Sei sulla pagina 1di 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO TOCANTINS-CAMETÁ


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO E CULTURA
MESTRADO EM EDUCAÇÃO E CULTURA

DISCIPLINA: POLITICAS EDUCACIONAIS NA AMAZÔNIA


Professores: Doriedson S. Rodrigues e Eraldo Souza do Carmo

RESENHA
“DEMOCRACIA CONTRA CAPITALISMO a renovação do materialismo histórico”
Ellen Meiksins Wood
WOOD. Ellen Meiksins. Democracia contra o capitalismo a renovação do materialismo
histórico: Tradução Paulo Cezar Castanheira. São Paulo: Boitempo, 2011.

“MARX, ENGELS, LÊNIN E O ESTADO”


Martin Carnoy
CARNOY, Martin. Marx, Engels, Lênin e o Estado. In: Estado e teoria política. São Paulo:
Papirus, 1994.

“POLÍTICAS PÚBLICAS POR DENTRO”


Lindomar Wessler Boneti
BONETI, Lindomar Wessler. Políticas Públicas por Dentro. 3. ed. Ver. Ijuí: Ed. Unijuí,
2011. (Cap. I e II)

Por Ellen Rodrigues da Silvai

A afirmação de Ellen Wood (2011), obra central desta resenha de que em essência
o capitalismo é incompatível com a democracia, leva-nos a inquietação de ler a sua obra em
profundidade, procurando analisa-la em todos os detalhes, pois a autora, traz uma discussão
muito rica, apresenta nos mínimos detalhes a especificidade do capitalismo, com argumentos
precisos, nos mostra a razão da afirmação anterior.
Baseada na leitura e analise aprofundada das obras de Marx, Engels, Thompson,
Raymond Wilhiams, dentre outras obras inclusive não marxistas, a autora constrói sua análise
se contrapondo a críticas que dizem que o materialismo marxista encontra-se desatualizado e
já não corresponde a compreensão do mundo atual. Ellen Wood (2011), de forma precisa,
prova o porquê do materialismo marxista ser desconsiderado nos estudos sobre a relações
sociais humanas, bem como, demonstra o quão o método marxista é completo e crucial para
compreendermos as contradições e totalidade das relações sociais e a cultura capitalista.
Ellen Meiksins Wood (1942-2016) foi uma historiadora que desenvolveu
contribuições fundamentais para a teoria política marxista. Nascida em Nova York, Estados
Unidos, foi por muitos anos professora de Ciência Política na Universidade York, de Toronto,
é autora de vários livros, entre os quais se destacam A origem do capitalismo (2001), Em
defesa da história (organizadora, 1999), The Pristine Culture of Capitalism (1992) e The
Retreat from Class (1986), com o qual recebeu o prêmio Deutscher Memorial. Democracia
contra capitalismo é seu terceiro livro publicado no Brasil1.
A obra de Ellen Wood (Democracia contra o capitalismo: renovação do
materialismo) cuja vida foi dedicada aos estudos sobre a sociedade capitalista é uma
inestimável contribuição aos marxistas, se divide em duas partes, a saber: I) O materialismo
histórico e a especificidade do capitalismo e; II) A democracia contra o capitalismo. Assim
inter-relacionaremos as analises da autora com os demais textos desta resenha, pois os
mesmos se complementam.
A crítica do capitalismo “exige não apenas adaptações a todas as transformações
do sistema, mas uma crítica constantemente renovada dos instrumentos analíticos
desenvolvidos para compreendê-los”, escreve a autora, que continua suas afirmativas dizendo:
“É possível que nunca antes desde o tempo de Marx, esta tarefa tenha sido tão necessária e
urgente, à medida que mais ramos do conhecimento, tanto nos estudos culturais quanto nas
ciências sociais, são absorvidos pelas premissas auto validadoras do capitalismo”. Isto nos
respalda a dizer que o materialismo histórico será coerente em suas críticas ao capitalismo até
que este continue a existir, ou melhor, até que este se destrua.
A história nos mostra que houve uma fragmentação da vida social a partir da
consolidação do capitalismo, e pra isso o materialismo histórico tornou-se fundamental para
entender exatamente o que aparenta ser natural, ou seja, que historicamente esta
fragmentação determinou a diferenciação entre economia e política, ocasionando não apenas
um problema teórico mas prático, a imediata expressão da separação entre lutas políticas
versus econômica, fator este preponderante para a alienação das massas.

1
Fonte: http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/Autores/visualizar/ellen-meiksins-wood
Assim para a manutenção do status quo capitalista é criado um Estado, este
essencial para o processo de expropriação que está na base do capitalismo. Em todos os
sentidos, apesar da diferenciação, a esfera econômica se apoia firmemente na política, afirma
Ellen Wood. Ao inter-relacionar esta afirmação com os estudos de Carnoy (1994), o autor
complementa dizendo que o “Estado é um instrumento essencial de dominação de classes na
sociedade capitalista”.
O livro e os demais textos analisados abrangem de forma geral a história que
consolidou o capitalismo e seu modo de produção, e de que forma este modelo político-
econômico transformou e influenciou (e influencia) a sociedade humana, de tal forma que
levou muitos a pensar que este sistema nos levaria ao fim da história, ou seja, nenhum outro
modo de produção e organização social será possível de manter uma sociedade tal qual o
capitalismo.
Neste sentido os autores criam argumentos precisos contra estes pensamentos
hegemônicos, ao traçar o viés do outro lado da moeda, ou seja, daqueles que construíram
mecanismos teóricos e práticos de resistência, isto é, tanto no campo intelectual, como no
quanto das lutas populares. A história contada pela burguesia hegemônica invisibilizou as
ações de resistências que ocorreram ao longo do tempo contra o capitalismo. No entanto, há
estudiosos que nos apresentam o contrário de tudo isso, afirmam os autores desta resenha,
demonstram inclusive que o capitalismo pode até parecer como um grande dragão invencível,
mas não impossível de ser derrotado, e que é possível sim construir processos de
transformação da realidade, que nos levem, ao socialismo.
Tanto a obra de Ellen Wood (2011) como os demais textos de Carnoy (1994) e
Boneti (2011) apontam para a atualidade de Marx, bem como, a necessidade de estudá-lo
como fundamento revolucionário, de quem acredita que a realidade pode ser mudada,
transformada. Os resultados de seus estudos norteiam o nosso pensar para o entendimento do
que afirmou Boneti (2011): Os direitos sociais e as políticas públicas e sociais se constituem,
na verdade, de construções coletivas sociais.
Portanto, assim como iniciamos esta resenha com afirmativa de Ellen Wood
(2011) de que a essência do capitalismo é incompatível com a democracia, ampliamos um
pouco este enfoque dado pela mesma e a partir do que acumulamos com estes textos, que o
capitalismo não só é incompatível, como também não é o único caminho, pois a partir da
derrocada do socialismo, em que o mundo reverberava aos quatro cantos o fim do socialismo,
naquele momento, o socialismo tornou-se mais necessário, pois o capitalismo mostrou do que
era capaz e ao mesmo tempo sua principal fragilidade, ou seja, sua flexibilização não resistirá
a sua própria competitividade, muito menos a organização e união das massas. Finalmente
ancorados em Ellen Wood (2011), concluímos que a lição que talvez sejamos forçados a
aprender de nossas atuais condições econômicas e políticas é que um capitalismo humano,
“social” e verdadeiramente democrático e igualitário é mais irreal e utópico que o socialismo.
As obras estudadas para esta resenha são dignas de serem relidas e aprofundadas,
os resultados levantados são preponderantes para quem se interessa em compreender e pôr em
prática o que nestes textos foi renovado, ou seja, o materialismo histórico dialético.

i
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação e Cultura (PPGEDUC) do Campus Universitário do
Tocantins/Cametá – UFPA. Especialista em Gestão e Planejamento da Educação (UFPA). Professora da
Educação Básica da Rede Municipal de Educação de Cametá - Pará.

Potrebbero piacerti anche