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Capitulo IV.

Fundamentos Religiosos do Ascetismo Laico


Em toda história europeia, houve quatro formas de destaque do Protestantismo ascético,
o Calvinismo, o Pietismo, o Metodismo e as Seitas Batistas. O interesse de Weber se
concentra “na influência daquelas sanções psicológicas que, originadas na crença
religiosa e na prática da vida religiosa, a conduta e a ela prendiam o indivíduo”. É em
torno desta questão que gira a tese de Weber.

Para ele, nenhum desses movimentos, estava completamente isolado dos outros, e nem
orientavam esmo era rigorosa a sua sepração das igrejas protestantes não ascéticas. P,
65. Ele observa que por vezes, as éticas eram muito parecidas, mas poderiam estar
vinculadas a fundamentos dogmáticos divergentes. Quer observar Para isso, utilizar a
noção de “tipo ideal”, para explicar tais ideias religiosas. Salienta que o tipo ideal
raramente é encontrado na realidade histórica.
Porque evidentemente não nos importa aquilo que era ensinado teorica e oficialmente
nos compendios por assim dizer eticos da época nota3 — por mais que tivessem
significacao pratica por conta da influencia da disciplina eclesiastica, da cura de almas e
da pregação — mas antes [algo totalmente diverso:] rastrear [aqueles] estimulos
psicológicos criados pela fe religiosa e pela pratica de um viver religioso] que davam a
direção da conduta de vida e mantinham o individuo ligado nela. Mas esses estímulos
brotavam, em larga medida, da peculiaridade das proprias representações da fe religiosa.
P. 67
O Calvinismo
O Calvinismo: primeira fé a ser levada em consideração, por ser determinante em
muitas lutas em torno da religião e da cultura nos países civilizados mais desenvolvidos
do ponto de vista do capitalismo (Holanda, Inglaterra e França) durante os séculos XVI
e XVII. Seu dogma característico é a predestinação, o mais essencial da Igreja
reformada.
Para Weber, a doutrina da predestinação teria sido sua doutrina mais característica.
Apesar de ter sido debatido se este dogma era ou não o “mais essencial” da igreja
reforma ou se era uma “tendência”. Contundo, não o interessa sua valorização e sim
como o dogma se pôs historicamente.

Em Calvino, o interesse se dá em Deus e não nos seres humanos. Nele,


Desapareceu o Pai Celestial do Novo Testamento tão humano e compreensivo, que
se alegra com arrependimento de um pecador como uma mulher com a moeda de
prata perdida que encontrou. Seu lugar é ocupado por um ser transcendental,
além do alcance do entendimento humano, que, em seus desígnios inteiramente
imprevisíveis decidiu o destino de cada um e regulou os mínimos detalhes do
cosmos na eternidade. Uma vez estabelecido que seus decretos sao imutaveis, a graca
de Deus e tao imperdível por aqueles a quem foi concedida como inacessível aqueles a
quem foi recusada. P. 71
Só que essa doutrina possui um efeito de um estado de solidão interior do individuo. O
ser humano se via obrigado a traçar sozinhoho seu caminho de salvação até a
eternidade. Nenhum pregador, sacerdote ou sacramento poderia garantir a sua salvação.
Nem mesmo nenhum Deus, pois cristo só teria morrido pelos eleitos.
Para Weber, baseando sua ética na doutrina da predestinação, os calvinistas substituíram
a aristocracia espiritual dos monges, alheia e superior ao mundo, pela aristocracia
espiritual dos predestinados santos de Deus, integrados no mundo. O destino dos
homens a Deus pertence, para além do entendimento humano, os condenados, ou os não
salvos podiam pertencer a Igreja, mas somente no sentido de submeter-se à sua
disciplina, para a glória de Deus, mas não podiam salvar-se. Neste sentido existia a
eliminação da salvação através da Igreja e dos sacramentos, esta era a diferença central
entre o calvinismo e o catolicismo.

“Aquele grande processo históricio-religioso do desencamtamento do mundo


que tev inicio com as profecias do judaísmo antigo e, em conjunto com o pensamento
cientifico helenístico, que repudiava como supertisçã e sacrilégio todos os meios
mágicos de busca ede salvação: encontrou aqui a sua conclusão. P. 71 Ou seja, não
haviam meios mágicos que proporcionassem a graça divina a quem Deus houvesse
decidido nega-la

“Em conjunto com a peremptoria doutrina da incondicional distancia de Deus e da falta


de valor de tudo quanto nao passa de criatura, esse isolamento intimo do ser humano
explica a posição absolutamente negativa do puritanismo perante todos os elementos de
ordem sensorial e sentimental na cultura e na religiosidade subjetiva— pelo fato de
serem inuteis a salvacao e fomentarem as ilusoes do sentimento e a supersticao
divinizadora da criatura — e com isso fica explicada a recusa em principio de toda
cultura dos sentidos em geral.22 Isso por um lado. Por outro lado, ele constitui uma das
raizes daquele individualismo desiludido e de coloração pessimista23 como o que ainda
hoje percute no “carater nacional” e nas instituicoes dos povos com passado puritano —
em flagrante contraste com as lentes tao outras pelas quais mais tarde a “Ilustracao”
veria os seres humanos.24 No periodo historico do qual nos ocupamos, vestigios desse
influxo da doutrina da predestinação se mostram com nitidez em manifestacoes
elementares tanto da conduta de vida quanto da concepcao de vida, ainda quando sua
vigencia como dogma ja estivesse em declinio: sim, ela nao era senao a forma mais
extrema da exclusividade da confiança em Deus, cuja analise interessa aqui/lsso se ve,
por exemplo, na admoestacao tantas vezes repisada na literatura puritana inglesacontra
toda confiança na ajuda e na amizade dos homens p. 73”

Se bem que a pertenca a verdadeira Igreja fosse uma condicao necessaria


inerente a salvacao,28 a relacao do calvinista com seu Deus se dava em profundo
isolamento interior.)p.74
“Como associar essa tendencia do individuo a se soltar interiormente dos lacos mais
estreitos com que o mundo o abraca a incontestavel superioridade do calvinismo na
organizacao social, 31 a primeira vista parece um enigma. E que, por estranho que possa
parecer de inicio, tal superioridade e simplesmente resultado daquela conotacao
especifica que o “amor ao proximo” cristão deve ter assumido sob a pressao do
isolamento interior do individuo exercida pela fe calvinista. [A principio ela e de fundo
dogmatico. 32] O mundo esta destinado a isto [e apenas a isto]: a servir a
autoglorificacao de Deus; o cristao feleito] existe para isto [e apenas para isto]: para
fazer crescer no inundo a gloria de Deus, cumprindo, de sua parte, os mandamentos
Dele, Mas Deus quer do cristao uma obra social porque quer que a conformacao social
da vida se faca conforme seus mandamentos e seja endireitada de forma a corresponder
a esse fim) trabalho social33 do calvinista no mundo e exclusivamente trabalho in
majorem Dei gloriam {para aumentar a gloria de Deus}. Dai por que o trabalho numa
profissao que esta a servico da vida intramundana da coletividade tambem apresenta
esse caráter. P. 75

“Ou seja, o trabalho serve para aumentar a glorificação divina. Serei eu um dos
eleitos? E como eu vou poder ter certeza dessa eleicao?39 Para Calvino pessoalmente,
isso nao era problema. Ele se sentia uma “ferramenta” de Deus e tinha certeza do seu
estado de gracg/ Assim sendo, para a pergunta de como o individuo poderia certificar-se
de sua propria eleicao, no fundo ele tinha uma resposta so: que devemos nos contentar
em tomar conhecimento do decreto de Deus e perseverar na confianca em Cristo
operada pela verdadeira fe. Ele rejeita por principio que nos outros se possa reconhecer,
pelo comportamento, se sao eleitos ou condenados, presuncosa tentativa de penetrar nos
misterios de Deus. Nesta vida, os eleitos em nada diferem externamente dos
condenados,40 e mesmo todas as experiencias subjetivas dos eleitos tambem sao
possiveis nos condenado — como ludibria spiritus sancti {ardilezas do Espirito Santo}
—, a unica excecao e a firme confianca de quem cre e persevera finaliter {ate o fim}.
Os eleitos sao e permanecem, portanto, a Igreja invisivel de Deus.p. 76” A simples
dúvida, seria uma prova da atuação da auto insuficiência da graça.
“O desencantamento do mundo: a eliminacao da magiacorno meio de salvacao,70 nao
foi realizado na piedade catolica com as mesmas consequencias que na religiosidade
puritana (e. antesdela, somente na judaica)^ O catolico71 tinha a sua disposicao a graca
sacramental de sua Igreja como meio de compensar a própria insuficiencia: o padre era
um mago que operava o milagre da transubstanciação e em cujas maos estava
depositado o poder das chaves. Podia-se recorrer a ele em arrependimento e penitencia,
que ele ministrava expiacao, esperanca da graca, certeza do perdao e dessa forma
ensejava a descarga daquela tensao enorme, na qual era destino inescapavel e
implacavel do calvinista viver. Para este nao havia consolacoes amigaveis e humanas,
nem lhe era dado esperar reparar momentos de fraqueza e leviandade com redobrada
boa vontade em outras horas, como o catolico e tambem o luterano.]^ Deus do
calvinismo exigia dos seus, nao “boas obras” isoladas, mas uma santificacao pelas obras
erigida em sistema.72 [Nem pensar no vaivem catolico e autenticamente humano entre
pecado, arrependimento, penitencia, alivio e, de novo, pecado, nem pensar naquela
especie de saldo da vida inteira a ser quitado seja por penas temporais seja por
intermedio da graca eclesial.] A praxis etica do comum dos mortais foi assim despida de
sua falta de plano de conjunto e sistematicidade e convertida num método coerente de
conducao da vida como um todo. Nao foi por acaso que o rotulo “metodistas” colou
naqueles que foram os portadores do ultimo grande redespertar de ideias puritanas do
século xviii, da mesma forma que aos seus antepassados espirituais do seculo xvii fora
aplicada, com plena equivalencia de sentido, a designacao de “precisistas”.73 Pois so
com uma transformação radical do sentido de toda a vida, a cada hora e a cada acao,74
o efeito da graca podia se comprovar como um arranque do status naturarumo ao status
gratiae. P. 81”
Mas mesmo na realidade do desenvolvimento historico ascoisas eram tais que a
forma de ascese do calvinismo, nao digo sempre, mas na maioria das vezes, ou foi
imitada pelo resto dos movimentos asceticos ou lhes serviu de termo de comparacao e
complemento na hora de desenvolver principios proprios que dela divergissem ou
desbordassem.\[ Onde, apesar de uma fundamentação doutrinal divergente, ainda assim
surgiu igual coerência ascetica, isso de modo geral foi resultado da constituicao
eclesiastica, e disso se ha de falar noutro contexto.108] p. 90

O Pietismo
O Pietismo: Segundo grupo protestante abordado no livro. Historicamente, a
ideia da predestinação constitui o ponto de partida da direção ascética que se designa
correntemente como "pietismo". Este movimento se manteve somente dentro da Igreja
reformada, existem calvinistas pietistas e não-pietistas. Representantes mais notáveis do
puritanismo foram tidos como pietistas, portanto considera-se como uma prolongação
pietista a doutrina de Calvino, que tem por intenção a conexão da ideia de comprovação
da doutrina da predestinação.

Associado a Philip Spener, e caracterizado como “emocional”. No


entendimento de Weber, o efeito prático dos princípios pietistas foi um controle ainda
mais estritamente ascético da conduta na vocação, fornecendo uma base religiosa ainda
mais sólida para a ética vocacional do que a mera honestidade laica dos cristãos
calvinistas normais, considerados pelo pietismo como uma cristandade de segunda
classe.
Do ponto de vista de Weber, o pietismo significou unicamente a penetração da
conduta de vida ascética, até mesmo em zonas de religiosidade não-calvinistasDo ponto
de vista de Weber, o pietismo significou unicamente a penetração da conduta de vida
ascética, até mesmo em zonas de religiosidade não-calvinistas

“E como sucedaneo do “duplo decreto” o pietismo produziu para si representacoes que,


de maneira essencialmente identica, se bem que mais tenue, estabeleciam uma
aristocracia dos regenerados pela graca particular de Deus,128 com todas as
consequencias psicológicas acima descritas a proposito do calvinismo. Entre elas, por
exemplo, a assim chamada doutrina do “terminismo”,129 imputada em geral ao
pietismo pelos seus adversarios (sem duvida injustamente), ou seja, a suposicao de que
a graca e oferecida universalmente, mas uma unica vez a cada qual, num momento bem
determinado da vida ou num momento qualquer, pela primeira e Ultima vez.130 Quem
portanto deixasse escapar aquele momento, para ele o universalismo da graca nao valia
mais nada: estava na situacao dos reprobos da doutrina calvinista.p. 93 e 94 12
1
Mas como, aos olhos dos proprios pietistas, nem todos estavam predispostos a essa
experiencia, aquele que por ela nao passasse apesar de haver instrucoes de metodo
ascetico destinadas aprovoca
la, permanecia aos olhos dos regenerados uma especie de cristão passivo. Por outro
lado, com a criacao de um metodo destinado a provocar essa “batalha penitencial”, o
acesso mesmo a graça divina se tornava, de fato, objeto de institucionalizacao humana
racional. Mesmo as reservas acerca da confissao auricular manifestadas nao digo por
todos os pietistas - nao por Francke, por exemplo mas com certeza por muitos deles, ate
mesmo pelos curas de almas pietistas, como demonstram as interpelacoes volta e meia
enderecadas a Spener, reservas essas que contribuiram para solapala ate no proprio
luteranismo, originaram-se desse aristocratismo da graca: o efeito visivel que a graca
obtida atraves da penitencia exercia sobre a conduta santa e que devia afinal decidir
quanto a viabilidade da absolvicao, e sendo assim era impossivel concede-l
contentando-se com uma simples “attritio” [ “contritio”]. P. 94”
O Pietismo acabou influenciando funcionários, caixeiros, operários, empregados
domésticos e o empregador patriarcal condescendente. Por outro lado, o calvinismo
estava mais relacionado com a “ativa empresa dos empreendedores capitalistas
burgueses”.
Metodismo

O Metodismo: É o pietismo continental caracterizado pela união da religiosidade


sentimental, com a crescente indiferença e uma repulsa pelos fundamentos dogmáticos
do asceticismo calvinista. Consiste na "metodização" sistemática da conduta como meio
de alcançar a certitudo salutis, é o que interessa em todos os momentos, em toda
tendência religiosa.
O metodismo aparece na consideração de Weber como uma edificação apoiada em
alicercers eítcas tão vacilantes quanto o pietismo. Também para ele a ambição por uma
vida superior, por uma “segunda benção”, funcionou como uma especiei de sucedâneo
da doutrina da predestinação e, crescida no solo da Inglaterra, a prátia de sua ética
orintou-se interamente pela do cristianismo reformal, cujo reviva/ ele pretendia ser no
fim das contas.
“ A regeneration do metodismo criou assim um unic complemente da pura salvação
pelas obras: uma ancoragem religiosao para a conuda de vida ascética na eventualide de
ser abandonado a predestinação.
Então alguém deste modo remido pode, em virtude da divina graça já trabalhando em
seu ser, obter, mesmo nesta vida, por uma segunda transformação espiritual, geralmente
separada e muitas vezes súbita, a “santificação”, a consciência da perfeição, no sentido
da libertação do pecado.
O ensinamento da regeneração do metodismo criou um complemento para a sua
doutrina das obras: “uma base religiosa para a conduta ascética, depois do abandono da
doutrina da predestinação”. Mas, na prática, a influência desta tradição é limitada ao
desenvolvimento do sistema capitalista: no entendimento de Weber, “podemos deixar
de lado o metodismo como um produto tardio já que ele nada ajuntou d novo ao
desenvolvimento da idéia da vocação”.

Seitas Batistas.

O quarto grupo estudado é equivocadamente chamado de “batistas”. Na verdade, estas


seitas estão ligadas aos anabatistas associados a Menno Simons.

“ O pietismo da Europa Continental e o metodismo dos povos anglo-saxõs,


tanto em seu contéudo conceitual como em seu desenvolvimento histórico, são
fenômenos secundários. Mas o segundo a ocupa, ao lado do calvinismo, a posição de
portador autono da ascesse protestante e o anabatismo, junto com as seitas que dele se
originaram diretamente ou que adoram suas formas de pensamento religioso ao longo
dos séculos XVI e XVII, como os batitas, os menonitas e sobretudo os quakers. Com
eles chegamos a comunidades religiosas cuja ética repousa sobre um fundamento que e
por principio heterogêneo em relacao a doutrina reformada {calvinista}. O esboco a
seguir, que por sinal realca apenas o que importa para nos, nao sera capaz de dar uma
ideia da diversidade desse movimento. Naturalmente, vamos outra vez dar o destaque
principal ao seu desenvolvimento nos velhos paises capitalistas. — A ideia mais
importantede todas essas comunidades, quer em termos historicos quer em termos
teoricos, cujo alcance para o nosso desenvolvimento cultural so podera ficar
perfeitamente claro num outro contexto, nos ja fizemos aflorar em ligeiros tracos: a
believers’ Church { igreja dos crentes}.172 Ou seja: a comunidade religiosa, isto e, a
“Igreja visivel” no linguajar usado pelas igrejas reformadas,173 deixou de ser
apreendida como uma especie de instituto de fideicomissos com fins supraterrenos, uma
instituicao que abrangia necessariamente justos e injustos — seja para aumentar a gloria
de Deus (Igreja calvinista), seja para dispensar aos humanos os bens de salvação
(Igrejas catolica e luterana) —, e passou a ser vista exclusivamente como unia
comunidade daqueles que se tornaram pessoalmente crentes c regenerados, e so
destes;noutras palavras, não como uma “Igreja”, mas como uma seita”

Não uma igreja, mas uma seita. Com a rejeita à doutrina reformada da predestinação, o
caráter peculiarmente racional da moralidade anabatista apoiou-se psicologicamente,
acima de tudo, na ideia da espera pela ação do espírito. Esta atitude significou um
enfraquecimento da concepção calvinista de vocação, mas, ao mesmo tempo, por outro
lado, por várias circunstancias, aumentava nas seitas anabatistas a intensidade do
interesse vocacional de caráter econômico.

“ Todas as comunidades anabatiscas queriam ser comunidades “puras” no sentido de


uma conduta imácula de seus membros O afastamento interior perante o mundo e seus
interesses e a submissão incondicional ao domínio de Deus que nos fala a consciência,
eram as únicas marcas infalíveis de uma efetiva regeneração, e a conduta
correspondente, por conseguintes, um pré requisito da bem- aventurança. Obtela- por
merio não se podia, posto que dom da graça divina, mas somente aquele que viviam
segundo a sua consciência era licita considera-se regenerado. As boas obras eram a
causa sine qua non. . “

“Nesse sentido, a enorme significacao que a doutrina anabatista da salvacao imprimia a


inspecao exercitada pela consciencia, enquanto revelacao individual de Deus, conferiu
aatitude dos anabatistas perante a vida profissional um carater cuja grande significacao
para o desdobramento de importantes aspectos do espirito capitalista so chegaremos a
conhecer de perto [mais adiante, e mesmo entao so na medida em que isso for possivel]
ao discutirmos o conjunto da etica politica e social da ascese protestante.'' Veremos
entao — para antecipar ao menos isto — que a formaespecifica que essa ascese
intramundana assumiu entre os anabatistas, especialmente os quakers,Í88 a juizo do
seculo x v i i ja se manifestara na comprovacao pratica daquele importante principio da
“etica” capitalista que se usa formular assim: honcsty is the best policy {honestidade é a
melhor polítia.}189 p. 107. Ver 137”

Eles se recusaram a aceitar funções publicas originariamente de um dever religioso


decorrente do repúdio de todas as coisas mundanas, que, depois de abandonada como
princípio, permaneceu ainda efetiva na prática, pelo menos para os menonitas e para os
quakers porque a estrita recusa de pegar em armas e prestar juramentos constituía uma
desqualificação suficiente para o serviço público

“Depois que o presente esboco procurou deslindar a fundamentação religiosa da ideia


puritana de vocacao profissional, agora so falta acompanha-la em seu efeito sobre a vida
de negocios. Apesar de todas as divergencias no detalhe e de toda a discrepância de
acento que nas diversas comunidades religiosas ascéticas recai sobre os pontos de vista
que nos sao decisivos, estes últimos mostraram-se presentes e eficazes em todas
elas.193 Para recapitular: ° decisivo para nossa consideracao sempre foi a concepcao do
estado de graca” religioso, encontradica em todas as denominações, precisamente como
um estado (status) que separa o homem do estado de danacao em que jaz tudo quanto e
criatura,194 ou seja, separa do “mundo”, mas cuja posse so se pode garantir — seja la
Como tenha sido obtida, e isso depende da dogmatica da respecti;va denominacao —
[nao por um meio magico-sacramental de qualquer especie, nem pela descarga na
confissao nem por obras
pias isoladas, mas somente] pela comprovacao cni uma condutade tipo especifico,
inequivocamente distinta do estilo de vida do homem “natural” E dai que provem para
o individuo o estimulo ao controle metodico de seu estado de graca na conducao da vida
e, portanto, a sua impregnacao pela ascese. Esse estilo de vida ascético significava,
porem, como vimos, precisamente uma conformação racional de toda a existencia,
orientada pela vontade de Deus. E essa ascese nao era mais um opus supererogationis,
mas um feito exigido de todo aquele que quisesse certificar-se de sua bem-aventuranca.
[Essa singular vida das santos, cobrada pela religiao edistinta da vida “natural”,
passava-se — o decisivo e isto — nao mais fora do mundo em comunidades monasticas,
senao den tra do mundo e suas ordens. 1 Essa racionalizacao da conduta de vida no
mundo mas de olho no Outro Mundo e [o efeito d]a concepcao de profissao do
protestantismo ascetico. ' A ascese crista, que de inicio fugira do mundo para se retirar'
na solidao, a partir do claustro havia dominado eclesiasticamente o mundo, enquanto a
ele renunciava. Ao fazer isso, no entanto, deixou de modo geral intacta a vida cotidiana
no mundo com seu carater naturalmente espontaneo., Agora ela ingressa no mercado da
vida, fecha atras de si as porias do mosteiro e se poe a impregnap. com sua metodica
justamente a vida mundana de todo dia. A transforma-la numa vida racional no mundo,
nao deste mundo, nao para este mundoi Com que resultado, a sequencia de nossas
exposicoes procurara mostrar. P. 108 – 109. Ver se precisar, 138-13”

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