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INTRODUÇÃO
Significado da expressão "profetas menores”
Embora os dezessete livros proféticos do Antigo Testamento sejam o “continente obscuro da
Escritura”, as pessoas têm ainda menor familiaridade com os doze profetas menores como um todo do que
com os cinco profetas maiores. Estes doze livros se tornaram conhecidos como Profetas Menores no final
do quarto século d.C., não porque foram considerados menos importantes ou menos inspirados, mas
porque são geralmente menores do que os cinco Profetas Maiores, especialmente os livros de Isaías e
Jeremias. Suas mensagens são mais sucintas do que as dos Profetas Maiores, mas igualmente poderosas.
Antes do tempo de Cristo, estes doze livros foram reunidos em um só rolo, coletivamente
conhecidos como “Os Doze”. Sua extensão combinada (sessenta e sete capítulos) é aproximadamente igual
à de Isaías. A única importância cronológica da ordem dos Profetas Menores na Bíblia portuguesa é que os
seis primeiros foram escritos antes dos seis últimos.
Os Profetas Menores, de Obadias a Malaquias, cobrem quatro séculos de história através dos
Impérios Assírio, Babilônico e Persa. Três foram profetas do reino do norte (Jonas, Amós, Oséias). Seis
foram profetas do Reino do Sul (Obadias, Joel, Miquéias, Naum, Sofonias e Habacuque). Embora todos os
profetas menores sejam nomeados, muito pouco se conhece da maioria deles. Seus antecedentes e
personalidades são completamente diversos, mas os quatro temas proféticos básicos se encontram em
todos eles.

OSÉIAS

A mensagem de Oséias deve abrir os olhos dos leitores atuais não só para a incrível natureza do
amor de Deus para conosco, mas também o dano terrível que a pecaminosidade humana causa no
relacionamento pessoal de uma pessoa com Deus.
Gary V. Smith

O AUTOR
Oséias significa “salvação ou livramento”. A forma hebraica desse nome é “Hoshca”,
pertencente à mesma raiz da palavra Josué, que tem o prefixo “Yod” para “Yad” ou Senhor “Yahweh é
Salvação”.
Sabemos que é filho de Beeri, e que profetizou para Israel, Reino do Norte, nos últimos trinta
anos antes do cativeiro. Evidentemente mudou-se para o sul antes do cativeiro em 722, foi
contemporâneo de Isaías e Miquéias. Como Isaías, Oséias tinha uma família que foi usada pelo Senhor
como “sinal” para nação quanto ao futuro julgamento e posterior restauração. Acredita-se que ele tenha
sido natural do norte e que por isso conhecia as más condições existentes em Israel. Isto deu um peso
especial à sua mensagem.
Casou-se com uma mulher que lhe foi infiel, suas amargas experiências conjugais tornaram-se a
trama, ao redor da qual o Senhor construiu sua mensagem final ao Reino do Norte. Nada mais se sabe do
profeta, a não ser os lances biográficos que ele mesmo revela em seu livro. Que Oséias provinha de Israel,
e não de Judá, e que profetizou à sua nação, é evidente:
 Em suas numerosas referências a “Israel” e “Efraim”, as duas principais designações do Reino do
Norte;
 Em sua referência ao Rei de Israel, em Samaria, como “nosso rei” (Os 7.5);
 Em sua intensa preocupação com a corrupção espiritual, moral, política e social de Israel.
O ministério de Oséias, no Reino do Norte, seguiu-se logo após ao ministério de Amós que,
embora fosse de Judá, profetizou a Israel. Amós e Oséias são os únicos profetas do Antigo Testamento,
cujos livros foram dedicados inteiramente ou maior parte ao Reino do Norte, anunciando-lhe a destruição
iminente.

A ÉPOCA DE OSEIAS
Mais ou menos nos últimos 40 anos do reino do Norte. Começou seu ministério quando Israel,
sob Jeroboão II, estava no zênite de seu poder; ver sobre 2 Rs 14. Assim, foi testemunha da sua queda
rápida. Foi contemporâneo de Amos, sendo, porem, mais moco; contemporâneo de Isaias e Miqueias, mais
velho que estes. Quando criança, possivelmente conheceu Jonas. Os reis em cujos reinados profetizou
foram Uzias, Jotao, Acaz, Ezequias, todos de Judá, e Jeroboão II, de Israel. As datas aproximadas destes reis
foram como segue:

Reis de Israel, o Reino do Norte


 Jeroboão II, 793-753 a.C. Reinado de grande prosperidade. Oseias começa.
 Zacarias, 753-752 a.C. Reinou 6 meses. Foi morto por Salum.
 Salum, 752 a.C. Reinou 1 mês. Foi morto por Menaém.
 Menaém, 752-742 a.C. Incrivelmente cruel. Títere da Assíria.
 Pecaías, 742-740 a.C. Foi morto por Peca.
 Peca, 740-732 a.C. Morto por Oseias. Cativeiro galileu, 732 a.C.
 Oseias, 732-723 a.C. Queda de Samaria, 722 a.C. Fim do reino.

Reis de Judá, o Reino do Sul


 Uzias, 767-740 a.C. Bom rei, Oseias começa.
 Jotão, 740-732 a.C. Bom rei.
 Acaz, 732-716 a.C. Muito perverso. Cativeiro galileu, 732 a.C.
 Ezequias, 716-687 a.C. Bom rei. Queda de Samaria, 722 a.C.

Algumas destas datas em parte coincidem com outras e são de difícil compreensão. O período
máximo, pois, em que Oseias pode ter profetizado seria 782-687 a.C., e o período mínimo cerca de 753-
716 a.C. Admitindo que seu ministério se estendeu a uma parte considerável dos reinados de Jeroboão e
Ezequias, talvez fosse seguro coloca-lo em mais ou menos 770-710 a.C.

DATA
Escrito entre 770-710 a.C. aproximadamente, durante os reinados de quatro reis de Judá, de
Uzias a Ezequias, mais ou menos 767-697 a.C., e durante o reinado de Jeroboão II de Israel, 793-753.

PROPÓSITO
Incutir um sentimento de vergonha no povo da aliança de Deus quando ele deliberadamente
ignora as regras de Deus para a vida e é infiel a Ele; e incentivá-lo a amar e a obedecer ao Senhor em
reposta ao Seu amor por ele.
DESTINATÁRIOS
O povo da aliança de Deus. No Antigo Testamento era a nação de Israel, como o livro nos
relembra continuamente. Porém, na época do Novo Testamento, o público-alvo são os cristãos, individual
e coletivamente, como o povo da nova aliança de Deus.

O LIVRO E AS CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS


Sete aspectos básicos caracterizam o livro de Oséias:
1) Ocupa o primeiro lugar na seção do Antigo Testamento chamado “O Livro dos Doze”, também
conhecido como os “Profetas Menores”, por causa de sua brevidade em comparação com Isaías,
Jeremias e Ezequiel.
2) Oséias é um dos dois profetas do Reino do Norte a ter um livro profético no Antigo Testamento (o
outro é Jonas).
3) A semelhança de Jeremias e Ezequiel, as experiências pessoais de Oséias ilustram sua mensagem
profética.
4) Contêm cerca de 150 declarações a respeito dos pecados de Israel, sendo que mais da metade
deles relaciona-se a idolatria.
5) Oséias relembra aos israelitas que o Senhor havia sido longânimo e fiel em seu amor para com eles.
6) Não há ordem visível entre suas profecias (Os 4- 14) . E difícil distinguir onde uma profecia termina
e outra começa.
7) Elas acham-se repletas de vividas figuras de linguagem, muitas das quais tiradas do cenário rural.

O LIVRO DE OSÉIAS ANTE O NOVO TESTAMENTO


Diversos versículos de Oséias são citados no Novo Testamento:
 O Filho de Deus é chamado do Egito (Os 11.1; cf. Mt 2.15);
 A vitória de Cristo sobre a morte (Os 13.14; cf. 1 Co 15.55);
 Deus deseja a misericórdia, e não o sacrifício (Os 6. 6; cf. Mt 9.13; 12.7);
 Os gentios que não eram o povo de Deus passam a ser seu povo (Os 1.6, 9-10; 2.23; cf. Rm 9.25,26).
Além dos trechos específicos, o Novo Testamento expande o tema do livro Deus como o
marido do seu povo - e diz que Cristo é o marido de sua noiva redimida, a Igreja (2 Co 11.2; Ef 5.22-32; Ap
19.6- 9; 21.1-2,9-10).
Oséias enfatiza a mensagem do Novo Testamento a respeito de se conhecer a Deus para se
entrar na vida (2.20; 4.6; 5.15; 6.3-6; cf. Jo 17.1-3). Juntamente com esta mensagem, Oséias demonstra
claramente o relacionamento entre o pecado persistente e o juízo inexorável de Deus. Ambas as ênfases
são resumidas por Paulo em Romanos 6.23: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de
Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”.

VISÃO PANORÂMICA DE OSÉIAS


Parte da estratégia do livro é traçar paralelos entre o casamento de Oseias com uma esposa
infiel e a infidelidade de Israel a Deus, mas esta é, principalmente, uma analogia de segundo plano, e não
um princípio de organização. A maior parte do livro é dedicada à denúncia contra a aliança de Seu povo em
passagens que são, em primeiro lugar, satíricas. Alguns esboços do livro tendem a afirmar que os primeiros
três capítulos lidam com Oseias e sua esposa, Gomer, mas isso não é exatamente verdade, como mostra o
seguinte esboço:

Fluxo do Livro

Casamento de Oseias com Gomer (cap. 1). Os nomes dos seus filhos, (que significam “não
amada” e “não é meu povo”) já sinalizam a natureza simbólica do casamento.

Deus acusa Israel (cap. 2). Deixamos o casamento para trás e ouvimos o Senhor acusar Israel
 a quem Ele retrata como uma esposa adúltera
 e Sua promessa de restaurá-la.
Oseias resgata Gomer (cap. 3). Aqui temos um breve retorno à narrativa de Oseias e Gomer,
que fala sobre a instrução de Deus a Oseias para resgatar sua esposa adúltera.

Uma palavra de juízo (cap. 4—7). Oseias transmite as palavras de Deus sobre o juízo contra
Israel por ser um povo ímpio.

Deus pretende punir a infidelidade de Israel (cap. 8—10). Um longo relato de como o Senhor
punirá a infidelidade de Seu povo, previamente descrito.

O amor e o juízo divinos (Os 11.1-11). Um retrato associado ao amor divino especialmente por
Israel e Seu juízo contra o mal dessa nação.

O juízo de Deus sobre as sociedades más (Os 11.12—13.16). O Senhor promete o juízo e a
punição para as sociedades más por sua idolatria e rebelião a Deus.

A futura restauração divina (cap. 14). Oseias transmite a profecia da restauração de Deus ao
Seu povo arrependido.
JOEL

O livro se encaixa em suas seções distintas. Na primeira seção (Jl 1.2-2.17), o profeta fala. [...]
Na segunda seção (Jl 2.18 – 3.21), Jeová fala.
Homer Hailey

O AUTOR
Joel significa: “Jeová é Deus” é a composição de YHWH (Jeová) e EL (Deus), vemos aqui uma
ligação direta do nome do profeta com a mensagem que Deus queria transmitir, “sabereis que eu sou o
Senhor vosso Deus” (J1 2.27; 3.17). Joel era filho de Petuel, acredita-se ter sido sacerdote, morou e
profetizou em Judá e na cidade de Jerusalém. A Bíblia registra outras quatorze pessoas com o nome de
Joel, provavelmente Joel era conhecido de Elias e contemporâneo de Eliseu.

DATA
Levando-se em conta que Joel não menciona nenhum rei, ou evento histórico, não se pode
determinar o período de seu ministério. Acredita-se que tenha sido exercido depois de os exilados terem
voltado a Jerusalém e reedificado o Templo (cerca de 510-400 a.C.). Nesta época, não havia rei em Judá, e
os líderes espirituais de maior destaque eram os sacerdotes. Acredita-se ainda que a mensagem de Joel
haja sido entregue durante os primeiros dias do jovem rei Joás (835-830 a.C.), que subiu ao trono de Judá
com a idade de sete anos (2 Rs 11.21), e permaneceu sob a orientação do sumo sacerdote Joiada durante
toda a sua menoridade. Tal situação explicaria o destaque dos sacerdotes neste livro profético, e a
ausência de qualquer referência à realeza.

PROPÓSITO
Predizer desgraças terríveis como ações do juízo divino, com vista a levar as pessoas ao
arrependimento, e assim compartilhar as bênçãos prometidas que o escritor retrata na segunda metade de
sua profecia.

DESTINATÁRIOS
O público original era o povo de Judá, mas o público universal são todas as pessoas,
principalmente aqueles que afirmam serem seguidores de Deus.
CIRCUNSTÂNCIAS
Aconteceu de tal modo que, na providência de Deus, a terra ficou literalmente desolada por
uma praga de gafanhotos, havendo tal escassez de alimentos que provocou a descontinuação das ofertas
de alimentos e das libações na casa de Deus (Jl 1.13).
Joel apareceu em Jerusalém para declarar que aquela invasão de gafanhotos era um quadro de
uma visita de Deus, em ira e julgamento. Ele apelava em prol de um ato de arrependimento nacional, uma
festa solene (Jl 2.12), e exortava os lideres religiosos a mostrar bom exemplo (Jl 2.15-17). Então profetizou
o retorno do favor de Deus e da prosperidade da terra (Jl 2.18-20), bem como a remoção de seus inimigos
(Jl 2.21-27). Depois disso, de um modo que não tem significação fora da inspiração divina, ele passou a
descrever o derramamento do Espírito Santo que se seguiria (Jl 2.28-32). No dia de Pentecoste, o veredito
de Pedro foi: "isto é o que foi dito pelo profeta Joel" (At 2.16). Adiante, Joel é levado a profetizar sobre a
destruição final de todos os inimigos de Deus e de Seu povo (Jl 3.1-21).

O LIVRO DE JOEL ANTE O NOVO TESTAMENTO


Vários versículos de Joel contribuem poderosamente à mensagem do Novo Testamento:
 A profecia a respeito da descida do Espírito Santo (J1 2.28-32) é citada especificamente por Pedro
em seu sermão no dia de Pentecoste (At 2.16-21), depois de o Espírito Santo ter sido enviado do
céu sobre os 120 membros fundadores da Igreja Primitiva, com as manifestações do falar noutras
línguas, da profecia e do louvor a Deus (At 2.4,6- 8,11,17,18).
 Além disso, o convite de Pedro às multidões, naquela festa judaica, a respeito da necessidade de se
invocar o nome do Senhor para ser salvo, foi inspirado (parcialmente) em Joel (J1 2.32a; 3.14; At
2.2,37-41). Paulo também cita o mesmo versículo (Rm 10.13).
 Os sinais apocalípticos nos céus que, segundo Joel, ocorrerá no final dos tempos (J1 2.30,31), não
somente foram lembrados por Pedro (At 2.19,20), mas também referidos por Jesus (Mt 24.29) e
por João em Patmos (Ap 6.12-14).
 Finalmente, a profecia de Joel a respeito do julgamento divino das nações, no vale de Josafá (J1
3.2,12-14), é desenvolvida ainda mais no último livro da Bíblia (Ap 14.18-20; 16.12-16; 19.19-21;
20.7-9).
Há dimensões tanto presentes quanto futuras em todas as aplicações de Joel no Novo
Testamento. Os dons do Espírito que começaram a fluir através do povo de Deus, no Pentecoste, ainda se
acham à disposição dos crentes (1 Co 12.1-14.40).
Além disso, os versículos que precedem à profecia a respeito do Espírito Santo (isto é, a
analogia da colheita com as chuvas temporãs e serôdias1, J1 2.23-27) e os versículos que se seguem (isto é,
os sinais que se darão nos céus no final dos tempos, J1 2.30-32) indicam que a profecia sobre o
derramamento do Espírito Santo (J1 2.28,29) inclui não somente a chuva inicial no Pentecoste, como
também um derramamento final e culminante sobre toda a raça humana no final dos tempos.

VISÃO PANORÂMICA DE JOEL


O livro de Joel é estruturado em quatro visões proféticas:

Fluxo do Livro

Praga dos gafanhotos (cap. 1). Esta visão se desdobra em uma destruição total da natureza.

Um exército invasor (2.1-17). Essa visão é acompanhada por uma chamada ao


arrependimento.

Resposta de Deus (2.18-32). O Senhor responde com uma promessa de restaurar a


prosperidade para a terra de Judá.

Promessa da bênção divina (cap. 3). Deus salvará Judá contra seus inimigos.
AMÓS

Mesmo sendo revolucionário, Amós também era conservador. Ele entrou em cena não para
alterar as regras, mas para assegurar o cumprimento delas. O profeta queria retornar a uma ordem moral,
e não propor uma nova.
Howard Moss

O AUTOR
Amós significa “carga” ou “carregador de fardos”, o livro contém muitos fardos de julgamentos
ou calamidades que o profeta transmitiu a Israel. Amós nasceu em Tecoa, uma pequena aldeia a 8 km
aproximadamente ao sul de Belém; homem de negócios, fazendeiro e pregador, embora não fosse um
profeta treinado na Escola de Profetas, ocupava-se com criações de gado e plantação de frutas, tais como:
figos silvestres (Am 1.1,7,14); era intelectual e hábil escritor, seu livro é considerado clássico tanto na
expressão artística quanto no conteúdo, tinha um profundo senso de justiça social e coragem nos
confrontos, como Jonas foi um profeta missionário. Estava perfeitamente a par dos acontecimentos sociais
e nacionais, certamente por ir sempre ao norte a fim de comercializar seus produtos.

DATA
O ministério de Amos se desenrolou na parte final do reinado do prospero e idolatra Jeroboão
II (c.793-753 a.C.), quando em Judá reinava Azarias (Uzias) (c.767-740 a.C.). Portanto, o tempo de Amos
seria aproximadamente 765-750 a.C.. Foi uma época de prosperidade econômica e padrão de vida luxuoso,
de corrupção moral e irrefreada idolatria. Amos dirigiu sua ardente oratória contra esses pecados.

PROPÓSITO
Denunciar os ricos que oprimem os pobres da sociedade, repreender as atitudes e o estilo de
vida de quem despreza as instruções morais de Deus e oferecer esperança para o marginalizado e
oprimido.

DESTINATÁRIOS
O público original era múltiplo. A maior parte da profecia é destinada ao reino do Norte de
Israel, porém Judá e as nações vizinhas pagãs também estão incluídas na seção que aborda os vizinhos de
Israel. Além do público original, esse livro é endereçado universalmente às classes ricas e ímpias de todas
as sociedades e àqueles a quem elas oprimem.
CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
1) É, primariamente, um grito profético em favor da justiça e da retidão, baseado no caráter de Deus.
Enquanto Oséias sentia-se esmagado pela infidelidade de Israel, Amós enfurece-se pela violação
dos padrões da justiça e retidão que o Senhor traçara ao seu povo.
2) Ilustra vividamente quão abominável é para Deus a religião quando divorciada de uma conduta
reta.
3) E uma confrontação radical e vigorosa entre Amós e o sacerdote Amazias (Am 7.10-17), que se
tornaria uma cena clássica na profecia hebraica.
4) Seu estilo, audaz e enérgico, reflete a inabalável lealdade do profeta a Deus e aos seus justos
padrões para com o povo do concerto.
5) Demonstra a disposição de Deus em usar pessoas que lhe são tementes, ainda que desprovidas de
credenciais formais, para que proclamem a sua mensagem numa era de profissionalismo.
6) Há, em Amós, numerosos trechos bem conhecidos, entre os quais: 3.3,7; 4.6-12; 5.14,15; 21-24;
6.1a; 7.8; 8.11; 9.13.

VISÃO PANORÂMICA DE AMÓS


Introdução ao autor e à profecia .......................................................................................................... Am 1.1,2
Profecias de juízo contra as nações vizinhas de Israel ................................................................... Am 1.3—2.3
Profecias de juízo contra Israel .................................................................................................... Am 2.4—2.16
Mais profecias de juízo contra Israel ........................................................................................... Am 3.1—6.14
Cinco visões de juízo .................................................................................................................... Am 7.1—9.10
Promessas de salvação .................................................................................................................... Am 9.11-15

Fluxo do Livro

Introdução ao profeta e à profecia (1.1,2). Amós se apresenta como o profeta sincero. Esteja à
procura de maneiras em que isso se manifesta por todo o livro.

Profecias contra as nações pagãs vizinhas (1.3—2.3). Essas cinco profecias contra as nações
vizinhas de Judá e Israel estão entre as passagens mais estilizadas na Bíblia. Cada visão segue este padrão:
(1) uma fórmula de abertura (assim diz o SENHOR); (2) duas expressões paralelas (Por três transgressões [...]
e por quatro)-, (3) uma fórmula definida para o juízo (não retirarei o castigo)-, (4) uma declaração
acusatória; e (5) uma lista de juízos (começando com a fórmula porei fogo). Todas as acusações contra
essas nações envolvem as atrocidades em guerras.

Profecia contra Judá (2.4,5). Aqueles que professam a fé em Deus são colocados na lista das
nações ímpias, mas a acusação é diferente — rejeitar a lei de Deus, e não a moralidade mais universal de
regras que regem a guerra.

Profecias contra Israel (2.6-—6.14). A melhor estrutura para as partes individuais desta seção é
fornecida pela forma literária conhecida como sátira. Para cada passagem ou detalhe, identifique (1) os
objetos de ataque, (2) a forma do ataque, (3) a norma implícita ou declarada (padrão de correção) pelo
qual o ataque é conduzido e (4) o tom do ataque.

Cinco visões do juízo contra Israel (7.01—9.10). O estilo se altera para uma série de visões, mas
a estrutura básica permanece como sátira.

Profecia de salvação (9.11-15). Aqui temos a inversão — a retratação, com a qual praticamente
todas as profecias do Antigo Testamento terminam: a misericórdia e bênção de Deus permaneçam como
uma promessa e uma esperança ao povo. Você pode refletir de maneira proveitosa sobre como esta
profecia da era de ouro diz respeito ao que a precedeu.
OBADIAS

Obadias apresenta uma mensagem de esperança para o povo de Deus. Isso é feito em duas
fases distintas: a profecia do juízo contra Edom, seguida da promessa da restauração de Judá.
David Baker

OS EDOMITAS
Edom era a cordilheira de montes rochosos a leste do Vale de Arabá, que se estendia uns 160
km de Norte a Sul, e uns 32 km de Leste a Oeste. Era bem irrigado e tinha abundantes pastagens. Sela
(Petra) era a capital, cravada no alto de um penhasco íngreme que dominava um vale de extraordinária
beleza, muito para dentro dos profundos vales das montanhas. Os edomitas podiam sair para suas
expedições de assalto e depois recolher-se aos seus redutos intransponíveis, nos desfiladeiros rochosos.
Os edomitas descendiam de Esaú; eram, todavia, sempre inimigos rancorosos dos israelitas,
perpetuando assim a inimizade entre Esaú e Jacó, Gn 25:23; 27:41. Recusaram passagem a Moises, Nm
20:14-21, e sempre estavam prontos a ajudar um exercito que atacava os israelitas.

O AUTOR
Obadias significa “Servo de Jeová” ou “Servo do Senhor”, era um nome comum no Antigo
Testamento. No livro não é mencionado a sua genealogia, nem outro pormenor a seu respeito. Doze ou
treze pessoas com tal nome são mencionadas na Bíblia (1Rs 18.3-16; 2Cr 17.7; 34.12,13; Ne 10.5). Sobre o
profeta Obadias nada se sabe, exceto que ele estava em Jerusalém na ocasião dos violentos ataques de
Edom. Como um servo, ele encobre a sua pessoa para salientar sua mensagem.

DATA
Embora muitos críticos neguem a unidade da profecia, situando-a no período caldeu após a
queda de Jerusalém em 586 a.C., ou mais tarde, o melhor é aderir a autenticidade do livro, situando-o no
reinado de Jorão (853-841 a.C.). Naquela época, filisteus e árabes invadiram Judá e saquearam Jerusalém
(2Cr 21.16-17; Jl 3.3-6; Am 1.6). Os edomitas também eram inimigos viscerais de Judá naquele período (2Rs
8.20-22; 2Cr 21.8-10). Assim, contemplam-se no contexto histórico as condições para que Obadias tenha
escrito essa profecia.

PROPÓSITO
Profetizar o juízo contra Edom (os descendentes de Esaú) como meio de incentivar os israelitas
que haviam sido vítimas da hostilidade e dos saques de Edom.
DESTINATÁRIOS
O profeta aborda dois públicos: a maldosa nação estrangeira de Edom e o povo escolhido de
Deus.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
Quatro aspectos básicos caracterizam a profecia de Obadias:
1) É o livro mais breve do Antigo Testamento;
2) É um dos três profetas vocacionados por Deus a dirigirem sua mensagem quase que,
exclusivamente, a uma nação gentia (os outros dois são Jonas e Naum);
3) Há muita semelhança entre Obadias e Jeremias 49.7-22;
4) O livro não é citado no Novo Testamento.

O LIVRO DE OBADIAS ANTE O NOVO TESTAMENTO


Embora o Novo Testamento não se refira diretamente a Obadias, a inimizade tradicional entre
Esaú e Jacó, que subjaz1 a este livro, também é mencionada no Novo Testamento. Paulo refere-se à
inimizade entre Esaú e Jacó em Romanos 9.10-13, mas assa a lembrar da mensagem de esperança que
Deus os dá: todos os que se arrependerem de seus pecados, tanto judeus quanto gentios, e invocarem o
nome do Senhor, serão salvos (Rm 10.9-13; 15.7-12).

VISÃO PANORÂMICA DE OBADIAS


O livro é uma série de predições proféticas, ou profecias, que se desenrolam nesta ordem:
1) a profecia de destruição de Edom (v. 1-9),
2) as acusações contra Edom (v. 10-14),
3) o juízo de Deus contra as nações (v. 15,16) e
4) a restauração divina de Israel (v. 17-21).
JONAS

Quando fugimos do Senhor, nunca alcançamos nosso objetivo, e sempre pagamos o preço.
Donald G. Barnhouse

O livro de Jonas gira inteiramente em torno das relações pessoais entre Jeová e Seu servo,
Jonas, filho de Amitai. Essas relações se originam numa comissão profética, da qual Jonas procurou evadir-
se. Jonas descobriu que os pensamentos de Deus não eram os seus pensamentos e que seus caminhos não
eram os caminhos de Deus. Mas Deus não deixou Jonas sozinho. Na primeira metade da história, Deus
permite que Jonas chegue ao extremo de quase perder a própria vida, somente para em seguida restaurá-
lo à posição onde ele se encontrava antes dele tentar, por meios físicos, evitar o mandado de Jeová. Na
segunda metade da história o Senhor permite que Jonas chegue ao extremo da depressão mental e
espiritual, somente para revelar a ele a correção essencial de Seus misericordiosos propósitos.

O AUTOR
O próprio Jonas é o autor, muito embora o livro ser escrito na terceira pessoa, o que pode
deixar alguém em dúvida; todavia era um estilo comum entre os escritores hebraicos para relatar a sua
história.
Jonas era filho de Amitai e nascido em Gate- Hefer (2 Rs 14.25). Gate-Hefer era uma pequena
aldeia de Zebulom, mais ou menos 3 km a nordeste de Nazaré, a tradição judaica diz ser ele o filho da viúva
Serepta que foi ressuscitado por Elias, mais isso nunca foi confirmado, Jonas profetizou no começo do
reinado de Jeroboão II, anunciando a Israel que o Senhor teria novamente misericórdia dele, e lhe
concedera uma espécie de grande desenvolvimento nacional; foi-lhe dispensada essa misericórdia apesar
de sua iniquidade, como estímulo para o arrependimento (2 Rs 14.23-28). Jonas foi profeta, mas também é
considerado um evangelista pelo caráter de sua missão e mensagem, pois vemos no decorrer do livro o seu
tema: “A magnitude da misericórdia Salvífica de Deus”.
Jonas significa “pomba”, o profeta foi enviado a Nínive pelo Senhor como um “mensageiro da
paz”, mesmo que ele não deu esta demonstração, pois fugiu da direção que Deus lhe dera. Seu ministério
teve lugar pouco após o de Eliseu (2 Rs 13.14-19), coincidiu parcialmente com o de Amós (Am 1.1) e foi
seguido pelo de Oséias (Os 1.1).

DATA
Seu livro foi escrito em 760 a.C. aproximadamente, na época do reinado de Jeroboão II em 793-
753 a.C. (2 Rs 14.25). A visita a Nínive ocorreu provavelmente no fim do seu longo ministério em Israel,
mais ou menos no ano 765 a.C. O profeta o escreveu após seu retomo, e procurou por meio dele ministrar
a Israel. O arrependimento de Nínive, diante da pregação de Jonas, ocorreu no reinado de um destes dois
monarcas assírios:
 Adade-Nirari III (810-783 a.C.), cujo governo foi marcado por uma tendência para o monoteísmo,
ou;
 Assurda III (733-755 a.C.), em cuja administração houve duas grandes pragas (765 e 759 a.C.) e um
eclipse do sol (763 a.C.). Estas ocorrências podem ter sido interpretadas como sinais do juízo divino,
preparando a capital da Assíria à mensagem de Jonas.

PROPÓSITO
Contar uma história em que duas tramas se desenrolem juntas. No âmbito humano, a história
apresenta as más atitudes de uma pessoa religiosa que tem toda a teologia correta, porém um coração
duro. A história divina se concentra no amor universal de Deus, que se estende além das fronteiras
nacionais e culturais.

DESTINATÁRIOS
O público é a comunidade religiosa (em seu contexto original, judeus piedosos), que é
convidada a olhar para si mesma de forma introspectiva e a resistir ao impulso de pensar que, por ser a
comunidade eleita de Deus, possui direitos exclusivos concedidos rei o Senhor.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
Quatro aspectos básicos do livro de Jonas:
1) E um dos dois únicos livros proféticos do Antigo Testamento escritos por um profeta nascido e
criado no Reino do Norte (Oséias é o outro).
2) Obra-prima de narrativa concisa, em prosa; somente a oração em ação de graças está em forma
poética (Jn 2.2-9).
3) Está repleto da atividade sobrenatural de Deus. Além da providencial tempestade e do grande
peixe, há a aboboreira, o verme, o vento oriental e a maior maravilha de todas: o arrependimento
de toda a cidade de Nínive!
4) Contém, de forma mais clara que em qualquer outro livro do Antigo Testamento, a mensagem de
que a graça Salvífica de Deus é tanto para os gentios como para os judeus.

VISÃO PANORÂMICA DE JONAS


A comissão e fuga Jonas ...................................................................................................................... Jn 1.1-17
0 resgate de Jonas e a oração de gratidão .......................................................................................... Jn 2.1 -10
0 sermão de sete palavras de Jonas e seu surpreendente resultado ................................................. Jn 3.1 -10
A raiva de Jonas quando Deus poupa Nínive ........................................................................................ Jn4.1-11

Fluxo do Livro

O mau comportamento de Jonas (cap. 1). Em seu “manual sobre como não ser um profeta”,
quase tudo o que Jonas faz expõe o mau comportamento dele. A ação começa com uma cena comum nos
livros proféticos: o chamado e a comissão de um profeta. Mas a ação logo mergulha na primeira atitude de
Jonas, que segue no sentido exatamente oposto ao que Deus ordenara. O primeiro grande acontecimento
é, portanto, uma impossibilidade irônica: ninguém pode fugir da presença do Senhor, como o Salmo 139.1-
12 deixa claro. O uso do mar por Deus para trazer juízo sobre Jonas constitui um contraponto à tentativa
de Jonas de fugir do Altíssimo. Ironicamente, os marinheiros pagãos mostram mais sensibilidade a Deus e
mais moralidade do que Jonas.

Uma mudança radical: o arrependido de Jonas (cap. 2). O capítulo 2 mostra uma surpresa:
esse é o único lugar na história que mostra Jonas em um estado de espírito divino. Passamos da narrativa
para a poesia lírica, e somos introduzidos ao raciocínio de Jonas quando ele está dentro das entranhas do
grande peixe. A canção dele poderia muito bem figurar no livro de Salmos, encaixando- -se no gênero
familiar do louvor a Deus pelo resgate do orador. Mas isso é apenas uma sensação momentânea de Jonas,
e torna-se o padrão irônico pelo qual julgamos sua impertinência quando Deus estende Sua misericórdia
aos ninivitas pagãos.

Outra mudança radical: o arrependimento de Nínive (cap. 3). Após ser comissionado por Deus
mais uma vez, Jonas prossegue, de maneira relutante, porém bem-sucedida, com sua missão de pregar.
Nenhum outro sermão de sete palavras na história mundial produziu resultados tão extravagantes. A
mudança na ameaça de Deus sobre a destruição de Nínive, depois do arrependimento do povo, demonstra
o ponto central do livro: a misericórdia do Senhor é universal, não se limitando a uma nação apenas.

Uma surpresa final: a rejeição de Jonas à misericórdia de Deus (cap. 4). Cada fase da ação traz
uma surpresa. Era de se esperar que um profeta (sobretudo aquele a quem Deus resgatara
milagrosamente) se alegrasse pela misericórdia divina para com o povo de Nínive. Porém, em vez disso,
Jonas fica irritado e de mau humor. Ele mesmo diz por que está com raiva: Jonas sabia que o Senhor é um
Deus piedoso e misericordioso, mas não gostou muito disso (Jn 4.2). E claro, o caráter de Deus — Sua
compaixão se estende até mesmo aos animais de Nínive — destaca-se como uma frustração à atitude de
crueldade de Jonas com relação aos ninivitas. As últimas palavras do livro — e também muitos animais (Jn
4.11) — são uma pequena frase clássica.
MIQUÉIAS

O livro de Miquéias soa como um documento do tribunal. Suas profecias registram o juízo de
Deus em três grupos de queixas: (1) Samaria e Jerusalém; (2) os líderes de Israel e Judá; (3) o povo em
Israel e Judá. Deus responsabiliza as nações, os lideres e os indivíduos por falharem em conhecê-lo ou
obedecê-lo.
John R. MacArthur

O AUTOR
Miquéias era da comunidade rural de Morasete-Gate (Mq 1.1-14) no sul de Judá, área agrícola
a 40 km ao sudoeste Jerusalém. Miquéias significa “quem é semelhante a Jeová” (Mq 7.18), é uma
expressão muito adequada à mensagem do livro, pois enfatiza o grande poder de Deus no primeiro
capítulo, e o grande perdão no último: “Quem ó Deus, é semelhante a Ti, que perdoas as iniquidades?”
(Mq 7.18); mostra também a certeza do juízo do Senhor sobre aqueles que persistirem em pecar.
Miqueias profetizou nos reinados de Jotão (740-732 a.C.), Acaz (732- 716 a.C.), e Ezequias (716-
687 a.C.). Jotão e Ezequias foram bons reis, porem Acaz foi mau em extremo. Miqueias, pois, testemunhou
a apostasia do governo e sua restauração. Sua residência ficava em Moresete, na fronteira dos filisteus,
perto de Gate, uns 48 km de Jerusalém. Foi contemporâneo de Isaias e Oseias.
A mensagem de Miqueias dirigia-se a Israel e Judá, endereçada primeiramente as respectivas
capitais, Samaria e Jerusalém. Suas três ideias principais eram: Os pecados, a destruição e a restauração
deles. Tais ideias, no livro, vão misturadas, com transições súbitas da descrição da desolação presente a da
gloria futura. Muitas sentenças parecem desconexas.

MIQUEIAS, O POETA, E ISAIAS.


A profecia de Miqueias é um exemplo belo e comovente da clássica poesia hebraica. Como seu
contemporâneo Isaias, Miqueias era dotado de grande verve literária. Se Isaias era um poeta da corte,
Miqueias era um homem rustico, procedente de uma vila obscura. Isaias era estadista; Miqueias,
evangelizador e reformador social. Isaias era uma voz dirigida aos reis; Miqueias, arauto de Deus junto as
pessoas comuns. Isaias abordava questões politicas; Miqueias tratou quase exclusivamente da religião
pessoal e da moralidade social.

DATA
O ministério de Miquéias foi exercido durante os reinados de três reis de Judá: Jotão (740-732
a.C.), Acaz (732-716 a.C.) e Ezequias (716-687 a.C.). Algumas de suas profecias foram proferidas no tempo
de Ezequias (Jr 26.18), porém a maioria delas reflete a condição de Judá durante os reinados de Jotão e de
Acaz, antes das reformas promovidas por Ezequias. Não há dúvida de que o seu ministério, juntamente
com o de Isaías, ajudou a promover o avivamento e as reformas dirigidas pelo justo rei Ezequias. A parte
principal, entretanto, deve ter sido proferida nos reinados de Acaz e Ezequias, antes da queda de Samaria
em 722 a.C., assim sendo, o período central seria 740 a 710 a.C. Foi profeta do Reino do Sul, mas suas
mensagens foram aos dois reinos.

PROPÓSITO
Alertar todas as pessoas, principalmente o povo da aliança de Deus, que o Senhor não tolera o
pecado; incutir uma atitude de arrependimento; e proclamar o evangelho da salvação como a única
esperança para os pecadores.

DESTINATÁRIOS
Em primeiro lugar, o povo da aliança de Deus, que no Antigo Testamento era Israel e Judá (os
dois públicos de Miqueias) e no Novo Testamento é a Igreja cristã. O livro pressupõe um público que tem
uma consciência e um desejo pela salvação e por uma sociedade justa.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
Cinco aspectos básicos:
1) Defende, à semelhança de Tiago, a causa dos camponeses humildes explorados pelos ricos
arrogantes (cf. Mq 6.6-8; cf Tg 1.27). Em seguida, Miquéias pronuncia sua exortação mais grave e
memorável acerca das exigências divinas a Israel: que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e
andes humildemente com o teu Deus” (Mq 6.8).
2) Parte da linguagem de Miquéias é austera e direta; noutras ocasiões, é eloquentemente poética
com o complexo uso de jogos de palavras (e.g., Mq 1.10-15).
3) Tal como o profeta Isaías (cf. Is 48.16; 59.21), Miquéias expressa nítida consciência de sua chamada
e unção proféticas: “Mas, decerto, eu sou cheio da força do Espírito do Senhor e cheio de juízo e de
ânimo, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado” (Mq 3.8).
4) O livro traz uma das mais grandiosas expressões da Bíblia sobre a misericórdia de Deus e a sua
graça perdoadora (Mq 7.18-20).
5) O livro contém três importantes profecias citadas noutras partes da Bíblia:
 Que salvou a vida de Jeremias (Mq 3.12; cf. Jr 26.18).
 Respeito ao local onde o Messias haveria de nascer (Mq 5.2; cf, Mt 2.5,6);
 E ainda uma outra usada pelo próprio Jesus (Mq 7.6; cf. Mt 10.35,36).

VISÃO PANORÂMICA DE MIQUÉIAS


O plano básico do livro é alternar entre palavras de juízo e palavras de salvação e esperança.
Não existem transições claras entre os dois tipos de material. Miqueias utiliza o imperativo Ouvi seis vezes
(Mq 1.2; 3.1; 3.4; 3.9; 6.1,2), e em cada caso, a primeira unidade é uma visão do juízo, seguida por uma
imagem da salvação. Mas esses não são três sermões discretos; o material em Miqueias é realmente
heterogêneo. O único esquema confiável é a alternância entre o juízo e a salvação ou a esperança, como
segue:

Fluxo do Livro

Uma profecia de juízo (1.1—2.11). As descrições da maldade em Israel e Judá são relacionadas
às profecias de que Deus irá puni-la.

Promessa divina de redenção (2.12,13). Nesta unidade de dois versículos, Deus promete
resgatar um remanescente do Seu povo da aliança.

Uma profecia de juízo (cap. 3). A palavra contra os líderes de Israel combina com a descrição e
profecia sobre o castigo.

Uma profecia de salvação (cap. 4—5). O profeta retrata as coisas gloriosas que Deus fará em
nome do Seu povo nos últimos dias, uma visão messiânica e apocalíptica. (Miqueias 5.10-15 se parece com
uma profecia de juízo, mas deve ser interpretado positivamente, visto que Deus purga a nação do mal e a
protege contra os inimigos).

Uma profecia de juízo (Mq 6.1—7-13). O profeta revela a rebeldia do povo de Deus e descreve
o castigo para ele.

Uma profecia sobre a misericórdia de Deus (Mq 7.14-20). O profeta oferece louvor a Deus por
Sua misericórdia ao perdoar o pecado.
NAUM

O profeta revela o princípio eterno do Deus onipotente que, para uma nação sobreviver deve
ser estabelecida e dirigida por princípios de justiça e verdade.
Homer Hailey

O AUTOR
O escritor é descrito como "Naum, o elcosita". O nome Naum quer dizer "consolação",
"conforto" ou "alívio". Apesar de que a mensagem primária de Naum é a iminente destruição de Nínive,
uma das consequências necessárias da queda do tirano assírio era o alívio da oprimida Judá. Nesse sentido,
a mensagem de Naum justifica o nome do profeta. Ele não tinha palavra de julgamento ou condenação
contra seu próprio povo, mas apenas de conforto. Ele declara, em nome do Senhor: "eu te afligi, mas não
te afligirei mais. Mas agora quebrarei o seu jugo de cima de ti, e romperei os teus laços" (Na 1.12-13).

DATA
Naum profetizou antes da queda de Nínive em 612 a.C. O capítulo 3 e versículos 8 a 10 de
Naum refere-se à queda de “Nô” ou “Nô-Amom” (i.e., a cidade egípcia de Tebas) como evento passado,
ocorrido em 663 a.C. A profecia de Naum, portanto, foi proferida entre 663 e 612 a.C., provavelmente por
volta desta última data, durante a reforma promovida pelo rei Josias (c. 630-620 a.C.). E mais provável que
sua mensagem tenha sido entregue pouco antes da destruição de Nínive, talvez quando os inimigos da
Assíria estavam colocando suas forças em ordem de batalha para o ataque final.

PROPÓSITO
Predizer a queda de Nínive, capital da Assíria, um declínio que demonstra a soberania e a
justiça de Deus.

DESTINATÁRIOS
O público original era Nínive, que pode representar qualquer nação brutal e ímpia, em
qualquer momento da história.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
Três aspectos básicos caracterizam o livro de Naum:
1) É um dos três livros proféticos do Antigo Testamento, cuja mensagem é dirigida quase que
exclusivamente a uma nação estrangeira (os outros dois são Obadias e Jonas);
2) Seu conteúdo profético e linguagem poética acham-se pontuados de metáforas descritivas, vividos
quadros verbais e linguagem franca como em nenhuma outra parte da Bíblia;
3) Há uma ausência notável de mensagens a Judá concernente aos pecados e idolatria danação, talvez
porque o livro tenha sido escrito durante as reformas do rei Josias (2 Rs 22.8-23.5). Pelo contrário,
traz palavras de esperança e consolo a Judá (Na 1.12,13 15).

O LIVRO DE NAUM ANTE O NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento não faz nenhum uso direto deste livro. A única exceção talvez seja Naum
1.15, versículo este que o próprio Naum colheu de Isaías 52.7. Paulo usou a linguagem figurada de “pés
formosos” para enfatizar que, assim como o mensageiro no Antigo Testamento foi acolhido com júbilo
pelo povo de Deus ao trazer-lhe as boas novas de paz e de livramento das mãos da Assíria (Na 1.15) e
Babilônia (Is 52.7). Da mesma forma os pregadores do novo concerto levam as boas novas de libertação do
pecado e do poder de Satanás (Rm 10.15). Naum também reforça a mensagem do Novo Testamento: Deus
não permitirá que os pecadores permaneçam impunes (Na 1.3).

VISÃO PANORÂMICA DE NAUM


O livro de Naum é construído por um plano simples de duas partes: uma visão de abertura que
retrata Deus como um guerreiro divino prestes a resgatar Judá (cap. 1), seguida de uma série de palavras
que descrevem a destruição iminente de Nínive (cap. 2—3). Embora a segunda parte contenha as formas
proféticas reconhecíveis como provocações, as frases iniciadas com Ai e a narrativa intensa da destruição,
os capítulos 2 e 3 possuem a mesma temática e devem ser tratados como uma única parte do livro.
HABACUQUE

Habacuque reclama, Habacuque ouve, Habacuque ora.


Irving Jensen

O AUTOR
Habacuque quer dizer “abraçar”, ou “o que abraça”. Segundo muitos estudiosos, o profeta
rodeia Deus com oração pelo país, e também com louvor por sua grandeza ao resolver o grande problema
do profeta quanto à santidade.
Lutero comentou que Habacuque revela-se um encorajador, ou alguém que consola uma pobre
criança que chora fazendo-a acalmar.
O nome Habacuque pode ser derivado do nome de uma planta. Quase nada se sabe sobre
Habacuque, sobre sua família; é mencionado somente duas vezes no seu livro (Hc 1.1) e não é mencionado
em nenhum outro lugar da Bíblia.
Em virtude do seu salmo litúrgico, supõe-se que tenha sido levita músico do santo Templo,
todavia esse raciocínio não se mostra muito lógico, pois o mesmo deveria ocorrer com Davi, que escreveu
muitos salmos litúrgicos, e não era levita, por essa razão, supõe-se e não afirmamos que o mesmo era
levita. Portanto, possivelmente Habacuque não tenha sido um dos cantores do Templo e sacerdote da
tribo de Levi, sendo, provavelmente natural de Jerusalém.

DATA
O Livro de Habacuque foi escrito em 606 a.C., aproximadamente; vejamos algumas referências
que nos ajudam a entender o motivo.
No capítulo 1.6, ele faz referência aos caldeus, que viviam numa inacreditável ferocidade. Isso
sugere uma data anterior a 605 a.C. e posterior às suas conquistas iniciais.
Ele não fez referência alguma a Nínive, o que sugere uma data posterior à destruição da cidade
de Nínive em 612 a.C.
O profeta preocupa-se sobremaneira com a violência de Judá, isto sugere uma época posterior
à morte de Josias em 609 a.C., no iníquo reinado de Jeoaquim.
Sendo assim, a data mais provável seria 606 a.C., durante o reinado de Jeoaquim, antes de
Judá, ser subjugado por Nabucodonosor.

PROPÓSITO
Registrar com precisão as dúvidas e perguntas do autor sobre a justiça divina e sobre o controle
do mundo; a resposta do Senhor a essas perguntas e dúvidas, e a expressão de fé em Deus do autor em
resposta à revelação divina.

DESTINATÁRIOS
O livro de Habacuque é uma escuta do diálogo entre o profeta e Deus. Embora ele tenha se
dirigido, a princípio, ao povo de Judá, o profeta fala, de fato, sobre questões atemporais para os servos de
Deus.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
Cinco aspectos básicos caracterizam a profecia de Habacuque:
1. Ao invés de profetizar a respeito da apóstata Judá, registra, em seu “diário” pessoal, suas
conversações particulares com Deus, e a subsequente revelação profética.
2. Contém pelo menos três formas literárias distintas entre si: “diálogo” entre o, profeta e Deus (Hc
1.2- 2.5) ; “ais proféticos” clássicos (Hc 2.6-20); e um “cântico profético” (Hc 3) - todas com dicção
vigorosa e com metáforas pitorescas.
3. O profeta manifesta três características em meio aos tempos adversos: faz perguntas honestas ao
Senhor (Hc 1); revela fé inabalável na soberania divina (Hc 2.4; 3.18,19); e manifesta zelo pelo
avivamento (Hc 3.2).
4. A visão que o profeta tem de Deus no capítulo três é uma das mais sublimes da Bíblia, e relembra a
teofania1 no monte Sinai. Outros trechos inesquecíveis em Habacuque são: 1.5; 2.3,4,20; 3.2,17-19.
5. Nenhum profeta do Antigo Testamento fala com mais eloquência a respeito da questão da fé que
Habacuque - não somente na sua declaração, “o justo, pela sua fé, viverá” (Hc 2.4), como em seu
testemunho pessoal (Hc 3.17-19).

VISÃO PANORÂMICA DE HABACUQUE


O livro de Habacuque é organizado em um plano simples de diálogo entre o profeta e Deus:

Fluxo do Livro

Primeira pergunta de Habacuque (1.2-4). Por que Deus não age contra a violência na
sociedade do profeta?

Primeira resposta de Deus (1.5-11). O Senhor usará a nação pagã chamada Caldeia, ou Babilô-
nia, a fim de punir Judá por sua violência.

Segunda pergunta de Habacuque (1.12—2.1). Por que Deus usaria uma nação ainda mais
violenta do que Judá para deleitar-se em sua própria violência?

Segunda resposta de Deus (2.2-20). Em uma série de cinco ais, o Senhor prediz o juízo futuro
contra a Caldeia/Babilônia.

A oração de fé de Habacuque (cap. 3). Habacuque reafirma sua confiança na força de Deus.
SOFONIAS

Uma mensagem de destruição e esperança em uma forma elegante e bem moldada. É uma
visão coerente, convincente e escatológica.
J. Alec Motyer

O AUTOR
Sofonias, cujo nome significa “o Senhor esconde”, era tataraneto do rei Ezequias. Ele profetizou
durante o reinado de Josias (639-609 a.C.), o último governante piedoso de Judá (Sf 1.1). Sua referência a
Jerusalém como “este lugar” (Sf 1.4), bem como a descrição minuciosa de sua topografia1 e de seus
pecados, indica que residia na cidade. Como parente do rei Josias, tinha imediato acesso ao palácio real.
Conforme era de se esperar, suas profecias focalizavam a Palavra do Senhor endereçadas a
Judá e às nações.
Sofonias é um autêntico profeta do Senhor, enfrentou uma nação corrupta e ímpia, Judá.
Embora identificado com o povo escolhido, tal nação não poderia subsistir, pois o Senhor é um Deus justo.
Bem para o nordeste ficava a poderosa Assíria que haveria de ser usada pelo Senhor como seu
instrumento para produzir a destruição de Judá. Essa destruição seria um dia em que a justiça do Senhor
seria vindicada. Seria realmente um Dia do Senhor.
Um comentarista moderno disse que é perfeitamente evidente que o capítulo 3 não foi escrito
por Sofonias, porque o contraste é muito grande entre o quadro do juízo terrível, devastador, irrevogável e
o da restauração. Ninguém pode imaginar, declara ele, que o mesmo homem tivesse escrito ambos. Tudo
isto é o resultado da cegueira do expositor. O último quadro é o de Jeová entronizado, o quadro de uma
nova ordem: cânticos em vez de tristeza, serviço em vez de egoísmo, solidariedade em vez de dispersão.

DATA
O pecado dos quais Sofonias acusava Jerusalém e Judá (Sf 1.4-13; 3.1-7), indicam que ele
profetizou antes do reavivamento e reformas promovidas por Josias. Período este marcado pela iniquidade
dos reis que antecederam a Josias (Manassés e Amom).
Foi somente no décimo segundo ano do reinado de Josias (627 a.C.), que o rei empreendeu a
purificação do povo com o banimento da idolatria e a restauração do verdadeiro culto ao Senhor. Oito
anos mais tarde, ordenaria o conserto e a purificação do Templo. Nesta ocasião, Hilquias, encontrou o livro
da lei na casa do Senhor (2Rs 22.1-10).
A descrição que Sofonias faz das lamentáveis condições espirituais e morais de Judá devem ter
sido escritas por volta de 630 a.C. É provável que a pregação de Sofonias tenha tido influência direta sobre
o rei, inspirando-o em suas reformas. O ano de 630 a.C. é também indicado devido à ausência de
referências, no livro de Sofonias, à Babilônia, sendo esta uma potência reconhecida no cenário
internacional. Babilônia só começou a galgar uma posição de destaque com a ascendência de
Nabopolassar em 625 a.C. Mesmo assim, Sofonias profetizou a destruição da grande Assíria, evento este
ocorrido em 612 a.C., com a queda de Nínive. Jeremias era um contemporâneo mais jovem de Sofonias.

PROPÓSITO
Anunciar o juízo vindouro de Deus contra a nação de Judá e contra as nações pagãs vizinhas e
equilibrar os lamentos com uma profecia conclusiva da restauração de Deus de um remanescente de Seu
povo.

DESTINATÁRIOS
O público original era a nação de Judá e os seus países vizinhos. Entretanto, por meio do
retrato do dia do Senhor específico e iminente, o livro também fala a tempos posteriores sobre os dias
intermediários e finais do Senhor, em que Deus punirá o mal.

VISÃO PANORÂMICA DE SOFONIAS


A estrutura do esboço de Sofonias é simples e clara:

Fluxo do Livro

Uma profecia (expressão oficial) de juízo contra Judá (1.1—2.3). Ele termina com uma
chamada ao arrependimento.

Uma profecia de juízo (2.4-15). Deus julgará as nações pagãs vizinhas.

Uma profecia de juízo (3.1-7). O Senhor julgará Jerusalém e Judá.

Uma profecia de salvação (3.8-20). Em uma inversão de tudo que precedeu, Deus promete
restaurar a sorte de Seu povo.
AGEU

Todo o livro de Ageu é um comentário maior sobre o texto de Jesus: Mais buscai primeiro o
Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas (Mt 6.33).
Ralph Earle

PANO DE FUNDO HISTÓRICO


0 decreto de Ciro (538 a.C.) permitiu que os judeus voltassem para casa e reconstruíssem seu
templo em Jerusalém (Ed 1.1-4). Os monumentos são provas inequívocas desse nobre espirito de Ciro. Os
restantes lançaram as fundações (Ed 3.1-3, 8-10), mas de c.535 a 520 a.C. não conseguiram completar o
edifício. Pelos ministérios conjuntos de Ageu e Zacarias (520 a.C.), o templo foi concluído (520- 515 a.C.).
As circunstancias da construção do templo suscitaram predições messiânicas dos dois profetas,
especialmente Zacarias.

AGEU, ZACARIAS, MALAQUIAS


Estes três profetas pertenceram ao período de após o regresso do cativeiro: período do qual se
fala nos livros de Esdras, Neemias e Ester. Ver sobre Esdras.
Ageu e Zacarias ajudaram na construção do Templo, 520-516 a.C. Pensa-se que Malaquias se
associou a Neemias perto de 100 anos mais tarde, na reconstrução dos muros de Jerusalém.

O AUTOR
Ageu significa “Festivo”, há quem diga que esse nome está intimamente ligado ao maior
objetivo de sua profecia, que era completar o Templo para reiniciar as festividades religiosas.
Ageu é um dos profetas pós-exílicos, contemporâneo de Zacarias. Foi primeira voz profética a
se ouvir depois do cativeiro babilônico. Ageu tinha qualidades de um bom pastor. Um encorajador cuja
palavra estava em sintonia com o coração do povo e a mente de Deus, levando ao grupo desanimado à
segurança da presença de Deus.
O livro é dirigido a todo o povo com a finalidade de despertá-los a reconstruir o Templo. A
tradição judaica sustenta que ele nasceu na Babilônia e estudou sob a orientação de Ezequiel, e veio para
Jerusalém após o retorno do primeiro grupo de exilados, pois o seu nome não consta da lista dos que
retornaram (Ed 2.2).
Ageu teve como contemporâneo Zacarias. Juntos foram os principais incentivadores dos
trabalhos de restauração do Templo.
DATA
O livro de Ageu foi escrito em 520 a.C. É um dos livros bíblicos com data mais exata, datado do
segundo ano do Rei Dario Histaspes, rei da Pérsia (521-486 a.C.).
Ageu é o primeiro livro profético a apresentar uma data nos reis gentios (com exceção de
Daniel); isto nos lembra o fato de que os “tempos gentios” estavam na sua segunda fase, foi o primeiro
profeta do Pós-Cativeiro, seguido depois por Zacarias.
Ageu colaborou ainda com o sentido espiritual da reedificação da casa de Deus com muito
cuidado e fervor.
Ageu inicia seu ministério profético numa hora que o povo se encontrava muito desanimado,
pois haviam começado a reconstrução do Templo e não deram continuidade às obras (esquecendo-se do
Soberano Deus).
Em 536 a.C. iniciam a reconstrução; em 529 a. C. pararam a construção; em 520 a.C. a
reconstrução recomeça e o Templo é concluído em 516 a.C., no dia 03 de março (Adar), possibilitando a
observância da Páscoa em 14 de abril (Ed 6.19).

PROPÓSITO
Registrar quatro profecias em que Ageu incentiva o remanescente que retornou do exílio da
Babilônia a dar continuidade à reconstrução do templo, acompanhado por garantias de bênção como
recompensa por obedecerem a essa tarefa.

DESTINATÁRIOS
O público original era os exilados que retornaram de Judá e, mais particularmente, seu líder,
Zorobabel. O público mais geral é o povo de Deus em qualquer época, o qual sofre perdas quando demora
a fazer a obra do Senhor e aqueles que prosperam quando realmente a realizam.

VISÃO PANORÂMICA DE AGEU


O livro de Ageu é personificado com simplicidade. Ele consiste em quatro palavras incluídas em um
contexto narrativo:
1) uma profecia que repreende os exilados que retornaram para a reconstrução do templo, seguida de
uma narrativa de obediência do povo à palavra (cap. 1);
2) uma profecia que incentiva o povo com promessas de que o Espírito de Deus está entre eles, e que
o templo reconstruído será glorioso (2.1-9);
3) uma lembrança da impureza no passado do povo e a consequente falta de prosperidade, em
contraste com o novo tempo da obediência, que então começou (2.10-19);
4) uma profecia conclusiva que prediz uma generalizada destruição apocalíptica dos poderes
terrestres e a exaltação de Zorobabel como representante do povo de Deus (2.20-23).
ZACARIAS

A mensagem de Zacarias funciona praticamente da mesma forma como o livro de Apocalipse.


[...] Suas profecias se relacionam tanto ao público de Zacarias como às futuras gerações.
John R. MacArthur

O AUTOR
Zacarias, cujo nome significa “Senhor se Lembra”, foi um dos profetas pós-exílicos. Nasceu no
exílio; era um sacerdote que voltara junto com Zorobabel e Josué do cativeiro babilônico.
Zacarias, filho de Baraquias e neto de Ido (Zc 1.1), o identifica como autor do livro. Neemias
informa ainda que Zacarias era cabeça da família sacerdotal de Ido (Ne 12.16). Por esta passagem, ficamos
sabendo que ele era da tribo de Levi, e que passou a servir em Jerusalém, depois do exílio, tanto como
sacerdote quanto profeta.
Zacarias foi um grande sacerdote que voltou para Israel com seu pai Baraquias e seu avô Ido,
na primeira leva de cativos que retornaram da Babilônia com Zorobabel. É o único profeta menor
identificado como sacerdote, acontecendo o mesmo com Jeremias e Ezequiel (profetas maiores) que
também foram sacerdotes. Ele é um contemporâneo mais jovem do profeta Ageu.
Zacarias foi chamado para despertar os judeus que retornaram, para completar a tarefa de
reconstruir o Templo (ver Ed 6.14). Sua mensagem escrita forma um significativo elo entre os profetas
anteriores (Zc 1.6) e as fases posteriores da obra redentora de Deus, sobre a qual o seu livro presta
eloquente testemunho.
Ele é um dos mais messiânicos de todos os profetas do Antigo Testamento, dando referências
distintas e comprovadas sobre a vinda do Messias.

DATA
Esdras 5.1 declara que ambos animaram os judeus, em Judá e Jerusalém, a persistirem na
reedificação do Templo nos dias de Zorobabel (o governador) e de Josué (o sumo sacerdote). O contexto
histórico para os capítulos 1-8, datados entre 520-518 a.C., é idêntico ao de Ageu. Como resultado do
ministério profético de Zacarias e Ageu, o Templo foi terminado sua construção e dedicado em 516-515
a.C.
Em sua juventude, Zacarias havia trabalhado lado a lado com Ageu. A visão dos primeiros
capítulos foi dada, aparentemente, enquanto o profeta ainda era um jovem (ver Zc 2.4). Mas ao escrever
os capítulos 9- 14 (que a maioria dos estudiosos indica a data entre 480-470 a.C.), já se achava idoso.
A referência “ó Grécia” em Zacarias 9.13 pode indicar que os capítulos de 9-14 foram escritos
depois de 470 a.C., quando a Grécia substituiu a Pérsia como o grande poder mundial.
As profecias que abrangem o livro de Zacarias foram reduzidas à escrita entre 520 e 475 a.C. A
totalidade das profecias de Zacarias foi enunciada1 em Jerusalém diante dos 50.000 judeus que haviam
voltado a Judá na primeira etapa da restauração.
O Novo Testamento indica que Zacarias, filho de Baraquias, foi assassinado “entre o santuário e
o altar” (no lugar da intercessão) por oficiais do Templo (Mt 23.35). Algo semelhante ocorrera a outro
homem de Deus que tinha o mesmo nome (ver 2Cr 24.20,21).

PROPÓSITO
Transmitir as mensagens proféticas e apocalípticas de esperança e de juízo (principalmente a
primeira) enviadas por Deus ao Seu povo da aliança, tanto nos tempos imediatos pós-exílio e ao longo da
história futura.

DESTINATÁRIOS
O público original era o remanescente que retornou do cativeiro babilónico durante a época da
reconstrução do templo. Porém, muito pouco do conteúdo do livro é específico a essa situação; as visões
simbólicas do livro [também] se aplicam aos cristãos ao longo dos tempos.

PREVISÕES MESSIÂNICAS IMPORTANTES


Entre elas estão o Servo do Senhor, o Renovo (3.8); o Homem, o Renovo (6.12); o Rei-
Sacerdote (6.13); o Verdadeiro Pastor (11.4-11); o Verdadeiro Pastor vs. O falso pastor — o Anticristo
(11.15-17; 13.7); a traição do Bom Pastor (11.12-13); sua crucificação (12.10); seus padecimentos (13.7);
sua gloriosa segunda vinda (14.4).

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DO LIVRO DE ZACARIAS


Seis aspectos básicos:
1) É o mais messiânico dos livros do Antigo Testamento, em virtude de suas muitas referências ao
Messias, que ocorrem em seus catorze capítulos. Somente o livro do profeta Isaías, com seus
sessenta e seis capítulos, contém mais profecias a respeito do Messias do que Zacarias.
2) Entre os profetas menores, possui ele as profecias mais específicas e compreensíveis a respeito dos
eventos que marcarão o final dos tempos.
3) Representa a harmonização mais bem sucedida entre os ofícios sacerdotal e profético em toda a
história de Israel.
4) Mais do que qualquer outro livro do Antigo Testamento, suas visões e linguagem altamente
simbólicas assemelham-se aos livros apocalípticos de Daniel e Apocalipse.
5) Revela um exemplo notável de ironia divina ao prever a traição do Messias por trinta moedas de
prata, tratando-as como “esse belo preço em que fui avaliado por eles” (Zc 11.13).
6) A profecia de Zacarias a respeito do Messias no capítulo 14, como o grande Rei-guerreiro reinando
sobre Jerusalém, é uma das que mais inspiram reverente temor em todo o Antigo Testamento.

VISÃO PANORÂMICA DE ZACARIAS


Nove visões proféticas (profecias de bênção) ................................................................................ Zc 1.1—6.15
Mensagens proféticas de Deus ....................................................................................................... Zc 7.1—8.23
Visões messiânicas e apocalípticas ............................................................................................... Zc 9.1—14.21

Fluxo do Livro

Nove visões proféticas (cap. 1—6). O livro começa com uma difícil introdução que parece
seguir várias direções diferentes, mas o significado geral é que a nação deve retornar para os caminhos de
Deus (1.1-6). Nove visões aparecem como um cortejo. O que segue são dicas para dominar o material:
Trate cada visão individualmente, destrinchando o significado em seus próprios termos.
Em relação ao conteúdo, tenha em mente de que se trata de profecia, e não de literatura
apocalíptica — em outras palavras, que as visões se referem ao presente e ao futuro do remanescente que
retornou do cativeiro babilónico, e não aos acontecimentos escatológicos no final da história. A última
visão (6.9-15) é messiânica, e lida com o futur» intermediário.
Aceite desde o início que se trata de literatura visionária, na qual você entra em um “mundo
estranho” e de aparente imaginação literám — um mundo onde encontrará cavalos vermelhos e quatro
cornetas espalhadas por toda a Judá, um rolo de papel voante de [vinte côvades de comprido e dez
côvados de largo (5.2)] que destrói casas e uma mulher chamada impiedade sentada em um recipiente de
cereais.
Lembre-se de que a técnica utilizada é a da realidade simbólica; isso significa que o que você
mais encontrará durante a leitura dessas visões são símbolos de grandes verdades espirituais. Sua tarefa
interpretativa é determinar o que os símbolos significam.
E o conteúdo geral das visões? Tente verificar o quanto os detalhes visionários acrescentam aos
pontos principais para as respectivas visões: as visões 1, 2, 3 e 8 predizem a proteção soberana de Deus
sobre Seu povo contra os inimigos — uma profecia de bênção. A visão quatro prediz a renovação e a purifi-
cação do sacerdócio e, por consequência, de todos os que creem. A cinco, o término da reconstrução do
templo. A seis, que Deus julgará o mal. A sete, que Ele removerá o pecado do Seu povo. A nove, que
começa como uma cerimônia de coroação simbólica do sumo sacerdote, prediz a vinda do Messias.

Mensagens de juízo e de restauração (cap. 7—8). Na abertura, uma dúvida sobre o jejum (7.1-
3) leva a uma série de mensagens vindas de Deus. Ai mensagens no capítulo 7 são profecias de juízo, e as
do capítulo 8 são de salvação, apocalípticas por natureza em grande parte. A fórmula que diz, basicamente,
veio a palavra do SENHOR ou diz o SENHOR ocorre mais de 12 vezes nesses capítulos, conduzindo a uma
qualidade flexível, não a uma divisão arrumada em quatro visões.

Profecias messiânicas e apocalípticas (cap. 9—14). A forma visionária continua, e o livro


termina do mesmo jeito que as profecias do Antigo Testamento terminam: com visões da bênção de Deus
em algum momento futuro na história. A abordagem mais segura é aceitar os detalhes específicos como
imagens simbólicas dos acontecimentos futuros. Se tivermos isso em mente, os capítulos 9—10 são uma
visão da vinda de Cristo; o capítulo 11 é uma profecia de juízo contra um povo pecador e os capítulos 12—
14 são uma visão apocalíptica da salvação de Deus ao Seu povo e Sua vitória final e escatológica sobre
todas as forças do mal.
MALAQUIAS

Dez vezes o profeta apresenta o povo interrompendo com uma objeção, ao colocar as palavras
“mas vós dizeis” em sua boca.
Homer Hailey

A MENSAGEM DE MALAQUIAS
A última voz profética do AT soa através dos anos que a separam da vinda do precursor, Joao
Batista, e do Rei na sua primeira vinda. Mas a ênfase profética de Malaquias e o Dia do Senhor, com o juízo
dos ímpios e a libertação de um resto justo. Esses temas vastos ligam Malaquias a grande corrente da
profecia hebraica. Sua mensagem imediata trata dos pecados dos sacerdotes e do povo do seu tempo.
Esses pecados formam o pano de fundo das suas profecias de juízo que certamente virão no futuro.

O AUTOR
O nome do livro e muitas vezes considerado um titulo, "meu mensageiro" (cf. 3.1), e não um
nome de pessoa. E mais provável, porem, que Malaquias seja o nome do profeta, levando em conta que
todos os outros livros do AT são intitulados assim. Malaquias e posterior a Ageu e Zacarias. O templo já
fora concluído havia muito tempo, e o sacerdócio e o culto vinham funcionando por vários anos. A questão
e: por quanto tempo?

DATA
Evidentemente algum tempo depois da correção dos abusos da época operada por Esdras e
Neemias, pois o declínio novamente se instalara. Uma data entre 433 e 425 a.C. talvez não esteja muito
distante.

PROPÓSITO
Alertar o povo da aliança de Deus sobre suas práticas pecaminosas e o juízo divino contra eles
e, igualmente, levar o povo do Senhor a viver de maneira justa e alinhar-se com o grande plano redentor
de Deus.

DESTINATÁRIOS
O público original foi o povo da aliança pós- -exílica em tempos de mal-estar espiritual e de
desrespeito proposital aos mandamentos de Deus. Essas pessoas espiritualmente negligentes estavam
vivendo na Jerusalém reconstruída quase um século após os primeiros exilados terem retornado, e talvez
durante a época das reformas de Neemias, que abordava os abusos denunciados por Malaquias. Por
intermédio do público original, o livro fala ao povo de Deus em cada época que trata o Senhor com
indiferença ou desprezo.

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
Cinco aspectos básicos caracterizam o livro de Malaquias:
1. De modo simples, direto e vigoroso, retrata vividamente o debate entre Deus e seu povo. O debate
é levado a efeito na primeira pessoa do singular.
2. Dá destaque ao método de perguntas e respostas na apresentação da palavra profética com nada
menos que vinte e três perguntas trocadas entre Deus e o povo. Sugere-se que o método adotado
por Malaquias pode ter-se originado quando o profeta apresentou, pela primeira vez, sua
mensagem nas ruas de Jerusalém ou nos átrios do templo.
3. Malaquias, o último dos profetas do Antigo Testamento, é seguido por 400 anos de silêncio
profético. A longa ausência profética terminaria no surgimento de João Batista. Foi este o previsto
por Malaquias como o antecessor do Messias (Ml 3.1).
4. A expressão “o Senhor dos Exércitos” ocorre vinte vezes neste breve livro.
5. Destaca-se que a profecia final (que encerra a mensagem profética do Antigo Testamento) prediz
que Deus enviaria alguém como Elias para restaurar os pais piedosos em Sião, contrariamente às
tendências sociais predominantes que levaram a desintegração da família (Ml 4.5,6).

O LIVRO DE MALAQUIAS ANTE O NOVO TESTAMENTO


Três trechos específicos de Malaquias são citados no Novo Testamento.
 As frases “amei a Jacó” e “aborreci a Esaú” (Ml 1.2,3) são registradas por Paulo em suas
considerações sobre a eleição (Rm 9.13).
 A profecia de Malaquias a respeito do “meu anjo, que preparará o caminho diante de mim” (Ml 3.1;
cf. Is 40.3) é citada por Jesus como referência a João Batista e seu ministério (Mt 11.7-15).
 Semelhantemente, Jesus entendia que a profecia de Malaquias a respeito do envio do “profeta
Elias”, antes do “dia grande e terrível do Senhor” (Ml 4.5) , aplicava-se a João Batista (Mt 11.14;
17.10- 13; Mc 9.11-13).
Além destas três claras referências a Malaquias no Novo Testamento, a condenação que o
profeta faz do divórcio injusto (Ml 2.14-16), antevê o ensino do Novo Testamento sobre o tema (Mt
5.31,32; 19.3-10; Mc 10.2-12; Rm 7.1-3; ICo 7.10-16,39). A profecia de Malaquias a respeito do
aparecimento do Messias (Ml 3.1-6; 4.1-3) abrange tanto a primeira quanto à segunda vinda de Cristo.

VISÃO PANORÂMICA DE MALAQUIAS


A organização do livro não é tão clara quanto à dos outros Profetas Menores. Aqui está um
esquema que é verdadeiro para os reais contornos do livro:
1) Apesar de Deus mostrar favor a Israel, trazendo juízo sobre Edom, os sacerdotes e suas acusações
foram culpados de toda uma ladainha de males (cap. 1—2).
2) Malaquias prediz o aparecimento súbito do juízo divino contra um povo apóstata (Ml 3.1-5).
3) Deus acusa Seu povo de negligenciar a responsabilidade de dar o dízimo e promete abençoá-lo se
fizer isso (Ml 3.6-12).
4) Esta seção se alterna entre o juízo de Deus contra aqueles que ignoram Seus mandamentos e Sua
bênção futura para aqueles que o honram (Ml 3.13—4.6).

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