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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

DISCENTE: LUCAS OLIVEIRA TORRES


MATRÍCULA: 16/0052343
DISCIPLINA: SAÚDE E SOCIEDADE 3
TURMA: A

RESENHA CRÍTICA

BRASÍLIA
2018
O IMPACTO DO CONCEITO DE CULTURA SOBRE O CONCEITO DE HOMEM

O conhecimento científico, desde sua formulação por Fraçois Bacon, Newton e


Descartes, baseava-se na elucidação de uma hipótese sobre a natureza, através da definição
de parâmetros e da organização da metodologia que nortearia a pesquisa. Após certo tempo,
convencionou-se à ciência como sendo a elucidação e a simplificação de complexidades que se
viam intrínsecas ao próprio funcionamento da natureza. Contudo, com a ascensão das ciências
sociais, a simplificação destas pode levar a certos estorvos e criar uma realidade paralela que
não mais segue o principio fundamental da ciência: a elucidação de hipóteses. Sendo assim, o
papel da explicação científica agora não é a simplificação das complexidades que se deseja
entender, mas, assim como afirma o antropólogo francês Lévi-Strauss, essa busca substituir
complexidades pouco compreensíveis por complexidades mais compressíveis, e não reduzindo
exclusivamente a complexidade como se imagina. Além disso, Geertz ensina que nas ciências
sociais, muito mais complexas, devem também buscar a ordenação de sua complexidade.

O texto inicia com o pensamento iluminista. O pensamento humanista vigora nesta


época, onde se tenta produzir conhecimentos e ideias que buscam definir o homem. Assim, as
ideias iluministas defendiam que o homem poderia ser definido por suas características gerais,
independentemente do contexto, costumes, crenças e lugares. Logo, esta generalização, que
buscava simplificar a análise e definição, falhou em diversos aspectos, pois perderam o sentido
da própria definição.

Assim, houve uma superação ao modelo iluminista quando o avanço da concepção


científica propiciou uma nova interpretação de homem, considerando o homem como fruto de
lugares e épocas distintas e suas características gerais. Contudo, ainda havia um contratempo:
essa concepção não fora organizada, comprometendo nossa visão acerca do homem.

É praticamente impossível afirmar que o homem é independente ou desprovido das


características impostas por sua cultura, necessárias até mesmo para situá-lo como membro
de uma determinada sociedade. Esse conceito é bem analisado pelo antropólogo Laraia, onde
a cultura e o homem mantém uma relação de biequivalência, onde esses estabelecem uma
dinâmica de internalização e externalização, onde essa dinâmica aplica-se a esses.

Sendo assim, mesmo com o avanço científico, não houve organização desse
conhecimento, o que levou a formação de pensamentos e concepções equivocados, segundo
Geertz. Desta forma, na fala de Geertz, praticamente todas as correntes teóricas que tentaram
localizar o homem no conjunto de seus costumes adotaram uma tática de relacionar os fatores
biológicos, psicológicos, sociais e culturais entre si, denominada por ele como concepção
estratigráfica. Ou seja, a cultura, que é permeada pelos objetos de outras ciências que também
incorporam o homem como sendo parte de seu estudo ou concepção, fora separada em um
grupo distinto, possuindo, assim, um limite definido, onde o homem seria o agrupamento
desses fatores. Logo, o homem seria um agrupado de estratos que o definiriam.

A estratigrafia compreenderia o homem como a sobreposição destes incontestáveis


fatores em camadas completas e irredutíveis e a cultura, nessa concepção estratigráfica
hierárquica, não se mistura com os demais fatores, pressupondo uma relação de
independência, criando a imagem de um homem que, embora racional, estaria nu em relação
aos seus costumes. Além da concepção desses fatores, a concepção estratigráfica buscou
definir universais na cultura, no meio da diversidade do mundo e do tempo, para que
pudessem traçar características culturais essenciais ao homem, comuns a qualquer cultura,
extraindo-as das características culturais periféricas – variáveis.

Geertz analisa a concepção estratigráfica sob os aspectos supracitados e demonstra o


quão inadequado a teoria de conceito estratigráfico é à sua prática. Ele salienta que a
tipificação adequada de homem não pode se basear na busca de constantes universais diante
das particulares. Sendo assim, Geertz critica os antropólogos pelo fato de optarem pelo
pensamento de universais culturais, simplesmente para fugir do relativismo cultural trazido
pelo historicismo e isso os prive de um ponto fixo.

Finalmente, Geertz define suas ideias. Primeiramente, a cultura não deve ser vista
como um padrão concreto de comportamento – costumes, usos e tradições, e sim como um
conjunto de mecanismo de controle – planos, receitas, regras e instruções. A segunda
proposição baseia-se no fato de o homem ser o animal mais dependente de controles
extragenéticos que regulam o seu comportamento. Desta forma, a definição de homem passa
a enfatizar a cultura como mecanismo de controle, o que pode ser verificado no fato de o
homem visto como um equipamento natural para viver milhares de espécies de vidas acaba
por viver apenas uma.

“Não dirigido por padrões culturais – sistemas organizados de símbolos significantes –


o comportamento do homem seria virtualmente ingovernável, um simples caos de atos sem
sentido e de explosões emocionais. A cultura, a totalidade acumulada de tais padrões, não é
apenas um ornamento da existência humana, mas uma condição essencial para ela – a
principal base de sua especificidade.”

Assim, Geertz conclui que a toda a história evolutiva do homem pressupõe o fato de
que o processo de produção, acúmulo e transmissão de cultura foi o responsável pelo
surgimento do homem como conhecemos, pois, caso não fosse um mecanismo de controle,
estaríamos sob uma perspectiva caótica e o homem não seria homem, mas sim, um animal
desgovernado, como qualquer outro.

BIBLIOGRAFIA

GEERTZ, Clifford. O impacto do conceito de cultura sobre o conceito de homem. In: ____. A
interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 1989. [ISBN 9788521613336].

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