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AULA 03
Terceirização e Trabalho temporário.
Flexibilização.
Sumário
1 - Introdução ......................................................................................... 2
2 - Terceirização no Direito do Trabalho...................................................... 3
2.1 – Empresa prestadora de serviços (EPS) ............................................. 6
2.2 – Contratante dos serviços ................................................................ 6
2.3 – Atividades que podem ser terceirizadas .......................................... 10
2.4 – Contrato de prestação de serviços ................................................. 10
2.5 – Quarentena para terceirização ....................................................... 11
2.6 – Não obrigatoriedade de salário equivalente aos terceirizados............. 11
3 - Trabalho temporário.......................................................................... 13
3.1 – Hipóteses do trabalho temporário .................................................. 14
3.2 – Prazo do trabalho temporário ........................................................ 16
3.3 – Empresa de trabalho temporário (ETT) ........................................... 17
3.4 – Tomador dos serviços................................................................... 18
3.5 – Contrato entre ETT e tomador ....................................................... 20
3.6 – Contrato entre ETT e trabalhador temporário .................................. 20
3.7 – Direitos do trabalhador temporário ................................................ 21
4 – Flexibilização e Desregulamentação .................................................... 22
5 – Questões Comentadas ...................................................................... 23
6 – Lista das Questões Comentadas ......................................................... 36
7 – Gabaritos ........................................................................................ 41
8 – Resumo da aula ............................................................................... 42
9 – Conclusão ....................................................................................... 43
10 – Lista de Legislação, Súmulas e OJ do TST relacionados à aula .............. 44
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Vamos ao trabalho!
1 Aqui uma dica! Para diferenciar, na nova redação da Lei 6.019, a “terceirização” (em sentido estrito) do
“trabalho temporário”, fique atento à terminologia dada à empresa contratada para prestar os serviços: em
geral, se falar em “empresa prestadora de serviços” (EPS), será caso de terceirização; se falar em “empresa
de trabalho temporário” (ETT), caso de trabalho temporário.
2 MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho
3 Lei 6.019/1974, art. 5º-B. O contrato de prestação de serviços conterá: (..) II - especificação do serviço a ser
prestado
4 Lei Art. 5o-A, § 1º É vedada à contratante a utilização dos trabalhadores em atividades distintas daquelas que
Portanto, a lei facultou que até mesmo pessoas físicas (isto é, naturais)
terceirizem serviços9.
E para preservar o contrato de prestação de serviços:
Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 1o É vedada à contratante a utilização dos
trabalhadores em atividades distintas daquelas que foram objeto do
contrato com a empresa prestadora de serviços.
Os serviços terceirizados poderão ser prestados em qualquer local, desde que
seja de comum acordo entre EPS e contratante:
Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 2o Os serviços contratados poderão ser
executados nas instalações físicas da empresa contratante ou em outro local,
de comum acordo entre as partes.
A par da previsão legal transcrita acima, a doutrina10 entende que tal disposição
não afasta a responsabilidade da EPS, a qual seria solidariamente responsável
(juntamente com a contratante), conforme se extrai do enunciado da 1º Jornada
de Direito do Trabalho:
44. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE DO TRABALHO. TERCEIRIZAÇÃO.
SOLIDARIEDADE.
Em caso de terceirização de serviços, o tomador e o prestador respondem
solidariamente pelos danos causados à saúde dos trabalhadores.
Inteligência dos artigos 932, III, 933 e 942, parágrafo único, do Código Civil
e da Norma Regulamentadora 4 (Portaria 3.214/77 do Ministério do Trabalho
e Emprego).
9
A nova lei não deixou claro se a Administração Pública poderia ou não se escorar em tal definição
para terceirizar amplamente suas atividades. De toda forma, a ampliação irrestrita da
terceirização pelo Estado esbarra no mandamento do concurso público (CF, art. 37, II).
10 MIZIARA, Raphael. PINHEIRO, Iuri. A Regulamentação da Terceirização e o Novo Regime do Trabalho
Como regra geral, a Lei faculta (não torna obrigatória) a extensão aos
trabalhadores terceirizados das facilidades médicas e de refeição dos próprios
empregados da contratante:
Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 4o A contratante poderá estender ao
trabalhador da empresa de prestação de serviços o mesmo atendimento
médico, ambulatorial e de refeição destinado aos seus empregados,
existente nas dependências da contratante, ou local por ela designado.
Entretanto, caso os serviços sejam prestados nas dependências da tomadora dos
serviços, torna-se obrigatório à contratante estender tais facilidades aos
terceirizados:
Lei 6.019, art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa
prestadora de serviços a que se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e
enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades da
contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as
mesmas condições:
I - relativas a:
a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando
oferecida em refeitórios;
b) direito de utilizar os serviços de transporte;
c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da
contratante ou local por ela designado;
d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade o
exigir.
II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no
trabalho e de instalações adequadas à prestação do serviço.
11
Aproveitando-se o teor da SUM-331, itens I e IV.
12
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de
mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento)
do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa
cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver
expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
13
Aproveito para destacar que a Lei 6.019 não se aplica à terceirização dos serviços de vigilância
e transporte de valores, os quais continuam sendo regidos por lei própria (Lei nº 7.102/1983).
IV - valor.
14
383. TERCEIRIZAÇÃO. EMPREGADOS DA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E DA
TOMADORA. ISONOMIA. ART. 12, “A”, DA LEI Nº 6.019, DE 03.01.1974.
A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de
emprego com ente da Administração Pública, não afastando, contudo, pelo princípio da isonomia,
o direito dos empregados terceirizados às mesmas verbas trabalhistas legais e normativas
asseguradas àqueles contratados pelo tomador dos serviços, desde que presente a igualdade de
funções. Aplicação analógica do art. 12, “a”, da Lei nº 6.019, de 03.01.1974
Nesse sentido, destaco que a equivalência salarial ficou mantida apenas para o
trabalhador temporário – Lei 6.019, art. 12, ‘a’.
Para encerrar este tópico, trago as críticas do Ministro Godinho em relação à
mudança promovida15:
A segunda mudança muito impactante promovida pela Lei n. 13.467/2017
consiste na consagração da ideia da discriminação salarial entre os
trabalhadores terceirizados e os empregados da empresa contratante (art.
4º-C, §1º, Lei 6.019/1974). Ou melhor: a possibilidade de escolha
contratual, pelas empresas, entre se adotar uma prática discriminatória ou
não quanto aos salários dos trabalhadores terceirizados.
15
DELGADO, Maurício Godinho. DELGADO, Gabriela Neves. A Reforma Trabalhista no Brasil: com
os comentários à Lei n. 13.467/2017. 1ª ed. São Paulo: LTr, 2017. P. 209
3 - Trabalho temporário
Em relação ao trabalho temporário, considero importante frisar que o
trabalhador temporário não se confunde com o empregado contratado a prazo
determinado (art. 443 da CLT).
No trabalho temporário regido pela Lei 6.019/74 temos uma relação jurídica
trilateral, com a empresa de trabalho temporário (ETT), empresa tomadora de
serviços e o trabalhador, vinculado à primeira.
No contrato a prazo determinado, conforme delineado pelo art. 443 da CLT,
não existe empresa de trabalho temporário; é a própria empresa interessada que
irá contratar o empregado a prazo determinado nas hipóteses previstas, quais
sejam:
a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação
do prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório;
c) de contrato de experiência.
Acerca da similitude das hipóteses autorizativa das contratações em ambos os
casos, Mauricio Godinho Delgado16 explica que
“O exame dessas duas hipóteses de pactuação temporária evidencia que
não se diferenciam substantivamente das hipóteses celetistas de pactuação
de contrato empregatício por tempo determinado (art. 443, CLT). De fato,
sob a ótica socioeconômica, as mesmas necessidades empresariais
atendidas pelos trabalhadores temporários (Lei n. 6.019) sempre puderam
(e podem) ser preenchidas por empregados submetidos a contratos
celetistas por tempo determinado (art. 443, CLT).”
-----
Voltando ao trabalho temporário, regido pela Lei 6.019/74, pode-se defini-lo
como:
Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa
física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à
disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à
necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à
demanda complementar de serviços.
Antes da Lei 13.429/2017, a definição era a seguinte:
Lei 6.019/74, art. 2º - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa
física a uma empresa, para atender à necessidade transitória de substituição
de seu pessoal regular e permanente ou à acréscimo extraordinário de
serviços.
É nesta mesma lei onde consta a definição de empresa de trabalho temporário:
16
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 463.
Contrato de
Empresa Empresa de
natureza civil
tomadora de mão «» «» trabalho
(intermediação de
de obra temporário (ETT)
mão de obra)
Trabalho
subordinado
Relação de trabalho
(entretanto não há
vínculo de emprego)
Trabalhador
temporário
17
Que substituiu a hipótese anterior de acréscimo extraordinário de serviços.
18
A definição anterior dava margem a que pessoas físicas também o fossem.
19
A definição anterior restringia o trabalho temporário ao meio urbano.
20 Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade
patronal ou diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de
assegurar os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de
bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da
empresa quando da cessação do movimento.
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de
contratar diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como
a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
21
Estes casos encontram-se previstos nos arts. 9º e 14 da Lei de Greve.
Portanto, vejam que, regra geral, não se pode utilizar do trabalho temporário
para substituir grevistas indiscriminadamente.
Por fim, a lei esclarece que o trabalho temporário pode se dar em atividades-
meio ou atividades-fim da tomadora dos serviços:
Lei 6.019/74, art. 9º, § 3o O contrato de trabalho temporário pode versar
sobre o desenvolvimento de atividades-meio e atividades-fim a serem
executadas na empresa tomadora de serviços.
Esta regra não traz novidades quanto ao trabalho temporário, eis que este já era
o entendimento vigente com a SUM-331 (apenas a “terceirização” é que não era
admitida em atividades-fim).
Ora, mas como assim, “prazo não consecutivo”? Quer dizer que um
trabalhador, em toda sua vida, pode ser temporário de um mesmo
tomador somente durante esse prazo?
Não é bem assim!
A lei criou uma “quarentena” de 90 dias:
Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período
estipulado nos §§ 1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à
22
Antes da Lei 13.429, o prazo do contrato de trabalho temporário era de até três meses, salvo autorização
do Ministério do Trabalho.
23
Anteriormente, a exigência de capital social era de 500 salários-mínimos.
Por fim, a lei deixa clara a responsabilidade do tomador dos serviços pelas
obrigações trabalhistas em um trabalho temporário.
Em regra, haverá responsabilidade subsidiária do tomador:
Lei 6.019, art. 10, § 7º A contratante é subsidiariamente responsável pelas
obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho
temporário, e o recolhimento das contribuições previdenciárias observará o
disposto no art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 199124.
Entretanto, mantendo uma regra que já existia antes da Lei 13.429/2017, no
caso de falência da ETT, o tomador responderá de forma solidária:
Lei 6.019/1974, art. 16 - No caso de falência da empresa de trabalho
temporário, a empresa tomadora ou cliente é solidariamente
responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, no
tocante ao tempo em que o trabalhador esteve sob suas ordens, assim como
em referência ao mesmo período, pela remuneração e indenização previstas
nesta Lei.
Esquematizando, portanto, a responsabilidade do tomador de trabalho
temporário, temos:
✓ regra geral: responsabilidade subsidiária
✓ falência da ETT: responsabilidade solidária
24
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de
mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento)
do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa
cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver
expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
25
DELGADO, Mauricio Godinho. 9ª ed., p. 432.
26
RR-1000-46.2014.5.09.0009, DEJT 30.9.2016.
4 – Flexibilização e Desregulamentação
Avançando, salienta-se que a Constituição Federal, apesar de ter reforçado a
proteção e garantido direitos mínimos ao trabalhador, autorizou a flexibilização
dos direitos trabalhistas que sejam de indisponibilidade relativa, como sendo
aqueles de caráter privado, não previstos em lei ou na própria CF como tal (por
exemplo, direitos estipulados em acordo ou convenção coletiva de trabalho ou no
regulamento da empresa).
Nos últimos tempos, como destacado pela Profa. Vólia Bomfim27
A lei tem autorizado, cada vez mais, outras hipóteses de flexibilização além
daquelas previstas na Constituição (..)
a Lei 13.429/17 ampliou as hipóteses de terceirização, e a Lei 13.467/17
(Reforma Trabalhista) alterou a CLT para reduzir direitos dos empregados,
autorizar que o ajuste escrito en7tre as partes possa flexibilizar algumas
regras trabalhistas e deu maior amplitude à flexibilização coletiva, pois
permite a redução de direitos desde que autorizada pelo acordo ou
convenção coletiva, prevalecendo sobre o legislado.
27
CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 14ª ed. Ed. Método. 2017. p. 39
5 – Questões Comentadas
1. FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa - 2017
Gosto Bom Ltda., indústria alimentícia, terceirizou os serviços do setor de
embalagens dos seus produtos e, para tanto, contratou a empresa Pacote
Forte Embalagens Ltda., de propriedade de seu antigo gerente industrial,
que pediu demissão exatamente para fundar esta empresa. Esse é o primeiro
contrato de prestação de serviços firmado pela Pacote Forte Embalagens
Ltda., quatro meses depois de iniciar suas atividades. No contrato de
prestação de serviços pactuado restou previsto que os empregados da
contratada farão jus a salário equivalente ao pago aos empregados da
contratante. Os serviços contratados são executados nas dependências da
tomadora. Considerando as regras legais sobre terceirização de serviços,
(A) a embalagem dos produtos fazbparte da cadeia de produção da empresa,
caracterizando-se como atividade fim e, portanto, é ilegal a terceirização
realizada.
(B) a pactuação de salário para os empregados da contratada igual ao que
é pago aos empregados da contratante descaracteriza a terceirização,
tornando-a ilegal e levando à formação do vínculo de emprego diretamente
com a contratante.
(C) o fato de a empresa Pacote Forte Embalagens Ltda. ser de propriedade
de um antigo gerente e de a contratação ter ocorrido apenas quatro meses
após o início das atividades dessa empresa, não implica em ilegalidade da
terceirização realizada.
(D) os empregados da Pacote Forte Embalagens Ltda. que prestam serviços
à Gosto Bom Ltda. têm asseguradas as mesmas condições relativas a
atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da
contratante ou local por ela designado.
(E) o contrato de prestação de serviços conterá a qualificação das partes, a
especificação do serviço a ser prestado, o prazo para realização do serviço,
quando for o caso, e a indicação expressa do nome de cada um dos
empregados da contratada que irão prestar os serviços, não podendo haver
substituição até final duração do contrato.
Comentários
Gabarito (D), nos termos da Lei 6.019, art. 4o-C, já que a prestação de serviços
se dá nas dependências da contratante:
Lei 6.019, art. 4º-C. São asseguradas aos empregados da empresa
prestadora de serviços a que se refere o art. 4º-A desta Lei, quando e
enquanto os serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades da
contratante, forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas
condições:
I - relativas a:
Comentários:
Alternativa incorreta.
O terceirizado não pode estar subordinado à empresa contratante. Quem dirige
a prestação dos serviços é a empresa prestadora dos serviços (EPS):
Lei 6.019/1974, art. 4º-A, § 1º A empresa prestadora de serviços
contrata, remunera e dirige o trabalho realizado por seus trabalhadores,
ou subcontrata outras empresas para realização desses serviços.
Portanto, o trabalhador terceirizado (diferentemente do trabalhador temporário)
não se subordina diretamente à contratante.
7. Daud/2017
A nova regulamentação da terceirização permite, até mesmo, que a empresa
prestadora dos serviços subcontrate a prestação de serviços. Em outras
palavras, a lei permite a chamada 'quarteirização'.
28
Lei 8.212/1991, art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de
mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento)
do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa
cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da
emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver
expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
Comentários:
Gabarito (C), conforme dispõe a Lei 6.019, art. 4º-A, §1º, em sua parte final,
transcrito acima.
A respeito do uso da terminologia ‘quarteirização’, tomamos por base a corrente
retratada no seguinte excerto:
QUARTEIRIZAÇÃO. TOMADOR DE SERVIÇOS INTEGRANTE DA INICIATIVA
PRIVADA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. DECISÃO EM
CONFORMIDADE COM A SÚMULA Nº 331, IV, DO C. TST. ÓBICES DO ART.
896, § 7º, DA CLT E SÚMULA Nº 333 DO C. TST.
Assentou o E. Regional que a Reclamada RBS terceirizou à empresa Pack
Four a entrega de seus jornais, a qual, por sua vez, terceirizou o serviço
ao Reclamado Wilson Sadzinski - ME, empregador do Reclamante. Assim, o
fenômeno havido no caso dos autos é aquele que a doutrina e a
jurisprudência denominam como "quarteirização", (..)
AIRR - 1818-52.2012.5.12.0019. Data de Julgamento: 3/12/2014, Relatora
Desembargadora Convocada: Jane Granzoto Torres da Silva, 8ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 5/12/2014)
8. Daud/2017
A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, atribui à empresa prestadora dos
serviços a responsabilidade por garantir condições de trabalho seguras aos
seus trabalhadores, inclusive quando o trabalho for realizado em outras
dependências.
Comentários:
Gabarito (E), já que é da contratante (tomadora dos serviços) a
responsabilidade por garantir um ambiente de trabalho seguro também para os
terceirizados que lhe prestarem serviços:
Lei 6.019/1974, art. 5o-A, § 3o É responsabilidade da contratante garantir
as condições de segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando
o trabalho for realizado em suas dependências ou local previamente
convencionado em contrato.
9. Daud/2017
A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de
prestação de serviços, celebrado entre contratante e a empresa prestadora
dos serviços. A despeito disso, tal avença prescinde da especificação do
serviço a ser prestado.
Comentários:
10. Daud/2017
A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio
rural.
Comentários:
Gabarito (E), já que não mais consta tal restrição à sua utilização no meio
urbano. Segue abaixo a definição anterior de ETT (já revogada), que fazia
menção à prestação urbana:
Lei 6.019/74, art. 4º - Compreende-se como empresa de trabalho
temporário a pessoa física ou jurídica urbana, cuja atividade consiste em
colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores,
devidamente qualificados, por elas remunerados e assistidos.
11. Daud/2017
A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é
permitida a contratação de trabalhadores temporários para substituir
empregados em greve, ainda que o movimento paredista descumpra
exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo.
Comentários:
Gabarito (E), já que, excepcionalmente, a lei autoriza a utilização do trabalho
temporário para substituir grevistas, mas isto se dá apenas nos casos
previstos na lei de greve29, como no caso de greve considerada abusiva:
29Lei 7.783, art. 9º Durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade
patronal ou diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de
assegurar os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de
bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à retomada das atividades da
empresa quando da cessação do movimento.
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o direito de
contratar diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.
Art. 14 Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como
a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho.
12. Daud/2017
O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60
dias do fim do contrato temporário, o trabalhador pode ser colocado à
disposição novamente da mesma tomadora.
Comentários:
Gabarito (E), já que a “quarentena” é de 90 dias:
Lei 6.019, art. 10, § 5º O trabalhador temporário que cumprir o período
estipulado nos §§ 1º e 2º deste artigo somente poderá ser colocado à
disposição da mesma tomadora de serviços em novo contrato
temporário, após noventa dias do término do contrato anterior.
13. Daud/2017
A Empresa de Trabalho Temporário deve se registrar perante o Ministério do
Trabalho. Para tanto, deverá fazer prova de possuir capital social de, no
mínimo, R$ 250.000,00.
Comentários:
Gabarito (E), tendo em vista os requisitos para funcionamento e registro da
ETT:
Lei 6.019/1974, art. 6º, I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica (CNPJ), do Ministério da Fazenda;
II - prova do competente registro na Junta Comercial da localidade em que
tenha sede;
III - prova de possuir capital social de, no mínimo, R$ 100.000,00
(cem mil reais).
14. Daud/2017
A tomadora dos serviços deve assegurar aos temporários que trabalharem
em suas dependências condições seguras de trabalho, sendo que a Lei
garante a este trabalhador seguro contra acidente do trabalho.
Comentários:
Gabarito (C). De fato, a geração de ambiente de trabalho seguro é
responsabilidade da empresa contratante (tomadora dos serviços):
15. Daud/2017
Segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, a empresa
==e117b==
Comentários:
Gabarito (C). Em relação aos terceirizados, segue o art. 4º-C, §1º, que
estabelece a isonomia salarial como uma faculdade das empresas:
Lei 6.019, art. 4o-C, § 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se
assim entenderem, que os empregados da contratada farão jus a salário
equivalente ao pago aos empregados da contratante, além de outros
direitos não previstos neste artigo.
Em sentido contrário, o art. art. 12, “a”, que prevê tal direito aos temporários:
Lei 6.019, art. 12 - Ficam assegurados ao trabalhador temporário os
seguintes direitos:
a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma
categoria da empresa tomadora ou cliente calculados à base horária,
garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo regional;
[leia-se salário-mínimo nacionalmente unificado – após CF88]
16. Daud/2017
Caio e Tício tiveram seus contratos de trabalho extintos pela empresa
QuêBrada Ltda. No mesmo período, Mévio se aposentou e também teve seu
vínculo de emprego extinto com a QuêBrada.
Na sequência, Mévio e Tício constituíram a empresa Recursus para Terceiros
Ltda e contrataram Caio como emprego, para auxiliar na prestação de
Comentários:
Gabarito (C). Primeiramente, não há óbices à terceirização da atividade-fim:
Lei 6.019, art. 4o-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a
transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas
atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de
direito privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica
compatível com a sua execução.
7. Daud/2017
A nova regulamentação da terceirização permite, até mesmo, que a empresa
prestadora dos serviços subcontrate a prestação de serviços. Em outras
palavras, a lei permite a chamada 'quarteirização'.
8. Daud/2017
A Lei 13.429, de 31 de março de 2017, atribui à empresa prestadora dos
serviços a responsabilidade por garantir condições de trabalho seguras aos
seus trabalhadores, inclusive quando o trabalho for realizado em outras
dependências.
9. Daud/2017
A nova lei da terceirização definiu elementos mínimos para o contrato de
prestação de serviços, celebrado entre contratante e a empresa prestadora
dos serviços. A despeito disso, tal avença prescinde da especificação do
serviço a ser prestado.
10. Daud/2017
A nova regulamentação do trabalho temporário veda sua utilização no meio
rural.
11. Daud/2017
A greve representa direito assegurado constitucionalmente. Apesar disso, é
permitida a contratação de trabalhadores temporários para substituir
empregados em greve, ainda que o movimento paredista descumpra
exigências previstas na Lei de Greve e seja considerado abusivo.
12. Daud/2017
O trabalho temporário é por natureza efêmero. A despeito disso, após 60
dias do fim do contrato temporário, o trabalhador pode ser colocado à
disposição novamente da mesma tomadora.
13. Daud/2017
A Empresa de Trabalho Temporário deve se registrar perante o Ministério do
Trabalho. Para tanto, deverá fazer prova de possuir capital social de, no
mínimo, R$ 250.000,00.
14. Daud/2017
A tomadora dos serviços deve assegurar aos temporários que trabalharem
em suas dependências condições seguras de trabalho, sendo que a Lei
garante a este trabalhador seguro contra acidente do trabalho.
15. Daud/2017
Segundo dispõe a Lei 6.019, com redação dada pela Lei 13.467, a empresa
prestadora de serviços não possui obrigação de garantir aos terceirizados
direito à isonomia salarial em relação aos empregados próprios da
contratante dos serviços, diferentemente do que ocorre em relação aos
trabalhadores temporários em relação aos empregados da empresa
tomadora dos serviços.
16. Daud/2017
Caio e Tício tiveram seus contratos de trabalho extintos pela empresa
QuêBrada Ltda. No mesmo período, Mévio se aposentou e também teve seu
vínculo de emprego extinto com a QuêBrada.
Na sequência, Mévio e Tício constituíram a empresa Recursus para Terceiros
Ltda e contrataram Caio como emprego, para auxiliar na prestação de
serviços. A empresa QuêBrada decide terceirizar para a Recursus parte de
suas atividades finalísticas. Passados seis meses,
(A) apenas Mévio e Tício podem atuar como terceirizados da QuêBrada.
(B) Tício só poderia atuar como terceirizado da QuêBrada após decorridos
doze meses do rompimento do seu vínculo empregatício.
(C) apenas Mévio poderia ser sócio da empresa contratada pela QuêBrada.
(D) apenas Caio pode atuar como terceirizado da QuêBrada.
(E) a atividade finalística não poderia ser terceirizada.
7 – Gabaritos
1. D 9. E
2. B 10. E
3. B 11. E
4. D 12. E
5. C 13. E
6. E 14. C
7. C 15. C
8. E 16. C
8 – Resumo da aula
9 – Conclusão
Bom pessoal,
Chegamos ao final da nossa aula. O tema é atual e relevante, mas ainda não
conta com muitas questões de prova.
Sugerimos ler e reler a Lei 6019, transcrita logo abaixo.
Esperamos que tenham gostado da aula, e se surgir alguma dúvida quanto ao
assunto apresentado, estamos à disposição para auxiliá-los (as).
Grande abraço e bons estudos,
– CLT
CLT, art. 442, parágrafo único - Qualquer que seja o ramo de atividade da
sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus
associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela.
– Legislação específica
Lei 6019, art. 1o As relações de trabalho na empresa de trabalho
temporário, na empresa de prestação de serviços e nas respectivas
tomadoras de serviço e contratante regem-se por esta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 13.429, de 2017)
Art. 2o Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada
por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma
empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de substituição
transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de
serviços. (Redação dada pela Lei nº 13.429, de 2017)
§ 1o É proibida a contratação de trabalho temporário para a substituição de
trabalhadores em greve, salvo nos casos previstos em lei. (Incluído pela
Lei nº 13.429, de 2017)
§ 2o Considera-se complementar a demanda de serviços que seja oriunda
de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores previsíveis, tenha
natureza intermitente, periódica ou sazonal. (Incluído pela Lei nº 13.429,
de 2017)
– TST
SUM-331 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal,
formando-se o
vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho
temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974).
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta,
não gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública
direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de
serviços de
vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem
como a
de serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, desde que
inexistente a pessoalidade e a subordinação direta.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do
empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos
serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da relação
processual e conste também do título executivo judicial.
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta
respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso
evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei
n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento
das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como
empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa
regularmente contratada.
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas
as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação
laboral.