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LÍNGUA PORTUGUESA

Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar


inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento
profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O mundo
moderno cobra de nós inúmeras competências, uma delas é a
proficiência na língua, e isso não se refere apenas a uma boa
comunicação verbal, mas também à capacidade de entender
aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional está
Compreensão e interpretação de relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas do
textos de gêneros variados. código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura
interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e
criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise de
textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar suas
Interpretação de Texto
dúvidas.
Uma interpretação de texto competente depende de
A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao
inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar
conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não
alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas vezes,
apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade,
apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes em um
é dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de
texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente, o que
qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, narrativo,
não é verdade. Interpretar demanda paciência e, por isso, sempre
possibilidades que se misturam e as tornam infinitas. É preciso,
releia, pois uma segunda leitura pode apresentar aspectos
para uma boa leitura, exercitar-se na arte de pensar, de captar
surpreendentes que não foram observados anteriormente.
ideias, de investigar as palavras… Para isso, devemos entender,
Para auxiliar na busca de sentidos do texto, você pode também
primeiro, algumas definições importantes:
retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo,
isso certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto.
Texto
Lembre-se de que os parágrafos não estão organizados, pelo
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de
menos em um bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar
organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de
que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo
modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um
uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando
símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de
ideias supracitadas ou apresentando novos conceitos.
televisão também são formas textuais.
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram
explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não costumam
Interlocutor
conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente
É a pessoa a quem o texto se dirige.
contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor,
isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície
Texto-modelo
do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do
“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você,
autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com cuidado
uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente.
certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto
Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando.
funcional e ler com atenção é um exercício que deve ser
Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado com
praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós
outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? (…)
leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece nossas
É normal você querer o máximo de atenção do seu namorado,
dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos!
das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte mais importante
Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa-
da sua vida.”
interpretacao-texto.html
(Revista Capricho)
Modelo de Perguntas
Questões
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar quem
é o seu interlocutor preferencial?
O uso da bicicleta no Brasil
Um leitor jovem.
A utilização da bicicleta como meio de locomoção no Brasil
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que permitem
ainda conta com poucos adeptos, em comparação com países
a você identificar o interlocutor preferencial do texto?
como Holanda e Inglaterra, por exemplo, nos quais a bicicleta
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor
é um dos principais veículos nas ruas. Apesar disso, cada vez
preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser
mais pessoas começam a acreditar que a bicicleta é, numa
acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista Capricho
comparação entre todos os meios de transporte, um dos que
tem como público-alvo preferencial: meninas adolescentes.
oferecem mais vantagens.
A linguagem informal típica dos adolescentes.
A bicicleta já pode ser comparada a carros, motocicletas
e a outros veículos que, por lei, devem andar na via e jamais
09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
na calçada. Bicicletas, triciclos e outras variações são todos
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do
considerados veículos, com direito de circulação pelas ruas e
assunto;
prioridade sobre os automotores.
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a
Alguns dos motivos pelos quais as pessoas aderem à bicicleta
leitura;
no dia a dia são: a valorização da sustentabilidade, pois as bikes
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo
não emitem gases nocivos ao ambiente, não consomem petróleo
menos duas vezes;
e produzem muito menos sucata de metais, plásticos e borracha;
04) Inferir;
a diminuição dos congestionamentos por excesso de veículos
05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
motorizados, que atingem principalmente as grandes cidades; o
06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do
favorecimento da saúde, pois pedalar é um exercício físico muito
autor;
bom; e a economia no combustível, na manutenção, no seguro e,
07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor
claro, nos impostos.
compreensão;
No Brasil, está sendo implantado o sistema de
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada
compartilhamento de bicicletas. Em Porto Alegre, por exemplo,
questão;
o BikePOA é um projeto de sustentabilidade da Prefeitura, em
09) O autor defende ideias e você deve percebê-las;
parceria com o sistema de Bicicletas SAMBA, com quase um
Fonte: http://portuguesemfoco.com/09-dicas-para-melhorar-a-
ano de operação. Depois de Rio de Janeiro, São Paulo, Santos,
interpretacao-de-textos-em-provas/
Sorocaba e outras cidades espalhadas pelo país aderirem a
esse sistema, mais duas capitais já estão com o projeto pronto Considerando a relação entre o título e a imagem, é correto
em 2013: Recife e Goiânia. A ideia do compartilhamento é concluir que um dos temas diretamente explorados no cartum é
semelhante em todas as cidades. Em Porto Alegre, os usuários (A) o aumento da circulação de ciclistas nas vias públicas.
devem fazer um cadastro pelo site. O valor do passe mensal é (B) a má qualidade da pavimentação em algumas ruas.
R$ 10 e o do passe diário, R$ 5, podendo-se utilizar o sistema (C) a arbitrariedade na definição dos valores das multas.
durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas modalidades. Em (D) o número excessivo de automóveis nas ruas.
todas as cidades que já aderiram ao projeto, as bicicletas estão (E) o uso de novas tecnologias no transporte público.
espalhadas em pontos estratégicos.
A cultura do uso da bicicleta como meio de locomoção Respostas
não está consolidada em nossa sociedade. Muitos ainda não 1. (B) / 2. (A) / 3. (D)
sabem que a bicicleta já é considerada um meio de transporte,
ou desconhecem as leis que abrangem a bike. Na confusão de Reconhecimento de tipos e
um trânsito caótico numa cidade grande, carros, motocicletas,
ônibus e, agora, bicicletas, misturam-se, causando, muitas vezes, gêneros textuais;
discussões e acidentes que poderiam ser evitados.
Ainda são comuns os acidentes que atingem ciclistas. A
verdade é que, quando expostos nas vias públicas, eles estão Tipos Textuais
totalmente vulneráveis em cima de suas bicicletas. Por isso
é tão importante usar capacete e outros itens de segurança. A Para escrever um texto, necessitamos de técnicas que
maior parte dos motoristas de carros, ônibus, motocicletas e implicam no domínio de capacidades linguísticas. Temos dois
caminhões desconhece as leis que abrangem os direitos dos momentos: o de formular pensamentos (o que se quer dizer)
ciclistas. Mas muitos ciclistas também ignoram seus direitos e o de expressá-los por escrito (o escrever propriamente dito).
e deveres. Alguém que resolve integrar a bike ao seu estilo de Fazer um texto, seja ele de que tipo for, não significa apenas
vida e usá-la como meio de locomoção precisa compreender escrever de forma correta, mas sim, organizar ideias sobre
que deverá gastar com alguns apetrechos necessários para determinado assunto.
poder trafegar. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, E para expressarmos por escrito, existem alguns modelos de
as bicicletas devem, obrigatoriamente, ser equipadas com expressão escrita: Descrição – Narração – Dissertação.
campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos
pedais, além de espelho retrovisor do lado esquerdo. Descrição
(Bárbara Moreira, http://www.eusoufamecos.net. Adaptado)
Expõe características dos seres ou das coisas, apresenta uma
01. De acordo com o texto, o uso da bicicleta como meio de visão;
locomoção nas metrópoles brasileiras É um tipo de texto figurativo;
(A) decresce em comparação com Holanda e Inglaterra
devido à falta de regulamentação. Retrato de pessoas, ambientes, objetos;
(B) vem se intensificando paulatinamente e tem sido Predomínio de atributos;
incentivado em várias cidades.
(C) tornou-se, rapidamente, um hábito cultivado pela Uso de verbos de ligação;
maioria dos moradores. Frequente emprego de metáforas, comparações e outras
(D) é uma alternativa dispendiosa em comparação com os figuras de linguagem;
demais meios de transporte.
(E) tem sido rejeitado por consistir em uma atividade Tem como resultado a imagem física ou psicológica.
arriscada e pouco salutar.
Narração
02. A partir da leitura, é correto concluir que um dos Expõe um fato, relaciona mudanças de situação, aponta
objetivos centrais do texto é antes, durante e depois dos acontecimentos (geralmente);
(A) informar o leitor sobre alguns direitos e deveres do
ciclista. É um tipo de texto sequencial;
(B) convencer o leitor de que circular em uma bicicleta é Relato de fatos;
mais seguro do que dirigir um carro.
(C) mostrar que não há legislação acerca do uso da bicicleta Presença de narrador, personagens, enredo, cenário, tempo;
no Brasil. Apresentação de um conflito;
(D) explicar de que maneira o uso da bicicleta como meio de
locomoção se consolidou no Brasil. Uso de verbos de ação;
(E) defender que, quando circular na calçada, o ciclista deve Geralmente, é mesclada de descrições;
dar prioridade ao pedestre.
O diálogo direto é frequente.
03. Considere o cartum de Evandro Alves.
Afogado no Trânsito Dissertação
Expõe um tema, explica, avalia, classifica, analisa;
É um tipo de texto argumentativo.
Defesa de um argumento:
a) apresentação de uma tese que será defendida,
b) desenvolvimento ou argumentação,
c) fechamento;
Predomínio da linguagem objetiva;
Prevalece a denotação.

Carta
Esse é um tipo de texto que se caracteriza por envolver um
(http://iiiconcursodecartumuniversitario.blogspot.com.br) remetente e um destinatário;
comparações e inúmeros elementos sensoriais;
É normalmente escrita em primeira pessoa, e sempre visa um
- As personagens podem ser caracterizadas física e
tipo de leitor;
psicologicamente, ou pelas ações;
É necessário que se utilize uma linguagem adequada com - A descrição pode ser considerada um dos elementos
o tipo de destinatário e que durante a carta não se perca a constitutivos da dissertação e da argumentação;
visão daquele para quem o texto está sendo escrito. - é impossível separar narração de descrição;
- O que se espera não é tanto a riqueza de detalhes, mas sim a
Descrição capacidade de observação que deve revelar aquele que a realiza;
- Utilizam, preferencialmente, verbos de ligação. Exemplo:
É a representação com palavras de um objeto, lugar, situação “(...) Ângela tinha cerca de vinte anos; parecia mais velha pelo
ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais particulares desenvolvimento das proporções. Grande, carnuda, sanguínea
ou individuais do que se descreve. É qualquer elemento que seja e fogosa, era um desses exemplares excessivos do sexo que
apreendido pelos sentidos e transformado, com palavras, em parecem conformados expressamente para esposas da multidão
imagens. (...)” (Raul Pompéia – O Ateneu);
Sempre que se expõe com detalhes um objeto, uma pessoa - Como na descrição o que se reproduz é simultâneo, não
ou uma paisagem a alguém, está fazendo uso da descrição. Não existe relação de anterioridade e posterioridade entre seus
é necessário que seja perfeita, uma vez que o ponto de vista do enunciados;
observador varia de acordo com seu grau de percepção. Dessa - Devem-se evitar os verbos e, se isso não for possível, que
forma, o que será importante ser analisado para um, não será se usem então as formas nominais, o presente e o pretério
para outro. imperfeito do indicativo, dando-se sempre preferência aos
A vivência de quem descreve também influencia na hora de verbos que indiquem estado ou fenômeno.
transmitir a impressão alcançada sobre determinado objeto, - Todavia deve predominar o emprego das comparações, dos
pessoa, animal, cena, ambiente, emoção vivida ou sentimento. adjetivos e dos advérbios, que conferem colorido ao texto.

Exemplos: A característica fundamental de um texto descritivo é essa


(I) “De longe via a aleia onde a tarde era clara e redonda. Mas inexistência de progressão temporal. Pode-se apresentar, numa
a penumbra dos ramos cobria o atalho. descrição, até mesmo ação ou movimento, desde que eles sejam
Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores, sempre simultâneos, não indicando progressão de uma situação
pequenas surpresas entre os cipós. Todo o jardim triturado anterior para outra posterior. Tanto é que uma das marcas
pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha o linguísticas da descrição é o predomínio de verbos no presente
meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zunido de ou no pretérito imperfeito do indicativo: o primeiro expressa
abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande demais.” concomitância em relação ao momento da fala; o segundo, em
relação a um marco temporal pretérito instalado no texto.
(extraído de “Amor”, Laços de Família, Clarice Lispector) Para transformar uma descrição numa narração, bastaria
introduzir um enunciado que indicasse a passagem de um
(II) Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, estado anterior para um posterior. No caso do texto II inicial,
aplicado, inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em para transformá-lo em narração, bastaria dizer: Reunia a isso
reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta grande medo do pai. Mais tarde, Iibertou-se desse medo...
minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o
cérebro. Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, Características Linguísticas:
pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola O enunciado narrativo, por ter a representação de
depois do pai e retiravase antes. O mestre era mais severo com um acontecimento, fazer-transformador, é marcado pela
ele do que conosco. temporalidade, na relação situação inicial e situação final,
enquanto que o enunciado descritivo, não tendo transformação,
(Machado de Assis. “Conto de escola”. Contos. 3ed. São é atemporal.
Paulo, Ática, 1974, págs. 3132.) Na dimensão linguística, destacam-se marcas sintático-
semânticas encontradas no texto que vão facilitar a compreensão:
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor da - Predominância de verbos de estado, situação ou indicadores
escola que o escritor frequentava. de propriedades, atitudes, qualidades, usados principalmente
Deve-se notar: no presente e no imperfeito do indicativo (ser, estar, haver,
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao situar-se, existir, ficar).
mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os - Ênfase na adjetivação para melhor caracterizar o que é
outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha descrito;
grande medo ao pai); - Emprego de figuras (metáforas, metonímias, comparações,
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser sinestesias).
considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de - Uso de advérbios de localização espacial.
vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola é
cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do relato, Recursos:
porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: o que o - Usar impressões cromáticas (cores) e sensações térmicas.
escritor quer é explicitar uma característica do menino, e não Ex: O dia transcorria amarelo, frio, ausente do calor alegre do
traçar a cronologia de suas ações); sol.
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), todas - Usar o vigor e relevo de palavras fortes, próprias, exatas,
elas estão no pretérito imperfeito, que indica concomitância em concretas. Ex: As criaturas humanas transpareciam um céu
relação a um marco temporal instalado no texto (no caso, o ano sereno, uma pureza de cristal.
de 1840, em que o escritor frequentava a escola da Rua da Costa) - As sensações de movimento e cor embelezam o poder da
e, portanto, não denota nenhuma transformação de estado; natureza e a figura do homem. Ex: Era um verde transparente
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não que deslumbrava e enlouquecia qualquer um.
correríamos o risco de alterar nenhuma relação cronológica - A frase curta e penetrante dá um sentido de rapidez do
poderíamos mesmo colocar o últímo período em primeiro lugar texto. Ex: Vida simples. Roupa simples. Tudo simples. O pessoal,
e ler o texto do fim para o começo: O mestre era mais severo com muito crente.
ele do que conosco. Entrava na escola depois do pai e retirava-se A descrição pode ser apresentada sob duas formas:
antes... Descrição Objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, a passagem
são apresentadas como realmente são, concretamente. Ex: “Sua
Características: altura é 1,85m. Seu peso, 70 kg. Aparência atlética, ombros largos,
- Ao fazer a descrição enumeramos características, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos”.
Não se dá qualquer tipo de opinião ou julgamento. Exemplo: - Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua
“ A casa velha era enorme, toda em largura, com porta central utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto
que se alcançava por três degraus de pedra e quatro janelas de como um todo.
guilhotina para cada lado. Era feita de pau-a-pique barreado,
dentro de uma estrutura de cantos e apoios de madeira-de-lei. Descrição de objetos constituídos por várias partes:
Telhado de quatro águas. Pintada de roxo-claro. Devia ser mais - Introdução: observações de caráter geral referentes à
velha que Juiz de Fora, provavelmente sede de alguma fazenda procedência ou localização do objeto descrito.
que tivesse ficado, capricho da sorte, na linha de passagem da - Desenvolvimento: enumeração e rápidos comentários das
variante do Caminho Novo que veio a ser a Rua Principal, depois partes que compõem o objeto, associados à explicação de como
a Rua Direita – sobre a qual ela se punha um pouco de esguelha as partes se agrupam para formar o todo.
e fugindo ligeiramente do alinhamento (...).” (Pedro Nava – Baú - Desenvolvimento: detalhes do objeto visto como um todo
de Ossos) (externamente) formato, dimensões, material, peso, textura, cor
e brilho.
Descrição Subjetiva: quando há maior participação da - Conclusão: observações de caráter geral referentes a sua
emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são utilidade ou qualquer outro comentário que envolva o objeto em
transfigurados pela emoção de quem escreve, podendo opinar sua totalidade.
ou expressar seus sentimentos. Ex: “Nas ocasiões de aparato é
que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações Descrição de ambientes:
gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! - Introdução: comentário de caráter geral.
Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, - Desenvolvimento: detalhes referentes à estrutura global do
calmos, eram de um rei...” (“O Ateneu”, Raul Pompéia) ambiente: paredes, janelas, portas, chão, teto, luminosidade e
“(...) Quando conheceu Joca Ramiro, então achou outra aroma (se houver).
esperança maior: para ele, Joca Ramiro era único homem, par- - Desenvolvimento: detalhes específicos em relação a objetos
de-frança, capaz de tomar conta deste sertão nosso, mandando lá existentes: móveis, eletrodomésticos, quadros, esculturas ou
por lei, de sobregoverno.” quaisquer outros objetos.
(Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas) - Conclusão: observações sobre a atmosfera que paira no
ambiente.
Os efeitos de sentido criados pela disposição dos elementos
descritivos: Descrição de paisagens:
Como se disse anteriormente, do ponto de vista da progressão - Introdução: comentário sobre sua localização ou qualquer
temporal, a ordem dos enunciados na descrição é indiferente, outra referência de caráter geral.
uma vez que eles indicam propriedades ou características que - Desenvolvimento: observação do plano de fundo
ocorrem simultaneamente. No entanto, ela não é indiferente do (explicação do que se vê ao longe).
ponto de vista dos efeitos de sentido: descrever de cima para - Desenvolvimento: observação dos elementos mais
baixo ou viceversa, do detalhe para o todo ou do todo para o próximos do observador explicação detalhada dos elementos
detalhe cria efeitos de sentido distintos. que compõem a paisagem, de acordo com determinada ordem.
Observe os dois quartetos do soneto “Retrato Próprio”, de - Conclusão: comentários de caráter geral, concluindo acerca
Bocage: da impressão que a paisagem causa em quem a contempla.

Magro, de olhos azuis, carão moreno, Descrição de pessoas (I):


bem servido de pés, meão de altura, - Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer
triste de facha, o mesmo de figura, aspecto de caráter geral.
nariz alto no meio, e não pequeno. - Desenvolvimento: características físicas (altura, peso, cor
da pele, idade, cabelos, olhos, nariz, boca, voz, roupas).
Incapaz de assistir num só terreno, - Desenvolvimento: características psicológicas
mais propenso ao furor do que à ternura; (personalidade, temperamento, caráter, preferências,
bebendo em níveas mãos por taça escura inclinações, postura, objetivos).
de zelos infernais letal veneno. - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter
geral.
Obras de Bocage. Porto, Lello & Irmão,1968, pág. 497.
Descrição de pessoas (II):
O poeta descreve-se das características físicas para as - Introdução: primeira impressão ou abordagem de qualquer
características morais. Se fizesse o inverso, o sentido não seria aspecto de caráter geral.
o mesmo, pois as características físicas perderiam qualquer - Desenvolvimento: análise das características físicas,
relevo. associadas às características psicológicas (1ª parte).
O objetivo de um texto descritivo é levar o leitor a - Desenvolvimento: análise das características físicas,
visualizar uma cena. É como traçar com palavras o retrato de associadas às características psicológicas (2ª parte).
um objeto, lugar, pessoa etc., apontando suas características - Conclusão: retomada de qualquer outro aspecto de caráter
exteriores, facilmente identificáveis (descrição objetiva), ou geral.
suas características psicológicas e até emocionais (descrição
subjetiva). A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É uma
Uma descrição deve privilegiar o uso frequente de adjetivos, estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais predominam.
também denominado adjetivação. Para facilitar o aprendizado Porque toda técnica descritiva implica contemplação e
desta técnica, sugere-se que o concursando, após escrever seu apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o redator, ao descrever,
texto, sublinhe todos os substantivos, acrescentando antes ou precisa possuir certo grau de sensibilidade. Assim como o pintor
depois deste um adjetivo ou uma locução adjetiva. capta o mundo exterior ou interior em suas telas, o autor de uma
descrição focaliza cenas ou imagens, conforme o permita sua
Descrição de objetos constituídos de uma só parte: sensibilidade.
- Introdução: observações de caráter geral referentes à
procedência ou localização do objeto descrito. Conforme o objetivo a alcançar, a descrição pode ser não-
- Desenvolvimento: detalhes (lª parte) formato (comparação literária ou literária. Na descrição não-literária, há maior
com figuras geométricas e com objetos semelhantes); dimensões preocupação com a exatidão dos detalhes e a precisão vocabular.
(largura, comprimento, altura, diâmetro etc.) Por ser objetiva, há predominância da denotação.
- Desenvolvimento: detalhes (2ª parte) material, peso, cor/
brilho, textura.
Textos descritivos não-literários: A descrição técnica é pelos verbos, formando uma rede: a própria história contada.
um tipo de descrição objetiva: ela recria o objeto usando uma Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a
linguagem científica, precisa. Esse tipo de texto é usado para história.
descrever aparelhos, o seu funcionamento, as peças que os
compõem, para descrever experiências, processos, etc. Elementos Estruturais (I):
Exemplo: - Enredo: desenrolar dos acontecimentos.
Folheto de propaganda de carro - Personagens: são seres que se movimentam, se relacionam
Conforto interno - É impossível falar de conforto sem incluir e dão lugar à trama que se estabelece na ação. Revelam-se por
o espaço interno. Os seus interiores são amplos, acomodando meio de características físicas ou psicológicas. Os personagens
tranquilamente passageiros e bagagens. O Passat e o Passat podem ser lineares (previsíveis), complexos, tipos sociais
Variant possuem direção hidráulica e ar condicionado de (trabalhador, estudante, burguês etc.) ou tipos humanos (o
elevada capacidade, proporcionando a climatização perfeita do medroso, o tímido, o avarento etc.), heróis ou antiheróis,
ambiente. protagonistas ou antagonistas.
Porta-malas - O compartimento de bagagens possui - Narrador: é quem conta a história.
capacidade de 465 litros, que pode ser ampliada para até 1500 - Espaço: local da ação. Pode ser físico ou psicológico.
litros, com o encosto do banco traseiro rebaixado. - Tempo: época em que se passa a ação. Cronológico: o
Tanque - O tanque de combustível é confeccionado em tempo convencional (horas, dias, meses); Psicológico: o tempo
plástico reciclável e posicionado entre as rodas traseiras, para interior, subjetivo.
evitar a deformação em caso de colisão.
Elementos Estruturais (II):
Textos descritivos literários: Na descrição literária Personagens Quem? Protagonista/Antagonista
predomina o aspecto subjetivo, com ênfase no conjunto de Acontecimento O quê? Fato
associações conotativas que podem ser exploradas a partir de Tempo Quando? Época em que ocorreu o fato
descrições de pessoas; cenários, paisagens, espaço; ambientes; Espaço Onde? Lugar onde ocorreu o fato
situações e coisas. Vale lembrar que textos descritivos também Modo Como? De que forma ocorreu o fato
podem ocorrer tanto em prosa como em verso. Causa Por quê? Motivo pelo qual ocorreu o fato
Resultado - previsível ou imprevisível.
Narração Final - Fechado ou Aberto.

A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, Esses elementos estruturais combinam-se e articulam-se
fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto narrativo de tal forma, que não é possível compreendê-los isoladamente,
apresenta personagens que atuam em um tempo e em um como simples exemplos de uma narração. Há uma relação
espaço, organizados por uma narração feita por um narrador. de implicação mútua entre eles, para garantir coerência e
É uma série de fatos situados em um espaço e no tempo, verossimilhança à história narrada.
tendo mudança de um estado para outro, segundo relações Quanto aos elementos da narrativa, esses não estão,
de sequencialidade e causalidade, e não simultâneos como na obrigatoriamente sempre presentes no discurso, exceto as
descrição. Expressa as relações entre os indivíduos, os conflitos e personagens ou o fato a ser narrado.
as ligações afetivas entre esses indivíduos e o mundo, utilizando
situações que contêm essa vivência. Existem três tipos de foco narrativo:
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada),
o narrador acaba sempre contando onde, quando, como e - Narrador-personagem: é aquele que conta a história na
com quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração qual é participante. Nesse caso ele é narrador e personagem ao
predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.
assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de - Narrador-observador: é aquele que conta a história como
texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem alguém que observa tudo que acontece e transmite ao leitor, a
o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo de história é contada em 3ª pessoa.
texto recebe o nome de enredo. - Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas e as personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos
personagens, que são justamente as pessoas envolvidas íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece
no episódio que está sendo contado. As personagens são misturada com pensamentos dos personagens (discurso
identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos substantivos indireto livre).
próprios.
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo sem Estrutura:
querer) ele acaba contando “onde” (em que lugar)  as ações do - Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados
enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar onde ocorre alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da
uma ação ou ações  é chamado de espaço, representado no texto história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.
pelos advérbios de lugar. - Complicação: é a parte do texto em que se inicia
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem,
“quando” ocorreram as ações da história. Esse elemento da conduzindo ao clímax.
narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através - Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu
dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de momento crítico, tornando o desfecho inevitável.
tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele - Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações
que indica ao leitor “como” o fato narrado aconteceu. dos personagens.
A história contada, por isso, passa por uma introdução
(parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo Tipos de Personagens:
desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita, Os personagens têm muita importância na construção de um
o meio, o “miolo” da narrativa, também chamada de trama) texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser principais ou
e termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo). secundários, conforme o papel que desempenham no enredo,
Aquele que conta a história é o narrador,  que pode ser pessoal podem ser apresentados direta ou indiretamente.
(narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª pessoa: A apresentação direta acontece quando o personagem
Ele). aparece de forma clara no texto, retratando suas características
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando
de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e pelos os personagens aparecem aos poucos e o leitor vai construindo
substantivos que nomeiam as personagens, que são os agentes a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou seja, a partir de
do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações expressas suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo.
- Em 1ª pessoa: sua vez é anterior ao de o menino leválo para a sala, que por seu
Personagem Principal: há um “eu” participante que conta a turno é anterior ao de o porquinhoda-índia voltar ao fogão).
história e é o protagonista.
Observador: é como se dissesse: É verdade, pode acreditar, Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre
eu estava lá e vi. pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear
da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no
- Em 3ª pessoa: romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas,
quando o narrador começa contando sua morte para em
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira pessoa. seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada.
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações
sendo vista por uma câmara ou filmadora. Exemplo: de anterioridade e de posterioridade.
Resumindo: na narração, as três características explicadas
Tipos de Discurso: acima (transformação de situações, figuratividade e relações
Discurso Direto: o narrador passa a palavra diretamente de anterioridade e posterioridade entre os episódios relatados)
para o personagem, sem a sua interferência. devem estar presentes conjuntamente. Um texto que tenha só
Discurso Indireto: o narrador conta o que o personagem uma ou duas dessas características não é uma narração.
diz, sem lhe passar diretamente a palavra.
Discurso Indireto-Livre: ocorre uma fusão entre a fala do Esquema que pode facilitar a elaboração de seu texto
personagem e a fala do narrador. É um recurso relativamente narrativo:
recente. Surgiu com romancistas inovadores do século XX. - Introdução: citar o fato, o tempo e o lugar, ou seja, o que
aconteceu, quando e onde.
Sequência Narrativa: - Desenvolvimento: causa do fato e apresentação dos
personagens.
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: - Desenvolvimento: detalhes do fato.
uma coordenase a outra, uma implica a outra, uma subordinase - Conclusão: consequências do fato.
a outra.
A narrativa típica tem quatro mudanças de situação: Caracterização Formal:
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou um Em geral, a narrativa se desenvolve na prosa. O aspecto
dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); narrativo apresenta, até certo ponto, alguma subjetividade,
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma porquanto a criação e o colorido do contexto estão em função
competência para fazer algo); da individualidade e do estilo do narrador. Dependendo do
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou enfoque do redator, a narração terá diversas abordagens. Assim
devia fazer (é a mudança principal da narrativa); é de grande importância saber se o relato é feito em primeira
- uma em que se constata que uma transformação se deu e pessoa ou terceira pessoa. No primeiro caso, há a participação
em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens do narrador; segundo, há uma inferência do último através da
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os onipresença e onisciência.
maus). Quanto à temporalidade, não há rigor na ordenação dos
acontecimentos: esses podem oscilar no tempo, transgredindo
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se o aspecto linear e constituindo o que se denomina “flashback”.
pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a O narrador que usa essa técnica (característica comum no
realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela cinema moderno) demonstra maior criatividade e originalidade,
efetuase porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve fazêla. podendo observar as ações ziguezagueando no tempo e no
Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um apartamento: espaço.
quando se assina a escritura, realizase o ato de compra; para
isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer ou dever Exemplo - Personagens
comprar (respectivamente, querer deixar de pagar aluguel ou
ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, por exemplo). “Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr.
Algumas mudanças são necessárias para que outras se Amâncio não viu a mulher chegar.
deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar um Não quer que se carpa o quintal, moço?
bambu ou outro instrumento para derrubála. Para ter um carro, Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face
é preciso antes conseguir o dinheiro. escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do
passado, os olhos).”
Narrativa e Narração (Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Mercado
Aberto, p. 5O)
Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A narratividade
é um componente narrativo que pode existir em textos que Exemplo - Espaço
não são narrações. A narrativa é a transformação de situações.
Por exemplo, quando se diz “Depois da abolição, incentivouse Considerarei longamente meu pequeno deserto, a redondeza
a imigração de europeus”, temos um texto dissertativo, que, escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de algum rio. Não
no entanto, apresenta um componente narrativo, pois contém havia, em todo o caso, como negarlhe a insipidez.”
uma mudança de situação: do não incentivo ao incentivo da
imigração européia. (Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de texto, Alegre: Movimento, 1981, p. 51)
o que é narração? Exemplo - Tempo
A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três características:
- é um conjunto de transformações de situação (o texto de “Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembrase: a
Manuel Bandeira – “Porquinho-da-índia”, como vimos, preenche mulher lhe pediu que a chamasse cedo.”
essa condição);
- é um texto figurativo, isto é, opera com personagens e fatos (Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados. p.4)
concretos (o texto “Porquinho-daíndia» preenche também esse
requisito); Tipologia da Narrativa Ficcional:
- as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal - Romance
que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e - Conto
posterioridade (no texto “Porquinhodaíndia» o fato de ganhar - Crônica
o animal é anterior ao de ele estar debaixo do fogão, que por - Fábula
- Lenda se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo cano!
- Parábola Faça parte desse time de vencedores desde a escolha desse
- Anedota momento!
- Poema Épico - Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex: “É
importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não é a
Tipologia da Narrativa NãoFiccional: solução no combate à insegurança.”
- Memorialismo - Características: caracterização de espaços ou aspectos.
- Notícias - Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex:
- Relatos “Em 1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com
- História da Civilização televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de
aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem
Apresentação da Narrativa: no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) e
- visual: texto escrito; legendas + desenhos (história em 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais recebidos).
quadrinhos) e desenhos. (...)”
- auditiva: narrativas radiofonizadas; fitas gravadas e discos. - Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato.
- audiovisual: cinema; teatro e narrativas televisionadas. - Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto do
texto. Ex: “A principal característica do déspota encontra-se no
Dissertação fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras
que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder,
A dissertação é uma exposição, discussão ou interpretação escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de
de uma determinada ideia. É, sobretudo, analisar algum tema. sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades.”
Pressupõe um exame crítico do assunto, lógica, raciocínio, - Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que
clareza, coerência, objetividade na exposição, um planejamento compõem o texto.
de trabalho e uma habilidade de expressão. - Interrogação: questionamento. Ex: “Volta e meia se faz a
É em função da capacidade crítica que se questionam pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo
pontos da realidade social, histórica e psicológica do mundo futebol não é uma prova de alienação?”
e dos semelhantes. Vemos também, que a dissertação no seu - Suspense: alguma informação que faça aumentar a
significado diz respeito a um tipo de texto em que a exposição curiosidade do leitor.
de uma ideia, através de argumentos, é feita com a finalidade - Comparação: social e geográfica.
de desenvolver um conteúdo científico, doutrinário ou artístico. - Enumeração: enumerar as informações. Ex: “Ação à
Observe-se que: distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo
- o texto é temático, pois analisa e interpreta a realidade das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades
com conceitos abstratos e genéricos (não se fala de um homem que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira
particular e do que faz para chegar a ser primeiroministro, mas doença do século...”
do homem em geral e de todos os métodos para atingir o poder); - Narração: narrar um fato.
- existe mudança de situação no texto (por exemplo, a
mudança de atitude dos que clamam contra a corrupção da corte Desenvolvimento: é a argumentação da ideia inicial,
no momento em que se tornam primeirosministros); de forma organizada e progressiva. É a parte maior e mais
- a progressão temporal dos enunciados não tem importância, importante do texto. Podem ser desenvolvidos de várias formas:
pois o que importa é a relação de implicação (clamar contra a - Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com
corrupção da corte implica ser corrupto depois da nomeação este tipo de abordagem.
para primeiroministro). - Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a ideia
principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a definição.
Características: - Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é distintas.
temático; - Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta pontos
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; favoráveis e desfavoráveis.
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de - Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm maior descrever uma cena.
importância o que importa são suas relações lógicas: analogia, - Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados estatísticos.
pertinência, causalidade, coexistência, correspondência, - Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para
implicação, etc. prováveis resultados.
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de - Interrogação: Toda sucessão de interrogações deve
redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem apresentar questionamento e reflexão.
características próprias a cada tipo de texto. - Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos,
  valores, juízos.
São partes da dissertação: Introdução / Desenvolvimento - Causa e Consequência: estruturar o texto através dos
/ Conclusão. porquês de uma determinada situação.
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética.
Introdução: em que se apresenta o assunto; se apresenta a - Exemplificação: dar exemplos.
ideia principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento.
Tipos: Conclusão: é uma avaliação final do assunto, um fechamento
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem discutidos. integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem todas
Ex: “Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que as ideias anteriormente desenvolvidas.
olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro...” - Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese.
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um - Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um
fato presente. Ex: “A crise econômica que teve início no começo pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de
dos anos 80, com os conhecidos altos índices de inflação que quem lê.
a década colecionou, agravou vários dos históricos problemas 1º Parágrafo – Introdução
sociais do país. Entre eles, a violência, principalmente a urbana,
cuja escalada tem sido facilmente identificada pela população A. Tema: Desemprego no Brasil.
brasileira.” Contextualização: decorrência de um processo histórico
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. problemático.
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma
coisa apresentada no texto. Ex: Você quer estar “na sua”? Quer 2º ao 6º Parágrafo – Desenvolvimento
B. Argumento 1: Exploram-se dados da realidade que Enumeração: Caracteriza-se pela exposição de uma série de
remetem a uma análise do tema em questão. coisas, uma a uma. Presta-se bem à indicação de características,
C. Argumento 2: Considerações a respeito de outro dado da funções, processos, situações, sempre oferecendo o complemento
realidade. necessário à afirmação estabelecida na frase nuclear. Pode-se
D. Argumento 3: Coloca-se sob suspeita a sinceridade de enumerar, seguindo-se os critérios de importância, preferência,
quem propõe soluções. classificação ou aleatoriamente.
E. Argumento 4: Uso do raciocínio lógico de oposição. Exemplo:

7º Parágrafo: Conclusão 1- O adolescente moderno está se tornando obeso por várias


F. Uma possível solução é apresentada. causas: alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos
G. O texto conclui que desigualdade não se casa com e demasiada permanência diante de computadores e aparelhos
modernidade. de Televisão.

É bom lembrarmos que é praticamente impossível opinar 2- Devido à expansão das igrejas evangélicas, é grande o
sobre o que não se conhece. A leitura de bons textos é um dos número de emissoras que dedicam parte da sua programação à
recursos que permite uma segurança maior no momento de veiculação de programas religiosos de crenças variadas.
dissertar sobre algum assunto. Debater e pesquisar são atitudes
que favorecem o senso crítico, essencial no desenvolvimento de 3-
um texto dissertativo. - A Santa Missa em seu lar.
- Terço Bizantino.
Ainda temos: - Despertar da Fé.
Tema: compreende o assunto proposto para discussão, o - Palavra de Vida.
assunto que vai ser abordado. - Igreja da Graça no Lar.
Título: palavra ou expressão que sintetiza o conteúdo
discutido. 4-
Argumentação: é um conjunto de procedimentos - Inúmeras são as dificuldades com que se defronta o governo
linguísticos com os quais a pessoa que escreve sustenta suas brasileiro diante de tantos desmatamentos, desequilíbrios
opiniões, de forma a torná-las aceitáveis pelo leitor. É fornecer sociológicos e poluição.
argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma determinada - Existem várias razões que levam um homem a enveredar
tese. pelos caminhos do crime.
- A gravidez na adolescência é um problema seríssimo,
Estes assuntos serão vistos com mais afinco posteriormente. porque pode trazer muitas consequências indesejáveis.
- O lazer é uma necessidade do cidadão para a sua
Alguns pontos essenciais desse tipo de texto são: sobrevivência no mundo atual e vários são os tipos de lazer.
- toda dissertação é uma demonstração, daí a necessidade de - O Novo Código Nacional de trânsito divide as faltas em
pleno domínio do assunto e habilidade de argumentação; várias categorias.
- em consequência disso, impõem-se à fidelidade ao tema;
- a coerência é tida como regra de ouro da dissertação; Comparação: A frase nuclear pode-se desenvolver através
- impõem-se sempre o raciocínio lógico; da comparação, que confronta ideias, fatos, fenômenos e
- a linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer apresenta-lhes a semelhança ou dessemelhança.
ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração Exemplo:
do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original,
nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal “A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a
(evitar-se o uso da primeira pessoa). velhice, pelo contrário, é dominada por um vago e persistente
sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de que a
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar: felicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real”.
uma frase contendo a ideia principal (frase nuclear) e uma ou (Arthur Schopenhauer)
mais frases que explicitem tal ideia.
Exemplo: “A televisão mostra uma realidade idealizada Causa e Consequência: A frase nuclear, muitas vezes,
(ideia central) porque oculta os problemas sociais realmente encontra no seu desenvolvimento um segmento causal (fato
graves. (ideia secundária)”. motivador) e, em outras situações, um segmento indicando
Vejamos: consequências (fatos decorrentes).
Ideia central: A poluição atmosférica deve ser combatida
urgentemente. Tempo e Espaço: Muitos parágrafos dissertativos marcam
temporal e espacialmente a evolução de ideias, processos.
Desenvolvimento: A poluição atmosférica deve ser
combatida urgentemente, pois a alta concentração de elementos Explicitação: Num parágrafo dissertativo pode-se
tóxicos põe em risco a vida de milhares de pessoas, sobretudo conceituar, exemplificar e aclarar as ideias para torná-las mais
daquelas que sofrem de problemas respiratórios: compreensíveis.
Exemplo: “Artéria é um vaso que leva sangue proveniente do
- A propaganda intensiva de cigarros e bebidas tem levado coração para irrigar os tecidos. Exceto no cordão umbilical e na
muita gente ao vício. ligação entre os pulmões e o coração, todas as artérias contém
- A televisão é um dos mais eficazes meios de comunicação sangue vermelho-vivo, recém-oxigenado. Na artéria pulmonar,
criados pelo homem. porém, corre sangue venoso, mais escuro e desoxigenado, que o
- A violência tem aumentado assustadoramente nas cidades coração remete para os pulmões para receber oxigênio e liberar
e hoje parece claro que esse problema não pode ser resolvido gás carbônico”.
apenas pela polícia. Antes de se iniciar a elaboração de uma dissertação, deve
- O diálogo entre pais e filhos parece estar em crise delimitar-se o tema que será desenvolvido e que poderá ser
atualmente. enfocado sob diversos aspectos. Se, por exemplo, o tema é a
- O problema dos sem-terra preocupa cada vez mais a questão indígena, ela poderá ser desenvolvida a partir das
sociedade brasileira. seguintes ideias:
- A violência contra os povos indígenas é uma constante na
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras: história do Brasil.
- O surgimento de várias entidades de defesa das populações
indígenas.
- A visão idealizada que o europeu ainda tem do índio Tipo textual – este é a forma como o texto se apresenta,
brasileiro. podendo ser classificado como narrativo, argumentativo,
- A invasão da Amazônia e a perda da cultura indígena. dissertativo, descritivo, informativo ou injuntivo. Cada uma
Depois de delimitar o tema que você vai desenvolver, deve dessas classificações varia de acordo como o texto se apresenta
fazer a estruturação do texto. e com a finalidade para o qual foi escrito.

A estrutura do texto dissertativo constitui-se de: Tipos de Gêneros Textuais

Introdução: deve conter a ideia principal a ser desenvolvida Cada texto possuiu uma linguagem e estrutura; note que
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por existem inúmeros gêneros textuais dentro das categorias
isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para dois tipológicas de texto. Em outras palavras, gênero textual são
itens básicos: os objetivos do texto e o plano do desenvolvimento. estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos:
Contém a proposição do tema, seus limites, ângulo de análise e a narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e
hipótese ou a tese a ser defendida. injuntivo.
Desenvolvimento: exposição de elementos que vão
fundamentar a ideia principal que pode vir especificada
através da argumentação, de pormenores, da ilustração, da
causa e da consequência, das definições, dos dados estatísticos,
da ordenação cronológica, da interrogação e da citação. No
desenvolvimento são usados tantos parágrafos quantos
forem necessários para a completa exposição da ideia. E esses
parágrafos podem ser estruturados das cinco maneiras expostas
acima.
Conclusão: é a retomada da ideia principal, que agora deve
aparecer de forma muito mais convincente, uma vez que já
foi fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação
(um parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o Texto Narrativo
objetivo proposto na instrução, a confirmação da hipótese Os textos narrativos apresentam ações de personagens no
ou da tese, acrescida da argumentação básica empregada no tempo e no espaço. Sua estrutura é dividida em: apresentação,
desenvolvimento. desenvolvimento, clímax e desfecho. Alguns exemplos de
Gêneros Textuais gêneros textuais narrativos:
Romance
Os gêneros textuais são classificações de textos de acordo Novela
com o objetivo e o contexto em que são empregados. Dessa Crônica
maneira, os gêneros textuais são definidos pelas características Contos de Fada
dos diversos tipos de textos, os quais apresentam características Fábula
comuns em relação à linguagem e ao conteúdo. Lendas

Texto Descritivo
Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor
determinada pessoa, objeto, lugar, acontecimento. Dessa
forma, são textos repletos de adjetivos os quais descrevem ou
apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do
locutor (emissor). São exemplos de gêneros textuais descritivos:
Diário
Relatos (viagens, históricos, etc.)
Biografia e autobiografia
Notícia
Currículo
Lista de compras
Cardápio
Anúncios de classificados
Lembre-se que existem muitos gêneros textuais, os quais
promovem uma interação entre os interlocutores (emissor e Texto Dissertativo-Argumentativo
receptor) de determinado discurso, seja uma resenha crítica Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor
jornalística, publicidade, receita de bolo, menu do restaurante, um tema ou assunto por meio de argumentações; são marcados
bilhete ou lista de supermercado; porém, faz-se necessário pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo tempo que tenta
considerar seu contexto, função e finalidade. persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três
O gênero textual pode conter mais de um tipo textual, ou partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova
seja, uma receita de bolo, apresenta a lista de ingredientes tese (conclusão). Exemplos de gêneros textuais dissertativos:
necessários (texto descritivo) e o modo de preparo (texto Editorial Jornalístico
injuntivo). Carta de opinião
Resenha
Distinguindo Artigo
É essencial saber distinguir o que é gênero textual, gênero Ensaio
literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado
referente aos textos, porém é preciso ter atenção, cada uma Veja também: Texto Dissertativo.
possui um significado totalmente diferente da outra. Veja uma
breve descrição do que é um gênero literário e um tipo textual: Texto Expositivo
Os textos expositivos possuem a função de expor determinada
Gênero Literário – nestes os textos abordados são apenas os ideia, por meio de recursos como: definição, conceituação,
literários, diferente do gênero textual, que abrange todo tipo de informação, descrição e comparação. Assim, alguns exemplos de
texto. O gênero literário é classificado de acordo com a sua forma, gêneros textuais expositivos:
podendo ser do gênero líricos, dramático, épico, narrativo e etc. Seminários
Palestras
Conferências combate ao consumismo exagerado.
Entrevistas b) influenciar o comportamento do leitor, por meio de apelos
Trabalhos acadêmicos que visam à adesão ao consumo.
Enciclopédia c) defender a importância do conhecimento de informática
Verbetes de dicionários pela população de baixo poder aquisitivo.
d) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas
Texto Injuntivo classes sociais economicamente desfavorecidas.
O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é e) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a
aquele que indica uma ordem, de modo que o locutor (emissor) máquina, mesmo a mais moderna.
objetiva orientar e persuadir o interlocutor (receptor); por isso,
02. Partindo do pressuposto de que um texto estrutura-se
apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo. Alguns a partir de características gerais de um determinado gênero,
exemplos de gêneros textuais injuntivos: identifique os gêneros descritos a seguir:
Propaganda I. Tem como principal característica transmitir a opinião de
Receita culinária pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse. Algumas
Bula de remédio revistas têm uma seção dedicada a esse gênero;
Manual de instruções II. Caracteriza-se por apresentar um trabalho voltado
Regulamento para o estudo da linguagem, fazendo-o de maneira particular,
Textos prescritivos refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que
possibilitam a criação de imagens;
III. Gênero que apresenta uma narrativa informal ligada à
Exemplos de gêneros textuais vida cotidiana. Apresenta certa dose de lirismo e sua principal
Diário – é escrito em linguagem informal, sempre consta característica é a brevidade;
a data e não há um destinatário específico, geralmente, é IV. Linguagem linear e curta, envolve poucas personagens,
para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos que geralmente se movimentam em torno de uma única ação,
acontecimentos do dia. O objetivo desse tipo de texto é guardar dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
as lembranças e em alguns momentos desabafar. Veja um encaminham-se diretamente para um desfecho;
exemplo: V. Esse gênero é predominantemente utilizado em manuais
“Domingo, 14 de junho de 1942 de eletrodomésticos, jogos eletrônicos, receitas, rótulos de
Vou começar a partir do momento em que ganhei você, produtos, entre outros.
quando o vi na mesa, no meio dos meus outros presentes de São, respectivamente:
aniversário. (Eu estava junto quando você foi comprado, e com a) texto instrucional, crônica, carta, entrevista e carta
isso eu não contava.) argumentativa.
Na sexta-feira, 12 de junho, acordei às seis horas, o que b) carta, bula de remédio, narração, prosa, crônica.
não é de espantar; afinal, era meu aniversário. Mas não me c) entrevista, poesia, crônica, conto, texto instrucional.
deixam levantar a essa hora; por isso, tive de controlar minha d) entrevista, poesia, conto, crônica, texto instrucional.
curiosidade até quinze para as sete. Quando não dava mais para e) texto instrucional, crônica, entrevista, carta e carta
esperar, fui até a sala de jantar, onde Moortje (a gata) me deu as argumentativa.
boas-vindas, esfregando-se em minhas pernas.” Respostas
Trecho retirado do livro “Diário de Anne Frank”. 01 (B) \02. (C)

Carta – esta, dependendo do destinatário pode ser informal,


quando é destinada a algum amigo ou pessoa com quem se tem Domínio da ortografia oficial.
intimidade. E formal quando destinada a alguém mais culto Emprego das letras. Emprego da
ou que não se tenha intimidade. Dependendo do objetivo da acentuação gráfica.
carta a mesma terá diferentes estilos de escrita, podendo ser
dissertativa, narrativa ou descritiva. As cartas se iniciam com
a data, em seguida vem a saudação, o corpo da carta e para Ortografia
finalizar a despedida.
A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a
Propaganda – este gênero geralmente aparece na forma forma escrita das palavras. Essa escrita está relacionada tanto
oral, diferente da maioria dos outros gêneros. Suas principais a critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) quanto
características são a linguagem argumentativa e expositiva, fonológicos (ligados aos fonemas representados). É importante
pois a intenção da propaganda é fazer com que o destinatário compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A
se interesse pelo produto da propaganda. O texto pode conter forma de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos
algum tipo de descrição e sempre é claro e objetivo. que envolvem os diversos países em que a língua portuguesa é
oficial. A melhor maneira de treinar a ortografia é ler, escrever e
Notícia – este é um dos tipos de texto que é mais fácil de consultar o dicionário sempre que houver dúvida.
identificar. Sua linguagem é narrativa e descritiva e o objetivo
desse texto é informar algo que aconteceu. O Alfabeto
O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada
Fontes: http://www.todamateria.com.br/generos-textuais/ letra apresenta uma forma minúscula e outra maiúscula. Veja:
http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/genero-textual. a A (á) b B (bê)
htm c C (cê) d D (dê)
Questões e E (é) f F (efe)
g G (gê ou guê) h H (agá)
01. MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE i I (i) j J (jota)
COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS. k K (cá) l L (ele)
m M (eme) n N (ene)
Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006. o O (ó) p P (pê)
q Q (quê) r R (erre)
Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como s S (esse) t T (tê)
práticas de linguagem, assumindo funções específicas, formais u U (u) v V (vê)
e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto w W (dáblio) x X (xis)
publicitário, seu objetivo básico é y Y (ípsilon) z Z (zê)
a) definir regras de comportamento social pautadas no
Observação: emprega-se também o ç, que representa o Exemplos:
fonema /s/ diante das letras: a, o, e u em determinadas palavras. arranjar: arranjo, arranje, arranjem
despejar: despejo, despeje, despejem
Emprego das letras K, W e Y gorjear: gorjeie, gorjeiam, gorjeando
Utilizam-se nos seguintes casos: enferrujar: enferruje, enferrujem
a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus viajar: viajo, viaje, viajem
derivados.
Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, 2) Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica
taylorista. Exemplos: biju, jiboia, canjica, pajé, jerico, manjericão, Moji

b) Em topônimos originários de outras línguas e seus 3) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam j
derivados. Exemplos:
Exemplos: Kuwait, kuwaitiano. laranja- laranjeira loja- lojista lisonja -
lisonjeador nojo- nojeira
c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como cereja- cerejeira varejo- varejista rijo- enrijecer
unidades de medida de curso internacional. jeito- ajeitar
Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km
(quilômetro), Watt. 4) Nos seguintes vocábulos:
berinjela, cafajeste, jeca, jegue, majestade, jeito, jejum, laje,
Emprego de X e Ch traje, pegajento
Emprega-se o X:
1) Após um ditongo. Emprego das Letras S e Z
Exemplos: caixa, frouxo, peixe Emprega-se o S:
Exceção: recauchutar e seus derivados 1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam s no
radical
2) Após a sílaba inicial “en”.
Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca Exemplos:
Exceção: palavras iniciadas por “ch” que recebem o prefixo análise- analisar catálise- catalisador
“en-” casa- casinha, casebre liso- alisar
Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),
encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...) 2) Nos sufixos -ês e -esa, ao indicarem nacionalidade, título
ou origem
3) Após a sílaba inicial “me-”. Exemplos:
Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão burguês- burguesa inglês- inglesa
Exceção: mecha chinês- chinesa milanês- milanesa

4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras 3) Nos sufixos formadores de adjetivos -ense, -oso e -osa
inglesas aportuguesadas. Exemplos:
Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu catarinense gostoso- gostosa amoroso- amorosa
palmeirense gasoso- gasosa teimoso- teimosa
5) Nas seguintes palavras:
bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, 4) Nos sufixos gregos -ese, -isa, -osa
rixa, oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, Exemplos:
xingar, etc. catequese, diocese, poetisa, profetisa, sacerdotisa, glicose,
metamorfose, virose
Emprega-se o dígrafo Ch:
1) Nos seguintes vocábulos: 5) Após ditongos
bochecha, bucha, cachimbo, chalé, charque, chimarrão, Exemplos:
chuchu, chute, cochilo, debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, coisa, pouso, lousa, náusea
mochila, pechincha, salsicha, tchau, etc.
6) Nas formas dos verbos pôr e querer, bem como em seus
Para representar o fonema /j/ na forma escrita, a grafia derivados
considerada correta é aquela que ocorre de acordo com a origem Exemplos:
da palavra. Veja os exemplos: pus, pôs, pusemos, puseram, pusera, pusesse, puséssemos
gesso: Origina-se do grego gypsos quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos
jipe: Origina-se do inglês jeep. repus, repusera, repusesse, repuséssemos

Emprega-se o G: 7) Nos seguintes nomes próprios personativos:


1) Nos substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem Baltasar, Heloísa, Inês, Isabel, Luís, Luísa, Resende, Sousa,
Exemplos: barragem, miragem, viagem, origem, ferrugem Teresa, Teresinha, Tomás
Exceção: pajem
8) Nos seguintes vocábulos:
2) Nas palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio abuso, asilo, através, aviso, besouro, brasa, cortesia,
Exemplos: estágio, privilégio, prestígio, relógio, refúgio decisão,despesa, empresa, freguesia, fusível, maisena, mesada,
paisagem, paraíso, pêsames, presépio, presídio, querosene,
3) Nas palavras derivadas de outras que se grafam com g raposa, surpresa, tesoura, usura, vaso, vigésimo, visita, etc.
Exemplos: engessar (de gesso), massagista (de massagem),
vertiginoso (de vertigem) Emprega-se o Z:
1) Nas palavras derivadas de outras que já apresentam z no
4) Nos seguintes vocábulos: radical
algema, auge, bege, estrangeiro, geada, gengiva, gibi, gilete, Exemplos:
hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, vagem. deslize- deslizar razão- razoável vazio- esvaziar
raiz- enraizar cruz-cruzeiro
Emprega-se o J:
1) Nas formas dos verbos terminados em -jar ou -jear 2) Nos sufixos -ez, -eza, ao formarem substantivos abstratos a
partir de adjetivos “mitir”, “ceder” e “cutir”
Exemplos: Exemplos:
inválido- invalidez limpo-limpeza macio- maciez agredir- agressão demitir- demissão ceder- cessão
rígido- rigidez discutir- discussão
frio- frieza nobre- nobreza pobre-pobreza surdo- progredir- progressão t r a n s m i t i r - t r a n s m i s s ã o
surdez exceder- excesso repercutir- repercussão

3) Nos sufixos -izar, ao formar verbos e -ização, ao formar Emprega-se o Xc e o Xs:


substantivos
Exemplos: Em dígrafos que soam como Ss
civilizar- civilização hospitalizar- hospitalização Exemplos:
colonizar- colonização realizar- realização exceção, excêntrico, excedente, excepcional, exsudar

4) Nos derivados em -zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita Observações sobre o uso da letra X
Exemplos: 1) O X pode representar os seguintes fonemas:
cafezal, cafezeiro, cafezinho, arvorezinha, cãozito, avezita /ch/ - xarope, vexame

5) Nos seguintes vocábulos: /cs/ - axila, nexo


azar, azeite, azedo, amizade, buzina, bazar, catequizar, chafariz,
cicatriz, coalizão, cuscuz, proeza, vizinho, xadrez, verniz, etc. /z/ - exame, exílio

6) Nos vocábulos homófonos, estabelecendo distinção no /ss/ - máximo, próximo


contraste entre o S e o Z
Exemplos: /s/ - texto, extenso
cozer (cozinhar) e coser (costurar)
prezar( ter em consideração) e presar (prender) 2) Não soa nos grupos internos -xce- e -xci-
traz (forma do verbo trazer) e trás (parte posterior) Exemplos: excelente, excitar

Observação: em muitas palavras, a letra X soa como Z. Veja os Emprego das letras E e I
exemplos: Na língua falada, a distinção entre as vogais átonas /e/ e /i /
exame exato exausto exemplo existir exótico pode não ser nítida. Observe:
inexorável

Emprego de S, Ç, X e dos Dígrafos Sc, Sç, Ss, Xc, Xs Emprega-se o E:


Existem diversas formas para a representação do fonema /S/. 1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -oar, -uar
Observe: Exemplos:
magoar - magoe, magoes
Emprega-se o S: continuar- continue, continues
Nos substantivos derivados de verbos terminados em
“andir”,”ender”, “verter” e “pelir” 2) Em palavras formadas com o prefixo ante- (antes, anterior)
Exemplos: Exemplos: antebraço, antecipar
expandir- expansão pretender- pretensão verter-
versão expelir- expulsão 3) Nos seguintes vocábulos:
estender- extensão suspender- suspensão cadeado, confete, disenteria, empecilho, irrequieto, mexerico,
converter - conversão repelir- repulsão orquídea, etc.

Emprega-se Ç: Emprega-se o I :
Nos substantivos derivados dos verbos “ter” e “torcer” 1) Em sílabas finais dos verbos terminados em -air, -oer, -uir
Exemplos: Exemplos:
ater- atenção torcer- torção cair- cai
deter- detenção distorcer-distorção doer- dói
manter- manutenção contorcer- contorção influir- influi
2) Em palavras formadas com o prefixo anti- (contra)
Emprega-se o X: Exemplos:
Em alguns casos, a letra X soa como Ss Anticristo, antitetânico
Exemplos: 3) Nos seguintes vocábulos:
auxílio, expectativa, experto, extroversão, sexta, sintaxe, texto, aborígine, artimanha, chefiar, digladiar, penicilina, privilégio,
trouxe etc.

Emprega-se Sc: Emprego das letras O e U


Nos termos eruditos Emprega-se o O/U:
Exemplos: A oposição o/u é responsável pela diferença de significado de
acréscimo, ascensorista, consciência, descender, discente, algumas palavras. Veja os exemplos:
fascículo, fascínio, imprescindível, miscigenação, miscível, comprimento (extensão) e cumprimento (saudação,
plebiscito, rescisão, seiscentos, transcender, etc. realização)
soar (emitir som) e suar (transpirar)
Emprega-se Sç:
Na conjugação de alguns verbos Grafam-se com a letra O: bolacha, bússola, costume,
Exemplos: moleque.
nascer- nasço, nasça
crescer- cresço, cresça Grafam-se com a letra U: camundongo, jabuti, Manuel, tábua
descer- desço, desça
Emprego da letra H
Emprega-se Ss: Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético.
Nos substantivos derivados de verbos terminados em “gredir”, Conservou-se apenas como símbolo, por força da etimologia e
da tradição escrita. A palavra hoje, por exemplo, grafa-se desta g) Nos nomes que designam altos conceitos religiosos,
forma devido a sua origem na forma latina hodie. políticos ou nacionalistas.
Exemplos:
Emprega-se o H: Igreja (Católica, Apostólica, Romana), Estado, Nação, Pátria,
1) Inicial, quando etimológico União, etc.
Exemplos: hábito, hesitar, homologar, Horácio
Observação: esses nomes escrevem-se com inicial minúscula
2) Medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh quando são empregados em sentido geral ou indeterminado.
Exemplos: flecha, telha, companhia Exemplo:
Todos amam sua pátria.
3) Final e inicial, em certas interjeições
Exemplos: ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum!, etc. Emprego FACULTATIVO de letra maiúscula:
a) Nos nomes de logradouros públicos, templos e edifícios.
4) Em compostos unidos por hífen, no início do segundo Exemplos:
elemento, se etimológico Rua da Liberdade ou rua da Liberdade
Exemplos: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem, etc. Igreja do Rosário ou igreja do Rosário
Edifício Azevedo ou edifício Azevedo
Observações:
1) No substantivo Bahia, o “h” sobrevive por tradição. Note que 2) Utiliza-se inicial minúscula:
nos substantivos derivados como baiano, baianada ou baianinha a) Em todos os vocábulos da língua, nos usos correntes.
ele não é utilizado. Exemplos:
carro, flor, boneca, menino, porta, etc.
2) Os vocábulos erva, Espanha e inverno não possuem a
letra “h” na sua composição. No entanto, seus derivados eruditos b) Nos nomes de meses, estações do ano e dias da semana.
sempre são grafados com h. Veja: Exemplos:
herbívoro, hispânico, hibernal. janeiro, julho, dezembro, etc.
segunda, sexta, domingo, etc.
Emprego das Iniciais Maiúsculas e Minúsculas primavera, verão, outono, inverno
1) Utiliza-se inicial maiúscula:
a) No começo de um período, verso ou citação direta. c) Nos pontos cardeais.
Exemplos: Exemplos:
Disse o Padre Antonio Vieira: “Estar com Cristo em qualquer Percorri o país de norte a sul e de leste a oeste.
lugar, ainda que seja no inferno, é estar no Paraíso.” Estes são os pontos colaterais: nordeste, noroeste, sudeste,
sudoeste.
“Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança, Observação: quando empregados em sua forma absoluta, os
Estandarte que à luz do sol encerra pontos cardeais são grafados com letra maiúscula.
As promessas divinas da Esperança…” Exemplos:
(Castro Alves) Nordeste (região do Brasil)
Ocidente (europeu)
Observações: Oriente (asiático)
- No início dos versos que não abrem período, é facultativo o
uso da letra maiúscula. Lembre-se:
Depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta, usa-
Por Exemplo: se letra minúscula.
“Aqui, sim, no meu cantinho,
vendo rir-me o candeeiro, Exemplo:
gozo o bem de estar sozinho “Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro,
e esquecer o mundo inteiro.” incenso, mirra.” (Manuel Bandeira)

- Depois de dois pontos, não se tratando de citação direta, usa- Emprego FACULTATIVO de letra minúscula:
se letra minúscula. a) Nos vocábulos que compõem uma citação bibliográfica.
Por Exemplo: Exemplos:
“Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, Crime e Castigo ou Crime e castigo
incenso, mirra.” (Manuel Bandeira) Grande Sertão: Veredas ou Grande sertão: veredas
Em Busca do Tempo Perdido ou Em busca do tempo perdido
b) Nos antropônimos, reais ou fictícios.
Exemplos: b) Nas formas de tratamento e reverência, bem como em
Pedro Silva, Cinderela, D. Quixote. nomes sagrados e que designam crenças religiosas.
Exemplos:
c) Nos topônimos, reais ou fictícios. Governador Mário Covas ou governador Mário Covas
Exemplos: Papa João Paulo II ou papa João Paulo II
Rio de Janeiro, Rússia, Macondo. Excelentíssimo Senhor Reitor ou excelentíssimo senhor reitor
Santa Maria ou santa Maria.
d) Nos nomes mitológicos.
Exemplos: c) Nos nomes que designam domínios de saber, cursos e
Dionísio, Netuno. disciplinas.
Exemplos:
e) Nos nomes de festas e festividades. Português ou português
Exemplos: Línguas e Literaturas Modernas ou línguas e literaturas
Natal, Páscoa, Ramadã. modernas
História do Brasil ou história do Brasil
f) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais. Arquitetura ou arquitetura
Exemplos: Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/
ONU, Sr., V. Ex.ª. fono24.php
Emprego do Porquê ........................ praticar atividade física..........................benefícios
para a totalidade do corpo. Os resultados podem levar a novas
Orações terapias para reabilitar músculos contundidos ou mesmo para
Interrogativas Exemplo: .......................... e restaurar a perda muscular que ocorre com o
avanço da idade.
(pode ser Por que devemos nos (Ciência Hoje, março de 2012)
substituído por: preocupar com o meio
Por por qual motivo, ambiente? As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
Que por qual razão) respectivamente, com:
Exemplo: (A) porque … trás … previnir
Equivalendo (B) porque … traz … previnir
a “pelo qual” Os motivos por que não (C) porquê … tras … previnir
respondeu são desconhecidos. (D) por que … traz … prevenir
(E) por quê … tráz … prevenir
Exemplos:
02. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas
Você ainda tem coragem de da frase abaixo: Não sei o _____ ela está com os olhos vermelhos,
Final de
Por perguntar por quê? talvez seja _____ chorou.
frases e seguidos
Quê (A) porquê / porque;
de pontuação
Você não vai? Por quê? (B) por que / porque;
(C) porque / por que;
Não sei por quê! (D) porquê / por quê;
(E) por que / por quê.
Exemplos:
Conjunção 03.
A situação agravou-se
que indica
porque ninguém reclamou.
explicação ou
causa
Ninguém mais o espera,
Porque porque ele sempre se atrasa.
Conjunção de
Exemplos:
Finalidade –
equivale a “para
Não julgues porque não te
que”, “a fim de
julguem.
que”.
Considerando a ortografia e a acentuação da norma-
Função de padrão da língua portuguesa, as lacunas estão, correta e
Exemplos:
substantivo respectivamente, preenchidas por:
– vem (A) mal ... por que ... intuíto
Não é fácil encontrar o
acompanhado (B) mau ... por que ... intuito
Porquê porquê de toda confusão.
de artigo ou (C) mau ... porque ... intuíto
pronome (D) mal ... porque ... intuito
Dê-me um porquê de sua
saída. (E) mal ... por quê ... intuito

Respostas
1. Por que (pergunta) 01. D/02. B/03. D
2. Porque (resposta)
3. Por quê (fim de frase: motivo) Acentuação
4. O Porquê (substantivo)
A acentuação é um dos requisitos que perfazem as regras
Emprego de outras palavras estabelecidas pela Gramática Normativa. Esta se compõe de
algumas particularidades, às quais devemos estar atentos,
Senão: equivale a “caso contrário”, “a não ser”: Não fazia coisa procurando estabelecer uma relação de familiaridade e,
nenhuma senão criticar. consequentemente, colocando-as em prática na linguagem
Se não: equivale a “se por acaso não”, em orações adverbiais escrita.
condicionais: Se não houver homens honestos, o país não sairá
desta situação crítica. Regras básicas – Acentuação tônica

Tampouco: advérbio, equivale a “também não”: Não A acentuação tônica implica na intensidade com que são
compareceu, tampouco apresentou qualquer justificativa. pronunciadas as sílabas das palavras. Aquela que se dá de
Tão pouco: advérbio de intensidade: Encontramo-nos tão forma mais acentuada, conceitua-se como sílaba tônica. As
pouco esta semana. demais, como são pronunciadas com menos intensidade, são
denominadas de átonas.
Trás ou Atrás = indicam lugar, são advérbios.
Traz - do verbo trazer. De acordo com a tonicidade, as palavras são classificadas
como:
Vultoso: volumoso: Fizemos um trabalho vultoso aqui.
Vultuoso: atacado de congestão no rosto: Sua face está Oxítonas – São aquelas cuja sílaba tônica recai sobre a
vultuosa e deformada. última sílaba.
Ex.: café – coração – cajá – atum – caju – papel

Questões Paroxítonas – São aquelas em que a sílaba tônica se


evidencia na penúltima sílaba.
01. Que mexer o esqueleto é bom para a saúde já virou Ex.: útil – tórax – táxi – leque – retrato – passível
até sabedoria popular. Agora, estudo levanta hipóteses sobre
Proparoxítonas - São aquelas em que a sílaba tônica se - ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de “s”.
evidencia na antepenúltima sílaba. água – pônei – mágoa – jóquei
Ex.: lâmpada – câmara – tímpano – médico – ônibus
Regras especiais:
Como podemos observar, mediante todos os exemplos Os ditongos de pronúncia aberta “ei”, “oi” ( ditongos abertos),
mencionados, os vocábulos possuem mais de uma sílaba, mas que antes eram acentuados, perderam o acento de acordo com
em nossa língua existem aqueles com uma sílaba somente: a nova regra, mas desde que estejam em palavras paroxítonas.
são os chamados monossílabos, que, quando pronunciados, Cuidado: Se os ditongos abertos estiverem em uma
apresentam certa diferenciação quanto à intensidade. palavra oxítona (herói) ou monossílaba (céu) ainda são
acentuados. Mas caso não forem ditongos perdem o acento.
Tal diferenciação só é percebida quando os pronunciamos Ex.:
em uma dada sequência de palavras. Assim como podemos
Antes Agora
observar no exemplo a seguir:
assembléia assembleia
idéia ideia
“Sei que não vai dar em nada, seus segredos sei de cor”.
jibóia jiboia
apóia (verbo apoiar) apoia
Os monossílabos em destaque classificam-se como tônicos;
os demais, como átonos (que, em, de).
Quando a vogal do hiato for “i” ou “u” tônicos, acompanhados
ou não de “s”, haverá acento:
Os Acentos Gráficos
Ex.: saída – faísca – baú – país – Luís
acento agudo (´) – Colocado sobre as letras “a”, “i”, “u” e
Observação importante:
sobre o “e” do grupo “em” - indica que estas letras representam
Não serão mais acentuados “i” e “u” tônicos, formando hiato
as vogais tônicas de palavras como Amapá, caí, público, parabéns.
quando vierem depois de ditongo: Ex.:
Sobre as letras “e” e “o” indica, além da tonicidade, timbre aberto. 
Antes Agora
Ex.: herói – médico – céu(ditongos abertos)
bocaiúva bocaiuva
feiúra feiura
acento circunflexo (^) – colocado sobre as letras “a”, “e” e
“o” indica, além da tonicidade, timbre fechado:
O acento pertencente aos encontros “oo” e “ee” foi abolido.
Ex.: tâmara – Atlântico – pêssego – supôs
Ex.:
Antes Agora
acento grave (`) – indica a fusão da preposição “a” com
crêem creem
artigos e pronomes.
vôo voo
Ex.: à – às – àquelas – àqueles
- Agora memorize a palavra CREDELEVÊ. São os verbos que,
no plural, dobram o “e”, mas que não recebem mais acento
trema (¨) – De acordo com a nova regra, foi totalmente
como antes: CRER, DAR, LER e VER.
abolido das palavras. Há uma exceção: é utilizado em palavras
derivadas de nomes próprios estrangeiros.
Repare:
Ex.: mülleriano (de Müller)
1-) O menino crê em você
Os meninos creem em você.
til (~) – indica que as letras “a” e “o” representam vogais
2-) Elza lê bem!
nasais.
Todas leem bem!
Ex.: coração – melão – órgão – ímã
3-) Espero que ele dê o recado à sala.
Regras fundamentais:
Esperamos que os dados deem efeito!
4-) Rubens vê tudo!
Palavras oxítonas:
Eles veem tudo!
Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em: “a”, “e”, “o”,
“em”, seguidas ou não do plural(s):
- Cuidado! Há o verbo vir:
Pará – café(s) – cipó(s) – armazém(s)
Ele vem à tarde!
Eles vêm à tarde!
Essa regra também é aplicada aos seguintes casos:
Não se acentuam o “i” e o “u” que formam hiato quando
seguidos, na mesma sílaba, de l, m, n, r ou z:
Monossílabos tônicos terminados em “a”, “e”, “o”, seguidos
Ra-ul, ru-im, con-tri-bu-in-te, sa-ir, ju-iz
ou não de “s”.
Ex.: pá – pé – dó – há
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se estiverem
seguidas do dígrafo nh:
Formas verbais terminadas em “a”, “e”, “o” tônicos, seguidas
ra-i-nha, ven-to-i-nha.
de lo, la, los, las.
respeitá-lo – percebê-lo – compô-lo
Não se acentuam as letras “i” e “u” dos hiatos se vierem
precedidas de vogal idêntica:
Paroxítonas:
xi-i-ta, pa-ra-cu-u-ba
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em:
- i, is
As formas verbais que possuíam o acento tônico na raiz, com
táxi – lápis – júri
“u” tônico precedido de “g” ou “q” e seguido de “e” ou “i” não
- us, um, uns
serão mais acentuadas. Ex.:
vírus – álbuns – fórum
- l, n, r, x, ps
Antes Depois
automóvel – elétron - cadáver – tórax – fórceps
apazigúe (apaziguar) apazigue
- ã, ãs, ão, ãos
argúi (arguir) argui
ímã – ímãs – órfão – órgãos
Acentuam-se os verbos pertencentes à terceira pessoa do
- Dica: Memorize a palavra LINURXÃO. Para quê? Repare que
plural de:
essa palavra apresenta as terminações das paroxítonas que são
ele tem – eles têm
acentuadas: L, I N, U (aqui inclua UM =fórum), R, X, Ã, ÃO. Assim
ele vem – eles vêm (verbo vir)
ficará mais fácil a memorização!
A regra prevalece também para os verbos conter, obter, reter, JORDÃO, R., BELLEZI C. Linguagens. São Paulo: Escala Educacional,
deter, abster.  2007, p. 566
ele contém – eles contêm As palavras destacadas têm o papel de ligar as partes do
ele obtém – eles obtêm texto, podemos dizer que elas são responsáveis pela coesão do
ele retém – eles retêm texto.
ele convém – eles convêm Há vários recursos que respondem pela coesão do texto, os
Não se acentuam mais as palavras homógrafas que antes principais são:
eram acentuadas para diferenciá-las de outras semelhantes
(regra do acento diferencial). Apenas em algumas exceções, - Palavras de transição: são palavras responsáveis pela
como: coesão do texto, estabelecem a interrelação entre os enunciados
A forma verbal pôde (terceira pessoa do singular do (orações, frases, parágrafos), são preposições, conjunções,
pretérito perfeito do modo indicativo) ainda continua
sendo acentuada para diferenciar-se de pode (terceira alguns advérbios e locuções adverbiais.
pessoa do singular do presente do indicativo). Ex:
Ela pode fazer isso agora. Veja algumas palavras e expressões de transição e seus
Elvis não pôde participar porque sua mão não deixou... respectivos sentidos:
O mesmo ocorreu com o verbo pôr para diferenciar da - inicialmente (começo, introdução)
preposição por. - primeiramente (começo, introdução)
- Quando, na frase, der para substituir o “por” por “colocar”, - primeiramente (começo, introdução)
então estaremos trabalhando com um verbo, portanto: “pôr”; - antes de tudo (começo, introdução)
nos outros casos, “por” preposição. Ex: - desde já (começo, introdução)
Faço isso por você.
Posso pôr (colocar) meus livros aqui? - além disso (continuação)
- do mesmo modo (continuação)
Questões - acresce que (continuação)
- ainda por cima (continuação)
01. “Cadáver” é paroxítona, pois: - bem como (continuação)
A) Tem a última sílaba como tônica. - outrossim (continuação)
B) Tem a penúltima sílaba como tônica. - enfim (conclusão)
C) Tem a antepenúltima sílaba como tônica. - dessa forma (conclusão)
D) Não tem sílaba tônica. - em suma (conclusão)
02. Assinale a alternativa correta. - nesse sentido (conclusão)
A palavra faliu contém um: - portanto (conclusão)
A) hiato - afinal (conclusão)
B) dígrafo - logo após (tempo)
C) ditongo decrescente - ocasionalmente (tempo)
D) ditongo crescente - posteriormente (tempo)
- atualmente (tempo)
03. Em “O resultado da experiência foi, literalmente, - enquanto isso (tempo)
aterrador.” a palavra destacada encontra-se acentuada pelo - imediatamente (tempo)
mesmo motivo que:
A) túnel - não raro (tempo)
B) voluntário - concomitantemente (tempo)
C) até - igualmente (semelhança, conformidade)
D) insólito - segundo (semelhança, conformidade)
E) rótulos - conforme (semelhança, conformidade)
Respostas - quer dizer (exemplificação, esclarecimento)
1-B / 2-C / 3-B - rigorosamente falando (exemplificação, esclarecimento).
Ex.: A prática de atividade física é essencial ao nosso
cotidiano. Assim sendo, quem a pratica possui uma melhor
Domínio dos mecanismos de qualidade de vida.
coesão textual. Emprego de
elementos de referenciação, - Coesão por referência: existem palavras que têm a função
de fazer referência, são elas:
substituição e repetição, de
- pronomes pessoais: eu, tu, ele, me, te, os...
conectores e outros elementos - pronomes possessivos: meu, teu, seu, nosso...
de sequenciação textual. - pronomes demonstrativos: este, esse, aquele...
Emprego/correlação de tempos - pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo...
e modos verbais. - pronomes relativos: que, o qual, onde...
- advérbios de lugar: aqui, aí, lá...

Coesão Ex.: Marcela obteve uma ótima colocação no concurso. Tal


resultado demonstra que ela se esforçou bastante para alcançar
Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os elementos de o objetivo que tanto almejava.
um texto, como descreve Marina Cabral. Percebemos tal definição
quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases - Coesão por substituição: substituição de um nome (pessoa,
e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao objeto, lugar etc.), verbos, períodos ou trechos do texto por uma
outro. palavra ou expressão que tenha sentido próximo, evitando a
Os elementos de coesão determinam a transição de ideias repetição no corpo do texto.
entre as frases e os parágrafos.
Ex.: Porto Alegre pode ser substituída por “a capital gaúcha”;
Observe a coesão presente no texto a seguir: Castro Alves pode ser substituído por “O Poeta dos Escravos”;
“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a João Paulo II: Sua Santidade;
política agrária do país, porque consideram injusta a atual Vênus: A Deusa da Beleza.
distribuição de terras. Porém o ministro da Agricultura
considerou a manifestação um ato de rebeldia, uma vez que o Ex.: Castro Alves é autor de uma vastíssima obra literária.
projeto de Reforma Agrária pretende assentar milhares de sem- Não é por acaso que o “Poeta dos Escravos” é considerado o mais
terra.” importante da geração a qual representou.
Assim, a coesão confere textualidade aos enunciados bilhões.
agrupados em conjuntos. Os cortes obrigaram a OMS a fazer escolhas difíceis. A agência
Fonte: http://brasilescola.uol.com.br/redacao/coesao.htm passou a dar mais ênfase à luta contra enfermidades globais
crônicas, como doenças coronárias e diabetes. O departamento
Questões de respostas a epidemias e pandemias foi dissolvido e integrado
01. a outros. Muitos profissionais experimentados deixaram seus
Texto 1 – Bem tratada, faz bem cargos.
Pesa contra o órgão da ONU, de todo modo, a demora para
Sérgio Magalhães, O Globo reconhecer a gravidade da situação. Seus esforços iniciais foram
limitados e mal liderados.
O arquiteto Jaime Lerner cunhou esta frase premonitória: “O O surto agora atingiu proporções tais que já não é mais
carro é o cigarro do futuro.” Quem poderia imaginar a reversão possível enfrentá-lo de Genebra, cidade suíça sede da OMS.
cultural que se deu no consumo do tabaco? Tornou-se crucial estabelecer um comando central na África
Talvez o automóvel não seja descartável tão facilmente. Este Ocidental, com representantes dos países afetados.
jornal, em uma série de reportagens, nestes dias, mostrou o Espera-se também maior comprometimento das potências
privilégio que os governos dão ao uso do carro e o desprezo ao mundiais, sobretudo Estados Unidos, Inglaterra e França,
transporte coletivo. Surpreendentemente, houve entrevistado que possuem antigos laços com Libéria, Serra Leoa e Guiné,
que opinou favoravelmente, valorizando Los Angeles – um caso respectivamente.
típico de cidade rodoviária e dispersa. A comunidade internacional tem diante de si um desafio
Ainda nestes dias, a ONU reafirmou o compromisso desta enorme, mas é ainda maior a necessidade de agir com rapidez.
geração com o futuro da humanidade e contra o aquecimento Nessa batalha global contra o ebola, todo tempo perdido conta
global – para o qual a emissão de CO2 do rodoviarismo é agente a favor da doença.
básico. (A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a
poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito.) (Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/
O transporte também esteve no centro dos protestos de opiniao/2014/09/1512104-editorial-corrida-contra-o-ebola.shtml:
junho de 2013. Lembremos: ele está interrelacionado com a Acesso em: 08/09/2014)
moradia, o emprego, o lazer. Como se vê, não faltam razões para
o debate do tema. Assinale a opção em que se indica, INCORRETAMENTE, o
referente do termo em destaque.
“Como se vê, não faltam razões para o debate do tema.” (A) “quase US$ 1 bilhão de seu orçamento bianual” (5º§) –
organização
Substituindo o termo destacado por uma oração (B) “A agência passou a dar mais ênfase” (6º§) – OMS
desenvolvida, a forma correta e adequada seria: (C) “Pesa contra o órgão da ONU”(7º§) – OMS
(A) para que se debatesse o tema; (D) “Seus esforços iniciais foram limitados” (7º§) – gravidade
(B) para se debater o tema; da situação
(C) para que se debata o tema; (E) “A comunidade tem diante de si” (10º§) – comunidade
(D) para debater-se o tema; internacional
(E) para que o tema fosse debatido. Respostas
01. (C)/02. (C)/03. (D)
02. “A USP acaba de divulgar estudo advertindo que a
poluição em São Paulo mata o dobro do que o trânsito”. Verbo
A oração em forma desenvolvida que substitui correta e
adequadamente o gerúndio “advertindo” é: Verbo  é a classe de palavras que se flexiona em pessoa,
(A) com a advertência de; número, tempo, modo e voz. Pode indicar, entre outros
(B) quando adverte; processos: ação (correr); estado (ficar); fenômeno (chover);
(C) em que adverte; ocorrência (nascer); desejo (querer).
(D) no qual advertia; O que caracteriza o verbo são as suas flexões, e não os seus
(E) para advertir. possíveis significados. Observe que palavras como corrida,
chuva e nascimento têm conteúdo muito próximo ao de alguns
03. Texto III - Corrida contra o ebola verbos mencionados acima; não apresentam, porém, todas as
possibilidades de flexão que esses verbos possuem.
Já faz seis meses que o atual surto de ebola na África
Ocidental despertou a atenção da comunidade internacional, Estrutura das Formas Verbais
mas nada sugere que as medidas até agora adotadas para refrear Do ponto de vista estrutural, uma forma verbal pode
o avanço da doença tenham sido eficazes. apresentar os seguintes elementos:
Ao contrário, quase metade das cerca de 4.000 contaminações a)  Radical:  é a parte invariável, que expressa o significado
registradas neste ano ocorreram nas últimas três semanas, essencial do verbo. Por exemplo:
e as mais de 2.000 mortes atestam a força da enfermidade. A fal-ei; fal-ava; fal-am. (radical fal-)
escalada levou o diretor do CDC (Centro de Controle e Prevenção
de Doenças) dos EUA, Tom Frieden, a afirmar que a epidemia b) Tema: é o radical seguido da vogal temática que indica a
está fora de controle. conjugação a que pertence o verbo. Por exemplo: fala-r
O vírus encontrou ambiente propício para se propagar. São três as conjugações:
De um lado, as condições sanitárias e econômicas dos países 1ª - Vogal Temática - A - (falar)
afetados são as piores possíveis. De outro, a Organização 2ª - Vogal Temática - E - (vender)
Mundial da Saúde foi incapaz de mobilizar com celeridade 3ª - Vogal Temática - I - (partir)
um contingente expressivo de profissionais para atuar nessas
localidades afetadas. c) Desinência modo-temporal: é o elemento que designa o
Verdade que uma parcela das debilidades da OMS se explica tempo e o modo do verbo.
por problemas financeiros. Só 20% dos recursos da entidade Por exemplo:
vêm de contribuições compulsórias dos países-membros – o falávamos ( indica o pretérito imperfeito do indicativo.)
restante é formado por doações voluntárias. falasse ( indica o pretérito imperfeito do subjuntivo.)
A crise econômica mundial se fez sentir também nessa área,
e a organização perdeu quase US$ 1 bilhão de seu orçamento d)  Desinência número-pessoal:  é o elemento que designa
bianual, hoje de quase US$ 4 bilhões. Para comparação, o CDC a pessoa do discurso ( 1ª, 2ª ou 3ª) e o número (singular ou
dos EUA contou, somente no ano de 2013, com cerca de US$ 6 plural).
falamos (indica a 1ª pessoa do plural.) As frutas amadureceram.
falavam (indica a 3ª pessoa do plural.) Obs.: os verbos unipessoais podem ser usados como verbos
pessoais na linguagem figurada:
Observação:  o verbo pôr, assim como seus derivados Teu irmão amadureceu bastante.
(compor, repor, depor, etc.), pertencem à 2ª conjugação, pois a Entre os unipessoais estão os verbos que significam vozes de
forma arcaica do verbo pôr era poer. A vogal “e”, apesar de haver animais; eis alguns:
desaparecido do infinitivo, revela-se em algumas formas do bramar: tigre
verbo: põe, pões, põem, etc. bramir: crocodilo
cacarejar: galinha
Formas Rizotônicas e Arrizotônicas coaxar: sapo
Ao combinarmos os conhecimentos sobre a estrutura dos cricrilar: grilo
verbos com o conceito de acentuação tônica, percebemos com
facilidade que nas formas rizotônicas, o acento tônico cai no Os principais verbos unipessoais são:
radical do verbo: opino, aprendam,  nutro, por exemplo. Nas 1. cumprir, importar, convir, doer, aprazer, parecer,
formas arrizotônicas, o acento tônico não cai no radical, mas sim ser (preciso, necessário, etc.).
na terminação verbal: opinei, aprenderão, nutriríamos. Cumpre  trabalharmos bastante. (Sujeito:  trabalharmos
bastante.)
Classificação dos Verbos Parece que vai chover. (Sujeito: que vai chover.)
É preciso que chova. (Sujeito: que chova.)
Classificam-se em: 2. fazer e ir, em orações que dão ideia de tempo, seguidos da
a) Regulares:  são aqueles que possuem as desinências conjunção que.
normais de sua conjugação e cuja flexão não provoca alterações Faz  dez anos que deixei de fumar. (Sujeito:  que deixei de
no radical. fumar.)
Vai para (ou Vai em ou Vai por) dez anos que não vejo Cláudia.
Por exemplo: canto     cantei      cantarei     cantava      cantasse (Sujeito: que não vejo Cláudia)
Obs.: todos os sujeitos apontados são oracionais.
b) Irregulares:  são aqueles cuja flexão provoca alterações - Pessoais:  não apresentam algumas flexões por motivos
no radical ou nas desinências. morfológicos ou eufônicos. Por exemplo:
Por exemplo: faço     fiz      farei     fizesse verbo falir. Este verbo teria como formas do presente do
c) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação indicativo falo, fales, fale, idênticas às do verbo falar - o que
completa. Classificam-se em impessoais, unipessoais e pessoais. provavelmente causaria problemas de interpretação em certos
contextos.
- Impessoais: são os verbos que não têm sujeito. verbo computar. Este verbo teria como formas do presente do
Normalmente, são usados na terceira pessoa do singular. Os indicativo computo, computas, computa - formas de sonoridade
principais verbos impessoais são: considerada ofensiva por alguns ouvidos gramaticais. Essas
razões muitas vezes não impedem o uso efetivo de formas
a)  haver, quando sinônimo de existir, acontecer, realizar-se verbais repudiadas por alguns gramáticos: exemplo disso é
ou fazer (em orações temporais). o próprio verbo computar, que, com o desenvolvimento e a
Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam) popularização da informática, tem sido conjugado em todos os
Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram) tempos, modos e pessoas.
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz) d) Abundantes:  são aqueles que possuem mais de uma
forma com o mesmo valor. Geralmente, esse fenômeno costuma
b) fazer, ser e estar (quando indicam tempo) ocorrer no particípio, em que, além das formas regulares
Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. terminadas em -ado ou -ido, surgem as chamadas formas
Era primavera quando a conheci. curtas (particípio irregular). Observe:
Estava frio naquele dia.
Infinitivo Particípio regular Particípio irregular
c) Todos os verbos que indicam fenômenos da natureza
são impessoais: chover, ventar, nevar, gear, trovejar, amanhecer,
escurecer, etc. Quando, porém, se constrói, “Amanheci mal- Anexar Anexado Anexo
humorado”, usa-se o verbo  “amanhecer”  em sentido figurado.
Dispersar Dispersado Disperso
Qualquer verbo impessoal, empregado em sentido figurado,
deixa de ser impessoal para ser pessoal. Eleger Elegido Eleito
Amanheci mal-humorado. (Sujeito desinencial: eu)
Envolver Envolvido Envolto
Choveram candidatos ao cargo. (Sujeito: candidatos)
Fiz quinze anos ontem. (Sujeito desinencial: eu) Imprimir Imprimido Impresso
Matar Matado Morto
d) São impessoais, ainda:
1. o verbo passar (seguido de preposição), indicando tempo. Morrer Morrido Morto
Ex.: Já passa das seis.
Pegar Pegado Pego
2. os verbos  bastar  e  chegar, seguidos da preposição  de,
indicando suficiência. Ex.:  Soltar Soltado Solto
Basta de tolices. Chega de blasfêmias.
3. os verbos  estar  e  ficar  em orações tais como  Está bem, e) Anômalos: são aqueles que incluem mais de um radical
Está muito bem assim, Não fica bem, Fica mal,  sem referência em sua conjugação.
a sujeito expresso anteriormente. Podemos, ainda, nesse caso,
classificar o sujeito como  hipotético, tornando-se, tais verbos, Por exemplo: 
então, pessoais.
Ir Pôr Ser Saber
4. o verbo deu + para da língua popular, equivalente de “ser
possível”. Por exemplo: vou ponho sou sei
Não deu para chegar mais cedo. vais pus és sabes
Dá para me arrumar uns trocados? ides pôs fui soube
fui punha foste saiba
- Unipessoais:  são aqueles que, tendo sujeito, conjugam-se foste seja
apenas nas terceiras pessoas, do singular e do plural.
A fruta amadureceu.
f) Auxiliares estiveras, ele estivera, nós estivéramos, vós estivéreis, eles
São aqueles que entram na formação dos tempos estiveram.
compostos e das locuções verbais. O verbo principal, quando Pretérito Mais-que-perfeito Composto: tinha estado
acompanhado de verbo auxiliar, é expresso numa das formas Futuro do Presente Simples: eu estarei, tu estarás, ele
nominais: infinitivo, gerúndio ou particípio. estará, nós estaremos, vós estareis, eles estarão.
                         Futuro do Presente Composto: terei estado.
  Vou                       espantar           as          moscas. Futuro do Pretérito Simples: eu estaria, tu estarias, ele
(verbo auxiliar)       (verbo principal no infinitivo) estaria, nós estaríamos, vós estaríeis, eles estariam.
Futuro do Pretérito Composto: teria estado.
Está                    chegando            a         hora     do    debate.
(verbo auxiliar)      (verbo principal no gerúndio)                  ESTAR - Modo Subjuntivo e Imperativo
                   
Obs.: os verbos auxiliares mais usados são: ser, estar, ter e Presente: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja, que
haver. nós estejamos, que vós estejais, que eles estejam.
Pretérito Imperfeito: se eu estivesse, se tu estivesses, se
Conjugação dos Verbos Auxiliares ele estivesse, se nós estivéssemos, se vós estivésseis, se eles
estivessem.
SER - Modo Indicativo Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse estado
Futuro Simples: quando eu estiver, quando tu estiveres,
Presente: eu sou, tu és, ele é, nós somos, vós sois, eles são. quando ele estiver, quando nós estivermos, quando vós
Pretérito Imperfeito: eu era, tu eras, ele era, nós éramos, estiverdes, quando eles estiverem.
vós éreis, eles eram. Futuro Composto: Tiver estado.
Pretérito Perfeito Simples: eu fui, tu foste, ele foi, nós
fomos, vós fostes, eles foram. Imperativo Afirmativo: está tu, esteja ele, estejamos nós,
Pretérito Perfeito Composto: tenho sido. estai vós, estejam eles.
Mais-que-perfeito simples: eu fora, tu foras, ele fora, nós Imperativo Negativo: não estejas tu, não esteja ele, não
fôramos, vós fôreis, eles foram. estejamos nós, não estejais vós, não estejam eles.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha sido. Infinitivo Pessoal: por estar eu, por estares tu, por estar ele,
Futuro do Pretérito simples: eu seria, tu serias, ele seria, por estarmos nós, por estardes vós, por estarem eles.
nós seríamos, vós seríeis, eles seriam.
Futuro do Pretérito Composto: terei sido. Formas Nominais
Futuro do Presente: eu serei, tu serás, ele será, nós seremos, Infinitivo: estar
vós sereis, eles serão. Gerúndio: estando
Futuro do Pretérito Composto: Teria sido. Particípio: estado

SER - Modo Subjuntivo ESTAR - Formas Nominais

Presente: que eu seja, que tu sejas, que ele seja, que nós Infinitivo Impessoal: estar
sejamos, que vós sejais, que eles sejam. Infinitivo Pessoal: estar, estares, estar, estarmos, estardes,
Pretérito Imperfeito: se eu fosse, se tu fosses, se ele fosse, estarem.
se nós fôssemos, se vós fôsseis, se eles fossem. Gerúndio: estando
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse sido. Particípio: estado
Futuro Simples: quando eu for, quando tu fores, quando ele
for, quando nós formos, quando vós fordes, quando eles forem. HAVER - Modo Indicativo
Futuro Composto: tiver sido.
Presente: eu hei, tu hás, ele há, nós havemos, vós haveis, eles
SER - Modo Imperativo hão.
Pretérito Imperfeito: eu havia, tu havias, ele havia, nós
Imperativo Afirmativo: sê tu, seja ele, sejamos nós, sede havíamos, vós havíeis, eles haviam.
vós, sejam eles. Pretérito Perfeito Simples: eu houve, tu houveste, ele
Imperativo Negativo: não sejas tu, não seja ele, não sejamos houve, nós houvemos, vós houvestes, eles houveram.
nós, não sejais vós, não sejam eles. Pretérito Perfeito Composto: tenho havido.
Infinitivo Pessoal: por ser eu, por seres tu, por ser ele, por Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu houvera, tu
sermos nós, por serdes vós, por serem eles. houveras, ele houvera, nós houvéramos, vós houvéreis, eles
houveram.
SER - Formas Nominais Pretérito Mais-que-Prefeito Composto: tinha havido.
Futuro do Presente Simples: eu haverei, tu haverás, ele
Formas Nominais haverá, nós haveremos, vós havereis, eles haverão.
Infinitivo: ser Futuro do Presente Composto: terei havido.
Gerúndio: sendo Futuro do Pretérito Simples: eu haveria, tu haverias, ele
Particípio: sido haveria, nós haveríamos, vós haveríeis, eles haveriam.
Futuro do Pretérito Composto: teria havido.
Infinitivo Pessoal : ser eu, seres tu, ser ele, sermos
nós, serdes vós, serem eles. HAVER - Modo Subjuntivo e Imperativo

ESTAR - Modo Indicativo Modo Subjuntivo


Presente: que eu haja, que tu hajas, que ele haja, que nós
Presente: eu estou, tu estás, ele está, nós estamos, vós estais, hajamos, que vós hajais, que eles hajam.
eles estão. Pretérito Imperfeito: se eu houvesse, se tu houvesses, se
Pretérito Imperfeito: eu estava, tu estavas, ele estava, nós ele houvesse, se nós houvéssemos, se vós houvésseis, se eles
estávamos, vós estáveis, eles estavam. houvessem.
Pretérito Perfeito Simples: eu estive, tu estiveste, ele Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse havido.
esteve, nós estivemos, vós estivestes, eles estiveram. Futuro Simples: quando eu houver, quando tu houveres,
Pretérito Perfeito Composto: tenho estado. quando ele houver, quando nós houvermos, quando vós
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu estivera, tu houverdes, quando eles houverem.
Futuro Composto: tiver havido. Veja uma conjugação pronominal essencial (verbo e
respectivos pronomes): 
Modo Imperativo Eu me arrependo 
Imperativo Afirmativo: haja ele, hajamos nós, havei vós, Tu te arrependes 
hajam eles. Ele se arrepende 
Imperativo Negativo: não hajas tu, não haja ele, não Nós nos arrependemos 
hajamos nós, não hajais vós, não hajam eles. Vós vos arrependeis 
Infinitivo Pessoal: por haver eu, por haveres tu, por haver Eles se arrependem
ele, por havermos nós, por haverdes vós, por haverem eles.
 - 2. Acidentais:  são aqueles verbos transitivos diretos em que
HAVER - Formas Nominais a ação exercida pelo sujeito recai sobre o objeto representado por
pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito; assim, o sujeito
Infinitivo Impessoal: haver, haveres, haver, havermos, faz uma ação que recai sobre ele mesmo. Em geral, os verbos
haverdes, haverem. transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos podem ser
Infinitivo Pessoal: haver conjugados com os pronomes mencionados, formando o que se
Gerúndio: havendo chama voz reflexiva. Por exemplo: Maria se penteava.
Particípio: havido A reflexibilidade é acidental, pois a ação reflexiva pode
ser exercida também sobre outra pessoa. Por exemplo:  Maria
TER - Modo Indicativo penteou-me.
 
Presente: eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes, Observações:
eles têm. 1- Por fazerem parte integrante do verbo, os pronomes
Pretérito Imperfeito: eu tinha, tu tinhas, ele tinha, nós oblíquos átonos dos verbos pronominais não possuem função
tínhamos, vós tínheis, eles tinham. sintática.
Pretérito Perfeito Simples: eu tive, tu tiveste, ele teve, nós 2- Há verbos que também são acompanhados de pronomes
tivemos, vós tivestes, eles tiveram. oblíquos átonos, mas que não são essencialmente pronominais,
Pretérito Perfeito Composto: tenho tido. são os verbos reflexivos. Nos verbos reflexivos, os pronomes,
Pretérito Mais-que-Perfeito Simples: eu tivera, tu tiveras, apesar de se encontrarem na pessoa idêntica à do sujeito,
ele tivera, nós tivéramos, vós tivéreis, eles tiveram. exercem funções sintáticas.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tinha tido. Por exemplo:
Futuro do Presente Simples: eu terei, tu terás, ele terá, nós Eu me feri. = Eu(sujeito) - 1ª pessoa do singular me (objeto
teremos, vós tereis, eles terão. direto) - 1ª pessoa do singular
Futuro do Presente: terei tido.
Futuro do Pretérito Simples: eu teria, tu terias, ele teria, Modos Verbais
nós teríamos, vós teríeis, eles teriam.
Futuro do Pretérito composto: teria tido. Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo
verbo na expressão de um fato. Em Português, existem três
TER - Modo Subjuntivo e Imperativo modos: 
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo:
Modo Subjuntivo Eu sempre estudo.
Presente: que eu tenha, que tu tenhas, que ele tenha, que Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por
nós tenhamos, que vós tenhais, que eles tenham. exemplo: Talvez eu estude amanhã.
Pretérito Imperfeito: se eu tivesse, se tu tivesses, se ele Imperativo  - indica uma ordem, um pedido. Por
tivesse, se nós tivéssemos, se vós tivésseis, se eles tivessem. exemplo: Estuda agora, menino.
Pretérito Mais-que-Perfeito Composto: tivesse tido.
Futuro: quando eu tiver, quando tu tiveres, quando ele tiver, Formas Nominais
quando nós tivermos, quando vós tiverdes, quando eles tiverem.
Futuro Composto: tiver tido. Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas
que podem exercer funções de nomes (substantivo, adjetivo,
Modo Imperativo advérbio), sendo por isso denominadas  formas nominais.
Imperativo Afirmativo: tem tu, tenha ele, tenhamos nós, Observe: 
tende vós, tenham eles. - a) Infinitivo Impessoal:  exprime a significação do verbo
Imperativo Negativo: não tenhas tu, não tenha ele, não de modo vago e indefinido, podendo ter valor e função de
tenhamos nós, não tenhais vós, não tenham eles. substantivo. Por exemplo: Viver é lutar. (= vida é luta)
Infinitivo Pessoal: por ter eu, por teres tu, por ter ele, por É indispensável combater a corrupção. (= combate à)
termos nós, por terdes vós, por terem eles. O infinitivo impessoal pode apresentar-se no presente
(forma simples) ou no passado (forma composta). Por exemplo:
g) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com É preciso ler este livro. Era preciso ter lido este livro.
os pronomes oblíquos átonos me, te, se, nos, vos, se, na mesma
pessoa do sujeito, expressando reflexibilidade (pronominais b) Infinitivo Pessoal:  é o infinitivo relacionado às três
acidentais) ou apenas reforçando a ideia já implícita no próprio pessoas do discurso. Na 1ª e 3ª pessoas do singular, não
sentido do verbo (reflexivos essenciais). Veja: apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal;
- 1. Essenciais: são aqueles que sempre se conjugam com os nas demais, flexiona- -se da seguinte maneira:
pronomes oblíquos me, te, se, nos, vos, se. São poucos: abster-se,
ater-se, apiedar-se, atrever-se, dignar-se, arrepender-se, etc. Nos 2ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
verbos pronominais essenciais a reflexibilidade já está implícita 1ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.:termos (nós)
no radical do verbo. Por exemplo: 2ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.:terdes (vós)
Arrependi-me de ter estado lá. 3ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.:terem (eles)
A ideia é de que a pessoa representada pelo sujeito (eu) tem
um sentimento (arrependimento) que recai sobre ela mesma, Por exemplo:
pois não recebe ação transitiva nenhuma vinda do verbo; o Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
pronome oblíquo átono é apenas uma partícula integrante do
verbo, já que, pelo uso, sempre é conjugada com o verbo. Diz- - c) Gerúndio: o gerúndio pode funcionar como adjetivo ou
se que o pronome apenas serve de reforço da ideia reflexiva advérbio. Por exemplo: 
expressa pelo radical do próprio verbo.   Saindo  de casa, encontrei alguns amigos. (função de
advérbio) indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo: Se ele vier à loja,
Nas ruas, havia crianças vendendo doces. (função adjetivo) levará as encomendas.
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; - Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior
na forma composta, uma ação concluída. Por exemplo: ao momento atual mas já terminado antes de outro fato
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro. futuro. Por exemplo:  Quando ele  tiver saído do hospital, nós o
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro. visitaremos.

- d) Particípio:  quando não é empregado na formação dos Presente do Indicativo


tempos compostos, o particípio indica geralmente o resultado
de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e 1ª conjugação/2ª conjugação/3ª conjugação / Desinência
grau. Por exemplo: pessoal
Terminados os exames, os candidatos saíram. CANTAR VENDER PARTIR
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma cantO vendO partO O
relação temporal, assume verdadeiramente a função de adjetivo cantaS vendeS parteS S
(adjetivo verbal). Por exemplo: canta vende parte -
Ela foi a aluna escolhida para representar a escola. cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
cantaIS vendeIS partIS IS
Tempos Verbais cantaM vendeM parteM M

Tomando-se como referência o momento em que se fala, Pretérito Perfeito do Indicativo


a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em diversos tempos.
Veja: 1ª conjugação/2ª conjugação/3ª conjugação/Desinência
pessoal
1. Tempos do Indicativo CANTAR VENDER PARTIR
canteI vendI partI I
- Presente  - Expressa um fato atual. Por exemplo: cantaSTE vendeSTE partISTE STE
Eu estudo neste colégio. cantoU vendeU partiU U
- Pretérito Imperfeito  - Expressa um fato ocorrido num cantaMOS vendeMOS partiMOS MOS
momento anterior ao atual, mas que não foi completamente cantaSTES vendeSTES partISTES STES
terminado. Por exemplo: Ele  estudava  as lições quando foi cantaRAM vendeRAM partiRAM AM
interrompido.
- Pretérito Perfeito (simples)  -  Expressa um fato ocorrido Pretérito mais-que-perfeito
num momento anterior ao atual e que foi totalmente terminado.
Por exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite. 1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. /Desin. Temp. /Desin. Pess.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve 1ª/2ª e 3ª conj.
início no passado e que pode se prolongar até o momento atual. CANTAR VENDER PARTIR - -
Por exemplo: Tenho estudado muito para os exames. cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido cantaRAS vendeRAS partiRAS RA S
antes de outro fato já terminado. Por exemplo: Ele já  tinha cantaRA vendeRA partiRA RA Ø
estudado  as lições quando os amigos chegaram. (forma cantáRAMOS vendêRAMOS partíRAMOS RA MOS
composta) Ele já estudara as lições quando os amigos chegaram. cantáREIS vendêREIS partíREIS RE IS
(forma simples) cantaRAM vendeRAM partiRAM RA M
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve
ocorrer num tempo vindouro com relação ao momento atual. Pretérito Imperfeito do Indicativo
Por exemplo:  Ele estudará as lições amanhã.
- Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve 1ª conjugação / 2ª conjugação / 3ª conjugação
ocorrer posteriormente a um momento atual, mas já terminado CANTAR VENDER PARTIR
antes de outro fato futuro. Por exemplo: Antes de bater o sinal, cantAVA vendIA partIA
os alunos já terão terminado o teste. cantAVAS vendIAS partAS
- Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode CantAVA vendIA partIA
ocorrer posteriormente a um determinado fato passado. Por cantÁVAMOS vendÍAMOS partÍAMOS
exemplo: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias. cantÁVEIS vendÍEIS partÍEIS
- Futuro do Pretérito (composto)  -  Enuncia um fato que cantAVAM vendIAM partIAM
poderia ter ocorrido posteriormente a um determinado fato
passado. Por exemplo:  Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria Futuro do Presente do Indicativo
viajado nas férias.
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
2. Tempos do Subjuntivo CANTAR VENDER PARTIR
cantar ei vender ei partir ei
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento cantar ás vender ás partir ás
atual. Por exemplo: É conveniente que estudes para o exame. cantar á vender á partir á
- Pretérito Imperfeito  -  Expressa um fato passado, mas cantar emos vender emos partir emos
posterior a outro já ocorrido. Por exemplo: Eu esperava que cantar eis vender eis partir eis
ele vencesse o jogo. cantar ão vender ão partir ão

Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções Futuro do Pretérito do Indicativo
em que se expressa a ideia de condição ou desejo. Por exemplo:
Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato. 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente CANTAR VENDER PARTIR
terminado num momento passado. Por exemplo: Embora tenha cantarIA venderIA partirIA
estudado bastante, não passou no teste. cantarIAS venderIAS partirIAS
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode cantarIA venderIA partirIA
ocorrer num momento futuro em relação ao atual. Por exemplo: cantarÍAMOS venderÍAMOS partirÍAMOS
Quando ele vier à loja, levará as encomendas. cantarÍEIS venderÍEIS partirÍEIS
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que cantarIAM venderIAM partirIAM
Presente do Subjuntivo Presente do Subjuntivo Imperativo Negativo
Que eu cante ---
Para se formar o presente do subjuntivo, substitui-se a Que tu cantes Não cantes tu
desinência -o da primeira pessoa do singular do presente do Que ele cante Não cante você
indicativo pela desinência -E (nos verbos de 1ª conjugação) ou Que nós cantemos Não cantemos nós
pela desinência -A (nos verbos de 2ª e 3ª conjugação). Que vós canteis Não canteis vós
Que eles cantem Não cantem eles
1ª conj./2ª conj./3ª conju./Des.Temp./Des.temp./Des. pess
1ª conj. 2ª/3ª conj. Observações:
CANTAR VENDER PARTIR - No modo imperativo não faz sentido usar na 3ª pessoa
cantE vendA partA E A Ø (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma ordem, pedido
cantES vendAS partAS E A S ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se
cantE vendA partA E A Ø fala. Por essa razão, utiliza-se você/vocês.
cantEMOS vendAMOS partAMOS E A MOS - O verbo SER, no imperativo, faz excepcionalmente: sê (tu),
cantEIS vendAIS partAIS E A IS sede (vós).
cantEM vendAM partAM E A M
Infinitivo Impessoal
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
CANTAR VENDER PARTIR
Para formar o imperfeito do subjuntivo, elimina-se a
desinência -STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, Infinitivo Pessoal
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
obtendo-se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse CANTAR VENDER PARTIR
tema a desinência temporal -SSE mais a desinência de número cantar vender partir
e pessoa correspondente. cantarES venderES partirES
cantar vender partir
1ª conj. 2ª conj. 3ª conj. Des. temporal Desin. pessoal cantarMOS venderMOS partirMOS
1ª /2ª e 3ª conj. cantarDES venderDES partirDES
CANTAR VENDER PARTIR cantarEM venderEM partirEM
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantaSSES vendeSSES partiSSES SSE S Questões
cantaSSE vendeSSE partiSSE SSE Ø
cantáSSEMOS vendêSSEMOS partíssemos SSE MOS 01. Considere o trecho a seguir. É comum que objetos
cantáSSEIS vendêSSEIS partíSSEIS SSE IS ___ esquecidos em locais públicos. Mas muitos transtornos
cantaSSE vendeSSEM partiSSEM SSE M poderiam ser evitados se as pessoas ______ a atenção voltada
para seus pertences, conservando-os junto ao corpo. Assinale a
Futuro do Subjuntivo alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas
do texto.
Para formar o futuro do subjuntivo elimina-se a desinência (A) sejam … mantesse
-STE da 2ª pessoa do singular do pretérito perfeito, obtendo- (B) sejam … mantivessem
se, assim, o tema desse tempo. Acrescenta-se a esse tema a (C) sejam … mantém
desinência temporal -R mais a desinência de número e pessoa (D) seja … mantivessem
(E) seja … mantêm
correspondente.
02. Na frase –… os níveis de pessoas sem emprego estão
1ª conj. / 2ª conj. / 3ª conj. / Des. temp. /Desin. pess. apresentando quedas sucessivas de 2005 para cá. –, a locução
1ª /2ª e 3ª conj. verbal em destaque expressa ação
CANTAR VENDER PARTIR (A) concluída.
cantaR vendeR partiR Ø (B) atemporal.
cantaRES vendeRES partiRES R ES (C) contínua.
cantaR vendeR partiR R Ø (D) hipotética.
cantaRMOS vendeRMOS partiRMOS R MOS (E) futura.
cantaRDES vendeRDES partiRDES R DES Respostas
cantaREM vendeREM PartiREM R EM 1-B / 2-C

Imperativo
Domínio da estrutura
Imperativo Afirmativo morfossintática do período.
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente Emprego das classes de
do indicativo a 2ª pessoa do singular (tu) e a segunda pessoa do palavras. Relações de
plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, coordenação entre orações
sem alteração, do presente do subjuntivo. Veja:  e entre termos da oração.
Relações de subordinação
Pres. do Indicativo Imperativo Afirm. Pres. do Subjuntivo
Eu canto --- Que eu cante entre orações e entre termos da
Tu cantas CantA tu Que tu cantes oração.
Ele canta Cante você Que ele cante
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cantemos
Vós cantais CantAI vós Que vós canteis Classes de Palavras
Eles cantam Cantem vocês Que eles cantem
Artigo
Imperativo Negativo
Artigo é a palavra que, vindo antes de um substantivo, indica
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a se ele está sendo empregado de maneira definida ou indefinida.
negação às formas do presente do subjuntivo. Além disso, o artigo indica, ao mesmo tempo, o gênero e o
número dos substantivos.
Classificação dos Artigos - Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relativo
cujo (e flexões).
Artigos Definidos: determinam os substantivos de maneira Este é o homem cujo amigo desapareceu.
precisa: o, a, os, as. Por exemplo: Eu matei o animal. Este é o autor cuja obra conheço.

Artigos Indefinidos:  determinam os substantivos - Não se deve usar artigo antes das palavras casa (no sentido
de maneira vaga:  um, uma, uns, umas. Por exemplo: Eu de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme), a menos que
matei um animal. venham especificadas.
Eles estavam em casa.
Combinação dos Artigos Eles estavam na casa dos amigos.
É muito presente a combinação dos artigos definidos e Os marinheiros permaneceram em terra.
indefinidos com preposições. Este quadro apresenta a forma Os marinheiros permanecem na terra dos anões.
assumida por essas combinações:
- Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento,
Preposições Artigos com exceção de senhor(a), senhorita e dona.
- o, os Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.
a ao, aos - Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome
de do, dos de revistas, jornais, obras literárias.
Li a notícia em O Estado de S. Paulo.
em no, nos
por (per) pelo, pelos Morfossintaxe
a, as um, uns uma, umas Para definir o que é artigo é preciso mencionar suas relações
à, às - - com o substantivo. Assim, nas orações da língua portuguesa,
o artigo exerce a função de adjunto adnominal do substantivo
da, das dum, duns duma, dumas a que se refere. Tal função independe da função exercida pelo
na, nas num, nuns numa, numas substantivo:
pela, pelas - - A existência é uma poesia.
Uma existência é a poesia.
- As formas à e às indicam a fusão da preposição  a com o
artigo definido a. Essa fusão de vogais idênticas é conhecida Questões
por crase.
01. Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo:
Constatemos as circunstâncias em que os artigos se A) Estes são os candidatos que lhe falei.
manifestam: B) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.
C) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
- Considera-se obrigatório o uso do artigo depois do numeral D) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
“ambos”: E) Muito é a procura; pouca é a oferta.
Ambos os garotos decidiram participar das olimpíadas.
02. Em qual dos casos o artigo denota familiaridade?
- Nomes próprios indicativos de lugar admitem o uso do A) O Amazonas é um rio imenso.
artigo, outros não: B) D. Manuel, o Venturoso, era bastante esperto.
São Paulo, O Rio de Janeiro, Veneza, A Bahia... C) O Antônio comunicou-se com o João.
D) O professor João Ribeiro está doente.
- Quando indicado no singular, o artigo definido pode indicar E) Os Lusíadas são um poema épico
toda uma espécie:
O trabalho dignifica o homem. 03.Assinale a alternativa em que o uso do artigo está
substantivando uma palavra.
- No caso de nomes próprios personativos, denotando a ideia A) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves.
de familiaridade ou afetividade, é facultativo o uso do artigo: B) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as entrelinhas.
O Pedro é o xodó da família. C) A navalha ia e vinha no couro esticado.
D) Haroldo ficou encantado com o andar de bailado de Joana.
- No caso de os nomes próprios personativos estarem no E) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada.
plural, são determinados pelo uso do artigo:
Os Maias, os Incas, Os Astecas... Respostas
1-B / 2-C / 3-D
- Usa-se o artigo depois do pronome indefinido todo(a) para
conferir uma ideia de totalidade. Sem o uso dele (o artigo), o Substantivo
pronome assume a noção de qualquer.
Toda a classe parabenizou o professor. (a sala toda) Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é
Toda classe possui alunos interessados e desinteressados. a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam
(qualquer classe) os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos
também nomeiam:
- Antes de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo: -lugares: Alemanha, Porto Alegre...
Adoro o meu vestido longo. Adoro meu vestido longo. -sentimentos: raiva, amor...
- A utilização do artigo indefinido pode indicar uma ideia de -estados: alegria, tristeza...
aproximação numérica: -qualidades: honestidade, sinceridade...
O máximo que ele deve ter é uns vinte anos. -ações: corrida, pescaria...
- O artigo também é usado para substantivar palavras Morfossintaxe do substantivo
oriundas de outras classes gramaticais:
Não sei o porquê de tudo isso. Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral
exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua
como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário
direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra
como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como abelha...
núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural.
do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular
de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie
funções são desempenhadas por grupos de palavras.  (abelhas).
O substantivo enxame é um substantivo coletivo.
Classificação dos Substantivos
Substantivo Coletivo:  é o substantivo comum que, mesmo
1-  Substantivos Comuns e Próprios estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma
Observe a definição: espécie.
Formação dos Substantivos
s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, Substantivos Simples e Compostos
dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município
é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros). Chuva - subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra.

Qualquer “povoação maior que vila, com muitas casas e O substantivo chuva é formado por um único elemento ou
edifícios, dispostos em ruas e avenidas” será chamada  cidade. radical. É um substantivo simples.
Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum. Substantivo Simples:  é aquele formado por um único
Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma elemento.
mesma espécie de forma genérica. Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora:
cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro. O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos
(guarda + chuva). Esse substantivo é composto.
Estamos voando para Barcelona. Substantivo Composto: é aquele formado por dois ou mais
elementos.
O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie Outros exemplos: beija-flor, passatempo.
cidade. Esse substantivo é  próprio. Substantivo Próprio:  é  
aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma Substantivos Primitivos e Derivados
particular. Meu limão meu limoeiro,
meu pé de jacarandá...
Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil.
O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de
2 - Substantivos Concretos e Abstratos nenhum outro dentro de língua portuguesa.
Substantivo Primitivo: é aquele que não deriva de nenhuma
LÂMPADA MALA outra palavra da própria língua portuguesa.
O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir
Os substantivos lâmpada e mala  designam seres com da palavra limão.
existência própria, que são independentes de outros seres. São Substantivo Derivado:  é aquele que se origina de outra
assim, substantivos concretos. palavra.
Substantivo Concreto: é aquele que designa o ser que existe,
independentemente de outros seres. Flexão dos substantivos
O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável
quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo,
Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo pode sofrer variações para indicar:
real e do mundo imaginário. Plural: meninos
Feminino: menina
Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, Aumentativo: meninão
etc. Diminutivo: menininho
Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d’água, fantasma, etc.
  Flexão de Gênero
Observe agora: Gênero  é a propriedade que as palavras têm de indicar
sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa,
Beleza exposta há dois gêneros:  masculino  e  feminino. Pertencem ao
Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos
artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes:
O substantivo beleza designa uma qualidade. O velho e o mar
Substantivo Abstrato:  é aquele que designa seres que Um Natal inesquecível
dependem de outros para se manifestar ou existir. Os reis da praia
Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser  
observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem
que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas:
Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato. A história sem fim
Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, Uma cidade sem passado
ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, As tartarugas ninjas
e sem os quais não podem existir.
vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes
(sentimento).  
Substantivos Biformes (= duas formas):  ao indicar nomes
3 - Substantivos Coletivos de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado
Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o
abelha, mais outra abelha. masculino e outra para o feminino. Observe: gato – gata, homem
Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. – mulher, poeta – poetisa, prefeito - prefeita
Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame.
Substantivos Uniformes: são aqueles que apresentam uma A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino,
única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem
feminino. Classificam-se em: um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que
- Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos. se refere a palavra. Veja:
a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré A criança chorona chamava-se João.
fêmea. A criança chorona chamava-se Maria.
- Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas. Outros substantivos sobrecomuns:
a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, a criatura = João é uma boa criatura. Maria é uma boa
o indivíduo. criatura.
o cônjuge = O cônjuge de João faleceu. O
- Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por cônjuge de Marcela faleceu
meio do artigo.
o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista. Comuns de Dois Gêneros:
Saiba que:
- Substantivos de origem grega terminados em ema ou oma, Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois.
são masculinos. Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher?
o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema. É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, que a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante
variam em seu significado. da notícia informa-nos de que se trata de um homem.
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora) o A distinção de gênero pode ser feita através da análise do
capital (dinheiro) e a capital (cidade) artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo.
o colega - a colega
Formação do Feminino dos Substantivos Biformes um jovem - uma jovem
a) Regra geral: troca-se a terminação -o por -a. artista famoso - artista famosa
aluno - aluna
- A palavra personagem é usada indistintamente nos dois
b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao gêneros.
masculino. a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada
freguês - freguesa preferência pelo masculino:
O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos de
c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três carochinha.
formas: b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino:
- troca-se -ão por -oa. = patrão – patroa O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam
- troca-se -ão por -ã. = campeão - campeã a personagem.
- troca-se -ão por ona. = solteirão - solteirona Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma
personagem.
Exceções: barão – baronesa ladrão- ladra sultão - sultana - Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo
fotográfico Ana Belmonte.
d) Substantivos terminados em -or:
- acrescenta-se -a ao masculino = doutor – doutora Observe o gênero dos substantivos seguintes:
- troca-se -or por -triz: = imperador - imperatriz
Masculinos
e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: o tapa
cônsul - consulesa abade - abadessa poeta - poetisa o eclipse
duque - duquesa conde - condessa profeta - profetisa o lança-perfume
o dó (pena)
f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final o sanduíche
por -a: o clarinete
elefante - elefanta o champanha
o sósia
g) Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e o maracajá
no feminino: o clã
bode – cabra boi - vaca o hosana
o herpes
h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial, o pijama
isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores:
czar – czarina réu - ré Femininos
a dinamite
Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes a áspide
a derme
- Epicenos: a hélice
Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. a alcíone
Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre a filoxera
porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar a clâmide
o masculino e o feminino. a omoplata
Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para a cataplasma
designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de a pane
epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade a mascote
de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. a gênese
A cobra macho picou o marinheiro. a entorse
A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. a libido

Sobrecomuns: - São geralmente masculinos os substantivos de origem


grega terminados em -ma:
Entregue as crianças à natureza. o grama (peso)
o quilograma o lente (professor)
o plasma a lente (vidro de aumento)
o apostema
o diagrama o moral (ânimo)
o epigrama a moral (honestidade, bons costumes, ética)
o telefonema
o estratagema o nascente (lado onde nasce o Sol)
o dilema a nascente (a fonte)
o teorema
o apotegma Flexão de Número do Substantivo
o trema
o eczema Em português, há dois números gramaticais: o singular, que
o edema indica um ser ou um grupo de seres, e
o magma o plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A
característica do plural é o “s” final.
Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc.
Plural dos Substantivos Simples
Gênero dos Nomes de Cidades:
a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e “n”
Com raras exceções, nomes de cidades são femininos. fazem o plural pelo acréscimo de “s”.
A histórica Ouro Preto. pai – pais ímã - ímãs hífen - hifens (sem acento, no
A dinâmica São Paulo. plural).
A acolhedora Porto Alegre. Exceção: cânon - cânones.
Uma Londres imensa e triste.
b) Os substantivos terminados em “m” fazem o plural em
Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. “ns”.
homem - homens.
Gênero e Significação:
c) Os substantivos terminados em “r” e “z” fazem o plural
Muitos substantivos têm uma significação no masculino e pelo acréscimo de “es”.
outra no feminino. revólver – revólveres raiz - raízes
Observe: Atenção: O plural de caráter é caracteres.

o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se
movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à frente no plural, trocando o “l” por “is”.
de um bloco carnavalesco, manejando um bastão) quintal - quintais caracol – caracóis hotel - hotéis
a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.
proibição de trânsito)
e) Os substantivos terminados em “il” fazem o plural de duas
o cabeça (chefe) maneiras:
a cabeça (parte do corpo) - Quando oxítonos, em “is”: canil - canis
- Quando paroxítonos, em “eis”: míssil - mísseis.
o cisma (separação religiosa, dissidência) Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas
a cisma (ato de cismar, desconfiança) maneiras: répteis ou reptis (pouco usada).

o cinza (a cor cinzenta) f) Os substantivos terminados em “s” fazem o plural de duas


a cinza (resíduos de combustão) maneiras:
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo
o capital (dinheiro) de “es”: ás – ases / retrós - retroses
a capital (cidade) - Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis:
o lápis - os lápis / o ônibus - os ônibus.
o coma (perda dos sentidos)
a coma (cabeleira) g) Os substantivos terminados em “ao” fazem o plural de três
maneiras.
o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro) - substituindo o -ão por -ões: ação - ações
a coral (cobra venenosa) - substituindo o -ão por -ães: cão - cães
- substituindo o -ão por -ãos: grão - grãos
o crisma (óleo sagrado, usado na administração da crisma e h) Os substantivos terminados em “x” ficam invariáveis: o
de outros sacramentos) látex - os látex.
a crisma (sacramento da confirmação)
Plural dos Substantivos Compostos
o cura (pároco) A formação do plural dos substantivos compostos depende
a cura (ato de curar) da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam
o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que
o estepe (pneu sobressalente) são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos
a estepe (vasta planície de vegetação) simples:
aguardente e aguardentes girassol e girassóis
o guia (pessoa que guia outras) pontapé e pontapés malmequer e malmequeres
a guia (documento, pena grande das asas das aves)
O plural dos substantivos compostos cujos elementos são
o grama (unidade de peso) ligados por hífen costuma provocar muitas dúvidas e discussões.
a grama (relva) Algumas orientações são dadas a seguir:

o caixa (funcionário da caixa) a) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:


a caixa (recipiente, setor de pagamentos) substantivo + substantivo = couve-flor e couves-flores
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos os shows os shorts os jazz
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens Substantivos já aportuguesados flexionam-se de acordo com
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras as regras de nossa língua:
os clubes os chopes
b) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando os jipes os esportes
formados de: as toaletes os bibelôs
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas os garçons os réquiens
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-
falantes Observe o exemplo:
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos Este jogador faz gols toda vez que joga.
O plural correto seria gois (ô), mas não se usa.
c) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando
formados de: Plural com Mudança de Timbre
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-
colônia e águas-de-colônia Certos substantivos formam o plural com mudança de
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo- timbre da vogal tônica (o fechado / o aberto). É um fato fonético
vapor e cavalos-vapor chamado metafonia (plural metafônico).
substantivo + substantivo que funciona como determinante
do primeiro, ou seja, especifica a função ou o tipo do termo
Singular Plural Singular Plural
anterior.
palavra-chave - palavras-chave corpo (ô) corpos (ó) osso (ô) ossos (ó)
bomba-relógio - bombas-relógio esforço esforços ovo ovos
notícia-bomba - notícias-bomba fogo fogos poço poços
homem-rã - homens-rã forno fornos porto portos
fosso fossos posto postos
d) Permanecem invariáveis, quando formados de: imposto impostos rogo rogos
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora olho olhos tijolo tijolos
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas
Têm a vogal tônica fechada (ô): adornos, almoços, bolsos,
e) Casos Especiais
esposos, estojos, globos, gostos, polvos, rolos, soros, etc.
o louva-a-deus e os louva-a-deus
Obs.: distinga-se molho (ô) = caldo (molho de carne), de
o bem-te-vi e os bem-te-vis
molho (ó) = feixe (molho de lenha).
o bem-me-quer e os bem-me-queres
o joão-ninguém e os joões-ninguém.
Particularidades sobre o Número dos Substantivos
Plural das Palavras Substantivadas
a) Há substantivos que só se usam no singular:
As palavras substantivadas, isto é, palavras de outras classes
o sul, o norte, o leste, o oeste, a fé, etc.
gramaticais usadas como substantivo, apresentam, no plural, as
flexões próprias dos substantivos.
b) Outros só no plural:
Pese bem os prós e os contras.
as núpcias, os víveres, os pêsames, as espadas/os paus
O aluno errou na prova dos noves.
(naipes de baralho), as fezes.
Ouça com a mesma serenidade os sins e os nãos.
Obs.: numerais substantivados terminados em “s” ou “z” não
c) Outros, enfim, têm, no plural, sentido diferente do singular:
variam no plural.
bem (virtude) e bens (riquezas)
Nas provas mensais consegui muitos seis e alguns dez.
honra (probidade, bom nome) e honras (homenagem,
títulos)
Plural dos Diminutivos
d) Usamos às vezes, os substantivos no singular, mas com
Flexiona-se o substantivo no plural, retira-se o “s” final e
sentido de plural:
acrescenta-se o sufixo diminutivo.
Aqui morreu muito negro.
pãe(s) + zinhos = pãezinhos
Celebraram o sacrifício divino muitas vezes em capelas
animai(s) + zinhos = animaizinhos
improvisadas.
botõe(s) + zinhos = botõezinhos
chapéu(s) + zinhos = chapeuzinhos
Flexão de Grau do Substantivo
farói(s) + zinhos = faroizinhos
Grau é a propriedade que as palavras têm de exprimir as
tren(s) + zinhos = trenzinhos
variações de tamanho dos seres. Classifica-se em:
colhere(s) + zinhas = colherezinhas
flore(s) + zinhas = florezinhas
- Grau Normal - Indica um ser de tamanho considerado
mão(s) + zinhas = mãozinhas
normal. Por exemplo: casa
papéi(s) + zinhos = papeizinhos
nuven(s) + zinhas = nuvenzinhas
- Grau Aumentativo - Indica o aumento do tamanho do ser.
funi(s) + zinhos = funizinhos
Classifica-se em:
pé(s) + zitos = pezitos
Analítico = o substantivo é acompanhado de um adjetivo que
indica grandeza. Por exemplo: casa grande.
Plural dos Nomes Próprios Personativos
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
aumento. Por exemplo: casarão.
Devem-se pluralizar os nomes próprios de pessoas sempre
que a terminação preste-se à flexão.
- Grau Diminutivo - Indica a diminuição do tamanho do ser.
Os Napoleões também são derrotados.
Pode ser:
As Raquéis e Esteres.
Analítico = substantivo acompanhado de um adjetivo que
indica pequenez. Por exemplo: casa pequena.
Plural dos Substantivos Estrangeiros
Sintético = é acrescido ao substantivo um sufixo indicador de
Substantivos ainda não aportuguesados devem ser escritos
diminuição. Por exemplo: casinha.
como na língua original, acrescentando -se “s” (exceto quando
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf12.php
terminam em “s” ou “z”).
Questões Bélgica belgo- / Por exemplo: Acampamentos belgo-
franceses
01. A flexão de número do termo “preços-sombra” também
ocorre com o plural de China sino- / Por exemplo: Acordos sino-japoneses
(A) reco-reco.
Espanha hispano- / Por exemplo: Mercado hispano-
(B) guarda-costa.
português
(C) guarda-noturno.
(D) célula-tronco. Europa euro- / Por exemplo: Negociações euro-
(E) sem-vergonha. americanas
França franco- ou galo- / Por exemplo: Reuniões
02. Assinale a alternativa cujas palavras se apresentam
franco-italianas
flexionadas de acordo com a norma-padrão.
(A) Os tabeliãos devem preparar o documento. Grécia greco- / Por exemplo: Filmes greco-romanos
(B) Esses cidadões tinham autorização para portar fuzis.
Inglaterra anglo- / Por exemplo: Letras anglo-
(C) Para autenticar as certidãos, procure o cartório local.
portuguesas
(D) Ao descer e subir escadas, segure-se nos corrimãos.
(E) Cuidado com os degrais, que são perigosos! Itália ítalo- / Por exemplo: Sociedade ítalo-
portuguesa
03. Indique a alternativa em que a flexão do substantivo está
Japão nipo- / Por exemplo: Associações nipo-
errada:
brasileiras
A) Catalães.
B) Cidadãos. Portugal luso- / Por exemplo: Acordos luso-brasileiros
C) Vulcães.
D) Corrimões. Flexão dos adjetivos
Respostas
1-D / 2-D / 3-C O adjetivo varia em gênero, número e grau.

Adjetivo Gênero dos Adjetivos

Adjetivo é a palavra que expressa uma qualidade ou Os adjetivos concordam com o substantivo a que se referem
característica do ser e se relaciona com o substantivo. (masculino e feminino). De forma semelhante aos substantivos,
Ao analisarmos a palavra bondoso, por exemplo, percebemos classificam-se em: 
que, além de expressar uma qualidade, ela pode ser colocada ao Biformes - têm duas formas, sendo uma para o masculino e
lado de um substantivo: homem bondoso, moça bondosa, pessoa outra para o feminino.
bondosa.
Já com a palavra bondade, embora expresse uma qualidade, Por exemplo: ativo e ativa, mau e má, judeu e judia.
não acontece o mesmo; não faz sentido dizer: homem bondade,
moça bondade, pessoa bondade.  Se o adjetivo é composto e biforme, ele flexiona no feminino
Bondade, portanto, não é adjetivo, mas substantivo. somente o último elemento.
Por exemplo: o moço norte-americano, a moça norte-
Morfossintaxe do Adjetivo: americana. 
O adjetivo exerce sempre funções sintáticas (função dentro
de uma oração) relativas aos substantivos, atuando como adjunto Uniformes - têm uma só forma tanto para o masculino como
adnominal ou como predicativo (do sujeito ou do objeto). para o feminino. Por exemplo: homem feliz e mulher feliz.
Se o adjetivo é composto e uniforme, fica invariável no
Adjetivo Pátrio feminino. Por exemplo: conflito político-social e desavença
Indica a nacionalidade ou o lugar de origem do ser. Observe político-social.
alguns deles:
Estados e cidades brasileiros: Número dos Adjetivos

Plural dos adjetivos simples


Alagoas alagoano
Os adjetivos simples flexionam-se no plural de acordo com
Amapá amapaense as regras estabelecidas para a flexão numérica dos substantivos
simples.
Aracaju aracajuano ou aracajuense
Por exemplo:
Amazonas amazonense ou baré mau e maus
feliz e felizes
Belo Horizonte belo-horizontino
ruim e ruins
Brasília brasiliense boa e boas
Cabo Frio cabo-friense Caso o adjetivo seja uma palavra que também exerça função
Campinas campineiro ou campinense de substantivo, ficará invariável, ou seja, se a palavra que estiver
qualificando um elemento for, originalmente, um substantivo,
Adjetivo Pátrio Composto  ela manterá sua forma primitiva. Exemplo: a palavra  cinza  é
Na formação do adjetivo pátrio composto, o primeiro originalmente um substantivo; porém, se estiver qualificando
elemento aparece na forma reduzida e, normalmente, erudita. um elemento, funcionará como adjetivo. Ficará, então, invariável.
Observe alguns exemplos: Logo: camisas cinza, ternos cinza.
Veja outros exemplos:
África afro- / Por exemplo: Cultura afro-americana Motos vinho (mas: motos verdes)
Alemanha germano- ou teuto- / Por exemplo: Paredes musgo (mas: paredes brancas).
Competições teuto-inglesas Comícios monstro (mas: comícios grandiosos).
América américo- / Por exemplo: Companhia
américo-africana
Adjetivo Composto 4) Sou  menos alto  (do) que  você.  = Comparativo de
Inferioridade
É aquele formado por dois ou mais elementos. Normalmente, Sou menos passivo (do) que tolerante.
esses elementos são ligados por hífen. Apenas o último elemento
concorda com o substantivo a que se refere; os demais ficam Superlativo
na forma masculina, singular. Caso um dos elementos que
formam o adjetivo composto seja um substantivo adjetivado, O superlativo expressa qualidades num grau muito
todo o adjetivo composto ficará invariável. Por exemplo:  a elevado ou em grau máximo. O grau superlativo pode ser
palavra rosa é originalmente um substantivo, porém, se estiver absoluto ou relativo e apresenta as seguintes modalidades:
qualificando um elemento, funcionará como adjetivo. Caso se Superlativo Absoluto:  ocorre quando a qualidade de um
ligue a outra palavra por hífen, formará um adjetivo composto; ser é intensificada, sem relação com outros seres. Apresenta-se
como é um substantivo adjetivado, o adjetivo composto inteiro nas formas:
ficará invariável. Por exemplo: Analítica: a intensificação se faz com o auxílio de palavras
Camisas rosa-claro. que dão ideia de intensidade (advérbios). Por exemplo: O
Ternos rosa-claro. secretário é muito inteligente.
Olhos verde-claros. Sintética: a intensificação se faz por meio do acréscimo de
Calças azul-escuras e camisas verde-mar. sufixos.
Telhados marrom-café e paredes verde-claras. Por exemplo:
O secretário é inteligentíssimo.
Observe
- Azul-marinho, azul-celeste, ultravioleta e qualquer adjetivo Observe alguns superlativos sintéticos: 
composto iniciado por cor-de-... são sempre invariáveis.
- O adjetivo composto pele-vermelha têm os dois elementos
benéfico beneficentíssimo
flexionados.
bom boníssimo ou ótimo
Grau do Adjetivo
comum comuníssimo
Os adjetivos flexionam-se em grau para indicar a cruel crudelíssimo
intensidade da qualidade do ser. São dois os graus do adjetivo:
o comparativo e o superlativo. difícil dificílimo
doce dulcíssimo
Comparativo
fácil facílimo
Nesse grau, comparam-se a mesma característica fiel fidelíssimo
atribuída a dois ou mais seres ou duas ou mais características
atribuídas ao mesmo ser. O comparativo pode ser de igualdade, Superlativo Relativo: ocorre quando a qualidade de um ser
de superioridade ou de inferioridade. Observe os exemplos é intensificada em relação a um conjunto de seres. Essa relação
abaixo: pode ser:
De Superioridade: Clara é a mais bela da sala.
1) Sou tão alto como você.  = Comparativo de Igualdade De Inferioridade: Clara é a menos bela da sala.
No comparativo de igualdade, o segundo termo da
comparação é introduzido pelas palavras como, quanto ou quão. Note bem:
1)  O superlativo absoluto analítico é expresso por meio
2) Sou  mais alto  (do) que  você.  = Comparativo de dos advérbios muito, extremamente, excepcionalmente, etc.,
Superioridade Analítico antepostos ao adjetivo.
No comparativo de superioridade analítico, entre os dois 2)  O superlativo absoluto sintético apresenta-se sob duas
substantivos comparados, um tem qualidade superior. A forma é formas : uma erudita, de origem latina, outra popular, de origem
analítica porque pedimos auxílio a “mais...do que” ou “mais...que”. vernácula. A forma erudita é constituída pelo radical do adjetivo
latino +  um dos sufixos -íssimo, -imo ou érrimo. Por exemplo:
3) O Sol é  maior (do) que  a Terra.  = Comparativo de fidelíssimo, facílimo, paupérrimo.
Superioridade Sintético A forma popular é constituída do radical do adjetivo
português + o sufixo -íssimo: pobríssimo, agilíssimo.
Alguns adjetivos possuem, para o comparativo de 3) Em vez dos superlativos normais seriíssimo, precariíssimo,
superioridade, formas sintéticas, herdadas do latim. necessariíssimo, preferem-se, na linguagem atual, as formas
seríssimo, precaríssimo, necessaríssimo, sem o desagradável
São eles: hiato i-í.
bom-melhor
pequeno-menor Questões
mau-pior
alto-superior 01. Leia o texto a seguir.
grande-maior
baixo-inferior Violência epidêmica

Observe que:  A violência urbana é uma enfermidade contagiosa. Embora


a) As formas menor e pior são comparativos de superioridade, possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes
pois equivalem a mais pequeno e mais mau, respectivamente. sociais, é nos bairros pobres que ela adquire características
b) Bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas epidêmicas.
(melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas A prevalência varia de um país para outro e entre as cidades
entre duas qualidades de um mesmo elemento, deve-se usar de um mesmo país, mas, como regra, começa nos grandes
as formas analíticas mais bom, mais mau, mais grande e mais centros urbanos e se dissemina pelo interior.
pequeno. As estratégias que as sociedades adotam para combater a
Por exemplo: Pedro é maior do que Paulo - Comparação de violência variam muito e a prevenção das causas evoluiu muito
dois elementos. pouco no decorrer do século 20, ao contrário dos avanços
Pedro é  mais grande  que pequeno -  comparação de duas ocorridos no campo das infecções, câncer, diabetes e outras
qualidades de um mesmo elemento. enfermidades.
A agressividade impulsiva é consequência de perturbações Pronome
nos mecanismos biológicos de controle emocional. Tendências
agressivas surgem em indivíduos com dificuldades adaptativas Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele
que os tornam despreparados para lidar com as frustrações de se refere, ou ainda, que acompanha o nome qualificando-o de
seus desejos. alguma forma.
A violência é uma doença. Os mais vulneráveis são os que A moça era mesmo bonita. Ela morava nos meus sonhos!
tiveram a personalidade formada num ambiente desfavorável ao [substituição do nome]
desenvolvimento psicológico pleno.
A revisão de estudos científicos permite identificar três A moça que morava nos meus sonhos era mesmo bonita!
fatores principais na formação das personalidades com maior [referência ao nome]
inclinação ao comportamento violento:
1) Crianças que apanharam, foram vítimas de abusos, Essa moça morava nos meus sonhos!
humilhadas ou desprezadas nos primeiros anos de vida. [qualificação do nome]
2) Adolescentes vivendo em famílias que não lhes Grande parte dos pronomes não possuem significados
transmitiram valores sociais altruísticos, formação moral e não fixos, isto é, essas palavras só adquirem significação dentro de
lhes impuseram limites de disciplina. um contexto, o qual nos permite recuperar a referência exata
3) Associação com grupos de jovens portadores de daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no
comportamento antissocial. ato da comunicação. Com exceção dos pronomes interrogativos
Na periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crianças e indefinidos, os demais pronomes têm por função principal
que se enquadram nessas três condições de risco. Associados à apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar,
falta de acesso aos recursos materiais, à desigualdade social, indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude
esses fatores de risco criam o caldo de cultura que alimenta a dessa característica, os pronomes apresentam uma forma
violência crescente nas cidades. específica para cada pessoa do discurso.
Na falta de outra alternativa, damos à criminalidade a
resposta do aprisionamento. Porém, seu efeito é passageiro: o Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
criminoso fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver [minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
preso.
Ao sair, estará mais pobre, terá rompido laços familiares Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
e sociais e dificilmente encontrará quem lhe dê emprego. Ao [tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]
mesmo tempo, na prisão, terá criado novas amizades e conexões
mais sólidas com o mundo do crime. A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
Construir cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda. [dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]
Obrigados a optar por uma repressão policial mais ativa,
aumentaremos o número de prisioneiros. As cadeias continuarão Em termos morfológicos, os pronomes são palavras
superlotadas. variáveis  em gênero (masculino ou feminino) e em número
Seria mais sensato investir em educação, para prevenir a (singular ou plural). Assim, espera-se que a referência através
criminalidade e tratar os que ingressaram nela. do pronome seja coerente em termos de gênero e número
Na verdade, não existe solução mágica a curto prazo. (fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando
Precisamos de uma divisão de renda menos brutal, motivar os este se apresenta ausente no enunciado.
policiais a executar sua função com dignidade, criar leis que
acabem com a impunidade dos criminosos bem-sucedidos e Fala-se de Roberta. Ele  quer participar do desfile
construir cadeias novas para substituir as velhas. da nossa escola neste ano.
Enquanto não aprendermos a educar e oferecer medidas [nossa: pronome que qualifica “escola” = concordância
preventivas para que os pais evitem ter filhos que não serão adequada]
capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de integrá-los [neste: pronome que determina “ano” = concordância
na sociedade por meio da educação formal de bom nível, das adequada]
práticas esportivas e da oportunidade de desenvolvimento [ele: pronome que faz referência à “Roberta” = concordância
artístico. inadequada]
(Drauzio Varella. In Folha de S.Paulo, 9 mar.2002. Adaptado)
Existem seis tipos de pronomes:  pessoais, possessivos,
Em – características epidêmicas –, o adjetivo epidêmicas demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos.
corresponde a – características de epidemias.
Assinale a alternativa em que, da mesma forma, o adjetivo Pronomes Pessoais
em destaque corresponde, corretamente, à expressão indicada.
A) água fluvial – água da chuva. São aqueles que substituem os substantivos, indicando
B) produção aurífera – produção de ouro. diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve
C) vida rupestre – vida do campo. assume os pronomes “eu” ou “nós”, usa os pronomes “tu”, “vós”,
D) notícias brasileiras – notícias de Brasília. “você” ou “vocês” para designar a quem se dirige e “ele”, “ela”,
E) costela bovina – costela de porco. “eles” ou “elas” para fazer referência à pessoa ou às pessoas de
quem fala.
02.Não se pluraliza os adjetivos compostos abaixo, exceto: Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções
A) azul-celeste que exercem nas orações, podendo ser do caso reto ou do caso
B) azul-pavão oblíquo.
C) surda-muda
D) branco-gelo Pronome Reto

03.Assinale a única alternativa em que os adjetivos não Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença,
estão no grau superlativo absoluto sintético: exerce a função de sujeito ou predicativo do sujeito.
A) Arquimilionário/ ultraconservador; Nós lhe ofertamos flores.
B) Supremo/ ínfimo;
C) Superamigo/ paupérrimo; Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero
D) Muito amigo/ Bastante pobre (apenas na 3ª pessoa) e pessoa, sendo essa última a principal
flexão, uma vez que marca a pessoa do discurso. Dessa forma, o
Respostas quadro dos pronomes retos é assim configurado:
1-B / 2-C / 3-D - 1ª pessoa do singular: eu
- 2ª pessoa do singular: tu Atenção:
- 3ª pessoa do singular: ele, ela Os pronomes o, os, a, as assumem formas especiais depois
- 1ª pessoa do plural: nós de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em -z,
- 2ª pessoa do plural: vós -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, la ou las, ao mesmo
- 3ª pessoa do plural: eles, elas tempo que a terminação verbal é suprimida.
Por exemplo: fiz + o = fi-lo
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como fazei + o = fazei-os
complementos verbais na língua-padrão. Frases como “Vi dizer + a = dizê-la
ele na rua”, “Encontrei ela na praça”, “Trouxeram eu até aqui”,
comuns na língua oral cotidiana, devem ser evitadas na língua Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume
formal escrita ou falada. Na língua formal, devem ser usados os as formas no, nos, na, nas. Por exemplo:
pronomes oblíquos correspondentes: “Vi-o na rua”, “Encontrei-a viram + o: viram-no
na praça”, “Trouxeram-me até aqui”. repõe + os = repõe-nos
Obs.: frequentemente observamos a  omissão  do pronome retém + a: retém-na
reto em Língua Portuguesa. Isso se dá porque as próprias formas tem + as = tem-nas
verbais marcam, através de suas desinências, as pessoas do
verbo indicadas pelo pronome reto. Pronome Oblíquo Tônico
Fizemos boa viagem. (Nós)
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre
Pronome Oblíquo precedidos por preposições, em geral as preposições a, para, de
e com. Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a função
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte.
exerce a função de complemento verbal (objeto direto ou  O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim
indireto) ou complemento nominal. configurado:

Ofertaram-nos flores. (objeto indireto) - 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo


Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma variante - 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
do pronome pessoal do caso reto. Essa variação indica a função - 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
diversa que eles desempenham na oração: pronome reto marca - 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
o sujeito da oração; pronome oblíquo marca o complemento da - 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
oração. - 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com
a acentuação tônica que possuem, podendo ser átonos ou tônicos. Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico
são a primeira pessoa (mim) e segunda pessoa (ti). As demais
Pronome Oblíquo Átono repetem a forma do pronome pessoal do caso reto.
- As preposições essenciais introduzem sempre pronomes
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são pessoais do caso oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos
precedidos de preposição. Possuem acentuação tônica  fraca. contextos interlocutivos que exigem o uso da língua formal, os
Ele me deu um presente. pronomes costumam ser usados desta forma:
Não há mais nada entre mim e ti.
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado: Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
- 1ª pessoa do singular (eu): me Não há nenhuma acusação contra mim.
- 2ª pessoa do singular (tu): te Não vá sem mim.
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
- 1ª pessoa do plural (nós): nos Atenção:
- 2ª pessoa do plural (vós): vos Há construções em que a preposição, apesar de surgir
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo
verbo está no infinitivo. Nesses casos, o verbo pode ter sujeito
Observações: expresso; se esse sujeito for um pronome, deverá ser do caso
O “lhe” é o único pronome oblíquo átono que já se reto.
apresenta na forma contraída, ou seja, houve a união entre o
pronome “o” ou “a” e preposição “a” ou “para”. Por acompanhar Trouxeram vários vestidos para eu experimentar.
diretamente uma preposição, o pronome “lhe” exerce sempre a Não vá sem eu mandar.
função de objeto indireto na oração.
- A combinação da preposição  “com” e alguns pronomes
Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser objetos originou as formas especiais comigo, contigo, consigo,
diretos como objetos indiretos. conosco e convosco. Tais pronomes oblíquos tônicos
Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como frequentemente exercem a função de  adjunto adverbial de
objetos diretos. companhia.
Ele carregava o documento consigo.
Saiba que:
Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e lhes podem combinar-se - As formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com
com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo, nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados
mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-lo, no-los, no- por palavras como outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou
la, no-las, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas formas algum numeral.
nos exemplos que seguem:
Você terá de viajar com nós todos.
Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.
- Trouxeste o pacote? - Não contaram a novidade a Ele disse que iria com nós três.
vocês?
- Sim, entreguei-to ainda há - Não, no-la contaram. Pronome Reflexivo
pouco. São pronomes pessoais oblíquos que, embora funcionem
como objetos direto ou indireto, referem-se ao sujeito da oração.
No português do Brasil, essas combinações não são usadas; Indicam que o sujeito pratica e recebe a ação expressa pelo
até mesmo na língua literária atual, seu emprego é muito raro.  verbo.
O quadro dos pronomes reflexivos é assim configurado: pessoa. Assim, os verbos, os pronomes possessivos e os
pronomes oblíquos empregados em relação a eles devem ficar
- 1ª pessoa do singular (eu): me, mim. na 3ª pessoa.
Eu não me vanglorio disso. Basta que V. Ex.ª cumpra a terça parte das suas promessas,
Olhei para mim no espelho e não gostei do que vi. para que seus eleitores lhe fiquem reconhecidos.

- 2ª pessoa do singular (tu): te, ti. c) Uniformidade de Tratamento:  quando escrevemos ou


Assim tu te prejudicas. nos dirigimos a alguém, não é permitido mudar, ao longo do
Conhece a ti mesmo. texto, a pessoa do tratamento escolhida inicialmente. Assim,
por exemplo, se começamos a chamar alguém de “você”, não
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): se, si, consigo. poderemos usar “te” ou “teu”. O uso correto exigirá, ainda, verbo
Guilherme já se preparou. na terceira pessoa.
Ela deu a si um presente. Quando você vier, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus
Antônio conversou consigo mesmo. cabelos. (errado)
Quando você vier, eu a abraçarei e enrolar-me-ei nos seus
- 1ª pessoa do plural (nós): nos. cabelos. (correto)
Lavamo-nos no rio. Quando tu vieres, eu te abraçarei e enrolar-me-ei nos teus
cabelos. (correto)
- 2ª pessoa do plural (vós): vos.
Vós vos beneficiastes com a esta conquista. Pronomes Possessivos

- 3ª pessoa do plural (eles, elas): se, si, consigo. São palavras que, ao indicarem a pessoa gramatical
Eles se conheceram. (possuidor), acrescentam a ela a ideia de posse de algo (coisa
Elas deram a si um dia de folga. possuída).
Este caderno é meu. (meu = possuidor: 1ª pessoa do singular)
A Segunda Pessoa Indireta
Observe o quadro:
A chamada segunda pessoa indireta manifesta-se quando
utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso Número Pessoa Pronome
interlocutor ( portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na singular primeira meu(s), minha(s)
terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de tratamento,
que podem ser observados no quadro seguinte: singular segunda teu(s), tua(s)
singular terceira seu(s), sua(s)
Pronomes de Tratamento
plural primeira nosso(s), nossa(s)
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques plural segunda vosso(s), vossa(s)
Vossa Eminência V. Ema.(s) cardeais
Vossa Reverendíssima V. Revma.(s) sacerdotes e bispos plural terceira seu(s), sua(s)
Vossa Excelência V. Ex.ª (s) altas autoridades e
oficiais-generais Note que: A forma do possessivo depende da pessoa
Vossa Magnificência V. Mag.ª (s) reitores de gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com
universidades o objeto possuído.
Vossa Majestade V. M. reis e rainhas Ele trouxe seu apoio e sua contribuição naquele momento
Vossa Majestade Imperial V. M. I. Imperadores difícil.
Vossa Santidade V. S. Papa
Vossa Senhoria V. S.ª (s) tratamento Observações:
cerimonioso
Vossa Onipotência V. O. Deus 1 - A forma “seu” não é um possessivo quando resultar da
alteração fonética da palavra senhor.
Também são pronomes de tratamento o senhor, a - Muito obrigado, seu José.
senhora e você, vocês. “O senhor” e “a senhora” são empregados
no tratamento cerimonioso; “você” e “vocês”, no tratamento 2 - Os pronomes possessivos nem sempre indicam posse.
familiar. Você e vocês são largamente empregados no português Podem ter outros empregos, como:
do Brasil; em algumas regiões, a forma  tu  é de uso frequente; a) indicar afetividade.
em outras, pouco empregada. Já a forma vós tem uso restrito à - Não faça isso, minha filha.
linguagem litúrgica, ultraformal ou literária. b) indicar cálculo aproximado.
Ele já deve ter seus 40 anos.
Observações: c) atribuir valor indefinido ao substantivo.
a) Vossa Excelência X Sua Excelência:  os pronomes de Marisa tem lá seus defeitos, mas eu gosto muito dela.
tratamento que possuem “Vossa (s)”  são empregados em
relação à pessoa com quem falamos. 3- Em frases onde se usam pronomes de tratamento, o
Espero que V. Ex.ª, Senhor Ministro, compareça a este pronome possessivo fica na 3ª pessoa.
encontro. Vossa Excelência trouxe sua mensagem?
Emprega-se “Sua (s)” quando se fala a respeito da pessoa.
Todos os membros da C.P.I. afirmaram que Sua Excelência, o 4- Referindo-se a mais de um substantivo, o possessivo
Senhor Presidente da República, agiu com propriedade. concorda com o mais próximo.
Trouxe-me seus livros e anotações.
- Os pronomes de tratamento representam uma forma
indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao 5- Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos
tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, átonos assumem valor de possessivo.
estamos nos endereçando à excelência que esse deputado Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus passos.)
supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa.
Pronomes Demonstrativos
b)  3ª pessoa:  embora os pronomes de tratamento dirijam- Os pronomes demonstrativos são utilizados para explicitar a
se à  2ª pessoa, toda a concordância deve ser feita com a 3ª posição de uma certa palavra em relação a outras ou ao contexto.
Essa relação pode ocorrer em termos de espaço, no tempo ou O referido deputado e o Dr. Alcides eram amigos íntimos;
discurso. aquele casado, solteiro este. [ou então: este solteiro, aquele casado]
e) O pronome demonstrativo tal pode ter conotação irônica.
No espaço: A menina foi a tal que ameaçou o professor?
Compro este carro (aqui). O pronome este indica que o carro f) Pode ocorrer a contração das preposições a, de, em com
está perto da pessoa que fala. pronome demonstrativo:  àquele, àquela, deste, desta, disso,
Compro esse carro (aí). O pronome  esse  indica que o carro nisso, no, etc.
está perto da pessoa com quem falo, ou afastado da pessoa que Não acreditei no que estava vendo. (no = naquilo)
fala.
Compro aquele carro (lá). O pronome aquele diz que o carro Pronomes Indefinidos
está afastado da pessoa que fala e daquela com quem falo.
  São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso,
Atenção:  em situações de fala direta (tanto ao vivo quanto dando-lhe sentido vago (impreciso) ou expressando quantidade
por meio de correspondência, que é uma modalidade escrita de indeterminada.
fala), são particularmente importantes o este e o esse - o primeiro Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas recém-
localiza os seres em relação ao emissor; o segundo, em relação plantadas.
ao destinatário. Trocá-los pode causar ambiguidade. Não é difícil perceber que  “alguém”  indica uma pessoa
de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma
Dirijo-me a essa universidade com o objetivo de solicitar imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano
informações sobre o concurso vestibular. (trata-se da universidade que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou
destinatária). não se quer revelar. 
Reafirmamos a disposição  desta  universidade em participar
no próximo Encontro de Jovens. (trata-se da universidade que Classificam-se em:
envia a mensagem).
- Pronomes Indefinidos Substantivos:  assumem o lugar
No tempo: do ser ou da quantidade aproximada de seres na frase. São
Este ano está sendo bom para nós. O pronome este se refere eles:  algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém,
ao ano presente. outrem, quem, tudo.
Esse ano que passou foi razoável. O pronome esse se refere a Algo o incomoda?
um passado próximo. Quem avisa amigo é.
Aquele ano foi terrível para todos. O pronome aquele está se
referindo a um passado distante. - Pronomes Indefinidos Adjetivos:  qualificam um ser
  expresso na frase, conferindo-lhe a noção de quantidade
- Os pronomes demonstrativos podem ser variáveis ou aproximada. São eles: cada, certo(s), certa(s).
invariáveis, observe: Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.
Variáveis: este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s).
Invariáveis: isto, isso, aquilo. Note que: Ora são pronomes indefinidos substantivos, ora
pronomes indefinidos adjetivos:
- Também aparecem como pronomes demonstrativos: algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos),
- o(s), a(s): quando estiverem antecedendo o “que” e puderem demais, mais, menos, muito(s), muita(s), nenhum, nenhuns,
ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo. nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
Não ouvi o que disseste. (Não ouvi aquilo que disseste.) quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s),
Essa rua não é a que te indiquei. (Esta rua não é aquela que tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, várias.
te indiquei.)
- mesmo(s), mesma(s): Menos palavras e mais ações.
Estas são as mesmas pessoas que o procuraram ontem. Alguns se contentam pouco.
- próprio(s), própria(s):
Os próprios alunos resolveram o problema. Os pronomes indefinidos podem ser divididos
em variáveis e invariáveis. Observe:
- semelhante(s):
Não compre semelhante livro. Variáveis = algum, nenhum, todo, muito, pouco, vário, tanto,
- tal, tais: outro, quanto, alguma, nenhuma, toda, muita, pouca, vária,
Tal era a solução para o problema. tanta, outra, quanta, qualquer, quaisquer, alguns, nenhuns,
todos, muitos, poucos, vários, tantos, outros, quantos, algumas,
Note que: nenhumas, todas, muitas, poucas, várias, tantas, outras, quantas.
Invariáveis = alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, algo,
a)  Não raro os demonstrativos aparecem na frase, em cada.
construções redundantes, com finalidade expressiva, para
salientar algum termo anterior. Por exemplo: São  locuções pronominais indefinidas: cada qual, cada um,
Manuela, essa é que dera em cheio casando com o José Afonso. qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for,
Desfrutar das belezas brasileiras, isso é que é sorte! seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou
b)  O pronome demonstrativo neutro  ou  pode representar qual, um ou outro, uma ou outra, etc.
um termo ou o conteúdo de uma oração inteira, caso em que Cada um escolheu o vinho desejado.
aparece, geralmente, como objeto direto, predicativo ou aposto.
O casamento seria um desastre. Todos o pressentiam. Indefinidos Sistemáticos
c)  Para evitar a repetição de um verbo anteriormente
expresso, é comum empregar-se, em tais casos, o verbo fazer, Ao observar atentamente os pronomes indefinidos,
chamado, então, verbo vicário (= que substitui, que faz as vezes percebemos que existem alguns grupos que criam oposição
de). de sentido. É o caso de: algum/alguém/algo, que têm sentido
Ninguém teve coragem de falar antes que ela o fizesse. afirmativo, e nenhum/ninguém/nada, que têm sentido negativo;
d)  Em frases como a seguinte,  este  se refere à pessoa todo/tudo,  que indicam uma totalidade afirmativa, e  nenhum/
mencionada em último lugar; aquele, à mencionada em primeiro nada, que indicam uma totalidade negativa; alguém/ninguém,
lugar. que se referem à pessoa, e  algo/nada, que se referem à coisa;
certo, que particulariza, e qualquer, que generaliza.
Essas oposições de sentido são muito importantes na Emprestei tantos quantos foram necessários.
construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas (antecedente)
vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos
expostos. Observe nas frases seguintes a força que os pronomes Ele fez tudo quanto havia falado.
indefinidos destacados imprimem às afirmações de que fazem (antecedente)
parte:
Nada do que tem sido feito produziu qualquer resultado f)  O pronome  “quem” se refere a pessoas e vem sempre
prático. precedido de preposição.
Certas  pessoas conseguem perceber sutilezas: não são
pessoas quaisquer. É um professor a quem muito devemos.
(preposição)
Pronomes Relativos
g)  “Onde”, como pronome relativo, sempre possui
São aqueles que representam nomes já mencionados antecedente e só pode ser utilizado na indicação de lugar.
anteriormente e com os quais se relacionam. Introduzem as A casa onde morava foi assaltada.
orações subordinadas adjetivas.
O racismo é um sistema  que  afirma a superioridade de um h) Na indicação de tempo, deve-se empregar quando ou em
grupo racial sobre outros. que.
(afirma a superioridade de um grupo racial sobre outros = Sinto saudades da época em que (quando) morávamos no
oração subordinada adjetiva). exterior.
O pronome relativo “que” refere-se à palavra “sistema” e
introduz uma oração subordinada. Diz-se que a palavra “sistema” i) Podem ser utilizadas como pronomes relativos as palavras:
é antecedente do pronome relativo que. - como (= pelo qual)
O antecedente do pronome relativo pode ser o pronome Não me parece correto o modo como você agiu semana
demonstrativo o, a, os, as. passada.
Não sei o que você está querendo dizer. - quando (= em que)
Às vezes, o antecedente do pronome relativo não vem Bons eram os tempos quando podíamos jogar videogame.
expresso.
Quem casa, quer casa. j)  Os pronomes relativos permitem reunir duas orações
numa só frase.
Observe: O futebol é um esporte.
Pronomes relativos variáveis = o qual, cujo, quanto, os quais, O povo gosta muito deste esporte.
cujos, quantos, a qual, cuja, quanta, as quais, cujas, quantas. O futebol é um esporte de que o povo gosta muito.
Pronomes relativos invariáveis = quem, que, onde.
k)  Numa série de orações adjetivas coordenadas, pode
Note que: ocorrer a elipse do relativo “que”.
a)  O pronome  “que”  é o relativo de mais largo emprego, A sala estava cheia de gente que conversava, (que) ria,
sendo por isso chamado relativo universal. Pode ser substituído (que) fumava.
por o qual, a qual, os quais, as quais, quando seu antecedente for
um substantivo. Pronomes Interrogativos

O trabalho que eu fiz refere-se à corrupção. (= o qual) São usados na formulação de perguntas, sejam elas diretas
A cantora que acabou de se apresentar é péssima. (= a qual) ou indiretas. Assim como os pronomes indefinidos, referem-
Os trabalhos que eu fiz referem-se à corrupção. (= os quais) se à 3ª pessoa do discurso de modo impreciso. São pronomes
As cantoras que se apresentaram eram péssimas. (= as quais) interrogativos: que, quem, qual (e variações), quanto (e variações).

b)  O qual, os quais, a qual e as quais são exclusivamente Quem fez o almoço?/ Diga-me quem fez o almoço.
pronomes relativos: por isso, são utilizados didaticamente para Qual das bonecas preferes? / Não sei qual das bonecas
verificar se palavras como “que”, “quem”, “onde” (que podem ter preferes.
várias classificações) são pronomes relativos. Todos eles são Quantos passageiros desembarcaram? / Pergunte quantos
usados com referência à pessoa ou coisa por motivo de clareza passageiros desembarcaram.
ou depois de determinadas preposições:
Sobre os pronomes:
Regressando de São Paulo, visitei o sítio de minha tia, o
qual me deixou encantado. (O uso de “que”, neste caso, geraria O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de
ambiguidade.) sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando
desempenha função de complemento. Vamos entender,
Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que
dúvidas? (Não se poderia usar “que” depois de sobre.) função exerce. Observe as orações:
1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar.
c) O relativo “que” às vezes equivale a o que, coisa que, e se 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia ajudá-
refere a uma oração. lo.
Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele”
Não chegou a ser padre, mas deixou de ser poeta, que era a exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto.
sua vocação natural. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo
função de complemento, e, consequentemente, é do caso oblíquo.
d) O pronome “cujo” não concorda com o seu antecedente, Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso,
mas com o consequente. Equivale a do qual, da qual, dos quais, o pronome oblíquo “lhe”, da segunda oração, aponta para a
das quais. segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia
ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe).
Este é o caderno cujas folhas estão rasgadas. Importante: Em observação à segunda oração, o emprego do
(antecedente) (consequente) pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo
“ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou
e) “Quanto” é pronome relativo quando tem por antecedente entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar”)
um pronome indefinido: tanto (ou variações) e tudo: estiver no infinitivo ou gerúndio.
Eu desejo lhe perguntar algo. I. No segmento que nascem, a palavra que se refere a
Eu estou perguntando-lhe algo. amizades.
II. O segmento elos fracos retoma o segmento uma forma
Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: superficial de amizade.
os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente III. Na frase Nós não nos conhecemos, o pronome Nós refere-
dos segundos que são sempre precedidos de preposição. se aos pronomes eu e você.
- Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu
estava fazendo. Quais estão corretas?
- Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que (A) Apenas I.
eu estava fazendo. (B) Apenas II.
Questões (C) Apenas III.
(D) Apenas I e II.
01. Observe as sentenças abaixo. (E) I, II e III.
I. Esta é a professora de cuja aula todos os alunos gostam.
II. Aquela é a garota com cuja atitude discordei - tornamo- 03. Observe a charge a seguir.
nos inimigas desde aquele episódio.
III. A criança cuja a família não compareceu ficou inconsolável.

O pronome ‘cuja’ foi empregado de acordo com a norma


culta da língua portuguesa em:
(A) apenas uma das sentenças
(B) apenas duas das sentenças.
(C) nenhuma das sentenças.
(D) todas as sentenças.

02. Um estudo feito pela Universidade de Michigan constatou


que o que mais se faz no Facebook, depois de interagir com
amigos, é olhar os perfis de pessoas que acabamos de conhecer.
Se você gostar do perfil, adicionará aquela pessoa, e estará
formado um vínculo. No final, todo mundo vira amigo de todo
mundo. Mas, não é bem assim. As redes sociais têm o poder de Em relação à charge acima, assinale a afirmativa inadequada.
transformar os chamados elos latentes (pessoas que frequentam (A) A fala do personagem é uma modificação intencional de
o mesmo ambiente social, mas não são suas amigas) em elos uma fala de Cristo.
fracos – uma forma superficial de amizade. Pois é, por mais (B) As duas ocorrências do pronome “eles” referem-se a
que existam exceções _______qualquer regra, todos os estudos pessoas distintas.
mostram que amizades geradas com a ajuda da Internet são (C) A crítica da charge se dirige às autoridades políticas no
mais fracas, sim, do que aquelas que nascem e se desenvolvem poder.
fora dela. (D) A posição dos braços do personagem na charge repete a
Isso não é inteiramente ruim. Os seus amigos do peito de Cristo na cruz.
geralmente são parecidos com você: pertencem ao mesmo (E) Os elementos imagísticos da charge estão distribuídos de
mundo e gostam das mesmas coisas. Os elos fracos, não. Eles forma equilibrada.
transitam por grupos diferentes do seu e, por isso, podem lhe Respostas
apresentar novas pessoas e ampliar seus horizontes – gerando 01. A\02. E\03. B
uma renovação de ideias que faz bem a todos os relacionamentos,
inclusive às amizades antigas. O problema é que a maioria das Advérbio
redes na Internet é simétrica: se você quiser ter acesso às
informações de uma pessoa ou mesmo falar reservadamente com O  advérbio, assim como muitas outras palavras existentes
ela, é obrigado a pedir a amizade dela. Como é meio grosseiro na Língua Portuguesa, advém de outras línguas. Assim sendo,
dizer “não” ________ alguém que você conhece, todo mundo acaba tal qual o adjetivo, o prefixo “ad-” indica a ideia de proximidade,
adicionando todo mundo. E isso vai levando ________ banalização contiguidade.
do conceito de amizade.
É verdade. Mas, com a chegada de sítios como o Twitter, ficou Essa proximidade faz referência ao processo verbal, no
diferente. Esse tipo de sítio é uma rede social completamente sentido de caracterizá-lo, ou seja, indicando as circunstâncias
assimétrica. E isso faz com que as redes de “seguidores” e em que esse processo se desenvolve. 
“seguidos” de alguém possam se comunicar de maneira muito
mais fluida. Ao estudar a sua própria rede no Twitter, o sociólogo O advérbio relaciona-se aos verbos da língua, no sentido de
Nicholas Christakis, da Universidade de Harvard, percebeu caracterizar os processos expressos por ele. Contudo, ele não
que seus amigos tinham começado a se comunicar entre si é modificador exclusivo desta classe (verbos), pois também
independentemente da mediação dele. Pessoas cujo único ponto modifica o  adjetivo e até outro advérbio. Seguem alguns
em comum era o próprio Christakis acabaram ficando amigas. exemplos:
No Twitter, eu posso me interessar pelo que você tem a dizer e
Para quem se diz  distantemente alheio  a esse assunto,
começar a te seguir. Nós não nos conhecemos.
você está até bem informado.
Mas você saberá quando eu o retuitar ou mencionar seu
nome no sítio, e poderá falar comigo. Meus seguidores também Temos o advérbio “distantemente” que modifica o adjetivo
podem se interessar pelos seus tuítes e começar a seguir você. alheio, representando uma qualidade, característica.
Em suma, nós continuaremos não nos conhecendo, mas as
pessoas que estão ________ nossa volta podem virar amigas entre O artista canta muito mal.
si. Nesse caso, o advérbio de intensidade “muito” modifica outro
Adaptado de: COSTA, C. C.. Disponível em: advérbio de modo – “mal”. Em ambos os exemplos pudemos
<http://super.abril.com.br/cotidiano/como-internet- verificar que se tratava de somente uma palavra funcionando
estamudando-amizade-619645.shtml>. como advérbio. No entanto, ele pode estar demarcado por
mais de uma palavra, que mesmo assim não deixará de ocupar
Considere as seguintes afirmações sobre a relação que se tal função. Temos aí o que chamamos de  locução adverbial,
estabelece entre algumas palavras do texto e os elementos a que representada por algumas expressões, tais como: às vezes, sem
se referem. dúvida, frente a frente, de modo algum, entre outras.
Mediante tais postulados, afirma-se que, dependendo das
circunstâncias expressas pelos advérbios, eles se classificam em
distintas categorias, uma vez expressas por:    
de modo: Bem, mal, assim, depressa, devagar, às pressas, às
claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse
jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado
a lado, a pé, de cor, em vão, e a maior parte dos que terminam
em -mente: calmamente, tristemente, propositadamente,
pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente,
bondosamente, generosamente
de intensidade: Muito, demais, pouco, tão, menos, em
excesso, bastante, pouco, mais, menos, demasiado, quanto, quão,
tanto, que(equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de
muito, por completo.
de tempo: Hoje, logo, primeiro, ontem, tarde outrora,
amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes,
doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim,
afinal, breve, constantemente, entrementes, imediatamente,
primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes,
à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de
quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos,
em breve, hoje em dia
de lugar: Aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás,
além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde,
longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora,
alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância,
à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda,
ao lado, em volta
(Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano. Português. Volume
de negação  : Não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de
Único)
forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum
de dúvida: Acaso, porventura, possivelmente,
No primeiro e segundo quadrinhos, estão em destaque dois
provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe
advérbios: AÍ e ainda.
de afirmação: Sim, certamente, realmente, decerto,
Considerando que advérbio é a palavra que modifica
efetivamente, certo, decididamente, realmente, deveras,
um verbo, um outro advérbio ou um adjetivo, expressando
indubitavelmente
a circunstância em que determinado fato ocorre, assinale
a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as
de exclusão: Apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente,
circunstâncias expressas por eles.
simplesmente, só, unicamente
A) Lugar e negação.
B) Lugar e tempo.
de inclusão: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também
C) Modo e afirmação.
D) Tempo e tempo.
de ordem: Depois, primeiramente, ultimamente
E) Intensidade e dúvida.
de designação: Eis
02. Leia o texto a seguir.
de interrogação: onde?(lugar), como?(modo),
Impunidade é motor de nova onda de agressões
quando?(tempo), por quê?(causa), quanto?(preço e intensidade),
para quê?(finalidade)
Repetidos episódios de violência têm sido noticiados nas
últimas semanas. Dois que chamam a atenção, pela banalidade
Locução adverbial 
com que foram cometidos, estão gerando ainda uma série de
É reunião de duas ou mais palavras com valor de advérbio.
repercussões.
Exemplo:
Em Natal, um garoto de 19 anos quebrou o braço da
Carlos saiu às pressas. (indicando modo)
estudante de direito R.D., 19, em plena balada, porque ela teria
Maria saiu à tarde. (indicando tempo)
recusado um beijo. O suposto agressor já responde a uma ação
penal, por agressão, movida por sua ex-mulher.
Há locuções adverbiais que possuem advérbios
No mesmo final de semana, dois amigos que saíam de uma
correspondentes.
boate em São Paulo também foram atacados por dois jovens
Exemplo:
que estavam na mesma balada, e um dos agredidos teve a perna
Carlos saiu às pressas. = Carlos saiu apressadamente.
fraturada. Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem
sucesso, de duas garotas que eram amigas dos rapazes que
Apenas os advérbios de intensidade, de lugar e de modo são
saíam da boate. Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não
flexionados, sendo que os demais são todos invariáveis. A única
passou de um engano e que o rapaz teria fraturado a perna ao
flexão propriamente dita que existe na categoria dos advérbios
cair no chão.
é a de grau:
Curiosamente, também é possível achar um blog que diz
que R.D., em Natal, foi quem atacou o jovem e que seu braço se
Superlativo:  aumenta a intensidade. Exemplos: longe
quebrou ao cair no chão.
- longíssimo, pouco - pouquíssimo, inconstitucionalmente -
Em ambos os casos, as câmeras dos estabelecimentos
inconstitucionalissimamente, etc;
felizmente comprovam os acontecimentos, e testemunhas vão
Diminutivo: diminui a intensidade.
ajudar a polícia na investigação.
Exemplos: perto - pertinho, pouco - pouquinho, devagar -
O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se
devagarinho, 
quebrando por aí ao cair no chão, não é mesmo? As agressões
devem ser rigorosamente apuradas e, se houver culpados, que
Questões eles sejam julgados e condenados.
A impunidade é um dos motores da onda de violência que
01. Leia os quadrinhos para responder a questão.
temos visto. O machismo e o preconceito são outros. O perfil Respostas
impulsivo de alguns jovens (amplificado pela bebida e por 1-B / 2-C / 3-B
outras substâncias) completa o mecanismo que gera agressões.
Sem interferir nesses elementos, a situação não vai mudar. Preposição
Maior rigor da justiça, educação para a convivência com o outro,
aumento da tolerância à própria frustração e melhor controle Preposição  é uma palavra invariável que serve para ligar
sobre os impulsos (é normal levar um “não”, gente!) são alguns termos ou orações. Quando esta ligação acontece, normalmente
dos caminhos. há uma subordinação do segundo termo em relação ao
(Jairo Bouer, Folha de S.Paulo, 24.10.2011. Adaptado) primeiro. As preposições são muito importantes na estrutura
da língua, pois estabelecem a coesão textual e possuem valores
Assinale a alternativa cuja expressão em destaque apresenta semânticos indispensáveis para a compreensão do texto.
circunstância adverbial de modo.
A) Repetidos episódios de violência (...) estão gerando ainda Tipos de Preposição
uma série de repercussões.
B) ...quebrou o braço da estudante de direito R. D., 19, em 1. Preposições essenciais: palavras que atuam exclusivamente
plena balada… como preposições.
C) Esses dois jovens teriam tentado se aproximar, sem A, ante, perante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre,
sucesso, de duas amigas… para, por, sem, sob, sobre, trás, atrás de, dentro de, para com.
D) Um dos suspeitos do ataque alega que tudo não passou
de um engano... 2.  Preposições acidentais: palavras de outras  classes
E) O fato é que é difícil acreditar que tanta gente ande se gramaticais que podem atuar como preposições.
quebrando por aí… Como, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão,
visto.
03. Leia o texto a seguir.
3.  Locuções prepositivas: duas ou mais palavras valendo
Cultura matemática como uma preposição, sendo que a última palavra é uma delas.
Hélio Schwartsman Abaixo de, acerca de, acima de, ao lado de, a respeito de, de
SÃO PAULO – Saiu mais um estudo mostrando que o ensino acordo com, em cima de, embaixo de, em frente a, ao redor de,
de matemática no Brasil não anda bem. A pergunta é: podemos graças a, junto a, com, perto de, por causa de, por cima de, por
viver sem dominar o básico da matemática? Durante muito trás de.
tempo, a resposta foi sim. Aqueles que não simpatizavam muito
com Pitágoras podiam simplesmente escolher carreiras nas A preposição, como já foi dito, é invariável. No entanto pode
quais os números não encontravam muito espaço, como direito, unir-se a outras palavras e assim estabelecer concordância em
jornalismo, as humanidades e até a medicina de antigamente. gênero ou em número. Ex: por + o = pelo por + a = pela
Como observa Steven Pinker, ainda hoje, nos meios
universitários, é considerado aceitável que um intelectual se Vale ressaltar que essa concordância não é característica da
vanglorie de ter passado raspando em física e de ignorar o beabá preposição, mas das palavras às quais ela se une.
da estatística. Mas ai de quem admitir nunca ter lido Joyce ou
dizer que não gosta de Mozart. Sobre ele recairão olhares tão Esse processo de junção de uma preposição com outra
recriminadores quanto sobre o sujeito que assoa o nariz na palavra pode se dar a partir de dois processos:
manga da camisa.
Joyce e Mozart são ótimos, mas eles, como quase toda a 1. Combinação: A preposição não sofre alteração.
cultura humanística, têm pouca relevância para nossa vida preposição a + artigos definidos o, os
prática. Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma a + o = ao
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental, mesmo preposição a + advérbio onde
para quem não pretende ser engenheiro ou seguir carreiras a + onde = aonde
técnicas.
Como sobreviver à era do crédito farto sem saber calcular as 2. Contração: Quando a preposição sofre alteração.
armadilhas que uma taxa de juros pode esconder? Hoje, é difícil
até posicionar-se de forma racional sobre políticas públicas sem Preposição + Artigos
assimilar toda a numeralha que idealmente as informa. De + o(s) = do(s)
Conhecimentos rudimentares de estatística são pré-requisito De + a(s) = da(s)
para compreender as novas pesquisas que trazem informações De + um = dum
relevantes para nossa saúde e bem-estar. De + uns = duns
A matemática está no centro de algumas das mais intrigantes De + uma = duma
especulações cosmológicas da atualidade. Se as equações da De + umas = dumas
mecânica quântica indicam que existem universos paralelos, Em + o(s) = no(s)
isso basta para que acreditemos neles? Ou, no rastro de Eugene Em + a(s) = na(s)
Wigner, podemos nos perguntar por que a matemática é tão Em + um = num
eficaz para exprimir as leis da física. Em + uma = numa
Releia os trechos apresentados a seguir. Em + uns = nuns
- Aqueles que não simpatizavam muito com Pitágoras Em + umas = numas
podiam simplesmente escolher carreiras nas quais os números A + à(s) = à(s)
não encontravam muito espaço... (1.º parágrafo) Por + o = pelo(s)
- Já a cultura científica, que muitos ainda tratam com uma Por + a = pela(s)
ponta de desprezo, torna-se cada vez mais fundamental...(3.º
parágrafo) Preposição + Pronomes
De + ele(s) = dele(s)
Os advérbios em destaque nos trechos expressam, correta e De + ela(s) = dela(s)
respectivamente, circunstâncias de De + este(s) = deste(s)
A) afirmação e de intensidade. De + esta(s) = desta(s)
B) modo e de tempo. De + esse(s) = desse(s)
C) modo e de lugar. De + essa(s) = dessa(s)
D) lugar e de tempo. De + aquele(s) = daquele(s)
E) intensidade e de negação. De + aquela(s) = daquela(s)
De + isto = disto O jogo, que eles aprenderam na cadeia, além de uma válvula
De + isso = disso de escape para as horas de tédio, tornou-se uma metáfora para o
De + aquilo = daquilo que pretendem fazer quando estiverem em liberdade.
De + aqui = daqui “Quando você vai jogar uma partida de xadrez, tem que pensar
De + aí = daí duas, três vezes antes. Se você movimenta uma peça errada,
De + ali = dali pode perder uma peça de muito valor ou tomar um xeque-mate,
De + outro = doutro(s) instantaneamente. Se eu for para a rua e movimentar a peça
De + outra = doutra(s) errada, eu posso perder uma peça muito importante na minha
Em + este(s) = neste(s) vida, como eu perdi três anos na cadeia. Mas, na rua, o problema
Em + esta(s) = nesta(s) maior é tomar o xeque-mate”, afirma João Carlos.
Em + esse(s) = nesse(s) O xadrez faz parte da rotina de cerca de dois mil internos
Em + aquele(s) = naquele(s) em 22 unidades prisionais do Espírito Santo. É o projeto “Xadrez
Em + aquela(s) = naquela(s) que liberta”. Duas vezes por semana, os presos podem praticar
Em + isto = nisto a atividade sob a orientação de servidores da Secretaria de
Em + isso = nisso Estado da Justiça (Sejus). Na próxima sexta-feira, será realizado
Em + aquilo = naquilo o primeiro torneio fora dos presídios desde que o projeto foi
A + aquele(s) = àquele(s) implantado. Vinte e oito internos de 14 unidades participam da
A + aquela(s) = àquela(s) disputa, inclusive João Carlos e Fransley, que diz que a vitória
A + aquilo = àquilo não é o mais importante.
“Só de chegar até aqui já estou muito feliz, porque eu não
Dicas sobre preposição esperava. A vitória não é tudo. Eu espero alcançar outras coisas
devido ao xadrez, como ser olhado com outros olhos, como
1. O “a” pode funcionar como preposição, pronome pessoal estou sendo olhado de forma diferente aqui no presídio devido
oblíquo e artigo. Como distingui-los? ao bom comportamento”.
Segundo a coordenadora do projeto, Francyany Cândido
- Caso o “a” seja um artigo, virá precedendo a um substantivo. Venturin, o “Xadrez que liberta” tem provocado boas mudanças
Ele servirá para determiná-lo como um substantivo singular no comportamento dos presos. “Tem surtido um efeito positivo
e feminino. por eles se tornarem uma referência positiva dentro da unidade,
A dona da casa não quis nos atender. já que cumprem melhor as regras, respeitam o próximo e
Como posso fazer a Joana concordar comigo? pensam melhor nas suas ações, refletem antes de tomar uma
atitude”.
- Quando é preposição, além de ser invariável, liga dois Embora a Sejus não monitore os egressos que ganham a
termos e estabelece relação de subordinação entre eles. liberdade, para saber se mantêm o hábito do xadrez, João Carlos
Cheguei a sua casa ontem pela manhã. já faz planos. “Eu incentivo não só os colegas, mas também
Não queria, mas vou ter que ir à outra cidade para procurar minha família. Sou casado e tenho três filhos. Já passei para a
um tratamento adequado. minha família: xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo
vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar”.
- Se for pronome pessoal oblíquo estará ocupando o lugar e/ “Medidas de promoção de educação e que possibilitem que o
ou a função de um substantivo. egresso saia melhor do que entrou são muito importantes. Nós
Temos Maria como parte da família. / A temos como parte não temos pena de morte ou prisão perpétua no Brasil. O preso
da família tem data para entrar e data para sair, então ele tem que sair
Creio que conhecemos nossa mãe melhor que ninguém. / sem retornar para o crime”, analisa o presidente do Conselho
Creio que a conhecemos melhor que ninguém. Estadual de Direitos Humanos, Bruno Alves de Souza Toledo.
(Disponível em: www.inapbrasil.com.br/en/noticias/xadrez-que-
2. Algumas relações semânticas estabelecidas por meio das liberta-estrategia-concentracao-e-reeducacao/6/noticias. Adaptado)
preposições:
Destino = Irei para casa. No trecho –... xadrez, quando eu sair para a rua, todo mundo
Modo = Chegou em casa aos gritos. vai ter que aprender porque vai rolar até o torneio familiar.– o
Lugar = Vou ficar em casa; termo em destaque expressa relação de
Assunto = Escrevi um artigo sobre adolescência. A) espaço, como em – Nosso diretor foi até Brasília para falar
Tempo = A prova vai começar em dois minutos. do projeto “Xadrez que liberta”.
Causa = Ela faleceu de derrame cerebral. B) inclusão, como em – O xadrez mudou até o nosso modo
Fim ou finalidade = Vou ao médico para começar o de falar.
tratamento. C) finalidade, como em – Precisamos treinar até junho para
Instrumento = Escreveu a lápis. termos mais chances de vencer o torneio de xadrez.
Posse = Não posso doar as roupas da mamãe. D) movimento, como em – Só de chegar até aqui já estou
Autoria = Esse livro de Machado de Assis é muito bom. muito feliz, porque eu não esperava.
Companhia = Estarei com ele amanhã. E) tempo, como em – Até o ano que vem, pretendo conseguir
Matéria = Farei um cartão de papel reciclado. a revisão da minha pena.
Meio = Nós vamos fazer um passeio de barco.
Origem = Nós somos do Nordeste, e você? 02. Considere o trecho a seguir.
Conteúdo = Quebrei dois frascos de perfume. O metrô paulistano, ________quem a banda recebe apoio,
Oposição = Esse movimento é contra o que eu penso. garante o espaço para ensaios e os equipamentos; e a estabilidade
Preço = Essa roupa sai por R$ 50 à vista. no emprego, vantagem________ que muitos trabalhadores sonham,
é o que leva os integrantes do grupo a permanecerem na
Questões instituição.

01. Leia o texto a seguir. As preposições que preenchem o trecho, correta,


“Xadrez que liberta”: estratégia, concentração e reeducação respectivamente e de acordo com a norma-padrão, são:
A) a ...com
João Carlos de Souza Luiz cumpre pena há três anos e dois B) de ...com
meses por assalto. Fransley Lapavani Silva está há sete anos C) de ...a
preso por homicídio. Os dois têm 30 anos. Além dos muros, D) com ...a
grades, cadeados e detectores de metal, eles têm outros pontos E) para ...de
em comum: tabuleiros e peças de xadrez.
03. Assinale a alternativa cuja preposição em destaque Principais conjunções conclusivas: logo, por isso, pois
expressa ideia de finalidade. (depois do verbo), portanto, por conseguinte, assim.
A) Além disso, aumenta a punição administrativa, de R$
957,70 para R$ 1.915,40. - EXPLICATIVAS: Explicam, dão um motivo ou razão. Ex. É
B) ... o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu que melhor colocar o casaco porque está fazendo muito frio lá fora.
o bafômetro e o exame de sangue eram obrigatórios para Principais conjunções explicativas: que, porque, pois (antes
comprovar o crime. do verbo), porquanto.
C) “... Ele é encaminhado para a delegacia para o perito fazer
o exame clínico”... Conjunções subordinativas
D) Já para o juiz criminal de São Paulo, Fábio Munhoz - CAUSAIS
Soares, um dos que devem julgar casos envolvendo pessoas Principais conjunções causais: porque, visto que, já que, uma
embriagadas ao volante, a mudança “é um avanço”. vez que, como (= porque).
E) Para advogados, a lei aumenta o poder da autoridade Ele não fez o trabalho porque não tem livro.
policial de dizer quem está embriagado...
- COMPARATIVAS
Respostas Principais conjunções comparativas: que, do que, tão...como,
1-B / 2-B / 3-B mais...do que, menos...do que.
Ela fala mais que um papagaio.
Conjunção
- CONCESSIVAS
Conjunção  é a palavra invariável que liga duas orações ou Principais conjunções concessivas: embora, ainda que,
dois termos semelhantes de uma mesma oração. Por exemplo: mesmo que, apesar de, se bem que.
Indicam uma concessão, admitem uma contradição, um fato
A menina segurou a boneca e mostrou quando viu as inesperado. Traz em si uma ideia de “apesar de”.
amiguinhas.
Deste exemplo podem ser retiradas três informações: Embora estivesse cansada, fui ao shopping. (= apesar de estar
cansada)
1-) segurou a boneca 2-) a menina mostrou 3-) viu as Apesar de ter chovido fui ao cinema.
amiguinhas
- CONFORMATIVAS
Cada informação está estruturada em torno de um verbo: Principais conjunções conformativas: como, segundo,
segurou, mostrou, viu. Assim, há nessa frase três orações: conforme, consoante
1ª oração: A menina segurou a boneca 2ª oração: e  mostrou Cada um colhe conforme semeia.
3ª oração: quando viu as amiguinhas. Expressam uma ideia de acordo, concordância, conformidade.
A segunda oração liga-se à primeira por meio do “e”, e a
terceira oração liga-se à segunda por meio do “quando”. As - CONSECUTIVAS
palavras “e” e “quando” ligam, portanto, orações. Expressam uma ideia de consequência.
Principais conjunções consecutivas: que (após “tal”, “tanto”,
Observe: Gosto de natação e de futebol. “tão”, “tamanho”).
Nessa frase as expressões de natação, de futebol são partes Falou tanto que ficou rouco.
ou termos de uma mesma oração. Logo, a palavra  “e” está
ligando termos de uma mesma oração. - FINAIS
Expressam ideia de finalidade, objetivo.
Conjunção é a palavra invariável que liga duas orações Todos trabalham para que possam sobreviver.
ou dois termos semelhantes de uma mesma oração. Principais conjunções finais: para que, a fim de que, porque
(=para que),
Morfossintaxe da Conjunção
- PROPORCIONAIS
As conjunções, a exemplo das preposições, não exercem Principais conjunções proporcionais: à medida que, quanto
propriamente uma função sintática: são conectivos. mais, ao passo que, à proporção que.
À medida que as horas passavam, mais sono ele tinha.
Classificação - Conjunções Coordenativas- Conjunções
Subordinativas - TEMPORAIS
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, logo
Conjunções coordenativas que.
Dividem-se em: Quando eu sair, vou passar na locadora.

- ADITIVAS: expressam a ideia de adição, soma. Importante:


Ex. Gosto de cantar e de dançar.
Principais conjunções aditivas: e, nem, não só...mas também, Diferença entre orações causais e explicativas
não só...como também.
Quando estudamos Orações Subordinadas Adverbiais (OSA)
- ADVERSATIVAS: Expressam ideias contrárias, de oposição, e Coordenadas Sindéticas (CS), geralmente nos deparamos
de compensação. com a dúvida de como distinguir uma oração causal de uma
Ex. Estudei, mas não entendi nada. explicativa. Veja os exemplos:
Principais conjunções adversativas: mas, porém, contudo,
todavia, no entanto, entretanto. 1º) Na frase “Não atravesse a rua, porque você pode ser
atropelado”:
- ALTERNATIVAS: Expressam ideia de alternância. a) Temos uma CS Explicativa, que indica uma justificativa ou
Ou você sai do telefone ou eu vendo o aparelho. uma explicação do fato expresso na oração anterior.
Principais conjunções alternativas: Ou...ou, ora...ora, quer... b) As orações são coordenadas e, por isso, independentes
quer, já...já. uma da outra. Neste caso, há uma pausa entre as orações que
vêm marcadas por vírgula.
- CONCLUSIVAS: Servem para dar conclusões às orações. Ex. Não atravesse a rua. Você pode ser atropelado.
Estudei muito, por isso mereço passar. b) Outra dica é, quando a oração que antecede a OC (Oração
Coordenada) vier com verbo no modo imperativo, ela será nós: a que ocorre entre o nosso mundo interior e a nossa atuação
explicativa. junto aos outros, nosso papel na ordem coletiva. A divisão não é
Façam silêncio, que estou falando. (façam= verbo imperativo) simples: costuma-se ver como antagônicas essas duas “partes”
de nós, nas quais nos dividimos. De fato, em quantos momentos
2º) Na frase “Precisavam enterrar os mortos em outra cidade da nossa vida precisamos escolher entre o atendimento de um
porque não havia cemitério no local.” interesse pessoal e o cumprimento de um dever ético? Como poeta
a) Temos uma OSA Causal, já que a oração subordinada e militante político, Ferreira Gullar deixou-se atrair tanto pela
(parte destacada) mostra a causa da ação expressa pelo expressão das paixões mais íntimas quanto pela atuação de um
verbo da oração principal. Outra forma de reconhecê- convicto socialista. Em seu poema, o diálogo entre as duas partes
la é colocá-la no início do período, introduzida pela é desenvolvido de modo a nos fazer pensar que são incompatíveis.
conjunção como - o que não ocorre com a CS Explicativa.
Como não havia cemitério no local, precisavam enterrar os mortos Mas no último momento do poema deparamo-nos com esta
em outra cidade. estrofe:
b) As orações são subordinadas e, por isso, totalmente “Traduzir uma parte na outra parte − que é uma questão de
dependentes uma da outra. vida ou morte − será arte?”

Questões O poeta levanta a possibilidade da “tradução” de uma parte


na outra, ou seja, da interação de ambas, numa espécie de
01. Leia o texto a seguir. espelhamento. Isso ocorreria quando o indivíduo conciliasse
A música alcançou uma onipresença avassaladora em nosso verdadeiramente a instância pessoal e os interesses de uma
mundo: milhões de horas de sua história estão disponíveis em comunidade; quando deixasse de haver contradição entre a razão
disco; rios de melodia digital correm na internet; aparelhos particular e a coletiva. Pergunta-se o poeta se não seria arte esse
de mp3 com 40 mil canções podem ser colocados no bolso. No tipo de integração. Realmente, com muita frequência a arte se
entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, ou mostra capaz de expressar tanto nossa subjetividade como nossa
até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós. identidade social.
Ela se tornou um meio radicalmente virtual, uma arte sem Nesse sentido, traduzir uma parte na outra parte significaria
rosto. Quando caminhamos pela cidade num dia comum, nossos vencer a parcialidade e chegar a uma autêntica participação,
ouvidos registram música em quase todos os momentos − pedaços de sentido altamente político. O poema de Gullar deixa-nos essa
de hip-hop vazando dos fones de ouvido de adolescentes no metrô, hipótese provocadora, formulada com um ar de convicção.
o sinal do celular de um advogado tocando a “Ode à alegria”, de (Belarmino Tavares, inédito)
Beethoven −, mas quase nada disso será resultado imediato de
um trabalho físico de mãos ou vozes humanas, como se dava no Os seguintes fatos, referidos no texto, travam entre si uma
passado. relação de causa e efeito:
Desde que Edison inventou o cilindro fonográfico, em1877, A) ser poeta e militante político / confronto entre
existe gente que avalia o que a gravação fez em favor e desfavor subjetividade e atuação social
da arte da música. Inevitavelmente, a conversa descambou para B) ser poeta e militante político / divisão permanente em
os extremos retóricos. No campo oposto ao dos que diziam que a cada um de nós
tecnologia acabaria com a música estão os utópicos, que alegam C) ser movido pelas paixões / esposar teses socialistas
que a tecnologia não aprisionou a música, mas libertou-a, levando D) fazer arte / obliterar uma questão de vida ou morte
a arte da elite às massas. Antes de Edison, diziam os utópicos, E) participar ativamente da política / formular hipóteses
as sinfonias de Beethoven só podiam ser ouvidas em salas de com ar de convicção
concerto selecionadas. Agora, as gravações levam a mensagem Respostas
de Beethoven aos confins do planeta, convocando a multidão 1-E / 2-E / 3-A
saudada na “Ode à alegria”: “Abracem-se, milhões!”. Glenn Gould,
depois de afastar-se das apresentações ao vivo em 1964, previu Interjeição
que dentro de um século o concerto público desapareceria no éter
eletrônico, com grande efeito benéfico sobre a cultura musical. Interjeição  é a palavra invariável que exprime emoções,
(Adaptado de Alex Ross. Escuta só. Tradução Pedro Maia sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o
Soares. São Paulo, Cia. das Letras, 2010, p. 76-77) interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que,
para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas
No entanto, a música não é mais algo que fazemos nós mesmos, mais elaboradas. Observe o exemplo:
ou até que observamos outras pessoas fazerem diante de nós. Droga! Preste atenção quando eu estou falando!
No exemplo acima, o interlocutor está muito bravo. Toda sua
Considerando-se o contexto, é INCORRETO afirmar que o raiva se traduz numa palavra: Droga!
elemento grifado pode ser substituído por:
A) Porém. Ele poderia ter dito: - Estou com muita raiva de você! Mas usou
B) Contudo. simplesmente uma palavra. Ele empregou a interjeição Droga!
C) Todavia. As sentenças da língua costumam se organizar de forma
D) Entretanto. lógica: há uma sintaxe que estrutura seus elementos e os distribui
E) Conquanto. em posições adequadas a cada um deles. As interjeições, por
outro lado, são uma espécie de “palavra-frase”, ou seja, há uma
02. Observando as ocorrências da palavra “como” em – ideia expressa por uma palavra (ou um conjunto de palavras -
Como fomos programados para ver o mundo como um lugar locução interjetiva) que poderia ser colocada em termos de uma
ameaçador… – é correto afirmar que se trata de conjunção sentença.
(A) comparativa nas duas ocorrências. Veja os exemplos:
(B) conformativa nas duas ocorrências. Bravo! Bis!
(C) comparativa na primeira ocorrência. bravo  e  bis: interjeição / sentença (sugestão): «Foi muito
(D) causal na segunda ocorrência. bom! Repitam!»
(E) causal na primeira ocorrência. Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé...
ai: interjeição / sentença (sugestão): “Isso está doendo!” ou
03. Leia o texto a seguir. “Estou com dor!”

Participação A interjeição é um recurso da linguagem afetiva, em que


Num belo poema, intitulado “Traduzir-se”, Ferreira Gullar não há uma ideia organizada de maneira lógica, como são as
aborda o tema de uma divisão muito presente em cada um de sentenças da língua, mas sim a manifestação de um suspiro,
um estado da alma decorrente de uma situação particular, um não sofrem variação em gênero, número e grau como os nomes,
momento ou um contexto específico. Exemplos: nem de número, pessoa, tempo, modo, aspecto e voz como os
Ah, como eu queria voltar a ser criança! verbos. No entanto, em uso específico, algumas interjeições
ah: expressão de um estado emotivo = interjeição sofrem variação em grau. Deve-se ter claro, neste caso, que
Hum! Esse pudim estava maravilhoso! não se trata de um processo natural dessa classe de palavra,
hum: expressão de um pensamento súbito = interjeição mas tão só uma variação que a linguagem afetiva permite.
Exemplos: oizinho, bravíssimo, até loguinho.
O significado das interjeições está vinculado à maneira
Locução Interjetiva
como elas são proferidas. Desse modo, o tom da fala é que dita
o sentido que a expressão vai adquirir em cada contexto de
Ocorre quando duas ou mais palavras formam uma
enunciação. Exemplos:
expressão com sentido de interjeição. Por exemplo
Psiu!
Ora bolas!
contexto:  alguém pronunciando essa expressão na rua;
Quem me dera!
significado da interjeição (sugestão):  “Estou te chamando! Ei,
Virgem Maria!
espere!”
Meu Deus!
Psiu!
Ai de mim!
contexto:  alguém pronunciando essa expressão em um
Valha-me Deus!
hospital; significado da interjeição (sugestão):  “Por favor, faça
Graças a Deus!
silêncio!”
Alto lá!
Puxa! Ganhei o maior prêmio do sorteio!
Muito bem!
puxa: interjeição; tom da fala: euforia
Puxa! Hoje não foi meu dia de sorte!
Observações:
puxa: interjeição; tom da fala: decepção
1) As interjeições são como frases resumidas, sintéticas. Por
As interjeições cumprem, normalmente, duas funções:
exemplo:
a)  Sintetizar uma frase  exclamativa, exprimindo alegria,
Ué! = Eu não esperava por essa!
tristeza, dor, etc.
Perdão! = Peço-lhe que me desculpe.
Você faz o que no Brasil?
Eu? Eu negocio com madeiras.
2) Além do contexto, o que caracteriza a interjeição é o seu
Ah, deve ser muito interessante.
tom exclamativo; por isso, palavras de outras classes gramaticais
b) Sintetizar uma frase apelativa
podem aparecer como interjeições.
Cuidado! Saia da minha frente.
Viva! Basta! (Verbos)
As interjeições podem ser formadas por:
Fora! Francamente! (Advérbios)
a) simples sons vocálicos: Oh!, Ah!, Ó, Ô.
b) palavras: Oba!, Olá!, Claro!
3) A interjeição pode ser considerada uma “palavra-frase”
c) grupos de palavras (locuções interjetivas): Meu Deus!, Ora
porque sozinha pode constituir uma mensagem.
bolas!
Socorro!
A ideia expressa pela interjeição depende muitas vezes
Ajudem-me! 
da entonação com que é pronunciada; por isso, pode ocorrer que
Silêncio!
uma interjeição tenha mais de um sentido. Por exemplo:
Fique quieto!
Oh! Que surpresa desagradável! (ideia de contrariedade)
Oh! Que bom te encontrar. (ideia de alegria)
4) Há, também, as interjeições onomatopaicas ou imitativas,
Classificação das Interjeições que exprimem ruídos e vozes.
Pum! Miau! Bumba! Zás! Plaft! Pof!
Comumente, as interjeições expressam sentido de: Catapimba! Tique-taque! Quá-quá-quá!, etc.
- Advertência: Cuidado!, Devagar!, Calma!, Sentido!,
Atenção!, Olha!, Alerta! 5) Não se deve confundir a interjeição de apelo “ó” com a sua
- Afugentamento: Fora!, Passa!, Rua!, Xô! homônima  “oh!”, que exprime admiração, alegria, tristeza, etc.
- Alegria ou Satisfação: Oh!, Ah!,Eh!, Oba!, Viva! Faz-se uma pausa depois do” oh!” exclamativo e não a fazemos
- Alívio: Arre!, Uf!, Ufa! Ah! depois do “ó” vocativo.
- Animação ou Estímulo: Vamos!, Força!, Coragem!, Eia!,
Ânimo!, Adiante!, Firme!, Toca! “Ó natureza! ó mãe piedosa e pura!» (Olavo Bilac) 
- Aplauso ou Aprovação: Bravo!, Bis!, Apoiado!, Viva!, Boa! Oh! a jornada negra!» (Olavo Bilac)
- Concordância: Claro!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
6) Na linguagem afetiva, certas interjeições, originadas
- Repulsa ou Desaprovação: Credo!, Irra!, Ih!, Livra!, Safa!, de palavras de outras classes, podem aparecer flexionadas no
Fora!, Abaixo!, Francamente!, Xi!, Chega!, Basta!, Ora! diminutivo ou no superlativo.
- Desejo ou Intenção: Oh!, Pudera!, Tomara!, Oxalá! Calminha! Adeusinho! Obrigadinho!
- Desculpa: Perdão! Interjeições, leitura e produção de textos
- Dor ou Tristeza: Ai!, Ui!, Ai de mim!, Que pena!, Ah!, Oh!,
Eh! Usadas com muita frequência na língua falada informal,
- Dúvida ou Incredulidade: Qual!, Qual o quê!, Hum!, Epa!, quando empregadas na língua escrita, as interjeições costumam
Ora! conferir-lhe certo tom inconfundível de coloquialidade. Além
- Espanto ou Admiração: Oh!, Ah!, Uai!, Puxa!, Céus!, Quê!, disso, elas podem muitas vezes indicar traços pessoais do falante
Caramba!, Opa!, Virgem!, Vixe!, Nossa!, Hem?!, Hein?, Cruz!, Putz! - como a escassez de vocabulário, o temperamento agressivo ou
- Impaciência ou Contrariedade: Hum!, Hem!, Irra!, Raios!, dócil, até mesmo a origem geográfica. É nos textos narrativos -
Diabo!, Puxa!, Pô!, Ora! particularmente nos diálogos - que comumente se faz uso
- Pedido de Auxílio: Socorro!, Aqui!, Piedade! das interjeições com o objetivo de caracterizar personagens
- Saudação, Chamamento ou Invocação: Salve!, Viva!, e, também, graças à sua natureza sintética, agilizar as falas.
Adeus!, Olá!, Alô!, Ei!, Tchau!, Ô, Ó, Psiu!, Socorro!, Valha-me, Natureza sintética e conteúdo mais emocional do que
Deus! racional fazem das interjeições presença constante nos textos
- Silêncio: Psiu!, Bico!, Silêncio! publicitários.
- Terror ou Medo: Credo!, Cruzes!, Uh!, Ui!, Oh! Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/
morf89.php
Saiba que: As interjeições são palavras invariáveis, isto é,
Numeral O time está arriscado por ter caído na segundona. (= segunda
divisão de futebol)
Numeral é a palavra que indica os seres em termos
numéricos, isto é, que atribui quantidade aos seres ou os situa Emprego dos Numerais
em determinada sequência.
Os quatro últimos ingressos foram vendidos há pouco. *Para designar papas, reis, imperadores, séculos e partes em
[quatro: numeral = atributo numérico de “ingresso”] que se divide uma obra, utilizam-se os ordinais até décimo e a
Eu quero café duplo, e você? partir daí os cardinais, desde que o numeral venha depois do
[duplo: numeral = atributo numérico de “café”] substantivo:
A primeira pessoa da fila pode entrar, por favor! Ordinais Cardinais
[primeira: numeral = situa o ser “pessoa” na sequência de João Paulo II (segundo) Tomo XV (quinze)
“fila”] D. Pedro II (segundo) Luís XVI (dezesseis)
Ato II (segundo) Capítulo XX (vinte)
Note bem: os numerais traduzem, em palavras, o que Século VIII (oitavo) Século XX (vinte)
os números indicam em relação aos seres. Assim, quando a Canto IX (nono) João XXIII ( vinte e três)
expressão é colocada em números (1, 1°, 1/3, etc.) não se trata
de numerais, mas sim de algarismos. *Para designar leis, decretos e portarias, utiliza-se o ordinal
Além dos numerais mais conhecidos, já que refletem a até nono e o cardinal de dez em diante:
ideia expressa pelos números, existem mais algumas palavras Artigo 1.° (primeiro) Artigo 10 (dez)
consideradas numerais porque denotam quantidade, proporção Artigo 9.° (nono) Artigo 21 (vinte e um)
ou ordenação. São alguns exemplos: década, dúzia, par,
ambos(as), novena. *Ambos/ambas são considerados numerais. Significam “um
e outro”, “os dois” (ou “uma e outra”, “as duas”) e são largamente
Classificação dos Numerais empregados para retomar pares de seres aos quais já se fez
referência.
Cardinais: indicam contagem, medida. É o número básico: Pedro e João parecem ter finalmente percebido a importância
um, dois, cem mil, etc. da solidariedade. Ambos agora participam das atividades
Ordinais: indicam a ordem ou lugar do ser numa série dada: comunitárias de seu bairro.
primeiro, segundo, centésimo, etc.
Fracionários: indicam parte de um inteiro, ou seja, a divisão Obs.: a forma “ambos os dois” é considerada enfática.
dos seres: meio, terço, dois quintos, etc. Atualmente, seu uso indica afetação, artificialismo.
Multiplicativos: expressam ideia de multiplicação dos
seres, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada: Cardinais Ordinais Multiplicativos Fracionários
dobro, triplo, quíntuplo, etc. um primeiro - -
dois segundo dobro, duplo meio
Leitura dos Numerais três terceiro triplo, tríplice terço
quatro quarto quádruplo quarto
Separando os números em centenas, de trás para frente, cinco quinto quíntuplo quinto
obtêm-se conjuntos numéricos, em forma de centenas e, no seis sexto sêxtuplo sexto
início, também de dezenas ou unidades. Entre esses conjuntos sete sétimo sétuplo sétimo
usa-se vírgula; as unidades ligam-se pela conjunção “e”. oito oitavo óctuplo oitavo
1.203.726 = um milhão, duzentos e três mil, setecentos e vinte nove nono nônuplo nono
e seis. dez décimo décuplo décimo
45.520 = quarenta e cinco mil, quinhentos e vinte. onze décimo primeiro - onze avos
doze décimo segundo - doze avos
Flexão dos numerais treze décimo terceiro - treze avos
catorze décimo quarto - catorze avos
Os numerais cardinais que variam em gênero são um/uma, quinze décimo quinto - quinze avos
dois/duas e os que indicam centenas de duzentos/duzentas em dezesseis décimo sexto - dezesseis avos
diante: trezentos/trezentas; quatrocentos/quatrocentas, etc. dezessete décimo sétimo - dezessete avos
Cardinais como milhão, bilhão, trilhão, variam em número: dezoito décimo oitavo - dezoito avos
milhões, bilhões, trilhões. Os demais cardinais são invariáveis. dezenove décimo nono - dezenove avos
vinte vigésimo - vinte avos
Os numerais ordinais variam em gênero e número: trinta trigésimo - trinta avos
primeiro segundo milésimo quarenta quadragésimo - quarenta avos
primeira segunda milésima cinquenta quinquagésimo - cinquenta avos
primeiros segundos milésimos sessenta sexagésimo - sessenta avos
primeiras segundas milésimas setenta septuagésimo - setenta avos
oitenta octogésimo - oitenta avos
Os numerais multiplicativos são invariáveis quando atuam noventa nonagésimo - noventa avos
em funções substantivas: cem centésimo cêntuplo centésimo
Fizeram o dobro do esforço e conseguiram o triplo de produção. duzentos ducentésimo - ducentésimo
Quando atuam em funções adjetivas, esses numerais trezentos trecentésimo - trecentésimo
flexionam-se em gênero e número: quatrocentos quadringentésimo - quadringentésimo
Teve de tomar doses triplas do medicamento. quinhentos quingentésimo - quingentésimo
Os numerais fracionários flexionam-se em gênero e número. seiscentos sexcentésimo - sexcentésimo
Observe: um terço/dois terços, uma terça parte/duas terças setecentos septingentésimo - septingentésimo
partes oitocentos octingentésimo - octingentésimo
Os numerais coletivos flexionam-se em número. Veja: uma novecentos nongentésimo
dúzia, um milheiro, duas dúzias, dois milheiros. ou noningentésimo - nongentésimo
É comum na linguagem coloquial a indicação de grau nos mil milésimo - milésimo
numerais, traduzindo afetividade ou especialização de sentido. milhão milionésimo - milionésimo
É o que ocorre em frases como: bilhão bilionésimo - bilionésimo
“Me empresta duzentinho...”
É artigo de primeiríssima qualidade!
Questões Quanto ao sentido, as frases podem ser:

01.Na frase “Nessa carteira só há duas notas de cinco reais” Declarativas: aquela através da qual se enuncia algo,
temos exemplos de numerais: de forma afirmativa ou negativa. Encerram a declaração ou
A) ordinais; enunciação de um juízo acerca de alguém ou de alguma coisa:
B) cardinais; Paulo parece inteligente. (afirmativa)
C) fracionários; Nunca te esquecerei. (negativa)
D) romanos; Neli não quis montar o cavalo velho, de pêlo ruço. (negativa)
E) Nenhuma das alternativas.
Interrogativas: aquela da qual se pergunta algo, direta
02.Aponte a alternativa em que os numerais estão bem (com ponto de interrogação) ou indiretamente (sem ponto de
empregados. interrogação). São uma pergunta, uma interrogação:
A) Ao papa Paulo Seis sucedeu João Paulo Primeiro. Por que chegaste tão tarde?
B) Após o parágrafo nono virá o parágrafo décimo. Gostaria de saber que horas são.
C) Depois do capítulo sexto, li o capitulo décimo primeiro. “Por que faço eu sempre o que não queria” (Fernando Pessoa)
D) Antes do artigo dez vem o artigo nono.
E) O artigo vigésimo segundo foi revogado. Imperativas: aquela através da qual expressamos uma
ordem, pedido ou súplica, de forma afirmativa ou negativa.
03. Os ordinais referentes aos números 80, 300, 700 e 90 Contêm uma ordem, proibição, exortação ou pedido:
são, respectivamente “Cale-se! Respeite este templo.” (afirmativa)
A) octagésimo, trecentésimo, septingentésirno, Não cometa imprudências. (negativa)
nongentésimo “Não me leves para o mar.” (negativa)
B) octogésimo, trecentésimo, septingentésimo, nonagésimo
C) octingentésimo, tricentésimo, septuagésimo, nonagésimo Exclamativas: aquela através da qual externamos uma
D) octogésimo, tricentésimo, septuagésimo, nongentésimo admiração. Traduzem admiração, surpresa, arrependimento,
etc.:
Respostas Como eles são audaciosos!
1-B / 2-D / 3-B Não voltaram mais!

Análise Sintática Optativas: É aquela através da qual se exprime um desejo:


Bons ventos o levem!
A Análise Sintática examina a estrutura do período, divide Oxalá não sejam vãos tantos sacrifícios!
e classifica as orações que o constituem e reconhece a função “E queira Deus que te não enganes, menino!” (Carlos de Laet)
sintática dos termos de cada oração.
Daremos uma ideia do que seja frase, oração, período, termo, Imprecativas: Encerram uma imprecação (praga, maldição):
função sintática e núcleo de um termo da oração. “Esta luz me falte, se eu minto, senhor!” (Camilo Castelo
As palavras, tanto na expressão escrita como na oral, são Branco)
reunidas e ordenadas em frases. Pela frase é que se alcança “Não encontres amor nas mulheres!” (Gonçalves Dias)
o objetivo do discurso, ou seja, da atividade linguística: a “Maldito seja quem arme ciladas no seu caminho!”
comunicação com o ouvinte ou o leitor. (Domingos Carvalho da Silva)
Frase, Oração e Período são fatores constituintes de
qualquer texto escrito em prosa, pois o mesmo compõe-se de Como se vê dos exemplos citados, os diversos tipos de frase
uma sequência lógica de ideias, todas organizadas e dispostas podem encerrar uma afirmação ou uma negação. No primeiro
em parágrafos minuciosamente construídos. caso, a frase é afirmativa, no segundo, negativa. O que caracteriza
e distingue esses diferentes tipos de frase é a entoação, ora
Frase: é todo enunciado capaz de transmitir, a quem nos ascendente ora descendente.
ouve ou lê, tudo o que pensamos, queremos ou sentimos. Pode Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser
revestir as mais variadas formas, desde a simples palavra até integralmente captados se atentarmos para o contexto em que
o período mais complexo, elaborado segundo os padrões são empregadas. É o caso, por exemplo, das situações em que se
sintáticos do idioma. São exemplos de frases: explora a ironia. Pense, por exemplo, na frase “Que educação!”,
Socorro! usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de
Muito obrigado! pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do
Que horror! que aparentemente diz.
Sentinela, alerta! A entoação é um elemento muito importante da frase falada,
Cada um por si e Deus por todos. pois nos dá uma ampla possibilidade de expressão. Dependendo
Grande nau, grande tormenta. de como é dita, uma frase simples como «É ela.» pode indicar
Por que agridem a natureza? constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc.
“Tudo seco em redor.” (Graciliano Ramos) A mesma frase pode assumir sentidos diferentes, conforme o
“Boa tarde, mãe Margarida!” (Graciliano Ramos) tom com que a proferimos. Observe:
“Fumaça nas chaminés, o céu tranquilo, limpo o terreiro.” Olavo esteve aqui.
(Adonias Filho) Olavo esteve aqui?
“As luzes da cidade estavam amortecidas.” (Érico Veríssimo) Olavo esteve aqui?!
“Tropas do exército regular do Sul, ajustadas pelos Olavo esteve aqui!
seus aliados brancos de além mar, tinham sido levadas em
helicópteros para o lugar onde se presumia estivesse o inimigo, Questões
mas este se havia sumido por completo.” (Érico Veríssimo)
01. Marque apenas as frases nominais:
As frases são proferidas com entoação e pausas especiais, (A) Que voz estranha!
indicadas na escrita pelos sinais de pontuação. Muitas frases, (B) A lanterna produzia boa claridade.
principalmente as que se desviam do esquema sujeito + (C) As risadas não eram normais.
predicado, só podem ser entendidas dentro do contexto (= (D) Luisinho, não!
o escrito em que figuram) e na situação (= o ambiente, as
circunstâncias) em que o falante se encontra. Chamam-se frases 02. Classifique as frases em declarativa, interrogativa,
nominais as que se apresentam sem o verbo. Exemplo: Tudo exclamativa, optativa ou imperativa.
parado e morto. (A) Você está bem?
(B) Não olhe; não olhe, Luisinho! - Termos Acessórios da Oração: Adjunto Adnominal,
(C) Que alívio! Adjunto Adverbial, Aposto e Vocativo.
(D) Tomara que Luisinho não fique impressionado!
(E) Você se machucou? Termos Essenciais da Oração: São dois os termos essenciais
(F) A luz jorrou na caverna. (ou fundamentais) da oração: sujeito e predicado. Exemplos:
(G) Agora suma, seu monstro!
(H) O túnel ficava cada vez mais escuro.
Sujeito Predicado
Respostas Pobreza não é vileza.
01. “a” e “d”
Os sertanistas capturavam os índios.
02. a) interrogativa; b) imperativa; c) exclamativa; d) Um vento áspero sacudia as árvores.
optativa; e) interrogativa; f) declarativa; g) imperativa; h)
declarativa Sujeito: é equivocado dizer que o sujeito é aquele que pratica
Oração uma ação ou é aquele (ou aquilo) do qual se diz alguma coisa. Ao
fazer tal afirmação estamos considerando o aspecto semântico
Oração: é todo enunciado linguístico dotado de sentido, do sujeito (agente de uma ação) ou o seu aspecto estilístico
porém há, necessariamente, a presença do verbo. A oração (o tópico da sentença). Já que o sujeito é depreendido de uma
encerra uma frase (ou segmento de frase), várias frases ou um análise sintática, vamos restringir a definição apenas ao seu
período, completando um pensamento e concluindo o enunciado papel sintático na sentença: aquele que estabelece concordância
através de ponto final, interrogação, exclamação e, em alguns com o núcleo do predicado. Quando se trata de predicado verbal,
casos, através de reticências. o núcleo é sempre um verbo; sendo um predicado nominal, o
Em toda oração há um verbo ou locução verbal (às vezes núcleo é sempre um nome. Então têm por características básicas:
elípticos). Não têm estrutura sintática, portanto não são orações, - estabelecer concordância com o núcleo do predicado;
não podem ser analisadas sintaticamente frases como: - apresentar-se como elemento determinante em relação ao
predicado;
Socorro! - constituir-se de um substantivo, ou pronome substantivo
Com licença! ou, ainda, qualquer palavra substantivada.
Que rapaz impertinente!
Muito riso, pouco siso. Exemplo:

Na oração as palavras estão relacionadas entre si, como A padaria está fechada hoje.
partes de um conjunto harmônico: elas formam os termos está fechada hoje: predicado nominal
ou as unidades sintáticas da oração. Cada termo da oração fechada: nome adjetivo = núcleo do predicado
desempenha uma função sintática. Geralmente apresentam dois a padaria: sujeito
grupos de palavras: um grupo sobre o qual se declara alguma padaria: núcleo do sujeito - nome feminino singular
coisa (o sujeito), e um grupo que apresenta uma declaração (o No interior de uma sentença, o sujeito é o termo determinante,
predicado), e, excepcionalmente, só o predicado. Exemplo: ao passo que o predicado é o termo determinado. Essa posição
de determinante do sujeito em relação ao predicado adquire
A menina banhou-se na cachoeira. sentido com o fato de ser possível, na língua portuguesa, uma
A menina – sujeito sentença sem sujeito, mas nunca uma sentença sem predicado.
banhou-se na cachoeira – predicado Exemplo:
Choveu durante a noite. (a oração toda predicado)
As formigas invadiram minha casa.
O sujeito é o termo da frase que concorda com o verbo em as formigas: sujeito = termo determinante
número e pessoa. É normalmente o «ser de quem se declara invadiram minha casa: predicado = termo determinado
algo», «o tema do que se vai comunicar». Há formigas na minha casa.
O predicado é a parte da oração que contém “a informação há formigas na minha casa: predicado = termo determinado
nova para o ouvinte”. Normalmente, ele se refere ao sujeito, sujeito: inexistente
constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.
O sujeito sempre se manifesta em termos de sintagma
Observe: O amor é eterno. O tema, o ser de quem se declara nominal, isto é, seu núcleo é sempre um nome. Quando esse
algo, o sujeito, é “O amor”. A declaração referente a “o amor”, ou nome se refere a objetos das primeira e segunda pessoas, o
seja, o predicado, é «é eterno». sujeito é representado por um pronome pessoal do caso reto (eu,
tu, ele, etc.). Se o sujeito se refere a um objeto da terceira pessoa,
Já na frase: Os rapazes jogam futebol. O sujeito é “Os rapazes”, sua representação pode ser feita através de um substantivo, de
que identificamos por ser o termo que concorda em número e um pronome substantivo ou de qualquer conjunto de palavras,
pessoa com o verbo “jogam”. O predicado é “jogam futebol”. cujo núcleo funcione, na sentença, como um substantivo.
Exemplos:
Núcleo de um termo é a palavra principal (geralmente um Eu acompanho você até o guichê.
substantivo, pronome ou verbo), que encerra a essência de eu: sujeito = pronome pessoal de primeira pessoa
sua significação. Nos exemplos seguintes, as palavras amigo e Vocês disseram alguma coisa?
revestiu são o núcleo do sujeito e do predicado, respectivamente: vocês: sujeito = pronome pessoal de segunda pessoa
“O amigo retardatário do presidente prepara-se para Marcos tem um fã-clube no seu bairro.
desembarcar.” (Aníbal Machado) Marcos: sujeito = substantivo próprio
A avezinha revestiu o interior do ninho com macias plumas. Ninguém entra na sala agora.
ninguém: sujeito = pronome substantivo
Os termos da oração da língua portuguesa são classificados O andar deve ser uma atividade diária.
em três grandes níveis: o andar: sujeito = núcleo: verbo substantivado nessa oração
- Termos Essenciais da Oração: Sujeito e Predicado.
Além dessas formas, o sujeito também pode se constituir
- Termos Integrantes da Oração: Complemento Nominal e de uma oração inteira. Nesse caso, a oração recebe o nome de
Complementos Verbais (Objeto Direto, Objeto indireto e Agente oração substantiva subjetiva:
da Passiva).
É difícil optar por esse ou aquele doce...
É difícil: oração principal Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
optar por esse ou aquele doce: oração substantiva subjetiva “Breve desapareceram os dois guerreiros entre as árvores.”
(José de Alencar)
O sujeito é constituído por um substantivo ou pronome, ou
por uma palavra ou expressão substantivada. Exemplos: Sem Sujeito: constituem a enunciação pura e absoluta de um
fato, através do predicado; o conteúdo verbal não é atribuído a
O sino era grande. nenhum ser. São construídas com os verbos impessoais, na 3ª
Ela tem uma educação fina. pessoa do singular: Havia ratos no porão; Choveu durante o jogo.
Vossa Excelência agiu com imparcialidade. Observação: São verbos impessoais: Haver (nos sentidos
Isto não me agrada. de existir, acontecer, realizar-se, decorrer), Fazer, passar, ser
e estar, com referência ao tempo e Chover, ventar, nevar, gear,
O núcleo (isto é, a palavra base) do sujeito é, pois, um relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem
substantivo ou pronome. Em torno do núcleo podem aparecer fenômenos meteorológicos.
palavras secundárias (artigos, adjetivos, locuções adjetivas, etc.).
Exemplo: “Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma Predicado: assim como o sujeito, o predicado é um
voz para a selvagem filha do sertão.” (José de Alencar) segmento extraído da estrutura interna das orações ou das
frases, sendo, por isso, fruto de uma análise sintática. Nesse
O sujeito pode ser: sentido, o predicado é sintaticamente o segmento linguístico
que estabelece concordância com outro termo essencial
Simples: quando tem um só núcleo: As rosas têm espinhos; da oração, o sujeito, sendo este o termo determinante (ou
“Um bando de galinhas-d’angola atravessa a rua em fila indiana.” subordinado) e o predicado o termo determinado (ou principal).
Composto: quando tem mais de um núcleo: “O burro e o Não se trata, portanto, de definir o predicado como “aquilo
cavalo nadavam ao lado da canoa.” que se diz do sujeito” como fazem certas gramáticas da língua
Expresso: quando está explícito, enunciado: Eu viajarei portuguesa, mas sim estabelecer a importância do fenômeno
amanhã. da concordância entre esses dois termos essenciais da oração.
Oculto (ou elíptico): quando está implícito, isto é, quando Então têm por características básicas: apresentar-se como
não está expresso, mas se deduz do contexto: Viajarei amanhã. elemento determinado em relação ao sujeito; apontar um
(sujeito: eu, que se deduz da desinência do verbo); “Um soldado atributo ou acrescentar nova informação ao sujeito.
saltou para a calçada e aproximou-se.” (o sujeito, soldado, está
expresso na primeira oração e elíptico na segunda: e (ele) Exemplo:
aproximou-se.); Crianças, guardem os brinquedos. (sujeito: Carolina conhece os índios da Amazônia.
vocês) sujeito: Carolina = termo determinante
Agente: se faz a ação expressa pelo verbo da voz ativa: O Nilo predicado: conhece os índios da Amazônia = termo
fertiliza o Egito. determinado
Paciente: quando sofre ou recebe os efeitos da ação expressa
pelo verbo passivo: O criminoso é atormentado pelo remorso; Nesses exemplos podemos observar que a concordância é
Muitos sertanistas foram mortos pelos índios; Construíram-se estabelecida entre algumas poucas palavras dos dois termos
açudes. (= Açudes foram construídos.) essenciais. No primeiro exemplo, entre “Carolina” e “conhece”;
Agente e Paciente: quando o sujeito realiza a ação expressa no segundo exemplo, entre “nós” e “fazemos”. Isso se dá porque
por um verbo reflexivo e ele mesmo sofre ou recebe os efeitos a concordância é centrada nas palavras que são núcleos, isto
dessa ação: O operário feriu-se durante o trabalho; Regina é, que são responsáveis pela principal informação naquele
trancou-se no quarto. segmento. No predicado o núcleo pode ser de dois tipos: um
Indeterminado: quando não se indica o agente da ação nome, quase sempre um atributo que se refere ao sujeito da
verbal: Atropelaram uma senhora na esquina. (Quem atropelou oração, ou um verbo (ou locução verbal). No primeiro caso,
a senhora? Não se diz, não se sabe quem a atropelou.); Come-se temos um predicado nominal (seu núcleo significativo é um
bem naquele restaurante. nome, substantivo, adjetivo, pronome, ligado ao sujeito por
um verbo de ligação) e no segundo um predicado verbal (seu
Observações: núcleo é um verbo, seguido, ou não, de complemento(s) ou
- Não confundir sujeito indeterminado com sujeito oculto. termos acessórios). Quando, num mesmo segmento o nome e o
- Sujeito formado por pronome indefinido não é verbo são de igual importância, ambos constituem o núcleo do
indeterminado, mas expresso: Alguém me ensinará o caminho. predicado e resultam no tipo de predicado verbo-nominal (tem
Ninguém lhe telefonou. dois núcleos significativos: um verbo e um nome). Exemplos:
- Assinala-se a indeterminação do sujeito usando-se o Minha empregada é desastrada.
verbo na 3ª pessoa do plural, sem referência a qualquer agente predicado: é desastrada
já expresso nas orações anteriores: Na rua olhavam-no com núcleo do predicado: desastrada = atributo do sujeito
admiração; “Bateram palmas no portãozinho da frente.”; “De tipo de predicado: nominal
qualquer modo, foi uma judiação matarem a moça.”
- Assinala-se a indeterminação do sujeito com um verbo O núcleo do predicado nominal chama-se predicativo
ativo na 3ª pessoa do singular, acompanhado do pronome se. O do sujeito, porque atribui ao sujeito uma qualidade ou
pronome se, neste caso, é índice de indeterminação do sujeito. característica. Os verbos de ligação (ser, estar, parecer, etc.)
Pode ser omitido junto de infinitivos. funcionam como um elo entre o sujeito e o predicado.
Aqui vive-se bem.
Devagar se vai ao longe. A empreiteira demoliu nosso antigo prédio.
Quando se é jovem, a memória é mais vivaz. predicado: demoliu nosso antigo prédio
Trata-se de fenômenos que nem a ciência sabe explicar. núcleo do predicado: demoliu = nova informação sobre o
sujeito
- Assinala-se a indeterminação do sujeito deixando-se o tipo de predicado: verbal
verbo no infinitivo impessoal: Era penoso carregar aqueles
fardos enormes; É triste assistir a estas cenas repulsivas. Os manifestantes desciam a rua desesperados.
predicado: desciam a rua desesperados
Normalmente, o sujeito antecede o predicado; todavia, a núcleos do predicado: desciam = nova informação sobre o
posposição do sujeito ao verbo é fato corriqueiro em nossa sujeito; desesperados = atributo do sujeito
língua. tipo de predicado: verbo-nominal
Exemplos:
É fácil este problema!
Nos predicados verbais e verbo-nominais o verbo é crescer, brilhar, ir, agir, sair, nascer, latir, rir, tremer, brincar,
responsável também por definir os tipos de elementos que chegar, vir, mentir, suar, adoecer, etc.
aparecerão no segmento. Em alguns casos o verbo sozinho basta
para compor o predicado (verbo intransitivo). Em outros casos Transitivos Diretos: são os que pedem um objeto direto, isto
é necessário um complemento que, juntamente com o verbo, é, um complemento sem preposição. Pertencem a esse grupo:
constituem a nova informação sobre o sujeito. De qualquer julgar, chamar, nomear, eleger, proclamar, designar, considerar,
forma, esses complementos do verbo não interferem na tipologia declarar, adotar, ter, fazer, etc. Exemplos:
do predicado. Comprei um terreno e construí a casa.
Entretanto, é muito comum a elipse (ou omissão) do verbo, “Trabalho honesto produz riqueza honrada.” (Marquês de
quando este puder ser facilmente subentendido, em geral por Maricá)
estar expresso ou implícito na oração anterior. Exemplos: “Então, solenemente Maria acendia a lâmpada de sábado.”
(Guedes de Amorim)
“A fraqueza de Pilatos é enorme, a ferocidade dos algozes
inexcedível.” (Machado de Assis) (Está subentendido o verbo é Dentre os verbos transitivos diretos merecem destaque os
depois de algozes) que formam o predicado verbo nominal e se constrói com o
“Mas o sal está no Norte, o peixe, no Sul” (Paulo Moreira da complemento acompanhado de predicativo. Exemplos:
Silva) (Subentende-se o verbo está depois de peixe) Consideramos o caso extraordinário.
“A cidade parecia mais alegre; o povo, mais contente.” (Povina Inês trazia as mãos sempre limpas.
Cavalcante) (isto é: o povo parecia mais contente) O povo chamava-os de anarquistas.
Julgo Marcelo incapaz disso.
Chama-se predicação verbal o modo pelo qual o verbo
forma o predicado. Observações: Os verbos transitivos diretos, em geral, podem
Há verbos que, por natureza, tem sentido completo, ser usados também na voz passiva; Outra característica desses
podendo, por si mesmos, constituir o predicado: são os verbos verbos é a de poderem receber como objeto direto, os pronomes
de predicação completa denominados intransitivos. Exemplo: o, a, os, as: convido-o, encontro-os, incomodo-a, conheço-as; Os
verbos transitivos diretos podem ser construídos acidentalmente
As flores murcharam. com preposição, a qual lhes acrescenta novo matiz semântico:
Os animais correm. arrancar da espada; puxar da faca; pegar de uma ferramenta;
As folhas caem. tomar do lápis; cumprir com o dever; Alguns verbos transitivos
diretos: abençoar, achar, colher, avisar, abraçar, comprar,
Outros verbos há, pelo contrário, que para integrarem castigar, contrariar, convidar, desculpar, dizer, estimar, elogiar,
o predicado necessitam de outros termos: são os verbos de entristecer, encontrar, ferir, imitar, levar, perseguir, prejudicar,
predicação incompleta, denominados transitivos. Exemplos: receber, saldar, socorrer, ter, unir, ver, etc.

João puxou a rede. Transitivos Indiretos: são os que reclamam um


“Não invejo os ricos, nem aspiro à riqueza.” (Oto Lara complemento regido de preposição, chamado objeto indireto.
Resende) Exemplos:
“Não simpatizava com as pessoas investidas no poder.” “Ninguém perdoa ao quarentão que se apaixona por uma
(Camilo Castelo Branco) adolescente.” (Ciro dos Anjos)
“Populares assistiam à cena aparentemente apáticos e
Observe que, sem os seus complementos, os verbos puxou, neutros.” (Érico Veríssimo)
invejo, aspiro, etc., não transmitiriam informações completas: “Lúcio não atinava com essa mudança instantânea.” (José
puxou o quê? Não invejo a quem? Não aspiro a quê? Américo)
Os verbos de predicação completa denominam-se “Do que eu mais gostava era do tempo do retiro espiritual.”
intransitivos e os de predicação incompleta, transitivos. Os (José Geraldo Vieira)
verbos transitivos subdividem-se em: transitivos diretos,
transitivos indiretos e transitivos diretos e indiretos Observações: Entre os verbos transitivos indiretos importa
(bitransitivos). distinguir os que se constroem com os pronomes objetivos lhe,
Além dos verbos transitivos e intransitivos, quem encerram lhes. Em geral são verbos que exigem a preposição a: agradar-lhe,
uma noção definida, um conteúdo significativo, existem os de agradeço-lhe, apraz-lhe, bate-lhe, desagrada-lhe, desobedecem-
ligação, verbos que entram na formação do predicado nominal, lhe, etc. Entre os verbos transitivos indiretos importa distinguir
relacionando o predicativo com o sujeito. os que não admitem para objeto indireto as formas oblíquas
lhe, lhes, construindo-se com os pronomes retos precedidos de
Quanto à predicação classificam-se, pois os verbos em: preposição: aludir a ele, anuir a ele, assistir a ela, atentar nele,
Intransitivos: são os que não precisam de complemento, depender dele, investir contra ele, não ligar para ele, etc.
pois têm sentido completo. Em princípio, verbos transitivos indiretos não comportam
“Três contos bastavam, insistiu ele.” (Machado de Assis) a forma passiva. Excetuam-se pagar, perdoar, obedecer, e
“Os guerreiros Tabajaras dormem.” (José de Alencar) pouco mais, usados também como transitivos diretos: João
“A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.” paga (perdoa, obedece) o médico. O médico é pago (perdoado,
(Marquês de Maricá) obedecido) por João. Há verbos transitivos indiretos, como
atirar, investir, contentar-se, etc., que admitem mais de uma
Observações: Os verbos intransitivos podem vir preposição, sem mudança de sentido. Outros mudam de sentido
acompanhados de um adjunto adverbial e mesmo de um com a troca da preposição, como nestes exemplos: Trate de sua
predicativo (qualidade, características): Fui cedo; Passeamos vida. (tratar=cuidar). É desagradável tratar com gente grosseira.
pela cidade; Cheguei atrasado; Entrei em casa aborrecido. (tratar=lidar). Verbos como aspirar, assistir, dispor, servir, etc.,
As orações formadas com verbos intransitivos não podem variam de significação conforme sejam usados como transitivos
“transitar” (= passar) para a voz passiva. Verbos intransitivos diretos ou indiretos.
passam, ocasionalmente, a transitivos quando construídos com
o objeto direto ou indireto. Transitivos Diretos e Indiretos: são os que se usam com
- “Inutilmente a minha alma o chora!” (Cabral do Nascimento) dois objetos: um direto, outro indireto, concomitantemente.
- “Depois me deitei e dormi um sono pesado.” (Luís Jardim) Exemplos:
- “Morrerás morte vil da mão de um forte.” (Gonçalves Dias) No inverno, Dona Cléia dava roupas aos pobres.
- “Inútil tentativa de viajar o passado, penetrar no mundo A empresa fornece comida aos trabalhadores.
que já morreu...” (Ciro dos Anjos) Oferecemos flores à noiva.
Alguns verbos essencialmente intransitivos: anoitecer, Ceda o lugar aos mais velhos.
De Ligação: Os que ligam ao sujeito uma palavra ou - Complemento Nominal;
expressão chamada predicativo. Esses verbos, entram na - Agente da Passiva.
formação do predicado nominal. Exemplos:
A Terra é móvel. Objeto Direto: é o complemento dos verbos de predicação
A água está fria. incompleta, não regido, normalmente, de preposição. Exemplos:
O moço anda (=está) triste. As plantas purificaram o ar.
A Lua parecia um disco. “Nunca mais ele arpoara um peixe-boi.” (Ferreira Castro)
Procurei o livro, mas não o encontrei.
Observações: Os verbos de ligação não servem apenas de Ninguém me visitou.
anexo, mas exprimem ainda os diversos aspectos sob os quais
se considera a qualidade atribuída ao sujeito. O verbo ser, por O objeto direto tem as seguintes características:
exemplo, traduz aspecto permanente e o verbo estar, aspecto - Completa a significação dos verbos transitivos diretos;
transitório: Ele é doente. (aspecto permanente); Ele está doente. - Normalmente, não vem regido de preposição;
(aspecto transitório). Muito desses verbos passam à categoria - Traduz o ser sobre o qual recai a ação expressa por um
dos intransitivos em frases como: Era =existia) uma vez uma verbo ativo: Caim matou Abel.
princesa.; Eu não estava em casa.; Fiquei à sombra.; Anda com - Torna-se sujeito da oração na voz passiva: Abel foi morto
dificuldades.; Parece que vai chover. por Caim.

Os verbos, relativamente à predicação, não têm classificação O objeto direto pode ser constituído:
fixa, imutável. Conforme a regência e o sentido que apresentam - Por um substantivo ou expressão substantivada: O lavrador
na frase, podem pertencer ora a um grupo, ora a outro. Exemplos: cultiva a terra.; Unimos o útil ao agradável.
O homem anda. (intransitivo) - Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos:
O homem anda triste. (de ligação) Espero-o na estação.; Estimo-os muito.; Sílvia olhou-se ao
espelho.; Não me convidas?; Ela nos chama.; Avisamo-lo a
O cego não vê. (intransitivo) tempo.; Procuram-na em toda parte.; Meu Deus, eu vos amo.;
O cego não vê o obstáculo. (transitivo direto) “Marchei resolutamente para a maluca e intimei-a a ficar
quieta.”; “Vós haveis de crescer, perder-vos-ei de vista.”
Não dei com a chave do enigma. (transitivo indireto) - Por qualquer pronome substantivo: Não vi ninguém na
Os pais dão conselhos aos filhos. (transitivo direto e indireto) loja.; A árvore que plantei floresceu. (que: objeto direto de
plantei); Onde foi que você achou isso? Quando vira as folhas do
Predicativo: Há o predicativo do sujeito e o predicativo do livro, ela o faz com cuidado.; “Que teria o homem percebido nos
objeto. meus escritos?”

Predicativo do Sujeito: é o termo que exprime um atributo, Frequentemente transitivam-se verbos intransitivos, dando-
um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um se-lhes por objeto direto uma palavra cognata ou da mesma
verbo de ligação, no predicado nominal. Exemplos: esfera semântica:
A bandeira é o símbolo da Pátria. “Viveu José Joaquim Alves vida tranquila e patriarcal.”
A mesa era de mármore. (Vivaldo Coaraci)
Além desse tipo de predicativo, outro existe que entra na “Pela primeira vez chorou o choro da tristeza.” (Aníbal
constituição do predicado verbo-nominal. Exemplos: Machado)
O trem chegou atrasado. (=O trem chegou e estava “Nenhum de nós pelejou a batalha de Salamina.” (Machado
atrasado.) de Assis)
O menino abriu a porta ansioso. Em tais construções é de rigor que o objeto venha
Todos partiram alegres. acompanhado de um adjunto.

Observações: O predicativo subjetivo às vezes está Objeto Direto Preposicionado: Há casos em que o objeto
preposicionado; Pode o predicativo preceder o sujeito e até direto, isto é, o complemento de verbos transitivos diretos, vem
mesmo ao verbo: São horríveis essas coisas!; Que linda precedido de preposição, geralmente a preposição a. Isto ocorre
estava Amélia!; Completamente feliz ninguém é.; Raros são os principalmente:
verdadeiros líderes.; Quem são esses homens?; Lentos e tristes, - Quando o objeto direto é um pronome pessoal tônico:
os retirantes iam passando.; Novo ainda, eu não entendia certas Deste modo, prejudicas a ti e a ela.; “Mas dona Carolina amava
coisas.; Onde está a criança que fui? mais a ele do que aos outros filhos.”; “Pareceu-me que Roberto
Predicativo do Objeto: é o termo que se refere ao objeto de hostilizava antes a mim do que à ideia.”; “Ricardina lastimava o
um verbo transitivo. Exemplos: seu amigo como a si própria.”; “Amava-a tanto como a nós”.
O juiz declarou o réu inocente. - Quando o objeto é o pronome relativo quem: “Pedro
O povo elegeu-o deputado. Severiano tinha um filho a quem idolatrava.”; “Abraçou a todos;
deu um beijo em Adelaide, a quem felicitou pelo desenvolvimento
Observações: O predicativo objetivo, como vemos dos das suas graças.”; “Agora sabia que podia manobrar com ele, com
exemplos acima, às vezes vem regido de preposição. Esta, em aquele homem a quem na realidade também temia, como todos
certos casos, é facultativa; O predicativo objetivo geralmente ali”.
se refere ao objeto direto. Excepcionalmente, pode referir-se - Quando precisamos assegurar a clareza da frase, evitando
ao objeto indireto do verbo chamar. Chamavam-lhe poeta; que o objeto direto seja tomado como sujeito, impedindo
Podemos antepor o predicativo a seu objeto: O advogado construções ambíguas: Convence, enfim, ao pai o filho amado.;
considerava indiscutíveis os direitos da herdeira.; Julgo “Vence o mal ao remédio.”; “Tratava-me sem cerimônia, como a
inoportuna essa viagem.; “E até embriagado o vi muitas um irmão.”; A qual delas iria homenagear o cavaleiro?
vezes.”; “Tinha estendida a seus pés uma planta rústica da - Em expressões de reciprocidade, para garantir a clareza e a
cidade.”; “Sentia ainda muito abertos os ferimentos que aquele eufonia da frase: “Os tigres despedaçam-se uns aos outros.”; “As
choque com o mundo me causara.” companheiras convidavam-se umas às outras.”; “Era o abraço de
duas criaturas que só tinham uma à outra”.
Termos Integrantes da Oração - Com nomes próprios ou comuns, referentes a pessoas,
Chamam-se termos integrantes da oração os que completam principalmente na expressão dos sentimentos ou por amor da
a significação transitiva dos verbos e nomes. Integram (inteiram, eufonia da frase: Judas traiu a Cristo.; Amemos a Deus sobre
completam) o sentido da oração, sendo por isso indispensável à todas as coisas. “Provavelmente, enganavam é a Pedro.”; “O
compreensão do enunciado. São os seguintes: estrangeiro foi quem ofendeu a Tupã”.
- Complemento Verbais (Objeto Direto e Objeto Indireto);
- Em construções enfáticas, nas quais antecipamos o objeto público.; Assisti ao desenrolar da luta.; A coisa de que mais
direto para dar-lhe realce: A você é que não enganam!; Ao gosto é pescar.; A pessoa a quem me refiro você a conhece.; Os
médico, confessor e letrado nunca enganes.; “A este confrade obstáculos contra os quais luto são muitos.; As pessoas com
conheço desde os seus mais tenros anos”. quem conto são poucas.
- Sendo objeto direto o numeral ambos(as): “O aguaceiro
caiu, molhou a ambos.”; “Se eu previsse que os matava a Como atestam os exemplos acima, o objeto indireto é
ambos...”. representado pelos substantivos (ou expressões substantivas)
- Com certos pronomes indefinidos, sobretudo referentes a ou pelos pronomes. As preposições que o ligam ao verbo são: a,
pessoas: Se todos são teus irmãos, por que amas a uns e odeias a com, contra, de, em, para e por.
outros?; Aumente a sua felicidade, tornando felizes também aos
outros.; A quantos a vida ilude!. Objeto Indireto Pleonástico: à semelhança do objeto direto,
- Em certas construções enfáticas, como puxar (ou arrancar) o objeto indireto pode vir repetido ou reforçado, por ênfase.
da espada, pegar da pena, cumprir com o dever, atirar com os Exemplos: “A mim o que me deu foi pena.”; “Que me importa
livros sobre a mesa, etc.: “Arrancam das espadas de aço fino...”; a mim o destino de uma mulher tísica...? “E, aos brigões,
“Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou incapazes de se moverem, basta-lhes xingarem-se a distância.”
da linha, enfiou a linha na agulha e entrou a coser.”; “Imagina-se
a consternação de Itaguaí, quando soube do caso.” Complemento Nominal: é o termo complementar reclamado
pela significação transitiva, incompleta, de certos substantivos,
Observações: Nos quatro primeiros casos estudados a adjetivos e advérbios. Vem sempre regido de preposição.
preposição é de rigor, nos cinco outros, facultativa; A substituição Exemplos: A defesa da pátria; Assistência às aulas; “O ódio ao
do objeto direto preposicionado pelo pronome oblíquo átono, mal é amor do bem, e a ira contra o mal, entusiasmo divino.”;
quando possível, se faz com as formas o(s), a(s) e não lhe, “Ah, não fosse ele surdo à minha voz!”
lhes: amar a Deus (amá-lo); convencer ao amigo (convencê-
lo); O objeto direto preposicionado, é obvio, só ocorre com Observações: O complemento nominal representa o
verbo transitivo direto; Podem resumir-se em três as razões recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um
ou finalidades do emprego do objeto direto preposicionado: nome: amor a Deus, a condenação da violência, o medo de
a clareza da frase; a harmonia da frase; a ênfase ou a força da assaltos, a remessa de cartas, útil ao homem, compositor
expressão. de músicas, etc. É regido pelas mesmas preposições usadas
no objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de
Objeto Direto Pleonástico: Quando queremos dar destaque complementar verbos, complementa nomes (substantivos,
ou ênfase à ideia contida no objeto direto, colocamo-lo no adjetivos) e alguns advérbios em –mente. Os nomes que
início da frase e depois o repetimos ou reforçamos por meio do requerem complemento nominal correspondem, geralmente, a
pronome oblíquo. A esse objeto repetido sob forma pronominal verbos de mesmo radical: amor ao próximo, amar o próximo;
chama-se pleonástico, enfático ou redundante. Exemplos: perdão das injúrias, perdoar as injúrias; obediente aos pais,
O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas da camisa. obedecer aos pais; regresso à pátria, regressar à pátria; etc.
O bem, muitos o louvam, mas poucos o seguem.
“Seus cavalos, ela os montava em pelo.” (Jorge Amado)
Objeto Indireto: É o complemento verbal regido de Agente da Passiva: é o complemento de um verbo na voz
preposição necessária e sem valor circunstancial. Representa, passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa pelo verbo
ordinariamente, o ser a que se destina ou se refere à ação verbal: passivo. Vem regido comumente pela preposição por, e menos
“Nunca desobedeci a meu pai”. O objeto indireto completa a frequentemente pela preposição de: Alfredo é estimado pelos
significação dos verbos: colegas; A cidade estava cercada pelo exército romano; “Era
conhecida de todo mundo a fama de suas riquezas.”
- Transitivos Indiretos: Assisti ao jogo; Assistimos à missa e
à festa; Aludiu ao fato; Aspiro a uma vida calma. O agente da passiva pode ser expresso pelos substantivos ou
- Transitivos Diretos e Indiretos (na voz ativa ou passiva): pelos pronomes:
Dou graças a Deus; Ceda o lugar aos mais velhos; Dedicou sua As flores são umedecidas pelo orvalho.
vida aos doentes e aos pobres; Disse-lhe a verdade. (Disse a A carta foi cuidadosamente corrigida por mim.
verdade ao moço.)
O agente da passiva corresponde ao sujeito da oração na voz
O objeto indireto pode ainda acompanhar verbos de outras ativa:
categorias, os quais, no caso, são considerados acidentalmente A rainha era chamada pela multidão. (voz passiva)
transitivos indiretos: A bom entendedor meia palavra basta; A multidão aclamava a rainha. (voz ativa)
Sobram-lhe qualidades e recursos. (lhe=a ele); Isto não lhe Ele será acompanhado por ti. (voz passiva)
convém; A proposta pareceu-lhe aceitável.
Observações:
Observações: Há verbos que podem construir-se com dois Frase de forma passiva analítica sem complemento agente
objetos indiretos, regidos de preposições diferentes: Rogue a expresso, ao passar para a ativa, terá sujeito indeterminado
Deus por nós.; Ela queixou-se de mim a seu pai.; Pedirei para e o verbo na 3ª pessoa do plural: Ele foi expulso da cidade.
ti a meu senhor um rico presente; Não confundir o objeto direto (Expulsaram-no da cidade.); As florestas são devastadas.
com o complemento nominal nem com o adjunto adverbial; Em (Devastam as florestas.); Na passiva pronominal não se declara
frases como “Para mim tudo eram alegrias”, “Para ele nada é o agente: Nas ruas assobiavam-se as canções dele pelos
impossível”, os pronomes em destaque podem ser considerados pedestres. (errado); Nas ruas eram assobiadas as canções dele
adjuntos adverbiais. pelos pedestres. (certo); Assobiavam-se as canções dele nas
ruas. (certo)
O objeto indireto é sempre regido de preposição, expressa
ou implícita. A preposição está implícita nos pronomes objetivos Termos Acessórios da Oração
indiretos (átonos) me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Exemplos:
Obedece-me. (=Obedece a mim.); Isto te pertence. (=Isto Termos acessórios são os que desempenham na oração
pertence a ti.); Rogo-lhe que fique. (=Rogo a você...); Peço- uma função secundária, qual seja a de caracterizar um ser,
vos isto. (=Peço isto a vós.). Nos demais casos a preposição é determinar os substantivos, exprimir alguma circunstância. São
expressa, como característica do objeto indireto: Recorro a três os termos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto
Deus.; Dê isto a (ou para) ele.; Contenta-se com pouco.; Ele adverbial e aposto.
só pensa em si.; Esperei por ti.; Falou contra nós.; Conto com Adjunto adnominal: É o termo que caracteriza ou determina
você.; Não preciso disto.; O filme a que assisti agradou ao os substantivos. Exemplo: Meu irmão veste roupas vistosas.
(Meu determina o substantivo irmão: é um adjunto adnominal “Onde estariam os descendentes de Amaro vaqueiro?”
– vistosas caracteriza o substantivo roupas: é também adjunto (Graciliano Ramos)
adnominal).
O adjunto adnominal pode ser expresso: Pelos adjetivos: O aposto pode preceder o termo a que se refere, o qual, às
água fresca, terras férteis, animal feroz; Pelos artigos: o vezes, está elíptico. Exemplos:
mundo, as ruas, um rapaz; Pelos pronomes adjetivos: nosso tio, Rapaz impulsivo, Mário não se conteve.
este lugar, pouco sal, muitas rãs, país cuja história conheço, Mensageira da ideia, a palavra é a mais bela expressão da
que rua?; Pelos numerais: dois pés, quinto ano, capítulo sexto; alma humana.
Pelas locuções ou expressões adjetivas que exprimem qualidade,
posse, origem, fim ou outra especificação: O aposto, às vezes, refere-se a toda uma oração. Exemplos:
- presente de rei (=régio): qualidade Nuvens escuras borravam os espaços silenciosos, sinal de
- livro do mestre, as mãos dele: posse, pertença tempestade iminente.
- água da fonte, filho de fazendeiros: origem O espaço é incomensurável, fato que me deixa atônito.
- fio de aço, casa de madeira: matéria
- casa de ensino, aulas de inglês: fim, especialidade Um aposto pode referir-se a outro aposto:
“Serafim Gonçalves casou-se com Lígia Tavares, filha do
Observações: Não confundir o adjunto adnominal formado velho coronel Tavares, senhor de engenho.” (Ledo Ivo)
por locução adjetiva com complemento nominal. Este representa
o alvo da ação expressa por um nome transitivo: a eleição do O aposto pode vir precedido das expressões explicativas isto
presidente, aviso de perigo, declaração de guerra, empréstimo é, a saber, ou da preposição acidental como:
de dinheiro, plantio de árvores, colheita de trigo, destruidor
de matas, descoberta de petróleo, amor ao próximo, etc. O Dois países sul-americanos, isto é, a Bolívia e o Paraguai,
adjunto adnominal formado por locução adjetiva representa não são banhados pelo mar.
o agente da ação, ou a origem, pertença, qualidade de alguém Este escritor, como romancista, nunca foi superado.
ou de alguma coisa: o discurso do presidente, aviso de amigo,
declaração do ministro, empréstimo do banco, a casa do O aposto que se refere a objeto indireto, complemento
fazendeiro, folhas de árvores, farinha de trigo, beleza das nominal ou adjunto adverbial vem precedido de preposição:
matas, cheiro de petróleo, amor de mãe.
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
Adjunto adverbial: É o termo que exprime uma circunstância “Acho que adoeci disso, de beleza, da intensidade das
(de tempo, lugar, modo, etc.) ou, em outras palavras, que modifica coisas.” (Raquel Jardim)
o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. Exemplo: “Meninas De cobras, morcegos, bichos, de tudo ela tinha medo.
numa tarde brincavam de roda na praça”. O adjunto adverbial
é expresso: Pelos advérbios: Cheguei cedo.; Ande devagar.; Vocativo: (do latim vocare = chamar) é o termo (nome, título,
Maria é mais alta.; Não durma ao volante.; Moramos aqui.; apelido) usado para chamar ou interpelar a pessoa, o animal ou
Ele fala bem, fala corretamente.; Volte bem depressa.; Talvez a coisa personificada a que nos dirigimos:
esteja enganado.; Pelas locuções ou expressões adverbiais: Às
vezes viajava de trem.; Compreendo sem esforço.; Saí com meu “Elesbão? Ó Elesbão! Venha ajudar-nos, por favor!” (Maria
pai.; Júlio reside em Niterói.; Errei por distração.; Escureceu de Lourdes Teixeira)
de repente. “A ordem, meus amigos, é a base do governo.” (Machado de
Assis)
Observações: Pode ocorrer a elipse da preposição antes “Correi, correi, ó lágrimas saudosas!” (Fagundes Varela)
de adjuntos adverbiais de tempo e modo: Aquela noite, não
dormi. (=Naquela noite...); Domingo que vem não sairei. (=No Observação: Profere-se o vocativo com entoação exclamativa.
domingo...); Ouvidos atentos, aproximei-me da porta. (=De Na escrita é separado por vírgula(s). No exemplo inicial, os
ouvidos atentos...); Os adjuntos adverbiais classificam-se de pontos interrogativo e exclamativo indicam um chamado alto e
acordo com as circunstâncias que exprimem: adjunto adverbial prolongado. O vocativo se refere sempre à 2ª pessoa do discurso,
de lugar, modo, tempo, intensidade, causa, companhia, meio, que pode ser uma pessoa, um animal, uma coisa real ou entidade
assunto, negação, etc. É importante saber distinguir adjunto abstrata personificada. Podemos antepor-lhe uma interjeição de
adverbial de adjunto adnominal, de objeto indireto e de apelo (ó, olá, eh!):
complemento nominal: sair do mar (ad.adv.); água do mar (adj.
adn.); gosta do mar (obj.indir.); ter medo do mar (compl.nom.). “Tem compaixão de nós , ó Cristo!” (Alexandre Herculano)
Aposto: É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, “Ó Dr. Nogueira, mande-me cá o Padilha, amanhã!”
desenvolve ou resume outro termo da oração. Exemplos: (Graciliano Ramos)
D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio. “Esconde-te, ó sol de maio, ó alegria do mundo!” (Camilo
“Nicanor, ascensorista, expôs-me seu caso de consciência.” Castelo Branco)
(Carlos Drummond de Andrade) O vocativo é um tempo à parte. Não pertence à estrutura da
oração, por isso não se anexa ao sujeito nem ao predicado.
O núcleo do aposto é um substantivo ou um pronome
substantivo: Questões
Foram os dois, ele e ela.
Só não tenho um retrato: o de minha irmã. 01. O termo em destaque é adjunto adverbial de intensidade
em:
O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nas frases (A) pode aprender e assimilar MUITA coisa
seguintes, por exemplo, não há aposto, mas predicativo do (B) enfrentamos MUITAS novidades
sujeito: (C) precisa de um parceiro com MUITO caráter
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. (D) não gostam de mulheres MUITO inteligentes
As borboletas, leves e graciosas, esvoaçavam num balé de (E) assumimos MUITO conflito e confusão
cores.
02. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há
Os apostos, em geral, destacam-se por pausas, indicadas, na dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são
escrita, por vírgulas, dois pontos ou travessões. Não havendo respectivamente:
pausa, não haverá vírgula, como nestes exemplos: (A) sujeito – objeto direto;
Minha irmã Beatriz; o escritor João Ribeiro; o romance Tóia; (B) sujeito – aposto;
o rio Amazonas; a Rua Osvaldo Cruz; o Colégio Tiradentes, etc. (C) objeto direto – aposto;
(D) objeto direto – objeto direto; Saí da escola / e fui à lanchonete.
(E) objeto direto – complemento nominal. OCA OCS Aditiva

Respostas Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção


01. D\02. C que expressa idéia de acréscimo ou adição com referência à
oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa aditiva.
Período
A doença vem a cavalo e volta a pé.
Período: Toda frase com uma ou mais orações constitui um As pessoas não se mexiam nem falavam.
período, que se encerra com ponto de exclamação, ponto de “Não só findaram as queixas contra o alienista, mas até
interrogação ou com reticências. nenhum ressentimento ficou dos atos que ele praticara.”
O período é simples quando só traz uma oração, chamada (Machado de Assis)
absoluta; o período é composto quando traz mais de uma - Orações coordenadas sindéticas adversativas: mas,
oração. Exemplo: Pegou fogo no prédio. (Período simples, oração porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
absoluta.); Quero que você aprenda. (Período composto.)
Estudei bastante / mas não passei no teste.
Existe uma maneira prática de saber quantas orações há OCA OCS Adversativa
num período: é contar os verbos ou locuções verbais. Num
período haverá tantas orações quantos forem os verbos ou as Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção
locuções verbais nele existentes. Exemplos: que expressa idéia de oposição à oração anterior, ou seja, por
Pegou fogo no prédio. (um verbo, uma oração) uma conjunção coordenativa adversativa.
Quero que você aprenda. (dois verbos, duas orações)
Está pegando fogo no prédio. (uma locução verbal, uma A espada vence, mas não convence.
oração) “É dura a vida, mas aceitam-na.” (Cecília Meireles)
Deves estudar para poderes vencer na vida. (duas locuções
verbais, duas orações) - Orações coordenadas sindéticas conclusivas: portanto,
por isso, pois, logo.
Há três tipos de período composto: por coordenação, por
subordinação e por coordenação e subordinação ao mesmo Ele me ajudou muito, / portanto merece minha gratidão.
tempo (também chamada de misto). OCA OCS Conclusiva

Período Composto por Coordenação – Orações Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma conjunção
Coordenadas que expressa ideia de conclusão de um fato enunciado na oração
anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa conclusiva.
Considere, por exemplo, este período composto:
Passeamos pela praia, / brincamos, / recordamos os tempos Vives mentindo; logo, não mereces fé.
de infância. Ele é teu pai: respeita-lhe, pois, a vontade.
1ª oração: Passeamos pela praia - Orações coordenadas sindéticas alternativas: ou,ou... ou,
2ª oração: brincamos ora... ora, seja... seja, quer... quer.
3ª oração: recordamos os tempos de infância
As três orações que compõem esse período têm sentido Seja mais educado / ou retire-se da reunião!
próprio e não mantêm entre si nenhuma dependência sintática: OCA OCS Alternativa
elas são independentes. Há entre elas, é claro, uma relação de
sentido, mas, como já dissemos, uma não depende da outra Observe que a 2ª oração vem introduzida por uma
sintaticamente. conjunção que estabelece uma relação de alternância ou escolha
As orações independentes de um período são chamadas com referência à oração anterior, ou seja, por uma conjunção
de orações coordenadas (OC), e o período formado só de coordenativa alternativa.
orações coordenadas é chamado de período composto por
coordenação. Venha agora ou perderá a vez.
As orações coordenadas são classificadas em assindéticas e “Jacinta não vinha à sala, ou retirava-se logo.” (Machado de
sindéticas. Assis)
“Em aviação, tudo precisa ser bem feito ou custará preço
- As orações coordenadas são assindéticas (OCA) quando muito caro.” (Renato Inácio da Silva)
não vêm introduzidas por conjunção. Exemplo: “A louca ora o acariciava, ora o rasgava freneticamente.”
Os torcedores gritaram, / sofreram, / vibraram. (Luís Jardim)
OCA OCA OCA
- Orações coordenadas sindéticas explicativas: que,
“Inclinei-me, apanhei o embrulho e segui.” (Machado de porque, pois, porquanto.
Assis) Vamos andar depressa / que estamos atrasados.
“A noite avança, há uma paz profunda na casa deserta.” OCA OCS Explicativa
(Antônio Olavo Pereira) Observe que a 2ª oração é introduzida por uma conjunção
“O ferro mata apenas; o ouro infama, avilta, desonra.” que expressa ideia de explicação, de justificativa em relação
(Coelho Neto) à oração anterior, ou seja, por uma conjunção coordenativa
explicativa.
- As orações coordenadas são sindéticas (OCS) quando vêm
introduzidas por conjunção coordenativa. Exemplo: Leve-lhe uma lembrança, que ela aniversaria amanhã.
O homem saiu do carro / e entrou na casa. “A mim ninguém engana, que não nasci ontem.” (Érico
OCA OCS Veríssimo)

As orações coordenadas sindéticas são classificadas de Questões


acordo com o sentido expresso pelas conjunções coordenativas
que as introduzem. Pode ser: 01. Relacione as orações coordenadas por meio de
conjunções:
- Orações coordenadas sindéticas aditivas: e, nem, não só... (A) Ouviu-se o som da bateria. Os primeiros foliões surgiram.
mas também, não só... mas ainda. (B) Não durma sem cobertor. A noite está fria.
(C) Quero desculpar-me. Não consigo encontrá-los. - Concessivas: Expressam ideia ou fato contrário ao da
   oração principal, sem, no entanto, impedir sua realização.
02. Em: “... ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar Conjunções: embora, ainda que, apesar de, se bem que, por mais
das ondas...” a partícula como expressa uma ideia de: que, mesmo que.
(A) causa Ela saiu à noite / embora estivesse doente.
(B) explicação OP OSA Concessiva
(C) conclusão Admirava-o muito, embora (ou conquanto ou posto que
(D) proporção ou se bem que) não o conhecesse pessoalmente.
(E) comparação Embora não possuísse informações seguras, ainda assim
Respostas arriscou uma opinião.
01. Cumpriremos nosso dever, ainda que (ou mesmo quando
Ouviu-se o som da bateria e os primeiros foliões surgiram. ou ainda quando ou mesmo que) todos nos critiquem.
Não durma sem cobertor, pois a noite está fria. Por mais que gritasse, não me ouviram.
Quero desculpar-me, mas consigo encontrá-los.
  - Conformativas: Expressam a conformidade de um fato
02. E com outro. Conjunções: conforme, como (=conforme), segundo.
O trabalho foi feito / conforme havíamos planejado.
Período Composto por Subordinação OP OSA Conformativa

Observe os termos destacados em cada uma destas orações: O homem age conforme pensa.
Vi uma cena triste. (adjunto adnominal) Relatei os fatos como (ou conforme) os ouvi.
Todos querem sua participação. (objeto direto) Como diz o povo, tristezas não pagam dívidas.
Não pude sair por causa da chuva. (adjunto adverbial de O jornal, como sabemos, é um grande veículo de informação.
causa)
- Temporais: Acrescentam uma circunstância de tempo ao
Veja, agora, como podemos transformar esses termos em que foi expresso na oração principal. Conjunções: quando, assim
orações com a mesma função sintática: que, logo que, enquanto, sempre que, depois que, mal (=assim que).
Vi uma cena / que me entristeceu. (oração subordinada Ele saiu da sala / assim que eu cheguei.
com função de adjunto adnominal) OP OSA Temporal
Todos querem / que você participe. (oração subordinada
com função de objeto direto) Formiga, quando quer se perder, cria asas.
Não pude sair / porque estava chovendo. (oração “Lá pelas sete da noite, quando escurecia, as casas se
subordinada com função de adjunto adverbial de causa) esvaziam.” (Carlos Povina Cavalcânti)
“Quando os tiranos caem, os povos se levantam.” (Marquês
Em todos esses períodos, a segunda oração exerce uma de Maricá)
certa função sintática em relação à primeira, sendo, portanto, Enquanto foi rico, todos o procuravam.
subordinada a ela. Quando um período é constituído de pelo - Finais: Expressam a finalidade ou o objetivo do que foi
menos um conjunto de duas orações em que uma delas (a enunciado na oração principal. Conjunções: para que, a fim de
subordinada) depende sintaticamente da outra (principal), ele que, porque (=para que), que.
é classificado como período composto por subordinação. As Abri a porta do salão / para que todos pudessem entrar.
orações subordinadas são classificadas de acordo com a função OP OSA Final
que exercem: adverbiais, substantivas e adjetivas.
“O futuro se nos oculta para que nós o imaginemos.”
Orações Subordinadas Adverbiais (Marquês de Maricá)
Aproximei-me dele a fim de que me ouvisse melhor.
As orações subordinadas adverbiais (OSA) são aquelas “Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis) (que =
que exercem a função de adjunto adverbial da oração principal para que)
(OP). São classificadas de acordo com a conjunção subordinativa “Instara muito comigo não deixasse de frequentar as
que as introduz: recepções da mulher.” (Machado de Assis) (não deixasse =
para que não deixasse)
- Causais: Expressam a causa do fato enunciado na oração - Consecutivas: Expressam a consequência do que foi
principal. Conjunções: porque, que, como (= porque), pois que, enunciado na oração principal. Conjunções: porque, que, como (=
visto que. porque), pois que, visto que.
Não fui à escola / porque fiquei doente. A chuva foi tão forte / que inundou a cidade.
OP OSA Causal OP OSA Consecutiva

O tambor soa porque é oco. Fazia tanto frio que meus dedos estavam endurecidos.
Como não me atendessem, repreendi-os severamente. “A fumaça era tanta que eu mal podia abrir os olhos.” (José
Como ele estava armado, ninguém ousou reagir. J. Veiga)
“Faltou à reunião, visto que esteve doente.” (Arlindo de De tal sorte a cidade crescera que não a reconhecia mais.
Sousa) As notícias de casa eram boas, de maneira que pude
prolongar minha viagem.
- Condicionais: Expressam hipóteses ou condição para a
ocorrência do que foi enunciado na principal. Conjunções: se, - Comparativas: Expressam ideia de comparação com
contanto que, a menos que, a não ser que, desde que. referência à oração principal. Conjunções: como, assim como,
Irei à sua casa / se não chover. tal como, (tão)... como, tanto como, tal qual, que (combinado com
OP OSA Condicional menos ou mais).
Ela é bonita / como a mãe.
Deus só nos perdoará se perdoarmos aos nossos OP OSA Comparativa
ofensores.
Se o conhecesses, não o condenarias. A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.”
“Que diria o pai se soubesse disso?” (Carlos Drummond de (Marquês de Maricá)
Andrade) Ela o atraía irresistivelmente, como o imã atrai o ferro.
A cápsula do satélite será recuperada, caso a experiência Os retirantes deixaram a cidade tão pobres como vieram.
tenha êxito.
Como a flor se abre ao Sol, assim minha alma se abriu à luz Estou convencido / de que ele é inocente.
daquele olhar. OP OSS Completiva Nominal

Obs.: As orações comparativas nem sempre apresentam Sou favorável a que o prendam. (= Sou favorável à prisão
claramente o verbo, como no exemplo acima, em que está dele.)
subentendido o verbo ser (como a mãe é). Estava ansioso por que voltasses.
- Proporcionais: Expressam uma ideia que se relaciona Sê grato a quem te ensina.
proporcionalmente ao que foi enunciado na principal. “Fabiano tinha a certeza de que não se acabaria tão cedo.”
Conjunções: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto (Graciliano Ramos)
mais, quanto menos.
Quanto mais reclamava / menos atenção recebia. - Oração Subordinada Substantiva Predicativa: É aquela
OSA Proporcional OP que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal,
vindo sempre depois do verbo ser. Observe: O importante é sua
À medida que se vive, mais se aprende. felicidade. (predicativo)
À proporção que avançávamos, as casas iam rareando. O importante é / que você seja feliz.
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai OP OSS Predicativa
diminuindo.
Seu receio era que chovesse. (Seu receio era a chuva.)
Orações Subordinadas Substantivas Minha esperança era que ele desistisse.
Meu maior desejo agora é que me deixem em paz.
As orações subordinadas substantivas (OSS) são aquelas Não sou quem você pensa.
que, num período, exercem funções sintáticas próprias de
substantivos, geralmente são introduzidas pelas conjunções - Oração Subordinada Substantiva Apositiva: É aquela
integrantes que e se. Elas podem ser: que exerce a função de aposto de um termo da oração principal.
Observe: Ele tinha um sonho: a união de todos em benefício
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: É do país. (aposto)
aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração Ele tinha um sonho / que todos se unissem em benefício do
principal. Observe: O grupo quer a sua ajuda. (objeto direto) país.
O grupo quer / que você ajude. OP OSS Apositiva
OP OSS Objetiva Direta
Só desejo uma coisa: que vivam felizes. (Só desejo uma
O mestre exigia que todos estivessem presentes. (= O coisa: a sua felicidade)
mestre exigia a presença de todos.) Só lhe peço isto: honre o nosso nome.
Mariana esperou que o marido voltasse. “Talvez o que eu houvesse sentido fosse o presságio disto: de
Ninguém pode dizer: Desta água não beberei. que virias a morrer...” (Osmã Lins)
O fiscal verificou se tudo estava em ordem. “Mas diga-me uma cousa, essa proposta traz algum motivo
oculto?” (Machado de Assis)
- Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: É As orações apositivas vêm geralmente antecedidas de dois-
aquela que exerce a função de objeto indireto do verbo da oração pontos. Podem vir, também, entre vírgulas, intercaladas à oração
principal. Observe: Necessito de sua ajuda. (objeto indireto) principal. Exemplo: Seu desejo, que o filho recuperasse a
Necessito / de que você me ajude. saúde, tornou-se realidade.
OP OSS Objetiva Indireta
Observação: Além das conjunções integrantes que e se,
Não me oponho a que você viaje. (= Não me oponho à sua as orações substantivas podem ser introduzidas por outros
viagem.) conectivos, tais como quando, como, quanto, etc. Exemplos:
Aconselha-o a que trabalhe mais. Não sei quando ele chegou.
Daremos o prêmio a quem o merecer. Diga-me como resolver esse problema.
Lembre-se de que a vida é breve.
Orações Subordinadas Adjetivas
- Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: É aquela
que exerce a função de sujeito do verbo da oração principal. As orações subordinadas Adjetivas (OSA) exercem
Observe: É importante sua colaboração. (sujeito) a função de adjunto adnominal de algum termo da oração
É importante / que você colabore. principal. Observe como podemos transformar um adjunto
OP OSS Subjetiva adnominal em oração subordinada adjetiva:
Desejamos uma paz duradoura. (adjunto adnominal)
A oração subjetiva geralmente vem: Desejamos uma paz / que dure. (oração subordinada
- depois de um verbo de ligação + predicativo, em construções adjetiva)
do tipo é bom, é útil, é certo, é conveniente, etc. Ex.: É certo que
ele voltará amanhã. As orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas
- depois de expressões na voz passiva, como sabe-se, conta- por um pronome relativo (que , qual, cujo, quem, etc.) e podem
se, diz-se, etc. Ex.: Sabe-se que ele saiu da cidade. ser classificadas em:
- depois de verbos como convir, cumprir, constar, urgir,
ocorrer, quando empregados na 3ª pessoa do singular e seguidos - Subordinadas Adjetivas Restritivas: São restritivas
das conjunções que ou se. Ex.: Convém que todos participem quando restringem ou especificam o sentido da palavra a que se
da reunião. referem. Exemplo:
É necessário que você colabore. (= Sua colaboração é O público aplaudiu o cantor / que ganhou o 1º lugar.
necessária.) OP OSA Restritiva
Parece que a situação melhorou.
Aconteceu que não o encontrei em casa. Nesse exemplo, a oração que ganhou o 1º lugar especifica
Importa que saibas isso bem. o sentido do substantivo cantor, indicando que o público não
aplaudiu qualquer cantor mas sim aquele que ganhou o 1º lugar.
- Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal:
É aquela que exerce a função de complemento nominal de um Pedra que rola não cria limo.
termo da oração principal. Observe: Estou convencido de sua Os animais que se alimentam de carne chamam-se
inocência. (complemento nominal) carnívoros.
Rubem Braga é um dos cronistas que mais belas páginas Qual é a diferença entre as orações coordenadas explicativas
escreveram. e as orações subordinadas causais, já que ambas podem ser
“Há saudades que a gente nunca esquece.” (Olegário iniciadas por que e porque? Às vezes não é fácil estabelecer a
Mariano) diferença entre explicativas e causais, mas como o próprio nome
- Subordinadas Adjetivas Explicativas: São explicativas indica, as causais sempre trazem a causa de algo que se revela na
quando apenas acrescentam uma qualidade à palavra a que se oração principal, que traz o efeito.
referem, esclarecendo um pouco mais seu sentido, mas sem Note-se também que há pausa (vírgula, na escrita) entre
restringi-lo ou especificá-lo. Exemplo: a oração explicativa e a precedente e que esta é, muitas vezes,
O escritor Jorge Amado, / que mora na Bahia, / lançou um imperativa, o que não acontece com a oração adverbial causal.
novo livro. Essa noção de causa e efeito não existe no período composto por
OP OSA Explicativa OP coordenação. Exemplo: Rosa chorou porque levou uma surra.
Está claro que a oração iniciada pela conjunção é causal, visto
Deus, que é nosso pai, nos salvará. que a surra foi sem dúvida a causa do choro, que é efeito.
Valério, que nasceu rico, acabou na miséria. Rosa chorou, porque seus olhos estão vermelhos. O
Ele tem amor às plantas, que cultiva com carinho. período agora é composto por coordenação, pois a oração
Alguém, que passe por ali à noite, poderá ser assaltado. iniciada pela conjunção traz a explicação daquilo que se revelou
na coordena anterior. Não existe aí relação de causa e efeito: o
Orações Reduzidas fato de os olhos de Elisa estarem vermelhos não é causa de ela
Observe que as orações subordinadas eram sempre ter chorado.
introduzidas por uma conjunção ou pronome relativo e
apresentavam o verbo numa forma do indicativo ou do Ela fala / como falaria / se entendesse do assunto.
subjuntivo. Além desse tipo de orações subordinadas há outras OP OSA Comparativa OSA Condicional
que se apresentam com o verbo numa das formas nominais
(infinitivo, gerúndio e particípio). Exemplos: Questões

- Ao entrar nas escola, encontrei o professor de inglês. 01. Na frase: “Maria do Carmo tinha a certeza de que estava
(infinitivo) para ser mãe”, a oração destacada é:
- Precisando de ajuda, telefone-me. (gerúndio) (A) subordinada substantiva objetiva indireta
- Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. (B) subordinada substantiva completiva nominal
(particípio) (C) subordinada substantiva predicativa
As orações subordinadas que apresentam o verbo numa das (D) coordenada sindética conclusiva
formas nominais são chamadas de reduzidas. (E) coordenada sindética explicativa
Para classificar a oração que está sob a forma reduzida,
devemos procurar desenvolvê-la do seguinte modo: colocamos 02. “Na ‘Partida Monção’, não há uma atitude inventada.
a conjunção ou o pronome relativo adequado ao sentido e Há reconstituição de uma cena como ela devia ter sido na
passamos o verbo para uma forma do indicativo ou subjuntivo, realidade.” A oração sublinhada é:
conforme o caso. A oração reduzida terá a mesma classificação (A) adverbial conformativa
da oração desenvolvida. (B) adjetiva
Ao entrar na escola, encontrei o professor de inglês. (C) adverbial consecutiva
Quando entrei na escola, / encontrei o professor de inglês. (D) adverbial proporcional
OSA Temporal (E) adverbial causal
Ao entrar na escola: oração subordinada adverbial temporal,
reduzida de infinitivo. 03.“Esses produtos podem ser encontrados nos
supermercados com rótulos como ‘sênior’ e com características
Precisando de ajuda, telefone-me. adaptadas às dificuldades para mastigar e para engolir dos
Se precisar de ajuda, / telefone-me. mais velhos, e preparados para se encaixar em seus hábitos de
OSA Condicional consumo”. O segmento “para se encaixar” pode ter sua forma
Precisando de ajuda: oração subordinada adverbial verbal reduzida adequadamente desenvolvida em
condicional, reduzida de gerúndio. (A) para se encaixarem.
Acabado o treino, os jogadores foram para o vestiário. (B) para seu encaixotamento.
Assim que acabou o treino, / os jogadores foram para o (C) para que se encaixassem.
vestiário. (D) para que se encaixem.
OSA Temporal (E) para que se encaixariam.
Acabado o treino: oração subordinada adverbial temporal,
reduzida de particípio. Respostas
01. B\02. A\03. D
Observações:
- Há orações reduzidas que permitem mais de um tipo de Emprego dos sinais de
desenvolvimento. Há casos também de orações reduzidas
fixas, isto é, orações reduzidas que não são passíveis de
pontuação.
desenvolvimento. Exemplo: Tenho vontade de visitar essa
cidade.
- O infinitivo, o gerúndio e o particípio não constituem Pontuação
orações reduzidas quando fazem parte de uma locução verbal.
Exemplos: Os sinais de pontuação são marcações gráficas que servem
Preciso terminar este exercício. para compor a coesão e a coerência textual além de ressaltar
Ele está jantando na sala. especificidades semânticas e pragmáticas. Vejamos as principais
Essa casa foi construída por meu pai. funções dos sinais de pontuação conhecidos pelo uso da língua
- Uma oração coordenada também pode vir sob a forma portuguesa.
reduzida. Exemplo:
O homem fechou a porta, saindo depressa de casa. Ponto
O homem fechou a porta e saiu depressa de casa. (oração 1- Indica o término do discurso ou de parte dele.
coordenada sindética aditiva) - Façamos o que for preciso para tirá-la da situação em que
Saindo depressa de casa: oração coordenada reduzida de se encontra.
gerúndio. - Gostaria de comprar pão, queijo, manteiga e leite.
- Acordei. Olhei em volta. Não reconheci onde estava. c) entre nome e complemento nominal; entre nome e adjunto
adnominal.
2- Usa-se nas abreviações - V. Exª. - Sr. A surpreendente reação do governo contra os sonegadores
despertou reações entre os empresários.
Ponto e Vírgula ( ; ) adj. adnominal nome adj. adn. complemento nominal
1- Separa várias partes do discurso, que têm a mesma
importância. Usa-se a vírgula:
-  “Os pobres dão pelo pão o trabalho; os ricos dão pelo pão
a fazenda; os de espíritos generosos dão pelo pão a vida; os de - Para marcar intercalação:
nenhum espírito dão pelo pão a alma...” (VIEIRA) a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância,
vem caindo de preço.
2- Separa partes de frases que já estão separadas por b) da conjunção: Os cerrados são secos e áridos. Estão
vírgulas. produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos.
- Alguns quiseram verão, praia e calor; outros montanhas, frio c) das expressões explicativas ou corretivas: As indústrias
e cobertor. não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir
mão dos lucros altos.
3- Separa itens de uma enumeração, exposição de motivos,
decreto de lei, etc. - Para marcar inversão:
- Ir ao supermercado; a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração):
- Pegar as crianças na escola; Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.
- Caminhada na praia; b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos
- Reunião com amigos. pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.
c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio
Dois pontos de 1982.
1- Antes de uma citação
- Vejamos como Afrânio Coutinho trata este assunto: - Para separar entre si elementos coordenados (dispostos
em enumeração):
2- Antes de um aposto Era um garoto de 15 anos, alto, magro.
- Três coisas não me agradam: chuva pela manhã, frio à tarde A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais.
e calor à noite.
- Para marcar elipse (omissão) do verbo:
3- Antes de uma explicação ou esclarecimento Nós queremos comer pizza; e vocês, churrasco.
- Lá estava a deplorável família: triste, cabisbaixa, vivendo a
rotina de sempre. - Para isolar:
4- Em frases de estilo direto
 Maria perguntou: - o aposto:
- Por que você não toma uma decisão? São Paulo, considerada a metrópole brasileira, possui um
trânsito caótico.
Ponto de Exclamação
1- Usa-se para indicar entonação de surpresa, cólera, susto, - o vocativo:
súplica, etc. Ora, Thiago, não diga bobagem.
- Sim! Claro que eu quero me casar com você!
Questões
2- Depois de interjeições ou vocativos
- Ai! Que susto! 01. Assinale a alternativa em que a pontuação está
- João! Há quanto tempo! corretamente empregada, de acordo com a norma-padrão da
língua portuguesa.
Ponto de Interrogação (A) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
Usa-se nas interrogações diretas e indiretas livres. experimentasse, a sensação de violar uma intimidade, procurou
“- Então? Que é isso? Desertaram ambos?” (Artur Azevedo) a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
Reticências ajudar a revelar quem era a sua dona.
1- Indica que palavras foram suprimidas. (B) Diante, da testemunha o homem abriu a bolsa e, embora
- Comprei lápis, canetas, cadernos... experimentasse a sensação, de violar uma intimidade, procurou
a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
2- Indica interrupção violenta da frase. ajudar a revelar quem era a sua dona.
“- Não... quero dizer... é verdad... Ah!” (C) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora
experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou
3- Indica interrupções de hesitação ou dúvida a esmo entre as coisinhas, tentando encontrar algo que pudesse
- Este mal... pega doutor? ajudar a revelar quem era a sua dona.
(D) Diante da testemunha, o homem, abriu a bolsa e, embora
4- Indica que o sentido vai além do que foi dito experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou
- Deixa, depois, o coração falar... a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse
ajudar a revelar quem era a sua dona.
Vírgula (E) Diante da testemunha, o homem abriu a bolsa e, embora,
Não se usa vírgula experimentasse a sensação de violar uma intimidade, procurou
*separando termos que, do ponto de vista sintático, ligam-se a esmo entre as coisinhas, tentando, encontrar algo que pudesse
diretamente entre si: ajudar a revelar quem era a sua dona.

a) entre sujeito e predicado. 02. Assinale a opção em que está corretamente indicada a
Todos os alunos da sala    foram advertidos.  ordem dos sinais de pontuação que devem preencher as lacunas
Sujeito                            predicado da frase abaixo:

b) entre o verbo e seus objetos. “Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem
O trabalho custou            sacrifício             aos realizadores.  ser consideradas ____ uma é a contribuição teórica que o trabalho
             V.T.D.I.              O.D.                      O.I. oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter.
A) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode concordar
B) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; com o núcleo dessas expressões quanto com o substantivo
C) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; que a segue: A  maioria  dos alunos  resolveu  ficar.   A maioria
D) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; dos alunos resolveram ficar.
E) ponto e vírgula, vírgula, vírgula.
4) No caso de o sujeito ser representado por expressões
03. Os sinais de pontuação estão empregados corretamente aproximativas, representadas por “cerca de, perto de”, o verbo
em: concorda com o substantivo determinado por elas: Cerca de
vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas.
A) Duas explicações, do treinamento para consultores
iniciantes receberam destaque, o conceito de PPD e a construção 5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão
de tabelas Price; mas por outro lado, faltou falar das metas de “mais de um”, o verbo permanece no singular: Mais de
vendas associadas aos dois temas. um candidato se inscreveu no concurso de piadas.  
B) Duas explicações do treinamento para consultores Observação:
iniciantes receberam destaque: o conceito de PPD e a construção - No caso da referida expressão aparecer repetida ou
de tabelas Price; mas, por outro lado, faltou falar das metas de associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo,
vendas associadas aos dois temas. necessariamente, deverá permanecer no plural: Mais de um
C) Duas explicações do treinamento para consultores aluno, mais de um professor contribuíram na campanha de
iniciantes receberam destaque; o conceito de PPD e a construção doação de alimentos. 
de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas de Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades
vendas associadas aos dois temas. de formatura. 
D) Duas explicações do treinamento para consultores
iniciantes, receberam destaque: o conceito de PPD e a construção 6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos
de tabelas Price, mas, por outro lado, faltou falar das metas de que”, o verbo permanecerá no plural: Esse jogador foi  um dos
vendas associadas aos dois temas. que atuaram na Copa América.
E) Duas explicações, do treinamento para consultores
iniciantes, receberam destaque; o conceito de PPD e a construção 7) Em casos relativos à concordância com locuções
de tabelas Price, mas por outro lado, faltou falar das metas, de pronominais, representadas por “algum de nós, qual de vós,
vendas associadas aos dois temas. quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos
atermos a duas questões básicas:
Resposta - No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural,
1-C 2-C 3-B o verbo poderá com ele concordar, como poderá também
concordar com o pronome pessoal: Alguns de nós o receberemos.
/ Alguns de nós o receberão.
- Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso
Concordância verbal e nominal. no singular, o verbo permanecerá, também, no singular:  Algum
de nós o receberá.  

Concordância Verbal 8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome


“quem”, o verbo permanecerá na terceira pessoa do singular
Ao falarmos sobre a concordância verbal, estamos nos ou poderá concordar com o antecedente desse pronome:   
referindo à relação de dependência estabelecida entre um termo Fomos nós  quem  contou  toda a verdade para ela. / Fomos
e outro mediante um contexto oracional. Desta feita, os agentes nós quem contamos toda a verdade para ela.
principais desse processo são representados pelo sujeito, que no
caso funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha 9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra
a função de subordinado.  “que”, o verbo deverá concordar com o termo que antecede essa
Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza- palavra: Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. /
se pela adaptação do verbo, tendo em vista os quesitos “número Em casa sou eu que decido tudo.   
e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos: O aluno
chegou 10) No caso de o sujeito aparecer representado por
Temos que o verbo apresenta-se na terceira pessoa do expressões que indicam porcentagens, o verbo concordará com o
singular, pois faz referência a um sujeito, assim também expresso numeral ou com o substantivo a que se refere essa porcentagem:   
(ele).  Como poderíamos também dizer: os alunos chegaram 50% dos funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50%
atrasados. do eleitorado apoiou a decisão.
Temos aí o que podemos chamar de princípio básico. Observações:
Contudo, a intenção a que se presta o artigo em evidência é - Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de
eleger as principais ocorrências voltadas para os casos de sujeito porcentagem, esse deverá concordar com o numeral: Aprovaram
simples e para os de sujeito composto. Dessa forma, vejamos:  a decisão da diretoria 50% dos funcionários.     
- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular:
Casos referentes a sujeito simples 1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.  
- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de
1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o determinantes no plural, o verbo permanecerá no plural: Os
núcleo em número e pessoa: O aluno chegou atrasado.  50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria. 

2) Nos casos referentes a sujeito representado por 11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por
substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira pessoa do pronomes de tratamento, o verbo deverá ser empregado na terceira
singular:  A multidão, apavorada, saiu aos gritos. pessoa do singular ou do plural:  Vossas Majestades gostaram das
Observação: homenagens. Vossa Majestade agradeceu o convite.  
- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal
no plural, o verbo permanecerá no singular ou poderá ir para o 12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo
plural: Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. próprio no plural se encontram relacionados a alguns aspectos
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. que os determinam:
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser,
3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas, este permanece no singular, contanto que o predicativo também
representadas por “a maioria de, a maior parte de, a metade de, esteja no singular:  Memórias póstumas de Brás Cubas  é  uma
criação de Machado de Assis.    cachorros raramente se refreiam quando querem fazer alguma
- Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também coisa. Eles não compartilham conosco as nossas inibições. Suas
permanece no plural: Os  Estados Unidos  são  uma potência emoções estão ã flor da pele e eles as manifestam sempre que
mundial. as sentem.
- Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem (Adaptado de Matt Weistein e Luke Barber. Cão que
aparece, o verbo permanece no singular:  Estados Unidos é uma late não morde. Trad. de Cristina Cupertino. S.Paulo: Francis,
potência mundial.  2005. p 250)

Casos referentes a sujeito composto A frase em que se respeitam as normas de concordância


verbal é:
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas (A) Deve haver muitas razões pelas quais os cachorros nos
gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o plural, estando atraem.
relacionado a dois pressupostos básicos: (B) Várias razões haveriam pelas quais os cachorros nos
- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as atraem.
demais: Eu, tu e ele faremos um lindo passeio. (C) Caberiam notar as muitas razões pelas quais os cachorros
- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá nos atraem.
flexionar na 2ª ou na 3ª pessoa: Tu e ele sois primos. (D) Há de ser diversas as razões pelas quais os cachorros nos
Tu e ele são primos. atraem.
(E) Existe mesmo muitas razões pelas quais os cachorros
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto nos atraem.
ao verbo, este permanecerá no plural: O pai e seus dois
filhos compareceram ao evento.   03. Uma pergunta

3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este Frequentemente cabe aos detentores de cargos de
poderá concordar com o núcleo mais próximo ou permanecer responsabilidade tomar decisões difíceis, de graves
no plural: Compareceram  ao evento  o pai e seus dois filhos. consequências. Haveria algum critério básico, essencial, para
Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos. amparar tais escolhas? Antonio Gramsci, notável pensador
e político italiano, propôs que se pergunte, antes de tomar a
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com decisão: - Quem sofrerá?
mais de um núcleo, o verbo deverá permanecer no singular: Para um humanista, a dor humana é sempre prioridade a se
Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do considerar.
mundo. (Salvador Nicola, inédito)

5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no
ou ordenado por elementos em gradação, o verbo poderá singular para preencher adequadamente a lacuna da frase:
permanecer no singular ou ir para o plural: Minha vitória, (A) A nenhuma de nossas escolhas ...... (poder) deixar de
minha conquista, minha premiação são frutos de meu esforço. corresponder nossos valores éticos mais rigorosos.
/ Minha vitória, minha conquista, minha premiação é fruto de (B) Não se ...... (poupar) os que governam de refletir sobre o
meu esforço. peso de suas mais graves decisões.
(C) Aos governantes mais responsáveis não ...... (ocorrer)
Questões tomar decisões sem medir suas consequências.
(D) A toda decisão tomada precipitadamente ...... (costumar)
01. A concordância realizou-se adequadamente em qual sobrevir consequências imprevistas e injustas.
alternativa? (E) Diante de uma escolha, ...... (ganhar) prioridade,
(A) Os Estados Unidos é considerado, hoje, a maior potência recomenda Gramsci, os critérios que levam em conta a dor
econômica do planeta, mas há quem aposte que a China, em humana.
breve, o ultrapassará. Respostas
(B) Em razão das fortes chuvas haverão muitos candidatos 01. C\02. A\03. C
que chegarão atrasados, tenho certeza disso.
(C) Naquela barraca vendem-se tapiocas fresquinhas, pode Concordância Nominal
comê-las sem receio!
(D) A multidão gritaram quando a cantora apareceu na Concordância nominal é que o ajuste que fazemos aos
janela do hotel! demais termos da oração para que concordem em gênero e
número com o substantivo. Teremos que alterar, portanto, o
02. “Se os cachorros correm livremente, por que eu não artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome. Além disso, temos
posso fazer isso também?”, pergunta Bob Dylan em “New também o verbo, que se flexionará à sua maneira.
Morning”. Bob Dylan verbaliza um anseio sentido por todos
nós, humanos supersocializados: o anseio de nos livrarmos Regra geral: O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome
de todos os constrangimentos artificiais decorrentes do fato concordam em gênero e número com o substantivo.
de vivermos em uma sociedade civilizada em que às vezes nos - A pequena criança é uma gracinha.
sentimos presos a uma correia. Um conjunto cultural de regras - O garoto que encontrei era muito gentil e simpático.
tácitas e inibições está sempre governando as nossas interações
cotidianas com os outros. Casos especiais: Veremos alguns casos que fogem à regra
Uma das razões pelas quais os cachorros nos atraem é o fato geral mostrada acima.
de eles serem tão desinibidos e livres. Parece que eles jogam
com as suas próprias regras, com a sua própria lógica interna. a) Um adjetivo após vários substantivos
Eles vivem em um universo paralelo e diferente do nosso - um 1 - Substantivos de mesmo gênero: adjetivo vai para o plural
universo que lhes concede liberdade de espírito e paixão pela ou concorda com o substantivo mais próximo.
vida enormemente atraentes para nós. Um cachorro latindo ao - Irmão e primo recém-chegado estiveram aqui.
vento ou uivando durante a noite faz agitar-se dentro de nós - Irmão e primo recém-chegados estiveram aqui.
alguma coisa que também quer se expressar.
Os cachorros são uma constante fonte de diversão para 2 - Substantivos de gêneros diferentes: vai para o
nós porque não prestam atenção as nossas convenções sociais. plural masculino ou concorda com o substantivo mais próximo.
Metem o nariz onde não são convidados, pulam para cima - Ela tem pai e mãe louros.
do sofá, devoram alegremente a comida que cai da mesa. Os - Ela tem pai e mãe loura.
3 - Adjetivo funciona como predicativo: vai obrigatoriamente l) Possível
para o plural. 1- Quando vem acompanhado de “mais”, “menos”, “melhor”
- O homem e o menino estavam perdidos. ou “pior”, acompanha o artigo que precede as expressões.
- O homem e sua esposa estiveram hospedados aqui. A mais possível das alternativas é a que você expôs.
Os melhores cargos possíveis estão neste setor da empresa.
b) Um adjetivo anteposto a vários substantivos As piores situações possíveis são encontradas nas favelas da
1 - Adjetivo anteposto normalmente concorda com o mais cidade.
próximo.
Comi delicioso almoço e sobremesa. m) Meio
Provei deliciosa fruta e suco. 1- Como advérbio: invariável.
2 - Adjetivo anteposto funcionando como predicativo: Estou meio (um pouco) insegura.
concorda com o mais próximo ou vai para o plural. 2- Como numeral: segue a regra geral.
Estavam feridos o pai e os filhos. Comi meia (metade) laranja pela manhã.
Estava ferido o pai e os filhos.
n) Só
c) Um substantivo e mais de um adjetivo 1- apenas, somente (advérbio): invariável.
1- antecede todos os adjetivos com um artigo. Só consegui comprar uma passagem.
Falava fluentemente a língua inglesa e a espanhola. 2- sozinho (adjetivo): variável.
2- coloca o substantivo no plural. Estiveram sós durante horas.
Falava fluentemente as línguas inglesa e espanhola.
Questões
d) Pronomes de tratamento
1 - sempre concordam com a 3ª pessoa. 01. Indique o uso INCORRETO da concordância verbal ou
Vossa Santidade esteve no Brasil. nominal:
(A) Será descontada em folha sua contribuição sindical.
e) Anexo, incluso, próprio, obrigado (B) Na última reunião, ficou acordado que se realizariam
1 - Concordam com o substantivo a que se referem. encontros semanais com os diversos interessados no assunto.
As cartas estão anexas. (C) Alguma solução é necessária, e logo!
A bebida está inclusa. (D) Embora tenha ficado demonstrado cabalmente a
Precisamos de nomes próprios. ocorrência de simulação na transferência do imóvel, o pedido
Obrigado, disse o rapaz. não pode prosperar.
(E) A liberdade comercial da colônia, somada ao fato de D.
f) Um(a) e outro(a), num(a) e noutro(a) João VI ter também elevado sua colônia americana à condição de
1 - Após essas expressões o substantivo fica sempre no Reino Unido a Portugal e Algarves, possibilitou ao Brasil obter
singular e o adjetivo no plural. certa autonomia econômica.
Renato advogou um e outro caso fáceis.
Pusemos numa e noutra bandeja rasas o peixe. 02. Aponte a alternativa em que NÃO ocorre silepse (de
gênero, número ou pessoa):
g) É bom, é necessário, é proibido (A) “A gente é feito daquele tipo de talento capaz de fazer a
1- Essas expressões não variam se o sujeito não vier diferença.”
precedido de artigo ou outro determinante. (B) Todos sabemos que a solução não é fácil.
Canja é bom. / A canja é boa. (C) Essa gente trabalhadora merecia mais, pois acordam às
É necessário sua presença. / É necessária a sua presença. cinco horas para chegar ao trabalho às oito da manhã.
É proibido entrada de pessoas não autorizadas. / A entrada (D) Todos os brasileiros sabem que esse problema vem de
é proibida. longe...
(E) Senhor diretor, espero que Vossa Senhoria seja mais
h) Muito, pouco, caro compreensivo.
1- Como adjetivos: seguem a regra geral. 03. A concordância nominal está INCORRETA em:
Comi muitas frutas durante a viagem. (A) A mídia julgou desnecessária a campanha e o
Pouco arroz é suficiente para mim. envolvimento da empresa.
Os sapatos estavam caros. (B) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
2- Como advérbios: são invariáveis. desnecessária.
Comi muito durante a viagem. (C) A mídia julgou desnecessário o envolvimento da empresa
Pouco lutei, por isso perdi a batalha. e a campanha.
Comprei caro os sapatos. (D) A mídia julgou a campanha e a atuação da empresa
desnecessárias.
i) Mesmo, bastante Respostas
1- Como advérbios: invariáveis 01. D\02. D\03. B
Preciso mesmo da sua ajuda.
Fiquei bastante contente com a proposta de emprego. Emprego do sinal indicativo de
crase.
2- Como pronomes: seguem a regra geral.
Seus argumentos foram bastantes para me convencer.
Os mesmos argumentos que eu usei, você copiou.
Crase
j) Menos, alerta
1- Em todas as ocasiões são invariáveis. A palavra crase é de origem grega e significa «fusão»,
Preciso de menos comida para perder peso. «mistura». Na língua portuguesa, é o nome que se dá à «junção»
Estamos alerta para com suas chamadas. de duas vogais idênticas. É de grande importância a crase da
preposição “a” com o artigo feminino “a” (s), com o “a” inicial dos
k) Tal Qual pronomes aquele(s), aquela (s), aquilo e com o “a” do relativo a
1- “Tal” concorda com o antecedente, “qual” concorda com o qual (as quais). Na escrita, utilizamos o acento grave ( ` ) para
consequente. indicar a crase. O uso apropriado do acento grave depende da
As garotas são vaidosas tais qual a tia. compreensão da fusão das duas vogais. É fundamental também,
Os pais vieram fantasiados tais quais os filhos. para o entendimento da crase, dominar a regência dos verbos
e nomes que exigem a preposição  “a”. Aprender a usar a 3-) na indicação de horas:
crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência Acordei às sete horas da manhã.
simultânea de uma preposição e um artigo ou pronome.  Elas chegaram às dez horas.
Foram dormir à meia-noite.
Observe:
Vou a + a igreja. 4-) em locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas de
Vou à igreja. que participam palavras femininas. Por exemplo:

No exemplo acima, temos a ocorrência da à tarde às ocultas às pressas à medida que


preposição  “a”,  exigida pelo verbo  ir (ir a algum lugar) e a à noite às claras às escondidas à força
ocorrência do artigo “a” que está determinando o substantivo
feminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais e à vontade à beça à larga à escuta
elas se unem, a união delas é indicada pelo acento grave. Observe às avessas à revelia à exceção de à imitação de
os outros exemplos:
à esquerda às turras às vezes à chave
Conheço a aluna. à direita à procura à deriva à toa
Refiro-me à aluna.
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto (conhecer à proporção
à luz à sombra de à frente de
algo ou alguém), logo não exige preposição e a crase não pode que
ocorrer. No segundo exemplo, o verbo é transitivo indireto à
(referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição  “a”. semelhança às ordens à beira de
Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja de
feminino e admita o artigo feminino “a” ou um dos pronomes já
especificados. Crase diante de Nomes de Lugar
Veja os principais casos em que a crase NÃO ocorre: Alguns nomes de lugar não admitem a anteposição do
artigo “a”. Outros, entretanto, admitem o artigo, de modo que
1-) diante de substantivos masculinos: diante deles haverá crase, desde que o termo regente exija a
Andamos a cavalo. preposição “a”. Para saber se um nome de lugar admite ou não
Fomos a pé. a anteposição do artigo feminino “a”, deve-se substituir o termo
regente por um verbo que peça a preposição  “de”  ou  “em”. A
2-) diante de  verbos no infinitivo: ocorrência da contração  “da”  ou  “na”  prova que esse nome de
A criança começou a falar. lugar aceita o artigo e, por isso, haverá crase.
Ela não tem nada a dizer. Por exemplo:
Vou  à  França. (Vim  da [de+a] França. Estou  na [em+a]
Obs.: como os verbos não admitem artigos, o “a” dos França.)
exemplos acima é apenas preposição, logo não ocorrerá crase. Cheguei à Grécia. (Vim da Grécia. Estou na Grécia.)
Retornarei à Itália. (Vim da Itália. Estou na Itália)
3-) diante da maioria dos pronomes e das expressões de Vou  a  Porto Alegre. (Vim  de Porto Alegre. Estou em Porto
tratamento, com exceção das formas senhora, senhorita e dona: Alegre.) 
Diga a ela que não estarei em casa amanhã.
Entreguei a todos os documentos necessários. - Minha dica: use a regrinha “Vou A volto DA, crase HÁ; vou A
Ele fez referência a Vossa Excelência no discurso de ontem. volto DE, crase PRA QUÊ?”
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas.
Os poucos casos em que ocorre crase diante dos pronomes Vou à praia. = Volto da praia.
podem ser identificados pelo método: troque a palavra feminina
por uma masculina, caso na nova construção surgir a forma ao, - ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver especificado,
ocorrerá crase. Por exemplo: ocorrerá crase. Veja:
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes. =
Refiro-me à mesma pessoa. (Refiro-me ao mesmo indivíduo.) mesmo que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE”
Informei o ocorrido à senhora. (Informei o ocorrido ao senhor.) Irei à Salvador de Jorge Amado.
Peça à própria Cláudia para sair mais cedo. (Peça ao próprio
Cláudio para sair mais cedo.) Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Aquele (s),
Aquela (s), Aquilo
4-) diante de numerais cardinais:
Chegou a duzentos o número de feridos Haverá crase diante desses pronomes sempre que o termo
Daqui a uma semana começa o campeonato. regente exigir a preposição “a”. Por exemplo:

Casos em que a crase SEMPRE ocorre: Refiro-me a + aquele atentado.


Preposição Pronome
1-) diante de palavras femininas:
Amanhã iremos à festa de aniversário de minha colega. Refiro-me àquele atentado.
Sempre vamos à praia no verão.
Ela disse à irmã o que havia escutado pelos corredores. O termo regente do exemplo acima é o verbo transitivo
Sou grata à população. indireto referir (referir-se a algo ou alguém) e exige preposição,
Fumar é prejudicial à saúde. portanto, ocorre a crase. Observe este outro exemplo:
Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
Aluguei aquela casa.
2-) diante da palavra “moda”, com o sentido de “à moda de”
(mesmo que a expressão moda de fique subentendida): O verbo “alugar” é transitivo direto (alugar algo) e não exige
O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.  preposição. Logo, a crase não ocorre nesse caso.
Usava sapatos à (moda de) Luís XV. Veja outros exemplos:
Estava com vontade de comer frango à (moda de) passarinho. Dediquei àquela senhora todo o meu trabalho.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel Castro. Quero agradecer àqueles que me socorreram.
Refiro-me àquilo que aconteceu com seu pai.
Não obedecerei àquele sujeito.
Crase com os Pronomes Relativos A Qual, As Quais Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão ao
Roberto.
A ocorrência da crase com os pronomes relativos a qual e as
quais depende do verbo. Se o verbo que rege esses pronomes 2-) diante de pronome possessivo feminino:
exigir a preposição  «a»,  haverá crase. É possível detectar a Observação: é facultativo o uso da crase diante de
ocorrência da crase nesses casos utilizando a substituição do pronomes possessivos femininos porque é facultativo o uso do
termo regido feminino por um termo regido masculino.  artigo. Observe:
Por exemplo: Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade. esperando por você.
O monumento ao qual me refiro fica no centro da cidade A minha avó tem setenta anos. A minha irmã está
esperando por você.
Caso surja a forma ao com a troca do termo, ocorrerá a crase.
Veja outros exemplos: Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante de
São normas às quais todos os alunos devem obedecer. pronomes possessivos femininos, então podemos escrever as
Esta foi a conclusão à qual ele chegou. frases abaixo das seguintes formas:
Várias alunas às quais ele fez perguntas não souberam
responder nenhuma das questões. Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu avô.
A sessão à qual assisti estava vazia. Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu avô.

Crase com o Pronome Demonstrativo “a” 3-) depois da preposição até:


Fui até a praia. ou Fui até à praia.
A ocorrência da crase com o pronome Acompanhe-o até a porta. ou Acompanhe-o até à porta.
demonstrativo “a” também pode ser detectada através da A palestra vai até as cinco horas da tarde. ou
substituição do termo regente feminino por um termo regido A palestra vai até às cinco horas da tarde.
masculino. 
Veja: Questões
Minha revolta é ligada à do meu país.
Meu luto é ligado ao do meu país. 01. No Brasil, as discussões sobre drogas parecem limitar-
As orações são semelhantes às de antes. se ______aspectos jurídicos ou policiais. É como se suas únicas
Os exemplos são semelhantes aos de antes. consequências estivessem em legalismos, tecnicalidades
Suas perguntas são superiores às dele. e estatísticas criminais. Raro ler ____respeito envolvendo
Seus argumentos são superiores aos dele. questões de saúde pública como programas de esclarecimento
Sua blusa é idêntica à de minha colega. e prevenção, de tratamento para dependentes e de reintegração
Seu casaco é idêntico ao de minha colega. desses____ vida. Quantos de nós sabemos o nome de um médico
ou clínica ____quem tentar encaminhar um drogado da nossa
A Palavra Distância própria família?

Se a palavra  distância  estiver especificada, determinada, a (Ruy Castro, Da nossa própria família. Folha de S.Paulo,
crase deve ocorrer. 17.09.2012. Adaptado)
Por exemplo:
Sua casa fica  à  distância de 100 Km daqui. (A palavra está As lacunas do texto devem ser preenchidas, correta e
determinada) respectivamente, com:
Todos devem ficar  à  distância de 50 metros do palco. (A (A) aos … à … a … a
palavra está especificada.) (B) aos … a … à … a
(C) a … a … à … à
Se a palavra  distância  não estiver especificada, a (D) à … à … à … à
crase não pode ocorrer.  (E) a … a … a … a
Por exemplo:
Os militares ficaram a distância. 02. Leia o texto a seguir.
Gostava de fotografar a distância. Foi por esse tempo que Rita, desconfiada e medrosa, correu
Ensinou a distância. ______ cartomante para consultá-la sobre a verdadeira causa do
Dizem que aquele médico cura a distância. procedimento de Camilo. Vimos que ______ cartomante restituiu-
Reconheci o menino a distância. lhe ______ confiança, e que o rapaz repreendeu-a por ter feito o
que fez.
Observação: por motivo de clareza, para evitar ambiguidade, (Machado de Assis. A cartomante. In: Várias histórias. Rio de
pode-se usar a crase. Janeiro: Globo, 1997, p. 6)
Veja:
Gostava de fotografar à distância. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na
Ensinou à distância. ordem dada:
Dizem que aquele médico cura à distância. A) à – a – a
B) a – a – à
Casos em que a ocorrência da crase é FACULTATIVA C) à – a – à
D) à – à – a
1-) diante de nomes próprios femininos: E) a – à – à
Observação: é facultativo o uso da crase diante de nomes
próprios femininos porque é facultativo o uso do artigo. Observe: 03 “Nesta oportunidade, volto ___ referir-me ___ problemas já
Paula é muito bonita. Laura é minha amiga. expostos ___ V. Sª ___ alguns dias”.
A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga. a) à - àqueles - a - há 
b) a - àqueles - a - há 
Como podemos constatar, é facultativo o uso do artigo c) a - aqueles - à - a 
feminino diante de nomes próprios femininos, então podemos d) à - àqueles - a - a 
escrever as frases abaixo das seguintes formas: e) a - aqueles - à - há
Respostas
Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a 1-B / 2-A / 3-B
Roberto.
- Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
Colocação dos pronomes Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no
mesmo instante.
átonos. Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
Mesóclise

Colocação dos Pronomes Oblíquos A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no
Átonos futuro do presente ou no futuro do pretérito:
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. (= ela se
De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a realizará)
colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei uma
oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se proposta a você)
referem. Fontes:
http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf42.php
São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, http://www.brasilescola.com/gramatica/colocacao-pronominal.
lhes, nos e vos. htm
O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na
oração em relação ao verbo: Questões

1. próclise: pronome antes do verbo 01. Considerada a norma culta escrita, há correta substituição
2. ênclise: pronome depois do verbo de estrutura nominal por pronome em:
3. mesóclise: pronome no meio do verbo (A) Agradeço antecipadamente sua Resposta // Agradeço-
lhes antecipadamente.
Próclise (B) do verbo fabricar se extraiu o substantivo fábrica. // do
verbo fabricar se extraiu-lhe.
A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: (C) não faltam lexicógrafos // não faltam-os.
- Palavras com sentido negativo: (D) Gostaria de conhecer suas considerações // Gostaria de
Nada me faz querer sair dessa cama. conhecê-las.
Não se trata de nenhuma novidade. (E) incluindo a palavra ‘aguardo’ // incluindo ela.

- Advérbios:
Nesta casa se fala alemão. 02. Caso fosse necessário substituir o termo destacado em
Naquele dia me falaram que a professora não veio. “Basta apresentar um documento” por um pronome, de acordo
com a norma-padrão, a nova redação deveria ser
- Pronomes relativos: (A) Basta apresenta-lo.
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. (B) Basta apresentar-lhe.
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. (C) Basta apresenta-lhe.
(D) Basta apresentá-la.
- Pronomes indefinidos: (E) Basta apresentá-lo.
Quem me disse isso?
Todos se comoveram durante o discurso de despedida. Respostas
01. D/02. E
- Pronomes demonstrativos:
Isso me deixa muito feliz!
Aquilo me incentivou a mudar de atitude! Reescrita de textos de diferentes
gêneros e níveis de formalidade.
- Preposição seguida de gerúndio:
Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais
indicado à pesquisa escolar. Reescritura de Frases

- Conjunção subordinativa: Antes de discorrermos acerca de um assunto tão importante,


Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram. convidamos você, caro (a) usuário (a), a se enlevar mediante as
palavras do grandioso mestre de nossas letras, João Cabral de
Ênclise Melo Neto, que, por meio de uma metalinguagem, cumpre bem
seu trabalho de lidar com as palavras e deixar claro para nós,
A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não leitores, quão grandioso e magnífico é o exercício da escrita.
aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A Voltemo-nos a elas, portanto:
ênclise vai acontecer quando:
Catar feijão
- O verbo estiver no imperativo afirmativo:
Amem-se uns aos outros. 1.
Sigam-me e não terão derrotas. Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
- O verbo iniciar a oração: e as palavras na folha de papel;
Diga-lhe que está tudo bem. e depois, joga-se fora o que boiar.
Chamaram-me para ser sócio. Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da preposição pois para catar esse feijão, soprar nele,
“a”: e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
Passaram a cumprimentar-se mutuamente. 2.
- O verbo estiver no gerúndio: Ora, nesse catar feijão entra um risco:
Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de o de que entre os grãos pesados entre
despreocupada. um grão qualquer, pedra ou indigesto,
Despediu-se, beijando-me a face. um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras: Mediante os pressupostos aqui elencados, acreditamos ter
a pedra dá à frase seu grão mais vivo: contribuído de forma significativa para que você aprimore ainda
obstrui a leitura fluviante, flutual, mais suas habilidades no que tange à construção textual. E que,
açula a atenção, isca-a como o risco. por meio da reescrita de suas ideias, possa ser hábil em jogar
fora o leve o oco, assim mesmo como ressalta nosso grande
Poema intitulado “Catar feijão”, parte constituinte do livro mestre, e reelabore seu discurso pautando-se na concretude das
“Educação pela pedra”, publicado em 1965. palavras, tornando-as claras, precisas, objetivas.

A comparação ora estabelecida parece casar perfeitamente Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/reescrita-


diante daquele momento em que as ideias são elencadas. No textual.html
entanto, é preciso ser hábil para escolher palavra por palavra,
de modo a fazer com que o discurso (as orações, os períodos, os ATITUDES NÃO RECOMENDADAS
parágrafos) torne-se claro e preciso, atendendo às expectativas
de nosso interlocutor. Dessa forma, como aqueles grãos que EXPRESSÕES USO RECOMENDADO
boiam fora, desnecessários por sinal, algumas palavras também CONDENÁVEIS
parecem não se encaixar, pois por um motivo ou outro acabam A nível de / Ao nível Em nível, No nível
escapando aos nossos olhos.
O porquê de escaparem? É simples, haja vista que nesse Face a / Frente a Ante, Diante, Em face de, Em
momento essa habilidade antes mencionada entra em ação e, em vista de, Perante
meio a esse ínterim, conhecimentos de toda ordem parecem se Onde (Quando não Em que, Na qual, Nas quais, No
relacionar, sejam eles de ordem ortográfica, semântica, sintática exprime lugar) qual, Nos quais
e, sobretudo, aqueles indispensáveis a todo bom redator: o
conhecimento de mundo. Sob um ponto de vista De um ponto de vista
Dada essa manifestação, é impossível não abordar um Sob um prisma Por (ou através de) um prisma
procedimento, tão útil quanto necessário: a reescrita textual.
Acredite que, por meio dele, você, enquanto emissor, encontrará Em função de Em virtude de, Por causa de,
os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto, um Em consequência de, Por, Em
grão imastigável, de quebrar dente. Vale dizer, contudo, que essa razão de
reescrita não deve se dar somente no âmbito de corrigir aqueles
possíveis erros... digamos assim... gramaticais. Importantes eles? Expressões não recomendadas
Sim, sem dúvida alguma, mas não são tudo. Cumpre afirmar que - a partir de (a não ser com valor temporal).
a reescrita deve ir além, haja vista que nos permite reconhecer Opção: com base em, tomando-se por base, valendo-se
aquelas “falhas” que certamente seriam reconhecidas por de...
outra pessoa, sobretudo em se tratando do “teor”, da “essência”
discursiva. - através de (para exprimir “meio” ou instrumento).
Tendo em vista que a coesão representa um dos principais Opção: por, mediante, por meio de, por intermédio de,
aspectos na produção textual, muitas vezes, mediante a leitura segundo...
daquilo que escrevemos, constatamos que os parágrafos não se - devido a.
encontram assim tão harmoniosamente ligados como deveriam. Opção: em razão de, em virtude de, graças a, por causa
Às vezes, uma conjunção ali, um advérbio acolá e um pronome de.
adiante não se encontram bem distribuídos. Outras vezes,
percebemos uma quebra de simetria (revelada pela falta de - dito.
paralelismo), em que uma ideia poderia ter sido expressa de Opção: citado, mencionado.
outra forma.
Assim, de modo a constatar como esse aspecto assimétrico - enquanto.
se manifesta na prática, analise o seguinte enunciado: Opção: ao passo que.
A leitura é importante, necessária, útil e traz benefícios a
todo emissor que deseja aprimorar ainda mais a competência - inclusive (a não ser quando significa incluindo-se).
discursiva. Opção: até, ainda, igualmente, mesmo, também.
Inferimos que com o uso de “traz benefícios” houve uma
quebra de simetria dos adjetivos explicitados (importante, - no sentido de, com vistas a.
necessária, útil...). Não que isso seja considerado uma falha de Opção: a fim de, para, com a finalidade de, tendo em vista.
grande extensão, mas a ideia ficaria mais clara se outro adjetivo
tivesse sido utilizado, justamente para acompanhar o raciocínio - pois (no início da oração).
antes firmado, ou seja: Opção: já que, porque, uma vez que, visto que.
A leitura é importante, necessária, útil e benéfica a todo
emissor que deseja aprimorar ainda mais a competência - principalmente.
discursiva. Opção: especialmente, sobretudo, em especial, em
Outro aspecto, não menos importante, materializa-se pela particular.
“abundância” de orações intercaladas, as quais corroboram
para a extensão da ideia, fazendo com que o interlocutor perca Expressões que demandam atenção
o “fio da meada” e passe a não entender mais o que se afirma - acaso, caso – com se, use acaso; caso rejeita o se
no início da oração. Dessa forma, para que fique um pouco mais - aceitado, aceito – com ter e haver, aceitado; com ser e estar,
claro, analisemos o parágrafo que segue, revelando ser um bom aceito
exemplo da ocorrência em questão: - acendido, aceso (formas similares) – idem
A leitura, esse importante instrumento – o qual o torna - à custa de – e não às custas de
mais culto, mais apto a expressar seus pensamentos –, pois - à medida que – à proporção que, ao mesmo tempo que,
amplia significativamente seu vocabulário, contribui para o conforme
aperfeiçoamento da escrita. - na medida em que – tendo em vista que, uma vez que
Tudo aquilo que se afirma acerca da eficácia da leitura, ainda - a meu ver – e não ao meu ver
que relevante, tornou extensa e cansativa a ideia abordada. - a ponto de – e não ao ponto de
Dessa forma, retificando a oração, poderíamos obter como - a posteriori, a priori – não tem valor temporal
essencial somente estes dizeres, os quais seguem expressos: - em termos de – modismo; evitar
- enquanto que – o que é redundância
A leitura contribui para o aperfeiçoamento da escrita. - entre um e outro – entre exige a conjunção e, e não a
- implicar em – a regência é direta (sem em) - “Mal cheiro”, “mau-humorado”.
- ir de encontro a – chocar-se com Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom
- ir ao encontro de – concordar com cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau hu-
- se não, senão – quando se pode substituir por caso não, mor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
separado; quando não se pode, junto
- todo mundo – todos - “Fazem” cinco anos.
- todo o mundo – o mundo inteiro Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. /
- não pagamento = hífen somente quando o segundo termo Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
for substantivo
- este e isto – referência próxima do falante (a lugar, a tempo - “Houveram” muitos acidentes.
presente; a futuro próximo; ao anunciar e a que se está tratando) Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos
- esse e isso – referência longe do falante e perto do ouvinte acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos
(tempo futuro, desejo de distância; tempo passado próximo do iguais.
presente, ou distante ao já mencionado e a ênfase).
- Para “mim” fazer.
Erros Comuns Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fa-
- “Hoje ao receber alguns presentes no qual completo vinte zer, para eu dizer, para eu trazer.
anos tenho muitas novidades para contar”.
Uso inadequado do pronome relativo. Ele provoca falta de - Entre “eu” e você.
coesão, pois não consegue perceber a que antecedente ele se re- Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. /
fere, portanto nada conecta e produz relação absurda. Entre eles e ti.

- “Ainda brincava de boneca quando conheci Davi, piloto de - “Há” dez anos “atrás”.
cart, moreno, 20 anos, com olhos cor de mel. “Tudo começou na- Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos
quele baile de quinze anos”, “... é aos dezoito anos que se começa ou dez anos atrás.
a procurar o caminho do amanhã e encontrar as perspectiva que
nos acompanham para sempre na estrada da vida”. - “Entrar dentro”.
Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras Problema de redundância. O certo seria: entrar em.
gramaticais e, assim, construir um texto sem erros. Entretanto, Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de liga-
se você reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões ção, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do
gastas, vulgarizadas pelo uso contínuo. A boa qualidade do texto falecido.
fica comprometida.
- Tema: Para você, as experiências genéticas de clonagem - Vai assistir “o” jogo hoje.
põem em xeque todos os conceitos humanos sobre Deus e a Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa,
vida? “Bem a clonagem não é tudo, mas na vida tudo tem o seu à sessão.
valor e os homens a todo momento necessitam de descobrir todos Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou)
os mistérios da vida que nos cerca a todo instante”. à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. /
É de extrema importância seguir o que foi proposto no tema. Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à
Antes de começar o texto leia atentamente todos os elementos carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
que o examinador apresentou. Esquematize as ideias e perceba
se não há falta de correspondência entre o tema proposto e o - Preferia ir “do que” ficar.
texto criado. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É
preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer
- “Uma biópsia do tumor retirado do fígado do meu primo (...) sem glória.
mostrou que ele não era maligno”.
Esta frase está ambígua. Não se sabe se o pronome ele refere- - Não há regra sem “excessão”.
-se ao fígado ou ao primo. Para se evitar a ambiguidade, deve-se O certo é exceção.
observar se a relação entre cada palavra do texto está correta. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma
correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (beneficente),
- “Ele me tratava como uma criança, mas eu era apenas uma “xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso),
criança”. “cincoenta” (cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado),
Problema com o uso do conectivo “mas”. O conectivo mas indi- “calcáreo” (calcário), “advinhar” (adivinhar), “benvindo” (bem-
ca uma circunstância de oposição, de ideia contrária a. Portanto, -vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impecilho”
a relação adversativa introduzida pelo “mas” no fragmento aci- (empecilho), “envólucro” (invólucro).
ma produz uma ideia absurda.
- Comprei “ele” para você.
- “Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. As-
sempre vem a bonança. Após longo suplício, meu coração apazi- sim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos
guava as tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos entrar, viu-a, mandou-me.
separadas carnalmente”. - “Aluga-se” casas.
Não utilize provérbios ou ditos populares. Eles empobrecem O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-
a redação e fazem parecer que o autor não tem criatividade ao -se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se
lançar mão de formas já gastas pelo uso frequente. terrenos. / Procuram-se empregados.
- Chegou “em” São Paulo.
- “Todos os deputados são corruptos”. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Pau-
Evite pensamentos radicais. É recomendável não generali- lo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
zar e evitar, assim, posições extremistas. - Todos somos “cidadões”.
O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de
- “Bem, acho que - você sabe - não é fácil dizer essas coisas. caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
Olhe, acho que ele não vai concordar com a decisão que você to-
mou, quero dizer, os fatos levam você a isso, mas você sabe - todos - A última “seção” de cinema.
sabem - ele pensa diferente. É bom a gente pensar como vai fazer Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo
para, enfim, para ele entender a decisão”. de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, se-
O ato de escrever é diferente do ato de falar. O texto escrito ção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, ses-
não deve apresentar marcas de oralidade. são do Congresso.
- Vendeu “uma” grama de ouro. favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca “imporá-
Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitami- -se”). / Os amigos nos darão (e não “darão-nos”) um presente. /
na C de dois gramas. Tendo-me formado (e nunca tendo “formado-me”).

- “Porisso”. - Chegou “a” duas horas e partirá daqui “há” cinco minutos.
Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime dis-
tância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Che-
- Não viu “qualquer” risco. gou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco
Deve-se usar “nenhum”, e não “qualquer. minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12
Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
Nunca promoveu nenhuma confusão.
- Estávamos “em” quatro à mesa.
- A feira “inicia” amanhã. O “em” não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis.
Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugu- / Ficamos cinco na sala.
ra-se) amanhã.
- Sentou “na” mesa para comer.
- O peixe tem muito “espinho”. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o cer-
Peixe tem espinha. to: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina,
Veja outras confusões desse tipo: O “fuzil” (fusível) queimou. ao computador.
/ Casa “germinada” (geminada), “ciclo” (círculo) vicioso, “cabe-
çário” (cabeçalho). - Ficou contente “por causa que” ninguém se feriu.
A locução não existe. Use porque: Ficou contente porque nin-
- Não sabiam «aonde» ele estava. guém se feriu.
O certo: Não sabiam onde ele estava.
Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei - O time empatou “em” 2 a 2.
aonde ele quer chegar. / Aonde vamos? A preposição é “por”: O time empatou por 2 a 2. Repare que
ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.
- “Obrigado”, disse a moça.
Obrigado concorda com a pessoa: “Obrigada”, disse a moça. / - Não queria que “receiassem” a sua companhia.
Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia.
- Ela era “meia” louca. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só exis-
Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio te i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: re-
amiga. ceiem, passeias, enfeiam).

- “Fica” você comigo. - Eles “tem” razão.


Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo No plural, têm é com acento. Tem é a forma do singular. O
é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm;
Chegue aqui. ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.

- A questão não tem nada «haver» com você. - Acordos “políticos-partidários”. Nos adjetivos compostos,
A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. só o último elemento varia: acordos político-partidários. Ou-
Da mesma forma: Tem tudo a ver com você. tros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-
-financeiras, partidos social-democratas.
- Vou “emprestar” dele.
Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar - Andou por “todo” país.
o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país
irmão. (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi
Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas. demitida.
Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada
- Ele foi um dos que “chegou” antes. homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que
chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um - “Todos” amigos o elogiavam.
dos que sempre vibravam com a vitória. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era
difícil apontar todas as contradições do texto.
- “Cerca de 18” pessoas o saudaram. Cerca de indica arredon-
damento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 - Ela “mesmo” arrumou a sala.
pessoas o saudaram. “Mesmo” é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. /
- Tinha “chego” atrasado. As vítimas mesmas recorreram à polícia.
“Chego” não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
- Chamei-o e “o mesmo” não atendeu.
- Queria namorar “com” o colega. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou
O com não existe: Queria namorar o colega. substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários pú-
blicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos
- O processo deu entrada “junto ao” STF. servidores (e não “dos mesmos”).
Processo dá entrada no STF
- Vou sair “essa” noite.
- As pessoas “esperavam-o”. É este que designa o tempo no qual se está o objeto próximo:
Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este
e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).
/ Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
- A temperatura chegou a 0 “graus”. Zero indica singular sem-
- Vocês “fariam-lhe” um favor? pre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) de- - Comeu frango “ao invés de” peixe.
pois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicio- Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de pei-
nal) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um xe.
Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, - Ficou “sobre” a mira do assaltante.
saiu. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltan-
te. / Escondeu-se sob a cama.
- Se eu “ver” você por aí... Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre
O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o
(de vir); se eu tiver (de ter); se ele puser (de pôr); se ele fizer (de piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz
fazer); se nós dissermos (de dizer). alguma coisa e alguém vai para trás.

- Evite que a bomba “expluda”. Explodir só tem as pessoas em - “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões: A meu
que depois do “d” vêm “e” e “i”: Explode, explodiram, etc. Portan- ver, a seu ver, a nosso ver.
to, não escreva nem fale “exploda” ou “expluda”,
Norma Culta e Língua-Padrão
- Disse o que “quiz”.
Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, De acordo com M. T. Piacentini, mesmo que não se mencione
quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, terminologia específica, é evidente que se lida no dia-a-dia com
puséssemos. níveis diferentes de fala e escrita. É também verdade que as
pessoas querem “falar e escrever melhor”, querem dominar a
- O homem “possue” muitos bens. língua dita culta, a correta, a ideal, não importa o nome que se
O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm lhe dê.
a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admi- O padrão de língua ideal a que as pessoas querem chegar é
tem ue: Continue, recue, atue, atenue. aquele convencionalmente utilizado nas instâncias públicas de
uso da linguagem, como livros, revistas, documentos, jornais,
- A tese “onde”. textos científicos e publicações oficiais; em suma, é a que circula
Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / nos meios de comunicação, no âmbito oficial, nas esferas de
Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use pesquisa e trabalhos acadêmicos.
em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que...
/ A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que... Não obstante, os linguistas entendem haver uma língua
- Já “foi comunicado” da decisão. circulante que é correta mas diferente da língua ideal e
Uma decisão é comunicada, mas ninguém “é comunicado” imaginária, fixada nas fórmulas e sistematizações da gramática.
de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) Eles fazem, pois, uma distinção entre o real e o ideal: a língua
da decisão. Outra forma errada: A diretoria “comunicou” os em- concreta com todas suas variedades de um lado, e de outro um
pregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a padrão ou modelo abstrato do que é “bom” e “correto”, o que
decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empre- conformaria, no seu entender, uma língua artificial, situada num
gados. nível hipotético.
- A modelo “pousou” o dia todo. Para os cientistas da língua, portanto, fica claro que há
Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, dois estratos diferenciados: um praticamente intangível,
etc. representado nas normas preconizadas pela gramática
tradicional, que comporta as irregularidades e excrescências da
- Espero que “viagem” hoje. língua, e outro concreto, o utilizado pelos falantes cultos, qual
Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma ver- seja, a “linguagem concretamente empregada pelos cidadãos
bal é viajem (de viajar). que pertencem aos segmentos mais favorecidos da nossa
Evite também “comprimentar” alguém: de cumprimento população”, segundo Marcos Bagno.
(saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é ex- Convém esclarecer que para a ciência sociolinguística
tensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concreti- somente a pessoa que tiver formação universitária completa
zado). será caracterizada como falante culto(urbano).
Sendo assim, como são presumivelmente cultos os sujeitos
- O pai “sequer” foi avisado. que produzem os jornais, a documentação oficial, os trabalhos
Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi científicos, só pode ser culta a sua linguagem, mesmo que a
avisado. / Partiu sem sequer nos avisar. língua que tais pessoas falam e os textos que produzem nem
sempre se coadunem com as regras rígidas impostas pela
- O fato passou “desapercebido”. gramática normativa, divulgada na escola e em outras instâncias
Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. De- (de repressão linguística) como o vestibular.
sapercebido significa desprevenido. Isso é o que pensam os linguistas. E o povo – saberá ele fazer
a distinção entre as duas modalidades e os dois termos que as
- “Haja visto” seu empenho... descrevem?
A expressão é “haja vista” e não varia: Haja vista seu empe- Para os linguistas, a língua-padrão se estriba nas normas
nho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas. e convenções agregadas num corpo chamado de gramática
tradicional e que tem a veleidade de servir de modelo de
- A moça “que ele gosta”. correção para toda e qualquer forma de expressão linguística.
Quem gosta, gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta Querer que todos falem e escrevam da mesma forma e de
acordo com padrões gramaticais rígidos é esquecer-se que não
- É hora “dele” chegar. pode haver homogeneidade quando o mundo real apresenta
Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou uma heterogeneidade de comportamentos linguísticos, todos
pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. igualmente corretos (não se pode associar “correto” somente a
/ Apesar de o amigo tê-lo convidado. / Depois de esses fatos te- culto).
rem ocorrido. Em suma: há uma realidade heterogênea que, por abrigar
diferenças de uso que refletem a dinâmica social, exclui a
- A festa começa às 8 “hrs.”. possibilidade de imposição ou adoção como única de uma
As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural língua-modelo baseada na gramática tradicional, a qual, por sua
nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não “kms.”), 5 m, 10 kg. vez, está ancorada nos grandes escritores da língua, sobretudo
os clássicos , sendo pois conservadora. E justamente por se valer
- “Dado” os índices das pesquisas... de escritores é que as prescrições gramaticais se impõem mais
A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / na escrita do que na fala.
Dado o resultado... / Dadas as suas ideias... “ A cultura escrita, associada ao poder social , desencadeou
também, ao longo da história, um processo fortemente unificador
(que vai alcançar basicamente as atividades verbais escritas), A Norma Culta é uma expressão empregada pelos linguistas
que visou e visa uma relativa estabilização linguística, buscando brasileiros para designar o conjunto de variantes linguísticas
neutralizar a variação e controlar a mudança. Ao resultado desse efetivamente faladas, na vida cotidiana pelos falantes cultos,
processo, a esta norma estabilizada, costumamos dar o nome de sendo assim classificando os cidadãos nascidos e criados em
norma-padrão ou língua-padrão” (Faraco, Carlos Alberto). zonas urbanas e com grau de instrução superior completo.
Aryon Rodrigues entra na discussão: “Frequentemente o “Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras
padrão ideal é uma regra de comportamento para a qual tendem dos grandes escritores, em cuja linguagem a classe ilustrada põe
os membros da sociedade, mas que nem todos cumprem, ou não o seu ideal de perfeição, porque nela é que se espelha o que o uso
cumprem integralmente”. Mais adiante, ao se referir à escola, ele idiomático e consagrou”. (ROCHA LIMA).
professa que nem mesmo os professores de Língua Portuguesa Dentre as características que são pertinentes à Norma Culta
escapam a esse destino: “Comumente, entretanto, o mesmo podemos citar que é: a variante de maior prestígio social na
professor que ensina essa gramática não consegue observá-la comunidade, sendo realizada com certa uniformidade pelos
em sua própria fala nem mesmo na comunicação dentro de seu membros do grupo social de padrão cultural mais elevado;
grupo profissional ”. cumpre o papel de impedir a fragmentação dialetal; ensinada
Vamos ilustrar os argumentos acima expostos. Não há pela escola; usada na escrita em gêneros discursivos em que há
brasileiro – nem mesmo professores de português – que não fale maior formalidade aproximando-a dos padrões da prescrição da
assim: gramática tradicional; a mais empregada na literatura e também
– Me conta como foi o fim de semana… pelas pessoas cultas em diferentes situações de formalidade;
– Te enganaram, com certeza! indicada precisamente nas marcas de gênero, número e pessoa;
– Me explica uma coisa: você largou o emprego ou foi usada em todas as pessoas verbais, com exceção, talvez, da 2ª
mandado embora? do plural, sendo utilizada principalmente na linguagem dos
sermões; empregada em todos os modos verbais em relação
Ou mesmo assim: verbal de tempos e modos; possuindo uma enorme riqueza
– Tive que levar os gatos, pois encontrei eles bem de construção sintática, além de uma maior utilização da
machucados. voz passiva; grande o emprego de preposições nas regências
– Conheço ela há muito tempo – é ótima menina. aproveitando a organização gramatical cuidada da frase.
– Acho que já lhe conheço, rapaz. De modo geral, um falante culto, em situação comunicativa
formal, buscará seguir as regras da norma explícita de sua
Então, se os falantes cultos, aquelas pessoas que têm acesso língua e ainda procurará seguir, no que diz respeito ao léxico,
às regras padronizadas, incutidas no processo de escolarização, um repertório que, se não for erudito, também não será vulgar.
se exprimem desse modo, essa é a norma culta. Já as formas Isso configura o que se entende por norma culta. A Norma
propugnadas pela gramática tradicional e que provavelmente só Padrão está vinculada a uma língua modelo. Segue prescrições
se encontrariam na escrita (conta-me como foi /enganaram-te / representadas na gramática, mas é marcada pela língua
explica-me uma coisa / pois os encontrei / conheço-a há tempos produzida em certo momento da história e em uma determinada
/ acho que já o conheço) configuram a norma-padrão ou língua- sociedade. Como a língua está em constante mudança, diferentes
padrão. formas de linguagem que hoje não são consideradas pela Norma
Se para os cientistas da língua, portanto, existe uma Padrão, com o tempo podem vir a se legitimar.
polarização entre a norma-padrão (também denominada Dentro da Norma Padrão define-se um modelo de língua
“norma canônica” por alguns linguistas) e o conjunto das idealizada prescrito pelas gramáticas normativas, como sendo
variedades existentes no Brasil, aí incluída a norma culta, no uma receita que nenhum usuário da língua emprega na fala e
senso comum não se faz distinção entre padrão e culta. Para os raramente utiliza na escrita. Sendo também uma referência
leigos, a população em geral, toda forma elevada de linguagem, para os falantes da Norma Culta, mas não passam de um ideal
que se aproxime dos padrões de prestígio social, configura a a ser alcançado, pois é um padrão extremamente enriquecido
norma culta. de língua. Assim, as gramáticas tradicionais descrevem a Norma
Padrão, não refletindo o uso que se faz realmente do Português
Norma culta, norma padrão e norma popular no Brasil.
Marcos Bagno propõe, como alternativa, uma triangulação:
A Norma é um uso linguístico concreto e corresponde ao onde a Norma Popular teria menos prestígio opondo-se à Norma
dialeto social praticado pela classe de prestígio, representando Culta mais prestigiada, e a Norma Padrão se eleva sobre as duas
a atitude que o falante assume em face da norma objetiva. A anteriores servindo como um ideal imaginário e inatingível.
normatização não existe por razões apenas linguísticas, mas A Norma Padrão subdivide-se em: Formal e Coloquial. A
também culturais, econômicas, sociais, ou seja, a Norma na Padrão Formal é o modelo culto utilizado na escrita, que segue
língua origina-se de fatores que envolvem diferenças de classes, rigidamente as regras gramaticais.
poder, acesso a educação escrita, e não da qualidade da forma Essa linguagem é mais elaborada, tanto porque o falante
da língua. Há um conceito amplo e um conceito estreito de tem mais tempo para se pronunciar de forma refletida como
Norma. No primeiro caso, ela é entendida como um fator de porque é supervalorizada na nossa cultura. É a história do vale o
coesão social. No segundo, corresponde concretamente aos que está escrito. Já a Padrão Coloquial é a versão oral da língua
usos e aspirações da classe social de prestígio. Num sentido culta e, por ser mais livre e espontânea, tem um pouco mais de
amplo, a norma corresponde à necessidade que um grupo liberdade e está menos presa à rigidez das regras gramaticais.
social experimenta de defender seu veículo de comunicação das Entretanto, a margem de afastamento dessas regras é estreita e,
alterações que poderiam advir no momento do seu aprendizado. embora exista, a permissividade com relação às transgressões é
Num sentido restrito, a Norma corresponde aos usos e atitudes pequena.
de determinado seguimento da sociedade, precisamente aquele Assim, na linguagem coloquial, admitem-se sem grandes
que desfruta de prestígio dentro da Nação, em virtude de razões traumas, construções como: ainda não vi ele; me passe o
políticas, econômicas e culturais. Segundo Lucchesi considera- arroz e não te falei que você iria conseguir?. Inadmissíveis na
se que a realidade linguística brasileira deve ser entendida como língua escrita. O falante culto, de modo geral, tem consciência
um contínuo de normas, dentro do quadro de bipolarização do dessa distinção e ao mesmo tempo em que usa naturalmente
Português do Brasil. as construções acima na comunicação oral, evita-as na escrita.
A existência da civilização dá-se com o surgimento da Contudo, como se disse, não são muitos os desvios admitidos
escrita. Suas regras são pautadas a partir da Norma Culta. Sendo e muitas formas peculiares da Norma Popular são condenadas
esta importante nos documentos formais que exigem a correta mesmo na linguagem oral. A Norma Popular é aquela linguagem
expressão do Português para que não haja mal entendido algum. que não é formal, ou seja, não segue padrões rígidos, é a
Ela nada mais é do que a modalidade linguística escolhida pela linguagem popular, falada no cotidiano.
elite de uma sociedade como modelo de comunicação escrita e O nível popular está associado à simplicidade da utilização
verbal. linguística em termos lexicais, fonéticos, sintáticos e semânticos.
Esta decorrerá da espontaneidade própria do discurso oral e da atender à disposição constitucional, a forma dos atos normativos
natural economia linguística. É utilizado em contextos informais. obedece a certa tradição. Há normas para sua elaboração que
Dentre as características da Norma Popular podemos remontam ao período de nossa história imperial, como, por
destacar: economia nas marcas de gênero, número e pessoa; exemplo, a obrigatoriedade – estabelecida por decreto imperial
redução das pessoas gramaticais do verbo; mistura da 2ª com de 10 de dezembro de 1822 – de que se aponha, ao final desses
a 3ª pessoa do singular; uso intenso da expressão a gente em atos, o número de anos transcorridos desde a Independência.
lugar de eu e nós; redução dos tempos da conjugação verbal e de Essa prática foi mantida no período republicano. Esses mesmos
certas pessoas, como a perda quase total do futuro do presente princípios (impessoalidade, clareza, uniformidade, concisão e
e do pretérito-mais-que-perfeito no indicativo; do presente do uso de linguagem formal) aplicam-se às comunicações oficiais:
subjuntivo; do infinitivo pessoal; falta de correlação verbal entre elas devem sempre permitir uma única interpretação e ser
os tempos; redução do processo subordinativo em benefício da estritamente impessoais e uniformes, o que exige o uso de certo
frase simples e da coordenação; maior emprego da voz ativa nível de linguagem. Nesse quadro, fica claro também que as
em lugar da passiva; predomínio das regências verbais diretas; comunicações oficiais são necessariamente uniformes, pois há
simplificação gramatical da frase; emprego dos pronomes sempre um único comunicador (o Serviço Público) e o receptor
pessoais retos como objetos. dessas comunicações ou é o próprio Serviço Público (no caso
Na visão de Preti, os falantes cultos “até em situação de de expedientes dirigidos por um órgão a outro) – ou o conjunto
gravação consciente revelaram uma linguagem que, em geral, dos cidadãos ou instituições tratados de forma homogênea (o
também pertence a falantes comuns”. Sendo mais espontânea e público).
criativa, a Norma Popular se afigura mais expressiva e dinâmica.
Temos, assim, alguns exemplos: estou preocupado (Norma Outros procedimentos rotineiros na redação de
Culta); to preocupado (Norma Popular); to grilado (gíria, limite comunicações oficiais foram incorporados ao longo do tempo,
da Norma Popular). como as formas de tratamento e de cortesia, certos clichês de
Não basta conhecer apenas uma modalidade de língua; urge redação, a estrutura dos expedientes, etc. Mencione-se, por
conhecer a língua popular, captando-lhe a espontaneidade, exemplo, a fixação dos fechos para comunicações oficiais,
expressividade e enorme criatividade para viver, necessitando regulados pela Portaria no 1 do Ministro de Estado da Justiça, de
conhecer a língua culta para conviver. 8 de julho de 1937, que, após mais de meio século de vigência,
Fonte:https://centraldefavoritos.wordpress. foi revogado pelo Decreto que aprovou a primeira edição deste
com/2011/07/22/norma-padrao-e-nao-padrao/(Adaptado) Manual. Acrescente-se, por fim, que a identificação que se buscou
fazer das características específicas da forma oficial de redigir
não deve ensejar o entendimento de que se proponha a criação –
Correspondência oficial ou se aceite a existência – de uma forma específica de linguagem
administrativa, o que coloquialmente e pejorativamente se
(conforme Manual de Redação chama burocratês. Este é antes uma distorção do que deve ser
da Presidência da República). a redação oficial, e se caracteriza pelo abuso de expressões e
Adequação da linguagem ao clichês do jargão burocrático e de formas arcaicas de construção
tipo de documento. Adequação de frases. A redação oficial não é, portanto, necessariamente
do formato do texto ao gênero. árida e infensa à evolução da língua. É que sua finalidade básica
– comunicar com impessoalidade e máxima clareza – impõe
certos parâmetros ao uso que se faz da língua, de maneira diversa
daquele da literatura, do texto jornalístico, da correspondência
Redação Oficial da Presidência da República particular, etc. Apresentadas essas características fundamentais
da redação oficial, passemos à análise pormenorizada de cada
Caro candidato, o Manual de Redação da Presidência uma delas.
possui 6 capítulos.
Em nossa apostila, abordaremos apenas os capítulos 1 1.1. A Impessoalidade
e 2, já que os demais capítulos correspondem a conteúdos
gramaticais que já foram estudados em tópicos anteriores A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, quer pela
da mesma. escrita. Para que haja comunicação, são necessários:
a) alguém que comunique,
CAPÍTULO I b) algo a ser comunicado, e
c) alguém que receba essa comunicação.
ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL
No caso da redação oficial, quem comunica é sempre
1. O que é Redação Oficial o Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria,
Departamento, Divisão, Serviço, Seção); o que se comunica é
Em uma frase, pode-se dizer que redação oficial é a maneira sempre algum assunto relativo às atribuições do órgão que
pela qual o Poder Público redige atos normativos e comunicações. comunica; o destinatário dessa comunicação ou é o público, o
Interessa-nos tratá-la do ponto de vista do Poder Executivo. A conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do Executivo
redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso ou dos outros Poderes da União. Percebe-se, assim, que o
do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que
uniformidade. Fundamentalmente esses atributos decorrem da constam das comunicações oficiais decorre:
Constituição, que dispõe, no artigo 37: “A administração pública
direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, a) da ausência de impressões individuais de quem
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos comunica: embora se trate, por exemplo, de um expediente
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade assinado por Chefe de determinada Seção, é sempre em nome
e eficiência (...)”. Sendo a publicidade e a impessoalidade do Serviço Público que é feita a comunicação. Obtém-se, assim,
princípios fundamentais de toda administração pública, claro uma desejável padronização, que permite que comunicações
está que devem igualmente nortear a elaboração dos atos e elaboradas em diferentes setores da Administração guardem
comunicações oficiais. Não se concebe que um ato normativo entre si certa uniformidade;
de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que
dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação, com
sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um cidadão, sempre
requisitos do próprio Estado de Direito: é inaceitável que um concebido como público, ou a outro órgão público. Nos dois
texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade casos, temos um destinatário concebido de forma homogênea
implica, pois, necessariamente, clareza e concisão. Além de e impessoal;
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se o que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos
universo temático das comunicações oficiais se restringe a rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a
questões que dizem respeito ao interesse público, é natural que determinada área, são de difícil entendimento por quem não
não cabe qualquer tom particular ou pessoal. Desta forma, não há esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de
lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as que, explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da
por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um artigo administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos. Outras
assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação questões sobre a linguagem, como o emprego de neologismo e
oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que estrangeirismo, são tratadas em detalhe em 9.3. Semântica.
a elabora. A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade
de que nos valemos para elaborar os expedientes oficiais 1.3. Formalidade e Padronização
contribuem, ainda, para que seja alcançada a necessária
impessoalidade. As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é,
obedecem a certas regras de forma: além das já mencionadas
1.2. A Linguagem dos Atos e Comunicações Oficiais exigências de impessoalidade e uso do padrão culto de linguagem,
é imperativo, ainda, certa formalidade de tratamento. Não se
A necessidade de empregar determinado nível de linguagem trata somente da eterna dúvida quanto ao correto emprego
nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do próprio deste ou daquele pronome de tratamento para uma autoridade
caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua de certo nível (v. a esse respeito 2.1.3. Emprego dos Pronomes
finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de de Tratamento); mais do que isso, a formalidade diz respeito à
caráter normativo, ou estabelecem regras para a conduta dos polidez, à civilidade no próprio enfoque dado ao assunto do qual
cidadãos, ou regulam o funcionamento dos órgãos públicos, cuida a comunicação.
o que só é alcançado se em sua elaboração for empregada
a linguagem adequada. O mesmo se dá com os expedientes A formalidade de tratamento vincula-se, também,
oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e à necessária uniformidade das comunicações. Ora, se a
objetividade. As comunicações que partem dos órgãos públicos administração federal é una, é natural que as comunicações
federais devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão que expede sigam um mesmo padrão. O estabelecimento desse
brasileiro. Para atingir esse objetivo, há que evitar o uso de uma padrão, uma das metas deste Manual, exige que se atente para
linguagem restrita a determinados grupos. Não há dúvida que todas as características da redação oficial e que se cuide, ainda,
um texto marcado por expressões de circulação restrita, como a da apresentação dos textos. A clareza datilográfica, o uso de
gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem sua papéis uniformes para o texto definitivo e a correta diagramação
compreensão dificultada. Ressalte-se que há necessariamente do texto são indispensáveis para a padronização. Consulte
uma distância entre a língua falada e a escrita. Aquela é o Capítulo II, As Comunicações Oficiais, a respeito de normas
extremamente dinâmica, reflete de forma imediata qualquer específicas para cada tipo de expediente.
alteração de costumes, e pode eventualmente contar com outros
elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, 1.4. Concisão e Clareza
a entoação, etc. Para mencionar apenas alguns dos fatores
responsáveis por essa distância. Já a língua escrita incorpora A concisão é antes uma qualidade do que uma característica
mais lentamente as transformações, tem maior vocação para do texto oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um
a permanência, e vale-se apenas de si mesma para comunicar. máximo de informações com um mínimo de palavras. Para
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis, que se redija com essa qualidade, é fundamental que se tenha,
de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma além de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o
carta a um amigo, podemos nos valer de determinado padrão necessário tempo para revisar o texto depois de pronto. É nessa
de linguagem que incorpore expressões extremamente pessoais releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundâncias
ou coloquiais; em um parecer jurídico, não se há de estranhar ou repetições desnecessárias de idéias. O esforço de sermos
a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois concisos atende, basicamente ao princípio de economia
casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se linguística, à mencionada fórmula de empregar o mínimo de
faz da língua, a finalidade com que a empregamos. O mesmo palavras para informar o máximo.
ocorre com os textos oficiais: por seu caráter impessoal, por sua
finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, eles Não se deve de forma alguma entendê-la como economia
requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens
padrão culto é aquele em que: substanciais do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-
se exclusivamente de cortar palavras inúteis, redundâncias,
a) se observam as regras da gramática formal, e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. Procure
b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos perceber certa hierarquia de idéias que existe em todo texto de
usuários do idioma. É importante ressaltar que a obrigatoriedade alguma complexidade: idéias fundamentais e idéias secundárias.
do uso do padrão culto na redação oficial decorre do fato de que Estas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-
ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas las, exemplificá-las; mas existem também idéias secundárias
regionais, dos modismos vocabulares, das idiossincrasias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm
linguísticas, permitindo, por essa razão, que se atinja a maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser
pretendida compreensão por todos os cidadãos. dispensadas.

Lembre-se que o padrão culto nada tem contra a simplicidade A clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial,
de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de conforme já sublinhado na introdução deste capítulo. Pode-
expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica se definir como claro aquele texto que possibilita imediata
emprego de linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos compreensão pelo leitor. No entanto a clareza não é algo
sintáticos e figuras de linguagem próprios da língua literária. que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um características da redação oficial. Para ela concorrem:
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações
nos atos e comunicações oficiais. É claro que haverá preferência que poderia decorrer de um tratamento personalista dado ao
pelo uso de determinadas expressões, ou será obedecida certa texto;
tradição no emprego das formas sintáticas, mas isso não implica, b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de
necessariamente, que se consagre a utilização de uma forma de entendimento geral e por definição avesso a vocábulos de
linguagem burocrática. O jargão burocrático, como todo jargão, circulação restrita, como a gíria e o jargão;
deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada. c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações imprescindível uniformidade dos textos;
APOSTILAS OPÇÃO
d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos lingüísticos que nada lhe acrescentam.

É pela correta observação dessas características que se redige com clareza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto
redigido. A ocorrência, em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que
torna possível sua correção. Na revisão de um expediente, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu destinatário.
O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa
experiência profissional muitas vezes faz com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite,
desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e abreviações e os conceitos específicos que não possam ser
dispensados. A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elaboradas certas comunicações quase sempre
compromete sua clareza. Não se deve proceder à redação de um texto que não seja seguida por sua revisão. “Não há assuntos urgentes,
há assuntos atrasados”, diz a máxima. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável repercussão no redigir.

Por fim, como exemplo de texto obscuro, que deve ser evitado em todas as comunicações oficiais,

Transcrevemos a seguir um pitoresco quadro, constante de obra de Adriano da Gama Kury, a partir do qual podem ser feitas
inúmeras frases, combinando-se as expressões das várias colunas em qualquer ordem, com uma característica comum: nenhuma delas
tem sentido! O quadro tem aqui a função de sublinhar a maneira de como não se deve escrever:

Como não se deve escrever:

COLUNA A COLUNA B COLUNA C COLUNA D COLUNA E COLUNA F COLUNA G


1. A necessidade Se Uma correta No interesse Substanciando e Numa ótica A transparência
emergente caracteriza relação entre primário da vitalizando, preventiva e não de cada ato
por estrutura e população, mais curativa, decisional.
superestrutura
2. O quadro Prefigura A superação de Sem prejudicar Não assumindo No contexto Um
normativo cada obstáculo o atual nível das nunca como de um sistema indispensável
e/ou resistência contribuições, implícito, integrado, salto de
passiva qualidade.
3. O critério Reconduz a A pontual Com critérios não Potenciando e Na medida em O planamento
metodológico sínteses correspondência dirigísticos, incrementando, que isso seja de discrepâncias
entre objetivos e factível, e discrasias
recursos existentes.
4. O modelo de Incrementa O Para além das Evidenciando e Em termos A adoção de uma
desenvolvimento redirecionamento contradições explicitando de eficácia e metodologia
das linhas de e dificuldades eficiência, diferenciada.
tendências em ato iniciais,
5. O novo tema Propicia O incorporamento Numa visão Ativando e A cavaleiro da A redefinição de
social das funções e a orgânica e não implementando, Situação uma nova figura
descentralização totalizante, contingente, profissional.
decisional
6. O método Propõe-se a O reconhecimento Mediante Não omitindo Com as devidas e O co-
participativo da demanda não mecanismos da ou calando, imprescindíveis envolvimento
satisfeita participação, mas antes enfatizações, ativo de
particularizando, operadores e
utentes.
7. A utilização Privilegia Uma coligação Segundo um Recuperando, Como sua Uma congruente
potencial orgânica módulo de ou antes premissa flexibilidade das
interdisciplinar interdependência revalorizando, indispensável e estruturas.
para uma práxis horizontal, condicionante,
de trabalho de
grupo,

CAPÍTULO II

AS COMUNICAÇÕES OFICIAIS
2. Introdução

A redação das comunicações oficiais deve, antes de tudo, seguir os preceitos explicitados no Capítulo I, Aspectos Gerais da Redação
Oficial. Além disso, há características específicas de cada tipo de expediente, que serão tratadas em detalhe neste capítulo. Antes
de passarmos à sua análise, vejamos outros aspectos comuns a quase todas as modalidades de comunicação oficial: o emprego dos
pronomes de tratamento, a forma dos fechos e a identificação do signatário.

2.1. Pronomes de Tratamento

2.1.1. Breve História dos Pronomes de Tratamento

O uso de pronomes e locuções pronominais de tratamento tem larga tradição na língua portuguesa. De acordo com Said Ali, após
serem incorporados ao português os pronomes latinos tu e vos, “como tratamento direto da pessoa ou pessoas a quem se dirigia a
palavra”, passou-se a empregar, como expediente linguístico de distinção e de respeito, a segunda pessoa do plural no tratamento de
pessoas de hierarquia superior. Prossegue o autor: “Outro modo de tratamento indireto consistiu em fingir que se dirigia a palavra a um
atributo ou qualidade eminente da pessoa de categoria superior, Senhor Senador,
e não a ela própria. Assim aproximavam-se os vassalos de seu Senhor Juiz,
rei com o tratamento de vossa mercê, vossa senhoria (...); assim Senhor Ministro,
usou-se o tratamento ducal de vossa excelência e adotou-se na Senhor Governador,
hierarquia eclesiástica vossa reverência, vossa paternidade, vossa
eminência, vossa santidade.” A partir do final do século XVI, esse No envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas
modo de tratamento indireto já estava em voga também para os às autoridades tratadas por Vossa Excelência, terá a seguinte
ocupantes de certos cargos públicos. Vossa mercê evoluiu para forma:
vosmecê, e depois para o coloquial você. E o pronome vós, com A Sua Excelência o Senhor
o tempo, caiu em desuso. É dessa tradição que provém o atual Fulano de Tal
emprego de pronomes de tratamento indireto como forma de Ministro de Estado da Justiça
dirigirmo-nos às autoridades civis, militares e eclesiásticas. 70.064-900 – Brasília. DF

2.1.2. Concordância com os Pronomes de Tratamento A Sua Excelência o Senhor


Senador Fulano de Tal
Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta) Senado Federal
apresentam certas peculiaridades quanto à concordância 70.165-900 – Brasília. DF
verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda
pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se A Sua Excelência o Senhor
dirige a comunicação), levam a concordância para a terceira Fulano de Tal
pessoa. É que o verbo concorda com o substantivo que integra Juiz de Direito da 10a Vara Cível
a locução como seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria nomeará Rua ABC, no 123
o substituto”; “Vossa Excelência conhece o assunto”. Da mesma 01.010-000 – São Paulo. SP
forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de
tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Senhoria Em comunicações oficiais, está abolido o uso do tratamento
nomeará seu substituto” (e não “Vossa... vosso...”). Já quanto aos digníssimo (DD), às autoridades arroladas na lista anterior. A
adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical deve dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo
coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o público, sendo desnecessária sua repetida evocação.
substantivo que compõe a locução. Assim, se nosso interlocutor Vossa Senhoria é empregado para as demais autoridades e
for homem, o correto é “Vossa Excelência está atarefado”, “Vossa para particulares. O vocativo adequado é:
Senhoria deve estar satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência Senhor Fulano de Tal,
está atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar satisfeita”. (...)
No envelope, deve constar do endereçamento:
2.1.3. Emprego dos Pronomes de Tratamento Ao Senhor
Fulano de Tal
Como visto, o emprego dos pronomes de tratamento obedece Rua ABC, nº 123
a secular tradição. São de uso consagrado: 70.123 – Curitiba. PR

Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: Como se depreende do exemplo acima fica dispensado o
emprego do superlativo ilustríssimo para as autoridades que
a) do Poder Executivo; recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. É
Presidente da República; suficiente o uso do pronome de tratamento Senhor. Acrescente-
Vice-Presidente da República; se que doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico.
Ministros de Estado; Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o
Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau
Federal; por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume
Oficiais-Generais das Forças Armadas; designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em
Embaixadores; Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor
Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes confere a desejada formalidade às comunicações. Mencionemos,
de cargos de natureza especial; ainda, a forma Vossa Magnificência, empregada por força da
Secretários de Estado dos Governos Estaduais; tradição, em comunicações dirigidas a reitores de universidade.
Prefeitos Municipais. Corresponde-lhe o vocativo:

b) do Poder Legislativo: Magnífico Reitor,


Deputados Federais e Senadores; (...)
Ministro do Tribunal de Contas da União;
Deputados Estaduais e Distritais; Os pronomes de tratamento para religiosos, de acordo com a
Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; hierarquia eclesiástica, são:
Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais.
Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Papa. O
c) do Poder Judiciário: vocativo correspondente é:
Ministros dos Tribunais Superiores; Santíssimo Padre,
Membros de Tribunais; (...)
Juízes;
Auditores da Justiça Militar. Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima, em
comunicações aos Cardeais. Corresponde-lhe o vocativo:
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou
aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal,
respectivo: (...)
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional, Vossa Excelência Reverendíssima é usado em comunicações
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa Reverendíssima ou
Federal. Vossa Senhoria Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, e superiores religiosos. Vossa Reverência é empregado para
seguido do cargo respectivo: sacerdotes, clérigos e demais religiosos.
2.2. Fechos para Comunicações – desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o texto
contiver mais de uma idéia sobre o assunto, elas devem ser
O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza à
óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos exposição;
para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela – conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente
Portaria nº1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.
quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos
este Manual estabelece o emprego de somente dois fechos casos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e
diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial: subtítulos.
a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos
República: a estrutura é a seguinte:
Respeitosamente, – introdução: deve iniciar com referência ao expediente que
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não
inferior: tiver sido solicitada, deve iniciar com a informação do motivo
Atenciosamente, da comunicação, que é encaminhar, indicando a seguir os dados
completos do documento encaminhado (tipo, data, origem ou
Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a signatário, e assunto de que trata), e a razão pela qual está sendo
autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, encaminhado, segundo a seguinte fórmula:
devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério “Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991,
das Relações Exteriores. encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de 1990,
do Departamento Geral de Administração, que trata da requisição
2.3. Identificação do Signatário do servidor Fulano de Tal.” Ou “Encaminho, para exame e
pronunciamento, a anexa cópia do telegrama no 12, de 1o de
Excluídas as comunicações assinadas pelo Presidente da fevereiro de 1991, do Presidente da Confederação Nacional de
República, todas as demais comunicações oficiais devem trazer Agricultura, a respeito de projeto de modernização de técnicas
o nome e o cargo da autoridade que as expede, abaixo do local agrícolas na região Nordeste.”
de sua assinatura. A forma da identificação deve ser a seguinte: – desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar fazer
algum comentário a respeito do documento que encaminha,
(espaço para assinatura) poderá acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso
NOME contrário, não há parágrafos de desenvolvimento em aviso ou
Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República ofício de mero encaminhamento.
(espaço para assinatura) f) fecho (v. 2.2. Fechos para Comunicações);
NOME g) assinatura do autor da comunicação; e
Ministro de Estado da Justiça h) identificação do signatário (v. 2.3. Identificação do
Signatário).
Para evitar equívocos, recomenda-se não deixar a assinatura
em página isolada do expediente. Transfira para essa página ao 3.2. Forma de diagramação
menos a última frase anterior ao fecho.
Os documentos do Padrão Ofício5 devem obedecer à seguinte
3. O Padrão Ofício forma de apresentação:
a) deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo
Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela 12 no texto em geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;
finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com b) para símbolos não existentes na fonte Times New Roman
o fito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, poder-se-á utilizar as fontes Symbol e Wingdings;
que siga o que chamamos de padrão ofício. As peculiaridades c) é obrigatória constar a partir da segunda página o número
de cada um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas da página;
semelhanças. d) os ofícios, memorandos e anexos destes poderão ser
impressos em ambas as faces do papel. Neste caso, as margens
3.1. Partes do documento no Padrão Ofício esquerda e direta terão as distâncias invertidas nas páginas
pares (“margem espelho”);
O aviso, o ofício e o memorando devem conter as seguintes e) o início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de
partes: distância da margem esquerda;
a) tipo e número do expediente, seguido da sigla do f) o campo destinado à margem lateral esquerda terá, no
órgão que o expede: mínimo, 3,0 cm de largura;
Exemplos: g) o campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm; 5
Mem. 123/2002-MF Aviso 123/2002-SG Of. 123/2002-MME O constante neste item aplica-se também à exposição de motivos
b) local e data em que foi assinado, por extenso, com e à mensagem (v. 4. Exposição de Motivos e 5. Mensagem).
alinhamento à direita: h) deve ser utilizado espaçamento simples entre as linhas e
Exemplo: de 6 pontos após cada parágrafo, ou, se o editor de
Brasília, 15 de março de 1991. texto utilizado não comportar tal recurso, de uma linha em
c) assunto: resumo do teor do documento branco;
Exemplos: i) não deve haver abuso no uso de negrito, itálico, sublinhado,
Assunto: Produtividade do órgão em 2002. letras maiúsculas, sombreado, sombra, relevo, bordas ou
Assunto: Necessidade de aquisição de novos qualquer outra forma de formatação que afete a elegância e a
computadores. sobriedade do documento;
d) destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é j) a impressão dos textos deve ser feita na cor preta em
dirigida a comunicação. No caso do ofício deve ser incluído papel branco. A impressão colorida deve ser usada apenas para
também o endereço. gráficos e ilustrações;
e) texto: nos casos em que não for de mero encaminhamento l) todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem ser
de documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura: impressos em papel de tamanho A-4, ou seja, 29,7 x 21,0 cm;
– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura, m) deve ser utilizado, preferencialmente, o formato de
na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. arquivo Rich Text nos documentos de texto;
Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, n) dentro do possível, todos os documentos elaborados
“Cumpre-me informar que”, empregue a forma direta; devem ter o arquivo de texto preservado para consulta posterior
ou aproveitamento de trechos para casos análogos;
o) para facilitar a localização, os nomes dos arquivos devem Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao Presidente da
ser formados da seguinte maneira: tipo do documento + número República por um Ministro de Estado.
do documento + palavras-chaves do conteúdo Ex.: “Of. 123 - Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um
relatório produtividade ano 2002” Ministério, a exposição de motivos deverá ser assinada por
todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada
3.3. Aviso e Ofício de interministerial.

3.3.1. Definição e Finalidade 4.2. Forma e Estrutura

Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial Formalmente, a exposição de motivos tem a apresentação
praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O anexo que acompanha
o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, a exposição de motivos que proponha alguma medida ou
para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o ofício apresente projeto de ato normativo, segue o modelo descrito
é expedido para e pelas demais autoridades. Ambos têm como adiante. A exposição de motivos, de acordo com sua finalidade,
finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da apresenta duas formas básicas de estrutura: uma para aquela
Administração Pública entre si e, no caso do ofício, também com que tenha caráter exclusivamente informativo e outra para a que
particulares. proponha alguma medida ou submeta projeto de ato normativo.
No primeiro caso, o da exposição de motivos que
3.3.2. Forma e Estrutura simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do
Presidente da República, sua estrutura segue o modelo antes
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do padrão referido para o padrão ofício.
ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário (v. Já a exposição de motivos que submeta à consideração do
2.1 Pronomes de Tratamento), seguido de vírgula. Presidente da República a sugestão de alguma medida a ser
Exemplos: adotada ou a que lhe apresente projeto de ato normativo –
Excelentíssimo Senhor Presidente da República embora sigam também a estrutura do padrão ofício –, além de
Senhora Ministra outros comentários julgados pertinentes por seu autor, devem,
Senhor Chefe de Gabinete obrigatoriamente, apontar:
Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofício as a) na introdução: o problema que está a reclamar a adoção
seguintes informações do remetente: da medida ou do ato normativo proposto;
– nome do órgão ou setor; b) no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida ou
– endereço postal; aquele ato normativo o ideal para se solucionar o problema, e
– telefone e endereço de correio eletrônico. eventuais alternativas existentes para equacioná-lo;
c) na conclusão, novamente, qual medida deve ser tomada,
3.4. Memorando ou qual ato normativo deve ser editado para solucionar o
problema.
3.4.1. Definição e Finalidade Deve, ainda, trazer apenso o formulário de anexo à exposição
de motivos, devidamente preenchido, de acordo com o seguinte
O memorando é a modalidade de comunicação entre modelo previsto no Anexo II do Decreto no 4.176, de 28 de
unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar março de 2002.
hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome do Ministério
Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação ou órgão equivalente) nº de 200 .
eminentemente interna. 1. Síntese do problema ou da situação que reclama
Pode ter caráter meramente administrativo, ou ser providências
empregado para a exposição de projetos, idéias, diretrizes, etc. 2. Soluções e providências contidas no ato normativo ou na
a serem adotados por determinado setor do serviço público. Sua medida proposta
característica principal é a agilidade.
A tramitação do memorando em qualquer órgã o deve 3. Alternativas existentes às medidas propostas
pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos Mencionar:
burocráticos. Para evitar desnecessário aumento do número de - se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
comunicações, os despachos ao memorando devem ser dados - se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de - outras possibilidades de resolução do problema.
continuação.
Esse procedimento permite formar uma espécie de processo 4. Custos
simplificado, assegurando maior transparência à tomada de Mencionar:
decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria - se a despesa decorrente da medida está prevista na lei
tratada no memorando. orçamentária anual; se não, quais as alternativas para custeá-la;
- se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extraordinário,
3.4.2. Forma e Estrutura especial ou suplementar;
- valor a ser despendido em moeda corrente;
Quanto a sua forma, o memorando segue o modelo do 5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser somente se o ato proposto for medida provisória ou projeto de
mencionado pelo cargo que ocupa. lei que deva tramitar em regime de urgência)
Exemplos: Mencionar:
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração Ao Sr. - se o problema configura calamidade pública;
Subchefe para Assuntos Jurídicos - por que é indispensável a vigência imediata;
- se se trata de problema cuja causa ou agravamento não
tenham sido previstos;
4. Exposição de Motivos - se se trata de desenvolvimento extraordinário de situação
já prevista.
4.1. Definição e Finalidade
Exposição de motivos é o expediente dirigido ao Presidente 6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou
da República ou ao Vice-Presidente para: medida proposta possa vir a tê-lo)
a) informá-lo de determinado assunto;
b) propor alguma medida; ou 7. Alterações propostas
c) submeter a sua consideração projeto de ato normativo.

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