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D I S C I P L I N A Cálculo II
Derivada direcional
Autores
aula
Cálculo II / Benedito Tadeu Vasconcelos Freire, Joaquim Elias de Freitas, Roosewelt Fonseca
Soares. – Natal, RN : EDUFRN, 2008.
222 p.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Apresentação
Nesta aula, apresentaremos a noção de derivada direcional, bem como os conceitos
de gradiente, de plano tangente e de reta normal. Aplicaremos esses conceitos para estudar
direções de variação máxima, mínima e zero de uma função de duas ou mais variáveis.
Para obter sucesso a partir desta aula, você tem de ler e compreender o texto.
Leia devagar, gastando alguns minutos numa única linha, se isso for necessário. Não se
impaciente. Avance quando se achar preparado.
Objetivos
Com esta aula, espera-se que você possa:
E
m muitas situações práticas, é conveniente encontrar a derivada numa dada direção.
Por exemplo, se estamos observando a profundidade de um açude, é fácil perceber
que a água se torna mais funda em algumas direções do que em outras. Poderíamos
analisar a situação considerando uma função P(x,y) que seria a profundidade no ponto
(x,y) e veríamos que o crescimento de P se dá mais rapidamente em algumas direções
superficiais do que em outras. Ao aquecermos um corpo sólido, o aquecimento pode se dar
mais rápido numa direção do que em outra. Se T(x,y,z) é a temperatura no ponto (x,y,z),
então T(x,y,z) pode ser maior em determinada direção do que em outra.
Um outro exemplo pode ser visto quando aquecemos um corpo sólido. O aquecimento
pode se dar mais rapidamente numa direção do que em outra. Se T(x,y,z) é a temperatura
no ponto (x,y,z), então T(x,y,z) pode ser maior em alguma direção do que em outra.
Definição 1
Seja f uma função de duas variáveis. Definimos a derivada direcional de f em
P = (x0,y0) na direção do vetor unitário u = λ i + µ j, Du f (x0 , y0 ) como
sendo o número
f (P + hu
hu)) − f (P ) f (x0 + λh, y0 + µh
µh)) − f (x0 , y0 )
Du f (P ) = lim = lim ,
h→0 h h→0 h
desde que o limite exista.
Du f(P0)
u
y
Exemplo 1
Encontre a derivada direcional de f(x, y) = x + xy no ponto (2,2) na direção do
vetor a = (1,1).
Solução
Observe que o vetor a dado não é unitário. Na definição da derivada direcional, o
vetor u é unitário. Logo, antes de qualquer coisa, precisamos calcular o vetor unitário na
direção de a. Ou seja, vamos usar a expressão de definição da derivada direcional tomando
a 1 1
u= = √ i + √ j , que é o vetor unitário na direção de a.
a 2 2
1 1 4
2 + √ h + 4 + h2 + √ h − 6
2 2 2
= lim
h→0 h
5 1
√ h + h2
2 2 5 1 5
= lim = lim √ + h =√ .
h→0 h h→0 2 2 2
Atividade 1
Encontre a derivada direcional de f(x,y) = x2 + y2 no ponto (1,1) na direção
do vetor a = (1,3).
Observação - Como u é um vetor unitário do plano, podemos escrever u = (cos θ)i + (sin θ)j .
Neste caso, a derivada direcional de f no ponto (x0, y0) na direção de u é o número:
É fácil ver que, em geral, não é cômodo calcular a derivada direcional em termos do
limite quando h tende a zero. Ocorre o mesmo com as derivadas de funções, f, de uma
variável, que em geral não calculamos usando o limite do quociente de Newton:
f (x + h) − f (x) .
h
Como, então, procedemos para calcular a derivada direcional sem usar a definição?
Podemos calcular a derivada direcional desenvolvendo uma fórmula eficiente dada pelo
teorema 1 a seguir.
Teorema 1
Seja f(x, y) uma função de duas variáveis tendo suas derivadas parciais,
∂f (x, y)
y ) ∂f (x, y)
y ) , contínuas e a = (cos
(cos θ)
θ)i + (sen θ)j um vetor unitário.
(sen θ)
,
∂x ∂y
A derivada direcional de f(x, y) no ponto (x0, y0) é igual a:
∂f (x0 , y0 ) ∂f (x0 , y0 )
Dāa¯ f (x0 , y0 ) = cos θ + sen θ .
∂x ∂y
Antes de mostrar como se encontra essa fórmula, vamos fazer algumas aplicações dela.
Exemplo 2
No exemplo 1, usamos a definição que envolve limite para encontrar a derivada
direcional de f(x,y) = x + xy no ponto (2,2) na direção do vetor a = (1,1). Usando o
resultado anterior, temos que:
∂f (x, y) ∂f (x, y)
= 1 + y, = x . No ponto (2,2), teremos os valores:
∂x ∂y
∂f (2, 2) ∂f (2, 2)
= 1 + 2 = 3, = 2 . Por outro lado,
∂x ∂y
1 1 .
u = (cos θ)i + (sin θ)j = √ i + √ j
2 2
Exemplo 3
Encontre a derivada direcional de f(x, y) = yex + sen (xy) no ponto (0,1) na direção
do vetor a = i + 2j.
Solução
∂f (x, y) ∂f (x, y)
Como f(x, y) = yex + sen (xy), temos que = yex , = ex + x cos(xy) .
∂x ∂y
Por outro lado, como a não é unitário, o vetor unitário na direção de a é:
a 1 2
u= = √ i + √ j . Portanto, a derivada direcional é dada por:
a 5 5
∂f (x0 , y0 ) ∂f (x0 , y0 )
Du f (x0 , y0 ) = cos θ + sen θ .
∂x ∂y
Atividade 3
Dada a função f (x, y) = arctg(y/x) , encontre a derivada direcional na
1 1
direção do vetor u = √ , √ no ponto P0 = (4, 3).
2 2
Se f(x0, y0) for diferenciável em (x0, y0), usando a regra da cadeia, podemos escrever:
∂f (x0 , y0 ) dx ∂f (x0 , y0 ) dy
Du f (x0 , y0 ) = +
∂x ds ∂y ds
∂f (x0 , y0 ) ∂f (x0 , y0 )
= u1 + u2
∂x ∂x
∂f (x0 , y0 ) dx ∂f (x0 , y0 ) dy ∂f (x0 , y0 ) ∂f (x0 , y0 )
= + = u1 + u2 .
∂x ds ∂y ds ∂x ∂x
O vetor gradiente
Seja f(x, y) uma função de duas variáveis, possuindo as derivadas parciais num ponto
∂f (x0 , y0 ) ∂f (x0 , y0 )
(x0, y0), e , definimos o gradiente de f no ponto (x0, y0), denotado
∂x ∂y
por ∇f (x0 , y0 ), como sendo o vetor:
∂f (x0 , y0 ) ∂f (x0 , y0 ) ∂f (x0 , y0 ) ∂f (x0 , y0 ) .
∇f (x0 , y0 ) = i+ j= ;
∂x ∂y ∂x ∂y
Leia a notação ∇f(x0, y0) como sendo “gradiente de f em (x0, y0)”. A letra do alfabeto
grego “∇” isolada é lida como nabla.
Pela exposição anterior, a derivada direcional Du f (x0 , y0 ) pode ser vista como um
produto escalar:
Exemplo 4
Encontre o gradiente da função f(x, y) = x2 + 2y2 – 3x + 2y no ponto P0 = (2, –1).
Atividade 4
Encontre o vetor gradiente da função f (x, y) = x2 − xy − y 2 no ponto
P0 = (2, –3).
Definição 2
Seja f uma função de três variáveis. Definimos a derivada direcional de f em
P = (x0, y0, z0) na direção do vetor unitário
u = λi + µj + vk, Du f (x0 , y0 , z0 ) , como sendo o número
f (x0 + λh, y0 + µh, z0 + vh
vh)) − f (x0 , y0 , z0 )
Du f (x0 , y0 , z0 ) = lim ,
h→0 h
desde que o limite exista.
Teorema 2
Seja f(x, y, z) uma função de três variáveis tendo suas derivadas parciais,
∂f (x, y, z)
z ) ∂f (x, y, z)
z ) ∂f (x, y, z)
z)
, , , contínuas e u = u1 i + u2 j + u3 k
∂x ∂y ∂z
um vetor unitário. A derivada direcional de f(x, y, z) no ponto (x0, y0, z0) na
direção de u é igual a:
∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 ) .
Du f (x0 , y0 , z0 ) = u1 + u2 + u3
∂x ∂y ∂z
Exemplo 5
Encontre a derivada direcional da função
f (x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 − 3xy + 2xz − yz na direção do vetor v = (1, 1, 1) no
ponto P0 = (1, 2, –1).
Solução
A derivada direcional é igual a:
∂f (x, y, z) ∂f (x, y, z) ∂f (x, y, z)
Du f (x, y, z) = u1 + u2 + u3 , onde
∂x ∂y ∂z
u = u1i + u2j + u3k éo vetor unitáriona direção do vetor v dado.
v 1 1 1
Ou seja, u = v = √ ,√ ,√ .
3 3 3
1 1 1 1
Assim, Du f (1, 2, −1) = (−6) √ + 2 √ − 2 √ = (−6) √ .
3 3 3 3
Observação - Tanto para funções de duas quanto de três variáveis, podemos interpretar
a derivada direcional de f no ponto P na direção de u como sendo um produto escalar de
dois vetores. De fato, para o caso de três variáveis, o valor da derivada direcional obtida no
teorema 2 é dado por:
∂f (x, y, z) ∂f (x, y, z) ∂f (x, y, z)
Du f (x0 , y0 , z0 ) Du f (x, y, z) = u1 + u2 + u3 ,
∂x ∂y ∂z
que pode ser interpretado como o seguinte produto escalar:
∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 )
Du f (x0 , y0 , z0 ) =< , , ); (u1 , u2 , u3 ) > .
∂x ∂y ∂z
Ou seja,
Seja f(x, y, z) uma função de três variáveis, possuindo as derivadas parciais num ponto
∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 )
(x0 , y0 , z0 ), , e . Definimos o vetor
∂x ∂y ∂z
gradiente de f no ponto (x0, y0, z0), denotado por ∇f (x0 , y0 , z0 ) , como sendo o vetor:
∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 )
∇f (x0 , y0 , z0 ) = i+ j+ k=
∂x ∂y ∂z
∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 )
= , ,
∂x ∂y ∂z
Vamos usar essa propriedade para o caso em que A seja o vetor gradiente e B, um
vetor unitário e, com isso, identificar as direções de maior e menor crescimento de uma
função de mais de uma variável.
Exemplo 6
Dada a função f (x, y, z) = x2 − xzy − z,2encontre a derivada direcional de f no ponto
P0 = (2, 1, –3) na direção do maior crescimento.
Solução
O vetor gradiente de f em (x, y, z) é igual a:
Atividade 6
Sejam f (x, y, z) = x2 + 3xy + y 2 + z 2 , P0 = (1, 0, 2) e P1 = (−1, 3, 4).
Encontre:
b) a função tem variação nula em qualquer direção perpendicular ao vetor gradiente. De fato:
Du f (P ) =< ∇f (P ), u >= ∇f (P ) · u · cos θ =
∇f (P ) · cos(π/2) = ∇f (P ) · 0 = 0
Exemplo 7
Ache a direção em que a função f(x, y) = 4xy + 3y2 decresce mais rapidamente e a
direção em que ela tem variação nula no ponto (3, 1).
Solução
Temos que: ∂f (x, y) = 4y e ∂f (x, y) = 4x + 6y . Assim, o gradiente de f(x,y) no
∂x ∂y
ponto (3,1) é dado por: ∇f (3, 1) = 4i + 8j . Logo, f(x,y) decresce mais rapidamente na
A função f(x,y) tem variação nula na direção: do vetor v = –6i + 18j ou do vetor
w = 6i – 18j, pois ambos são perpendiculares ao vetor gradiente ∇f (3, 1).
Atividade 7
Ache a direção em que a função f (x, y) = ex seny decresce mais rapidamente
e a direção em que ela tem variação nula no ponto P0 = 0, π .
6
a) (Soma): ∇(f + g) = ∇f + ∇g
b) (Diferença): ∇(f − g) = ∇f − ∇g
Recordando, se (x, y, z) é um ponto qualquer do plano que passa pelo ponto P = (x0, y0, z0)
−−→
e é perpendicular ao vetor N = (a, b, c), então, o vetor P X = (x − x0 , y − y0 , z − z0 ) do
−−→
plano é perpendicular ao vetor normal N. Isso significa que o produto escalar < P X, N >
é nulo. Assim,
−−→
< P X, N >=< (x−x0 , y−y0 , z−z0 ); (a, b, c) >= a(x−x0 )+b(y−y0 )+c(z−z0 ) = 0.
Como a, b, c, x0, y0, z0 são constantes, a expressão ax0 + by0 + cz0 = d é uma
constante. Portanto, a equação do plano é:
ax + by + cz = d.
Dizemos que o plano que passa pelo ponto (x0, y0, z0) e é perpendicular ao vetor
∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 )
gradiente ∇f (x0 , y0 , z0 ) = i+ j+ k é
∂x ∂y ∂z
denominado plano tangente à superfície de nível f (x, y, z) = k no ponto (x0, y0, z0). A
equação do plano tangente à superfície f (x, y, z) = k no ponto (x0, y0, z0) é
∆
f(P)
z
x
y
Exemplo 8
Encontre a equação do plano tangente para a superfície de nível dada por
f(x, y, z) = x2 + y2 + z2 = 3
no ponto (1,1,1).
Solução
O plano tangente é o plano que passa por (1,1,1) e é perpendicular ao vetor gradiente
de f em (1,1,1). O vetor gradiente é dado por:
∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 ) ∂f (x0 , y0 , z0 )
∇f (x0 , y0 , z0 ) = i+ j+ k
∂x ∂y ∂z
= 2x0 i + 2y0 j + 2z0 k
Como (x0, y0, z0) = (1, 1, 1), temos: ∇f (1, 1, 1) = 2i + 2j + 2k .
A equação do plano é:
∆
f(P)
x
Exemplo 9 y
Encontre a equação da reta normal à superfície de nível, do exemplo 8,
f(x,y,z) = x2 + y2 + z2 = 3, no ponto (1,1,1).
x = 1 + 2k, y = 1 + 2k, z = 1 + 2k .
Atividade 9
Resumo
Nesta aula, estudamos a derivada direcional, o vetor gradiente, as direções de
maior e menor crescimento de uma função de mais de uma variável, o plano
tangente e a reta normal.
Auto-avaliação
A distribuição de temperatura numa chapa metálica é dada pela função
1 f (x, y) = x2 + y 2 − 2x + 3y . Encontre:
Referências
ANTON, Howard. Cálculo: um novo horizonte. Porto Alegre: Bookman, 2000. v 2.
FINEY, Ross L.; GIORDANO, Frank R.; WEIR, Maurice D. Cálculo de George B. Thomas. São
Paulo: Addison-Wesley, 2003. v 2.
SIMMONS, George F. Cálculo com geometria analítica. São Paulo: MacGraw-Hill, 1985. v 2.
s
ia
nc
rê
fe
Re
Anotações