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PEREZ MOLINA, MiguclB. (coord). Mirabiia 7 La Tradicin Fils6fiea en el Mundo Antiguo y Medieval Diciembre 2007 / ISSN: 1676-5818 A Filosofia da introversao na india Védica Antiga Tasminy de Paula Berqué Resumo: Os povos atianos invadicam a india por volta do segundo milénio a.C. A partir de diversos conflitos, estes povos instalaram no Vale do Indo, local hoje ocupado pelo Paquistio, a cultura védica, Desta forma, o presente trabalho objetiva analisar as principais etapas percorridas pela cultura védica antiga, enfatizando o periodo em que esta privilegion os aspectos do Eu interior. Explicitando assim, caracteristicas proprias da filosofia bramanica da introversio, como também a modificagio que esta proporcionou as concep¢des previamente estabelecidas. Palavras-chave: Bramanismo; Cultura Védiea; Filosofia da Introversio. Abstract: The Aryan people invaded India around the second millenium b.C. Afier various conflicts this people installed in the Indo Valley, known today as Paquistan, the vedic culture. Therefore the present work aim to analyze the main course of the ancient vedic philosophy, emphasizing the period in cuhich it privileges the aspects of the inner-self. Explicting this way, characteristics inherent, From the brahminical philosophy of introversion, as also the modification that it provides to the conceptions previously established. Keywords: Brahmanism; Vedic Culture; Introversion Philosophy: wee As invasées arianas no norte da india ocorreram por volta do segundo milénio a. C. Novas concepgies acerca da espititualidade foram trazidas e re- significadas a partir do contato com os povos dravidicos (pré-arias). Embora os atianos apresentassem maior poder de dominagio ¢ subjugagio, nio “soterraram” totalmente a religiio das civilizacdes que ali residiam, mas a adaptaram. Os arianos impuseram suas formas tradicionais de vida ¢ lingua, devido a0 fato de possuirem grande poderio militar (FONSECA, 1992: 19), Assim, a filosofia védica, baseada nos Veda (palavra sanscrita que significa conhecimentd), foi estabelecida como a principal forma de se pensar e seguir a espiritualidade, 127 PEREZ MOLINA, Miguel E. (coord). Miraiia 7 La Tradicién Filoséifcs en el Mundo Antiguo y Medieval Diciembre 2007 / ISSN: 1676-5818 A busca de um fator unificador que promova a fundamentacio na multiplicidade € um objetivo da filosofia védica. Possui como meta iltima o conhecimento € controle do poder oculto que a tudo precede € reside no interior de todas as coisas. Na antiga idade védica, a transcendéncia da mente izava através do “caminho da devogio” (bbaktimarga), método de dedicagio sincera aos deuses, cultos e ritos (ZIMMER, 2005: 257). Deste modo, o Universo se constitufa a partir de um principio transcendente niio- dual, ou scja, tanto a Suprema Realidade transcendente quanto as decorrentes manifestagdes mundanas, em esséncia, sio o mesmo. A filosofia ortodoxa hindu se fundamentou na antiga religifo aria dos Vedas. Desta maneira, a incorporacio das deidades guardias, a reducio do prestigio dos deuses € a permanéncia dos altos postos das deidades s marcantes. Portanto, © bramanismo se estruturou baseando-se nesta antiga religiZo, no qual preserva muitas concepgdes, como também participa de dois momentos diferenciados: “o caminho da atividade ritualistica” (karmandrga) ¢ © “caminho do conhecimento” (janamarga) 10 caracteristicas © bramanismo se estabeleceu por volta do século IX a. C, ¢ fez parte da filosofia védica, pois se constituiu a partir dela, Logo, os antagonismos, na visio braménica, so considerados meramente fenoménicos, e uma forma de se compreender © transcendente, ¢, conseqitentemente, o divin. Assim, um fator componente da obsessio braménica, é compreender a natureza da forga presente em todas as partes, na qual se apresenta para o homem sob a influéncia de intimeros disfarces. Determinadas méscaras sio 0 principal objeto de estudo da teologia, que busca a compreensio das varias faces do poder divino e seus “nomes” correspondentes. Inicialmente, os rituais € sactificios ocupavam uma posicio de extrema importincia no bramanismo. O estudo detalhado do plano migico ritualistico io perfeita dos rituais compunham a principal fonte de conhecimento contato com os seres divinos (caminho conhecido como Aarmanara). No entanto, com © passat dos tempos, o jilanamara foi ascendendo, proporcionando assim um enfoque no estudo de conceitos abstratos da metafisica. O jitinamarga, em sua profundeza de estudo, objetiva atingir a interpretagio, através do entendimento das estraturas de igual valor do Universo ¢ da natureza humana. Devida equivaléncia constitui a chave de compreensio dos potenciais do corpo humano, como também os poderes especificos do mundo exterior. Assim, a investigagio bramanica atingia dois planos: um mactocésmico ¢ outro microcésmico. A ligagio entre estes dois dominios era 128 PEREZ MOLINA, Miguel E. (coord). Miraiia 7 La Tradicién Filoséifcs en el Mundo Antiguo y Medieval Diciembre 2007 / ISSN: 1676-5818 estabelecida através da contactagio do Eu interior, ¢ a consegtiente posse do poder césmico divino, promovendo assim a permanéncia em um estado que ultrapassa as misérias materiais. Em séculos posteriores, os filésofos braménicos nao almejavam compreender © mundo exterior e suas consecutivas mascaras que acabavam por ocultar a substincia eterna e desencadear intimeros softimentos. Neste momento, os estudos enfocavam 0 mistério do Fu, o mundo interior, o universo interno do proprio homem. Desta maneira, a orientagio do pensamento que ansiava uma teologia ritualista e respeitante ao universo visivel foi desvalorizada. Os filésofos da introversio relegaram a um segundo plano as mumerosas deidades antropomérficas, governadoras legitimos tanto do macrocosmo como do microcésmico organismo humano, Essa nova geracio de filésofos focalizou no principio sobrenatural que a tudo precede e proporciona todas as forgas, fendmenos ¢ regentes divinos do mundo material. Deste modo, a energia que antes era despendida para o estudo e desenvolvimento de mecanismos para a dominagio de forgas divinas e demoniacas do cosmo, foi agora dirigida para o interior, entrando em contato com a forga vital Suprema, Assim, segundo os filésofos, a captagio da energia césmica parte da propria fonte, na qual apresenta © maximo de forga e abundéncia. A partir das novas valorizagées da compreensio do Bu interior, os filésofos procuravam entender tanto as forgas sensoriais da percep¢ao (audicio, visio, olfato, paladar e tato) como as cinco forcas sensoriais do conhecimento, denominadas jidnendriya, Logo, 0 desfrute decorrente de determinados sentidos proporcionava misérias para o bhokir, ou seja, aquele em que o Ku se encontrava interligado com as forgas sensoriais ¢ a mente. O caminho, reconhecido como verdadeiro e responsivel por desvencilhar 0 Eu deste goz0 € sofrimentos especificos . 1iitana, que permitia ao individuo o saber do universo visivel ¢ tangivel ¢ as conseqiiéncias dos apegos ¢ interacdes neste plano. ¢ constituia no denso conhecimento intimo do Ei © corpo na literatura sagrada da India representa um altar védico, assimilando-se a0 Cosmos. Deste modo, 0 homem reproduz, em escala humana, o sistema de condicionamentos ¢ ritmos que caracterizam ¢ constituem, partindo do seu mundo, todo o Universo (ELLADE, 1992: 142). Assim, 0 microcosmo permite o desvendamento das estruturas que aprisionam € promovem a transcendéncia da alma. Determina disciplinas proprias para a aquisigo da sabedoria do Eu, a meditagio, a constincia da mente € 0 alcance da liberagio tiltima ¢ auto-realizagio. 129 PEREZ MOLINA, Miguel E. (coord). Miraiia 7 La Tradicién Filoséifcs en el Mundo Antiguo y Medieval Diciembre 2007 / SN: 1676-5818 Desta maneira, a tese bramanica fundamental defende 0 Uno como o primeiro, o tiltimo e a tinica realidade, Este compreende todos os pares de opostos procedentes do mesmo, Portanto, tanto a realidade material mundana como a realidade transcendente partem deste Um. O nao-dualismo caracteristico das filosofias arianas defende a ida de que a nogio dualista da existéncia, na qual ocorre a separagio entre material ¢ espiritual, reflete a natureza da mente aprisionada a0 campo dos nomes ¢ formas, conhecido como namaripa, Todavia, para se alcancar 0 objeto dltimo do pensamento ¢ a meta final do conhecimento, os filésofos bramanicos da introversio destacam anecessidade de caminhar além do aleance de ndmanipa. A solugio defendida pelos filésofos para ultrapassar essa realidade densa e de constantes apegos 6 a sintonia com o brabman, poder sagrado que transcende tanto 0 corpo quanto 0 mundo interior ¢ exterior de formas ¢ experiéncias. © novo periodo vivenciado pela filosofia braminica, no qual 0 mundo componente do Eu interior ¢ 0 scu mist para a aquisicao da sabedoria espiritual maxima, refletiu na sociedade indiana do século IX a. C, propiciando a modificagio de valores pré-estabelecidos pelas civilizagdes nao arianas que ali residiam, © aspecto Uno do Supremo ¢ 0 nio-dualismo é uma das caracteristicas modificadoras das concepgées antes estabelecidas que conferia aos deuses bastante influéncia, e a presenga do dualismo promovia a separacio absoluta entra jira, entidade viva, ¢ a matéria carmica, fruto das agdes e reagbes individuais, jo adquiriram extrema relevincia Assim, as mudangas nas estruturas do pensamento nfo se restringiram somente a teoria de um grupo irrclevante, Pelo contrério, estabeleceram © inicio de uma nova era do pensamento indiano, como também na constituicio de condutas ¢ disciplinas especificas a0 novo contexto. sek Bibliografia BATISTA, R. 8. Deases ¢ Homens: mit, filosofia ¢ mediina na Grécia Antica, Sio Paulo: Landy, 2003, BURKERT, Walter. Antigns Cultos de Mistirio. Sa0 Paulo: Ed. USP, 1991 ELIADE M. rire 0 Sagrado e 6 Profano, Sio Paulo: Perspectiva, 2000, ELIADE, M. Mite ¢ Realidade. So Paulo: Martins Fontes, 2001 JAMBLICO, Seire ks meric espe. Tradueciin de Enrique Angel Ramos Jurado, Madrid Gredos, 1997 PEREZ MOLINA, MiguclB. (coord). Mirabiia 7 La Tradicin Fils6fiea en el Mundo Antiguo y Medieval Diciembre 2007 / ISSN: 1676-5818 PLOTINO, Tratades das Enéadas. Tradugio de Américo Sommerman, Sio Paulo: Polar Editorial, 2000. SCARPI, Paolo, Potiteiomas: as Religie do Munde Antigo, Sao Paulo: Heedsa, 2004, SISSA, G. e DETIENNE, M. Os deer gros. Sao Paulo: Cia. das Letras, 1990.

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