- (O grama do PCUS sublinha-se que as empresas e uniões
r-- empresaria is serão reguladas, cada vez mais , por normas
fi cação . Ge rada pel a s oc ializa ção s o c i al is ta da produção 0)
económicas de acção longa, que a_l;>rem campo à. ini,-.i :. r-iva
e r ef lecti ndo o c a rác t er mono l ític o e i dentidade de ob j eé-
tivos , a pla n i f i .c ação ac t ua como fo r ç a q ue cri a '· condi.:..
"' e criatividade dos colect i vos d e trabalho.
ç~es objectiva s para o cres c imento orien tado da p r odução € urgente utilizar amplame nte as normas sociais
22-1 -169-
- 168-
como meio impor t a ntí s simo para a ss egurar a intera cção
do plano. instrumentos e est ímulos económicos . As normas novos, ma is avanç ados, as empres as podem util iz ar uma
soci ais po ss ib ili t a m: parte dos meios do fundo único de de s envolvime nto de
- d e finir com preci são as fronteir as e formas princi - ciincia e da técnica. Este, como s e sabe, é formado com
p a is d e uti lização das r elaçõ es mon et ário-me r c a n t is; os l uc r os obtidos no ramo.
- reduzir ao mín imo . d e modo planificado, 4 e v ent uali- Ap r ofunda-se a ligaç ão entre os salários dos operar1os
dade d e manifestaçõ es espon tãn en s, não previstas pela e fu ncionários e os res ul tados finais d a un idad e em r e-
sociedade, das r e laç õe s monetário-mercantis; gime de aucogestão finan c ei r a. Isto consegue -se quando o
- influir mais plenamente e de maneira bem orientada fundo salarial para determinado pe ríodo dad o consta d e
nos int e resses económicos, de acordo com o princi:pio "o duas partes - a básica e a que depende do cresc ime nto.
que é vantajoso à sociedade é vantajoso à empresa"; Esta é formada colocando os aumentos salariais na depen-
- ligar organicamente a utilização das rel~ções dênc ia d o crescimento do volume da produção.
monet ário-me rcantis e a lei do valor a todo o sistema Foi estabelecido um novo mé tod o de distribuição dos
de fonnas económicas e indicadores do desenvolvimento da lucros, que faz com que as empresas em regime de auto-
econom ia n ac ional. gestão financeira se interessem pela elevação d as a c u-
Actualmcnte, é uma questão de prin cípi o criar pre mis- mulações monetárias e a amp liação dos seus pr6prios meios
sas favoráveis p a ra o influência de todas as formas de no processo de reprodução ampliada. Foi acordado o chama-
valor n a intensificaçno da prl Jução, n a elevação de sua do princípio normativo d e distribuição dos l uc r os , nos
eficiência e ace leração do prog r esso téc ni co-científico. termos d o qual os meios ao :spor da unidad e prod utora
A espec ificidade da utilizaçio das relações monetário- bási c a d e pendem directawente dos luc ros efectivamc nte
mercantis nas a c tuais condiçõe s, encontrou uma expressão obtidos. Além disso, as cont ri bui ções para o orçamento dos
concreta na ambiciosa experiência que se está o realizar Estado são feitas em te rmos de perce nt agem do s luc ros pla-
na indústria da União Soviética desde 1984, experiência neados, o que eleva o i nteresse das empresa s (ass oc iacõe s
que abarca, em primeiro lugar, o estudo d e novas formas de empresas) por uma melhor utili zação dos f undos de pro-
e mét odos d e planificação da produção e, em segundo lugar, dução e doe créditos banc ários. Foi também criado um n o vo
o aperfeiçoamento da autonomia económica das empresas mecanismo de formação dos fund o s de estLmulos, assente
(assoc iaçõ es de e mpresas) e - reforço do seu interesse numa ligação mais estreita com os r esu ltados finais d o co-
económico e responsabilidade pelos resultados finais . lectivo laboral. As proporções dos fund o s de esti:mulo são
A experiência tem como objectivo melhorar a planifica- determinadas , neste c aso, pelo seu nível no ano tomado
ção da economia nacional fortalecendo a função das como base estati:stica e por acréscimos que d e pende m da
normas sociais, reduzir os indicadores direcc ionais impos- dinâmica dos indicadores na base do qual se formam e sses
tos à unidade básica nos planos anuais e quinquenais, fundos . A fonte de estímulos continuam a ser os lucros
atribuir um papel det e rminante aos indicadores que, nor- da empresa, enc arados como um importante indicador da
malme nte, me lhor caracterizam os resultados finais das sua eficiência .
empresas. Trata-se d e faz er com que a planificação im- Durante a referida experiência, as associações de
pulsione cada vez mais a intensificação da produção e empresas da indústria mecânica podem fixar os preços por
a aceleração do progresso técni co-científico. atacado dos artigos semi-acabados, das pecas de e'mprego
Para se criarem c o ndi~Ões favoráveis ao reequipamento intra-sectorial e das amostras experimentais; é-lhes
técnico da produção, às empresas é concedida uma maior também permitido estabelecer diferentes acréscimos aos
autonomia no emprego do fundo de des e nvolvimento da pro- preços por atacado, de comum acordo com o cliente.
co
dução e do fundo d e d~preciação , assim como maiores faci- r--
0:,
lidades de recuri-o a créditos a longo prazo. Para a exe- C\J
Cl1cão d e tra ba lhos t e c no l ógicos e de projecç ão e a com-
pcnsacio d os elevados c ust os com a pro duçio de artigo s
-170-
22-2 -171-
A I NTENS IFICACÃO DA REPRODUCÃO
K.~~nc e F.Engels , Obroe, vol. 46 , parte I , p . 194 .
Guennadi SOROKIN,
2 Vide Jbid., vol . 49, p. 153 ; vol. 46 , parte I, p. 384, membro-corr e sponden te
da AC da URSS
3 Ibid., vo l. 23 , p. 68 .
4 Vid e K.N.Plotnikov, A.S.Gussarov, P:robterras Actuais da
Leis t endenciais da intensificação socialista
Teoria e Prática' da Fonrr:zção de Precoe, Moscovo, 1971;
N.l.Chekhet, O Preço Plani ficado no Siaterrr:z de Leis Cada modo de produção tem os seus métodos e limites
Económicas do Socialismo, Moscovo, 1972 ; l.V.lakovets, de intensificação. Há contudo leis objectivas gerais de
O Preco na Economia Planificada, Moscovo, 1974, et . al. intensificação , comuns a todas as formações . Assim, os
5 Prograrra do Partido Comunista da União Soviétioa, seus limites são função das potencialidades que os meios
de produção e a força de ~rabalho ·enc erram. Estes l i mi -
(Nova redaccão), Moscovo, 1986, p. 42. tes po ssuem suficiente mobi lida de, uma vez que o desen-
volvimento dos meios de produção é praticamente inexaur í-
vel. Todavia, embora as possibilidades de a perfeiçoamento
e melhor aproveitamento da mão-de-obra t enham os seus
limites, elas não são ainda utilizadas pl enament e.
e l ei geral da intensificação a sua li gação às neces -
sidades sociais. Quando surge a necess idade de fomentar
determinadas produções, a via mais ef icaz de satisfazê-la
está na util ização de meios,de produção mais avançados
cujas potencialidades ainda não estão esgotadas e no
aproveitamento mais produtivo dos r ecursos l aborais .
As l e is tendenciais da inte nsificação revelam~se de
modo diverso em condições socioeconómicas diferentes.'
O socialismo acelera a intensificação da produção e e l imi~
na o seu carácter antagónico. A esfera de acção dos méto-
dos intensivos alarga-se, abarcando mais pl enamente não
só a própria produção , como também a reprodução da força
de trabalho, além da reprodução do meio natura l .
A int ens ificação socialista ocorre sob a acção de l eis
e conómicas object i vas própri as do soc ialismo e em parti-
cular da lei económica fundamental. Uma've~ que a inten-
sificação e a e fi cácia permitem obter um volume maior
de produto social , r endimento nacional, fundo de repro-
dução da força de trabalho e fundo de acumulação em
mais curtos espaços de t empo e com menores c ustos , elas
estão em consonincia com o princ i pal objectivo da produ-
ção social ist a e obedecem no seu d esenvolvime nto i lei
económi ca fund a mental . Graç as i propriedad e socia l dos
- 173-
'í
intens if ic aç ã o ca so s e j a m a plicados meios de produçã o
mais e f icazes , a provei t ados ple namente o s exi s tentes ,
~ e ios d e p rod uç ão, tor na-se possíve l mo t ivar a s oc i e d a de
aumen t ado o pe so relat ivo dos ramo s in ten s i v o s (me smo
em gera l p ara a c a us a da in tensific a ção e da elevação
quan do a pe n as s e p r oce ss a o a l argamen to e x tens ivo e s e
,da eficácia . A inte n s i fi caçã o e o aume n to da e fi c ác i a
verif ica o melhorame n t o d a s c a p acid ades ins t alad a s s e m
cons t ituem a s principa i s pre missas para a el e v aç ão inc es-
a per feiço a mento ticnico) e melhor explo r ado s os r e c ursos
sante do bem-e star do povo. Por isso, estas c a t e gorias na t urais.
unem e enca r nam os interess e s vitais da socied a d e , d a s
No social ismo, o p r ogresso ti c n i co-científico o c o rre
classes a migas d e cada empresa e de cada trabalhador .
d e forma planificada, o q u e p e rmite maximizar o rendimen-
Em r egi me s ocialista, são muití ssimo mais favoráveis
to dos fundos fixos de produção~ A introduçio de máquina s
as condiç õe s de intensificação, o seu car ácter universal,
isoladas e d e melhorias parciai s nos processos tecnoló-
a sua influênc ia benifica, o clima laboral e o bem~estar
gico~ está a desaparecer. Assiste-se sim à intro duçã o d e
geral. Tudo isto transforma a intensifica ção socialis t a
centros de maquinagem, ao reapetrec hamento ticnico geral
num poderoso meio que proporcionará a vitória do sociali s-
dos ramos e das empresas a estes ligadas. O pro g resso téc-
mo na emulação e conómica com o capitalismo. nico é acompanhado de avanços no p·l ano social, torna o
A int e nsificação é um fenómeno múltiplice e complexo,
trabalho mais f ácil e de conteúdo rico, ajuda a impedir
cujo estudo de d e terminados asp e ctos p e rmite rev e lar urna
a deterioração do meio ambiente, et c ., o que , p o r seu
sirie de t e ndênc ias muito esp ec ífic a s: turno, se repercute de forma benéfica sobre todo o p r o-
apetrecha mento ticnico geral da produção, sendo d e sen- cesso de intensificação.
vo lvida de preferência e a longo prazo a prime ira
A enorme importância do progresso técnico para o
subdivisão (produção de meios de produção); processo de intensifica ção da produção soc ial condiciona
substituiçã o do trabalho manual pelo mecânico, com
a necessidade de escolha correcta das suas direcçõe s,
ala rgame n t o dos limites económicos que condic ionam
níveis e ritmos, que permitem resolver questõe s.. de natu-
a apli cação das máquina s; reza social e produtiva
intensifica ção do trabalho, reg istando-se a r e dução do
Os cálculos dos peritos mostram q ue terminou o período
tempo de trabalho e o aumento dos tempos livres, ou de utilização dos combustíveis baratos. Todavia, a sub i da
seja intensificação do trabalho executado pelo tra- dos custos de cada unidade de matérias-primas·, materiais
balhador colectivo; e equipamentos l eva inevitavelment e à baixa da eficiência
intensificação do processo de reprodução em todas as da reprodução. Impõe-se portanto n ã o só economizar, mas
suas fa s es , redução do ~iclo de reprodução~ também procurar novas soluções técnicas capazes de quebrar
intensificação do processo de reprodução simples e o encarecime nto das matérias-prima s e do9 bens de equi-
acumulação . pamento como tendência .
Estas tendências gerais da intensificação estão rela- O reapetrechamento técnico das e mpresas i o eixo central
cionadas com a inf luência do progresso tecnológ ico e do da intensificação. Ao traçarem-se a s perspectivas de
aperfeiç oamento da organização do trabalho sobre o proces- desenvolvimento económico e social a lo~go prazo hã que
so produtivo, devendo-se salientar que elas levam ao definir um novo nível técnico da p rodução que possibilite
aumento da eficácia económica . e social da produção. e l evar a eficiência económica. Daí que se deparem novas
A base do processo de intensificação é o progresso tec- tarefas perante cada sector da economia e ramo da indós-
nológico. A industrialização de t odos os ramos da produção tria.
e circulação, o aprofundamento da divisão do trabalho Assim, na ind~stria metalomecinica a taxa de utiliza-
e da cooperação inter-empresarial, a introdução de sis- ção de metal mantém- se entre 72 e 7 3% hã já quinz e anos .
temas de máquinas e proc_e ssos tecnol ógicos que ligam fase s Os inventores e construt o res devem p rocurar criar novas
do citlo produtivo anteriormente isoladas e aceleram todo tecnologias que permitam utilizar mn i~ ple na me nt e o me t a l
o processo de trabalho, adquirem wna importância cada vez e sistemas d e fabrico mai s produti vos com b a se e m t ecn o-
maior. - 17 5 -
O progresso tecnológico si g nifica tambim aumento da
-174-
1 og i as mais baratas e de concepção avançada. As deficiin-
l
, · se registam na meca lome cani
- · · ca pesa d a d evem-se De qualquer modo, a relação pode ter e c o rno numerador
·
eia 5 que . _ . . e o f undo dos me ios vitais dos trabal h a dores da esfera
essencialmente ã baixa efica c i a d os b ens de equipamento de produção mate rial (v) ou o tota l dos tr abalhad ores
produzidos. _ . _ _ . como denominado r . Os r e sult ad o s dos dtferentes cá l c u lo s
Na indústria me ca l u rgi ca, a reduçao do acrescimo de
f oram incl u [dos no Quadro 1 .
aço por metros quadrados de superfície do lar do forno
E a relaç ão entre os fundos de produção (gastos e
de Martin dev e -se a def ic iincias deste m~todo de fabrico.
ap li cados) a preços constantes e o tota l dos tra balhado-
Os baixos indicadores técnico-económicos desce método
res da e sfera d e produção maierial que , a nosso ver , di
de fundição são um argume nto ' indesme ntível em favor da
uma imagcru maii; exacta da composição técnic a d e produção.
adopção do conversor, fundição eléctrica e outras tecno-
A relação exclui a influência das variações d e preços
logias avançadas .
sobre os b e ns de e quipamento e aumen to d a taxa do p ro-
Os exemplos citados mostram como é actual a tarefa
duto necessirio. No e ntant o, as estat ísti cas dispon{veís
complexa de conceber e criar tecnologias mais aperfeiçoa-
não perm i.tem calcular esses valores. Os principais indi-
das q ue contribuam de forma efectiva para o relançamento
cadores ( c/v e cll_v) d o Quadro 1 podem ser utilizados
da economia.
para dar uma imagem da evolução da c omposicio técnica J a
Dum modo geral, o desenvolvimento intensivo baseado produção.
em técnica da ponta é função do aumen to da composição
técnica e orgânica da produção. Karl Mar~ constatou O indicad or g era l de intensificação da economia é
que existem mu i tos fac tores que contribuem para a intensi- igualmente o aumento da taxa do produto sup l emen t ar , post o
ficação do trabalho e pressupõem um aumento do capital que , segundo Marx, "a poupança d e traba lho n ece ssário
e a criação d e trab a lho suplement a r " 4 é própri o da apl i-
constante em relação ao variãvel l. V.I.Lénine enca r ou a
diminuição da relação entre o ~api tal variável e constan - cação de máquinas (expre ssão do processo de int ens ifi-
te como expressão do progresso t écnico. Um aumento mais cação) . O aumento da taxa do produto suplemeht ar no ~o-
r~pido do capital constante (sobretudo dos fu ndo s fixos cialismo significa que se criaram melhores co nd ições p a ra
de p rodução) cria condições para o incremento da produ- a elevaçio "do bem-estar e fomento da e s fera prod u tiva .
tividade do trabalho por unidade de tempo e desenvolvi- Qu a dro 1
mento ininterrupto do prç,cesso d e produção, pennitindo Composição ticnica e org~nica da producio na URss3
assim compensar a possível redução d a taxa de lucro
através do aumento da taxa do produto suplementar . 1965 1970 ., 975 1980
Tal como o progresso técnico, a variação ' da composi-
2 J 4 5
ção _técnica e orgânica da produção oco rre de mod.o
desigual. No regime capitalista "os períodos de revolu-
Meios de producao gastos (e);,
ções técnicas (em que a relação v/c baixa) são sucedi- . '
~i l milhões de rublos 226,5 353,6 499 , 4 61.),8
dos por períodos de progresso na mesma b ase té cnica
(quando a relação v/e . se mantém consta·nte ou pode excep- •
Total da popula ão ocu pada na
cionalmente aumentar)"2. produção material (milhões de
No socialismo desaparecem as contradições antagonicas pessoas) 84,4 90,5 96,4 100,9
pr6prias do processo de desenvolvimento das forças pro- c/y
dutivas, se bem que se mantenha uma certa desigualdade 2,68 . J, 91 5, 18 6,08
nos ritmos do progresso técnico e conseque ntemente, na (O
Total dos fundos produção
composição técnica da produção em diferentes períodos. r- aplicados (c 1), a preç os
(])
Os indicadores da composição técnica e orgânic a da ('lj de 1973, mil milhões de
produção podem ser calculados com base na soma de e rublos 568,9 857,0 1257,2 1694,6
totalmente aplicado ou de imputado ao v alor do produto.
cl/v ·6, 7 9,5 13,0
-17 6- 16,8
23-1
-177-
. ::.. 1 1 2 1 J .i 4 1
5 social pode s er hoje determinado com legitimid a de p e lo
148, 2 165, 8 total de ocupados na esfera do trabalh~ me cinico (mec a-
Produto neccssir i o vl 85,3 114 , ó
nizad o) e manual .
2, 7 3, 1 J,4 3 ,7 Na lit erat ura espec ia lizada , a re lação entre f accores
é/vl i n te ns ivos e extensivos é vulgarmente analisada pelos
6 ,7 7,5 8,5 10,2
al/vl inc rementas d o produto e não pelo seu valor ab soluto .
Al é m disso, existem virias métodos de determina ção do
peso r e lativo dos fa c tores inten sivos no . acréscimo de
* Me ios de produç~o g astos: parte do valor destes que produção. Assim, há quem sugira o cá l culo do pe s o r e la-
entra no cômputo do valor do produto social bruto. Fundos tivo através da "função de produç ão". Este método só é
aplic ado s: v a lor dos fundos fixos de produção, assim como válido para os casos em que a r e la ç ão fund os fixos /n . Q
o valor dos objcr. t os de trab~lho que entra no cômputo d o traba lhadores nio se altera. Se a r elação cresce e o
produto bruto. acris cirno de produção é superior ao acrescimo d o n~rne ro
Produt o necessirio: fundo de r e mune raç~es do trabalho de trab al hadores, não se pode afirmar que todo o inc re-
d a esfera de produç ão mate rial mento de produção foi cons eguido à custa d e factor es ex-
tensivos.
Se este facto for ignorado ao lidar-se com a "fun ç ão
são d ive rsos os métodos de cil cu lo da taxa do produto de produção", os resu ltados estarão viciados. Assim, ao
sup l ementa r. Segundo ce rtos dados estatísticos , a t axa d eterminar-se o peso dos factores intensivos no inc r e men-
d o produto s upl ementar no nosso pais no per[odo entre to do produto social final no per[odo comp reendido en tre
1959 e 1977 sofreu um aumento de 16% , segundo outros , 1951 e 1970 apurou-se ser ele igual a 44,7%, embora a
23%; nos anos seg uintes oco rreu ora uma d escid a o ra uma produtividade do trabalho soc ial e o volume do rendimento
subid a da t axa do produt o s,1plementar. Assinale-se que nacional tenham aumentado J,30% e 430% respectivamen te.
o fundo de reprodução alargada d a força de trabalho Os facta.res intensivos que contribuiram para o aumento
aume nt ou . da produção podem ser exactamente determina dos com base
A subs tituição do trabalh~ manual pelo trabnlho mecâni- na percentagem de produção obtida i custa do incremento
co~ uma impo rtante lei tendenc ial da intens ifi cação da de produtividade do trabalho.
produção so c ialista no presente. O trabalho mecân i co surge O aumento do produto industrial imputado a increme ntes
neste caso como s inónimo de tecnologi a que afasta o tra- de ~rodutividade do trabalho foi de 51 Z no Iº quinquJ nio
balho manual. Mas a produção mecânica n ão para. O seu (1929-1933) , 79% no 2. 0 quinqu énio ( 1933-1937), 68% no
d esenvo lvime nto também concorre para o proce sso de inten- 5. 0 (1951- 1955), 72% no 6. 0 ( 1956-1960), 62% no 7. 0
sific ação . (196 1-1965), 73% no B. 0 (1966-1970), 84% no 9. 0 (197 1-
O trabalho me câni co (ou mecanizado) é mais produtivo 1975) e 74% no 10 . 0 quinqué nio (1976-1980). O aumento do
e int enso d o qu e o manual, e quanto mais pess oas se rendimento nacional i mputado a incrementes de produtivi-
libe rt a r e m do trabalho manua l, mais intensivo serio dade do trabalho foi de 58% no 7. 0 quinquénio, 74% no
processo d e produção. O trabalho manual pod e ser em cer- 8. 0 e 85% no 10:0 quinquénio. Apesar das flutua ções causa-
t os ca so s mais inten s ivo do que o mecanizad o , mas, se das · particularmente p e los maus anos ag rícolas , a t endên-
a produção for t oma da na sua g lob a lidade e se se consi - cia geral é de aumento do peso dos factores intensivos na
d e rar o d esenvo l vimento da produção como tend~ncia histó- economia. No 1. 0 quinquénio processou-se a industriali-
ri ca , a difu s ã o do trabalho mec âni co equi.para -s e a o aumen- 1<0 zação forçada e · a reorganização estrutural da economia.
t o da i ntensidade da produção . Por i sso , em nossa opi- l'-
0) Foi um período de viragem, uma vez que depois o peso
n1 ~0 , o pes o r ela tiv o dos fa ctores int ens ivos e ex t ensi- C\I relativo dos factores intensivos nos inc rementas de pro-
v os cm tc•<lo o produ t o bruto social, r endimc•n t o 1w c: i ona l, d'uto bruto e rendimento na c ional passou a ser dominante.
a ssim como cm toda a populaç~o activa ocupada na pro<luçio Porém, não se deve sobrestimar a importância dos incre-
-178- 23-2 - 179-
T
.inentos d e produto , dado que nos Últimos anos foram rela- ·Ju l gamos s er import a nte, q ue r do po nto de v ista teor i -
tivamen t e pequenos (entre 3 e 4%). co como prático, quantificar o limi t e infe rio r de utili-
O peso r el ativo dos factores int ensivos no total do zação dos fundos fixos de produção. Este limite corres -
, produto e não no incremento deste é expresso por o u tras ponde ao nível de gastos de trabalho relacionados com a
grand e z as . Uma das proporç~es entre grandezas i n tens ivas en trada em funcio namento de novos fundos de produção e
e extens ivas pode ser a relação entre o t rabalho me cani- a o nível de poupança de trabalho causada pela s ua substi~
zado e manual . A evolução desta proporção não é, po rém, tuição, em que a re lação entr e as grande zas cit adas é
o único ind icador sob re int ens ificação. A sua efectiva igual a 1. Quando o valor dos f undos fixos po r trabalha-
caracterização exige a determinação da produ tividade do dor (ou seja a l go como o "custo de cada post o de tra -
trabalho, do r e nd imento dos f undos fixos, a r e dução da ba l ho") é inferior a o v alor do _rendimento naciona l que
intensidade d e metal e outros . Ne ste con texto, a substi- os trabalhadores substituídos pelos fund os criariam duran-
tuição do trabalho ma nual pe l o me cânico deveri verifi- te t odo o tempo de vida útil destes, o limite de u ti l iza-
car- s.e dentro de determinados limites económicos e so- ção dos fundos ( máquinas) eleva-s e acima do l imi te infe-
ciais . rior.
Os limites económicos de utilização d as máquinas são No Qu adro 2, são ins e rido s os cálculos, que mostram
fixados através do c otej o do valor destas com ·a pou panç a quan t as vezes, supe rior o limite inferior de aplicação
que pod e rá advir da sua a ctiv idade. Karl Marx escreveu : dos fundos fixos d e produção em dife r en tes anos .
" Se as máqui nas forem encarada s exc l us ivamente como meio Quando se verifi ca o subaproveitamen to d os f undos fixos,
de embaratecimento do produto, os limites d e sua utili- a r edução dos ritmos da produtiv idade do trabalho e o
zação são definidos pela condiç ão segundo a qual o tra - nível técnico dos fu ndos é defici ente , o s l i mit es econó-
balho gasto na sua prod ução deve ser menor do que o tra- micos de s ua utilização baixam. Pe lo s vistos, foi isso que
ba lho que é s ubstituído pela sua utilizacão"S . se v e r ifi cou nos inícios d es t a década ( ate 1983) .
A e sfera d e aplicação d as máquinas é mais limitada Os limites económicos de a pl icação das máqui nas
no c ap it alismo do que no soci ali smo. Dado q ue no capita- diferem de sector para s ec tor de actividade . A sociedade
li smo são tidos em a tençã o os gastos de capital, os cu s- não está livre de escolher qualquer limite de aplicação
t os das máquinas deverão se~ inferiores às r emuneraç ões d os fu ndos, devendo sim optar no mín imo por um l :i.mi t P.
d o trabalho (v). acima do inferior (igual a 1).
•No s o ciali s mo , o valor das máquinas ut ilizadas d e verá Cada novo ciclo de vi d a d o s fundos deve ser superior
s e r in fer ior à soma dos custos sociais de tra balho , e (em conf o rmidade com o progresso t éc nico e a me lhor
não s ó dos custos pagos , ou s e ja, a e sfera de aplicação o r gan ização da produção) ao anterio r e não a o limi te
das miq uinas alarga - se. Se a taxa do produto suplementar inferior. Caso contrário, é inevit áve l o abra nd:amento
for , po r hipótese, igual a 100% (como s upus e ram frequ en- dos ritmos d e crescimento eco nómico.
t e mente Marx e L~nine), os limites económico s de utili- Na prática, ao de te rminarem- se os limites· e conómi cos
zação das máquinas sob o s ocia lismo s erão d uas v e zes s u- de utilização d a s máquina s deve -s e levar em conside r ação
pe r iores . a inf l uinci a dos p reços sobre 6 valor dos fundos fixos,
O alargamento da esfera d e aplicação das máquinas no a eficácia e r endimento das máquin3s, a·depreciação
socialismo cria po s sibi lidades pro pícias• para . a mecani - por obsolescincia do s fundos e o tempo d e vida útil .
z a ç ão ge r al . No entanto, deve ter-se em atenção que_ um A d ilatação d os limites económicos de aplicação d as
t al alargamento acarret a·obj ec tivamente a redução dos máquinas constitui uma das t endincias gerais da intensi :
r equ isitos de e c onomicid a d e das miquinas. A utili zação fi c ação socialista qu e se veri fica ~ me dida que se vão
de máquinas pouco económi cas tende rá .a desaparecer se consolidando as vantage n s do socialismo . 2 indubitivel
forem const a nteme nte aumentados os limit es inf eriores que urge a lar gar os limit es económi c os de utilizaçio d ns
d e aplicação das miquinas . Esta tese diz r espei to a todos máqui nas nos pr6ximos t empos.
os fundos f ixos de eroduçio . Al~m dos l imi tes econ6micos d e ut i liznçio dos fu ndos
- 180- -1 8 1-
(máquinas ) existe~ l~rnites ~oc~ais cuja o~se~ãncia s e
Quadro 2 t õrna cada vez mais 1mpresc1nd1vel no socialismo. Os li -
Li mite s de utilização dos fundos fixo s d e produção iit es sociais nio estio relacionados com nenhuma bar -
na URSS reira sob a forma de valor dos fundos. Trata -se essen-
cialmente da n eces s idade de melhora r as condições de
traba lho, eliminar tipos de_trabal~o p enoso e nocivo à
saúde , acabar com as operaçoes monotonas que impedem a
1970 1975 1980 r e ve laçio do carjcter criativo duran te o processo d e
trabalho, etc. _
1 . Fundos fixos de produção A sociedade socialista empreende me didas d e g r ande
mil milhõe s de rublos 531 805 1149 escala para que o clima laboral seja o mais favorável
~ ossível. ~o período compreendid~ entre 198 1 e 1985 mais
2. Rendime nto nacional, de 10 milhoes de trabalhadores viram melhoradas as con-
mil milhões de rublos 289.5 382,7 469,6 dições de trabalho. Semelhante efeito social d e utiliza-
3. Número de ocupados na ção dos meios d e p~odução só~ possíve l se for consegui-
produção material, da a eficácia economica atraves do aumento do limite
milhões d e pessoas 90,5 96,4 100,9 inferior de utilização dos fundos (máquinas).
o segundo factor (por ordem de importância) após 0
4. Valor dos fundos fixos progresso t écni co que contribui para o desenvolvimento
por traba lhador ocupado, inte nsivo é o aperfeiçoamento da organização do trabalho
rublos 5867 8361 11 387 e gestão . A mecanização , o aumento dos fundos f i xos
por trabalhador e os novos equipamentos .são factores
5. Rendimendo nacional
por trabalhador ocupado, q ue poderão concorrer potencialmente para a intensifica-
3203 3970 4654 :ção. Para que se tornem rearidade há que l ança r mão d e
rublos
m~didas organizativas. O r eapetrechamento téc nico cres-
6. Média dos anos de vida ce-nte suscita o incremento da produtividade através da
útil dos fundos, com taxa organização social do traba lho. Karl Marx d emonstrou
cons t ante de amortizacão 28 28 . 28 que o funcioname nto do trabalho materializado depende
não só das suas propriedades, como ainda da capacidade
7. Rendimento nacional pof
do trabalho vivo para o utilizar intensivame nte7, qu e os
trabalhador ocupado durante
meios de trabalho "podem ser utili zados com maior efi cá-
o tempo de vida útil dos
cia ... através . . . do aumento da int e nsidade de sua
fundos, milhares de
_111 , 2 aplicação, não sendo necessário para tal gasta r mais
ruôlos 89,7 \30,3 dinheiro em capital fixo"9. Uma or g;-1nização do traba lho
8. Número de vezes que o mais perfeita é capaz de assegura r mesrn0 ritmos mais
limite inferior de utili- e levados de crescimen to da produtiv idade do trabalho
zação dos fundos foi r e lativamente ao rácio definido pel ;:i rel ação fundos f i xo"8 .
aumentado (7 :4) 15,3 13,3 11 •4 n.Q de traba lhadores e, ao invés, as vanta gens d o ·
trabalho com bastante ticnica incorpo rada podem r e duzir-
se a nada se a organizaçio do trabalho for m5 . Uma das
cond ições imprescindíveis de aumento d a intensificação
é o e quilíbrio da econornio , a mudança estrutura l p r ogres-
siva dos sectores de act ivid a<le , o s a lto s ritmos de ·
c re sc ime nto.
-1 83 -
Graç a s i int e nsifica ç ã o cem lu gar a lti do a ume nto Qua d r o 3
Ja p r odutividad e do trabalho, porquant o o trabalho com
t écnica i nc orp,)ra da é a base dos incres mentos de produ- Traba lhador global ( " colecc i.v o ") e su a
t ivid a de. O p r og resso t é cnico-ci en tífi c o fa z r eca ir o prod u ci vidadelO
f a rdo da intensificação sobre as máquin as .
F . Eng e ls entendia qu"' "a jocnada de trabalho justa
Indicadores 1970 11980 % de 1980
é a tal duração do dia d e trabalho e a t a l inte nsidade
do trabalho ex ecutado , pe la qual ao longo do dia é gasta sobee 1970
totalme nte a força de tra balho do operário, mas é gasta 1 . Popu lação activa ocupa da na
de tal modo que não sio afectadas as suas capacidades produção mate rial , milhÕeR
d e executar urna mes ma quantidade de trabalho tanto amanhi de pessoas 90 , 5 100 , 9 111 ,5
como depois de amanhã"9 . Presentemente, existem na URSS Operários , milhões 6l1, 9 78 , 8 12 1 , 4
possibilidades de aumen t ar a in tens i dade do trabalho Kolkhozianos, milhões 17, O 13 , 5 79,4
através do melhor aprove itamento do dia de trabalho.
As sinale- se que uma das tendinc i a s hi stóricas doso-
2. População activa ocupada nos
sec t ores :
cial i smo é a intens i f i cação racional do trabalho, acompa-
- ciência e ser v iç os cie ntí-
nhado no fu t uro , da redução do tempo de trabalho e o
aumento dos tempos livre s. A intensificação envolverá ficos, mi l hares de pessoas 299 9 4379 146 , 0
o trabalhador colectivo , processo que decorrerá à custa , - adminis tr ação e organiza-
primeiro , d a eliminação das perdas r elacionadas com a çõ es soc ia is , milhares 1838 2495 135 ,7
ana rqu ia da produção capitalistp , segundo, do aperfeiço a- - pro fi ssões da esfera de
mento da organiza ç ão social do trabalho e da estrutu ra produçã o materi~l . milhâres 7659 14937 195 , 0
- Total 12496 2 1811 174, 5
do trabalhador colec tivo, assim como da utilização das
vantagens da cooperação social do s trabalhad o res de di- 3 . Popu laçio ac civa ocupada
ferentes empres as a nível nacional. no domínio do ensino, saúde,
Nas cond ições do socialismo , nem s6 o trabalho indivi- cultura, arte , milhares 13562 171 36 125 , 7
dual i envolv ido pelo pro~esso de i ntensificação : Também
4. Rendimento nacional , mil
o é o trabalho global. Isto c onsegue- se po r mei.o duma
mel hor organ ização do trabalho e do planeamento do
progresso técnico-científico. A intensificação do trabalho
mílhÕes de rublos
5 . Rendiruerrto nacional:
283,0 458,5 16 2 ·º
glob~l , s em envolver os t r aba lha dores isolados , f az
subir bruscamente a produtividad e do t rabal ho social e - por trabalhador o cu pado
const it ui um aspecto _impo rtantíssimo da gest i o planif i cada na produção material, rublos 3127 4544 145,3
do tra balho . - por trab alhador ocupado
O trabalhador colectivo global é uma categoria nos sectores (2) 22647 2 1021 92 , 8
complexa que está a carecer de estudo profundo no quadro - por trabalhador ocupado
do sist ema econ6mico uno. Pa ra que se possa procede r à na es fera do ensino, saúde ,
sua caracterização há que levar em conta que a produção cultura, art e 20867 26756 128 , 2
ma terial da URSS empre ga cerca de 100 milhões de pessoas, - po r trabalhador ocupado
a ciência e a admin is tração (i nc l u indo profissões da na produção ma teria l, suas
o:)
esfera da produção materia l) abrangem d e 22 milhões de i-.' organ i zações e serviços
l> /1.+2.(deduzidos da s pro-
pes soas , enquanto os sec tores de reprodução da forc a de :1
trabalho (ensi no, , saúde pública, cu lt ura, etc . ) empregam fi ssões da esfera produção
17 milhões . Se forem excluídos os dados que s e repetem . ma terial)+ 3./ 2599 367 1 14 1 • 2
-184 -
24-1
. o tot al s e rá de 125 milhões. No entant o , a e s t rut u r a
' do traba l h ador g lobal não se man tém in a lt e ráve l
r s umo exc e ssivo de tra balho passado. De qua lquer maneira ,
a s oma t o t a l dos ga stos de trabalho vivo e pass a do deve rá
(Q uadro 3) . ba ixar.
O núme ro de operar1~s por cad a 100 ocupados na produ- A utilizacão intensiva da força de trabalho tem como
ção material aumentou 8% no período entre 1970 e 1980; o premissas o a umento da qualificação profissional e a
de ocupados no domínio da ciência e services científicos, intensificação da reprodução da força de trabalho, possí-
30%; o de ocupados no sec tor da admini s tração e organiza- veis no socialismo graças~ preparação e rec icla gem plani -
ções sociais, 25%; o de profissões dos ramos da produção ficada dos trabalhadores .
material, 74 %; o dos -ocupad6s n o domínio do eneino, saúde, O processo i mpetuoso da industrialização na URSS re-
cultura, arte, 13%. Estes ies~lt ados provam ter ha~ido quereu o consequente aumento do número de operários na
su ficientes técnicos e cientistas nos diversos sectores ind~stria . Assistiu- se nessa altura ao aumento extensivo
de actividade. Os ritmos de crescimento do número de da classe operária, ao engrossamento das suas fileiras
ocupados foi maior no domínio do ensino, saúde e cultura. i cu~ta de.operar1os sem preparação. Apena s cerca de 5%
Todavia, a reducão relativa dos ocupados na esfera mate- ·dos jovens operários que começaram a trabalhar no primeiro
rial e o aumento do peso dos serviços e da admini stração quinquénío tinham obtido preparação profissiona l . No
devem ser compensados com um acréscimo do rendimento início do primeiro quinquénio cerca de metade da popula-
nacional por element0 do trabalho col ectivo . No decénio cão era analfabeta . Em midia, os operirios tinham apenas
em causa não se regi stou este fenómeno. O rácio rendimento 2,5 classes de escola primária.
nacional/trabalhador colectivo aumentou 15% no período Nos anos seguintes, a reprodução da foica de trabalho
entre 1971 e 1980, enquanto na esfera produção material conhe ceu mudanç a s substanciais. A reprodução extensiva
foi de 46~. ~ evidente que em sectores como a · admi nistra- (aumento quantitativo) começa a perder de importância e
cão, ciência, arte e out ros o número de ocupados é i substituída pela intensiva (aumento da qualiÍicacão).
excessivo. Há que reduzi r o número de trabalhadores e A mão-de-obra t orna- se capaz de traba lhar nas condiçõe s
ele~ar a produtividade, tarefa que não só e nem tanto de interdependência e aceleração dos processos produti-
diz respeito aos ramos da produção material, quanto vos , de crescimento impetuoso d a metalomecânica.
aos "escalões intelectuais" do trabalhador colectivo. A taxa de crescimento numérico dos operários começa a
Uma vez que o progresso técnico, factor decisivo b a ixar g~adualmente e no 10. 0 quinquénio (1976-1980)
da intensificacão se revela no incremento da produtivi- perfaz 6%, Ao mesmo tempo, cresce bruscamente o peso
dad e do trabalho, este i ndicador s erve de meditlor da relátivo dos operários cultos e com preparacão profissio-
intensi f icação da produção e da utilizacão da mão-de- nal . A pirtir do 10. 0 quinquén io, o núme ro de operirios
obra. o processo de i ntensif icação envolve tanto a uti- preparados nas escolas de aprend i zagem técnico-profissio-
lização do trabalho vivo como do trabalho passado. A in- na l é superior ao acréscimo verificado na tota lida de dos
tens ificacão l eva â redução relativa dos gastos de ma- operários. No 10. 0 quinquénio em cada mil operários
téri as-primas e auxiliares , combustíveis, a um maior havia 787 com forma ção s uperior ou média. Operam-s e mu-
rendimento dos bens de equipamento e fundos fixos de danças na formação de quadros necessários aos kolkhozes.
produção, ao aumento da produç~o de cada trabalhador Assim . é no per~odo do socialismo desenvolvido qu~ se
por unidade de tempo. A r eduçao dos gastos de trabalho verifica a passagem definitiva para os mitodos intensi-
vivo e passado por artigo . fabricado em igualdade de cir- vos de reprodução da força de trabalho.
cunstâncias é um indicador de intensificação e eficácia.
A poupança de trabalho passado e vivo revela-se corno ten- (!)
A intensjficai~º do pro~esso de reprodução simples
r--
dincia durante l ongos períodos. Os ritmos de poupança 0) e da acumulaçao
dum e doutro podem ser diferentes em função das circunstân- .!'l
cias concretas, se bem que, em determinados períodos, A processo d e intensi ficação ocorre d e modo diverso
a poupanca de trabalho v ivo pode ser acompanhada de con- nas difere nt es fases e formas de Teprodução. !!. mu ito
-1 86- 24-2. -187-
fSpec ifica e intensificaçio da produção e da t r o c a, a
r A reprodução dos fundos f i xos e do produto s o cial é
intensificação em certos sectores de actividade e sobre- completada com a reproducão de força de trabalho, também
tudo na agricultura. onde os resultados da actividade envolvida pelo processo de intensificação. O mero cresci -
~rodutiva dependem das c ond ições na t ura i s. mento numérico da mão- ue- obra (reprodução ex tensiva)
· A e s fera da circ ulação exerce tamb~m uma i nfluência é cada vez mais completado ou então substituído pelo
subs tanc ial s obre a in t ensi fi cação e a eficác i a produção. aumento da qualificação, pela capacidade de laborar nas
" .. . O proc esso de circul aç ã o põe em movimento n ovas cond ições de expansão da indústria metalomecânica.
po ten cialida d es q ue c o ndicionam a esfera d e a c ção do . O pes o r ela tivo d os factores intensivos e intensivos
capi tal, a sua e xpansão e redução que não dep endem da no incremento da produção e na total idade desta condi-
·g ran d eza d o seu valor" 11. Karl Marx achou ser possível cionam a existência de dois tipos de reprod~ção: intens i-
f alar- se s obre a lei da r eposição do volume de capi tal . . .- ' . .
voe e xtensivo . Na prat i ca, ambos os t ipos coexistem con-
através da v e locidade da sua r o t acão12. A falta de quan ~o q ue o primeiro tende a prevalecer. .
coord ~nacã o entre as e sf eras de produção e circulação · O processo con cr eto de re produção ocorre sob c ondiç5 es
no ref ere nte is grandes linhas da intensificação caus a i nterna s e externas em constante mutação . Qualquer
enormes prejuízos. Um r esul tado positivo obtido na mud~nça nas condições de reprodução exerce uma acção d i-
esfera da produção pode perder- se em virtude de d efi - recta sobre a inteosificaçio e efi cácia . Os relativ amen t e
ciênci as existentes nos circuitos de distrib uição ou na limitados recursos laborais, o baixo rend ime nto dos
esfera da cirulação.· equipamentos, a exiguidade dos recursos energéticos e das
Ao . p r oceder- s e i análise do processo de re p rodu ção matérias-primas, assim como das t erras, por um lado, e
simples deve a tribu ir- se uma atenção e spe cial à e fi cáci a as necessictades sociais sempre crescentes, por outro,
da utili zação do fundo de re posição (redução do c onsumo exigem inevi tavelmente que se aumente a intensidade e a
de metal e da amortização por unidade d e valor consumid o). eficiência da produção, se resolva a contradição entre
Ao anali s ar- se o proce sso de reprodu ç ão alargada é neces- o aumen t o das necessidades e as possibilidades de satis-
sário determinar o níve l de i n tensif icação da acumu l a ção. f azê - las num dado mome~t~
Do ponto de vista do ciclo de reprodução a intensificação
é expressa pela redução.do t empo de produção e c ircula-
ção, e tc. Portan to, assinalá mos a tendência ge ral. Ao
mesmo tempo, a c omplexidade e dimens ão dos novos meios
de produção levam ao aumento do tempo de produção . Por De realçar ainda a importância do cálcu lo da duração
seu turno, as fon t es de matériais - primas situam- se do ciclo de investimento. Não há ainda um método de c ál-
longe dos locais onde são consumidas produtivamente culo comunmente acei t e . Os funcioná r ios do Banco do Inves -
timento para a cons trução civil suge rem dividir o ciclo
0 que constitui um f en6meno inevitável nas act uais
cond i ç5es de industrialização em grande escala, _daí que do investimento em dois perí odos: 1) o período de investi-
o tempo de c irculação também sej a aumentado. O cálc u lo men to e formação d e meios circulantes e 2) o perí odo de
do tempo dos ciclos concretos de reprodução permitiria retorno ou reposição . Segundo o's cá l c ulos efectu ados,
conhe cer melhor as possibilidades de r edução da sua nos últimos 20 anos a duração médi a do éiclo é de 14-16
duração*. anos. O p e ríodo de inves timen to é de 6- 8 a nos, enquan to
o p eríodo de re pos ição , de 8 anos . (O Banco e a Eficiên-
cia -dos Investimentos, M., 1980, p. 33).
* No Ins tit u to de Economia d a AC da URSS, o prof essor At en t e - se em que a determinação do ciclo só t e m signi -
J. Quacha propôs um método empírito de cá l culo da duração ficado para o estudo d a dinâmica . Al ém disso , os p r azo s
aproximada do ciclo produt i vo. O autor chegou à conclusão de retorno, a nosso ver , devem ser . c alculados não na
que fora ig ua l a 42,4 dias a duração do ciclo na ind~stria bas e do coefi ciente n ormativo de e fi cácia , mas sim do
e a 27 mes es na construção civil , em 1974 . ( J.Quacha , coefiéiente r eal .
(O Factor Tempo na Pr'odução Social, M., 19 79 , pp. 120,128).
- 188- - 189-
Na prática, tanto a reprodução simples coruo a alargada Quadro 4
se fundem corno numa só e a ctuam uma sobre a ou tra. Are- Estrutura (em val or) da reprodução simpl es
pr odução simp les constitui o elemento fundamental da re- e da ac~mulação em 1979
produção alargada, em que a acumu lação é a base material
das mudanças estruturais e do desenvo lvimento das pri n-
cipais direcções do progresso técnico. A alteração da
função qua l ita t i va dos elementos da reprodução simple s E~ mil milhões de rublos:
1
e
1
V
1
m
l Total
é a premissa ma t erial do.seguinte ciclo de r eprodução Produto soc i a l bruto 590, 1 220 ,0 218 ,0 1028 , 1
a l argada. Se o valor repo sto dos fundos baixa, a amorti- Reprodução s i mples 519 181 , 8 21 8 , 0 9 18, 8
zação é fonte de acumulação.
Todo s os a s pec tos particulares do p rocesso de inten-
Acumulação 71 , O - 109,3
si f i cação r evel a m-s e, no f inal de contas, no processo Em%:
de r eprodução à e scala da sociedade. Para fins de aná- Produto social bruto 31 ,4 "
lise, é conven iente d istinguir o processo de reprodução 57 , 4. 21 , 2 100,0
Reprodução simples 56 , 5 19 ,8 -21, 7 100,0
simples e o de acumulação. Deste modo, será po ss íve l oo·, o
detectar os factores de intensificação e as partic u lari-
Acumulação 64,9 35 , 1 - 1
d ades da reprodução.
O estudo da reprodução simples exige a a nál ise do Os cilcul os ~fec tuados obedecem is seguintes condições :
fundo de repos i ção; ~u sej a . do produto social bruto. C da reprodução simples é igua l a Cl + c2 ou seja 590, 1
As categorias " produto líquido" ou " final", total ou pa r- mil milhões de rublos. Se subtrairmos a e ste o valor do
cialmente ex purgadas dos elementos do "fundo de reposição". produto da I subdivisão, será de 7 1 ,1 mil milhões de rublos
não servem para a anál i se a que·nos propomos. o valor de -C imputado à ac umu l ação. A proporção entre
A teoria da reprodução divide o produto social em v·e m· a da média soc i al. Poss ivelmente , a par te c no
duas part es : uma q ue c orres ponde à reprodução simples, total da acumulação é superior . Na acumu l ação hR RÍ n n~
outra que r epr esent a a acumulação, d epois do que expõe as reservas em cuja estrutura predomina a.
a es t r utura r eprodut iva de cada uma delas.
A d i v i são da repr oduç ão em simples e alargada é ·
realmente compl exa e possível unicamente em termos apro- inferior à méd i a (61,3%).
ximados. A grandeza de a cumulação é a medida · do procf!SSO Assim, a definição da proporção entre reprodução
de reprodução a l argada. Em 1980, o produto bruto foi de s imples e alargada e da e strutura reprodutiva d,o produto
1078 , 5 mil mi lhões d e rublos, enquanto a acumulação social permi te sistematizar a equacion ar me l hor os
ascendeu a 108 , 6 mil mi l hões de rublos. Quer dizer, é vectores da intensificação . Mais impo r t ante é que hoje
de 10% o peso relativo do produto bruto destinado a· se ponha a tónica na reprodução simples, o que não quer
suprir as neces s i dades de reprodução alargada . Este valor dizer que a intens i fica ção do processo de · acumulação
foi mais ou menos o mesmo ( 10,6%) em 1974 e atingi u 12,8% não seja importante . Há que i ntens ificar a utili zação
em 1959. A proporção existente entre ambas as partes do do t r abalho passado não se descurando a i mportância do
produto b r uto sinali za-nos sobre a direcção que devemos aumento da produtividade do t raba l ho v ivo , d evido t anto
seguir se pretendemos a intensificação. A estrutura pro- aos -cons i deráveis gasto s de t r abalho c omo à f unção
dutiva da reprodução simpl~s e d-a- a-cumulação em 1974 é c riativa do traba l ho vivo que cri a nov os va lore s e as-
dada no Quadro 4 . segura a poupança de trabalho passado.
No qu e se refere à fonna concr eta do produto , pode- se Na reprodução simples, o peso do fund o de reposição
supor que, no c aso da acumulação, é relativamente alto no produto chega à atingir 56% . Trata- se essenci a lmente
o peso relativ o da I subdivisão (produção de meios de
produção) , e, no éaso da reprodução simples , é um pouco
-191 -
- 190-
de c us tos das ma térias (primas e subs i diárias ) e c om- ,iaci onal em termos físicos foi superior a o dos f undos
bustívei s . A a mo rtização (para r epor o valor da depre~ de. produção. A pa rtir dos anos 60, a i ntensidade dos
cia çi o dos meios de t rabalho) e igual a 6,6% do valor do fundos sobe para vir a estacionar no VIII quinqu i nio
produto em regime de re prod ução s i mples . Em valores (1 966- 1970). Nos anos 70, o r end i me nto dos fundos fixos
a bsolutos , o fundo de amort iz a ção dos ramos da produião bai.xou . No Quadro 5 pode acompanhar-s e a evolução da i n-
mate rial fo i de 68,1 mil milhões de r ublo s (ou s ej a 6 2 ,3% t ens id ade de fu ndos e trabalho dispendid os na produçio
d o fundo de acumulação) ~m 1980. O elevado peso relativo do r endimento nacional duran te os anos 70. Os cálcu l os
~o fun do de reposic iono val o r do produto i uma das razões efectuados pe r mitem inferir que os fundos fixo s aumen ta-
da neces s idade de intensificar a ut íli z ação t a nto dos r am a t axas supe r iores às do r endimento n aci onal . O
ob j ectos de t rab alho como d o fundo de acumulação. aumento da intensidade d e fu ndos nã o fora comp ensad o pela
A anilis e da e strutura dos fundos utilizados na produ- baixa da intensidade d e trabalho.
ção conv ence c ada vez mais da necessidade de red uzir os
custos de p r o d ução . Têm- se em vista os fund os d e produ-
ç ão , i n c l us iv e a amort ização dos fundos fixos de produção
q ue é imputada a o s produtos, e os cus t os directos (maté-
rias , mão- de- obra) d e fabrico. Em 1980, os f undos esti~ Quadço 5
mavarn-se em 1694 , 6 mi l milhões de rubl os e cada 1% de Re ndimento nacional e çec ursos apl i cados
trabalho pas sado economiz ado e cristali zado nos r e curso s
t apl i cados (meios de produção e ob j ectos de trabalho)
era igual a 3 ,7% do rendimento nacional . 11970 1975 -I 1980
Deste modo , intensif icar o processo de reprod uç ão·
simp les s ignifica utilizar intensivamente os meios de Rendimento nacional ( a ,preços
produção ( reduzindo o consumo de f undos fix os) , objectos constan t es ), em mi l mi l hões de
de trabalho (baixando o c onsumo de matérias), fundos de rubl os 28 9, 9 38 2 , 7 469,6
amortizaçio e a massa sala r ial (condicionada pelos níveis Fundos de produçã o aplicados ,
d e produtividade ) . Estas linhas de intensi ficaç ão em mil milhões de rublos 857,2 1257 ,0 16 94, 6
valem também para a esfera da acumulação . -fixos (de duzi das a s amor t izaçÕe s)53t, 0 805 , 0 1149,0
Há dois tipos intensivos de reprodução : a) economizado- - c irc ulan tes 326, 2 45 2,0 545 ,6
res de fundos e b ) fundo - int ens ivos . Estes dois tipos
d e pendem do consumo de .fundos de produção por unidade de Fund o de retri buiç ã o salarial
pr odução.~ importan t e que em c ada perí odo se de t e c te na pr odu ção mate r ial (produto
q ua l o· t i po predominant e e qua l a t end incia geral .· • necessário) , em mil milhões d P
A intensidade dos f undos deve ser analisada em c onj urito rublos 114 ,6 148 ,2 165.8
com a intensidade do trabalho . O aumento da pr i meira só Recursos aplicados por c a da
se justifica s e f or compensado po r uma mai or red ução rublo de rendimento nacional,
d a s egunda, se o s gastos de tr~balho passado e v i vo por rublos 3,36 3,67 3,96
unidade de produçã o baixarem . A i n t ensi fi cação mais
prog r essiva será a q uel a em que, r elativamente à massa de - fundos de produção 2,96 3,28 3,61
t rabalho vivo , a produção cresce mais r á pi do do q ue os
fu ndos fixos.
- ·mão- de-obra 0,40 0,39 o_,Js
<I)
Na URSS, a evolução do ind i cado r "ín-tensida de de fundos " r- 1ndice de pro d u tividade
tem sido irregular. Nos ~nos ~Ó , qua ndo foram postos em m social do traba lho 100 ,1 25 .146
N
circu l ação r e cur s o~ adicionai s ( e e ram melhor apr ove it a das
as po t i ncias ins t ~ l ~das) , o crescimen t o do re nd imento
-192- 25-1 -193-
em cert os anos, os r itmos de crescimen t o do nível t é c-
Em termos de valor, o qua dro já é outro. Como se sabe , ni co dos novos fund o s diminuem.
o va l or baixa em proporcionalidade directa com a produti- Sabe- se que Mane id entific ava o n[v e l de desenvolvimen-
vidade do traba l ho . t lógico que se p resuma que o valor t o té cnico coro o nív e l da produtividade do tra balho . O
dos produtos que compõ em a mass a salarial se t enha r edu- aumento (de 2/ ) ap roximadamente) na produ tividad e do t ra-
zi do proportionalmence ao Índice de produt i vidade. Foram balho é ess enci a l mente assegurada pe l a sub i da do n[vel
ne cessários 0 , 2 1 rub los e não 0,3 5 (40% ma is) de pa ga -
t é c ni co da produção . Po r consegu i nte , a reduç ão nos ri t-
mento pelo t ra ba lh o , em 198 0 , po r cada r ub l o de r endi- mo s de crescimen t o da p r odu tividade do traba l ho tem esta-
men to noc ional . Mesmo neste c a so , a perda devida ao do relac ionada n os ~ltimos anos com a i nsu fi c i ente sub i da
aumento da int ensidade de f undos não é t ota l men t e compe n-
do níve l técnico dos fundos f i xos .
Roda . No camputo ge ra l, cada r ub lo d e r endimen to naciona l
A utilização intensiva do s fundos c irculantes é
em 1980 foi 0, 60 rub los " mai s ca r o" em r e l a ção a 1970. habitualme nte a va liada pe l a e vo l ução do con sumo de mate-
E8tes cálc ul o s s ão a proximados . Em part i cu lar, d e ve riais por unida de de r e ndimento n ac i ona l . Durante os an o s
dizer- s e que os p reços não s ão tota l mente compa r áveis. 70, o produto s ocial bruto e o r e ndimen to naciona l aume n-
t de rea lçar que a i nt ens if icaç ão d a economia se taram 67 e 62%, respectiva ment e , ou se ja, o con sumo de
processa len t ame n t e , ni o assegura a neces sária sub ida na materiai s por unidade de rend i men to s ubiu um pouco .
ef icácia , nem todas as po tenci a lidades são postas em acção. Porém , dev e levar~ se em linha de cont a que o cálcul o
A utilização inten s iva dos fundos de produção dever á da int ens idade d e metai s se fa z com base no coefic i ente
ser examinada segund o a sun natu r eza ( f undos fi xos d e p ro- d e utilização duma grand e q uantid ade de di vers o s ma t e-
ducio ou me i os circulantes ). A ba i xa do r endime n t o dos riais que exerc em infl uênci a variada sobre a i nten s id ade
f undos fixos d e produção (se for em considerados a preços
da prod ução, po r um lado, entra - se e m con s id e r ação com
cons t antes , i.e . deduzidos eventua i s aumen tos de pr ecos a qualidade doa materiai s e a s a lt e ráçÕes nas t ec nolo-
n os f undos ou na produção) deve-se a uma das três r a zões : gias da produção, por outro. Assim, a utilizaçã o d e ma-
r e dução do t empo de uti lização dos fundos , lon go s prazo s tirias das • fontes mais a fastadas ou me no s rica s aume nt ~
d e entrada em fu nc i onamento dos novos f und os, ba ixa do s ubstanc ialmente a intens idade de consumo . Além di sso ,
nível téc nico dos fundos ;. ou seja quando cada un idade quanto mais rico s forem as mat é rias e os comb us t í v e i s ,
d e novos fundos , em igunldade d e ci r cunstânc i as , n ão é maior o pe s o dos materi a i s com elevadas c aract e rí s ti ca s
capa z de fabri c a r mais p rodut o s do que c ada unidade dos tecnológicas, maia perfeitos os processos tecnol óg i co s
Antigos fun dos . e mais houver materiais artificiais a aplicar, ma iores
O coeficiente de u t ilizacão d a s capacidades por turnos
s e rão as possibilidades d e me lho rar a u t ilização dos
na i nd~st ri a t em vindo a baixar nos ú l timos a nos. Se , por
fundos circulantes de produção.
e xemp l o , o s uba prove it amen t o das ca pacidades ins t a ladas e de realcar ainda a importância da intensific ação
é p e rfe i tnmen t e a dm i s síve l no I qu inquéni o, a redução da acumulação pa ra a carac t~rizacão do processo de r e pro-
d e 1oz nns capncidades, n os Últ imos anos , n ã o tem jus- d ução a largada . Ac umular signifi ca criar ramos ma is ape r-
t ificnc~o. Se a uti li za cão das capac idades por t urnos
feiçoados de ponto de vista téc nic o da produç ão, . i mplan-
nio baixasse , nio ba ixa ria o r e nd ime nto dos fundo s . tar novas gerações de máquinas e sistemas tecno l ó gi cos ,
Os pr azo s d e e ntrada e m fun c iona mento dos novos fundo s
aio 2 a 4 v ez e s supe ri o r es aos n orma tivos. A apli c ação criar novos centros de maquinagem na prod ução e as segura r
e f ec t iva dos pra1.os normativo s d e e ntrada em fun c ionamen- o constante e futuro aume nto da produtivid a de do traba lho .
Ora a nosso ver, será inco rrecto e ncara r a acumu l açã o
to equ i va l e ria a uma e conomia d e 40 e 45 mil milhõe s de
~
como uma das condições d e desenvo lvime nto extensivo d as
rublos n os fund os fixo s ou a uma s ubida d e 37. no rendi-
forças produtiva s.
men to des t es . No sociali smo , a a c umu l açã o e a expans ão da produção
Nã o há r a zões pa r a f a l a r em desc i da do nível t éc nico
do s novos f undos cm r e l ação aos ex i s t entes s e se cons id e- proc essam- se em grand e escal a . A cada momen t o, a acumu -
r ~rcm dad o s generalizados . No entan to , presume- se que , laçã o entra em cont radição c om o consumo . Em igualdade d~
25-2 - 195-
-1 94 -
circunstâncias, quanto meno r for o fundo de acumulação, em 1966- 1970, a 0, 38 em 1971 - 1975 e a 0 1 26 em 1975-1:J.'>D.
' maior será o fundo de con sumo . Por isso, a utilização O fundo de acumulação é uma das partes integrantes
racional do fundo de acumulacã~ é uma tarefa de primeira do rendimento nacional. Assinale - se que, em parte, a
_grandeza. amortização pode ser incluída na ac umulação. Se for
Quanto menores forem o s gastos de trabalho vivo e elevado o montante dos fundos fixo s de produção, durante
morto por unidade de meios acumulados, maiores serão o período de vida ~til acumula- s e um valor considerivel
os valores de uso que correspond em â forma c onc ret a da de amortizaçÕei. A ut Llízação de pa rt e das amortizações
a c umulação, consid e r ando inalte r ável a es trutura, em para fins de acumulação torna- se possível se o valor da
v alor , da acumulação . Por outras palavras, os me i os acu- reproduçã o dos fundos baixa ao longo do período de v i da
mulados a umentarão, em termos físicos, s e se veri f icar ~tiL e se entre a s oma das amortizações e o ~ator da
a utilização inten siva dos mesmos recursos l aborais apli - reprodução dos f undos surge uma diferença no fim do
c ados na acumulação. período de amorti zação . Este resultado que se deve ao
Sublinhe- se q ue Marx estudou casos análo gos , tendo p rogresso t é c;.,ico pode se r encarado c omo acumulação.
chegado à conclusão que, se o valor do capital adicional O aumen to da importância da r e produçio simples e
se man tiver constante ou me smo baixar ocorTe a acumulação a bus c a de novas f on tes de acumu l ação mul tiplicaram o
acelerada , desde que esse mesmo valor do c apital constante interesse dos economistas pela problemática da am~rti-
se exp r esse numa maiQr qu an tid ade de meios de produção , zação . No entanto , alguns es t udiosos che gam a conclusões
enquanto o c ap ital variável a tr ai ma i s trabalhadores. incorrectas. A nosso ver, não se pode contrapor o fundo
O traba l ho adic ional c aus ado por um maior esforço laboral de amortização e o so breproduto c omo fontes de acumu l a ç ão.
do operá ri o pode aumentar a substância da acumulação , Por vezes, é s obreest imada a i mportância do fund o de
i.e. o sobreproduto e a mais- valia, sem o respe~tivo amortização para a r eprodução alargada e subestimada a
aumento da par t e activa do capita11 3 , Em c onsequê ncia importãncia do sobrepro<luto. ~ indubitável que se impõ e
da rep rod ução i n t e nsiva dos fundos fixos deverá baixar intensifi c a r a utilização do fundo de reposição . ~e fosse
o valo r de reposição destes e subir a produtividade de poss ível, mantendo-se o valor , aumentar o valor de uso
cada unidade de potência instalada . dos fundos que são repostos , viria a acontecer a r e produ-
A aplicação de semelhantes métodos i ntensivos de ção a largada dos fun dos em valor de uso no caso da re-
acumulação também é pos sível no socialismo . produção simples em valor. Há que aumentar a ·utilizaç ão
O valor da acumu lação e r i t mos desta podem variar do fundo de amortiza ç ão para fins de reprodução. De '
mesmo no caso de aumen to da produção por via ex tensiva. qualquer modo, s ó s erá de recomendar a aplicaç ã o desta
Ass i m, relativamente ao ano an terior o . montante da acu- tese apôs o estudo profundo desta problemá tic a .
mulaç ã o b a ixou em 1963 , 1972, 1975, 1979, e 1980. Est a A a mortização deve ser espec ialmente anal is·a da no
r e dução variou entre 1,5 e 6% do fundo de acumulação e prisma do valor de reposição dos fundos . Se se confrontar
deveu-se fundamentalmente a quebras na produtividade a s oma das a mortizações com o valor de repos ição , será
agrícol a . possível ajuizar em q ue medida ,ó f undo de amort ização
A redução na eficácia da acumulação pode ser sus- pode ser fonte de acumulação. A r eavali?cão dos fundos
citada pelo aumento da intensidade de fundos da produção fixos em 1972 foi acompanhada duma subida de 11 %, ou
social. Assim, numa sit uação em que a taxa de acumulação seja 73 mil milhões de rublos , no valor de reposição.
,produtiva foi estável, o ~brandamento das taxas de cres- Isto que dizer que as amortizações efectuadas não cobriam
cimen to do rendimento nacional da URSS levou à redução o válor da d epreciação pelo que n~o podiam t o rnar-se f on tP
da eficácia económica da taxa de acumula ção produtiva. de acumulação. Nos anos que se segu iram, os custos de
O coeficiente de eficácia, expresso pela relação entre a produção da indústria e do sector da cons t rução (forne-
t axa média anual de crescimento do rendimento nacional cedores de fundos fixos) não sofreram qua lqu e r b aixa sig-
e a t ax a m~dia anual de acumulação produt iva, foi igual •'1 ificativa. quer dizer, não se verificou uma redução con-
a 0 .54 no período 1956-1960, a 0,4 em 196 1-1965, a o , 48 ", iderável do v a l o r de reposição. Por cons eguin•t e , o fundo
-1 96- _Jg7_
•Je amort i zação não pode ser utilizado na reprodu ção u m factor importantíssimo de intensificação.
alargada . O processo de reprodu ção socialista alargada deve
O fund o de acumulação p e rmite efec cuar invescimentos
ass en tar c ada vez mais na via intensiva. Nos d iversos
da expansão e de moderni zação , a umentar os meios circu-
sect o r e s da economia da URSS aumenca rapidamente o campo
lant e s, c r i ar re servas, etc . A e st r u t ura da acumulação
de acção e as cond i cionantes do proces so de intensificação.
é estável . De 60 a 687. do fu ndo de acumul ação destina- se Crescem o montant e dos f undos fi xos de produção, as
a aumentar os fund os fixos , cabendo de 33 a 407. à forma - potências ins ta ladas e os f undos por operário. As possi-
ção de meios c irc ulantes e r eservas. Ao melhorar- se a bil i dades de aumento da acção dos fa ctores intensivos não
forma concre ta da acumulacão (por exemplo, através da são p l enamen t e ap r oveitadas. Daí q ue se coloque com ba s -
adopção de me ios de produç ão ma i s avançados), aumenta a t ante acu id ade a necess idade d e meca~ização ~ automati za-
eficácia na ut ilizacão do fundo de acumu lação. A a p licacio ção, acele r ação do progresso técn ico-cien tífico e adop-
e m escala de mé todos de acumulação intens iva permite econo• cão de métodos int ensivos na produção , a superação do
mizar me io s ou incrementar ou tra s produções (de b ens de abrandamento ver i fi cado nos ri tmos qe intensificação.
con s umo). Presentemente, o centro de g ravidad e des l oca- se para
O grosso da acumulação de stina-se ao s ec tor da a u ti li zação dos factores de cres cime nto intens i vo (ca -
const rução. Por isso, as me lhorias n ece ssárias ne ste pacidades produtivas e mão-de-obra· dispon{veis, etc.).
Último são e ncaradas c omo a pr inc i pal via d e racionaliza- Dá- se grande atenção à poupança de matérias - primas e
ção do fundo de acumulação a utili zar. O agravamento nos combustíveis. Prevê~se que s e venha a ob t e r a maiori a d a
custos de construção em relação ao previsto pelo plano e p r odução à custa da util ização intensiva das c apac idades
ao orçamentado, os atrasos na entrada em funcioname nto instaladas, enquanto 90% do i ncremento do prod u to in-
de novas capacidades, o aumento do número de obras em dust r ial se deverá a · aumentos na produtividade do tra-
curso baixam a eficácia na utiliz ação do f undo de acu- balho.
mulação , "empatam" meios que poderiam ser encaminhados No passado , os investimentos c re sciam a t axas supe-
p a ra o consumo . Para podermos ajuizar das possibi l idades riore s às do rendimento nacignal. Hoj e as taxas de
de inten sificar o processo de acumulacão basta reco rdar crescimento do rendimento nacional são superiores às do
que entre 1975 e 1980 . o fundo de acumulação r eg i stou investiment o, sendo de r ealçar que estes ú ltimos sedes -
um acréscimo de 12 mil milhões de rublos, enquanto as tinam à modernizaç ão e conclusão de ob ras em curso . •A
obras ein curso sofre ram um ' incremento de 28,4 mil mi lhões poupança de combistíveis prevista para 198 1-1 985 fo i 4'
de rublos. vezes superior ao incr emento ve r i ficado na ext racção do
Nos dias de hoj e, a intensificação de t odo o procesao pet r óleo .
de acumulação socialista deve rá centrar- se nas potencia l i- A passagem da economia soviética para os t r ilhos d o
dades do factor tempo ou seja na r edução dos prazos ae desenvo lvimento intensivo é encarada p e lo Partido como
retorno dos meios investidos. uma tare fa apenas c omparável , quanto à sua grandeza ,
De molde a intensif icar o fundo de acumulação e elevar envergadu r a e signifi cado h is t ó;ico, com o processo de
a eficácia dos i nves timentos hã que promover a ampl i ação indust ria lizacão soc iali sta .
e a modernização das empresas. ' Segundo certas amostragens.
a produtividade de trabalho nas empres as modernizadas é .
superior às novas em 50%; o rendimento dos fundos, em 86%;
o prazo de recomo dos investimen tos é meio ano mais cur to
do que nas novas empresas . e evidente que a ampl iação e
a modernização têm os seuo limites. Os novos ramos e pro- Vi de K.Mar:~ e · F.Enge l s, Obras , vol. 25 ,
duções pode m ser cri ados somente em consequência do Parte I, p . 23 1-253.
aparecimento de no~as e mpresas . Daí que a modernização e o 2
1 V. I. Lénin e , Obras CompZ.etas , vol. 4 , p . 10 1. .
reapetrechamento técnico das ~mpresas existente s sejam hoje
-1 98- l
l -19 9-
..._-;-
- 206- - 207-
L
• fic o - técnica una . Foi e liminada em grande parte a regula -
mencação excessiva da acc i vidade das empresas e reestru-
curado o sist ema de incen civaçio nas e mpresas em r egi me
l'·
·
aspectos da direccão da e conomia . que se orientasse a
gestão e o planeamento para a consecuçio de resultados
econõmicos finais.
Em Julho de 1979, o CC do PCUS aprovou a resolução
de cálculo económico, alargada a ut ilização de incenti- 11
0 aperfeiçoamento do mec an ismo da e conomia e as tarefas
vos econó mi c os na prática do planeamento e gestão es t ata l. do!i Órgão11 do Pa rtido e Estad o " e, e m conjunto c om o
As condições objeccivas s urgid as na economia sovié - Conselho de Ministros da URSS, pub licou a resolução
tica no i níc i o do s anos 70 exigiram o a per f eiç oamento do "Corno ruo:lhora r o planeamento e r e forcar a acção do meca -
mecanismo do sistema económico, f ac ilitado com a r emode- nismo da economia pa ra aumentar a eficácia da produção e
lação e stru tural da gestão da indús t ria que fora ef e ctuada elevar a qualidade do tra bal ho" . As referidas resoluções
em harmonia c om a r esoluçã o "Das medidas d e st ina das a contêm t odas elas medidas bem articuladas d e s ti nadas
aperfeiçoar a gestão da iod Ús tria" (1973) do CC do PCUS a fazer funcionar melhor cercos sect o res do mecanismo
e Cons e l ho d e Ministros da URSS. Como c onsequênc i a, o do s ist ema eco nómico e q ue vi sam a consec ução d e result a -
centro de g ravidad e na indústria passa a de s locar-se para 1 doa finais.
as uniõe s de produção e cientifico-fabris . A criação de Estas medidas propunham- se ap erfeiçoar o sistema de
uniões p~rmit! simpl~ fi c!r a es tru~u ~a da_ges ti~, el i minar 1 planos e indicadores do plano, reac tiv ar o cálculo eco -
a excess iva h i erarquizaçao e ap r oxima -la a gestao da nómic oi os instrume n tos d e pol ític a económica, melhora r
produção . Nos anos 70 foram promovidos vári os ensa i os as fo rmas organizativas de gestão da produção, fomen tar
experimentai s. Dentre eles r ea lce- se o que visava avaliar a deroocratiz acio na direcção e a umencar o papel dos
a viabilidade da adopç ão d o indicador "produto líquido c olectivos la borais. As sim, v isava- s e e nvo l ver os
( nor mativ o )". Numa série de r a mos da indústria e seccionamen t os da produção de re p rodu ç ão : fabrico ,
ministérios d a c onstrução foram elabor ada s técnicas cons trução, progresso ~ientí f ico-t éc n ico e relações fi -
progres siva s de pla neamen t o e incentiva ç ão económica como nanceiro- c reqi tíci as .
por exemplo a adopção de princípios nonnativos na O XXVI· Congr e sso d o PCUS (19 8 1) c oloc ou como t arefa
distribuição dos luccos , os n ovos indicadores de planifi- a int r odução no XI quinquéni o (19 8 1-1 985) dum.a série de
cação da Lndústria da construção . métodos e técnicas de med id as t enden t es a aper f eiçoar o mecanismo da economia
gestão do progresso científico- té cni co . Ne ss es anos, e a orientá-lo pa ra a consecução d uma ma i or efic á cia do
graças ã iniciativa criado~a das massa s surgiu uma sirie p r oce s so de produção e melhor qua lidad e de fabrico, pa ra
de formas interessant es e prome t edoras d e organização e a moderniz a ção d a e stru tu ra esgaoizativa d a gescão ,
incentivação do t ra bal ho (po r e x emplo , a -empreitada por
es tilo e mé t odos de traba lho , adequando estas tarefas
eq u i.pa ). isto e m conjunto criou condiç5es p a ra a a~opção às novas condições.
Tu~o
A n ecessidade d e a per fe i çoar o mec a n ismo da e conom ia
de nova s m~didas destinadas a aperfeiçoar o sistema ~ é equac ionada no programa de a c el eracão do desenvolvimen-
métodos de gestão e conómic a. O XXV Congresso do PCUS (197 6)
to económico e soc ial d o país. Como se frisou no XXV II
conclu i u que, nas condições exi s t e ntes nessa altura. o Congresso do P CUS, q ualque r que s e ja a questão q~e se
mecanismo da economia não corre spondia às exigênci as dos
tome e o modú como se abo rdam detenninados prob lemas eco-
sectores de ac t ivida de em constante expan s ão . Impunha- se
nómicos, no final de contas tudo se reduz à necessidade
a superação da contradição entre a produçã o social cre s-
de me lhora r sensivelmente a ges tão, o mecanismo da eco-
cente, os i mperativos do progres so científico-técnico
nomia em geral. A rees truturação do mecanismo do sistema
fort emente condicionados pelas ligaç5es interempresariai s,
económico como concepção base ia-se no impe r ativo de
por um l ado, e as forma s económicas concretas impostas
fomentar o centralismo nas questões e s tratégicas, ampliar
pelo mecani smo d a economia , por outro. os direitos das empresas, a sua autonomia, introduzir a
O Congresso exigi u que se acelerasse a reestru turaç ão
autogestão e, deste modo, respons ab ilizar mais e mo tivar
do mecanismo da econo mi a , elaborass e e aplicasse um siste-
os colectivos laborais p ara bons resultados finais.
ma un i forme de medidas c apazes d e abarcar os principa is
27- 1 -209-
-2 08 -
Trata - se aqui d o reforço paralelo e intercomplemen car
Aperfeiçoar o mecani smo da economia significa mud a r da eficj cia quer do centra lismo qu er d a d emocrat iz ac io.
·efectiva me nte o s ist ema de r el açõ es d e produçã o, as suas V. I.Lén i ne nunca op5s o c e nt rali smo ao democ raci s mo,
forma s con cr etas no ãmbit o d a s quai s f uncionam div er s os c on siderava - os organicamente in tegr ad os. lloje i mpõe- s e
s ec to res de actividade . Isto pr essupõe a adopção dos o reforço dos d o is princ í pios: o centralismo - à custa
r esp ec tivos documen tos normativos e não só. Ne sses doc u- da s uperação das visões "departame nt a listas" e "localistas"
mentos· são registados apenas os requisitos nonna tivos no que se re f ere ao incremento d a cr iatividade d a s ma s s a s,
a exigir. a toda a estru tura da economia. Todavia, o me- c olectivos labor ais, o rganismos loc a is; o democratismo
c a nismo que funciona de facto pode (por várias razões) â custa do fomento da autonomia e da iniciat i va das empre -
di[erir substancialmente do equacionado s egundo o prisma sas, ampliação dos direitos e ob rigações no interesse da
dos documentos normativo s. Assim, a condição de garantia economia em gera l.
da con gruê ncia nas medidas de aperfeiçoame nto do meca- · A rees.truturação do mecanismo da economia é impensáve l
ni s mo do sistema económico está no equilibrio e estabili- sem o reforco da importincia e pa pe l o r ganizad or do p lano
dade da principal forma · d e planeamento - o plano qu inque- estatal. Começou-se j i a r e j e itar a pritica d e submeter
nal - à escala de todos os s ectores da economia, a todos i aprovação das empresas um número excessivo d~ indic a do-
res do plano, a apreciaç io da execução do plano se gundo
os nivei s.
Se faltar a devida congruência ou a rticulação no resultados em cres cendo . Está a desaparecer a prática de
plan eame nt o , assim como se for def i ci e n te o trabalho corrigir os planos segundo o conse guido de f ac to, e t c .
organ iza tivo, pod erão surgir disparidades entre o meca- Dentre as medidas d es tinadas a reforçar o centralismo
nismo efect i vamente em vi gor e os requisitos obj ect ivos na gestão, é avançada pa ra primei r o plano a necessidade
exigidos i qualidade do mecanismo da economia. de reafinnar o primad o dos intere sses superiores d a econo-
Da i que seja importantissimo r esolve r a s seguintes mia. Is t o pressu põe antes de mais alt e r ações diversas no
questões : assegurar a conc e pção do mode lo teórico de a ctual sistema de planeamento. Presentemente, o plano ec o-
mecanismo da economia , ad equa do às cond ições actuais e nômico reduz-se em vários c a sos a uma súmula e i correc -
objec tivos d e política económica ; concret izar estas di - ção dos plano s sectoriais de desenvolvime nto económ i co.
r ec triz es teóricas funda~entais nos respectivos netos Assina l e- se que com o nivel actua l de socialização da
normativos , procurar conseguir a aplicação atempa d a das p r odução , a pr oporcionalidade na economia não e uma rela-
med idas traçadas. Tudo isto faz com que o factor organi- ç ã o secundária ligada a dados referenciados num dado stc-
zaç ão, cm sentido lato, passe pa ra primei ro plano . Nas t or,· é sim uma relaç ão primária, um ponto de pa rtida. Só
c~ndiç~ c ~ octuais, o alto niv el de organi z aéão, que englo- com base na proporcionali dade se podem r eferenciar os
ba o espiri to de iniciativa , o sentido de responsabilidade restantes sectores, as relações intersectori a is e in t e r-
e a dis c iplina, transforma -s e no t a l fio da meada que, regi ona i s.
se Eor bem agarrado e puxado, pode fazer vir i tona toda A t ónica no primado dos· interesses suptriores da eco-
a panópli a d e problemas que se avolumaram. nomia deverá concorrer para a alteração d os cri t érios
A nova concepção de mecanismo da economia obedece a os de avaliação da acc ividade dos ministér i os e órgijos regi o-
princ ípios l eninistas d e gestão económica. Estes princ í- nai s da administração, nomeadamente a apreciação se gundo
pios, formulados nos primeiros anos de existência do o contr ibuto para a consecução de altos re sultados fi-
Estado Soviético e que passaram pela prova do t e mpo, têm na is. A propósi t o, cabe lembrar aqui o critério a d op tado
a possibilidade de se desenvolver mais plenamente hoj e em relação ao trabalho dos ministérios e departamentos ,
nas condições do ·socialismo avançado. Nesta e tapa são que reside no grau de satis faç ão pelo sector das crescen-
l e vantada s as limitações históric as ã sua realização, mo- tes necessidades sociais.
tivadas pelo insuf iciente desenvolvimento da economia, fa l- Orientar a actividade económica para os result ad os
t a de expc-ri ê ncia e quadros formados. fi nais significa cons id erar obrigatoriamente os int eresses
Nn faRe ac tual , reveste-se de especia l importincia do consumido r (popu l ação, empresas, instituições). Es t e
o r e ~p c ito pe l o principio do centra li smo d emocrjti co . 27-2 - 2 11-
- 210-
, ~ facto condi ci ona igualmente o papel dos contratos entre alargar substancialmente a iniciativa e a autonomia,
·as emp'Cesas. Os contratos, como ainda a "carteira de assim como a responsabilidade das empresas, tema bas -
encomendas" que lhe dá origem, tornam- se o ponto de. par- tante abordado nos plen~rios do CC do PCUS. A fim de
tida para o c umprimento dos planos de produção, enquanto c onsegui - l o , o CC do PCUS e o Con s elho de Ministros da
os fornecimentos exe cu tados surgem como o principal indi- URSS aprovaram uma resoluçio em que, a par da utili zaçio
c ador da actividade da empre s a . de forma s e mitodos de gestio testados, se prev~ introdu-
A passagem ao planeame nto dos f ornecimentos de produ- . zír medidas s uplementares tendentes a ampliar os direitos
tos segundo contratos com os consumidores c riará uma nova da s empresas da indús tria na esfera do plane~men to e
situação. O cumprimen to total, incondici onal e atempado a ctivi<lade económica , a ass egurar o i n teres s e pel os resul -
das obri gaçõe s estipuladas nos contrato s será o critério t ado~ da empresa, pela efic~cia·da produçio,· e a aumentar
f undamental de apreciação da actividade tanto do colecti- a respor,is a bi l.idade p elos resultados laborais. ~ com este
vo laboral como dos di rigentes da empresa, sendo conside - objectivo que, a partir de 1 de Janeiro de 1984, começou
r ada aind a a poupança de matirias, energia e combus tí veis, o ~nsaio experimental em diversos ramos d a indGstria no
a redução dos c us t os e a sub i d a da produ t ivi dade do . intuito de a valiar a v iabil idade de c e rtas fo nnas de ge·stão
trabalho , o aumento do f abr ico c om menos pessoal . A eco- económic a.
nomi zação máxima será a melhor forma de c umprir o plano. O ensaio experimental demonstrou a sua _vitalidade
Uma das princ ipais vi as de cons e cução de altas t axas e revelou grande s pos sibilidades de aumentar a eficácia
de crescimento do produ t o é a criação dum sistema bem da produção e melhorar a qualidade do fab rico. Dando con-
estru t urado e flexí vel de reservas, i ncluindo ca pac idades tinuidade i experiincia, em 1985 houve empresas de vin te
de produção. A formação dum sistema, fundamentado cien tí- min isté rios de diversas repGblicas que passaram a funcio-
fica e economicamente, de reservas planificadas i uma das nar segundo novos métodos de ges tão .
c ondt çÕ es de gestão eficaz da economia , premissà i mpres- Isto signifi cou a expansão do ensaio experimental.
cindível de eq ui líb r io da e conomi a , de alta e f icácia dos Surgiu igualment e a necessidade nio só de alargar mas
instrúmentos d e po lí t i ca económi ca e de fomento da tambim aprofundar a experiência . Tr ata- se sobretudo do
fact9 de o mec anismo do sistema económico permitir acele-
iniciativa e aut onomi a • . rar o pr ogresso c ien tí fico - técni co, melhorar a qualidade
O refor co do pape l o rganizado r do plano na e tapa
actu-al pressupõe t amb i m uma ree st ru t u r ação substanc ial , da produção e motiv ar os c olectivos labor a{s ~ sec t ores
em ce r ta med id a uma r eorie ntaç ão , do cont e údo da próp ria da economia. Para t a l, impõe- se aproveitar melhor , as'
pl an ificação como activ idad e. A s ua direcção fundame ntal potenci a l idades do planeame nto, i ncent i vação, s i st ema de
começa a ser a gestão da eficác i a , o que el eva s e ns ivel- p r eços e ou t r os i nstrumen tos de pol íti ca e conómi ca , Al gu-
me n te a s i gnificância do s istema de norma s e normativo·s . mas medida s nes s e sen tido foram j á previs t as p e l a reso1u-
A ge s tão at ravés destes últimos permite assegurar o ção "Da ampla difusão de novos mé t odos de ges t ão e conómica
e qui líbr io e ficaz dos planos e mais altos resultados fi- e o con tributo destes para a acele raç ão do pr o gresso téc-
n a i s , o que constitui a condição s i ne qua non da passagem nico-científico" (1985) .
à via inten siva de reprodução socialista alargada . Estão hoje em fase de elabo'ração medidas que pos s ibi-
O significado profundo de todo o trabalho no sentido litarão passar do ensio experimenta l para a criação dum
d e aperfeiçoar o mecanismo da economia ~onsiste em asse- sistema integral de direcção da economia de tipo intensi-
gu rar condiç~es mais fav6riveis de melhor funcionamento vo • .
dos e lementos basilares da e conomia: as empresas, os De realçar aqui a importância política e socioeconó-
ko lkhozes e os sovkhoze s. ~ precis a me nte aqui que é criada mica da Lei dos Colectivos Laborais , aprovada em 1985,
toda a riqueza e a multipli c idad e de valores de uso, o e o aumento do significado destes na direcção de empresas,
produto necessirio e o s obre produ to , o rendimento nacion~l! insti tuiçÕes e organizações. Nela s ~i o contemplados os
Hodi e rnamc n te , su r giu a necessid ade impe riosa de direitos constitucionais dos colect ivos l aborais das
empre~as, organizações e in s tituiçõe s em ma téria de pln-
ala r ga r sub s tnncinlmcnte a i n i c i nt iv a e a a utonomia,
-2 13-
- 2 12-
neamento e gescão. A Lei cria assim condições favoriveis po r parte do mecanismo d a economia provoca t endências
para o fomento da iniciativa e autonomia dos coleccivos burcoráticas, comporta perdas de tempo e não permite o
l a bo rai s ao mesmo tempo que é maior a re spons a b ilidade aprov eitamento p l eno do potencial c riado e recursos
destes p e los resultados finais da actividade económica. existen te s.
' i De realçar o significado do peso relativo dos indi- O funcionamento do mecanismo da economia socialista
cadores físic os e valorimétricos para o ape r f eiçoamento nos moldes que p retendemos não tem nada a ver com proces-
da planificaçio e reforço da autogestão. A tónica sos espontâneos. Trata-s e de atributos da direcção plani-
nos resultados finais e a colocação em primeiro pla no ficada que se prendem também com aspectos importantíssimos
do grau de satisfação das necessidades sociais eleva tais como o aumento das necessidades no processo de ela-
substancialmente o papel dos indicadores físicos. boraçio dos planos de produção (com base na ~arteira de
Isto compreende-se perfeitamente porquanto as necessida- encome ndas e n as reservas a criar), a combinação das
des são satisfeitas por meio do valor de uso . Aliás, é características estabilidade e flexibilidade no sistema
incorrecto afirmar que o papel dos indicadores físicos dos preços, o reforço do papel dos mecanismos do crédito,
aumenta à custa do enfraquecimento dos valorimétricos. da distribuição dos lucros e da formação de fundos de
O desenvolvimento económico exige que se uti l i ze de modo inc ent ivacão económica. ·
racional tanto os indicadores físicos como os valorimétri- Se a autogestão for f omentada e reforçada, se for,
cos, dado que reflectem dois aspectos interligados e portanto, assegurada a unidade entre a medid a do traba lho
int ercomplementares do processo de reprodução socialist a e a medida do consuma , aumentari no trabalhador o sentido
alargada . de dono do país e da produção. Ao mesmo tempo, deixar-se-i
A difusão de semelhantes concepções sobre o papel dos de encarar os meios de p rodução da sociedade como "meios
i ndicadores físicos, ignorando o conteúdo social qualita- do Estado", e a propriedade social como uma "propriedade
tivamente novo das relações ,monetirio-mercantis na socie- de ninguém". O dito tem muito a ver com o reforço da dis -
d ade socialista, pretendendo afinnar que se contrapõe ao ciplina , condição fundamental para que o mecanismo da
desenvolvimento planificado, por um lado, e ã visão destas economia passe a funcionar d~ modo ef icaz. Tem~se em
categorias como antípodas incompatíveis, por outro, não vist a uma disciplina económica que pressupõe que o homem
se justifica do ponto de vista teórico nem pritico. A enc are os meios d e produção como t rabalho seu, como fruto
superaçio de tais concepções só ajudará a utilizar de do seu trabalho, e, portanto, esteja inte r essado na -
modo planificado e racional os instrumentos de política poupança, economização e multiplicação da riqueza. Este
económica no mecanismo da economi a. tipo de disciplina só é possível se se conseguir aproximar
Pensa-se que, numa Óptica de planeamento centralizado, o mecanismo econômico de realização da propriedade socialis
os instrumentos de política económica do mecanismo da t a, da actividade quotidiana de cada colectivo laboral e -
economia que poderão assegurar a relação inversa ·estão cada trabalhado r do sistema de produção socialista.
a carecer de sério contributo dos trabalhadores da ciên- Nesta direcção funcionam igualmente as medidas rela-
cia e de subs equente ensaio experimental (logo que conce- cionadas com o fomento da democ~atização no processo de
bidos). Tem em vista, portanto , as "alavancas" de planifi- 'direcção da economia. Frise-s e que tais ~edidas devem ser
cação que permitiram detectar e revelar as consequências encaradas não corno algo de adic ional mas sim como "subs-
das medidas e efectuar, reagir com eficáiia ao apareci- tância" ou corpo desse mecanismo .que funciona independente-
mento de novas necessidades e inovações científíco- t ecni- mente delas, ou seja como princípio inalienável de seu
cas . funcionamento. A democratização do processo de direcção
O mecanismo da economia deve reagir adequadamente ao da economia é uma etapa imprescindível no mecanismo de
grau de satisfa-ção --das necessidades, aos fenómenos positi- realização económica da propriedade socia l ista . Al ém disso,
vos e negativos da gestão económica originados por causas o grau de democratização do processo de direcção é um in-
objectivas e subjectivas. A falta dos alementos que asse- dicador de socialização efec tiva, conquanto que o pl anea
gurariam tamanha f l exibilidade e capacidade d t resposta mento centralizado funcione como el emento di.rig•cnte e
- 2 14- orientador. ? e
- ~ 1 ,_
Ao analisarem- se as vias de aperfeicoamenco do
Nas novas condições, cresce o pape l e a responsabi li-
mecanismo da economia, não dev~m ser descurados os con-
dade da Economia Política pela elaboraç ã o da concepção
dicionalismos em que funciona. Nas obras da especialíd3-
cienc[fica que d e ve ri assistir ao novo mecanismo da eco-
de nio é raro encontrar quem faça crer que as rnedidaa nomia, pelas grandes linhas d e forca que le varão i
rac i o nais c onducentes ao aperfeiçoamento da direcção
criacio do mecanismo ec onoru1co mais adequado i etapa do
da economia podem ser aplicadas com êxito sem observar 1 soc ialismo desenvo lvid o.
quaisquer condições prêv.ias. A experiência demonstra pre-
ci samente o inver~o. As c ondições de funcionamento eficaz
do mecanismo da economia podem es tar condi c i on adas pela
reproducio, pela organizaçio e pela ideologia, e assim
se d i stinguir, ern tris tipos . O primeiro tipo di~ res- K.Harx e F.Engels, Obras, vo l. 25, parte I ,
peito ao eq uilíbrio ec on6mico, o que exi ge pro grama s p. 29. . .
especi ais e respeccivas medidas. O segundo tipo, que se 2
prende com o aperfeiçoamento do mecani smo da economia, V.l . Lénine, Obroa Completas, vol. 36 . p . 7.
tem a ver com o r ápido aumento do grau de orga n ização e 3 .
.'
1:,
do sen t ido de responsabilidade . A s olução depende grande - Ibidem, p. 1J6.
mence do modo como é utilizado o mecanismo de funci o na- 4
mento do poder estatal, · a polí tic a de quadros e o ut ros Ibidem, p. 17 J.
as pect o s re lac i onados c om as condições organizacionais. 5
Atente-s e ainda no pe so que repr esen tam as pre missas de Af:zteriaia do Plenário do CC do PCUS de 26 e 27 de
índole ideol6gico- espiritual no processo de funcioname nto Dezerri>ro de 1983, M. , · 1983. pp. 21-22 .
do me canismo da economia . ·
Uma das causas que estio na base das dificuldades de
aperfe i çoamento do mecanismo da economia é a força da
inércia e da tradição que se fo rmou no período em que
predominavam cri térios quantita tivos (volum~tricos) no
planeame nto econômico; enquanto a qualidade era re l egada
para s egundo plano . O hábito de avaliar o progre sso eco-
nómico segundo indi cadores puramente volumétricos indepen-
dentemente da componente qua litativa, a subestimação da
importância do plano estatal e a tónica numa execução fá -
cil d este Último , as tendinc ias i gua litaristas , iãq hoje
as prime iras razões para as dificuldades que atravessamos
na introdução de métodos e técnicas eficazes de direcção
da economia. A superação da inércia e háb itos caducos
herdados dum passado recent e; a adopç ão duma visão concep-
tua l ista que desperte e oriente a opinião pública para
o crescimento económico pela via intensiva, a consecução
de r esultados finais, o combate ao departamentalismo,
ao " localismo" e burocratismo são as condi ções imprescin-
díveis para o aperfeiçoamento do mecanismo do sistema
econômico . Não é por acaso que apostamos forte na formação
dum novo pensament_o económico.
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- 216-
1 1
A PARTI ClPACÀO DOS TRABALHADORES NA GESTÃO
DA PRODUCÃO
í "Os colectivos de t rabalhadores participam na discussão
e solução dos assuntos estatais e sociais, no planeamento
da produção e do desenvolvimento s ocial, na preparação
e distribuição dos quadro s, na discussão e solução dos
probl e mas d e administ racão das empresas e instituições ,
' ,, Evgueni KAPUSTIN , n a melho ria das condi ç õ e s d e t r abalho e de v i da, na u ti-
me mbro correspond ente li zaçã o d o s r ecu rso s d est i nados a o f o men t o d a produção ,
da AC da URSS bem c o mo a os e mp reen dimentos s oc i oc u lt u ra i s1 e ao e s t í -
mulo material. ·
Os co lectivo s d e trabalhado r es desenvo l vem a emu l acão
soc ial i st a , c o ntri b uem para a d ivu l gaç ã o do s métodos
Cada trabalhador de uma soc iedade socialista não sõ a van ç a d o s d o trabalho , para o f o rt aleciment o da d isc i p li-
é um empregado directo, mas t a mbém patrão associado de na l a bo r al·, educ a m os seu s membros n o esp írito da moral
toda -a producão social, o que determina o direito e a comu nista , zel a m p e lo aume n t o da s u a c on sc iênc i a p o l íti-
nec e s sidade d e cada membro da sociedade participar acti- ca . pe l a · sua cultu ra e p reparação pro f issional " •
vament e na gestão da producão aos seus dive rsos níveis, A a ct iva p ar t i c i p ação dos t rabalhadores na gestão das
O d e senvolviment o das forcas produtivas e o presente associações d e e mp resas (emp r esas e seus depa rt amentos)
pro g r e s so cientifico-téc nico mod e rno, ao me smo tempo visa, antes de ma is nada , a elevação da ef i c i ência do
que reforcam a soc ializacão da produção, tornam mais trabalho das un i d a des p rodutivas. Essa partic i pacão ma-
ac t u a l e, simu ltane a mente, mais difícil a partic ipação ni f esta- se s ob r e t ud o :
dos trabalhado res na ge stão da producão. O aume nto e o - na e l a boração d os p l anos de prod ução , apuração das
ap e rfeiçoame nto da par ticipação das massas ' trabalhado- r e s e rvas d e p rodução e concret i zaç ã o de medidas p ara a
ra s na gestão da producão constitui um.a das formas dq sua uti l i z ação, a p resen tação de pro postas e r ecomenda-
d esenvolvime nto da propriedad e social . A gestão da pro- çõe s v is a ndo o me l horamento d a t écnica , t e c nologia e
dução soc ial que todos os trabalhadores realizam de uma or ga nizaçã o da p rod ução, elab oração de p lanos soc i oeconõ-
forma c ada v e z mais act.iva, é condicionada pela essên- mi ~o s a longo p r azo;
- na pre paração e r e a l i z a ç ã o das medi d as d est i nad as
cia d o s o cialismo , à ut i liz a ç ã o ma i s efi c i ente d os fundos d e f omen t o de
~ - - - ~~ nartic ipação dos trabalhadores prod ucão ;
ais tonuc1<> u - r - -- ~ ~ª {AaaociacoP~ de
social a nive l d e emoLc <> ª~ - n a e l a bo raç ã o , a ssi na tura e con trolo do cump rimento
d o s contra t o s cole ctivos d e tra balho;
- no e xame de problema s r e lativos ã o r ganiza c ão do
Actualme n t e , a elevação do papel dos trabalhadores trabalho, introdução de formas cie ntífica s , estudo e
na ge s tão da produção social constitui um factor objecti- utilização de , normas científicas em tod as as f a s e s da
vo do ape rfeicoamento do socialismo d e senvolvido e um pro dução;
importante principio da evolução verdadeiramente demo- - n o exame d~ questões relac ionadas com o r e f o~co da
crática da sociedade socialista, o que se ref l ectiu na disciplina laboral, flutuação de quadros , etc ;
Constituicão da URSS , na Lei sobre os Colectivos de Tra- - no controlo da admi~is tracão, a qual deve mobili z ar
balhadores e nas medidas tendentes ao aperfeiçoamento os colectivos para o cumprimento dos planos, execução das
dec isões tomadas, melhoria das condições de trabalho,
d o aparelho económic
A Cons tituição dao.URSS
· (Art . 8) define nitidamente
etc .;
o papel dos c olectivos de tra b a lhadores, os s eus dire ito s Os trabalhadores parti c ipam também na aolução de pro -
e obrigaçõe s, nome adamente, no que diz res peit o à ges t ão blemas ligados à distribuicão dos bens ma t eriais e espL.
d a pro d uc ã o . Ne l a se f o rmu l a a se guinte tese i mport ante : rituais no s respectivos c olectivos; na elaboração de
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Praticamente todos o s trabalhadore s dos pa ís e s so-
projectos visando aperfe içoar os salirios; na u t ilização
c ialis tas estio sindicalizado s . As organizações sindi-
do rundo de estímulos ma t eria is . do fund o socioc ul t ural cais da URSS , at ra i ndo os trabalhadores para a gestão
e do f undo da construção hab itacional; na utilização do
da pr odução, tra balham sob a direcção do Partido e man-
s eguro social . Embo ra estas questõe s t enham a ver com têm estreito contacto com o Komsomol, utilizando formas
o aper feiçoamento das relações d e distribuição , elas de organização d iver sifi c adas: comis sões p ermanentes dos
es tio es tr e i t amente l igadas i melhoria da produção social . cornité s s indicais d e fábri ca e d e s ec ções de produção
Atr ibui ndo aos estím~los mo r a is grande importincia ( so bretudo, comi ssõe s de trabalho produtivo, de saliri os
como fo rma de cativar o s trabalhadores para a gestão e de nor mas de t raba lho, de segurança la boral, bem como
da pr odução, não podemos, na t uralmente , esquecer o papel comissõe s e nc arregadas de s oluc ionarem problemas habita-
dominant e dos es tímu l os materiais. O envolvimento das cionais, da vida quo tidiana, e tc.) tribunais de c amara-
massas traba lhadoras na gestão da produçio tem , obriga t o- das e comis sões que arb itram confli t os laborai s; reuniões
r iame nte, que relacionar- se c om o intere sse material, e, conferências operirias; ass i natura de contratos de
com a,possibilidade r ea l de , pa rticip ando directamente trabalho; confe rências de pr odução permanentes; as s o-
na solução d e problemas da produção , me lhorarem a sua efi- ciações artísticas de trabalhador es .
ciência e , sumu ltaneamente , os rendimentos do s trabalha- O aumento da partic i pa 6ão do~ traba lhadores na gestão
dores. da prod ução , a elevação da sua eficiência exigem o aper-
Devemos apontar t ambém a relação direct a que ex iste fei çoa mento do a parelho de decisões na área da ges tão
en tre a pa rticipa cãd dos trabalhadores na gestão da pro- da prod ução e no que res pei ta ks funçõe s deliberativas
dução e o fortalecime nto da gestio p lani fic ada centr a l i: e de cont rolo . Os co lectivos das empres as , face a decisões
z ada , para l e l amente a uma ma i or independência económica tomadas pela a dministração , não fazem uso ainda da melhor
r e l ativa da s empresas ( associações ) na solução de questõ es forma das s ua s funçõe s de liberativas e d e cootrolo , fun-
económicas . ç ões essas de gr a nde 'i mpor tânci a . Alim disso, t udo i ndi -
Ess e problema está também vinculado ao direito r e al ca que fu t ura ment e seri necessário estudar possibilida-
do co l ec tivo d e examinar os problemas de distribu ição e des de uma participa ção cad~ vez ma ior dos trabalhadores
utilização dos diversos fundos da empresa (o fundo de fo - tanto na e l a boração de propostas, c omo na tomada de
mento, o fundo sociocu ltural, o fundo d e incentivos ma- decisões.~ preciso ter em conta que s e trata , sobretu-
t e riais, etc.). do, de decisões r elativas à produçã o básica da empresa,
No en tanto será e rróneo reduz ir a participação dos por exemplo, a planificação da produção, não se limi t ando
trabalhadores na gestão da produção à possibilidad e de ape nas aos problemas sociais (construç ã o de casas, acti -
adquirirem maiores direitos na distribuição do produto vidades culturais, me lhoria das condições de vida, etc.).
criado ou dos lucros. Ela pressupõe, antes de mais a A participação dos trabalhadores na produçã~ está
participaçãó na gestão do próprio processo de produçio. indissoluve lmente ligada ao mecanismo económico. Por isso.
t precisamente a participação dos trabalhadores na pla- o aperfeiçoamento da gestão planificada da pr~dução so-
nificação e organização de produção que deve, no fim de cial exige o aumento d a participação dos trabalhador es
contas, levar à solução dos problemas de distribuição e nesse processo e uma maior eficiência dessa mesma parti-
uti lização da parte dos lucros e dos fundos que estão à cipação. Nas brigadas que reunem trabalhadores de várias
disposição da empresa, o que, por consequência, se profissões, um dos núcleos inferiores da produção social
reflecte no interesse material de cada membro do colecti- é onde melhor se combinam as medidas económicas com a
vo , SÓ será possível falar de possibilidades formais e iniciatiya dos trabalhadores. É aí que os trabalhadores
reais da participação de todos os trabalhadores sem agrupados em brigadas mais activamente participam na
excepção na gestão das empresas, quando os seus interes- gestão : eles elegem o chefe e o conselho da brigada;
ses materiais individuais estiverem ligados ~s decisões analisam o trabalho do seu colectivo; aprovam coeficien-
administrativas, na tomada das quais esses trabalhadores tes de participação l aboral durante a dístrib~íção do
participam. -221-
-220-
, ' salário colectivo; velam pel a àisciplina e educação do s
membros de b r igada; lutam pelo resultado final do tra-
dore s soviéticos. Todos os anos, ess as con ferênc ias
apre sentam cerca de 1, 5 mil hões d e propostas ; só em 1981,
balho do colect i vo. a s u a materialização pr.-itica pe r miti u economi zar mais de
Ass inale-s e que a organi zação do trabalho e do paga - 1000 milhões de rublos.
,. " mento por brigadas influencia o funcio namento de s e cções As c onferênc ias de produção permanentes e xami nam o
da fábrica, em particular no que respeita o s problemas cumpr imento dos pl ano s, a utilização dos r ecu rsos inter-
ligados à produç ão das br i gadas e à coordenação do tra- nos , a criação d e condições e estímu l o s ao trabalho alta-
balho. Em muitas empresis, exist em conselhos de chefes mente produtivo, aperfeiçoamento dos métodos de gestão
de brigada que reso lvem diversas questões a nível de das empresas, intensificação da produção, etc, A confe-
secção. O conselho dos chefes de brigada da empresa é o rência apresenta propostas orie~tadas para o melhoramento
órgão colectivo superior, o qual su per entende os da gestão na fábrica e do funcionamento do seu aparelho,
assuntos das brigadas que fazem pa rte d e uma empresa. EXftmina também problemas ligados à preparação e promoção
Além disso, a nível de secção e empresa , a assembleia dos quadros, fortalecimento da disciplina laboral e
geral de trabalhadores é a principal forma de pa rticipa- outros.
ção directa dos operários na ge s t ã o; a assembleia elabo- As relações entre a administração e a conferência
ra, e xamina e aprova propostas sobre as mais importantes de produção permanen·te são estruturadas com base no
direcções da actividade laboral e social do colectivo princípio de direcção única . A conferência não tem o
de trabalhadores . No entanto, ess a forma terá que ser direito de interf er ir directamente nos assuntos da pro-
ap erfeiçoada para se tornar mais operacional. Há que con- dução. Contudo, a administração deve fazer tudo pa ra o
ceder aos colectivos de trabalho ma i ores direito s na êxito do seu trabalho, eliminar os defeitos apontados
gestão do fundo de estímulos ma ter iais , do fundo socio- pela reunião e cumprir as suas recomendações.
cul tura l e de construção habitacional e, de ntro do possí- O aperfeiçoamento do trabalho das conferências de
vel, do fundo salaria l. Na nossa opinião , os co l ec tivos produção permanentes elevará o papel dos trabalhadores
devem ter mais pes o na determinação das formas de pagamen- na ge's tão das suas empresas.' e preciso regulamentar com
to, na definição do volume e dos Índices dos prémios rigor o leque de problemas que ' pod e m ser resolvidos pe-
( naturalmente, no quadr o do fundo s a larial do colectivo los trabalhadores, de forma a evitar repetição desne- ·
estabelecido segundo as normas es távei s). e importante cessâria. Ao nosso ver, as conferências devem . examinar,
t ambém que o colectivo apr ov_e it e da melhor mane ira o os problemas mais importantes respeitantes ao crescimento
seu direito a r e solver questões relac i on adas com acrés ci- da produção, sobretudo, medidas a longo prazo.
mos aos vencimentos. e preciso reforçar a sua participa- Em muitas empresas existe um controlo de massas,
ção na distribuição das habitações, na utilização de todo outra forma importante da participação dos trabalhadores
o fundo de actividades sociais e o fundo de cons trução na gestão da produção. A análise séria dos fenómenos
habitacional, resumindo, é necessário que os colectivos nega tivos detectados durante o controlo, a denúncia das
façam amplo uso dos direitos de que já dispõem . deficiências no jornal de fábrica e nos jornais de parede,
A reunião de produção permanente constituí uma impor- bem como nos programas radiofónicos, peTinitem rapidamente
tante forma de pa;f-t._i.ci.Ji>.ação das massas laboriosas na eliminar esses defeitos, evitar erros de cálculo e falhas
gestão da produção. Est'â °'Iõnna · de ·gestão caracteriza-se, possíveis.
sobretudo, pela grande divulgação que adquiriu no nosso Actualmente, na URSS há 650 mil grupos e quase o mesmo
país durante a sua ·relativamente breve, existência, Ac- número de postos de controlo popular, nos quais colaboram
tualmente, na URSS há mais de 143 mil de conferências 9,5 milhões de trabalhadores.
de produção permanentes; para e las foram eleitos mais de Nas empresas e associações foram cr i ados muitos comités
6 milhões de trabalhadores, dois terços dos quais da e comissões de voluntirios que elabora~ propostas tenden-
indústria . Anualmente, nessas conferências participam tes a ape~feicoar a tecnologia de produção, a ~orná-la
35 milhões de pessoas, ou seja, um em cada três trabalha- mais dperaciona l, etc. Foram c riados gabinetes sociais:
-222- - 22 3-
de análise económica, de estabelecimen to de no r mas do aspectos mo rais. Tais problemas devem ser resolv i dos pe-
' 1
trabalho, de projectos e desenhos , de informa ção técnic~ , las direcções, quadros activos dos kolkhozes e cons elhos
bem c omo conse lhos de inovadores , "institutos " de expe - dos kolkhozes . Nesse sentido, têm um papel importante
riência de ponta , etc. as reuniões gerais do kolkhoze , partic ularmente , as de
., prestação d e contas e eleiçõ es .
Sub linhe-se t a mbém o papel dos c ont ratos colectivos
de trabalho que as organizações sindicais, em nome dos
trabalhadores, assinam com a adm inistração da empresa. A participação dos trabalhado res na direcção dos
Na elaboração dos c ont ratos c olectivo s de tra balho par- processos socioeconomicos a es c al a de t oda a sociedade
ticipa grande número de activistas. O contrato tem que
ser aprovado nas reuniões gerais da emp resa; após isso, Na sociedade socialista desenvolvida a par tici pação
o seu cumprimento é controlado. A administração presta dos trabalhadores na gestão da produção s oc ial não s e
contas regularmente ao colectivo de como o contrato está limita aos· marcos da empresa, secção de produção ou
a ser executado. Esta forma de participação dos trabalha - sector de trabalho, pois abrange a direcção do s processos
dores na gestão, por um lado, obriga a administração a socioeconómicos a nível de toda a economia nac io nal .
melhorar as condições de trabalho , a criar as premissas Aponte-se à importância socioec onómica e polí tic a da tP.se
nece ss árias para o crescimento da produtividade, a aper- de que o socialismo não se limita a c umprir as t arefas
feiçoar a s condições sociais, etc; por outro, obriga o avancadas pelos sindicalistas soci.a l-reformistas na luta
colectivo de trabalho a cumprir os planos d e produç ão de classes, orientando os t rabalhadores apenas para a
em tempo oportuno e com qualidade . solução de prob lemas económi cos e a obtenção do direito
Uma me lho r participação .dos colectivos de trabalho de participar na gestão da empresa onde trabalham. O so-
na ge s tão depende do grau da sua informação sobre cialismo real, baseando-se na propriedade social i sta de
os assuntos da empresà, bem como dos seus conhecimentos todo o povo , gera a necessidade objectiva e a possibili-
de economia. Para que nos orientemos na área da gestão dade da participaçã o de cada membro da sociedade na
da produção são precisos profundos conhecimentos. Em gestão tanto das empresas, como de toda a econom ia nacio-
nossa opinião, os cursos económicos e outras formas de nal.
ensino de economia, existentes hoje em dia, ainda não dão A participação dos trabalhado r es na gestão de toda a
aos trabalhadores conhecimentos que lhes possibilitem produção social, ou seja, a nível nacional, fa z-se sobre -
participar, dum ou outro modo, na gestão da sua empresa. tudo através de representantes elei t os para o efeito
Nas zonas rurais, a participação dos trabalhadores na pela população : ~obrecudo, · os deputados dos Sovietes do
gestão do kolkhoze depende do grau de democracia e xi sten- Povo (a todos os níveis, desd e o distri t o até ao Estado).
te nas cooperativas agrícolas . Para o efeito, os Estatu- Os Sov ietes de Deputados do Povo são os órgão s mais
tos dos kolkhozes concedem aos membros destes grandes representativos do poder popular. Para os Sovie t es dos'
direitos no campo da produção' e distribuição do produto diferentes escalões são eleitas 2 milhões e 300 mil pes -
criado. No entanto, esses direi:tos ..·estão limitada pelos soas, sendo o corpo dos seus activistas co ns tituído por
marcos do kolkhoze dado. Assinale-se a importância dos 30 milhões de cidadãos. Entre os deputados há 900 mil
conselhos dos kolkhozes ·~~ra o reforço da participação operários, mais de 600 mil kolkhozianos e 24·5 mil.inte-
'dos kolkhozianos na gestão da produção social. Como se lectuais. Mais de cem nac ionalidade s e stão representadas
sabe, . cal .gestão vai além dos assuntos meram~nte agrí~ no s Sovietes . e cada vez m.aior a atenção q ue o partido
colas d do cada kolkhoze • .ais. · Actua_lme.nte, no país há, e o Estado tem dedicado, nos últimos anos, ao trabalho
mais de 2400 conselhos ~e kolkhozes a vários n-Íveis para 0 dos depu tados dos Sovietes. Os Órgãos partidários e
os quais foram eleitos 85 ~il ~eprese~tantes, incluindo b· estatais tomaram medidas no sentidb de elevar a respon-
,64 mi 1 ko lkhozianós de base . : s ab ilidade dos Sovietes pela gestão da economia nacional ,
Na vida soci~l - dos kolkhozes surgem muitos problemas conc~dendo-lhes maiore s direitos na elevação da eficiên-
que têm a ver não só com a produção, mas também com cia cia gescãci.
-224- 29-1 - 225..:.
po pular a nÍvê l d e t odo o país. A popul aç ã o da URSS
J O c r e~ cime nto do pa pe l dos Sov iet es de depu t ados do d ebateu c om grand e interess e o proj ec t o do CC do PCUS
1
Povo na ge stão da e conomi a n ac i o na l aumen tou as exi gê n- "As principais di.recçÕe s d a r e f o r ma da e ~co l a geral e
ci.as co l oc ada s aos p r óprio s d ep ut a do s . Hoj e em d i a , o profissional".
, ( ep u t ado t e m que a nal is a r d e f o rma mais completa e po r - Os trabalhado res participam a c tivame nte na gestão
menorizad a os prob lemas que preocupam os eleitores. da producio social utilizando t ambém as suas organiza-
Tem grande significado a pre st a çio de contas , periodica- cões s oc ia is, sindicais e out ras. Assinale - s e q ue os
mente , d o s d e putado s aos seus e leitores (este s têm o sindicatos soviéticos tomam parte na solução de t odos
dire ito de cass a rem o mandato do deputado , caso julguem os problemas econômicos e sociais importantes que tenham
insuficiente o seu traba lho). A importânc i a da participa- a ver com oe interesses dos trabalhado res. Por exemplo ,
cão dos trabalhadores na gestão da produção social atra- participam na elaboração dos planos de desenvolvimen t o
vés dos deputados revigora-se com a subordinação dos económico e social do país, na preparaçã o dos diplomas
órgãos executivos aos Sovietes respectivos. que regu lamentam a produção e a distribuicio, a organiza-
Deste modo , os interesses dos trabalhadores são acumu- cão do pagamen to dos salários, a assistência social, a
lados pelo seu delegado nos órgãos do poder, e através melhoria das condições de vida, segurança no trabalho,
dele , pe l6s Sov iet e s na direcção da economia e dos órgãos etc.
ex ecutivo s desses Sovietes.~ uma forma impo rtante, As cartas dos trabalhadores desempenham um importa nte
exist e nt e em t odo o país, d e p a rticipação dos trabalhado- papel no sistema de direcção de todos os aspectos da .
r e s na gestão da produção social a todos os níveis . vida social. Essas cartas constituem uma determinada f o r-
Aume ntou a importância dos relatórios q ue os deputados ma de participação de todos os membros da sociedade na
apres e ntam a os seus eleitores; as r ecomendaçõe s que os gestão da produçio e de outros proces sos sociais. A
trabalhadore s fazem ao seu deputado tornam-se mais imprensa contribui muito para que esse proces so se torne
concretas, e o controlo da sua execução mais- sistemáti- eficiente, publicando não apenas as cartas críticas ou
co. aumenta o número de activistas das comissões de depu- a s propost&s doa cidadãos, mas informando ainda das
tad os permanentes e provisórias. e óbvio que.posterior- medidas tomada s .
me nte, s e rá nec essário aperfeiçoar em todos os sentidos Devemos assinalar também a grande importância para a
essa di r ecção da participaçãó dos trabalhadores na gestão. gestão da produção social de ins tituições como a Asso-
A nosso ver, é preciso melhorar as formas e o conteúdo ciação Científico-Técnica da URSS e a Associação Sovié-
da6 r ecomendações que os eleitores fazem aos seus deputa- tica de Inovadores e Racionalizadores, que agrupam mais
dos, não só no período e le i toral, como também durante as de 20 milhões de pessoas e desempenham um papel cada vez
s essões dos Sovietes de deputados, especialmente, quando maior na d ef inição e r ea lização da política técnica
nelas são d ebatidas questõe s resp eitantes aos interesses única.
Hoje em dia, na URSS há 23 associações científico-téc-
dos Oeleitores .
Partido Comunista submete a e xame de todo o povo, nicas (ACT) em muitos r am9s da indústria, da agricultura
os mais importantes problemas da vida económica e polL e serv icos. Os núc leos dessas associações exis t em em
tica do pais. Muito antes da aprovação de documentos todas as repúbllcas, t e rritórios e r egiões, bem como
económi cos e políticos fundamentais, os projectos res- em todas as grande s empresas . A âmbito das ACT funcionam
pec tivos são amp l amente debat idos nas reuniões de tra- muitas instituições de carác t er criador, institutos e
balhadores e na i mprensa .. A discu ssão dos projectos dos laboratórios científico-técnicos, gabinetes de aná lis~
planos quinquenais constitui um exemplo desses d ebates económica e informação técnica, conse lhos para a organi-
a níve l de todo o país. A discussão do projecto da
1~ zação científica do trabalho, "unive rsidad es" de progres-
Constituição da URSS (na qual participaram mais de 140 .,~
)
so técnico na economia na cional. Importantes que stõe s
milhõe s de Soviéticos , isto é, mais de 80% da população são também resolvidas pe la Asso ciação Científico-Econó-
adulta, que aprese ntaram cerca de 400 mil propostas de mica que faz part e das ACT
emendas do projectq) foi uma viva demonstração da consulta 29-2 -227-
-226-
A Associação soviética de inovadores e racionaliza-
.ores d e ve canalizar os seus esforços, conhecimentos e
r:·
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