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Departamento de Engenharia de Produção, Administração e Economia – Escola de Minas – UFOP

Estudo de caso sobre o planejamento e controle da produção de uma


empresa no segmento de minério de manganês e ferroligas de
manganês

Glauber Francisco Alves (UFOP) glauber@producao.em.ufop.br


Magno Silvério Campos (UFOP) magno.sopmac@bol.com.br
Ricardo Gonçalves Alves (UFOP) ricardoufop@yahoo.com.br

Resumo
Este trabalho apresenta uma visão geral e análise do funcionamento do órgão (ou função) de
PCP dentro de uma empresa de mineração e produção de ferroligas, com a finalidade de
verificar quais as técnicas utilizadas por este, bem como as funções desempenhadas.
Palavras-chave: Planejamento Controle da Produção, PCP.
1. Introdução e objetivos
Atualmente, analisando a dinâmica e evolução dos sistemas de produção, percebemos que
custo e qualidade se tornaram premissas básicas de quaisquer sistemas produtivos. A busca
pela competitividade e excelência organizacional forçou as empresas a reafirmar fatores antes
subjugados a repensar sua estrutura produtiva. Atividades de planejamento estratégico e
ajustamentos operacionais tornaram-se fundamentais para ganhos de produtividade e
competitividade, e hoje são diferenciais nas empresas que se posicionam satisfatoriamente no
mercado. Assim, a função produção vem assumindo um papel cada vez mais estratégico na
determinação do grau de competitividade das empresas.
Nesse quadro, o processo de Planejamento e Controle da Produção (PCP) passa a cumprir um
papel fundamental na empresas, à medida que o mesmo tem um forte impacto no desempenho
da função produção. E é nesse contexto que o presente trabalho está inserido.
Este artigo tem como objetivo apresentar uma visão geral e análise do funcionamento do
órgão (ou função) de PCP dentro de uma empresa do ramo de mineração e ferroligas, com a
finalidade de verificar quais as técnicas utilizadas por esta, bem como as funções
desempenhadas.
1.1. Limitações do trabalho
Salienta-se que em função da utilização de questionários, como meio de levantamento de
dados na empresa, as informações coletadas refletem a percepção que os respondentes
possuem dos sistemas implementados nas suas empresas.
2. Planejamento e Controle da Produção
Em um sistema produtivo, toda vez que são formulados objetivos, é necessário formular
planos de como atingi-los, organizar recursos humanos e físicos necessários para a ação,
dirigir a ação dos recursos humanos sobre os recursos físicos e controlar esta ação para a
correção de eventuais desvios. No âmbito da administração da produção, este processo é
realizado pela função de Planejamento e Controle da Produção. Segundo Tubino (2000), o
PCP é responsável pela coordenação e aplicação dos recursos produtivos de forma a atender
da melhor maneira possível aos planos estabelecidos em níveis estratégico, tático e
operacional.
Para atingir estes objetivos o PCP reúne informações vindas de diversas áreas do sistema
produtivo, tendo sempre em vista o objetivo de conciliar o Planejamento Estratégico com as
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atividades desempenhadas diariamente no “chão de fábrica”. É o elo entre o estratégico,


tático e operacional. Para isso, é necessário que o responsável pelo PCP da empresa seja uma
pessoa extremamente dinâmica e flexível, com capacidade de tomar decisões rápidas e
acertadas.

Figura 1 – Fluxo de Informações no PCP.


Fonte: Adaptado de Ricardo Miranda Barcia (1996)

Para a efetiva execução do PCP é necessário conhecer a complexidade e a natureza da


atividade produtiva. O grau de padronização dos produtos, o tipo de operação e processos
necessários, a natureza do produto e até mesmo as políticas e diretrizes adotadas pela empresa
são fatores determinantes para se determinar as atividades do PCP. Ou seja, empresas com
missões corporativas diferentes tendem a possuir atividades de PCP bastante discrepantes
entre si.
3. Estudo de caso
3.1. Dados gerais da empresa
O estudo foi realizado numa empresa líder de mercado no segmento de Minério de Manganês
e Ferroligas de Manganês. Essa empresa atua no mercado internacional, com plantas na
França e Noruega, e no mercado nacional, com unidades produtivas implantadas em Minas
Gerais, Mato Grosso do Sul e Bahia, que são responsáveis pela produção interna de 600 mil
toneladas de ferroligas de manganês e 3,3 milhões de minério de manganês por ano. Possui
aproximadamente 800 colaboradores nas unidades de Minas Gerais e tem como principais
clientes pessoas jurídicas, em geral, empresas nacionais e intenarcionais do setor siderúrgico.
De acordo com dados fornecidos pela indústria, aproximadamente 90% do manganês
produzido no mundo é consumido pela indústria siderúrgica. Ele é utilizado como elemento
de liga e desoxidante moderado. Em aços de baixo carbono, o manganês residual aumenta a
sua dureza e resistência. Como elemento de liga, o manganês permite a fabricação dos
chamados aços manganês austeníticos, com elevada dureza superficial. Em aços ferramenta, a
presença do manganês melhora a temperabilidade. Em associação com o enxofre, o manganês
é utilizado nos aços de usinagem fácil. Ele não é reciclável e não possui um substituto
econômico.
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3.2. Visão geral do PCP da empresa


A empresa analisada possui um órgão responsável pelo Planejamento e Controle da Produção,
composta por 15 membros, subordinada ao Gerente Industrial da organização. O PCP tem
como atribuições as atividades de previsão de demanda, dimensionamento dos níveis de
produção e estoques da empresa (produtos acabados, semi-acabados e matérias-primas),
definir e construir Plano Mestre Produção, sequenciamento das ordens de fabricação e
controlar a produção por meio do levantamento de indicadores de desempenho da produção.
Atividades facilitadas devido ao excelente relacionamento da função PCP com as outras áreas
da corporação, o que reflete na coerência e consistência do conjunto das decisões relativas às
políticas definidas pela gerência estratégica da produção.
Os produtos oferecidos são padronizados, possuem alto grau de uniformidade e são
produzidos com grande escala em processos contínuos. A empresa utiliza em seus processos
roteiros de produção, operações e tempos padronizados para eficientização dos ciclos de
produção.
Quanto ao layout da planta produtiva, os produtos são produzidos em um local fixo e os
fatores de produção (máquinas, matérias-primas e operários) e que se deslocam até o local de
produção.
As atividades de PCP são exercidas nos três níveis hierárquicos de planejamento e controle
das atividades produtivas. No nível estratégico, onde são definidas as políticas estratégicas de
longo prazo da empresa, o PCP participa da formulação do Planejamento Estratégico da
Produção, gerando um Plano de Produção. No nível tático, onde são estabelecidos os planos
de médio prazo para a produção, o PCP desenvolve o Planejamento-mestre da Produção,
obtendo o Plano-mestre de Produção (PMP). No nível operacional, onde são preparados os
programas de curto prazo de produção e realizando o acompanhamento dos mesmos, o PCP
prepara a Programação da Produção administrando estoques, seqüenciando, emitindo e
liberando as ordens de compras, fabricação e montagem, bem como executa o
Acompanhamento e Controle da Produção. (TUBINO, 2000)

Figura 2 – Hierarquia do PCP


Fonte: Própria do autor
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3.3. Funções de longo prazo do PCP


A empresa possui planejamento estratégico de produção a nível corporativo. Esse
planejamento gera, através de simulações de tentativa e erro (também baseadas na demanda),
um Plano de Produção. Que é construído para cada produto individualmente ou para famílias
de produtos (produtos com características comuns). Esse Plano de Produção tem objetivo de
direcionar os recursos produtivos para as estratégias escolhidas pela gerência. Por se tratar de
um horizonte longo, o Plano de Produção trabalha com um grau de incerteza alto, e sempre
são necessários ajustes e replanejamentos.
A previsão de demanda é feita nos moldes quantitativos baseados em dados passados e
utilizando modelos matemáticos para projetar a demanda. O modelo usado é o de cálculo de
média exponencial móvel. Onde cada nova previsão é obtida com base na previsão
antecedente, acrescida do erro cometido na previsão anterior, corrigida por um coeficiente de
ponderação. Também são levados em conta os pedidos em carteira. Esta previsão é feita
individualmente para cada produto, e não existe sazonalidade para nenhum item oferecido
pela empresa. As técnicas de previsão de demanda são facilitadas devido ao fato da empresa
possuir uma demanda estável, e possuir uma capacidade ajustável de produção (flexibilidade
produtiva).
De acordo com Tubino (2000), todo sistema de produção possui uma atuação de desempenho
limitada pelas forças estruturais que emprega. Há necessidade de se priorizar e quantificar o
grau de intensidade que se buscará em cada critério de desempenho. Na presente análise, os
critérios de desempenho mais importantes para a empresa são custo, desempenho na entrega e
não agressão ao meio ambiente. Flexibilidade e inovabilidade são menos enfatizadas. Essas
informações e a priorização de alguns critérios refletem de maneira clara a missão corporativa
dessa empresa.
Em relação às filosofias/técnicas e seus modernos conceitos de produtividade, a empresa
utiliza-se do Just-in-time, classificação ABC (ou curva de Pareto) dos estoques, controle da
qualidade total (TQC) e o princípio da melhoria contínua (Kaizen) com o objetivo de otimizar
o sistema de produção e agregar ainda mais valor ao produto acabado.
3.4. Funções de médio prazo do PCP
Quanto às funções de médio prazo, que são as ações a nível tático, destacamos o Plano Mestre
de Produção (PMP) gerado pela empresa, sempre moldado nas estratégias de produção a
longo prazo. Esse PMP está encarregado de desmembrar os planos de produção estratégicos
em planos específicos para produtos acabados ou família de produtos. Na empresa analisada,
o PMP tem horizonte fixo de um mês e pode sofrer ajustamentos e alterações a qualquer
momento, geralmente devido a oscilações na demanda.
3.5. Funções de curto prazo do PCP
Foram analisadas as ações e planos a nível operacional, também conhecido como nível de
“chão-de-fábrica”. Em relação à engenharia industrial e engenharia de produtos, a empresa
possui as informações necessárias dos processos e itens fabricados. Ela conhece toda a
estrutura dos produtos, seqüenciamento de operações e componentes, assim como tempos
padrões, lead times e a carga de trabalho exigida em cada operação e processo, tempos
obtidos através da cronoanálise por amostragem de trabalho. Essas informações são
periodicamente atualizadas e, se necessário, modificadas. Estruturado nesses dados e
informações da Engenharia, o PCP consegue analisar a viabilidade de atendimento da
programação da produção frente à capacidade produtiva disponível. Ele também pode calcular
com base no tempo consumido pela máquina ou operário para execução do trabalho
específico em cada etapa do processo, a partir do perfil de tempo gasto para a produção
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unitária, e comparando com a disponibilidade do recurso. A análise da capacidade produtiva


tem caráter exploratório, e permite a gerência de produção tomar decisões que envolvam
prazos e condições de entrega de produtos.
Foi analisado também o sistema de gestão de materiais e estoque. O modelo de ressuprimento
adotado pela empresa é por ponto de reposição, que consiste em estabelecer uma quantidade
de itens, chamada de ponto de reposição, que, quando atingida, dá partida ao processo de
reposição desse item em quantidades previamente estabelecidas. Claramente, o tempo de
ressuprimento do material e sua demanda nesse período devem ser levados em consideração.
A empresa tem dimensionamento físico para comportar todo o estoque necessário para o seu
efetivo funcionamento, e possui todas as informações quanto ao custo médio de seu estoque.
Uma das políticas relativas à estoques da empresa, é a utilização de estoques de segurança
para insumos, semi-acabados e também produtos acabados. Esse estoque de segurança é
calculado para os produtos individualmente utilizando modelos matemáticos (estatísticos),
levando em consideração as características e funções que cada ítem possui no setor produtivo
e o grau de importância relativo no processo ou no negócio. Os estoques de segurança
também são utilizados na absorção de erros relacionados ao lead time dos ítens. Os estoques
de matérias-primas e o giro desses estoques, especificamente, são tratados e controlados de
maneira bastante sistêmica. Existem matérias-primas próprias que não necessitam de estoque
elevados (alto fluxo), e outras que necessitam de níveis de estoque maiores (baixo fluxo)
quando tratamos de materiais importados, como o coque metalúrgico. A política de gestão de
estoques também adota o lote econômico para compra/ressuprimento e para emissão das
ordens de produção dos ítens com os quais ela trabalha, esses lotes econômicos são obtidos
levando-se em conta custos de manter o estoque e custos de preparação/pedido para se obter
esse estoque. O modelo por ponto de reposição e lote econômico trabalham de maneira
conjunta, otimizando as operações logísticas.
Em relação ao Planejamento das Necessidades de Material, conhecido como MRP, definido
por Slack (2002) como sendo o sistema que permite que as empresas calculem quanto
material de determinado tipo é necessário e em um dado momento. É calculado parte
manualmente e parte utilizando o computador. É fato perceber que, para a real implementação
da lógica MRP a empresa deve conhecer perfeitamente a sua engenharia de produto e
processos e todas as suas restrições, minimizando assim erros de planejamento e execução.
A seqüência e execução das Ordens de Produção (OP) não são definidas pelo PCP. A empresa
trabalha no sistema de produção puxada, onde o seqüenciamento das OPs estão subordinadas
ao Gerente de Produção. Este de posse de um Plano de Produção previamente discutido e
acordado entre PCP e Produção libera as ordens. No entanto, o PCP possui formulários e
procedimentos para controlar e acompanhar a produção, no sentido de verificar se o que foi
planejado realmente esta sendo executado. Essas informações e apontamentos reais sobre a
produção, são obtidas através de preenchimentos de formulários de papel e também por meio
de computadores, geralmente ao fim do dia. Os dados capturados pelos sistemas de
informação provém do próprio setor produtivo, que muitas vezes dão entrada pelo próprio
CIM (Computer Integrated Manufacturing) ou até mesmo pelo software de ERP da empresa.
Esse acompanhamento do PCP, permite detectar rapidamente desvios entre o planejado e o
executado, permitindo assim replanejar a produção e buscar as causas dos desvios. Esse
replanejamento envolve PCP, setores envolvidos diretamente na produção, manutenção e
gerência da fábrica. No entanto, devido às características do processo e por se tratar de fornos
que operam na capacidade máxima, erros observados entre a produção real e programada são
extremamente prejudiciais, sendo necessário utilizar estoques de segurança ou até mesmo
reduzir oferta no mercado. Essas diferenças entre o planejado e o produzido se dão em grande
parte por quebras de equipamentos (paradas não previstas) e qualidade da matéria-prima
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utilizada. Ainda em relação a identificação das causas dos desvios, caso estas diferenças
estejam relacionadas ao setor produtivo, é convocada reunião com o setor de produção
(podendo envolver setor de manutenção e matérias-primas) para busca de solução.
Em relação ao acompanhamento e controle da produção, são gerados gráficos de produção
com horizonte diário, mensal e anual. São usados indicadores de manutenção, disponibilidade
física e utilização da capacidade produtiva. O rendimento do ciclo de produção é também
acompanhado, permitindo ajustar o sistema produtivo e os processos. Esses dados, oferecem
completo embasamento ao setor de manutenção, que pode criar seus planos de manutenção
preventiva com maior eficiência.
A qualidade da produção é constantemente avaliada. Todo o sistema é controlado por
Controle Estatístico do Processo (CEP). Em relação a gestão de recursos humanos, a
organização oferece a seus funcionários treinamentos de aperfeiçoamento e capacitação, de
maneira constante. A empresa possui metas específicas de treinamento para cada área da
atuação.
4. Conclusões
A partir do estudo e análise de dados da empresa, pode-se perceber a importância do PCP na
manutenção da excelência competitiva de uma indústria no setor de mineração e siderurgia.
Nesse estudo identificamos um setor de Planejamento e Controle da Produção coeso e que
realmente reflete as políticas estratégicas de produção adotadas pela organização. O PCP atua
no sistema de produção, interferindo-o de maneira satisfatória e agregando mais valor aos
produtos e processos, o que se torna uma vantagem estratégica o que certamente reflete no
posicionamento competitivo dessa empresa.
4.1. Pontos fortes do PCP
Têm-se como pontos fortes do PCP analisado a excelente relação dessa área com as demais,
fator determinante para o sucesso de qualquer planejamento e estratégia. Observa-se também
uma visão estratégica, tática e operacional que se interagem de maneira a fortificar o
pensamento organizacional. Outro fator determinante é o ótimo conhecimento da engenharia
do sistema produtivo (produtos e processos) e todas as complexidades do ciclo de produção.
A centralização de informações reduz erros e integraliza as demais áreas do setor de
produção.
4.2. Pontos Fracos do PCP
Como existe a interação de vários setores e a grande exposição, o PCP tende a absorver vários
problemas, podendo às vezes desviar o foco do trabalho específico. Entende-se como ponto
fraco, o pouco uso de tecnologia e sistemas de informação para gerir o processo de produção.
5. Bibliografia
TUBINO, Davio Ferrari. Manual de planejamento e controle da produção. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
DIRENE, Jordana Reseck. Análise dos sistemas de planejamento e Controle da produção em empresas do
Ramo industrial. Projeto de Monografia de Graduação Em Engenharia de Produção da Universidade Federal de
Ouro Preto, 2003.
FORMOSO, Carlos T. Planejamento e controle de produção em empresas de construção. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, 2001.
SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da produção. 2.ed. São Paulo:
Atlas, 2002
BARCIA, Ricardo Miranda. Novas tecnologias e sistemas de administração da produção - análise do grau
de integração e informatização nas empresas catarinenses. Dissertação submetida à Universidade Federal de
Santa Catarina para a obtenção do grau de mestre em engenharia. Florianópolis, 1996.

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