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Expediente

REALIZAÇÃO

SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS Diretor de Administração e Finanças


MICRO E PEQUENAS EMPRESAS JOSÉ CLAUDIO DOS SANTOS

Presidente do Conselho Deliberativo Nacional Gerente da Unidade de Agronegócios


ROBERTO SIMÕES ENIO QUEIJADA DE SOUZA

Diretor-Presidente Gerente da Unidade de Marketing e


LUIZ EDUARDO PEREIRA BARRETTO FILHO Comunicação
CÂNDIDA BITTENCOURT

Diretor Técnico Coordenador de Projetos de Agroecologia,


CARLOS ALBERTO DOS SANTOS Orgânicos e Horticultura
LUDOVICO WELLMANN DA RIVA

SEBRAE
SGAS 604/605 – Módulos 30 e 31 – Asa Sul – Brasília – Distrito Federal
CEP: 70200-645 – Telefone: (61) 3348 7100

www.sebrae.com.br
www.sebrae.com.br/setor/horticultura

Central de Relacionamento Sebrae


0800 570 0800

Apoio Técnico

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ENTIDADES EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E


ESTADUAIS DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO DISTRITO FEDERAL
EXTENSÃO RURAL (ASBRAER) (EMATER-DF)
Sumário
APRESENTAÇÃO 5
1º Passo
MODALIDADES DE CULTIVO 6
2º Passo
ANÁLISE, PREPARO, CORREÇÃO E ADUBAÇÃO DO SOLO 9
3º Passo
ESCOLHA DA CULTIVAR/HÍBRIDO 12
4º Passo
FORMAÇÃO DE MUDAS 15
5º Passo
TRATOS CULTURAIS 17
6º Passo
CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS 21
7º Passo
COLHEITA E PÓS-COLHEITA 23
8º Passo
COMERCIALIZAÇÃO E AGREGAÇÃO DE VALOR 25
9º Passo
COMPORTAMENTO DE MERCADO 26
10º Passo
LEVANTAMENTOS DE DADOS PARA FAZER ORÇAMENTO 28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 30
ANOTAÇÕES 31
Editorial

Série Agricultura Familiar


Coleção Passo a Passo – Pimentão *GERALDO MAGELA GONTIJO,
Técnico em Agropecuária
Produção Editorial
*RENATO DE LIIMA DIAS,
Eng. Agr., M. Sc., Economia Rural

(*) EMATER-DF
PLANO MÍDIA COMUNICAÇÃO
(planomidia@gmail.com) Projeto Gráfico e Diagramação
(61) 3244 3066/67 e 9216 5879 BRUNO EUSTÁQUIO

Supervisão editorial Revisão


NEWMAN COSTA (SEBRAE) ELIANA SILVA

Edição Fotos
ABNOR GONDIM (PLANO MÍDIA) GABRIEL JABUR NETO, NAIANA ALVES e
FELIPE BARRA
Responsável técnico
FRANCISCO ANTONIO CANCIO DE MATOS, Agradecimento
Eng. Agr., M. Sc., Fitotecnia Ao produtor JEOVÁ CONCEIÇÃO DOS SANTOS
Ao trabalhador JACKSON SANTOS SOUSA
Autores
FRANCISCO ANTONIO CANCIO DE MATOS, Propriedade: Chácara nº 62, Assentamento
Eng. Agr., M. Sc., Fitotecnia Fazenda Larga, Pipiripau
Planaltina – Distrito Federal
*CARLOS ANTONIO BANCI,
Eng. Agr., M. Sc., Fitotecnia

© Copyright 2012, SEBRAE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas


É PERMITIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL MEDIANTE A CITAÇÃO DA FONTE
Distribuição gratuita
O arquivo dessa publicação está disponível em www.sebrae.com.br/setor/horticultura
Não são permitidas reproduções para fins comerciais
Apresentação

HORTALIÇA: PIMENTÃO
Agricultura Familiar
Cultive Renda e Sustentabilidade

A produção de hortaliças é a atividade que mais se identifica como opção de agronegócio


para os produtores rurais familiares. As informações aqui contidas destinam-se a profissionais
do ramo e agricultores que cultivam pimentão ou pretendem investir nessa cultura para obter
renda de forma lucrativa e sustentável.

Nesta publicação, o Sebrae busca oferecer material que possibilite aumento da


competitividade dos produtos semeados na pequena propriedade rural. Traz orientações
tecnológicas e de mercado baseadas nos princípios das Boas Práticas Agrícolas, ou seja,
tornar a agricultura menos dependente de produtos químicos, com menor impacto ao meio
ambiente, socialmente correta, tecnicamente adequada e, por conseguinte, mais eficaz.

A principal finalidade da Coleção Passo a Passo, da série Agricultura Familiar, é esclarecer


sobre o que, quando, quanto e como produzir e comercializar hortaliças. Isso com ações que
gerem resultados sem comprometer o aproveitamento da natureza pelas futuras gerações.

Boa Leitura. Bom plantio. Bons lucros.


1º PASSO

Foto Agrocinco - Sementes


No momento de definir a forma de cultivo, devem-se considerar os recursos disponíveis na sua
unidade produtiva aliados aos melhores resultados de produtividade e renda

MODALIDADES DE CULTIVO
Coleção Passo a Passo – Pimentão

O pimentão é cultivado em todo território nacional. Por ano, ocupa área equivalente a
13 mil hectares, com a produção de 350 mil toneladas de frutos. Está entre as 10 hortaliças
mais plantadas no Brasil. É conhecida cientificamente como Capsicum annuum L.

Os fatores da decisão
A cultura do pimentão pode ser plantada, por agricultores familiares, em diferentes
modalidades de cultivo. Nesta publicação, estão as mais utilizadas no Brasil. No entanto,
cabe ao produtor rural a tomada de decisão para determinar a que melhor se adapta à sua
realidade.
6 Uma boa escolha deve levar em consideração os fatores de produção:
• clima;
Série Agricultura Familiar

• solo;
• água;
• infraestrutura e outros.

Devem ser também observados os fatores de mercado:


• proximidade do mercado consumidor;
• tamanho da área;
• canais de comercialização e outros.

A definição da modalidade de cultivo é o passo mais importante para o sucesso do


plantio. As principais modalidades são as seguintes:
1. Plantio a campo aberto. É realizado
em sulcos de 40 a 50 cm de largura e de 20
a 25 cm de profundidade. Em geral, os pro-
dutores preferem sulcos de 50 m de com-
primento, para padronizar e uniformizar a
irrigação. O plantio é feito em fileira simples,
no espaçamento de 80 a 100 cm entre filei-
ras de plantas e de 40 a 50 cm entre plantas.
O sistema de irrigação a ser utilizado vai
depender da quantidade de água dispo-
nível, solos e outros fatores existentes na
O sucesso do plantio em campo aberto vai depender do controle integrado propriedade rural. A produtividade fica em
de pragas e doenças por apresentar alto risco devido à sua vulnerabilidade
torno de 30 – 40 toneladas por hectare.
Embora seja o sistema de menor custo de produção, apresenta alto risco pela sua vulne-
rabilidade no tocante às pragas e doenças. Por consequência, obtêm-se menores índices
de produtividade e produtos menos competitivos para o mercado.
2. Plantio a campo aberto em canteiros com cobertura de plástico (mulching).
É realizado em canteiros que, em geral, têm de 80 a 90 cm de largura, para plantio em
fileira dupla, com espaçamento de 45 a 55 cm entre fileiras e 50 a 60 entre plantas e de 30

Coleção Passo a Passo – Pimentão


7
Detalhe do plantio em campo aberto com mulching em fileira simples Detalhe do plantio em campo aberto com mulching em fileira dupla
Série Agricultura Familiar

a 40 cm, para plantio em fileira simples com espaçamento de 80 a 90 cm entre fileira e de


40 a 50 entre plantas.
Os produtores, em geral, preferem canteiros com 50 m de comprimento, a fim de pa-
dronizar e uniformizar o uso da irrigação. Preferencialmente utilizam o sistema de irrigação
por gotejamentom, e a adubação complementar é via fertirrigação.
A produtividade fica de 50 a 80 toneladas por hectare e apresenta benefícios, tais como
eliminar as plantas invasoras, evitando as capinas; impedir perdas da água de irrigação,
facilitando o desenvolvimento das raízes; melhorar o aproveitamento dos nutrientes pelas
plantas; propiciar colheitas mais precoces e, consequentemente, a produção chega antes
no mercado e há maiores ganhos de produtividade.
3. Plantio em estufas. É re-
aizado em estufas com pé-direito
de 2,2 a 2,6 m de altura, em sua
maioria com 7 m de largura por
50 m de comprimento, cobertas
com filme de 75 a 150 micras. O
plantio em canteiros cobertos por
mulching com 80 a 90 cm de lar-
gura, para plantio em fileira dupla,
ou de 30 a 40 cm, para plantio em
Plantio em estufa, além de produzir em média 180 toneladas por hectare, é o mais indicado
fileira simples. O plantio em geral
para o cultivo de pimentões coloridos é feito em fileira dupla, podendo
também ser em fileira simples, nos mesmos espaçamentos do plantio em mulching. O
plantio mais adotado é em fileira dupla (tecnologia que agrega aumento de produtivida-
de, porém, com maior risco de incidência de pragas e doenças). O sistema de irrigação é o
de gotejamento, e a adubação complementar é via fertirrigação. A produtividade varia de
150 a 180 toneladas por hectare.
Esse sistema é adequado para uso na época das chuvas, para proteger as plantas do
excesso de água. Apresenta vantagens competitivas, tais como: colheita na entressafra,
obtendo produção em épocas de melhores preços; precocidade da colheita; ampliação
do período de safra; melhoria da qualidade; e principalmente, na pós-colheita dos pro-
dutos, redução dos gastos com agrotóxicos, adubos e mão de obra, além do aumento da
Coleção Passo a Passo – Pimentão

produtividade.

4. Plantio em telados. É realizado em telados com 2,8 a 3 m de altura de pé-direito,


sendo que o mais comum é iniciar com módulos de 2.000 m² cada um. Para sustentação
da tela de 30 a 40% de sombreamento, são colocados mourões a cada 8 m, no sentido da
largura e do comprimento, onde é fixado arame galvanizado número 12. O plantio é em
canteiros coberto com mulching com 80 a 90 cm de largura, para plantio em fileira dupla,
ou de 30 a 40 cm, para plantio em fileira simples, nos mesmos espaçamentos do plantio
em mulching. O plantio em geral
é feito em fileira dupla (tecnolo-
8 gia que agrega aumento de pro-
dutividade, porém, com maior
Série Agricultura Familiar

risco de incidência de pragas e


doenças). O sistema de irrigação
é o de gotejamento, e a adubação
complementar é via fertirrigação.
A produtividade oscila entre 120
a 150 toneladas por hectare.
Esse sistema é ideal para uso
na época da seca, a fim de prote- Plantio em telado protege os frutos contra raios solares, ventos secos e das chuvas sobre as
ger os frutos contra raios solares, plantas; a produtividade em média é de 120 toneladas por hectare
ventos secos, bem como minimizar os impactos das chuvas sobre as plantas.
2º PASSO

Detalhe do solo com levantamento de canteiros em plantio em estufa

ANÁLISE, PREPARO, CORREÇÃO E

Coleção Passo a Passo – Pimentão


ADUBAÇÃO DO SOLO
Após a escolha da modalidade de cultivo, devem-se adotar as seguintes operações para o
bom uso da terra:

Análise do solo
A análise de solo é o método usado para avaliar as propriedades químicas e físicas da área
a ser cultivada. Com base nos seus resultados, é possível conhecer a quantidade de nutrientes,
de matéria orgânica e o nível de acidez do solo, bem como sua textura. Isso possibilita deter-
minar as limitações, necessidades de corretivos e fertilizantes orgânicos e minerais do solo, a 9
fim de proceder corretamente a calagem e a adubação organomineral de plantio.
Série Agricultura Familiar

É importante considerar ainda outros parâmetros da análise do solo, como as informações


de equilíbrio de bases da capacidade de trocas catiônicas (CTC), relação entre cálcio/magné-
sio, cálcio/potássio e magnésio/potássio e condutividade elétrica do solo, que são componen-
tes essenciais para o equilíbrio solo/planta.
Para recomendação sobre análise do solo, procurar o serviço de extensão rural ou um
profissional especializado.

Preparo e correção do solo


O preparo e a correção do solo envolvem a operação de limpeza da área, aração, gradagem
e levantamento dos canteiros nos plantios em mulching, estufa e telado. Na operação do en-
canteiramento, deve-se evitar o uso excessivo do rotoencateirador por causar a destruição da
estrutura do solo e propiciar a compactação do subsolo, que deformam e prejudicam o desen-
volvimento e crescimento das raízes. Caso seja necessário, realizar a descompactação do solo,
utilizar equipamento escarificador ou subsolador. É importante também que todas as opera-
ções no solo sejam feitas no sentido do nível do terreno para diminuir erosões, conservando
o solo e a água. Em solos já trabalhados com cultivo protegido, é conveniente a subsolagem
anual, para prevenir a compactação do solo, bem como permitir, por meio das chuvas ou da
irrigação, a lavagem do excesso de sais que porventura existam no solo.
A calagem consiste na aplicação de corretivo agrícola, preferencialmente o calcário, com
a finalidade de corrigir a acidez do solo e fornecer cálcio e magnésio às plantas. Com base na
análise do solo, recomenda-se a quantidade de calcário necessário, já que o excesso desse mi-
nério pode elevar inadequadamente o pH, cálcio e magnésio e causar desordens nutricionais
(diminuir a disponibilidade de micronutrientes do solo para a planta), reduzindo a produtivi-
dade do pimentão. No mínimo, a calagem deve ser feita três meses antes do plantio, preferen-
cialmente com o calcário dolomítico (cálcio e magnésio). Deve ser distribuído e incorporado
ao solo, com metade da dosagem por ocasião da aração e a outra metade na gradagem.

Adubação organomineral do solo de plantio


Consiste na aplicação de adubos minerais e orgânicos no solo, antes do transplantio, e
deve ser baseada na análise de fertilidade do solo, em decorrência da exigência da cultura e
nos sistemas de produção, tais como: campo aberto, campo aberto/mulching, estufa e telado.
A adubação organomineral de plantio deve seguir os parâmetros de cada região específica
Coleção Passo a Passo – Pimentão

do País. Como exemplo, a recomendação para latossolos do Distrito Federal adaptada para a
região do Centro-Oeste.

Adubação orgânica
O pimentão responde à adubação orgânica, especialmente em solos de baixa fertilidade e/
ou compactados. É funda-
mental que o adubo esteja
bem curtido.
Recomenda-se, em ge-
ral, o esterco de gado na
10
dosagem de 30 toneladas
por hectare ou um ter-
Série Agricultura Familiar

ço no caso de esterco de
galinha.
Acresce ainda que a
adubação orgânica me-
lhora a estrutura do solo e,
com isso, libera e facilita
a absorção de nutrientes
pelas plantas e diminui
o gasto com a adubação
mineral.
Adubação orgânica melhora a estrutura do solo e libera nutrientes para as plantas
Adubação mineral
A adubação mineral
para fósforo e potássio de-
penderá do nível de fer-
tilidade do solo: o fósforo
pode variar de 50 até 600
kg/ha; o potássio de 50 até
200 kg/ha. Com relação ao
nitrogênio, de modo geral,
recomenda-se 150 kg/ha.
Os micronutrientes, prin-
cipalmente o boro e o zin-
co, ficam na dependência
do histórico da área e da
exigência da planta.
Adubação mineral disponibiliza nutrientes essenciais para o desenvolvimento das plantas

Tabela 1. Recomendação de adubação mineral da cultura de Pimentão em latosso-


los no Distrito Federal e adaptada para regiões que apresentem condições ecológicas
semelhantes – quilo por hectare (kg/ha)
Fósforo Potássio

Coleção Passo a Passo – Pimentão


P (ppm)* P2O5 (kg/ ha ) K (ppm) K2O (kg/ ha )
menos de 10 400 – 600 menos de 10 150 – 200
de 11 a 30 200 – 400 de 61 a 120 100 – 150
de 31 a 60 100 – 200 de 121 a 240 50 – 100
Mais de 60 50 Mais de 240 0
Fonte: EMATER-DF/EMBRAPA/CNPH /( *) ppm (partes por milhão)
Para solos de baixa fertilidade, em geral recomenda-se, como adubação de plantio, 3 tone-
ladas/ha do fertilizante mineral 4-14-8 e 1 tonelada/ha de termofosfato, bem como 20 kg/ha de
bórax e 20 kg/ha de sulfato de zinco.

Distribuição da adubação organomineral 11


O sistema mais utilizado consiste em fazer a distribuição do adubo orgânico e posterior-
Série Agricultura Familiar

mente dos fertilizantes minerais, seguido da incorporação desses com a utilização de enxadão
ou enxada rotativa do microtrator. No plantio campo aberto, os fertilizantes minerais são apli-
cados nos sulcos e nos demais plantios que utilizam mulching (uso do plástico para cobertura
de canteiros). O levantamento dos canteiros pode ser realizado manualmente ou com o uso do
sulcador acoplado ao microtrator ou ao trator. Usando a encanteiradeira acoplada a tratores, os
processos de incorporação dos adubos e levantamento dos canteiros são realizados simultanea-
mente, possibilitando uma grande redução nos custos. No caso do mulching, devem ser maiores
os cuidados para que o solo fique livre de torrões.
Para interpretação da análise do solo e recomendação da adubação mineral,
procurar o serviço de extensão rural ou um profissional especializado.
3º PASSO

Pimentões em diferentes formatos e tonalidades de cores para o mercado

ESCOLHA DO GRUPO/CULTIVAR/HÍBRIDO
Coleção Passo a Passo – Pimentão

O cultivo de pimentão no Brasil apresenta excelentes perspectivas de expansão, principal-


mente considerando toda a cadeia produtiva, especialmente o elo mercado/consumidor, que
é, sem dúvida, o determinante na aceitação do produto e na lucratividade do negócio.
Existem diversos grupos de pimentão com diferentes formatos, tamanhos e cores, no mer-
cado brasileiro. Os principais são:
• Cônico;
• Boocky;
• Retangular;
• Quadrado.
12 No mercado brasileiro predomina o consumo do pimentão cônico, embora com fruto de
menor qualidade que o retangular e o quadrado. Todavia a sua produção é de menor exigên-
cia, ou seja, com sementes de cultivares não híbridas e plantio em campo aberto. Entretanto,
Série Agricultura Familiar

a demanda por outros tipos de pimentões, como boocks (tamanhos e tonalidades de cores
exóticas), cresce principalmente nos mercados diferenciados.

Cultivares e híbridos apropriados


Na escolha da cultivar (cv.) ou do híbrido (hib.), o produtor deve levar em consideração:
Fatores de produção Fatores de mercado
• Modalidade de cultivo a ser usada; • Distância do mercado;
• Máquina e equipamentos agrícolas; • Canais de comercializações;
• Sistema de irrigação a ser usado; • Perfil do consumidor e outros.
• Resistência a doenças, pragas e outros.
A seguir, são apresentadas as características desses grupos e as principais cultivares e híbridos dispo-
níveis no mercado.

Pimentão cônico: apresenta frutos de forma-


to cônico para consumo in natura, com diferentes
pesos e colorações, e é o preferido no mercado
brasileiro. É mais apropriado para plantio em cam-
po aberto.

Tabela 2. Cultivares e híbridos de pimentão do grupo Cônico


Fruto
Nome Empresa comercial
cor peso (g)
Agristar, Hortec, Feltrin,
Cascadura Iketa (cv.) Verde-escuro/vermelho 110 – 140
WIsla, Horticeres
Marta (cv.) Verde/vermelho 90 – 100 Feltrin
Ariel (hib.) Verde/vermelho 200 – 280 Feltrin
Magali R (hib.) Verde/vermelho-escuro 220 – 240 Sakata
Martha R. (hib.) Verde 140 – 160 Sakata
Magda (cv.) Verde-escuro/vermelho 150 – 170 Sakata
Fortuna (hib.) Verde-escuro/vermelho 180 – 200 Agristar

Coleção Passo a Passo – Pimentão


Magna Super (cv.) Verde-escuro/vermelho 120 – 140 Agristar
Mayara (hib.) Verde 250 – 300 Hortec
Priscila (hib.) Verde-escuro/vermelho 240 Horticeres
Supremo (cv.) Verde/vermelho – Seminis
Topaz (cv,) Verde/vermelho 220 – 260 Agrocinco
Fonte: tabela elaborada a partir de informações contidas nos sites das empresas comerciais de sementes

Pimentão blocky: apresenta frutos com


tamanhos e cores exóticos para crescentes
mercados específicos que demandam produtos 13
diferenciados.
Série Agricultura Familiar

Tabela 3. Híbridos de pimentão do tipo varietal blocky.


Nome Fruto Empresa Comercial
cor peso (g)
Citrino (hib.) Verde/Amarelo 90 - 100 Feltrin
Gianni (hib.) Verde/Laranja 90 - 100 Feltrin
Théo (hib.) Roxo 90 - 100 Feltrin
Crema (hib.) Creme 90 100 Feltrin, Isla
Fonte: Elaborada a partir de informações contidas nos sites das empresas comerciais de sementes
Pimentão retangular: apresenta frutos de
formato retangular, com coloração verde, verme-
lha e amarela quando maduro e representa um ni-
cho crescente de mercado. É mais apropriado para
plantio em cultivo protegido.

Tabela 4. Cultivares e híbridos de pimentão do grupo Retangular


Fruto
Nome Empresa comercial
cor peso (g)
Bruno (hib.) Verde/vermelho 250 Feltrin
Donatelo (hib.) Verde/vermelho 250 – 300 Feltrin
Rubia (hib.) Verde/ vermelho 260 – 280 Sakata
Lúcia R (hib.) Amarelo 330 – 350 Sakata
Margarita (hib.) Verde/ vermelho 240 – 280 Syngenta
Escarlata (hib.) Verde/ vermelho 280 – 300 Syngenta
Zarco (hib.) Verde/amarelo 240 – 260 Syngenta
Matador (hib.) Verde/amarelo 240 – 260 Syngenta
Tendence (hib.) Verde/ vermelho 200 Sakama
Coleção Passo a Passo – Pimentão

Valdor (hib.) Amarelo 220 Sakama


Impacto (cv.) Verde-escuro – Seminis
Fonte: tabela elaborada a partir de informações contidas nos sites das empresas comerciais de sementes.

Pimentão quadrado: apresenta frutos de for-


mato quadrado, com coloração verde, vermelha e
amarela quando maduro e representa um nicho
crescente de mercado. É mais apropriado para
plantio em cultivo protegido.
14
Tabela 5. Cultivares e híbridos de pimentão do tipo “Quadrado.”
Série Agricultura Familiar

Fruto
Nome Empresa comercial
cor peso (g)
Aquaríum (hib.) Verde/vermelho 170 – 190 Feltrin
All Big (cv.) Verde/ vermelho 120 – 160 Agristar, Hortec, Feltrin,Isla
Yolo Wonder (cv.) Verde-claro 120 – 140 Agristar, Isla
Verde- escuro/ ver-
ALL BIG (cv.) 120 – 140 Agristar
melho
Commandant (hib.) Verde/ vermelho 260 – 280 Syngenta
Roxa Samara (hib.) Roxa – Sakama
Fonte: tabela elaborada a partir de informações contidas nos sites das empresas comerciais de sementes
4º PASSO

A produção de mudas de pimentão em bandejas de 128 ou 200 células protegidas em estufa

FORMAÇÃO DE MUDAS

Coleção Passo a Passo – Pimentão


As mudas devem ser formadas em sementeiras. Entretanto, devido ao baixo custo,
praticidade e qualidade das mudas, tem-se dado preferência à utilização de bandejas de
isopor ou polietileno, com 128 ou 200 células (orifícios).

Sementes e semeadura
As sementes podem ser:
• nuas ou peletizadas (revestidas com camadas de material seco e inerte, tornando
as sementes de maior massa e lisa. Essa técnica facilita a distribuição e o manuseio das
sementes muito pequenas);
• semeadas manualmente ou com o auxílio de semeadores encontrados no mercado.
O uso de sementes peletizadas reduz o tempo gasto com o semeio, mas seu custo é 15
maior.
Série Agricultura Familiar

A semeadura deve ser feita no centro da célula, na profundidade de 0,5 cm. Em segui-
da, deve-se cobrir as sementes com o próprio substrato com uma fina camada de vermi-
culita (mineral usado como substrato e atua como condicionador de solos, propiciando
aeração e retenção de água) ou do próprio substrato. Quando se tratar de sementes
híbridas, que são caras, recomenda-se semear apenas uma semente por célula da ban-
deja. Para as cultivares, semear duas ou três sementes por célula, após fazer o desbaste.
A irrigação deve ser feita de duas a três vezes ao dia, dependendo da condição climá-
tica, evitando-se o excesso de água.

Bandejas e manejo
Após o semeio, as bandejas devem ser irrigadas e empilhadas na sombra até o início
da germinação, quando deverão ser levadas a uma casa de vegetação (estufa) coberta
com plástico apropriado e com telado antiafídeo (contra a praga pulgão), de forma a evi-
tar a entrada de insetos transmissores de viroses. As bandejas devem ser colocadas em
suportes apropriados, que devem ser nivelados na altura de 0,8 a 1m do solo, facilitando,
dessa forma, o manejo e também não compromentando a poda das raízes pela luz.

Mudas enxertadas
Tendo em vista as doenças do solo (nematóides, bactérias e fungos), é crescente o
uso de mudas enxertadas utilizando-se porta-enxertos de espécies de capsicum (gêne-
ro de pimentas e pimentões), que são resistentes e possuem maior potencial produtivo.
O enxerto pode ser feito na propriedade ou por meio de viveiristas comerciais, porém
o processo é delicado e necessita de equipamentos e condições especiais.
Existe também a possibilidade de aquisição de mudas prontas, sob encomenda, de
viveiristas comerciais idôneos.

Pimentão AF-8253 – Sakata – Porta – Enxerto que proporciona incremento de produção


devido ao aumento da longevidade de colheita e melhora na padronização dos frutos. Alto nível
de resistência a Phytophthora capsici (murcha de fitóftora), a Ralstonia solanacearum (murcha
bacteriana) e aos nematóides Meloidogyne javanica e Meloidogyne incognita – raças 1, 2, 3 e 4.
Coleção Passo a Passo – Pimentão

16
Série Agricultura Familiar

Enxerto para pimentão proporciona maior vigor da planta com ganho de produtividade devido a maior longevidade de colheita.
Exemplo: Pimentão AF-8253 – Sakata
5º PASSO

O trato cultural tutoramento, além de facilitar a condução da cultura, viabiliza a execução de outros
tratos determinantes para o aumento de produtividade e a melhoria da qualidade do produto

TRATOS CULTURAIS

Coleção Passo a Passo – Pimentão


Os tratos culturais são o conjunto de operações realizadas após a semeadura, visando à
formação e ao desenvolvimento da planta.

Irrigação
A cultura do pimentão é extremamente exigente em água, em todo seu ciclo produtivo. O
monitoramento da irrigação é importante, já que o excesso de água causa incidência de do-
enças e a falta de água, principalmente nos estágios de floração e desenvolvimento dos frutos,
reduz a produtividade em decorrência da queda de flores, abortamento de frutos e desequilí-
brio nutricional, causando o “fundo preto”, doença nutricional do pimentão.

Irrigação por gotejamento 17


Após o levantamento dos canteiros, deve ser insta-
Série Agricultura Familiar

lado o sistema de irrigação por gotejamento, que é o


mais utilizado e apropriado para a cultura do pimen-
tão, principalmente nos plantios protegidos de estufas
e telados. Colocar um tubo gotejador para cada linha
de plantas, ou seja, se o plantio for de fileira simples,
instalar uma linha de gotejadores e, se for de fileira du-
pla, duas linhas de gotejadores, os quais deverão ser
colocados a 10 cm da planta.
Na instalação deve-se colocar o tubo gotejador A irrigação por gotejamento, além da economia de água, ener-
sempre voltado para cima para reduzir o risco de gia e fertilizantes minerais, propicia ganhos de produtividade
entupimento. Após a instalação, o sistema de irrigação deve ser ligado para teste, para eliminar
possíveis vazamentos e avaliar a uniformidade de aplicação da água. Para a escolha do tubo
gotejador a ser utilizado e o espaçamento entre gotejadores, é importante consultar um téc-
nico especialista.

Irrigação por aspersão


Após o levantamento dos canteiros, deve ser instalado o sistema de irrigação por aspersão,
em geral montado no espaçamento de 12 x 12 m entre aspersores. A aspersão é mais utilizada
no plantio de campo aberto e deve ser feita pelo período da manhã, durante a fase de flores-
cimento das plantas, para evitar a lavagem de pólen.
Devem-se fazer vistorias frequentes para eliminar os vazamentos nas conexões. Com isso,
aumentam-se a eficiência e a uniformidade da irrigação e reduz-se o consumo de água e
energia elétrica.

Manejo de irrigação
O manejo de irrigação tem como finalidade tornar a irrigação mais uniforme, prevenindo
a falta ou excesso de água, o que é prejudicial ao desenvolvimento das plantas, afetando a
produtividade da cultura.
Irrigás é um equipamento simples, desenvolvido pela Embrapa/Hortaliças, que pode ser
de grande ajuda ao agricultor no manejo diário da irrigação. Sua função básica é indicar se o
solo está ÚMIDO ou SECO. Na prática, o Irrigás vai ajudar o produtor a responder a duas per-
Coleção Passo a Passo – Pimentão

guntas básicas que ocorrem antes de irrigar.


QUANDO IRRIGAR QUANTO IRRIGAR
• Já está na hora de irrigar? • Cada vez que ligo o sistema
• Devo irrigar a cada dois, três ou de irrigação, devo mantê-lo
mais dias? funcionando durante quanto
tempo? Por meia hora, uma
• Todos os dias ou duas vezes
hora, duas horas ou até en-
por dia devo aplicar a irriga- charcar o solo?
ção? • Qual a quantidade de água
• Como saber qual o momento que devo aplicar a cada irriga-
certo de irrigar? ção?
Irrigás
18 Mulching
A cobertura de plástico sobre o solo, conhecida como mulching, é colocada após a ins-
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talação e o teste da irrigação. Esses plásticos são co-


mercializados em rolos, com larguras de 120, 140 e 160
cm. A escolha irá depender da largura do canteiro. Ini-
cialmente é feita uma pequena vala de 10 a 15 cm de
profundidade ao longo das duas margens do canteiro.
Desenrola-se o filme até o final do canteiro, esticando-
-o até, no máximo, 10% do seu comprimento e, em
seguida, cobre-se suas bordas com terra, com auxílio
dos pés e da enxada. Para plantio em fileira dupla, ge-
Deve-se fazer a instalação do mulching nos canteiros nas ralmente utiliza-se o mulching na largura de 160 cm
horas mais quentes do dia, para que fique bem esticado
e fixado e, para o plantio em fileira simples, como a largura do
canteiro é menor, a bobina do filme é cortada na borda onde está dobrada, antes de ser de-
senrolada, ficando com largura de 80 cm.
Já se encontra no mercado plástico, além do convencional que é todo preto (MP), de dupla
face, com diferentes tipos, preto de um lado e prata do outro lado (MPP) ou preto de um lado
e branco de outro lado (MPB). A instalação deve ser feita com o lado preto virado para baixo, a
fim de reduzir o aquecimento do solo, prejudicial no início do desenvolvimento das plantas, e
o lado prata ou branco para cima, para minimizar o ataque de algumas pragas.
O mulching preto e branco e o mulching preto e prateado previnem a incidência de pra-
gas e doenças, embora custem mais caro.

Transplantio e espaçamento
Deve ser feito quando as mudas atingirem en-
tre quatro e cinco folhas definitivas e com altura
de 5 a 8 cm. O transplantio das mudas deve ser
realizado nas horas mais frias do dia, de forma que
a terra cubra apenas o torrão formado pelo subs-
trato, evitando-se aterrar o colo da muda. Outro
cuidado que se deve ter no transplantio é o de
cobrir totalmente o furo do mulching para evitar
a saída de ar quente, que pode queimar a muda. O transplantio das mudas deve ser realizado nas horas mais frias do
deve-se cobrir totalmente o furo do mulching para evitar a saída
Com relação ao espaçamento, no plantio de dia; de ar quente, que pode queimar a muda

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fileira dupla e simples, já foi descrito no 1º Passo: Modalidades de cultivo.

Tutoramento
Realizado para apoiar o crescimento da cultura, evitar o contato com a terra e facilitar os
outros tratos culturais. É fundamental para o aumento da produção e na qualidade do produ-
to. Existem diferentes sistemas de tutoramento adotados no País, levando em consideração os
materiais disponíveis na unidade produtiva ou na região, visando a uma maior aplicabilidade e
economia. Atualmente, os sistemas vertical e de espaldeira são os mais utilizados para campo
aberto e protegido (estufa e telado), respectivamente.
Sistema vertical – É o sistema mais simples, colocando-se estaca de madeira ou bambu
(o mínimo 1,0 m de altura) ao lado da planta, amarrada em (forma de oito) ao tutor, para apoiar 19
seu crescimento e facilitar os outros tratos culturais.
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Sistema de espaldeira – É o sistema que consiste colocar de 5 a 7 fios de arame ou


fitilhos de plásticos horizontalmente, distanciados de 30 cm no sentido da linha de plantio,
formando uma espaldeira, onde as hastes são amarradas à medida que forem crescendo.
Esse sistema é sustentado por palanques de 2,5 m de altura e bem fixado no solo, distancia-
dos entre 4 a 6 m de um palanque para o outro, nas duas extremidades das filas de plantas.

Condução
Para uma boa cultura do pimentão no plantio protegido, deve-se eliminar todas as brota-
ções laterais das plantas abaixo da primeira bifurcação, além de selecionar, acima dessa, quatro
hastes para conduzi-la, eliminando-se as demais. A condução é feita de arames ou fitilhos, por
meio do tutoramento. Essa prática tem por objetivo reduzir o desenvolvimento exagerado das
plantas, muito comum em cultivo protegido, onde as
plantas chegam a três metros de altura.
No plantio em campo aberto, não é necessário eli-
minar as brotações laterais. No entanto, frutos em ex-
cesso devem ser retirados para um melhor desenvolvi-
mento dos frutos restantes. Além de melhorar o peso
médio dos frutos, previne que o excesso de peso cause
danos nos galhos laterais.

Adubação complementar/Fertirrigação

Adubação de cobertura
O trato cultural da condução da cultura do pimentão é
imprescindível no plantio protegido. Além de reduzir o
No plantio a campo aberto, utiliza-se a adubação
desenvolvimento exagerado das plantas, melhora o peso
médio dos frutos
complementar via solo, comumente denominada de
adubação de cobertura. O objetivo é fornecer nutrientes principalmente à base de nitrogênio
e potássio nos estágios que a planta mais necessita, uma vez que esses nutrientes facilmente
saem do alcance das raízes. Recomendam-se utilizar, após o transplante e pegamento das mu-
das, a cada 15 dias, preferencialmente fertilizantes formulados (20-00-20) durante a fase vege-
tativa e (12-00-33) na fase de frutificação sempre observando o estágio nutricional das plantas.

Fertirrigação
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No plantio em sistemas protegidos, utiliza-se a adubação complementar via água, denomi-


nada fertirrigação, que é uma técnica de aplicação simultânea de fertilizantes e água. O siste-
ma de irrigação utilizado é o gotejamento. É uma das maneiras mais eficientes e econômicas
de aplicar fertilizantes às plantas, devido principalmente à economia de mão de obra.
A adubação de plantio é complementada pela aplicação da fertirrigação e pode chegar a
90% da necessidade total de nitrogênio e potássio e de 10 a 30% da necessidade de fósforo.
Na escolha do fertilizante a ser utilizado, devem-se levar em conta a solubilidade, o custo e a
compatibilidade entre os sais a serem misturados na solução, tendo em vista a possibilidade
de formação de compostos insolúveis com riscos de entupimentos dos gotejadores.
O pimentão é muito eficiente na retirada do potássio e pouco eficiente na retirada de nitro-
gênio da planta. Por isso, a relação
20
ideal de nitrogênio/potássio é de
aproximadamente 1:1. No entanto,
Série Agricultura Familiar

é fundamental observar o aspecto


geral das plantas, principalmente
o comprimento dos entrenós, que
devem estar próximos de 8 cm, aci-
ma dos quais deve-se reduzir a apli-
cação de nitrogênio e vice-versa.
Outros fatores a serem observados
são o clima, o índice salino do fertili-
zante, a fase da cultura e o aparente
estado nutricional da planta. Fertirrigação complementa a adubação do solo de plantio, assegurando a produtividade e a
qualidade do produto final para a comercialização
6º PASSO

Medidas de controle integrado, como usar cultivares e híbridos resistentes, evitar solos contaminados,
fazer manejo correto da irrigação e adubação equilibrada, minimizam ou até mesmo eliminam o uso
de agrotóxicos

CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS

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Na cultura do pimentão, apesar dos avanços tecnológicos incorporados aos sistemas de
produção, as pragas e as doenças continuam sendo sérios problemas na produção e pós-
-colheita dessa hortaliça. Várias são as medidas utilizadas para o manejo integrado de pragas
e doenças, tais como cultivares resistentes, manejo cultural, químico e outros. Assim, haverá
menor uso de agrotóxicos, evitando-se o seu emprego indiscriminado.

Medidas gerais no controle de doenças e


pragas:
• Evitar o plantio em solos contaminados por cultivos an-
teriores; 21
• Fazer rotação de culturas, evitando plantio da mesma
Série Agricultura Familiar

família do pimentão (solanaceae);


• Fazer o monitoramento da irrigação, pois o excesso de
água é o fator que mais propicia o desenvolvimento de
doenças do solo;
• Adquirir sementes ou mudas de boa qualidade, de em-
presas idôneas, visando à prevenção de doenças;
• Fazer adubação equilibrada, baseada na análise do solo.
Além de prevenir doenças nutricionais, permite que as
plantas resistam mais às doenças;
• Escolher cultivares e cultivares híbridas, adaptadas ao
clima, época de plantio e mercado e que apresentem
resistência às doenças;
• Usar agrotóxicos, de maneira preventiva, quando as condições forem favoráveis à incidên-
cias de doenças e pragas.

Tabela 6. Principais doenças da cultura do pimentão e seu grau de severidade


Modalidades de cultivo
Doenças Pós-colheita
Campo Aberto/
Estufa Telado
Mulching

Antracnose xxx x x xxx

Murcha-bacteriana xxx x x -

Mosaico x xxx xx -

Murcha-de-escle-
xx xxx xx x
rócio
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Murcha-de-fitóftora xxx xx xx x

Nematóide-das-
xxx xxx xx -
-galhas

Oídio x xxx xx --

Podridão-de-escle-
22 xxx xx xx x
rotinia
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Podridão-mole xxx xx xx xxx

Vira-cabeça x xxx xx -

Grau de severidade: (-) ausência; (x) baixo; (xx) médio; e (xxx) alto.

Com relação às pragas que mais atacam a cultura do pimentão, destacam-se, pela ordem
de importância econômica, o ácaro, o pulgão, o tripes e a mosca-branca (que são transmisso-
res de viroses), as traças, as lagartas e as lesmas.
7º PASSO

Pimentão depois de colhido é acondicionado em caixa plástica para o manuseio de pós-colheita,


de acordo com o canal de comercialização a ser vendido

COLHEITA E PÓS-COLHEITA

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Agora, é hora de colher uma boa produção de pimentão como resultado das boas práticas
agrícolas adotadas.

Colheita
A colheita do pimentão em campo aberto ini-
cia-se dos 90 aos 110 dias após a semeadura, pro-
longando-se por três a cinco meses. O fruto é colhi-
do quando atinge o máximo de desenvolvimento
e quando apresenta consistência firme, coloração
verde-brilhante, para que possa suportar melhor o
transporte. Já a colheita no plantio protegido deve 23
ser iniciada quando os frutos apresentarem colora-
Série Agricultura Familiar

ção verde-escura, em média de 60 a 80 dias após o


transplantio, prolongando-se por seis a oito meses,
conforme a cultivar plantada a época de plantio e
o aspecto fitossanitário da cultura. A periodicidade
da colheita deve ser semanal, evitando-se deixar,
nas plantas, frutos fora do padrão comercial.
Para os pimentões coloridos, a colheita deve ser
feita próximo ao amadurecimento total do fruto na
planta, o que causa estresse às plantas e, conse-
quentemente, redução na produtividade.
Pós-colheita
No galpão de pós-colheita, realizar uma lavagem por aspersão, seguida de imersão em uma
solução de hipoclorito de sódio (conforme tabela abaixo). A desinfecção ou sanitização pode
ser feita com os produtos individualizados ou acondicionados em caixas plásticas. Em seguida,
levá-los a uma bancada para escorrimento, antes de transportá-los para a comercialização.
O transporte, preferencialmente, deve ser realizado em veículos de carroceria fechada, a ser
higienizada rotineiramente.

Para informações mais detalhadas sobre a higienização e sanitização do pimentão,


deve-se procurar o serviço de extensão rural ou um profissional especializado.

Tabela 7. Dosagens de solução clorada (hipoclorito de cloro ativo 12,5% – solução


comercial líquida)

Volume de água
20 l 50 l 100 l 500 l 1.000 l
Clonada
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5 ppm (tratamento de
0,8 ml 2 ml 4 ml 20 ml 40 ml
água)

100 ppm (sanitização de


16 ml 40 ml 80 ml 400 ml 800 ml
hortaliças)

24
Série Agricultura Familiar

200 ppm (desinfecção


32 ml 80 ml 160 ml 800 ml 1.600 ml
de pisos e bancadas)

Fonte: EMATER-DF

A padronização e a classificação do produto devem ser realizadas pelo tamanho e pela


coloração, de acordo com o mercado consumidor.
A embalagem convencional é a de plástico, que comporta 10 kg de pimentão verde ou
13 kg de pimentão maduro, para comercialização em mercado diferenciado (pimentões
coloridos).
8º PASSO

O agricultor obterá maior margem de remuneração do seu produto, quando comercializar em


diferentes canais de venda

COMERCIALIZAÇAÕ E AGREGAÇÃO

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DE VALOR
A comercialização do pimentão é realizada em diferentes canais, podendo o agricultor
vender seu produto na porteira a intermediários, feiras livres, associações e cooperativas de
produtores, Ceasa, no atacado e no varejo, em sacolões e supermercados. É importante alertar
que o produtor obterá maior margem de remuneração do seu produto quando diminuir a
intermediação na sua comercialização.
A cultura do pimentão, além de apresentar significativos ganhos de produtividade, é de
alto valor agregado, permitindo retornos econômicos pela sua segmentação de mercado (pi-
mentão verde, pimentão diferenciados em coloração e tamanho, bem como, em diferentes
tipos de embalagens). 25
No Brasil existem empresas, associações e cooperativas de produtores que acondicionam
Série Agricultura Familiar

o pimentão em caixas de plásticos e em bandejas de 2 a 3 frutos, em diferentes combinações


de cores, a fim de criar uma identidade visual do produto, o que confere maior valor agregado.

Pimentões comercializados em embalagens de bandeja de isopor coberta com película de plástico


9º PASSO

As informações de mercado, como Margem Bruta, Preços e Calendário de Comercialização, facilitam


a tomada de decisão na hora de plantar

COMPORTAMENTO DE MERCADO
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O cenário atual exige de técnicos e produtores cada vez mais informações para a tomada
de decisão. Já não é suficiente a informação sobre como produzir. Muitas são as variáveis que
devemos dominar para reduzir os riscos inerentes às atividades agropecuárias. É preciso reci-
clar nossos conhecimentos, agregando novidades importantes que contribuam para melhorar
a rentabilidade das atividades agrícolas.
Para auxiliar na tomada de decisão do plantio da pimentão, estudos de variação estacional,
de margem bruta e de preços, elaborados pelos serviços de pesquisa e extensão rural, nas dife-
rentes regiões do Brasil, têm mostrado comportamentos de preços altos, nos meses quentes e
úmidos (chuvosos). Condições climáticas menos favoráveis vêm diminuindo a produtividade
26 e a oferta do produto no mercado. Por outro lado, preços baixos praticados nos meses secos e
frios, em virtude das condições climáticas serem excelentes para a cultura do pimentão, vem
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propiciando ótimas colheitas e oferta do produto no mercado.


Há também os estudos de calendários de comercialização elaborados pelas Ceasas exis-
tentes no Brasil, que têm como objetivo apontar as flutuações da oferta e dos preços ao longo
do ano, constituindo-se em um importante instrumento de orientação às decisões dos pro-
dutores rurais, profissionais da agricultura, pesquisadores, compradores e consumidores finais.
Estudos elaborados pela EMATER-DF, de Margem bruta – Gráfico 1 (representa rentabili-
dade no negócio) e de Curva estacional de preços – Gráfico 2 (mostra o comportamento de
preços no período), demonstraram as mesmas tendências, ou seja, nos meses quentes e chu-
vosos a margem de preços é mais lucrativa em comparação aos meses secos e frios.
Essas informações de mercado permitirão:
• aos produtores, planejar mais eficientemente o plantio quanto ao aspecto da lucratividade;
• aos consumidores, compor melhor as despesas com alimentação;
• ao governo, orientar a política para o setor.

Cultura: Pimentão (14.000 caixas de 10 kg)


1) Unidade para comercialização: caixas de 10 kg.
2) Período médio para início de colheita: 120 dias.
3) Período de colheita: 150 dias.

Gráfico 1. Margem bruta média x época recomendada de plantio

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Fonte: EMATER-DF

Gráfico 2. Curva estacional de preços (R$/caixa)*

27
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Fonte: dados para a elaboração da curva estacional fornecidos pela Ceasa. *Preços médios de 2002 a 2007 corrigidos.
10º PASSO

Antes de começar o plantio, o produtor precisa saber quanto vai gastar em insumos e serviços,
para vender seu produto com melhor margem de lucratividade

LEVANTAMENTO DE DADOS PARA


FAZER ORÇAMEMTO
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Depois de obter as informações de modalidades de cultivo e sobre o que, como, quando e


onde plantar, o produtor rural deve colocar tudo na ponta do lápis para discriminar as etapas
e a quantidade dos insumos e serviços com o objetivo de saber quanto vai gastar no hectare
de pimentão.
Tabela 8.
Cultura Pimentão Campo Aberto sem mulching
Área (ha): 1,00
28 Produtividade: 30.000 kg/ha ou 3000 cx 10 kg
INSUMOS
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Descrição Unidade Quantidade


Adubo Mineral (4-14-8) t 3,00
Adubo Mineral (20-00-20) t 0,50
Adubo Mineral (termofosfato) t 1,00
Adubo Orgânico (esterco de galinha) t 10,00
Agrotóxicos (inseticidas) l 11,00
Agrotóxico (fungicidas) Kg 40,00
Espalhante adesivo l 7,00
Energia elétrica para irrigação kwh 1.833,00
Sementes mil 20,00
Descrição Unidade Quantidade
Substrato para mudas sc 14,00
Tutores (0,5 – 07 m) cento 200,00

SERVIÇOS
Descrição Unidade Quantidade
Abertura do sulco (microtrator) d/h 8,00
Adubação ( adubação de cobertura) d/h 8,00
Adubos (distribuição manual) d/h 4,00
Adubos (incorporação mecânica) h/mt 10,00
Agrotóxico (aplicação) d/h 15,00
Capina (manual) d/h 15,00
Amarrio d/h 10,00
Transplantio d/h 8,00
Tutoramento d/h 15,00
Desbrota d/h 5,00
Colheita/lavagem/classificação/Acon-
d/h 40,00
diciomamento
Irrigação (aspersão) d/h 6,,00

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Mudas (formação em bandejas) d/h 2,00
Preparo de solo (aração e gradagem) h/m 5,00
Marcação de sulco d/h 2,00
Fonte: EMATER-DF
Observações:
1) d/h: dia/homem, h/mt: hora/microtrator, h/m: hora/máquina;
2) Cálculo de insumos e serviços podem variar conforme a região, o clima e o sistema de
produção a ser adotado pelo produtor rural;
3) Cálculo final do custo de produção precisará levantar o preços correntes da época de
plantio.
29
Pronaf
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Para financiar suas plantações, o produtor rural familiar pode solicitar nas agências do Banco
do Brasil crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, conhecido
como Pronaf. Trata-se de uma das principais políticas públicas do Governo Federal para apoiar o
segmento.
Executado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), tem como objetivo o forta-
lecimento das atividades produtivas geradoras de renda das unidades familiares de produção,
com linhas de financiamento rural adequadas à sua realidade.
Referências Bibliográficas

CADERNO TÉCNICO CULTIVAR HF. Pelotas, RS: Grupo Cultivar, nº 42, fev./mar.
2007. Suplemento.
LOPES, Carlos Alberto; ÁVILA Antônio Carlos de. Doenças do pimentão;
diagnose e controle. Brasília: Embrapa Hortaliças, 2003, 96 p.
REVISTA CAMPO & NEGÓCIOS HF.Uberlândia: AgroComunicação, ano V, nº
53. out. 2009,110 p.
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Notas

Série Agricultura Familiar Coleção Passo a Passo – Pimentão


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