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DIREÇÃO-GERAL DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES

DIREÇÃO DE SERVIÇOS DA REGIÃO NORTE


Agrupamento de Escolas Fernando Pessoa – Santa Maria da Feira
Largo Fernando Pessoa
4520-180 Santa Maria da Feira

CORREGEDOR E PROCURADOR
1. A vara poderá sugerir a aplicação do castigo.
Algumas das aceções de vara:
pau comprido; bordão, cajado; insígnia de juízes, vereadores e dos
irmãos de certas confrarias; circunscrição judicial; vergasta; chibata;
fig. poder; autoridade; fig. jurisdição
in Infopédia [Consult. 20-12-2012]

2.1. As duas personagens estão ligadas à justiça. Aliás, quando o


Procurador entra em cena, a primeira pessoa
que se lhe dirige é precisamente o Corregedor e ambas revelam
conhecer-se:
COR. “Ó senhor Procurador!
PRO. “Beijo-vo-las mãos, Juiz.” (vv.686-687)

Nos dois casos, os símbolos com que se apresentam em cena


relacionam-se com a justiça: processos judiciais (“carregado de
feitos”) e uma vara, no caso do Corregedor; “carregado de livros”, o
Procurador. Largo Fernando Pessoa

3.1. O Diabo acusa o Corregedor de ter4520-180


aceitado roubos
Santa Maria da Feira(“rapina”), de ter julgado com

malícia (v. 659), de permitir que a sua mulher tivesse recebido presentes (“peitas”, vv.
662-663) dos judeus e de ter “sugado o sangue” dos lavradores ignorantes, ingénuos
(vv. 670-673). Em resumo, o Procurador é acusado de ter exercido o seu trabalho a
troco de subornos e extorsões e de ter prejudicado os mais desfavorecidos
com as suas decisões parciais.

3.2. O Corregedor culpa a mulher (vv. 664-667 “Isso eu não no tomava, /


eram lá percalços seus. / Non sunt peccatus meus, / peccavit uxore
mea.”),
afirmando ter sempre procedido com justiça e imparcialidade (cf. vv. 660-
-661).

4.1. O Anjo acusa-os de terem sido “pera as almas odiosos!” (v. 721).

4.2. O Parvo é também acusador: culpa-os por terem roubado na vida


terrena e por desrespeitarem a Igreja (cf. vv. 726-729).
Nota: Em ambos os casos está, mais uma vez, presente a crítica a uma
falsa prática religiosa, que se limita ao cumprimento dos atos externos do
culto.

5. Trata-se do cómico de linguagem presente no latim macarrónico


usado
pelo Parvo e pelo Diabo, e pelo despropósito que constitui o uso desta
língua pelo Corregedor e pelo Procurador fora do âmbito da sua
profissão.

6. O uso desta língua, sem ser no exercício da profissão, poderá ser considerado uma
forma de mostrar sabedoria, erudição, revelando presunção. Pode também funcionar
como estratégia de supremacia em relação aos interlocutores (desconhecedores da
língua).

7.1. a. – 4.; b. – 6.; c. – 1.; d. – 5.; e. – 2.; f. – 3.

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