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A Engenharia Geotécnica é a ciência que estuda os solos e as rochas para fins de Engenharia.
O conhecimento básico da Geotecnia está fundamentado nos princípios e conteúdos de
mecânica dos solos, mecânica das rochas e geologia de engenharia.
Uma abordagem teórica de Mecânica dos Solos deve contemplar os seguintes tópicos:
- Geologia Básica: rochas; formação dos solos Mineralogia dos solos e Estrutura dos solos.
- Caracterização Geotécnica dos solos Classificação dos solos Investigação Geotécnica
dos solos.
- Índices físicos Permeabilidade e percolação nos solos Tensões nos solos
Comportamento Tensão – Deformação Adensamento dos Solos Resistência ao
Cisalhamento.
Não existem fronteiras claras entre estas disciplinas. Por exemplo, entre a Mecânica dos Solos
e a Mecânica das Rochas é difícil traçar uma linha de separação, como se pode deduzir destes
dois exemplos inter-relacionados (Rocha, 1981):
• São frequentes as obra onde estão simultaneamente envolvidas rochas e solos.
• Existem formações geológicas cujo comportamento é intermediário entre rochas e solos
(também designadas por “rochas de baixa resistência”).
• As obras de engenharia interagem com o meio ambiente e entre elas próprias.
• Todas as obras possuem uma fundação e, assim, sempre possuem um vinculo com o
solo.
• É necessário o arquiteto, engenheiro, geólogo e demais profissionais envolvidos com
obras, conhecerem os mecanismos de interação entre as obras e os solos para que
possam ter mais liberdade para criar, construir, explorar, proteger...
• A escolha do melhor terreno ou da melhor disposição dos pilares, dentre outros, deve
ter em conta sempre o subsolo da região.
FOLQUE (1990) define Geotecnia Ambiental como a disciplina vocacionada para o estudo de
novas áreas do conhecimento, como:
• o armazenamento subterrâneo
Exemplo 1:
Aterros sanitários - nos últimos 30 anos, aproximadamente, ocorreram modificações radicais
no que se refere às tecnologias de construção e exploração dessas infra-estruturas.
Essas modificações incluem:
• o desenvolvimento de sofisticados sistemas de monitoramento das águas subterrâneas,
• implementação de sistemas de coletores de lixiviados e biogás,
Exemplo 2:
A descontaminação de terrenos afetados por poluição proveniente das mais diversas fontes
(industriais, agrícolas e de aglomerados urbanos) e a necessidade de recuperar o uso dos áreas
degradadas (“brownfields”) obrigou a novos desenvolvimentos metodológicos de
• avaliação,
• análise de risco e
• remediação de solos e águas subterrâneas,
• incluindo a integração de modelos matemáticos de caracterização dos
• processos de dispersão de poluentes no meio geológico.
Exemplo 3:
Visam substituir parcialmente matérias-primas cuja exploração constitui atividade com impacto
ambiental muito elevado (no ordenamento do território, na poluição dos recursos hídricos,
etc…), estabelecendo novos desafios à investigação geotécnica, face às limitações do seu uso
para as aplicações mais exigentes.
Esses agregados nem sempre apresentam características físicas e mecânicas que atendam às
imposições das normas nacionais e internacionais para o uso em obras de elevada solicitação.
Exemplo 4:
Riscos naturais e tecnológicos – é onde a aplicação do conhecimento geotécnico tem registrado
maior evolução nos últimos anos.
O número de desastres “naturais” ligados aos riscos geológicos tem aumentado nas últimas
décadas.
Trata-se de uma tendência observada não só em termos de frequência mas também na
magnitude da destruição.
Em consequência, o número de vítimas e os impactos sociais, econômicos e nas infraestruturas
são as causas da maior preocupação da sociedade civil e dos governos.
Exemplo 5:
Os riscos geológicos mais conhecidos são destruidores, rápidos e afetam muita gente, bens e
ecossistemas.
Mortes relacionadas com riscos geológicos são majoritariamente atribuídas a inundações,
sismos e escorregamentos de terras.
Mas existem outros riscos geológicos que não proporcionam desastre imediato mas podem
provocar prejuízos substanciais à sociedade:
• contaminação de solos e águas,
• erosão costeira ou
Atualmente, mais de 50% da população mundial vive em cidades, 25 das quais com mais de 10
milhões de habitantes.
A expansão urbana inapropriada tende frequentemente para áreas de risco como planícies de
inundação, colinas instáveis ou terrenos recém- desmatados, com desprezo pelas
condicionantes geológicas e amontoando populações vulneráveis.
Exemplo 6:
Por outro lado, a vulnerabilidade das populações aos desastres “naturais” está aumentando
consideravelmente, especialmente nas áreas urbanas.
Estas populações parecem atrair o risco geológico.
De fato, o mesmo risco geológico terá muito mais impacto nas áreas urbanas, onde vive muito
mais gente, do que nas áreas rurais.
Atualmente, mais de 50% da população mundial vive em cidades, 25 das quais com mais de 10
milhões de habitantes.
A expansão urbana inapropriada tende frequentemente para áreas de risco como planícies de
inundação, colinas instáveis ou terrenos recém- desmatados, com desprezo pelas
condicionantes geológicas e geotécnicas, amontoando populações vulneráveis.
Geotecnia ambiental
Reconhecendo os fatos e exemplos aqui expostos, a Geotecnia Ambiental tem como objetivo,
dedicar cada vez mais atenção:
PROBLEMAS GEOTÉCNICOS
Desde os primórdios da civilização, o homem tornou-se responsável pela produção dos seus
próprios alimentos. Para isso, foi necessário lavrar a terra. Desde então, impôs-se a necessidade
de se construir obras hidráulicas, a fim de suprir a rega das lavouras por meio de poços, canais
e barramentos. Assim, as primeiras grandes ‘obras geotécnicas’ consistiram na construção de
barragens para atender as necessidades de sobrevivência do homem, em obras para:
• abastecimento de comunidades,
• irrigação ou
• dessedentação animal.
Estas obras pioneiras surgiram nas civilizações orientais.
1. materiais inconsolidados: os solos dos nossos jardins, as areias dos rios e das praias.
2. rochas consolidadas.
Minerais
São elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de certos limites,
cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geológicos inorgânicos, na Terra
ou em corpos extraterrestres. Exemplos: talco, gesso, calcite, fluorite, apatite, quartzo, topázio,
diamante, etc.
Principais usos:
Exemplos:
Rocha
Por definição, as rochas são produtos consolidados, resultantes da união natural de minerais. O
termo rocha é usado para descrever uma associação natural de minerais.
Esta união dos minerais ocorre por diferentes eventos geológicos.
Difere dos sedimentos, como por exemplo a areia de praia, que é constituída por um conjunto
de minerais soltos, desagregados.
Minério
O termo minério é utilizado quando o mineral ou a rocha apresenta uma importância econômica.
Na classificação genética, as rochas são agrupadas de acordo com o seu modo de formação na
natureza.
• Ígneas ou magmáticas
• Sedimentares
• Metamórficas
Rochas ígneas são aquelas cuja formação se deu em altas temperaturas, a partir de matéria
mineral fundida em grandes profundidades e que, às vezes, extravasa à superfície do planeta
através dos vulcões.
À medida que o magma se desloca para regiões mais frias, perde calor e se consolida,
cristalizando as fases minerais que constituirão as rochas ígneas ou magmáticas.
O magma é uma substância fluida, total ou parcialmente fundida, constituída essencialmente
por uma fusão complexa de silicatos, silício e elementos voláteis, tais como vapor de água,
cloretos, hidrogênio, flúor e outros.
O resfriamento dos magmas intrusivos é lento, dando tempo para que os minerais em formação
cresçam o suficiente para serem facilmente visíveis.
As rochas intrusivas ou plutônicas apresentam uma grande diversidade, contudo os granitos são
as mais abundantes.
Se percorrermos uma região granítica, verificamos que a granulometria das rochas graníticas é
variável, embora sejam sempre rochas cristalinas.
O resfriamento da lava extrusiva é muito mais rápido. Assim, não há tempo suficiente para os
minerais crescerem. A rocha extrusiva tende a ter, portanto, uma textura granulométrica mais
fina.
Quando este magma consegue chegar à superfície, a rocha resultante será do tipo rocha ígnea
extrusiva ou rocha vulcânica. Exemplos: Obsidiana, Basalto, Pedra – Pomes.
Os pegmatitos graníticos são tipos de rochas intrusivas ou plutônicas formadas por enormes
cristais, no geral euédricos (com faces perfeitamente desenvolvidas).
Os demais tipos de granitos compreendem uma série de granitos de grão grosso até
granitos de grão fino.
Os granitos são constituídos, essencialmente, por minerais como o quartzo, as micas (biotita
e/ou moscovita) e feldspatos.
São vários os critérios que podem adaptar-se para a classificação das rochas magmáticas:
• a textura,
• a composição química,
• a composição mineralógica.
São alguns dos aspectos, isoladamente ou em conjunto, que podem servir de base para uma
classificação destas rochas.
Rochas Sedimentares
São rochas formadas pela compactação e/ou cimentação de partículas desagregadas de rochas
preexistentes.
Estas partículas e/ou compostos químicos dissolvidos (sedimentos) e/ou fragmentos são
produzidas pela ação dos agentes de intemperismo e são transportadas pela ação do vento, da
água que escoa pela superfície, ou pelo gelo até um local de deposição na superfície terrestre.
A diagênese são processos geológicos que ocorrem em condições geológicas de baixa pressão
(peso dos sedimentos posteriores) e baixa temperatura (~ 2500C), os quais consistem nas
mudanças ou transformações químicas, físicas e biológicas sofridas por um sedimento após a
sua deposição.
Os processos diagenéticos não só se iniciam logo após a deposição do sedimento, como têm um
tempo variável na sua ocorrência.
Rochas Metamórficas
São gerados novos minerais, substituindo, no todo ou em parte, os que existiam, podendo
ocorrer modificações nos aspectos texturais e estruturais da rocha e, consequentemente,
podendo adquirir um caracter mais cristalino.
as rochas formadas à superfície da Terra ou próximo desta podem ser levadas, pela dinâmica
da Terra, para níveis profundos, onde as condições físico-químicas são bem diversas das que
existem à superfície.
Essas rochas têm então de se adaptar às novas condições de pressão, temperatura e ambiente
químico.
Deste modo, desaparece o equilíbrio que existia entre os seus minerais primitivos e, para que a
rocha volte a constituir um sistema estável, é necessário que se gerem novos minerais e novas
disposições texturais que assegurem o equilíbrio, em face das novas condições físico-químicas.
O metamorfismo ocorre em diversas profundidades da crosta terrestre, sob a parte mais
superficial onde se processa a gênese das rochas sedimentares, e acima das condições que
poderiam produzir a fusão das rochas, isto é, acima do domínio do magmatismo.
Mesmo assim, pode-se afirmar que a maior parte apresenta foliação mais ou menos marcada e
que, devido aos fenômenos de recristalização, quase todas têm cristalinidade evidente.
Mas, também ocorrem novos minerais relacionados com a recristalização que podem, ou não,
constituir indicadores de metamorfismo.
Exemplos:
Calcita, dolomita, clorita, serpentina, talco, granadas, estaurolita e andaluzita são alguns dos
minerais que podem resultar da recristalização metamórfica.
Elas fazem parte de um planeta cheio de energia, que promove, com sua alta temperatura e alta
pressão interna, todos os processos de abalo sísmicos, movimentos tectônicos de placas e
atividades vulcânicas em uma dinâmica muito intensa.
Os sedimentos dão origem a rochas sedimentares por diagênese (processos geológicos físicos,
químicos ou biológicos, de baixa temperatura do tipo cimentação, compactação, dissolução,
desidratação)
FORMAÇÃO CÁRSTICA
Cavernas, cânions e paredões rochosos formam os sistemas cársticos e são produzidos pela ação
geológica da água subterrânea sobre rochas solúveis.
Carste
Refere-se a uma paisagem marcada por rios subterrâneos com cavernas (ou grutas) e superfície
acidentada.
Os sistemas cársticos são formados pela dissolução de certos tipos de rochas pela ação da água
subterrânea.
Do ponto de vista hidrológico e geomorfológico, sistemas cársticos são constituídos por três
componentes principais:
• Sistemas de cavernas – formas subterrâneas acessíveis à exploração;
• Aquíferos de condutos – formas condutoras da água subterrânea;
• Relevo cársticos – formas superficiais.
Rochas Carstificáveis
Dentre as várias rochas solúveis que podem originar o sistema cárstico, destacam as rochas
carbonáticas (calcários, mármores e dolomitos).
Os calcários, cujo principal mineral é a calcita, dissocia-se nos íons Ca2+ e CO3 pela ação da
água.
Os dolomitos, cujo principal mineral é a dolomita, dissocia-se nos íons Mg2+ e CO3 pela ação
da água.
Os calcários são mais solúveis que os dolomitos pois a solubilidade da calcita é maior que a da
dolomita.
Os quartzitos podem desenvolver sistemas cársticos, mas isto não é um caso comum.
Este fenômeno ocorre quando o quartzito apresenta baixo teor de resíduos insolúveis e
sofrem longos períodos de exposição à ação da água subterrânea.
Água dura:
É o termo dado às águas de nascentes cársticas. Este fato deve-se ao alto teor de Ca e Mg (até
250 mg/L) presente na água, originado da dissolução ácida do carbonato de cálcio pelo ácido
carbônico, gerado pela reação entre água e gás carbônico.
Dissolução de rochas carbonáticas
• A água de chuva, em sua passagem pela atmosfera, dissolve e carrega uma parcela de
dióxido de carbono (CO2) nela existente, acentuando sua acidez (H2O + CO2
H2CO3)
• Ao atingir o solo, penetra pelas camadas superiores, em meio ao húmus, às raízes e
diversos microorganismos, cujo metabolismo implica a liberação de CO2,
enriquecendo-se mais deste dióxido.
• A solução fica, então, saturada de CO2, tornando-se bastante ácida.
• Esta água (solução), em seu trajeto descendente em direção ao nível freático, atinge a
rocha carbonática (calcário) e se infiltra pelas fraturas ou planos de juntas, dissolvendo
o carbonato de cálcio (CaCO3) nela contido, criando vazios e condutos.
A ampliação gradual dessas aberturas dá origem a galerias, salões e abismos, os quais, unidos
num estágio mais adiantado, funcionam como
Ao longo da evolução da galeria ou dos condutos, o rio subterrâneo chega a abandonar alguns
trechos pelo rebaixamento do nível de seu leito, assumindo outro trajeto.
A ampliação dos condutos que compõem as rotas preferenciais de fluxo da água subterrânea
aumenta gradativamente
Espeleotemas:
É a deposição de minerais nos tetos, paredes e pisos das cavidades, produzindo um variado
conjunto de formas e ornamentações, genericamente denominadas de espeleotemas.
Os espeleotemas são classificados segundo sua forma e o regime de fluxo da água de infiltração,
causa principal da sua grande diversidade morfológica.
Os mais freqüentes são formados por gotejamento da água de infiltração, como estalactites e
estalagmites.
As estalactites são gerados a partir de gotas que surgem em fraturas nos tetos de cavernas e
crescem em direção ao piso.
As estalagmites crescem do piso em direção às origem do gotejamento, com o acúmulo de
carbonato de cálcio precipitado pela gota após atingir o piso.
Espeleogênese: