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Luís de Camões, ainda assim mesmo o pouco que se sabe é, ainda assim e na
maioria dos casos, duvidoso.
Pensa-se que Luís de Camões nasceu em Lisboa, talvez no ano de 1524, sendo
descendente de uma família oriunda do Norte do país, mais precisamente de
Chaves, mas este é um dos fatos sobre os quais não há certezas.
Para os defensores desta tese, Luís Vaz de Camões era filho de Simão Vaz de
Camões e de Anna de Sá e Macedo.
Se assim for, por parte do pai, Luís de Camões seria trisneto do trovador galego
Vasco Pires de Camões, sendo também, da parte da mãe, parente do famoso
navegador português, Vasco da Gama.
No ano de 1553, após ter sido preso devido a uma rixa, Camões parte para a
Índia, sendo este um dos poucos fatos da sua vida devidamente comprovados por
documentos fiáveis.
Chegado à Índia, fixou-se em Goa onde terá escrito grande parte da sua obra.
Luís de Camões
Uma Vida de Pobreza
Mais tarde, Luís de Camões decidiu regressar a Portugal, mas pelo caminho
acabou por naufragar na costa de Moçambique, sendo forçado, por falta de meios
para prosseguir a viagem, a ficar aí durante algum tempo.
Foi aí, em Moçambique, que o seu amigo Diogo do Couto o encontrou, sendo
este encontro relatado na sua obra, dando-nos assim a conhecer que o poeta
estava nessa altura tão pobre que vivia da ajuda de amigos, daquilo que estes lhe
podiam dar.
Foi esse mesmo Diogo do Couto quem lhe pagou a viagem até Lisboa, tendo este
finalmente aportado no ano de 1569.
Mas, até mesmo a publicação da sua obra maior, “Os Lusíadas”, está envolta
num pequeno mistério pois existem duas edições do mesmo ano e não se sabe
qual foi a primeira. Assim, como recompensa pelos serviços prestados à pátria, o
monarca português concedeu-lhe uma modesta pensão.
No entanto, por ser sempre paga muito tardiamente, esta pensão também nunca
foi suficiente para o salvar da extrema pobreza.
Camões é considerado o maior poeta português, sendo que a sua obra situa-se
entre o Classicismo e o Maneirismo.
No entanto, alguns dos seus sonetos, pela ousada utilização dos paradoxos,
prenunciam já o estilo Barroco que se aproximava.
Morte de Camões
Camões faleceu dia 10 de junho de 1580 em Lisboa provavelmente vítima de
peste. No final da sua vida, passou por grandes problemas financeiros morrendo
pobre e infeliz, uma vez que não teve o reconhecimento que merecia.
O Dia de Portugal é celebrado em 10 de junho em comemoração à data de sua
morte.
Os Lusíadas
Curiosidade
Camões sofreu um naufrágio perto de Goa na Índia e diz a lenda que ele nadou
salvando o manuscrito de Os Lusíadas na mão.
Análise e interpretação
O poema de Camões é um soneto italiano.
O soneto é uma forma fixa de poesia que consiste em quatro versos: os dois
primeiros com quatro estrofes (quartetos) e os últimos com três estrofes
(tercetos). A estrutura costuma ser a mesma. Começa com a apresentação de um
tema, que passa a ser desenvolvido, e, geralmente no último verso, contém uma
conclusão que esclarece o tema.
A poesia de Camões segue a fórmula do soneto clássico. É decassílabo, o que
significa que contém dez sílabas poéticas em cada estrofe.
A sílaba poética, ou sílaba métrica, se diferencia da gramatical porque ela é
definida pela sonoridade.
A contagem das sílabas em uma estrofe termina na última sílaba tônica.
/é/ um/ con/ten/ta/men/to/ des/con/ten/te
1 / 2 / 3 / 4 / 5 / 6 / 7 / 8 / 9 / 10 / x
Nas primeiras onze estrofes podemos observar uma cesura na sexta sílaba
poética. A cesura é uma pausa rítmica no meio da estrofe.
O poema possui um esquema rímico clássico, formado por ABBA, ABBA, CDC,
DCD.
Por meio da aproximação dos opostos, o poeta nos traz uma série de
afirmações sobre o amor que nos parecem contraditórias, mas que são
inerentes à própria natureza desse sentimento. Na última estrofe, Camões
apresenta a sua conclusão.
Uma das figuras mais abordadas sobre o amor é a lealdade do que ama em
relação ao amado. As cantigas medievais versavam constantemente sobre
esse sentimento de servidão, e o autor não deixa de colocá-lo no seu
poema, usando sempre a antítese para construir seu argumento.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.