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RICARDO ANTUNES

0 CONTINENTE DO LABOR
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rE DO LABOR

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^ Copyright © Boitempo Editorial, 2011
Copyright © Ricardo Antunes, 2011
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Coordenação editorial Cada uno se va como puede,
í fMU.lU D .. vr Ivana Jinkings
unos con el pecho entreabierto ,
f \r * Ii’tue* "
Editora-adjunta otros con una sola mano,
K f Bibiana Leme
unos con la cédula de identidad
Assistência editorial en el bolsillo ,
Caio Ribeiro e Livia Campos otros en el alma ,
Preparação unos con la luna atornillada
Mariana Tavares en la sangre y otros sin sangre ,
Revisão ni luna, ni recuerdos .
Thaisa Burani [. . . ]
Diagiamação e capa Pero todos se van con los pies atados ,
f
Antonio KehI unos por el camino que hicieron ,
Sobre “ El Vendedor de Alcatraces” , de Diego Rivera otros por el que no hicieron
Produção y todos por el que nunca harán .
Ana Lotufo Valverde
Roberto Juarroz, Segunda poesia vertical

CIP- BRASIL. CATALOGAÇÂO-NA- FONTE


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Eu , americano das terras pobres,
Das metálicas pesetas,
A642c
Onde o golpe do homem contra o homem
An tunes, Ricardo L. C. ( Ricardo Luis Col tro) , 1953- Se reú ne ao da terra sobre o homem .
O continente do labor / Ricardo Antunes. São Paulo, SP : - Eu, americano errante,
Boitempo, 2011. (Mundo do trabalho)
Orfáo dos rios e dos
ISBN 978-85-7559-178-9 Vulcões que me procriaram |...|
-
1. Trabalho - Amé rica Latina. 2. Trabalho Brasil. 3. Sindicatos
Pablo Neruda, Palavras à Europa
- América Latina. 4. Sociologia do trabalho. I. Título. II. Série
11 -5236. CDD: 331.1
CDU: 331.1
16.08.11 22.08.11 028913 O homem nas Amé ricas, inclinado em seu sul to ,
Rodeado pelo metal de sua máquina árdeme ,
O pobre dos trópicos, o valente
É vedada , nos termos da lei , a reprodução de qualquer Mineiro da Bolívia, o largo operá rio
parte deste livro sem a expressa autorização da editora. Do profundo Brasil, o pastoi
Da Patagô nia infinita . . .
Ente livro atende às normas do acordo ortográfico em vigor desde janeiro de 2009.
Pablo Neruda, Para ti as espigai
111 edição: setembro de 2011

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BOITEMPO EDITOR1AI
linking -. Editó te» Amaciado» Lid* Eu gosto dos que tê m fome

T$ Rua Parai ru Lelie , 373


03442 0011 S»n Pmilo SP
Dos que morrem de vontade

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1 )os que secam de desejo
I ) ns que ardem , , ,
Adriana * aleanhntto, "Senhas"
SUM ÁRIO


Prefácio Alberto L. Bialakowsky 9
Apresentação — As vias abertas na Am érica Latina 11
»

Parte 1 O trabalho na Am é rica Latina
I - O continente do labor 17

II Por um novo modo de vida na Am é rica Latina
III - Capitalismo e depend ência
53
61
IV As lutas sociais e o socialismo
lia Am é rica Latina no século XXI 67
1 '41'le II - O Brasil no continente do labor

Para Claudia V Passado, presente e alguns desafios


das lutas sociais no Brasil 81
VI O Partido Comunista Brasileiro (PCB), os trabalhadores
i o sindicalismo na historia recente do Brasil 89
Vil 1968 no Brasil 111
V I I I Dimensões do desemprego no Brasil 119
IX As formas diferenciadas da reestrutura ção produtiva
r o mundo do trabalho no Brasil 125
X Sindicatos, lutas sociais e esquerda no Brasil
lo ente! entre a ruptura e a conciliação L3S
Pstil! III Panorama do sindicalismo na América Latina
XI As principais centrais sindicais latino-americanas 153
Ponte dos textos 169
Bibllogmliu M i n i 171
PREFÁCIO*

Alberto L. Bialakowsky

0 continente do labor é a nova obra de um trabalho contínuo de Ricardo Antunes,


Um dos grandes intelectuais críticos da América Latina. Nesta oportunidade, o autor
â nalisa nosso continente a partir das bases de sua força de trabalho, suas coletividades
c seus contextos. Agora, como nunca, apresenta o dilema contemporâneo sobre a
disjuntiva histórica barbárie ou socialismo como teoria e práxis necessárias para uma
mudan ça social radical.
I '.m sua análise giroscópica do entorno histórico e cartográfico continental , far,
-
R Over se constantemente nossa observação, de sociedade em sociedade, para assinalar
|
presente a existência de extremos abismais nas contradições acumuladas entre a
foi ça dc trabalho e as forças produtivas, entre o sistema produtivo e o financeiro, entre
0 proletariado e o subproletariado.
Nesse horizonte territorial de “ desertificação neoliberal” , assinala a destrutividade
1superfluidade do capitalismo aplicadas à dominação daqueles que só podem subsistir
B# venda do seu próprio trabalho em meio às crises capitalistas que se repetem. Coloca¬
dnos assim a necessidade de repensar o socialismo a partir de uma perspectiva realista,
-
de repensá lo diante do desequilíbrio planetário, pois de outro modo a cegueira torna -
Uit , ao mesmo tempo, sintoma e padecimento.
B Sóé possível avançar ao compreender que o capital, o trabalho e o Estado c seus

estreitos vínculos - contêm a base do metabolismo do sistema, e que, portanto, dissolvei lò
um on dois desses componentes é in útil, pois com isso permanecem ilesos a reprodução ,
o poder e a máscara do “ mercado” , que se reimpóem na esfera do capital.
Assim , para reverter a superexploração do trabalho, torna-se necessá ria a
fêeffijtru çâo de um pensamento social que, ao se encarnar em uma força social , n ã o
pode deixar de incorporar à totalidade do trabalho coletivo.
I Historicamente, essa força tem sido disposta de forma fragmentada, em infinitas
-
divisões; trata se agora de reterritorializá-las, tanto em suas formações moleculares
enmu um seus espaços regionais e globais. Por isso, trata-se de Brasil, mas trata sc

tie MíHiiat IWHetliiM IN , I )


10 O continente do labor

também de toda América Latina, pois o continente é o conteúdo como realidade e


como invenção sociopolítica.
Assim, Ricardo Antunes, precedendo o epílogo da multiplicidade de vozes de
sua equipe, responsável pelo fecho policromático de sua obra, afirma:

Compreender o desenho composto, heterogéneo, polissémico e multifacetado que caracteriza a


nova morfologia ¿la classe trabalhadora torna-se imprescindível, visando eliminar as clivagens
Apresentação
que separam os trabalhadores/as estáveis e precários, homens e mulheres, jovens e idosos,
nacionais e imigrantes, brancos, negros e índios, qualificados e não qualificados, empregados e
AS VIAS ABERTAS NA AM É RICA LATINA
desempregados, dentre tantas outras diferenciações... Isso, em nosso entendimento, só é possível
partindo cias questões vitais que emergem no espaço da vida cotidiana.
Trabalho, tempo de trabalho e de vida; degradação ambiental, produção destrutiva, propriedade
(incluindo intelectual), a mercadorização dos bens (água, alimentos), são alguns temas
O continente do labor oferece um olhar ante aos dilemas do mundo do trabalho, mas
certamente vitais que os sindicatos (e atores coletivos) não podem mais desconsiderar.
Um olhar latino-americano, ainda que contemple também o que vem ocorrendo no

Se, como pensamos, Ricardo Antunes é um autor imprescindível, sua nova obra mundo dos chamados “ países avançados” , com suas mazelas. Se o universo do trabalho
ç das lutas sociais é por certo global, histórico-mundial, nossa leitura não abdica do
na constelação de suas criações constitui, diante do continente latino-americano, um
marco necessário.
olhar latino-americano; em verdade, ela recusa a postura de curvar-se perante o centro
BVan çado, desprezando de modo elitista o que se passa no nosso continente.
Buenos Aires, 8 de agosto de 2011 Três partes compreendem este livro.
A primeira re ú ne textos escritos sobre a Amé rica Latina acerca da temá tica do
tmmho, da dependência, das lutas populares e de alguns dos tantos desafios presentes
BO nosso continente. Nela, estão compreendidos textos que contemplam o tema do
Socialismo hoje e a necessidade imperiosa e vital de criação de um novo modo de vida,
libelo aos constrangimentos do capital e de sua lógica destrutiva, nos marcos de uma
(SCledudc que se desenvolveu sob o signo da subordinação.
Seu texto inicial, que dá o título ao presente volume, foi escrito originalmente
Ittino parte da enciclopédia Latinoamericana* . Porém, como foi reduzido e alterado
de forma significativa para adequar-se à referida publicação, encontra agora sua
divulga ção integral. Seu sentido informativo foi preservado, procurando oferecer
Will cená rio panorâ mico sobre o mundo do trabalho, suas principais lutas e embates
presentes na América Latina. Além disso, visa introduzir a questão do trabalho para
o Irlinr Interessado neste continente, e possui, por isso, um caráter introdutó rloi
(•si tilo para n ão especialistas.

A segunda parte oferece um balanço sintético das lutas sociais e sindicais no


Jmlll do século XX e início do XXI. Seus textos condensam reflexões e pesquisas
IIMttfes «obre o caso brasileiro, país que teima em dar as costas para a América Latina,
(flM ) ras vezes sem se dar conta de que é parte viva dela. O passado e o presente do
Buleillsnio, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido dos Trabalhadores
(PT ) , o significado de 1968 para nossa histó ria , a precarização do trabalho e o
desemprego c o significado do governo Lula sáo apresentados em seis textos.

Sít » (ioiifropn, ¿ UOfi, ( N , li , )


As vias abertas na Amé rica Latina 13
12 O continente do labor

um aumento desmesurado da concentração da riqueza, a ampliação da propriedade da


Já a terceira parte oferece um breve panorama descritivo do sindicalismo latino-
. Esta parte também foi terra, o crescimento dos agronegócios e o avanço dos lucros e ganhos do capital.
-americano por meio de suas principais centrais sindicais
a citada Latinoamericana , e sua Foi ainda um período de grande expansão das empresas transnacionais e do capital
originalmente escrita em forma de verbetes para
republicação agrupada e integral deve-se especialmente ao conjunto de informações financeiro, que alcançaram altas taxas de lucro, seguindo à risca a cartilha do Fundo
que consolida. Seus autores sao todos membros do nosso Grupo de Pesquisa Estudos Monetá rio Internacional. Isso sem falar na existência de parlamentos e judiciá rios
sobre o Mundo do Trabalho e suas Metamorfoses, do Instituto de Filosofia e Ciências bastante degradados, em grande medida coniventes com as classes dominantes e seus
Humanas (IFCH) da Unicamp. polos ativos de corrupção.
Portanto, ao longo deste livro mesclam-se laboraçáo individual e pesquisa coletiva, Mas, se assim foi e tem sido em muitas regiões, é possível perceber também que
escrita una e múltipla, urna vez que vários dos textos foram escritos em coautoria - é d receitu ário neoliberal e sua pragmática destrutiva vêm dando mostras de exaustão,
prudente recordar, sem que nenhum coautor seja responsável pelo conjunto de ideias e os povos da América Latina estão à frente desses novos embates.
e teses aqui apresentado. Os países andinos, por exemplo, experimentam e exercitam novas formas
de poder popular. São vários os exemplos de avanço das lutas desta natureza em
nuestra América.
-
Contra a arquitetura institucional eleitoral das classes dominantes, os povos
Este livro começou a surgir depois de uma sé rie de viagens que realizei pela América Ind ígenas, os campesinos, os sem terra, os operários despossuídos, as camadas m édias
Latina, quando pude caminhar pelos Andes e conhecer um pouco do modo de vida assalariadas e empobrecidas, os trabalhadores precarizados, os desempregados, homens e
dc seus povos ind ígenas, participar de majestosas manifestações populares no in í¬ mulheres, esboçam novas formas de ação e de luta social e política, obstando e opondo -
cio de 2001 na Argentina (e visitar várias de suas fábricas ocupadas e recuperadas,
em distintas cidades) e acompanhar os avan ços populares em Cuba e nos bairros
- u é aos governos e grupos que têm sido dominantes há muito tempo.
A história está sendo redescoberta de outros modos e por outras formas. Nos
populares da Venezuela. Andes , onde se desenvolveu uma cultura indígena milenar, cujos valores, ideários,
Surgiu ainda da percepção das lutas no Uruguai, na Colômbia, no Peru e na sentimentos e espírito comunitário são muito distintos daqueles estruturados sob o
Guatemala. Resultou do diálogo com universidades, sindicatos, partidos, assembleias -
uMitróle c o tempo do capital, renascem e ampliam se as rebeliões, florescem novos
populares e movimentos sociais de diversos países; do mergulho na magistral di los de lutas, em um claro sinal de contraposição à ordem que se estruturou desde
experi ê ncia pré-hispânica do México, com seus muralistas, seus camponeses, seus 0 laido do domínio e da espoliação coloniais que, desde então, não param de drenar
operá rios, suas línguas. Floresceu com os lan çamentos de meus livros Adiós al trabajo? Ü riquezas do Sul para o Norte do mundo.
e Los sentidos del trabajo* na Argentina, na Venezuela, na Colômbia e no México. k Começa a ser esboçada uma nova forma de poder popular, autoconstituinte,
Sem que me desse conta, nascia um projeto espontâneo, cujo primeiro resultado está moldada pela base, que recusa a representação distanciada dos povos e recupera prá ticas
condensado neste pequeno livro. pf Mietnbleias populares multitudinárias.
Depois de dedicar duas décadas ao estudo do mundo operário no Brasil e outras Na Bolívia, por exemplo, as comunidades indígenas e camponesas vêm pro -
duas d écadas refletindo sobre o que ocorre no mundo do trabalho nos países capitalistas do fiurttiulo do algum modo romper com o conservadorismo e a sujeição. Herdeiro de uma
None, era hora de focar os estudos no continente do labor. Era hora de procurar compreender tradi çã o revolucionária, o povo boliviano tem dado provas de muita força e rebeldia ,
«liiall / ,tildo que o avanço popular é cada vez mais efetivo, o que aguça e assusta as
o que se passa neste continente que nasceu para servir e trabalhar, mas que sabe também
Conjugar felicidade com rebelião, sofrimento com liberação, espoliação com revolução. dominantes, em suas várias tentativas de golpe e contrarrevolução.
Foi durante esses anos que, ao escrever um pequeno artigo - com clara e conhecida Na Venezuela, os assalariados pobres dos morros e dos bairros populares de Caracas
Inspiração -, dei-lhe o título “ As vias abertas na América Latina” . Nele, dizia que ao pnthém avan çam na organização popular. Buscam formas alternativas de organização
menos alguns dos países do nosso continente começavam a superar a tragédia neoliberal, dn trabalho nas empresas, ampliando sua ação, e seguem em frente com a mobilização
responsá vel pelo desastre social das ú ltimas décadas, caracterizado pelos enormes índices lujuiliti , por melo dos conselhos comunais, no esboço de outro desenho de poder e na
pUlta tlr novos caminhos para o socialismo no século XXI.
de piuipei i / a çao , expulsão , despossessão , desemprego, empobrecimento e exploração,
.
tanto no tampo como nus cidade* Continente que presenciava , em contrapartida, Na Argentina, quando da eclosão dos levantes em dezembro de 2001, vimos
a luta tio» trabalhadores c trabalhadoras desempregados, denominados piqueteros,
.
qiu d puseram , junto às classes m édias empobrecida » , v á rios governos nos "dias que
‘ih liai ifn a Argentina , ( ) u ainda asfdbrlcá' m upennhn , que demonstram a Inutilidade ,
"
rNiliun ^# ¡mH u eshailhnj dt Afkw tW thlfaftUw? ( Sjiu Pauly / í iinipjh á Si l nrfF?/ Uh í t- fiinjJt v Os
hrtfafi í hfi Ny|n , Rnií £ ftiptt 19 9 ) , ( N,
superfluidade r desnurlvldadr do» capital » privados
sfftiitéà
f
* ^
14 O continente do labor

As rebeliões no México, de Chiapas até a experiência da Comuna de Oaxaca, em


2005 (desencadeada por uma greve de professores da rede pública local), acrescida
s
das lutas dos trabalhadores eletricitá rios desempregados que acamparam aos milhares
na Cidade do México em 2010, são todas ações que moldam o cotidiano do mundo
do trabalho.
No Brasil, a luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
contra os latifúndios e a propriedade concentrada da terra, contra o agroneg
ócio e
,
seus transgênicos e agrotóxicos, contra a mercadorização dos bens e produtos como a
água e os recursos energéticos, é outro importante exemplo das lutas sociais e políticas
que florescem na América Latina, onde também se destaca a resistência prometeica
dos cubanos contra um bloqueio venal dos Estados Unidos.
No Peru, os indígenas e camponeses estão desencadeando levantes cotidianos,
como fizeram, em junho de 2009, contra o governo conservador e de direita de Alan Parte I
García, que acumulou índices de crescente oposição popular. Junto a tantos outros*
povos andinos, os latino-americanos aumentam os espaços de resistência e rebelião. O TRABALHO NA AM ÉRICA LATINA
Isto para não falarmos das lutas operárias urbanas dos assalariados da ind ústria e

dos serviços, dos trabalhadores imigrantes que agora lançam-se não só no fluxo Sul -
- Norte, mas também no fluxo Sul-Sul, vivenciando as agruras e penúrias da exploração
que atinge os povos latino-americanos em seu próprio território.
Não estarão os povos andinos, amazó nicos, indígenas, negros, brancos, homens e
mulheres trabalhadores dos campos e das cidades, operários e operárias, a proclamarem
que a Amé rica Latina não está mais disposta a suportar a barbá rie, a subserviência, a
Iniquidade que, em nome da “ democracia das elites” , assumem de fato a postura do
império, da autocracia, da truculência, da miséria e da indignidade?
Não estaremos presenciando o afloramento de um novo desenho de poder popular,
constru ído pela base , pelos camponeses, ind ígenas, operários, assalariados
urbanos e
rurais, que começam novamente a sonhar com uma sociedade livre verdadeiramente
,
-
latino americana e emancipada ?
Não estaremos começando a tecer, redesenhar e mesmo presenciar as novas vias
libertas na América Latina?
I
O CONTINENTE DO LABOR1

?
' Í lW POUCO DA NOSSA HISTORIA DO TRABALHO

* continente latino-americano nasceu sob a égide do trabalho. Antes mesmo do


I
inicio da colonização europeia, especialmente espanhola e portuguesa, a Am é rica
I atina era habitada por indígenas nativos que trabalhavam em uma economia
h n. r .ida na subsistê ncia, produzindo alimentos agr ícolas e utilizando a caça , a pesca,
0 i xtradvismo agr ícola e a mineração de ouro e prata, entre outras atividades, para

jiaiantir sua sobrevivê ncia.


Nessa fase pré-colonial, o trabalho coletivo era o pilar da produção. Foi somente
nu lilti do século XV que se iniciou um enorme processo de colonização que marcou a
hist ú iia do trabalho de nosso continente. Impulsionada pela expansão comercial que
1 arai tri izava a acumulação primitiva em curso na Europa, a Am érica Latina passou
a íu cobiçada pela nascente burguesia mercantil e pelos Estados nacionais recém
oust huidos no velho continente. Foi assim que se iniciou o processo de colonização
* • lilupda na Am érica Latina.
A presen ça inglesa na colonização da Am é rica do Norte teve um cará ter
ph dominantemente voltado para a criação de colónias de povoamento, isto é, receptoras
i .
la |" « pulai, to europeia excedente, enredada em disputas éticas e religiosas. Muito distinta
Ir ii 4 coloniza çã o ibérica (espanhola e portuguesa) na Am érica Latina que, desde o in ício ,
st • tilai u i i / ou pela organização de colónias de exploração, voltadas para incrementar o
prui ' . ui dr acumulação primitiva do capital em curso nos países centrais, conforme a
pi * ' í -.a li l i m a leita pelo historiador marxista brasileiro Caio Prado Jr.

. .
t 1 ili , M ii, .ui ilcstc
texto contou com o apoio dos seguintes pesquisadores: Bruno Durá es , Claudia
! infí iH
'i Romero, Filipe Kaslan , Geraldo Augusto Pinto, Henrique Amorim, Isabella Jinking/..
I iiiniel
.
M ¡ H nisi ,i il i Silva c Silvio Cavalcante. Por se tratar de texto escrito originalmente para a enciclopédia
l -guiiiiitiiiiiii'iiihc clt , , o uso de notas de rodapé foi redu / idu un m ínimo, tic modo que sitas forties
liildii ightlii us i'sijti oportunamente i nadas na liibllogiuliu ¡ ml deste lit to, i V grande valia lol a est c íente
:

Mtiet á tiru di I « thin t ti « u taler t ata nova ( tug , ) , / Hilaria t /e / auu iaa ata al» , ni raí América I aitoa ( M é xico
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11 I siglo Veintiuno, Instituto di Iva u Ig,ti iones Nm in!< - I « ti - titi it H| , - , i t i . ) si tito tin .« OIH . rate
, i¡i i t u i11 n ã o ttata dos t , unit¡
posit r í otes n qiit entretanto - - - o í r no * upiinlna seguintes
i
O continente do labor 19
18 O continente do labor

As principais formas do trabalho existentes em nossa sociedade colonial sentiam de incrementar seus empreendimentos industriais. Inicialmente, portanto,
desenvolveram-se entre os séculos XVI e XIX. Inicialmente, foi utilizado o trabalho a diversificação dos negócios surgiu das demandas da própria economia agro -
ind ígena por meio do sistema conhecido como encomiendas, uma espécie de concessão -exportadora, que carecia das indústrias têxtil, alimentícia, metalúrgica etc. Pouco
a pouco, especialmente na primeira metade do século XX, estas foram se tornando
pessoal na qual o colono se comprometia a garantir a subsistencia dos indígenas,
autó nomas, suplantando as próprias atividades rurais que lhe deram origem. Além
apropriando se do seu trabalho. Em especial nas colonias sob domínio espanhol, era
-
comum a exploração do trabalho indígena, um modo de escravidão voltado à extração disso, ao mesmo tempo que a indústria foi impulsionada pela demanda interna e pelas
de metais preciosos (ouro e prata). Além disso, também no mundo colonial difundiu- necessidades de acumulação das burguesias em desenvolvimento, a Primeira Guerra
Mundial possibilitou um avanço significativo no processo de industrialização, o que fez
-se o trabalho escravo africano, resultado de um intenso tráfico humano da África para
a América Latina, sob o controle das burguesias comerciais europeias em constituição com que um forte fluxo migratório de trabalhadores europeus viesse para este continente
que viviam de vários tipos de comércio, inclusive o humano. ( principalmente para o Brasil, a Argentina e o Uruguai) em busca de trabalho.
Foi desse intercâmbio mercantil que surgiu o escravismo colonial, modalidade
de trabalho que se desenvolveu tanto nos territórios dominados pelos colonizadores
portugueses quanto nas áreas controladas pelos espanh óis - como o Caribe
-, A CONSTITUIÇÃO DO TRABALHO ASSALARIADO E A GENESE DO
) engenho * SINDICALISMO: ENTRE O OFICIALISMO, A RESISTENCIA E A REVOLUÇÃO
voltadas prioritariamente para a produção agrícola (a plantation e o
produtor de açúcar, comercializado no mercado europeu.
A diversificação das atividades produtivas e a constituição do mercado interno Fo| nesse marco histórico e estrutural, constituído especialmente a partir da segunda
criaram as condições para a implantação do trabalho assalariado na América Latina.
include do século XIX, que começou a se formar a classe trabalhadora latino-americana,
eentrada principalmente nos centros exploradores de salitre, cobre, prata, carvão, gás e
Tal modalidade de trabalho foi estabelecida apenas ao longo do século XIX, em um
momento caracterizado pela expansão do capitalismo industrial (especialmente o
petróleo, na ind ústria têxtil, nos serviços portuários e ferroviários, na construção civil
i em pequenos estabelecimentos fabris.
inglês), que passou a exigir a ampliação do mercado consumidor e a introdução do
Marcados desde o início por uma intensa exploração de sua força de trabalho,
trabalho assalariado no mundo colonial.
iO trabalhadores se reuniam em torno das primeiras associações operárias, como
Durante grande parte da sua histó ria, o mundo colonial latino-americano
A* locledades de socorro e auxílio m ú tuo, as uniões operárias e, posteriormente, os
foi também cenário da constante rebeldia dos escravos negros que, na luta pela
sua emancipação, refugiavam-se nos quilombos, recusando-se a trabalhar sob a
^ —
y ndluilos, organizados por categorias profissionais alfaiates, padeiros, carpinteiros,
Uselócl, gráficos, metal ú rgicos, ferroviários, portuá rios, entre outras.
modalidade abjeta da escravidão. Lembremos a majestosa revolução dos negros do
É importante destacar, entretanto, um traço particular na constituição da classe
Haiti , em 1791 , primeiro dos muitos levantes em nossa América Latina a abolir o
n tbftlhadora em nosso continente, muito diferente dos países de capitalismo central e
trabalho escravo; ou ainda o Quilombo dos Palmares, revolta dos escravos no Brasil
que levou à constituição de uma comunidade negra livre e coletiva durante os anos Bpmónico. Tais países vivenciaram uma transição que levou séculos, um longo processo
quit principiou com o artesanato, avançou para a manufatura e, posteriormente, para
1630 1685. A predominância agrária nos séculos de colonização permitiu que se
-
desenvolvesse em vários pa íses da América Latina um campesinato forte e numeroso, #| iande ind ústria. Na América Latina, este trânsito foi muito mais rápido, pois cm
posteriormente responsável por in ú meras lutas sociais, como a Revolução Mexicana íái liiH pa íses saltou-se quase que diretamente do trabalho rural, da escravidão africana ou
fitdígnia, para novas formas de trabalho assalariado industrial. Ou seja, as experiências de
de 1910, marcadamente popular e camponesa. (faluilho artesanal e mesmo manufatureiro foram muito distintas daquelas vivenciadas
Como resultado do surto urbano-industrial do século XIX - que substituiu o
BB Europa porque nosso continente não conheceu a vigência do sistema feudal.
latifú ndio pastoril, subordinado ao capital estrangeiro, que até então predominava na Foi neste cenário que germinaram as influê ncias anarquistas ( ouanarcossindicalistas),
Amé rica Latina - e o consequente trânsito das sociedades rurais para essa nova realidade,
começaram a surgir em diversos países latino-americanos os primeiros contingentes de PalslUrns e comunistas, ocorrendo também as primeiras manifestações operá rias e a
trabalhadores assalariados, vinculados tanto às atividades agrá rio-exportadoras (caso HgMitpa çítn das primeiras greves que paralisaram distintos ramos profissionais. As
da pruduçflo i nfecirá no Brasil ) como às atividades manufatureiras e industriais. Na ifpMil / u ções sindicais argentinas, por exemplo, surgiram das sociedades de resistê ncia
Argentina e nn Uruguai , pa íses exportadores de carnes e derivados, os trabalhadores fjUA reuniam trabalhadores por ofícios. Naquele pa ís, as disputas entre socialistas e
encontravam ocupa çã o nus lilgur í ficos, a principal fonte de atividade produtiva
. fflarqulsus j á estavam presentes na comemoração do Primeiro de Maio de 1890,
quando » is socialistas buscavam a regulamenta çã o das condi ções do trabalho por
-
Quanto mais ¡i* cu mo mias agr á rio exportadorus , pró prias do mundo mercantil ,
desenvolviam atividade* relacionadas ao universo capitalista , mals necessidades
meio da a çã o do listado c os anarquistas propunham o rompimento com o sistema ,
contrá rio* que eram à s reformas estatuis,
20 O continente do labor O continente do labor 21

A atuação do anarcossindicalismo foi forte também no Brasil e no Uruguai, e


,

reformista em fase embrionária como na Argentina e na maioria dos países latino
americanos -, os partidos comunistas, especialmente a partir da vitória da Revolução
-
marcou presença, com maior ou menor intensidade, no Chile, no Peru e na Bolívia
pelo menos até 1920. No Brasil, a classe trabalhadora industrial foi em grande medida Russa, experimentaram uma significativa expansão em nosso continente, o que marcou
composta pelos imigrantes oriundos, desde as primeiras décadas do século XX
, da Itália sua presença no interior do movimento operário. Ao contrário dos anarcossindicalistas,
O maior empenho dos comunistas visava a fusão das lutas social e política por meio
e da Espanha, onde era marcante a presença libertária.
Pouco a pouco, nosso continente viu florescer, especialmente no seio dos movimentos da criação de partidos operários que pudessem se constituir enquanto alternativa dc
socialistas, uma nova forma de organização política alternativa dos trabalhadores, poder e participar ativamente do embate político, inclusive em sua esfera eleitoral.
apresentada pelos partidos comunistas. No Chile, em 1920, o Partido Operário Socialista Aqui , a disjuntiva era completa entre anarquistas e comunistas.
(POS) iniciou sua conversão em Partido Comunista, incorporado à Terceira Internacional Em meados do século XIX, nosso continente já era um campo tomado por lutas
( Internacional Comunista), em 1928. Em 1921, também sob influência da Revolução oriundas das forças sociais do trabalho. Desde aquele período, o movimento operário
Russa, foi fundado o Partido Comunista Argentino. Em alguns casos, como no brasileiro, lai ino-americano briga pela conquista de uma legislação social que garanta seus direitos; é
o Partido Comunista, conhecido como PCB, foi criado em 1922, tendo em sua origem 6 que se pode constatar a partir das in úmeras greves desencadeadas, como a greve geral dc
forte influência do movimento anarquista, uma vez que a quase totalidade de suas 1917, no Brasil, e de 1918, no Uruguai. Ou ainda das greves contra aTropical Oil (1924
principais lideranças havia sido forjada nas batalhas anarcossindicalistas. No Peru sob e 1927) e a United Fruit Company (1928), ambas na Colômbia, sendo que esta última
,

-

a liderança de José Carlos Mariátegui o mais expressivo e original

-amcricano de sua geração , deu se a criação do PartidoInternacional
marxista
Socialista em 1928
, .
latino
Com
-
a
converteu-se em maciça greve geral, com a adesão de cerca de 30 mil trabalhadores.
Também no in ício do século XX, o continente latino-americano presenciou
morte de Mariátegui , este estreitou laços com a Terceira e, desde 1930, u florescimento de algumas de suas lutas sociais mais importantes. A eclosão da
passou a ser chamado de Partido Comunista Peruano (PCP). O mundo do trabalho Revolução Mexicana em 1910 constitui um dos episódios mais marcantes da história
começava a se estruturar enquanto força política de perfil partidário. revolucion ária de extração popular e camponesa. Essa mesma revolução levou à
A ilegalidade marcou a vida da maioria dos Partidos Comunistas, que não eram conquista, na Constituição de 1917, da regulamentação de direitos trabalhistas, fixando
aceitos na arena política, ainda predominantemente oligárquica, excludente, autocrática tf ule jornadas e salários até a prestação de serviços sociais, passando pela liberdade
c, em muitos casos, ditatorial. Do cubano José Marti ao peruano Mariátegui passando
, de organização, mobilização sindical e deflagração de greve até a formulação de uma
pelo brasileiro Astrojildo Pereira, o pensamento revolucionário latino-americano, com IX press iva reforma agrária. A legislação, portanto, antecipava direitos que muito
todos os limites da época, buscava, em sua prática e reflexão, compreender a especificidade HiaU tarde se generalizariam pelo continente, além do fato óbvio de que se opunha
do continente e transformar, pela via revolucionária, a nossa formação social. frontal mente tanto ao domínio das oligarquias quanto ao liberalismo excludente que
Depois de um ciclo importante de lutas sob a influência anarcossindicalista ht Hfcava o domínio burguês na América Latina.
(especialmente do fim do século XIXao início do século XX), pouco apouco# presença
comunista foi se ampliando. Enquanto os anarquistas privilegiavam a ação direta, sem
( ) TAYLORISMO E O FORDISMO CHEGAM À AMERICA LATINA
a mediação político- partidá ria, utilizando-se, em maior ou menor grau, da presença
dos sindicatos - praticamente a ú nica forma de organização aceita pela maioria dos
libert á rios os comunistas, além da atuação nos sindicatos, passaram a valorizar a E Itrssr contexto de transição do mundo capitalista agrário-exportador para o urbano -
construção do partido operário e sua atuação política, origem dos principais partidos •ihduxtrlul que percebemos a intensificação da ação do Estado, que procurava
comunistas latino-americanos. fflili organismos sindicais oficialistas a fim de barrar as lutas sociais autó nomas
'

Em síntese, pode-se afirmar que, com o forte processo de imigração em nosso BlGtitadcadas pelas correntes revolucionárias do movimento operário. O nascente
continente, houve inicialmente uma significativa presença do movimento operário Estadi i burguês latino-americano desejava, assim, abrir seus canais de controle junto aos
ilr inspiração anarcossindicalista, como foram os exemplos da Argentina, do Brasil trabalhadores, tendência que se intensificou a partir dos anos 1930 por meio de uma
e do Uruguai , fortemente enraizados nas fábricas. Esse processo foi simultâneo à
IpUtlt a que pretendia “ integrar” os trabalhadores à ordem burguesa. O peronismo na
Industrialização latino-americana, que já nos anos de 1920-1930 sofria os primeiros Kpmlmi , o getulismo no Brasil e o cardenismo no México, dentre outros exemplos
Dlgftanirs , foram fenô menos pol íticos inseridos na expansão industrial que começava
influxos oriundos do taylorismo e do fordismo.
8 se desenvolver na Am érica Latina.
Assim , se o socialismo reformista, sob influ ê ncia da Segunda Internacional, n ão
u ñ o pode ( ium o desenvolvimento do capitalismo industrial , experimentado especialmente
teve presen ça mart atue na Am é rica I ,atina (salvo poucas exccçòcs o mesmo
),
ser dito da col trun lot litada pi ! i* comunistas < > i t desenvolvendo
, sc a put tit do pró prio pela Ind ú stria automobil ística norte- americana ilo inicio do século XX , ocorre o
•do socialismo ílnfesclmeuto r a expansã o do taylorismo e do fordismo , qtn ar aliaram por conformar
iiiiait iissiitd í t rtlismn > oitio fui o i aso do Hruill — , ota dilerenclttftw *
22 O continente do labor O continente do labor 23

o desenho da industria e do processo de trabalho em escala planetária. Seus elementos dada pela existência de dois projetos claramente distintos e alternativos: um
centrais podem ser assim resumidos: nacionalista, que seguia sob comando de setores das burguesias nativas em aliança
1. vigência da produção em massa, realizada por meio da linha de montagem e com setores das classes populares e/ou seus representantes políticos, e outro favorável
produção mais homogénea; à internacionalização da economia, liderado pelos diversos setores burgueses ligados
.
2 controle dos tempos e movimentos por meio do cronómetro taylorista e da Hg Imperialismo, que buscavam ampliar seus interesses nesse novo ciclo de expansão
produção em série fordista; Capitalista que se desenvolvia em nosso continente.
.
3 existência do trabalho parcelar e da fragmentação das funções; Essa dupla processualidade esteve fortemente presente no interior do movimento
4. separação entre a elaboração, cuja responsabilidade era atribuída à gerência Uperá latino-americano. Perón, Vargas e Cárdenas foram algumas dessas expressões
rio
científica, e a execução do processo de trabalho, efetivada pelo operariado no que estabeleceram relação com o mundo operário, especialmente em sua vertente
chão da fábrica; trabalhista. Vamos, então, resgatar alguns de seus traços mais importantes.
5 existência de unidades fabris concentradas e verticalizadas.
.
Tal padrão produtivo se espalhou, em maior ou menor escala, pelos mais variados A longevidade do peronismo
-
ramos industriais e de serviços dos países latino americanos, que até então ensaiavam Na Argentina, o peronismo foi responsável pelo nascimento de uma concepção
.
um ciclo industrial Esse foi um dos fatores responsáveis pela constituição, expansãd ibfllhista que teve enorme influência junto ao sindicalismo e ao movimento operário
11

e consolidação da classe operá ria nos mais distintos setores produtivos, como o têxtil, RBquele país. Esse processo teve início em 1943, com um golpe de Estado que nomeou
.
o metal ú rgico, o alimentício etc , obtendo em sua histó ria um papel de enorme l í coronel Juan Domingo Perón para a Secretaria de Trabalho. A data marcou uma
relevâ ncia nas lutas sociais da Amé rica Latina. Ao longo do século XX, muitas greves uRii divisória na relação entre o Estado e o movimento operário, por meio de um
deflagradas no México, na Argentina, no Brasil e no Uruguai, por exemplo, tiveram LKMTiplexo processo de apoio e cooptação que tinha como contrapartida a melhoria das
a marca desse proletariado industrial que foi se constituindo ao largo das atividades Wíndlçóes de vida da classe trabalhadora, bem como a institucionalização dos direitos
agr ícolas ou manufatureiras. O Cordobazo de 1969, na Argentina, bem como as greves Melais do trabalho.
-
operá rias do ABC paulista em 1978 1980, são expressões bastante avançadas das lutas \ Desde logo, Perón tornou-se líder de intensa densidade popular, a ponto de,
r BÍ « nos depois, assumir a presidência da Repú blica. Consolidou-se, então, uma forte
sociais desencadeadas pelo proletariado constituído sob a égide do taylorismo e do *lan* ça entre os interesses
fordismo na América Latina. « burgueses nacionalistas e trabalhistas, por meio de um projeto
Portanto, foi por meio desse padrão produtivo que a “ grande ind ústria” capitalista apol ógico e político que contava com o apoio da Confederação Geral do Trabalho
(cuja produção já é marcada pela presença da maquinaria e pela subordinação real do KC 11 ), central sindical fundada em 1930, parte viva do peronismo sindical.
.
trabalho assalariado ao capital, segundo Marx) pôde se desenvolver Mas é bom enfatizar t Em 1945, pouco depois de Perón ser preso, a CGT organizou uma importante
que, dada a particularidade da subordinação e dependência estrutural dw capitalis¬ BjUil lest ação popular na Praça de Maio, símbolo de grandes mobilizações políticas em
BUOS Aires. Dada a forte pressão popular, a CGT conseguiu libertar Perón e exigiu
-
mo latino americano em relação aos países centrais, o binómio taylorismo/fordismo

teve - c ainda tem um caráter periférico em relação àquele que se desenvolveu nos
Estados Unidos e na Europa Ocidental. Na América Latina, esse caminho para o
^
Blf õe* diretas que acabaram por declará-lo o novo líder da República da Argentina,
.
ÍBttMilldnndo a liderança e a base popular do peronismo, que se organizava politicamente
mundo industrial sempre se realizou de modo tardio (ou mesmo hipertardio) quando por nielo do Partido Justicialista. Desde então, a CGT tornou-se o principal canal de
comparado aos processos vivenciados pelos países de capitalismo hegemónico. E o fez Utemaçã o sindical do peronismo e o justicialismo, o seu canal político-partidário.
^pUlIltu
B) base nessa estrutura dual, o peronismo tornou-se o mais importante movimento

^^ ^
sustentado em um enorme processo de superexploração do trabalho, que combinava, de
modo intensificado, a extração absoluta e relativa do trabalho excedente, oferecendo argentino, com sólidos vínculos junto aos movimentos sindical e operá rio .
-
altos n íveis de mais valia para o capital. Perón ficou no poder por mais de uma década, até que em 1955 um violento golpe
pilotar o depôs da liderança do país, desencadeando um forte processo de repressão
D peronismo. Sua deposição foi consequência da ampliação do descontentamento
Al GUMAS EXPERI ÊNCIAS DO TUABAI.MISMO LATINO AMERICANO - HpKMres oligá rquicos e burgueses mais conservadores e tradicionais, além da Igreja
IMmlra r dos militares, todos insatisfeitos com o caminho sindical e trabalhista seguido
Em glande pune da Am é rica Latina , paralelamente à origem e expansão da ind ústria Hpf ) peronismo .
-
de base tayloi Uia c fordista , estruturou se uma completa processualldadc sodopol í tica A < < ¡T, porem , organizou clandestinamente a resistê ncia pemnisia , preparando o
Momo de Peró n , que só velo a ocorrer mais tarde e em outro ronirstu pol í tico c social , É
marcada por iniitrudlç ftrs Por um lado, t í nhamos o confronto direto entre capital e
trabalhe l 'ot outro , simult â neo a este antagonismo , vllttos aflorar outra contradi ção , Importante lembrar que , al é m da divisã o na Cl í I , a fragmentai 4tt do pnoulimu també m
24 O continente do labor O continente do labor 25

se estendia às tendencias políticas que atuavam dentro do movimento, dentre as quais se vez mais burocratizado e verticalizado, recorrendo com frequência às prá ticas típicas
destacam os montoneros, de perfil anti-imperialista e situados mais à esquerda. de uma autêntica máfia sindical.
A volta do peronismo ocorreu em 1973, mas, pouco tempo depois, devido Foi nos anos 1960 que o sindicalismo argentino voltou a vivenciar grandes
à morte de Perón, a liderança foi ocupada por Isabel Perón, sua terceira esposa mobilizações operárias, organizadas pelo operariado e pelo sindicalismo mais combativo
( personagem completamente distinta de Evita Perón, sua segunda esposa, esta sim e i lassista, além da presença do próprio movimento estudantil. Em maio de 1969, o
dotada de enorme carisma popular). O fato deu origem a um completo desastre para chamado Cordobazo marcou um forte momento das lutas operárias, com a eclosão dc
a história política recente da Argentina: a extrema direita, dentro do ciclo de golpes uma greve geral (de intenso caráter de classe e expressiva confrontação) justamente em
que se abateu sobre a Amé rica Latina, desencadeou em 1976 um brutal regime militar, Có rdoba, a segunda maior cidade industrial do país. Dentro do espírito das rebeliões
responsável por enorme repressão aos distintos movimentos estudantis, sindicais, í populares e estudantis que se ampliavam na Argentina, o movimento significou

operá rios e de esquerda então divididos em correntes que compreendiam desde o
peronismo, passando pelo Partido Comunista Argentino até as distintas organizações
Importante luta operária contra o regime militar que governava o país, além de
confrontar diretamente as forças patronais.
de influência trotskista, dentre as várias ramificações que caracterizavam a esquerda - Esse expressivo movimento grevista teve forte impacto no desgaste do regime,
argentina daquele período. abrindo caminho para o retorno do peronismo por meio da vitória eleitoral em
Tal como havia ocorrido com os golpes militares no Brasil em 1964 e no Chile* .
1973 Contudo, o fracasso económico dessa nova etapa do governo de Perón levou à
em 1973, além da violenta repressão à esquerda em geral, os sindicatos argentinos fUHflgração de outro golpe militar em março de 1976, responsável por uma ditadura
sofreram forte intervenção, e a CGT acabou declarada ilegal. Disso resultou uma cmU traços nitidamente fascistas, dada a intensa repressão que assassinou milhares
segunda fratura no interior da central argentina, criando-se duas vertentes: uma cor¬ ' li jovens militantes, operários, sindicalistas e estudantes, com uma virulência que
-
rente sindical mais crítica (CGT Brasil) e outra mais conciliadora (CGT-Azopardo) . Seguia a inspiração do golpe no Chile, comandado por Pinochet. Nosso continente
O peronismo, entretanto, ainda se manteve presente no movimento sindical e junto tntrava, então, no ciclo das horrendas ditaduras militares, tuteladas pelo imperialismo
aos trabalhadores argentinos por longo período, responsabilizando-se pela eclosão -
flOfle americano. Brasil, Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Peru figuraram
de muitas greves gerais contra a ditadura militar, no início dos anos 1980. Como o Murante longo tempo na trágica lista de países atingidos por esse tipo de governo, que
getulismo no Brasil, conforme veremos a seguir, o peronismo também se caracterizou leve desde logo um duplo significado: por um lado, reprimiu fortemente os distintos
pela prá tica da conciliação de classes, cimentada no nacionalismo e no atrelamento movimentos operários dos respectivos países e, por outro, abriu caminho para a estrada da
dos sindicatos ao Estado, além da repressão às ações sindicais mais autónomas que JUternacionalização e da ampliação do imperialismo norte-americano no continente .
procuravam manter-se à margem do oficialismo justicialista. | Mas, antes de tratar do ciclo dos golpes militares e da contrarrevolução na América
Em outras palavras, essa institucionalização e a subordinação dos sindicatos yKllia , vamos recordar o getulismo, no Brasil, e o cardenismo, no México.
ao Estado colocaram o movimento sindical sob tutela tanto no campo político e
Ideológico quanto no espaço das ações trabalhistas, promovendo um sindicalismo OR encantos do getulismo
hierarquicamente submetido aos ditames oficiais e uma prática negadora da •leveInn go períodobastante
l do governo Getúlio Vargas (conhecido por getulismo ou varguismo)
distintos. A “ revolução de 1930” deu ensejo a um movimento
democracia operá ria e das ações autónomas de classe. Erigiu-se, então, uma prática momentos
pol í tica marcada por forte concepção estatista, por meio da qual as relações entre o -
HuÜCO militar que foi mais que um golpe e menos que uma revolução, sendo responsável
pelo desenvolvimento de um projeto industrial ancorado em um Estado forte e em
movimento operá rio e o Estado eram mediadas pela figura do líder. Foi tão marcante
essa vinculação que ainda hoje, mais de sessenta anos depois de seu surgimento, Rpi política de feição nacionalista. No que concerne à esfera política, particularmente
0 peronismo encontra respaldo junto ao movimento sindical argentino, que dele tés o golpe do Estado Novo em 1937, o getulismo assumiu claro aspecto ditatorial,
Continua a se reivindicar herdeiro. mínela que, de forma embrioná ria, já se apresentava desde 1930.
Desde o começo da d écada de 1960 ocorreu uma mudança na estrutura da classe I O primeiro ciclo do getulismo vigorou até 1945, quando Vargas foi deposto por
trabalhadora argentina , marcada sobretudo por uma maior heterogeneidade interna2, -
um guipe ilc Estado. O ex presidente retornou em 1950, dessa vez por meio do voto
1 i maquíllela da expansão e da diversificação da ind ústria de bens de consumo duráveis .
( pular, e seu novo governo assumiu uma feição mais reformista e menos ditatorial.
Por esse motivo , o peronismo começou a experimentar uma perda relativa de sua força H 1954 , sob a forte disputa entre os setores nacionalistas - que lhe apoiavam - c os
mobilizadora , ao mesmo lempo que preservou sua influê ncia no aparato sindical , cada mmHMC» Imperialistas - que lhe faziam vigorosa oposiçã o Vargas preferiu suicidar se
a ii di i à pressã o dos militares e dos setores dominantes que queriam sua renuncia ,
-
l à l experi ê ncia foi marcante , pois o getulismo erigiu uma legisla çã o rrabulhista
\ . ,. ,
11 , i , r ni ? * i IVtimUtiMi umlltalus y pulftira eu la Argentina ( I 'M .V I liH I ) , mi Pablo t ionzále? que foi essencial para a viabiliza çã o do projeto tlt industrializa çã o do pais I l á d écadas
,
| ( H ! I] } / / jtftí f i ,i .V /
» f itlf í it ii / tiifHii , t í t V - 4 , J * JOII ^11
.
'
26 O continente do labor O continente do labor 27

os trabalhadores brasileiros vinham lutando pelo direito a férias, pela redução da Cá rdenas e o desmonte da Revolução Mexicana
jornada de trabalho, pelo descanso semanal remunerado, dentre outras reivindicações O México é um dos países mais emblemáticos de toda nossa América Latina. Viveu e
que pautavam a luta desse importante segmento social. Vargas, entretanto, ao atender permanece vivendo a força de uma cultura pré-hispânica, no interior da qual a asteca
-
tais bandeiras, procurou apresentá las como uma dádiva aos trabalhadores. ê a mais simbólica. Experimentou a dominação da cultura espanhola, que, entretanto,
Com isso, o sindicato da era Vargas tornou-se essencialmente um órgão assistencialista, nfto conseguiu eliminar a pujança daquela herança tradicional do país. Exemplos
com centros de saúde, serviços, assistência de advogados, espaços de lazer etc. Por meio da (TlHgistrais do prolongamento dessas raízes estão na arte de muralistas como Diego
criação do imposto sindical, eram garantidos os recursos necessários para a manutenção Rivera, David Alfaro Siqueiros, Rufino Tamayo e Frida Kahlo.
dessas associações. A lei de enquadramento sindical permitia que o Estado controlasse a O mesmo México que viveu também uma verdadeira revolução popular e
-
criação de novos sindicatos. Desse modo, consolidou se uma forma de estatismo sobre Eitmponesa, que marcou profundamente sua história, viu a autenticidade da revolução
os órgãos operários, fortemente controlados pelo Ministério do Trabalho, que procurava de 1910 ser pouco a pouco eliminada pela prática da institucionalização, por meio de um
de todas as formas impedir sua atuação autónoma. Foi assim que se desenvolveu o Mopncnto que culminou no marcante processo de tutela sindical por parte do Estado.
.
trabalhismo getulista, combinando dádiva, manipulação e repressão Porém, isso não Aluda assim, a Constituição revolucionária de 1917 teve um forte sentido garantidor de
impediu que lutas operárias autónomas, pouco apouco, fossem desencadeadas no Brasil, direitos trabalhistas - como a regulamentação das jornadas de trabalho, padrões salariais
nos anos 1935, 1945-1947 e 1953, períodos marcados por significativo ciclo grevista nó ma Is favoráveis aos trabalhadores, liberdade de organização sindical e direito a greve -,
país, particularmente intensificado no início dos anos 1960. abrindo novos caminhos à emergência de sindicatos que, cada vez mais numerosos ao
Em meados dos anos 1950, com o fortalecimento da tendência favorável à longo das d écadas seguintes, promoveram diversas lutas pelo país3.
internacionalização da economia brasileira, o getulismo viveu sua crise mais profunda, A revolução impulsionou a formação de grandes entidades sindicais, como a
que, como vimos, culminou com o suicídio de seu líder, em agosto de 1954. Morria Confederação Regional Operária Mexicana (CROM), da qual surgiu posteriormente
Vargas e, paradoxalmente, aumentava a força do getulismo. A resolução dessa crise t Partido Trabalhista Mexicano (PLM, sigla em espanhol para Partido Laborista
foi, então, adiada para a década seguinte. -
Mexicano ) , em 1919. Opondo se a essas correntes, dissidentes formaram a
Os anos que antecederam o golpe militar de 1964 foram marcados por muita Confederação Geral de Trabalhadores (CGT), que mais tarde também se inseriu na
resistê ncia e pela eclosão de in úmeras greves gerais, com perfil acentuadamente político, slítlea estatal, por meio do Partido Comunista Mexicano (PCM)4.
-
desencadeadas sobretudo durante o governo João Goulart (1961 1964) , o principal Se, inicialmente, o objetivo era ampliar a organização e o espaço das lutas dos
herdeiro e seguidor de Getúlio Vargas. Mas é preciso lembrar que o movimento Rtbfllhadores, pouco apouco o sindicalismo autónomo aceitou a institucionalização da
- -
operá rio e sindical no pré 1964, sob a condução principal do PCB, pautou se por uma !tV§lução, subordinando-se ao cupulismo e ao estatismo que substituíram o autêntico
concepção reformista que aceitava a política de alianças entre o movimento operário fjtullialismo de classe. Como parte desse movimento, entrou em vigor em 1931 a
e os setores considerados nacionalistas da burguesia brasileira. Cabe aponer também Lfl Federal do Trabalho, incorporando aos itens constitucionais de 1917 aspectos
que, de maneira frequente, as bases operá rias vinculadas ao PCB transbordavam JjHJJtmantes, como a contratação coletiva5. Mas a organização dos trabalhadores
-
0 espa ço dado pelo projeto nacional desenvolvimentista. E foram essas bases, BBfiiiegulu nos anos seguintes e em 1933 foi formada a Confederação Geral dc
estruturadas prioritariamente nas empresas estatais, como ferroviá rias e portuá rias, que Htlfrá rlos e Camponeses do México (CGCOM) , que reunia, além da CROM e da
protagonizaram a forte atuação sindical e política do período anterior ao golpe. BQT, diversas outras entidades. Embora não representasse a totalidade dos trabalhadores
Guardadas as diferenças decorrentes das singularidades de seus respectivos países, Htíctinos, a central congregou os setores mais combativos, que exigiam do Estado a
podemos dizer que, em sua significação mais geral, o getulismo e o peronismo (assim
como o cardenismo, no México) pretendiam atrair as classes trabalhadoras para o âmbito
estatal , politizando a questão social, ainda que para tanto se utilizassem largamente da
^ /
ftlwtieruação do salário mínimo e do pagamento de dias de descanso6.
Tal era a conjuntura do país em 1934, quando Lázaro Cárdenas assumiu a presi -
gjéhilu pelo Partido Nacional Revolucionário (PNR). Denominando-se um continua ¬
repressão c da prá tica de divisão no interior do movimento operário. Para viabilizar dor da Revolução Mexicana, formulou o projeto de institucionalização das conquistas
seus respectivos projetos industriais nacionalistas, Peró n e Vargas consolidaram suas Ipftlludon á rias, evitando enfrentamentos definitivos com a burguesia. Definia se , -
lideran ças , particularmente junto ao operariado urbano-industrial, apresentando se -
1 nino condutores de uni governo capaz dc oferecer concessões à classe trabalhadora -
Raill lic|u Deliti'bre, " Historia del movimiento obrero en México, 1860- 1982'\ eniJ>abló Gonzá lez
um verdadeiro f 'sitidn oenejtitior. LiMtuitiva ( uta.), Historia del movimiento obrero en América l.atina, clr., v. I.
1 ) u mesma huma t uniu ocorreu nu Argentina , o golpe militar de 1964 no Brasil Idem
selou o hm do getulismo t das lutas populares em cuno, Ittlelava- sr , ent ão , um longo liléiiii
cielo contrato volutlomillo no pais i na Amé rica I uma Itlftfl;
28 O continente do labor O continente do labor 29

então, um projeto nacionalista que fazia um chamamento aos trabalhadores para limitou a confluir com os interesses dos dirigentes e do Estado, sem nenhum vínculo
que se unissem em torno dele7. Com a base operária13. Em um transformismo profundo, pouco a pouco, a luta de
Apesar disso, o n ú mero de mobilizações saltou consideravelmente nos anos © rigem revolucionária foi fortemente canalizada para o âmbito e controle do Estado.
seguintes. Em 1936, foi criada a Confederação de Trabalhadores do México (CTM). A passagem dessa fase para a conversão do PRI em um partido tradicional, corrupto
Procurando integrar, a princípio, uma frente ampla capaz de unir os trabalhadores na * centralizador foi apenas questão de tempo. Em 1968 as tensões se acentuaram e se
defesa das reformas cardenistas, ao longo dos anos seguintes a CTM consolidou-se igravaram devido às metas do “ desenvolvimento estabilizador” . Assim, em um quadro
como a mais importante central do país, congregando, em n ível federal, trabalhadores de descontentamento geral, eletricitários, ferroviários, bancários, professores e mesmo
da ind ústria (com destaque para os metalú rgicos, petroleiros e mineiros), dos trans¬ profissionais liberais, como médicos, uniram-se para manifestar seus protestos. Isso
portes (ferroviá rios) e de outros setores8. nfto impediu, entretanto, a continuidade do processo de controle efetivo pelo Estado,
Em 1938, o PNR dissolveu-se para formar o Partido da Revolução Mexicana llminando completamente qualquer vestígio revolucionário efetivo. Quando José
( PRM) , que pretendia representar politicamente esses setores em torno de um projeto Ló pez Portillo elegeu-se presidente em 1976, o caminho já estava consolidado em
nacional. Iniciavam-se a burocratização e o controle estatal sobre o sindicalismo direção à “ modernização capitalista” , completando a ruptura do país com seu passado
e o movimento operário. Isso ficou expresso no apoio dado pela CTM à sucessão luta. Estava selado o processo contrarrevolucionário.
presidencial de Cárdenas por Manuel Ávila Camacho em 1940, cujo programa ê
tarefas posteriores insistiam na “ conciliação de classes” em detrimento da ação de base
dos trabalhadores9. DUAS REVOLUçõES SACUDIRAM A AMéRICA LATINA: BOLíVIA E CUBA
Seguindo esta trajetória, em 1946, o PRM dissolveu-se e cedeu lugar ao Partido
Revolucionário Institucional (PRI), que, eliminando de seu ideário as referências A explosão dos mineiros na Bolívia
socialistas e submetendo-se de vez aos interesses governistas, passou a assegurar um Á Bolivia é um dos países mais pobres do continente latino-americano e sua economia
mecanismo quase “ natural” para a passagem de dirigentes sindicais a cargos políticos10. depende completamente da produção mineira e da exploração do gás e do petróleo,
Consolidou-se, assim, um compromisso entre as centrais sindicais e o aparelho fwmo sendo esta a espinha dorsal económica do país, o n úmero de trabalhadores
estatal , amplamente utilizado pelos interesses do capital nacional e estrangeiro na tíç npados diretamente nessas atividades até os anos 1950 não chegava a 10% da
Industrialização do país, levando à dissidência das categorias mais combativas da PtHHua ção, uma vez que a maioria estava ligada às atividades rurais. Diferentemente
CTM, como os ferroviários, os mineiros, os metalúrgicos e os petroleiros, que em |g vá rios países latino-americanos, como Brasil, Argentina e Uruguai, o proletariado
|

1948 formaram a Confederação Unitária do Trabalho (CUT) 11. pillvltino não foi formado pela migração de trabalhadores europeus. Com um baixo
Poucos meses depois, todavia, o sindicato dos ferroviá rios sofreu um golpe pliêii volvi men to económico, além de uma demanda relativamente pequena de força
de seu secretá rio-geral, Jesus Díaz de Léon, apoiado pela polícia, dandomrigem ao | j e trabalho para as minas, as necessidades de trabalho assalariado foram prontamente
charrí smo. Trata-se de um modelo de controle estatal sobre a classe trabalhadora que, ilend Idas com a proletarização dos pequenos produtores rurais. A Bolívia é, na verdade,
via a burocracia sindical, se impõe pela força contra a vontade dos filiados, muito pa ís de emigrantes que, desde princípios do século XX, afluem sobretudo ao Chile
embora lhes outorgue benefícios sociais, efetue negociações coletivas etc. Por meio desse n Argentina e, mais recentemente, ao Brasil. Esse processo contribuiu para o contato
" jogo duplo” , mantém-se até hoje a representação da maior parte dos trabalhadores |: PH1 Ideias anarquistas e socialistas no exterior. O ú nico momento em que o fluxo
ilu México 12. Entre experiências de luta e conciliação, a criação de um organismo ÊUgfatório se inverteu foi durante a Guerra do Chaco, que resultou na contratação dc
que centralizasse o movimento operário no México permaneceu entre os propósitos Ifalul bad ores chilenos para as minas bolivianas.
de getores à esquerda e à direita da burocracia sindical, motivo pelo qual foi fundado A disputa entre Bolívia e Paraguai pela região do Chaco, que durou de 1932 a
em 1966 o Congresso do Trabalho (CT), aglutinando desde centrais e federações B§3< representou um processo de ruptura no movimento operário e na vida política do
nacionais até milhares de pequenas empresas locais. Entretanto, essa entidade se pan 1 Ú nante esses anos, alguns líderes de sindicatos operários e de partidos socialistas
Hpjll perseguidos, presos e exilados da Bolívia, em função de /terem organizado
BH)Qrtantcs manifestações contra a guerra e contra a Lei de Defesa Social do governo
' Hem . Ktl ê tuum ,i , que previa a suspensão das liberdades e direitos elementares.
* Hem . Com o fim da Guerra do Chaco e o retorno desses ativistas, o movimento social
’ Hem , ffttMM em uma nova ( ase, por meio da formação de organiza ções sindicais e da cria ção
111
Hem ,
11
H# m ,
“ Hem , HMW ,
30 O continente do labor O continente do labor 31

de partidos marxistas e nacionalistas com influência entre a população. O avanço da , Na pequena ilha rebelde eclode a revolução popular
luta popular e de esquerda foi fundamental para a eclosão da revolução de 1952. ft Nt > imenso continente latino-americano, a rebeldia de uma pequena ilha do Caribe
Naquele momento, varios partidos de esquerda marcaram presença, como o B ofereceu contraste ao cenário desolador para a classe trabalhadora, que amargava as
Partido Operá rio Revolucioná rio (POR), de inspiração trotskista, fundado em 1934, derrotas das revoluções no México e na Bolívia.
e o Partido da Esquerda Revolucionária (PIR, sigla em espanhol para Partido de la Em 1955, com o país sob domínio da ditadura de Fulgencio Batista, que
Izquierda Revolucionaria) , fundado em 1940, que, dez anos depois, por meio da ação Converteu a pequena Cuba em apêndice dos Estados Unidos, um grupo de insurgentes
de urna forte dissidência, criou o Partido Comunista Boliviano (PCB), vinculado a I deu início às ações do Movimento Revolucionário 26 de Julho, que, a partir da Sierra
URSS. Também resultante desse processo foi o Movimento Nacionalista Revolucionário i Maestra, chegou à tomada do poder, pelas armas, em l2 de janeiro de 1959.
( MNR), um partido popular mais próximo à pequena burguesia, fundado em 1941 e Enquanto a maioria dos países da América Latina submergia de modo avassalador
que teve papel importante na eclosão da revolução de 1952. Outro suporte fundamental ft Itn uma tenebrosa fase de ditaduras militares, Cuba experimentava uma majestosa,
à revolução veio da atuação da Central Operária Boliviana (COB), a mais importante [ ousada e vitoriosa revolução social liderada por Fidel Castro, Ernesto Che Guevara c
organização sindical do país, criada em 1952 como resultado da marcante ascensão I Camilo Cienfuegos, trazendo, pela primeira vez na história daquele país, os interesses
do movimento operário e sindical, principalmente mineiro. A instituição já surgiu I populares para o centro das atenções do poder. Diante do fato revolucionário consumado,
com o reconhecimento do conjunto dos trabalhadores e sua atuação foi decisiva parS. B § ditador Fulgencio Batista exilou-se nos Estados Unidos.
o desenlace do levante. Com uma importante base operária, a COB estruturou-se em ' Desde logo o governo revolucioná rio iniciou um processo de desmantelamento
torno de reivindicações políticas, como a nacionalização das minas e a reforma agrária Klo sistema político e social neocolonial, eliminando o latifú ndio, nacionalizando
sem indenização e sob controle dos trabalhadores. I. todas as grandes propriedades, entregando terras aos camponeses. No ano seguinte,
Foi nessa contextualidade social e política que eclodiu a primeira revolução I foram nacionalizadas as propriedades norte-americanas no país e os serviços de
Igiçcomunicações, água, energia, transportes etc.
operária do continente latino-americano (a Revolução Mexicana de 1910, como vimos,
tinha forte predominância camponesa), pondo fim ao longo domínio da aristocracia
do estanho sobre o país. Com milícias armadas, vinculadas ao MNR, ampliaram-se as
^ f Contando com a sustentação da Confederação dos Trabalhadores de Cuba
I T( ') - criada em 1939 equeem 1961 passou a se chamar Central dos Trabalhadores
( f
lutas pela derrubada do governo ditatorial, e em pouco tempo a insurreição se expandiu * Cuhânos - e com a condução política do Partido Comunista Cubano (revigorado pelo
pelo país. As milícias populares partiam das principais cidades mineiras em direção à I ingresso dos jovens que lideraram a revolução), a experiência cubana passou a inspirar
capital, ocupando postos policiais e exigindo o fim da Junta Militar. Rapidamente, o I st maioria dos movimentos revolucion á rios latino-americanos, que encontrou em seu
pa ís inteiro estava tomado pelas tropas operárias. Bntmplo o incentivo para novas lutas revolucionárias.
Os sindicatos tiveram um papel importante no levante, pois, em geral, foram f Seu encanto decorreu do fato de se tratar de uma revolu ção diferente: surgiu

^^
quem organizaram tais milícias. Nas cidades mineiras, sua ação foi ainda mais fpargem do Partido Comunista Cubano, que seguia uma política mais moderada,
proeminente, uma vez que chegaram a assumir postos administrativos e^ judiciá rios. teUttlUo os jovens dirigentes revolucioná rios, com Fidel, Che e Camilo à frente,
Em algumas delas, tornaram-se responsáveis pelo abastecimento, pela administração I í gXimii consigo a percepção profunda do descontentamento c da revolta popular contra
e pelo policiamento, instaurando uma dualidade de poderes, sob condução da COB. I IJ hl ilttll dom í nio imperialista, traduzindo-a em uma vigorosa vontade de transforma çã o.
No entanto, o desenlace dos acontecimentos se efetivou na paulatina consolidação 1 A tombinaçáo desses ingredientes foi explosiva, tornando vitoriosa a revolu ção de um
de um governo que realizou reformas aquém da força organizativa e da capacidade de I pequeno pa ís situado a poucas milhas do gigante imperial e imperialista do Norte.
mobilização demonstrada pela COB.
Com a consolidação do governo do MNR, após o término da etapa revolucionária,
deu-se um recrudescimento da repressão sobre o movimento sindical e operário. Em A VITÓRIA 1)A GONTRARREVOLUÇÃO, OS GOLPES MILITARES E A LONGA NOITE
fins de 1964, com o aumento do descontentamento popular, o governo enfrentou uma I fill SINDICALISMO NA AMÉRICA LATINA
grande greve geral dos mineiros, fato que contribuiu para seu crescente enfraquecimento.
F.ntSo, acompanhando a onda contrarrevolucioná ria que se espalhava pela América TfeHlifldo o risco de expansão das revoluções armadas, a direita respondeu com os
I atina , acontece um golpe militar, dando ensejo a outro per íodo de forte repressão
, | golpiM militares que avan çaram pela Am é rica Latina. Desencadeava-se , assim , o ciclo das
nobre us organizações sindicais. Foi nessa fase ditatorial que ocorreu em 1967 a prisão E i untrartevolu ções - conforme caracterização do sociólogo marxista brasileiro Florearan
c o assassinato de Che Guevara , l íder revolucion á rio que se encontrava na Bol ívia I fttnandes , Iniciando uma era de derrotas para u luta* sociais oriundas rio trabalho,
desde o ano anterior, Assim , mergulhada em um cielo quase inttlmin á vcl de golpes, lai afirma ção significa que o ciclo de golpes militans na Am é rica l atina ( hl
íulu çin encomiada pelas foi ç as do capital para desesmtimai us avan ços sociais e
a Bol ívia deixava para tt ás sua importante expiriln íii revenue infria ,
32 O continente do labor O continente do labor 33

políticos da classe trabalhadora. O aniquilamento do movimento operário, dos seus infraestrutura do país e intensificaram o descontentamento de parcela das camadas
sindicatos e das esquerdas facilitou a inserção do continente latino-americano no médias com o governo popular.
processo de internacionalização do capital. A abertura do parque produtivo aos capitais Em 11 de setembro de 1973, as Forças Armadas golpistas, com o apoio do
externos, com destaque para o norte-americano, foi elemento central na deflagração i Imperialismo estadunidense, por meio da ação da CIA, depuseram o governo da
do ciclo dos golpes militares. Unidade Popular e provocaram a morte de Allende. O militar fascista Augusto Pinochet
No Brasil, o golpe foi desencadeado em 1964, momento em que se desenvolveu um foi então designado para encabeçar uma das mais sangrentas ditaduras da América
projeto capitalista dependente e subordinado, controlado por um Estado autocrático- Latina. A violência militar ocasionou a morte e o desaparecimento de milhares de
-burguês fortemente repressivo e ditatorial que reprimiu de maneira dura o movimento pessoas, fez incontáveis prisioneiros em campos de concentração e provocou o exílio
operá rio, desenvolvido durante os anos anteriores. O rebaixamento crescente dos Be cerca de um décimo da população do país14.
salários dos trabalhadores possibilitou níveis de acumulação que atraíram o capital A perseguição ao movimento sindical foi também gigantesca. Já em setembro de
monopolista. Desse modo, a expansão capitalista industrial no Brasil intensificou sua 1973, a CUT foi posta na ilegalidade e, em dezembro do mesmo ano, foi dissolvida
tendência - presente, aliás, em toda a América Latina - de estruturar-se com base em jurídica e fisicamente (em 1988, em meio à derrocada do regime, uma nova CUT- dessa
um processo de superexploraçáo do trabalho, articulando salários degradados, jornadas fiflttt, Central Unitária de Trabalhadores - foi criada). Em 1976, as greves foram proibidas
de trabalho extenuantes e extrema intensidade nos ritmos e tempos do trabalho, dea- puf “ incitarem a luta de classes” . Criaram-se instrumentos legais que passaram a moldar
tro de um padrão industrial significativo para um país subordinado. r JDB "estatutos sociais” das empresas, isto é, os mecanismos de “ integração” do trabalhador

No plano político, a ditadura desde logo mostrou seu claro caráter repressivo à empresa15. Forças sindicais tolhidas, lideranças exterminadas, repressão brutal aos
contra o movimento sindical, operário e popular, permitindo o funcionamento de apenas i i .i bullíadores e aos militantes da esquerda e do movimento operário. Não poderia

dois partidos criados oficialmente pelo regime e decretando a ilegalidade de todos os haver melhor panorama para a primeira experiência mais profunda de implementação
outros. Interveio em diversos sindicatos, decretou a ilegalidade do Comando Geral NBM políticas neoliberais no mundo. A partir de trabalhos produzidos por economistas
dos Trabalhadores (CGT) , da União Nacional dos Estudantes (UNE) e do PCB, além |t a (nudos na Universidade de Chicago, sob influência de Milton Friedman, o Chile adotou
de cassar os mandatos de vários parlamentares vinculados à esquerda. Iniciava-se no 18 premissas do neoliberalismo e desencadeou um amplo processo de privatização dos
Brasil um período difícil para o movimento operário e popular que se prolongou por belli estatais, de abertura comercial e de flexibilização das leis trabalhistas e sociais.
mais de duas décadas.
No Chile, a tragédia ocorreu em 1973, depois do curto e expressivo governo de ^ A ditadura militar no Brasil, sob orientação e apoio do imperialismo norte
HtHerlcano, começava então a fazer escola. Mas a ditadura chilena foi além e conseguiu
-
Salvador Allende, eleito pelo Partido Socialista Chileno, em 1970. Sua eleição foi um Hf ainda mais brutal. O ciclo se completou com o golpe militar no Uruguai, no mesmo
dos momentos mais significativos da história política da esquerda latino-americana, »t) de 1973, e na Argentina, em 1976.
pois, representando a Unidade Popular, aglutinou desde socialistas e comunistas até f Desde o início de 1970, o Uruguai desenhava um panorama político protagonizado
- .
setores mais progressistas da Democracia Cristã.
Durante aquele breve per
transformação das estruturas econó
íodo , o governo
micas
Allende
chilenas.
iniciou
Nacionalizou
um amplo
ind ú
*
processo de
strias , bancos e
^ Hfecém criada Frente Ampla, que congregava comunistas, socialistas e nacionalistas
H é bjetivo era representar os setores populares e as camadas médias e, desse modo,
Blhtiapor-se à hegemonia dos partidos Nacional e Colorado, que sempre representaram
,
reservas naturais, como o cobre e o salitre promoveu uma maior distribui çã o da riqueza licores mais conservadores da sociedade.
produzida, estreitou os laços com Cuba e criou comités de participação de trabalhadores A vitória do Partido Colorado em 1973 facilitou a eclosão do golpe militar no
na gestão da economia e da produção. Grandes investimentos nos setores de saúde e BÉi realizado com a conivência do então presidente Juan Maria Bordaberry, que
educação e um acelerado processo de reforma agrá ria, sistematicamente combatido ptwgou seu posto ao militares. Em meio ao golpe, mais de quinhentas fá bricas foram
pelas forças conservadoras, foram outras significativas medidas tomadas. ñiparlas por trabalhadores, e nesse clima a Convenção Nacional dos Trabalhadores
H T) , criada em 1966, deflagrou uma greve que não obteve o êxito esperado, dado
^^
Criada em 1953, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) deu total apoio
ao governo da Unidade Popular, realizando convé nios que possibilitavam aos B rjflaugurou um forte período repressivo. V /
trabalhadores participarem da gestão económica de empresas sociais ou mistas (ou Apesar disso, a resistê ncia se manteve. No início dos anõsT980, várias organizações
seja , empresas que eram total ou parcialmente controladas pelo Estado). No entanto, a Ppm criadas para mantê-la viva, como o Plenário Intersindical de Trabajadores
oposi çã o dc direita permanecia forte e articulada. A Democracia Cristã (centro) aliou -
se ao Partido Nacional (direita ) , e, juntos, cooptartun otgaul / u ç oes sociais, federaçóes
.Indicaros de direita , promovendo boicotes ao governo , i mplm disso foram as Alii üiidni Wicker, “ Hl movimiento obrera chileno", cm l'ablu Uuiulle .
1 innova ( nrg, ) , Hhiurhi M
.
/

Htul'iiillmlti n /irelv fu AwMfri Iiltilhl , dt , v,


paralisáçftís de caminhoneiros em 1972 * 197 H que ikhillt á niin enormemente a Idem
34 O continente do labor O continente do labor 35

( PIT), criado em 1983, que, juntamente a outros movimentos populares, formou a do Peru (CGTP), aludindo simbolicamente à central criada por Mariá tegui em 1929.
Intersocial. O Uruguai vivenciou então um rico momento de sua história, quando os N ão obstante a existência de oposição por parte de grupos mais à esquerda, a CGTP
-
movimentos populares tornaram se protagonistas em um cen ário de transformação transformou-se rapidamente na principal central sindical do país.
pol í tica, pressionando para a realização, em 1984, das eleições gerais que marcaram a Em 1968, uma contextualidade de crise política aliou-se à crise económica. O
retomada democrática no país. resultado foi mais um golpe militar, tendo à frente o general Velasco Alvarado. Mas esse
O golpe militar na Argentina assumiu uma feição muito similar à experiência golpe, originado dentro de correntes militares mais reformistas, tinha características
chilena, conforme mencionamos anteriormente. Destruiu as diversas organizações diferenciadas e bem particulares. Alvarado partia de uma ideologia nacionalista,
de esquerda, reprimiu os sindicatos de forma violenta, desorganizou o movimento nem capitalista nem comunista” , e buscava quebrar a estrutura do poder oligárquico
peronista e aniquilou o movimento estudantil, assassinando milhares de militantes. teudicional. Promoveu, para tanto, uma extensa reforma agrária, aumentou o poder
Desde logo a ditadura militar assumiu seu servilismo aos capitais externos. Por isso Wtatal , diminuiu a força dos latif úndios, planejou a economia e nacionalizou ind ústrias
mesmo é que, tanto quanto a ditadura chilena, essa infeliz experiência argentina foi e u exploração de recursos naturais16.
uma antecipação das políticas neoliberais na América Latina. Nesse contexto, propagava-se uma “ ideologia de participação” , um apelo para
-
Entre as consequências mais nefastas daquele período, pode se destacar o enorme
processo de desindustrialização que se abateu sobre a Argentina e afetou, quantitativa *

à uni ão entre capital e trabalho sob ideário nacionalista um fiasco, já que a própria
«kfic capitalista se recusava a fazer concessões aos trabalhadores. Com um crescimento
ê qualitativamente, a classe operária e seu sindicalismo. Com o aniquilamento das [ lennómico altamente concentrador e excludente, tão comum à ordem capitalista, o
esquerdas revolucionárias, que vivenciaram forte expansão no per íodo ¡mediatamente IIHivlmento operá rio intensificou as críticas ao regime, promovendo greves e grandes
anterior ao golpe, o objetivo era derrotar também a herança peronista no sindicalismo, jJrtfttl isa ções. Expressivas federações, como a dos mineiros e metal ú rgicos e dos
vista como um entrave para a internacionalização da economia argentina. trabalhadores da área de educação, desvincularam-se da CGTP, que propunha uma
-
Já no Peru, o golpe militar deu se em 1968, embora seu contexto e significado linha colaboracionista, e intensificaram suas manifestações contrárias ao governo,
tenham sido bem diferentes dos demais correlatos latino americanos. Desde o fim da
- pelado politicamente, Alvarado deixou o poder em 1975. Fracassava o projeto militar
década de 1950, o país andino experimentava uma relativa diversificação de sua classe dc feição mais nacionalista e progressista, que se destacava da série de golpes militares
trabalhadora, ao mesmo tempo que se consolidavam importantes núcleos operários, pnWmperialistas.
principalmente na mineração e na metalurgia. No campo, prevalecia ainda o poder do Na Colô mbia, as décadas de 1930-1940 foram marcadas pelas muitas
latifú ndio, aumentando a pauperização das massas camponesas. O Peru também vivia temi ( estações populares sob a impulsão do chamado “ movimento gaitanista” ,
IM consequ ê ncias nefastas de outra ditadura, provocada pela direita militar liderada pelo Inspirado em seu principal líder, Jorge Gaitán, do Partido Liberal, antigo ministro
general Manuel Odría, que implantou uma ofensiva lei de segurança interna, perseguiu Et Trabalho do governo López. Em 1936, durante a realização de seu II Congresso,
lurtemenie as organizações sindicais e buscou cooptar os trabalhadores. “ Partido Comunista fundou a Confederação Sindical dos Trabalhadores (CSN),
O país vivenciava uma significativa expansão de suas bases produtivas? tendo em I em 1938 passou a chamar-se Confederação de Trabalhadores da Colômbia
vista o crescimento das multinacionais em diversos ramos da indústria e a instalação de .
KTQ Posteriormente, em 1945, surgiu uma nova organização sindical denominada
vá rias linhas de montagem, como as verificadas nos setores automotivo e de produtos infederação Nacional de Trabalhadores (CNT) , e no ano seguinte, para embaralhar
-
-el é tricos e farmacêuticos, além da criação das indústrias metal mecânica e química e do tftfltla mais o cenário sindical dividido e fragmentado, ocorreu a fundação da União
boom da ind ústria pesqueira. Contudo, o país ainda permanecia muito dependente . Ei Trabalhadores da Colômbia (UTC), de orientação apolítica e negociadora, apoiada
il < ) setor agroexportador e dos investimentos externos.

' (
Nesse mesmo período, também a esquerda peruana vivia uma relativa diversificação.
-
1 i Partido Comunista (PC) saíam tendências pró China e os agrupamentos trotskistas, j
^ t
Hechamente pela Igreja.
O fim desse período foi marcado pelo assassinato de Gaitán, em abril de 1948.
gerou uma intensa revolta popular, conhecida por Bogotazo, cujo caráter
que formavam suas pró prias organizações. As polê micas giravam em torno da criação HUrreclonal provocou séria repressão pelo governo, que o conteve brutalmente. A
de uma nova esquerda marxista ligada aos movimentos operá rio e camponês e mais j ¡acu foi marcada por forte violência institucional, social, ideológica e cultural.
afinada com o ideal de Mariá tegui. I I nessa etapa que se observa uma polarização crescente entre a UTC, em expansão,
-
Desde 1964 , o PC, liderado pela linha pró sovié tien , transformara-se em PC-
11[delude, No Intuito de organizar as forças de esquerda no melo sindical , tentou
PfTC, em refluxo. Posteriormente, em 1964, foi criada a Confederação Sindical
16 Trabalhadores da Col ômbia (CSTC), de inspiração comunista, e, mais tarde, a
retomai o poder da ( 'outedet a çã o dos Trabalhadores do Peru (CTP ) , fundada em 1944
g dominada pela Aliam, a Popular Revolucion á ria Americana ( APRA ) , de centro direita ,
tHni à Sulmniu , I I í MIIFI íI » iti obrero ptfiiiino ( 18 JO- 1 y ? H ) , tni Pablo ( ion /íil (7 Cananova
mas desistiu dlssa t á f U a * cu 1968 , lundou a nova C aifiledera çâ o t rc- ral de Irabalhadorc ,
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36 O continente do labor O continente do labor 37

Confederação Geral do Trabalho (CGT), ligada à Democracia Cristã. Na década Um elemento que caracteriza o movimento sindical do país é a ausência, em sua
seguinte, as quatro principais centrais sindicais do país - CTC, UTC, CSTC e CGT - h istória recente, da hegemonia de um sindicalismo autónomo em relação ao Estado. Isto
uniram-se em torno de uma pauta de reivindicações comum: aumento de 50% nos B quer dizer que desde a sua formação as organizações que têm liderado o movimento,
salá rios, congelamento de preços de serviços e tarifas públicas, extinção do estado de B entre as quais se destaca a Ação Democrática (AD), sempre imprimiram uma política
sítio, plena vigência das liberdades democrá ticas e definição de uma política favorável B dc conciliação de classes e muitas vezes apoiaram as medidas de ajuste neoliberal. A
ao sindicato das ind ústrias por setor de atividade. O resultado dessa confluência foi a I
principal organização sindical no pa ís, a Confederação de Trabalhadores da Venezuela
constituição do Conselho Nacional Sindical, aglutinando as forças sindicais do país. (Cl V), foi constituída por meio de estreitos vínculos com o sindicalismo norte-
Atualmente há três grandes centrais sindicais na Colômbia: a Central de
Trabalhadores da Colômbia (CTC), a Confederação Geral do Trabalho (CGT) e a B
-
americano e desde cedo esteve ligada à Confederação Internacional das Organizações
Sindicais Livres (CIOLS), sendo controlada pela AD, um partido que sempre atuou
Central Unitária de Trabalhadores (CUT). A CTC, fundada em 1936, mostrou-se, ao Hífio sentido de isolar e excluir os setores considerados revolucionários.
longo de sua história, ligada ao governo federal e ao Estado colombiano. Por sua vez, Durante certo período, as classes dominantes, devidamente abastecidas com
a CUT foi fundada em 1986 com o objetivo de unificar o movimento sindical, com o o dinheiro do petróleo, imaginaram que poderiam fazer algumas concessões aos
apoio da CSTC e de setores independentes e progressistas do movimento sindical. Já a trabalhadores, elevando as condições de vida dessa parcela da população (quando
CGT chegou a ser rebatizada de Confederação Geral de Trabalhadores Democrá tico:? Comparado com a realidade latino-americana). O fato gerou, inclusive, o mito de que
(CGTD) , mas em seu VIII Congresso, realizado em 2004, voltou a chamar-se CGT. B Venezuela seria o país mais caracter ísticamente social-democrata da América Latina,
No entanto, a partir do in ício da década de 1950, a Colômbia viu surgirem desmoronado pouco tempo depois.
movimentos baseados na guerrilha, que tem intensa atividade ate hoje. As Forças Isso ocorreu na segunda metade dos anos 1970, quando a crise do petróleo levou
Armadas Revolucionárias da Colômbia (Fare) optaram pela guerrilha em 1952, assim B tis alturas o preço do barril, sustentando, desse modo, a política desenvolvimentista do
como o Exército de Libertação Nacional (ELN ) em 1965. Explodia a militarização B tntáo presidente Carlos Andrés Pérez, em seu primeiro mandato, que se estendeu de
du sociedade colombiana, que ingressava em uma fase de guerra civil que se prolonga Bl 974 a 1979. Também foi durante seu governo - mais precisamente, em 1976 - que
até os dias atuais e cuja complexidade é agravada pela enorme força e presen ç
a da B 6 petróleo foi nacionalizado e criou se a PDVSA. Em seu segundo mandato, porém,
-
economia política oriunda do narcotráfico . B o governo Pérez contrariou o que havia prometido durante a campanha, adotando
Tal quadro configura uma situação relativamente singular para o movimento B medidas económicas impopulares, baseadas em acordos definidos com o Fundo
sindical colombiano, cujos desafios são ainda maiores que os normalmente enfrentados L Monet á rio Internacional ( FMI), como aumento da gasolina, corte nos gastos p ú blicos,
-
por seus vizinhos latino americanos. A situação é tão assustadora que instituições como f enh|>,elamento dos salários, liberação dos preços e aumento do preço dos gêneros de
B primeira necessidade. A reposta popular foi quase imediata e, por meio dela, assistiu-
a Organização Internacional do Trabalho (OIT) elegeram a Colômbia o país mais
perigoso do mundo para a atividade sindical. Os homicídios de sindicalistas chegaram I «If íi maior insurreição já registrada no pa ís, que ficou conhecida como Caracazo , em
u 184 em 2002, a 91 em 2003, e a 94 em 2004. Contudo, o total de*registros das 1989. Tratava-se de uma manifestação espontânea, com milhares de pessoas tomando
violações chegou a 688 em 2004, incluindo ameaças de morte, detenção arbitrária, HfW ruas de Caracas, construindo barricadas e bloqueando as vias de acesso à cidade. Em
desaparecimentos e sequestros17. L vá rios bairros da capital , houve saques a lojas e a caminhões que carregavam alimentos.
A Venezuela é outro país marcado por um longevo domínio das oligarquias IA repressão foi violenta e estima-se, extraoficialmente, que tenha resultado na morte
Conservadoras. Rico em recursos naturais, como o petróleo, o país é cobiçado pelo p cerca de mil pessoas.
Imperialismo desde o princípio do século XX. Se no início de sua história a Venezuela O governo Pé rez sobreviveu ao Caracazo, mas saiu completamente debilitado .
encontrava sua força motriz na produção de café e de outros produtos primários os
, I Analmente, Pérez foi destituído do cargo em 1993, acusado de corrupção. Essa
benef ícios oriundos do petróleo é que foram os verdadeiros responsáveis pelo nascimento B portante manifestação popular tornou-se um momento de ruptura na histó ria do
tic uma burguesia nacional dependente do Estado e submissa às grandes empresas I pa í - deflagrando um amplo processo de reorganiza ção dos movimentos sociais. Com o
,

Utrangclras de prospecção e refinamento do óleo. Em alguns momentos, essa burguesia I descrédito c o declínio dos partidos tradicionais, principalmente AD e Copei (Comité
ensaiou projetos dc desenvolvimento nacional, de que foram exemplo a nacionalização do B Ofganiza çáo Pol í tica Eleitoral Independente) , dc direita , abriram o caminho para o
petróleo e a criação da Petróleo da Venezuela S.A. ( PDVSA) , uma das mais importantes P lUrgimenio de novas agremiações, em sua maioria dissid ê ncias do Partido Comunista
-
empresas do setur, que se tornou o carro chefe da economia venezuelana.
'
Venezuelano. Estavam sendo gestadas as condições para o afloramento, pouco tempo
I gfpnis, ijo movimento bollvarinno liderado por i lugo Ghá vcz.
• Nacional Bimlluil ( UNS ), htiumt whir hi I'ltkrMn ft Itu dnwbm bumMm At lm shulUttlhnu
.
Assim , pouco a pouco, a Amé rica Latina inctá ulhavu no ncollbcralismo dando
Q#cu #la
f o* passos Inici á isnu processo da ictjsmuuruç Au produtiva , uma imposição dos capitais
nAtmbtitUm,¡004 I ( jqiimM m slm (n / / www.HManiB.mfo. Agro fta BHMIHM « ln 1001,
O continente do labor 39
38 O continente do labor

a desconstrução dos Foi nessa contextualidade que se desenvolveu a reestruturação produtiva na


em escala global. Enfim, essa avalanche neoliberal trouxe consigo
çáo. Am é rica Latina, com profundas consequências para o mundo do trabalho dos países que
direitos sociais do trabalho, por meio das distintas formas de precariza compõem o continente. A aplicação do receituá rio neoliberal, baseado no Consenso de
Washington, simultaneamente à reorganização da produção, trouxe uma significativa
redução do parque produtivo industrial, como foi o caso exemplar da Argentina. O
A DESERTIFICAÇÃO NEOLIBERAL, A REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E
A
quadro se definiu com a agressiva política de privatização do setor produtivo estatal,
DESORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
corno siderurgia, telecomunicações, energia elétrica, setor bancário, entre outros,
dos anos 1970 foram iiprofundando ainda mais a subordinação do continente latino-americano aos interesses
Se as ditaduras militares e os governos civis e conservadores
ão capitalista , alguns casos, como o Chile financeiros hegemónicos, especialmente àqueles sediados nos Estados Unidos.
fortemente privatistas e voltados para a expans
em suas pol í ticas económicas. Em Privatização, desregulamentação, fluxo livre de capitais, financeirização, terceirização
c a Argentina, foram antecipadamente neoliberais
sentido industrializante, e precarizaçáo do trabalho, desemprego estrutural, trabalho temporário, parcial,
outros casos, como no Brasil, esse processo teve acentuado
trabalhadora , respons ável pelo tumento da miserabilidade, todas essas prerrogativas da barbárie neoliberal e de sua
o que acarretou uma significativa ampliação da classe
ressurgimento do que, na época, foi denominado de novo sindicalismo
, que teve como reestruturação produtiva passaram a caracterizar o cotidiano do mundo do trabalho.
principal liderança o então metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva
. C lom um processo de tal intensidade, não foram poucas as consequências nefastas para
ê ncia do neoliberalismo no Brasil, j I classe trabalhadora, que sofreu in úmeras mutações e metamorfoses.
Ainda nesse período que antecedeu a vig
variados segmentos Praticamente todos os países latino-americanos dotados de áreas industrializadas
ocorreu um acentuado ciclo de greves desencadeado pelos mais
(especialmente os metalúrgicos) Implementaram em suas empresas os processos de downsizing, por meio de uma enorme
de trabalhadores, desde os operários da indústria
diversos assalariados ffduçáo do número de trabalhadores e do aumento das formas de exploração da força de
até os assalariados rurais, os funcionários públicos
e setores
de vá rias greves gerais por 11 abalho, o que significa que o processo tecnológico e informacional também passou por
m édios. O movimento foi caracterizado pela deflagração
categoria, greves com ocupação de fábricas, incontáveis greves
por empresas e greves sérias mutações. A flexibilização, a desregulamentação e as novas formas de gestão produtiva
gerais nacionais. Foi um período em que se assistiu ainda a
uma ampla e expressiva liItam introduzidas com grande intensidade, mesclando-se aos novos processos produtivos
m édios e do setor de servi ços, como bancários, bancados na acumulação flexível, ou ainda no chamado toyotismo (ou “ modelo japonês” ),
expansão do sindicalismo de assalariados
professores, médicos e funcionários pú blicos. O mesmo aconteceu , caso da Central
com a organização e Ijue se expandiu para o capitalismo ocidental de modo muito vigoroso e ampliado desde
o fortalecimento de outros importantes sindicatos e
centrais sindicais
, em sua origem , em

rfl anos 1970 para a América Latina, especialmente a partir dos anos 1980.
Dado o enorme contingente de força de trabalho sobrante, o processo de
Ú nica dos Trabalhadores (CUT) , fundada em 1983 e inspirada
um sindicalismo de classe, autónomo e independente do
Estado. tost ru tu ração em nosso continente apresenta um traço particular, proveniente
em toda a América jl superexploração da força de trabalho e dos reduzidos níveis salariais, articulados, em alguns
Ü surgimento da CUT foi uma experiência de forte impacto
anteriores,'*resultou da Utos produtivos, a um razoável padrão tecnológico. Isso acontece porque os capitais
Latina. Herdeira das lutas sociais e operá rias das décadas
sindical daquele ÉRHlutlvos que atuam na América Latina buscam mesclar a existência de uma força de
confluê ncia entre o novo sindicalismo criado no interior da estrutura da sindical tulullin “ qualificada” para operar com os equipamentos microeletrônicos com padrões
período e o movimento das oposições sindicais que atuavam fora estrutura

oficial e combatiam seu sentido subordinado, atrelado e verticalizado . tU remit neração muito inferiores aos dos países centrais- onde as empresas têm suas sedes-,
intensas as
Algo relativamente similar ocorreu no México, onde também foram da
tiiiln Isso acrescido das formas de desregulamentação, flexibilização e precarizaçáo da
mobilizações dos professores, mineiros, metal ú rgicos, eletricitários ,
, trabalhadores fÇtt dc trabalho. A fórmula favorece enormemente a intensificação da característica
ind ú stria automotiva, entre vá rias outras categorias. Mas outros pa
íses como Uruguai, -
wjè ftrxplomção do trabalho, por meio da extração da mais valia relativa em combinação
Argentina, Chile, Peru e Colômbia, também contribuíram para
a retomada das lutas -
HfA ã mais valia absoluta. Tal combinação vem sendo fortemente ampliada durante as
Étuut décadas, quando tornam-se ainda mais intensos o ritmo e a duração das jornadas de
sindicais e operá rias em nosso continente.
Poré m , é especialmente a partir da década de 1980 que o sindicalismo
latino- trabalho. As maquiladoras no México e nos países da América Central são exemplares.
e das tend ências
americano começa a sentir os efeitos negativos do neoliberalismo , com
pelo capital
rssendulmcnte regressivas da reestruturação produtiva imposta
.
lodo seu corol á rio Ideológico c polí tico Esse duplo processo
, desenvolvido cm escala As MARCAS DO GENOCÍ DIO I! O RESSURGIMENTO DAS LUTAS SOCIAIS
, for ç ou uma redefini çã o da Am é rica Latina l í ente
mundial a partir dos anos 1970 Se á Inglaterra lol o laborat ó rio do neollherallsmo na l ' iimpu , a Argentina pode ser
lase cm que n capital financeiro
it nova divlsAo Internacional do trabalho, em unta mnsíderada seu equivalente latino americano, 1 um a vll ótia dr t arlos Menem e o
começava a ampliar « na hegemonia no mundo do capital
O continente do labor 41
40 O continente do labor

i outros passaram a organizar piquetes sistemáticos que praticamente paralisavam a capital


avassalador plano neoliberal adotado por seu governo, a CGT procurou adaptar-se ,
a esse
L argentina. A CTA elaborou novas estratégias de atuação, procurando ampliar suas bases por
novo regime por meio de um “ sindicalismo empresarial” que, em grande medida deu meio da criação da Federação deTerras, Habitação e Habitat (FTV, sigla em espanhol para
iiistentação à tentativa de destruição social e política do povo
argentino. A privatização I
l processo de desindustrialização, a I Federación de Tierra, Vivienday Habitat), com o objetivo de organizar setores populares de
de seu importante setor estatal, o monumenta I desempregados ou subempregados. Surgida em 1994, na provincia de Jujuy, a Corrente
ê completa aos ditames do
desrcgulamentaçáo dos direitos trabalhistas, a subservi ncia
Classista Combativa (CCC), minoritária no sindicalismo autónomo, também marcou
ção
Consenso de Washington e aos Estados Unidos, o consequente processo de dolariza » presença nesse ciclo de lutas sociais na Argentina antineoliberal e anticapitalista.
,
da economia, a avassaladora corrupção do governo Menem enfim toda
, essa atuante
O movimento de fábricas ou empresas recuperadas, os piqueteros, as greves e
barbá rie neoliberal sobre a realidade argentina foi fotografada, sem retoques, pelo I BS ações de confrontação sindical refletem as novas dinâmicas do movimento dos
plhar contundente do diretor de cinema Pino Solanas, em seu Memoria del saqueo .
[Memó rias do saque] .
I trabalhadores e as novas modalidades do enfrentamento entre capital e trabalho
, I A confluência desses múltiplos movimentos, acrescidos do descontentamento das
Foi como repúdio ao genocídio provocado pelas políticas neoliberais que, em 1992
vinculada aos camadas m édias com a política econ ómica e financeira do governo, que no ápice da
lurgiu o Congresso dos Trabalhadores Argentinos (CTA), central sindical crise impediu-lhes de retirar seu próprio dinheiro dos bancos (o chamado curralito) ,
sindicais : a CGT
trabalhadores estatais. Configuravam-se, então, como principais correntes
I levou à eclosão do levante social e político de dezembro de 2001. Sua bandeira central
dirigida pelo Partido Justicialista ( peronista) e beneficiada pelas reformas econ ó micas por I
, ão aceitava j estava traduzida no lema “ Que se vayan todos! ” [“ Que se vão todos!” ], espalhado como
meio da administração dos fundos de pensão, e a CTA, que, desde seu início 18n pólvora por todo o país, que viveu dias que abalaram seu poder e suas estruturas.
BS reformas neoliberais, mostrando- se mais aut ó noma em relaçã o ao Estado . ft No México, o neoliberalismo foi, como vimos, resultado do transformismo
AI uta antineoliberal atingiu um de seus pontos mais altos em dezembro de 2001 I
,
presidente Fernando de la I I ocorrido no PRI mexicano, há décadas no poder do país asteca - e que, pouco a pouco,
quando uma verdadeira explosão social no pa s dep í ôs o
I hl se convertendo em um partido burguês burocratizado, vertical, institucionalizado,
(
R ú a e toda uma gama de sucessores incapazes de conseguir respaldo para permanecer I
argentino as I I Pitia ranhado com as maiores formas de corrupção, até constituir um agrupamento político
no poder. Na verdade, desde 1994, passaram a fazer parte do cotidiano
marchas nacionais que, reunindo milhares de trabalhadores - entre os quais se destacam j | neoliberal da pior espécie e de frontal oposição ao sindicalismo autónomo e de classe.
Após as eleições federais de 1988, Salinas de Gortari assumiu a presidência do
oi desempregados, denominados piqueteros —
, afluíam de vários pontos do país para I
Buenos Aires, a fim de expressar seu repúdio ao modelo neoliberal.
país; coube a ele intensificar a implantação do neoliberalismo no México, política já em
o 1 B curso desde o início de 1980. As medidas implementadas acarretaram o aumento da
As greves gerais foram outro instrumento muito importante para manifestar I huernacionalização e da subordinação económica e política em relação especialmente ao
pelo pa ís I
descontentamento popular. Particularmente marcante foi a generaliza ção
1 imperialismo norte-americano, do qual o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio
do movimento de ocupação das fábricas (ou empresas recuperada s), oriundo de uma j
sigla em inglês para North American Free Trade Agreement ) , o acordo de “ livre
situação na qual os proprietários abandonavam as empresas — como press
forma de ã o
ó I l úiné rcio” com os Estados Unidos e o Canadá, foi expressão. Em seu governo, foi-se
pelos endividamentos etc. - e os trabalhadores passavam a administr las por meio ftjBUinulando um crescente descontentamento popular com as seguidas crises económicas
de duas principais modalidades de controle social da produção: as cooperativas
empresas estatizadas.
São centenas os exemplos que ilustram essa situação, mas os casos da Bruckman
e as
^ us retrocessos sociais do país, o que culminou em uma rebelião armada em 1994,
Him Chiapas, sul do México. Eclodiu a revolta organizada pelo Exército Zapatista de
( têxtil) , da INPA Fá brica Cultural (tubos) e do hotel Bauen, sediados em Buenos Aires
, I Libertação Nacional ( referência ao l íder da Revolução Mexicana, Emiliano Zapata) ,
Mtmvlmcnto que congregou desde seu início os camponeses e os indígenas, além de receber
da Zanon (cerâ mica) , em Neuquen, e da La Toma supermercado
( ) , em Rosario ,
particularmente ricos e diferenciados porque são experiências nas quais os trabalhadores
vivencia ram seu cotidiano exercitando formas de trabalho sem domínio sem
,

controle
o
^
Hrl ilmpatia e adesão de amplos setores que combatiam o neoliberalismo no país.
Sob pressões dos Estados Unidos e de organismos multilaterais como o FMI e
I o Banco Mundial , os governos seguintes não apenas assumiram como aprofundaram
e sem a exploração direta do capital privado.
I ál ideologias monetaristas de estabilização financeira e de controle das dívidas do
0« piquetes desencadeados pelos trabalhadores-desempregados consagraram uma ft jlBÍs , as quais, mediante severos ajustes fiscais, atraíam investimentos externos, de
forma de protesto social ao impedir o acesso pelas rodovias mais importantes a Buenos
ftpMtcr crescentemente especulativo19. O avanço dessas pol íticas de cunho neoliberal
Aires, Do mesmo modo, o Movimento de Trabalhadores Desocupados MTD
( ) e tantos
^ SiHidinr Soederberg, "1 Içunisii acting the Neoliberal Printline ui Prosperity mid Stability; Who ( Inins
eft la t i A y d M IA Hrviiia t /r "
Martin ArmeHim » "Aleó nos íuj*o HI* ile U meló n mia I í ui y la ptoieMs o| Mi iii in Nimtityi ", ( II / IUMI tugii , v. 4 , II, 1, primavera ¿001 , 1 ilspnnlvrl
(

A , ane IV, Ifipfimaw# 1004 , DUpuitlvfl Ihnii ilie


I tufar I 'whin Ww /, Univmldad r dr Ruem » íKI
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^
42 O continente do labor O continente do labor 43

também incentivou a desestatização e a desnacionalização do parque industrial, por que incorporou parcelas expressivas de trabalhadores, sobretudo no comércio, nas
meio da introdução das maquiladoras ( montadoras de artigos pré-fabricados em comunicações e nos transportes.
outros países), visando produzir e exportar mercadorias a baixo preço, em comparação Ainda que, nas eleições de 2002, a vitória eleitoral e política de Lula e do Partido
àquelas produzidas em seus países de origem, especialmente os Estados Unidos. O dos Trabalhadores (PT) tiveram um significado real e simbólico muito expressivo - pois
efeito mais nefasto dessas medidas foi sentido na imposição de uma precarização i se tratou da vitória, pela primeira vez na história do Brasil, de uma candidatura de origem
ainda maior aos trabalhadores e trabalhadoras2".
Não foi por outro motivo que, de maneira simbólica, em lfi de janeiro de
— -
operá ria , seu governo, desde os primeiros atos, pautou se por uma clara continuidade
to neoliberalismo. Sua política económica, por exemplo, foi de evidente benefício aos
1994 - data em que foi inaugurado o Nafta -, eclodiu a rebelião zapatista, recusando capitais financeiros, reiterando a dependência aos ditames das políticas do FMI. A brutal
frontalmente esse caminho de “ integração” destrutiva para os trabalhadores mexicanos. concentração da terra se manteve inalterada e, pior, aumentou o número de assassinatos no
O movimento teve enorme significado para a resistência e a luta dos povos da América j campo. O sentido público e social do Estado está sendo, passo a passo, desmantelado,
Latina contra a mundialização dos capitais e sua lógica destrutiva. A mais impopular e virulenta medida praticada pelo governo do PT foi o desmonte
No Brasil, o avanço do neoliberalismo seguiu um caminho distinto. Foi a partir ] tlu previdência pública e sua privatização por meio da criação e do incentivo d0S
de 1990, com a ascensão de Fernando Collor e, posteriormente, Fernando Henrique J fundos privados de pensão junto aos servidores pú blicos. E é importante lembrar que t
Cardoso à presidência, que tanto o processo de reestruturação produtiva quantó o j privatização da previdência pública foi uma imposição do FMI, aceita sem oposição pelo
receituário neoliberal foram efetivamente implantados. O mandato de Collor teve I governo Lula, o que significou uma ruptura com parcelas importantes do sindicalismo
curta duração (1990-1992), uma vez que, dado o enorme grau de corrupção que I de trabalhadores pú blicos, que passaram a fazer forte oposição ao governo.
caracterizou seu governo, acabou sendo deposto por um vasto movimento social e Essa nova realidade arrefeceu e tornou ainda mais defensivo o novo sindicalismo ,
político desencadeado ao longo do ano de 1992, que levou ao seu impeachment. qtui se encontrava, de um lado, diante da emergência de um sindicalismo neoliberal,
Depois desse episódio e do breve governo do vice-presidente Itamar Franco, 1 expressão da nova direita, sintonizada com a onda mundial conservadora, de que a Forçt
Fernando Henrique Cardoso assumiu o cargo por dois mandatos consecutivos, 1 Sindical, central sindical criada em 1991, é o melhor exemplo; e, de outro, diante at
período em que o parque produtivo brasileiro foi enormemente alterado e reduzido em I —
Inflexão que, desde os anos 1990, instaurou-se no interior da CUT ou seja, inspiradt
função da intensa política de privatização que atingiu as empresas estatais (especialmente I pcl â sua tendência majoritária (a central), outrora combativa, aproxima-se cada vtz
de siderurgia, telecomunicações, energia elé trica, sistema bancário, entre outros). 1 Inals dos modelos do sindicalismo social-democrata europeu.
Consequentemente, assistiu-se a uma profunda alteração do tripé que sustentava I I É importante lembrar, entretanto, que esse mesmo período assistiu à expansão
a economia brasileira, formado pelo capital nacional, capital estrangeiro e setor I dn mais importante movimento social e político do Brasil. Criado em 1984, o
produtivo estatal. Sua política, também sintonizada com o Consenso de Washington, I Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fez ressurgir a luta dos
aumentou ainda mais a subordinação do país aos interesses financeiros internacionais, iwWhadores do campo, ampliando seu sentido e convertendo-a no centro da lull
desorganizando o padrão produtivo estruturado durante o período gltulista. pol ítica de classes no país.
A intensidade do processo que combinou neoliberalismo e reestruturação I O MST, em verdade, tornou-se o principal catalisador e impulsionador das luHt
produtiva do capital trouxe repercussões avassaladoras para o universo da classe I « tu lais recentes e, pelos laços fortes que mantém com setores sociais urbanos, tap i
_ _ trabalhadora, para o movimento sindical e para a esquerda brasileira. As propostas de I ÉlUgsIblIltado a retomada das ações sociais de massa no Brasil. Sua importância c atu
desregulamentação, de flexibilização, de privatização acelerada e de desindustrialização I pean decorrem do fato de que o MST tem como centro de atuação a organização C <
ganharam forte impulso, uma vez que seguiam, no essencial, uma política de corte Bise dos trabalhadores por meio de ocupações, acampamentos e assentamentos, sün
neoliberal, antiestatista e privatizante. Paralelamente à retração da força de trabalho I lllbfudlnar-se à ação institucional ou parlamentar.
industrial, ampliou-se também o contingente de subproletarizados, de terceirizados, de Ainda que o MST encontre sua origem no movimento de trabalhadores rurais,
subempregados, ou seja, das distintas modalidades de trabalho precarizado. ÍHcflrpora crescentemente os trabalhadores da cidade que buscam retornar para o campi)
A reestruturação produtiva, que atingiu a quase totalidade dos ramos de pÉpuU dc expulsos pela “ modernização produtiva” das ind ústrias. Tal processo resulta
produção e/ ou de serviços, acarretou também alterações significativas na estrutura I lili mui Inversã o do fluxo migrató rio no Brasil e em uma síntese que aglutina e articula
de empregos no Brasil. Em paralelo à retração do emprego industrial , entre as ®ipei' l ê ncias e formas de sociabilidade oriundas do inundo do trabalho rural e urbano,
décadas de 1980 e 1990, os serviços aumentaram sua participa çã o relativa na estrutura 9 tin seu universo pol ítico-ideol ógico, o MS T resulta da fusão da experiê ncia da esquerdi
ocupaclonal , sendo cm boa medida direcionados para o universo da informalidade, I tandil a , vinculada à Teologia da Libertação e is comunidades de base da Igreja , com
militantes formados no Ideá rio e na prá xls de Inspiração mamlsta , retomando as duas
lile
í L
-
f i , in , , mais Importantes da lutas sociais tfcenies no pa í s
*
14 O cLu [ fil í enle do labor G cóiilinuní s do labor -IS

Outro exemplo emblem á tico cta implantadlo do ncoliberalismo JUI Amé rica . mos um processo de guerra civil aberta . Não c dc se estranhar que o desemprego
I .nina pode ser encontrado no Peru. Tal procedo ocorreu na d écada de 1990 , durante 0 i mats de 20% da popula ção tin 2000 , sendo que , em
Colômbia tenha alcan çado
o governo de Alberto Fujimori . Eleito por me ío do voro popularem razio do discurso 1 ' Dl , esse percentual era de menos de 10% , Há ainda marcadas disrinçóes entre a
aparentemente critico adorado durante a campanha, Fujimori, desde o inicio de seu 1 ' o licipa ção de homens e dt mulheres nas estat ísticas do desemprego colombiano: as
governo , paucou-sc pela implantação das pol íticas econó micas neoliberal *. Com mulheres totalizam 24 ,5% e os homens , ] 7% \ '

técnicas e artificios dignos das piores ditaduras, estruturou um mandam subordinado Além disso, entre a população ocupada , em 2005 havia 59% de trabalhadores
aos interesses imperialistas c à classe dom í name nacional . Privatizou a maioria das i setor informal. Lm 1992, esse percentual era dc 54 %, Em comparação com os
ii i

empresas estatais , fortaleceu a burguesia no comando da economia peruana c extinguiu n ih .illiadores formais , o > informais tê m uma m édia de horas trabalhadas um pouco
a estabilidade no trabalho. Os altos índices de desemprego provocaram uma enorme in nm enquanto os formais trabalham , em m édia , 46 horas [semanais] , os informais
redu ção no nível de sindicalizaçâo, que chegou a menos de 10% 21 , Outro agravante iiakilham 44 horas ,
encontrava -se cm uma lei do país que impossibilitava a sindicalizaçâo em locais com K nesse contexto de crescentes precarizaçã o e fiexibiiização do mercado dc
menos de vinte trabalhadores , o que significa que , em 1983, por exemplo , 33% da 11 ab. ilho que o movimento sindical colombiano de esquerda procura organizar-se c

popula çã o economicamente ativa ( PEA ) n ã o podia sind ícalizar scT - uiisiruit alternativas às investidas governamentais de retirada de direitos trabaJliisras ,
A fiexibiiiza ção das leis trabalhistas foi ponto essencial dessas transformações, 11 tita do pa ís Lem sido capaz de articular, de maneira competente, uma economia
acompanhada por processos dc alterações na base tecnol ógica c pela descentraliza ção mente controlada pelo narcotrá fico cont o receitu á rio do neoliberal ísmo. Aliado a
i

produtiva . As perdas de emprego fintam maci ças tanto no setor privado quanto no setor um pais mergulhado em uma guerra civil aberta sob interven ção dos Estados Unidos ,

p ú blico, dando origem a vá rias formas de trabalho precá rio por melo do crescimento mil i ; i iram sc a barbá rie e a destruição ncoliberais na Colômbia . Mas. diante desse
das tercei rizações e subcontrata ções ' quadrn . é preciso ressaltar que a resist ê ncia armada controla parcela importante dii
Diante disso, à luta sindical , certamen te, colocaram se grandes desafios , resultados - colombiano.
da iorte corrosão social dc suas bases , atingidas pelos empregos escassos, precá rios , I a I qual a maioria dos pa íses latino- americanos , o Uruguai também vi vendou
eventuais etc. Alé m da CGTP e da CI P, outras duas organizações estavam em atuaçã o: ,i ri i da descrtifica çã o neoliberal . E, da mesma forma como ocorreu nos demais,
a Central Unitá ria de Trabalhadores (CUT), fundada em 1993, e a Confederação di lambem o ncoliberalismo foi apresentado como o ú nico caminho possível de
Autó noma de Trabalhadores do Peru ( CATP), reconhecida em 1991 . Ainda que d , M - iivolvimcnto económico no quadro mundial, c os custos provenientes desse
possuam tend ê ncias pol í ticas dispares, em 14 de julho de 2004, essas centrais uniram In ( oram part ícula » mente altos para as á reas sociais, como sa ú de e educa ção ,
esforços para promover urna paralisa çã o geral com o objetivo dc protestar contra a < uma I iberaliza ção econ ómica , ocorreu um processo acentuado dc dcsindustrializaçã n ,
> ndo que , entre 1988 e 1993, o emprego Industrial foi reduzido em 25 % , Um em cada
pol í tica económica e a corrupçã o do governo de Alejandro Toledo, alé m da escalada *
vergonhosa dos níveis de desemprego e de misé ria da popula ção , operá rios industriais perdeu seu emprego. Ao mesmo tempo , proliferaram sc
is de trabalho precá rio : em 1991 , somente metade da popula çã o ativa possu í a
Ness ;; breve radiografia do ncoliberalismo na Am é rica Latina , Colômbia r á o
difere significativamente de nenhum outro pa ís que adotou polí ticas dessa natureza a
^ ti I
Bli pregos untá veis , enquanto um cm cada cinco trabalhadores tinha um emprego
partir da d écada de 199Ü . Ati ocorreu també m um forte processo de neo liberaliza ção
da economia , que ampliou a desregulamentaç ao financeira e acelerou as privatiza ções
de importantes empresas do setor p ú blico e a fiexibiiiza çã o da legislação trabalhista21,
, ^
i
bário ou estava su bem pregado, Em vez de investimentos em ciência e tecnologia , as
tipo i - optaram pela informaliza çá o do trabalho, expulsando trabalhadores form tin
11 mdo empresas especializadas em vender servi ços, o que dimtmti os custos coro

liado isso em um país que, conforme vimos anteriormente, vive h á mais de cinquenta e encargos trabalhistas. Esse quadro dificultou em muito a organiza ção
n 1 ' ' 1 polí tica da classe trabalhadora colombiana , gerando uma amplia çã o dos
i

H" d , is transnacionais, cada vez mais presentes.


Rodrigues Montoya Rojas, “ El ( V ui después de I 5 a ños de violencia ( 1980- 1995)A BntdmAi trt\vdv> .
v. I I . n . 29, 199-. B 1'mle-se dizer que a experiê ncia venezuelana recente é singular na nossa Am é rh a
Denis Sulmont, " Historiadel movimiento i *lnvn > (* inano 11 $90-1978)’» dt. bill mi ( h á ve/, liderou um movimento social e pol ítico (denominado Movimento V
I , I i , , i lora dos marcos da esquerda tradicional e ganhou as eleições presidem i . ns
1

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46 O continente do labor O continente do labor 47

nova Constituição foi aprovada no mcsmo ano e diversas mudanças estruturais foram Vamos apresentar, de modo sint ético, algumas das principais tendências, sempre
.
realizadas tanto no poder legislativo quanto no judiciário Trata-se da mais avançada lembrando que elas têm particularidades por vezes distintas. Mas, em seus traços mais
Constituição entre as existentes nos países capitalistas da América Latina, que, entre gerais, podemos dizer que:
o plebiscito popular. 1. Com a retração do binómio taylorismo/fordismo, desde o início da «es
outros, tem o poder de garantir
¬

truturação produtiva do capital cm escala global, vem ocorrendo uma redução


A oposição burguesa c oligárquica, capitaneada pela Central dos Trabalhadores
.
da Venezuela (CTV) que conta com apoio do imperialismo nortc-americano, tem
do proletariado estável, tradicional,manual e especializado,herdeiro da eridi
indústria verticalizada. O espaço aberto pela redução desse proletariado mais
..
sido implacável com o governo Chávez. Sua atuação se dá via meios de comunicação
privados c a principal federação empresarial do país (a Fcdecámaras) , além do
estável vem sendo ocupado por formas des regulamentadas de trabalho .
. 2. Contrariamente à tendência já apontada, ocorre o aumento significativo dc
desempenho ativo c nefasto da própria embaixada norte-americana ali Instalada
.
Foram tres grandes ações para tentar depor o governo Uma primeira tentativa
um novo proletariado fibril e de serviços, presente nas diversas modalidades
dc trabalho precário. Sáo os terceirizados, subcontratados, part-time ( tempo
dc golpe, em abril de 2002, foi coordenada pela embaixada estadunidense e pela pardal], entre tantas outras formas assemelhadas que sc expandem em escala
direita venezuelana, rapidamente frustrada por causa da decisiva mobilização popular, global. Ou seja, com a desestru turação crescente do Estado de bem-esrar social
que exigia o retorno do presidente, Em dezembro do mesmo ano, forças da reação nos países do Noite, o aumento da dcstegulanientaçáa do trabalho nos países du
desencadearam um locante - mais conhecido como paro nacional - na PDVSA que Sul e a ampliação do desemprego estrutural, os capitais implementam alternativas
durou cerca de dois meses, tentando desestabilizar o governo boiivariano - que, pela de trabalho crescentemente "informais”, de que sáo exemplo as distintas formas
segunda vez consecutiva, contou com forte apoio popular, derrotando os golpistas. Na de terceirização.Em 2005, em um total dc 80 milhões de trabalhadores,cerca dc
verdade, o governo Chávez impediu o processo de privatízação da PDVSA, exigida 60% encontravam-se em situação de informalidade na Brasil, Em vários
.
pelos Estados Unidos c por setores da burguesia venezuelana Daí a forte rcaçáo desses países da América Latina a situação é similar, quando não ainda mais grave. ( )
setores privatistas c pró-imperialistas. México, a Argentina e o Chile, depois da expansão do proletariado industrial
Houve ainda uma terceira tenrariva: em fins de novembro de 2003, a oposição nas décadas passadas, passaram a presenciar significativos processos de
recolheu assinaturas para convocar um referendo revogatório do mandato de Chávez, desindustrialização, tendo como resultado a expansáo do rrahalho precarizado,
Mesmo com suspeita dc fraude, o governo aceitou o pedido e foi realizado o referendo, parcial, temporário, terceirizado, inforinalizado etc., além de enormes níveis
atendendo à forte pressão externa. Com 50% de votos de apoio, a vitória de Chávez de trabalhadores e trabalhadoras desempregados26 .
fica ainda mais expressiva se for considerado o fato de que sua luta se deu contra o V Há outra tendência de enorme significado para o mundo do trabalho
poder económico dos grandes capitais, dos meios de comunicação c do imperialismo contemporâneo: trata-se do aumento significativo do trabalho feminino,
-
no rce americano, que atinge mais de dü% da for ç a dc trabalho em diversos países avanç ados
O traço distintivo que preservou o governo de Chávez das Sucessivas ameaças e também na América Latina. O sentido dessa expansáo faz um movimento
golpistas é dado pela expansão dos circuios bolivarianos, organizações populares que inverso quando sc trata da temática salarial, já que os ní veis dc remuneração
se estruturam em v árias partes do país. O movimento, que inicialmcnte foi tratado das mulheres são, em média, inferiores aos recebidos pelos homens, A mesma
-
com desdém pela mídia internacional, tornou se uma alternativa no quadro do poder desigualdade ocorre cm relação aos direitos sociais e trabalhistas No Brasil,
o salário médio das mulheres está em torno de 60% do salário dos Itonicm,
.
político na America Latin a, encontrando sua força especialmente nas classes populares
e tendência similar ocorre em outros países do continente2”.
que vem procurando estancar as reformas neoliberais por meio de um processo de
e
ampliação dos direitos dos trabalhadores, avançando nas formas de produção social - .
K 4 Presenciamos tambéin uma acentuada expansão do “setor de serviç os", qur
as cooperativas c as empresas coletivas - e, principalmente, começando a buscar inicialmente incorporou grandes parcelas dc trabalhadores expulsos do mundo
alternativas inspiradas nos valores do socialismo. produtivo industrial, A esse respeito, é necessário lembrar que o mundo dos
serviç os, em sua complexa interação com o mundo industrial, sc submete aila
*
vez mais à racionalidade do capital e à lógica dos mercados. C ) resultado é o
crcst iincuto do desemprego também nesse setor, tal como sc pode ver nadnUflt .i
DESENHANDO A NOVA MORFOLOGí A DO TRABALHO
redução dn contingente dc trabalhadores bancário na América 1 aiinu.
*
Quais luram as principais consequências do umlibe talmito f < l i rcesiruturaç.in
,

produtiva para a cnnjuttto da ciaste trabalhadora litMlio aim rlitfltaf l Jtial o desenlio AillUri Vario, t J wnwnHWtf
* «Hf <id . .. .
( t a L f I|II Mo í , , , lili. I ' im.il .
que i unfiguia U que > 1« muuinaimn mtiiu t nova iMtuInlnfpa tlu o iludiu 1
LWfo Neurit
* , MH»
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* ¿< ttoJwMw fl jiiqilmi Aumin Aum 1 4
* *..
O continente do labor 49
4B O continente tío ínbor
ciois os trabalhadores está veis e precá rios , homens e mulheres, jovens e idosos, nativos c
Outra consequência da inter- relaçáo cada vez mais estreita entre esses imigrantes , brancos, negros e ind ígenas , qualificados e desqualificados etc., ocorrem
-
mundos até ent ã o separados encontra sc no (ã to de que várias atividade
tivas ,
s do
-se também as estratificações e fragmentações que se acentuam em função do processo
setor de serviços, tradid ònálmentc consider adas improdu tornam
exclusiva da racionali dade crescente de internacionalização do capiral.
diretameiue produtivas e subordinadas l gica à ó
Para compreender a nova forma de ser do rrabalho é preciso partir de uma
econó mica e da valoriza çã o do capital.
exclusão dos jovens concepção ampliada dc trabalho, que necessariamente considere a totalidade da classe
5. Uma tend ê ncia presente no mundo do trabalho é a crescente . Assim , em trabalhadora, do enorme contingente de homens e mulheres que hoje vive da venda
que atingiram a idade de ingresso no mercado de trabalho formal de sua força de trabalho , n áo se restringindo aos trabalhadores manuais diretos. Essa
ndo as
plena vigê ncia da sociedade da desemprego estruturai acabam engrossa concepção deve incorporar também a totalidade do trabalho social , do trabalho coletivo
fjleiras dos desempregados e trabalhad ores precariza dos . O mesmo ocorre com
" capital , que , exclu ídos do trabalho que vende sua força de trabalho como mercadoria em troca dc salá rio; nessa totalidade
os trabalhadores considerados idosos pelo

deve ser inclu ído o enorme contingente sobrante de força de trabalho que n áo encontra
aos 40 anos, dificilmente conseguem reiugressar no mercado de
trabalho. Por
trabalho iníbnnal , emprego , dada a lógica destrutiva que preside a sociedade capitalista.
isso é que acabam por somar-se aos contingentes do chamado
aos desempregados, aos trabalhos voluntários etc. #

6 , Paradoxal mente, o mundo do rrabalho tem se utilizado da


inclusão precoce
, nã o só na ALGUNS DESAFIOS DOS SINDICATOS E DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
e criminosa de crian ças nas mais diversas atividades produtivas
América Latina, mas cm escala global .
s, cresce o ( lomo vimos ao longo desse texto, fbram de grande magnitude as mutações ocorridas nu
7 Como desdobramento das tendências anteriormente apontada
, do trabalho na Amé rica Latina, mutações que afetaram também õ*
chamado “ terceiro setor” , que assume uma forma alternativ a de ocupaçã o, Interior do mundo
sindicatos e os demais organismos dc representaçã o de classe . Se essas mudanças finam
por meio de empresas com perfil comunitário. São empresas . que atuam
s onde mareadas pelas distintas características existentes nos diversos pa íses do contpcnte
com trabalha voluntá rio, abarcando um amplo leque de atividade
,
latino-americano, vamos indicar aqui alguns desafios mais gerais que se manifestam
predominam aquelas de cará ter assistencial, sem fins diretamente mercantis ui varias nações,
ou lucrativos e que se desenvolvem relativamente à margem
do mercado.
o do mer¬ I . O primeiro deles, fundamental para a pr ó pria sobreviv ê ncia dos sind í calos ,
A expansão desse segmento é um desdobramento direto da retra çã è romper a enorme barreira social que separa os trabalhadores “ estáveis’ , cm
'
os , em nm quadro de desempre go
cado de trabalho industrial e de servi ç processo franco de redução, dos trabalhadores em tempo parcial, precarizado*,
, antement e por
estrutural, Essa forma de atividade social movida predomin subprolccarizados , em significativa expans ã o no atual cen á rio mundial
valores n ã o mercantis, experimenta alguma expansã o por meio de
trabalhos
(ONGs ) c de Os sindicatos devem empenhar- se fbrtcmente na organização sindical
realizados no interior das oiganizações n áo governamentais ampliada dos trabalhadores que hoje se encontram desempregados, comi »
-se, entretanto de uma ,
outros organismos ou associações similares Trata
.
e funciona l ao capital , n ão constituindo vem procurando fazer, por exemplo, a CTA na Argentina , Ou os sindicato*
alternativa extremamente limitada
mercado de trabalho capitalista, organizam o conjunto da classe trabalhadora ou estarão cada vez mais limitado*
uma alternativa efetiva e duradoura ao
c restritos a tun contingente minoritá rio c parcial dos trabalhadores.
8. Outra tendê ncia refere-se ao crescimento da modalid ade de trabalho á
produtivo e pela I 2 . Us sindicatos devem compreendera nova morfologia do rrabalho, nqucimpliui
domicílio, permitido pela deseoneentração do processo reconhecer três dimensões importantes e fonemente RELACIONADJS entre u
expansã o de pequenas e m édias unidades produtivas . A telem á tica íodj
geralm cntel genero, gentffo e etnia. Mencionamos o significativo processo de fctninl / oçlfi
teleinformá tica ), por exemplo, é uma modalidade dc trabalho da classe trabalhadora. O fato impõe que os sindicatos articulem to qnc un sde .
realizada por mulheres que surgiu da convergência entre os sisremas
de
dc in* ( ¿tete com aquelas referentes ao gênero a fim de garantir ás mulheres rrahalhadni . i ' .
telecomunicações por satélite e a cabo, juntamente a novas tecnologias -
0 Imperativo direito dcauto-organizar sc; os sindicatos devem assim remiu
, , i
forma ção e a microeletnônica possibilitando
, á s empresas transmitio nais uma
modo , trabalho I ii turno parte der isiva du mundo do irabatho para reverter um quadro m > qual ,
enorme expansão c agilização de suas atividades Dess ,
, ç o
históricamente, a* mulheres estiveram cu Imã Lis do espaço sindical , dom litado
-
-
produtivo realizado no domiciliou ioda se an irdwJhc' lepn H lut Ivu doméstico,
li ’ mlninu . pidi % home na trabalhadores que prevaler Idm na febril a budista
aumentando ainda tn .ii . as formas ilr expiai n, m do omnigi
nnj
1 )< niriinn modo, m sindicaros drvem * f abril para o» iumn iNtbalhittlnm ,
que vivem la realidades manadas por uma dupla |iu ñ ada > l trabalho ,
>
qiu lauro quanto n uiullrerei h.in n' m rin untiadu nn
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ii .ili illiiiiln iei d o
I |UP
ÕO O íúwnte do labor
otjn
O crmtiiwrte do labor 51

distintas raç as e etnias (indígenas, negros, imigrantes), aos quais são, em geral, no capitalismo contemporâneo. Por isso, o sindicalismo deve estruturar - se
destinados os trabalhos mais precarizados, Para que isso aconceç a dc taco é de modo mais horizontal, o que significa ser mais amplamcnce organizado
imprescindível c inadi ável a eliminação de qualquer resquício de tendências pela base, contemporaneamente classista, incorporando o ampio conjunto
xenófobas, ultranacionalistas, de apelo ao racismo c dc conivência com as que compreende a classe trabalhadora hoje — aquilo a que denominei de n
ações discriminatórias dc qualquer ordem. classc-que-vive- do-trabalho -, desde os mais ‘'est áveis” alé aqueles que est áo
3. Os sindicatos devem ainda incorporar aqueles amplos contingentes do novo no universo mais p teca rizad o e " te rechizado", na informalidade, ou mesmo
proletariado que vendem saia torça de trabalho nas empresas de call center , os desempregados28.
telmáTkttmg, supermercados e outras á reas por onde se amplia cr universo dos S. Se a classe trabalhador . i no mundo contemporá neo é inais complexa r
assalariados, muitos deles sem qualquer experi ê ncia de atuação na organização heterogénea do que aquela que vigorou durante o período dc expansão di >
sindical. Portar no, as novas categórica de trabalhadores e trabalhadoras que fordismo, o resgare do sentido de pertencimento de ciaste contra as inúmeras
n ão t êm tradi ção de organização cm sindicatos devem necessariamente fraturas, objetivas e subjetivas, impostas pelo capital é um dc sens desalios
ser representadas por um organismo verdaderamente contempor áneo aos mais prementes - é, boje, sen desafio mais decisivo,
problemas divisados no horizonte do século XXI. 9- Com a expansão do capital em escala global c a nova forma assumida pela
4. Os sindicatos devem romper de maneira radical com todas as forma de divisão internacional do trabalho, as resposras do movimento dos trabalhadores
neocorporarivismo que privilegiam suas respectivas categorias profissionais,
* latino- americanos assumem cada vez mais um sentido unlversalizante. A
diminuindo ou abandonando seus conteúdos mais acentuadamente classistas. transnationali/ ação do capital e do seu sistema produtivo obliga ainda mah i
Nã o falamos aqui somente do corporativismo de tipo estatal, t ão forte no rlasse trabalhadora a pensar ñas formas internacionais de ação, solidariedade
Brasil, no México c na Argentina, mas também de um neocorporatí visnio e confrontação,
societal cada vez mais assimilado pelo sindicalismo contempor á neo; essa ¡ II. Mesmo tendo claro
que esse elenco deve ser ampliado, há ainda outro
forma de oiganização sindical é ainda mais escí ndeme, acentuando o car áter desafio fundamental para os sindicatos, sem o qual a classe trabalhador,i
fragmentado da classe trabalhadora, cm sintonia com os interesses do capita] , Iica organicamente desarmada no combate ao capital: ela deve rompe J
que procura cultivar o individualismo c a alternativa pessoal contra os a barreira, imposta pelo capital, entre açã o sindical e ação parlamentar,
interesses solidários, coletivos e sociais , entre luta econ ómica L luta pol í tica , articulando c fundindo as lutas
5. É decisivo para o sindicalismo de classe romper com as tendências crescentes sociais, cxtraparlatnemares , aut ónomas, que d ã o vida âs ações dc classe ,
de institucionalização e burocratizaçào, que t ão fórrenteme ccm marcado fomo o capital exerce um domínio extra parlamentar, c grave equívoco
o movimento sindical latino- americano (vejam-se novamente os casos do querer derrot á-lo com a çõ es que se restringem on privilegiam o âmbito da
.
Mé xico, da Argentina e do Brasil, entre outros) Tais tendências distanciam instituciónalidade.
os organismos de suas bases sociais, aumentando aindaAnais o fosso entre Nesse limiar do século XXI, náo estaríamos presenciando o esgotamento tfo
as instituições sindicais e os movimentos sociais aut ónomos. As experiê ncias neoliberaiismo no solo latino-americano e o consequente afloramento de un i
do sindicalismo dc base e dc classe contra a moderação, a burocratizaçào e novo ciclo de lutas e rebeliões populares tecido pela ação das forças soi ui
a institucionalização de muitas centrais sindicais dominantes s ã o exemplos do trabalho, que começam novamente a sonhar com unia sociedade lin
importantes dessa imperiosa necessidade de retomar a base social dos verdadeirameme latino -americana, emancipada e socialista ?
sindicatos e romper com o burocratismo e insrirudonalismo.
6. També m é fundamental reverter a tendência, desenvolvida a partir do
toyotistno, que consiste em reduzir o sindicato ao âmbito exclusiva ir.emc
fabril, ao chamado “ sindicalismo dc empresa” , de perfil patronal, mais
vulnerável e vinculado ao capital,
7- A empresa ford isca, que se desenvolveu ao longo do s é culo XX. era
bastante vet iicalizada e teve como resultado um slmlkaliMtui igualmente
veri balizado. A empresa loyotisia, que segue > * fo modelo
j .ipon, , i .
ut u - , hori / ontall/ ,ula. na luedid.i MI qm
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otiln .imfo M ihiimlnnicmnin tios nn .niliin I i i 111 i m I m


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It Kit III All || IÍ ||l | k I Jil I S in I 'll III,
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I
II
POR UM NOVO MODO DE VIDA NA
AM É RICA LATINA

A AMéRICA LATINA RIíSSURCK DAS CINZAS ...1


\ \ mcrica I atina lo i o continente que primeiro experimentou elementos da pragm ática
in ulilieral . J á cm meados da década de 1970 muito antes, potranco , dos governos tl >
I • oi.tlii Reagan e de Margaret ' 1 hatcher o regime terrorista de Estado instituido pda
i liiiidtira de Augusto Pinochet no Chile contou com consultores económicos oriundos
dos principá is centros estadunidenses de forma ção e desenvolvimento da ideologi i
in ni ibera!. Urna onda conservadora varreu o continente durante aproximadamcim
mii ' anos, estendendo - se do Mé xico ¡< Patagonia . Governos como os de Carlos

-
' din . is Je Cortan , Carlos Sa úl Mcncm , Carlos Andrés Pé rez, Fernando Collor c
turnos micros golpearam sistematicamente os direitos sociais por melo de ''reformas -
-
• • at ó micas que promoveram a prlvatiza çâo do capital estatal , a mercadorização t ía
ti M I . , i dcsrcgulamentaçã o do mercado de trabalho a finance!rizaçá o da economia , a

-
,

llmina ç io de postos de trabalho e o aumento das desigualdades sociais ’.


( ) ciclo dc governos neoliberais na Am é rica I mino foi perdendo força de maneira

I i ssis ,i á medida que a crise financeira iniciada cm dezembro de 1994 no M é sin >
n
11

ou nsificoLt sc , comprometendo a relativa “ estabilidade" econó mica da regi ão, c novas


(
- . sociais de resist ê ncia ao neoliberalismo sc fortaleceram no continente. Desdi o
in i

Inti ni , a grande novidade, no tocante à luta ancineoliberal na Am é rica Latina , esteve


<** id . i ao ressurgimento das lutas dos povos ind ígenas e camponeses,

ti
( > levante de Chiapas, em 1! de janeiro de 1994 , serviu n âo apenas p . n

Exé rcito Zapatista de Libertaçã o Nacional (EZLN / ao mundo , HM ,


-
Hblñcou uma reentrada espetacular na cena pol ítica dos povos e das “ comunidade»*
diger í as lo continence . ¡

I ' I no , a din âmica anti neoliberal an longo dos anos 1990 e 2 (100 I
i an da
mugunismo dos movimentos sociais ind ígenas c camponeses, < > l / l N , no
W# " a Ah .in ça Pá triaAtiva eSoberana, no Equador. o Movimetuo p ira o Sn, ili mo
| i

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- O i ifl r • i • ll • I I ' f all * YM 1 ! ‘(
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54 O continente do labor Por um no [ ¥3 modo cie vida
. ?in Am é rica íMTINA 55

( MAS . sigla cm espanhol para Movimiento al Socialismo ) , na Bolivia : e mesmo o ainda apresenra vitalidade suficiente para se converter gradualmente na célula de um
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (M$T) , no Brasil , sáo exemplos, F.siacto socialista mcitlemo. A a ção do F.stada , como acertadamente o propõe Cauro Pozo,
ainda que muito designais, desse ressurgimento da I uta dos ind í genas, dos camponeses deve dirigir-sc no sentido da transformação das comunidades agr í colas cni cooperativas
e dos trabalhadores rurais , Em alguns casos, rais movimentos c partidos pol í ticos de produ ção e de consumo. A atribuição de terras às comunidades deve efetuar - se,
tornaram-se governos e, atual mente , configuram experiencias pol í ticas decisivas no naturalmente, às custas dos latifúndios, excetuando das expropriações, como no México,
tocante às alternarivas ao neoliberalismo latino - americano, n ã o sem vivendar um a.e pequenas e (nédias propriedades, caso exisLa em seu compromisso a exigência da
conjunto de dificuldades e mesmo contradições , Mas sua importância é de ral ordem
“ presenç a rcnl " dos propriet á rios.’

qnc a dinâmica das lutas sociais e pol í ticas da continente latino-americano passa , sem
sombra de d ú vidas , pela trajetória e pelo destino desses movimentos . No artigo “ Conclusões sobre o problema indígena e as tarefas que se impõem",
n marxista peruano avan ça nas formulações:

As MARIÁTEGUI u problem Indigent se Identifica com o problema da terrj . [ . . . ] Existe , portanto, uma
INDICA ÇÕ ES SEMINAIS DE, *
instintiva c profunda reivindicação ind í gena: a reivindica ção da terra . Dar um cará ter
Esse novo protagonismo alcançado pelos povos c peias comunidades indígenas e organizado , sistemá tico, definido , a esta reivindicaçã o é a tard’a que tumos o deeer de-
camponesas ¡ á ioi objeto sistem á tico de reflexão por parte do marxismo latino realizar arivameme. As "comunidades" que rcm dcmonsrrado, sob condições dur íssimas
-americano. Sua representação original e pioneira encontramos na obra de José Carlos de opressã o, KiittiflcllC persistencia realmente assombrosas, representam no Peru run
Mariá tegui , marxista “ heterodoxo" peruano que se debruçou profundamente sobre o laror natural dc socialização da terra . O indio tem arraigados há bito ? dc coopera ção .
rema ind í gena. Vale recordar uní artigo publicado no jornal Mundial , datado de I 7 Mesmo quando da propriedade comunit á ria se passa it propriedade privada e luto
de dezembro de 1926, intitulado “ Aspectos del problema indígena" , onde o marxista somente na serra como també m no litoral , onde una maior mesti çagem atua contra

peruano afirmou; os costumes ind ígenas , a cooperação se mantém: os trabalhos pesados são realizados
em comum , A “ comunidade” pode se transformar cm cooperativa com um m í nimo

A solução do problema do índio tetn de set uma solu ção social . Seü s realizadores estorç o . A atribui ção às "comunidades das terras dos latif úndios é , n .t seira , a soluçã o
"

Jevem seros pr óprios Indios. Esse conceito conduz a ver , por exemplo, na reuni ão dos que reclama o problema agrá rio. '

congressos ind í genas um tato hist ó rico , Os congressos ind í genas , desvirtuados nos dois
ú ltimos anos pelo burocratismo , nã o represen taro , cornudo, um programa; mat . suas 1 ’ acrescenta , mencionando outro pomo central , que arr í enla a quest ão tla
primeiras reuni ões assinalaram um caminho ao colocar í ndios de diversas regi ó, , - ni umitildadc indígena com o assalarlálticnto na produção no campo :
coiuato uns com os outros. Falta unidade nacional aos í ndios . Seus protestos t ê m sido
sempre regionais isto contribuiu em grande medida para sua dtí rota, Uni povo de 4
, Nas fazendas exploradas dite Lamente por teus propriet á rios , por meio da pcáov ãda.
milhões de homens , consciente de seu número, n ão deseré de seu futuro. Os mesmos u • rutada em parte na serra c cujo ví nculo com o solo cem parre ausente, os termos da lu í a
i . - distintos . Devemos trabalhar com as seguintes reivindica ções: liberdade dc organiza , a u ,
A milh ões de homens, enquanto permanecerem na condi ção de massa inorgá nica , uma
i press ã o tio "engate , aumento dos sal á rios , jornada de oito horas, cumprimento dai
multid ão dispersa serã o incapazes dc decidir seu futuro.-'
J
,

h i . dc- proteção do trabalho. Apenas quando o pe ão da fazenda tenha conquistado CMM


Ao lado da constatação dc que a emancipação do ind ígena será obra dos próprios . 1 ' U . I S , estará tin caminho de sua emancipa ção definitiva .
povos ind ígenas, Mari á tegui afirma , cm outro artigo int ¡ miado Princ í pios de politic i
'‘

agrá ria nacional e publicado no mesmo periódico , ent D de julho de 1927 , que sâo j
1 '

. 11 u i mio da problem á tica da organiza ção , lembrou que


as origens étnicas c sociais dos povos c das comunidades i ndtgcnas as verdadeiras basca
para o futuro socialismo peruano:
1 Ijljilcm p. Ul ' i 10 .

Uni.i nnv . i pol í tica agr á ria deve . acima dc tudiitulln.it r t i " . In Jn l < m ntoid . i bWut , Wf . dujfia ypefítioi I [ ima , Ainaiua . 1069 ).
proUym d .t ã iniiUiliiljtli Tmligelu , O . í f /Aí , ii '. nl . i U > I -. 1 nb n . i M . nlm I iveiilr
'

11 , , n . 11111 ill 11 1111 ' 1 1 1 h l i .i ! | . I . i i , , 111 , 11< 111 | 11.11


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56 O- continente do labor Por um novo modo de vida América Latina 57

É muito dif ícil fazer com que a propaganda sindical penetre nas fazendas, [...] Nenhuma Nesse sentido, certamente, alguns valores básicos da produção comunal c no
associação que não aceicc o patronato e a tutela dos proprietários e da administração é
tolerada; c nesse caso vamos encontrar apenas as associações recreativas- Contudo, com o
-
modo de vida dos indígenas latino americanos estão de algum modo presentes, cm
maior ou menor grau , na lura atual pelo socialismo no século XXI que se desenvolve
-
aumento do tr ânsito dc automóvds, abre se pouco a pouco unia brecha nas barreiras que na América Latina. Quais seriam, então, os contornos mais gerais na montagem de um
fechavam as fazendas a toda propaganda sindical. Daí a importância que a organização e novo sistema de metabolismo social que seja contrá rio ao mundo destrutivo do capital ?
mobilização ativa dos operários do transporte té m no desenvolvimento do movimento R cm que medida esses valores básicos, fundamentáis nessa luca, já estavam presentes
classista no Peru. Quando a peãozada das fazendas souber que pode contar com a in statu nascendi na produção comunal dos ind ígenas latino-americanos?
solidariedade fraternal dos sindicatos c compreender o valor disso, facilmente será despenado
nela a vontade de luta que hoje lhe lai ta e que já deu prova mais de uma vez,"
O LEGADO DE MARX
Atento para a necessidade de buscar os laços dc identidade entre ind ígenas c

trabalhadores urbanos c rurais vasto que muitos destes são também oriundos do A inven ção societal de uma nova vida, autê ntica c dotada de sentido, recoloca , no

universo ind ígena , Mariá tegui afirmou que:

In ício do século XXI, a necessidade dc construção dc um novo sistema de metabolismo
hocia ] , de um novo modo de vida fundado na atividade autodeterminada, Fora das
No Peru, a organização ca educação do proletariado mineiro, assim como a do proletariado regras e dos constrangimentos do mercado, do dinheiro e do capital. Uma forma de
agrícola , é uma das quest ões que imediatamente sc colocam. [...] O trabalho, em todos organização societal baseada no tempo disponível para a produ ção de bens socialmcnte
os seus aspectos, será difícil; contudo, seu progresso dependerá fundamentalmente da ú teis c cm valores dc uso socialmcnte necessários, contrá ria, portanto , à produçã o
capacidade dos elementos que o realizem c dc sua apreciação precisa e concreta das condições heterodeterminada , que c baseada no tempo excedente para a produção exclusiva de
objetivas da questão ind ígena , O problema não é radal, mas social e econó mico; contudo , valores dc troca para o mercado e para a reprodução do capital.
a ra ça tem seu pape! nele c nos meios de enfrentá lo.’- Vamos indicar de maneira mais precisa os elementos fundantes de um novo
interna de metabolismo social.
F. conclui; Seus princípios constitutivos centrais serão encontrados ao se erigir um sistema
to, letal onde:
Uma consciê ncia revolucion á ria ind ígena tardará talvez a se formar; contudo, uma vez 1 ) o sentido da sociedade seja voltado exclusivamente para o atendimento tl .o
que o índio faça sua a ideia socialista, a servirá com uma disciplina, uma tenacidade e efetivas necessidades humanas e sociais;
uma força raramente igualada por proletá rios de outros meios . [ .. -I "É necessá rio garantir 2 ) o exercício do trabalho seja sin ó nimo dc autoativldadc , atividade livre, bareai la
1

-
às populações ind ígenas ou negras esclavizadas' disse um companheiro do Brasil - “ a no tempo dispon ível.
^
certeza dc que somente um governo de operá rios e ciinponeses lc todas as ra ças que
habitam o territó rio, os emancipará verdadeiramente, já que este somente poderá extinguir
Como o capital è um sistema de metabolismo económico-social totalmente
-
d iprovldo de uma orienta çã o humano societal, ele erigiu um poderoso sistema di
-
o regime de latifú ndios c o regime industrial capitalista e livrá los definitivamente da iam trole onde o valor de uso dos bens produzidos segundo as auténticas necesidad
opressão imperialista".10 II í IUI . IIMS foi totalmente subordinado ao valor de troca das mercadorias, isto é, ái
Hpccviidades reprodutivas do próprio capital
Isto é, contra qualquer visão exdudcnte, seja do protagonismo dos indígenas, 1 | 1‘ara que tal construção se cornasse dominante, cfet¡vou-se urna subordiné]f áo
sefa dos camponeses, dos trabalhadores ou do proletariado, Mariátegui soube olhar o fUtutunddo trabalho ao capitale sua cor)sequente divisão social hierarquizada , fundada
-
solo latino americano buscando as claras conexões entre estas dimensões de classe c lire o trabalho assalariado e fetlchizado.
ernia, além de captar as particularidades e singularidades da nossa formação hist ó rica; As funções vitais da reprodução individual c societal foram , então, profundamente
fazendo com que o marxismo latino-americano avan çasse de forma inédita na direção
de temas at é então praticamente ignorados pelos pa íses capitalistas centrais.
Enteladas, crigindo-se um conjunto dc funções reprodutivas - o que MCSJ UO»
pnuiminiiu de “ mediações de segunda ordem >:: , onde desde as relações dc genoo
1
.
|
| 4 ai manifesta ções produtivas materiais e també m simbólicas, couto as nbua rir
im , Imam subordinada aos imperativos da valorizaçã o c da reprodu çã o do ihtcitni
«I» qul . il
lUi árm . (• I ,’ I
Ihktki m. » '>
jkililpm j» IMMII Mtotitii* / Iffrf lfcMl|Stih|il> ir , MifM íwijMi , HHM
58 O continente do ( nhar Por um f íOEW mo fío de mdu na América Latina 59

As "' media ções de pri meira ordem1' , cuja finalidade é a preserva ção das hind úes vititis mediações de prim tira ordem LI ü introduzir elementos ( encimado res c alien antes de
da reprodução individual e societal . tcm as seguintes caracter ísticas definidoras: uni rote social iiietabd ü coíi ) ssq porque o capital
1 . os seres humanos são utn A parte da naturra que deve satisfazer suas necessidades
elementares por maio de um constante intercâ mbio com a nature / .i : n ã o passa dc uni minio r um mcJí» din ámico de mediação reprodutiva (, , ,] que, na forma
2 . eles sá o constituidos de tal maneira que n íf ü podem sobrevivei como adequadamente desenvolvida, subordina rigorosamente rod .' s ;is fun ções de rtpnitiu . .ui
indiv íduos Ja espécie a que piTicuccm l ... j nuni In re re .mi bins n ,lo nu diado social - dal ftLiçdeí degjcnci&é l .imilia até a produçã o material ta cria çã o das obras dcaiiv
com a natureza. á esi ü ieia absoluta de sul pró pria expansã o, ou seja: fies n própri expansã o constante c 1

de sua^ reprodu ção expandida corno sistema de media çã o soeioinetaisól í oci, 1’


,

Partindo dessas determina çõ es tun da men ra is , os individuos tf evem reproduz it


sua exist ê ncia por meio de funções prhndriris de mediações, estabelecidas entre si c no
Í Dttfcimbia e na inrcr.i çao com a nan i reza , dadas pe ía pntalpgia singula» mente humana A explica çã o disto rsr á na sua finalidade essencial, que n ã u é uutr.i setiãd
'

do trabalho, por n ció da qua i a an top rod tiçã o e reprodu çã o societal? se desenvolvem,
'

Essas fun ções vitais de mediação primária ou de primeira ordem incluem ; imperativo do valor de troca cfú permanente cxpum á o ,i que ttiilo o mats desde .i ,
1
a regula çã o da atividade reprodutora biológica, m a is o LI menus espontânea e caialdadei mils bárlcas e mais íntimas dos individuos ateas variadas atividades produtivas
ri É

imprescind ível , co tamanho da popula çã o sustentável , em conjunto COm os ívófvem deve estar j- i gotosamente subordinado . '
m ate rii s c culturais em que eles SB tt —
recursos disponíveis;
a rcguk çãp i, processo ria trabalho , peio qual o indispensá vel intercâ mbio
i I 0 va|p| I ç 11 V , , dos bens social miiire necessá rios subordinou se ao SCU .í JOI d -
da comunidade com a natureza produz os bens necessá rios para gratificação ii . , i , que passou a comandar a l ógica dosistemade nret abolis mo social dn capital , ó s

do ser h unia no , al é m dos instrumentos de trabalho , empresas produtoras mações produtivas básicas, bem como O controle de scu processo , foram radical ] neme
tt conhecimentos pilos quais se pode manter e aperfeiçoar es.se processo de ii [ i 11 Jas entre aquejes que produzem e aqueles que controlam.
¡

reprodu çã o ; Como diz Marx , o capital operou a separa çã o entre trabalhadores e meio tie
• o wrabeleci msnto df i la ções adequa . la.s de i roca , sob .ns quais as necessidades
L i n du çã o , entre o caracul ea
' L I u .mdi . . aprofundando a separa çã o entre a protliik . in i

historicamente jfcutãveis dos sc res humanos poderti ser associadj pira oti miza r i i- para o a rendimento rias necessidades human ó -sociais e das necessidades de
^
os recursos naturais e produtivos (inclusive os culm raí menle produtivos) ; reprodu çã o do capitalk .
iludo sido o primeiro modo de produção a criar uma l ógica que n ã o leva . n
a organizaçã o , a cuordena çã o c o com role das m ú ltiplas atividades peias
quais se asseguram c se preservam os requisitos materiais e culturais para a prioritariamente as reais necessidades soei erais - e que també m , por isso,
.-
realização de um ptòtcsío bem-sucedido tie reprodu ção st ) cio meu bé lica das III ni ion se de forma radical dc rodos os sistemas de controle do metabolismo i !
comunidades humanas cada vez ma ís complexas; an ' irmentc existente:- , que prioritariamente produziam visando suprir as peer srid nb
i

,i ,I ocação racional dos recursos humanos e materiais dispdfiíveis, combatendo th nitor reprodu çã o humana , o capital instaurou tim sistema voltado para "
a ripniada escassez pd,i utilizado económica fno sentido de cçonom ízadoitt) i blorização , que independe das mili ntctsiidades autorrtpréfiut í yai da humanidade,
dos meios e formas de reprodução da sociedade, tio vi á vel quanto poss í vel com 1 I segundo princí pio societal imprescind ível c conceber o trabalho como arividiul

base no n í vel tie produtividade atingido c dentro dos limites das estruturas i 11 n Limurividade , com tase no tempo disponirei O que significa dizer que a [Ufflj
*
i

socfpeçonófpkj;; estabelecidas e ã o societal deve recusar o fuiigionáúiitiento com bast na separu çã o


a promulga ção v administra çã o das normas e regulamentos do conjunto da 1' - TI i , mpo de traÁallfo ntçessário para a reprodu ção social e tempo de nahãlho cseedruff
sociedade, aliadas ;as outras funções e determina ções da media çã o prim á ria . 11 o produ çã o do capital,
i

Nenhum desses imperativos de mediaçã o primá rios necessita do estabelecimento 1 soá edqdc someme sflrá douda de sentido c estivamente muu pida
ii i

de hierarquia estruturai? de dominação e subordinaçã o, que configuram o sisiuiu dt ipi ! . , liin çõ c .


- sit á is , control adoras de 'eu sisierua de mel . tlmlbuii * n i ij forem
ii

metabolismo societal tio capital e SU .LS media ções de segunda ordem, i . . . .


nic cxerddiis de maneira LI ti iflnomagílos pnxim ores li vremalK i. I i

O advento dessa tegifndit bidf /rtdt »itdiaf 6tiCQm?i\ivrt ác


< i a 1111 >i
i dli < .
da hist ó ria humana , que acabou por alei .u profundan MII H I I lidado da P In i Mi
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60 O continente da labor

e n ão por um corpo exterior e controlador dessas fun ções, O t í nico modo concebível ,
a partir da perspectiva do trabalho, é por meio da adoção generalizada e criativa do
tempo disponível .
Do ponto de vista do trabalho, é possí vel conceber o tempo disponível como
capaz de recuperara unidade perdida entre produ ção e necessidade humano-sociais ,
vital para a reprodu ção da existencia humana 1 K . Isso porque o tempo disponível
significa dispender atividade de modo autodeterminado , principio totalmente III
contr á rio a heterodetcrminacáo.
O exercício do trabalho aut ónomo, eliminado o dispendio de tempo excederte CAPITALISMO E DEPENDÊ NCIA
para a produção de mercadorias, eliminado també m o tempo de produçã o destrutivo Para (e sobre) Floresta» Fernandes
e supérfluo, que sã o esferas controladas pelo capital , possibilitará o resgate verdadeiro
do sentido estruturante do trabalho vivo, contra o sentido (des)estmtumnte do trabalho
abstrato pant o capital.
Será que as vías abertas na América Latina permitirão o ( rc) enconcro entre a tula I l ) pensamento cr í tico no Brasil, que se desenvolveu especialmente na segunda metade
dos povos do Sul no leito de Marx ? [ .
do s éculo XX viu florescer as figuras exponenciais de Caio Prado Jr. e Florestal!
[ Fernandes. O primeiro, ao descortinar o sentido da colonização, ao apreender a nossa
I forma ção colonial como expressão dc uma dada forma de exploração atada ao processo
I dc acumulação primitiva que se gestuva nas metrópoles, mergulhou na particularidade
-
da nossa formação histórica social. Sua contribui ção Foi seminal e configunou -sccomo
I itnu viragem na compreensão do caso brasileiro.
Coube a Ho restan Fernandes realizar empreendi mento s í mile, em importâ ncia e
1 densidade, ao desvendar os dilemas da revolução burguesa no Brasil , ao discorrer sobre
ft to lortuosos caminhos e engrenagens da dominação burguesa aqtii gestada.
Enciclopédico, conhecedor em profundidade dos clássicos do pensamento social
' Marx a Weber, de Durldteí m a Mannheim ), dotado de vast íssimo dom í nio sobre
1
'

I [Km sarnento social contemporâ neo, Fio restan Fernandes escreveu també m sohre os
p
Hipinambás, a quest ã o racial no Brasil , o folclore, entre tantos outros temas, sempre
I «un uma originalidade marcante .
Aberto em seu referencial teórico, tendo um fio condutor cada vez. ntais ancorado
I n i anal ítica de Marx, respaldado na formulação de Weber, sem nunca desprezar ti
I ktiutrihuto dos demais pensadores clássicos e contemporâ neos a quem recor rememente
.
Hviuiav i em seu percurso reflexivo, Florestan Fernandes apresentou uma densa c solida
Kpipli » a ção pata o processo de modernização e constituição do capitalismo no Brasil.
I » n i ', peculiaridades, seu caráter retardatãrio. Apontou, como nenhum outro, a força e i
ft h II ilii.ladc da burguesia cuja ontogé nese era encontrada na aristocracia rural , dcxvrndaiul < >
lit foi m .is ( prevalen temen te autocr á ticas) da dominação burguesa no Brasil.
Pa ís utandroso , cuja hist ó ria desenroJa-sc lentamente, sem rupturas ncttl
md
t1 # ui,ii profundas , sempre equacionando seus dilemas pela via da concilia çã o pelo
llÍH, exeludente em relação à classe trabalhadora c sempre dc prontidão para o exerc ício
í nrrrvoluçdo , " BI .IMI , i
^^ ÊkfKtt í i m u I U dependencia c n o < n / :le < ennili inientn a MU

I lumia de miegniçilo pata /ota i dettntegraçaa para dentro.


I 11,!«. • c maiianir un ipiihi inda a Amé rica latina ilr niigrm > nlmn .il >
)

IHOII Sãiã nn /km ittm 4t ,«yuw /, < n |i ia ,N


.
< nlmiliil , qUe iiinfoiltWM a Hjlnlllilihili da iinixa ( dn Bi ml e ilr nulfiit p ns , i | i n
Capitalismo e dependência 63
íj2 O continente do hhur

o. Países enfrentamenco, na era marcada pelas grandes corporações. Para Fio restan Fernandes,
continente, à exceção dos Estados Unidos) revolução burguesa sem revoluçã
constitui ção do capitalismo , cujos tra ços a compreensão desse complexo problem á tico deve partir do significado do sistema de
que vi vendaram uma via não clássica de
peculiares nos distinguiram das revoluções ocorridas na Inglaterra , na Fran ça e nos -
colonizaçã o lati no-americano oanttgo sistema colonial- c sua subordinação ao mundo
metropolitano, apresentando as diferentes fases e distintas formas da dominação, desde
Estados Unidos , al é m dos casos tardios, como a Alemanha a Itá , lia, o Jap ã o etc ,

da a gé nese colonial até o per íodo mais recente de sujeição das nações ao imperialismo.
Fiorestan Fernandes enfatizou sempre a ocorrê ncia retardatá ria da trajet ó ria ( .onccbida sob a forma da “ exploraçã o ilimitada, cm todos os n íveis da existê ncia
modernização burguesa (dado o caráter n ão democrático das classes proprietá rias na
)
humana e da produ ção para o benef ício das coroas e dos colonizadores” , esse sistema
América Latina (e no Brasil , em particular) , aflorando a frágil idade estrutural das burguesias dependia de uma articulação entre o sistema de classes existente na colónia e os interesses
de origem colonial e senhorial, herdeiras da aristocracia rural, e das pamelas de imigrantes dominantes na metrópole.
que acabaram ingressando no mundo do comércio, da ind ústria c dos serviços.
Classes proprietá rias simultaneamente fragilizadas na sua inser çã o econ ó mica
, Sua crise, desencadeada pelos movimentos de emancipa çã o e pela disputa
frequente li 11 ramee ropolitana, gerou o segundo tipo de dominação externa, caracterizado pela
dependentes dos centros de controle do capital Forá neo e fortes na recorrê ncia
is formas autocrá ticas e ditatoriais dc dominaçã o.
desagregação do antigo sistema colonial, sendo que vá rias na ções europeias assumiram o
As mudanças marcadas pela processualidade gradual são constantes, cm oposiçã
o controle dos negocios de exporta çã o e de importaçã o na Am é rica Latina (a Inglaterra,
, ão* em particular), mais interessadas no comércio do que na montagem de uma estrutura
is vias pautadas pela confrontaçã o e pelas rupturas. Quando estas emergem s
reprimidas exemplatínente pela simbiose que se estabelece entre as classes dominantes produtiva local.
tios países dependentes c as classes proprietá rias metropolitanas
. Por isso, as nossas Segundo o autor, ao longo desse período , em que
mxiluções burguesas pagaram sempre altos rributos ao passado originando uma dialé tica,
,
os pa íses dominantes possu íam apenas o controle de mercado dos processos econ ómicos,
do arcaico e do moderno que se arrasta até hoje na maioria dos pa íses latino-americanos
com o Brasil sempre à frente,
seria - .
possível falar se, stricto senso, de neocoloiiismo Dc fino, os "produtores” de
He modo que o labor reflexivo de Florestar Fernandes - nesse sentido aparece
, I bens primarios podiam absorver pelo oteaos parle do quantum que antes lhcs era tirado
mal* umavez a similitude com Caio Prado Jr . - compreendeu os intrincados caminhos I através do antigo padr ão de exploração colonial , c suas “ economias coloniais” recebiam
rica Latina. o primeiro impulso para a internaliza çao de um mercado capitalista moderno.1
IMO clássicos das revolu çõ es burguesas na Am é
As indicações de Marx sobre a miséria alemã, as formulações de GramscI I
Lcnln sobre a via I O terceiro tipo de dominação externa, posterior à Revolução Industrial, tornou-se
acerta da revolução passiva e da revolução!restauração, as pistas de
medida , na I u alidade a partir das ú ltimas décadas do séculoXIX, assumindo sua feição propriamente
prussiana e a revolução pelo alto estavam presentes , em maior ou menor imperialista e fazendo emergir també m o capitalismo dependente como uma realidade
l é illl imaginação sociológica de Fiorestan Fernandes ,
Associadas, dependentes c subordinadas às burguesias hegem ó nicas, nossas I .
Whtàrica na América Latina Suas consequências negativas foram evidentes:
Congé neres dc origem senhorial e colonial exprimiam
, ent ã o , ccíra incompletude I
de classe, aqui entendida pela incapacidade em gestar uma alternativa autónoma
, I I. Primeiro, no condicionamento e reforço externo das estruturas económicas arcaicas,
democr á tica , que fosse capaz de implementar um projeto nacional autossustenrad o e I t -
necessá rias à preserva ção do «quema da exporta çã o importa çã o Segundo, no
jora dos constrangimentos e liames da dependê ncia e da subordinação. ‘ malogro do “ modelo” de desenvolvimento absorvido pela burguesia emergente das uaçóes
Aqui reside o ponto Central do livro Capitalismo dependente e classes sociais
na I I europeias hegemónicas,1
Amé rica Latina \ Esforço de síntese que agrupa tres ensaios, escritos entre hns de 1 %9 I
c meados dc 1971 ( Tadrócs de dominação externa na América Latina Classes
", “ sociais I f -
O quarto tipo de dominação externa originou se com o processo de expansão das
na Amé rica Latina e “ Sociologia , moderniza ção aut
1
ó noma e revolu çã o social ") , tem I bvntlri empresas corporativas atuando nas esferas industriais, comerciais, de serviços
como Ho condutor o desvendamento da subordina çã o estrutural da Am é rica Latina ao I
I

. -
fin niceIras. Trata se, segundo Florestan Fernandes, do advento de um imperialismo
impulallimn, os elementos causais da travagem da modernizaçã o burguesa e o papel mfpt tob hegemonia dos Estados Unidos, mas com a panicipação de países europeus
.
, 11\ 1.1 . - , sociais nas possibilidades e alternativas vislumbradas, al é m da an á lise do I .
ido |a|Mi > Sim constatação é forte c atual íssima: “ O novo padr ão de imperialismo
desafio da sociologia critica . é Dm il mesmo, destrutivo para o desenvolvimento dos países latino americanos” , -
I \ ib í qiii u registro dc que , para t .ira crer¡zar o mesmo processo hoje, Istvá n Mészá ros
Sua formula çã o ataca , desde logo , os seguinte*|H|ilta virais d nova
) forma
aoiitilm , p para o sen I
imperialismo. a hegemonia oottC ' americana i* < tc « uvi
i>
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(ill Ml , ||» ! ’

1'g il,, , ,|„M . -'imo


ll|í illblu Hill |l ill
É tN \ i
mm
64 O camíneme do ¡nbor Cúpíf íz /iímcí e dependencia 55

Tilia de imperialismo hegemó nico global, em n í tida confluê ncia coin 3 Formula ção de de poneos e de excluir os demait. A revolução dentro da ordem , acrescenta Flo restan
Flores tan Fernandes. Fernandes, é travada peia classe dominante, temerosa deque as “ masías despnssuidas”
O que coloca o dilema crucial para a America Latina; 011 realizar a revolução dentro possam tornar viá vel a revolução contra a ordem. Como
da ordem, a reforma capitalista do capitalismo, visando a implan ca çã o de Lint conjunto
de rransforma çóes capazes de superar a dependencia e a subordina ção estrutural; ou , a economia espiral ista dependente está sujeira, como um todo, a uinnlcpleção permanente de
ante a í mpo&sibilidade desta, abre-se o espa ço para a revolução contra a ordem, que já suas riquezas («tistenKS ou potencial men te acumuláveis ) , [essi dcplcçá o] se processa i cusía
comem em sua pró pria origem uni caráter socialista, de que foi exemplo a Revolu çã o dos setores assalariados e destitu í dos da popida ção, submetidos 1 mecanismos permanentes
Cubana . Menos que reformas , nessa variante, as muta ções seriam dotadas de significado dc sabreapropriação e sobre-expropria çáo capitalistas .*
marcadamente revolucion á rio e amica pi ral ísta .
Aqui, nesta formula çã o , como [á indicamos ante dor mente, emerge com maior O enigma fica ent ã o desvendado;
nitidez o acento marxiano de Fio restan Fernandes, além da dara inflexã o leni mana que
,

estava em curso no seu recolhimento no Canad á. A dialé tica dada peia revolução dentro À
-
revolu ção burguesa, ni Am é rica I atina , prende-se a condições esrmturais e a ritmo
*
-
da ordem e pela revolução contm a ordem parece nos bastante inspirada na discussã o dc hist ó ricos que fazem dcla o pivó da associa çã o dependente e das sucessivas transições que
Lcnin sobre os caminhos da social- democracia russa,
is evolu ções externas do capitalismo.’
-
rcarticularam a organiza çã o e íbneEonamctiros das econom ías nacionais latino americanas
No primeiro caso, a revolução dentro da ordem, dada a depend ê ncia estrutural
das burguesias nos pa íses de origem colonia ] , a montagem de um projeto nacional e
democr á tico poderia ser transferida para as classes trabalhadoras. No segundo caso, Nossas burguesias sã o , ent ã o, artifices do capitalismo dependente. Flo res ran
a revolução contra a ordem , tratasse de superar 1 , ordem capitalista dependente, Essa Jrmandes n ã o tergiversa cm sua aposta;
ú ltima alternativa abriria o caminho para a realiza ção dos valores humano socictais -
-
mats elevados, a liberação real das sociedades latino americanas . Mas , ainda segundo 0 Se esta aná lise c correta, o superprivilegLamç nto dc dasse vem a ser o calcanhar dc Aquilea
da “ revolu çã o burguesa"1 sob o capitalismo dependente . Ao se afirmarem como elasícv
autor , ns dois caminhos poderiam dar inicio à constru ção da Am é rica Latina fora dos
liames da dependê ncia e do subdesenvolvimento , regando à s demais classes até is condições de exist ê ncia como classes "dentro da ordem"
No segundo ensaio , que rrata das classes sociais na Am é rica I.atina, o autor faz duas c impondo à coletividade a persist ê ncia de iniquidades Liuoicr áveii, as classes privilegiada
*
indagações centrais: há classes sociais na Amé rica latina ? Qual a morfologia das classes no« atingem o climax do poder.1 '

pa íses dependentes, de origem colonial? Dialogando criticamente com pane importante


da literatura sociológica, Florcstan Fernandes oferece a pista analítica decisiva: as classes E acrescenta :
sociais não "são diferentes* na América Latina, pois 0 que é diferente é o modo particular de
constituição do modo de ser do capitalismo, a fornia pela qual ele se õbfttiva. K.HSJ reflex ã o se aplica à presente situaçã o di Am é rica Urina, na qual 1 sociedade di
Do que se depreende que ciasses est á , na realidade, repetindo o ciclo explosivo, que leva is revolu ções incvllá vtilfc
de origens estru lurais. Negadas como e enquanto classes en » contingência de mH mimar
_
o tipo de capitalismo constituido na Amé rica ] arina, que floresceu gra ças k modernização arcando com iniquidades odiosas, nã o resta ás classes " baixas'' sen ã o o caminho nm
do arcaico, atinge a eta da industrializaçã o em grande escala e da exportaçã o de produto» dif ícil , mas mats eficaz, da í ibertaeio pela contravloléricia”

I
industria ] izados explorando com ¡mensidade a arcaiza pío do moderno,
[ „,] a degrada ção material e moral do rrabaiho persiste e com da 0 despotismo nas < 1 ú ltimo texto do livra, '' Sociologia, moderniza çã o aut ónoma e revobiãto HOClwRj
1

relações humanas, o pr í vilegiamemo das classes possuidoras, a í uperconccntra ção da .


Itinu i OS dilemas do pensamento ( cr í rico e conservador ) latino-americano c dftborU
.
renda, dn prest í gio social e do poder, a moderniza ção controlada dc fora o crescimento trillen forte à sociolog ía "descomprometida’' e “ neutral", que olhao cenrro < < ln , ts
econ ó mico dependente eK - J Hits .
puf i A Am é rica origin á ria , É mais um convite i reflexlo.

.
O que leva ã conclusã o cá ustica , Je r norme mualkUlr quando present í amos os
confrontos socials nu Bolivia, no Equador na Lfoiõmbla , 1111 Venezuela MU
Ikiti m p.
fatham porque operam unilatcralmcnte, nit sentido de preservar e t menu fu at mprinitági, Illhlrru.|. M .
)

llikkm . p III
l í ikftm f i » ’1 Ilk HI
66 O oofi íínífJite do labor

Na linhagem de Caio Prado J r. e também de Mari á tcgui, Flores tan Fernandes nos
ajuda a desvendar os dilemas de nuestra América, que oscila entre a moderniza ção e a
barbarie , avançando e recuando, dando um passo à frente e outro para irás, avan çando
o atraso e retrocedendo o avan ço.
Se atentarmos para o aumento da Temperatura social e política da America Latina,
neste tenso e turbulento inicio de século, fica dif ícil desconsiderar a obra vigorosa,
densa, cr ítica e engajada de Florestan Fernandes , Seu pequeno livro citado é uma IV
bela sí mese do que se passa no continente, dependente, mas rebelde; espoliado, mas
insubmisso ; destroçado , mas insurgente , F o pensamento vivo de Florestan Fernandes AS LUTAS SOCIAIS E O SOCIALISMO NA
é parte desta Am é rica Latina.
'

AM ÉRICA LATINA NO SÉCULO XXI

UMA BREVE é
NOTA SOBRE O SOCIALISMO NO S CULO XX
No limiar do século XXI , a busca por um novo projeto socialista encontra-se novamente
na ordem do dia. Hoje estamos em condições dc fazer una balanço mais conclusivo
da experiencia vivida no século XX: derrocadas as suas mais importantes experiê ncias ,
com il URSS à frente , c possível constatar que esses projetos n ã o foram capazes de
derrotar o sistema de metabolismo social do capitai. Tal sistema, constitu ído peio tripé
( ,tpitai, trabaüw e Estado , n ã o pode ser superado sem a elimina
çã o do conjunto do*
rliTncntos que o compreende , Como diz Iscvá n Mészaros 1 , n ã o basta eliminar um ou
nu’ imo dois de seus polos. O desafio é superar o tripé, no qual est á incluida a divisão
«miai hier árquica do trabalho que subordina o trabalho ao capitai
-
For n ão ter avançado nessa direçã o, os países pós capitalistas, liderados pela
I UNS, foram incapazes de romper a lógica do capital. Fen ómeno assemelhado ocorre
'
Inqc com a China, que oscila enrre uma abertura ampla para o mercado mundial sob
0 i nmando do capital e o fortalecimento do controle pol ítico r ígido exercido w|
( *o
Falado e pelo Partido Comunista Chinês. Penso que a reflexão desse ponto é lllTI
primeiro c decisivo desalío .
Vamos para um segundo ponto ; a experiência do “ socialismo em um só pa ís" ou
flirimi i cm um conjunto limitado dc pa íses foi um empreendimento també m derrotada
n« nil ido que se foi . Como diz Marx, o socialismo deve ser concchido como uma
HHIH cvs u.il idade histórico-mundial; as revoluçõ es politicas podem inidalmeme assumir
ítnin M informação nacional, mais limitada e parcial , Mas as revoluções sociais r èin um
-
IHUIIIM CO significado unlversalizante.
Na fase do capital mundializado, marcada por um sistema global do capital
diitç u.t ímente combinado conforme caracterizaçã o de Franç ois ( .' hcsuais cm , 1

mundialitaçõo dn capital* , o socialismo somente poderá ser concebido enquanto

' ImJii MI'« MIMI t\nv Mpm àé , ki


1
VU . I IIIHI N »
Ç MU PWfl •’ < 1 i
,4 s ,uí tia sociais e o soeiaíísmo na Amé rica Latina no século XXI 60
OH O continente cí o labor '
.
um empreendimento glot il /universal . Sim efetividade no espaç o nacional depender
á, Economicamente, vá rios desses países sáo dotados de significativo parque
produtivo, como o Brasil e o México; outros têm important ia polí tica estratégica, como
de maneira decisiva, de seu desenvolvimento em outros espa ços nacionais, o que llie
confere tcndendalmente uma process uaiidade histórico mundial Messe movimento, - . é o caso da Venezuela , que, conjuntamente com a Bolí via c, cm menoi dimensão, o
quanto mais ele puder atingir o coração do capital (Estados Unidos
, Europa Unificada Equador, busca alternativas contrárias à lógica neoliberal dominante.
e Japão, cm primeiro plano) , maiores ser ão suas eletivas possibilidades
. Junto à eclos ão de lutas e levantes populares na índia, na Rússia, na Coreia e
modo , preserva çã o dos elemento s de mercado durauie a transição ua Indonésia , entre outros países que não estão doctamente no centro do mundo
Do mesmo a
socialista do século XX mostrou-se um caminho certeiro para que o sistema de capital apiiali.su, os países latino-americanos constituem uma gama dc forças sociais popúlales
i

c do trabalho capazes dc impulsionar um projeto que tenha como horizonte Uma


pudesse ser reinstaurado. Assim, n constituição de lima etssociapio livre dos trabalhadores,
gestando um novo sistema de metabolismo social fundado no trabalho autónomo c organização societal socialista de novo ripo. renovada e radical, bastante diferente dos
autodeterminado, é incompatível com as engrenagens do mercado, Os “conceitos empreendimentos revolucioná rios intentados no século XX,
apologéticos e justificadores do tipo “ economia socialista de mercado ou “mercado
'
Nessa quadra da história, o desenvolvimento de movimentos sociais c polí ticos
socialista'' sã o eufemismos usados para encobrir n retorno e o comando do sistema de esquerda e de massas, capazes Jc enfrentar alguns dos mais agudos desafios deste
do capitai, em seu processo de restauraçã o. , .
fim de século, mostra-se também presente Desde o movimento social e político dos
fortes demais Muitos acreditara m que . pads cas no Mé xico em 1 994 contra o domí nio imperial norte-americano, passando
Os casos da < bina c da auriga
( URSS s á o .

a abertura económica soviética, junto à sua abertura política fosse condiçã para
, o a pela comuna de Oaxaca, que recentemenre abalou o poder oligárquico mexicano, ou
preservação do que ali se denominava, tamb de modo equ é m í voco , de " socialismo linda peio advento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra {.VIST ) nn
real", O desmoronamento do sistema soviético já é pane da nossa história recente c Brasil, pela retomada das lutas operárias e sindicais mi América Latina e pelas cxplosm .
só muir á ingenuidade imagina que o “socialismo chin é s" pode controlar o
sistema de iaisdos trabalhadores desempregados em cimas outras panes do mundo. Sem i.il.i
capitai' qite .se esparrama de modo imenso pela China, cuja degradação do trabalho ii baralhas cm Seattle, Nice, Praga e Génova contra a globalização económica im ,

nu ontros do l Ó rtinr Social Mundial, na luta dos piqueteros na Argentina e nas IIIM
passou a ser o patamar utilizado pelo sistema global do capital para dilapidar ainda
contra a privatizaçáo e a Tnercadon /,u, m
'
" • i . us pelas quest ões sit á is conmas baralhas
,
mais a tor ç a de trabalho em escala global.
A diferença maior, quando se compara o caso chinés com o soviética, é que o 11 água, do gás c do petróleo, como vem ocorrendo na Bol í via, na Venezuela rio
primeiro realizou uma monumental abertura econ ó mica panto capital, hipertrofiando L f fiuguai c em outros pa í ses do nosso continente.
0 aparato polí tico do Estado e seu controle sobre a sociedade
de classes que hoje existe na lais fatos sáo resultado de açõ es c movimentos populares, dos mais epbódfi r. .n i

HI abrangentes, que dc certo modo exemplificam novas formas de organ


iza ç a » di
China. Ou .seja. realizou a abertura económica, mantendo ul tracen crallzado o controle
do Estado por meio do Partid» Comunista edo Exército, Exemplo dessas mutaçõ es o.ilulhadores e dos precarizad os . dos novos trabalhado res e povos Jo intuid », J mo i
'
e do avan ço do sistema de capit d est á no fato de que o Partido Comunista
( . nines já UáHurJalogia do trahalba das lutas
c sociais que se rebelam contra o sentido tis num
" fi
ipii ' 1 e sua forma mundial izada, que atinge , início do éculo XXI
permite, entre setts membros, a filiação dos empresá rios. Não é difícil imaginar o que
- neste s . MM

resultar á desse quadro nos pró ximos anos e décadas* igressiva e brutal contra a humanidade que irabalha.
Desconsiderar essa pmcessualidade, quando se pensa no socialismo Jo século XXI, Essas luras cada vez mais assuntem a forma de movimentos cunt í ., i i i

mm .mtilizaçáo do mundo, contra a totalizante (e totalitária) "mercadon lu


seria o mesmo que desconsiderar a história. E a história critica do experimento socialista
I 1tulu q L u se produz, procurando atingir de modo cada vez mais pcr.sbtvnti i ipltfll
do século XX é fundamental para o exerc ício efetivo do socialismo no século XXI ,
Nesse contexto, as possibilidades do socialismo na América Latina devem ser Hi --it .1 pr ópria maretialidade, Sua força maior está em indicar a ceiuraliil uli d u .. .
pensadas como parte de uma processual idade que não se esgota em seu espaço nacional
, "
I linas o pr óprio espaç o do capital e de seu sistema, sendo, por isso Ima .m itm .
. ÊÊtuparlanientaref e extrainstitucionais .
Como vimos anteriormente ao longo , do s éculo XX
país” teve um resultado tr ágico. O desafio maior, portanto, é buscar a ruptura
a lógica do capital em escala simultaneamente nacional continenta
a tese do “ socialismo

l c mundial
em

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^^ ' "ii i » nos ensina Mész árosfi sendo o capital um sistema tl nn ulmll
.
L tu , i luirme extraparlamentar , qualquer tentativa dc superi , - fi pic ai nt
" - . i a > l>
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como Brasil, Mé xico, Argentina, Venezuela, Bol í via r u un u pmli m . pa . 1. Iturn parlamenta ) estará impossibilitada de n . li,' " a dil il npi lu
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l í ter ¡
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relevo llts -.e cellar i.o , vistuque. por u m Lulo , M on MM U I m i m pI A .i m p m i i i i f . da i mi ã - i , i , ule capitai s seus pilares de sustentação . D maiúi inéiltiuli
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1 Mriiiuiaç io nmml J dm. apit il i pocoutm. it m um
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i 1 , i L l .ii 11 . til 11
MI [ a ii i nn la l" i tmi [iteiloiniuauteiiierue i

Moii
70 O continente do labor .
As futas sociais e o sooktWsmo no Am é rica Latino no sécalo XXI 71

desaf ío maior do mundo do trabalho e dos movimentos sodais de esquerda é criar e O entendi meneo das complexas conexões entre classe e género, entre trabalhadores
Inventar novas formas de atuação autónomas, capazes de articular c dar ccntralidade as “ está veis” c precarizados, entre nacionais e imigrantes, entre trabalhadores de diferentes
ações de classe contra o capital e sua lógica destrutiva. Isso em uma fase em que nunca etnias, entre qualificados e sem qualifica ção , entre jovens c velhos, enrrc empregados
o capital foi tão destrutivo em relação ao trabalho, à natureza e ao meio ambiente em
suma, à humanidade.
— e desempregados, enfim , entre tantas fraturas que o capital impõe para a classe
trabalhadora , torna-se fundamental responder por meio dc um movimento social e
A recusa da separação, introduzida pelo capital, entre ação económica, realizada pol ítico dos trabalhadores c das trabalhadoras, na busca c realização efetiva de um novo

pelos sindicatos, e ação político- parlamentar, realizada pelos partidos ou seja, entre projeto societal socialista neste século XXL

luta social e política concebidas separadamente , í absolutamente imperiosa e mesmo
imprescindível quando se pretende derrotar de fato o poderoso sistema de metabolismo
Uma vez mais o resgate do senrido de pertencimento de classe (o que implica cm
entender as conformações da classe trabalhadora hoje e sua nova morfologia ) é questão
social do capital , estruturado a partir do tripé Estado, capital e trabalho assalariado’. crucial nesta viragem dc século,
A a ção contra o dom ínio do capital cm busca do socialismo deve articular luta social
e luta política cm um complexo 'indissociável.
O mundo do trabalho e as lutas sociais dc classe , em suas complexas relações A AMéRICA LATINA ENTRE A BARBá RIE E A BUSCA DA FELICIDADE SOCIAL
com a luta ecológica, de gênero, étnica e geracional pela igualdade substancial, têm
cada vez mais uma conformação mundializada . Com a expansão do capitai em escala Nas últimas d écadas, a Amé rica Latina vivenciou um verdadeiro genocídio neoliberal
global e a nova forma assumida pela divisão internacional do trabalho, as respostas que se abateu sobre a quase totalidade dc seus pa íses - com exceção dc Cuba, que,
do movimento dos trabalhadores assumem um sentido unlversalizante crescente. entretanto , herdou consequ ê ncias muito destrutivas, decorrentes da prepositura
Cada vez mais as lutas dc recorte nacional devem estar articuladas com uma luta dc Idcopolítica regressiva presente no neolibcraiismo. Genocídio este caracterizado pelos
amplitude internacional , enormes í ndices dc miscrabilidadc social, pelo aumento da riqueza, pela hegemon ía
A transnacionalizaçáo do capital c do seu sistema produtivo obriga ainda mais do capital financeiro c pela expansã o da propriedade concentrada da terra c do
a classe trabalhadora c as lutas populares a combaterem as privatízações da água, do ugronegócio, desertificando (quase de modo irreversível) o rico c potente continente
petróleo e do gás c a lutarem pelo direto ao trabalho, pela redução de seu tempo e sua latino- americano e caribcnho.
jornada dc trabalho, pela amplia ção dos direitos sociais, pelo controle da propriedade Per íodo que se caracterizou ainda pela expansã o do grande capital transnational ,
« ib a hegemonia financeira; pelo papel servil dos governos e suas burguesias locai »
(inclu ída a intelectual ), pela preservação ambiental cda natureza, enfim, pelas cjuestóes
vitais. Para tanto é imperioso uma forte articulaçã o internacional nas ações c lutas, tanto alindadas e cada vez mais transnacionalizadas; pela adoção dos modelos econ ó mico*
pela solidariedade como para fortalecer as formas dc confrontação. A mundialização dos • ile políticas de governo que seguem a cartilha do Fundo Monetário Internacional
capitais corresponde, portanto, cada vez mais e de modo intransferível,*ma mundialização
( I Ml ) , que " integra” parafora ( para os capitais globais) e se
desintegra socialmente futra
das lutas sociais e do trabaUso , dentro-, e pela vigência dc parlamentos degradados e dc poderes judiciários conivente»
Isso porque a classe trabalhadora no mundo contemporâneo, em sua nova i nm as classes dominantes e responsá veis pela ampliação dos cânceres da corrupçã o,
morfologia, é mais complexa e heterogé nea do que aquela existente durante o periodo j Se tudo isso não bastasse, o neolibcraiismo nos ofereceu ainda uma multo
dc expansã o do fordismo\ O resgate do que Alain Bihr chamou dc sentido de .
mmplicc com seus realiiy shows que se “ dedicam ao que há dc mais vulgar, embotando
o mpírito c os sentidos para as impressões do belo e do perfeito” , oscilando ctiitr o
pertencimento de classe, contra as in ú meras fraturas objetivas e subjetivas impostas j
pelo capital , é um dos seus desafios mais prementes6. E devemos cer ainda uma (frivolo e o insulto” , para lembrar Goethe cm seu clássico Os anos de aprendiutd» de
concepção ampliada de trabalho, que não nos leve à tese equívoca e curocêntrica do Xt'titudm Meister*.
mito do fim do trabalho7. Mas o neolibcraiismo vem dando mostras dc encolhimento, ao menos em algum
Impedir que os trabalhadores precarizados fiquem ã margem das formas dc Bufo , desde o fim da década de 1390. Náo é por outro motivo que a "grande Impirma*
organização social e polí tica dc classe é um desafio imperioso no mundo contemporá neo, I i -
h in di (0 com alguma frequ ê ncia, que v á rios países larino amrrltamm- M ã n vivem t,mdn
til í n lau de "instabilidade democrática” : Venezuela , Bol ívia , Equador, Peru , C oló mbla ,
Vá tlm t á n o» exemplos capa /ei de Inquietar e tinir o sono do» senhores da Am éili a
Idem I . conto » r , uma vc t d < u nhada a arquitetura institucional do% dominante» o»
IHtkltJv , , U
I tM Inl fifwnvitlvkl* riM|lj, * liiii Annum \At ( h Ál
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1111, Ititlno ameiKanm tlrvinwhi uiutpi í l n litual eleitoral r , como
cntiwqiié ticlu,

tu, AlltUI» • !* « *" < "« * •«-



» Hi , fo.ll, > I UW 4 ( N f I
72 O cimtinente do tahor Ar> / uros sociais e ci soctaiismo nti Amé rica Latina na sémto XXI 7 ri

aceitar rodas as mazelas , os embustes c os estelionatos nos anos seguintes, esperando hozada) e o vice que lhe sucedeu, Carlos Mesa, herdou a mesma pol frica da privatizaçà u
as próximas elei ções , quatro ou cinco anos depois, para legitimar os processos que traz mais privação .
eleitorais preservadores das novas c velhas oligarqu í as , dos novos e velhos interesses Essas mobiliza ções populares sinalizam , de alguma forma , que os rearranjos para
dominantes, cuja “ democracia institucional ’ é cada vez rnais getadora da conservaçã o,
'
preservar a “ governafailidade” de governos antipopulares parecem fadados ao fracasso.
mais acomodada aos mercados globais , mats conivente com a misé ria c o vilipê ndio, I ii també m est á presente outro traço dos descontentamentos; alé m da revolta popular
a brutalidade e a harbá rie , o desemprego e o flagelo . dos ind ígenas, camponeses e operá rios , v á rios se lures das classes m édias assalariadas
No Peru , por exemplo , ha alguns anos saiu pela porra dos fundos o pequeno c proletarizadas aproximam-se das luras populares e participam dos levantes. Foi essa
ho nap arte Fujimori, corrupto at é a alma, e subiu Toledo, apar ê ncia de indio e cabeça on text na!idade rebelde c insurgente que permitiu, inclusive, a vitória eleitoral de
i

de ianque, para manter o receitu á rio da barbarie. Acumulou í ndices de completa e I so Morales,
cabal rejeiçã o popular. Na Colombia, apesar da ingerencia pul inca e militar direta du imperialismo dos
No F.quador, Guti é rrez, um ex - l íder militar que ent abeçou um levante popular I scados 1 nidos, a guerra civil se mantcm c a presen ça norte-americana evidencia que
c ind ígena, em 2000, to motase presidente pelo voto c metamorfoseou se cm um - inbora tendo como aparente bandeira o combate ao narcotr á fico - procura -se de fin í
i

vil gendarme, responsá vel por um governo corrupto e abjeto , De representante impedir o avan ço de un í novo ciclo de rebeliões c revolu ções em nosso continente.
cleito pelo povo, romou se representante das “ elites’ c foi posto para fiara do [Tais.
- Na Argentina , presenciamos j á h ã alguns anos a organizaçã o dos trabalhndon. .
E o movimento indígena e popular, que o apoiou nas elei ções presidenciais, pediu d a m pregad os, denominados piqueteros, que depuseram , jumo ns classes medias, no
desculpas ao povo pelo erro. Manteve-se na oposição c teve papel central no levante I , v. mte de dezembro de 200 ] , tanto o governo I )e [ a R ú a quanto os varios pretenso -.
que depôs o governo Gutié rrez e levou à elei çã o tie Rafael Correa . ii urpadnres- p resid entes .

Renascem , ent ã o, embriões de democracia popular, de base e de massa, que Vimos també m a amplia çã o de um importante processo de ocupa ção de fá bricas
começam a recuperar o espirito comunal - esta genial arquiremra do verdadeiro poder P los trabalhadores (as “ fá bricas recuperadas” ) , lutando para preservar seus empregos c
popular que nasceu na bel íssima tomona de Paris (1871 ) , que, vale lembrar, rinha como il .ii ¡os, em um pa ís cujos governos n col ibera is chegaram ao m á ximo do servilismo riu
consigna o generoso lema “ pj Limes aqui peia Humanidiult Esses efetivos expert 11 tentos
'
I içá o ao FMI e sua polí tica destrutiva. Foi este o caso de Menem , que desmontou o >
vein aumentando a consciência e ; t repulsa populares em rela çã o ã s formas burguesas
1 " os p ú blicos c sociais, privatizou rudo o que funcionava na res publica argentina
'
da velha domina çã o. mchentando as condi ções de trabalho cuja informalidade c desemprego atingiram
Na Revolu ção Boli variants , conrea as várias tentativas de golpe sofridas pelo governo "" plus contingentes da população trabalhadora , e financeirizoii ao limite sua economia
Ch á vcz, os trabalhadores [tobies dos morros de Caracas desceram is ruas para recolocá lo - -
im nando a ainda mais dependente do FMI.

na presid ê ncia da Rep ú blica , depois de um ign ó bil golpe civil - militar, pró - imperialista , Piulemos recordar aínda a expressiva resist ê ncia zapatista no M é xico, qiu i ,
ao qual sc seguiu um locante da empresa petrol ífera á vida pela privatização da empresa II •|' decisivo particularmente nas lutas sociais c políticas anrineoliherais im im , ir
I .
-
estatal . Na Venezuela, em todas as partes populares do país , perceBe se um processo de utos 1990 , quando muitos acreditavam que a histó ria tinha encerrado .seu fit It •
1

organização popular que li está se gestando, o que é suficiente para exasperar as “ elites ,
’'
i ' i unbé m a recente comuna de Oaxaca de 2005 , que desnudou a destruiçã o d , i tr >

que querem a preserva ção da barbá rie e do poder das oligarquias na America Latina , publico levada a cabo no México.
Ampliando a base popular, acentuando seu traço antiimperialista, buscando A resistê ncia heroica do povo de Cuba, que resiste de modo prometei LO ao hloi|
aproximar -se, ao seu modo , das alternativas com contornos ou tra ços socialistas , a ;|M ir d ía gigante imperial (e imperialista) do Norte c que há mats de cinquenta ano . 1 Mu
|
Revolu çã o Bolivarian a c exemplo da busca de algo novo c cm constru çã o em Huestm n 1 ' minio norteamericano no continente, c o MSTesua hita persistente com ía I ú i

América. Ancorado em forte impulsão popular, vem se tomando uma pedra na r 11. i < 11 ii 11 I io, da cu ncentração fundiária e da propriedade p r¡vadiii so ca m po , s
(

pol í tica de domina çã o c terror dos Estados Unidos. Por isso . indcpeudentemente dr ti ose s em¡litis dos impulsos que brotam das I utas sociais c pol¡1 i i .ss da Am rita I unu
suas dificuldades c limita ções - das quais a dependê ncia de um lidei personalizado M ' iin . no espectro inais à direira, insistem cm perguntar: n .í m r.nt unid . '

.
' '

calvez seja ainda a mais emblem á tica -, sofre enorme oposição da direita , intern ,i r | Hf > movimentos e essas manifesta ções populares! Nao ¿ eiia n IIIKI I ". , .| i , I ,
externamente, c só a força popular poderá avan çar c impedir u inn i - mi' I ILH qu <
1
iipil . tiiii > ditaduras militares na .Am é rica Latina ?
precisa articular laços de solidariedade u *m os povos latino americanos para impedit I I > < iiosx i parte, a indaga çã o é outra : ser á que as cliam . id v. ' ni -, mi . -
if 1 I
o isolamento pnt meio do qn . il piutli id . i ’. . o iloimnio impri ill |> n « ui a di t u i ii i . ..
V i " inabilidade vigem
i ’ i ni " á u l
'
requentemente antljmdi da I < 11 v i deiin i . u i ,
, ,
Revolu çã o < ubaua de 111 > ‘i I |miai do ir . d [ mili i di 11
, . . .
> il ilh it liir .i r
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,
" "i . -
N i Rule d , |i *'i vV. inibi " tus di i t o u i iiii a tuMHU
Ur un i ' imuM
lo - id * ‘ Ur » * oialnli l
1
" i . i i n . .
I i Vi a il . idi , n i " " ç i I , . |> i i i n l.u 1 1 1 ' I ' I '140 uno * dm i i'J t l ,III|' i ' • | >
, , i

da > * 1 11 * ulu Iu < ditUM do •I " iitpil I I ' tiiili i i n t o lann ili m i l o m i <
i , 1 -, , m < <|o < m i ' , , i n i ji t i \ I -, i t il i i a i n
i i
Ax lutas sociais e o socialismo na Am érica Latina nn sécula XXI 75
M o continente do labor
- vive-do- trabalho e se constituem em importantes exemplos dessas novas con
-
florescimento, no solo latino americano, de um novo projeto societal de feiçã
o mais
.‘fontações contra a l ógica destrutiva que preside a (des) sociabilidade contempor â nea
comunal, constru ído pela base em assembleias multitudinarias .
que th sé culo XXI tem presenciado cm intensidade e abund ância. Essas luras nos
Projeto este que começa a ser desenhado peia nova morfologia do trabalho
etn
, assalariados levam, por fim , a debater alguns pontos ¡ m porra mes , quando se pensa no desenho
seu significado ampliado, tecido pelos operá rios, camponeses, indígenas tie um projeto socierai .socialista neste século que se inicia.
m édios urbanos, trabalhadores empregados e desempregados, homens mulheres
e que
são parte da classc-que- vivc- de seu trabalho c - -
que constroem cotidianamente lima

sociedade livre, socialista e emancipada, A AUTODETERMINAÇÃO DO TRABALHO E, A PRODUÇÃO DE BENS


SOCIALMENTE ÚTEIS COMO O SENTIDO ESSENCIAL DO PROJETO SOCIA 1 IS IA

A NOVA MORFOLOGIA DO TRABALHO AS LUTAS SOCIAIS E AS FOR ÇAS ,


< 1 empreendimento socialista n ã o poderá efetivar outro modo de rida se n ã o conlci h
SOCIAIS DA EMANCIPAÇÃO HUMANO -SOCIAL 10 1 r .¡bailio algo radicalmente distinto tanto da subordina ção estrutural em rela çã o ,m

trabalhadora ipital quanto em rela ção ao seo sentido heier ònomo , subordinado a um sistema 1
Apesar da heterogenefia çã o, complcxifica çã o e fragmentação da classe rn ndo e hier nquia, como se deu durante a vigência do sistema soviet ¡en c nos p 1
latino-americana (c també m aquela existente hoje nos pa íses capitalistas centrais).*as
Au chamado ‘’ bloco socialista” ou do ‘.socialismo real , eufemismo para escondei , r .
possibilidades de uma efetiva emancipação humana e social, pela conquista da alternativa in oclas que impediam a autonomia do trabalho fora das engrenagens do capital c seu
socialista , podem encontra r concretudc c viabilidade social a partir das revoltas e
rebeliões
) no mundo do trabalho ; um as te tua de comando .
que se originam centralmente (c não exclusivamente Com isso. entramos em outro ponto crucial, quando se trata de entendei ' i
processo de emancipação simultaneamente do trabalho no trabalho , cpelo trabalho .
Essa formula çã o nã o exclui nem suprime outras formas importantes de rebeldia .
i ' id ideiro significado do trabalho no socialismo c sua profunda diferen ça cm rcla ç 10

, valores de I 1 ' ' i ma .social do trabalho sob o sistema dc capital. Conforme desenvolvemos no I . •

e contestação. Mas, vivendo em uma sociedade que produz mercadorias


,
< Ji amidos âo trabalho, utna vida cheia de sentido fora do trabalho supõe uma vida
troca , cuja l ógica é voltada para a valorização do capital
e seu ciclo perverso , as revoltas
combate direto ao capital . 1111 . u I a de se titi do dentro do trabalho, Ná o é possí ve.í compatib il izar rrabalho assai tiiadu
do trabalho acabam tendo estatuto de cemralidade no
pi n iñeado c estranhado com tempo verdadeiramente litre. Uma vida desprovida , I ,
Todo o amplo leque dc assalariados que compreende o setor de serviç os, mais 1
, os desempregados, os 1 nido no trabalho c incompatível com uma vida cheia de sentido fora do trabalho
os trabalhadores “ terceirizados , os do mercado informal
’'
I m alguma medida , a e.sfera lora do trabalho estará maculada pela desejetivatao qm
subempregados e os desempregados, somam-se decisivamente aos trabalhadores I «1 I 1 no ¡nrerior da vida laborativa ,
diretamente produtivos, configurando -se no polo social c pol ítico dotado
dc maior I 1

( omo o sistema global do capital , em nossos dias atuais , abrange intern,anu no


potencialidade e radicalulade antícapitalista. :
1 n 11 N 1 ti as cs feras da rida fora do trabalho, a desfetkhizttção da sociedade do cansan: 1 1 n
I ã o mesmo modo, a luta ecológica e os movimentos feministas, é tnicos dos j
(
tua 1.1111 trul á rio imprescind ível .1 desfetiçhizaçáo no modo de produção das t ubas l > quf
indígenas, dos negros, dos imigrantes) e dos homossexuais, entre outros encontram
,
suas reivindica çõ es singulares I Ipiii 1 .1 sua conquista muito mais dif ícil , se n ã o se inter-relaciona decimam , utr . 1 a ç AÕ
maior pujança c vitalidade quando conseguem articular I, > aipo /ú ne com a lura contra a l ógica do capital c a vigê ncia do trabalho abaaim ,
e autênticas contra as m ú ltiplas opressões do sistema de capital . 1

I Se o fundamento da a çã o coletiva for voltada radicalmente contra as Im mal


No caso dos movimentos ecologistas c ambientalistas, o eixo de seus embates ib 11 h ", Isociabiliza çã o do mundo das mercadorias, a luta imediata ¡ní a redufdw
global ) e ,
deve ser contra a lógica destrutiva do capital ( que destró i a natureza cm escala
da E " nada ou do tempo de trabalho torna-se importante e inteiramente ompamel
no caso da luta das mulheres, suas ações devem voltar-sc contra
o cará ter fctichizado ,
cm I «t o direito ao trabalho (em jornada reduzida c sem redu çã o tie sal , um ; I > 1 *. >, »
estranhado, “ desrealizador" c virulento do domínio patriarcal que as subordina I BIKIU luta contemporâ nea imediata pela redu çã o da jornada (ou tio u ntpo) , 1c
impedindo lula em busca dc uma cfctiwi
seu duplo espaço, familiar e profissional
igualdade substantiva, como apoma Mésziros mesmo
,
, O
sua
pode - se dizer cm rela çã o á I > l , 1 lio 1 r . 1 Ima pelo emprego , em vez de cxcludentes , tornam > e uc 1 v .
kplanentares. E <1 empreendimento societal por um trabalho iheto de te nado
luta dos diversos povos , etnias e culturas pela ruptura das
pelo capital para impedh a obten ção de uma igualdad - substantial.
,
descomariii , oii

.
o di / . id .i

i .u ,
»
^^
> I I ' i ida aut é ntica lora do trahalbo , por um tempo duponit , / p n , i o 1 MIUIIH
»

.
mn h mp 1 re > dadetrami m,- ho < , auiunoiuo hu .1 du rr ihallm , , i 11 hm ¡ un i a i m > [ n u
p I

As recentes grevt < - as c *p|o‘. n , s so, lais . po • m i . nl . is pelo pan apllali


-, i

. - / > >¡ > 1 1 i - , , 111 11 o 1 ,11 . i u n v r i 11 , - 1 1 1 . 11 m 1 1 1 . 1 . H I .I


i olislituem veelii import mr > . , .
, semplo d . r . nova loi m , i de otdtom n , ao i . 01111 1 , il i
111 1 . "' , • 1 1 1 i 1 1

I , IM < .ilam
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76 O H?r?Jfírr ?ít íe do hib<ir As í utfis SQCkuiá & £ j síJCíoirsíTiD Jta América Latin n no sécalo XXI 77

Pon UM NOVO SISTEMA DE METABOLISMO SOCJAl . : A BUSCA DL UM NOVO M 11;5í Im do cap i td isji io. o desti i ve> lvj turnxi ) tias loiras ]>TIKIU é iv;i s tornn-sc dese n volví i tic m r i
( L OIIIGJNAI-) MODO DE VTDA das forças destrutivas efa namrrca e dos Hornera De fonte de enriqueci mento, corm -sc .
fonte ele empobrecituenin ,|>oi.s a ú nica riqueza a ser reConheéídU n ã o c o valqr de uso, mas
A i nveit çá o societal de uma nova vida, autentica e dotada de sencido, recoloca, p enramo , essa abstra ção que é u valor, t, nesse mesmo quadro, a potê ncifeconquisiada pefo sociedade
liebre inicio du século XXI , a necessidade imperiosa de constru çã o de un í novo
Jfb.re . 1 naturfla iruisforma -se em impot ê ncia tríscente lie.ssa me ; in ,i sociedade [ . . 1
sistema de metabolismo social de nm novo modo deprodução fundado na atividade ,

autodeterminada. Atividade bascada no fculpé ditpontieí para produzir miara tic uso O segundo princípio societal mpresclnd ívcl e , como ensina Marx , concebei u
socialmente Bfwaíhfzw, na realização do trabalho socialnutiíe necessário e íontm a produção trabalho como atividade vital , livre, autoatividade, com base >10 tempo disponível. Oque
¡ gnifica dizer que u nova estrutura çã o societal socialista deve recusar 0 funeionamium
heterodetertninada, tpie ca r áete dítou o capitalismo, has fado oo tempo excedente para a
produçã o AM lusiu& dí valores dé ¡rom pani o mercado e para a reprodução do capital. mm base na separa çã o d ico [ Arnica entre tempo de trabalho necessário para a reproduce
Os principios const i inri vos centr áis , que devem estar presentes desde r> inicio t ía social 0 tempo de ¡ntba /ho excedente para a reprodu çã o do capital ,
constru çã o t í o socialismo do século XXI , devem patitur-se pelos seguintes bdametitos:
1 ) o sentido essencial det produção e da oída societal será voltad pxclusivamente pam a atetsdi-
-
tntf íto ¿las efetivas neccs ieladcs iturna nas c sodais; 1 ) o earn'icio do ¡rabaliso da era ser serftptt
^ ^ Uma sociedade sn mente será dotada de sentido e efetivemente emancipada
1 ' lando a.s suas I un ções vitais , control ; loras dc seu sistema de inviabulismo social ,
harm efiiivamente exercidas autonomamente pelo pradutores associados e não ¡tor um -
,

sinónimo de autoatividade. atividade livre, baseada no tempo disponitvh de modo profonda- < trepo exterior e controlador destas funções . Enquanto o tempo dispvnhel, na perspeetn a
' capitfdi c concebida
tnentf articulado com o princípio am , dor, fondado nas necessidades lucrnano-soctais. " comet algo a ser explorado >t <> interesse da rua própria expansão ••
nuranic a vigê ncia do capitalismo ( t\ de mndo mais ampio , do pr ó prio sistema • doifoação . du ponto de vista do rials. I 10 vivo mostrase comoeondiçiri para mrt . 1
cio capital )'} o valor de uso dos beas tocialmente necessários ntbordinou-sc no sea valor de nciedudc possa suprir <.t us caree i mentos c necessidades deiivamcnfc sociais e, dessi
mi ido , hazer .aflorar uma subjetividade dotada de- sencido dentro e fora do trabalho.
troca , epic passou a comandar a l ó gica du sistema de produ çã o t í o capiT.il . As timeões
produtivas básicas, bem como o contróle do sen provesso, finam radie d íñeme separadas . Isso porque o rem i? disponível será aquele dispê ndio de atividade laborai iva
^
. i ' iuidercrmitiada , vollada '" para a rival a des aut ó nomar , eytema .s á rela çá u
LU í i , a ( [ i ] L' les tpteproduzem ( os trabalhadores ) c aqueles que controlam ( os capitalistas dinheiro
c se us gestores) . Como dir Marx , o capital operou a sepa ra çã o entre trabalhadores e "
'
i í iadoria negado ras da rela çã o total í zame da da \
pv ofomia-? nereadoyia e contrai ' .
meio de produ çã o , curre Llo carato! c ;i sm concha , 3profunda ndo se a separa çã o
' 11
- I " ' rui to . a sociedade produtora de mercadorias,
(. amu 1 conclus ã o : uma vida
cheia Je sentido cm indas as esferas do sur . -. ¡ al ..
entre a produçã o voltada para o atendimento tins necessidades bu ma nu -soda is c para
I . 11 pela felicidad '. - social e pela umndarcialrdfdc / tuntana . sumen re [ todera el , lo 11
as necessidades de aumrreprodu çá o do cap i ral .
kudo sido u primeiro modo de produçã o a criar uma. l ógica que n á u leva em couta *»c por miro da demoli çã o das barreiras existentes entre tempo de trabalho c tempo

prioritaria me me as reais necessidades x0< icraix, e que també m por is.so difcieucioli - i
. trabalho , de modo tpie, a parrir de uma atividade vital ché ia le ' ’iiriiln .
II I í 1 ni i nada , para além du divisão hierárquica que subordina n tm /ialho na Cápihtl
. .
- sc de maneira radical de iodos os sistemas de controle do rfiertubuSisirn > .social L

anteriormente existentes (que produziam visando suprir prioritariamente as necessidades


1
vigem e , poiramo , s ü b bases inreir uueme novas , poss .i se desenvolví .
de autor reprodu çã o humana ) , o capital instauro# um sistema voltado para a sna I > i I i d a d e. decida por individtun I hom e ti s c mu Iher es) mcinis e lirivmrnti
aumvalori / jçã o, que independe das reais necestidades autorreprodutioas da humanidade. mustiados , onde é tica , arre, hiosofta, tempo vn -d n dei minen te iivre . cm coni indi
iX' sse modo , a recupera çã o societal de ípn t lógica voltada para o a tend i mend . aspira ções mais auté nticas , .suscitadas no interior da s ida cotidiatu , fioscí bilirero
das necessidades
ao
-
humanu sodeta í s é o primeiro desafio inais profundo da humanidad ! " lições para a efetiva çáo da identidade entre individuo e gé tícm hniium » tu
Itil.iuiralidade de suns dimensões . Uma vida com formas, inieiru í neme imvns di
neste novo sectil o. Como di a Div á n M é sz á ms , imperativo de se ii para ilctn du
capital como controla soeioinetabó l ico , com suas dificuldades quase proibitivas , è a ' ' l i l i le, onde itbcrdade ü necessidadL se reali / em mutuamente.
condição com parti Iliad a pela humanidade ecmO um todo’ ' .
On nas palavra.s tic AJ iiti bilir: . ,
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78 O continente do labor

O CXLTCLC í O do trabalho aut ó nomo , eliminada o dispendio de tempo excedente


p. n .i a produ çá o de mercadorias, eliminado também o tempo de produ çã o destrutivo
í - supé rflua ( esferas estas controladas pelo capital ) , possibilitará o resgate verdadeiro

dn sentido estruturante do trabalho vivo, contra o muido (des )arruttirante do trabalho


.
afutrato para o capitai Isco porque o trabalho que estrutura o capital desesrrutim o ser
,m ial , is to c , o trabalho assalariado que d,i sentido ao capital gera uma subjetividade
.
i i .titihi üca , alienada/ estranhada no pr ó prio tro de trabalho, F. m urna forma de

souahilidade autenticante» re social ¡sra , o trabalho, ao recstruttirar o sentido humano
c six i¡d ila produ ção, desestrnturani o capital eseu sistema de mercado, b esse mesmo
trabalho autodeterminado que tornará tem fttitido o capital gerar á as condições sociais
|i . ti , L < i Horcscimento de uma subjetividade autêntica e emancipada , dando um novo
sentido ao trabalho.
Sc o trabalho torna -se dotado de sentido, será també m ( u decisivamente ) por meio
.
1.1 ii i L- , da poesia, da pintura , da literatura, da m ú sica , do tempo livre , do otitnu que
, Parte II
o M' I social poderá humanizar-se e emancipar-se em seu sentido mais profundo . O

11 L , '.er.i um helo in rento do socialismo do século XXL O BRASIL NO CONTINENTE DO LABOR


V

PASSADO , PRESENTE E ALGUNS


DESAFIOS DAS LUTAS SOCIAIS NO
BRASIL

NAS ORIGENS no PROLETARIADO BRASILEIRO


I > s primeiros n úcleos industriais no Brasil surgiram em meados do cula
sú XIX ,
vinculados às atividades predominantemente ma nu faturei ras, mas foi com a Primeira
i Hierra Mundial que houve um avan ço significativo no processo
de industrializa çã o,
I ui nesse momento que se intensificou o fluxo migrat ó rio, especia lmente europeu ,
i m busca de trabalho no país ,

Poi nesse contexto de advento dos primeiros n úcleos industriais que se desenvolveu
uin i l í mente a influ ê ncia anarco - sindicalisra bem como
, a socialista t posteriormente
da Revolu çã o Russa , foi fundado o Partido
, i lumunista. Hm 1922, sob influ ê ncia
1 nimmisra Brasileiro ( PCB) que em , , sua origem , foi herdeiro de force influência
iii irqiiista , uma vez que seus principais fundado res eram quase todos egressos do
-
nv vimento libert á rio. Vale lembrar que o socialismo
•(¡uiub Internacional , n ã o reve presen ça marcante rio Brasil .
reformis
1
ta . sob influ ê ncia da
,

¡num
s Pm verdade , havia uma forte dispura dc hegemonia, inicialmcme entren
in a ! ii al í smoe o reformismo oficialista , designado
de sindicalismo amarelo , > f pn
" " , e .

> l ,i Iniula çáo do PCB, com os comunistas.


1 1 pm meio do surto industriai , uo in í cio do século XX, que seden
I I
Hi , 1 1 oper á ria, especialmente nos ramos t êxtil , metal ú rgico, aliment ício eu
depende m hi i mini I
# i • iH /iii , entretanto, que, dada a particularidade
* da subordinaçã o e
1
,| ulistno brasileiro aos países centrais c hegemónicos, o padrão de acurmibçAn
i

flimi ,
’ ui ,tr ctriv,i um di á logo entre Engfls e Kauwky
i
, . liste escreveu, cm 1 ti i im im > 1 llf. '
I lio i .t Krgcbl uni pert
ut ni ótlko que me remeteram tin Rinde |anclm . lile toiu óii um aii > i;o iloi
fc|"innlu 1 Ijiefirltt Uraiileifo e KII po nima. ] jineniavelineiire IM ' sei pomiftiH |>, in mu " | 1

d . . .iqul e Jldo ' LO ^ lalvc/ te liireiestv n ar í ijjo 1 dvi r ' . , v I | 111 I


1 I I" I

Riniori nl qn ,- f pdiflloia |" . . j I j t r r urna nota onn t o r lmllcii . il | il 1 olli ' J i H O H I I M U I I .' n
.ln ib Mo l ’antu V irtpinci , Iu
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Liimli n t .
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fii I
^ I ii i
Passado, presente e alguns desafios das lutas sociais no Brasil 83
R2 O continente do tabor

, subordinado plena autonomia, liberdade e independência sindicais frente ao Estado e â burguesia.


-
ili base taylorista e fordisra teve desde sua origem um caráter periférico
e hipertardio cm relação àquele que se desenvolveu nos Estados Unidos
e na Europa Essa oscilação i mpediu que a oposição à estrutura sindical herdeira do gctulismo - uma
( kidenral, susrentando-se sempre na vigencia de um enorme
,
processo
o
de superexplo
absoluta e
raçào
relativa da

variante de sindicalismo de Estado fosse efetivamente conquistada ,
Isso porque, embora o sindicalismo tivesse uma clara e importante dimensão
do trabalho, que combinava, de modo intensificado a extraçã
pol ítica, no período pré-1964, ele ficou em parte prisioneiro dc um certo estatismo,
nntis-mlia, oferecendo forte incentivo para a acumulaçã industrial
o nascente .
contraditado em alguns importantes momentos, ora pela ação das bases operarias em suas
lutas concretas , ora em situações mais especiais - como nos anos 1950-1953, quando
A EMERGÊNCIA DO GETULISMO: UMA “ REVOLUÇÃO” SEM REVOLUÇÃO ocorreu um influxo mais à esquerda e de base no PCB em sua atuação sindical .
Isso configurou uma clara dcscontinuidade, nesse ponto, em relação ao movimento
Foi sob essa contextualidade que eclodiu a chamada Revolução de 1930
c o advento oper ário -
do pós 1964, que foi menos politico cm suas definições e mais confrontaclonist*
industrializ ação do pa ís , Pela primeira cm suas prá ticas e lutas. O que configura certo paradoxo: antes de 1964, o sindicalismo
do gctulismo, ou varguismo, e sua pol ítica de
foifortemente político e menor autónomo em suas ações, O movimento operá rio e sindical
-
vc/„estruturava se um projeto burguês nacionalista, cujo eixo da pol
aos
ítica social era
interesses do estruturava-se prioritariamente nas empresas estatais, como as ferroviá rias, portuárias c
voltado para a coopta çã o da classe trabalhadora c sua subordina çã o
marítimas, onde era maior a presença do PCB, No período dc ressurgimento operá rio
capital c do Estado. c sindica ] sob a diradura militar, ao contrá rio, o ( novo ) sindicalismo Jòi menos político
Início do longo período getulista, a Revolução de 1930 constituiu um movimento
revolução em sua conformação e definição e mais fortemente autónomo em suas ações.
político militar que foi algo mais do que um golpe e menos do que uma
- È bom lembrar que frequentemente as bases oper á rias vinculadas ao PCB
( burguesa ). Economicamente industrializante, estava estruturada por meio
de um
do Estado Novo , cm 1937, ( ou fora dele) transbordavam o espaço limitado estabelecido pelo projeto nacional-
Estado forte e centralizado c, especialmente ap ós o golpe
é 1945 , quando Vargas •desenvolvimentista , intensificando a luta de classes presente no ch ão das fá bricas e
assumiu clara fei ção ditatorial c bonapartista que perdurou at
foi deposto por outro golpe de Estado', Reeleito pelo voto direto em 1950
, nessa nova .
d is empresas. Foram particularmente importantes a greve geral de 1953, as inúmeras
paralisações desencadeadas durante o governo Goulart por aumentos salariais c melhores
fase o governo Vargas tornou sc mais reformista e menos ditatorial.
- .
uiadições de trabalho, como a greve geral de 1963 c ainda as distintas paralisação
, durante
Tal experiência foi marcante para o movimento operá rio brasileiro pois
para a viabiliza ção expl í citamente pol í ticas , que objetivavam conquistas democrá ticas c contrá rias â
-
0 gctulismo crigiu sc uma legislaçã o trabalhista que foi essencial
trabalhado res brasileiros Icadê ncia militar golpista, descontente com os rumos do governo.
do projeto de industrializa çã o do pa ís. H á d é cadas os
vinham lutando peio direito de fé rias , pela redu ção da jornada de trabalho, pelo
de çã o
, -
Vivenciou se naqueles anos um enorme avanço das lutas dos trabalhadores no
Campo, voltadas tanto para a realiza çã o da reforma agrá ria c do combate ao latif ú ndio
descanso semanal remunerado, pelo direito à greve e à liberdade organiza entre
f <\ concentraçã o da propriedade agrária no Brasil como para a ampliaçã o da legisla çã o
outras bandeiras que pautavam a luta operá ria. Vargas
, entretanto , ao atender tais
es I if > trabalho no campo. Foi importante manifestação dessas luras a criação, em 1955, da
-
reivindicações, procurou apresentá las como se fossem uma dãdiwAios trabalhador *
primeira Liga Camponesa, no Engenho Galilcia, no Nordeste, liderada por Francisco
avscmclhando se a uma forma de Estado benefactor.
- Inllào. A organização rinha como prioridade a defesa dos direitos dos trabalha Joio
á rio para
O apoio que recebia dos assalariados urbanos permitia o equil íbrio necess
manter o seu projeto burguês respaldado em uma alian ç a policlassist a . Expressan do! -
Mirais c, posteriormente, espalhou sc pelo nordeste brasileiro.
com o apoio das Esse avanço efetivo da luta dos trabalhadores rurais levou à fundaçtio da
uma especie de variante bonapartista nos trópicos Vargas , contava
onlrdcra ção Nacional dos Trabalhadores Agrícolas (Concag), em 1963, sob hegemonia
as distintas fraçôafi *
massas trabalhadoras para lhe dar sustentação em sua relação com riu !’( IB , que fortaleceu ainda mu í s a luta dos camponeses e dos trabalhadores rurais
das ciasses dominantes agrárias, além da nascente e ainda incipiente burguesia
industrial!
dc p> lo Hm da concentração fundiária da terra. Foi a única confederação que não teve
Mas, paralelamente à pol ítica de cooptação das massas, o getulismo combateu ] ungi ia estatal c '‘pelegá’, mas que era resultado concreto das lutas sociais no campo .
dc fort íssima
maneira intensa as lideran ças operárias e sindicais de esquerda todos alvos
,
repressão, acentuada depois da eclosã o da Alian ç a Nacional Libertado ra , de 1935 ', I Foi nessa conjuntura que se deu a criação do Comando Geral dos Trabalhadores
( I i I ) , resultado de vá rias greves ocorridas no in ício dos anos I 960 c qur , sob a
No â mbito sindical havia uma clara oscilação no movi memo sob lideran ça do PC
II
entre aceitar, dc algum modo, certa presen ça do Estado ratnmu
na sindical e lutar pela Idtrança do PCB, teve significativa influência no movimento operário c sltnlii .il ,
- - .
H gando Inclusive a inlhn iu MI tu militares dc base soldados , aluis que també m
-
tftHM ç avain sublevar »* No cenário estudantil , a Uniã o National dos f mudante»
III , A mui i , * , í iaur r í rufi , , MHI .- T bmoí À4 MnWteiW ã* W éi¥ aANt
fpaiil+\
( i I I I ampliava as iltuMIlMçQet , lutando pela rehuir í a universit á ria r panu ipamlu
AwH / HM
tlfcl 1*« > Ull . I 'C 'lll
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1 'ldJ ) t |4111 Mk VmHO ,
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ti . IIU / p ,Otilé - í NU Wm»íf , H


*'

• ilvanitmtc das lulas pol ílii < • « lo p u


Passado, presentí? e alguns desafios doa ¡utos sociais no Brasil 85
84 O continente da labor

do o leque de especialmente na segunda metade dos anos 1970, o que levou, na década seguinte, à
Nu esquerda, o quadro também começava a se alterar amplian
,
levou PC Brasil - que
ao do eclosã o de um movimento operá rio e sindical dc grande envergadura.
organizações. No PCB , por exemplo , deu-se a cisão que Tratava-se, enrão, do ressurgimento do movimento operária e sindical no Brasil,
do maoismo alem
naquele período tinha relações com a China e sofria Influência estruturado cm bases relativamente distintas daquelas vigentes no per íodo pr é- 1964 , Se
, alguns ligados a Quarra
tio advento de vários grupos e movimentos de esquerda na fase anterior havia a prevalência dos trabalhadores das empresas estatais , nos anos
Internacional ou à esquerda católica, enere outros. á ria , urbana, 1970-1980 o principal n úcleo das lutas operárias estava mais próximo do operariado
Ampliavam-se as pressões tanto pelas “ reformas de base reforma agr do PCB
"(

a modera ção metal ú rgico, com destaque para o cinturão industrial do ABC paulista, um dos mais
universitá ria etc.) quanto pela conquista do socialismo contra
,
expressivos do mundo - uma espécie de Detroit brasileira -, onde originou-se a
ç sua polí tica nacionalista e policlassisca", liderança de Luiz Inácio Lula da Silva.
setores burgueses,
Descontentes com o avanço da luta popular, os mais distintos As três greves operá rias do ABC paulista, desencadeadas cm 1978, 1979 e 1980, são
-
com o claro apoio norte americano , em abril de 1964 desenca
, dearam um golpe militar
. Os partidos de esquerda exemplares desse novo patamar da luta de classes depois de uma dura bise de repressão .
que marcou a Longa noite da ditadura, prolongada at é 1985 Finalmente , ressurgia uma fase de intensas greves, combinando paralisações dentro das
foram declarados ilegais, mantendo-se somente dois partidos oficiais. Houve intervenção
UNE tamb é m foram proibidas. fá bricas, como em 1978, com ações coletivas de massa e confronto nas ruas, como em
cm centenas de sindicatos, sendo que a CGT e a 1979 e 1980, cabendo ao operariado metal ú rgico o papel dc centralidade nessas lutas .
dominan tes responde ram com
Temerosas frente ao avanço popular, as ciasses O movimento estudantil c a lura pela anistia c pela democratizaçã o da sociedade
, caracteriz a çã o feita
um golpe militar - em verdade, uma contrarrevoluçâo na precisa for ç as sociais brasileira , em curso há vários anos, ganharam força e densidade por meio da explosão
de derrotas para as
por Florestai! Fernandes'. Principiava , então, uma era , sindicaro s, operaria. Foi esse majestoso ciclo de greves, no fim da d écada de 1970, que criou as
oriundas do trabalho. A repressão ao movimento operá rio organizado o ainda maior
aos
para a inser çã condições para que se deslauchassc uma fase espetacular das lutas sociais no Brasil ,
aos movimentos sociais rurais e às esquerdas ah ria caminho nos anos 1980. Entre elas, podemos destacar a ampliação e mesmo generalização desse
do Brasil no processo de internacionaliza çã o do capital -
ciclo, desencadeado pelos mais variados segmentos dc trabalhadores, iniciando-se
com os oper á rios metal ú rgicos e abarcando qu í micos, petroleiros, construtores civis ,
DIF í CIL ( E LONGO ) PER í ODO DA assalariados rurais, funcion á rios pú blicos, professores , bancários, m édicos etc . , cm
AVANçA A CONTRARREVOLUçáO : O um vasto movimento dc massas que se notabilizou ainda pela eclosão de vá rias greves
DITADURA MILITAR
ritenth por categoria (como a dos bancá rios, em 19951, greves com ocupação defiibrieai
desenvolveu uma variante ( como a da General Motors, em bá o José dos Campos , em 1985, c a da Companhia
Contrariamente ao teor nacionalista anterior, o golpe militar Sider ú rgica Nacional , em Volta Redonda, em 1988), além de uma gama enorme ã r
relação ao movimento
4
-
de Estado autocrá tico burgu ês , fortemente repressivo em
o de acumula ção industrial greves por empresas, que se espalharam por todo o país.
operário e que gerou um projeto capitalista cujo padrã A d é cada de 1980 vivenc íou o desenvolvimento de quatro greves yrratt
tinha unia estrutura produtiva bifronte. De um lado cstruturou .,
, íe a produ çã o dc
m para um mercado nacionais , sendo que a mais expressiva ocorreu cm março de 1989, paralisando
bens de consumo duráveis, como autom óveis eletrodo
, ésticos etc
e por parcela significativa aproximadamente 35 milh ões dc trabalhadores - a mais abrangente greve geral
interno restrito e seletivo, composto pelas classes dominantes
.
das classes m édias , especialmente seus estratos mais altos De
outro , desenvo lveu se
dc
- da história do movimento operá rio brasileiro . Alé m desses traços fortes, o avan ç o da

uigdnistação sindical dos assalariados rurais se ampliou significativamente, permitindo u


, mas cambem
um polo voltado para a exportação, n ão só dc produtos
primarios
tcL- siru tu ra ção organizacional dos trabalhadores do cam poh O sindicalismo rural neu*
,

produtos industrializados de consumo. , o chainado > nova fase , desenvolveu-se com fbrtc presença da esquerda cat ó lica, que Influenciou ,
Foi nessa cuncextualidadc que se gesrou, cm meados dos anos 1970
- intensifi cados a partir da
now sindicalismo. Depois dc vá rios anos de repressão c controle
Paulo), cm 1968 poucffl
eclosão das greves de Contagem ( Minas Gerais) c Osasco (Sã o
( uma vez que havia
a pouco, cm uma ação pautada por claros traços dc espontaneidade Nu inntlc 1987, por exempla , houve um total dc 2.259 greves, sendo que cm J ')88 AproKirntthtfurmc
inidalmcntc nu ABC paulista
razoá vel distanciamento entre essas a çóes que emeigimm
c os partidos dc esquerda tradicionais) , as gtrvcs foram
sendo n > idas no solo fabril . *' V 5 milhões dc Jumadas dc irabdha foram paralizad as. Para que se,tenha
ini fim iU iletadu de 1980 , lorahrava m - sc 9.853 sindicato » no Brasil volume
I ' WÍJ , arinco I Vvi’ ismdkAim ím- luiralo urbanos c rurais, pairoiMbcck ( rabdhiiioit*- Vnmrm m
um panaram J mum previu «
qur . cm mr.u í iM dm «mm

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fifi OíisáiitineHít
í fdà laHor Passado , presente e uhf ü ris desafí os das hilas saciais no Brasil Ã7

posteriormente. u nascimento Ja Movimenta dos frabal hado res Rurais Sém Ierra Mas esse processo nao se deu sem rcdstcncia . Ao contrá rio , fni um per í odo
( MST ) j em
'

1984 . de muitas lutas sociais, iniciada com hist órica greve dos petroleiros de $95 , que
Fal nesic mesmo cicla que presenciamos o surgimento das centrá is sindicáis, procurava impedir o desmonte da Petrobras, bem como a destrui ção dos direitos sociais
como a Central tí nica dos I rahalhadnres (Cl I i , fondada cm lyK 3 c inspirada . , da categoria . Esta paralisação geral foi reprimida de maneira violenta peio governo
L [ ti sua erigem , cni um sindicalismo d assista ¡ tuto nomo c independente do Estado .
' , FHC, por meio do Exercito , da policia, cies Judici á rio , da mídia etc . , iodos finirmcore
Herde í ra das lu í as sindicá is das décadas anteriores , especialmente dos anos 1970, a an iculados para derrotai os petroleiros . Algo similar ocorrem anteriormente na Inglaterra
i i 1 [ resultou es pe c í a buen te t í a cortil ti énda entre o no ; o sindicalismo , nasci Ju no de Margaret fhatchcr Para consolidare) n rfa s m n col i beta J i s m o b r i rã n ico recém - i n i i: i ado,
inttr í prda estrutura sindical daquele per íodo (do qual o Sindicato dos Metal ú rgicos scu governo vilipendiou a heroica greve dos mineiros de L 9B 3 - 19& 4 , aprofundando
de Sao Bernardo era melhor esc m pio) , e o movimento das opositáis findica is (de que 0 ideario e a pragm á tica ncoiiberais naqttdc pa í s. O mesmn fea FHC 1 no Bras I lima
foram exemplos o Movimento de Oposição Metal ú rgica de São Paulo ( MOMSi’ ) e década depois, na greve do? petroleiros quedurjíu 31 dias e abalou u pa ís.
a Oposi ção Metal úrgica de Campinas) , que atuavam fon da estrutura sindical oficial Do mesma mode , acorreram in ú mct .is greves tin- resistência dos funcionarios
c combatiam seu sentido estatal , subordinado, atrelado e verdea [ izado, .iléni de p idi i i eos , naba ! hatWos rurais e professores, entre outras categorias . A greve geral dos
imptq tan tes setores d ü sindicalismo e das oposições sindicais que atuavam no campo, barcarios de 1985 tambcni icvc enorme significado pol í tico e de confronto ao governo
entre putras vertentes. FHC e foi vitoriosa .
Dado o cari te t es turista da estrutura sindical , [5 roctirou - .se avançar tambe m na Merece particular destaque a ação de fina e resistencia do MOV í men lo dos
organização operária nos locais de n . ib.dho . poi meio da criação das comissões de Fiaba fiadores Rurais Sen té rra ( MST) , o n ¡ is impórtame nwv mcnp '
í wcial : politico
I b r i cas de que foram cjtcmplos as dÇtfojssóes autónomas de Sito Paula (piteo a da Asadra ilu Bí . isil . Sendo dorado de uma estruturação nacinnal .solidansemc qrgaitirada p . la
lab Influência do MOMSP) e as comissões ¡indicáis de fabricas do ABC (como a da liase , sua a çã o de confronto á propriedade privada da t érra permite ¡ios t rabalhado res
I md , vinculada ao Sindicato dos Metalúrgicos de Sao Bernardo ) ' . visten brar mu a vida cotidiana dotada de sentido. For meio dessa lura ni tal a posse
Mas, se nos anos 1380 o sindicalismo brasileiro camin bou , cm hoa medida, no J -. reirá comn rasgare do sem ido da vida — , o MS ¡ (em confrontado fórrenteme a
. wt ni filma das tendê ncias Cr í ticas presentes no sindicalismo dos pa íses capitalistas pol ítica económica dominante no país , tendo in elusiva re rl izado unta maciça campanha
. ii , . i , l . i - . ¡ . i n os ú ltimos ano? ti aquel a d é cada cnme çavnm a desponta ]' as te nd enc í as
,
'
popular con na a Á rea ila [ jvre < lom é re í o d . i „ Am éricas ( All a ) . Ejp mesmo modo , sen
- 111 i lit ,n pol í ticas c ideol ógicas que foram responsá veis pela ¡ i oeteã o de parcela ni l í bate nos cransgtecos e su a a ção ambiental de preservação t í a [ tature / ¡ contra a ,

i I i n I i ci Unto h r as i I c¡ ro na í i n Ja regre .isi va , u s 111 ratio ra n to d a in t c n i id . uL -

— lógica destrutiva do agronegocio també m têm sido decisivos;


i i

i ,i o produtiva do capital dada a no va d i visá uln temad ü nal dotrab;Jhq Sendo o maLs importante movimento social e pol í tico do pa í s, o MSI vem
! : numdiaJiyação do capital soh data hegemonia financeira quanto da r-, i lia ndo na organização de ourros movinicoLos populai 'es , como r í os sin trro ;e
ii

i , i . i i . i il " 11 ia 11 i 1 set a I i si no e st í nt virul ê ncia no un í verso ideopol ( tico, íR';L rielando]


' i caia e tk > s desempregados, al ém tie desempenhar um importante papei na .s lutas
1111\11 no not'd siltdicalismjé1?, * Uis latína-aü|ericanas e participai jioi mrio ila Via í iampesina e do Edfitin .Social
Mundial , ti as lutas antiglohali / aç tn . ,

Mas, sc foi poss í vel vi venciar c ssc significativo avanço do MST, é picciso lembrar
,

DO DIXMONI F NEOLIBERAL À NOVA MORFOLOGIA ,


' li d écada de 1.990 — que denont
i ínei de a era da de ;ertif cação ocaUheral no Brasil "
I I IMP Al I TO E sniifi DESAFIOS l " i pouco a pouco tomando mai s defensivo o now itudicalisOiD que, poi um lado ,
.

i nut . i o jjindicate neolibera í , pí eseLité IU Forca Sindical , e , [utrouiro l . itlti . soÈja .

i '
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K i simhiose entre ncidibcralismo t reesrr imitaçã o produtiva i ronce ai consequências da influencia oriunda do sindicalismo sociabdemocr á rico europeu,
ii q i liria 11111 i i . pn ú nndas jura u universo t í a ciasse traba! fiadora , o movimento la vez ma is presente no interior da CUT.
hind ú I i- a « pierda brasileira ,
i
I Vvu si ndie .dismo cont tatua lis ta . embora procure apresentai - se conto a alrernari va
1 í vvl pata o combate ao neolUu-ntiismo, distanci le de maneira crescente da
l

11 r . m Mi . i snci.disra que foi decisiva na fundação ifa CU' I i - se aproxima da agemla


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V- Fi | i >p < 11 i ,i I i . / p j/ i i ¡¡ / i ' .- i r d. uttf/ d rtuJtnlfiri . / v . í ’, ínTti ! Vn I ‘.111111 , htluc/ hipíl i p
(f tlrtillbi - ul demount ' tn v á rios exemplos da sua prútiea no brasil recente
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88 O continente do labor

-
Os setores claramente socialistas c anticapitalistas é neo ni rara m se, em 2007 , ou
aglutinados na Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), criada em 2005 e aberta
náo só aos sindicatos, mas também à organização dos movimentos e das lutas sociais, ou
na Intersindica!, tend ê ncia també m de esquerda, poré m de perfil mais acentuadamente
-
sindical c que, em 2007, discutiu se devi a manter se dentro ou buscar novas alternativas
fora da CUT, tendência esta que parece ser majorit á ria.
A vitó ria eleitoral de Lula c do Partido dos Trabalhadores nas eleições de 2002, VI
bem como a polí tica sindical que se desenvolveu, procurou envolver dirctamente os
sindicatos na gest áo dos fundos de pensão e dependentes de recursos estatais, medidas O PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO
c Lijas consequ ê ncias sã o profundas quando se trata de definir o sentido ge ral da ação ( PCB) , OS TRABALHADORES E O
sindical e sua autonomia e independencia. De um sindicalismo de confrontação transita-
-se , ent ão, para uma modalidade de sindicalismo negociai. SINDICALISMO NA HISTÓ RIA RECENTE
.
Os desafios sindicais são, então, de grande monta H á um ( novo) desenho DO BRASIL1
compósito, heterogéneo e mulrifacetado que caracteriza a nova morfologia do trabalho
no Brasil . Alé m das clivagens entre trabalhadores está veis e precá rios; de gê nero, A chegada ao poder do Partido dos Trabalhadores { PT) - fruto direto das !tnas
gemei ótiais e é tnicas; entre trabalhadores qualificados e desqualificados; empregados ; oper á rias-, cm alian ça tanto com forças de esquerda quanto com setores conservadores,
e desempregados; alé m da necessidade imperiosa de superar o produtivismo por uma abriu um debate no interior da esquerda brasileira acerca de sua pró pria idenridade. A
concepção ambiental que articule ecologia e socialismo, temos ainda as estratificações c | trajetó ria eleitoral já indicava modificações no projeto daquele que, nas últimas duas
fragmentações que se acentuam em função do processo crescente de internacionalização I d écadas, havia sido o elemento condutor das mais variadas demandas progressistas
do capital, entré cantos outros desafiosIJ . no seio da sociedade brasileira. O quadro vivenciado a partir da explosiva crise do
Essa nova morfologia do trabalho, da qual indicamos aqui apenas alguns pontos ] governo Lula, em meados de 2005, a mais aguda desde a fundação cto PT, nos obriga
centrais, n á o poderia deixar de ter repercussões junto aos organismos de representa ção I a analisar, com maior profundidade , a hist ória recente da esquerda brasileira ( do
dos trabalhadores. Para concluir, desejamos somente registrar que a nova morfologia 1 Partido Comunista Brasileiro - PCB) e suas relações com a classe- trabalhadora , o
do traltaUto vem significando també m um novo desenho das fortnas de representação dos t sindicalismo c o PT
forças sociais do trabalho. Seas ind ústrias taylorlstae fdrdista são parte mais do passado II O debate acerca das contradições e tios avan ços ocorridos nos partidos de corte
do que do presente { ao menos enquanto tendência ) , como imaginar que um sindicalismo!I metalista ein sua chegada ao poder se estende por toda a j á longa tradiçã o de esquenta .
verti ca í izado possa representar esse novo c compósito mundo do trabalho?
Poré m , nosso objetivo neste artigo é tomar como foco de aná lise o exato murnemn
Recuperar, no in ício desce século XXI , um novo sentido def lasse, de base c de I cm que esse parrido surgiu na polí tica de esquerda brasileira. Espa ço de esperan ç a nn,

autonomia dos sindicatos talvez seja seu desafio mais fundamental , teu nascedouro, para um projeto diferenciado de milit â ncia de esquerda no Bra » ll K .
construção do PT abriu â é poca uma profunda discussão acerca n áo só do presente
tin futuro dessa milit â ncia, mas, acima de tudo, do que teria sido sua própria tnijci ó i In •
ilodc sua gé nese.
Ná o h á como entender tal dispura, em suas dimensões mais plenas, sem uma
iniiiJlse de como tais partidos se portaram frente ao movimento dos trabalhadores,
Atrim, este artigo visa analisar as formas pelas quais se desenvolveram as rctaçõd cutre
-
o movimento sindical brasileiro e a militâ ncia de esquerda no pós lDM iiidicuul
txnno sc deu historicamente a disputa entre o PCB c o PT em busca Ja hegemonia
. "

. - -
da eiqucrri t brasileira, Dessa forma, poder se ,í perceber náo só a visã o e as propon a»
por rai s partidos, nm \ també m como viam seu oponenre, bem como dr
.

qu < maneira procuravam aprofundai mus la ços tom o universo d» trabalho I wu|Hitqu <

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41) O eon í meníe dn labor O Punido Com ún rsfn Bra -sj feira fPCBj , os trabalhadores o o sindicalismo . . . 91

compreender essa dimensão relacional nos permitirá também verificar n ão somente e aquele organizado em torno do Comité Central , que acabou por imprimir suas
a relação entre tais partidos e os sindicatos, mas de que maneira essa trajetó ria foi diretivas an partido ,
definidora dos destinos seguidos pelos respectivos partidos . O centro das resoluções do VI Congresso recaiu sobre a tura antiditatorial.
concebida como urna frente de for ças democrá ticas comm a diraduta e na qual , em
conjunto com o campesinato e a pequena burguesia urbana ,
Oí COMUNISTAS E A DITADURA MILITAR ( I 964- 1978 ) :
LUTANDO PARA SOBREVIVEU [... ] a ciasse oper á ria é a principal força motriz A atividade primordial dos
coitntmsus eleve dirigir-se no sentido de organizar e desenvolver a unidade de ação
O golpe militar de 1964 fot um duro baque em toda a estrutura organizacional da ciasse oper ária em defesa de seos interesses econ ó micos e pol íticos ¡mediatos c pela
comunista 2 . A pris ã o de nomes importances c a desestrutura çáo do trabalho nos derrota da ditadura ."
sindicatos e ñas fábricas desbarataram atividades que levariam bastante tempo para
.
serem recompostas No interior do movimento operario, o que se pode presenciar, Entendendo o cará ter heterogé neo da freme ú nica, que inclu ía como aliados
como tradicionalmente ocorre cm situações similares, foi o trabalho pequeño e silencioso inclusive vá rios setores da burguesia, considerados nacionalistas c progressistas, “ os
no chao de fá brica. Era preciso recompor forças c somar esforços para enfrentada comunistas defender ã o sempre f ... ] a necessidade fundamental de organizare mobilizai
ditadura , O problema maior foi que a implantação do regime militar abriu , 110 seio da 0 povo contra o regime ditatorial . Sem preju ízo da sua missão de defesa do; interesses

esquerda cm gerai e no interior do PCB em particular, um duro e. sé rio debate acerca espec íficos dos trabalhadores e de rodos os explorados e oprimidos” 0 ,
dos caminhos percorridos pelo partido antes e depois do golpe. Da cr í tica e autocr í tica Ü partido assinalou a incorporaçã o de outros setores à luta antiditatorial , como
resultou uma sé rie de outros grupos com concepções diferenciadas acerca dos rumos no caso dos setores progressistas da Igreja católica, e a possibilidade do Movjmemo
a serem trilhados a part it de ent ão. 1 democrá tico Brasileiro ( iMDBi - ura dos partidos gerados peia extin ção dos partidos
Se ao longo de todo o per íodo 1945 - 1964 o l’CH desfrutou da hegemonia . interiores a 1 964 e pel .i implantação do biparridarismo apesar de suas vacilaçói ’

em termos de representação n ão só dos trabalhadores , mas também no interior da .


ir msforni íir-se em um polo importance na mobiliza çã o popular c no combate ,i
esquerda, esse quadro sc alterou bastante a partir de meados dos anos i 960. Nao ditadura . Eal resolu çã o í ndica a import â ncia da lura por eleições livres c diretas , r a
estamos esquecendo aqui a contribuiçã o que outros setores já vinham dando, h á anos, 1 via ção destas na unificação dos setores oposicionistas e na debllitação do regime.

para a luta dos trabalhadores, entre eles tmtskistas, socialistas, trabalhistas , cat ólicos de Mas, se o cará ter da via pacifica aparece permeando rodo o documento, v I
esquerda etc . Poré m, apesar de sua importâ ncia , nenhum desses agrupamentos atingiu 1. saltar que , garantindo a ambiguidade de textos partid á rios de outros per íodos 1

o patamar conseguido pelo PClV . si quistamente incorporando a critica de outros setores , a proposta de uso de nu iu

Com o golpe militar, a esquerda iniciou uma longa discussã o pela busca de nrnados també m consta das resolu ções®.
responsá veis pela derrota dos chamados “ setores progressistas’ ' Alada sua posição No que diz respeito ao campo sindical, as resoluções do Congresso assinalam
-
proeminente no periodo pré golpe, recaiu sobre o PCB, crítica e autocr í ticamente, que esse seria o meio principal para a ativação do movimento operá rio: os conm 1 1 1 . 1 . r .
toda a carga de responsabilidade acerca dos erros cometidos , Foi nesse contexto que o det eriam concentrar sua atividade dentro das empresas. Com este propósito, pod mi
partido realizou seu VI Congresso, cm 1967. Sua organ inação já transcorrera cm meio à I
dura luta in rerna entre um setor mats à esquerda (a chamada Corrente Revolucion á ria ] | 1 .
' l -. il Frederico, A tiquerda t o movimento cperârie ( 1964-1984 ) ' S.in Paulo, N nvos '
.
, 1
t 11 , p. (ió.
Iliidem , p. ” 1.
I1 mirro foi .1 Afian ça Renovadora Nacional (Aren ,1 1.
"Coin umitas", neste texto, é íaos quadros mi' inintes do PCB.
until ui ei ê rida
'. l . ,vgundn o mesmo documento, “ devc-sc rcr em viu 1 que » lm ,i
iii i .11 |mdrr ,i , iv li ti .un. iv
1
Seria sé mats carde , com os Impacto* do “ radia" que cien origem » 0 Partido Commits11 do Bmvl i. Puj nil I - mu -. di .' iillfiv .1 v v.Sri .' v l í.-g i ñ o , O paitiiio Jvv , p- i jiju .il t r pnji lut p.l t j i

<Jo B) c tic multas outras deíecçõe ,. arm romo do surgimento e /on reforço de puponas alternativa
'

. 1 ' iius ni das Idttuas e’ emeiitares vijais driutaecm outras ile níveis IIKIIH ei
'
,1 IUM
es. remas ao partido que , o PCB come çaria .1 |" - iler o posro conn a 11 1 -i|M , nl .i In . It IraJ 11 , if acordo com . . « iiidivni de cada regiã o. 11 cKcncijJ 1 ,
1
IMIMI .I ! lura I 1 .. ,
Mexn n sendo um Lingo emivm , os prfmcirus paws com í-,,.0.1,111 1 vi dado 1I1 I , d , - . . JJ e em uifa | .d . , IM IJ - I
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utilizar tudas ;ts possibilidades de organização le í ais , como as delegacias sindicá is , -seem umaaçáo central contra o próprio regime , conforme veremos adiame , No piano
ai Comissões Internas de Pi*vtnçãú de Addends (C Í PAs ) e ourras que reunissem interno , a .s tensões e posi ções pol í tica? divergentes se acentuavam
trabalhadoras . Piara entender o uto hi men to sindical a joda a classe operá ria , siria Na verdade, as indicações dadas peio PCB , cm relação às suas divergências com
0 que denominava de "correntes pol í ticas pequeno- burguesas'', encontraram , cm lira
um hé ni indispensá vel o fortalecimento dos sin dk HOS, . por me íj&ila elevação do n ú mero '

-
1 us mos [ 9Ó 0 . um ponto dr defini çã o . Contrabalan çando a decisã o qnasr ge - ti dos
de sindicalizados . ji aflorava, com mats in re n sida de , nina propos i tura discursiva de
ceiuns ! idade operá ria , mas uma práetis efetiva tie Subordinação das ações do PCB a grupos de esquerda pela luta armada , o PCI! opron por uma tentativa de atuação c a 11
frame Je uma pol ítica polklassisCa, que incorporava setores da burguesia. vez ruais por dentro da estrutura sindicai , de onde havia sido retira do pe í a reptes in
Nesse sen rido , na prá tica sindical a orientação do partido deveria se dar , ditatorial , Assim, o PCB passuu a atuar junto às direções sindicais pouco ^combativa?
cm conformidade com sua trajet ória micrinr , uri [izan do -se gjrioritari ámente dos v mesmo "pelcgas . cnqnanro os sefores mais á esquerda passaram a intensificai a busca
espa ç os ligais , por dentro da estrutura sindical vigente, embora náó se restringindo de caminhos alternativos, seja no mélo sindicaI , seja na I - u pol í tica geral
a des . Al ém disso , também como em momento -, anteriores , o partido trabalharia Nesse novo quadro, apesai dv suas óbvias diferen ças , o PCB minimizou sufl .v
íirt uma l ógica de ação que englobava desde as organizações do ch ã o de fabricai que d ivergéuçias oo ni os seizes "peJegosA ação que fez Co m q ue, em mulj s oportunidades,
se reduziram intensamente depois dn repressão que se seguiu ao golpe militar , at é sua posmm acabasse por se con&in d i r com aquela rea 1 i zad a pelo "pc I c g uis n u E m
i : n :ne do combate ao que chamava de ‘ esqiLcrdknio" , o partido acabou assuiniiuln
^
os mecanismos inrcraindicais de coordenação geral da luta rios trabalhadores, que
passaram a ser cada vez m :us priori ? ados , utilizá ndole crcscen temen ra- da estriiiura urna prá tica sindical cada vez ma is conservadora.
sindical o fie tal , Mas , ao menos na prá tica discursiva procuréii -se manter a tradi çã o , Como ocorreu de modo ftiais accntitaem em mu ros per íodos, como nos anos I ú- 1
do partido r í e corte revolucionário. 194 . aqui também em to turamos divergências entre as foímdípções gera t? jdp ¡ mirlo
Ñ as fábricas, os operá rios enfrentavam tomo podiam as pol í ticas de íí FW-¿V; salarial i - a arua çã o de sua liase . Urn exemplo importante
ocorreu durance a breve de Osasr o.
e LL controle sindical da ditadura militar , que combinava de modo virulento a pol í tica
- cm I 9ít8 n . Ainda que contra ciando o partido, comunistas daquela á rea não sé derail)
dr - í upenxplor içã? da forca de trabalho com Ulna ¡menvi repressão dentro das fabrica?
í
en apoí o a chapa d . oposição vitoriosa , ctuno rambem á grr- ve, qtic, segundo a ai I -
c dos .orgadarnos sindicá is , que SplVeram fone imerven çã o a partir Jo golpe . Al ém Je dt) partido, teria sido cm seu encaminhamento itm exemplo claro do “ esqucrdbnui" .
i 1 PCB vivia , em seu imt- rior, uma sirua çã o r í c diferencia çã o einte
sen aspecto repressivo , cm termos concretos, a ditadura pretendia desesrrutumr a vida grupamentos
ui . i : o tend ê ncias que se explicitaram ao longo tl ¡¡ década seguinte 1 ’.
sindicai, cerceando suas potencialidades mobilizai ó rias c incrementa tido ao máximo ,

sua perspectiva assüftcncial c de arreiamento ao Ksiado. Al é m de Inrerv ú ti ¡ raramente Vaie lembrar que a lógica Je ação do PCBj na ru»de pnUtu'it. era a conform a ç i "
¡ nitro às direçõ es sindicáis vim uladas á esquerda , que sofreram processo LL- cassação I i "frente demoerá rtea” cosura a di ajdijra , | . i os setores mais à esquerda , com i ia . ^
de seu mandatos , a ditadura atacava duranlenK- l ã mb érn . L LSTRUTURA de organizações cçóes optaram pelo ataque frontal ao regime , baseados em a çõ . , de I, ^
nus locais de trabalho. Impedindo que elas servissem de pilar para a recomposição dg
movimento sindical comba! iro- '
Os comunistas buscaram n ão .só ocupar os espaços possí veis , tomo também - - no q íiací n > inienui, o problema havia sido "icwlvidn" HO KI í VCJ / da í n rente Rjcvofuduriiir! i . n y
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i [ Liii il i O exi !'•• * i r 111111 .. ..¡ r.hJ icaíiid nte d L i 11 r ros .¡- CL . * i á Í .- ; V- tom q i.; i. . cornu n i E L.LS d I ç i I I m . 111
'

-
empurrar, mesmo a partir Je limitadas condições os secones ma í s conservadores das
¡ L i • >

li iy* OFI í Fí íI cr í tica ao " imobilismo dos pdflgns" r ,i cr ítk -s ao “ csqucrdiimo' - aqucU i * * ilmi
" " 1

direções sindicais para uma encruzilhada naquaJ teriam de se decidir. Com isso , o PO0 diminiLir, d í ame do ciesoimemo ílesTa. !UI pmiendida rnobil - iav ão ¿2 ciipub sindicdl hnli.i o
aru i idasa sua proposta de buscar a organização dos i labalhadores n as enijjne i .fiartii- dc
$ ttas demandas mais sentidas e atuar no ámbito das direções siudkais, sem dku iminnção, , ^^ I M :O as ¿çdís -. ainda qne surdas, l\ f * s locais de « raLulho.
1 imforme rcconheocu
José Ihi ^ l im . ll ill di>í l íderes do movtdiHEtLto de Osaaco. m i IMIHI á CC n - liimrtf \

o qne inclu í a a possibilidade de alian ça com setores considerados 'pelegosIsso conduziu


ao tnoviirieiiLu gera conrra o arrocho. Jeque foi exemplo ü Movimento Imè rsindicál
In pjrt ído tiirani impíuraiKC ¡I . í K- a círnsolidaçã o do trabalho da ópovi n, í J .LI - HIII HI M , ti ,im
1
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IJUUIILTHI :i givw , piCÃklpntc da chapa dc oposição clrii : i . nibcr - i . -.


^ .^ 1 ,|m n nu
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1 m I i i . . ! i > li 1 mm i m pu naiUc s para LIJ vii óri J . Scgi 11 rl » e3e; “ Di i ni 11 i < - i fon ru - H • il J h p. i r 111 NIISHI

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A n r i , i rmcho ( l\1 LA ) . q u e L to u \ c em sei bojo vários .seg entos-sí ndi cais, desdobrando
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i 'íirt ido se ncgoiah achando |
á - Jo k compoF Í r:iM. No í III HIIO I dkn lcl
< iic ern ncOKídrio margin alizar os cristãos c LOJII|MI n . i - ^
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1i 1 Í 1 rrn ou q u c era m o s aven r 11 rç 1 > s. sem nenh um .1 chance de ; ; . i :í h J r , I * • . .1 . 111.1 . ,11 . .. . 1111 .. q mg
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AnrOn Ítf - Flofts tie Oliveira , erítbo ifl¿|jí rift


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9 ‘1 O Partido Comunista Brasileiro ¡PCB) os trabalhadores e o sindictmsnHí . . . 95
O continente da labor f

Mcsmo que muirás dessas organizações n ã o mantivessem estreitos la ços com õ Ao longo daquclc per íodo , intcnsificomsc o processo de internacionaliza çã o da
movimento operá rio, rnenos ainda com o sindicalismo oficiai, algumas , seja por econom í a - um dos objetivos es-senciaisda ditadura militar , que produziu uma ¡mensa
transforma ção na estrutura de classes no pa ís, principa I men re na classe oper á ria . A

definiçã o , seja porque ainda n ã o luviam sc envolvido de maneira integral na luta
ai mada -ou o fariam em escala crescente posteriormente , desenvolveram um trabalho iiuensí fica ção da introdu çã o de plantas industriais modernas, a expansã o do setor de
que a partir do interior das empresas e das Oposições Sindicais , alcan çou diretórias bens dc consumo duráveis e dc bens de produ çã o, .sua concentra çã o geogr á fica, ludo
de sindicatos e promoveu movi memos grevistas de impacto no período. Marcado por isio possibilitou o desenvolvimento de um novo proletariado industrial, que reve papel
ações arrojadas e mais radicais , o sindicalismo desenvolvido por esses agrupamentos de destaque, ainda que n á o exclusivo, na hita social e pol íti. a que se desenvolveu .<
buscou romper, na prá tica, com as orienta ções seja dos tradicionais “ pelegos” , seja dos partir de meados dos anos I 970 r .
" rc
forniistas” do PCB , e por isso recebeu suas criticas '
A partir de I 970 , cm terrtios politicos mais gerais , enquanto parte da esquerda
ainda se mantinha na lura armada , o PCB intensificou sua politics de constituiçã o O.S COMUNISTAS NAS CHF.VFS OPERARIAS DO AtiC PAULISTA: 1978 - I 980
da Irente democrá tica , consolidando seu apoio ao MDBe urilirando-se de sua legenda
Indo o traba!lio silencioso que articulava diversos grupos cm diversos setores e qui
como alternativa frente à ilegalidade do PCB. ( As resultados eleitorais - inidalrncme,
¬

em 1970, com vota ção significativa no rinoceronte Cacareco , ent ã o uma nova masen ífe era dotarlo de urna forte c crcsccntc base fabril foi manrendo e ampliando a chama do
do zool ógico de São Paulo, e , posteriormente, em 1974 , com a vitó ria massí va do MDB movimento operario e sindical , apesar dos sucessivos ataques desfechados pela dltadm .i ,
nas grandes cidades - indicavam o grau de descontentamento com o regime militar, hoi ern fins da d écada dc 1970 que uma sé rie de movimenta ções ganhou atençã o e
que iniciou .seu processo de autorref ó rma, com uma estrategia tie descompressã o da rompen o sil ê ncio geral 1 , 1 invisibilidade impostos pelo regime aos trabalhadores I
ocorreu inicialmentc com as mobiliza ções dos metal ú rgicos do ARC paulista , que em
ditadura c sua ‘'abertura lenta , gradual e segura” durante o governo dc Ernesto t leisel
c, depois, do general Figueiredo ' A pouco tempo se espalharam para um leque muito abrangente dc trabalhadores do cau p 1
v das cidades. O movimento dos trabalhadores reassumiu , a partir especialmente da .
Trente á brutal repress ã o contra os grupos da esquerda armada, tais agrupamentos
( mi aqueles que dc algum modo conseguiram se preservar) també m redirecionarain greves dc 1978, o lugar que j á tivera no cená rio político nacional {quando se pensa ,
suas ações , extinguindo - se no processo e/ ou nnindo-se a outros grupos. O PCB, que por exemplo , nos anos 1945 - 1947 c no período que antecedeu o golpe de 196 11" I
havia recusado caminho da luta armada , nem por isso foi poupado pela virulência c esse ressurgimento vigoroso do movimento oper á rio e sindical trouxe novos dilcm i ', .
normes desafios para o PCB que acabaram abalando fnrtemenre sua capar. í J . MII « I
brutalidade do regime . Sua atua çã o na luta amiditatorial, apesar de por outros caminhos
e com ouiras armas, també m atraiu a violê ncia repressiva " . Os ataques geraram um 1 dirigir politicamente a classe trabalhadora .
forte refluxo nas atividades do PCB que se estendeu at é fins da década de 1970 ,
:
Fm 1978, o cen á rio polí tico nacional foi sacudido pela greve dos metal ú rgii o .
do ABC paulista . À posiçã o do PCB acerca dessa greve e de outros movimentos qui .
li
A divergen ria Jc concepções marcou as lutas desenvolvidas no pAs - 1 %4. Ha pode ser sentida nos
S
-
p ilharam pelo pa ís desdobrou -se no plano sindical c no plano pol í tico geral , \lo 1 . iinpn
indicai , a perspectiva comunista era de uma an álise positiva da greve, devendo - - u n .
encaminha memos das lura., coima u ai rocho salarial e contra a ditadura , t .onio j á dosenior , buscando
i conrroie ¡nfiicionirio j « n nu in rio achatamento salarial , o regime militar coe.:miava severamente os
cornudo, o triutifalitTM> [\
‘ a fim de n ão cair nos erros do passada . Sobre o plano poliin n

aupicntn.i de salário. O - nonri , oper á rio e sindica ] no pôs-1964 travou uma .¡ nina lura contra e -v . i
'

.
polírka Militas vezes , cai luta. que explodiu iscilatUmaite em fá bricas ou serones, n ã o consegui J evitar a
quadiu vigente. Hm ritmos girais, os.encontTu -s lr.r« rsmdjcMí
1
do C( r 0.111 ,i prisco < tortura dc lnilliarrs de militante » c s i m pn riza 111, I . .
c- fememos
repressã o ml í lrar nem alterar em mui I Iuulu ,iL í*. O PCB 0961 ¡98?. / v> íu L ítalo , DLfcl , ¡ M 2 , v . 1 ) , p. t\- ~ .
: <
propunham ;s rtl « dança geral da ler do irindw , encaminhando ahiiisri -assinidos como forma de lura.
¡

Neste quadru de combare m.ils geral é que .fulgiram a frente lnierí iltdical Antíairodio, no Rio de II '.! ' n. iti ç s posições c enfoques acerca deste processo, ver Leoncio M , Rodrigues , ImiuitrUtitaf ÍÊ
janeiro, c n Movimento Intcrsindica] Antiairodio (MIA ) , cm São Pauta, Embora dc forma limitadas -
:: iud> cprrárits ( São Paulo , brasil ien se , 1970 ) ; Morí a 1 lerm í ni .i Tavares dr Aim nl . i , < l .
nu 1 ' .nil : novos problemas , velhas c .ururura .s" , Dthiit t CML .I l .Vin l ii 'nl , n 1 . , . H . 1 ' , I , In ,
11 ,

tí mida , essas tosam as mats importantes tentativas foi «sindicais desenvolvidas pelos trabalhadores no
. ,

pe í iodo. Fruam . de cerra forma , dceortentes dos sucessivo;, eucnnrros regl ó nro - que í I desenvolveram I Inmphrey, "As raizes e os desafios do ’novo' sindicalismo dí ind ílMlia amonu>l>il [ jtkj" . htuJut f rhnif >
a partir da Campanha Naeinn . il dr Tfore çã o contra a l’ul úñ a de Arnulm Salati . il . , li Imidj pclu
'

, fi r , . z I S LI , Paulo , Sllllimlo , 1979 )


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J « i 1 'ailJn ' , i i , 26 , l 'imt ; Ricardo Anilines , I rrlvldM do trt í bdUv , t e l cluut roll m u I 1 . , , 1 > ’U* .
II Encontro N.u lona] ri ' Dirigentes Sindicais.
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1 . O continente do labor .
O Partido Comunista Brasileiro / PCBj , as trahalhactores e o sindicalismo ... 97

Na tentativa Jc credenciar se navamente como direção política do movimento


in,lis [toral, a política comunista pode ser aferida na declaração do Comit é Central do
pCB sobre o movimento sindical, publicada na edição 152 do jornal Voz Openírid , dc dos rrabal dadores, nesse momento de reflorescimento geral do sindicalismo, o J í IB

.
novembro de 1978M No citado documento, o partido avaliava que o regime escava assinala que
apresentando crescente débilflamenco, explicitado pelo ascenso do movimento popular
[ ,..j para superai a exploração e a opressão capitalista, não basta que os trabalhadores se
cm busca de seus direitos. Assim, tais movimentos c as lutas oper árias teriam aberto a
organizem sindical men te. Os trabalhadores, como classe, necessitam lutar politicamente
primeira brecha em lima área das mats sensíveis do sistema, isto é, sua polí tica salarial

,tn ti oper ária, base da polí tica económica do regime ' . Segundo o PCB, o avanç o do para a conquista das itanslumtaçíies polí ticas, económicas e sociais que os libertem da
movimento oper ário teria lançado a luta pela democracia a outro patamar exploração capitalista, Os comunistas procuram, por teso , demonstrar ¡tos trabalhadores .i
Sua politic! era, então, de insistente ênfase na importância da ação unitária da fustexa de sua concepção de Ima operária r sindical, flor se mí os o partido da classe opii.ii 1 1

ciasse operária, reiterando que tal unidade deveria incluir também os trabalhadores empenha ni o- ros a fundo na defesa dos interesses dos trabalhadores
i nfais , ainda que sua polí tica de frente, como vimos incluí sse
, também estratos da
burguesia, aqueles considerados “ democr áticos" e “nacionalistas", Hsse descompasso - menos evidente no plano programático , mas muito mats
O PCB avaliava positivamente as a ções dos trabalhadores em sua luta presente na açâoprático , acrescido da forte repressão que se abaten sobre os núcleos
reivindicativa, embora sempre enfatizasse sua articulação com a luta democr ática mí is oper á rios tio l’CB desde 1964, intensificada nos anos 1976 , quando o foco passim
t ser scu C.omite Central , fez com que o l CB n ão pudesse efetivar sua preten; to
geral, de corte policlassista, Por isso, podemos ressaltar que a parte relé rente à luta ’
dos trabalhadores , em termos das Imas gerais pela democracia, não se dava de forma que havia sido tantas vezes realizada anteriormente, em momentos nos quais os
ião direta quanto o partido acreditava — ou, mais ainda, havia um
claro descompasso trabalhadores viram scu movimento reaparecer em cena após períodos repressivos, ( )
entre a luta social de base operá ria e a crescente tend ê ncia á preval ência da ação mais l 'í . B náo seria mais identificado corno "ti partido da cla.ssc oper á ria". Ao contr á rio ,
institucional PCB passava a enfatizar, Kssc descompasso também encontrava enormes dificuldades em aproximar - se dos novos mídeos da dasse
marcadamente que o
ficava evidente ruis posições esposadas por muir á s das novas lideranç as, como Lula, trabalhadora, especialmente no ABC, visto que a violencia da repress ão , combinada
Jo car á ter "não operario" na ccntralidadc de sua polí tica, levou o PCB a utn crescemc
que menos prezavam as ações polí ticas mais gerais, bem como procuravam limitar seus
vínculos com outros movimentos sociais e polí ticos, como o estudantil, a bua pela
.ilasramcnto junto aos novos contingentes da dasse operária, cxacamcnteaqueles qtu ,
anistia eu ,, oque incomodava aqueles que propugnavam uma integração mais efetiva ,
22 .
•ilgtins arios slcpois voltar - sc -iam para a criação do Partido dos Trabalhadores. Se . m i

outros períodos , o P < . B dedrutou de inegá vel papei de lideran ç a c direção jumo tm
Seguindo as indicações mais amplas do PCB, o doeumento realç ava a preocupação das
ti . ih.ilfiadores , agora seria diferente.
articulações necessárias entre as lutas oper á rias, de corte mais classista, e as lutas mais
gerais pela democracia, de perfil policlassiStu. As transformações vivenciadas pela sociedade brasileira foram intensas ao longo
iLo mais de duas décadas de vigencia da ditadura, E o PCB pouco a pouco, uve C .
lidar com circunstâ ncias que o levaram a posições cada vez mais secundatizadas, uj , "
*
ni termos sindicáis, mas também em termos polí ticos gerais. NTs re sentido , o pan ido
especial cm evitai o irltmtáhsma e remi Õ ir nn., emos Jas cspciicnJss du puscuio . em Conbidí raçõLaj
.
sobre ly.iestio sindical c democr ática Tmutde Ci énr úu Hunuwu (São Linio), o ã, 1979 p I 2 >
"
, . , nlicurou uma realidade emergente que se plasmou, em 1980. em torno du 1 ' I
1

tilii.uvl Carorse. O l'CB ( S ' X>-i - t 982 K dl „p, 371 em titanic, < T metalúrgicos fizerani novas greves cm 1979 e 19 S 0, enfrentando forte n , trm 1 1
idem. IMO se deu cu. medida em que, “ | 1 :.o se Mhiepor ás lei ? impeditivas c repressivas da diutlutt* 1 ' par rocs c do regime militar, o que levou à intervenção no sindicato. O avanç o d > •
r ,r sitna ç fio potinca national , dando novo Conteúdo ás tom
'
dererminou ama importaiiu: 11 lutas oper á rias no ABC . em sentido distinto daquele propugnado pelos com M .H,
direi
exigências do campo democrá tica Ao reivindicar I herdades pol í ticas- juntamente Com seus I uni que o PCB passasse a criticar algumas posições presentes na contltl ç - 11
. lan bases para a abruma de um caminho que conduzia a trandoima çrtii
económicos e sociais ç ou as
teal mente profundas na vida política e social brasileira" , O referido documento precisava o» viro nlo( , (P o Seu posicionamento era que a luta operária conrra o arrocho, pil it J. p, lm i . i

tZll , " í ntica da ditadura militar , teria de irisertr-se { tie certo modo, subordin o
do movimento grevista com o longo movimento dc resisl êncta á ditadura indicava o ano dc 1 ' i i nu
. A .subordina çã o da lura sm. i , 1 , I , .
comu aquele da ada das Luus fatais, e articulava iiii > ar resultados , ddiorats de 197 t , and hi consolida çã o da democracia no Brasil
l
, . , . i . li . Ill i . li.ail a jtaí tir do I ' - < <
, |ironui cianKttl . illdividuai il lid ' as1 a primeira, dc extração oper ária, e a segunda, de perfil policIassista ,u .u 1 1 1 ,
1

i. nii ' .
1 i ¡ , , , ] (n coletivos e , n .
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lura pela rr |Kiuçã,i citaria] , Ita algnm.i fnmli , os comunistas ¡Mam Irriui u > n > i Ml .l 4111
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Di igL-ns e pitare » ijn movimento.


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Ò ' ih . . i mtLimen to dos comunistas cm relação aos novos contingentes d.t , I . ..,p. i .n
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Vi ,|. -ni 1 ,oii . , l ili i Indii .d di ipil ,.u, ttai loll il .ipn I |'.li ’ ds !'• i o l ' rrl II I i III IlMsaaJ - , .
1 ' M .• tugir um u vnlo st lho i laptamo" propugnado p, lo fl( B , de dar jm . i ! nm .
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9B O continente do labor O Partido Comunista Brasileiro (PCB ), os inibalhad üre$ e o smditxilmmo* ,
. . r 99

O litro dado de relevo é que algumas propostas, defendidas por outros setores c A pol ítica do PCB pedia, ent áo, uma clara resoluçã o que finalizasse o confronto,
n ã o encampadas pelo FCB era certas conjunturas, foram caracterizadas como sendo deixando de perceber que era exatamente no desfecho dessa confrontação dc classes que
tic extraçã o "político partidá ria’, como se as do partido també m não o fossem . Pouco
- seria desenhado o significado mais profundo da transição para além da ditadura militar.
1

a pouco, os comunistas foram mudando o tom acerca das greves c de seus lideres
. Se, Ao conci'á rio, para o partido, a greve deveria ter como limite n ão obstar c não
cm 1978, sua an álise resultava em apoio e na pcrcep çã o de possibilidades, em 1979 confrontar a “ abertura", visto que na perspectiva dos comtmisras n ã o se tratava de um
a çóes
c 1980 j á eram sentidas cr í ricas a determinadas posturas e o receio de que as processo de amorre forma da ditadura, mas sim “ conquista das for ças democráticas", ( )
trouxessem resultados negativos tanto para os trabalhadores como para a sociedade em que deveria pautar, cutio, a ação operá ria n ão era o desnuda men to da “ abertura", mas
geral , em sua busca por democratização. O PCB começava a perceber que a lideran ça a necessidade de preservar os “ espaços institucionais" obtidos pela ação policlassista .
dos movimentos grevistas lhe escapava. Nesse diapasão, o movimento grevista deveria calibrar sua a ção de modo a impedir
Na greve de 1980, o tom crítico acentuava-se, à medida que se gestava uma retrocessos no curso das conquistas ‘'democrá ticas” obtidas peia frente oposicionista .
alternativa partidá ria, Fora do universo do PCB. O lato c que a greve dos metal ú rgicos Imbu ído dessa concepçã o pol í tica , o PCB entendia como sendo evidentemente
de 1979 abrí u as porteiras para outras formas de mobilização, seja em solidariedade restriro ou mesmo Inexistente o espaço para a ação operá ria de base autó noma, que se
à paralisa ção do ABC , seja em busca de reivindicações particulares , Como havia feito contrapunha ao sen constante apelo â modera çã o. No limite , tratava-sc de subordinar
no ABC , o ent ã o ministro do Trabalho, Murilo Macedo, proferiu golpes contrata 0 movimento reivind í cat ó rio oper á rio à l ógica preestabelecida pela oposiçã o, que

entidades sindicais mais “ combativas", seguindo-se uma onda dc interven ções. Nessa ilizava a luta na amplia çã o dos “ espaços democrá ticos” .
lista , estavam inclu ídos o Sindicato dos Bancá rios de Porto Alegre, dirigido por Olívio F elucidativa a formulaçã o elaborada pelo dirigente comunista Hércules Cor r êa .
Dutra, e o Sindicato dos Petroleiros de Campinas c Paulí nia , dirigido por Jocó Bittar
;i ,
-
ao rcfcrlr se aos riscos e ao real significado da “ abertura pol ítica":
Mesmo que linhas diferenciadas já estivessem se concretizando no movimento sindicai
há algum tempo, c nesse per íodo que começam a se consolidar identificações, formando Farsa? Negam com Isso toda a luta de nosso povo. A abertura n ão c unia farsa. Ela é real,
blocos dc posições que definiriam o quadro do movimento dos trabalhadores brasileiros poré m limitada. E limitada porque as for ças de oposição não conseguiram o grau de unidade
na entrada e ao longo da nova década c que diferenciariam o movimento sindicai de nem a mobiliza ção e a ação de massas necessá rias para derrotar o regime. Conseguiram
esquerda nos períodos seguintes. abertura limitada. E é par n ão entender o car á ter limitado da abertura que muitas Iorçai
A atuação do PCB no ciclo grevista vi vendado pelo ABC paulista, especialmente j pol íticas adotam a tá tica do confronto com o inimigo, cm vez de procurar dcsgasrá-lo em
nos embates de 1979 e 1980, cm seu sentido mais profundo, visava evitar a eclosão cada trabalho. Iodos sabem que o confronto favorece sempre o mais forte.: '
das greves e, quando isso se mostrava imposs ível , tratava-se de buscar uma alternativa
pol í tica que pusesse fim ao confronto , de modo a garantir que a açã o moderada do j dal polê mica era intensa no per íodo, como sc constata na formula çã o dc
PCB n ão sofresse nenhuma quebra ou retração, -
Octavio lann í ao referir se ao mesmo embate metal ú rgico, em perspectiva bástame
No segundo n ú mero do jornal Voz da Unidade , de 10 a 16 dfe abril de 1980 , cm J distinta da anterior:
um dos momentos mais decisivos da greve metal ú rgica de 198Ü , o editorial afirmava: i
“ Invidentemente, uma sa ída polí tica se impõe — e a solidariedade ativa e a pressãol Em março, abril c maio de [ L 9{80, os operá rios se acham engatados em uma iuu pnlfrh t
organizada dos diferentes setores da sociedade ;
civil devem contribuir para obrigar os J de significado fundamental para a pró pria classe, os outros Trabalhadores c o conjunta da
.
sociedade civil Mais uma vez, a ciasse operária mostra à burguesia que u ditadura unlh it .
patrões a sentarem à mesa de ncgociaçÒes \ ”
Ou ainda, conforme nota apresentada no mesmo periódico do PCB, em scql est á condenada. Na prá tica, em termos pol íticos e econ ó micos, a greve pfovoea um novn

quarto n ú mero , dc 24 de abril dc 1980: desmascaramento da diradura c da sua farsa dc “ abertura" política /’

Nossa preocupação imediata consiste na formulação de unia alternativa capaz tic aglutinar I O que caracterizavíi a açã o do PCB era a moderação política, temerosa do*
um amplo conjunto de fbrças e tendências sodaií c políticas interessadas numa solução paid 1«MlfmntOi e privilegiadora da açã o visando o alargamento institucional, que uinvertlA
o amai impasse que preserve as conquistas do movimento sindical c democrá tico e cnsmltwt I • movimento operá rio em apê ndice da "frente democrá tica" , Si- , cm mu Ulmo.
uma base favorável ao desdobramento posterior das luras da < I operá ria í da opodçMi i in mur á vamos aqueles que compreendiam a greve como central para u avan ç o

d .i - , lutiu sociais e pol í ticas no Brasil , condlçio para o desgaste c mesmo rttptui i d i . .
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100 O continente cío labor O PR trido Comunista Brasileira (PCB), os trabalhadores e o sindicalismo. . . 10 ]

dominação autocrá tica e cxcludcntc, cm outro bloco presenciávamos aqueles que, oper á rio grevista. Era preciso estrangular a impulsão operá ria nascente, quebrando a
como os comunistas do PCB, minimizavam as a ções dc extra ção operária, uma vez que espinha dorsal do movimento oper á rio cm seu nascedouro , o ABC paulista.
a prioriza çâo pol í tica deveria ter como finaiidade a constru çã o de um ordenamento Essa clara divisã o tio interior da esquerda c do movimento oper á rio, visível no
institució nal'democritico tecido de maneira policlassista, Enquanto na primeira
concepção havia o incentivo à eclosão das greves operá rias, na segunda era promovida
-
cicio grevista de 1978 1980, intensificou se nos anos seguintes. -
a moderação c, cm alguns casos, a defesa da retracaçã o do movimento dc origem fabril
ao universo restrito da "abertura’^. A DIVISÃO ATINGE EM CHEIO O “ NOVO SINDICALISMO ”
Foi exatamente nesse contexto de crise que a. ditadura militar, iniciaimente por
meio da “ polí tica de distensã o" do governo Geiscl e, depois, por meio da "abertura" De forma gerai , podemos caracterizar dois blocos ao longo do processo. De um
de Figueiredo , iniciou um processo de autorreforma do poder: tratava-sc de fazer lado, estavam os chamados sindicalistas “ autênticos” , que se reuniam em torno
dcslanchar a transição para a institucionalização da nossa autocracia burguesa , Gestava- dos sindicalistas metalú rgicos do ABC c que agregavam sindicalistas dc diversas
-se, dentro da ditadura militar, um processo de restrita liberalização política, por categorias e partes do pa ís, os quais , com os grupos integrantes das chamadas
meio da montagem de um arcabou ço jurídico- polí tico capaz de erigir e consolidar a Oposições Sindicais-'1, compunham o autodenominado bioco “ combativo” 1 -'. Tendo
Rep ú blica civil, institucionalizada e tutelada. sindical ísras como Lula ( metal ú rgicos de São Bernardo) , Ol ívio Dirra ( bancá rios
Para que tal intento fosse obtido, era necessá rio recompor o bloco no poder, de Potto Alegre) e Jacó Birtar ( petroleiros de Campinas) corno nomes de maior
reordenando as diferentes frações dominantes e excluindo qualquer exercício dc expressão, este bloco formou a base do chamado “ ' novo sindicalismo ' e foi uni 1

atividade autónoma dos trabalhadores. Fio restan Fernandes, referindo se a esse processo - dos impulsionadores da criação do PT. De outro lado, estava a Unidade Sindical ,
de institucionaliza çã o da ditadura, definiu seu procedi memo como sendo uma que agrupava lideran ças tradicionais no interior do movimento sindical ( multai
ilclas vinculadas ao setor conservador do sindicalismo) , e os militantes de seiorci
liberalização outorgada , que se manifestou primeiro sob a forma dc uma ’' pol í tica .
d i esquerda dita “ tradicional’’, tais como o Partido Comunista Brasileiro ( PCB ) , o
dc distciK&ã” r , cm seguida, sob a forma de uma "pol ítica dc abertura", [que] revelava, a Partido Comunista do Brasil ( PCdoB) e o Movimento Revolucion á rio 3 dc Outubro
um tempo, as dificuldades , * fraqueza e a força du regime ditatorial. Se ela não mudava I MRS ). Esses dois blocos foram a base de sustenta ção dos organismos intersindlcttU
nada, pois era fruto ocasional da democracia restrita artificial imposta, mostrava que as de c ú pula criados no processo 1'.
contradições da sociedade civil n ã o podiam ser absorvidas no plano da sociedade política Fatores de ordem sindical e polí tica desempenharam seu papel na recomposiçã o
e que a ditadura pagava, pot ai, um alto preço pela ambiguidade da situação histó ria.** das forças que disputavam a lideran ça do movimento que emergia , É preciso notar
qm:, nos prim ó rdios desses movimentos, setores que posteriormente formaram a
E acrescentou: l Jnidade Sindical caminhavam em certa aproximação com os chamados sindicalistas
* Vi tendeos” . Um dos marcos dc surgimento do sindicalismo “ auté ntico” fui a
.
bm resumo a burguesia deveria perder o despotismo do seu "braço militar” , embora este I V í longresso da Confedera çã o Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CN 11 ) , ran
se mandvesse acento , em posições-chave, para moldar a transição e converter a ditadura 1 ‘L' 8 , quando mn grupo de sindicalistas se opôs is orienta ções dos setores “ pelegos” na
por outros meios em uma democracia tutelada. Claro que a “ democracia uueiadá*J direçã o da confedera ção. Desse grupo constavam nomes associados canto ao que seria
sendo a nova forma pol ítica assumida pela estrutura autocr á tica de dominação burgiicsaj
-
preservava o seu conteú do económico , social, pol í tico e ideológico vigeme desde f ] Ojõ Í L
i “ iiuva sindicalismo” como á esquerda tradicional.
Arnaldo Gonçalves, por exemplo
Importante sindicalista comunista da Baixada Sanrisca, chegou a ser considerado uni
.
cujo ideá rio encontrava-se estampado na Ideologia da Segurança Nacional . ^

A denominada "abertura” significou, ent ão , mais que uma vit ó ria da pol í tica Agrupando mil liames egressos ou não daexperlí ne í a da luta armada e /ou militantes tlrc |uci |j h .i . l n
* .
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de esquerda, um passo decisivo no processo de aurorreforma da estrutura pol í tica M * bnriaVlJ ptngressista , esse sc;or defendia o combate à estrutura sindical a partir de utn imrruo tiahulliu
.‘ omissões de fá brica. Sua maior expressão «tara na Oposição Sindical Meuliirj „ i , r . . r., . , i , ,
ditadura militar, e que por isso n ão poderia permitir o irromper pujante do movimenta ii > NM SP) , que apresenta
.
posições que combatiam fottemente direção pilrp i do i, „!i, am 1 , . nl .
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Vaie dt / el que fui «l j parrir das greves de 197H e no periodo que > r u-guiu aif a tonil 11U ç4o da
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102 O continente rio labor O Partido Comunista Brasileiro ( ¡ ( .' Ff ,
‘ Oí trabalhadores e o stnd;Lti ÍT-sma. . , 103

sindicalista “ autentico", identificando-se com algumas das posições daquele grupo insistiam na ampliaçã o dos espaços de participação das Oposições Sindicais; por
em sua origem. sua vez, a Unidade Sindical, ancorada na estrutura sindical vigente, n ão aceitava tal
Essa aproximação se dava à medida que aqueles setores , apesar das divergê ncias, ampliação, insistindo em manter um cará ter mats cupuíiita , do qual só dirigentes
buscavam se movimentar no interior da estrutura sindical , j á que eram todos membros sindicais deveriam participar, t ) que estava cm disputa era a presen ça maior ou menor
de direções sindicais c, portanto , oriundos e atuavam dentro dessa estrutura . Ao longo das ( ) posições Sindicais e ns consequentes ampliação do poderio dos “ combativos" c
do processo, as divergê ncias acerca das rela ções do movimento sindical com tal estrutura , enfraquecimento do outro setor, ligado à Unidade Sindical. Diante do quadro, ma is
o quanto à participação das Oposições Sindicais e dos setores populares no interior do uma vez,, essa tendê ncia procurou adiar o encontro .
movimento, entre outras, fizeram com que esses militantes que se identificavam com Dispostos a sustentar o que havia sido definido anteriormente, os setores ligados

a Unidade Sindical, especialmente aqueles vinculados ao PCB eao PCdoB , fossem se à An ampos resolveram manter as datas de 26 a 28 de agosto de 1983 para a realiza çã o
afastando dos “ aut ê nticos” . Por seu lado , a aproximaçã o cada vez maior dos sin d i culis tus do encontro. Sem a participa çã o dos setores vinculados i Unidade Sindical, o evemn
“ aur ê n ricos” com os setores de oposição sindical, em um arranjo que també m n ã o se foi realizado cm Sã o Bernardo do ( Ampo (SP ) , ocasi ã o etn que se deu a fundação dr
deu sem tensões, garantiu a distin ção definitiva dos blocos ", que acabou por desaguar, uma das mais importantes aspirações da classe trabalhadora brasileira ; a Central Ú tiit , i
no in ício dos anos 1980, na constituição de centrais sindicais em separado. dos Trabalhadores (CUT)16.
A grande e fundamental disputa entre os dois setores ocorreu nu 1 Conferê ncia Dianrr da efetivação da ruptura, convocada peta zYnampos , a Unidade .Sindical
Nacional da Cla.s.sc Trabalhadora { I Condal ) , realizada em Praia Grande (SP ) , cm decidiu organizar outro congresso para os dias 04 a 06 de novembro daquele ano,
] L>81 , unindo trabalhadores urbanos e rurais . À li , os dois blocos apresentaram e Seguindo a proposta do PCB, o encontro, rea fizado cm Praia 6 ira rule, o pro LI por ji ; n '

debateram intensamente suas propostas para a retomada do movimento sindical no criar unia central sindical, mas uma coordenação que entretanto , ratificou a divisan .
pa ís. Na citada Conclar foi eleita uma comissã o coordenadora Ja Central Ú nica dos orgâ nica do movimento sindical brasileiro. ( >iou-se, entã o a Coordenação Nacional
Trabalhadores (a Comissão Pró-CU [ ) que agregava membros de ambos os setores da ( liasse Trabalhadora (Conclat ).
c tinha como tarefa n ão s ó encaminhar a luta geral da classe trabalhadora brasileira, Essa divisão consolidou a separa çã o anterior. Assim , as tensões existentes enuv
mas rambé m preparar a organiza çã o d,t II Conclar , u.i qual , conforme definiçã o as an á lises e avalia ções sindicais dos comunistas do PCB (e també m do PCdoB ] c
congressual pr é via , deveria ser fundada a CUT, até ent ão pensada por todos os setores aquelas ligadas ao sindicalismo “ combativo” e ao PT acabaram atingindo rapidatm im
conto uma central unit á ria. seu ponto tie maior intensidade , .Sc desde o lançamento da ideia dc cria çã o do |U n
Porém , a Unidade Sindical , sob alegaçõ es de que 1982 seria um ano eleitoral e i mrechoque de posi ções ¡á sc dava , com a
funda ção do partido, em 1980, o pro, rsso
que um congresso naquele período poderia dividir os rrabalhadores, empcnhou -sc no sofreu um significativo acirramento.
adiamento do mesmo. Após muitas idas c vindas de reuniões , pol é micas e vota ções , Os deba tes entre as concepções do PCB c as do PT marcaram um tato i
esse setor logrou seu intento e o encontro foi transferido para o ano seguinte , Em cm termos da tradiçã o de esquerda cm nosso pa ís, Sc no per íodo pós-1945 o P( H pód ,
verdade , o que estava cm jogo era a hegemonia dentro do rffovimento sindical de certa forma, manter uma relativa hegemonia nas á reas sindicais e na rcpreseuia ç ui
brasileiro que ressurgia com vigor e pujan ça e que colocava, dc um lado , setores pol í tica dos trabalhadores, tendo de lidar ou com grupos bastante minori í .iri < n nu
que estavam vinculados ao PCB e setores tradicionais do sindicalismo e, de outro, mesmo com o P I B - nenhum deles acarretando problemas maiores ern teimo
os agrupamentos vinculados ao Pie ao “ novo sindicalismo , —
d . t disputa , nos anos 1980 , de forma organizada, na base, o quadro se motil ó
Km 1983 , o clima de tensão e divisão entre os grupos ¡ á parecia sem retomo , obremancira , Os grupos representados no interior do sindicalismo ' autentico" < - no
Marcada pata aquele ano , a Condar enfrentou novos problemas para ser realizada. Fanu I ' 1 seriam adversá rios de envergadura c disposi ção que o PCB jamais liavia ctilivimaio.
alé m de outras divergencias, a grande questão estabeleceu-se a partir do fato de que Pmatn esses mesmos grupos, articulados em torno do PT, ç ue acabaram |mt stipi ui
os “ combativos” , que jd desde 1982 se articulavam com setores do movimento social ii l ' ( . B no espa ço sindical e pol ítico , o
que acabou por levar n Partido ( AIIMUM I
e popular na Articulação Nacional dos Movimentos Populares c Sindical ( AnampnO , BRASILEIRO à sua crise ( quase) terminal no inicio da década de 1990,

Os s ¡ ndlcataras auténticos" criticavam cena pinnira i n il ,


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O Partido Comunista Brasileiro ( PCB), os trabalhadores eo sindicalismo ... 105

Os comunistas, como vimos, defendiam uma linha polí tica geral que os afastava COMUNISTAS, SINDICATOS E A TRANSIçãO
do sindicalismo “ combativo", Tendo a data perccpção de que o PT ampliava sua
presença no interior do sindicalismo brasileiro, aumentava ainda mats a busca de Vimos que a postura assumida no campo sindical pelo PCD era decorr ência de sua
aliados junto a setores inais moderados c conservadores, Foj o que ocorreu, por linha política mais geral, que também se refletia na inserção do partido no cenário
exemplo, no Sindicato dos Metalúrgicos de Sao Paulo, sob controle de Joaquim dos polí tico nacional. Com o processo de a uto rre form a do regime militar, o PCB não .se
Santos Andrade, considerado uní "pelego” hist órico, ao qual o PCB procurou aliar - se integrou de imediato à proposta Je eleições diretas para presidente, quando essa ideia
para, ao mesmo tempo, rentar isolar a Oposição Metalúrgica e contrabalançar a for ça j á era defendida por outros serores, como o PT. Na ótica do partido, dependendo
crescente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo sob lideranç
, a de da forma como losse encaminhado, esse processo poderia desaguar no já famoso
Lula, O PCH nutria a ilusoria visá o de que seria mais fá cil , nesse caso , hegemonizar os retrocedo. Com o deslanchar da campanha, que passou .1 integrar setores mais amplos ,
conservadores ou ao menos a massa sindicatos
de “ n ão alinhados ’ para, desse modo , '
u PCB decidiu- se pela participação, mas ainda du forma temerosa . A integraçã o

reduzir a influencia do PT junto ao movimento sindical brasileiro . do parrido à campanha " Diretas J á" se deu, na órbita sindical, sob a perspectiva
A história mostrou o equívoco dessa polí tica O PCB, que ao longo do período . dc que se deveria qualificar "as entidades sindicais como interlocutores polí ticos" ,
estudado havia frequentemente st contraposto às prá ticas dos setores "pclcgos” no Isso seria "um imperativo para 0 movimento gremial brasileiro" , na medida em qur
iiuetior do movimento sindical, optou ptlo esrreitamento de uma nova I orina" de os “ trabalhadores brasileiros s ó terão melhores condições pare a iota econó mica . 1

relação, vendo seu papel do passado ser desempenhado peio PT c 1pela ( TJT . reivtndicat ó tia com democracia’" 1 .
A década de 1980 assistiu ao intenso fortalecimento da CL i ' , Com o “novo Poi a partir dessa visão que o partido deu seu apoio ao governo de fosé Sarney.
sindicalismo" avançando rapidamente , os comunistas, ainda que continuassem com eleito por via indireta rio Colégio Eleitoral, Foi r ípico do período 0 apoio do PCH
,

certo apeio à unidade, indicavarn claramente que os caminhos dos setores envolvidos ao chamado Piano Cruzado, que se manteve mesmo quando o ulano económico e o
iro movimento sindical seriam diferentes Assim é que eles se integraram . à criação da próprio governo j á mosrravam desgastes. Isso lhe rendeu rensôes externas e interna ',
Central Geral dos Trabalhadores (CGT) em março de 1986, que a partir de I9B8, , E possível perceber que algumas posições existentes dentro do partido davam ctmtll
passou a chamar-se Confederação Geral dos Trabalhadores ( CG F ) ”. dns pròblemaí enfrentados pelo PÇB e buscavam caminhos alternativos .
Embora buscassem a hegemonia na intersindí cal, os comunistas não tiveram vida Por meio de rim intenso debate na imprensa do parrido, foram indit ido
fácil dentro dela. O PCB, pouco a pouco, passou a perder espaço também no interior problemas, como: a confusão entre a proposta de sustentação da rransiçâ o e ,1 de
da CGT para um novo bloco que se gesto» em torno do chamado "sindicalismo sustentação do governo; a tend ê ncia avassaladora de busca dos espaços institution a is

.
de resultados” Diante dos avanç os daquele setor, que passava a conferir um ideá rio cm detrimento dc pritras possibilidades de iazer pol í tica; e a visão dos limite! da
claramente conservador e de direita a CG I, o PCdoB decidiu dcsligar-se da central. justificativa do “ retrocesso ' polí tico eos desgastes q tie isto impunha ao PCB jii nu "
O PCB ainda prosseguiu cm sua equivocada e subserviente tese, visando converter a movimento social , quando os comunistas analisavam as mobilizações sob a m í i , d 1 1

CGT cm uma central de car á ter progressista . Como indicou l.uif Carlos Azedo ’ 1
, esse desestabilizaçáo, Um dado importante foi a percepçáo de que, para o partido assuimi
tipo de aliança teve como resultado o fato de que os “ comunistas acabaram excluídos sua condi ção de ‘protagonista” da causa socialista, ele precisava mudar e fazei I mm
' ¬

da direção de muitos sindicaros, juntamente com as lideranças sindicais a que sc ' s outras posições que acabavam por se tornar hegem ónicas no seio dos movim n .
haviam aliado" ' '. ociáis, já que recusavam a polí tica ‘defensivesta" : 1

Poré m, se conseguiram sinalizar outras possibilidades dc ação paraos cumuiir 1 1


PCB , tais posiçócs não convenceram a maioria inrerna necessá ria para mi d ,,
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i >nemação da organização, que seguiu com uma an álise oficia! um ramo ulanmtii
, ,
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Vi , idem c Iran I,icome Rodrigues, Trtit .ilkulcrc! iinriit ' tlisma rdempfntfu a tmjetòru ir f í ' l in e
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1. na dc sua atuação na conjuntura. Segundo o partido, eia preciso lcv .it riu u iu .i >

<1 e do-.ezuido, S iO Paulo, LSF, 1993)


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1 | « issibilidades progressisras do governo, uma vez que n ã o oc»m tain inn 1


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A panir de 19S9 , a CGT se subdividiu c o país passou a lerdeas . t lu mu t
( , 1, d., r u, u :- mil i
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mi sindicatos e foi limitada a repressão às greve.,- entre cap irai > > hallio
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LuizCarlos Wsio , " Motluiiinui. , 1mr5r .1 l , undu do ti .ih i!b . Rrt 1 A . " • • A'« * . > tSii > l' iulnj»
Seguindo essa perspectiva, os comunistas trabalharam para o .r. >1 >

I nido apoio também ,10 chamado Pacto Social . Na velha ir.njiç mu d 1 1 ., qn,
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106 O continente do labor O Partido Comunista Brasikiro iPCB¡. o.s trabaUmdores e o sindicalismo. . . 107

dominava as concepções dominantes do PCB , ele se orgulhava tie ter sido o primeiro “ quebrar", “ desmontar" e “ impiodif a cstruuira sindical . Assim , o PCR ,
qttando
integrante da frente democrá tica a propor o pacto '- . ' '
tentava agregar polos dc difícil aproxima çã o, descontentava os dois blocos
presentes
Difícil seria aos comunistas, já enfraquecidos no campo sindical, convencer o no sindicalismo brasileiro.
movimento dos trabalhadores, cm um dos seus periodos mais ativos , de que era possível Ainda que sc manifestasse no debate interno do partido, a posição de apoio à
um “ pacto" como caminho para a obten ção da melhoria das suas condições devida. As CU 1 não logrou sucesso e acabou sendo derrotada peia opinião esposada pela Direçá o
greves, que varreram a década de 198(1, demonstravam que, pelo menos em seu polo Nacional do PCB. Sua proposta de trabalho, cm termos da lura ¡rela “ unidade” do
mais din á mico, a classe trabalhadora perseguia caminho bem dilerente . 1
' movimento sindical - c que na prá tica forçava o partido a estabelecer uma suposta
Pi ca evidente a perspectiva, j á tradicional na prá tica do partido, da possibilidade tie posi çã n cr í tica equidistante entre as for ças , foi consagrada e referendada ria
trabalhar estrategicamente o reforço de certos setores do governo c, a partir dai, reduzir Conferência Nacional Sindical, realizada nos dias 8 c fi de março de 19864 ',
os espa ços dos conservadores, avan çando nas m¡¿dan ças4 \ Uma ve? mais, o partido se , Ao definir-se dessa forma , o PCB foi , ao mesmo tempo , cm termos pol í ticos
colocava na posição de peça de balanceamento, indicando c controlando os “ desvios gerai >, separando-se dos setores “ combativos" , com seu apoio ;t Aliança Democrat UM ;
de radicais e dos mais conservadores. O faro, poré m, é que, como em outros períodos
da historia brasileira , t> PCB parecia “ d ócil " para os setores mais “ combativos” c, como
-
e, no campo sindical , disuinciando .se do sindicalismo combativo4 , A importâ ncia da
prioridade da futa geral em detrimento da luta sindical , isto é, da a ção policlassisia
sempre, “ perigoso” para os setores mais conservadores. Os comunistas, coerentes edm em detrimento da prá tica dassista , foi explicitada quando os comunistas assinalam
sua estrat égia para a transição, buscavam balizas mínimas do espaço de contfito". Era 11
que n ão poderiam existir, a priori, quaisquer restrições à afian ça e ao trabalho comum
preciso fazer acordos para o reorden a men to pol í tico social .
No campo sindical , o caminho que levar í a os comunistas a uma aproximaçã o
- com a GUI e o P J , cabendo, pelo contrá rio, esforços para i ampliaçã o das á reas ,

de entendimento. Mas, segundo os comunistas, em raz ã o desses setores negarem e


com os setores “ combativos” Foi cheio de obst á culos. O P( ib remou suturar a divisão se contraporem aos avan ços concretos da transiçã o democrá tica , n ã o teria sentido
existente no sindicalismo. Assim , apesar das discord â ncias c divergencias , o partido -
i srabclcccrem se alian ças preferenciais com eles .
procurou articular novamente a unidade do movimento sindical brasileiro. Nesse Na vendarle, dada a flexã o em sua linha pol í tica que permitia a rela çã o dc sei »
sentido , i rab.dhou pela unificaçã o, sem perder de vista as limita ções que percebia nos militantes com sindicatos “ cutista.U e o trabalho em busca da unidade, o partido wm
dois blocos existentes , pre possibilitou a identificaçã o dc setores de sua base com esse tipo de sindkalhiiin
Ueste modo , o parrido já sinalizava as dificuldades enfrentadas cm sua relaçã o
com os setores mais conservadores do movimento sindicai , com ns quais optara pot
Ghvianiente, isso servia de vá lvula de escape pant aqL íeles mais próximos à CUT Mirij
ii ma vez , corno em sua tradi çã o, o PCB mantinha
a ambiguidade cm sua a çã o e posmu
.
se aliar. Se havia conseguido aprovar sua linha unitá ria no Congresso de Praia Grande , t al identificação entre militantes do PCB e aCUT que já vinlm ocorrendo h á tempi it
o PCB foi perdendo espa ço para as propostas de cria çã o de outra central que “ fizesse ii ' alguns sindicatos, trouxe a tensão
externa para denuo do partido, sendo pot isso
frente â CUT" , Os conflitos entre o PCB e os conservadores també m se acentuaram, 1' de duro ataque por parte dos mentores da linha sindical oficial do PCB,
o que dificultou a convivência entre ambos, * Sc, por fora da CGT, o PCB viu seu poderio no movimento sindical ser aa i md
O fato, contudo , é que o partido remava ainda buscar uma aproximação entre pda " U D no interior da ¡ntcxsindical , o partido viu ampliarem-se Seus problemas com
(
“ pelegos ' e “ combativos” , sem perceber que as distin ções iam j á muito longe. Esravam
1
sciorcs mais conservadores da CGT, diminuindo seu espaço dc m o v i m
coiaç ¡
marcadas por um cará ter de classe que o PCB havia abandonado em sua ação pol í tica, limitando a possibilidade dc “ transformação ' da CGT em uma imersí ndical dc cunho
cada vez mais inserido nos marcos da velha conciliação brasileira . Suas proposta!
dc “ mudanças", “ liberdade” e “ democratizaçã o" da estrutura sindical nunca seriam
suficientes para satisfazer os conservadores (a quem isso poderia ser uma ameaça d '
.
\ d ¡c ão do jornal Voz i/ i UnirLidr lie l ã a 1 â daquele m és publicou s rcsa í u ções do , i
eu l
ipn , v n, „,
r, reivindicações que deveriam ser feitas, o partido indicaria, cmrc outras citadas no tenro: , .
perda dc controle) , muito menos os “ combativos” , já que estes objetivavam transformai dc uma nova lei de gneve no curto prazo; eliminação de rodas as restrições ao direito a greve; <! •

i , . I des v ínculos dc depende ocia dos


. .
sindicatos em rela ção an Kst ido com J manir leo çã o ti .dull
• o li . ., legisla çã o assegurando o dircitu tic organizaçã o ,
ile comissões si ml k al nas empou ,n orluiia
*
Vrf jornal t Ç ,- ,ti ! imiiiít , 19 / 12/ 1986 J Hri / J ÕS
'
i i ur .ro e cvrjblljdadc no emprego , piano de - redução da semana de ( rainal lio , sis' nn 1 .
1 11 .
prazo o estabelecimento definitivo da semana de ã O horav , sem n. , li , to ulai í ! .
]>ara unu analm , I - r , I , , , 1 , I r. pn s i Krluardn IS ihn , A . , , , , m da , , , , I - - 11 ’ mil 'll cu ri m ú rente '¡rali o .
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iiunbiji delertderaln nas rru â sjç rV ', a > urja
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IOS O confinante do labor O Partido Comuiusta Brasileiro ( PCBj , os trabalhadores e o sindicalismo... 109

menos "imobilisra" e “ cupulisio Com «su postura , o resultado não poderia tcr sido cansado dos obstáculos, decidiu alterar a pauta c incluir a questão das centráis. As teses
diferente: o partido rapidamente perdeu terreno para os setores identificados com o apresentadas pela Direçáo Nacional acerca de uma saída para a cri.sc n ão chegaram a
que depois seria conhecido como "sindicalismo de resultados '"'8. ser votadas.
Apesar de reiterar a correção” de sua linha pol í tica , o PCR fot esvaziando cada
'
A partir daquele PCR passou a trabalhar no interior da CUT
encontro , o
vez maissua presença no movimento sindical e sinalizando uma fraqueza cada vez mais agrupado , à tendencia Unidade Sindical . Esse movimento valeu para a
ironicamente ,
evidente. Ainda assim , o partido insistiu na tese da “ unidade entre as mtersindicais” , atuação dentro e fora da CUT, na medida em que visava agrupar também os ' aliados
se não de forma orgánica , pelo menos no plano da ação. independentes" do PCB ,
Ncssc sentido , o ano de 1 989 foi prat í camente definitivo para o pai tido. Diante Após longo e tortuoso trajeto, os comunistas se integraram à central sindical
do quadro aferido dentro da CGT, era dif ícil conter a postura crítica de diversos setores , que estiveram perro de fundar e que arc então se constitu ía :io mais consolidado e
dentro do PCB , acerca das posi ções assumidas pela Central , Assim , aos comunistas no duradouro projeto sindical na história do Brasil. Conforme colocado por um tios
meto sindical , at é aquele momento, cabí a a á rdua tarefa de tentar coabitar a mesma articulistas no debate citado anteriormente , os comunistas, "atropelados pela histó ria , ”

casa com os setenes mass conservadores do movimento em nome da linha geral , ainda ‘
Voltavam’ à CUT, só que desprovidos do potencial dc que dispunham antes, tamo
que em relativa contradi ção com da , como ¡ á vimos. Sc o partido , no campo pol í tico no meio sindical como no âmbito pol í tico geral . Nao tinham mais força para disputai
mais ampio , por vezes ensaiava uma pol í tica de alianças com os setores progressists e i hegemonia com u PT
.

de esquerda , no meio sindical tal postura era considerada fora dc propósito e prejudicial No meio sindical , esse seria o ú ltimo ato importante na história do PCB , que ,
aos trabalhadores c ao parrtdo. por anos a fio, se constituiu enquanto referência pol ítica de esquerda no meio pol í tico
Embora a posição defendida pela Direçáo Nacional tivesse conseguido se manter c sindical Um partido que , com a ditadura militar , pela repres - ã o, viu-se privado dos
.

na orientação dos comunistas e controlar os í mpetos ' enlistas ' no interior do PCB,
1
acessos para a manutenção dessa hegemonia na esquerda c que não soube entender e
tipos o debate de ] 986 a crise já era por demais forte para que se conseguisse rapar o sol se relacionar com os novos elementos cm termos de I ranslormação social e cconómk a ,

com palavras. O pró prio I [circules Con ca , que por tamo tempo pôde ser considerado o trazidos no bojo da ditadura. Ainda que lentamente, o PCB foi dilapidando si 11
responsá vel pelo movimento sindical , terminou por perder o bastão c , ap ós sucessivas patrimó nio pol í tico e emregou seu espaço dc representação a outro partido o PT. ,

derrotas internas devido ao grau de descontentamento com suas pol í ticas sindicais e à |
frente do part ido no Rio de Janeiro, acabou por se afastar da organização c intcgrar -sc
de vez ao PMDB . '
CONSIDERAçõES UNAIS
Pouco a pouco, então , o debate começou a se definir pela CUT, Em novembro
de 1990, o Voz da Unidade anunciou cm sua maté ria sindical ; ’‘Comunistas vão para I ( U argumentos historicamente utilizados pelo PCB cm sua enrica ao PT (e também
a CUT” , A defini ção de integrar-se aos quadros da CUT foi discutida c acertada no I os do PT contra o PCB ) servem para observarmos um dos eixos pelos quais se dru
Encontro Nacional Sindical do PCB , realizado nos dias 20 e 21 Je outubro de 1990, I . < luta pela hegemonia no interior da esquerda brasileira na viragem das détudas d .
em Praia Grande, por cerca de 2 Í 0 representantes de dezesseis estados . Esse encontro I 1970 e 1980.
"
decidi Lt prumover um processo dc integraçã o dos dirigentes e ativistas sindicais I Com ' i ressurgimento do movimento sindical naquela conjuntura , o.sgruprv . 1
comunistas à Central Ú nica dos Eraba! fiadores” . . tpicrda no Brasil tiveram a possibilidade de apresentar seus projetos de intervenção
Na verdade, a decisão dc ir para a CUT n ão foi consensual . Muitos delegados I 1 ' d í tica e sindical . Na diferença entre eles ocorreu a disputa , c o PT acabou assumi i f
resistiram ã proposta , mas a maioria se definiu pela nova orientação. A posi ção contrá ria I I poseo que durante muito tempo coube aos comunistas no movimento sindical em *
argumentava que o cnconcro não havia sido convocado para aquela decis ã o - devei i . i i vn . lrio pol ítico em geral .

somenre "discutir uma sa ída para a crise e eleger a coordenação nacional , sem decido O PCB, cm sua proposta, sempre sc pautou pela insistência na defesa d.i lula pela
sobre a atuação nas centrais sindicais” e que o evento, não sendo uma conferem Id I
• mndade das forças democráticas nas diversas frentes dc combate an regime M i , n ,

nem um ativo do partido, n ão poderia ser deliberativo , Se com esse ripo de argumento i iilitica , . i unidade n ã o se define abstratamenre . F. la tem de ser ti huid : cm temm I>
os setores não favoráveis á CUT buscavam minear o processo, o setor mujoni irioj i i peei ivas imediatas, conjugadas e cotejadas com as a çócs e pcrspLLilva -. nan ,
V i ' l n B buscou sernpii’ ú uninli . rr no sentido da tmid.uli L uni . n . n , l . r p . ¡
41 Idem .
.
• " ni i a tliiiulurj. in ui | i" i 11 uantiu Mi t iTtcád 1 e iiu' ii - mid . i u <.
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I LO O continente do labor

com que , distanciando- da ação concreta da classe em mov ¡nimio , permitisse í LLL O
I jiaçõ ;sc abrisse paran nascimento f :i expansãò do 1 ' I .
^ ^
As posi ções assumidas ¡icsse perdido de transi ção Foram Uiiuiimenrai .s para a
sobrevivencia do partido no per í odo subsequente, Seu dUeina pode ser resumido deste
mudo: não maijf dispunha de grande presen ça no movimento Sindical e operá rio c . por
.
. 1 1 I. I a d km , viu - se sem rúâiores possibilidades ile fmervU' de Forma intensa nç® rumos
1 1 pol í tica ns.don.alj romo fizera OUT mia. Al é m disso, ¡ a havia ou iro pair aio , com forte VII
1 1 im operírio em süa origem e que ampliáva a cada ¡nomenro sua partidpaçã u nd
. . tidrlo político nacional . Quando desmoronem a Uni áo Sovi é tica , o Ét H , desprovido 1968 NO BRASIL1
. I basíí soiTÍa] operária e sindical , viu ruir seu projeto também no ecu ário in tem ació n ai .
m . i contestLi .il idade profundamente crí tica que o f 'CB chegou dividido an seu
K . . us - so . no qual a maioria do Comité Central ( t . idiu pel . sua extinção , com o
lnn dc sua legenda e a conversão em uma nova sigla* .
Que o lf I . ma is de uma década depois do deludí a mento do Pt ,B , tenha repetido O CONTEXTO L>A CHISli
I . I tnigáí f a, agora comó j&rw, já no urra história.
Em 1 968 , presenciou - se a era das mú ltiplas explosões 5 revoltai: up etá rias , estudantis
feminist as . dos negros, dos movimentos am I net nal is tas, dos homossexuais, entre tantas
outras Fun na.s de levante c descontenta mento social e pol í tico , naqueles Lempers que

selavam o “ fim dos anos dourados ’ .


Se tantos mu vi nu- utas de pro res LO .soei . -. I mobt li ra ção polir ka agitaram o mui h
I -. JIIOJ .
L .tiu libeu iriu [os esltnlariLes c Lraballnidures franceses, a Primavera di
i

Braga contra o ‘'socialismo real ” sob dom í nio da I RSS , u massacre de estudantes ii "
M é xico , as manifestações nos Estados Unidos contra a guerra no Vicm â , as distinras
ações revolucionárias armadas em diversos pa í ses , os movimentos de rJintraonltiifiM
: nrie rmnos , o Brasil ambé m marepu sua presenç a rnLqLLclc emblemá tico ano.

É preciso desde logo dizer qui . . tl é m da influê ncia des Fatores inter i

. la identidade com mo vime mos òon testadores dc outros pa íses , o 1968 brasileiro icv ç
*
suas es pee ifi cidades . Por exemplo , nosso tnovjmento estudantil , deflagrado . t ji .uiii
d , março, seguiu uma din â mica de luta espec ífica e- um calendá rio político pr ó prio
.Ulterior aO lamoso maio de 1968 na frança.
Do mesmo minto as greves metalú rgicas de Osasen (regi ão iiulustri . il na grundl
,

b ui P .uiJu , S P : ., d c sc nea dead .:. -, em julho , t as dc Contagem ó -- gi ão ¡ I dust rial ira gi


di Dela Horizonte, M ( h . deflagradas em abril e outubro Jo fiáesmo ano, neon m i

. . i : s uri gen s e raízes muito marcadas pela particul aridade brasileira , em plena lm . >

contra a ditadura militar.


Isso náo significa dizer que os brasileiros n ão estivessem sim nubadas coin as
ifostações que ocorreram mundo afora naquele aitu . Havia urna sérl dc aí pcCÇÒ
mi uns , Impurificados pelo “ clima pol í dco^ .çxlstente njó ; cen ;mn mini I il rio imiti
| Br ,S . PULIL mosdestá< ir, ent ão , algumas condições estruturais que eran . . , irrll
pi ' l . u , diversas sociedades, cm particular as “ centrais", mas que M - mnsii iv . mi pn - nu . m .
Ins pa íses itd li - u elm lu, comu Brasil Mexico. Aigeuii ¡

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112 O continente do tabor 1968 no Brasil 113

medidas, havia similaridade em condições como a indusrrialização avançada, a crescente e mesmo “ pelegos”:, para o com ício de 1'-’ de maio na Pra ça da Sé, esperando obter algum
urbanização e consolida ção de modos de vida c cultura das metrópoles, a massificaçã o respaldo popular para seu projeto de tornar-se candidato a presidente da Rep ú blica,
dada pela ind ústria cultural , o aumento do proletariado e das classes m édias assalariadas , Sodr é eos dirigentes sindicais presentes, mais moderados , tiveram de refugiar se -
a importância dos jovens na composiçã o etá ria da populaçã o, o acesso crescente ao ensino .
na Catedral da Sé pois foram expulsos tio palanque por grupos operá rios de Osasco e
superior, alé m da incapacidade do poder constitu ído de representar sociedades que se da região do ABC paulista , acompanhados por estudantes e militantes da esquerda de
renovavam. Se estes condicionantes mais estruturais não explicam por si sós as ondas de perfil mats crítico e à esquerda do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Após queimar
0 palanque, os revoltosos sa í ram em passeata, gritando “ Só a luta armada derruba a
rebeldia e revolução, ofereceram o solo onde floresceram as ações pol íticas e culturais
-
diferenciadas que caracterizan!o 1968 no Brasil. E, para compreend ê lo , é preciso lembrar ditadura". De fato , vá rios dos presentes já pertenciam ou viriam a integrar organiza ções
de dois movimentos, relativamente distintos em suas origens, mas bastante articulados que posreriomienre enfrentaram a ditadura de armas na m ão , realizando algumas
em sua processual idade: o movimento estudantil c as greves operá rias. ações armadas em 1968, que foram precursoras da escalada guerrilheira urbana que
se expandiu nos anos seguintes no Brasil .
O movimento estudantil ganhou novamente as ruas em junho de 1968, m ês no
1968 E O MOVIMENTO ESTUDANTIL t
-
qual atingiu seu á pice em todo o país , General í zaram se passeatas , greves, ocupa ções dc
faculdades etc. As divergê ncias na cú pula do regime, indeciso entre a chamada “ abertura"
O ano de 1968 teve in ício no Brasil com a eclosão de vá rias manifestações dc e 0 endurecimento ainda maior do cen á rio pol í tico nacional , foram exploradas pelo
estudantes. Eles reivindicavam ensino pú blico e gratuito para todos, uma reforma que movimento. O Rio de Janeiro foi o cená rio principal, onde os estudantes lograram
democratizasse o ensino superior e melhorasse sua qualidade, com maior participa ção adesã o popular para suas manifestações: mais de cem pessoas foram presas após setc
estudantil nas decisões, e mais verbas para pesquisa - voltada para resolver os problemas horas de cnfrerttamento nas ruas , em 19 de junho, cenas que se repetiram dois dias
econ ó micos e sociais do pais, També m contestavam a ditadura implantada com 0 golpe depois, ainda mais agravadas , deixando quatro mortos, dezenas de feridos e centenas
de 1964 e o cerceamento às liberdades democráticas. A maioria dos universitá rios de presos durante a "sexta- feira sangrenta” .
estudava em escolas pú blicas e o acesso ao ensino superior era restrito, havendo uma A primeira de uma sé rie d é ocupações de escolas ocorreu cm 22 dc junho, na
procura muito maior que a oferta de vagas , tradicional Faculdade dc Direito de São Paulo, vinculada íl Universidade de S ã o
Desde 1966, a pol ícia da ditadura militar vinha reprimindo as esporá dicas Paulo ( USP) , seguida pela faculdade de Filosofia da mesma universidade. Protestos,
manifestações estudantis nas ruas . Contudo, as rebeliões só viriam a desabrochar em manifestações, ocupa ções e passeatas ocorer íam també m em Belo Horizonte, Curirlbii,
1968. Eram conhecidos como ‘'excedentes" os estudantes que obtinham média nos . Brasília , Salvador, Recife, Fortaleza, Porto Alegre, João Pessoa, Florian ó polis, Natal ,
vestibulares, mas n ão entravam na universidade porque o n ú mero de vagas dispon í veis Belé m , Vitória, São Lu ís e outros centros universitá rios ,
era menor do que o dc aprovados. No início do ano, eles se mobilizaram por mais A célebre Passeata dos Cem Mil teve lugar cm 26 dc junho: estudantes, intelcctiiLih ,

vagas, ao passo que os frequentadores do Calabou ço restaurante estudantil no RlO :
dc Janeiro , cuja clientela era composta especialmente por estudantes secundaristas;
artistas, religiosos e populares foram às ruas do Rio de Janeiro para protestar contra
a ditadura e a repressão policial às manifestações. O governo não reprimiu a passeat ã
pobres - - pleiteavam sua ampliaçã o e a melhoria do ensino público. Essas rcivindica çóed devido à pressã o da opiniã o p ú blica . Uma comissã o ampla foi indicada para Inu lar
específicas assoçiavam-se à luta mais geral contra a política educacional e contra a -
'
.
um diálogo com o governo, sem sucesso Um impasse estava colocado ao movimento
própria ditadura militar então vigente no Brasil. estudantil: as autoridades não faziatn concessões e intensificavam a repressão. Enquanto
Em 28 dc março de 1968, a polícia invadiu 0 restaurante Calabouço, gerando Isso , vá rios atentados terroristas eram praticados por uma organizaçã o panin ú lilar t|e
0 primeiro grande conflito de rua daquele ano . Vários estudantes ficaram feridos e foi extrema-direita, o Comando de Caça aos Comunistas (CÇC), composto por estuda mes
morto 0 secundarista Edson Lu ís de Lima Souto, cujo corpo foi levado para a Assemble!» c policiais financiados por grandes grupos capitalistas e com claro apoio da ditadura .
-
Legislativa do Rio de Janeiro. Passeatas de protesto espalharam sc pelo resto do pais , -
A repressã o intensificou se, atingindo também as lideran ças do movimento
onde , em Goiâ nia (GO ), a repressã o policial matou mais um estudante , estudantil. Vladimir Palmeira , o principal líder do Rio de Janeiro, foi pu so etn
Nos meses de abril c maio, houve novas manilcMa ções p ú blicas, mas os estudante* 1 dc agosto de 1968. A Universidade de Bras ília foi violentamente Invadida p - la
em geral buscaram rrla / er as for ças, recolhendo - se no interior das faculdade -. Ao polida no dia 29 do mesmo mês. Fm S ão Paulo , em $ de outubro, foi assassinado
mesmo tempo , esboçavam se movimentos de LNU 1 esta çã o no movimento operá rio tr um estudante na Faculdade dr filosofia , após ataque dc estuJailtcr v puimlllmo
cm pincelas do tiiulkilUmo biudleí rn
-
l ) nu ,f u giivrfnador dc Sjn Paulo , Abou Vulir , tlu g nu a mondado pelo
I ti- d' HiimJi, |
I IM.luaaiMt MfltUs * > 111 , 11. il HHivi VJIIí HJ |
I III 4 tiH tlnuliii ill HMUIMM > lraU* d
Movimento Inii tstodi , al Anilam ,, b < < ( M I N ' qut n imia 1 > intitulo o HIMUS moriciarint « mti wmiur tiilh > nlkiiè)lii » I » « („
114 O continente do labor 1968 no Brasil 115

de direita abrigados na Universidade Mackenzie, Foco de organização dos setores Se o operá rio-massa foi a base social para a expansão do ‘"compromisso'" social -
estudantis conservadores. Seguí rarn-se passeatas e choques com a pol ícia nos dias - democrá tico anterior, foi també m um claro elemento de ruptura econfrontação com
a ordem dominante, questionando os pilares constitutivos da sociabilidade do capital ,
subsequences, mas, ao mesmo tempo, começava a diminuir o n ú mero de passeatas
c de participantes , particularmente no que concerne ao controle social da produção, por meio de ações que
Em 15 de outubro, Foi desmantelado o congresso da União Nacional dos n ã o pouparam nenhuma das formações capitalistas desenvolvidas1.
Escudantes ( UNE) , em Tbi ú na, no interior paulista. Todos os presentes foram presos, O boicote e a resistê ncia ao trabalho despótico assumiram, entretanto, modos
cerca de setecenros universitarios, selando a derrota do movimento estudantil brasileiro diferenciados e particularizados, marcados pelos distintos países c diferentes realidades ,
de 1968. Vá rios de seus integrantes passariam, então, a concentrar suas atividades na Desde as formas individualizadas do absenteísmo, da fuga do trabalho, do turnover, até
militâ ncia pol í tica clandestina, em organizações de esquerda, vinculados inclusive à o exercício dc formas coletivas de ação visando a conquista do poder sobre o processo
luta armada que se desencadeou nos anos seguintes, de trabalho, por meio de greves parciais, opera ções de zelo ( marcadas pelo “ cuidado"
Na é poca, a contestação radical à ordem estabelecida dif ú ndia-se social mente especial com o maquiná rio, que diminu ía o tempo / ritmo de produ çã o) , contesta ções
també m no cinema, no teatro , na música popular, na literatura e nas artes plásticas, da divisã o estrutural hier á rquica do trabalho e do despotismo fabril emanado pelos
Nos anos I 960, manifestações culturais diferenciadas cantavam cm verso e prosa a quadros da ger ê ncia, formaçã o de conselhos , propostas de controle autogestion á rliu,
-
esperada “ revolução brasileira", que deveria basear se na açio das massas populares, ctti combate ao sindicalismo tradicional, chegando inclusive a lutar pelo controle social
cujas lutas a intelectualidade de esquerda pretendia engajar-se e mesmo liderar. da produção e emergência do poder operário'.
De modo resumido, dois grandes campos dividiam os artistas con testadores cm Essas lutas sociais a partir do espaço produtivo agregaram um componente
1968: o dos vanguardistas e o dos nacionalistas . Estes estavam mats próximos ao PCR explosivo à crise estrutural do sistema capitalista, ajudando a obstar a permanê ncia
c procuravam desenvolver urna l ú ea nacional-popular que abrisse caminho para uma do ciclo expansion! do capitai, vigente desde o pós-Segunda Guerra . Alé m do
-
posterior a ção socialista. Os vanguardistas liderados pelo movimento troplcalista de esgotamento econ ó mico do ciclo de acumula çã o , as luras de classes ocorridas cm
- -
t neta no Vcloso e Gilberto Gil criticavam o nacional popular, buscando sintonízar se - 1968 solaparam o dom í nio do capital pela base e afloraram as possibilidades dc uma
i < un as vanguardas norte-americanas e europeias, particularmente com a contracultura
, -
hegemonia (ou uma contra hegemonia) oriunda do mundo do trabalho.
hnnrporando-as á cultura brasileira. Apesar das divergencias e das rivalidades entre Estamparam , desse modo, seu descontentamento em relação à alternativa social'
r íes, os artistas engajados nos dois campos sofreram perseguições, censura âs suas obras -democrata, predominante nos sindicatos e partidos que reivindicavam a representação du»
cat é mesmo prisão e exilio. forças sociais do trabalho e que seguiam uma via predominantemente negociai , institui ion il .
c contratualista, dentro dos marcos do “ compromisso sodal-democr á ticn” .
Se esse tra ço esteve presente, entre tantos outros pa íses, nas lutas operá ri i na.-
i

iç>68 E O MOVIMENTO OPERARIO Tran ça, em 1968, e, no ano seguinte, no “ Outono Quente” , na Itália, ou ainda nu
Cordobazo, rebelião operá ria na cidade de Córdoba, na Argentina, no Brasil as grev##
Houve também outra figura social nesse ciclo das rebeliões mundiais, em 1968: o operá rias deflagradas em 1968 tiveram um claro sentido de confronto rann > à dltudutM
oprrdrio- mnssíU parcela hegem ó nica do proletariado da era do taylorismo/ fordismaj militar, que cerceava a liberdade e autonomia sindicais, quanto à sua pol í tica <\ onómlcfti
dominante do capitalismo desde os anos 1920, tanto no cen á rio europeu quanto fundada na superexploração do trabalho.
rm outras partes do mundo. No Brasil , desde 1930 foram introduzidas as pr á tica* Tais greves foram , nesse sentido, uma primeira resposta dos trabalhadores M
toy lo listas c fordistas que impulsionaram o ciclo de industrialização nascente, E, com etçJ golpe militar de 1964 , quando se desencadeou uma profunda repressão i t .qin rd* -
ties lancha ram també m a proletarizaçâo e a massificação dos trabalhadores brasileiro* ] . especial men te ao PCB e ao sindicalismo sob sua hegemonia. Essa repressão ao na ivImcflfO
Nos países centrais, de industrialização avançada, com a perda da identidadd operá rio c sindical era condição necessá ria para que o golpe militar pttdev.se crlat novrti
cultural oriunda da era artesanal e manufaturcira, o operá rio industrial se ressoeializmi condicionantes para a expansão capitalista e sua maior internacionalização no Brasil
de modo particular, quer pela parcellza çã o da produ çã o industrial e de servl çoU Portemente repressiva contra o movimento sindical , oper á rio e popular, a
.
quer [ K:IJ peida da destreza anterior ou ainda pela desqualifica ção repetiriv i de sLiiujl tIliad ura militar brasileira decretou a ilegalidade de todos os partidos pol í ticos , u r íatulu
atividades, d é m das turmas de sociabiliza çã o ocorridas fnra do espa ç o da i á hrliMH .
somente dois oficiais Interveio em diversos sindicatos , proibiu a deflagra çã o dc greve»,
Essa nova forma de sociabilidade operá ria , segundo Alain llihr '. gerou a* bases paia
.
l é u, í a tie t laser
i .
<| , rctou a ilegalidade da Central Geral dos Trabalhadores (Ct i l l da l Ini á o Na < Innul
a emergê ncia dr uma nova identidade e de uma nova forma d

|, l , m
AUltt mill, /1« *
I Ki O CYHiiirltrife do labor 1968 no Brasil 117

dos Estudantes ( UNK), do PCB c dentais partidos de esquerda , dando início a um A partir dc ent ão dcscstruturou- sc toda c qualquer possibilidade de manutenção
,

ampliação do movimento. No seu quarto dia, os operários retornaram ao trabalho e


I > . i iodo difí cil para o movimento operário no Brasil .
e
Depois de alguns anos de resistencia, foi no inicio dc 1968 que a luta operária encerraram a greve. Estava derrotada a mais importante greve até então deflagrada
voltou com ma is força c ofemiv ídade . Hm abri) , setores sindicais à esquerda do PCB contra a ditadura militar.
lideraram unia greve em Contagem , cidade industrial próximas BeJo Horizonte (MC ) , Em Contagem , outra greve foi desencadeada cm outubro de 1968 , animada
. ¡ ii . - teve resultado positivo , uma vez que a ditadura militar, ao ser surpreendida peio peia vitoria da experiência local ¿interior, ern abril reivindicando melhores condições ,

0 vnugimenro do movimento operá rio , silenciado e reprimido desde


o golpe , acabou de trahalhn c recusando o arrocho salarial Mas o contexto da ditadura militar era dc .

I . emlo concessões frente lis reivindicações trabalhistas


. . . Foi , ent ã o , a primeira vitória claro tecrudescimento. A paralisação durou somente poucos dias e a repressão ¿tos
, 1 - uuu greve operá ria depois de 1964 Organizados em Contagem e em Osasco, .
grevistas foi violenta, tertdo o sindicato sofrido intervenção, com a consequente
I , iram -se novos núcleos de esquerda , principalmente vinculados movimento
ao destituição da sua direção. Ocorria, então , ourra brutal derrota para o movimento
operá rio, que levou ¿mos para se recuperar. A ação operá rio-estudantil foi duramente
,
r , i ii in católico de esquerda c a militantes e simpatizantes dc organiza ções pol í ticas
.

radicalizadas e cr í ticas, à esquerda do PCB , reprimida pela ditadura militar, encerrando o 1968 brasileiro.
í setores main moderados do sindicalismo també m se organizaram , por meio Poré m , .1 luta pela cria ção de comissões de fá bricas, contra o despotismo fabril ,

D Ml V Mas loi em julho de 1968 , cm Osasco, que os oper á rios fizeram uma greve * contra a supcrexploração do trabalho, contra a estrutura sindical atrelada ao Estado

li I ml iria Na época, Osasco era considerada uru polo central dos movimentos mais
i .
e ern clara confrontaçã o à ditadura militar deixou só lidas ra ízes , que ressurgiram , de .

1 i pierda , riada a atração exercida pela oposição sindical que se rornou vitoriosa nas
i
outra forma , dez anos depois.
, I di - 196 ' para a direção do Sindicato dos Metal ú rgicos .
'

i um josé Ibrahim deito para a dire çã o sindical , a greve Foi desencadeada , O

0 , ullado entretanto, foi diferente de Contagem . Preparado para o confronto


.
, a 0 DESPECHO DA CRISE
,|, i i . lin i militar reprimiu duramente a paralisação , uma vez que estava decidida a n áo
.

lai , i niais n ii luí ma concessão , Os dirigentes sindicais mais combativos cxilaram - Hm 1.3 de dezembro de 1968, a ditadura milhar acentuou sua face ainda mais
,r dii paiv . ai passaram a amar na clandestinidade, aderindo mais tarde à s distintas repressiva: decretou o Ato Institucional 5 ( AI-5) , conhecido como "o golpe dentro
contra a ditadura . do golpe" . OflcializoLi - se o terrorismo de Estado , que prevaleceu até meados tios anos
oil 11 n / a ç o, , de esquerda que participaram da Ima armada
.

I . i - mio um balanço autocrí tico posterior do movimento , diz losé Ibrahim , o


i
1 9 0 . O ( . ongresso Nacional e as Assembleias Legislativas estaduais foram colocados
.

p ui . > | il l íder da greve : partia -se da an á lise de que retnpora ri ámente em recesso, e o governo passou a ter plenos poderes para suspender
direiros pol í ticos dos cidad ãos , legislar por decreto , julgar crimes pol í ticos em tribunais
| crise , ele não tinha sa ída . o problema er.i aguçai o conflito,
nt inverno estava em militares , cassar mandatos eletivos, demitir ou aposentar ju ízes e outros funcionários
ii . ii . niriii .ii a crise pol í tica cm ctise militar. Dai vinha nossa concepção insurredonaltlc j p úblicos etc. Simultaneamente, gen eral izaram-se as pris ões dc oposicionistas e o uso da
cu . . D objetivo era levar- a massa , através dc uma radicalizaçã o crescente , a um contliro j lorturacdo assassinato em nome da manutenção da "seguran ç a national ” , considerada
a fui -, .o ale repo dan . Foi essa concepçã o que nos guiou quando, cm julho Je 1968 .
- ,
Indispensável para o '‘desenvolvimento” da economia, o que se denominaria mais tarde
di iilliuos di . i MVADEAR a greve .11
i
de '‘milagre brasileiro” ,
Inú meros estudantes , operários, intelectuais, políticos e outros oposicionistas
ip mdn se á greve gerai que se indicava pata outubro dc 1968 , é poca du
\ itei
dos mais diversos matizes foram presos, cassados, torturados morros ou forçados ao ,

i K í i i dos mual trgicos , a dire çã o sindical de Osasco visualizou


a possibiiid.nl ' Adio após a edi çã o do AI - 5. R í gida censura foi imposta aos meios dc comunica ção

,I .
i i li , i pau nutras regi ões do pais
, | . Iniciada em 16 de julho , com a ocupa çã o i - is manifestações art ísticas. O regime militar dava fim à luta pol í tica e cultural do
, Granada,! per íodo, reprimindo duramente qualquer forma de oposição . "Anos de chumbo”
"IM .IMU .I , a grt ve atingiu as empresas
. | i io Hir
, - Barreto Kcllcr, Braseixos
1 , , , , II Hornii Ibiveii . No dia seguinte, o Ministerio do Trabalho
i
declarou i | an ediam o ” ano rebelde" de 1968 .
miJiurt ( onto sexiu , o 1968 brasileiro integrou a onda dc revoltas mundiais mas nã o
I, I . i, 11 L ei minou a Intervençã o no sindicato , r forç
1
i as . ,

| , ii .uo a ( ontn l .
D r . - . a í das da i iilmlc de i o ilim , | . . . n o i - a inva - - m i
¡ I , ve scr compreendido iou do contexto específico naciomd, de Ima contra a ditadura
r I 11 ii i . i paralisadas afirmação dc ¡nt* n d andantes , operá rios , tlxsscs médias iiitdcuiuli / adax i -
;

i nitio ' i i' tni t s '


- di - n| H isi ç . u i

M . . i | . , fj ( Wplí fli M ifrh Iff W é' lf Pu í il l‘# í I |H |


la • 11111 , 11 L i . i
| | I HI 1 i
-
| nr o , , II onti - i irnenti o li i - . ti i rm i v . il 1908 nao
111 j| | i ( qlijjht i
|
( i |! | ( i i !||l I I
V i - j‘| t í a |> Li !* I « |» 1 *Í!Í I I ( |||
if nu i nmntii ni u . 11 m i |nq > , i i .tni n nao p > > di i uiimmt ufi \ I I N| I m
$ MAII
I IS o etmíírtflrt íe do lolwr
iliscutidis a exrcnsão e a profundidade das marcas deixadas na historia pelas contesta ções
daquele ano emblemá tico, sem que se chegue a conclusões un ívocas. Os movimentos de
1968 promereram construir um novo mundo, mas os grilhões do passado mostraram -
se muito milis pesados do que os militantes de 1968 supunham a ponto de vá rios
ativistas da é poca passarem para o campo conservador vitorioso, chegando a ocupar
carros Importantes em governos que adotanun medidas neollbetais, em diversas partes
do mundo e também no Brasil , VÍ II
fome conclusão, dir íamos que os ilois principais exemplos que cará eterizam
0 ano de 1968 no Brasil têm muitas similitudes: ambos estavam à esquerda dos
DIMENSÕ ES DO DESEMPREGO
movimentos lit á is tradicionais e propugnavam ( justamente ) tima alternativa ao PCB NO BRASIL1
v ,i sria pol ítica de moderaçã o, dominante no pré- 1964 , tanto no movimento operario
quanto no movimento estudantil . Mas as luras estudantis e operá rias de 1968 no
Brasil n ã o conseguiram tornar viável uma alternativa de massas , exauri ml o-se em seu
vanguardismo , Foram profundas as transforma çõ es ocorridas no capitalismo recente no
O movimento estudantil , derrotado, engrossou a.s fileiras da luta armada contra Brasil, particularmente nos anos 1990 , a década da nossa "desertificaçáo neoliberal , '

.* ditadura militai por meio de vá rias de suas lideranças e militantes , O movimento quando, com o advento do receim á rio e da pragm á tica desenhados pelo Consenso
operario, depois das derrotas de Contagem e Osasco, refluiu for Leme me c reve de Washington , dcscncadeou-sc urna onda enorme de desregula men taçóes nas ni .us
1 unhem vá rios de seus quadros milis á esquerda incorporados à lura armada . Ambos distintas esferas do mundo do trabalho.
desnudaram o sentido profundamente ditatorial e terrorista do Estado brasileiro c Houve també m , como consequência da reestruturaçâo produtiva edo redcsenhi > di
lor .iiu , | M ir Isso, violentamente reprimidos . Ainda que suas lógicas tivessem causalidades ( nova) divisã o internacional do trabalho e do capital , um conjunto de transforma ções
tlisimias v particulares, ambos tiveram o predom í nio das forças de extrema esquerda, no plano da organizaçã o sodot écnica da produção, presenciarido -se ainda um
i

, p. i , t í mente pelo PCB.


-
qiu i , . u ivum a pol í tica de modemçãa , fitnte ampLt r colaboração de ciasses defendida processo de rereriitorializa çáo c mesmo destemtoriabza çã o da produ çã o , entre omrat
i
consequ ê ncias-' ,
N á o li á , ent ã o, por acaso que cm Osasco e em Contagem pudemos presenciar Essa realidade, caracterizada por significativo processo de reestrutura çâo pt ralui n i
npcrdrif í com significativa presença estudantil, especialmente ¡sor meio dos do capital , fez que a configuração recente do nosso capitalismo fosse bastante alh rad u
11 < 111 iiii , , / militantes de organizações de esquerda que ingressavam nas fileiras da
i
de modo que ainda n ão temos um formato conclusivo do que vem se pas o d >
- I i iipi - i á ria pata melhor influenciar as a ções dos trabalhadores. comportando tanto elementos de continuidade” como de “ descominuidadr ” cm
"

laiviv este seja um traço marcante do ano de 1968 no Brasil , muito diferente rela çã o ao seu passado recente.
hi i nos unen to que eclodiu dez anos depois, com as greses metal ú rgicas do AB<
i

ipil
i

' I
i

' ' I iil eradas por Luiz Inácio l.ula daSilva , quanto
i do movimento es ludan til ,
>!I > ii a tomar as tuas de várias cidades brasileiras na segunda metade dos anos
Vamos indicar, ent ã o , alguns tra ços particulares c singulares tio í > I I , I h m >
recente no Brasil , para apresentar, em seguida, alguns dos elementos aniilttlCQfl
que auxiliam na compreens ã o do comprometimento da nossa forma çã o social ,
i

r 1 ' D ii , , . miente hitando contra a ditadura militar , Mas esta ¡á é outra hist ó ria.
. i
geradora de n íveis intensos dc desemprego e prccar ízação, com suas çonxcqm n 1 1
i liais visíveis dadas pelo enorme contingente, vi vendando condições dr pobo

mesmo miserabilidade em contraste com a brutal concentra ção de renda pn . nin


nu Brasil .
-
O desenvolvimento do capitalismo brasileiro vlvenciou ao longo do v , iilo \ \
-
uru crdadeiro processo dc “ acumula çã o industriai ” , espec taimen te partir de l ' J í ( i
'
uni o governo de Get ú lio Vargas. O pa ís púde , então , efetivar
.i

prinnmi , il 11 •
nii ' 1 . ! i ainenre industrial í zame , uma vez que as formas an te ri ores dr nu d

I , um M H|> t n M u n M' \l#i > ii 1' 1' i mu i .


Hi min tara ' IJ >. i AIM(***J a. i
~ . ;i. , w , i , . .,
11 , 11 i > >i
| >nk ,

u.
120 O confínenle do labor Dimensões do desemprego no Brasil 121

prisioneiras de um processo de acumulação que se realizava dentro dos marcos da work, alicerçada nos programas de qualidade total, ampliando também o processo dc
difusão da microeletr ô nica.
agroexportaçáo do café, ao qual a indústria tinha o pape! de apéndice.
De corte fortcmente estatal e de feição nacionalista, a industrialização brasiieira Deu-se também o início, aí nda que de modo preliminar, da implantação dos
finalmente deslanchou a partir de i930 c, posteriormente, com Juscelino Kubitschek, métodos denominados “participativos’', mecanismos que procuram o “ envolvimento”
(em verdade, adesão e sujeição) dos trabalhadores e das trabalhadoras nos planos das
cm meados da década de 1950, quando o padr ão de acumulação industrial p&de dar scu
segundo salto . O terceiro salto foi experimentado a partir do golpe de 1964, quando empresas. Estruturava-se, ainda que de modo incipiente, o processo de reengenharia
se acelerou forre mente a industrialização e a internacionalização do Brasil, industrial e organizacional, cujos principais determinantes foram decorrência:
1. das imposições das empresas transnational, que levaram à adoção, por parte
-
0 país estruturava se, então, com base cm um desenho produtivo “ bifronte : de
15

de suas subsidiárias no Brasil, de novos padrões organizacionais c tecnológicos,


um lado, voltado para a produção de bens de consumo dur áveis, como automóveis,
eletrodomésticos etc ., visando um mercado interno restrito e seletivo; de outro, inspirados, em maior ou menor medida, no toyotismo c nas formas Hex ívclí
prisioneiro que era de uma dependência estrutural ontogenética, o Brasil continuava dc acumulação;
a desenvolver sua produção Voltada para a exportação”, ranto de produtos primários 2 . no á mbito dos capitais e de seus novos mecanismos dc concorrência, impunha -
COtno de produtos industrializados.
-sc a necessidade das empresas brasileiras prepararcm-se para a nova fose,

No que concerne à dinâmica interna do padrão de acumulação industrial, o pafc marcada por forte “competitividade international” ;
sc estruturava pela vigência de um processo de “supeíexploração da for ça de trabalho ,
” 3. da necessidade de as empresas nacionais responderem ao avanço do "novo
darlo tuda articulação entre baixos salários, jornada de trabalho prolongada e fortíssima sindicalismo” e das formas de confronto c de rebeldia dos trabalhadores que
Intensidade em seus ritmos, dentro dc um patamar industriai significativo para um país procuravam sc estruturar mais fone men te nos locais de trabalho, a partir das
quit, “apesar dc sua inserção subordinada”, chegou a alinhar-se, cm dado momento às
, hist óricas greves do ABC paulista, no pós-1978, e também em São Bailio,
oito grandes pot ências industriais. onde era significativa a experiência de organização de base nas empresas. Dc
.
1 v r padrão de acumulação, desde osanos 1950 e especialmente durante a ditadura modo si ntético, pode-se dizer que a necessidade dc elevação da produtividade
mllii .ir U %‘ 1- t 985), vivtndou amplos movimentos de expansão, com altas taxas dc ocorreu por meio da reorganização da produção, da redução do número
acumulaçã o dos quais a fase do “ milagre económico” , entre 1968 e 1973, foi expressão
, . de trabalhadores, da intensificação da jornada dc trabalhn dos empregados, tin
(, ) ,ii\ vivia, então, sob os binómios ditadura e acumulação, arrocho c expansão, surgimento dos Círculos dc Controle de Qualidade ( CCQs) e dos llítcnnu
ji
pu| somelite em meados da década dc 1980, ao final da ditadura militar, que de produção jutt-tn-rime e kanban, dentre os principais elementos .
esse padrão de acumulação, centrado no tripé setor produtivo estatal, capital nacional Ü fordismo brasileiro começava a se abrir para os primeiros influxos do toyotismo
r capital internacional, começ ou a sofrer as primeiras alterações . Embora. cm seus c da acumulação flex ível. Durante a segunda metade da cccada dc 1980, com ii

traç os “ malí gené ticos” , muito ainda se mantenha vigente em alguma medida foi
, recuperação parcial da economia brasileira, ampliaram-se as inovações tecnológica ,
jloirivcl presenciar o início das mutações “organizacionais e tecnológicas” no interior du por meio da introdução da automação industrial dc base microclctrònica nos sctoiw *
pon « p produtivo e dc serviços em nosso país, mesmo que em um ritmo muito null metal-mecânico, automobilístico, petroquímico, siderúrgico e bancário, entre muni ,
* . configurando um grau relativamente elevado de diferenciação e hctcrogcncld.nfe *
lento do que aquele experimentado pelos países cenrrais que viviam intensamente a
rccttru turação produtiva do capital c scu corol ário ideopolí tico neoliberal.
tecnológica e produtiva no interior das empresas, heterogeneidade esta que foi uma
Se o Brasil ainda se encontrava relativamente distante desse processo dc marca particular da reestxururação produtiva no Brasil recente.
r .' estruturação e do projeto neoliberal, já em curso acentuado nos países capitalistas Foi nos anos 1990, entretanto, que a reestrucuração produtiva do capital
anuais, iniciavaui-se os “primeiros influxos” da nova divisão internacional do trabajan dcscnvolveu-se intensamente em nosso pais, por meio da implantação dc v ário
A nossa “ singularidade" começ ava a ser afetada pelos emergentes rraços “universais" th i
*
receituários oriundos da “acumulação flexível” e do “ ideário japonês”, com a intensificação
rivtema global do capital, redesenhando uma "particularidade ' brasileira que pouca u
' da lean production, dos sistemas juft-in-time e kanban, do processo dc qualidade miai

muitos dc seus traços essenciais.


.
pouco foi se diferenciando da anterior Inicialmente cm alguns aspectos e, depois, em c das formas de subcontratação c de terceirização da força de trabalho .
Do mesmo modo, verificou-se um processo de descentralização produtiva,
Foi ainda durante a década dc 1980 que ocorreram os primeiros impulsos do nomo i .1r áeterizada pelas transferencias dc plantas industriais, onde empresas tradicionais,
proicuo dc njcsuuturaçâu produtiva * levando as emprcui a tnluMirm. Infeialtnemc
tomo a indústria t êxtil, sob a alegaçã o da concorrência internacional, deriaiuhavam

dr modo restrito, um . .. padrón organizacionais r inuulógkni > nm .i' lorm-is de um mtrvimcmn de mudanç as gtográíicu-cspacliis , buscando nível» mal irbaUadi»
. .
oii. iino .il in k . „MI do tiiiballm Ohvrvtiii u i miliz.iç m d i IIIIF m u I
, I . ,
J ç AII pimhnlva,

.
*
tie remuneração da lut ça di trabalho, u murando 01 iraçoi dr sopeii ipliiraç.iip do
trabalho, alrm ile lin < IIIK M lio ii> ofertado JH' IH I irado
pHlh 4|»IMI 111.1 fh i IIII I I ! ! HI
*
] ££ O Dunt ínen í e do Dimensões do desemprego nn Brasil 123

Isso nos pe i m i:c indicar qtie , tio est á gio a t uai do cap irai í smu brasiieiru ,
'
especiais, entre ourros). Assim , ter acesso à ocupa çã o no meneado de trabalho era
combi ñ amase processos de enorme enxugamento da for a de trabalho , acrescidos das condiçã o qLiase que suficiente para superar o limite da pobreza absoluta.
^
muta ções sodotécn ícas no processo produtivo e [ ta organiza ção do controle social Com as altera ções no comportamento da economia nacional , que passou pela
do trabalho, A flexibiliza çã o e a desregulamenta çã o dus direitos sociais, bem como a abertura comercial , financeira e produtiva desde 1990 , como fruto da adesã o passiva
icrceirlza ção e as novas formas de gest ã o da força de trabalho implantadas no espa ço e subordinada do Brasil à globalizaçã o neoliberal , a pobreza sofreu uma importante
produtivo, est ã o em curso acentuado e presentes em grande intensidade, indicando inflexã o , especialmente à parcela da população inativa . Quando se toma como rcferé m. i a
que o fordisjno "parece ainda vigente em vá rios ramos produtivos c dc serviçosB \ a situa çã o da pobreza segundo a condiçã o de acividade da popula ção, percebe-se que
Se c verdade que a baixa remuneraçã o da força de trabalho - que se caracteriza ela regrediu justamente nos segmentos inativos, com queda de 22,7% paraos inativos
como elemento de atração para o fluxo de capital for á neo produtivo no Brasil - com mais de 1 0 anos de idade c de 20,3% para inativos dc are 10 anos de idade .
pode se constituir, em alguma medida, como elemento de obst áculo para o avanço Ksses dois segmentos de inativos foram, cm especial, beneficiados diteros Ú M
tecnol ógico nesses ramos produtivos , devemos acrescentai també m que a combinaçã o
1
inova ções de pol í ticas sociais derivadas da Constituiçã o Federa! de 1938 . J á para
obtida pela vigê ncia de padr ões produtivos tecnologicamente mais avançados e com o conjunto da populaçã o ativa no interior do mercado de trabalho, que depende
uma melhor "qualifica ção” da força de trabalho oferece como resultante um aumento exclusivamente do trabalho como determinante da situação dc vida e renda, o contexto
da superexplura çã o da força de t rabal iro , traço constitutivo e marcante do capitai isnfo foi outro. Entre 1989 e 2005, o desemprego passou de 1 ,9 milh ã o de rrahalhadonc*
implantado no Brasil, com a ampliaçã o tios n íveis de desemprego. (3% da popula ção economicamente ativa - PEA ) para 8,9 milh ões (9, 3% da J liA ) ,

Ademais, pode-se també m considerar a dimensã o qualitativa do desemprego, capaz
I |L - caracterizar melhor a desvaloriza ção dos trabalhadores soh a globalização neoliberal.
bem comu houve piora nas condi ções e rela ções de trabalho. Por conta disso , alremu nc
a composiçã o da pobreza segundo condição de atividade . No Brasil como um todo,
-
Nesse caso , to tis rata-se que, para o conjunto das fam ílias de baixa retada, por exemplo, a os inativos perderam participa çã o relativa no total da popula çã o pobre (de 5 fi , 7%
taxa dc desemprego no Brasil subiu de 9 ,4% para 13, 3 % entre 1992 c 2Ü 02, enquanto para 48 %) , enquanto os ativos aumentaram significativamente (de 43,3% para 52%) .
|ui ,i ufi segmentos com maior remunera ção, o desemprego subiu mais rapidamente, sobretudo entre os desempregados,
pautando de 2 ,5% para 3, 9% . Nesse sentido , o renal de desempregados pertencentes Sc o crit é rio de aná lise for o comportamento da pobreza somente entre nu
à s lamillas de baixa renda subiu de 2,7 milhões, em 1992 , paia 4, 3 milhões, em 2003, ocupados de todo o pais, podem ser observadas mudan ças interessantes para o mesmo
inqumltu na elassc media alta (que, em geral, apresenta maior escolaridade ) o desempregp, período. Em todas as posi ções na ocupa çã o, a condiçã o de empregado foi a ú nica qur
que a lutava, 232 mil pessoas em 1992, abrangeu o contingente de 435 mi!, em 2002. registrou aumento da taxa de pobreza . Entro 1989 c 2005, a taxa de pobreza entre
Km fun çã o disso, a parcela da força de trabalho pertencente às familias de baixa rendi os empregados cresceu 53,9%, Tara o mesmo periodo , a taxa dc pobreza enlie cu
RUmcntx m a sua participa ção rclariva no total dos desempregadas . Km 2002 , por exemplo, empregadores caiu 44,6%, entre os que trabalham “ por coma pró pria* caiu 25.7% p
dos desempregados pertenciam justamente ãs fam ílias dc baixa renda, com o restatuc
i luid Ido entre fam ílias de dasse media (32 , 4% do total dos desempfegadas) e de classe
entre os sem remuneraçã o caiu 20,7%. N | n sem motivo , a composiçã o dn tora! d
pobres ocupados no Brasil sobeo uma importante altera ção entre i 989 e 2005. Souuvnr
.
[ 11 rd la jlta (5,6% desse tocai ). os ocupados nao remunerados aumentaram a sua posição relativa (54 ,8%) , enquarm o
*
Assim, em um mercado dc trabalho que se estreita e tem comportamento pouca empregadores registraram o maior decresci mento na sua participa çã o relativa ( 22 ,2%)t
din â mico, os empregos mais nobres foram sendo preservados para os segmentos seguida dos empregados ( 14,6%) e dos que trabalham por conta pr ó pria (3% ) 1 .
Je renda mais alta , embora cm dimensã o Insuficiente para permirir a cont í nua
ttio bll idade socio profissional . O resultado disso tem sido o aprofundamento da crlsfl
tie reprodu ção social no interior do mercado de trabalho. De forma emblem á tlcu CONSIDERAçõ ES EINAIS
percebe-se o maior peso dos trabalhadores ativos no interior da pobreza brasilef íM
Ê o que podemos constatar com base na an á lise da evolu çã o da pobreza no Brasil . í ) presente ensaio buscou tornar evidente a principal força responsável pelo a vdii \ i s
Nas duas últimas d écadas, nota-se o aparecimento de uma nova forma de reprodu çlm recente da desegnsmi ção do trabalho no mundo capitalista. Apesar dc o pau Imõ nJo
da pobreza, cada vez, mais concern rada m > segmento tin população que se L- montra do\ imbuifiadores ret acumulado ganhos importantes nas chinindiis "irtb d A. ajan
ativa no Interior du mercado dc irahalhn ( desempregados c oi Upa çafl prec á ria ) . gloriosas” dn capitalismo do segundo pns-guerra , verificam -se mais recen re men le «indi*
.
No ti .iaadn, pm rxcinpJo, 1 situa çã o dr pobreza CJHUYJ m. m rilu mn ida an . tic regressã o no grau de segurança no trabalho.
.
wgmrtilo Uuulvoda po|mla çá (i í L i lan ças , iilou »s , L Í OCUIC » t JHH i n.lmi t tli m vssidaileR
i A globaliza çã o neoliberal hjinpcu com o curso do emprego c Ja pmu çá o VK . ,!
ampliada , mualadu (till vitiat nn ç . .
fi > mu litio. Mi stim N I ¡nr tirria ilo api i JIMUM
M. .. . .
que jnü u ,il « i > pi > iin > ii u < ^ pn .mnit d, , ouqimi i din tiahiiJJiiiihmt rqulvdbfin un
1 ?A O continente do Jnkr

ihts economias avan çadas, houve melhoras importantes em rela çã o ao começo da


s é culo XX. At uai mente, contudo , a situa ção se inverteu, com a piora nas condições
e rela ções de trabalho, inclusive no centro do capitalismo. Na periferia, a destrui çã o
dos direitos do rrabalho tornou -se uma a çã o quase que continua , especialmente nos
governos d óceis á globalização neoliberal .
Isso parece ficar muito evidente quando se busca brevemente descrever os IX
principá is aspectos relacionados à alteraçã o da pobreza no Brasil , Ao contr á rio do
t ido Je industrializa çã o que era movido por acelerada expansão da produ çã o e . por

i rui sequ ê ncia , do emprego e da renda domiciliar per capita o atual ciclo econ
, ó mico
AS FORMAS DIFERENCIADAS DA
li , u ional asfixia o potencial de crescimento do .
pa í Desde
s a d é cada dc 1990 , a queda na REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA E O
proporçã o de pobres uo total da população somente se cornou possível com o avan ço do
gasto social, estimulado fundamentalmente pela Constitui ção beder.il dc 1988 . freme
MUNDO DO TRABALHO NO BRASIL
LO desempenho desfavor á vel do mercado de trabalho, o segmento ativo da população
.- . . il iriada tornou-se bem mais vulner á vel ao rebaixamento das condições de vida e j
i .
Este texto apresenta, de modo sinté tico , alguns dos principais resultados da
i rabalho. Dessa forma, os inativos deixaram de responder pela maior participa ção no j pesquisa Paru onde vai o mundo do trabalha' As formas diferenciadas da reestruturação
total dos pobres do pa ís os mais pobres passaram
; a sc concentrar na popula çã o ativa ,
produtiva no Brasil, realizada com o apoio do Conselho Nacional dc Desenvolvimento
cm espL L i.d os desempregados e ocupados precariamente no mercado de rrabalho. Isso
Cient ífico cTecnológico (CNPq ) , Nela, fazemos um desenho detalhado da realidade
colo a desafios profundos para o combate à pobreza e mesmo à miseria neste in ício I
recente do inundo do trabalho no Brasil , por meio da investiga çã o emp í rica em diversos
i !n culo XXJ no Brasil .
M
setores ou ramos econ ó micos , procurando apreender alguns elementos centrais do
processo de reestruturação produtiva em curso e a maneira pela qual esse processo
multiforme vem afetando c metamorfoseando o mundo do trabalho 1 ,
Seguimos um percurso metodológico e de técnicas de pesquisa tendo como
fonte priuritária a realiza çã o de entrevistas semi estruturadas . Blas imam transcritas
analisadas , processo para o qn.d c articulou , do modo mais abrangente possí vel, o
invent á rio bibliográfico in íciaimcnte feito, o que nos obrigou, em cada ramo ou setor, a
consolidar um verdadeiro estado da arreda literatura existente Esse percurso permitiu , .
ao final , uma apreensão mais rica tanto emp írica quanto analiticamente.
As observações colhidas em campo permitiram à pesquisa oferecer uma aprecia ção
detalhada das particularidades presentes em ida atividade de trabalho analisada , dc
,

modo a apresentar ,to leitor as condições objetivas e subjetivas cm que se encontram

A pesquisa contemplou os seguiu:» ramos produtivos; Li automobil ístico; dl telecomunicações e


telemarketing; 3) bancá rio; <i ) têxtil e conFkç&ci; 3) calçados; 6) trabalhadores do canto erudito;
i rrabaPiadorts informais . A equipecoamon da pesquisa tese i segtrmt i í tiuura çSo ; coofdut ç . 1 , >

I .- CJ I por Ricardo Antunes (IFCH / Unicamp ) e equipe dJrrtamenlc envolvida ( membros do


I 'ni , amp ) : Geraldo Augusto Pinna , Jair Batista da Silva , Isabella Jinfdngs, José dos Santos Souza ,
lull ,UI ,t t oil , Maria Aparecida Alves , Paula Marcelino , Elaine Amorfo, Lucieueida Tra ían , Savia
1 i ', . iI . UK ,- . 11 i |ic Uj ' t ir |tjiilvi ]t ; :io doe profcsuues Claud . i Maszei Nogueira ( LTnivei udade
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' I lilmi < IradoII] ( Universidade Federal dr Uberl â ndia : . Eurrnice l . Lnsa
I 1 in Prcviulll ( Univnsidadc Federal dc Ubeibndia ) , ( liovjiui :

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As formas diferenciadas da reestruturaçáo produtiva . .. 127
I 2 ( i O continente do labor

e as formas e modos hierárquicos, a implanta ção dc novas fá bricas dc tamanho reduzido, estruturadas com
OS trabalhadores nos setores pesquisados, suas atitudes cotidianas base em células produtivas, alé m da amplia ção da rede dc empresas fornecedoras .
tic su a resistencia e a çã o diante da reestru cu raçã o produtiva . *

, As unidades produtivas mais antigas c tradicionais, corno a Volkswagen, a Ford c a


As dimensões de gcncro, geração, origem étnica e geográfica , escolaridade
remuneração, qualificação etc,, entre outros aspectos , foram tamb é m amplamcnte -
Mercedes Benz, situadas no ABC paulista, també m desenvolveram um forte programa
de reestruturaçáo, visando sua adequação aos novos imperativos do capital no que
analisadas, e o eixo principal da pesquisa buscou captar a pcrccpção dos próprios concerne aos n íveis produtivos c tecnológicos e às formas de “ envolvimento” da força
trabalhadores acerca do processo social cm que estã o inseridos, gestado no interior das de trabalho. A Volkswagen c a Mercedes-Benz foram objetos de Investigação em nossa
contradições que moldam os mundos do trabalho e do capital. pesquisa. Na primeira montadora, o experimento dc tentativa de controle, manipula çã o
Nos limites deste texto, vamos esboçar uma síntese das principais conclusões c interiorização dos trabalhadores, denominado "Coração Valente” , é exemplar de como
da pesquisa realizada, enumerando algumas hipó teses, teses e ideias que indicam
a empresa pretendeu capturar a subjetividade do trabalho em benefício do aumento da
tendê ncias manifestas nas formas diferenciadas da reestru tu ra ção produtiva do produtividade. O Manual cie integração distribu ído pela Toyota para os trabalhadores
capital no Brasil , bem como o modo como esse redesenho produtivo vem afetando que ingressam na empresa é outro exemplo. Seu t í tulo fala por si só3 .
tt mundo do trabalho.
Depois de um primeiro ensaio, no governo Fernando Collor, significativo,
As transformações ocorridas no capitalismo recente, no Brasil, particularmente mas logo estancado pela crise polí tica que se abateu sob o governo, o processo de
na d écada de 1990, foram de grande intensidade, impulsionadas pela nova divisad
reestruturaçáo produtiva deslanchou por meio do Plano Real, a partir de 1994, soh o
internacional do trabalho e pelas formulações definidas pelo Consenso de Washington, governo Fernando Henrique Cardoso.
c desencadearam urna onda enorme dc desregulamcnta çóes nas mais distintas esferas
tin mundo do trabalho.
Quer mediante programas de qualidade total e dos sistemas just in time r
kanban, quer mediante a introdu çã o de ganhos salariais vinculados i lucrarividade c h
--
A PARTICUl ARIDADE DO CAPITALISMO RECENTE E O ADVENTO DA
produtividade (de que é exemplo o Programa de Participação nos Lucros e Resultado*
PI . R ), sob uma pragmática que se adequava fortemenre aos desígnios neoliberal* -
ltl :. ESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA NO BRASIL -
( ou social liberais), finalmente o mundo produtivo encontrou uma contcxtualidadr
propícia para o dcslanche vigoroso dc sua reesrrurura çã o, do assim chamado
enxugamento empresarial e da implementa çã o de mecanismos estruturados cm
Foi a partir da década dc 1990 que se intensificou o processo de reestruturaçã o produtiva,
do capital no Brasil, processo que tem se efetivado mediante formas diferenciadas moldes mais flexíveis. Se o processo de reestruturaçáo produtiva no Brasil , durante
os anos 1980, teve uma tendência limitada e seletiva, foi especialmente a partir da
configurando uma realidade que comporta tanto elementos de continuidade como dc
descontinuidade cm relação às fases anteriores. d écada de 1990 que ele se ampliou sobremaneira.
Nossa pesquisa demonstrou que h á uma mescla n í tida entre elementos -
Outro exemplo importante encontra se no setor financeiro, cujo proccMõ dc
reestru turação foi intenso, evidenciando que os trabalhadores bancá rios foram fortrmctU
do fordismo, que ainda encontram vigência acentuada, e elementos oriundos das
atingidos pelas mudanças nos processos e nas rotinas de trabalho, fundamentad » *
novas formas de acumulação flexível c/ou influxos toyotistas no Brasil, que também
são por demais evidentes.
impulsionadas principalmente pelas tecnologias dc base microcletrô nk .i r pila*
* •
Mas quando se olha o conjunto da estrutura produtiva, pode sc constatar que - | mutações organizacionais.
o fordismo periférico e subordinado que foi esrrucurado no Brasil cada
vez mais sn Novas pol íticas gerenciais foram instituídas nos bancos, sobretudo pnr milO
I de seus programas de “ qualidade total” e de “ remuneração variável” . As pol ítica tl#
mescla fortemciue com novos processos produtivos, em grande expans ão , consequ ê ncia
*
da liofilização organizacionalc dos mecanismos oriundos da acumulação flexível e da* ] I concessão de prémios de produtividade aos bancá rios que superavam as mri is .
, I de ¡TI iJu ç an i vT .ihflivida .s , acrescidas do dese nvolvimeiilo de um etii ¡unce sofisticado
prá ticas toyotistas que foram assimiladas com vigor pelo setor produtivo brasileiro
Ainda na década dc 1990 , no contexto da de$regulamentaçã o do coménrffl -
I sistema de comunicação empresa trabalhador por meio de jornais , revistas ou video *
I ile impla circula ção nos ambientes dc nab.i í hu hnn ; omoda ampliação do trabalho cm
mundial , a ind ústria automobil ística brasileira foi submetida a mudan ças nu regime
de proteção alfandegá ria , com a redução das tarifas de Importação de veículos . I K MIV
*

entã o , as montadoras intensificaram o pro* evso dc reestrururaçlo produtiva


por mrldl
-
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128 O continente cío labor As fornas diferenciadas da reestrjto ração pmdutkta... 12(H

equipe, acarretaram um significativo aumento da produtividade do capital financeiro, sua fbrça de trabalho às modalidades atuais do processo produtivo, as instituições
alé m de buscarem também a “ adesã o*’ dos bancários às estratégias de autovalorização financeiras passaram a exigir unia aparente “ nova qualificação” para os trabalhadote
do capital , reproduzidas lias instituições bancá rias. do setor, que parece ter mais significação ideológica do que lecnofuncionaf , *
Como consequência das práticas flexíveis de contrataçã o da força de trabalho Em um contexto dc crescente desemprego e de aumento de formas precá rias de
nos bancos {mediante a amplia çã o significativa da terceirizaçáo , da contratação de contratação, os assalariados bancá rios foram compelidos a desenvolver unia
forma çã o
trabalhadores por tarefas ou cm tempo parcial e da introdu ção dos cal! centers ) , J geral e polivalente, na tentativa de manter seus vínculos de trabalho, sendo submetido
prcsendou -se uma ainda maior precarizaçáo dos empregos c a redução de salários, à sobrecarga de tarefas e a jornadas de trabalho extenuantes. .Agravaram se os problema*
aumentando o processo de dcsrcgulamentaçáo do trabalho e de redução dos direitos
-
dc sa úde no espa ço dc trabalho nas últimas décadas, e observou-se um aumento sem*
sociais para os empregados em geral e, de modo ainda mats intenso, para os tercei rizados, precedentes das lesões por esforço repetitivo ( LER) , que reduzem a for ça museu lai
em particular no espaço dos bancos®. -
c comprometem os movimentos, configurando se como doença típica da era
da
Do ponto de vista do capital financeiro, essas formas dc contrataçã o possibilitaram I informatização do trabalho, conforme também constatamos na pesquisa realizada na
(e ainda possibilitam ) ganhos enormes de lucratividade , ao mesmo tempo que I universo bancá rio.
procuraram obnubilar OS la ços de pertenclmento de classe e diminuir a capacidade de I Os programas de qualidade total c de remuneração variável , amplamente
resistê ncia sindical dos bancários, dificultando sua organizaçã o no espaço de trabaiho, I difundidos no setor, recriaram estrategias dc dominação do trabalho que procuram
A liofilizaçáo organizacional nos bancos, apoiada no incremento tccnoinformacional, I obscurecer e nublar a relação entre capital e trabalho. Os trabalhadores bancá rio»
implementando os programas de ajustes organizacionais nas agê ncias, vem reduzindo a I foram constrangidos a tornar -se “ parceiros", “ sócios'’ , “ colaboradores" dos banco
estrutura administrativa e os quad ros funcionais das instituições financeiras, aumentando I e das institui ções financeiras , cm um ideário e uma pragmá tica que aviltam ainda*
os mecanismos dc individualização das relações de trabalho e de assalariamenco. mais a condi ção laborativa .
Como consequê ncia, foram desativados ou bastante reduzidos grandes centros de Sob o movimento rápido c ágil das m áquinas informatizadas , os homens e á
computa ção , dc serviços e de compensaçã o de cheques, e setores inteiros foram extintos I mulheres realizam um conjunto infindá vel de operações de registro e de transferincl *
nas agê ncias bancá rias e centrais administrativas. Enquanto os grandes conglomerados I de valores. Transformam essa mercadoria-dinheiro em mais dinheiro , verdadeira forilt*

-

financeiros privados cresceram em poderio económico com taxas de lucro enormes ,
o n ú mero de bancá rias no país reduziu se dc aproximadamente 800 mil, no fim dos I
— misteriosa, conforme a sugestiva referencia de Marx E, quanto mais “ produzem", cm _
,

tempo cada vez mais virtual, mais bancários veem diminuir seus postos de trabalho
anos 1980 , para pouco rnais de 400 mil , em 2005 . Os planos de demissão voluntá ria I por meio dos chamados planos de demissão voluntária ( POV) * .
tornaram -se regra nos bancos pú blicos, conforme pudemos analisar em nossa pesquisa 1 É nesse contexto que a greve dos bancá rios, desencadeada em setembro '
8
no Banco do Brasil , Paralelamente, proliferaram os tercei rizados no labor bancário', I oucubro de 2004 , constituiu evento bastante importante , uma vez que se trtttOdl
Em relação à divisão sexual do trabalho, à medida que se desenvolveram os fl da primeira ação de grande amplitude promovida pelos bancários depois do vast íssimo
^-
processos dc automatização e flexibilizaçã o do trabalho, presenci u se um mavimentO B
de femiriizaçáo dos bancários, que, entretanto, não foi seguido por uma equalização I ^ processo de reestruturação dos bancos . Quando tantos analistas diziam qur o»
bancários tinham perdido a capacidade de resistência e de ação, presenciamos um
da carreira c do salá rio entre homens e mulheres. Uma série de mecanismos sociais de H movimento que paralisou mais de 200 mil trabalhadores em várias partes do pa í i ,
discrimina çã o - reproduzidos c intensificados nos ambientes de trabalho - estruturou I l tanto em bancos pú blicos quanto em bancos privados.
relações de dominaçã o e de explora ção mais duras sobre o trabalho feminino que XdH Foi contra esse quadro de penalização do trabalho que os rrabalhadore ikw
traduziram em desigualdades c segmenta ções entre gê neros'. J
luncos desencadearam a paralisaçã o reivindicando a reposição da inflação c mats*17
,
%
J
As mudan ças apontadas nas caracter ísticas pessoais e profissionais dos bancá ria
são, portanto, expressão da adequação às exigências da teestruturação produtiva em uirsú'9
e dc seus movimentos de tecnificação e racionalização do trabalho. Visando adt quaffl
^ tie aumento real LTm mês depois , sem ganho real , mas tendo mostrado que algo novo
,

se passava no espaço dc trabalho dos bancos, a greve foi suspensa.


Sc parece visível a derrota material da greve, o mesmo não se pode dizer nu plant
i da pol ítica e da açã o. Houve aqui uma resposta coletiva e sob a forma de greve , depim d *
I moruinu mal reestruturação vi vendada no in ador do espaço das bancos. *
r Mise Jinldngs , Twktlbo e miuithHt na "fimtt mortnom". oi banoirm n* mmatu M rltt^innv r m Outro setor que experimentou mudan ças significativas foi o tie calçados situado cm
¡tinham (Campiñas / São l'aulo , L Jimu da Uni» «mpí lmpirriu t >BcUI d» istJ . li ' .'IHI.' r Srltiu NrttrtJ

Trlfinarirting mti Ltneei i> rmtrero ,tur ¡¿armfurfu tl lamptiu». lâiltwrA da UnMm|i , ¿001 ).
liam ,i. no imeriorde Sao Paulo, As técnicas degerent¡amentoda lorça de trabalho lotam
Niw fmlong,. Irutvt í w t ,rmthtriu na ' /»nlr mutrnau' , « Lr ,
I ili ii , J S
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inil I i I
1.10 O conf í nenle do labor
As formas diferenciadas da reestruturação produtiva, . . 131

Inipiementadas cm varias empresas, visando o "envolvimento" dos trabalhadores no subemprego no setor t êxtil , compensados apenas parcialmente pelo crescimento das
processo de reestruturação da produ ção, com a finalidade de aumentar a produri- pequenas c microempresas,
vldadc do trabalho1. N'a ind ú stria de confecçôcs, além dos baixos n íveis de remuneração da força de
( lomo consequência desse processo, presencioU se uma significativa redução - trabalho, a terceirizaçáo tornou-se elemento estratégico central, implementado pelas
de posies de trabalho , que oscilavam cm decorr ê ncia dos movimentos do mercado , empresas para reduzir os custos c aumentar a produtividade, sem desconsiderar a
, 1 , m da reorganiza çã o produtiva , por meio da implantação de dilu ías de produçã o, importante significaçã o pol í tica dessa medida, que é tanto maior quanto mais combativos
sã o os sindicatos. Esse processo originou a ampliação do trabalho em domicílio,
Introduzindo o denominado trabalho ‘'polivalente' OLí “ muidfuncional ’, que cm
1 1

verdade mais se assemelha a lira mecanismo responsável por níveis acentuados de alem das chamadas cooperativas de trabalho” , responsá veis por formas acentuadas
Intensificação c exploração da força de crabalho. de subcontratação e precar ízaçáo da força de trabalho, pela redu çã o significativa da
Alé m das mudan ças na organiza çã o produtiva, o setor calçadista vi venció u una remunera çã o da for ça de trabalho e pelo descumprimento dos direitos trabalhistas.
Intenso processo de terceiriza çã o por meio da ampliação do trabalho cm domicílio
, A externai izaçã o do trabalho c o retorno de prá ticas pretéritas, como o putting
. out-, ampliaram -se enormemente nos setores têxtil e dc confecçôcs , acentuando as
nas pequenas unidades produtivas etc , o que contribuiu para o agravamento das
miidiçôes de trabalho, uma vez que boa parte desse trabalho é realizada em locais formas e os mecanismos que configuram unia ainda maior precarízaçáo tio trabalho
e o dcscumprimenro dos direitos trabalhistas. Uma vez preservada a marca, na era do
ptrcirlos < Improvisados, denrro e fora das casas, alterando o espaço familiar e suas
*

Cntldlçócs de vivencia. capitalismo dos signos, das embalagens, do involucial c do supé rfluo, as empresas passaram
a recorrer ainda mais à terceirização, reduzindo os custos da produção , acarretando um
A pesquisa constatou também, ao estudar a ind ústria calçadista de Franca, uma
i|rgi aiU, ,M i dos direitos sociais do trabalho, que se ampliou
cm função da externaiiza ção enorme desemprego e enfraquecendo a coesão c a solidariedade dos trabalhadores.
I . la tarcelrlzaçâo da produçã o. Direitos conquistados, como o descanso semanal Na d écada de 1990, por exemplo, a Hering, cm fianta Catarina, tcrccirizou
mais de 50% da sua ptodução, gerando o desemprego de cerca de 70% da sua força
remunerada , as fé rias, o 13" salá rio, a aposentadoria etc ,, tornaram-se mais facilmente
dc trabalho, conforme dados oferecidos peia pesquisa. Processo similar ocorreu com
Iniil .m r. Houve ainda uma ampliação do trabalho infantil, consequ ê ncia direta da
irantleré nclit d » trabalho produtivo do espaço fabril para o espaço domiciliar, onde o a larvi Srrauss do Brasil, que na mesma década criou uma “ cooperativa *, eliminando
I C tli v i ti|>o de trabalho fica ainda mais dif ícil ,
« UM I «| 1
10 praticamcntc todos os seus postos diretos de trabalho.
( > , cumplo anteriores j á evidenciam como o universo do trabalho tem sido Nas empresas de telecomunica ções , as alterações no universo do trabalho també m
* iiofiliza ção foram dc grande monta. A necessidade de inovar os processos, os produtos e os serviços
Íbtteínewe penalizado, em consequ ê ncia dos mecanismos introduzidos pda
, ampliou em multo a import â ncia da esfera com ú nicacional para a agíliza çã o do ciclo
otganl / at ion.iL fie as formas da reestruturação produtiva t ê m sido diferenciadas
produtivo, que agora opera em tempo virtual. Esse processo de mercadorizaçâo da
. .
quando toma J realidade cotidiana do trabalho, um traço praticamenre constante
i ni \ i d i , i tend ê ncia ao aumento dos mecanismos de desregu lamenta

precariziiçá o da força de trabalho, *


ção e mesmo a informação possibilitou a direta e rá pida incorporaçã o dos novos dados e informa ções
ao mundo produtivo , instrumental decisivo para a continuidade das chamadas
“ inovações produtivas” ,
Nu sei or t ê xtil , a processual Idade da reestruturaçã o produtiva foi muito intensa
.
,i i longo dm anos I 990, como consequê ncia da política dc abertura econ ó mica c de
UberaUtro Ati comercial que desorganizaram fortemente as Indústrias desse setor, gerandoJ
No caso da Sercomtd , empresa estatal com sede em Londrina , dada a sua
condição de empresa pú blica que comportava cerca estabilidade dos trabalhadores, a
. ^
um inume desemprego , com diminuiçã o de mats de 50% de seu n í vel de emprego na
primeira mrnide tl - i d écada, al é m tie um aim grau de renaetriza ção da for ça de trabalho.
alternativa encontrada pela nova lógica gerencial, sob influxo privatista, foi a redu ção
c o remanejamenro de parcela dos assalariados por meio dos planos dc aposentadoria e
Kmbni i h iilni havido na regiã o pesquisada
, , crescimento do n ú mero de demissão voluntá ria, que possibilitaram reduzir o quadro de pessoal , O ritmo quase
i mpo xa » in longo da d écada dc 1990 , esse aumento traz consigo
o enorme processo alucinante da terceirização e da automatização que marcam o fetiche da tecnologia acabou
. .. - . . .
Ir n c.i 11 m 11 , ii, .141 l .e, grande» empresas e a transferê ncia dc amplos espa
riiv i . d o micro c pequena » ciflpíi' sas que proliferaram no setor
ç os produtivos
, O;
atuando também para dificultaros laços de solidariedade de d asse, refor çando ainda mais
a fieribi!Iza çã o e a consequente precarí zaçá o do trabalho no setor de telecomunica ções.
.
i

.
in , i inrun , t snol ú gi o at novas humas ilc organiza çã o d i pmdiiç
aims
.
n í vrlx
tto e a Introdu çã o
dc desemprego
No fluxo das tendê ncias anteriormente analisadas, també m a terceiriza ção foi recorrente,
sobretudo por meio da introdu ção de call centers, que passaram a sc responsabilizar por
ampliada da rercrlrlw çln acabaram por acarretar
todo o scrvjço de mediação iludiente com a empresa .
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A expansão di iv iH vii universo - n da* empresas dc call center nos Icvou a
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132 O continente do labor Aa flamas diferenciadas da reestnttumção produtivo . , , 133

diá rias, cujas atividades são marcadas pela acentuada intensificação dos ritmos e pelo Se nos anos 1980 era relativamente pequeno o n ú mero dc empresas de
aumento da exploração da força de trabalho. Cabe lembrar també m que esse setor terecirização, locadoras dc força de trabalho de perfil temporá rio, na década
seguinte cvxc
(como se pode conferir no Grupo Atento-Brasil) tem seu contingente laborativo n úmero aumentou significativamente para atender à grande demanda por trabalhadores
pred ominan remente feminino, com mats de 70% de mulheres, confirmando-se a temporários, sem v ínculo empregat ício ou registro formalizado 1 . *

tendê ncia forte de feminiz.a ção do mundo do trabalho em diversos setores e ramos. Essas mutações , portanto, Inseridas na lógica da racionalidade instrumental do
Seu principal “ produto" é dado pela presta ção de servi ços, por meio do mundo empresarial, estão intimamente relacionadas ao processo de rcestruturaçá o
atendimento telefó nico, que visa à solução dcdúvidas, o oferecimento de informa ções, produtiva do capital , no qual as grandes empresas, por meio da fiexibilização dos regimes
como endereços e telefones, a orientação de clientes rta compra ou utiliza çã o dc um de trabalho, da subcontratação cda terecirização, procuram aumentar sua competi rividade
produto, entre tantas possibilidades abertas peio telemarketing 1 -
fraturando c fragmentando ainda mais a classe que-vivc do trabalho. - -
Para realizar essa jornada diaria, as teleoperadoras, sempre com seu headset Aproliferação dos trabalhadores dos call centers, das empresas de telemarketing,
( fone de ouvido ) , ficam quase rodo o tempo de trabalho sentadas, coladas ao visor dos trabalhadores cm serviços cada vez mais inseridos na lógica produtiva , de
do microcomputador c ao teclado, sob rígida vigilâ ncia das supervisoras, que exigem agrega çã o de valor, acabou por criar um novo contingente de rrabalhadores, que
st- mpre maior produtividade e controlam o tempo médio de atendimento das

t rabal hado ras. Aqui também pudemos constatar o crescente adoecimcnto no trabalho , *
.
Ursula Huws denominou de cybertariat o novo proletariado da era da cibernética,
composto por trabalhadores que procuram uma espécie dc trabalho cada vez. mais
algo que tem sido constante no setor. Quamo às condições de trabalho, pode-se virtual cm um mundo profundamente realconforme o sugestivo t ítulo dc scu
testemunhar, com base na pesquisa, que cm muitas dessas empresas há '‘baias” que livro: Use making of a cybertariat: virtual work in a real world '' [A construção do
vepm « m as trabalhadoras, para que elas n ão conversem e não diminuam os ritmos .
cybertariat' trabalho virrua ) cm um nuindo real]. A obra trata dc compreender
extenuantes de trabalho, rigorosamente cronometrados, os elementos que configuram o mundo do trabalho na era da informá tica, t í o
No universo dos trabalhadores da arre, no teatro lírico, também contemplados pela telemarketing e da telem á tica .
po*t 1' MIU, a* relações dc trabalho configuram cada vez. mais uma ausência dc regulamentação O que nos permite concluir afirmando que, cm plena era da informatização do
eqK*cJfk ,i para o trabalho musical . O trabalhador do canto l í rico, bem como os m úsicos trabalho, do mundo maquinal da era da acumulação digital, estamos presenciando a
ile uiquexira, dada a feição de “ prestação de servi ços” , vive sob a marca da instabilidade, época da informalização do trabalho, caracterizada pela ampliação dos
tcrceirizados,
que permite o desligamento dos artistas pela direção dos teatros sempre que não h õuvcr pela expansão dos assalariados dos call centers, dos subcontratados, dos flexibilizados ,
intciTMC na renovação dos contratos. Como estes são renovados periodicamente (a cada dos trabalhadores cm tempo parcial e dos relerrabalhadores, pelo cyberproletariado, o
dois oil tres meses) , nã o se configura o reconhecimento do v ínculo empregat ício. prolerariado que trabalha com a inform á tica e vivencia outra pragm á tica, moldada pela
No contexto da fiexibilizaçã o dos artistas dos coros - que anteriormente tinham desrealização e pela vivê ncia da prccarização daquilo que Luciano Vasa pollo denominou
malm estabilidade, at é o processo de Hcxibilização que sc intensificou ao longo dos anos sugestivamente de trabalito atfpico,
-
I OTO ~ , pode se perceber també m uma precarização maior do trabalho, aumentando a Oferecer um esboço dessas formas diferenciadas da informalidade do trabalho, do
b o» por outras atividades, alé m dc revelar uma dupla fragilidade na organiza çã o dos
j que é novo c do que é velhn ñ as distintas modalidades assumidas pela prccarização
artlauut» dada , por um lado, pela forte individualiza çã o do trabalho c , por outro, pela alta do labor cm seus m últiplos exemplos, fbi o objetivo dcste texto, que sintetiza um denso
i oinpiitição que marca a profissão , aumentando ainda mais o risco do desemprego, j inventá rio sobre o trabalho no Brasil.

( ONNIDKRAÇÓG8 FINAIS

I ur breve retrato aqui oferecido, que apresenta algumas conclusões da ampla


pesquisa anteriormente mencionada , nos permite observar utn n í tido crescimento 0 exempio da Manpower é express!vtt¡ a empresa tem ¿ora¡pío an ámbito global
,
construindo “ parcerias
corn clientes cm mais de (Í0 pa íses", com “ mais de 400 riiif clientes dos mais diversos
de o Ijç orx ile trabalho mais dctrcgulamentadas , distantes da Icgisla ç jo trabalhista , segmentos,
tomo com é rcio, ind ústria , servi ços e promoção". Seu folheto dc propaganda ( “
gei uult) uma massa ik M ibalhfldou s que passam da condi ção de assalariado* sutil Manpower: soluçôn tin
recursos humanou paru sua empresa" ) acrescentar “ A Mvtpowercsif preparada
para alinda seusilirnlr*
cartel i a assinada pata a dc trabalhadores sent carteira . mm serviços dc aim valor apn p ulo . cuino contratação e administração dc furknin lrloi i ñ . .
opo Imo ,
1ru íname mo c seleção si# piiiitsuniisix
.
ricino, pata lodax as á reas, plnjp 11lu i de vaiam i > U esta
.
It » » ; pinino » tie trittii) W0ç4n t tHvIç iN > 1, IIOí M. í rtiitr , sdmmiilia çá nde Kl 11 hl I lot all v itmttaiaç Jo

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No, a VnlVIsmiln * Mootlti, |s . + . 1 • ria , . Jllflt
1
X
SINDICATOS, LUTAS SOCIAIS E
ESQUERDA NO BRASIL RECENTE: ENTRE
A RUPTURA E A CONCILIA ÇÃ O

L
De Obama a Sarkozy, do Fundo Monetário Internacional ( FMI ) ao Grupo dos 20 {( .!( ) ) ,
>
todos saudaram Luiz In ácio Lula da Silva , presidente do Brasil , na reunião realizada
em Londres, em abril de 2009 , como o pol í tico da integração e da conciliação,
Lula
consolidou sua presença no bloco dos países emergentes , os chamados BRICs ( Brasil ,
Russia, í ndia c China) , e fortaleceu também sua posição de tertim na liderança latino
-americana , alternativa entre Chávez e Morales (e, em menor medida, Correa ) , de
um lado , e Uribc e Calderón , de outro; seu campo é mais próximo da modera o
çã
de Háchelec e Vázquez .
Especialmente durante as duas últimas décadas, o Brasil converten-se em potência
industrial expressiva , dotada de um amplo c cobi çado mercado interno, responsável por
um enorme espaço de investimento do capital financeiro internacional e das transnad
oriuia ,
além de possuir significativa dimensão geopol ítica, exercendo, por isso, papel dc tlesi
aque
tio cená rio do mundo capitalista atua), entre os chamados “
países emergentes" Se tal ceñirlo
.
começou a se desenvolver de maneira mais relevante durante os oito anos do
gbvettn nl -
Fernando Henrique Cardoso ( 1995-2003) , foi sob os dois governos de Luiz Inácio I
tila
da Silva ( 2003-2009) que esta tendência se fortaleceu sobremaneira.
Qual Foi a trajet ó ria de rtossa hist ó ria recente que possibilitou que os
trail
avan ços populares acabassem convertidos em vit ó rias das classes domina
ntes,
ora pela via da repressão, como nas ditaduras de Get tillo Vargas (
1937- 1945) C
militar ( 1964- 1985) , ora peia via da conciliação, conto sob o governo dc
Kubitscbek ( 19515- 1961 ) ou de Lula? Juscellno
Com muita frequê ncia, nos polos hegemónicos imperialistas, especial men tf mo
Estados Unidos c na Europa , tem-se a impressão de que o Brasil cornou se um pai
"moderno” , '' respeit ável , nu vias *
''
dc desenvolvimento, ainda que se icconhi ç a qu <
seja herdeiro dc unw Mili ignaMiiili M 'dal " enorme , entre . n maiores
du niiniilu M .r.
i hUniiM real r IMM HIM tlllru IMI . . . ..
.

qii oidi i malhada sob u ingiihi < I < , 11- - . . . , o ,


ili tltittilnaçâ ii liuipui n m ii
i i
I ' I O GJnrmeufs-' lio ¡nhr r . .‘sViiíico í us-, Juina sdCtpif n esqu&da no Brea ii rsiqrttie i .i v

se passou coin o brasil nus dirimas d écadas ? Quais as ptidcipais


O que com tra ços monopolistas o| jp,op| ó .sras, ainda ipie preservando alguns ser ó n. - ,
'

n . iiisliuma çõ es estruturais q ut vem ,s olrc ndo ? Como essa p rocess u ai id ud e vem importantes sob controle vina unió pet reidero, siderúrgico, de telecomunica ções
i

11 1 . 1 ndo sua estrutura de classes . tanto nas classes dominan tes qua rico t ías camadas etc. o Kra .sil seguia manten
, de termomia dependente e ídbordbnida aos
lias ? Como vem se configurando a 7Íaija ntorfiótogia dú trabalha: Como e.ssa.s pedos hegem ó nicos centrais do capitalismo, Ulna especié de capitalismo 'tfianápolisUi dt
Inrmtições v ê m atetando a classe trabalhadora, seus organismos sindic á is t Fatach dependente e subordinado .
. | i los de esquerda: filais
s ã o as possibilidades da esquerda sindica . social Essa processual itlade te ve , eM relamo, consequ ê ncias profundas na estrutura dt
pol í ticas depois de oifo anos do governo social liberal de Lula? i lo uve avanzos - classes no Brasil. As difercmc -. frações da hiugnesia brasileira i industrial , financial i

i , . ii - , n . i lora socialista nesse ú ltimo per í odo on , uu contra rio, con tin tilmos dando agraria e comercial ) amuem arana ma associa çã o com o capital externo; as cantada-
um pasto à fir ate e dots para trasi Por qué a domina çã o burguesa acaba por barta | m édias assalariaram -se fortemente, *ri ven ciando um processo de proletarizará n em
. . m jnssih í lid ades de ir , uisiomia çã o social .' I . \ i r spa a reiwlvçâa bnfsiteira acaba diversas dc suas ca ragouts, MU,J banc á rios , funcion á rios p ú blicos r professores do
'
(
i

sendo fagocirada pela cauritiaçãoV


ii ip iv -
ení ino b ásico, t í touve també m uma significativa amplia çã o da classe trabalhadi n -
> estas as indagações centr á is , as qua is este artigo n ã o te ñí a pretens ã o de
I¡M i , que se convene ! I , no finí dps anos I 970, na base social do nata triavinienteSp •rdrio que
n | IHILT, mas t ã o somente oferecer alguns elementos ou esboços de uma res posta
, > M ressurgia de modo vigoroso, form ou - sc, ent ã o , um polo operario dos mais concentrado.-,
um . 11 . intente é nuts complexa e difícil . e aglutinados , dc qm ioi exemplo o setor metal ú rgico do ABC pau üstaf
Depots de varios anos de repressã o e controle durante a ditadura militar,
deu - se , a partir de 1978, uma mudança de qualidade na lura de oposi çã o no Hmsil:
11 . ressubiram as g reves oper á rias com forte pujança , u que levmt lo desenvolvimenro,
eíu fins Lia d éd&da de 19 0, de mu novo movimento sindical dns i rabal hadares,
i 11. ipiulismo industrial nu Brasil teve origem prã ticamenie no in ício du século XX . quando denominado de " novo sindicalismo", de onde se originou a lideran ça sindical c
: . u ! un í nava a et íõinomia agrá rio- exportadora vinculada a produção do Café. foi a
i oper á ria dc I.uiz In á cio Lu ía da Silva , ent ã o presidente do Sindicato dos Metal ú rgicos
.
I " . mo - 1930 soh ogovei ao deCet ú lio Vargas, que o processo de indusma íizaçãiS
, , de Sã o Bernardo do Campo.
. , , let ¡s á mente ase desenvolvei |nn meio de um processo endógeno deacumula -
i
( i Brasil, depnis de muitqS anos, retomava uma luta operá ria iiuens.i , que em
| lie M iL som foiii ma çã o do Estado . IV. .stciiomicitce. os saltos industriall Mai certo s . ufi ó ii slnaJivava um quadro de ruptura com i oidem burguesa dominante .
iftn|
D a . Ipi
i '

ocorreram a partir tie meados dad écatla de 1959 c . cm especial, depois do


ttilp» | ii li llXvL qu mdi) avançou fortemente a internacionalização da tosnemia uo
1 1 II M H
i

^ Vivia -se um momento par r í e tria rmeme forte das lutos serian dc dañ e -, urna vcv que
aflorou um enorme ¡novIntento dc greves tie amplas dimensões e proporções, que
Mili mi 11 ! n di ' Ingresso J .- vá rios gi tipos e capitais traifsriadnnaú.
i foram desencadeadas pelos mais variados segmentos de trabalhadores , como os
.
IjlAii pi -dui i \ a d . i concunia l ' iasili - i i asrmrtirav .i -se . por um lado , por jtí ein
i oper á rios Indust rials (com destaque pata o tamo automobii íst i . o) , os assalariados rurais
. .
j bem de consumo dnr á vds, C Sto ail to tn weis , ctctroJomést í cos etçi («jpccíâJmtntc os trabalhadores da cana dsj a ç iiear Jen o mi navios de " boias- Irias’ ' ) , .
i

Ut
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o interno restrito u seletivo , composto pelas classes dominantes e
..
. 11 i i i 111.111 , . i das classes m édias , cspcci lí meme seus estratos mais altOiii
^ ^ os assalariados bam á rios , o> trahaliiadoies da consuli çã n civil ets .
Ressurgiu uma significativa onda dc greves, que se caractcrimu pdi existencia
i imito I " 1 ' .
11 i a um ( mio de sua produ ç it ) para a expor ra çã o, n ã o só de pro de greves gerati por categoria (como a dos bancá rios , cm 1985) j greves corn ocupação
t . . ., I .
. - ml ! , , de pmdmn '. mdu - urldfolifos de consumo e de Ivm
II dc fdbrkds (cuma a dr General Motors, em S ão José dos Campos, cm 19S5, c a da
ilnMdtn l *iit meio - - -
di m l a ní u r bifronte, o L .ipiialisiiiu brasile ñ o chcgmi a sei A ( nmpanhi á Sidci ú
jgiea Nado uai , em Volta Redonda , em I 989), incont á veis greves pK? > -
lii d * ' ii Hindu , a ( tesa t de inamer sempre sua estrutura dependem ,- e
,n M i i i u i i i i i i
| Wipn-utíi at é a ccJdsáo dn.gpévesgentk nacionais, como a de mai ç u de 1989, que atingiu
.
ubi nlm i 11 io irnp ' iijlisnin ' . , cerca lie- 38 mitliõesde tuibfJhadqrts constituindo se na mais ampla c abrangente greve
^
lil .idtLlahbilil . il pÓ! I ' ífvl de llVolv ( iol í lLt -1 de forte inscllt -- geral do pa ís. No anode 198 / , por exemplo , liouve uru loial de 2.259 greves, sendo qúe*
foa çaor piiv N /. i ', , n > J ,
a , oltad - i par te f i aj ' ii lista - . . - 11 11 >8 K . aproximaban ii' iite ó.fri niilb óes ele ¡ ornadas ele rabalho Foratn p tr disadai; ..
11 - uiI . i ' . I. I ' .J . ... -/ i , 1' . "I
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138 O oonf í nenie do labor SnuiivatoSi lutas sociais e esquerda no Brasil recente 139

Paralelamente, deu-se uma expressiva expansão do sindicalismo dos assalariados fortes rraços corporativistas, instrumentos estes que constituíam barreiras utilizadas
médios e do setor de serviços, que vlvendavam um forte processq dc proletafizaçào pelo aparato estatal para subordinar, controlar e reprimir os sindicatos com maior
do trabalho, como bancá rios, professores, médicos, funcion á rios p ú blicos etc, Tais perfil dassista , Ainda que o fim do controle sindical pelo Estado esteja distante,
categorias cresceram significativamente durante o per íodo e se organizaram em pois v ários tra ços de subordina çã o ainda estã o presentes na atual estrutura sindical
importantes sindicatos , No fim da d écada de 1980 , totalizavam se 9.833 sindicatos no - brasileira atrelada ao Estado , as conquistas Foram bastante relevantes, particularmente
Brasil, volume que, em meados dos anos 1990, atingiu a casa dos 15.972 , incluindo durante os anos 1980 ,
ó rgã os urbanos e rurais, parronais e de trabalhadores. Somente os sindicatos urbanos Podemos dizer, ent ão , que o patamar atingido pela lura de classes no Brasil
somavam 10.779 , dos quais 5.621 eram de trabalhadores assalariados. naquela d écada esteve entre os mats significativos em todo o mundo capitalista. Ao
Além da presença expressiva dos sindicatos de trabalhadores vi neulados ao operariado longo da d écada de 1980 , houve um quadro nitidamente favorá vel ao novo sindicalismo
industrial, observou-sc a participaçã o organizacional dos setores assalariados médios, no Brasil (enquanto movimento social dos trabalhadores, com forte cará ter de classe),
configurando, inclusive, um aumento nos n íveis de sindicalização do país. Em 1996, que caminhava cm direção contrária ao quadro dc crise sindical já presente em vá rios
estavam con ra bil izados 1.335 sindicatos de servidores pú bl icos, 461 si ndicatos vi neulados países capitalistas avançadas. Se as classes dominantes costumam dizer que a d écada
aos chamados “ profissionais liberais” c 572 vinculados a trabalhadores autónomo . -
També m foi possível perceber a continuidade do avanço do sindicalismo ruraí,
^ 1
dc 1980 foi, para elas, ‘uma década perdida", pode se dizer que o mesmo n ã o ocorreu
para a classe trabalhadora, cujos n íveis de avan ço, de corucientização e de organiza ção
em ascensã o desde os anos 1970, permitindo uma reestruuiraçã o organizacional dos foram muito significativos ,
trabalhadores do campo. No ano dc 1996 , existiam 5- 193 sindicatos rurais , dos quais Entretanto, na viragem dos unos 1980 para os 1990 , começaram a despontar as
3,098 eram de trabalhadores. O sindicalismo rural desenvolveu -se com forte presen ça tend ê ncias econ ó micas, polí ticas e ideológicas responsáveis pela inser ção do sindicalismo
da esquerda cat ólica, que influenciou, posteriormente, o nascimento do Movimento brasileiro na onda regressiva e de recuo na luta entre as classes , o que foi resultado tanto
dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). da reestruturaçáo produtiva do capital em curso em escala global, que foi introduzida
No mundo urbano, deu -se o surgimento das centrais sindicais, corno a Central de modo intenso no Brasil na d écada de 1990, quanto da emergência da pragm á tica
f í nica dos Trabalhadores (CUT) , fundada em 1983 e inspirada, em sua origem , em neoliberal que, com a eleiçã o de Fernando Collor dc Mello ( 1990-1992) , passou
um sindicalismo dassista, autónomo e independente do Estado. Herdeira das lutas a exigir do Brasil mudanças significativas, segundo o receituário propugnado pelo
sociais e operá rias das d écadas anteriores, especialmente dos anos 1970, a CUT Consenso de Washington ,
resultou da confluência entre o novo sindicalismo, nascido no interior da estrutura Esse processo de reestrutura çá o produtiva do capital exigiu do pa ís uma
sindical daquele período (do qual o Sindicato dos Metal ú rgicos dc São Bernardo era redefiniçã o em rela çã o à divisã o internacional do trabalho, bem como sua rdmcrção
exemplo), e o movimento das oposições sindicais - dc que foram exemplos o Movimento junto ao sistema produtivo global do capital, cm uma fãseemquc o capital finam dl o
dc Oposiçã o Metalú rgica de Sã o Paulo ( MOMSP) e a Oposiçã o Metal ú rgica dc -
expandia se, afetando fortemente tanto o conjunto dos paises capitalistas centrais coinu
Campinas -> que atuavam fora da estrutura sindical oficial e comjpatiam 5eu sentido aqueles subordinados e dependentes do imperialismo . Foi por isso que, durante a d écudi
estatal, subordinado, anelado e verticalizado. Conrou també m , desde o in ício , com de 1980, o capitalismo brasileiro começou a vivenciar as primeiras mudan ças, unm >
forte apoio do sindicalismo dos trabalhadores rurais. consequê ncia da reestruturaçáo produtiva e de seu corol á rio, a pragm á tica neoliberal
Ainda nesse ciclo de grande ascensão da luta operá ria e sindical no Brasil , houve que deslanchava com força no pa ís.
um avanço expressivo nas tentativas de organização nos locais de trabalho - debilidade Ainda que em seus traç os essenciais o padrão de acumulação capitalista
cró nica do movimento sindical brasileiro por meio da criação de in úmeras comissões permanecesse inalterado , foi poss ível perceber algumas muta ções organizacionais
de fá bricas, como foram exemplos as comissões sindicais de fá bricas do ABC, como e tecnológicas no interior do processo financeiro, produtivo e de serviços, em um
a da Ford, vinculada ao Sindicato dos Metal ú rgicos dc Sã o Bernardo , c as comissõe* ritmo que, se era mais lento do que aquele experimentado pelos pa íses central ,
*
autónomas dc Sá o Paulo, como a da Asama , sob Influ ê ncia do MOMSP . trouxe consequências irreversíveis para a estrutura produtiva e de classes m > Brasil
Houve també m um avan ço significativo na Ima pela autonomia e Itberdadt.’ Isso parque , se at é então o Brasil permanecerá relativamente distante do prmcvm < ( r
dos sindicatos cm rela ção ao lisiado, por melo do combate ao Imposto Sindical t i renetu tu ração produtiva do capital e do projeto neoliberal cm cutso itcntLUilo nos
estrutura confederar iomd, cupulUtu , matai , hierarquizada c atrelada ao Exudo , eoiJI pa íses capitalistas central*, quando essa processual idade chegou ao Brasil , no In ício
dos anos 1990, o fins tlr forma avassaladora , cujos principais traços indis ifcmio no
item seguinte.
A íHftiiii'i tifié tuil iflf ktiH iliniiltsili * * IHH| itrl|li 4 » í k MMMfivjfHHAiHiif I* pPliFH
Mta 'i
^ inlivé iiiiéíiVfiiwHitki
11^
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i i ( i up AIHI IIM %lkl üá Lé IIIMI IH Üiifil í I


ui , i ,i , i i . N *H t Iü
^
Hi () a mi m f.Tilf da labor Stnthattr>sf lutas sociais e esquerda no Brasil recente 141

111 . No mundo do trabalho i LO universo produtivo , implementai , na - se os pum so - ,


ilc downsizing uus empresas , reduzindo ó n ú mero de trabalhadores e aumemaml
-
Fui com a vitoria eleitoral de Femando Coilor de Mello , em 1989 , e a implantaçã o as formas de superexpltmtção da força de trabalho. A ¡fcxi hi Uranio ptoduiiva . i
.! sen prieto neoliberal , ao qual a goyerno de Fernando Henrique Cardoso deu desregulamenta ção e as novas formas de gesr á o do capital r ti t rod uz iram-se em grande
. í uirifmidadc , que o ntoí iberaliunoeo procedo de reestiticum çã n produtiva no Brasil
intensidade, indicando que o fhnlismo brasileiro , embora ainda daminanir, unitriu
iikit n si fitaram-se gobiernan eira . st mesclava com novos processos produtivos , rota us forptas de acuondação flexí vel e mm
0 mandato CoUor teve turra dura ção ( i 990- 1992 ) , ufm ver que, dado ocnonue- elementos oriundos do ( hamado toyotismo e do modelo tapam "
ii ili cu i tlpção que ca racier iro ti seu governo, acabo tt sendo depus lo por uni wsèp
j A Combinação oh ri da cutre a superei:pio ração da for ça de trabalho c a)guris
W í ij / mento soeútl ç jjijpolítico de massas , desencadeado ao longo rio . um dc 1992, iniciado padrões prodmivos e leoiohígicos- mais avan çados rornoti-sc eleme uo central para . 1

I m.n memo esiurlanri . c q ü c, pouco ¡ 1 pouco . ampLni se iutcusLimeiue , levando Inversã o produtiva de grandes quantidades de capital externo no Brasil, a partir dos
. 11 impeachment de Coliòr, O temibonapatte aventureiro font tragado $ ¡deposto pelo , anos J 990. i . m verdade, pa ta esses capitais que atuavam (e atuam ) tio Uras j interessai
.
1

mi mrj esquema burgu ês que octiun para linpsdli a vit ó ria de Lula , eiti 1989, ,
a tonllu ò ncia de for ça Je r rabal hr api a , i operar us equipamentos micro derm ni
Mas . em seu breve per íodo de governo , alé m da enorme corrupçã o, Coflor com a LX í SUJIH i .: de padr ões de sub re nuim- radii e explora çã o intensificada , li )

li uvnlveii uma forte pol í tica privacizante e am is.social . de fundo neoliberal . que Foi de condições amplas dc Hexibiliza çã o e precariza ção ti a for ça de trabalho , combinando
. ou da , dois anos depois, p < n Fet naií j11 fenrique (. lardoso i I : H ( 1 - porem , n .io mais avan ço recuo l ógico e iiuensihca çã o da superexfdoraçao do t mbaUso - tra ço constitutivo
'

11 . I .imi 111 rei ra , uras dorada de d ara racionalidade burguesa, rrai , o cai icterdi ico central que particulariza o capitalismo brasileiro at é os dias atuais , por meio lo
prolongamento e Inu nsihca çã o do ri tu 10 , o .t in ruada c idas condições di‘ rrabá lbo.
-
tin governo FlIC tin setts oito anos de neo liberalismo ( que FHC preferia chamar Je
mid I ibera li sitio ). .
As uittta çõ es no proct i.sih ]irodm i th e na rat-.s 11111 ui - , it ã o drts eiupresa.s, DESCNVOLVIDJ
Neisc per íodo , o parque produtivo no Brasil loi enormemente alterado e em um quadro muitas vests recessivo, geraram um pmeesso dc desproietariza çã o de
I I pela pol í tica de privatixa çá o tio setor produtivo estatal , atetando direta nu nre importantes contingentes operá rios , aumentando o desemprego e t prceariza çao d . :
a tidenngia , as telecomunicações , a energia d é trica e os bancos, entre outros, o que for ç a dc trabalho, do qual a ind ústria automobil ística é um exemplo forte . F.nquamo
1 ri p é que sustentava ,1 economia brasileira a participa çã o do capitai
MI
rm ABC paulista - , 1 n is im pona ti te á rea indusniil do pa ís , onde s . e neon travam as j

I . i - iu . iro e estatal. A pol ítica do governo FHC , plr- nanteutc sinto uivada —
principais empresas a í jcomobd ísticas o tuntingciiij pnciienrí jo cm 1980 era de riais
uso de Washington , aumentava ainda mais a snbordin/ H ã n do país nos á 200 mil metal ú rgfcos, cm 2 U 0 H rctlttziu p. i 1 o menos de 10Ç mil ttiballrMores.
i ^
IHJ, ', ', finam et tvi internacionais , em uma fase de maior mundializa çã o do capital .
pi 1
Em ( ..trnpinas . outra importante r égíão industrial no estado dc Sã o [ 'atilo , exi .-ui.im
.
! 1 jcidrá&rodu ti vo es trm nrado durante per íodo ge tu lista, em l |JHyr aproximadamente ?(J mil oper á rios itrdu st riais no ramo itietal ú rgicot em

1 l i 1 1
1

di . 1 ideia tio signiricado da reestrutum çãò produtiva do capital e d : 1


1
1

me , pode-se dizer que , ao longo Ja. d écada de 1 H 90 ^ LJ :C ,I dc 2 A do


^ ;
2008, c.sse n ú mero era pr óximo de 40 mil . Fui també m e.vpre.ssivj a redu çã o tf os irab
fiadores assalariados médios , como os bancários m ftm çã o do . liuste dos bancos e 1

PíIHI Interno BmcO £ PIB) brasileiro transferiu-se do setor produtivo estatal para 0 tio incrcmctitn tccnol ógnu : enquanto em I 9 fi 9 existiam mais dc 80(1 mil bancá rios ,
. ipllal 1 u r. i . k ioiial , redesenhando e imei nacionalizando ainda mais 0 capitalismo no
i
em 20 D 8 esse n ú mero havia se reduzido para menos d ¡i metade
.. .
hi ih il N in sil aiu raram-sc a LStrutma c a morfologia da classe trabajadora, como Esse processo de reesrrurii ração produtiva do capital, que atingiu a irra i o ri a dos
ramos p rod ti lisos e / ou de servi ç os , acarretou també m altera ções sigdl.ncatl vas na
!. ml ¡11 -.1111.1 nova recomposição das fnáçócs de classe da burguesia nessa fasedt
¡tJTTM nto da Imernacionali^a çáo do capital. A maioria dn que se definia como “ grandd estrutura dc empregos nn Brasil . Se durante a d écada de 1970 , nti auge Indus mal ,
1.11 tu inn .hl . cnquiin LO fra çã n d .i classe dominante, flj> i amplíente incorporai l . i
"
o Brasil 1 í egoti a possuir cerca de 20% Jn total dos empregos na ind ústria de
I n .hiiMi.u Ion; 11 á burguesia for á nea . ( > setor projfetivo estatal , fort íssima transforma çã o , vinre anos depois, . 1 ind ú stria dc transforma çã o absorvia menos
..
1

1 li|. . ivo tudèbcageiii.d Industrializa ção capitalista no Brasil , foi ahsnrvi de 13° 1 < io total da ocupa çã o naciona í . Aiuda conui resultado do processo de
^
-
¡ 1.1 . . ipn il n ui ' Ion I pin melo il is pol ítica de privatiaayói . reccmvers ã o econ ó mica , regi sr ratam - se, ao longo dos anos 199 U . novas tendencias
1 - i . 11

1 11 csso 1.10 intense), a combinan .in cm te nt < 1 libela I 1 lunn . m nas or Upa ções |irolissionais.
1 In 1 do 11.1 1 , .
- re penen es iionscqiirtii iassl
sst
1 í e 1 . to proluiul no nuh 1 i
"in . 1 maior inserçã o da et onotnia brasil . ir,L na cornpctiçã o g! ! 1 ! ctmiimi h

1 .:. ttali illi . nlm . i . no movimento alfid li . I r 111 - .qui rd . In , ml n 1 ui - il p. isMiu a conviver , pei.t primeira vez desife a dícad.i It 19,f|) . ,1 perda
.-
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iU . nl teLrisa de po 1 ir.ilulhn na
itid ú stiln d b. m ,u 1 1

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^,a , •1 f - t i , 1 i'Vipl 1 > ' '1 , 1
i
O continente do labor
I '12 "ttlfJlCHjfw;, lu ías sociais e eaquerda
'
tío Brasil recente 143

di.' 1980 c 1990, pur exemplo , a economia brasileira perdeu 1 , 5 milh ões de empregos Mas se, por utn lado , u sindii alismo se arrefecia, por outro, algo novo aflorava
no setor manufaturei i n 1 ' , para estampar outra face da Iota social no Brasil , Foi nesse contexto que emergiu t ías
Paralelamente ã retração do emprego industrial , entre as d écadas de 1980 e 1990 luras socials do mundo rui . d o mais importante movimento sacia! e politice d c oposiçã o
1 1 s serviços aumentaram , em média, em 50 % sua participação relativa na estrutura ao neo liberalism o no pais ,
tu npaclonal, sendo em boa medida direcionados para o setor informal , que incorporou Sc durante o governo 1 TK7 o M 5T foi frequentemente criminalizado em sua
parcelas expressivas de trabalhadores, sobretudo no com é rcio, nas comunicações e nos a çã o ao longo do governo Lula ele continuou desencadeando um amplo movimento
,
i i .nisportes. dc ocupa çã o de terras , mnarrando que o governo do Partido dus Trabalhadores
Se em 1999 o Brasil estava ern terceiro Utgai em volume dc desemprego aberto , ( BI ) e seu amplo leque de alian ç as á dirima e ao centro tinham uma atua ção que,
«'presentando 5,61 % do total do desemprego global ( sendo que sua popula çã o em sua ess ê ncia , pouco se diferenciava do governo FHC, particularmente no que
econ ómicamente ativa - PEA - representava 3, 12 % da PEA mundial ) , cm 1986 o concerne à preserva çã o da estrutura Fundiá ria da terra c ao enorme incentivo ao
11.11 estava cm 13 lugar no desemprego global , representando 2,75% da Ph. A global
"
agrouegóeio, que sc cornou uma verdadeira obsessã o do governo Lula c do seu projeto
r 1 , 68'Nt do desemprego mundial ' , de desenvolvimento do ecanol. Operando uma verdadeira reconversão neocolonial
blodbil í / a ção, desregulamcnta ção , terceirizaçáo, novas formas de gest ão da força do Brasil , o projeto do governo I ula para o campo deu -se pelo imenso deserto dos
di u bal ho ere. tornaram-se presentes em grande intensidade , indicando que se por
i canaviais , com trabalhadores " boias - frias" exercendo jornadas em que chegavam a
um l ido presenci á vamos a redução do contingente oper á rio industrial est ável , herdeiro
. cortar mais de dez toneladas de cuno de açúcar por did dependendo ds regiã o , esse —
1 I
' Industriai anterior, v íamos por outro a ampliaçã o do nascente proletariado do n ú mero aumenta intensamente.
to de .serviços, que resultava do monumental processo de privatiza çào desse se ror e Ifesse modo , o que poderia Ler sido o começo do desmonte do neol ibera li sino
d, < processo mais geral dc pretari za ção estrutural da for ç a de rrabaiho no Brasil .
. no Brasil cornou-se o seu contr á rio: 1 , ula , em verdade, converreu -se no novo paladino
KM apogeu da fase da financeiriza çá o do capital -dinheiro, do avan ç o do social-liberalismo na Am é rica Latina.
i . i , icntifico. do inundo onde tempo e espaço se convulsionam, o Brasil vivendou
ii Sc em 1989, quando Lula foi candidato á presidê ncia da Rep ú blica pela primeira
" MI i muni çã o do trabalho que alterou sua morfologia, na qual a informalidade, a
,ii .
, IM . , ui c o desemprego, todos estruturais, ampliaram se intensamente. E esse
' i .
-
-
vez, o Brasil cnconrrava se em um forte ciclo de lutas opení rtas, sindicais e pol íticas *
de que foram exemplos o surgimento do P P em 1980, da CUT em 1983 c do MS ! -
m u H I M H U M i implexo e contraditó rio n ã o sc deu sem trazer profundas altera çõ es para cm 1984 -, alem dc um significativo movimento grevista de á mbito nacional , como
1
i I l - L S no Brasil .
i i ' ' vimos anteriormente , quando Lula foi eleito, em 2002, o quadro era bastante diferente,
com um significativo recuo de parcela desses movimentos, como o pró prio PT, que
vivcnciava í nrre processo de institucionaliza çã o c moderaçã o 1 . "

boi nessa contextuai idade que, tom o apoio ( integral ou cr í tico) das principais
correntes da esquerda brasileira , Lula consagrou-se vitorioso nas eleições presidenciais ,
i ) ilMiviitu ui" ui icol brasileiro , que surgiu fora dos marcos Ja sucia I-democracia
Mi depois ile um per íodo de enorme desertificação .social, política c econ ómica do Brasil,
ilHjS, pouco a pouco, uma espécie de c ópia rardia daquela tendó n
sr , consequ ência da implantaçã o do neo liberalismo nos governos Col lor e KHC,
im tindii il < miu ç ava , ent ã o , a desmoronar o “ novo sindicalismo” , que agora Deu-se, então, uma processtialidade contraditó ria: a vitória da esquerda no Brasil
pnitiii i ui , |l precocememe. A pol í tica de "convé nios" , "apoios financeiros r ocorreu quando ela estava mais frágil izada , rue ñ os respaldada e ancorada nos seus polos
,
p.iii ilas ..
u n a .social .democracia sindical , especialmente europeia , levada a cabo centrais, que lhe davam capilaridade (classe oper á ria industrial, assalariados m édios e
p I um .i d écada de fornia Imensa , aubou por contaminar, nesse quadro I trabalhadores rurais), e quando o transformismo (como nos ensina Gramsci) j á havia
ilaiii, ' piolnndas , o sttldh albino de 11 no Bia -. il , I -. te , desprovido ilt j i on vertido o Pd cm um partido da ordem ( conforme diz Marx ) . Quando Lula
venceu
| I 1111111 ' i ideol ógico ib Le ipoiii " I .
r iii /.nu , cri tlfflfl | . LIS elei ções , ao contrá rio da pot ê ncia criadora das lutas soeiais dos ¿ nos I 9S 0, o cen á rio

Miiiiriin , i .ili lembrar, dc ncnllhruli / a ç ao da pr ó pria cm ial di niotrada simlhal 1 .


ef i de completa mura çáo , ao menos no ú nico ponto verdadeiramente forro do PT
T .ilpn a i metamorfoseou a í I I u á i ima propuM . i iud pendt iue i Pflj i ni sua origem, que era dada pela sua vi na ilação real às lutas pop ú lales . A eleição em
I .
da ssistas em uuu mm il imliul ' ida
. , m -o ' luiim i .iii / .ida, I 2003 lu í , por isso, uma vit ória politic,t tardia. Nem o PT, nem Lula , nem o pa ís eram
m 111 tic ion di / ida c negoci d
, .
mais os mesmo < 1 Biasil i a as a d < ,en ¡ficado , enquanto n PT has ia sc dcwei reinado
1 1 ui havia si -
i vi IU , LII m n os urn imhumnuo da velha i OIH ili.n , i lua f H
"
M i t , , , hw Imiinri, 11 ,
lilrm
-.
,, , „/ . .. i i ,, i ' i i
-
I ' , ili hm ' iiMll
P l ililii A f i l l i l l! a 1 - II
I
1 p . tu i i !| 1
I| i '
jQi y pft r / |i
| ) i . ||
1 *14 O continenle do labor Smcfirwfos, ¡utos sociais e esquerda no Brasil recente 13 fi

Uma das mais destacadas lideranças operá rias desse ciclo do novo sindicalismo havia Contra muitos dos valores que marcaram sua origem, o PT implantou ,
sido metamorfoseada em um novo instrumento das classes dominantes. ent ã o, uma pol ítica qne consolidava definitivamente a nova fase de plena sujei ção à
Quais sao as explica ções para esse transformismo Por que, ao invés du inicio da* instituciotialidade. Um exemplo é bastante esclarecedor; quando, no fim do governo
ruptura com o neoliberalismo, o governo de Lula, tendo o PT como principal torça PHC, cm 2002, houve um acordo de ''intenções ' com o FMI , esse organismo
7

pol í tica de sustentação, seguiu o curso fá cil da continuidade em relação ao governo financeiro internacional, que segue as diretrizes impostas por Washington, exigiu
anterior, particularmente no que diz respeito à polí tica econ ó mica de Incentivo ao que os candidatos a presid ê ncia manifestassem sua concord â ncia com os termos e
gratule capital, financeiro e produtivo ? condições do acordo.
As explicações são por certo complexas, mas encontram-se em grande medida O P T de Lula publicou, então, a “ Carta ao povo brasileiro", onde deixava dani
inseridas na conccxtualidadc vivenciada nos anos 1990 , quando presenciamos a sua adesão ao documento, evidenciando sua polí tica de suboidina ção ao FMI
c
movimentos de grande amplitude, com o claro significado de uma conrea trevo!u çã o aos setores financeiros internacionais , Por isso, esse documento tornou-sc conhecido
ptolongada no Brasil . Seus principais traços foram ; como Clarta aos banqueiros , O PT dc Lula, para ganhar as eleições, deveria integra r
-
1 . a enorme proliferação do neoliberalismo em toda a Am é rica latina, com -se definitivamente à chamada fase da mundialização t finameirização do capital.
exceção dc Cuba; adaptando-se ao mundo globalizado e aos seus imperativos dominantes.
.
2 o desmoronamento do chamado ‘socialismo real” e a prevalê ncia equivocada • Como era de sc esperar, houve forte oposição de setores de base e da mil í tá nda
da tese que propugnava a vitória do capitalismo; do Pi , bem como dos movimentos socials, du sindicalismo de classe e do Mfil
.
3 a social-democratização dc parcela substanciai da esquerda e seu inHuxo Mas essa polí tica acabou sendo imposta pela direção c pelos setores majorit á rios du
para a agenda social-liberal, eufemismo usado para “ esconder" sua real lace partido, uma vez que era considerada inevitável para que a vitória política e eleitoi.il
neoliberal, fosse obtida em 2002.
l > PT, partido que se originou no seio das lutas sociais, sindicais e de esquerda , Vale lembrar que o Brasil é um país dotado dc um conservadorismo enorme,
h< < luii dos anos 1970 , que surgiu sob o signo da recusa tanto do “ socialismo real” que sempre procurou impedir que a classe trabalhadora pudesse se converter cm real
utianm
tjllJtimilr neoliberal e a
-
da social democracia, desde os anos 1990 oscilava entre a resist ê ncia ao (or ça pol í tica alternativa. A cada possibilidade
de ruptura , os setores dominantes
aceitação da pol ítica da modera ção e da adequação à responderam ora com a repressão, ora com a conciliação , Se em 1989 todas as medidas
|>fdfni Ao mesmo tempo que lutava contra o receitu á rio e a pragmá tica neo liberais, foram tomadas para impedira vit ó ria de Lula e dos partidos de esquerda, em 2002 IM
HhteUva sua sujei ção aos calend á rios eleitorais , atuando cada vez mais como setores dominantes conseguiram sujeitar a tnaior for ça de esquerda do país (o FJ '} c
eleitoral c parlamentar. sua principal lideran ça aos imperativos do capical. Foi exatamente assim que o Partido
f ( v partido de resistencia contra a ordem capitalista (desprovido, entreranto , desde
Jc solidez teórica-pol í tica c ideológica , visto que seus setores dominantes ,
dos I rabalbadores foi se metamorfoseando e convcrtcndo-sc cm um partido da ordem,
E Luta passou a gozar da confian ça das principais frações das classes dominante ,
Hyfcv.un aberta mente tanto o marxismo como a postura revolucion ária ) , o partido fbl incluindo a burguesia financeira, o setor industrial e at é mesmo o agronegócio, *
Hmf i.iini n fosean tio cada vez mais em prisioneiro dos calendá rios eleitoral-institucional É preciso acrescentar que a vit ó ria eleitoral de Lula (e do PT) nas eleições de
* (III illan ç . amplas", até se tomar um partido policlassísta
it
"
. As derrotas eleitorais de , 2002 teve um significado real e simbólico muito expressivo, pois, pela primeira Vft n ,t
lula • in 1993 c em 1998 intensificaram seu transformismo , uma vez que o diagnóstico ; história do Brasil, uma candidatura operária tornou-se vitoriosa, depois de três cantpanfm
IjUtf Ir fazia acerca do elemento causal das derrotas apontava a necessidade de “ alargar*! presidenciais derrotadas. Mas , como vimos, nem o PT nem Lula eram os mesmos , u
r ''anipli . u “ ,i |HilfticJ do partido pant Utdst a sociedade. que íbi corroborado desde seus primei ros atos dc governo, pautados por um projeto tie
Implemcniou -wí cada vez mais uma pol ítica dc alian ças muito ampla, com v á rio* j clara continuidade ao ncolibcralismo, ainda que sob a denominação dc soctal-liberalisnto
.
dn centm r mr mo da direita, defendida (quando n ã o impostal [telo partido poi .
Sua pol ítica económica, por exemplo, foi de claro benef ício aos capitais financeiro ,
.

ilrtrimituiçdci de lula , como condiçã o necessá ria para que ele accirassc candidatar w
quarta wz . I suas poi íç A** encontraram sempre o apoio dos setores dominante*
- reiterando a dependê ncia aos ditames do FMI.
Seu governo, tanto o primeiro quanto o segundo, preservou a estrutura fundiá ria
*

* .
,|H ji.mido , cu ) tendi til ia mats impórtame ilcntrn d t base ile apoio a Lula era aquela concentrada c pautou-se pela completa ausê ncia da reforma agr á ria c pelo enorme
qtn M' drnomlnav .i Artliulaç ju Incentivo ao agronegócio; deu apoio aos fundos privados de pensã o, ajudando a
desmontar a prevltléml.i p ú hlu .i ; exigiu a cobran ça de Imposto* do trabalhadores
*
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I *1 r i O continente do labor Sindicatos, lutas saciais e esquerda no Brasil recente H7

aposentados (imposição feita pelo FMI e aceita sem oposição pelo governo Lilla), o que extremo oposto da pirá mide social, onde encontramos os setores mais desorganizados
significou urna ruptura com parcelas importantes do sindicalismo dos trabalhadores e empobrecidos da populaçã o brasileira, que dependem das doa ções do Estado para
pú blicos, que passaram a fazer forte oposição ao governo. sobreviver, ofereceu uma polí tica assistê ncia!, sem tocar sequer minimamente cm
Sua pol ítica de liberação dos transgê nicos atendeu às pressões das grandes nenhum dos dois pilares estrururantes da tragédia brasileira.
transoacionais, como a Monsanto; sua polí tica monetarista de superávit primário pretendeu A grande popularidade que o governo Lula encontrou em 2008 decorre, ent ã o,
sempre garantir a plena remunera ção dos capitais financeiros; e, last, but not least [ por do fato dc seu programa social ter tido uma amplitude que nunca havia sido atingida
Ú ltimo, mas não menos imporrantcj, tornou-sc responsável pela montagem
de urna pelos governos conservadores oriundos das classes dominantes. E, paralelamente a essa
, ampliação de sua pol í tica social assistencialisra c focalizada, o governo Lula garantiu
estrutura pol ítica de corrupção que herdou o mesmo modelo dos governos anteriores
garantindo uma simbiose nefas raen ere governo e seu quadro político de apoio parlamentar, para os grandes capitais financeiros ( bancos e fundos de pensão), como tamisem pitra
mm recursos tanto públicos quanto privados.Tudo isso demonstra que o primeiro governo -
os capitais produtivos (siderurgia, metais pesados, agro ind ústria etc.), altos lucros Hn
-
I tila ( 2002 2006) foi muito mats de continuidade do que de descontinuidade frente à
política neoliberal, tendência que esencialmente se manteve, ainda que com algumas
verdade, os maiores da história recente do Brasil ,
Sc isso já n ão bastasse, seu governo ainda contou com o suporte dc uma forte
nuances, no segundo mandato ( 2006-2010 ). Este se sustentou em um leque de forças * parcela da burocracia sindicai que se atrelou ao Estado, na dependencia de verbas
|Kil írkus que ampliou ainda maís a sua base de apoio cm n ú cleos
da direita tradicional p ú blicas, c, desse modo, garantiu o apoio das c úpulas sindicais ao governo. A CUT
brasileira que participaram
, direcamente do minist é rio. e a Força Sindical, inimigas no passado, passaram a conviver nos mesmos ministerios
A ú nica alteração significativa do primeiro para o segundo governo foi uma do governo Lula .
resposta à crise pol í tica aberta com o “ menstlâo” , como ficou conhecida a pol í
tica de No que concerne à lideran ça de Lula , é preciso dizer que ele a exercitou
I I irrupção que quase levou o primeiro governo ao impeachment . Mas aqui é importante cxcmplarmcntc, sendo, de alguma forma, uma espécie de reinvenção do getulismo ,
lltttacar que, apesar da evidente oposição pol í tica que os partidos dc centro (como Manteve e preservou sua empatia “ direta" com as massas, exercendo seus fortes iraçui
o l’M ) B) c dc direita (como o PFI - que depois mudou sua denominação para arbitrais c carismáticos, quase messiânicos. Em uma quadra histórica em que a»
0*1 1 1 1 araras) fizeram ao governo Lula durante a crise do “ mensaláo” , houve um, claro fra ções dominantes n ã o puderam garantir, nem em 2002, nem em 2006, a stlcculo
aturdo entre os principais setores das classes burguesas contra o impeachment dc Lula visto -
presidencial , Lula tornou se expressão de um governo quejóla para os pobres, vivenda at
MM# a pol í tica econ ómica de seu governo era dc cabal apoio, garantia c preservaçã
o dos benesses do poder e garante a boa vida dos grandes capitais. Uma espécie dc semibonaparte
HU<i Interesses do capital já que preservava
, as altas taxas dc lucros para o capital ( para lembrar Engels c Trotski ), recatado frente à hegemonia financeira c h á bil nu
o grande capital produtivo e os setores agroexportadores. manuseio de sua base social , que foi migrando dos trabalhadores organizados para os
An perceber que seu governo somente se manteve, durante a crise, pelo fato de I estratos mats penalizados e pauperizados que recebiam o programa Bolsa Fam í lia ,
¡ Distanciado de sua origem operária, submerso no novo ethos de “ classe mi ilnt ” ,
Alt fui respaldado pelos setores burgueses dominantes, o segundo mandato de Lula J
flfttlllii que era fundamental que ele ampliasse sua base dc sustentarão, desgastada galgando degraus ainda mais altos na escala social, tudo isso foi convertendo Lula citt
IjHN amplos setores da classe trabalhadora organizada , que haviam se decepcionada I uma variante de “ homem duplicado" que passou a admirar cada vez mais os ORinplos
BMUpMincntc com as medidas do governo Lula. daqueles que vein “ dc baixo” , mas vencem dentro da ordem. Sua nova forma dc Sei gerou
Era então que se den , já no inicio do segundo mandato , uma alteraçã o pol í tica I uma consciência invertida de seu passado e um deslumbramento em relação ao presento .
.
itlipMluiin I n ía depois da entupiera falencia do programa social Fome Zero, ampliou j Como consequência dessa metamorfose c desse transformismo , se n ã o frtl
ú Bolsa Familia, pol ítico focalizada c assistê ncia lista (ainda que de grande amplitude I
), confrontado nenhum elemento estrutural que manté m e preserva a misé ria hraoli > >
utiw VTí que atingiu, cm 2009, aproximadamente 12 milhões de familias pobres
(cerco I cm contrapartida , seu governo demonstrou enorme compet ê ncia cm dividir o
*
.
di 'ln milhões dc peNou com renda salarial baixa ) que, por isso receberam cm dio J m é trabaUnidores privados tm relação aos trabalhadores públicos. Senão fosse trágico, poder
n equivalente mensal o US Ml . Iwsu "pol ítica social ” , citada como exemplo pelo banco n - -
se ia dizer que o partido e o seu líder, que surgiram na luta de classes, converteram te em
Mundial , ampliou significativamente a have social de upóla a Lula , urna vez que cía é , i ineentivadonrs da luta intraclasse.
i iianiitoilvonwnte t .liando , milito mals ahmnaçntrdoqucus pol í n
, as assiste tu ialisus Jo* I O mais importante partidn de esquerda das ú ltimas décadas, que tantas rqwtan ça»
|
granitos aiuriioirs , como dc .
I IK . que , com su t Bolsa Escola , n.to atingiu nials cloque ( provocou no Brasil e em outras partes do mundo , assemelha cm M US mu lri »
J mi lint, •, de lamillas 1 n,t ampl íav 1" junto oos i suato* mu ís empobrci idos compcnaoii dominantes, ao New / about d .i selha Inglaterra . Exauriu -se enquanto partido dr i-squenln ,
n apum qiu I ola r o |* I |H OII iitm coi s ,tilos setores oigam /ados < la dasu iiuballiudora
, I .
qtir prrtcndiatransirainai HIMKM MMIEUL , para tornar scum gestor do guindes mn n - >
. -
| lessr modo o goeetnn Lola attii tilou ,» s ilo is { Hiio h da h ulultic bra*ilr ú
, i su*1 iloiuiiuntes no p,iti ( iim wiin , i ni um |iartkliHint' soiilu human õ.ii o Htpitalhnin ,
i

|helo ( t - i i , , toen ni, it tv iiunu n ú t cuino Mtnliiiota oiiira as do i isas » «



| M s boigui s u ,
, mi ’ .
adotando tinia pnlllh* d*- ptlMtlut ç lu dos Inotlns pú bllius qn aleuden taino >im
Sindicatos , latas sociais e esquerda no Brasil recente 149
HM O conf ínente do labor

de pensÂu) quanto ao Lula, lurando contra a perda de direitos e procurando organizar urn amplo espectro dc
Interesses do sindicalismo de negócios (interessado nos fundos forças sociais que hoje estão fora das organizações existentes .
sistema financeiro, que efetivamente dominou a pol ítica econ
ómica de seu governo,
econ ó mico A Intersindical é també m oriunda de setores críticos que romperam com a
( domo Lula pôde governar durante pelo menos seis anos sobum cenado

internacional muito favoní vel, póde, emseu segundo mandato, incentivar


, urna retomada CUT e conta com boa presen ça dc militantes sindicais do PSOL, ex militantes do -
diminuir os n íveis PT c outros setores de esquetda independentes, Tem um perfil mais acentuadamente
do crescimento económico, que atingiu cerca de 5% cm 2008 oque fez do sistema sindical, voltado para a reorganização do sindicalismo de dasse Ambas, Conlutas .
anteriores de alto desemprego. Mas, com a intensifica çã o da crise estrutural
em seguida , na Europa c c Intersindical, procuram oferecer respostas á conversão da CUT em uma central
di capital, a partir de 2007, ¡nidalmeme nos Estados Unidos e ,
institucionalizada, vcrticalizada c dependente do Estado.
os n íveis de emprego
na Asia , as repercussões da crise passaram a afetar de maneira dura do No campo da esquerda sindical, ainda que assumindo uma posiçã o dc apoio ao
Fragilidade e dependencia
r crescimento no Brasil , no fim de 2008, fazendo aflorar a
, um lado dos investimentos
, governo Lula, temos a recém-formada Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do
emeimetuo do país, que se desenvolveu em fiinção por Brasil (CTB) , originada da Corrente Sindical Cíassista, vinculada ao Partido Comunista
se utilizaram das mais alcas taxas de furos do mundo c,
m itindos do capital financeiro que do Brasil (PCdoB), que se desfiliou da CUT em 2007 para criar sua própria central.
|H ir mitro, do aumento dos preços das
commodities, impulsionado pela enorme expansão
da í hi ñ a , Mas esse cen á rio começou a se alterar, j á no segundo semestre
de 2008. -
No campo centro direita, temos a Força Sindicai, já mencionada, que combina
Q governo Lula, que poderia ter ao menos iniciado o primeiro embace contra elementos do ncolibcralismo com o velho sindicalismo que se “ modernizou", além dc
exagerada c mesmo vá rias pequenas centrais, como a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB),
o Henilberaüsmo no Brasil ( pois qualquer outra expectativa seria
-
Infundada}* tornoit sc dele prisioneiro, convertcndo sc cm uma variante
- social liberal - a União Geral dos Trabalhadores ( UGT) c a Nova Central, todas dotadas de pequeno
n ível de representaçã o sindical e, de algum modo, mais ou menos herdeiras do velho
r os pilares da dominação burguesa no pa ís. Aquele
Hin fortaleceu ao invés de desestrutura
*

ó das possibilidades sindicalismo dependente do Estado.


que, cm meados dos anos 1970 mosrrava-se como expressão simb lica da concilia ção de
,
-
Como pode se depreender, são in ú meros os desafios que sc apresentam para que
instrumenta l
tic ruptura , três décadas depois converteu-sc no principal
ciaurv tu i Brasil. Urna vez mais, caminhava $e dando - um passo à frente c dois para tras. possa ocorrer uma reorganização do sindicalismo dc base e dc dasse no Brasil , depnli
da derrota da CUT e do que se denominou de novo sindicalismo.
A crescente individualização das relações dc trabalho c a tend ê ncia das cniprciiu
dc procurar quebrar o espirito de solidariedade e a consciê ncia de classe e desorganir .ii
V, ainda mais os trabalhadores dentro das fabricas são desafios decisivos. Combater a
nos distintos ideia falaciosa dc que os trabalhadores n ã o são mais operá rios e sim "colaboradorcV*,
5v no» primeiros anos de seu segundo mandato Lula recuperou seuéapoio
m a ampliação do j pr ática recó rreme das empresas que procuram dissimular a contradição existente em rc
mimo», atingindo n íveis altos de popularidad
e, é visí vel tamb
que recusaram a a totalidade do trabalho social, dc um lado, e a totalidade do capital, de outro , é mai »
ilmiinientamento social c político dos diversos movimentos sociais
1 1 M ipu çflo e a pol í tica assistência!. O MST
, ainda que náo tenha feito uri !ataque frontal um imperativo fundamental nesse processo de reorganização sindical dc esquerda A .
oferecido um apoio cr í tico , ainda assim I luta contra a destruiçã o de direitos e a precarização do trabalho també m permanece
O governo Lula, mas por vezes tenha lhe
continuou com sua política de ocupação de terras e de confronta
çã o ao agroneg ócio e I
.
central na ação cotidiana. Basta dizer que, na produção da cana dc açúcar (etanol ) o .
é sinal de mudan ça em tempo de vida dos trabalhadores , cm algumas regiões no norte do Brasil, é menor do
um ir,itiigénicos. E o maior descontentamento cm suas bases que aquele existente na época da escravidão, no século XIX, o que obriga os sindicato»
11 11 * , , > au guverno Lula .
ii

Nu tampo sindical também o quadro alterou-se muito, O sindicalismo


combativo, j rurais a lutarem contra o trabalho scmicscravo no campo .
, por Alé m disso, é inreiramente atual a luta peta autonomia, liberdade c independent la
del rotado pela pol ítica dc forte cooptação do governo Lula vem procurando
,
novos polos dc organização, resistência e j sindical em relação ao Estado. Em 2008, o governo Lula tomou uma decisão que
tui-ío de seus setores mais á esquerda criar
,
os setores claramente socialistas e anticapitalistas I acentuou o controle estatal sobre os sindicatos , ao determinar que as centrais sí mil* a í»
• iiulnuilação ao governo, aglutinando(Conlutas
.
na ( oordenação Nacion il de Lutas ) e na Intcrsind ícal.
nova central do» 1
passassem a receber o Imposto Sindical, criado na era Vargas, no fim dos ano» I '* H) ,
Na medida aprovada peio governo, ao mesmo tempo que as centrais foram legalizada»
A Conluia » foi criada rcccntcmcnte como embri ão dc unia (o que è positivo), elas passaram a ter direito de recolher o Imposto Simlit .il ", ti
ça pol ítica o Bar
iraliãlhatlcirci, rompendo com a CUT c tendo como principal for
..
i idi i S< H uliuado» li tb ilturiorrs I indicado l’
( S|Ul , além de liuoipoiu pun ciando I 'artido j
. .
S M i ili ino t i ilx idaile ( l ’ S 1 , ) Cfiuiro» M'lnivs dc cmjucithi Imli (
(
, )
.
mpjtokai lutoiliiilluilin, mas i unhem o* movimento
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M iuli oi *

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* nu iutlo em IMIJMIM
, • 4 M I vLi * I * -
ISO O continente do labor

, com recursos do imposto c de outras


line significa que elas podem viver, no limite
Verbas p ú blicas , sem necessitarem da cotizaçã de seus associados. Vale recordar ,que,
o
quando a CUT surgiu, ela era claramente contrá ria ao imposto , A Eoiça Sindical por
outro lado, sempre foi Favorável a ele, visto que a central surgiu como uma
mescla
,
LK - neopeleguismo e influencia neoliberal dentro do sindicalismo. Hoje ambas t ê m
propostas c ações frequentemente muito assemelhadas.
Sem mencionar o fato de que , no governo Lula , havia centenas de ex -
smd calistas que recebiam altos salá rios e comissões para participarem do conselho de
¡
empresas estatais c de ex-estatals, além de in ú meros cargos em ministérios e comissões
L.HILDAS pelo governo , aumentando a dependê ncia
, o atrelamento c a coopraçáo de
i v lideran ças sindicais que sc encontravam dentro
do aparelho de Estado.
No espectro dos partidos pol íticos da esquerda , alé m da atua ção do PSTU e do
! '< II ( que vem sc reorganizando) , deu -se recenremente a fundação do PSOL, uma PARTE III
.
tentativa dc resposta à conversão do PT em partido da ordem Enquanto o PSOL
,o *
PM l ' c o PCB v ê m atuando em unia pol í tica de Frente e de alian ças em clara oposiçã o PANORAMA DO SINDICALISMO NA
ao governo Lula, o PCdoB participa d¡recá mente desse governo e lhe dá forte apoio.
Pbrtanto, no atual mosaico que caracteriza a esquerda social , sindical e pol í tica AM ÉRICA LATINA
.
no Brasil pariicul armen te aqueles setores de clara inspiraçã o socialista, há um longo
raminho a percorrer e a recomeçar. Seu maior desafio é buscar a criação dc um poio
.
imi il e pol í tico dc base que procure oferecer ao pa
ó
ís um programa de mudan ças
que mantém a estrutura social
uni » upltalUuts, combatendo as causas reais e hist ricas
( Htl í tli i da dominação burguesa no Brasil .
i
1 E, desse modo, inserindo-se nas lutas
lab c|H > lh icas da America Lati na, ajudando a retomar o dilema do século XXI que
,
rms obriga , uma vez mttis, a repor a questão do socialismo.

I
XI
AS PRINCIPAIS CENTRAIS SINDICAIS
LATINO-AMERICANAS*

ARGENTINA**

CGT (Confederação Geral do Trabalho /


Confederación General del Trabajo)
A Confederaçã o Geral do Trabalho (CGT ) foi criada cm 1930, depois de um pulp
militar encabeçado pelo general Félix Uri burn . Rapidamente o governo impôs a fri*
marcial e perseguiu os sindicalistas mais combativos, em gerai anarquistas c com ú n istJ
Nesse contexto, a Confederaçã o Operá ria Argentina ( COA ) c a União Sindical
-
Argentina ( USA) uniram se para estabelecer a CGT, de base ideológica heterogé nea -
prá tica sindicai focada no corporativismo,
Havia profundas divergê ncias na cú pula da central sindical O Partido SOCIALIM
^
( PS) era ent ã o a ú nica organização de esqueida de maior envergad
ura a se manter
na legalidade. Com as eleições de 1932, o PS conseguiu aprovar diversas leis
qufl
beneficiavam os trabalhadores. A a çã o do Partido Comunista ainda era basitujll
limitada. Os conditos operá rios só ressurgiram apó s o reaquedmento industrial,
permitindo o crescimento da influê ncia do sindicalismo dirigido pelos comunistJ
Contudo, os setores que se mobilizavam eram independentes da CGT.
Em 1935, a III Internacional passou a adotar a titica de 'Trente” , c os comunistiH
argentinos se aproximaram do PS, Depois dessa guinada , novos sindicatos se Aliaram
à CGT. Em dezembro daquele ano, o questionamento do “ neutralismo” da c ú pulii
sindical em relação ao fascismo resultou na divisão da central , Formaram se d uai
frações sindicais: a CGT da Rua Caramarca, dirigida pelos corporativistas, com pouca -
expressã o , e a CGT Independê ncia, controlada pelos socialistas. Era a principal cent ml
oper á ria da época, com 262 mil afiliados.

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TVir hlljw IM «< « N t i


154 O continente do labor As principois «sufrá is sindicais latino-americanas n

Surge o peronismo CTA (Central do Trabalhadores Argentinos /


Un ía nova divisão ocorreu em 1943 num momento cm que o PC exig ía o apoio toral
i Central de Trabajadores de la Argentina )
à guerra contra o nazismo. Uma fração socialista próxima ao governo, que tinha uma A Central dos Trabalhadores Argentinos (CIA ) foi fundada em 1992 , durante fl
posição vacilan re em relação ao conflito mundial, formou a CGT n . 1. Outra fração Primeiro Congresso Nacional dos Trabalhadores Argentinos, como resposta |0
socialista c o PC fundaram a CGT n. 2, dissolvida após o golpe de Estado de junho avan ço da política neoliberal, aplicada por Carlos Saúl Menem, e ao sindicalismo
di 1943 devido a seu v í nculo com o PC. Contudo, a grande mudan ça do movimento burocrá tico c empresarial da Confedera ção Geral do Trabalho (CGT). A Assodaç®
-
oper á rio deu se nessa ocasião , quando o coronel Juan Domingo Perón tornou -se de Trabalhadores do Estado (ATE) ea Confederação dcTrabalhadores da Educaçã o ijfl
secretá rio do recé m-criado Departamento Nacional do Trabalho. Surgia o peronismo , Rep ú blica Argentina (CTERA) , categorias diretamente aferadas pelas contrarreformi
que levou o movimento operá rio a reformular sua organização interna, sua relação
com o Estado e sua pr ópria identidade.
.
neolibcrais, encabeçaram a formação da nova central Ela abrange uma vasta gama
de correntes que vão desde a esquerda trotskista radical , passando por socialista» jfl
À partir das antigas reivindicações concedidas aos trabalhadores por Per ó n,
comunistas, at é a democracia crist ã .
Irem como dos privilégios oferecidos à burocracia sindical, o peronismo despontou Esses setores pretendiam montar uma central em que houvesse autonomia etn
como a grande corrente do movimento sindical argentino, posíclonando-se de relaçã o ao Estado e aos partidos pol íticos; eleições diretas para as seções locais, estadual»
maneira geralmence conciliató ria nas disputas. A colaboração com o Estado cornou-* e nacional; e filiação direta, canto de trabalhadores ocupados quanto dc desempregado®
-\c a grande tá tica da CGT. A burocracia permaneceu colaboracionista mesmo
Esse ú ltimo aspecto aproximou a CTA das novas tendê ncias das mobiliou, õ rt
-
definis do golpe de Estado que derrubou Peró n , cm 1955 Contudo, essa fase de
concilia çã o durou pouco , pois os golpistas colocaram a CGT sob interven çã o. O
populares na Argentina , Entre elas se destaca o movimento dos piqueteiros, formado
principalmente pot trabalhadores sem emprego que fazem “ Cortes' devias, dificultando
1

peronismo respondeu com duros combates oper ários durante todo o ano de 1956.
o abastecimento das grandes cidades.
Nu ano seguinte, durante o congresso da central , os interventores sofreram grave
-
Iri rota: constituiu se um bloco com 62 organizações independentes, dirigidas pelos
prmulitas c apoiadas pelo PC, bem mais forte que os 32 “ gré mios democr á ticos"
BOL íVIA*
la vot á veis ao governo.
A tcutral voltou a apoiar um governo golpista cm 1966, Foi uma nova derrota ,
COB (Central Operária Boliviana / Central Obrera Boliviana )
puU os militares adotaram medidas que prejudicavam os trabalhadores, fazendo A Central Operá ria Boliviana foi criada no auge do movimento dc massas da revolu ção
ririroicdcr diversas conquistas sociais. Tres anos depois, a cidade de Córdoba viveu
de 1952. Durante seu congresso de fundaçã o, assumiu as teses dc Pu lacayo, que
um LI milito aberto, pois a CGT local , dirigida pelo peronismo combativo, deflagrou
haviam sido aprovadas em 1946 pela Federaçã o de Mineiros da Bol ívia 'lais u *%
-
uma greu que teve como saldo centenas de mortos; o Cordobaço. ,

* -
de forte influ ê ncia trotskista, constituiram se no eixo pol í tico da entidade durante tn
A í '( i V pás- Perón seus primeiros anos.
Nas eleições de 1973, Perón voltou ao poder em uma conjuntura na qual os laços do O grande mé rito da COB foi a unificação do movimento sindical da Bol ívia, na
. .ipil a I Intern acto tial na economia argentina eram muito mais p nofundos, A polí tica
eum õ miL , i recessiva impunha à classe oper á ria severas restrições, cas greves, dirigidas
quai convivem desde os setores reformistas até a ultraesquerda , Isso lhe garantiu uma
presen ça polí tica fundamental, especialmente nos momentos de ascensão das lurtut
.
prints pi- umbus combativos, retornaram ao cená rio pol ítico Com a morte de Per ón , . -
sociais Durante as revoluções de 1952 c 1970 1971 , ela se apresentou como eixo dk
em l ‘> A , tua esposa e vice- presidente, Isabelita Perón , assumiu o poder c foz um um poder alternativo ao do Estado,
iiLordo com o alio comando militar, intervindo nos sindicatos combativos Poré m , . Em 1970, sob o governo do general Juan Torrez, a Genual lan çou a proposta d i
i seguiu comer n movimento grevista c foi derrubada pelos militares . Assembleia Popular, para servir dc aglutinador desse duplo poder, A Assembleia foi
-
Mcstlio colocada mi ilegalidade, a CGT, fazendo se representar pelos secojtt instalada em i1 de maio do anu seguinte, .sob a presidencia dc Juan Lech ín , dirlgi - nn
mak combativos. mmiLi' ve mobilizações que foram duramente reprimidas , ( aim o da COB desde 1952. Para acabar com tal iniciativa, a burguesia boliviana u-imn - u ,
.
agi jv imento da > tier do governo ditatorial , a entidade , que estivem dividida durante mais urna vez , a um golpe militar.
ludo o per lodo, coosrgnlu il Milu j t se "pelo alio" e controlar ai mobill /a çoc * oper á riw , Nos anos seguintes, a COB continuou a ser a referê ncia printipal na lu í a
.
As I IH II IA s i|e I *i (t3 (linato a vunria a Haul Allniism , com a ajuda da i t I . A icmral .
popular , Km 1979, pm exemplo, a ConfederaçãoSlnd )i ii Unk .iilm I r.ihnlliadnrm
litantes M II atii'l.imeiilo utili tu guvrt nm svguimv , i q .a i talmente o de I ados Mrnrm ,
|) 1 is it, glam In s i' IOpO ) M isli^ i a s nr jmi 4 tlv|s l .1 . • I m l m t i l i , .1 >
i * fill I >*iHrl Hulhfnt ( N t i
As principais centrais sindicais latino-americanas 157
156 O continente do labor
e se filiou à ativos , que constitu í ram uma identidade pol í tica pró pria, passando a denominar-se
Camponeses da Bol ívia (CSUTCB ) rompen com a tutela do Estado sindicalistas aut ê nticos. Faziam parte desse grupo diversas lideranças que, depois,
central operária. criariam a CUT - entre elas Luiz In ácio Lula da Silva -, al é m de sindicalistas ligados
da
Er» 1987, o Partido Comunista Boliviano ( PCB) conquistou a direçã o ao Partido Comunista Brasileiro ( PCB).
entidade » até enráo controlada por Lech ín Nos
, anos seguintes, a Central mostrou -se
em que os oper á rios O movimento das oposições sindicais, cuja expressão mais fortemente articulada
incapaz de responder aos ataques neoliberais, num momento setores
era o Movimento da Oposição Sindical Metal ú rgica de São Paulo ( MOMSP), també m
perdiam importâ ncia no cená rio nacional . Km razáo disso, um dos temas frequentes
, o da contribuiu para a constituição da CUT. A primeira iniciativa para reunir, organizar c
nos congressos girava em torno da atribuição de mais espaço político na direçã mobilizar as diferentes forças de esquerda que atuavam no movimento sindicai ocorreu
t crural , aos setores camponeses e aos trabalhadores urbanos n ã o oper
á rios pelos
(
51 % dos delegados do congresso, no congresso da MOMSP realizado em São Paulo, em 1979.
estatutos da COB, os operá rios devem representar
alé m de assumirem os principais cargos de direção) . Outra intervenção importante viria da Associação Nacional dos Movimentos
Populares e Sindicais (Anampos) . A entidade realizou quarro congressos nacionais
Durante o XIII Congresso da COB , realizado em 2000 , eia retomou posi ções
Combativas» já refletindo a nova ascensão do movimento operá rio. A entidade — —
entre 1980 - Encontro de Monlevade e 1982 Encontro dc Goiânia. No primeiro

organizou manifesta ções pela nacionaliza ção do gás e do perr õlco. Al é m disso
, teve encontro foi aprovado o Documento de Monlevade , no qual se estabeleceram a \

um papel importante no combate aos governos do presidente Gonzalo Sá nchez


de • principais bandeiras e orientações: luta pela democratização da estrutura sindical ,
seguindo o que rege a Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho ((OIT),
-
I osada, que renunciou em 2003, e do vice prcsidente Carlos Mesa que
, abandonou
mas resguardando o princípio da unidade sindical, fim dos impedimentos jurídicos
u puder cm 2005.
que restringem o pleno direito de greve e reivindicação da negociação direta entre
trabalhadores e patrões, sem a mediação ou intervenção do Estado.
llltAMt * Da Conclat à CUT
Na I Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras ( I Conclat ), realizada em 1981 ,
•i I 1I ( ( muni Única dos Trabalhadores /
estiveram reunidas, pela primeira e ú ltima vez, as diferentes forças, tcmié ncloj e
* tiliul I biliaria de Trabajadores
)
correntes do espectro político sindical brasileiro. Entretanto, as disputas e divergências
A CUT nau eu da associa çã o de diversas forças com tradições sindicais distintas
independentes - que entre as for ças reunidas - por um lado , em torno da Unidade Sindical e, por outro, ao
ictuie » da esquerda , da pastoral operá ria , sindicalistas
sindicalismo ó nomo, em oposição redor da Anampos - propiciaram o clima pol ítico à ruptura da unidade do movimento,
tinham mino objetivo a construçã de o um aut
a qual se aprofundaria ao longo das décadas de 1980 e 1990.
nu atirUmento das entidades sindicais às estruturas do Estado . Nasceu rejeitando as
direito de greve e uma a çãò Mesmo com essa divisão, foi fundada, cm agosto de 1983, em São Reinaldo du
fbrttUJl dc conciliação dc classe e defendendo o amplo
. .
on lii il III .I Í!combativa nos embates com governos c patrões O . “ sindicalismo cutista" Campo (SP), a Central Ú nica dos Trabalhadores, congregando os setores idemifi, ad < u
com a Anampos. Eles defendiam , de modo gerai, um sindicalismo independeu » da
buuava representar os assalariados do campo e da cidade e també m a emergente, interferência estatal, mais democrático e at Liante , sem acomodação à estrutura ilndjWH
organiza ção dos trabalhadores dc setores médios c de serviços, tais como bancá rios A CUT deveria garantir não apenas o acesso mais amplo da classe trabalhadora á»
prol nun irt, médicos, funcioná rios p ú blicos etc. entidades e â estrutura sindical, mas també m ampliar os direitos de organlra çAo pant
vel
< ) projeto dc criar uma central dc mobiliza çã o c luta dos trabalhadores em ní todos os indivíduos.
nacional teve como pano de fundo as articula ções , disputas , divis ões e contradi çõ c»
Os caminhos trilhados pelo sindicalismo propugnado pela CUT, do moiinuo »
mire as irês principais forças que atuavam no movimento
sindical : os sindicalista *! de sua fundação ao seu III Congresso (1988), representaram a lenta, mas significativa
,
ai oiiiodadoti na estrutura sindical os dirigentes
vinculados esquerda
à operá ria
.
i .o oln i c i o ativistas articulados cm torno da esquerda tradicional - llnidadr
, V
mudança na sua praxis sindical, cujo conte údo mais evidente foi o abandono do ideá rio
curiosamente denominado movimentista, libertá rio, socialista c conflitivo .
Simlual . A oportunidad e para tcali / ar tal articula çã o ocorreu em 1978 no ) Com essa mudança no perfil da ação e dos ativistas sindicais no interior dai TIL
i migo o da ( unfcdrra ç j o Nacional dos Trabalhador es na Ind
ú stria (GNTl
da entidade , na ocatilo prendida a partir do III Concut, as práticas mais combativas deram lugar u um padrão de açâo
A UII í AII de ativistas « Indicais contra a dire çã o
mobiliza tios dirigentes mau sindical mais pragm á tico c negociador. Foi tendo constru ída a figura do Mndkaliila
por At ) í ampisu , ioi um entalo de unidade r çã o
profissional ", que liindauw uni sua a ção dc modo mais racional e pragimhiio n .o
disputas i mu govri im > parto » A i otivrquéiu ia tol a trduç ao dos nudillos piu .i il u
I la
pii bit tiolointa MIM IN |i
l& H O confine Rif. iii> labor 1 ã .‘i n rrci eÇvci is rí?rj r m is s in riten r* ic: rin íí - crni en en ?m s 15‘J
'

¡nstitucionali&t e modemçáo 0 .
sindicatos e sindicalistas mais i leneideados com o ideario socialista e mais combativos

¡
Q

ii ulnncnro importante para abrandar is a ções dc car á ter mai.s radical da CU


variados
I
política dos trabalHsádores, ^ .
a romper, espedalm fiti* aun .i primeira e a construir out na experiencia de unidade
M r í a o proiejsn dc institució nal raçã o vivido pda cenital expresso nos mais
,
ilm mnentosi teses e di ícáissoes levantadas pela tend ê ncia majorit á ria ( Articula çã o
Sindical }» ao afirmar que o objetivo central cu organiza çã o d nova em idade e n ã oa
.
* ,

CHII - E*
niganiza çã n diretapo movimento sindical e Oper rio á
Assim, nos anos 1990 , se sedimentou, no interior da CU I . um tipo de
indi 11 i srfio que fi&Ju con sagrado tía literatura comoasnoposit Im Essa praxis sindical C ! U I [Centra] Unitária de Trabalhadores/
novio de nega
ção seu elemento principal í esti murante. Ek considera que Central Unitária de Trabajadores)
A Central Unit á ria de Trabalhadores (CUT) ib i criada cm 1983, em mein no
ititn b, - , i : os i tab al hado res assumirem uma conduta de rejei çã o, sendo fundamental , ein
procc.s.so de derrotada do regime ditatorial de Augusto Pinochet, Rciomoit n sigla
fm c rtm dilemas enfrentados, const ru í rem alternativas vi á veis para su pera- los. Assim ,
da central dirima mil i 973 - a Centra! Unica de Traba!had o res Jogo após ú golpi
. i i in a estrategia de confronto predominante na d£®da de 1980,'a CU I defendeu
que derrubou o presidente Salvador Allende . A primeira CUTtong tgay siiulit ato
, | sindicalismo cada vea mais moderado, ein boa medida resultante do _
e federa ções de t rabal badajos do serviço publicó L do scror privado , apjtflscm iv * *
n .. I . i atividade sindica ] no plano nacion .il c internacional .
cai arei dassísta e tinha como principio a l ú ea contra o capitalismo, Promov í u fbrli
1

I ni t Sindical
a
o posiçá a a governos conservadores , pressionando os por altera ções da cstrumi -
socioecon ó mica chilé na e pelo có mbale as investidas imperialistas interessadas
i

. I . . r . 11 . 11 . I é resu!can i e chi pn i res,so dc ream cu I acá 0 d e a n t i gis 1 i dera 11 Ç as s i n d i c a is


i

.
i de renuv i çã o descrorcs denominados ‘ pclcgasA com a presen ça de alguns
ru eM ra çã o de miné rios no pa ís . Foi també m importante insrrumeiuo de lu í i
governo socialista de Allende.
ItLvUlA ¡" i i . ¡ pautes das greves de 197 H IÍ)l79.:t da fundação dk CUl . bua criaçã o ,
:

. 1 1991 , por aproximadamente 1 mil sindicalistas, represe mando 7 S 6 As origens da nova CUT remontam ao li na I da década de 1970. I' m 19 '
,, i ' . federa ções e .1 confedet àpws, pode 5 er vista corrió Lint desdo brame mu sindicatos socialistas c cumunisras , e un ía parte da democracia Cristi mais
futid ,iran í a Coordenado da Nacional Sindical (CN3). Durante a década di ' " - ai ,
I , I lo sil idle a í lsrno de resultados. Ksre sutgiu Ja articula çã o do tinas trajet órias
.
, i , , 111 ii di Htii is que convergiram na segunda metade da d écada de !9 H(). Os
L
CNÍ3. mesmo perseguida c amea çada pela diudura militar , pronjOveu ni .mil . .
.
.1 , , . «upo presentados pelas lideran ças de Luiz Ant ónio de Medeiros , do c paralisa ções. Em 1938 , nuni momento de pro restos e movimenta çõ es üwl lun
do regime , c em meio á realiza çã o ile un plebiseiro sobre , ¡ permanencia t|<
.
tlimili un do* Metal ú rgic íre de Sã o Paulo , c de Ant
ó nio Magri , que fez sua carreira i

i M < Sind í calo dos lilecricicariov do Escada de Sã o .


Paulo A praxis sindical de empivendimeriro deu origem ii nova CUT.
i i i

I id • pela Central , n ã o questiona < hegemonic política e ideológica do


, O fim do autor i taris mu e a ascensã o dos grupos que formaram a Cum H . . . .
I , vsr sentido , o sindicalismo defendido e praticado wi i or ç a Sindicai J de Partido* por la Democracia - que se encomia até o MANTENIO no podr í
ipil al i

1 . 1 lu . ., " . d confronto com os patrões, possibilidade apenas admitida depois


i
de J significaram , conuidoy urna real altera ção nas bases spcioecoit ómicas I • i 1

.1 Iml .f . . is fornias de mcgoei içã o- . precc i ros 11 eo I i b erai s pe rm a 11 ccem coma gt i i rs d a ec.in'. i r ri i a n ,ie ion n l e as a h
(

sã o sentidas no devado gray de precar i za çã o e s upe rexp [ora çã o da foçç j ili ir í bllllú
) i i

\ i‘.L 1 or ça Sindical é a manifesta çã o mais organizada da direita no movimento 1


, . i . ' II . . .
deve esquecer ida presença de outras cern í ais do mesmo espectro' j A recente espansá o capitalista no Chile fot realizada sobre um trabalho Ir
flexibilizado, ha raro e ootn poucos direitos á negocia çã o cijletiva , Um
pol í tico , tais como a < onlcderaçSo ( ¡eral tios I i abal í t adores (CG7 ) e a Social i i tipio

.
I m , „ , 1 , Sindical (5 DM Desse modo a pretensa de.qia . rtidanz. a çã o OU 1 ,
c a industria mineradetra - hast iã o Ju movimenro oper á rio
subcontrata çã o cresceu » no periodo de I 985 a I 996, de ó ,6% pata ‘10% ,
na qua! o nivel < | - i

dtftl ilfinlurJlii i lfi mnvimrnm sindical tese de ie ud id ¡i c ei 1111 K Lid ;l en m l req ucn cl B
^
'

, I ^ . .
reda lin ç i Nurin il eMhnula just , uncirte a siiua çã o ¡ IIUTM , í MU U a Assim , as organiza ções sindicais no Chile estã o H ri .i mente debilldul - \ nm .
.
ni nlngli i , < li " uno Imanto . . MI
( . L - I , mator
central sindical do pais, tern um poder notad , muni ; inft
. .
- .
Non ú ltimos u mpos , a lni çi Siinlhal uuplinu stm ¡ iiHu ú mln . t onuiuio uuttlfl
' homoninnido passado. Na década de 1990,'éía represen tç|
trabalho organizada e 4% tin Loiça dr traba I lip total
uni crin I
^ . ; u . . 1.
'
i

i, ni Item nlgnl licit ivo < I r sindicaros r , cm especial , com o lóete Sindicato dd H
. , ,
M I l n gil , O J, Sto l*4ukv, da tlc'p mitin a uval da i l

Nil i' uiaiiiu , M a* til í n mural» Mniiatn lontepi/ irv pumas r '
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Aciesccmu -se .iets eiiiiritJofwo qtitra Ideologia da <
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' 1 .i h
-, I M| l
nuian 1 < u tu h oirio *
i
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. , I 'm i r III p I III ill
160 O con f í nen te do labor As principals centrais sindicais ia fino-americanas ifl
significava “ sindicalismo moderno” . O Estado deveria se ausentar da relação entre melhores condições dc trabalho c maior n ível de renda do que os demais. Somrntt
capital e trabalho para que empresas c sindicaros alcan çassem n íveis maiores de cerca de 1% da população ocupada na Colômbia tem acesso à negociação colcthjl
entendimento. A tentativa de implementação de relações de trabalho equitativas A ENS atribui essa situação li baixa caxa de sindicalização da população ocupada ,
H
c Justas, contudo, náo apresentou sucesso, haja visca a crescente precariedade das prá tica dc negociar por empresas, em detrimento dc negociações setoriais, à viol ê
nen
formas de trabalho e a permanência da desigual distribuição de renda, mesmo com contra sindicalistas e à flexibilização do mercado de trabalho.
u crescimento da economia.
Em um contexto marcado por conflitos no interior da central e dos partidos
que a compõem , assim como de multiplica ção de greves ilegais c protestos contra a
llrxlbiliza çã o das leis do trabalho e em defesa dc uma rede dc proteçã o social , h ã uma
CUBA* 11
quebra , ao menos formal, da linha pró-conceriaçáo. Hm virtude dc um processo de CTC (Central tie Trabalhadores de Cuba/
Central de Trabajadores de Cuba) |J
Hrcfundação", iniciado em 2003, a CUT defende, no plano do discurso, a necessidade
da luta pol ítica mais ampla contra o neoliberalismo e seus efeitos nefastos para o A hist ória da criação da Central dc Trabalhadores de Cuba rem sua origem em 1924,
trabalhador chileno, embora ainda apresente tendências colaboracionistas e sinta, em quando foi criada a Confederação Nacional Operária de Cuba (CNOC), no cot liento
tua estrutura , as fissuras causadas petas transformações do capitalismo no país . das lutas sociais no país caribenho. Exemplo disso foram as numerosas e prolong,ui a »
greves dos trabalhadores, em especial do setor dc cigarros. Alguns anos mats t mlc,
entre 1929 c 1933, Cuba viveu uma crise econó mica violenta, com taxas
.
altíssima
( lOLÔMBlA* de desemprego. Essa situação ajudou a desencadear um muvimenro de mais de 200*
mil trabalhadores do setor aç ucareiro no decorrer da safra de 1933, que se estendeu
< l 1 I { Central Unitária de Trabalhadores / aos demais setores, provocando vá rias greves por todo o país.
< entrai Unitaria de Trabajadores) Entretanto, a classe trabalhadora não conseguia criar uma força social e política
IVA* grandes centrais sindicais coexistem na Colô mbia: a Central de Trabalhadores capaz de implementar o programa da revolu çã o agr á ria e antiimperialista .
Km
d >i < nl òmbla (CTC) ; a Confederaçã o Geral do Trabalho (CGT) e a Central Unit á ria -
fevereiro de 1934 promulgou se o Decreto-lei n, 3, que representou grave demita
dr t rabalhadores (CUT). Esta foi fondada, cm 1986, por setores de esquerda , que .
para os trabalhadores O decreto proibia, na pratica, o direito de greve, restringindo
4
Oit tu man representavam mais dc 80% do movimento sindical no país. Atualmcntc, legalização das atividades sindicais por meio de sucessivos dispositivos jurídicos , enttjfl
ft4% dos trabalhadores sindicalizados estão ligados à CUT, os quais a criaçã o dos Tribunais de Urgência .
( ) movimento sindical colombiano tem desafios ainda maiores que os normalmente Em março de 1935, a greve geral revolucion á ria foi denotada. A partir (M
|
-
enfrentados por seus vizinhos latino americanos. Uma guerra civil não declarada atinge então, muitos decretos garantiram ao patronato a livre contratação e fà
vorecimcntOU

o pah h á mais de meio século o marco inicial do conflito foi o asesinato dc Jorge
< ¡oiriii , l íder do Partido Liberal ( PL.) , em 1948 - e os dirigentes sindicais acabam sendo
para os sindicatos amarelos c para os “ fura-greves” , Os sindicatos combativos
considerados ilegais e seus dirigentes proibidos dc ocupar cargos executivo iiti
Itiram
* *
a» vítimas preferenciais de violações de direitos humanos. A violência volca -se claramente organizações oficiais.
umita as centrais menos alinhadas com o governo: mais de 90% das viola ções de direitos Mesmo com essa realidade, de 1937 a 1939, ocorreu um fortalecimento da
humana', atingiram sindicalistas da CUT enquanto apenas 6% dos quadros da CGT movimento sindical, em um contexto mundial dc lutas contra o fascismo. Em janeltt»
í < > i > tni v í timas c a CTC n ão teve casos registrados em 2004 , dc 1939 (data escolhida em homenagem ao líder cubano José Marti, nascido ncaw
A viol ê ncia contra o movimento sindical , aliada à deterioração do mercado mês), foi realizado o Congresso de Fundação da Confederação dos Trabalhadores dc
d < trabalho nos anos 90, cm face da adoção de políticas neoliberais, fez. com que Cuba (CTC). Contou com a participação de 1, 500 delegados, representando 780
as taxas atuais de Filia çã o sindical regredissem aos n íveis dc 1947, quando eram organizações, às quais estavam filiados cerca de 645 mil trabalhadores. A cria çã o da
di i . ii .
Em 1964 no auge do crescimento da populaçã o sindicalizada , o indite CTC representou o auge do trabalho desenvolvido pelo proletariado unitá rio sob a
,
al nisava mais de I direção dos comunistas. Desde esse momento, a Confederação teve presença man unit'
Segundo Liadas da l'atttla Nacional Sindical ( ENS ) , a mitral que mal* a win* no sindicalismo da Ilha , sendo també m participante ativa da Revolu çã o < lubina .
lonven çõrx injetiva* é a f l ' T, com 44 % do total , seguida |>cla C !( , 1 cam 8 , 4% c
piiit t 11 miti i mt dr ( Is tiahalhiidom ntliem» put nega lição ttilcliva t ê m

* |H „ 11 « linking tN 1' t !Nl| * IIM Í I li|Md t i l l ( N I


162 O continente do tabor
-
^^
As principáis centrais sindicais íatino americanai H
Trajet ória Essa situação se mantém até os dias atuais (2006) , A participação dos traba IhaddM
Desde sua criação até 1958, véspera da Revolução, foram realizados nove congressos da vinculados à CTC (dezoito sindicatos nacionais c aproximadamente 3 mjlhõetH
t TC . Um pouco de sua trajet ó ria posterior pwle scr perfilada com base nesses eventos. filiados) é primordial para a busca de solu ções para problemas como a inflaçã o, 0 d ê
eirt plena Revoluçã o foi realizado o X Congresso da CTC, que
Em 1959, , orçamentário, o desequil íbrio financeiro c outras questões vinculadas
flH
prioritarlamilfl
contou com 33 federações e aproximadamente um milhão de afiliados. Entre suas aos efeitos do bloqueio norte-amcricano e aos resquícios da desintegra
ção da I hilJy
decisões destacaram -se o apoio à Revolu ção, ít reforma agr á ria, à forma çã o das Mil ícias Sovié tica e do Leste Europeu.
N. u ionais Revolucionárias c o impulso ao desenvolvimento económico, com o objetivo
de combater o desemprego e melhorar o n ível de vida dos trabalhadores.
Hm 1961 , no XI Congresso da CTC, a Confederação passou a se chamar Central Mixteo*
de Trabalhadores de Cuba, alterando sua forma de união de federações para se constituir
como representante nacional dos trabalhadores cubanos. Seu objetivo primordial era CTM ( Confederação de Trabalhadores do México/
0 de unificar os interesses da classe trabalhadora , em termos tanto sindicais como Confederación de Trabajadores de México)
polí ticos, em torno do Partido Comunista, visando a um claro engajamento no processo Após a Revolução Mexicana dc 1910, emergiram sindicatos combativos, que obtiveram ,
na
ievolucion á rio , O Congresso foi precedido pela cria çã o de 25 sindicatos nacionais de * .
Constituiçã o dc 1917, a regulamentação de vários direitos trabalhistas. Em concr ipurtltl
á!
trabalhadores, responsáveis pela substituição das federações das ind ústrias, bem como
|K' III estrutura ção de seções sindicais nas empresas.
-
formaram se entidades reunindo vá rios sindicatos, como a Confederação Region i!
Operá ria Mexicana (Crom ). Era o início do abandono dc um sindicalismo auté
®
mnii®
No XII Congresso, em 1966, os sindicatos nacionais foram reduzidos para catorze, c com aspirações socialistas e dc base, para uma aliança, por vezes
subordinada c mpnliMj,
.
medi mie algumas fusões. Nesse momento , a CTC direcionou sua luta para aumentar com o Estado e cm beneficio do capital, a qual se mant é m até os dias atuais.
,i produ ção rural , particularmente a safra de açúcar, .
Em 1936 no governo Lá zaro Cá rdenas, foi formada a Confedera çã o

O X I I I Congresso, realizado em novembro de 1973, foi marcado pelo Trabalhadores do México (CTM ), unindo trabalhadores no nível federai como ot|H
fmialrc í mentu do movimento sindical , que traçou as principais diretrizes da indústria, com destaque para os metal úrgicos, petroleiros e mineiros, e dos
transport®!
MrrlcIpaç Ao dos sindicatos na constru çã o e iro fortalecimento do socialismo. Nessa como os ferroviá rios - e nos níveis estadual e regional, reunindo grá ficos eoutros. O apotttJ
•' po, a, o n ú mero de sindicatos nacionais havia aumentado para 23. da CTM, da Confederação Nacional Camponesa (CNC) e de outros setores
No per íodo que se seguiu até a realização do XIV Congresso, a preocupação do
ftHtvliurmn sindical esteve voltada para a melhoria cultural e educacional dos trabalhadores,
a forma ção , em 1946, do Partido Revolucionario Institucional (PRI) , mecanismo
“ natural” dc passagem dc dirigentes sindicais a cargos políticos. Dois anos depois, uitM
.
|
sintCJtf
qua** ^
1 Vu w. ent ão, a ampliação das escolas sindicais em rodas as instâncias, dcstacando sc - dissidência da CTM reunindo categorias combativas como as dos ferroviários.
ntlnrlrt®
a I s, n í a Nacional de Quadros da CTC, denominada Lázaro Pena, Mais de 64 mil metal ú rgicos c petroleiros, formou a Confederação Unitá ria do Trabalho (
CUTJqB
mido alisus cubanos frequentaram seus cursos, que também contaram *>m a participação Mesmo somando foiças, as associações sindicais com bati vas e as b u rocratizatk «
dr militantes sindicais c pol íticos da Am é rica Latina, do Caribe e da África , longe de representar a totalidade da classe trabalhadora. Contribui para essa difit tildad*||B i

ti XIV t longresso foi realizado cm 1978, após o I Congresso do Partido Comunista enorme diversidade nos sindicatos mexicanos, de práticas, histórias, orientações, EITTLMIIM **
»
d > t uba Devido às exigências do período, deu-se a redução para dezoito sindicato»| etc. Enquanto os mineiros ou eletricistas têm, por exemplo,
organizações deciráter naclond
n.u um ao . A ê nfase do Congresso esreve voltada para a organização mais eficiente 1 e de forte filiação, os trabalhadores da constru ção civil, da ind ústria têxtil c do conié
rclu
tlu nonuinla lent 1984 , no XV Congresso , os sindicatos nacionais se mantiveram dispõem , quando muito, de sindicatos pequenos e dispersos. A unidade do movimento
.
clin loimdoc para a produção c o desenvolvimento do país , dando continuidade ao j sindical mexicano ainda é uma aspiração, apesar das tentativas efetuadas nesse sentulo.
i .
.i|> ili ii, ii.uncnto dn estrutura sindical e ao exercício dos direitos dos trabalhadores Ao longo dos anos 1980 e 1990, os sindicatos enfrentaram forte oposição patronal ,
que buscava anular, nas negociações coletivas, importantes clá usulas contratuais e
tnanter
I a hi contra a crise em baixa os salá rios, recorrendo ao argumento da crise econ ómica ó
cr nica . Em bu t .
l oi a p.uiii do XVI Congu cfo de 1990 , depois dn colapso da Uniã o Sovié tica , que medida, esta resultava das políticas neoíibcrais adotadas, após 1988 , por Salinas de Cortaii
o* prim Ipais esforço* da l D 1 luram canalizado* pata superar a profunda trise que te -
Acumuíou sc, cm seu governo, um crescente descontentamento popular, que t ulmiiu > u , em
abaten sobre n pai , cru decorr ê ncia do inn do apojo dm puiu » dn I cue Europeu , mm
1

nt quais i uba tmha forte rela çã o dc deprndrin la Quase 1 mlllmi c de iiabalhadnin


.
1994, na rebeliã o armada organizada pelo Exército Zapatista de Ubori içáii N ,i < a mui

< • liiigi iih indii .tlt paiiii ip.ii .im da elaboração de uma ettrai égia uai tunal para u
t

i liltvnl iinii’ tilii di o< nova n illdadi I . , , , 1,1, , l 'h l i i i


I <M O continente do labor
-
As principais centrais sindicais latino americanas 103

Nos anos seguintes, fbrmou-se no Mé xico un partido de direita “ moderna1', o CTP (Confedera çã o de Trabalhadores do Peru /
Partido de Açã o Nacional, pelo qual , dado o desgaste politico do PRI , foi eleito , no Confederación de Trabajadores del Per ú )
ano 2000, o presidente Vicente Fox. Entretanto, pode-sc dizer que, desde o governo A Confederação de Trabalhadores do Peru ( CTP) c fruto da ação de uma importante
Salinas, a condu ção da polí tica mexicana pouco se alterem no sentido de democratizar-
- sc ou mesmo voitar-sc para os interesses nacionais ,
corrente pol ítica que cresceu no pais após o enfraquecimento das correntes
a Alian ça Popular Revolucioná ria Americana (Apra ) , fundada em 1924 , por
anarquista : .
!

Haya de
La Torre, o qual defendia a necessidade de uma frente anti imperialista e a consolidação
-
de um capitalismo nacionalista, com forre presen ça do Estado e dirigido , sobretudo ,
PHRU*
-
pelas camadas m édias. A Apra transformou se em partido polí tico em 1931 .
Em 1944, a Apra c o Partido Comunista peruano, após assinarem o Pacto .Sindical
¡TP ( Confedera ção Geral de Trabalhadores do Peru /
( !( .
de Santiago, em um contexto de colaboraçã o de classes, em virtude da luta comia o
{ amfederació n General de Trabajadores dei Perú )
fascismo, fundaram a CTP, a qual ficou, a partir de 1945, sob o controle aprisca.
N.i d écada de 1920, uma forte corrente marxista firmou-sc no movimento operário Nas d écadas dc 1950 c I 960 , oaprismo adotou uma postura mais conservadora ,
do Peru , Seu inspirador era José Carlos Mariá iegtti, fundador do Partido Socialista do com o fortalecimento das correntes favorá veis à negocia çã o e à
.
IV- ru em 1928, Após a morte de Maríá tcgui, o PS peruano estreitou os laços com a > colabora çã o mm
o governo. A consequ ê ncia, no campo sindical, foi que a CTP passou a deírndvr
Internacional Comunista e passou a se chamar, em 1930, Partido Comunista Peruano, o sindicalismo “ livre e democrá tico", vinculando-se á Organiza o Regional
Pensador original, Mariátegui concebia um processo revolucion á rio alicer çado na ligura çã Inte
.
tin ( rtdio considerado força fundamental em qualquer processo de transforma çã o. —
ratnerkana de Trabalhadores (Orit ) entidade de apoio ao bloco ocidental na ¡
Fria - e cooperando com o governo dos Estados Unidos no combate ao comunismo
< tierra
Pui um dos fundadores, em 1929, da Confederaçã o Geral de Trabalhadores do Peru
[i l I P ) , i|ue teve curta duraçã o,
-
do Peru - CGTP ( fundada em 1968) outras duas centrais: a Confederação
.
Na dccada dc 1990, somaram -se à CTP e à Confedera çã o Gerai deTrab tlltrid itra .
Aufonnirn
l -.tii 1 -944, o PC peruano e a Alian ça Popular Revolucion á ria Americana (Apra)
rtthduium a Confederação de Trabalhadores do Peru (CTP), que ficou, a partir de
de Trabalhadores do Peru (CATP) e a Centrai Unitária de Trabalhadores (Cl IT)
julho de 2004 , elas uniram esforços para promover uma paralisaçã o geral cm
Em .
194 V mb o controle total da corrente aprista. proinw
contra a pol í tica econ ó mica e a corrupção do governo , alé m da escalada
|'.m 19M , após o desligamento de correntes maoisras e trorskistas , o PC peruano dos n í veU th
desemprego e dc misé ria da população.
èdutou o nume dc PC- Unidade, Depois de tentar retomar o poder na CTP, fundou em
19MP com outros partidos , a nova CGTP, aludindo simbolicamente à confedera çã o
1 1 1 1, l , i |H ti Mari á tegui. A CGTP logo se tornou a principal centrai sindical do pa ís ,
URUGUAI*
l éiadadc 1970 , a nova esquerda fez forte oposição à linha colaboracionista,
enu -udu pelo PC- Unidade dentm da CGTP, ao regime do general Juan Velasco PIT- CNT ( Plenário Intersindical de Trabalhadores - Conven ção N .u lnii .il
, -
Abalado Expressivas federações, como a dos mineiros, desvincularam se da central , de Trabalhadores/ Plen á rio Intersindical dc Trabajadores - Convé m fon
.
M í menle retornando a ela na década de 1980 A Confedera ção Camponesa do Peru
Nacional de Trabajadores)
també m M* reorganizou, a partir dc 1973, à margem da CGTP. A Convenção Nacional de Trabalhado tes (CNT ) foi criada em 1966. Clncn anm depoU
IA principais dilemas enfrentados atualmente pela central sindical são fruto d i . um novo panorama político começou a ser construído no Uruguai com o surgiiiifjjH
iinpK men ra çã o das pol í ticas neoliberal* realizada por Alberto Fujimori na d écada dc da Freme Ampla ( FA) , que congregava comunistas, socialistas, democraras erhfiwjl
|' > 90, A Hexibili / a çã n das leis trabalhistas foi o ponto essencial dessas transformações
Nudistas e nacionalistas saídos dos partidos rradicionais da esquerda independente
que originou vá rias formas de trabalho precá rias por meio do crescimento das Essas forças foram duramente atingidas pelo golpe militar de 1973.
luicdrluçOct c subcontratações , O já alto í ndice dc subemprego em 1995, de 42 ,4 %, j
.-
tufou |i ii i õ U , V ' cin 21)01. A consequ ê ncia foi ,< drásticà extin ção da estabilidade no I
M
( PIT ) , Ao lado de outras associações que se mobilizavam
.
Em 1983 , foi formada uma nova central , o Plen á rio Inters Indica Ide Traba lha irar »
contra a ditadura , D PT |
trabalho, da negus iaçáo coletiva dos salá rios c do controls dos preços, fatores que t é m j participou da formação da Intersocial , cujas seguidas manifestações contribu í ram |MM
debilitado a a çã o sindical, A central busca , nos dias de hoje, aumentar os protestos «1 a realiza çã o de dciçóes gerais em 1984, No ano seguinte , n Plen á rio adorm í a ógla
rrivlnrlli a çórs poltin as , irugi upando diversa * lot ças sociais , l’ l I -í - N I , proclamando n continuidade com a antiga centrei.

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» „!. « i , U |, i |j IdtHiilLfi Ipil |N f
166 O continente do labor As principá is cerrtrais sindicá is ¡ídina-americanas 167

’ .
Um dos desafios enfrentados pelo l ITC !N l nosanos 1990, fo¡a drástica redução Atualmente, a atua çã o via CTV passa por um forte processo de questionamento
no n ú mero de afiliados aos sindicaros, Eso resultou, em boa medida, do processo de no meio sindical , principalmente representado pela pe í da de importantes sindicatos c
dcsindustr íaliza ção c de redu çã o do emprego Industrial no Uruguai , decorrente da peia cria çã o e crescimento de un ía nova central , a Uniã o Nacional do? Trabalhadores
aplicação do receituá rio neoliberal, Í UNT ).

UNT ( Uni ão Nacional dos Trabalhadores)


VENEZUELA* Criada em 2003, a Uniã o Nacional dos Trabalhadores (UNT) fot organizada por
iniciativa da Força Bolivarian a de Trabalhadores para se contrapor à conservadora
CTV ( Confederação dos Trabalhadores da Venezuela / CTV, Após a participa ção dessa central na tentativa de golpe de Estado de abril de
Confederación de Trabajadores de la Venezuela) 2002 c no Incaute de dezembro do mesmo ano, abandonou-se a estrategia de temar
Entre as varias centráis sindicá is existentes no pa ís, a mais importante è a Confederação conquistar a sua direçã o e se decidiu pela cria ção de urna nova central, de corte classisM
dos Irabalhadores da Venezuela (CTV) , criada sob influencia da Açã o Democrá tica e independente,
.
( AID ) , um partido identificado, na sua origem com asocial-democracia europeia, mas
que, anualmente, ¿ o principal porta-voz do imperialismo norte-americano no país »
A UNT reú ne militantes dc esquerda e serones pró-Hngo Chá vez e disputa com
a CTV a direção do movimento sindical, principalmente nos setores metal ú rgicos c
um dos principais opositores a Hugo Chavez, .
na ind ústria petrolífera Uma de suas bandeiras é a lu í a pelo controle da produ ção por
Após um golpe de Estado perpetrado pela AD, o partido organizou, em 1947, meio da estarizaçá o e da coges cão.
um congresso de trabalhadores que decidiu pela funda çã o da CTV Todos os cargos
di - direçã o foram controlados por c-ssc partido. Tal ação visava impedir a influ ê ncia do
l 'mnldi! Comunista Venezuelano ( PCV) e de grupos revolucion á rios no movimento
( iildh a| I )(s$dc então , a CTV, braço sindical da AD , caracceriza-se por um sindicalismo

i oí ittvp c burocratizado .
Ainda fazem parte da história da CTV constantes denuncias de corrupção, um
.mil o MI|IDO v í nculo com a AFL- CIO, dos Estados Unidos, c o apoio à Reforma
^ neoliberal do governo de Rafael Caldera (A Lei Orgâ nica do Trabalho, de
li .dialliima
i

l óq .' l , que resultou na penda de direitos trabalhistas c contribuiu para que o seror
'

formal da econom ía abrangesse apenas 12% da classe trabalhadora ,


A UIV reve participa ção decisiva cm todas as ações golpiscas no país, em particular
na greve de 9 de abril de 2002, que antecedeu o golpe de Estado dcyíia 11 , derrotado
poucos dias depois,
A CTV també m participou no loom te iniciado em 12 de dezembro do mesmo
. um, 11 bloqueio, que contou com a adesã o de empresá rios da ind ústria, du ensino i
pi ivjdu, tios meios de comunicaçã o, do com é rcio e dos executivos da Petróleos de 1
Venezuela S. A. ( PDV.SA ) , tinha como objetivo principal impedir a produçã o e o refino 1
ilu petr óleo , o que comprometerla a economia venezuelana, Recorreu -sc até mesmo a
Açóes dc sabotagem , com a destruição dc m áquinas e instalações.
l ) s empresá rios e a CTV sofreram forte resistência dos trabalhadores main
organizados r da população que, aos poucos , conseguiu reconquistar o con trole sobre ]
a | u i H his in , D I upando di re ta mente as fá bricas ou exigindo a sua reabertura , Km razã o
.
1 . ni U - ve i ei ro de 2003i o lócame fui derrotado . Cerca dc *> mil funcion á rios
i

da PDVSA Jbuini demitido», incluindo executivos c diretorcx, e ui presidente» da 1


1 edci á inaras d ,i ( TV furam pretu »
i

IVl | O l l l á . M4 . u1 , I
FONTES DOS TEXTOS

Os cextas que com poem este livro foram objeto de alterações para se adequartflj
presente coletâ nea. Em relação aos texros publicados anteriormente, agradecemos
respectivos editores, coautores e autores e, a seguir, indicamos suas fortes. Alguns FuflH
.
publicados no exterior e agora sao republicados no Brasil Aqueles nao menció n,id
abaixo sao in éditos e editados pela primeira ver ,
-O continence do labor" - uma primeira versuto desse texto, bastante reduzida e subsrancialnwtiM
alterada, foi publicada cm: Emir Sader, Ivana Jinkings , Carlos Eduardo Martins e Rodrigo NolH
-
(coordí, ) , Latinoamericana Enciclopédia Conietnponhtea da América Latinar do Caribe ( Sao Rnilfl,
Bol tempo, 2006),
"Capitalismo dependência” - foi publicado
e apresentaçã de: ldorescati Fernandes, Cap MWH
eximo o í
dependente e classes sociais na América Latina (São Paulo, Global, ) 2009 .
“ As lutas sociais e o socialismo na América Latina no século XXI"- fol publicado, cm versío prtlitOflH
e bastante alterada, cm ; Socialism# e Liberdade ( Rio de Janeiro, Fundação Lauro Campos, niotfl
1 , malo de 2009) .
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“ Pastado, presente e alguns d«a fios das lu tas socials no Brasil ” fbi publicado em: dossié "LA mé
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