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Nota ao Professor: O exercício proposto decorre entre o minuto 46:46 e o minuto 49:19.
1. Para cada item (1.1. a 1.4.), seleciona a opção que completa a frase, de acordo com o
sentido do texto.
1.2. A morte da Camões está rodeada de mistérios, mas é costume associar-se a factos
como
1.3. Camões, após a sua morte, terá sido enterrado na ermida de Santa’Ana,
(A) donde mais tarde foram retirados os ossos para o Mosteiro dos Jerónimos.
(B) tendo tido direito a um funeral honroso, ainda que simples.
(C) tendo um funeral de pobre e sendo enterrado numa vala comum.
Grupo II – Leitura
Vítor Aguiar e Silva, académico e investigador que se tem dedicado aos estudos
camonianos, explicou à Lusa que, “com grande probabilidade, as ossadas guardadas no
mausoléu dos Jerónimos não são de Camões”.
O poeta terá sido sepultado na Igreja de Sant’Ana, em Lisboa, próxima da casa onde vivia
5 a sua mãe, na calçada de Santana, mas “não se sabe exatamente onde foi colocado o
cadáver, se dentro, se fora da igreja ou se até numa fossa”, sublinhou Aguiar e Silva.
Supõe-se que teria ficado sepultado do lado esquerdo da entrada principal da igreja e,
anos mais tarde, D. Gonçalo Coutinho mandou colocar no local uma lápide1 de mármore em
que refere Camões como “Príncipe dos Poetas do seu tempo”, que faleceu em 1579.
10 Vítor Aguiar e Silva afirmou à Lusa que “a memória falha”, o que justifica o engano no
epitáfio2 do poeta, dando antes crédito ao documento da chancelaria de Filipe I (II de
Espanha) que atribui uma tença à mãe de Camões e afirma que este morreu a 10 de junho
de 1580.
No entanto, desde o sepultamento, em 1580, à trasladação3, três séculos depois, deu-se
15 o terramoto de 1755, que destruiu muito a igreja, que foi ainda alvo, posteriormente, de
obras para a construção de um coro alto.
Para Aguiar e Silva, “no estreito rigor histórico” ninguém sabe ao certo onde estão os
restos mortais de Camões e “há as maiores dúvidas” que se encontrem na arca tumular nos
Jerónimos, de autoria de Costa Mota Pio, onde invariavelmente Chefes de Estado e
20 estadistas cerimoniosamente colocam coroas de flores quando visitam Portugal.
Os restos mortais do autor de Os Lusíadas foram transladados em 1880 para o Mosteiro
dos Jerónimos, numa altura de exaltação4 patriótica a que não foi alheia a propaganda
republicana que já se fazia sentir.
Uma comissão foi constituída e encarregada por Rodrigo da Fonseca, então ministro do
25 Reino, de encontrar as ossadas do lírico e lhe dar sepultura digna, o que veio a acontecer no
tricentenário da sua morte (1880).
Todavia, como alerta Aguiar e Silva, “até a própria comissão tem dúvidas da
autenticidade do que trasladou”. No relatório da comissão pode ler-se, referindo os
trabalhos de escavação empreendidos em 1858, que “a uma certa altura [viram-se] ossos
30 em fórma que se lhe não tinha mexido. Alguns d’estes eram pois sem dúvida os de Luiz de
Camões; mas quaes, se nem era possível distinguir a sepultura”.
A comissão procurava a pedra de mármore mandada colocar por D. Gonçalo Coutinho,
que não encontrou. Resultado, aliás, análogo a buscas anteriores, em 1836, que não
chegaram a qualquer conclusão quanto às ossadas de Camões.
35 Para o camonista Aguiar e Silva, esta incerteza não retira o “valor simbólico” que tem o
túmulo nos Jerónimos e até sublinha que “é bom que tenha!”.
O estudioso da obra de Camões, afirma que ler Os Lusíadas, obra maior do lírico, “é
fundamental para entendermos aquilo que fomos e o que somos”, logo que caminhos
escolher para o futuro.
40 “Os Lusíadas são um texto fundamental para a compreensão de Portugal” quando “lidos
na sua grandeza e profundidade”, atestou o camonista.
Notas:
1
pedra com inscrição.; 2 inscrição feita no sepulcro.; 3 transporte dos restos mortais de uma pessoa para
outro local.; 4 engrandecimento, louvor.
1. Para responderes a cada item (1.1. a 1.4.), seleciona a opção que permite obter uma
afirmação adequada ao sentido do texto.
1.1. A lápide que terá sido colocada no túmulo de Camões teria um erro porque
(A) Camões não era o “príncipe dos poetas”, mas o “rei dos poetas”.
(B) não teria sido mandada colocar por Gonçalo Coutinho.
(C) a morte do poeta tinha ocorrido em 1580.
(D) se desconhece o local onde Camões terá sido sepultado.
1.2. Segundo Vítor Aguiar e Silva, é impossível saber onde se encontram os restos mortais
de Camões dado que
1.3. A transladação dos restos mortais de Camões para o Mosteiro dos Jerónimos
1.4. Na opinião de Vítor Aguiar e Silva, o facto de as ossadas de Camões poderem não estar
no Mosteiro dos Jerónimos
(A) levanta dúvidas relativamente à importância que se deve atribuir ao seu túmulo.
(B) é uma incerteza que “é bom que se tenha”.
(C) mostra que a leitura d’Os Lusíadas é importante para compreendermos o povo
português.
(D) não retira importância ao simbolismo do seu túmulo.
Lê o texto e as notas.
CAMÕES E A TENÇA
1. Explica o sentido do verso “Este país te mata lentamente” (verso 3), relacionando-o com o
conteúdo da primeira estrofe.
3. Justifica a afirmação “não te pedem canto mas paciência” (verso 15), relacionando-a com a
terceira estrofe.
PARTE B
Lê a estância 145 do Canto X de Os Lusíadas, de Luís de Camões, que faz parte das últimas
lamentações do poeta. Se necessário, consulta as notas.
Notas:
1 não mais cantarei.; 2 desafinada.; 3 o apoio, aplauso.; 4 talento.; 5 sombria.; 6 escura.; 7 sem dignidade, mesquinha.
Grupo IV – Gramática
1. Associa a palavra sublinhada nas frases da coluna A à classe e à subclasse que lhe
correspondem na coluna B.
Coluna A Coluna B
(a) A tristeza do poeta é esta.
(b) O canto que o poeta apresentou não foi (1) Pronome demonstrativo
compreendido. (2) Pronome indefinido
(c) O poeta lamentou que o país estivesse (3) Pronome relativo
surdo e endurecido. (4) Determinante demonstrativo
(d) Ninguém ouvia o poeta. (5) Determinante indefinido
(e) Certas pessoas não compreendem o (6) Conjunção subordinativa completiva
poeta.
2. Completa cada uma das frases seguintes com as formas adequadas dos verbos
apresentados entre parênteses, flexionando os verbos nos tempos e modos indicados.
a) Presente do conjuntivo
c) Futuro do conjuntivo
Todos aqueles que ______ (ser) heroicos serão louvados pelo poeta.
3. Para responderes a cada item (3.1. e 3.2.), seleciona a opção que completa cada
afirmação.
Grupo V – Escrita
É comum dizer-se que os povos não dão valor aos seus artistas, enquanto estes estão
vivos, preferindo glorificá-los depois da sua morte, tal como aconteceu com Camões.
Cotações
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4.
I
3 3 3 3 12
II 1. 2. 3. 4.
3 3 3 3 12
III 1. 2. 3. 4.
6 6 7 7 26
IV 1. 2. 3.1. 3.2. 4.
5 4 3 3 5 20
V
Item único
30
Total 100
PROPOSTA DE CORREÇÃO/COTAÇÃO
Grupo I
Pontuação
1.1. (C) 3
1.2. (B) 3
1.3. (C) 3
1.4 (A) 3
Total parcial 12 pontos
Grupo II
1.1. (C) 3
1.2. (A) 3
1.3. (D) 3
1.4. (D) 3
Total parcial 12 pontos
Grupo III
Parte A
1. O verso significa que Portugal esquece o poeta, deixando-o desaparecer da memória, pelo que
o poeta tem de ir ao paço recordar que lhe devem a tença. Tal facto pode ser interpretado
6
como a memória que os portugueses devem ter do seu maior poeta, que não deve ser
perdida.
2. As antíteses evidenciam um contraste entre a ação do poeta e a reação de Portugal e dos
portugueses: o poeta chama o seu país e este não lhe responde, não aparentando ouvir ou
6
sequer importar-se; o poeta designa, atribui uma identidade ao seu país e este não aparece,
dando sinais de estar condenado a não existir.
3. Segundo o “eu” poético, não pedem ao poeta que cante, que faça poesia porque isso não é
valorizado, mas antes que tenha paciência, ou seja, que se mantenha na imobilidade, na
inatividade, limitando-se a esperar que algo aconteça. Esta é a atitude normal, comum dos
7
portugueses, tal como se vê na terceira estrofe, onde estes são descritos como seres
“curvados e dobrados / Pela paciência” (vv. 11-12), que estão cegos, pois não veem, não
compreendem, o que se passa à sua volta.
Parte B
4. Na estância 145, o poeta critica os seus contemporâneos, acusando-os de não ouvirem o seu
canto por estarem dominados pela cobiça, pela rudeza e pela tristeza. Por esta razão, o
poeta confessa estar cansado e afirma que não cantará mais o povo português, pois este não 7
valoriza a sua arte. (50 palavras)
Grupo IV
1. (a) – (1); (b) – (3); (c) – (6); (d) – (2); (e) – (5) 5
2. a) façam
b) tinha aberto
4
c) forem
d) interveio
3.1. (B) 3
3.2. (A) 3
4. O poeta revelou-no-las. 5
Total parcial 20 pontos
Grupo V
Relativamente aos tópicos apresentados, o aluno deverá ter em atenção os seguintes aspetos:
Instrução quanto ao género texto de opinião:
– apresentação da opinião defendida;
– apresentação de dois argumentos que comprovem que o povo não dá valor aos seus artistas enquanto
vivos ou, inversamente, que os valoriza enquanto vivos (de acordo com a posição defendida).
Texto bem estruturado, que evidencia uma correta marcação de parágrafos e um claro domínio dos
mecanismos de coesão.
Estruturas sintáticas diversificadas e complexas.
Pontuação correta.
Vocabulário diversificado e adequado ao tema.