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LIVRO Em Homens e Mulheres da Idade Média, historiador francês
SALVADOR SÁBADO 8/3/2014

Biblioteca Municipal de Grenoble / Divulgação

Jacques Le Goff revela as figuras que fizeram história no período

Obra destaca a influência


e o papel da mulher na
sociedade medieval
REGINA DE SÁ tas, religiosas, políticas, aman- tes’)”, afirma Marcelo Berriel.
Editora tes, cristãs, temidas e influentes Segundo o professor, o tipo
mulheres conseguiram deixar feminino ideal mais presente
Em meados do século 9, existia uma marca mais do que evi- nos textos medievais é, certa-
na Europa uma aristocrata de dente de que o papel de uma mente, o que inspira um modelo
nome Dhuoda. Esposa dedicada figura vil, que cedia ao pecado e de santidade. “Pode-se resumir
e mãe de dois filhos, o primo- levava o homem a cometê-lo (muito superficialmente) os
gênito Guilherme e o mais novo também, transcendia a imagem modelos femininos em dois:
de nome Bernardo, a culta obscura perpetuada no tempo Maria e Eva (dois modelos bí-
Dhuoda preocupava-se com a ao longo de séculos. blicos antagônicos). A mulher
educação e o futuro dos me- “A Idade Média foi um longo comum, considerada inferior ao
ninos. Quando o mais velho fez período criativo e dinâmico”, es- homem, era associada a Eva. E
16 anos, ela decidiu escrever um creve Le Goff, na publicação. O quando se queria enaltecer uma
manual de conduta, saberes re- autor elenca 112 personagens, personagem, os textos a apro-
ligiosos e princípios morais, co- em sua maioria, homens. Den- ximavam de Maria. É um es-
mo forma de preservar e do- tre as mulheres retratadas, a quema um pouco reducionista,
cumentar a história da família e, obra traz a francesa Joana d'Arc, mas é didático e ajuda a en- Ilustração de Joana D’Arc extraída de A Campeã das Damas (1442), de Martin Le Franc
entre 841 e 843 da era caro- a mais popular de todas, e as tender”, explica.
língia, Dhuoda se debruça a es- santas Clara e Radegunda.
crever o Manual Para Meu Filho, “Não é que as mulheres te- Nascimento da Europa Museu Atger / Divulgação
um dos estudos mais interes- nham se destacado apenas co- De acordo com o professor Ber-
santes sobre educação, mas que mo santas, mas o modelo de riel, da UFRRJ, a visão da Idade
ficou por séculos completamen- mulher mais presente nas fon- Média como idade das trevas (a
te desconhecido, até que sua tes da época é o da santa, o da dark age dos escritores de língua
obra virasse tema de uma tese, castidade, das virtudes etc. É in- inglesa) tem origem no século
em 1962. dispensável para o estudo de 16. “Foram os humanistas do
"Quem conhecia a aristocrata uma sociedade do passado lem- Renascimento que, renegando
Dhuoda no fim da Idade Média? brarmos que a conhecemos seu passado mais próximo e
Ninguém. Nenhum historiador, através dos testemunhos que enaltecendo a Antiguidade clás-
nenhum cronista sequer mencio- ela mesma nos legou (o que os sica, classificaram o período co-
na a nobre carolíngia", afirma o historiadores chamam de ‘fon- mo uma época de trevas, no
historiador especializado em as- qual a cultura era dominada pe-
suntos medievais, o francês Jac- la religião e o homem era des-
ques Le Goff, no livro Homens e valorizado”, afirma.
Mulheres da Idade Média. Berriel diz também que a his-
No século 15, um manuscrito
da Biblioteca de Barcelona for-
“É na Idade Média toriografia no século 20 contri-
buiu para entendermos melhor
neceria o texto integral escrito que conhecemos o que foi este período. “Foi um
por Dhuoda. “É o único livro de período de guerras, de fome, de
educação escrito por uma mãe a gênese de epidemias, mas, além da ‘Idade
para seu filho na alta Idade Mé-
dia”, escreve Le Goff.
uma espécie Média Má’, existiu a da arte, da
cultura, das invenções“.
de valorização Berriel diz que a visão de mun-
Gênese da valorização do da Igreja determinou a vida
Na obra, o historiador revela da mulher” das pessoas na Idade Média em
que o manual escrito pela fi- MARCELO S. BERRIEL, professor vários sentidos. “O domínio da
dalga francesa veio a público Igreja, sua tentativa de controle
pela primeira vez em 1887, político, imposição de normas,
quando foi descoberto na Bi- ou seja, muito do que o senso
blioteca de Nimes e parcialmen- HOMENS E MULHERES DA IDADE MÉDIA / comum repete com pouco cui-
te publicado. Esta é uma das JACQUES LE GOFF dado são afirmações que pos-
mulheres do período medieval suem algum sentido. Tor-
que Le Goff resgata no livro. nam-se, porém, afirmações um
Para Marcelo S. Berriel, pro- Estação Liberdade / 448 p. pouco irresponsáveis quando
fessor adjunto do Departamen- / R$ 115 / não são relativizadas com ou-
to de História e Economia da estacaoliberdade.com.br tras informações que as fontes
UFRRJ e integrante do Labora- da época nos trazem”.
tório de Ensino e Pesquisa em “Hoje em dia, se uma pessoa
Medievalística (Lepem), apesar afirmar que a Idade Média foi a
da visão que inferiorizava a mu- ‘Idade das Trevas’, estará ad-
lher, é neste período que se co- mitindo sua ignorância a res-
nhece a gênese de uma espécie peito de estudos sobre história
de valorização da mulher. medieval que datam de décadas
“Estas figuras que se desta- atrás”, diz Berriel.
caram mostraram que a mulher Explorar a Idade Média, dos
podia também exercer um pa- séculos 4 ao 15, pode nos trazer
pel de relevo e influência na so- um milênio todo de questiona-
ciedade”, diz Berriel. mentos e descobertas. Testemu-
nhas de seu tempo, as mulheres
Tipos femininos no livro de Le Goff são a prova de
No imaginário coletivo, a Idade que as condições reais de vida e
Média foi um longo, assustador pensamento ultrapassam o
e temido período de trevas. San- imaginário popular. Autor diz que culto a Santa Elizabeth da Hungria reuniu uma série de modelos da santidade feminina

ARMÁRIO DE LETRAS
PAPILLON / HENRI CHARRIÈRE ENTRE AMIGOS / AMÓS OZ MEMÓRIAS DE UM CAÇADOR / IVAN AS DIABRURAS DE QUICK E FLUPKE – MEMÓRIAS DO ESQUECIMENTO / FLÁVIO
TURGUÊNIEV VOLUME 1 / HERGÉ TAVARES MAIS VENDIDOS / FICÇÃO

Publicado em 1969, o clássico O autor israelense Amós Oz re- 1 A Culpa É das Estrelas
John Green
chega às livrarias em nova edi- cria a realidade de um kibutz Ivan Turguêniev (1818-1883) Criador do intrépido repórter O jornalista e professor da UnB
ção. No livro, Cherrièrre conta
sua história: preso por um cri-
nos anos 50, a partir de oito
histórias interligadas. Em um
denunciou nestes contos os
desmandos dos latifundiários
Tintim, o belga Hergé (1907-
1983) não tinha nenhuma ou-
Flávio Tavares desceu ao infer-
no da ditadura e voltou para 2 A Menina que Roubava Livros
Markus Zusak
me que não cometeu, foi um cotidiano de trabalho, os per- russos. Ganhou do Czar prisão tra obra no Brasil. A espera aca- contar o que passou neste im-
dos poucos que conseguiram
fugir da Ilha do Diabo, prisão na
sonagens de diferentes idades
e origens são protagonistas e
domiciliar e fama literária imor-
redoura. Tão importante, a
bou com este Quick e Flupke,
dois moleques travessos das
pressionante relato, que saiu
em 1999 e volta ampliado. Elo- 3 O Cavaleiro dos Sete Reinos
George R. R. Martin
Guiana Francesa. Até hoje há coadjuvantes que dividem com obra teve papel fundamental ruas de Bruxelas, inspirados na giado por Saramago e Ernesto
quem acredite que o depoimen-
to é fruto de sua imaginação.
o leitor suas desilusões e so-
nhos e dramas. Companhia das
na emancipação dos servos. Al-
ta literatura é isso aí. Traduzido
infância do autor. Divertido e
inocente, para todas as idades.
Sábato, vem em boa hora,
quando aquele golpe vergo-
4 Quem É Você, Alasca?
John Green

Editora Bertrand/ 728 pág/ R$ Letras/ 136 pág./ R$ 34/ com- direto do russo. Editora 34/ 488 Globo Livros/ R$ 39,90/ 184 p./ nhoso faz 50 anos. L&PM/ 272
70/ bertrandbrasil.com.br panhiadasletras.com.br p./ R$ 59/ editora34.com.br globolivros.globo.com p./ R$ 19,90/ lpm.com.br 5 Fim
Fernanda Torres

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FONTE: Folhapress

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