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Preparação Capa
Alessandra Miranda de Sá Jorge Godoy de Oliveira
Revisão
Evandro Lisboa e Fabiana Chiotolli
1. CDD 133
SUMÁRIO
Introdução ............................................................................7
9 – Epílogo .............................................................................157
1
A mensagem astral
da natureza
O culto à natureza não significa que a religião tenha sido apenas uma
forma rudimentar e primária de explicar o mundo. Pelo contrário, a cul-
tura celta foi uma das mais avançadas de seu tempo, tendo um desen-
volvimento técnico e artístico que muitos estudiosos consideram, ainda
hoje, inexplicável (talvez por não acreditarem em magia).
Assim como os primitivos egípcios, os celtas usavam a astronomia e a
astrologia como instrumentos para conhecer e utilizar as energias cósmi-
cas. O território deles era marcado por menires* e outros sinais que lhes
indicavam os movimentos astrais, tal como se comprovou com o monu-
mento pétreo de Stonehenge, erigido na planície inglesa de Salisbury.
Por meio desses e de outros elementos registravam ainda equinócios
e solstícios, datas que davam lugar a importantes rituais e cerimônias
mágicas destinadas a atrair a graça dos deuses nos ciclos anuais. Os
eclipses eram outro fenômeno a que os magos celtas prestavam muita
atenção, atribuindo-lhes o augúrio de grandes mudanças e transforma-
ções. Quando a lua nova se interpunha para bloquear a luz do sol, isso
sinalizava o início de uma era favorável; por outro lado, um eclipse da
lua, quando ela era coberta pela sombra da Terra, anunciava uma época
de desgraças como castigo pelas maldades humanas.
Os poderes da lua
Na prática dos rituais e feitiços, os magos e as magas celtas prestavam
grande atenção ao ciclo lunar, já que em cada uma das fases o astro da
Lua crescente
É a fase de força benéfica e crescente; representa a figura da donzela.
Rege tudo o que se relaciona à recuperação ou ao aumento das energias
físicas e mentais, ao crescimento saudável, às novas uniões (bodas, asso-
ciações, amizades etc.), à prosperidade material e à proteção e boa sorte
em viagens, mudanças e traslados.
Lua cheia
É o momento de maior esplendor mágico e do poder gerador re-
gido pela mãe. Na lua cheia são favorecidos todos os ritos e feitiços
relacionados a invocações à Grande Deusa, com o objetivo de obter
sabedoria astral e invocar milagres difíceis de realizar. É também a
fase preferida pelos áugures e adivinhos para alcançar visões do fu-
turo e do passado.
Lua minguante
Fase regida pela maga, beneficia tudo que se relaciona ao fim dos ci-
clos ou à reversão de influências negativas. Sua energia sutil é invocada
para obter a finalização favorável de uma situação difícil (de saúde, tra-
balho, afetos, estudos etc.) e executar “contrafeitiços” que neutralizem e
removam as vibrações malignas.
Lua nova
Os três caracteres femininos da Grande Deusa unem forças para ini-
ciar um novo ciclo, cuja primeira fase protege todo princípio. A magia
celta escolhia as noites de lua nova para invocar boa fortuna e proteção
aos nascimentos (de pessoas e animais), à germinação do que fora se-
meado e ao início dos anos e meses. Por extensão, a magia Wicca aplica
também a lua nova ao começo de estudos, relações, estadias fora de casa,
convivências e outras situações da vida atual.
Os celtas assimilavam o ciclo lunar ao ciclo menstrual, que para eles
purificava magicamente o corpo da mulher. Por isso, a deidade maior
era feminina, e às mulheres eram atribuídos certos poderes de feitiço e
adivinhação que os homens não podiam alcançar.
As noivas férteis
Os celtas consideravam o sexo como um dom da natureza, do qual
cada pessoa podia desfrutar livremente. Longe de reprimi-lo, estimula-
vam e celebravam sua prática, e de certa forma veneravam a concepção
como uma graça divina. As jovens virgens eram respeitadas como execu-
toras de ritos específicos e como possíveis druidisas de maior valor, mas
as mães solteiras eram preferidas como futuras esposas, pois já haviam
demonstrado fertilidade.
O bosque sagrado
Na religião mágica dos celtas não havia altares nem templos, uma vez
que todos os atos do culto deviam ser realizados ao ar livre, em contato
com a natureza.
Acredita-se que as grandes cerimônias anuais aconteciam em pontos
geográficos significativos, que concentravam vibrações da energia cós-
Carvalhos e viscos
De certa maneira, o bosque era o “templo” dos druidas e das druidi-
sas, e as árvores tinham papel fundamental como agentes da divindade
e dos poderes astrais. A mais reverenciada era o carvalho, assim como
a planta semiparasita chamada visco. Portanto, o recinto mágico mais
buscado era um bosque de carvalhos cujas árvores mostrassem abun-
dante presença de visco entre os galhos (os ramos desse arbusto, por
terem peculiares bagas, continuam sendo utilizados ainda hoje como
elemento mágico, não só entre os oficiantes da magia Wicca, mas tam-
bém em festas e celebrações familiares).
Poetas e adivinhos
Depois da classe sacerdotal situavam-se duas classes sociais de ofi-
ciantes em rituais e cerimônias célticas: os bardos, ou poetas cantores, e
os vates, que compunham canções reveladoras de augúrios e premoni-
ções. A poesia e o canto, aliados à dança das sacerdotisas ou donzelas,
eram parte fundamental da liturgia celta.
A donzela
Regia na época de lua crescente; sua cor emblemática era o branco ou
os matizes mais luminosos do amarelo e do rosa. Sua figura representava
o florescimento da vida, a primavera e a transposição das gerações.
A mãe
Era invocada nas noites de lua cheia; suas cores eram o vermelho e o
verde, muito frequentes na simbologia dos povos de origem celta. Reina-
va em particular na plenitude do verão, representando a maturidade, a
abundância e a fertilidade.
A maga
Último ponto do ciclo vital, reinava sobre o quarto minguante da
lua; suas cores eram o preto, o cinza e o vermelho-escuro. Simbolizava a
união da velhice e da sabedoria, o inverno da vida que prepara um novo
renascer na reencarnação.
O pentáculo
O símbolo que representava a Grande Deusa era o pentáculo, ou es-
trela de cinco pontas, cujas linhas interiores formam um pentágono e os
extremos se inscrevem em um círculo.
Essa figura mágica representa a força da divindade no vértice supe-
rior, e as outras quatro pontas simbolizam os elementos primários da
natureza: o ar, a terra, a água e o fogo.
Toda invocação à Grande Deusa deve estar presidida pelo pentáculo,
presente também na maioria dos rituais e feitiços da magia Wicca como
O pentáculo invertido
O símbolo que representa Cernunnos nas cerimônias e conjuros cel-
tas é o pentáculo invertido, ou seja, com o vértice principal apontado
para baixo, que na terminologia Wicca se denomina pentagrama.
Devido à ambiguidade do deus consorte, o pentagrama é visto mui-
tas vezes como uma simbolização do mal e das forças sombrias da natu-
reza. Algumas magas, hoje em dia, costumam executar feitiços sobre o
desenho do pentáculo invertido, para manter as energias malignas.
Em algumas irmandades atuais de magia Wicca, o pentagrama é uti-
lizado também para identificar os membros que alcançaram o segundo
nível de sabedoria esotérica.
Conflito de religiões
A estratégia inicial do cristianismo foi adaptar alguns aspectos da reli-
gião celta, como a assimilação da Trindade, com os três aspectos da Gran-
de Deusa, ou o Gênese, com os mitos celtas sobre a criação do mundo.
Tal fenômeno, conhecido como “sincretismo religioso”, não foi sufi-
ciente para impedir que muitos celtas, principalmente as mulheres, con-
tinuassem celebrando em segredo os ritos mágicos. Inicia-se, assim, uma
dura perseguição às executoras e participantes dessas reuniões ocultas,
uma “caça às bruxas” que se estende a outras formas do esoterismo pa-
gão e que abarcou quase toda a Idade Média, chegando até o início do
século XVII. As druidisas e magas que tentaram conservar seu culto fo-
ram levadas à fogueira, e todo o mundo mágico de origem celta viu-se
obrigado a se ocultar no hermetismo.
Ao longo do tempo surgiram sábios e magos que continuaram exer-
cendo a ciência mágica e profética das tradições pagãs, às vezes combi-
nadas com o ocultismo maçônico e de certas seitas cristãs, como a dos
cátaros e a dos templários.
NOSTRADAMUS E CAGLIOSTRO
Entre as figuras mais proeminentes que surgem com o final
do obscurantismo da Idade Média estão Michel de Nos-
tradamus, na França, e Alessandro Cagliostro, na Itália. O
primeiro era um médico e astrólogo provençal que viveu na
primeira metade do século XVI. Ficou famoso ao comba-
ter a peste por meios esotéricos e foi médico do rei Carlos
IX. É autor de Centúrias astrológicas, célebre conjunto de
profecias e augúrios. Dois séculos mais tarde se manifes-
tou o poder hermético de Cagliostro, conde siciliano que
percorreu a Europa e o Oriente Médio assombrando com
suas curas e aptidão para realizar milagres. Foi condenado
à prisão perpétua por um tribunal da Inquisição e morreu
na prisão em 1795.
Introdução 9
2
Tradição e renovação
da magia Wicca
O desejo realizado
Comecemos, então, tentando definir o significado de magia. Segun-
do o dicionário, trata-se de uma “ciência ou arte que ensina a fazer coisas
extraordinárias e admiráveis mediante o uso de truques” (D. E. Espa-
sa, 1995). Definição correta, mas um tanto incompleta. Há com certeza
uma “magia” que se utiliza de truques, que com mais propriedade se
denomina “mágica” ou “ilusionismo”, arte bastante respeitável, embora
nada tenha a ver com a magia Wicca.
Para nós, a magia luminosa é a ciência que utiliza as energias naturais
e astrais para que algo aconteça ou deixe de acontecer, ou para que algo
mude; ou seja, para que um desejo ou propósito se realize. Simples assim.
Tanto que qualquer pessoa sensível e bem-disposta pode aprender a exer-
cê-la. Você, por exemplo, leitor. Não se trata de se converter em uma bruxa
com vassoura nem em um mago com cartola, mas de incorporar a magia
O altar do culto
Os druidas celtas utilizavam uma rocha ou um tronco caído no bos-
que como “altar” do templo ao ar livre, em geral sempre o mesmo, após
executar um ritual que o consagrava como lugar mágico sagrado.
Uma vez mais, a evolução da magia Wicca teve de adaptar a tradição
céltica às condições das atuais moradias nas grandes e pequenas cidades.
Hoje podemos dispor os altares em um local adequado do santuário que
escolhemos, ainda que seja aconselhável manter a simbologia ancestral,
colocando no altar uma pequena pedra natural e algumas folhas de car-
valho ou de azinheira.
A base do altar deve ser uma superfície plana, circular ou quadrangular,
com espaço suficiente para dispor os elementos e realizar as manipulações.
Por exemplo, uma mesa pequena, uma cômoda ou gaveteiro, ou o parapeito
de uma janela etc.
Convém que o manto que cobre o altar seja de tecido preto ou de
cores escuras (azul-marinho, violeta, grená, bordô etc.) para absorver
melhor as vibrações do encanto. A corrente Wicca prefere tecidos lisos,
sem bordados nem desenhos simbólicos, ainda que possam conter ador-
nos suaves de temas naturais, como folhas, flores ou pássaros.
Podemos utilizar uma toalha ou caminho de mesa, desde que não
voltemos a utilizá-los em sua função original.
O espaço do oficiante, imediatamente em frente ao altar, deve ser am-
plo o bastante para que se possam realizar as manipulações necessárias
e também gestos, giros e passos de dança requeridos por alguns feitiços
(bastam 4 ou 5 metros quadrados). O chão pode ser coberto com um
capacho ou esteira, já que convém oficiar com os pés descalços, sendo, às
vezes, necessário ajoelhar-se ou prostrar-se diante do altar.
Elementos mágicos
Uma vez escolhido e disposto o ambiente do santuário, devemos pro-
videnciar os elementos mágicos que nos ajudarão a catalisar e orientar as
energias astrais. Cada bruxo ou bruxa costuma escolher os que lhes são mais
afins e proporcionam maior confiança na conquista dos seus propósitos.
Elementos permanentes
São eles:
• pentáculo;
• Roda da Fortuna;
• pedra sagrada;
• chama votiva*;
• vela mestra;
• caldeirão pequeno;
• atril para o Livro das Sombras;
• varinha mágica;
• folhas de cedro;
• visco;
• pêndulo de ervas;
• porta-incenso;
• aromatizador;
• guirlanda de flores e folhas.
Instruções
Podemos desenhar o pentáculo sobre um papelão ou cartolina, se-
guindo o modelo reproduzido neste livro. Para a chama votiva, utiliza-
remos uma candeia branda, e, para a vela mestra, um castiçal com uma
vela branca de cerca de 20 centímetros (deveremos optar por uma ou
outra; as duas chamas não devem queimar ao mesmo tempo no altar).
O porta-incenso e os aromatizadores são vendidos em lojas especiali-
zadas, assim como o incenso e outras substâncias aromáticas. A pedra
sagrada, as folhas de cedro e outras ervas naturais devem ser recolhidas
pela própria pessoa. Veja o Capítulo 7 para mais explicações sobre como
confeccionar pêndulos, guirlandas e outros artefatos de magia.
Instruções
Muitos desses elementos acessórios fazem parte da vida cotidiana e
não é imprescindível que os dediquemos exclusivamente às sessões má-
gicas. Os demais podem ser encontrados em lojas de ervas, de produtos
naturais ou especializadas.
Como o emprego deles varia de acordo com os encantamentos, convém
ter uma reserva dos mais habituais (ervas, velas, essências aromáticas etc.) e
conferir se dispomos do que necessitamos antes do início de cada sessão.
Preparação do oficiante
O executante de magia Wicca deve se preparar de maneira apropria-
da antes de cada sessão, tanto no que se relaciona a seu estado interior
como no aspecto externo.
Já dissemos que é necessária uma profunda concentração de fé nos
poderes da natureza e do universo em um momento de serenidade espi-
ritual e física (o nervosismo, a irritação ou pequenas indisposições or-
gânicas podem repelir ou desviar as vibrações favoráveis). É também
A vestimenta
Os antigos druidas e druidisas se distinguiam por vestir uma larga
túnica talar (que chega até os calcanhares) de cor branca. Sem contar o
significado simbólico e distintivo, era também uma prenda apropriada
para os rituais e as práticas mágicas.
A magia Wicca decidiu conservar a túnica como vestimenta para os
oficiantes, ainda que não de forma obrigatória. O uso depende das pre-
ferências e circunstâncias de cada um, porém recomendamos utilizá-la
sempre que possível, pois comprovamos que vestir uma túnica talar cos-
tuma ajudar a obter e manter o estado de concentração e espiritualidade
necessário para favorecer os atos mágicos.
A túnica deve ser branca ou muito clara, aberta apenas no colarinho
e com o corte e as mangas bem largas, talvez com alguma fita ou franja
de motivos naturais. A saia deve cair com naturalidade e amplitude, com
a borda um pouco acima dos tornozelos para favorecer os passos rituais.
Não deve haver capuz nem outros complementos, ainda que se admita
um cordão na cintura no qual possa se pendurar um talismã.
Arranjos e adornos
Não convém usar maquiagem facial nem unhas pintadas. O cabelo
deve estar limpo e solto (caso prefira, preso com uma tiara de folhas ou
de flores brancas). As pedras e os metais têm influência específica sobre
as vibrações, por isso só podem ser usados colares ou joias que façam
parte dos elementos de determinado feitiço.
Também é aconselhável tirar aneis ou pulseiras, que, quando for o
caso, serão utilizados soltos sobre o altar, segundo as indicações da re-
ceita mágica que se queira realizar.
Instrumentos de trabalho
Caminhos de mesa
Servem para cobrir o altar (mesa) antes de iniciar o trabalho e, se
forem feitos a mão, melhor. Podemos utilizá-los em cores como índigo,
Cálice (taça)
É conveniente que seja de metal. Podemos enchê-lo de vinho nos
rituais de consagração ou em outros, segundo nosso critério. O cálice
representa a energia criadora feminina, o útero da mulher e, de modo
simbólico, o útero cósmico. É onde se geram e maturam a vida, os pro-
jetos, as ideias etc.
Faca cerimonial
Nada pode ser gerado sem a presença do elemento masculino e o
contato com o falo, que é representado pela faca cerimonial. Para que a
magia chegue à culminação total, a faca cerimonial tem de ser introdu-
zida dentro do cálice para entrar em contato com o vinho. Além disso,
ela nos ajudará nos rituais em que tivermos de cortar energias negativas,
situações estagnadas, laços não desejados etc.
Velas
Para os fins que já explicamos, o mago deve ter sempre um sorti-
mento de tamanhos e cores de vela bastante amplo. Elas representam o
elemento fogo.
Flores e ervas
Às quais também já nos referimos; é importante saber que podemos
trabalhar com elas frescas ou secas, de acordo com o ritual.
Incensos
Eles descarregarão os ambientes e limparão a energia negativa do
cômodo, caso haja alguma, além de aromatizar o lugar de trabalho. É
conveniente ter uma grande quantidade e empregar o aroma compatível
com o ritual a ser realizado. Podemos encontrá-los e usá-los em vari-
nhas, em pó, em pedaços de resina e em cones. O incenso representa o
elemento ar.
Sal marinho
Com o sal marinho podemos traçar círculos e trabalhar dentro dele
ou colocá-lo em um recipiente como símbolo do elemento terra. Para
simbolizar esse elemento também podemos colocar, no lugar do sal ma-
rinho, terra recolhida de um campo ou de um vaso, ou mesmo uma
pedra de bom tamanho pode cumprir a mesma função.
Água
Simboliza, claro, o elemento água. Se possível, deve ser água da chuva
ou de mananciais, rios ou fontes. Se nenhuma das opções estiver dispo-
nível, teremos de nos contentar com a água da torneira ou mineral, mas
já levando em conta que possuem produtos químicos para depurá-las.
Metais
Todos os tipos de metais podem ser úteis, desde os mais caros e em
forma de joias, como o ouro, a prata e a platina, até os mais comuns,
como o ferro, o cobre e o bronze, que é uma liga de cobre com estanho
ou alumínio, um metal leve, maleável e inoxidável que todos temos em
casa na cozinha. Em último caso poderemos utilizar pregos, parafusos,
fios ou qualquer objeto metálico que tivermos à mão.
Fósforos
Sempre e em todos os rituais acenderemos velas com fósforos, e sob
nenhuma circunstância utilizaremos isqueiros ou outros utensílios;
também não convém acender uma vela com outra. Se quisermos um tra-
balho bem feito, acenderemos cada uma com um fósforo distinto. Para
isso é imprescindível que um bom bruxo disponha de várias caixas de
Tesouras
Servem para poder cortar tudo o que não puder ser cortado com a
faca cerimonial, como papéis, uma coroa de flores, cordões e demais ins-
trumentos de uso.
Outros utensílios
Cordões, que podem ser de couro ou de lã; cola; e um recipiente de
barro ou cristal pequeno para jogar fósforos usados, pedacinhos de pa-
pel, cordões e outros objetos que não sirvam ou que sobrarem; purpuri-
nas de várias cores; caixas etc.
Cada bruxo precisa de determinados instrumentos e deve trabalhar
cercado dos que sabe que utilizará mais.
Tipos de encantamento
É normal que os profanos façam certa confusão com as diferentes ações,
operações e recursos que bruxos e bruxas utilizam. Inclusive em textos de di-
Ritual
Os rituais, também chamados de ritos, são cerimônias com um pro-
cedimento estabelecido e formalizado que em geral têm como finalida-
de a invocação de poderes superiores ou sobrenaturais. Todos os magos
e sacerdotisas, e, em certas ocasiões, a comunidade, participavam com
frequência dos rituais. O propósito fundamental era solicitar a ajuda e
a proteção dos deuses ou energias astrais para propiciar situações favo-
ráveis, como boas colheitas ou triunfos na guerra, e evitar ou reparar
acontecimentos funestos, como tormentas, pestes ou invasões. Alguns
ritos tinham datas fixas, como os que se celebravam nos solstícios e equi-
nócios, que marcam o ciclo das estações climáticas, e outros se improvi-
savam diante de acontecimentos imprevistos.
Feitiço
A característica principal do feitiço é utilizar elementos catalisa-
dores para atrair e orientar vibrações que nos permitam cumprir um
desejo ou propósito. Ao longo do tempo, os feiticeiros têm utilizado
os mais diversos recursos e manipulações mágicas, desde filtros e cozi-
mentos até animais totêmicos, como gatos ou corujas. A tradição Wicca
emprega sempre elementos naturais, como ervas, gemas, flores, metais
etc., em distintas manipulações e preparados. Na execução dos feitiços
são quase indispensáveis velas ou outra fonte de fogo, e se dá grande
importância às cores, à hora do dia, à posição astral e demais condições
favoráveis ou negativas.
Conjuro
Quando, no decorrer de uma ação mágica, o executante deve pro-
nunciar ou escrever determinadas palavras ou frases, denominamos essa
ação de conjuro. Como veremos adiante, a magia sempre deu impor-
Sortilégio
Denomina-se sortilégio um ato mágico que tem como finalidade uma
transformação ou transfiguração que afete coisas, processos ou condu-
tas. Esse recurso de transformação utiliza meios semelhantes aos dos
feitiços e conjuros, e sua particularidade consiste em transmutar algo em
outra coisa distinta. Esses encantamentos são, portanto, os mais difíceis
de executar com sucesso, e costumam estar reservados a bruxas e bruxos
muito dotados e com grande experiência.
Amuletos e talismãs
São objetos, naturais ou preparados, que possuem determinados pode-
res favoráveis para a pessoa que os tem ou para o lugar onde estão depo-
sitados. Uma característica dos amuletos e talismãs é a duração e a gran-
de diversidade de seu poder, já que raras vezes se destinam a um único e
específico propósito. É costume chamar de amuleto o objeto mágico que
possui faculdades protetoras, enquanto o termo talismã remete aos que
trazem boa sorte. Há talismãs negativos, como é o caso de algumas joias
famosas, e outros de assombrosas virtudes, como os que aparecem em
narrações orientais. O uso deles é comum na magia Wicca e com frequên-
cia são ofertados a outras pessoas como demonstração de atenção e afeto.
Poções
Chama-se poção mágica toda bebida preparada em um ato de feiti-
çaria, em geral com finalidades curativas. Na tradição da Europa me-
dieval abundam os filtros encantados e as poções venenosas, exemplos
extremos, e hoje afortunadamente em desuso. A magia Wicca resgata a
venerável ciência de curar por meio de ervas e outros produtos naturais,
tanto para males do espírito como do corpo, agregando ao preparo um
toque de feitiçaria que reforça suas virtudes.
RUNAS CÉLTICAS
Os celtas utilizavam uma escritura na qual combinavam 24
signos chamados runas. A denominação provém do anti-
go escandinavo rûn, que significa, por sua vez, letra e ciên-
cia, ou sabedoria. A magia druida atribuía a cada runa um
significado esotérico e determinados poderes mágicos que
utilizavam em rituais e feitiços, inscrevendo-a em pedras
ou na casca das árvores sagradas. Há inscrições rúnicas da-
tadas do século III, e posteriormente os godos estenderam
o alfabeto pela Europa, onde se manteve em caráter hermé-
tico e produziu-se manuscritos secretos como o Codex Ru-
nicus do século XIV, que descreve um código adivinhatório
por meio de combinação das runas.
* Tradução: “Jesus salvador dos homens” e “ “Jesus Nazareno, Rei dos Ju-
deus”, respectivamente. [N.E.]
Ritual de proteção
do santuário
Preparação do santuário
Durante os três dias anteriores ao ritual, não faremos nenhum conta-
to com os elementos do santuário nem realizaremos qualquer ato mági-
co. A única exceção que recomendamos, se possível, consiste em acender
nesses dias a vela mestra, às sete da noite, durante três minutos. No en-
tanto, o iniciante, principalmente, deve se dedicar a si mesmo, cuidando
de seu interior, da maneira que explicamos em rituais anteriores.
Uma condição prévia essencial é tomar contato físico (receber as vi-
brações) e visual com a lua cheia, antes de realizar o ritual. Esse encontro
deve ser a partir do anoitecer e antes da meia-noite do mesmo dia, e basta
um momento de recolhimento olhando a lua e recebendo a luz dela sobre
o rosto, os cabelos e as palmas das mãos. Os mestres Wicca são tolerantes
e admitem que isso seja feito em qualquer local: uma praça, um terraço,
uma varanda, uma janela etc., ou até mesmo por meio de um cristal, se
for inverno. Aos afortunados que podem ver a lua de seu santuário, basta
efetuar o contato prévio alguns momentos antes do ritual.
Como se trata de um ritual com fins mágicos, deve-se permanecer
em jejum por pelo menos seis horas antes da execução.
Disposição do santuário
Os celtas se destacaram por seu magnífico artesanato, em particular
no uso dos metais para a fabricação de armas e ferramentas. A fim de
simbolizar a proteção que invocamos neste ritual, usaremos o bronze,
o ferro, o ouro e a prata, que eram os materiais com que eles forjavam e
adornavam elmos, armaduras e escudos, e também lanças e espadas com
as quais se defendiam dos inimigos.
Execução do ritual
Acendemos a chama votiva e colocamos diante dela um prato ou uma
vasilha de madeira com os seguintes frutos: um pedaço de maçã com
casca, meia noz sem casca, três uvas e três frutos do bosque (morangos,
framboesas, groselhas etc.).
À esquerda, posicionamos os objetos de ouro e de ferro, e, à direita,
os de bronze e de prata. Concentramo-nos um momento com os olhos
fechados e fazemos três inspirações profundas. Em seguida, iniciamos o
ritual com os seguintes passos:
Elementos essenciais
São eles:
• o pentáculo (condutor das vibrações);
• uma vela vermelha (poder, criatividade, paixão);
• folhas de carvalho (resistência e valor);
• um objeto de ferro (força, solidez, impulso mineral);
• uma pedra de quartzo ou ametista (energia, inteligência criado-
ra).
Elementos essenciais
São eles:
• a chama votiva (direção e concentração das vibrações);
• uma vela verde (serenidade, estabilidade saudável);
• uma pedra de azeviche ou topázio (segurança e poder defensivo);
• cebola e/ou dentes de alho (proteção contra forças negativas);
• um ramo ou folhas de louro (triunfo sobre o mal).
Elementos essenciais
São eles:
• o pentáculo (direção e controle do processo);
• a vela mestra (produção e canalização de vibrações);
• uma vela azul (geração e otimização de forças astrais);
• uma gema de esmeralda (poder, fecundidade, criatividade);
• um objeto de prata (energias de renovação e transmutação).
Criatividade e imaginação
Os elementos essenciais que enumeramos para os três poderes bási-
cos da magia celta não são, em absoluto, imprescindíveis ou inalteráveis.
Constituem um guia dos componentes naturais que possuem mais vi-
brações favoráveis em cada caso geral, cuja utilização deve ser conside-
rada para um encantamento em particular. É possível que nem todos os
componentes possam ser incluídos, que alguns entrem em contradição
ou se sobreponham a outros recomendados para esse fim específico, ou
ainda que não possamos dispor de alguns e tenhamos de substituí-los.
Não devemos hesitar em adaptar, combinar ou até mesmo mudar os
componentes de acordo com o tipo de propósito que desejamos alcançar
com o encantamento. Para isso podemos consultar o Capítulo 5 deste li-
vro, que descreve as propriedades mágicas dos elementos e qualidades da
natureza; e o Capítulo 6, que apresenta 33 encantamentos para distintos
temas e assuntos que afetam a nós e a nossa vida.
A partir dessa base e da própria experiência, é fundamental ampliar a
imaginação e a criatividade para provar e investigar novos caminhos na
prática esotérica. Uma das grandes virtudes da sábia herança druida é a
convicção de que sempre se pode descobrir algo novo na utilização das
energias cósmicas do céu e da terra, e que essas energias atuam em um
intercâmbio pessoal diferente com cada um de nós.
Segredos da saga
do rei Artur
O FEITICEIRO DO REI
Merlim, também chamado em gaélico Myrddhin, nasceu
ao pé de uma azinheira nas profundezas de um bosque.
Desde pequeno mostrou surpreendentes poderes e dotes
adivinhatórios, que despertaram o ciúme da druidisa Mab,
rainha das feiticeiras. Merlim se refugiou em seu bosque
natal, onde se alimentava de raízes e ervas mágicas. Ali foi
buscá-lo Viviana, a Dama do Lago – poderosa e bela maga,
irmã de Mab –, que lhe entregou a espada encantada Exca-
libur e lhe ensinou todos os segredos da feitiçaria druida.
Merlim decidiu se colocar a serviço do jovem Artur, filho
Ingredientes
São eles:
• uma noz picada fina;
• um pedaço de canela em pau;
• uma colher de geleia de frutas do bosque;
• 3 folhas de louro;
• 4 pétalas de rosas vermelhas;
• 2 xícaras de água da chuva;
• ¼ de litro de vinho branco doce.
Elementos
São eles:
• um pilão de madeira com socador;
• um caldeirão pequeno;
Condições
Os materiais da poção podem ser preparados até sete dias antes, mas
a consagração de seus poderes tem de ser oficializada em noite de lua
nova ou quarto crescente.
Preparação
Esta tarefa antecede o ato mágico e deve ser realizada na cozinha ou
em outro lugar apropriado depois do anoitecer e antes da meia-noite.
Cortar em pedaços as pétalas de rosa e as folhas de louro, e colocá-los
no pilão junto com a noz picada e a canela. Misturar tudo e sovar bem,
juntando a geleia de frutas do bosque. Trabalhar com o socador até que
se forme uma pasta uniforme.
Estender o pano sobre a boca do cálice e colocar no centro a pasta que
foi preparada. À parte, colocar a água da chuva para ferver no caldeirão.
Quando a água estiver em plena ebulição, a derramamos em um jato
fino sobre a pasta, de forma que o pano atue como filtro. Deixar esfriar
a bebida resultante no cálice durante três horas exatas.
Encher o frasco de cristal com quatro porções de vinho e uma porção
da bebida filtrada. Misturar bem, girando lentamente o frasco para cima
e para baixo, sem agitá-lo.
Deixar o frasco sob a luz da lua durante toda a noite.
Consagração
(A druidisa Viviana consagrou o filtro da rainha Guinevere com sua
varinha mágica diante de uma pedra sagrada na qual havia um pentácu-
lo inscrito. Os três elementos são imprescindíveis para dar poder à poção
de amor.)
Colocar o pentáculo sobre o altar, com a vela mestra no vértice supe-
rior, a vela vermelha no vértice esquerdo e a verde, no direito. Posicionar
Emprego da poção
Diz a lenda que Guinevere bebeu a poção do amor e a ofereceu a Lance-
lote sob a luz da lua cheia, em uma das varandas poligonais de Camelot. O
ideal seria repetir essas condições, ainda que com certeza não disporemos
do castelo do rei Artur.
Um truque sincero
É importante beber antes do encontro um gole da poção, para provar
seu sabor. Em geral, o gosto e a doçura do vinho ocultam a presença dos
outros componentes. Podemos também adicionar uma pitada de açúcar
mascavo, mas, se mesmo assim não ficar bom, o melhor é apelar para a
sinceridade: em tom de brincadeira você pode dizer que preparou uma
poção de amor e sugerir que ela seja provada. A pessoa amada provavel-
mente aceitará o convite e beberá a poção com divertimento, pelo menos
até que comece a sentir os efeitos…
O feitiço de fertilidade
da rainha Igraine
Quando o rei celta Uther Pendragon derrotou Tintagel, duque de
Cornwall, este morreu na batalha. Sua viúva, chamada Igraine, era uma
mulher muito bela e, mal terminado o calor da batalha, Uther a tomou
por esposa naquela mesma noite. Mas passou-se um tempo e Igraine não
ficava grávida; o rei começou a se preocupar em não poder assegurar sua
descendência.
Numa noite de lua nova, chegou ao acampamento celta um mendigo,
ninguém menos que o mago Merlim. Ao ver que Uther lhe oferecia gene-
rosamente sua hospitalidade, o grande feiticeiro decidiu que seria bom
prolongar o reinado da nobre linhagem dos Pendragon. Prometeu ao rei
que Igraine engravidaria e daria à luz um menino justo e valente, se lhe
permitisse estar a sós na tenda real antes de se deitar com a rainha.
Uther aceitou a proposta de Merlim e nove meses mais tarde nascia
um menino chamado Artur.
O tipo de feitiço realizado por Merlim na tenda real se denomina
“encantamento de ambiente”, e tem muitas aplicações na magia Wicca.
Entre elas, o feitiço de fertilidade original que permitiu o nascimento de
Artur e, segundo a tradição, foi recolhido pelo druida superior Talésio
em seu Livro das Sombras.
Os mestres da atual magia luminosa o adaptaram da maneira deta-
lhada a seguir.
Elementos
São eles:
• o pentáculo;
• 1 vela azul;
• 1 castiçal de mão;
• 1 defumador ou incensário pequeno;
• 1 folha de papel-pergaminho;
• fósforos.
Condições
O propósito deve se aplicar a casais em idade de se reproduzir, que
não sofram impedimentos orgânicos irreversíveis para a fecundação, e
não deve ser em benefício próprio do executante. É importante que o
feitiço se realize dentro das três primeiras horas escuras de uma noite
de lua nova.
Preparação
(A norma Wicca aconselha que as folhas e as pétalas sejam secas previa-
mente entre páginas em branco do nosso Livro das Sombras. Mas pode-
mos também consegui-las já secas e deixá-las 33 horas dentro do livro.)
Despedaçar com os dedos as folhas secas e a magnólia, e colocá-las
dentro do defumador, junto com o incenso e as lasquinhas de azinheira.
Retorcer o papel-pergaminho em forma de pavio.
Posicionar o defumador e o pavio, junto com a vela e o pentáculo, de
modo que se possa transportar tudo ao cômodo conjugal.
Execução
Acender a vela e entrar no cômodo que desejamos encantar, compro-
vando que esteja perfeitamente fechado e iluminado apenas pela chama
O encantamento de unidade
da Távola Redonda
Os famosos cavaleiros do rei Artur faziam um juramento de lealdade,
defesa dos fracos, luta contra a opressão e a maldade, e busca pelo Santo
Graal, que, segundo a tradição celta, era um pequeno cálice que continha
toda a sabedoria ancestral (a versão do cristianismo o venera como a taça
que Jesus utilizou na Última Ceia). Ao formar-se a irmandade dos cavalei-
ros, o mago Merlim presenteou Artur com uma simples mesa de madeira,
grande o bastante para que todos os paladinos se reunissem em torno dela.
A mesa, ou Távola Redonda, estava carregada de magia, proveniente
das tábuas de carvalho do bosque de Brocelândia e devido a seu formato
circular. O círculo é uma figura de grande poder astral na tradição drui-
da e uma das representações da Divindade que está presente no pentá-
culo e em outros símbolos rituais, assim como nas danças sagradas das
druidisas. Seu poder regia fundamentalmente a unidade e a solidarieda-
de, que transmitiu àquele lendário grupo de cavaleiros.
Hoje em dia, já não lutamos contra dragões nem resgatamos donzelas,
mas a união e a solidariedade dos seres humanos continuam sendo essenciais
para nos sentirmos seguros e confiantes em um mundo difícil. A magia Wic-
ca utiliza uma variante do encantamento de Merlim, que é muito efetiva para
manter ou recuperar os sentimentos de unidade em grupos como a família,
os amigos, equipes de trabalho, companheiros de estudo, vizinhos etc.
No princípio, o feitiço não servia para as relações de casal, mas sim
para grupos de mais de três membros, entretanto, algumas bruxas moder-
nas o recomendam também com êxito em distanciamentos sentimentais
e conjugais.
Ingredientes
São eles:
• algumas folhas secas de oliva;
• um punhado de incenso;
• uma pitada de sal;
• um pinha de pinheiro.
Condições
É aconselhável realizar o feitiço na hora do entardecer de um dia,
cuja data seja um número par, de preferência de um só dígito (2, 4, 6, 8).
Uma hora antes devemos pensar nas pessoas com quem desejamos nos
manter unidos e nos concentrarmos na necessidade de que isso de fato
aconteça.
Preparação
O ideal é dispor de uma pequena mesa redonda de madeira, que então
utilizaríamos no lugar da cartolina. Se não for possível, traçaremos nela
um círculo, da maneira mais perfeita possível. Usar uma mesa circular
ajuda, mas o importante é a concentração e a fé ao realizar o feitiço.
Variante 1
Se dispusermos de uma mesa redonda: colocá-la na frente do altar e
utilizá-la em vez dele, que só deverá ficar com os elementos permanen-
tes. Se quiser preservar a superfície da mesa, coloque pratos ou descanso
de copos sobre os quais apoiar as velas. Em seguida, proceder como in-
dicado na variante 2.
Variante 2
Se utilizarmos um círculo desenhado: coloca-se a cartolina com o cír-
culo sobre o altar, cuidando para que fique bem esticada. Depois, colo-
ca-se a vela azul no centro e as velinhas brancas formando um círculo
ao seu redor. Uniremos as velas com o cordão, formando um laço sobre
a base e passando à velinha seguinte. Em frente, fora do círculo, posi-
cionamos o defumador com o incenso e as folhas de oliva. À esquerda,
colocamos um montinho de sal, e, à direita, a pinha.
Ingredientes
São eles:
• 2 velas brancas;
• 1 rosa branca;
• 1 rosa vermelha;
• 1 correntinha de ouro;
• 1 ramo de visco;
• 1 folha de papel-pergaminho.
Elementos
São eles:
• o pentáculo;
• 1 espelho redondo de parede;
• 1 pedra média;
• e… sua Excalibur.
Condições
A mais importante é madrugar, já que devemos finalizar o feitiço, se
possível, recebendo a primeira luz do sol. Pode ser feito em qualquer dia
do ano, desde que a data não seja 9, 13 ou 27.
Preparação
Ao levantar, vestiremo-nos com a túnica ou a roupa que usamos ha-
bitualmente para oficiar, sem usar nenhum adorno nem objeto de metal.
Não se deve ingerir alimentos sólidos, mas é permitido beber café, chá
ou suco de frutas.
Colocamos o pentáculo no altar contra a parede, ou por outro meio
que o sustente na posição vertical. Depois, posicionamos horizontal-
mente o espelho, que simboliza o lago, de forma que parte do pentáculo
se reflita nele. Sobre o espelho, na borda mais próxima, colocamos a pe-
dra e, em cima dela, a sua Excalibur, ao redor da qual teremos enrolado
a corrente de ouro em várias voltas.
Pentáculo
Espelho
Velas
Pedra e
Rosa branca Rosa vermelha
Excalibur
Execução
Devemos nos concentrar durante um minuto olhando para a Excali-
bur e pensando na necessidade de ajuda e proteção. Depois, acendemos
as velas com um palito de fósforo. A casa deve ficar iluminada apenas
por elas e, se possível, pela luz do amanhecer.
Esticar, então, a mão direita com os dedos unidos até a rosa vermelha,
concentrando o olhar na chama da vela, e fazer este pedido:
Poderes e energias
da magia druida
Domingo
O primeiro ou último dia da semana, dependendo da tradição cultu-
ral que consideramos ao utilizar o calendário; para os celtas, o domingo
era um dia regido pelo Sol, que conferia toda sua força ao ouro. Com
ambos, podemos realizar feitiços ou conjuros dedicados à obtenção de
boa fortuna, bem-estar material e boas esperanças.
Segunda-feira
O que para nós é o primeiro dia de jornada de trabalho depois do des-
canso semanal, para os druidas era considerado um dia essencialmente
doméstico e familiar, no qual a prata emitia as melhores vibrações sob
a regência da Lua. Era a ocasião para invocar a Grande Deusa lunar e
oficiar atos mágicos com o objetivo de favorecer a paz familiar, a femini-
lidade, a fertilidade, a gravidez e os nascimentos.
Quarta-feira
Ponto médio da semana, esse dia era vinculado por druidas e druidi-
sas ao planeta Mercúrio, do qual provém seu nome latino (Mercurii Dies)
e o do metal que rege esse dia. Na quarta-feira realizavam-se os atos má-
gicos que favoreciam a comunicação e o entendimento entre as pessoas
e a proteção aos viajantes. Em sua vertente criativa, Mercúrio estimulava
a imaginação dos artistas e dos poetas.
Quinta-feira
Regido pelo grande deus dos astros, Júpiter, os celtas dedicavam esse
dia à celebração de acordos e contratos consagrados pelos druidas, fa-
zendo com que ambas as partes bebessem vinho da mesma taça de co-
bre. O metal recebia as potentes energias do distante planeta regente, que
também favorecia a boa saúde e o cumprimento dos desejos.
Para os fãs de cinema, no filme 2001, Uma Odisseia no Espaço, o astro-
nauta protagonista atravessa, durante uma viagem a Júpiter, as barreiras
que o levam a outras dimensões do universo.
* O nome dos dias da semana em latim e em várias línguas neolatinas faz men-
ção direta aos nomes de planetas; no caso, a terça-feira era chamada de Martis
Dies.
Sábado
Segundo a tradição bíblica, dia dedicado a Deus e ao descanso; os celtas
acreditavam que este dia era regido por Saturno, ou Cronos, deus grego do
tempo. Seu metal favorável é o chumbo, cujas vibrações protegem as dis-
tintas etapas da vida, e os lares e bens que estiverem sob risco de perda.
Terra Água
Fogo Ar
O arco-íris mágico
Os celtas sentiam uma grande veneração pelo arco-íris, que conside-
ravam uma visualização das vibrações astrais que pairavam sobre a terra
e impregnavam a natureza. Atribuíam a cada uma de suas tonalidades
uma série de virtudes e poderes que eram empregados pelos druidas e
druidisas nos encantamentos e rituais. Sabiam também que a luz e o
fogo, em sua maior intensidade, alcançavam o alvo da perfeição cósmi-
ca, e que as sombras mais densas e os poços mais profundos não tinham
outra cor que não o negro, um augúrio de perigo e destruição. Assim, o
poder das cores impregnava os elementos naturais que as retinham, ou
era transmitido aos objetos, adornos e utensílios pintados com eles.
A seguir, enumeraremos os principais poderes energéticos da magia
cromática dos celtas. Devemos advertir que nem sempre a cor era usada
diretamente nos atos de magia sobre assuntos que influenciava, pois às
A RECUPERAÇÃO DO FOGO
Não é fácil entender por que os celtas atribuíam ao fogo o
símbolo de um báculo ou cajado de madeira. Uma explica-
ção possível é que houvesse chegado até eles um belo mito
grego que conta como os homens perderam o fogo e depois
o recuperaram. O mito conta que Zeus, cansado da soberba
da espécie humana, tomou-lhes o fogo. Prometeu, pai da
humanidade, compadeceu-se por seus filhos, que passavam
frio e comiam carne crua e, por isso, pediu a sua protetora,
a deusa Atena, que o ajudasse. Ela o fez entrar às escondidas
no Olimpo, onde o herói pegou algumas brasas do carro do
sol e as ocultou em uma vara oca que levava como bastão.
Assim, os homens puderam recuperar o fogo. E talvez esteja
aí a relação do fogo com o cajado.
Segurança e proteção
A vida nos povoados celtas era rodeada de riscos e ameaças, tanto de
fenômenos naturais quanto de espíritos malignos, animais ferozes ou
assalto de tribos inimigas (e, mais tarde, dos romanos). Os druidas pre-
paravam amuletos e encantos protetores com estes elementos naturais:
ramos ou folhas de louro ou avelã, ervas como o funcho e o alecrim,
dentes de alho e réstias de cebolas.
Algumas dessas proteções talismânicas foram adotadas mais tarde
na Transilvânia e em outras regiões da Europa central para afastar os
vampiros e os lobisomens.
Abundância e riqueza
O bem-estar material de um celta ou de sua tribo dependia da sorte
na caça ou na pesca e das conquistas em guerras, que lhes possibilitavam
se apoderar de algum butim. Tal abundância material se evidenciava nos
objetos pessoais e domésticos refinados ou em arreios de combate e nos
cavalos. Os druidas favoreciam a obtenção dessas fortunas por meio de
preparados de ervas que incluíam, entre outras: sálvia, valeriana, pimen-
ta-branca, folhas de cedro ou madressilva, gengibre e, como componente
não vegetal, o mel de abelhas.
Os magos herboristas atuais continuam dando importância a tais
componentes em suas tisanas e filtros para promover e proteger a for-
tuna material.
Amor e paixão
A ideia do amor romântico e da força da paixão amorosa era um ele-
mento importante na cultura celta, como podemos ver nas histórias dos
cavaleiros da Távola Redonda e no romance proibido de Sir Lancelote
com a rainha Guinevere. Os jovens apaixonados (e os não tão jovens)
pediam aos druidas e druidisas que lhes preparassem filtros e poções
para favorecer seus desejos. A magia natural empregava elementos à base
de ervas e frutas, como a lavanda, o manjericão, o aneto, o tomilho e a
flor de jasmim, assim como o costume de compartilhar em pequenas
mordidas uma maçã ou pêssego recém-colhidos e com casca.
Fertilidade e gravidez
A concepção e seu bom fim eram fundamentais para os celtas, que,
como vimos antes, não vacilavam em se casar com mães solteiras para
assegurar a descendência. A magia tinha papel essencial no que conside-
ravam o dom mais milagroso da natureza, que permitia a continuidade
de linhagens e gerações. Seguindo uma lógica simbólica, os encantamen-
tos de fertilidade utilizavam principalmente sementes, flores e frutos do
meio vegetal, como pétalas de gerânios, jasmins e papoulas, grãos de
mostarda e preparados com figos, pêssegos ou ameixas.
A magia druida deu excelentes resultados no que se refere a esse as-
sunto, pois os celtas chegaram a ser uma das etnias mais fecundas e po-
pulosas na Europa em seu tempo.
Alegria e felicidade
Como toda comunidade humana, os celtas aspiravam à felicidade e
ao desfrute da vida com alegria e bom humor. A recente recuperação de
músicas e danças celtas mostra um povo festivo e jovial, que vivia em
harmonia consigo mesmo e com o entorno natural. A magia dos druidas
tinha papel essencial no sentido de exortar os deuses a manter ou recu-
perar essa feliz vitalidade por meio de encantos que empregavam diver-
sas ervas. Entre as mais utilizadas estavam a manjerona, o espinheiro, o
jacinto, a nêpeta e a celidônia, ou erva das andorinhas.
Em geral, com os componentes se preparavam tisanas para os que
sofriam do que hoje chamaríamos de depressão ou angústia, ou para
reconfortar quem tivesse sofrido uma perda ou um revés doloroso. Nas
celebrações rituais preparavam-se grandes caldeirões, dos quais todos
bebiam para prevenir a tristeza e o desassossego.
Valor e força
Tanto nos frequentes combates quanto nas tarefas cotidianas, na na-
vegação, na caça, na pesca ou na luta contra as feras, os celtas tinham de
Instrumentos da magia
Uma boa bruxa moderna não pode nunca se esquecer de ter estantes
repletas de materiais dos quais possa dispor para realizar seus feitiços.
O REI AUSENTE
O diamante, considerado eternamente o rei das joias, foi cobi-
çado desde a mais remota antiguidade por sua raridade e valor.
Ainda em estado bruto e sem polimento, foi consagrado por
diversas culturas orientais como um talismã de assombrosos
poderes mágicos. Contudo, não foi esse o caso dos celtas, que
não o incluem em sua gemologia mágica. Talvez por não co-
nhecê-lo, já que se extraia quase exclusivamente da África do
Sul e não foi talhado como joia antes do final do século XV. A
magia Wicca o incorpora às vezes com virtudes semelhantes
às que os druidas atribuíam à esmeralda.
Cores quentes
São cores magnéticas que simbolizam o sol e o fogo. Seu calor intenso
nos transmite vitalidade, paixão, força, fertilidade, boa saúde física, su-
cesso econômico, rapidez, calor, primavera e verão. Os principais grupos
são os seguintes:
• vermelho: força e paixão;
• rosa: amor, romantismo;
• amarelo: intelecto, saúde, dinheiro;
• laranja: ideias, projetos e tudo que tenha a ver com a criatividade.
Cores frias
São cores elétricas que, por serem frias, nos transmitem influências
da noite, das águas e também de calma e dos aspectos mais espirituais de
nós mesmos: o carma, o passado etc. Agrupam-se da seguinte forma:
• azul: assuntos jurídicos e relacionados com a mente e o intelecto;
• anil: aspectos místicos e espirituais, o equilíbrio vital;
• violeta: projetos, estudos, provas etc.
Cor neutra
A grande cor neutra é o verde. Essa cor nos transmite tanto as coisas
materiais como as sentimentais, e podemos trabalhar em ambas as dire-
ções. Para as conquistas econômicas, a prosperidade e o sucesso em ge-
ral, por um lado; por outro, em tudo que esteja relacionado com o amor
de casais, amigos, familiares, animais de estimação etc.
Os encantamentos
tradicionais da magia celta
Os 33 temas tradicionais
Elementos básicos
Uma vela verde, pedra de esmeralda ou azeviche, mel, óleo de amên-
doas, ervas frescas.
Encantamento tradicional
Acender no altar a vela mestra branca e de cada lado duas velas verdes
do mesmo tamanho. Colocar na frente a pedra escolhida, rodeada de
ervas frescas (menta, sálvia, valeriana etc.). Untar a frente com mel ou
óleo de amêndoas e pronunciar o seguinte conjuro:
ADIVINHAÇÃO
Ainda que eles existam, não é fácil hoje em dia converter-se em um
autêntico adivinho. O objetivo do encantamento é favorecer nossa capa-
cidade de prever e antecipar o que pode ocorrer, o que corresponde tanto
a “pressentimentos” como a uma inteligência desperta e atenta.
Encantamento tradicional
Colocar a correntinha no pescoço e segurar a gema com a mão es-
querda. Deitar-se no solo com as velas acesas de cada lado do torso, a
azul à esquerda e a amarela à direita. Colocar a pimenta na ponta da lín-
gua e relaxar durante alguns minutos. Depois, concentrar-se no assunto
cuja previsão o preocupa.
ALEGRIA
Sob esse título podem-se abarcar os desejos de bem-estar, a anima-
ção, o desfrute da vida e o experimentar e compartilhar momentos agra-
dáveis. Os druidas empregavam esse encantamento para animar as fes-
tas anuais ou as celebrações familiares, mas também para estimular os
que se sentiam solitários ou deprimidos.
Elementos básicos
Uma vela vermelha, pedra de ágata ou rubi, uma dúzia de jacintos,
um torrão de açúcar, uma fita ou cordão azul.
Encantamento tradicional
Acender a vela e colocar diante dela a gema escolhida, rodeando as
duas com a fita ou o cordão azul. Depois, traçar um círculo ao redor
com as flores de jacinto. Abrir amplamente os braços em cruz e, olhando
fixamente para a chama, recitar o seguinte conjuro:
Amizade
Os celtas valorizavam muito especialmente a amizade, que conside-
ravam o afeto mais sublime e puro. Esse sentimento que une as pessoas
sem distinção de sexo ou idade é, ao mesmo tempo, exigente e delicado,
por isso os druidas o protegiam com um encantamento tão eficaz quan-
to simples, relacionado à magia por ingestão.
Elementos básicos
Um lenço amarelo, um limão pequeno, duas folhas de louro, um fio
de cobre.
Encantamento tradicional
Colocar as folhas de louro sobre o limão, prendendo-as com o fio de
cobre. Envolver com o lenço amarelo e dar um nó para formar um amu-
leto. Colocá-lo durante três noites debaixo do travesseiro. Depois, abrir
o limão, espremê-lo e fazer com que o amigo ou a amiga consuma o suco
(em uma bebida, salada etc.).
AMOR
Desde tempos imemoriais o amor tem sido o tema que dá maior ocu-
pação e prestígio a bruxas e feiticeiros. A magia celta contém numerosos
encantamentos relacionados a esse sentimento essencial à vida, depen-
dendo dos distintos problemas e propósitos. O que aqui escolhemos se
vincula ao amor romântico, entendido como um sentimento nobre e
profundo que aspira uma união duradoura com a pessoa amada.
Elementos básicos
O pentáculo, uma vela azul, alguns grãos de anis, duas rosas cor-de-
-rosa, uma pedra de âmbar ou safira, uma maçã cortada em metades
(antes de começar, cortar uma metade da maçã em sete pedaços e colo-
cá-los em uma tigela).
Encantamento tradicional
No altar, colocar a vela no centro do pentáculo e a gema no vértice
superior. Posicionar as rosas nos vértices laterais e colocar a meia maçã
na frente, fora do pentáculo, espalhando sobre ela os grãos de anis. Dei-
xar a tigela com os pedaços ao alcance da mão esquerda. Acender a vela,
colocar a mão direita sobre o coração e recitar este conjuro:
Atração
Possivelmente, o que um celta considerava atraente não é a mesma
coisa que pode atrair as pessoas que o interessam hoje. Mas a atração
que provocamos nos outros consiste em uma intangível combinação de
qualidades externas e internas e, sobretudo, na forma de manifestá-las e
expressá-las. Não se trata, portanto, de um encantamento que nos torna-
rá belos ou lindos, mas sim de um toque mágico para ressaltar nosso en-
canto e nos conferir um ambíguo magnetismo que pode ser fascinante.
Elementos básicos
Um anel de ouro, um espelho de mão, uma rosa vermelha, um colar
ou diadema natural de flores silvestres, uma tigela com água da chuva.
Encantamento tradicional
Este conjuro deve ser oficiado ao ar livre, ou pelo menos em um lugar
de onde possamos ver a lua e receber sua luz, preferivelmente descalços;
vestir a túnica, se tivermos uma, ou roupas largas e soltas de cor clara.
Colocamos a diadema ou colar de flores e o anel no dedo anular da mão
esquerda. Deixar a tigela com água a nossos pés e segurar o espelho com
a mão direita. Direcioná-lo com o braço estendido para a lua, para que
reflita sua luz, e recitar este conjuro:
CONHECIMENTO
O conhecimento era, para os celtas, o pote de ouro que conduzia à sa-
bedoria. Compreender nós mesmos, os outros e o mundo que nos rodeia é
a base fundamental que nos permitirá alcançar outros planos do espírito
e o domínio das distintas dimensões da realidade. Os druidas reuniam
esses conhecimentos e os transmitiam aos discípulos por meio de um dos
dois caminhos fundamentais: o primeiro é o aprendizado e o estudo. O
segundo é a própria experiência, pessoal e intransferível, da qual mais aju-
da necessitamos para extrair novos e autênticos conhecimentos.
Elementos básicos
O Livro das Sombras (ou um papel-pergaminho), caneta azul, uma
vela amarela e outra azul, a varinha mágica, uma gema de ametista ou
topázio, cálice ou taça de prata, um pouco de vinho branco, um punha-
do de grãos de café.
Encantamento tradicional
Colocar o livro ou o papel-pergaminho aberto sobre o altar, prenden-
do a folha com a gema escolhida. Posicionar a vela amarela à esquerda
Mens lucenti
e abaixo:
Abracadabra / Arbadacarba.
Segurar a varinha mágica e tocar com ela a vela amarela, pedindo lu-
cidez para conhecer e compreender as pessoas; tocar a vela azul, pedindo
sagacidade para interpretar os fatos da realidade; tocar o que acabou
de ser escrito, pedindo clarividência para alcançar os arcanos transcen-
dentes. Ler em voz alta as palavras do conjuro e em seguida espalhar os
grãos de café sobre a página escrita. Tomar o cálice com ambas as mãos,
concentrando-se na obtenção do pedido, e elevá-lo à frente, entre as duas
velas; depois, girar em direção ao nascente do sol e elevar o cálice sobre
a cabeça, repetindo mentalmente as palavras do conjuro.
Voltar a se posicionar diante do altar, oferecer uma vez mais o cálice
e beber sete goles de vinho com os olhos fechados. Sentir que a cada gole
aumentam as vibrações que invadem nosso ser.
Criatividade
Não somente os poetas e os artistas necessitam utilizar sua criativi-
dade; também os outros mortais precisam dela em distintos momentos
da vida para encontrar soluções ou novas ideias que possibilitam a evo-
lução. Pode se tratar de um bloqueio às aspirações, como um trabalho
ou negócio que não vai bem, ou até mesmo uma relação afetiva que
requeira novidades e surpresas. A criatividade é a imaginação posta a
serviço de um propósito concreto, com a ajuda da intuição e da cen-
telha inventiva que pode parecer coisa de magia. E é disso mesmo que
se trata.
Encantamento tradicional
Colocar o símbolo escolhido no centro do pentáculo e cobri-lo com
as folhas de angélica. Situar a vela mestra no vértice superior; a vela ver-
melha, no inferior esquerdo; e a azul, no direito. Colocar o lenço ama-
relo sobre a cabeça, sem dar nenhum nó, e deixar ao alcance da mão a
gema e a noz-moscada.
Acender as três velas; primeiro a mestra, depois a vermelha e, em se-
guida, a azul. Segurar a gema com as duas mãos, sustentando-a com os
dedos esticados e juntos, como em atitude de oração. Estender os braços,
levando as mãos em direção à vela mestra, e pronunciar este conjuro:
DECISÕES
Durante temporais, invasões e epidemias que afligiam o povo celta,
os druidas agiam como verdadeiros “dirigentes”, tendo de decidir rapi-
damente o que seria mais adequado. Com sua grande sabedoria, recor-
Elementos básicos
Uma pedra de ágata, um báculo ou bastão de madeira natural, um
laço amarelo.
Encantamento tradicional
É importante sempre realizar a invocação ao ar livre, em um lugar o
mais aberto e solitário possível. Apoiar o bastão verticalmente no chão e
atar nossa mão esquerda a ele com a fita amarela dando um laço (não é
necessário dar um nó). Colocar a ágata na palma da mão direita e apoiá-la
com firmeza no centro da testa para que a gema atue como “terceiro olho”.
Depois, pronunciar em voz baixa ou mentalmente esta invocação:
DINHEIRO
Diz uma bruxa amiga minha que dinheiro não traz felicidade, mas
acalma os nervos. Ironia à parte, é certo que problemas financeiros são
uma das causas mais frequentes das preocupações, angústias e depres-
sões que afetam a vida cotidiana. Os celtas às vezes também tinham dí-
vidas ou andavam escassos de fundos e recorriam aos druidas para que
lhes preparassem o “amuleto das três moedas”. Hoje podemos usar esse
ancestral recurso mágico, desde que atendamos a duas condições: ter
realmente um problema financeiro e não pedir mais do que o necessário
para sair do apuro e poder recomeçar sem angústias.
Elementos básicos
Chama votiva, a varinha mágica, uma esmeralda ou outra pedra verde,
uma toalha ou caminho de mesa vermelho, um punhado de pimenta-negra,
três moedas de distinto valor (por exemplo, 1 real, 50 e 25 centavos), um sa-
quinho de pele de camurça ou, melhor ainda, de javali ou porco selvagem.
Encantamento tradicional
Retirar todos os elementos do altar e cobri-lo com o caminho de
mesa vermelho. Colocar no fundo e ao centro a chama votiva para que
presida à sessão e a proteja. No meio do caminho de mesa formar, com as
três moedas, os vértices de um triângulo equilátero e colocar no centro a
esmeralda ou gema escolhida. Pegar a varinha entre o polegar e o indica-
dor da mão direita e fazer passes horizontais sobre o triângulo mágico,
repetindo sete vezes esta frase:
O imprescindível e o necessário.
Elementos básicos
Uma gema de ametista ou rubi, uma vela laranja e outra amarela, a figu-
ra de um losango, uma rosa branca, defumador com incenso, um punhado
de menta, um pouco de açafrão (o losango deve ser desenhado previamen-
te sobre uma cartolina, grande o suficiente para realizar o encantamento).
Encantamento tradicional
Primeiro acender o defumador para que o ar seja impregnado com o
aroma do incenso. Colocar o losango sobre o altar e, no centro, a gema
escolhida. No vértice superior, a menta e o açafrão, e, no inferior, a rosa
branca. Colocar a vela laranja no vértice esquerdo e a amarela no direito.
Acender as velas, concentrar-se e recitar o seguinte conjuro:
DÚVIDAS
De algum modo, o encantamento do tema Discernimento ajuda a
dissipá-las, e o do tema Decisões ajuda a deixá-las para trás. Mas há
certas dúvidas que não dependem apenas do bom discernimento e da
capacidade de decisão, porque se situam em planos superiores ou mais
profundos da existência. Os druidas tinham um feitiço pessoal para en-
contrar a solução para essas dúvidas transcendentes, ou pelo menos para
orientar e enriquecer a meditação sobre elas. A execução é bem simples
e não requer muito tempo.
Elementos básicos
Uma gema pequena de ametista ou lápis-lazúli (pode ser um anel
ou um pingente), uma esteira azul ou rosa, um lenço de cor violeta ou
púrpura, um defumador de perfume com uma barrinha de aroma de
sândalo, duas metades de limão, um prato.
Encantamento tradicional
Acender a barrinha de sândalo e verificar se queima bem. Introduzir
a gema no centro de uma metade de limão, de forma que fique dentro
dele, e colocar ambas as metades no prato. Estender-se de costas sobre a
esteira com as pernas bem esticadas, segurando o prato e o lenço com a
mão esquerda. Deixar o prato sobre o peito, à altura do abdôme. Pegar
a metade do limão que tem a gema e colocá-la com o lado cortado para
baixo no centro da testa. Cobrir a cabeça com o lenço, inclusive o limão,
até a altura das cavidades nasais.
Nessa posição, relaxar aspirando o aroma do sândalo e permanecer sete
minutos meditando profundamente sobre as dúvidas que desejamos dissi-
par. Algumas bruxas modernas aconselham espremer a metade do limão
que não tiver sido manipulada e beber o suco exatamente ao meio-dia.
Elementos básicos
Vela mestra, pentáculo, duas velas vermelhas, um objeto de ferro, um
punhado de terra, algumas folhas de carvalho, cinco nozes fechadas e
três pedaços de pão de centeio em uma tigela de barro.
Encantamento tradicional
Colocar a vela mestra no vértice superior do pentáculo e as duas velas
vermelhas nos vértices laterais. Deixar no centro o objeto de ferro, co-
brindo-o com a terra e as folhas de carvalho. Fechar o pentáculo dispon-
do as cinco nozes em fileira entre os dois vértices inferiores. Deixar em
frente à tigela com o pão, ao alcance das mãos.
Acender as velas nesta ordem: mestra, esquerda e direita. Concen-
trar-se no triângulo mágico que forma as três chamas e depois no poder
do ferro, da terra e do carvalho, procurando perceber o intercâmbio de
vibrações dentro do triângulo. Relaxar um momento seguindo a fileira
de nozes energéticas, primeiro da direita para a esquerda e depois no
sentido contrário, enquanto comemos o primeiro pedaço de pão. Levan-
tar a cabeça, fechar os olhos e recitar o seguinte conjuro:
ENTENDIMENTO
Entendimento é uma qualidade da inteligência que nos permite refle-
tir e compreender as coisas. Em seu lento avanço através de toda a Euro-
pa, os celtas encontravam novas paisagens e situações que necessitavam
entender para que pudessem atuar sobre elas. Por isso seus líderes, além
de grandes guerreiros, eram muitas vezes homens inteligentes e sábios,
dotados de grande capacidade de raciocínio e compreensão. A magia
druida propiciava essas qualidades por meio de encantamentos como o
que explicaremos a seguir.
Elementos básicos
Uma gema de ametista, um defumador com incenso, uma vela azul-
-celeste, três azeitonas pretas, uma fita amarela.
Desejo entender
com todo o meu ser.
Desejo compreender
para responder.
Com raciocínio
saberei que não minto.
ENTUSIASMO
É a força que nos impulsiona a realizar nossos objetivos e nos ajuda
a fazer com que os outros nos acompanhem nessa iniciativa. Os celtas
a utilizavam para se animar no combate ou nas expedições de caça ou
pesca; hoje podemos invocá-la para propósitos não tão rudimentares,
embora não menos apaixonantes. Escolhemos um feitiço em forma de
talismã, que nos permite tê-lo conosco em todo momento e, sobretudo,
transmitir suas vibrações entusiastas aos outros.
Elementos básicos
Vela mestra, uma vela laranja menor, uma pedra de quartzo, um
pedaço pequeno de papel-pergaminho (do tamanho de um cartão de
visita), um marca-texto vermelho, um pouco de pimenta-caiena, 13 se-
mentes de erva-doce, um saquinho de tecido natural.
Encantamento tradicional
Colocar a vela mestra no centro do altar e a vela laranja uns três dedos
à frente, de forma que ambas fiquem alinhadas. Depois, organizar as 13
sementes de erva-doce em um círculo diante de nós. Acendemos as velas,
colocamos o cartão de pergaminho dentro do círculo e nos concentramos
por um momento nas duas luzes verticais. Em seguida, escrever no perga-
minho, com letras maiúsculas, as seguintes palavras: sursum corda.
Colocar a pedra de quartzo sobre o que escrevemos, abrir os braços
para trás, levantar a cabeça e exclamar em voz alta o seguinte conjuro:
Elementos básicos
Chama votiva, uma vela azul pequena para cada membro da família em
sentido amplo (incluindo o executante), uma gema de esmeralda ou jade,
um xale de cor azul-clara, um pote pequeno com gerânios brancos, um
cálice ou tigela de prata com água da chuva, uma tigela com três figos.
Encantamento tradicional
Colocar a chama votiva na parte inferior do altar para presidir o fei-
tiço. No centro, colocar o gerânio, enterrando a gema no pote, e, em
frente, as velas azuis em uma fileira horizontal. Ao alcance das mãos, à
esquerda, o cálice com água, e à direita a tigela com os figos. Colocamos
o xale sobre os ombros, com as pontas para trás, acendemos a chama vo-
tiva e esperamos um momento, em concentração, preparando-nos para
o ritual. Depois, acendemos uma a uma as velas azuis, pronunciando, ao
fazê-lo, o nome de cada pessoa que representam.
Pegar um figo e colocá-lo em frente ao altar, segurando-o entre os
dedos da mão direita, e pronunciar mentalmente ou em voz baixa:
FERTILIDADE
Os casais celtas se casavam muito jovens para assegurar a fertilidade
e ter vários filhos que continuariam a linhagem. A esterilidade era causa
de vergonha e vexame social, já que se acreditava que os deuses castiga-
vam com ela alguma ação ruim de um ou ambos os esposos. Por isso, os
matrimônios que não podiam procriar rogavam aos druidas, que inter-
cediam em favor da fertilidade. Na sociedade atual, já não parece tão im-
portante ter filhos, mas muitos casais sofrem o drama de desejá-los e não
consegui-los. Talvez dê resultado recorrer ao “amuleto dos três metais”,
que druidas e druidisas utilizavam para incentivar a gravidez.
Elementos básicos
Vela mestra, um objeto de cobre, um de prata e outro de ferro, três
sementes de jasmim, sete grãos de trigo e nove caroços de uvas pretas,
um pano branco de linho ou de tecido, uma tigela de madeira com 100
ml de leite integral e outra com um punhado de terra, e um saquinho de
couro ou de tecido natural.
HARMONIA
Essa é uma qualidade imprescindível em vários aspectos fundamentais
da vida, como amor, amizade, trabalho, estudos, convivência, vínculos
conjugais ou familiares e a relação que mantemos conosco e com os ou-
tros. Por isso, a harmonia pode ser considerada algo anterior ou comple-
mentar à conquista de diversos propósitos por meio da magia celta.
Elementos básicos
A chama votiva acesa, uma vela azul-celeste e outra branca, um ob-
jeto pequeno de prata, um defumador com incenso, uma lasquinha ou
vareta de combustão fácil, uma dúzia de jasmins brancos, uma esteira de
fibra natural (cânhamo, lã, linho etc.).
Encantamento tradicional
Sentar-se sobre a esteira com as pernas cruzadas, e colocar na frente a
chama votiva e, de cada lado, uma vela, bem juntas. Rodeá-las com um cír-
culo de jasmins. À frente do círculo, posicionar o defumador com incenso.
Acender as velas com a chama votiva usando a vareta e depois colocá-la no
defumador para queimar o incenso. Pegar o objeto de prata entre os dedos
da mão direita e estendê-lo à frente. Recitar mentalmente:
INTUIÇÃO
Diz-se que a intuição é um dom mais frequente e aguçado nas mu-
lheres, talvez porque no mundo antigo elas cumprissem as funções de
profetisas e adivinhas. Contudo, os celtas distinguiam entre a clarivi-
dência, qualidade excepcional reservada somente a algumas druidisas
e druidas, e a intuição, atitude natural que todos possuímos e podemos
desenvolver e melhorar. Para isso, basta um toque de magia, como o
conjuro anual que passamos a explicar.
Elementos básicos
Pentáculo, vela mestra, duas velas azuis, uma vermelha e outra ama-
rela, uma pedra de ágata, ametista ou lápis-lazúli, uma rosa branca e
uma tigela de cobre ou bronze com água da chuva.
Encantamento tradicional
Colocar as velas nos vértices do pentáculo: a mestra no superior, as
duas azuis nos inferiores, a vermelha na lateral esquerda e a amarela na
direita. Colocar no centro a gema, a tigela com água entre as duas velas
azuis, e deixar a rosa ao alcance da mão. Acender primeiro a vela mestra
e depois as outras, em sentido horário.
Concentrar-se por um momento nas cinco chamas e seus reflexos sobre
a gema, até o momento exato da meia-noite. Depois, pegar a rosa e segurá-la
com ambas as mãos sobre o peito, pronunciando o seguinte conjuro:
LIBERAÇÃO
Devemos entender este tema como a liberação de um peso ou atadura
que nos oprime ou impede de avançar na conquista de nossos propósi-
tos. Os druidas celtas o consideravam assim e realizavam o feitiço libe-
rador apenas sob duas condições: a primeira, que existisse uma situação
pessoal de opressão, fosse física ou psíquica, de origem externa ou inter-
na; a segunda, que, para se liberar da opressão, não haveria dano a outra
pessoa ou ser vivo, nem se prejudicaria o grupo ou a comunidade. Assim
o trata também a magia Wicca, que recuperou e adaptou o seguinte en-
cantamento de liberação.
Elementos básicos
Pentáculo invertido, vela mestra, outras duas velas brancas, três den-
tes de alho, um pequeno boneco de pano, um cordão preto, agulha ou
alfinete de prata.
Liderança
Às vezes por vocação própria e outras em razão das circunstâncias, nos
vemos no papel de líderes de um grupo ou atividade. A coisa nem sempre é
tão gratificante como parece, e exercer a liderança requer muitas capacida-
des mentais e espirituais para alcançar a aceitação e o reconhecimento dos
outros. Os druidas prestavam atenção especial à promoção da integridade
Elementos básicos
Chama votiva, uma vela amarela, uma moeda ou medalha de ouro,
uma pedra de âmbar, um lenço púrpura ou roxo escuro, um ramo de
louro e um cálice de prata com vinho espumante de boa qualidade,
como o espanhol Cava.
Encantamento tradicional
Colocar a chama votiva acesa no ângulo posterior direito do altar. No
centro, posicionar a vela amarela e, em frente, a gema de âmbar. Abrir o
lenço e colocar a moeda de ouro sobre ele, o cálice à esquerda e o ramo
de louro à direita, ambos ao alcance da mão.
Acender a vela amarela e concentrar-se para iniciar o feitiço. Envolver
a moeda de ouro no pano e segurá-lo com a mão direita sobre o abdôme,
recitando este conjuro:
Elementos básicos
Uma vela rosa, uma branca e outra amarela, uma gema de ágata ou
ametista, uma tigela de cobre, folhas de camomila e alfazema, sete amên-
doas com casca e um lenço vermelho.
Encantamento tradicional
Deve ser celebrado com três noites de antecedência do encontro ou
reunião: colocar a vela branca no centro do altar, a vela amarela à sua
esquerda e a vela rosa à direita. Na frente a gema, rodeada pelas sete
amêndoas. Estender o lenço vermelho diante do oficiante e posicionar a
tigela com as ervas em cima do lenço.
Acender as velas e concentrar-se por um momento nas chamas. Em
seguida, apoiar ambas as mãos sobre a gema, pensando profundamente
no objetivo que queremos alcançar. Depositar as amêndoas na palma da
mão esquerda e a gema, na da direita.
Estender os braços em direção às velas e recitar:
Segurar a tigela com ambas as mãos, elevá-la diante das velas e con-
cluir o conjuro:
PAIXÃO
Os celtas valorizavam a paixão no combate, no amor, no trabalho e
em todos os assuntos que pudessem ser enriquecidos com energia, esfor-
ço e dedicação. Mas conheciam também os perigos das paixões excessi-
vas e doentias. Por isso, costumavam recorrer aos druidas, cuja magia
podia insuflar-lhes o ponto exato de equilíbrio para que a paixão intensa
e vital não se convertesse em obsessão. Para acender esse fogo e mantê-lo
vivo, porém controlado, a magia celta recorria a uma poção carregada de
vibrações, cuja receita foi adaptada pelos mestres Wicca.
Elementos básicos
Uma vela vermelha, outra verde-clara, a varinha mágica, um caldei-
rão de ferro ou de bronze, um cálice ou tigela de barro cozido, uma vasi-
lha de madeira com água da chuva e os seguintes ingredientes: espinafre,
Encantamento tradicional
Primeiro passo (invocação): colocar à esquerda do altar a vela verme-
lha e, à direita, a vela verde. Pôr todos os ingredientes no caldeirão e
posicioná-lo entre as duas velas. Acendê-las e se concentrar na intensi-
dade da luz. Em seguida, segurar a varinha mágica; tocar primeiro a vela
vermelha, depois a verde, e em seguida apoiá-la sobre a tampa ou borda
do caldeirão. Pronunciar a seguinte invocação:
Elevar o cálice diante das velas e beber lentamente sete goles da po-
ção, sentindo que as vibrações preenchem nosso ser de paixão (o resto
da poção e dos ingredientes deve ser descartado; não utilizá-lo para ne-
nhuma outra finalidade).
PROSPERIDADE
O bem-estar material dos celtas era frequentemente ameaçado por
lutas internas e externas ou por catástrofes naturais. Após esses golpes,
muitas famílias e clãs ficavam em situação precária e precisavam se esfor-
çar para prosperar com o próprio trabalho e a ajuda dos deuses. Hoje, a
Elementos básicos
Um objeto de ouro, uma gema de esmeralda ou jade, uma tigela com
alguns grãos de arroz, trigo e aveia.
Encantamento tradicional
Levar a tigela a um local ao ar livre (pátio, terraço, sacada etc.) e dei-
xá-la no chão, ajoelhando-se perto dela. Colocar o ouro sobre o dorso da
mão direita e a gema sobre o dorso da mão esquerda. Uni-las por cima da
tigela com os dedos estendidos e concentrar-se profundamente no dese-
jo de prosperar, prometendo uma ação benéfica ao conquistar o objetivo.
Depois, fazer três passes mágicos sobre os grãos da tigela, cruzando pri-
meiro a mão esquerda sobre a direita, e vice-versa, em forma de X.
Segurar o ouro e a gema com a mão esquerda, levantar-se e apanhar a
tigela com a direita. Fazer uma inspiração profunda e atirar os grãos ao
ar com um amplo movimento circular do braço. Nos 13 dias seguintes,
levaremos conosco o ouro e a gema nas atividades que empreendermos
para tentar prosperar.
PROTEÇÃO
Talvez o sentimento mais angustiante que podemos sentir seja o de-
samparo. A falta de segurança diante das ameaças malignas empobrece
o sentido da vida e nos deixa à mercê dos acontecimentos. Por isso, des-
de tempos imemoriais, os seres humanos dirigem-se aos deuses rogan-
do por proteção, e elaboraram feitiços e amuletos para se defender das
vibrações negativas e dos espíritos do mal. Os celtas preservavam a si
mesmos e a seus lares recorrendo aos elementos naturais carregados de
poderosas vibrações protetoras contra as forças do mal.
Elementos básicos
O pentáculo, uma vela vermelha, um objeto de ferro, cinzas de lenha,
um rabanete, uma réstia de alho, um galho de bétula, um maço de aneto
e um saquinho de couro.
Encantamento tradicional
Colocar o pentáculo verticalmente no fundo do altar e diante da vela
vermelha. Posicionar na horizontal a réstia de alho e colocar em cima o
galho de bétula.
À frente, no centro, pôr o objeto de ferro e o cobrir com as cinzas. À
esquerda, posicionar o rabanete, e, à direita, o aneto. Acender a vela e se
concentrar na chama e nos elementos protetores que reunimos. Logo em
seguida, levantando os braços acima da cabeça, recitar o seguinte conjuro:
R AIVA
A raiva, ou ira incontrolável, nos ameaça de duas formas: quando
não podemos dominá-la ou quando somos vítimas da cólera de alguém
Elementos básicos
O pentáculo invertido, a vela mestra, uma pedra pequena de quartzo
ou de fluorita, um ramo de funcho seco e outro de manjerona, sete se-
mentes de limão, cinco avelãs com casca, incenso, porta-incenso, pano
de seda verde, um fósforo comprido.
Encantamento tradicional
Colocar a vela mestra no centro do pentáculo e o porta-incenso no
vértice que aponta para baixo. Colocar em seu interior o incenso e as
ervas secas. Estender o pano em frente, fora do pentáculo, e posicionar a
pedra no centro. Dispor de frente para ela as sete sementes de limão em
fileira, deixando certo espaço entre uma e outra. Nos espaços, colocar
as cinco avelãs. Com o fósforo, acender a vela mestra o e incenso. En-
quanto a vela queima e a fumaça aromática se eleva, colocaremos a mão
esquerda sobre a pedra e nos concentraremos profundamente no desejo
de afastar a própria cólera ou a de outra pessoa.
Uma vez consumido o incenso, esparramar as cinzas sobre a pedra,
envolver tudo com o pano e dar um nó, formando um saquinho que terá
efeitos talismânicos caso o levemos conosco e o deixemos próximo de nós
durante a noite. Para que atue sobre a outra pessoa, devemos escondê-lo
em algum lugar da casa dela, no local de trabalho ou onde habitualmente
permaneça por mais tempo.
RECUPERAÇÃO
Trata-se de um assunto amplo e bastante diverso, já que tanto pode
afetar um doente convalescente como quem está atrasado no trabalho
ou nos estudos, ou perdeu algum bem ou condição que o favorecia. O
Elementos básicos
Pentáculo, vela mestra, duas velas azuis e duas amarelas, um objeto de
ferro, a varinha mágica, três folhas de cedro, cinco de louro, sete avelãs, um
punhado de cevada, um lenço de cor lilás e um defumador com incenso.
Encantamento tradicional
Colocar a vela mestra no vértice superior do pentáculo e as outras nos
quatro vértices restantes, alternando uma amarela e uma azul. Posicio-
nar no centro o objeto de ferro. Abrir na frente o lenço amarelo, de frente
para o pentáculo, e colocar sobre ele as folhas de cedro e louro, as avelãs
e a cevada. Acendemos o defumador com incenso e nos concentramos
enquanto o aroma se expande. Depois, seguramos a varinha e a susten-
tamos com a ponta tocando o objeto de ferro. Então recitamos:
SAÚDE
Os druidas tratavam os males do corpo e do espírito com uma ampla
farmacopeia mágica, baseada nos poderes da natureza e na canalização das
vibrações astrais. Mas a preservação da saúde e a prevenção de sua dete-
rioração eram aspectos fundamentais da magia celta. Além da necessidade
prática de contar com braços fortes e corações resistentes em suas duras ta-
refas cotidianas, os celtas consideravam que um povo são agradava mais os
deuses e os motivava a lhes conceder dons maiores. Esse é um dos encanta-
mentos preventivos que empregavam com maior frequência e eficácia.
Encantamento tradicional
Previamente, colocar algumas folhas de cada erva na tigela, misturá-las
um pouco e salpicar a noz-moscada. Em cima colocar a gema escolhida.
Posicionar ao fundo e no centro do altar a chama votiva. Na frente,
colocar as três velas laranja formando os vértices de um triângulo mágico.
Colocar dentro dele a tigela com os elementos restantes, deixando à mão a
cebola e o dente de alho. Acender as três velas, da direita para a esquerda, e
concentrar-se em suas luzes. Depois, pronunciar o seguinte conjuro:
SENSUALIDADE
Sensual é tudo o que se relaciona com os sentidos corporais, em par-
ticular com a manifestação e o desfrute dos prazeres que eles nos pro-
porcionam. A sensualidade é, portanto, a expressão e manifestação de
nosso ser físico, mas nem por isso está alheia a componentes mentais e
espirituais. Os celtas a consideravam um dom dos deuses que facilitava o
Elementos básicos
Vela mestra, uma vela vermelha, uma laranja e outra amarela, um
objeto pessoal, uma folha de cartolina branca, uma caneta vermelha,
uma noz fechada, uma ostra, um ramo de flores de jasmim e algumas
folhas de menta.
Encantamento tradicional
Previamente, traçar um losango na cartolina com a caneta vermelha.
Colocá-lo sobre o altar, pôr no vértice superior a vela mestra, acendê-la e
retirar-se durante três minutos. Voltar ao santuário e colocar as outras três
velas: a vermelha no vértice da direita, a laranja no da esquerda e a amarela
no inferior, deixando à mão o objeto pessoal e as folhas de menta. Colocar
no centro a ostra, com a noz de um lado e os jasmins do outro. Acender as
três velas e concentrar-se nos objetivos do encantamento.
Depois, segurar o objeto pessoal na mão esquerda, fechar os olhos e
passá-lo um instante sobre os seguintes pontos: lábios, nariz, os dois olhos
e ambas as orelhas. Percorrer com ele a linha vertical do corpo, desde o pes-
coço até a virilha. Enquanto fazemos isso, visualizar que vamos transmi-
tindo as vibrações de nossos sentidos e de nosso ser. Em seguida, levantá-lo
acima da cabeça, olhar fixamente as velas e pronunciar o conjuro:
SERENIDADE
O que chamamos serenidade é, na realidade, uma combinação apro-
priada de diversas qualidades pessoais que vão configurando um estado
de ânimo e uma forma de ser que caracteriza as pessoas serenas. Entre
essas virtudes estão a harmonia interior e exterior, o discernimento, a
intuição ou a liberação de vibrações negativas. Essas características e ou-
tras que podem colaborar com essa admirável virtude já foram tratadas
neste capítulo e podem ser acompanhadas por um simples encantamen-
to que canalize os propósitos na conquista de maior serenidade.
Elementos básicos
Pentáculo, chama votiva, uma tigela com água da chuva, várias péta-
las de rosas brancas e cor-de-rosa.
Encantamento tradicional
Posicionamos a chama votiva no centro do pentáculo e nos concen-
tramos em sua luz. Após, colocar na frente a tigela de água e ir jogando
no interior as pétalas, enquanto pronunciamos o seguinte conjuro:
Elementos básicos
Pentáculo, vela mestra, uma vela verde, uma gema de ágata ou tur-
quesa, uma correntinha ou colar de ouro, a varinha mágica e uma pitada
de pimenta-negra.
Encantamento tradicional
Colocar a vela mestra no vértice direito do pentáculo e a vela verde
no vértice esquerdo. Acendê-las e concentrar-se no assunto para o qual
pedimos sorte. Sustentar a gema escolhida entre os dedos de ambas as
mãos em atitude de oração. Oferecer a gema à vela mestra e em seguida
à vela verde, levando depois as mãos unidas à frente. Nessa posição, pro-
nunciar o conjuro:
Astro da luz,
deusa da lua,
dai-me neste transe
favor e fortuna
para encontrar a sorte
que seja oportuna.
VIAGENS
Esse último encantamento é o único que não se refere a um dom ou
qualidade, mas sim a uma atividade que vamos realizar em um momento
concreto. É provável que os druidas o tenham incluído entre os 33 assun-
tos mais importantes devido aos muitos riscos e vicissitudes que implicava
viajar naquela época, e que ainda podem se apresentar hoje em dia sob
outras formas. Mas os deslocamentos dos celtas sempre tinham uma fi-
nalidade (exploração, acordos, trocas etc.) cujo bom resultado era funda-
mental. Nesse sentido, a invocação mágica tinha dois propósitos: proteger
o viajante durante a travessia e favorecer o objetivo que o levava a viajar.
Elementos básicos
Chama votiva, três velas vermelhas, uma gema de água-marinha ou
topázio, uma peça de chumbo, a casca de uma laranja azeda cortada em
quatro pedaços, algumas folhas de cedro, uma pitada de noz-moscada.
Encantamento tradicional
Colocar a chama votiva acesa no centro do altar e, diante dela, as três
velas vermelhas em uma fileira horizontal. Nos espaços entre as velas, po-
Deusa da noite,
com teu grande poder,
protegei esta viagem
que vou empreender.
Pequenas variações
O êxito dos encantamentos básicos tradicionais depende mais da
própria concentração e confiança do executante do que do detalhe dos
elementos que são sugeridos para cada um. Não devemos deixar de ofi-
ciar um encantamento porque não temos, por exemplo, um topázio.
Basta recorrer à lista de poderes do Capítulo 5 e buscar outra gema com
qualidades semelhantes. O mesmo se dá em relação às cores das velas, os
metais, as ervas e outros componentes. Aqueles que devem ser respeita-
dos sempre são os elementos principais, como a vela mestra, a chama vo-
tiva, o pentáculo e outras figuras mágicas (triângulo, pentágono, círculo
etc.), o número de unidades, quando indicado, e a ordem dos passos do
encantamento.
Quanto aos conjuros, recitá-los de memória talvez proporcione maior
concentração, mas eles podem ser anotados em um papel, que usaremos
como ajuda sem que isso afete o processo nem o resultado do encanta-
Pentáculo
Em uma cartolina ou papel resistente de 50 centímetros de largura,
desenhar com compasso um círculo de 20 centímetros de raio. Depois,
traçar com lápis o diâmetro vertical (que terá 40 centímetros) e duas
linhas horizontais aos 15 e 35 centímetros desde a extremidade superior,
dividindo o círculo em três partes desiguais (de 15, 20 e 5 centímetros de
altura). Com esse esquema básico, podemos desenhar a estrela de cin-
co pontas da seguinte forma: traçar uma linha da extremidade superior
do diâmetro até a extremidade esquerda da linha horizontal inferior;
dali, outra linha até a extremidade direita da linha superior; avançar
essa mesma linha até a extremidade esquerda e, a partir daí, descer até
a extremidade direita da linha inferior. Por fim, subir desse ponto até a
extremidade superior do diâmetro e apagar a linha horizontal inferior
traçada a lápis. Assim estará concluído o esquema da estrela pentacular
inserida em um círculo.
É comum enfeitar esse desenho básico com diversas figuras alegóricas,
que podem ser etiquetas de símbolos mágicos, palavras rituais ou dese-
nhos copiados ou inventados, segundo a habilidade artística do executan-
te. Tanto para as figuras quanto para o esquema básico podem-se utilizar
tinta ou marca-texto preto e de cores básicas: vermelho, azul e amarelo.
O pentáculo é um instrumento muito utilizado em diversos encan-
tamentos e em distintas posições. Por essa razão, uma vez concluído o
desenho, convém colocá-lo sobre um papelão duro ou uma placa de ma-
deira leve e inclusive emoldurá-lo para não deteriorar as bordas.
Vela mestra
Conseguir um pedaço de cera do tamanho apropriado e cortá-lo em
pequenos pedaços. Colocar os pedaços em um recipiente e aquecê-los em
Chama votiva
Escolher um recipiente de madeira de tamanho regular (8 a 12 centí-
metros de largura por 6 a 10 centímetros de altura), com a boca redonda,
quadrada ou triangular. Apoiar sobre a boca do recipiente um fio rígido
ou pedaço de madeira, unindo a ele uma extremidade do cordão, que
será utilizado como pavio. Fixar a outra extremidade no fundo do reci-
piente com um peso ou uma fita adesiva, de forma que o cordão fique na
posição vertical e centralizado.
À parte, processar um pedaço de cera da forma indicada para a vela
mestra, mas deixando que a cera líquida resfrie dentro do recipiente esco-
lhido. A superfície deve deixar um espaço de aproximadamente 1 centí-
metro para evitar o transbordamento da cera ao ser aquecida pela chama.
Esse tipo de chama é mais duradouro do que as velas verticais lisas,
porque boa parte da cera derretida, ao se aquecer, volta a se solidificar
quando esfria. É importante manter limpa a superfície e o pavio, cuidan-
do para que ele seja suficientemente longo e não esteja muito queimado.
A parte exterior do recipiente pode ser enfeitada com símbolos mágicos,
que alguns bruxos e bruxas gravam com um instrumento adequado.
Varinha mágica
Os druidas utilizavam galhos de carvalho, cedro ou azinheira para
os toques e passes que guiavam a troca de energia durante os feitiços. Na
Esteira do altar
A maioria dos praticantes da magia Wicca dispõe de uma esteira colo-
cada diante do altar para utilizá-la nos vários feitiços que devem ser realiza-
dos quando o indivíduo encontra-se sentado, ajoelhado ou deitado no chão.
A esteira vai adquirindo uma integração com o ser astral do executante e,
como com outros elementos já tratados aqui, essa consubstanciação se enri-
quece se tiver sido fabricada por nós.
A forma mais simples de confeccioná-la é utilizando fitas de tecido ou
fios de lã grossa, que trabalharemos sobre um tecido quadrangular de juta
ou de cânhamo de uns 30 a 90 centímetros, colocada sobre a mesa. Uma
vez escolhidas as fitas que vamos usar, devemos colocar um terço em filei-
ras paralelas e verticais. O terço restante é colocado em posição horizontal
e vamos entrelaçando com as fitas verticais, passando uma vez por cima
e outra por baixo. Depois os fixaremos ao tecido-base com nós sobre as
partes invisíveis do entrelaçado. Finalmente, cobrimos todo o perímetro
costurando uma base de tecido resistente, que servirá tanto para fixar as
extremidades das fitas ou fios quanto para evitar que a esteira desfie.
Saquinhos talismânicos
Boa parte dos feitiços resgatados da magia celta consiste na elabora-
ção e consagração de talismãs ou amuletos, que se levam em saquinhos
de tecido ou de couro. Assim como ocorre com outros instrumentos
Boneco de pano
O uso de bonecos nos feitiços ganhou má fama devido à magia negra,
que os utilizava para alfinetá-los, destruí-los ou queimá-los, ou com fins
maléficos. A magia Wicca os emprega em poucas ocasiões, em especial des-
de que a tradição druidisa o consagre, e sempre com bons propósitos. As-
sim é o caso do feitiço de Liberação, explicado no capítulo anterior, ou de
outros que possamos aprender ou criar na prática como magos ou bruxas.
Para confeccionar um boneco, devemos dispor de um retalho de te-
cido de cor cru ou outra muito clara, resistente, embora flexível. É reco-
mendado que seja proveniente de uma roupa pessoal em desuso, para
Adornos condutores
Se o santuário estiver arrumado de modo mais ou menos permanen-
te, convém adorná-lo com elementos que ajudem a captar e conduzir as
Pêndulos protetores
Trata-se de punhados de ervas ou outros produtos naturais que se
penduram sobre o altar ou em seu perímetro para proteger e consagrar
o ambiente do santuário. Como primeiro passo é necessário fixar um
ponto de apoio no teto ou na parede para pendurar o cordão que servirá
de sustentação ao pêndulo. As ervas ou flores secas são anexadas à base
e se prendem na cabeça do pêndulo; caso se trate de cebolas, cabeças de
alho ou outros elementos semelhantes, convém perfurá-los para passar
a extremidade livre da cabeça e amarrá-la com um laço que possa ser
desatado, se necessário.
Grinaldas e fitas
Costumam servir para alegrar o santuário em consonância com a
magia luminosa e, assim, criar um ambiente favorável à troca de ener-
gias. A partir de um cordão que serve de guia, podem-se passar por ele
contas, aros ou miçangas feitas de materiais e cores preferidos, ou se in-
serir flores, ervas, pequenos frutos, folhas, cristais e outros objetos que
consideramos terem dons especiais.
Bolas aromáticas
Costumam ser utilizadas em feitiços de conteúdo espiritual ou ro-
mântico, para criar um ambiente perfumado que oriente as ondas astrais
mais sensíveis. Como base, pode-se utilizar uma laranja, ou uma toranja
ou limão grande, que espalharão seu aroma cítrico. Com um furador de
madeira fazem-se alguns buracos na superfície, que podem formar um
desenho ou sinal mágico. Preencher os buracos com substâncias perfur-
madas como cravo, flores ou pétalas de jasmim, folhas de manjericão,
bolas aromáticas, grãos de pimenta etc., e colocar a fruta escolhida sobre
um prato em um canto do altar.
Também podem ser duas ou três frutas utilizadas como bolas, que nes-
se caso se distribuirão nas bordas do altar. Outra opção é pendurar a fruta
como pêndulo, e para isso passaremos em volta dela uma fita bastante lar-
ga e resistente, que anexaremos a uma guia fixada no teto ou a uma altura
adequada (lâmpada suspensa, passador de cortina, prateleira etc.).
Preparação do santuário
No centro do altar colocaremos uma vela branca nova, de 2 centí-
metros de largura e 20 centímetros de altura (esta será a vela mestra dos
atos de magia). Diante da vela colocaremos um queimador de essências
ou aromatizador com incenso. À esquerda, um galhinho de carvalho ou
azinheira e, sobre este, uma pedra natural pequena para significar nossa
veneração à natureza. À direita, um cálice de metal com água (melhor se
for da chuva) e uma tigela de madeira com um pouco de sal, que repre-
sentam a essência da vida sobre a terra.
Execução do ritual
Uma vez dispostos todos os elementos como indicado, concentrare-
mo-nos na margem do santuário e depois nos posicionaremos dentro
do círculo mágico com os pés descalços. Depois disso, realizaremos a
invocação em duas fases.
Primeira fase
Deveremos atender aos seguintes passos:
Segunda fase
Deveremos atender aos seguintes passos:
Altar
passo 4
passo 5
passo 6
passo 7
Preparação do santuário
Na véspera devemos começar a preparar as energias astrais que rece-
bemos, de forma que nos ajudem a invocar a Grande Deusa. Para isso, é
preciso fazer algumas pausas durante o dia que nos permitam meditar
sobre o encontro místico que vamos vivenciar e as virtudes luminosas da
Grande Deusa. A meditação concentrada, o relaxamento e a respiração
profunda nos ajudarão a visualizá-la e a nos comprometermos com ela.
Também é conveniente copiar à mão os textos que vamos pronunciar
durante o ritual, imbuindo-nos de seu sentido (durante a execução po-
deremos dizê-los de memória ou ler o que estiver escrito).
No dia seguinte (7º ou 13º desde o ofertório) evitaremos qualquer
tipo de discussão ou tensão nervosa, bem como ingestão de álcool ou
consumo de cigarro, a fim de limpar o corpo e a mente, dedicando-o à
meditação e ao repouso. Tomaremos um leve café da manhã com chá
e torradas ou bolachas integrais e, ao meio-dia, devemos ingerir uma
leve refeição ritual que inclui nozes, passas, pão integral, azeite de oliva,
queijo de cabra, mel e maçãs ou uvas frescas. A partir de então, e até o
momento da invocação, só poderemos beber água.
Disposição do santuário
Como vimos antes, o símbolo esotérico da Grande Deusa é o pen-
táculo, que simboliza a própria Divindade acompanhada pelos quatro
elementos da natureza. Portanto, é imprescindível que tenhamos um
pentáculo, ou que o desenhemos na cor vermelha ou preta sobre uma
cartolina ou papelão de cor branca (o tamanho mínimo para proceder a
um ofício com comodidade é de aproximadamente 40 centímetros para
o diâmetro do círculo externo).
Colocaremos o pentáculo na mesa do altar, sobre o manto que a cobre, e,
ao redor dele, a pedra natural, o galho de carvalho ou azinheira e os outros
elementos permanentes que escolhemos para o santuário. Em seguida, posi-
cionaremos o candelabro com a chama votiva no centro do pentágono inte-
rior e cinco velas vermelhas menores em cada um dos vértices da estrela.
Fecharemos os olhos e permaneceremos um minuto concentrados
em limpar a mente e serenar o espírito.
Epílogo