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Mecânica dos Solos I

Larissa Queiroz Minillo


© 2016 by Universidade de Uberaba

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por escrito, da Universidade de Uberaba.

Universidade de Uberaba

Reitor
Marcelo Palmério

Pró-Reitor de Educação a Distância


Fernando César Marra e Silva

Editoração
Produção de Materiais Didáticos

Capa
Toninho Cartoon

Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário

Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE


Sobre os autores
Larissa Queiroz Minillo

Sou Engenheira Civil pela UNESP – Ilha Solteira/SP, Mestranda


em Estruturas pela UNESP - Ilha Solteira/SP, Professora Efetiva
no curso de Engenharia Civil – Faculdades Integradas de Três La-
goas (AEMS) – Três Lagoas/MS e Professora Efetiva no curso de
Engenharia Civil - Faculdades Integradas Rui Barbosa (FIRB) – An-
dradina/SP
Sumário
Capítulo 1 Origem e formação dos solos.........................................9
1.1 A mecanização do solo..................................................................................... 11
1.2 O conceito de solo............................................................................................ 11
1.3 Pedologia.......................................................................................................... 12
1.4 Solos residuais.................................................................................................. 12
1.5. Solos sedimentares......................................................................................... 13
1.6 Solos orgânicos................................................................................................ 13
1.7. A Mecânica dos solos...................................................................................... 14

Capítulo 2 Composição química e mineralógica dos solos.............23


2.1 Formação da composição química e mineralógica dos solos......................... 25
2.2 Superfície específica......................................................................................... 28
2.3. Natureza das partículas................................................................................... 29
2.4 Conceito de peso específico............................................................................ 30
2.5 Forma das partículas........................................................................................ 30

Capítulo 3 Propriedades das partículas sólidas do solo..................35


3.1 Granulometria................................................................................................... 36
3.2 Ensaio de peneiramento .................................................................................. 38
3.3 Classificação trilinear dos solos........................................................................ 39
3.4 A estrutura dos solos......................................................................................... 40
3.5 Amolgamento.................................................................................................... 43

Capítulo 4 Plasticidade e Consistência dos solos............................47


4.1 Limites de consistência..................................................................................... 48
4.2 Limite de liquidez.............................................................................................. 49
4.3 Limite de Plasticidade....................................................................................... 50
4.4 Limite de contração........................................................................................... 51
4.5 Índices de consistência..................................................................................... 53
Capítulo 5 Índices Físicos.................................................................61
5.1 O modelo teórico de solo.................................................................................. 63
5.2 Teor de umidade .............................................................................................. 63
5.3 Índice de vazios................................................................................................ 64
5.4 Porosidade........................................................................................................ 64
5.5 Grau de saturação............................................................................................ 65
5.6 Pesos Específicos dos solos............................................................................ 66
5.7 Relações entre índices físicos dos solos.......................................................... 67
5.8 Compacidade das Areias.................................................................................. 72
5.9 Grau de Aeração............................................................................................... 72
5.10 Peso específico submerso............................................................................. 73

Capítulo 6 Exploração do subsolo....................................................77


6.1 As Investigações do subsolo............................................................................ 79
6.2 Sondagens de percussão ou de simples reconhecimento.............................. 86
6.3 Índice de resistência à penetração................................................................... 87
6.4 Sondagens especiais........................................................................................ 88
6.5 Número locação e profundidade das sondagens............................................. 89
6.6 Profundidade do nível freático.......................................................................... 91

Capítulo 7 Compactação dos solos..................................................95


7.1 Ensaio de compactação................................................................................... 97
7.2. Equipamentos de compactação...................................................................... 100
7.3 Controle de compactação................................................................................. 102
7.4 Índice de Suporte Califórnia............................................................................. 103

Capítulo 8 Resolução de exercícios.................................................107


8.1 Questões dos Capítulos 1 e 2.......................................................................... 108
8.2 Questões capítulo 3 e 4.................................................................................... 111
8.3 Questões capítulo 5 ,6 e 7................................................................................ 115

Conclusão.............................................................................................................. 125
Referências............................................................................................................ 127
Apresentação
Olá, estudante! Meu nome é Larissa Queiroz Minillo e preparei este
livro de introdução à Mecânica dos Solos I e espero que ele con-
tribua para a sua formação profissional. Desejo a todos uma boa
formação e muitos estudos.

A engenharia da parte de solos tem um papel fundamental em toda


obra de engenharia. Quando se pensa em uma obra de grande
magnitude, podemos logo pensar que a obra de fundação teve que
ser muito bem cuidadosa e muito bem controlada para que se ga-
rantisse a sustentação perfeita. para que a estrutura externa esteja
bem sustentada, é de grande analogia entender que o solo nada
mais e do que o “colchão” que recebe a obra e cabe ao engenheiro
adequá-lo para a sua utilização com qualidade e segurança, apro-
veitando o máximo do solo empregado.

O estudo do solo foi todo elaborado desde a sua origem e forma-


ção, nesse sentido, entenderemos sua composição química, seus
parâmetros geométricos e morfológicos. Em seguida, será obser-
vado o comportamento do solo com a introdução da água e do ar,
assim verificaremos como ele se comporta, dessa forma, chegare-
mos a um modelo teórico com o qual se poderá ensaiá-lo em labo-
ratório, a fim de se chegar em um solo que, quando solicitado, irá
possuir a maior resistência e a menor deformabilidade o possível.

Bons estudos e boa sorte a todos!!


Origem e formação
Capítulo
1
dos solos

Larissa Queiroz Minillo

Introdução
Dentro dos conhecimentos de engenharia para construções,
é de fundamental importância o conhecimento da
mecanização do solo, pois é nele que temos a deposição dos
esforços estruturais provenientes da carga de solicitação.
O conhecimento do solo bem como de suas propriedades
carecem de um estudo tanto empírico como teórico a fim de
caracterizar o solo em sua função e composição.
Além de sua importância como deposição de esforços
provenientes da obra, temos que os solos variam muito
dentro de suas características físicas e químicas, as quais
são provenientes, muitas vezes, de sua formação geológica.
Essas características são refletidas na forma e composição
química do grão bem como na disposição da variabilidade de
tamanhos de grãos, o que influencia em sua granulometria,
que tem papel fundamental em propriedades específicas do
solo, como veremos ao longo dos nossos estudos.
Muitas vezes ignoradas, a fim de “baratear” o custo de uma
obra, as investigações do subsolo bem como o conhecimento
do tipo de solo da região em que se pretende construir
podem gerar diversos problemas sérios ou, ainda, acidentes
de proporções catastróficas, levando inclusive à perda de
vidas. Até mesmo em regiões onde são feitas escavações,
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têm-se casos em que moradores reclamam de rachaduras


em paredes, calçadas etc., tudo isso é reflexo da falta de
estudos aquedados do solo da região, os quais deveria ser
realizados antes de iniciar o processo de escavação.
Uma analogia interessante com relação ao início das obras
sem conhecimentos adequados dos solos é uma pessoa
colocar-se a sentar em uma cadeira sem saber se ela
aguenta o peso do seu próprio corpo. Em um caso menos
desastroso, ela se senta e percebe que a cadeira começa
a perder a instabilidade e descer lentamente, o que faz com
que ela se levante e troque de cadeira. Em um caso mais
complicado, a fração com que a cadeira reage à carga é
menor, levando à ruptura frágil e instantânea, o que faz que
a pessoa infelizmente caia e, apesar de toda a vergonha,
entenda o conceito de não estudar o solo antes de construir.

Objetivos
• Compreender a necessidade de estudo da mecanização
do solo.
• Identificar como o solo é formado.
• Compreender o modelo trifásico de solo.
• Apreender sobre os diversos tipos de solos.
• Investigar o solo bem como suas importâncias.

Esquema
• A mecanização do solo
• O conceito de solo
• Pedologia
• Solos residuais
• Solos sedimentares
• Solos orgânicos
• A mecânica dos solos
UNIUBE 11

1.1 A mecanização do solo

Dentro do contexto de avanço nos estudos das áreas da engenharia


civil e com o surgimento de grandes obras foi juntamente surgindo a ne-
cessidade de uma análise otimizada do solo a fim de entender a mecâ-
nica envolvida no solo sob tensões causadas pelas ações das constru-
ções. A mecânica dos solos, assim por dizer, consiste no entendimento
e análise do comportamento do elemento solo sob o âmbito de aspec-
tos físicos e químicos, estes que muitas vezes têm por caráter influen-
ciar no comportamento do solo quando submetido a ações de tensões
e deformações decorrentes das solicitações provenientes da obra.

Figura 1 - Modelo esquemático de transferência de cargas para o solo

Fonte: a autora

1.2 O conceito de solo

Podemos definir solos como sendo materiais terrosos, desagrega-


dos, de origem inorgânica ou orgânica e constituídos de elementos
pertencentes a três fases físicas em proporções variáveis e que se
12 UNIUBE

encontram na superfície da terra sobre o embasamento de rochas,


isto é, de materiais endurados e cimentados não sujeitos à desa-
gregação pela água.

1.3 Pedologia

É a ciência que tem por função estudar camadas da superfície ter-


restre em sua formação e origem, levando em consideração todo o
intemperismo envolvido.

1.4 Solos residuais

Figura 2 - Modelo esquemático de solo residual

Fonte: a autora
UNIUBE 13

São aqueles que têm a sua formação a partir da rocha de origem e


se localizam no mesmo local da formação, mostrando no perfil do
solo as camadas de transição desde a rocha de origem até o solo
residual maduro, como mostra a Figura 2.

1.5. Solos sedimentares

São aqueles solos que, por algum motivo, sofreram ações de meios
de transporte, por exemplo, solos que tenham sido transportados
pela água ou até mesmo pelo vento, as características desses so-
los podem ser variadas dependendo não só do meio que o trans-
portou, mas também da distância em que o solo foi transportado.

Figura 3 - Dunas de areia exemplo de solo sedimentar

Fonte: Pixabay

1.6 Solos orgânicos

Solos de formação orgânica são aqueles que possuem muita


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matéria orgânica de origem vegetal e animal, sendo composto por


plantas e raízes decompostas bem como de restos de animais, por
exemplo, esqueletos etc.

1.7 A Mecânica dos solos

É a ciência técnica que tem por finalidade o estudo do comporta-


mento quantitativo dos solos, com aplicação na engenharia civil
nos ramos da Engenharia de Fundações e de obras de terra. Tendo
em vista a necessidade dessas aplicações, alguns métodos quan-
titativos da mecânica dos solos têm sido estendidos para abran-
ger também as rochas principalmente no campo das relações ten-
são-deformação, constituindo o campo da mecânica das rochas.
Convém observar também que os avanços mais recentes da me-
cânica dos solos, em seu âmbito analítico, estão se dando dentro
dos setores que seriam mais corretamente chamados de ciências
do solos e reologia do solo.

A seguir, iremos relacionar os assuntos estudados na mecânica


dos solos de forma a estabelecer a compreensão da correlação
entre os diversos pontos ou capítulos que estruturaram nosso cam-
po de estudo e pesquisa para o equacionamento das soluções dos
problemas profissionais.
UNIUBE 15

a. Investigação do tipo de solo

·Origem geológica Informações complementares ao co-


nhecimento da natureza de um solo
· Forma e composição dos grãos
· Tamanho dos grãos - granulometria Bases atuais da
classificação dos solos
· Comportamento plástico -
limites de consistência
Quadro 1 - Investigação do solo quanto ao seu tipo

Fonte: a autora

b. Investigações das condições em que ocorre o solo perante


dado problema.

· Índices físicos Processos de laboratório

· Índices de consistência da argila


· Resistência à compressão Processos de laboratório
simples (coesão da argila)

· Capacidade relativa das areias


· Resistência à penetração Processos correntes de campo
(sondagem de percussão)

· Resistência à penetração estática


· Ensaio de palheta (ca- Processos correntes de campo
madas argilas moles)

· Processos geofísi-
cos de resistividade
· Processos geofísicos sísmicos Processos correntes de campo

· Processos diversos
Quadro 2 - Investigações do solo quanto aos ensaios de laboratório e campo

Fonte: a autora
16 UNIUBE

Figura 4 - Amostras de solos em laboratório

Fonte: Penna (s./d.)

c. Investigações do comportamento do solo (especificado quan-


to ao tipo e condição) quando submetido às ações externas
simples ou unitárias (investigação analítica, mantendo cons-
tante a maioria dos parâmetros para estudar a variação de
apenas um ou poucos).

• Permeabilidade e capilaridade (água nos solos)

• Compressibilidade e adensamento

• Resistência ao cisalhamento

• Compactação

• Estabilização química

• Eletrosmose (influência da corrente elétrica )

• Diversos (ex. tratamento térmico)


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Itens a) e b) Fixação do material de Análise da obra para


construção a considerar decompor ações
perante dado problema unitárias intervenien-
Item c) Determinação do comporta- tes e fase de síntese
mento do material de cons- levando em conta o
trução perante fenômenos material de construção
compreendidos separados ou específico e o compor-
conjuntos em obras diversas tamento mais favorável
em seu conjunto.
Quadro 3 - Finalizações em investigações do solo

Fonte:a autora

Ressalta-se que os itens A e B do quadro, os quais ocupam uma


parte apreciável desta disciplina, substituem o simples ato de deci-
são do engenheiro estrutural de projetar determinada obra em aço
ou concreto. Na investigação do tipo de solo, temos que notar que
a mecânica dos solos tem de aceitar o solo como ele existe e deter-
minar suas propriedades em cada local e em cada situação, sendo
este um problema completamente distinto daquele que um enge-
nheiro estrutural pode enfrentar, pois para a resistência estrutural,
este pode escolher os materiais e empregá-los na superestrutura,
escolhendo os mais adequados para cada situação, sem contar
o fato de que, além disso, o engenheiro estrutural possui quase
sempre o conhecimento perfeito de suas propriedades. Outra con-
sideração a ser feita é que, dada natureza dos materiais, geralmen-
te, muito pouco deformáveis, a engenharia estrutural preocupa-se
predominantemente com a ruptura, ao passo que, para a mecânica
dos solos, o problema estático deve ser sempre analisado perante
a ruptura bem como perante a ocorrência deformações excessivas.

A mecânica dos solos acata premissas estabelecidas na geologia,


tal como a origem das rochas etc. A forma e composição dos grãos
têm apenas interesse secundário no nosso curso. O tamanho e o
18 UNIUBE

comportamento dos grãos e o comportamento plástico dos solos


são empregados como os fatores básicos que permitem estabele-
cer as classificações dos tipos de solo. O comportamento plástico
dos solos argilosos é medido em função dos chamados limites de
consistência.

Sabemos que na natureza cada tipo de solo pode se apresentar nos


estados mais heterogêneos possíveis, muito duro ou muito mole,
compacto ou fofo, exibindo os comportamentos extremamente di-
ferentes. Cumpre, pois, investigar as condições em que ele ocorre,
que podem ser várias, muito mole, muito úmido etc., quer por meio
de ensaios de laboratório sobre as amostras intactas, quer por
meio de ensaios de campo. Com finalidade de se precisarem as
condições fictícias de um determinado tipo de solo, são definidos
índices físicos que pretendem estabelecer relações entre as fases
constituintes: sólida, líquida e gasosa.

Figura 5 – Esquema trifásico de composição do solo

Fonte: Caputo (1994, p. 38)

Um método de campo muito prático para determinação do estado


ou condição do solo na natureza que evita a extração de amostras
indeformadas dos solos para execução de ensaios de laboratório é
UNIUBE 19

aquele da medida da Resistência oferecida pelo terreno à penetra-


ção de amostradores padronizados, a escala numérica é estabele-
cida de forma estritamente empírica.

Figura 6 - Tipos de ensaios com a penetração de amostradores

Fonte: Penna (s./d.)

Figura 7 - Execução de ensaio a percussão

Fonte: Penna (s./d.)


20 UNIUBE

Particularmente para as argilas, pode-se determinar o seu estado


físico por meio do ensaio de resistência à compressão simples, em
que um corpo de prova indeformado é ensaiado até a ruptura; no
caso das areias, emprega-se a compacidade relativa para definir o
seu estado de compacidade.

Com referência à investigação do comportamento do solo sob


ações externas, temos que considerar, inicialmente, a permeabili-
dade e a capilaridade que estuda o movimento das águas no solo,
a migração da água no solo é um fator primordial na estabilidade
desse, considerando a presença de vazios dos solos. Estuda-se a
compressibilidade particularmente ou fenômeno do adensamento
das argilas, que é a deformação volumétrica dos solos confinados
quando submetido às pressões externas. Na resistência ao cisa-
lhamento, procura a mecânica dos solos pesquisar a ruptura dos
vários tipos de solos sob vários estados de solicitação na com-
pactação, bem como na estabilização química e elétrica do solo
procura-se melhorar qualidades mecânicas dos solos para serem
empregados como materiais de construção, por exemplo: aterros,
barragem etc.

Reflita
Como as características físicas dos solos interferem em
sua resistência?
UNIUBE 21

Parada obrigatória
Devemos entender que a origem do solo interfere drasti-
camente na sua característica e que os solos, por serem
compostos por mistura de materiais, possuem grande par-
te de seus fundamentos expressos em forma empírica.

Dicas

Apostila sobre investigação do solo para complementar os conhe-


cimentos. <http://ie.org.br/site/ieadm/arquivos/arqnot3896.pdf>.
Acesso em: 11 jul. 2016.

Considerações finais

Neste capítulo, percebemos que, para a utilização do solo como


uma ferramenta de sustentação das obras de construção civil, é
necessária uma análise das suas características de deformação,
bem como das propriedades físicas e químicas da composição mi-
neralógica do solo. Cabe salientar também que existe uma dificul-
dade na análise do solo por ele ser composto por uma mistura de
diversos materiais tanto nos estados físico sólido, líquido e gasoso
quanto na composição química, interligando tudo isso com as in-
tempéries sofridas pelo material.

Entendemos também que o modelo trifásico do solo é um esquema


que facilita o seu entendimento com relação aos três tipos de es-
tados físicos que encontramos nele e que o modelo facilita, muitas
vezes, a análise separada das três fases constituintes.
22 UNIUBE

Sobre as investigações, cabe salientar que o processo é todo ex-


tremamente metódico a fim de garantir que seja feito com quali-
dade, desde a fase inicial de reconhecimento do local, em que se
escolhe o tipo de método para a coleta de amostras, até a definição
de como serão armazenadas essas amostras, determina-se ainda
se é necessária a montagem de laboratório de campo ou se labora-
tório onde se possam fazer os testes necessários tem proximidade
adequada da obra.

Dentro dos sistemas de investigação do subsolo, existe uma evo-


lução nos métodos que estão cada vez menos manuais, o que me-
lhora tanto o tempo de execução do método quanto a sua precisão
na tomada de dados.
Composição química e
Capítulo
2
mineralógica dos solos

Larissa Queiroz Minillo

Introdução
Dentro do contexto de formação e origem dos solos, temos ações
externas provocadas por agressões provenientes do ambiente as
quais podemos caracterizar como ações físicas e químicas.
As caracterizações do solo são provenientes de origem física,
podemos especificá-las como sendo ações mecânicas que podem
ser geradas, por exemplo, por ações de choque da água (chuva, mar
etc.); pela temperatura (os efeitos de dilatação e contração); pela ação
do atrito do vento com as rochas (formando a areia e pedregulhos).
As ações ambientais provenientes de origem química são
caracterizadas pela alteração da composição química das rochas.
Diversos processos podem ser listados e eles estão ligados às
diversas reações químicas que podem ocorrer, por exemplo:
oxidação, sofrendo ação do gás oxigênio na composição, e
carbonatação, que é definido como o fenômeno das reações dos
minerais constituintes do solo com a água da chuva que, por sua vez,
está ácida devido à alta concentração de gás carbônico dissolvido.
Normalmente, esses processos não acontecem de forma
separada, muitos solos são caracterizados pelo fato desses
acontecimentos serem simultâneos e de ordem aleatória.
Dependendo da região em que se encontra a rocha, ela pode
ter processos de intemperismos diferentes. Imagine uma rocha
no sertão nordestino e uma outra na geleira ao norte do Canadá,
todos os processos foram diferentes: a umidade, o calor, a ação do
vento ou, até mesmo, a incidência de chuvas etc. Nos dois casos,
teremos condições externas completamente diferentes, assim,
provavelmente teremos a caracterização da formação dos solos
muito diferenciada.

Objetivos

• Compreender as composições químicas e mineralógicas


dos solos.
• Entender o conceito de superfície específica.
• Compreender a natureza das partículas.
• Entender o conceito de peso específico.
• Identificar os diversos tipos de partículas que constituem
o solo.

Esquema

• Formação da composição química e mineralógica dos


solos
• Minerais Argílicos
• Superfície Específica
• Natureza das partículas
• Conceito de peso específico
• Forma das partículas
• Partículas arredondadas
• Partículas lamelares
• Partículas fibrilares
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2.1 Formação da composição química


e mineralógica dos solos

O caminho para detecção dos minerais que formam o solo começa


na composição da rocha de origem, a partir dela, têm-se os outros
minerais formados pela decomposição dos minerais da rocha de
origem.

Na composição química, por sua vez, os principais minerais cuja


granulometria possui maior diâmetro e são apelidados de solos
grosso estão agrupados da seguinte maneira:

• Silicatos - quartzo, feldspato, mica serpentina, clorita, talco.

• Carbonatos - dolomita, calcita.

• Sulfatos - gesso, anidrita.

• Óxidos - magnetita, hematita, limonita.

Lembrando que o mineral tem a sua origem em compostos inorgâ-


nicos e naturais. Para a engenharia, destacam-se algumas carac-
terísticas das propriedades, por exemplo, a dureza.

Os feldspatos são silicatos que apresentam em sua composição


alumínio e outros metais alcalinos que podem ser alcalinos terro-
sos também, as micas são geralmente formadas por ortossilicatos
de potássio, magnésio, sódio etc., elas têm aspecto escamoso e
brilhante. O quartzo apresenta em sua composição o dióxido de
silício, que apresenta uma forma cristalina de maneira prismática,
conforme Figura 8:
26 UNIUBE

Figura 8 - Prisma representativo do dióxido de silício

Fonte: Caputo (1994, p. 17)

2.1.1 Minerais Argílicos

Quando diminuímos o diâmetro dos minerais com relação à forma


do grão, entramos na área dos minerais argílicos, que são com-
postos por pequenos cristais, cujas formas geométricas têm uma
certa variedade, sendo comum os cristais de forma tetraédrica e
piramidal, conforme mostra a Figura 9:

Figura 9 - Formas geométricas dos grãos de minerais argílicos

Fonte: Caputo (1994, p. 18)


UNIUBE 27

Os minerais argílicos são divididos em três grupos:

Caolinitas

São compostas de óxidos de alumínio e silício organizados de for-


ma aleatória, dando características rígidas ao granular.

Montmorilonitas

Da mesma forma, são compostas de óxidos de alumínio e silício,


contudo contam com uma diferenciação dada por uma uma pseudo
falha em sua montagem estrutural, que possibilita a passagem de
moléculas de água, tendo por consequência o aumento volumétri-
co ou característica expansiva.

Ilitas

São muito parecidas com as Montmorilonitas e, da mesma forma,


são compostas de óxidos de alumínio e silício, sendo sua diferen-
ciação dada por uma pseudo falha em sua montagem estrutural,
que possibilita a passagem de moléculas de água, a diferença está
na sua capacidade de ser menos expansiva que a anterior.
28 UNIUBE

Figura 10 - Tipos de Minerais Argílicos

Fonte: Caputo (1994, p. 19)

2.2 Superfície específica

A superfície específica de um solo consiste na área superficial de


todas as partículas que compõem o solo.
UNIUBE 29

Para fins didáticos, vamos imaginar que as partículas sejam es-


feras de isopor em uma caixa de vidro. Em uma caixa, coloca-
mos as esferas com maiores diâmetros e, em outra, esferas com
menores diâmetros. Aquela que possuir as de menor diâmetro
vai ter uma superfície específica muito maior do que aquela com
maior diâmetro, pois esse conceito tem os mesmos fundamentos
do princípio da física que postula que quanto menor a partícula,
maior é a superfície.

Figura 11 - Bolas de isopor simulando grãos de solo

Fonte: Isorecort (s./d.)

2.3. Natureza das partículas

Sobre a natureza das partículas, podemos dizer, então, após ter defi-
nido as características do solo e os tipos de solo, que o solo, de uma
maneira geral, nada mais é do que uma mistura de materiais de gra-
nulometrias diferentes, sendo aqueles com diâmetro maior chama-
dos de derivados do silício, e aqueles com granulometria menor são
chamados de minerais argilosos, não esquecendo que parte dessa
composição também tem gases, matéria orgânica e água.
30 UNIUBE

2.4 Conceito de peso específico

O peso específico de um solo consiste em um parâmetro de ocu-


pação da matéria em um dado volume, ou seja, é uma fração entre
peso e volume. Para essa relação, damos o nome da letra grega
Gama conforme equacionamento a seguir.

Sendo a sua unidade de medida definida pela fração da unidade de


peso pela unidade de volume, por exemplo: (N/m³).

2.5 Forma das partículas

Acerca das formas dos materiais granulares que compõem o solo,


podemos afirmar que elas podem afetar o comportamento do solo
em suas características de resistência, nesse sentido, a partir dis-
so, foram catalogados alguns tipos de solos considerando essas
características, ou seja, pelas características geométricas dos
grãos. Sendo assim, podemos classificar grandes grupos listados
a seguir:

2.5.1 Partículas arredondadas

Possuem um formato próximo do poliédrico e predominam em so-


los rochosos, areias e siltes.
UNIUBE 31

Figura 12 - Close up na areia de praia


Fonte: Wikimedia Commons

Figura 13 - Diferentes granulometrias

Fonte: Rocha (s./d.)


32 UNIUBE

2.5.2 Partículas lamelares

São partículas que possuem uma forma semelhante a uma escama


e são encontradas nas argilas.

Figura 14 - Blocos de argila

Fonte: Tudo Engenharia Civil (s./d.)

Figura 15 - Vista microscópica das estruturas escamosas do caulim

Fonte: Cunha, Torem e D’Abreu (2007)


UNIUBE 33

2.5.3 Partículas fibrilares

Compreendida quase que em sua totalidade nas características de


solos turfosos. Os solos turfosos ou também conhecidos como so-
los de brejo são encontrados em pés de vales que foram transpor-
tados pelo intemperismo. É aglomerado principalmente por veículo
acuso, ou seja, rios, águas pluviais etc., tendo seu acúmulo nos
pontos mais baixos dos sentimentos. Em sua mineralogia, é com-
posto praticamente por uma mistura de silte e argila com alto teor
de matéria orgânica, costuma estar alojado abaixo do nível freático.

Figura 16 - Solos turfosos

Fonte: Wikimedia Commons (s./d.)

Figura 17 - Turfa alta matéria orgânica

Fonte: Mineração Arginha (s./d.)


34 UNIUBE

Reflita
Qual é a relação entre peso específico e densidade da
matéria?

Considerações finais

Neste capítulo, analisamos as propriedades químicas e mineralógica


dos solos, observando o que cada tipo de solo, devido à sua formação
química e física, tem características geométricas próprias, as quais
podem interferir em diversas das propriedades físicas dos materiais.

Essas propriedades são de extrema importância no estudo da via-


bilidade resistiva de um material quanto à sua utilização para aco-
modações de cargas provenientes da estrutura. A forma e com-
posição podem alterar as quantidades de água e ar, por exemplo,
que o solo pode reter e, ainda, a forma dos cristais pode conferir ao
solo uma resistência maior ou menor, por exemplo, ao cisalhamen-
to mediante a uma grande solicitação.

Abordamos também o conceito de superfície específica que possui


uma proximidade conceitual de análise com relação à superfície de
contato, estando diretamente ligada ao tamanho e à forma geométri-
ca do grão que forma o solo. Analisamos a natureza das partículas e
introduzimos o conceito de peso específico, vimos que sua análise é
parecida com a comum análise de densidade do material, que será a
quantidade de massa em relação à porção de volume ocupada. Por
fim, estudamos as formas geométricas, que em grande maioria são
prismáticas, e as suas particularidades de formação.

Vimos ainda os solos turfosos, também conhecidos como solos de


“brejo”, que são formados por uma mistura de silte e argila e pos-
suem alto teor de matéria orgânica.
Propriedades das
Capítulo
3
partículas sólidas do solo

Larissa Queiroz Minillo

Introdução
Caro(a) aluno(a), agora que já estudamos a composição
química e a estruturação dos solos, vamos neste capítulo
fazer um levantamento mais empírico da composição do solo
da região que se deseja conhecer melhor.
Um dos primeiros ensaios do solo é a ser feito é o de
granulometria, nele é feita uma escala em que se podem
medir as quantidade dos solos constituintes e, assim, fazer
uma titulação adequada para o mesmo. Essa classificação é
ótima para analisar a quantidade de finos ,intermediários e
de materiais mais grosso contidos no solo.
A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) criou
uma escala de granulometria para separar os materiais
quanto ao seu diâmetro e à sua classe, esta por sua vez é
muito parecida com a AASHO (American Association of State
Higway and Transportation Officials), que é mais utilizada
para dimensionamentos rodoviários.
Desta forma, na análise do material, a ideia de ser bem
graduado ou mal graduado está diretamente relacionada às
proporções dos grãos que constituem o solo.
Outras classificações como a trilinear também são utilizadas,
porém em menor incidência.
Além das considerações acerca da granulometria, faz-
se necessário conhecer também os solos quanto à sua
estruturação bem como a sua forma granular, o que influencia
diretamente em capacidades diferentes do solo.

Objetivos
• Compreender o conceito de granulometria.
• Entender como funcionam os diversos tipos de métodos
de granulometria e suas escalas.
• Compreender como funciona a estruturação dos solos.
• Entender o conceito de amolgamento.

Esquema
• Granulometria
• Ensaio de peneiramento
• Classificação trilinear dos solos
• A estrutura dos solos
• Estrutura dos solos grossos
• Estrutura dos solos finos
• Estruturas compostas
• Amolgamento

3.1 Granulometria

A granulometria é uma escala que mede as proporções dos mate-


riais constituintes do solo, por meio dessas frações podemos fazer
uma titulação do material quanto às proporções de materiais finos,
grossos e de tamanhos intermediários.

Existem duas maneiras de realizar os ensaios para a determi-


nação da granulometria do material, uma delas é regulada pela
UNIUBE 37

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e a outra pela


AASHO (American Association of State Higway and Transportation
Officials), mais usada para dimensionamentos rodoviários.

Figura 16 - Escala granulométrica

Fonte: Caputo (1994, p. 25)

A curva de granulometria nos dá um parâmetro para poder analisar


a granulometria do material. Na curva traçada, existem faixas de
graduação do solo que são representativas na análise do material,
assim, a ideia de ser bem graduado ou mal graduado está direta-
mente relacionada às proporções dos grãos que constituem o solo
conforme a figura representativa a seguir.
38 UNIUBE

Figura 17 - Graduação dos solos

Fonte: Caputo (1994, p. 26)

3.2 Ensaio de peneiramento

Figura 18 - Ensaio de peneiramento

Fonte: Wikipédia
UNIUBE 39

O ensaio de peneiramento consiste em realizar a separação dos


materiais constituintes do solo por meio de peneiras de diferentes
diâmetros de abertura. Assim, com os materiais separados pelo
seu tamanho, consegue-se traçar a curva de granulometria para a
realização das classificações das normativas.

3.3 Classificação trilinear dos solos

Essa classificação é feita moldada na composição dos materiais de


maior importância que constituem o solo, são eles: argila, areia e o
silte. Cada eixo tem o seu material, a sua porcentagem e as regi-
ões indicados no ábaco, conforme o gráfico trilinear se arranja, se
obtêm informações do solo para sua caracterização.

Figura 19 - Classificação trilinear

Fonte: Caputo (1994, p. 33)


40 UNIUBE

3.4 A estrutura dos solos

A estrutura dos solos é definida como a organização e disposição


dos materiais constituintes dos solos.

3.4.1 Estrutura dos solos grossos

Considerando os solos grossos como materiais granulares de diâ-


metro maior cujo formato é aproximadamente esférico, temos duas
definições:

• Forma fofa

Ocorrem quando possui uma quantidade maior de vazios entre os


grãos.

• Forma compacta

Ocorrem quando, de alguma forma, os grãos sofreram um rearran-


jo que provocou a diminuição dos vazios entre os grãos.

Figura 20 - Forma dos solos grossos

Fonte: Bueno e Vilar (1979, p. 26)


UNIUBE 41

3.4.2 Estrutura dos solos finos

Existe uma complexidade muito maior quando se trata de anali-


sar o comportamento estrutural de materiais de granulometria me-
nor, pois outros agentes podem interferir na sua estruturação, por
exemplo, o processo de sedimentação do material.

Foram apresentadas por Terzaghi sugestões de estruturas dos


grãos, uma dada em flocos e outra em alvéolos.

Figura 21 - Estrutura Alveolar

Fonte: Bueno e Vilar (1979, p.27)

Figura 22 - Estrutura floculenta

Fonte: Bueno e Vilar (1979, p.27)


42 UNIUBE

3.4.3 Estruturas compostas

A sedimentação dos solos pode, muitas vezes, ocorrer de maneira


bem misturada com os mais diferentes tipos de partículas de diver-
sos diâmetros, o que resulta em estruturas compostas, apresenta-
das por Casagrande (1932) da seguinte forma.

Figura 23 - Estrutura composta

Fonte: Caputo (1994, p. 50)

Sendo assim, podemos concluir que estruturas com grãos de me-


nor diâmetro são muito porosas e possuem superfície específica
maior, dispondo assim de alta compressibilidade. Dessa forma, te-
mos um evento de adensamento do solo que, ao criar solicitações
de carga nesse solo, provoca a diminuição dos espaços vazios,
rearranjando os grãos e expulsando a água.
UNIUBE 43

Figura 24 - Estrutura de sedimentos

Fonte: Bueno e Vilar (1979, p.29)

3.5 Amolgamento

Amolgamento nada mais é do que a compressão do solo em todas


as direções sem que ocorra a mudança na quantidade de água
presente no solo.
44 UNIUBE

Figura 25 - Compressão triaxial

Fonte: Marangon (s./d.)

Esse evento faz com que a estrutura inicial do solo seja alterada e
deteriorada, reduzindo o número de ligações iniciais e tendo como
consequência a redução da resistência do solo como um todo.

Reflita
Como a água é expulsa dos solos quando esse sofre uma
solicitação de cargas?

Parada obrigatória
É fundamental entender que a granulometria e o tipo de
solo influenciam diretamente o comportamento desse em
meio a solicitações de carga.
UNIUBE 45

DICAS

Apostila de mecânica dos solos para a complementação dos estu-


dos e conhecimentos.

Disponível e: <https://www.passeidireto.com/arquivo/2060451/
apostila-mecanica-dos-solos-i---usp>. Acesso em: 12 jul. 2016.

Considerações finais

Neste capítulo, abordamos que a granulometria se preocupa em


catalogar e mapear o solo de maneira a descrever os grãos que
o constituem com relação aos diâmetros de suas partículas e à
quantidade em massa de cada intervalo de diâmetro. Depois de
peneirada a amostra, vimos que é possível obter a curva de granu-
lometria, a qual serve como uma escala para medir as proporções
dos materiais constituintes.

Existem duas maneiras de se obter a granulometria do solo: o mé-


todo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que
procede na caracterização de forma a restringir as categorias em:
Argila, Silte, Areia (fina,média e grossa) e pedregulho. Todas nas
faixas granulométricas; o outro método é o AASHO (American
Association of State Higway and Transportation Officials), mais
usado para dimensionamentos rodoviários, nele procede-se na ca-
racterização de forma a restringir as categorias em: Sedimentação
(Argila, Silte) e Peneiramento (Areia fina, Areia grossa, Pedregulho).

Também foi abordada a classificação trilinear dos solos, que, no


modelo triangular, molda-se uma escala de 3 eixos. Cada eixo tem
o seu material, a sua porcentagem e as regiões indicados no ábaco.
46 UNIUBE

Por fim, começamos a tratar da estruturação do solo e da relação


dos seus vazios com a sua compressibilidade, diferenciando a for-
ma fofa de um solo, que ocorre quando o solo apresenta maior
volume e grandes quantidades de ar em seus interiores, e a forma
compacta, que se caracteriza por expulsar as grandes quantidades
de ar de dentro de seus vazios, aproximando os grãos e reduzindo
consideravelmente o seu volume.
Plasticidade e
Capítulo
4
Consistência dos solos

Larissa Queiroz Minillo

Introdução
Neste capítulo, iremos entender os conceitos de plasticidade
e limites de consistência dos solos. Se compararmos
duas argilas diferentes, apesar de elas possuírem
curvas granulométricas semelhantes, veremos que o seu
comportamento com o trabalho manual é extremamente
diferente, a argila de Santos, por exemplo, é muito mais
moldável que argila de São Paulo, pois tem a capacidade de
absorver mais água do que esta.
Diante desses comportamentos distintos, que se refletem em
todas as demais características de comportamento, procurou-
se identificar os solos finos pelas suas propriedades plásticas,
ou sua plasticidade, em complemento às considerações
baseadas na sua textura.
Muitas dessas características são fundamentais na descrição
do comportamento do solo quanto à sua deformabilidade.
As características de plasticidade e consistência do solo
conferem a ele a capacidade de ser solicitado e não sofrer
rupturas bem como deformações excessivas.
A quantidade de água retida no solo tem grande importância,
pois, dependendo do teor de umidade de um solo, o seu
comportamento físico muda completamente, podendo sair
de um estado quase rígido (tijolo cerâmico) para um estado
quase líquido, o que denominamos de “lama”.
Esses limites de consistência e plasticidade foram apresentados
pelos cientistas Atterberg e Haines.
A fim de facilitar a obtenção de dados, todos os limites foram
padronizados com métodos empíricos e apresentados por
Casagrande (1932), bem como os aparelhos necessários
para a obtenção dos limites, sendo que esses aparelhos
apresentados por Casagrande são os mais utilizados para a
determinação dos limites de consistência do solo.

Objetivos
• Compreender os conceitos de consistência.
• Compreender os conceitos de plasticidade.

Esquema
• Limites de consistência
• Limite de liquidez
• Limite de plasticidade
• Limite de contração
• Índices de consistência

4.1 Limites de consistência

Define-se como plasticidade de um solo a propriedade que este tem


de se submeter a grandes deformações sem sofrer rupturas ou fissu-
ramento. Essa propriedade é de grande importância para os solos,
sendo peculiar aos solos ditos argilosos, em determinadas condições.

O comportamento de um solo argilosos varia enormemente com o


seu teor de umidade, podendo passar de um estado quase líquido
UNIUBE 49

(por exemplo, a lama) para um estado sólido (por exemplo, tijolo e


cerâmica), passando por vários estados intermediários. Os teores
de umidade limite variam entre os vários estados de consistência
dos solos argilosos, são ditos limites de consistência de Atterberg
e as suas determinações em laboratório foram padronizadas por
Casagrande (1932).

Uma argila poderá estar em um estado em que ela flui entre os


dedos, não possuindo resistência alguma ao cisalhamento.
Diminuindo-se o teor de umidade da argila, ela tende a adquirir
uma certa resistência ao cisalhamento, assim como o comporta-
mento caracteristicamente “plástico”, isto é, de plasticidade.

Figura 26 - Tijolo cerâmico

Fonte: A Escolha… (2015)

4.2 Limite de liquidez

Embora a transição do estado líquido para o plástico seja eviden-


temente gradativa, definiu-se uma umidade correspondente a uma
pequena resistência ao cisalhamento, mensurável e arbitrariamen-
te fixada, como representado o limite entre dois estados, chamado
50 UNIUBE

de limite de liquidez (LL). Esta pode ser determinada pelos dois


tipos de ensaios mais comuns: a concha de Casagrande e o
Penetrômetro conforme mostram as figuras a seguir:

Figura 27 - Limite de Liquidez – Concha de Casagrande

Fonte: ISEC Engenharia (s./d.)

Figura 28 - Limite de Liquidez – Cone penetrômetro

Fonte: ISEC Engenharia (s./d.)

4.3 Limite de Plasticidade

Diminuindo-se ainda mais a umidade da argila, ela chega a um dado


ponto que deixará de ser plástica, tornando-se quebradiça. Esse
teor de umidade é chamado de limite de plasticidade (LP). É um
teste bem complicado de se executar, pois, na hora da moldagem
UNIUBE 51

do cilindro, fica muito difícil manter o diâmetro constante em toda a


sua extensão, como mostrado na figura a seguir:

Figura 29 - Limite de plasticidade

Fonte: ISEC Engenharia (s./d.)

4.4 Limite de contração

Continuando a perder ainda mais água, a argila chegará a um pon-


to em que o volume total da amostra não mais sofrerá diminuição
conforme mostrado na Figura 33, deixando a argila de ser saturada
ao continuar a secagem. Esse teor de umidade é denominado limi-
te de contração (LC). O precedimento começa com o preenchimen-
to das amostras, como é mostrado na figura 30.

Figura 30 - Limite de contração – enchimento das cápsulas

Fonte: ISEC Engenharia (s./d.)


52 UNIUBE

Figura 31 - Limite de contração – amostras após secagem

Fonte: ISEC Engenharia (s./d.)

Esquematicamente temos:

Valores para solos típicos:

Argila siltosa LL = 70% a 90%

(centro de São Paulo) LP = 30 %

Argila Arenosa LL = 40% a 50%

(idem) LP = 20 %
UNIUBE 53

Argila siltosa vermelha LL = 60% a 70%

(espigões de São Paulo) LP = 40 %

Argila orgânica preta LL = 100% a 120%

LP = 30 %

Argila marinha siltosa LL = 100% a 140%

(Santos ) LP = 40 %

4.5 Índices de consistência

Conhecendo-se os limites de consistência, definem-se os seguin-


tes índices:

a. Índice de plasticidade (IP)

É a diferença entre os limites de liquidez e plasticidade.

IP = LL-LP

Essa definição coaduna com o conceito de índice (ou indicador) da


maior ou menor plasticidade de um solo, se tomarmos esta como
representada pela gama da variação da umidade dentro da qual o
solo é plástico.
54 UNIUBE

b. Índice de contração

Analogamente, temos:

I Contrac. = LP- LC

c. Índice de consistência (IC)

Sendo h a umidade natural da argila:

O índice de consistência de um solo procura medir a sua consis-


tência em função da umidade. Propôs-se a seguinte classificação,
embora sem possuir indicações teóricas ou experimentais que a
justifiquem:
UNIUBE 55

Figura 32 - Gráfico de plasticidade (Casagrande)

Fonte: Caputo (1994, p. 57)

d. Limite de contração (LC)

O limite de contração de um solo é definido em função da obser-


vação de que os solos argilosos saturados que contraem no seca-
mento lento, geralmente, alcançam um certo volume total mínimo
sem perda da saturação e, em seguida, prosseguem no secamento
(perda de h%) mediante perda de saturação, praticamente sem re-
dução de vazios; o LC é definido como o teor de umidade neces-
sário para preencher totalmente os vazios de uma amostra assim
contraída no secamento lento.
56 UNIUBE

Figura 33 - Secagem gradual de uma amostra

Fonte: a autora

Assim sendo, tomemos uma amostra da qual conhecemos o peso e


o volume totais no estado plástico, o peso dos sólidos e o volume total
da amostra quando seca. Pela definição, o limite de contração será:

Em que: Pa = Po - Ps - ɣa( Vo - V1)

E assim definimos todos os limites de consistência de Atteberg.


UNIUBE 57

Reflita
Quais são as relações entre os limites de consistência
do solo com os solos problemáticos de Santos conforme
aponta figura a seguir.

Figura 34 - Argila de Santos pouco resistente às car-

gas dos edifícios gerando recalque

Fonte: Os prédios… (2015)

IMPORTANTE!

É importante entender os limites de consistência, os fatores que os


influenciam bem como o papel da umidade em tais limites.
58 UNIUBE

Parada obrigatória
Devemos compreender que todos os limites são porcen-
tagens de umidade contidas nas amostras e entender que
a formação do solo bem como seu tipo influenciam direta-
mente nesses índices.

Saiba mais

Acesse a apostila de mecânicas dos solos curso de arquitetura da


USP a fim de complementar os conhecimentos.

Disponível em: <http://www.fau.usp.br/cursos/graduacao/arq_urba-


nismo/disciplinas/pef0522/Pef0522-notas_de_Aula.pdf>. Acesso
em: 13 jul. 2016.

DICAS

Assista ao vídeo que apresenta os aparelhos para a determinação


dos ensaios dos limites de consistência bem como os procedimen-
tos para a sua execução. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=iWPVFCSxMzI>. Acesso em: 13 jul. 2016.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

História dos pesquisadores e engenheiros civis e de como foram


feitas as suas contribuições para a mecânica dos solos.

<https://pt.wikipedia.org/wiki/Albert_Atterberg> história de Attberg

<https://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_Casagrande> história de
Casagrande
UNIUBE 59

Considerações finais

Neste capítulo, pudemos estudar diversos conceitos interessantes


e largamente utilizados em laboratório para análise de solos. Em
meados de 1920, Atteberg apresentou limites de consistência, os
quais indicavam o limite de plasticidade, o limite de liquidez e o limi-
te de contração do solo, todos eles foram observados com relação
à umidade, assim, conforme esta se alterava, o solo apresentava
maneiras diferentes de comportamento, dessa forma, o pesquisa-
dor colocou o seus limites em relação ao comportamento líquido,
plástico e rígido.

Junto ao conhecimento apresentado por Atteberg, Casagrande


apresentou técnicas e aparelhos para de medir esses limites de
consistência de maneira mais exata e de forma muito mais fácil.
Sendo assim, entendemos como funcionam os limites de consis-
tência e a plasticidade do material, nesse sentido, pudemos com-
preender que essa propriedade pode ser crucial na análise de um
solo quanto à sua estabilidade em meio às solicitações, dentro dos
limites de Atteberg.

Compreendemos ainda o quanto a quantidade de água no solo jun-


tamente com sua granulometria (o modo como a água preenche os
vazios do solo) podem ser fundamentais no seu comportamento
em meio aos limites de consistência do solo. Além disso, vimos que
as propriedades expansivas interferem nos parâmetros de consis-
tência e plasticidade e que, dependendo do teor de umidade, o solo
se comporta como um estado físico específico, indo do sólido ao
estado líquido.
Índices Físicos
Capítulo
5

Larissa Queiroz Minillo

Introdução
Para fim de um melhor entendimento do comportamento do
solo, iremos considerá-lo como uma mistura de materiais
nos 3 estados físicos da matéria (sólido, líquido e gasoso) e,
dessa forma, podemos estabelecer que :

Solo = sólidos + líquidos + gases

A parte sólida forma uma estrutura oca e porosa, cujos vazios


podem estar ocupados por ar, por água ou ambos.
Com a finalidade de conhecermos as condições físicas em
que se encontra um solo, podemos definir que os índices
físicos bem como as análises são feitos com base nas três
fases em que se encontram os solos. Juntamente a isso,
conhecendo as especificações físicas como peso e volume,
é possível estabelecer relações entre elas e ainda criar
diversos novos parâmetros de cálculo a fim de que, dessa
forma, seja obtido o máximo de informação sobre o solo que
se deseja analisar em relação às condições primeiramente
impostas para a obra que se deseja executar.
Visto que se necessita obter conhecimento sobre o solo,
os índices físicos de um solo qualquer nos mostram ainda
outras variáveis interessantes que podem ser relacionadas
não apenas à resistência do solo em si mas também com
outro fator preocupante na análise de estabilidade global de
uma estrutura: a deformabilidade excessiva do solo.
Existem diversos problemas ligados a esse fator, tais como o
recalque diferencial de apenas uma extremidade da fundação,
o que gera a inclinação do edifício, o que se deve, em alguns
casos, à falta de estudos relacionados aos índices físicos dos
solos, podendo ser um tipo de solo cuja deformabilidade pode
ser ser excessiva quando solicitado.

Objetivos
• Compreender o conceito de teor de umidade.
• Compreender o conceito de índice de vazios.
• Compreender o conceito de porosidade.
• Comparar o conceito de porosidade e índices físicos.
• Compreender o conceito de grau de saturação.
• Compreender o conceito de grau de aeração.
• Identificar e comparar as diversas relações entre os
índices físicos.

Esquema
• O modelo teórico de solo
• Teor de umidade
• Índice de vazios
• Porosidade
• Grau de saturação
• Pesos específicos dos solos
• Densidade natural
• Densidade dos sólidos
• Densidade da água
• Relações entre índices físicos dos solos
• Compacidade das areias
• Grau de aeração
• Peso específico submerso
UNIUBE 63

5.1 O modelo teórico de solo

Adotando o sistema de que o solo é composto por uma mistura de


3 fases diferentes de estados físicos e de materiais de diferentes
composições, iremos definir diversos parâmetros aos quais damos
o nome de índices físicos.

Figura 35 - Elemento de solo

Fonte: Caputo (1994, p.37 )

5.2 Teor de umidade

O teor de umidade é um parâmetro comparativo que relaciona a


quantidade de água presente no solo e o peso de sólidos.

Teor de umidade = h=
64 UNIUBE

Figura 36 - Estufa de secagem de amostras

Fonte: UNIFEI (s./d.)

5.3 Índice de vazios

É compreendido como sendo o volume que está entre as partículas


solidadas, que pode ser preenchido por gases, água ou uma mis-
tura dos dois.

Índice de vazios = ε=

5.4 Porosidade

Porosidade é compreendida como a propriedade que um material


tem de reter líquidos em seus vazios.
UNIUBE 65

Porosidade = n=

Figura 37 - À direita, solo mais poroso e, à esquerda, o menos poroso

Fonte: Ecivil (s./d.)

5.5 Grau de saturação

É compreendido como sendo o volume que a quantidade de água


ocupa em relação à quantidade de vazios.

Grau de saturação = G=
66 UNIUBE

5.6 Pesos Específicos dos solos

É a relação de pesos e volumes de dado corpo, aplicada ao solo ou


às suas principais fases, resultam dessa relação os pesos especí-
ficos seguintes, que correntemente são simplesmente chamados
de densidade:

5.6.1 Densidade natural

Peso específico natural aparente = ɣnat =

5.6.2 Densidade dos sólidos

Peso específico (ou real) dos sólidos= ɣs =

5.6.3 Densidade da água

Peso específico da água = ɣa =

O valor de densidade dos sólidos ou grãos é função do seu cons-


tituinte mineralógico. Um valor médio geralmente adotado, quando
não se dispõe de determinação do ɣs em laboratório , é o valor de
2,67 g/cm³ (correspondente do quartzo). Seguem outros valores
(em g/cm³):
UNIUBE 67

Caulinita 2,60

Clorita 2,60

Quartzo 2,67

Talco 2,70

Calcita 2,72

Muscovita 2,85

Limonita 3,80

A densidade da água varia com a temperatura e com os sais nela


dissolvidos, entretanto, adota-se o valor de 1 g/cm³ correspondente
à água destilada à temperatura de 4˚C.

Queremos notar aqui a distinção nítida que é feita nas conside-


rações precedidas em relação às ligações de solo e sólidos, não
havendo qualquer motivo para confusões entre, por exemplo, den-
sidades do solo com densidade dos sólidos.

5.7 Relações entre índices físicos dos solos

Para estabelecer as relações entre índices físicos, imaginamos a


representação hipotética de um solo supondo a separação total en-
tre si das 3 fases, conforme mostra a figura 38 a seguir.
68 UNIUBE

Figura 38 - Representação do solo em 3 fases

Fonte: a autora

Para correlacionar os vários índices físicos com o índice de vazios,


atribuímos, para facilidade, o volume unitário à fase sólida (Vs=1).
Dessa forma, resulta que o volume de vazios é igual ao índice de
vazios, Vv= ε, bem como o volume de água é igual ao grau de sa-
turação multiplicado pelo índice de vazios, Va= Gε. Temos, então, o
diagrama da Figura 39, em que os pesos são obtidos pelo produto
do volume de cada fase com o peso específico correspondente.

Figura 39 - Esquema do solo 3 fases

Fonte: a autora
UNIUBE 69

Tem-se, então:

a. Peso específico natural:

ɣnat =

Temos o caso particular c, sendo todos os vazios de um solo total-


mente ocupados pela água. Diz-se que o solo é saturado (G= 100%)
possuindo, então, um peso específico saturado de:

ɣsat =

Quando um solo não contém água nos seus vazios (solo seco), G = 0,
resultando no peso específico aparente seco:

ɣo =

Essa densidade é dita aparente porquanto, durante a secagem,


o solo sofre contração, diminuindo o seu volume. Como estamos
definindo o peso específico do solo seco em relação ao seu volume
natural ( 1 + ε) designamo-lo de aparente, pois esse peso específi-
co não é realidade física.

Analogamente, quando efetuarmos, matematicamente, a saturação


completa (introduzindo G= 1) de um solo não saturado, admitindo
implicitamente que não ocorra qualquer variação de volume total
durante a saturação, devemos denominar a respectiva densidade
de “densidade aparente saturada”.

Portanto, a designação de “aparente” não deve ser empregada


para casos (excepcionais) de um solo que, em suas condições na-
turais, se apresenta perfeitamente seco.
70 UNIUBE

b. Porosidade

n=

c. Teor de umidade

h=

d. Uma relação muito útil ligando ɣnat ao ɣo pode ser assim


deduzida:

ɣnat =

E considerando a expressão de ɣo e h, temos que:

ɣnat = = ɣo+ ɣoh

ɣnat = ɣo(1+h)

Correlacionemos, agora, os vários índices físicos com a porosida-


de n; atribuindo-se, para a facilidade de dedução, o volume unitário
total (V=1), que resulta em:

Vv = n e Va = Gn

Assim, temos que, esquematicamente:


UNIUBE 71

Figura 40 - Esquema do solo 3 fases

Fonte: a autora

Sendo assim, agora temos que:

ɣnat = (1-n)ɣs + Gnɣa

Casos particulares do solo saturado (G=100%) e do solo seco


(G=0):

ɣsat= (1-n)ɣs + nɣa

ɣo= (1-n)ɣs

· Índice de vazios:

ε=

• Teor de umidade

h=
72 UNIUBE

5.8 Compacidade das Areias

O estado de compacidade das areias é representado pela concen-


tração de grãos em um dado volume. Os estados intermediários de
compacidade são definidos pela relação a seguir, que é denomina-
da de compacidade relativa (CR):

CR= (0<CR<1)

Em que:

• εmax = índice de vazios máximo (estado fofo)

• εmin = índice de vazios mínimo (estado compacto)

• ε = índice de vazios natural

5.9 Grau de Aeração

O grau de aeração (Ar) é abordado da mesma forma que o teor de


umidade no solo, mas agora tem-se por definição como a fração de
volume de ar dentro do volume total de vazios:

• Como é medido em porcentagem quando a amostra está


seca Ar = 100%.

• Quando a amostra está saturada (G = 100%), Ar = 0.

Assim, podemos concluir que:

Ar = 100 – G
UNIUBE 73

5.10 Peso específico submerso

A expressão pode ser obtida diretamente, se considerarmos o prin-


cípio de Arquimedes. Com isso, com o peso das partículas sólidas,
por unidade de volume, reduzido do peso da água deslocada pelas
partículas sólidas (ou peso submerso = peso sólido – empuxo de
Arquimedes) teremos então pela figura 40:

ɣ’ = (1-n)ɣs – (1-n) ɣa

ou

ɣ’ = (1-n) (ɣs- ɣa)

Saiba mais

Notas de aula do curso de mecânica de solos da faculdade de


Arquitetura da USP.

Disponível em: <http://www.fau.usp.br/cursos/graduacao/arq_urba-


nismo/disciplinas/pef0522/Pef0522-notas_de_Aula.pdf>. Acesso
em: 13 jul. 2016.

Apostila de mecânica dos solos mais aprofundada. Disponível em:


<http://docslide.com.br/documents/327-apostila-mecanica-dos-so-
los.html>. Acesso em: 13 jul. 2016.
74 UNIUBE

DICAS

Tente memorizar bem o modelo trífasico dos solos para que as-
sim, quando montar as relações de índices físicos, fique mais fá-
cil o entendimento dos conceitos bem como a identificação dos
parâmetros.

Ampliando o conhecimento

Este vídeo institucional descreve os métodos de ensaios de la-


boratórios do departamento de engenharia da Cesp (Companhia
Energética do Estado de São Paulo). Diponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=2zMxNH0LzEM>. Acesso em: 13. jul. 2016.

Considerações finais

Neste capítulo, abordamos diversos conceitos importantíssimos


para a matéria de mecânica dos solos, por exemplo, os índices fí-
sicos e suas implicações são de extrema importância para o enten-
dimento de diversos processos de obtenção de dados informativos
sobre as propriedades do solo em questão. Juntamente com eles
podemos analisar e qualificar o solo em meio a diversos parâme-
tros empíricos para, assim, por fim tomar como partida o dimensio-
namento de obras de terra.

Cabe salientar que com o modelo trifásico de entendimento das


variedades de índices físicos fica mais claro que tudo se trata de
relações entre pesos e volumes. Com o desenvolvimento de con-
ceitos como teor de umidade, índice de vazios, grau de saturação
UNIUBE 75

etc, novas relações vão surgindo e dando novas definições dentro


do mesmo modelo trifásico.

É de grande importância a compreensão de todos os índices e de


todas as suas implicações, pois cada uma delas pode ter diver-
sas análises, cujo papel pode ser fundamental no entendimento do
comportamento do solo diante das ações provenientes de solicita-
ções externas. Um exemplo disso seria o grau de saturação, que é
a relação de uma fração comparativa entre o volume de água e o
volume de vazios. Quando este atinge o grau de 100% mostra para
a gente que o volume de água é igual ao volume de vazios, o que
expõe que possivelmente esse solo foi compactado expulsando
todo o volume de ar que estava contido em seus vazios, restando
apenas água em conjunto com os materiais sólidos.

O grau de saturação também está diretamente ligado a outro ín-


dice, o grau de areação, que não precisa ser nem calculado, pois
analogamente, quando o grau de saturação do solo atinge 100%,
temos que o volume de ar é nulo e portanto o grau de aeração tam-
bém tem o mesmo valor, ou seja, nulo.
Exploração do subsolo
Capítulo
6

Larissa Queiroz Minillo

Introdução
No que diz respeito aos aspectos técnicos das investigações
do subsolo, os requisitos mínimos da mecânica dos solos
para a solução de problemas de fundação compreendem os
seguintes quatro itens:
a) Determinação dos tipos de solo encontrados ao longo de
toda a perfuração.
b) Determinação das condições de compacidade (caso das
areias) ou consistência (caso das argilas) em que esses solos
respectivos se encontram na ocasião do reconhecimento do
subsolo procedido.
c) Determinação da espessura das camadas que constituem
o subsolo até a profundidade pesquisada, e avaliação da
orientação dos planos que as separam.
d) Colheita de informações completas sobre a ocorrência
de água em lençol freático, bem como, eventualmente, em
lençóis artesianos ou empoleirados.
O requisito a exige então a retirada de amostras com a
granulometria intacta, e o requisito b exige um processo
qualquer que permita a determinação aproximada que seja
da consistência ou compacidade do solo.
Dentro desses requisitos, temos que investigar o subsolo e
suas camadas constituintes. Essas análises, feitas com o uso
de amostras, seguem todo um processo de retirada, o qual é
bem rigoroso para que sejam preservadas as características
originais da camada, assim mantendo todos os índices e
parâmetros do local do qual desejam se obter dados para a
execução da obra.
Para essas perfurações e coleta de amostras, damos o nome
de sondagens do subsolo, que pode ser feito de diversas
maneiras e cada uma tem sua respectiva indicação para o
determinado tipo de situação que se deseja obter dados do
subsolo. Assim, iremos discorrer sobre os mais variados tipos e
formas de sondagens, as quais podem ser diretas ou indiretas.

Objetivos
• Compreender os diversos tipos de sondagens no
subsolo
• Entender a necessidade de amostragem subterrânea
• Compreender o ensaio de SPT (standard penetration
test)

Esquema
• As investigações do subsolo
• Sondagens de percussão ou de simples reconhecimento
• Índice de resistência à penetração
• Sondagens especiais
• Número de locação e profundidade das sondagens
• Profundidade do nível freático
UNIUBE 79

6.1 As Investigações do subsolo

De uma maneira geral, podemos subdividir as investigações do


subsolo normalmente usadas em três tipos distintos:

a. Investigações indiretas

• Métodos geofísicos
• Gravimétricos
• Magnéticos
• Sísmicos
• Elétricos

b. Investigações semidiretas

• Cravação de hastes (barramina)


• Penetração estática (deep-sounding)
• Palhetas (vane test)

c. Investigações diretas (sondagens propriamente ditas)

• Perfurações com trado


• Perfurações por lavagem com circulação de água
• Sondagens de percussão (ou simples reconhecimento)
• Sondagens especiais com extração de amostras indeformadas
• Poços exploratórios
• Sondagens rotativas
80 UNIUBE

Os métodos geofísicos fornecem-nos, por meio de medidas de certos


índices indiretos (resistividade elétrica, velocidade de propagação de
vibrações etc.), algumas informações sobre densidade e compacida-
de dos solos. Esses métodos exigem, todavia, sempre a execução de
sondagens que permitem interpretar ou completar as suas informa-
ções. São métodos empregados para investigação preliminar e rápida
de áreas extensas e não dispensam o auxílio de outras investigações.

Os métodos indiretos permitem, basicamente, delimitar camadas


cujas características de densidade sejam comparativamente bem
distintas. Essas investigações exigem inegavelmente pesquisas
prévias que indiquem o tipo de solo em estudo, visto que, por exem-
plo, uma ateia mediamente compacta e uma argila dura poderão,
frequentemente, ter densidades muito semelhantes.

A pseudo sondagem com barramina consiste em se cravar com


uma haste de ferro no terreno. Esse tipo de investigação não ofe-
rece nenhuma indicação quanto ao tipo de solo e fornece apenas
indicações módicas quanto às condições em que o mesmo ocorre.
Não há padronização alguma nesse tipo de investigação, sendo os
resultados inteiramente dependentes “do diâmetro da haste e do
esforço de cravação”.

Figura 41 - Barra Mina (PDL - Penetrômetro Dinâmico Leve)

Fonte: Solocap (s./d.)


UNIUBE 81

Os métodos de penetração estática de hastes e de rotação de pa-


lhetas têm a finalidade obter as características de resistência ao
cisalhamento dos solos encontrados. Esses métodos exigem, toda-
via, reconhecimentos prévios para a determinação do tipo de solo
ensaiado pela penetração estática ou pela palheta. Nesse tipo de
reconhecimento, os esforços em jogo são perfeitamente medidos
(esforço de penetração, momento de torção etc.), e as dimensões
dos aparelhos são padronizadas, permitindo, então, termo de com-
paração entre vários resultados.

Figura 42 - Ensaio de palheta

Fonte: Igeotest (s./d.)


82 UNIUBE

Figura 43 - Ensaio de penetração estática do cone (CPT)

Fonte: Santos (s./d.)

Tendo em mente os requisitos gerais anteriormente discutidos, con-


clui-se, por exclusão, que o único método capaz de satisfazer, in-
dependentemente, é o método direto, no qual, o mínimo a exigir-se
é necessariamente a sondagem de simples reconhecimento. Esse
método caracteriza-se essencialmente pela retirada de amostras
representativas do solo ao longo de toda a perfuração, com deter-
minação tanto do tipo de solo como da condição em que ocorre.

Compreende-se, pois, por sondagem o conjunto de operações exe-


cutadas com o fim de se obter o conjunto dos quatro requisitos téc-
nicos das investigações do subsolo acima apontados. A sondagem
compreende então basicamente dois pontos:
UNIUBE 83

a. Perfuração.
b. Amostragem.

A perfuração consiste em se executar o furo por qualquer processo


e mantê-lo aberto para poder-se alcançar as camadas mais profun-
das e determinar o nível do lençol freático. A amostragem consiste
em se retirar, com auxílio de algumas ferramentas, amostras repre-
sentativas de solos das várias profundidades alcançadas pelo furo.

Nas perfurações a trado, tanto a perfuração como a amostragem


são feitas com auxílio de um trado espiral ou um trado cavadei-
ra. Esse processo é limitado quase sempre para solos e subsolos
isentos de água, fornecendo boas indicações quanto ao tipo de
solo, porém quanto às condições em que ele ocorre as informações
são absolutamente insuficientes.

Figura 44 - Trado espiral

Fonte: Stak Engenharia e Fundações (s./d.)


84 UNIUBE

Figura 45 - Trado cavadeira

Fonte: Solocap (s./d.)

Nas perfurações por lavagem com circulação de água, procede-


se a perfuração com o auxílio de circulação de água acionada por
uma bomba e recolhendo, em uma caixa, a mistura de água e solo,
identificando-se o solo na saída da bica. Esse método merece clas-
sificar-se apenas como perfuração e não como sondagem, pois
oferece condições precárias tanto no tipo de solo quanto na sua
consistência e compacidade.

Os poços exploratórios, limitados para os solos sem água freáti-


ca, permitem a descida de um operador para o exame “in loco “do
terreno, possibilitando ainda a extração de blocos de solo indefor-
mado para a execução de estudos geotécnicos de laboratório. Os
UNIUBE 85

blocos, na extração, são recobertos por uma camada de parafina


para a proteção da amostra contra a secagem.

Figura 46 - Retirada de amostra de solos

Fonte: Pires (2013)

As sondagens do tipo rotativo são empregadas para a perfuração


em rocha. Essa perfuração é feita utilizando-se diamantes ou ví-
dias (aço carbono especial) incrustadas em coroas. Para o avanço
da coroa, coloca-se um movimento rotativo, resultando no desgas-
te da rocha e, assim, as amostras são extraídas, as quais têm o
nome de testemunho.

Figura 47 - Testemunho do rocha

Fonte: Mapear Engenharia e Geologia (s./d.)


86 UNIUBE

Figura 48 - Sondagem rotativa

Fonte: Sant’ana, Barroso e Júnior (s./d.)

6.2 Sondagens de percussão ou de


simples reconhecimento

Para o reconhecimento do subsolo o tipo de sondagem mais utili-


zado é o de percussão. Nessas sondagens, as amostras são ex-
traídas mediante a cravação de um amostrador padrão, constituído
por duas meias canas (corpo amostrador).

Sua construção permite abri-lo em duas partes, o que facilita a ob-


servação e retirada da amostra extraída. A abertura e o avanço do
furo na sondagem de reconhecimento são feitos com o trado cava-
deira até que seja necessário o tubo de revestimento, prosseguin-
do então a trado espiral ou por lavagem com circulação de água. O
trado especial é utilizado até encontrar o nível freático do terreno e
UNIUBE 87

daí por diante o avanço é feito por lavagem. É norma não se em-
pregar lavagem acima do nível freático, pois a água pode alterar a
umidade do solo e resistência à penetração, bem como dificultar a
determinação correta da posição do nível freático.

A amostragem do solo a uma determinada cota é feita cravando-


se o amostrador padrão por meio de golpes de um peso de 65 kg
caindo em queda livre de 75 cm.

Figura 49 - Sondagem a percussão

Fonte: Ação Sondagens (s./d.)

6.3 Índice de resistência à penetração

O número de golpes para a cravação do amostrador padrão é usado,


por meio de correlações empíricas, para dar indicações da consistên-
cia de uma argila e da compacidade de uma areia. A soma do número
de golpes do peso padrão para a penetração dos 30 cm iniciais do
amostrador é conhecida por “ índice de resistência à penetração”. Esse
número de golpes é conhecido como S.P.T (standard penetration test).
88 UNIUBE

A correlação atualmente empregada entre o número de golpes e o


estado que se encontra o solo é dada por:

Tabela 1 - Tabela estado x número de golpes

Fonte: Caputo (1994, p. 198)

6.4 Sondagens especiais

Em certos casos, há necessidade de se conhecer mais pormeno-


rizadamente as características e propriedades de um determinado
solo (por exemplo, a sua compressibilidade), e essas propriedades
necessitam de uma análise laboratorial de amostras indeformadas,
este quesito é necessário pois o amolgamento do solo introduz va-
riações sensíveis nas suas propriedades, notadamente em argilas
sensíveis.
UNIUBE 89

6.5 Número locação e profundidade das sondagens

As variações que determinam o número e a profundidade das son-


dagens são tantas que simples regras não podem ser tomadas
como absolutas para se resolver, adequadamente, a exploração do
subsolo para fins de engenharia civil.

De maneira geral, para edifícios, pontes, barragens e portos, as


sondagens deverão estar relativamente próximas, o que não é pre-
ciso acontecer no caso de estradas, canais e galerias. No primeiro
caso, as sondagens serão relativamente bem mais profundas que
no segundo caso. Em resumo, o número e as profundidades que
deverão alcançar as sondagens devem ser tais que resolvam técni-
ca e economicamente qualquer problema de fundação em estudo.

A norma brasileira recomenda especificamente como deverão ser


as sondagens distribuídas em planta de modo que caracterizem
bem o subsolo sondado, e seu número será em função da área
conforme tabela a seguir:

Tabela 2 - Número de sondagens mínimas necessárias relacionadas à área

De 200 m² até 1200 m² 1 sondagem para cada 200 m²


De 1200 m² até 2400 m² 1 sondagem a mais para 400 m²
que exceder de 1200 m²
Acima de 2400 m² Será fixado a critério dependendo
do plano particular da construção.
Especifica ainda que, em qualquer circunstâncias, o número mí-
nimo de furos será de:

· 2 para cada área carregada até 200 m²

· 3 para uma área carregada entre 200 a 400 m²

Fonte: a autora
90 UNIUBE

Para locação da planta é evidente que as sondagens não devem ficar


alinhadas, localizando-se, sempre que possível, próximas aos limites
da área em estudo. Dessa forma, evita-se extrapolações no traçado
das secções do subsolo, circunstância esta nunca admitida para son-
dagens de reconhecimento. Frisamos esse ponto pelo fato de existi-
rem algumas opiniões favoráveis à locação dos furos nos pontos em
que se preveem as maiores cargas; essa orientação consideramos
aceitável apenas em fase de investigações geotécnica posterior ao
reconhecimento geral do subsolo, o qual indicaria a sua conveniência.

No caso particular de duas sondagens, usa-se localizá-las em uma


das diagonais do terreno, obtendo-se dessa maneira informações
sobre as variações do terreno, tanto no sentido longitudinal quanto
no transversal.

A profundidade alcançada pelas sondagens deverá ser tal que inclua


todos os estratos dos solos que possam afetar a estabilidade da estru-
tura, tanto no que se refere a rupturas como a recalques. É, portanto,
função das pressões lançadas ao solo pelos diversos elementos da
fundação e depende, assim, do tipo de fundação a ser empregado.

Há 3 considerações principais que governam a profundidade das


sondagens:

a. Profundidade na qual o solo é significativamente solicitado


pelas tensões devido à construção, dependendo da intensi-
dade da carga aplicada por ele e do tamanho e forma da área
carregada.
b. Profundidade na qual o processo de alteração afeta o solo.
É o caso da erosão do solo pela corrente de um rio, junto à
fundação de uma ponte ou um edifício junto ao mar.
c. Profundidade para alcançar estratos impermeáveis (caso de
barragens).
UNIUBE 91

6.6 Profundidade do nível freático

Dois problemas devem ser encarados com referência à água do


subsolo. Primeiro, cumpre registrar cuidadosamente a cota em que
ocorre o lençol e as condições de pressão a que está submetido,
segundo, convém frequentemente proceder observações sobre a
permeabilidade e a dreneabilidade de diversas camadas dentro
das profundidades a que podem alcançar os trabalhos de funda-
ção previsíveis.

Recomenda-se, para a determinação do nível de água, que a per-


furação seja prosseguida, tanto quanto possível, a trado até atingir
a água do subsolo.

Deve-se esperar em seguida em torno de 30 minutos ou mais, fa-


zendo leituras de 5 em 5 minutos até que as leituras de nível freáti-
co estejam estabilizadas e indiquem a cota natural do nível.

Reflita
Quais problemas poderiam ser encontrados se, em uma
obra, não fosse respeitado o número de sondagens míni-
mas necessárias para a viabilização da execução? E pen-
sando em área, qual o motivo desses valores serem res-
tringidos dessa maneira?

Saiba mais

Apostila Benedito de Souza Bueno USP São Carlos. Disponível em:


<http://docslide.com.br/documents/327-apostila-mecanica-dos-solos.
html>. Acesso em: 13 jul. 2016.
92 UNIUBE

Ampliando o conhecimento

Sondagem percussão dividida em 3 partes, os vídeos mostram o


método e suas singularidades:

<https://www.youtube.com/watch?v=23YMQg6Ts6I>.

<https://www.youtube.com/watch?v=84DpBVw8b0U>.

<https://www.youtube.com/watch?v=BfqOdby4alk>.

Considerações finais

Neste capítulo, abordamos conceitos de muita importância na me-


cânica dos solos, no que diz respeito à sua análise e às dificuldades
de se obter parâmetros do solo. O entendimento do funcionamento
e da composição das camadas de solo inferiores ou, por assim
dizer, do subsolo é de grande importância, pois nessas camadas
serão acomodadas as estruturas de fundação, por exemplo: as
estacas em conjunto com blocos e sapatas de fundação.

Entendemos também os diversos tipos de sondagem, vendo a evo-


lução do método de obtenção de dados do subsolo com a introdu-
ção de maquinário na perfuração e coleta de amostras. A vantagem
de um método para outro, muitas vezes, depende do dos custos,
pois uma das funções do engenheiro é fazer a escolha correta para
que o método sempre mantenha a melhor relação de custo e be-
nefício para o que a solicitação da obra exige, sendo necessário
também considerar se o método tem sua devida necessidade.

Carece salientar os diversos pontos de variáveis de adequação de


UNIUBE 93

uma sondagem para que ela seja efetiva para sua obra, desde a
escolha do método até a forma de execução para que se tenha a
melhor fonte de dados que represente o solo em suas propriedades.

Vale ressaltar que o número de sondagens também é importante


dependendo do tamanho da área que a obra atinge. Para estra-
das, de uma maneira geral, as cargas trabalham de forma diferen-
te no solo, exigindo menos cuidado na distância das sondagens,
porém, quando temos obras de grande magnitude, por exemplo,
barragens, o cuidado no conhecimento do subsolo deve ser muito
maior. Sendo assim, temos que o número e as profundidades que
deverão alcançar as sondagens devem ser tais que resolvam técni-
ca e economicamente qualquer problema de fundação em estudo.
Compactação dos solos
Capítulo
7

Larissa Queiroz Minillo

Introdução
Designa-se compactação de um solo o processo por meio do
qual se torna um solo mais denso, diminuindo-se assim o seu
índice de vazios. Poderemos observar na figura 50 como o
solo sofre a compactação, é como se os seus grãos fossem
forçados a se aproximar e assim diminuir o espaço entre
eles, ao qual damos o nome de vazios. Quando acontece
esse processo, o volume de ar no solo é expulso, e o solo se
torna menos suscetível às deformações .
A compactação pode ocorrer mediante as mais variados
processos, por aplicação de golpes, por vibrações
provocadas por equipamentos especiais, pela aplicação de
pressão estática por meio de rolos lisos ou com elementos
protuberantes e mesmo por percolação da água, assim a
compactação decorre das forças de percolação.
A finalidade da compactação é, pois, a obtenção de maciços
de terra dotados de máxima resistência, pois, com os grãos
próximos, eles trabalham melhor as solicitações empregadas.
Sendo os vazios reduzidos com a aproximação dos grãos e
com relativa impermeabilidade, o solo compactado atinge sua
saturação e, de certa forma, impede que mais água entre na
mistura de solo e líquido. A compactação dos solos é empregada
nas mais variadas obras de engenharia civil, tais como
barragens de terra (figura 51), estradas, aeroportos, aterros em
geral etc; mesmo que empregadas de formas diferentes, todas
têm a mesma finalidade mencionada anteriormente.
O maior ou menor estado de compactação de um solo depende,
primeiramente, do tipo e do estado do solo no instante da
compactação. Dessa forma, iremos ver que a quantidade de camada
solo que deve ser compactada tem uma altura recomendada para
que a compactação seja da qualidade e da quantidade de energia
por unidade de volume dispendida na compactação, devido ao
fato de que a energia deve ser suficiente apenas para levar o solo
à saturação, para que assim ela não seja menor e não resulte
em problemas relacionados à deformabilidade e nem maior, pois
o solo, quando muito solicitado, começa a expulsar até mesmo o
volume de água de seus vazios.

Figura 50 - Redução do índice de vazios por compactação

Fonte: Conheça… (s./d.)

Figura 51 - Barragem de Terra de Odelouca

Fonte: Barragem… (s./d.)


UNIUBE 97

Objetivos
• Compreender os conceitos envolvidos na compactação
dos solos.
• Identificar os mais variados processos e maquinários
envolvidos na compactação
• Compreender a importância do controle de compactação.
• Identificar como funciona o Índice de Suporte Califórnia.

Esquema
• Ensaio de compactação
• Equipamentos de compactação
• Controle de compactação
• Índice de Suporte Califórnia

7.1 Ensaio de compactação

Em 1933, Proctor verificou que um dado solo, quando compactado


com uma certa energia padrão, alcançava um estado de densidade
máxima para uma umidade particular denominada umidade ótima.

A obtenção desses parâmetros de compactação peculiares é feita


através do ensaio de compactação desenvolvido por proctor. Esse
ensaio procura imitar no laboratório o esforço de compactação ob-
tido no campo por equipamentos especiais.

O ensaio emprega um cilindro com um volume de 1000 cm³, no


interior do qual se compacta o solo deitado em 3 camadas, sendo
cada camada compactada por 26 golpes de 2,5 kg, caindo de uma
altura padrão de 30 cm. Deve-se distribuir 26 golpes de uma manei-
ra uniforme sobre a superfície de cada camada a ser compactada.
98 UNIUBE

As espessuras das três camadas no interior do cilindro devem ser


aproximadamente iguais.

Figura 52 - Ensaio proctor

Fonte: Amazon S3 (s./d.)


UNIUBE 99

Figura 53 - Aplicação de golpes

Fonte: FCT (s./d.)

O ensaio consiste em tomar-se um solo com um teor de umidade


relativamente baixo e compactá-lo no cilindro. Pesa-se o corpo de
prova compactado e determina-se, de uma amostra, a sua umi-
dade. Pode-se assim calcular o peso específico aparente seco da
amostra compactada, tendo-se então um par de valores (h1,ɣ1).
Acrescenta-se uma certa quantidade de água ao solo original, re-
petindo-se o ensaio com a nova amostra compacta. Geralmente,
são procedidos 5 ensaios com 5 umidades diferentes.

O resultado do ensaio é normalmente apresentado em gráfico, em


que, nas abcissas, têm-se as umidades e, nas ordenadas, os pe-
sos específicos aparentes secos.
100 UNIUBE

Figura 54 - Curva de compactação

Fonte: Escola Engenharia (s./d.)

Observa-se que a curva atinge um máximo cujas as coordenadas


são denominadas umidade ótima e peso específico aparentemente
seco máximo.

7.2 Equipamentos de compactação

Os equipamentos empregados na compactação de aterros são di-


vididos em três categorias:

Tabela 3 - Tipos de compactadores

Compactadores dinâmicos
Compactadores estáticos Lisos
Dentados
Compactadores vibrantes Lisos
Pneumáticos
Dentados
Fonte: a autora
UNIUBE 101

Os mais simples dos equipamentos dinâmicos seria o soquete manual,


em que um peso é levantado manualmente deixando-o cair livremente
sobre o terreno. Em obras de vulto, são empregados compactadores di-
nâmicos acionados a ar ou a gasolina (“sapos mecânicos”). O operador
tem apenas a função de manter o aparelho na vertical e deslocá-lo late-
ralmente quando ele estiver dando os saltos. A eficiência de compacta-
ção dependerá da umidade do solo e da espessura da camada lançada,
sendo que, geralmente, essa espessura é da ordem de 8 a 10 cm.

Figura 55 - Sapo mecânico

Fonte: Recriar com você (s./d.)

Compactadores dinâmicos desse tipo são usados principalmente


na compactação de aterros de áreas inacessíveis a outros equipa-
mentos, por exemplo, locais junto a condutos, muros de arrimo etc.

Compactadores estáticos consistem de cilindros pesados, de su-


perfície lisa ou dentada, puxados geralmente por tratores e que
102 UNIUBE

circulam repetidamente sobre o terreno até que este adquira a den-


sidade desejada. O tipo mais largamente empregado dessa cate-
goria é o rolo pé de carneiro.

Figura 56 - Rolo pé de carneiro

Fonte: Terraplenagem Guimarães (s./p.)

7.3 Controle de compactação

O controle na compactação de um aterro consiste, entre muitos


outros, na verificação dos seguintes fatores :

a. Tipo do solo empregado.


b. Umidade do solo no instante de compactação.
c. Espessura da camada lançada para compactação.
d. Em certos casos, entrosamento entre as camadas.
e. Número de passadas do equipamento de compactação.
f. Grau de compactação alcançado.
UNIUBE 103

A umidade do solo na hora da compactação deve estar em torno da


umidade ótima determinada por meio de ensaio proctor. As normas
de compactação especificam, geralmente, valores da umidade em
um intervalo em torno de 3% da umidade ótima.

Quando os solos de áreas de empréstimo estiverem fora das con-


dições de compactação, deve-se fazer irrigação artificial do solo a
fim de se atingir umidade ótima para a compactação do solo com
eficiência. No caso oposto, deve-se aguardar o secamento natural
do solo para o procedimento.

Outro fator importante na hora da compactação é o grau de com-


pactação definido pela relação: ɣo max

C= (x100%)

Em que ɣo aterro é a densidade específica seca do aterro compac-


tado, e ɣo max é a densidade específica seca máxima obtida no
ensaio proctor.

O grau de compactação geralmente varia de 95 % a 100%.

Para se promover o controle de compactação da obra, é neces-


sário extrair corpos de prova de amostra do aterro compactado a
fim de ensaiar e determinar se está de acordo com as condições
impostas nas especificações de obra.

7.4 Índice de Suporte Califórnia

Foi elaborado um ensaio pelo órgão regulamentador de estradas


de rodagem da Califórnia, nos Estados Unidos, com o intuito de
104 UNIUBE

analisar a resistência dos solos. Neste ensaio, a resistência foi


medida através da penetração de uma amostra Proctor de solo
compactada. Um pistão atravessa a amostra em baixa velocidade.
Depois, o valor da resistência à penetração é obtido e comparado
com um padrão de referência.

Figura 57 - Ensaio CBR1

IMPORTANTE!

É de grande importância a compreensão do conceito de compacta-


ção em umidade ótima e peso específico aparentemente seco má-
ximo, como mostrado na figura 54 deste capítulo, pois o controle de
compactação em campo se baseia nesses conceitos para garantir
uma boa qualidade e máxima resistência do solo.

1 Disponível em: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRYqoLaSRyO-

x4NQ88N-SHCrL5hXu0OUgvp_QS698WPksdkXnQJt>. Acesso em: 14 jul. 2016.


UNIUBE 105

SAIBA MAIS

Apostila de mecânica dos solos de Benedito de Souza Bueno.


Disponível em: <http://docslide.com.br/documents/327-apostila-
mecanica-dos-solos.html>. Acesso em: 14 jul. 2016.

DICAS

Vídeo

Trabalho realizado para aula de TMCC I do curso de Técnico em


Edificações da ETEC Jacinto Ferreira de Sá de Ourinhos, mostran-
do como é todo o processo de compactação dos solos. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=UT_Wg50XD3A>. Acesso
em: 14 jul. 2016.

Considerações Finais

Neste capítulo, abordamos conceitos de muita importância na me-


cânica dos solos, em especial, no que diz respeito à análise do
solo quanto aos parâmetros, que são de importância para que ele
ganhe resistência. Nesse sentido, observamos que o objetivo de
compactar o solo, além de aproximar os grãos para que eles tra-
balhem em conjunto de modo mais rígido, é também diminuir seus
vazios expulsando o ar nele contido a fim de evitar que esse solo
venha a se deformar ao longo do tempo com as ações das solicita-
ções de uma construção.

Foi abordada a curva de compactação de um solo, a qual apresenta


os valores de peso específico aparentemente seco das amostras
106 UNIUBE

de acordo com a variação de umidade dessas, juntamente com a


curva em forma de sino, podemos extrair o conceito de umidade
ótima, que se trata da umidade que tem o pico dos valores de peso
específico seco expressos ou por observação, sendo este o ponto
onde acontece justamente a inversão do crescimento, ou seja, onde
a curva passa do seu estado crescente para o estado decrescente.

Esse valor é o mais adequado de densidade específica do solo


quando queremos obter o máximo de resistência na compactação.

Observamos que existem diversos processos para a compactação


do solo e que cada um deles tem a sua devida aplicação, assim,
cabe ao engenheiro determinar o melhor método, viabilizando sem-
pre a possibilidade de ter o resultado desejado, levando em con-
sideração os custos realizando um controle de compactação ade-
quado e tomando sempre os devidos cuidados com a compactação
a fim de se ter o controle tanto de umidade quanto de densidade
do solo.

Tendo em vista a melhoria na qualidade de execução de compacta-


ção, também são retiradas amostras depois de o solo ter sido com-
pactado, isso serve para verificar se ela foi feita dentro dos padrões
de qualidade exigidos pela a obra. Cabe ainda ressaltar que, no con-
trole de compactação, existem muitas dificuldades encontradas com
empréstimos de solo, esses que, por sua vez, podem vir muito “se-
cos”, com baixo teor de umidade, sendo necessário irrigar para que
atinja a umidade ótima, bem como muito úmidos, com umidade mui-
to acima da ótima, sendo necessário esperar a sua secagem natural.
Resolução de exercícios
Capítulo
8

Larissa Queiroz Minillo

Introdução
Neste capítulo, iremos abordar exercícios resolvidos
apresentados nos capítulos anteriores para fim de fixação
dos conceitos.
Abordaremos os mais variados tipos de questionamento a fim
de auxiliá-lo(a) a alcançar a melhor compreensão dos assuntos
abordados no nosso curso. As questões estão distribuídas
de forma ininterrupta para que você possa estudar e resolver
as questões de modo contínuo, as questões são discursivas
e esquemáticas para que você tenha uma maior liberdade
na hora de responder e depois comparar as suas respostas
com as respectivas respostas deste capítulo, para assim
analisar se há necessidade de complementar a sua resposta
ou talvez aumentar o nível de atenção na hora de estudar os
conceitos disponibilizados nos capítulos anteriores.
Os exercícios serão de grande ajuda para você testar seus
conhecimentos sobre os assuntos contemplados nos sete
capítulos anteriores e no desenvolvimento do curso, pois
muitos deles estão diretamente ligados e eles evoluem
conjuntamente no decorrer dos capítulos. Sendo assim,
consideraremos a origem e formação do solo, os tipos de
solos e suas formas geométricas, os seus componentes, a
modelagem hipotética de um sistema trifásico que auxilia na
obtenção de índices físicos, que nos mostram fronteiras de
estado do solo, levando sempre em consideração os limites
de consistência observados por Atteberg. Serão observados
ainda o solo pela sua integridade, em que serão apresentados
exercícios acerca das sondagens do subsolo e da coleta de
amostras, as quais são usadas na realização de ensaios
de laboratório, para que por meio destes se conclua qual
tratamento é preciso destinar ao solo antes de se elaborar a
fundação juntamente com o desenvolvimento da obra.

Objetivos
• Compreender os conceitos de forma mais acentuada,
testando seus conhecimentos.
• Identificar as possíveis necessidades de melhorar os
conceitos aprendidos.
• Praticar o conhecimento a respeito da mecânica dos
solos.

Esquema
• Questões dos Capítulos 1 e 2
• Questões dos Capítulos 3 e 4
• Questões dos Capítulos 5, 6 e 7

8.1 Questões dos Capítulos 1 e 2

1) Como podemos definir solos dentro do contexto da engenharia?

R: Podemos definir solos como sendo materiais terrosos, de-


sagregados, de origem inorgânica ou orgânica e constituídos
de elementos pertencentes a três fases físicas em proporções
variáveis e que se encontram na superfície da terra sobre o
UNIUBE 109

embasamento de rochas, isto é, de materiais endurados e ci-


mentados não sujeitos à desagregação pela água.

2) Levando em conta a formação dos solos, como podemos clas-


sificar os solos?

a. Solo residual
R: São aqueles que têm a sua formação a partir da rocha de
origem e se localizam no mesmo local da formação, mostrando
no perfil do solo as camadas de transição desde a rocha de
origem até o solo residual maduro.

b. Solo Sedimentar
R: São aqueles solos que, por algum motivo, sofreram ações de
meios de transporte, por exemplo, solos que tenham sido transpor-
tados pela água ou até mesmo pelo vento, as características desses
solos podem ser variadas dependendo não só do meio que o trans-
portou, mas também da distância em que o solo foi transportado.

c. Solo orgânico
R: Solos de formação orgânica são aqueles que possuem mui-
ta matéria orgânica de origem vegetal e animal, sendo compos-
to por plantas e raízes decompostas bem como de restos de
animais, por exemplo, esqueletos etc.

3) O que é mecânica dos solos e quais são suas aplicações?

R: É a ciência técnica que tem por finalidade o estudo do com-


portamento quantitativo dos solos, com aplicação na engenharia
civil nos ramos da Engenharia de Fundações e de obras de terra.
110 UNIUBE

4) “Mecânica dos solos tem de aceitar o solo como ele existe e de-
terminar suas propriedades em cada local e em cada situação,
sendo um problema completamente distinto daquele que um
engenheiro estrutural enfrenta.”

Explique o trecho acima mostrando as diferenças das áreas


abordadas.

R: O problema do engenheiro estrutural é diferente pois este


pode escolher os materiais e empregá-los na superestrutura,
escolhendo os mais adequados para cada situação, sem contar
o fato de que, além disso, o engenheiro estrutural possui quase
sempre o conhecimento perfeito de suas propriedades. Outra
consideração a ser feita é que, dada natureza dos materiais,
geralmente, muito pouco deformáveis, a engenharia estrutural
preocupa-se predominantemente com a ruptura, ao passo que,
para a mecânica dos solos, o problema estático deve ser sem-
pre analisado perante a ruptura bem como perante a ocorrência
deformações excessivas.

5) O que é superfície específica de um solo?

R: A superfície específica de um solo consiste na área superfi-


cial de todas as partículas que compõem o solo.
UNIUBE 111

8.2 Questões dos capítulos 3 e 4

6) O que é Granulometria de um solo?

R: A granulometria é uma escala que mede as proporções dos


materiais constituintes do solo, por meio dessas frações pode-
mos fazer uma titulação do material quanto às proporções de
materiais finos, grossos e de tamanhos intermediários.

7) Existem duas maneiras de realizar o ensaios para a deter-


minação da granulometria do material, uma delas é a da
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e a outra
é a da AASHO (American Association of State Higway and
Transportation Officials), mais usada para dimensionamentos
rodoviários.

Figura 58 - Escala granulométrica

Fonte: Pinto (2002)


112 UNIUBE

Sobre a curva de granulometria, ela nos dá um parâmetro, qual


seria ele?

R: A curva de granulometria nos dá um parâmetro para poder


analisar a granulometria do material. Na curva traçada, existem
faixas de graduação do solo que são representativas na análise
do material, assim, a ideia de ser bem graduado ou mal gradu-
ado está diretamente relacionada às proporções dos grãos que
constituem o solo.

8) No que consiste o ensaio de peneiramento?

R: O ensaio de peneiramento consiste em realizar a separação


dos materiais constituintes do solo por meio de peneiras de di-
ferentes diâmetros de abertura. Assim, com os materiais sepa-
rados pelo seu tamanho, consegue-se traçar a curva de granu-
lometria para a realização das classificações das normativas.

9) “A estrutura dos solos é definida como a organização e disposi-


ção dos materiais constituintes dos solos”.

Sobre a estrutura dos solos grossos, materiais granulares de


diâmetro maior e de forma aproximadamente esférica, temos
duas definições, quais são elas? Explique-as .

R: Forma fofa

Forma que possui uma quantidade maior de vazios entre os


grãos.
UNIUBE 113

Forma compacta

Forma em que, de alguma maneira, os grãos sofreram um rearran-


jo, o que fez que houvesse uma diminuição dos vazios entre eles.

10) O que é amolgamento de um solo? E qual a sua consequência?

R: Amolgamento nada mais é do que a compressão do solo em


todas as direções sem que ocorra a mudança na quantidade
de água presente no solo. Esse evento faz com que a estrutura
inicial do solo seja alterada e deteriorada, reduzindo o número
de ligações iniciais e tendo como consequência a redução da
resistência do solo como um todo.

11) Dentro dos conceitos de limites de consistência, como se defi-


ne a plasticidade de um solo?

R: Define-se plasticidade de um solo a sua propriedade de se


submeter a grandes deformações sem sofrer rupturas ou fis-
suramento. Essa propriedade é de grande importância para os
solos, sendo peculiar aos solos ditos argilosos, em determina-
das condições.

12) Dentro dos conceitos de limites de consistência, como se defi-


ne limite de liquidez?

R: Embora a transição do estado líquido para o plásti-


co seja evidentemente gradativa, definiu-se uma umidade
114 UNIUBE

correspondentemente a uma pequena resistência ao cisalha-


mento, mensurável e arbitrariamente fixada, como representado
o limite entre dois estados, chamado de limite de liquidez (LL).

13) Dentro dos conceitos de limites de consistência, como se defi-


ne Limite de Plasticidade?

R: Diminuindo-se ainda mais a umidade da argila, ela chega


em um dado ponto que deixará de ser plástica, tornando-se
quebradiça. Esse teor de umidade é chamado de limite de plas-
ticidade. (LP).

14) Dentro dos conceitos de limites de consistência, como se defi-


ne limite de contração?

R: Continuando a perder ainda mais água, a argila chegará a


um ponto em que o volume total da amostra não mais sofrerá
diminuição, deixando a argila de ser saturada ao continuar a
secagem. Esse teor de umidade é denominado limite de con-
tração(LC) .
UNIUBE 115

8.3 Questões dos capítulos 5 ,6 e 7

15) Faça um esquema representativo do solo em suas 3 fases com


seus respectivos volumes, no lado esquerdo, e os seus pesos,
no lado direito.

R:

16) O que é teor de umidade de um solo? Apresente sua fórmula


explicando os seus itens.

R: O teor de umidade é um parâmetro comparativo entre a


quantidade de água presente no solo em relação ao peso de
sólidos.

Teor de umidade = h=
116 UNIUBE

17) Diferencie porosidade de índice de vazios de um solo e apre-


sente suas fórmulas explicando os seus itens.

R: Índice de vazios é compreendido como sendo o volume que


está entre as partículas solidadas que pode ser preenchido por
gases, água ou uma mistura dos dois.

Índice de vazios = ε=

Porosidade é compreendida como a propriedade de um mate-


rial reter líquidos em seus vazios.

Porosidade = n=

18) O que é grau de saturação de um solo? Apresente sua fórmula


explicando os seus itens. E o que podemos afirmar quando o
grau de saturação é de 100%.

R: É compreendido como o volume que a quantidade de água


ocupa em relação à quantidade de vazios.

Grau de saturação = G=

Quando o grau de saturação é de 100%, isso significa que a


água ocupa todo o volume disponível no volume de vazios.
UNIUBE 117

19) O que é grau de aeração de um solo? Apresente sua fórmula


explicando os seus itens. E o que podemos afirmar quando o
grau de saturação é de 100%.

R: O grau de aeração (Ar) é abordado da mesma forma que o


teor de umidade no solo, mas agora tem-se por definição como
a quantidade de ar que está contido dentro do volume total de
vazios:

• Como é medido em porcentagem quando a amostra está


seca Ar = 100%.

• Quando a amostra está saturada (G=100%), Ar = 0.

Assim, podemos concluir que:

Ar = 100 – G

20) O que é peso específico submerso de um solo? Apresente sua


fórmula explicando os seus itens.

R: A expressão pode ser obtida diretamente, se considerarmos o


princípio de Arquimedes. Com isso, temos que o peso das partí-
culas sólidas, por unidade de volume, reduzido do peso da água
deslocada pelas partículas sólidas (ou peso submerso = peso
sólido – empuxo de Arquimedes)

ɣ’ = (1-n)ɣs – (1-n) ɣa

ou

ɣ’ = (1-n) (ɣs- ɣa)


118 UNIUBE

21) No que diz respeito aos aspectos técnicos das investigações do


subsolo, os requisitos mínimos da mecânica dos solos para a
solução de problemas de fundação compreendem os seguintes
quatro itens, cite pelo menos 3 desses itens explicando quais
os requisitos.

R:

a. Determinação dos tipos de solo encontrados ao longo de toda


a perfuração.
b. Determinação das condições de compacidade (caso das
areias) ou consistência (caso das argilas) em que esses solos
respectivos se encontram na ocasião do reconhecimento do
subsolo procedido.
c. Determinação da espessura das camadas que constituem o
subsolo até a profundidade pesquisada e avaliação da orien-
tação dos planos que as separam.
d. Colheita de informações completas sobre a ocorrência de
água em lençol freático, bem como, eventualmente, em len-
çóis artesianos ou empoleirados.

O requisito a exige, então, a retirada de amostras com a granu-


lometria intacta, e o requisito b exige um processo qualquer que
permita a determinação aproximada que seja da consistência
ou compacidade do solo.
UNIUBE 119

22)

Figura 59 - Sondagem rotativa

Fonte: Sant’ana, Barroso e Júnior (s./d.)

Acerca das sondagens rotativas como a da figura, elas são em-


pregadas devido a qual necessidade? Explique o método.

R: As sondagens do tipo rotativo são empregadas para a perfu-


ração em rocha. Essa perfuração é feita utilizando-se diaman-
tes ou vídias (aço carbono especial) incrustadas em coroas.
Para o avanço da coroa, coloca-se um movimento rotativo, que
resulta no desgaste da rocha e, assim, as amostras são extraí-
das, as quais são chamadas de testemunho.
120 UNIUBE

23) A norma brasileira recomenda especificamente como deverão


ser as sondagens distribuídas em planta de modo que essas
caracterizem bem o subsolo sondado, nesse sentido, o seu
número se dará em função da área conforme tabela a seguir:

De 200 m² até 1200 m² 1 sondagem para cada 200 m²


De 1200 m² até 2400 m² 1 sondagem a mais para 400
m² que exceder de 1200m²
Acima de 2400 m² Será fixado a critério depen-
dendo do plano particular da
construção.
Especifica ainda que, em quaisquer circunstâncias, o número mí-
nimo de furos será de:

· 2 para cada área carregada até 200 m²

· 3 para uma área carregada entre 200 a 400m²

Então, para um terreno de 2200 m², teremos um total de son-


dagens de?

R: 1 para cada 200 m² até 1200 m², portanto 6 até 1200 m² de-
pois 1 sondagem a mais para 400 m² que exceder de 1200 m²,
portanto mais 2 até 2000 m² e, como a norma só pede mais 1
para 400 m² que exceder, paramos por aqui dando um total de
8 sondagens.

24) Qual é a finalidade da compactação dos solos?

R: A finalidade da compactação é, pois, a obtenção de maciços de


terra dotados de máxima resistência, pouca compressibilidade
UNIUBE 121

e relativa impermeabilidade. A compactação dos solos é em-


pregada nas mais variadas obras de engenharia civil, tais como
barragens de terra, estradas, aeroportos, aterros em geral etc.

25) Qual é a importância do controle da umidade na compactação


dos solos?

R: A umidade do solo na hora da compactação deve estar em


torno da umidade ótima determinada por meio de ensaio proc-
tor. As normas de compactação especificam, geralmente, valo-
res da umidade em um intervalo em torno de 3% da umidade
ótima. Assim, garante-se o maior valor de densidade específica
do solo.

Parada obrigatória
Anote todas as suas repostas e as compare com o gabarito
para sejam sanadas possíveis dúvidas e sejam ampliados
os conhecimentos adquiridos.

Saiba mais

Acesse a apostila de mecânica do solos do curso de arquitetura da


USP para a complementação do material de estudo.

Disponível em: <http://www.fau.usp.br/cursos/graduacao/arq_urba-


nismo/disciplinas/pef0522/Pef0522-notas_de_Aula.pdf>. Acesso
em: 15 jul. 2016.
122 UNIUBE

DICAS

Mais uma coletânea de exercícios resolvidos para quem deseja


testar ainda mais os conhecimentos da área.

Disponível em: <http://pt.slideshare.net/MFConstrutora/curso-b-


sico-de-mecnica-dos-solos-exerccios-resolvidos-carlos-de-souza
-pinto-3-ed-1>. Acesso em: 15 jul. 2016.

Considerações finais

Neste capítulo, resolvemos diversos exercícios referentes aos capí-


tulos anteriores que compõem este livro de Mecânica dos Solos I,
para a melhor fixação dos conceitos e aprendizagem.

No primeiro grupo de questões, abordamos os capítulos I e II, que


exploraram o conceito de solo, nesse contexto, pudemos entender
a sua origem e também como ocorre a sua formação. Vimos ainda
quais são os fatores que influenciam na sua formação, qual os tipos
de intemperismo que ele pode sofrer e como esses afetam o solo
na sua formação ao longo dos anos, sempre levando em conta que
os solos sofrem várias formas de intemperismo simultaneamente.

Exploramos também nos questionamentos os tipos de solos e as


suas particularidades fazendo comparações entre eles, dessa for-
ma, indagou-se sobre a mecânica dos solos, que compreendemos
como a ciência técnica que tem por finalidade o estudo do com-
portamento quantitativo dos solos, com aplicação na Engenharia
Civil, nos ramos da Engenharia de Fundações e das obras de terra.
A grande dificuldade acerca dessa análise é o fato de que é preci-
so aceitar o solo como ele existe e determinar suas propriedades
em cada local e em cada situação, sendo um problema comple-
tamente distinto daquele que um engenheiro estrutural enfrenta,
pois este pode escolher os materiais mais adequados para cada
UNIUBE 123

situação e empregá-los na superestrutura. Além disso, possuindo


quase sempre o conhecimento perfeito de suas propriedades, pois
a natureza desses materiais, geralmente, é muito pouco deformá-
vel, a engenharia estrutural preocupa-se predominantemente com
a ruptura, ao passo que, para a mecânica dos solos, o problema
estático deve ser sempre analisado perante a ruptura, bem como
perante a ocorrência deformações excessivas.

Em um segundo instante, no segundo grupo de questões, analisa-


mos os parâmetros de características mais empíricas, passando
pela granulometria, que é uma escala para medir as quantidades
de cada material que compõe o solo, assim, por meio dessas fra-
ções, podemos fazer uma titulação do material quanto às propor-
ções de materiais finos, grossos e de tamanhos intermediários,
passando também pelos limites de consistência de Atteberg, que
resumidamente são expressos por teores de umidade limites, entre
os vários estados de consistência dos solos argilosos.

E, por fim, entramos no grupo final de questões, abordando os três


últimos capítulos, no qual, com o modelo hipotético trifásico do solo,
montamos relações fundamentais para a determinação de diversos
parâmetros determinados empiricamente. Tais parâmetros foram
intitulamos de índices físicos, que estabelecem parâmetros com os
quais podemos obter informações do solo, caracterizando o solo de
acordo com suas propriedades específicas. Também fez-se neces-
sário ampliar as análises do solo, sendo de grande importância o
estudo do subsolo bem como as formas de obtenção de dados so-
bre ele através das conhecidas sondagens e de todos os cuidados
necessários para a investigação do subsolo.

E fechando a primeira parte de mecânica dos solos, vimos que


a compactação tem a finalidade de obter maciços de terra dota-
dos de máxima resistência, pouca compressibilidade e relativa
impermeabilidade.
UNIUBE 125

CONCLUSÃO

Caro(a) aluno(a), chegamos ao final de mais um livro. Aqui pu-


demos perceber que, para a utilização do solo como uma ferra-
menta de sustentação das obras de construção civil, é necessária
uma análise que varrendo tanto a sua característica de deforma-
ção quanto a característica de propriedades físicas e químicas da
composição mineralógica do solo. Ao analisarmos as propriedades
químicas e mineralógica dos solos, chegamos à conclusão de que
cada tipo de solo tem uma característica geométrica própria, a qual,
por sua vez, interfer nas propriedades físicas dos materiais.

Quanto aos procedimentos a serem tomados para obtenção de da-


dos para que o solo seja utilizado de maneira correta, temos que
inicialmente que a granulometria serve como uma escala para me-
dir as proporções dos materiais constituintes do solo. Nessa pers-
pectiva, existem duas maneiras de obtenção da granulometria do
solo, uma sendo a da Associação Brasileira de Normas Técnicas
e a outra é a normativa americana usada para dimensionamentos
rodoviários.

Outros parâmetros utilizados e analisados são os limites de con-


sistência, os quais mostram como funciona a plasticidade do ma-
terial, ressalta-se essa propriedade pode ser crucial na análise de
um solo quanto à sua estabilidade em meio as solicitações. Nesse
contexto, dentro dos limites de Atteberg, compreendemos o quanto
a quantidade de água no solo, juntamente com sua granulometria
e propriedades expansivas interferem nos parâmetros de consis-
tência e plasticidade.

Juntamente aos limites, obtemos por meio de análises laboratoriais


a determinação dos índices físicos e suas implicações, que são de
extrema importância para o entendimento de diversos processos de
126 UNIUBE

obtenção de dados informativos sobre as propriedades do solo em


questão e, juntamente com eles, podemos analisar e qualificar o solo
em relação a diversos parâmetros empíricos para assim, por fim,
tomar como ponto de partida o dimensionamento de obras de terra.

Contudo, a análise apenas superficial do solo não proporciona qua-


lidade suficiente para a sustentação de uma obra, é preciso fazer
análise do subsolo e de suas camadas constituintes. Existem mui-
tas dificuldades na obtenção de parâmetros do solo, nesse sentido,
temos diversos tipos de métodos de execução do serviço e, nesta
análise, o engenheiro determina a vantagem de um método para o
outro, e quando um método tem sua devida necessidade. Devido a
esta análise, o engenheiro determina o método de sondagem que
seja efetivo para sua obra, obtendo assim a melhor fonte de dados
que representam o solo em suas propriedades.

E por fim temos a hora de compactar o solo, que é diminuir seus


vazios afim de evitar que esse solo veja a se deformar ao longo
do tempo com as solicitações das ações de uma construção, ao
se obter a curva de compactação de um solo e juntamente o con-
ceito de umidade ótima, que se trata da umidade onde se tem o
valor mais adequado de densidade especifica do solo, executamos
a compactação levando em conta que existem diversos processos
para a compactação do solo e que cada um deles tem a sua devida
aplicação e que cuidados com a compactação devem ser tomados
afim de controle tanto de umidade quanto de densidade do solo.
UNIUBE 127

Referências

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