Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
PROCESSO PENAL
6. Dois arguidos, um fala e envolve o outro arguido e outro não fala, poderia o
tribunal considerar as declarações do primeiro para aferir da existência de prova
ou não?
Arts. 345º/n.º4 e 355º CPP - Não.
14. Regime da Droga: arts. 21º, 25º e 26º – O arguido foi detido em flagrante
delito na posse de um saco. O arguido, nada disse. Do auto de notícia consta que ao
ser interceptado pela polícia o arguido deitou o saco para o chão. Quando a polícia
apanhou o saco, estavam lá 50g de Cocaína. O arguido não quer falar. O que deve
fazer?
D.L. 15/93 – Tentar inserir a conduta do arguido, no art. 26º daquele diploma, no
sentido de atenuação da pena, por configurar a posse daquelas substâncias para uso
pessoal. “Estatuto” de traficante – consumidor. Sendo a pena substancialmente menor,
apenas até 1 ano ou multa até 120 dias.
16. Suponha agora que, nesse mesmo caso, é a Juiz desse processo. Qual o
crime que consideraria indiciado?
É complicado, possivelmente ia para o tráfico agravado, art. 24º, se estivesse disponível
a menores, ou se pretendesse fazer “Mistura”, aumentando o perigo para a vida ou
integridade física de outrem. Ter-se-iam que analisar as circunstâncias em que foi
detido.
17. Imagine que, finda a inquirição, o MP promove a prisão preventiva, uma
vez que a indiciação foi pelo 25º. Era possível?
Art. 202º/al. b) (ver art. 1º/al. j)) CPP e art. 25º do D.L. 15/93 – Em termos gerais, o
crime de tráfico de menor gravidade pode ser punido até 5 anos de prisão, segundo o art.
25º/al. a), pelo que, teoricamente é possível, de acordo com o art. 202º/al. b) do CPP,
pois considera-se criminalidade violenta, os crimes punidos com pena de prisão, igual
ou superior a 5 anos (art.º 1º/ al. j)).
18. O arguido foi preso por não pagar a pena de multa a que foi condenado.
Tendo em conta que se tratava de uma sentença transitada em julgado, o que
poderia a Dra. fazer?
Art. 49º CP – O arguido pode a todo o tempo evitar, total ou parcialmente, a execução
de prisão subsidiária, pagando no todo ou em parte, a multa a que foi condenado.
19. Suponha que num crime com pena superior a 5 anos, o Colectivo
condenava o arguido a 7 anos de prisão e era imediatamente preso. A Dra. recorre
da sentença. Esta prisão é medida de coacção?
Art. 477º/n.º1 CPP - Sim, pois a pena de prisão só pode ter início depois do trânsito em
julgado da sentença condenatória.
20. Como é que a Dra. podia reagir, caso fosse recorrer, mas quisesse impedir
que o arguido ficasse em prisão preventiva?
Art. 212º e 362º/n.º1 al.f) CPP – Requerer para a acta, a substituição da medida de
coacção.
36. Imagine que o legítimo dono do cheque passa-o devidamente a um 3º, mas
depois vai ao Banco dá-lo como extraviado. Este indivíduo comete algum crime?
Art. 11º LUCheque – Representação sem poder.
46. Se for assistente num processo e o mesmo for arquivado, como pode reagir?
Arts. 287º e 278º CPP - Requerendo a Abertura de Instrução ou a Intervenção
Hierárquica.
52. Imagine que no dia do julgamento o cliente aparece com um amigo que
gostava que fosse ouvido para dizer o quão boa pessoa o seu cliente é. A Dra. pedia
ao juiz para o ouvir?
Art. 340º CPP - Uma vez que a testemunha apenas pode falar sobre o carácter do
arguido, não se revela a mesma essencial para a descoberta da verdade.
Contudo, o facto de falar sobre o carácter do arguido, pode ser importante para a
determinação da medida da pena, pelo que o art.º 128º CPP, refere que “(…) antes do
momento de o tribunal proceder à determinação da pena ou da medida de segurança
aplicáveis, a inquirição sobre factos relativos à personalidade e carácter do arguido, (…)
só é permitida na medida estritamente indispensável para a prova de elementos
constitutivos do crime, nomeadamente da culpa do agente, ou para a aplicação de
medida de coacção ou de garantia patrimonial.
53. Em 1961 havia casas de prostituição legais, exploradas pela Santa Casa da
Misericórdia. Isto é crime?
Art. 169º CP - Sim, é crime. Pois a Santa Casa lucrava, fomentava e facilitava, o
exercício por outra pessoa, da prostituição.
56. Qualquer pessoa com menos de 18 anos é menor face à lei penal?
Sim, é menor. Contudo, imputável, desde os 16 anos. Contudo, depende do crime, pois
um homem que tenha relações sexuais consentidas com uma menor, com 17 anos, já
não deverá ser punido, enquanto que se for com uma menor de 12 anos será sempre
punido. Ex: art. 173º CP – “Quem, sendo maior, praticar acto sexual de relevo com
menor entre 14 e 16 anos, ou levar a que ele seja por este praticado com outrem (…) é
punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias.”
57. Imagine que um Sr. que veio de Angola, levava a mulher à Av. de Roma
para ela se prostituir. Cometia este crime?
Sim, pois mesmo que eventualmente não lucrasse com tal prática, ainda assim
fomentava e facilitava-a.
59. Quando o Juiz aplica uma pena neste tipo de crimes, poderá, em alguns
casos, aplicar uma pena acessória? Se for o pai divorciado que está com o poder
paternal da criança?
Arts. 65º e 179º CP – Sim, pode aplicar uma pena acessória. A lei pode fazer
corresponder a certos crimes a proibição do exercício de determinados direitos ou
profissões. Nesse caso, a pena acessória poderá ser a inibição do poder paternal (art.º
179º/al. a)).
60. Geralmente este tipo de crime envolve sempre mais do que uma pessoa.
Pode haver associação criminosa? Imagine que uns transportam, outros
fomentam, etc..
Art. 299º CP – Sim, pode existir associação criminosa.
61. Para este tipo de crime qual seria a medida de coacção? Acha que o TIR
seria suficiente? É aplicável a prisão preventiva?
Arts. 202º e 204º/al. c) CPP – Sim, seria aplicável a prisão preventiva. O TIR não seria
suficiente, por ser altamente expectável que o arguido continuasse a praticar conduta
ilícita.
62. Considerando que todos os arguidos eram de Leste, qual o motivo para o
Juiz aplicar esta medida?
Art. 204º CPP - Perigo de fuga.
64. A que medida foi sujeito o arguido quando se requer a substituição por
vigilância electrónica?
Art. 217º/n.º2 e 193º/n.º3 CPP – Foi sujeito a prisão preventiva.
68. Quais os elementos que tem de conter o Auto de Notícia para que possa
valer como acusação?
Art. 283º/n.º3 CPP –São esses os requisitos. Contudo, o art.º 243º refere a estrutura de
um auto de notícia.
69. O que acontece à acusação que não contenha esses elementos?
Art. 283º/n.º3 CPP –É nula.
71. No início, o Juiz faz perguntas ao arguido às quais ele tem de responder.
Que perguntas são essas?
Arts. 141º/n.º3 e 342º CPP – São as perguntas sobre a sua identificação, filiação,
domicílio, actividade profissional, salário, etc.
74. Havendo confissão, o que é necessário para que não seja nula?
Art. 344º CPP – Deve ser feita de forma integral e sem reservas. Questão que o juiz
deve esclarecer, sob pena de nulidade.
76. Nas alegações orais é possível réplica? Se sim, quantas vezes? Quais os
limites?
Art. 360º/n.º2 CPP –É admissível réplica, a exercer uma só vez, sendo porém, sempre o
defensor, se pedir a palavra, o último a falar, sob pena de nulidade. A réplica deve
conter-se dentro dos limites estritamente necessários para a refutação dos argumentos
contrários que não tenho sido anteriormente discutidos.
77. Uma pessoa é considerada arguida só porque corre Inquérito contra ela?
Arts. 57º e 58º/n.º1 al. a) CPP – Não. Assume a qualidade de arguido todo aquele contra
quem for deduzida acusação ou requerida instrução num processo penal. Deve correr
inquérito sobre pessoa determinada e em relação à qual haja suspeita fundada da
prática de crime.
81. A aplicação da lei penal e da lei processual penal é igual para um arguido de
21 anos e para outro de 30?
Não. Existe um regime especial para jovens entre os 16 anos e os 21 anos. D.L. 401/82.
84. Uma senhora que entrou como ofendida e passou a arguida. Apanhada
em flagrante delito, foi detida e ouvida pelo juiz em 48h, em processo sumário. Já
é arguida?
Art. 58º/n.º1 al. c) CPP - Sim, foi feito auto de detenção.
87. Nesse crime pode-se pedir a não transcrição para o registo criminal?
91. Não pago a taxa de justiça e aguardo despacho do juiz, mas como é que o
juiz sabe da questão? Quem dá a “notícia” ao juiz? O juiz vai lembrar, do nada,
de proferir despacho?
A funcionária abre conclusão e deixa por escrito que entende que deve ser paga
taxa de justiça e depois o juiz profere despacho.
94. Está a defender uma pessoa que foi detida por ter conduzido sem carta de
condução. Acontece que essa pessoa diz-lhe que não era ela que ia a conduzir. O
que faria?
Art. 381º e 387º/n.º2 al. c) CPP - Estamos perante um proc. sumário, aberta a audiência
requeria ao juiz adiamento por 20 dias, para preparação da defesa, ou requeria o reenvio
do processo para a forma comum.
102. Intenta um recurso com efeito suspensivo e o juiz diz que é de efeito
devolutivo, em que momento é que pode atacar?
Art. 405º CPP - Posso reclamar do despacho que não admitir ou que retiver o recurso,
para o presidente do tribunal, a que o recurso se dirige.
103. Tem um cliente arguido que foi condenado a uma pena de prisão efectiva
de 5 anos. O juiz fixa-lhe ainda como medida de coacção a prisão preventiva até
ao trânsito em julgado. Para impedir que o seu cliente fosse logo preso o que
faria?
Art. 212º CPP - Até ao trânsito em julgado presume-se a inocência do arguido. Pelo que
requeria que a medida de coacção fosse substituída.
108. Imagine que o arguido vai ser julgado por homicídio simples, mas antes
do julgamento o juiz dá conta que estamos perante um homicídio qualificado. É
alteração substancial?
Sim, porque agrava a pena do arguido.
109. O que é que o juiz presidente faz? E se não houvesse acordo com o defensor
e com o juiz presidente, o que se fazia?
Art. 359º CPP – Uma alteração substancial dos factos descritos na acusação ou na
pronúncia, não pode ser tomada em conta pelo tribunal para o efeito de condenação
no processo em curso, nem implica a extinção da instância. A comunicação da ASF ao
MP vale como denúncia para que ele proceda pelos factos novos, se estes forem
autonomizáveis em relação ao objecto do processo. Ressalva-se contudo, os casos em
que o MP, arguido e assistente estiverem de acordo com a continuação do julgamento
pelos novos factos, se estes não determinarem a incompetência do tribunal. Para tal
(quanto ao acordo) o presidente concede ao arguido, a seu requerimento, prazo para
preparação da defesa, não superior a 10 dias, com o consequente adiamento da
audiência. Aqui, o tribunal mantinha-se competente, art.º 14º CPP.