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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
2015
MODULAÇÃO , PAGINAÇÃO E CÁLCULO DE UM EDIFICIO
EM ALVENARIA ESTRUTURAL
elaborado por
Eduardo Rizzatti Junior
Comissão examinadora:
Equação 1: : .......................................................................................................36
Equação 2: : ..................................................................................51
Equação 3: ......................................................................................................51
Equação 4: .......................................................................................68
Equação 5: ............................................................................................................71
Equação 6: .............................................................................................72
Equação 7: ...........................................................................................76
Equação 8: ..............................................................................................76
Equação 9: ..................................................................................................77
Equação 10: ................................................................................................77
Equação 11: ..........................................................................................................79
Equação 12: .........................................................................................................80
SUMÁRIO
SUMÁRIO _____________________________________________________8
1 INTRODUÇÃO___________________________________________10
1.1 Considerações iniciais____________________________________________________ 10
1.2 Histórico_______________________________________________________________ 11
1.2.1 Histórico no Brasil _______________________________________________________ 17
1.3 Objetivos ______________________________________________________________ 19
1.3.1 Objetivos Gerais _________________________________________________________ 19
1.3.2 Objetivos específicos _____________________________________________________ 19
1.4 Estrutura do trabalho____________________________________________________ 20
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA_______________________________21
2.1 Conceitos ______________________________________________________________ 21
2.2 Normas brasileiras aplicáveis a alvenaria estrutural __________________________ 22
2.3 Termos e definições de valores dimensionais e adimensionais ___________________ 23
2.4 Classificação ___________________________________________________________ 24
2.5 Vantagens e desvantagens ________________________________________________ 25
2.6 Aspectos técnicos e econômicos ____________________________________________ 27
2.7 Componentes da alvenaria________________________________________________ 28
2.7.1 Blocos _________________________________________________________________ 28
2.7.2 Argamassas _____________________________________________________________ 34
2.7.3 Graute _________________________________________________________________ 41
2.7.4 Armaduras______________________________________________________________ 43
2.8 Execução de lajes _______________________________________________________ 43
2.9 Modulação e paginação das paredes portantes _______________________________ 46
2.10 Propriedades mecânicas __________________________________________________ 50
2.10.1 Resistência à compressão da alvenaria______________________________________ 50
2.10.2 Fatores que influenciam a resistência à compressão ___________________________ 52
2.10.3 Resistência à tração da alvenaria __________________________________________ 53
2.11 Propriedades físicas _____________________________________________________ 53
2.11.1 Absorção de água ______________________________________________________ 53
2.11.2 Dimensões ___________________________________________________________ 54
2.11.3 Retração _____________________________________________________________ 55
2.11.4 Teor de umidade_______________________________________________________ 56
2.11.5 Densidade aparente_____________________________________________________ 56
3 METODOLOGIA _________________________________________57
3.1 Considerações de projeto _________________________________________________ 57
3.1.1 Carregamentos __________________________________________________________ 58
3.1.2 Numeração das paredes ___________________________________________________ 59
3.2 Cálculo da carga vertical nas paredes_______________________________________ 59
3.2.1 Peso próprio das paredes___________________________________________________ 60
3.2.2 Área de influência da laje __________________________________________________ 60
3.2.3 Carregamento permanente da reação da laje ___________________________________ 60
3.2.4 Carregamento acidental da reação da laje______________________________________ 61
3.2.5 Paredes sob a influência da escada ___________________________________________ 61
3.2.6 Total do pavimento _______________________________________________________ 62
3.2.7 Peso próprio das paredes superiores __________________________________________ 62
3.2.8 Ático __________________________________________________________________ 63
3.2.9 Carregamento total nas vigas de transição _____________________________________ 64
3.3 Resultado prisma bloco __________________________________________________ 68
3.4 Considerações preliminares _______________________________________________ 71
3.4.1 Estabilidade local dos elementos (parede ou pilar)_______________________________ 71
3.4.2 Estabilidade global da estrutura _____________________________________________ 71
3.4.3 Seção de parede considerada na resistência ao movimento devido ao vento ___________ 72
3.5 Cargas de vento_________________________________________________________ 74
3.6 Ação equivalente do desaprumo ___________________________________________ 78
3.7 Força horizontal total ____________________________________________________ 79
3.8 Verificação de tração nas paredes portantes _________________________________ 80
3.8.1 Distribuição das forças laterais e momentos fletores acumulados devido ao vento em
cada parede __________________________________________________________________ 80
3.8.2 Tensões de compressão devidas às cargas verticais permanentes e acidentais ______ 81
3.8.3 Tensões de flexo-compressão de borda devidas ao vento e à carga permanente ____ 82
4 RESULTADOS ___________________________________________83
5 CONCLUSÃO ____________________________________________84
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ________________________85
7 ANEXOS ________________________________________________87
7.1 Anexo 01 ______________________________________________________________ 87
7.2 Anexo 02 ______________________________________________________________ 87
10
1 INTRODUÇÃO
1.1 Consideraçõesiniciais
O modo como construímos as edificações sempre foi alvo de estudos e teses, afim de
que, se encontre maneiras rápidas, racionais, econômicas e de boa qualidade para nossas
construções. Tonar-se um grande desafio atender a esses requisitos e manter um padrão de
qualidade e aceitação ao usuário pós-obra.
Com a ideia de economia e rapidez na construção, insere-se o sistema de alvenaria
estrutural, que, após um período de recessão e pouca aceitação, atualmente tem sido
largamente empregado.
A alvenaria estrutural, segundo Coelho (1998), há bastante tempo, vem sendo utilizada
na África, na Europa e em outros países. No Brasil, no entanto, só alguns anos atrás este
processo construtivo tem sido aprimorado em sua utilização.
Dentre tantos sistemas construtivos já muito utilizados nos nossos canteiros de obra,
podemos destacar o tradicional concreto armado, alvenarias com tijolos maciços ou blocos
assentados com furos na horizontal, estruturas metálicas, etc.
Nesse contexto, aliado a tradicionais matérias primas e com a ideia de economia e
rapidez na construção, se insere o sistema de alvenaria estrutural.
Devido a alvenaria estrutural ser um sistema racional de construção, logo em seu
surgimento, apareceu como sistema executável principalmente à obras de baixo custo e de
caráter social. Já na atual realidade, este sistema tem se mostrado muito viável à praticamente
todos os padrões construtivos, em todas as classes sociais, e com uma vasta amplitude na sua
aplicação, ganhando hoje até mesmo grandes preferências para utilizar este sistema
construtivo na sua construção.
Por ser atualmente um dos sistemas construtivos mais utilizados na construção civil e
de grande interesse do autor, este trabalho de conclusão de curso irá trazer uma revisão
bibliográfica do histórico da alvenaria, dos seus principais componentes e elementos e suas
propriedades. Além disso, o cálculo de uma edificação em alvenaria estrutural mostrando a
influência do vento sobre a resistência da mesma.
11
1.2 Histórico
antes de Cristo. A Grande Pirâmide, túmulo do faraó Queóps, mede 147 m de altura e
sua base é um quadrado de 230 m de lado. Em sua construção foram utilizados
aproximadamente 2,3 milhões de blocos, com peso médio de 25 kN.
Por essas características, as pirâmides de Guizé são consideradas grandes monumentos
da antiguidade, símbolos da capacidade dos faraós de mobilizarem verdadeiros
exércitos de trabalhadores durante longos períodos. Entretanto, do ponto de vista
estrutural, as pirâmides não apresentavam nenhuma inovação, sendo construídas
através da colocação de blocos uns sobre outros, de maneira a produzirem a forma
piramidal que as caracterizam.
• O Farol de Alexandria (Figura 05) construído em uma das ilhas em frente ao porto de
Alexandria, Faros, em 280 antes de Cristo, é o mais famoso e antigo farol de
orientação. Construído em mármore branco, com 134 m de altura, possuía um
engenhoso sistema de iluminação, baseado em um jogo de espelhos.
Do ponto de vista estrutural tratava-se de uma obra marcante, com altura equivalente a
um prédio de 45 pavimentos. Infelizmente, foi destruído por um terremoto no século
XIV, restando apenas as suas fundações como um testemunho de sua grandeza.
15
• O Coliseu (Figura 06) foi elaborado em 70 depois de Cristo para receber 50 mil
pessoas. Possuía 500 metros de diâmetro e 50 metros de altura e é o principal exemplo
de teatro romano. Possuía 80 portais, de forma que todas as pessoas que estivessem
assistindo aos espetáculos lá realizados pudessem entrar e sair com grande rapidez.
Outra característica interessante, agora quanto ao aspecto estrutural, é que os teatros
romanos, ao contrário dos teatros gregos que se aproveitavam de desníveis naturais
dos terrenos apropriados, eram suportados por pórticos formados por pilares e arcos.
Essa característica estrutural lhes conferia uma maior liberdade em termos de
localização, podendo estar situados até mesmo nos centros de grandes cidades.
Figura 6: Coliseu.
Fonte: Google.com
16
• O Taj Mahal (Figura 07), uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo Atual, é
conhecido como a maior prova de amor do mundo. Foi feita entre 1630 e 1652 depois
de Cristo, possui aproximadamente 60 metros de altura e o principal material utilizado
foram blocos de mármore branco;
• A Catedral de Reims (Figura 08) é uma das mais antigas catedrais francesas em estilo
gótico. Foi construída entre 1211 e 1300 depois de Cristo e possui aproximadamente
127 metros de altura. Sua largura era de 13 metros e altura de 35 metros (equivalente à
um prédio de doze andares);
Fonte: Google.com
Outra grande obra a ser destacada, pela construção em alvenaria estrutural no país, é a
do Teatro Municipal de São Paulo (Figura 10).
18
Segundo Araújo (1995), estimam-se que tenham sido construídos no Brasil, entre 1964
e 1976, mais de dois milhões de unidades habitacionais em alvenaria estrutural. Porém, os
resultados não eram os almejados quanto à qualidade e a durabilidade do produto, tornando-se
necessárias pesquisas para eliminar as dúvidas existentes com relação a esse tipo de
construção.
Devido a forma de implantação da alvenaria estrutural no país, Rosso (1994) relata
surgimento de um preconceito ou mito em torno da alvenaria estrutural, associando-se a
habitações populares e edifícios de poucos pavimentos. Franco (1992) afirma que outro
fatores contribuíram para denegrir a imagem do sistema construtivo inovador. Entre eles,
destaca a ocorrência de inúmeras patologias nas edificações, consequência do não
desenvolvimento de uma metodologia científica que embasasse os aspectos técnicos.
A alvenaria estrutural não armada foi introduzida no Brasil somente em 1977, na
construção de um edifício de nove pavimentos em blocos de sílico-calcário, cidade São Paulo.
Na década de 80, houve a introdução dos blocos cerâmicos na alvenaria estrutural.
Devido ao crescente número de pesquisas na área desde a década de 70, hoje, a
alvenaria estrutural não se restringe somente á construções populares, mas sim a diversos
tipos e níveis econômicos. Atualmente desponta como uma alternativa técnica e
economicamente viável para o grande déficit habitacional existente no Brasil. Nas últimas três
décadas o uso da alvenaria estrutural aumentou muito no pais.
A partir da década de 90 houve uma crescente conscientização de que poderíamos
aperfeiçoar a alvenaria estrutural no sentido de minimizar as suas patologias, aperfeiçoar as
19
1.3 Objetivos
(2) Estudar os principais tipos de blocos existentes hoje no mercado e os mais utilizados no
Brasil.
(3) Apresentar um estudo sobre as propriedades mecânicas e físicas dos blocos, analisando o
seu comportamento na edificação.
(4) Apresentar etapas de projeto para o cálculo de uma edificação em alvenaria estrutural.
Desde a modulação da 1° e 2° fiada, paginação das paredes, até o cálculo das resistências dos
prismas e dos blocos.
(5) Verificar a influência do vento na edificação.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Conceitos
Alvenaria: Pode ser definida como um componente constituído por blocos o tijolos
unidos ou não entre si por juntas de argamassa, formando um conjunto rígido e coeso.
Alvenaria estrutural: Alvenaria com função estrutural
Pilar: elemento cuja maior dimensão da seção transversal não excede cinco vezes a
menor dimensão.
Parede: elemento cuja dimensão da seção transversal excede cinco vezes a menor
dimensão.
Parede estrutural: toda parede admitida como participante da estrutura (serve de
apoio às lajes e a outros elementos da construção).
Parede de contraventamento: Parede resistente que além de resistir as ações
verticais, tem por função resistir às ações horizontais, segundo seu plano, sejam da ação do
vento, de desaprumo da estrutura ou sísmicas, conferindo rigidez necessária a estrutura.
Parede de vedação ou não estrutural: parede para resistir somente o seu peso
próprio e desempenhar as funções de vedação. Não admitida como participante da estrutura
(apoia e impõem um carregamento às lajes ou a outro elemento da estrutura).
Alvenaria estrutural armada: utilizadas armaduras passivas que são consideradas
para resistência dos esforços solicitantes (resistir esforços de tração, absorver tensões de
tração, excentricidades e compressão).
Alvenaria estrutural parcialmente armada: recebe armadura de aço por
necessidades construtivas.
Alvenaria estrutural protendida: alvenaria na qual são utilizadas armaduras ativas
impondo uma pré-compressão antes do carregamento.
Viga: elemento estrutural utilizado sobre vãos maiores de 1,20 metros, dimensionado
para suportar cargas verticais, transmitindo-as para pilares ou paredes.
22
2.4 Classificação
coberturas, e de transmitir estas cargas para as fundações, geralmente sob uma forma
distribuída.
A alvenaria pode ser classificada quanto ao processo construtivo empregado, quanto
ao tipo de unidades ou ao material utilizado.
Alvenaria estrutural não armada: utiliza paredes de alvenaria não armada, como
estrutura suporte. Os reforços metálicos são colocados apenas em cintas, vergas, contra-
vergas, na amarração entre paredes, nas juntas horizontais com a finalidade de evitar fissuras
localizadas e em grautes construtivos. A alvenaria não armada contém somente armadura de
amarração, desconsiderada na absorção dos esforços. Nessa tipo de obra não são permitidas
tensões de tração, que exigiriam armadura, não sendo portanto, utilizada em edifícios muito
altos, sob ação do vento.
Alvenaria estrutural armada:caracteriza-se por ter os vazados verticais dos blocos
preenchidos com graute envolvendo barras de aço. A obra mais conhecida de alvenaria
estrutural armada é o Teatro Municipal de São Paulo, inaugurado em 1911, já citado
anteriormente.
Alvenaria estrutural parcialmente armada: é o processo construtivo em que alguns
elementos resistentes são projetados como armados e outros como não armados.
Alvenaria estrutural protendida: é o processo construtivo em que existe uma
armadura ativa de aço contida no elemento resistente.
Alvenaria estrutural cerâmica ou de concreto: conforme as unidades sejam de
material cerâmico ou de concreto.
adaptar as novas necessidades dos seus usuários. Também deve-se ter alguns cuidados como
treinamento da mão de obra e de cuidados extras de fiscalização.
Outro obstáculo diz respeito as restrições construtivas. Não é possível termos grandes
vãos livres o que não favorece a construção de prédios de escritórios ou apartamentos de
altíssimo padrão.
Antigamente também se encontrava dificuldade de achar fornecedores de blocos
normatizados no território nacional. Hoje, com o avanço dos estudos na área e o aumento do
número de construções em alvenaria estrutural, houve uma melhora significativa nesse
quadro.
2.7.1 Blocos
Segundo Rizzatti (2003 apud SANTOS, 2008, p. 26) o material predominante dos
blocos cerâmicos é basicamente constituído de argila, composta de silíca, silicato de alumínio
e quantidades distintas de óxidos ferrosos, podendo ser calcária ou não. Se composta por
calcária, quando cozida, resulta em um bloco amarelado. Já a não calcária, possui 2% a 10%
de óxido de ferro e feldspato e resulta em um bloco com uma gama de tonalidade
avermelhada diretamente ligada a quantidade do óxido de ferro presente na fabricação do
bloco.
A ABNT NBR 15270 – 2 (2005) afirma que “ O bloco cerâmico estrutural deve ser
fabricado por conformação plástica de matéria-prima argilosa contendo ou não aditivos, e
queimada em elevadas temperaturas.”
Os blocos cerâmicos devem ter resistência mínima de 3,0 MPa, sendo recomendável a
utilização de blocos mais resistentes (10 MPa) para o caso de alvenarias aparentes. O bloco
estrutural cerâmico mais comum, encontrado no mercado atual, é o de 6 MPa, sendo poucos
os fabricantes que conseguem produzir blocos de maior resistência.
Na região sudeste do Brasil, os blocos cerâmicos são os mais utilizados em edifícios
baixos, até 7 pavimentos. É possível utiliza-los em prédios de 8 a 10 pavimentos, porém a
necessidade de grauteamento será maior. Na região Sul existem casos de utilização em
edifícios de até 14 pavimentos.
A NBR 7171, de novembro de 1994, defini a diferença entre bloco e tijolo. O tijolo
possui todas as faces plenas de matéria, enquanto o bloco possui furos prismáticos e/ou
cilíndricos perpendiculares às faces que os contém.
Quanto ao aspecto, é bom o bloco cerâmico apresentar boas característica visuais para
melhor desempenho estrutural e estético. As falhas visualmente perceptíveis, que têm reflexos
na capacidade de resistência da parede, são quebras, trincamentos e deformações. Do ponto de
vista estético podem-se citar a integridade das arestas e vértices, a textura da superfície, a cor
etc.
Em relação à sua dimensão, quanto mais uniforme for o bloco, melhor será a sua
qualidade deles e mais fácil o trabalho do operário. A homogeneidade das dimensões torna-se
ainda mais importante na medida que se utiliza, cada vez mais, a modulação da alvenaria
como forma de eliminar desperdícios com quebras.
A resistência a compressão é a principal característica do bloco cerâmico para o uso
em alvenaria estrutural. Ela deve atender requisitos mínimos específicos na norma, assim
30
como as exigências do projeto estrutural. Para alvenaria estrutural, não são aceitáveis blocos
com resistência menor que 4 MPa.
Figura 14: Classe e resistência à compressão dos blocos de concreto (NBR 6136).
Fonte: Gihad Mohamad – Análise de Alvenaria estrutural
Bloco pouco utilizado nas obras de alvenaria estrutural devido a sua fabricação ser
feita em apenas algumas regiões do pais, é feito em autoclave. Através da prensagem e cura
por vapor e alta pressão de areia quartzosa e cal, resulta em um material com porosidade
baixa, compacto, com bom acabamento superficial e podendo ser encontrado com várias
resistências.
2.7.2 Argamassas
A argamassa não necessita ter a mesma resistência do bloco. Como possui pequena
espessura (aproximadamente 1 centímetro), os blocos comprimem exercendo um
confinamento na mesma, aumentando sua capacidade resistiva. Desta forma a resistência à
compressão da argamassa em ensaio pode ser até 50% da resistência à compressão do bloco,
sem alterar significativamente a resistência da parede.
É aconselhável adotar o seguinte valor de resistência à compressão da argamassa de
assentamento:
Equação 1:
também a boa prática das argamassas. O mesmo autor afirma que nem sempre uma argamassa
mais resistente é a mais indicada. E mais: não há uma relação direta da resistência da
argamassa com a resistência da parede. “Para cada resistência de bloco existe uma resistência
ótima de argamassa. Um aumento dessa resistência não aumentará a resistência da parede”
(POZZOBON, 2003).
Na escolha da argamassa, deve-se observar que não existe um único tipo que seja
melhor para todas as finalidades. A regra básica para a seleção de uma argamassa para um
determinado projeto é: não se deve usar argamassa que tenha resistência à compressão
superior à exigida pelo projeto estrutural, e entre as que sejam compatíveis com as exigências
de desemprenho da obra, deve-se selecionar sempre a mais fraca. As argamassas de alta
resistência concentram os efeitos de recalque de apoios em poucas e grandes fissuras,
enquanto que nas mais fracas, eles são melhores distribuídos.
A argamassa deve ser aplicada em superfícies limpas, sem agregados soltos ou
excessos de água para que possa haver perfeita aderência e união entre argamassa e bloco. O
cordão de argamassa tem que ser do diâmetro tal que após o assentamento do bloco, ocasione
uma junta de espessura de 10 ± 3 milímetros (ASSOCIAÇÃO – NBR 8798, 1985).
Como já mencionado anteriormente, Duarte (1999) enfatiza que a espessura ideal das
juntas horizontais de argamassa deve ser em torno de 1,0 centímetro, admitindo-se aumentos
de 1,5 centímetros. Juntas mais espessas somente conduzem a aumento de custos e reduções
de resistência à compressão da alvenaria, já que aumenta a proporção de argamassa no
volume da parede. A variação desta para menos poderia acarretar, no caso de um problema de
execução, o contato de duas unidades, o que provocaria uma concentração pontual de tensões,
prejudicando a resistência e durabilidade da alvenaria.
Segundo Salhin (1971), citado por Camacho (1995), a cada acréscimo de 3 milímetros
na espessura da junta, a resistência da alvenaria diminui cerca de 15%. Já Mohamed (1998)
comparou resultados com espessuras de 7 e 10 milímetros, chegando a um acréscimo de 34%
de resistência nas de menor espessura. Mesmo com o aumento da resistência, o autor se
baseou nos problemas de transferência de tensões que espessuras menores que 10 milímetros
causam para reafirmar a importância da espessura recomendada.
39
O primeiro tipo de argamassa a ser utilizada foi a base de Cal, pelos romanos. Com a
descoberta do cimento Portland e a necessidade de obter elementos com maior resistência, a
partir do século XVIII foi substituída a cal pelo cimento.
Como já mencionado anteriormente, cada um desses tipos de argamassa possuem
lados positivos e negativos: a argamassa a base de cal apresenta baixa resistência; a argamassa
a base de cimento baixa trabalhabilidade. Assim, a utilização de argamassas mistas de cal e
cimento reúne as vantagens dos dois tipos anteriores, minimizando suas deficiências.
Para se obter uma alvenaria estável precisamos de uma argamassa resistente, de boa
aderência e durável. De acordo com Costa (1980), a estabilidade da alvenaria depende da
resistência e extensão de aderência, que, por sua vez, dependem da qualidade da argamassa e
da superfície do elemento que compõe a estrutura. Estas duas características caminhavam
inversamente no caso das argamassas.
Nas argamassas mistas, a cal age como um plastificante natural, sendo assim, não há
necessidade do uso de aditivos, que influenciam sensivelmente as demais características da
argamassa. Pode-se afirmar que argamassas ricas em cal possuem melhor comportamento
construtivo, pois tem melhores índices de plasticidade, retenção de água, viscosidade, finura e
também pelo restabelecimento autógeno que a cal hidratada possui (COSTA, 1980). No
entanto, a NBR 8798 (1985) recomenda que a quantidade de cal em volume não pode
ultrapassar 25% da quantidade de cimento.
Ronan (1991) afirma que os engenheiros construtores são se preocupam com a correta
proporcionalidade entre os materiais (areia, cal, cimento e água) utilizados na argamassa,
negligenciando este importante processo para a produção de uma argamassa de qualidade, que
tanto facilita o processo de assentamento da parede, quanto garante estabilidade e
durabilidade.
Em casos onde há predominância de ações laterais sobre as verticais, como arrimos e
reservatórios, deseja-se uma argamassa com mais cimento e menos cal. O mesmo vale para
alvenarias aparentes e enterradas pela questão da durabilidade. Para edifícios comuns, até 6
pavimentos, deseja-se uma boa ponderação de cal e cimento. Argamassas com muita cal só
são utilizadas em alvenarias de vedação.
40
Criadas para dar maior padronização, rapidez e atingir com mais eficiências as
exigências do projeto, as argamassas industrializadas surgiram em 1950. Inicialmente a
argamassa mais procurada foi a argamassa colante para revestimento cerâmico, mas nos
últimos anos, houve um grande desenvolvimento dos demais tipos de argamassa
industrializada, como por exemplo as argamassas usadas no assentamento de blocos
estruturais. Como a alvenaria estrutural tem como uma das principais características a
racionalização e rapidez da execução, esse tipo de argamassa se encaixa perfeitamente.
As argamassas industrializadas são comercializadas pré-misturadas, necessitando
somente a adição de água. Elas são formadas por agregados inertes de granulometria fina,
cimento Portland, aditivos e, em alguns casos, cal hidratada em pequenas proporções. A
quantidade de água que deve ser adicionada é recomendada pelo fabricante.
A argamassa industrializada proporciona à obra uma padronização da argamassa,
melhor eficiência do produto, maior controle do material e velocidade de execução. Essas
vantagens são obtidas devido a adição de aditivos à argamassa, entre os quais, mais
executados são plastificantes, incorporadores de ar e retentores de água.
Assim como vantagens, esses aditivos trazem desvantagens à argamassa. Como
exemplo, podemos citar os incorporadores de ar. Este produto introduz bolhas de ar dentro da
massa, tornando a argamassa mais plástica, diminuindo a quantidade de água necessária e,
consequentemente, diminuindo a relação água/cimento. Isso aumentaria a resistência da
argamassa, contudo estas bolhas aumentam o índice de vazios no material seco, diminuindo a
resistência do mesmo.
Outra desvantagem é que não há uma definição da fluidez em relação ao tempo de
batimento da massa. O efeito do aditivo está diretamente ligado ao tempo de amassamento do
material. Sendo assim, se a massa for batida por pouco tempo, adquire pouca plasticidade e
uma maior resistência final, pois há pouco ar incorporado. Se for batida por muito tempo a
resistência cai bruscamente pela maior inserção de ar. Como nas obras não é possível exercer
um controle rigoroso sobre o tempo de batimento, este fato passa a ser um problema, pois
causa uma grande variação em um mesmo material.
41
2.7.3 Graute
Traço básico para obras de pequeno Traço básico para obras de pequeno
vulto: 1:3 a 4 (cimento: areia, volume vulto: 1:2 a 3:1 a 2
seco) (cimento:areia:brita 0, volume seco).
Tabela 2: Dosagem básica para obras de pequeno vulto, ou seja, blocos de até 6 MPa.
2.7.4 Armaduras
As barras de aço utilizadas nas construções em alvenaria são as mesmas utilizadas nas
estruturas de concreto armado, mas, neste caso, serão sempre envolvidas por graute, para
garantir o trabalho conjunto com o restante dos componentes da alvenaria. Uma exceção é
feita para as armaduras colocadas nas juntas das argamassas de assentamento. Nesse caso, é
importante ressaltar que o diâmetro deve ser de no mínimo 3,8 mm, não ultrapassando a
metade da espessura da junta.
A ferragem é colocada solta, verticalmente nos furos e horizontalmente nas canaletas
dos blocos. Os pontos estabelecidos, assim como, o detalhamento de cada ferro em cada
parede deve estar indicado nas elevações (paginação) das paredes fornecidas pelo projetista
estrutural.
O aço nesse tipo de estrutura acaba tendo sua capacidade pouco aproveitada na
resistência à compressão, pois a tensão usualmente fica limitada a valores bem baixos da
tensão de escoamento do material. Logo, não é muito interessante do ponto de vista da relação
custo-benefício usar deste recurso para aumentar a resistência à compressão.
No Brasil, em edifícios de alvenaria estrutural de média altura basta que as lajes sejam
ancoradas por atrito e aderência para um desempenho estrutural adequado. Assim, a execução
44
de lajes tem de garantir a solidarização por aderência destas com o conjunto de paredes. Isso
implica uma moldagem no local da totalidade da laje ou de parte dela. O projeto de produção
deve detalhar esta solidarização e a execução deverá respeitar totalmente os detalhes previstos
e também deve detalhar a união da laje de cobertura com as paredes e da técnica executiva
para evitar patologias. São admitidas juntas de movimentação no encontro paredes/lajes,
desde que as juntas tenham total estanqueidade e que o revestimento seja acabado mediante
frisos ou mata-juntas adequados.
As lajes devem ser escoradas e o escoramento mantido sem mudanças de posição por
um determinado período, de acordo com o tipo de laje e o carregamento transitório (peso dos
blocos estocados sobre a laje). As lajes devem ser curadas para evitar deformações excessivas,
seja por carregamento instantâneo, seja por efeito de fluência.
Um dos principais problemas que ocorrem nos edifícios em Alvenaria estrutural é a
fissuração das paredes do último pavimento, devido à movimentação térmica da laje. O
projeto arquitetônico tem importância fundamental na sua prevenção, pois a especificação de
materiais e de detalhes adequados pode minimizar sensivelmente o problema.
Deve-se lembrar de que o ganho de calor na cobertura se opera pelos mecanismos
básicos de condução, convecção e radiação. Assim, dependendo das especificações do
projetista, pode se obter diferentes resultados, como exemplificados abaixo:
Na modulação 15x30, o bloco inteiro tem 14x29 cm, sendo a dimensão modular igual
às dimensões do bloco mais argamassa de 1 cm, ou seja, 15x30 cm. Essa é a modulação mais
recomendada, pois o comprimento modular é igual ao dobro da largura modular, permitindo
uma amarração perfeita entre os blocos. Para modular os cômodos, basta criar uma malha
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quadricular de 15x15 cm e dispor os blocos sobre essa malha, pois todas as dimensões
horizontais serão múltiplas de 15 cm. Nos encontros de parede, são dispostos blocos com
comprimento modular de 45 cm para permitir a amarração.
A modulação de 15x40 foi a primeira a ser utilizada no Brasil e tem o inconveniente
do comprimento não ser proporcional a largura do bloco. Para ser possível a amarração direta
entre paredes, é necessário a utilização de blocos especiais de 14x34 cm e de 14x44 cm. As
dimensões dos cômodos são, na maior parte, múltiplas de 20 cm, havendo alguns casos em
que as dimensões ficam diminuídas de 5 cm.
É comum a utilização de blocos com 14 centímetros na construção de prédios, exceto
em casos excepcionais de edifícios mais altos e quando há pilares de alvenaria, onde se
utilizam blocos de 19 centímetros.
Equação 2: :
Onde:
• K é um coeficiente dependente de
K = 0,4
Para 15 N/mm
Para
Segundo Hendry (1981), citado por Barbosa (2004), a alvenaria tem resistência
proporcional à raiz quadrada da resistência média do bloco pelo qual foi constituída.
Há outro conceito, representado pela equação 3, que representa a influência da
resistência à compressão dos blocos nos corpos-de-prova. Também chamado de eficiência, é
representado pela razão entre a resistência do corpo-de-prova e a resistência do bloco.
Equação 3:
52
Como principais propriedades físicas dos blocos, temos: absorção de água, teor de
umidade, retração, densidade aparente e suas dimensões.
2.11.2 Dimensões
dimensão importante é da parede do bloco. Suas medidas devem ser controladas para garantir
a resistência do bloco.
Também deve ser verificados os desvios em relação ao esquadro e à planeza das faces
dos blocos. Variações neles criam excentricidades, diminuindo a resistência dos blocos.
Os ensaios de controle das dimensões do bloco consistem em basicamente medir cada
uma das dimensões e anotar valores mínimos e médios e a máxima diferença em relação ao
mínimo e a média.
2.11.3 Retração
Segundo Drysdale (1994), citado por Steil (2003), a retração pode ser causada por dois
motivos: por secagem e por carbonatação. Tem como efeitodiminuição da geometria do
bloco.
A retração por secagem ocorre após o fim da pega do cimento com a diminuição das
dimensões do elemento pela evaporação da água do poro da mistura cimentícia. O elemento
bloco absorve e perde água para o meio e neste mecanismo ocorre a retração reversível e a
permanente.
A retração reversível é quando o elemento bloco perde água e se retrai, mas se
submetido a meio úmido outra vez, volta a sua dimensão original pela absorção da água
perdida. Já a retração permanente (ou irreversível) é aquela que ocorre inicialmente e não
pode ser mudada.
A retração por carbonatação acontece através da reação química que ocorre entre dois
elementos, a porção hidratada do cimento e o dióxido de carbono do ar. Esta reação faz com
que o bloco ou a peça de concreto diminua suas dimensões.
Por fim, a retração, seja ela qual for, causa o aparecimento de fissuras que podem
conduzir a obra a um estado limite de serviço.
Segundo Parsekian (2010), as variações dimensionais de expansão ou retração térmica
e de expansão por variação de umidade podem ocasionar patologias (fissuras) por conta do
aparecimento de tensões em função da alteração dimensional. É muito importante, portanto, o
uso de blocos de qualidade com menos potencial de expansão e também a previsão de juntas
na construção para permitir a livre variação dimensional sem o aparecimento de tensões
(deformação livre).
56
O teor de umidade indica qual o grau de dilatação e ou retração que o bloco sofrerá
quando em contato com o meio úmido e essa variação volumétrica deve ser evitada. Por essa
razão é recomendado que os blocos de concreto não sejam molhados antes do assentamento,
pois ocorre a expansão da área de assentamento pela absorção de água. Após a secagem desta
área ocorre a retração (pela evaporação da água absorvida) e este processo causa deficiência
na aderência bloco / argamassa, prejudicando a alvenaria.
Segundo Parsekian (2010), logo após a queima o bloco absorve umidade do meio
ambiente que, ao longo de vários anos, causa uma expansão irreversível nas dimensões dos
blocos (e alvenaria). A maior parte desta expansão, no entanto, ocorre nas primeiras idades
dos blocos. Cerca de 25% da expansão ocorre nos seis primeiros meses, 25% nos 4,5 anos
seguintes e os 50% restantes em centenas de anos. O valor dessa expansão depende do
material utilizado e do tipo de queima utilizado na produção dos blocos.
Cunha (2001) com o intuito de medir a influência da espessura das paredes do bloco
em sua resistência final, concluiu que a mesma não interferia na resistência final da unidade,
podendo haver blocos com paredes finas e mais resistentes devido a menor porosidade. Desta
forma ele partiu para correlação da resistência com a densidade aparente do bloco (razão entre
a massa do bloco e o volume das paredes do mesmo), sabendo que a massa apresenta uma boa
proporção com a qualidade do material em um determinado volume. Através de suas
pesquisas e resultados, o autor concluiu que há uma relação direta entre a densidade aparente
e a resistência à compressão do bloco: quando uma aumenta a outra aumenta
proporcionalmente.
57
3 METODOLOGIA
Características da edificação:
58
Ao final desta monografia, está o ANEXO 01 que detalha a planta baixa, cortes e
fachada da edificação.
3.1.1 Carregamentos
Peso da parede:
Foi optado para o projeto lajes pré-moldadas com a utilização de vigotas e tavelas
cerâmicas.
Peso próprio da pré-laje = 67 kg/m²
Considerada uma carga acidental ( ) para o projeto de 150 kg/m². Valor retirado na
NBR 6120.
Para o edifício, considerando a capacidade de habitantes, foi considerado para projeto
uma caixa d’agua de 5000 litros na laje do Ático.
Figura 30: Representação da distribuição da carga da laje nas paredes indicadas e suas áreas de influência.
Como demonstrado anteriormente, foi adotada para este projeto uma carga acidental (
) de 150 kgf/m². Logo, com o valor da área de influência ( ) em metros quadrados
(m²) é obtido o valor do carregamento acidental em kilograma força (kgf) sobre a parede
portante.
150 kgf/m² x
Através da planta anexada anteriormente, podemos observar que somente uma parede
sofrerá o carregamento proveniente da escada. Parede portante esta denominada PY1, além
das ações já demonstradas, suportará o carregamento do peso próprio da escada e da sua
utilização por parte dos habitantes do edifício.
62
Carregamento Permanente:
Somando-se o peso próprio da parede, a carga da escada e a carga permanente de
reação da laje (G), é obtido o carregamento permanente em cada parede isolada.
Carregamento Acidental:
Para as paredes isoladas, é o mesmo valor encontrado anteriormente (G) com exceção
da parede que sofre o carregamento da escada.
3.2.8 Ático
Como o edifício não dispõe de elevador, o ático será destinado apenas ao reservatório
superior. Logo, a laje superior terá que ser dimensionada para o reservatório escolhido de
5000 litros. Esse carregamento terá influência nas paredes inferiores, logo será levado em
conta no dimensionamento.
Laje superior:
Reservatório de 5000 l 5000 kgf
Laje maciça de 15 centímetros.
Área da laje = 10,8 m²
Carga acidental = 150 kg/m²
Figura 32: Detalhe da laje superior com a numeração das paredes e suas respectivas áreas de influência.
Obtemos para cada parede isolada o carregamento permanente através da sua área de
influência e o peso do reservatório já citado como 500 kgf/m².
Carregamento acidental (Q):
Adotando como carga acidental 150 kg/m² e através das áreas de influência de cada
parede, obtemos o carregamento variável para cada parede isolada.
Carregamento total:
É obtido através da multiplicação do carregamento de cada parede por o número de
andares em alvenaria estrutural que o edifício é constituído. A isso, foi somado o
carregamento proveniente do ático e o carregamento das paredes superiores.
Tabela 4: Planilha utilizada para calcular o carregamento nas paredes PX, totalizando o seu carregamento até as vigas de transição, no pilotis.
67
Nessa seção será demonstrado como obtemos os valores para as resistência de prismas
e blocos. A partir dessa análise se define qual resistência dos blocos para cada andar da
alvenaria estrutural, visto que, o carregamento vai diminuindo com a altura do edifício.
Utilizando os valores encontrados anteriormente, obtemos os valores de necessário
para cada parede isolada. Adotando um fator prima/bloco de 0,5 encontramos os valores para
as resistências dos blocos.
Considerando L como sendo o comprimento da parede analisada, em metros.
Equação 4:
O valor de é a soma dos valores das reações permanente e acidentais das lajes
sobre as paredes, já calculados e demonstrados. Para em kN, divide-se por 1000 para
resultado em MPa.
O resultado encontrado é dividido pelo fator prisma/bloco igual à 0,5 e é encontrado o
valor de resistência para o bloco em MPa.
69
PAR 3 2 1
Prisma Bloco Mpa Prisma Bloco Mpa Prisma Bloco Mpa
PX1 0,400509102 0,801018204 0,801018204 1,60203641 1,20152731 2,403054611
PX2 0,400194265 0,800388529 0,800388529 1,60077706 1,20058279 2,401165588
PX3 0,39985494 0,79970988 0,79970988 1,59941976 1,19956482 2,39912964
PX4 0,532145302 1,064290603 1,064290603 2,12858121 1,59643591 3,19287181
PX5 0,527819902 1,055639803 1,055639803 2,11127961 1,58345971 3,16691941
PX6 0,475776735 0,951553471 0,951553471 1,90310694 1,42733021 2,854660413
PX7 0,475750542 0,951501084 0,951501084 1,90300217 1,42725163 2,854503252
PX8 0,422342041 0,844684081 0,844684081 1,68936816 1,26702612 2,534052244
PX9 0,429466667 0,858933333 0,858933333 1,71786667 1,2884 2,5768
PX10 0,587608354 1,175216707 1,175216707 2,35043341 1,76282506 3,525650122
PX11 0,601841145 1,203682291 1,203682291 2,40736458 1,80552344 3,611046872
PX12 0,552506413 1,105012825 1,105012825 2,21002565 1,65751924 3,315038475
PX13 0,560489982 1,120979965 1,120979965 2,24195993 1,68146995 3,362939894
PX14 0,561828858 1,123657717 1,123657717 2,24731543 1,68548658 3,370973151
PX15 0,454616352 0,909232705 0,909232705 1,81846541 1,36384906 2,727698114
PX16 0,456448781 0,912897561 0,912897561 1,82579512 1,36934634 2,738692683
PX17 0,459356506 0,918713013 0,918713013 1,83742603 1,37806952 2,756139039
PX18 0,690613894 1,381227788 1,381227788 2,76245558 2,07184168 4,143683365
PX19 0,700853261 1,401706521 1,401706521 2,80341304 2,10255978 4,205119563
PX20 0,871322754 1,742645508 1,742645508 3,48529102 2,61396826 5,227936524
PX21 1,019198801 2,038397601 2,038397601 4,0767952 3,0575964 6,115192803
PX22 0,462459761 0,924919522 0,924919522 1,84983904 1,38737928 2,774758566
PX23 0,509841353 1,019682707 1,019682707 2,03936541 1,52952406 3,05904812
PX24 0,295230612 0,590461224 0,590461224 1,18092245 0,88569184 1,771383671
PX25 0,30467439 0,60934878 0,60934878 1,21869756 0,91402317 1,82804634
PX26 0,39985494 0,79970988 0,79970988 1,59941976 1,19956482 2,39912964
PX27 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PX28 0,39985494 0,79970988 0,79970988 1,59941976 1,19956482 2,39912964
PX29 0,39985494 0,79970988 0,79970988 1,59941976 1,19956482 2,39912964
PX30 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PX31 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
Tabela 6: Paredes portantes com suas resistências mínimas para prismas e blocos em cada pavimento.
70
PAR 3 2 1
Prisma Bloco Mpa Prisma Bloco Mpa Prisma Bloco Mpa
PY1 0,385314967 0,770629934 0,770629934 1,54125987 1,1559449 2,311889802
PY2 0,272665524 0,545331047 0,545331047 1,09066209 0,81799657 1,635993141
PY3 0,350222838 0,700445676 0,700445676 1,40089135 1,05066851 2,101337028
PY4 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY5 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY6 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY7 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY8 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY9 0,245873961 0,491747923 0,491747923 0,98349585 0,73762188 1,475243768
PY10 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY11 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY12 0,299768176 0,599536352 0,599536352 1,1990727 0,89930453 1,798609056
PY13 0,299428218 0,598856436 0,598856436 1,19771287 0,89828465 1,796569308
PY14 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY15 0,275969145 0,55193829 0,55193829 1,10387658 0,82790743 1,655814869
PY16 0,275409922 0,550819845 0,550819845 1,10163969 0,82622977 1,652459534
PY17 0,438652345 0,87730469 0,87730469 1,75460938 1,31595704 2,631914071
PY18 0,275969145 0,55193829 0,55193829 1,10387658 0,82790743 1,655814869
PY19 0,304777066 0,609554132 0,609554132 1,21910826 0,9143312 1,828662395
PY20 0,254242714 0,508485429 0,508485429 1,01697086 0,76272814 1,525456286
PY21 0,275969145 0,55193829 0,55193829 1,10387658 0,82790743 1,655814869
PY22 0,276167579 0,552335157 0,552335157 1,10467031 0,82850274 1,657005471
PY23 0,405965296 0,811930593 0,811930593 1,62386119 1,21789589 2,435791778
PY24 0,265104948 0,530209896 0,530209896 1,06041979 0,79531484 1,590629687
PY25 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY26 0,289301586 0,578603173 0,578603173 1,15720635 0,86790476 1,735809518
PY27 0,29043478 0,58086956 0,58086956 1,16173912 0,87130434 1,742608681
PY28 0,421810403 0,843620805 0,843620805 1,68724161 1,26543121 2,530862416
PY29 0,318497291 0,636994583 0,636994583 1,27398917 0,95549187 1,910983749
PY30 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY31 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY32 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY33 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY34 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY35 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY36 0,241643715 0,483287429 0,483287429 0,96657486 0,72493114 1,449862288
PY37 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
PY38 0,20949384 0,41898768 0,41898768 0,83797536 0,62848152 1,25696304
Tabela 7: Paredes portantes com suas resistências mínimas para prismas e blocos em cada pavimento.
Equação 5:
Segundo a NBR 15812-1, os edifícios de alvenaria devem ser traventados de tal forma
que não ocorram grandes deslocamentos relativos entre o topo e a base. Essa condição
72
Equação 6:
Onde:
H = altura total do prédio;
N = Peso total estimado do prédio;
= Módulo de elasticidade longitudinal da alvenaria;
De acordo com o item 5.1.7.2 da NBR 10837 (1989), o comprimento da flange será o
menor entre:
Para seção :
• 1/6 da altura total da parede acima do nível analisado.
• 12 vezes a espessura da parede + espessura da alma.
Para seção C:
• 1/16 da altura total da parede acima do nível analisado
• 6 vezes a espessura da parede + espessura da alma.
Logo, temos:
73
Para seção :
Para seção C:
Inércia Total
74
Inércia Total
Inércia Total
α
α
• Dimensões da edificação;
• Tipo de terreno (plano, morro, topo de montanha);
• Rugosidade do terreno (livre, com obstáculos);
• Tipo de ocupação (residencial, depósito, etc.).
As técnicas existentes para a análise do efeito do vento nos edifícios são diversas.
Algumas envolvem cálculos mais simplificados, outras, procedimentos mais elaborados,
como por exemplo, a análise matricial.
Quanto aos pavimentos, a hipótese usualmente adotada é a de considerar as lajes como
diafragmas rígidos no seu plano. Os deslocamentos dos painéis, em um mesmo pavimento,
são iguais e as ações do vento são distribuídas proporcionalmente às suas rigidezes relativas.
Na análise global dos edifícios, os painéis são associados, de modo a formarem um conjunto
resistente às ações do vento. Estas associações podem ser planas ou tridimensionais,
dependendo do arranjo estrutural dos painéis.
Nos edifícios de alvenaria estrutural, dada a duplicidade de funções exercidas pelas
paredes, é frequente a presença de aberturas. Os trechos de paredes existentes entre as
aberturas são chamados de lintéis. Logo, para a análise do efeito do evento, os painéis podem
ser modelados como paredes isoladas ou paredes ligadas por lintéis. As paredes isoladas são
similares a vigas verticais, engastadas na base e livre no topo. Desde que os carregamentos
atuantes sejam conhecidos, seus deslocamentos e esforços são calculados com facilidade. Nos
casos de edifícios mais altos, devido ao maior impacto dos efeitos do vento, o sistema de
constraventamento tem papel fundamental no comportamento da estrutura.
Dessa forma, torna-se importante a busca por modelos que representem melhor o
comportamento do edifício sob ações horizontais. Com esse modelo mais representativo é
possível obter reduções dos esforços internos condizentes com o comportamento da estrutura.
Assim, torna-se possível dimensiona paredes com blocos de menor resistência à compressão,
reduzir a quantidade de armadura não-construtiva ou, até mesmo, considerar menos paredes
estruturais para o edifício.
No caso do edifício em análise, por ser um prédio não muito alto só com 3 andares, já
temos uma ideia de que as ações do vento não interferem de uma maneira significativa na
estrutura.
Podemos calcular a velocidade do vento de projeto pela equação:
76
Equação 7:
Onde:
V = Velocidade básica do vento
Retirado da norma: V = 45 m/s (Conforme NBR 6123)
= Fator topográfico
↳ Terreno plano ou fracamente acidentado = 1,0 s (Conforme NBR – 6123 item 5.2)
= Fator estatístico
Equação 8:
b = 0,85
= 0,98
77
= 0,125
Equação 9:
Para que, então, possamos achar a força global do vento sobre uma edificação ou força
de arrasto:
Equação 10:
Onde:
= Coeficiente de arrasto = 1,25 – Valor retirado da NBR 6123 - 1988
= Área efetiva
Dados da edificação:
Cidade = Erechim, Rio Grande do Sul
Uso da edificação = Residencial
Tipo de topografia = Terreno aberto
Maior dimensão = 30,65 metros
Menor dimensão = 7,74 metros
Altura total = 15,75 metros
Classe B
Segundo a NBR 15812-1:2010 item 8.3.2.2, para edifícios de andares múltiplos deve
ser considerado um desaprumo global, através do ângulo de desaprumo , em radianos,
conforme a equação abaixo:
79
Equação 11:
Força horizontal =
Força horizontal =
Para encontrarmos a força horizontal total que atua sobre a edificação, somamos as
forças devido à ação do vento e a força devido ao desaprumo da edificação.
80
F. do
FORÇA TOTAL
Z(m) desapru Fa KN
(KN)
mo (KN)
2,8 5,37 230,45 235,82
5,6 5,37 194,12 199,49
8,4 5,37 126,37 131,74
11,2 5,37 44,47 49,84
Tabela 9:Força horizontal total.
Para a verificação se ocorre ou não tração nas paredes portantes da estrutura, faremos
a análise da parede mais carregada e da menos carregada.
Através da tabela 4, podemos perceber que a parede mais carregada é a nomeada como
PX12 e a menos carregada a PX25. Como estamos analisando a atuação do vento
perpendicular a maior dimensão da estrutura, então estão em analise somente as paredes
paralelas à força horizontal.
Com a força horizontal total já demonstrada, encontramos o momento fletores máximo
através da equação:
Equação 12:
3.8.1 Distribuição das forças laterais e momentos fletores acumulados devido ao vento em
cada parede
81
Coeficiente de distribuição:
PX12:
PX25: 0,87/53,24
Tabela 11: Distribuição da força lateral e momentos fletores acumulados devido ao vento e desaprumo.
Parede PX12
Área Bruta da
Tensões de
Carga Vertical alvenaria
compressão na
Pavimento G+q Comprimida por
alvenaria- área
(KN/m) metro linear –
bruta- flav,c (MPa)
(mm²)
Ático 17,15 140000 0,12
3° Pavimento 34,3 140000 0,24
2° Pavimento 51,42 140000 0,37
Tabela 12:Tensões de compressão devidas as cargas verticais permanentes e acidentais na Parede PX12.
Parede PX25
Área Bruta da
Carga
alvenaria Tensões de compressão na
Vertical
Pavimento Comprimida por alvenaria – área bruta- flav,c
G+q
metro linear – (MPa)
(KN/m)
(mm²)
Ático 9,45 140000 0,06
82
Parede PX12
Tensões de
G M
flav.c flac.f Borda área bruta
Pavimento (KN/ (KN. flav.c -flav.f
(MPa) (MPa) (MPa)
m) m)
flav.c + flav.f
Ático 13,10 1,57 0,09 0,004 0,094 0,086
3° Pavimento 26,2 12,65 0,19 0,036 0,226 0,154
2° Pavimento 39,3 32,55 0,28 0,093 0,373 0,187
Tabela 14: Tabela de flexo-compressão de borda devidas ao vento e a carga permanente.
Parede PX25
Tesões de
G M flav,c flav,f Borda área
Pavimento flav,c – flav,f
(KN/m) (KN.m) (MPa) (MPa) bruta (MPa)
Flav,c+flav,f
Ático 8,33 0,52 0,05 0,003 0,053 0,047
3° Pavimento 16,66 4,21 0,12 0,03 0,15 0,09
2° Pavimento 25 10,85 0,18 0,07 0,25 0,11
Tabela 15: Tabela de flexo-compressão de borda devidas ao vento e a carga permanente.
83
4 RESULTADOS
Um dos objetivos deste trabalho de conclusão de curso era realizar o cálculo estrutural
de uma edificação em alvenaria estrutural, analisando o efeito do vento sobre a estrutura.
Como foi mencionado anteriormente e já era esperado, por ser uma edificação de
apenas 3 pavimentos, as paredes portantes da estrutura não apresentam tração devido à ação
do vento. Analisando as tabelas 13 e 14, observam-seque na última coluna não são obtidos
valores negativos, ou seja, o valor da compressão é maior do que a ação lateral, não ocorrendo
o efeito de tração na alvenaria.
Isso significa, que não será necessário modificar a geometria da edificação, a
resistência adotada para os blocos está de acordo com os cálculos e para a edificação
podendo-se utilizar somente grautes construtivos (nas janelas, portas e amarrações de
paredes).
84
5 CONCLUSÃO
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. NBR 15270: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural. ABNT. 11p. 2005.
Tese (doutorado). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP. 319p.
1992.
ROSSO,S.. A gravidade como aliada. Pini, Téchne, São Paulo, SP. N12, set./out.
1994.
87
7 ANEXOS
7.1 Anexo 01
7.2 Anexo 02