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Concílio de Cartago
O Novo Testamento já estava devidamente estabelecido e consolidado antes do Concílio de Nicéia,
na atual Turquia, em 396 d.C., havendo evidente e especial interesse da parte dos cristãos para
com os livros considerados canônicos. Faz-se importante notar que a configuração do atual cânon
neotestamentário começava a ser cogitada, segundo os interesses de Constantino – e esse era um
debate de séculos - em tempos dos quais a Igreja não tinha poder político e nem numérico para
impor qualquer coisa tanto a hereges quanto a pagãos.
A verdade é que não foi no Concílio de Nicéia (396 d.C.), que os 27 livros do cânon Novo
Testamento foram oficializados, mas no Concílio de Cartago, no extremo norte de África, em 397
d.C., sem a tutela de Constantino.
Isto significa que já havia uma prévia discussão consolidada sobre a sistematização, mas ainda não
havia sido formalizada pela Igreja. Nos primeiros concílios, a Igreja não estava mais sendo
perseguida. Logo, podia reunir-se com mais tempo e em maior número para discutir questões
teológicas. Além disso, nesses dois concílios, o que se fez foi apenas oficializar o conjunto dos
livros neotestamentários, formalizando, de fato, no ano de 397 d.C. em Cartago, o reconhecimento
dos livros que as Igrejas já os consideravam como canônicos em separado, bem antes desses
concílios (2Pe 3:16; 1Tm 5:18).
A maioria dos livros do Novo Testamento foi aceita como canônica somente no século posterior ao
dos apóstolos: -Houve certa controvérsia quanto aos livros de: Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João
e Judas. Desta forma, a seleção do cânon foi um processo que continuou por séculos, até que cada
livro provasse seu valor, concordando com os critérios de autenticidade, que são:
► Se o livro fosse consenso de uso e assim reconhecido na maioria das Igrejas cristãs.
Não há uma forma simples de explicar a formação do cânon neotestamentário. Mesmo que as
heresias tenham levado os cristãos a selecionar os livros canônicos, elas não foram a única força
motivadora.
Mediante a perseguição, os cristãos tinham a necessidade de saber por quais livros estariam sendo
mortos, e por quais deveriam ser postos à disposição das autoridades imperiais. Além disso, era da
maior importância definir com clareza quais documentos poderiam ser usados nas igrejas e quais
para a edificação pessoal Isso se intensificou quando os apóstolos começaram a morrer.
É fato que foram os líderes cristãos que oficializaram o cânon, mas não foram eles os maiores
responsáveis pela resolução da questão. O que eles fizeram foi apenas oficializar uma decisão
que a Igreja já havia tomado de forma gradual.
Esse processo de escolha começou com a leitura de litúrgica de textos de pessoas próximas a
Jesus - os apóstolos e os discípulos dos apóstolos -, ao lado da proclamação das Escrituras
judaicas. Os escritos mais respeitados, que se alinhavam aos ensinamentos mais tradicionais da
Igreja e que eram mais úteis para a igreja local, acabaram sendo os mais lidos - ou seja, as tradições
herdadas ajudaram a selecionar os textos, não tendo sido exclusivamente os textos os
responsáveis pelas primeiras tradições.
No início do terceiro século, Orígenes fez uma pesquisa entre as igrejas cristãs para saber quais
livros elas estavam usando. Como resultado de seu trabalho, Orígenes formulou uma lista com três
grupos de livros: os livros aceitos, os livros questionados e os livros não confiáveis.
Os livros aceitos eram (21): os quatro Evangelhos, as 13 Cartas de Paulo, Atos, 1 Pedro, 1 João e
Apocalipse (pleno consenso da Igreja);
Os livros questionados eram os demais livros que completam o NT (6): Hebreus, Tiago, 2 Pedro,
2 e 3 João e Judas;
Os livros que a maioria das igrejas taxava como não confiáveis eram (3):
● Evangelho de Tomé (Também conhecido como Tomé, o Dídimo. São 114 “sentenças” de Jesus);
● Evangelho dos Egípcios (Sincretismo cristão justificado pelos antigos deuses e mitos do Egito) e
● Evangelho de Matias.
Os evangelhos não confiáveis ganharam este nome por não serem teologicamente compatíveis
com os quatro Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João).
Tal incompatibilidade foi mais que suficiente para não fazerem parte do cânon do Novo Testamento.