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Biografia

Luís de Camões, ainda assim mesmo o pouco que se sabe é, ainda assim e na
maioria dos casos, duvidoso.

Pensa-se que Luís de Camões nasceu em Lisboa, talvez no ano de 1524, sendo
descendente de uma família oriunda do Norte do país, mais precisamente de
Chaves, mas este é um dos fatos sobre os quais não há certezas.

Para os defensores desta tese, Luís Vaz de Camões era filho de Simão Vaz de
Camões e de Anna de Sá e Macedo.

Se assim for, por parte do pai, Luís de Camões seria trisneto do trovador galego
Vasco Pires de Camões, sendo também, da parte da mãe, parente do famoso
navegador português, Vasco da Gama.

Juventude de Luís de Camões

Luís de Camões viveu, provavelmente, durante algum tempo em Coimbra onde


terá frequentado aulas de Humanidades, no Mosteiro de Santa Cruz, local onde
vivia um tio seu que era padre.

No entanto, embora seja certa e esteja mesmo documentada a existência desse


tio, D. Bento de Camões, não existe qualquer registo da passagem do poeta por
Coimbra.

Mesmo assim, essa tese parece ser a mais


provável, na opinião dos vários estudiosos
da sua vida pois, segundo esses, em algum
lado Luís de Camões deve ter adquirido a
grande bagagem cultural que demonstra
possuir através das suas obras.

Retrato de Luís de Camões (Autor:


Imagem em domínio público)

Após essa fase da sua vida, Luís de


Camões terá regressado a Lisboa, onde
levou uma vida de boémia. A Luís Vaz de
Camões são atribuídos vários amores, não
só por algumas damas da corte, mas também pela própria Infanta D. Maria, irmã
do Rei D. Manuel I.

No ano de 1553, após ter sido preso devido a uma rixa, Camões parte para a
Índia, sendo este um dos poucos fatos da sua vida devidamente comprovados por
documentos fiáveis.

Chegado à Índia, fixou-se em Goa onde terá escrito grande parte da sua obra.

Luís de Camões
Uma Vida de Pobreza

Mais tarde, Luís de Camões decidiu regressar a Portugal, mas pelo caminho
acabou por naufragar na costa de Moçambique, sendo forçado, por falta de meios
para prosseguir a viagem, a ficar aí durante algum tempo.

Foi aí, em Moçambique, que o seu amigo Diogo do Couto o encontrou, sendo
este encontro relatado na sua obra, dando-nos assim a conhecer que o poeta
estava nessa altura tão pobre que vivia da ajuda de amigos, daquilo que estes lhe
podiam dar.

Foi esse mesmo Diogo do Couto quem lhe pagou a viagem até Lisboa, tendo este
finalmente aportado no ano de 1569.

Apesar de extremamente pobre e de se encontrar doente, Luís de Camões


conseguiu ainda assim publicar “Os Lusíadas” em 1572, graças à influência que
alguns dos seus amigos tinham junto do rei D. Sebastião.

Mas, até mesmo a publicação da sua obra maior, “Os Lusíadas”, está envolta
num pequeno mistério pois existem duas edições do mesmo ano e não se sabe
qual foi a primeira. Assim, como recompensa pelos serviços prestados à pátria, o
monarca português concedeu-lhe uma modesta pensão.

No entanto, por ser sempre paga muito tardiamente, esta pensão também nunca
foi suficiente para o salvar da extrema pobreza.

Em Lisboa, o seu volume de “Rimas” ter-lhe-á sido roubado, acabando assimpor


ser publicado apenas após a sua morte, sendo que não existe acordo entre os
diferentes editores quanto ao número de sonetos escritos pelo poeta.

Existem diversas edições de “líricas” camonianas diferentes, não havendo


completa certeza quanto à autoria de algumas dessas peças líricas.
Luís Vaz de Camões acabou por falecer em Lisboa, no dia 10 de Junho de 1580,
sendo sepultado a expensas de um amigo.

O seu túmulo, situava-se na cerca do Convento de Sant’Ana, em Lisboa.

No entanto, o mesmo perdeu-se com o terramoto de 1755, não se sabendo


atualmente qual o paradeiro dos restos mortais do poeta, sendo esse o motivo de
não estar sepultado em nenhum dos dois túmulos oficiais que hoje lhe são
dedicados, sendo um deles no Mosteiro dos Jerónimos e o outro no Panteão
Nacional.

Camões é considerado o maior poeta português, sendo que a sua obra situa-se
entre o Classicismo e o Maneirismo.

No entanto, alguns dos seus sonetos, pela ousada utilização dos paradoxos,
prenunciam já o estilo Barroco que se aproximava.

Morte de Camões
Camões faleceu dia 10 de junho de 1580 em Lisboa provavelmente vítima de
peste. No final da sua vida, passou por grandes problemas financeiros morrendo
pobre e infeliz, uma vez que não teve o reconhecimento que merecia.
O Dia de Portugal é celebrado em 10 de junho em comemoração à data de sua
morte.

Túmulo de Camões no Mosteiro dos Jerônimos em Lisboa


Características e obras de Luís de Camões

Camões escreveu poesias, epopeias e obras de dramaturgia. Foi assim que se


tornou um poeta múltiplo, sofisticado e ao mesmo tempo, popular.
Decerto que ele possuía grande habilidade poética na qual soube explorar com
muita criatividade as mais diferentes formas de composição.
Foi um dos maiores poetas do Renascimento, mas às vezes se inspirou em
canções ou trovas populares escrevendo poesias que lembram várias canções
medievais.
Camões, sem dúvidas, foi o grande nome do Classicismo Português, suas obras
são de grande valor literário. Compostas por peças teatrais, poesias líricas e
épicas, além de, é claro, sua obra-prima, o soneto (14 versos com 10 sílabas, as
duas primeiras estrofes com quatro versos e as duas últimas com três).
Seus versos revelam que estudou os clássicos da Antiguidade e os humanistas
italianos.
Suas obras de maior destaque são:
 El-Rei Seleuco (1545), peça de teatro;
 Filodemo (1556), comédia de moralidade;
 Os Lusíadas (1572), grande poema épico;
 Anfitriões (1587), comédia escrita em forma de auto;
 Rimas (1595), coletânea de sua obra lírica;

Os Lusíadas

Capa da primeira edição de Os Lusíadas

A poesia épica “Os Lusíadas”, publicada em 1572, celebra


os feitos marítimos e guerreiros de Portugal. Destacam-se as
conquistas ultramarinas, as viagens por mares
desconhecidos, a descoberta de novas terras, o encontro
com povos e costumes diferentes.
Tomando como assunto central a viagem de Vasco da Gama
às Índias, Camões fez do navegador uma espécie de símbolo
da coletividade lusitana. Ele exaltou a glória das novas conquistas e as proezas
dos navegadores portugueses.
Isso permitiu comparar os feitos dos portugueses com as façanhas dos lendários
heróis dos poemas de Homero (Odisseia e Ilíada) e de Virgílio (Eneida).
Camões usou os modelos clássicos para cantar os acontecimentos do seu tempo,
que ao contrário dos antigos, eram reais e não fictícios. Camões faz algumas
entidades mitológicas participarem da ação. Assim, coube a Vênus o papel de
protetora dos portugueses.
Ela os defende do deus Baco que quer destruir a frota de Vasco da Gama. No
final do poema, os navegantes são levados à ilha dos Amores, onde são
recompensados de seus esforços por sedutoras ninfas.

Curiosidade
Camões sofreu um naufrágio perto de Goa na Índia e diz a lenda que ele nadou
salvando o manuscrito de Os Lusíadas na mão.

Selo em comemoração aos 400 anos do nascimento do poeta (1924)


Poesias
A maior parte da poesia lírica de Camões é composta de sonetos e redondilhas
(estrofes com versos de cinco ou sete sílabas). Confira abaixo alguns exemplos:

Exemplo de um poema de Camões


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;


É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;


É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor


Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Análise e interpretação
O poema de Camões é um soneto italiano.
O soneto é uma forma fixa de poesia que consiste em quatro versos: os dois
primeiros com quatro estrofes (quartetos) e os últimos com três estrofes
(tercetos). A estrutura costuma ser a mesma. Começa com a apresentação de um
tema, que passa a ser desenvolvido, e, geralmente no último verso, contém uma
conclusão que esclarece o tema.
A poesia de Camões segue a fórmula do soneto clássico. É decassílabo, o que
significa que contém dez sílabas poéticas em cada estrofe.
A sílaba poética, ou sílaba métrica, se diferencia da gramatical porque ela é
definida pela sonoridade.
A contagem das sílabas em uma estrofe termina na última sílaba tônica.
/é/ um/ con/ten/ta/men/to/ des/con/ten/te
1 / 2 / 3 / 4 / 5 / 6 / 7 / 8 / 9 / 10 / x
Nas primeiras onze estrofes podemos observar uma cesura na sexta sílaba
poética. A cesura é uma pausa rítmica no meio da estrofe.
O poema possui um esquema rímico clássico, formado por ABBA, ABBA, CDC,
DCD.

Camões usa a antítese para desenvolver as suas preposições. Antítese é uma


figura de linguagem onde se busca a aproximação de ideias opostas. Deste modo,
ele consegue aproximar coisas que parecem distantes para explicar um conceito
tão complexo como o amor.

 No primeiro verso, podemos observar que essas ideias opostas também


estão unidas por uma ideia de causalidade: primeiro o fogo, que causa a
ferida e que leva à dor. Essa relação ajuda a unir ainda mais a premissa do
poema e a entender a imagem que Camões passa do amor.

Amor é fogo que arde sem se ver,


é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

 Por meio da aproximação dos opostos, o poeta nos traz uma série de
afirmações sobre o amor que nos parecem contraditórias, mas que são
inerentes à própria natureza desse sentimento. Na última estrofe, Camões
apresenta a sua conclusão.

Mas como causar pode seu favor


nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor

 Uma das figuras mais abordadas sobre o amor é a lealdade do que ama em
relação ao amado. As cantigas medievais versavam constantemente sobre
esse sentimento de servidão, e o autor não deixa de colocá-lo no seu
poema, usando sempre a antítese para construir seu argumento.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

O poema se torna atemporal na medida em que o tema abordado é universal e as


figuras usadas para desenvolvê-lo são complexas e belas. Camões consegue
conciliar imagens muito opostas para explicar o que é o amor.

O amor, assim como tudo na vida, é um jogo de dualidades, de ambiguidades,


que faz parte do cerne do ser humano. Não existe sentimento humano que possa
ser explicado de forma clara e simples. Porém, alguns poetas conseguem
exprimir de forma inteligível coisas tão complexas como o amor.

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