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FILOSOFIA – 11º ANO 1

ARGUMENTAÇÃO E LÓGICA FORMAL

O QUE É A LÓGICA

O termo "lógica" é derivado do vocábulo grego logos que significa "ideia", "palavra", "razão" e
"regularidade".

Não há consenso quanto à definição da lógica. Alguns autores definem-na como o estudo dos
processos válidos e gerais pelos quais atingimos a verdade, outros como a ciência das leis do
pensamento, ou somente como o estudo dos princípios da inferência válida.

A lógica foi criada por Aristóteles, no século IV a.C., como uma ciência autónoma que se dedica ao
estudo dos atos do pensamento - Conceito, Juízo, Raciocínio, Demonstração- do ponto de vista da
sua estrutura ou forma lógica, sem ter em conta qualquer conteúdo material.

Por volta do início do século XX a lógica sofreu uma revolução, graças à aplicação das novas
técnicas matemáticas, e na última metade do mesmo século encontrou aplicações radicalmente
novas e importantes na computação e no processamento da informação.

A maioria das pessoas gosta de pensar que é lógica. Dizer a alguém «Não estás a ser lógica» é
normalmente uma forma de crítica. Ser ilógico é ser confuso, desordenado, irracional.

IMPORTÂNCIA DA LÓGICA

Porquê estudar lógica?

1. Fornece instrumentos de crítica que permitem identificar com segurança os argumentos


que podemos aceitar ou recusar.

2. Dá-nos consciência da necessidade de expressar o pensamento de modo inteligível, se


não queremos comprometer o sentido daquilo que comunicamos.

3. Disponibiliza processos úteis na análise dos diferentes discursos, nomeadamente do


discurso científico.

4. A aprendizagem dos procedimentos lógicos e o treino de competências que a mesma


implica, intervêm positivamente na melhoria das tarefas cognitivas.

INSTRUMENTOS LÓGICOS DO PENSAMENTO

CONCEITO

Representação mental, abstrata e geral, que reúne os carateres comuns ao conjunto de seres de uma
espécie e os distingue dos seres de uma espécie diferente.

TERMO: Expressão verbal do conceito.


FILOSOFIA – 11º ANO 2

O mesmo termo pode expressar diferentes conceitos (compasso – instrumento de desenho / divisão
de tempo na musica)

O mesmo conceito pode ser expresso por termos diferentes (diferentes línguas por exemplo):
Homem (Ser Humano) - Homem, hombre, homme
Rei – King, Roi, Ti(chinês)
Pão – Molete, Papo-seco

JUÍZO: Operação intelectual mediante a qual se estabelece uma relação de concordância ou


discordância entre conceitos.

Marte é um planeta
Marte não é planeta
Ninguém é profeta na sua terra
A Terra anda à volta do Sol

A proposição é a expressão verbal do juízo. As proposições são frases declarativas que exprimem
um conteúdo de verdade ou falsidade.

Os raciocínios são encadeamentos (lógicos e coerentes) de juízos e exprimem-se verbalmente em


argumentos. Os argumentos são válidos ou inválidos.

Todos os mamíferos são animais


Os cães são mamíferos
Logo os cães são animais.

PROPOSIÇÕES E FRASES

Um argumento é um conjunto de proposições. Quer as premissas quer a conclusão de um


argumento são proposições. Uma proposição é o pensamento que uma frase declarativa exprime
literalmente.

Não devemos confundir proposições com frases. Há vários tipos de frases: declarativas,
interrogativas, imperativas e exclamativas. Mas só as frases declarativas exprimem proposições.
Uma frase só exprime uma proposição quando o que ela afirma tem valor de verdade.

Por exemplo, as seguintes frases não exprimem proposições, porque não têm valor de verdade, isto
é, não são verdadeiras nem falsas:

1. Que horas são?


2. Traz o livro.
3. Prometo ir contigo ao cinema.
4. Quem me dera gostar de Matemática.

Mas as frases seguintes exprimem proposições, porque têm valor de verdade, isto é, são verdadeiras
ou falsas, ainda que, acerca de algumas, não saibamos, neste momento, se são verdadeiras ou falsas:

1. Braga é a capital de Portugal.


2. Braga é uma cidade minhota.
3. A neve é branca.
4. Há seres extraterrestres inteligentes.
FILOSOFIA – 11º ANO 3

A frase 1 é falsa, a 2 e a 3 são verdadeiras. E a 4? Bem, não sabemos qual é o seu valor de verdade,
não sabemos se é verdadeira ou falsa, mas sabemos que tem de ser verdadeira ou falsa. Por isso,
também exprime uma proposição.

RACIOCÍNIO E ARGUMENTAÇÃO

A lógica estuda e sistematiza a validade ou invalidade da argumentação. Também se diz que estuda
inferências ou raciocínios. Podemos considerar que argumentos, inferências e raciocínios são
termos equivalentes.

A lógica estuda argumentos. Mas qual é o interesse disso para a filosofia? É preciso lembrar que a
argumentação é o coração da filosofia.

Em filosofia temos a liberdade de defender as nossas ideias, mas temos de sustentar o que
defendemos com bons argumentos e, é claro, também temos de aceitar discutir os nossos
argumentos.

Um argumento é um conjunto de proposições que utilizamos para justificar (provar, dar


razão, suportar) algo. A proposição que queremos justificar tem o nome de conclusão; as
proposições que pretendem apoiar a conclusão ou a justificam têm o nome de premissas.

Supõe alguém quer pedir aos pais um aumento da "mesada". Como justifica este aumento?
Recorrendo a razões, não é? Dirá qualquer coisa como:

Os preços no bar da escola subiram; como eu lancho no bar da escola, o lanche fica me mais caro.
Portanto, preciso de um aumento da "mesada".

Temos aqui um argumento, cuja conclusão é: "preciso de um aumento da “mesada”. E como


justifica esta conclusão? Com a subida dos preços no bar da escola e com o facto de lanchar no bar.
Então, estas são as premissas do argumento, são as razões utilizadas para defender a conclusão.

Nem todos os conjuntos de proposições são argumentos. Por exemplo, o seguinte conjunto de
proposições não é um argumento:

Eu lancho no bar da escola, mas o João não.


A Joana come pipocas no cinema.
O Rui foi ao museu.

Neste caso, não temos um argumento, porque não há nenhuma pretensão de justificar uma
proposição com base nas outras. Nem há nenhuma pretensão de apresentar um conjunto de
proposições com alguma relação entre si. Há apenas uma sequência de afirmações. Um argumento
pode ter uma ou mais premissas, mas só pode ter uma conclusão.

Exemplo de argumento com uma só premissa:

Exemplo

Premissa: Todos os portugueses são europeus.


Conclusão: Logo, alguns europeus são portugueses.
FILOSOFIA – 11º ANO 4

Exemplos de argumentos com duas premissas:

Exemplo 1

Premissa 1: Se não houvesse vida para além da morte, então a vida não faria sentido.
Premissa 2: Mas a vida faz sentido.
Conclusão: Logo, há vida para além da morte.

Exemplo 2

Premissa 1: Todos os minhotos são portugueses.


Premissa 2: Todos os portugueses são europeus.
Conclusão: Todos os minhotos são europeus.

Um indicador é um articulador do discurso, é uma palavra ou expressão que utilizamos para


introduzir uma razão (uma premissa) ou uma conclusão. O quadro seguinte apresenta alguns
indicadores de premissa e de conclusão:

Indicadores de premissa Indicadores de conclusão

pois por isso


porque por conseguinte
dado que implica que
como foi dito logo
visto que portanto
devido a então
a razão é que daí que
admitindo que segue-se que
sabendo-se que pode-se inferir que
assumindo que consequentemente

É claro que nem sempre as premissas e a conclusão são precedidas por indicadores. Por exemplo,
no argumento:

O Mourinho é treinador de futebol e ganha mais de 100000 euros por mês. Portanto, há
treinadores de futebol que ganham mais de 100000 euros por mês.

A conclusão é precedida do indicador "Portanto", mas as premissas não têm nenhum indicador.

VALIDADE E VERDADE
Fala-se de Verdade ou falsidade a propósito do conteúdo ou parte material do raciocínio ou
argumento.

As proposições (frases através da quais afirmamos ou negamos algo) podem ser verdadeiras ou
falsas.

Verdade: Valor lógico do juízo ou proposição que está de acordo com os factos empíricos, com
a realidade. (Os mamíferos são vertebrados; As estrelas têm luz própria)
FILOSOFIA – 11º ANO 5

Falsidade: Quando as proposições não estão de acordo com a realidade. (Os insetos são aves; o
gelo não derrete com o calor).

A Lógica não se ocupa com o conteúdo do pensamento (significado das proposições que constituem
o raciocínio) mas com a sua forma (encadeamento das proposições) ou validade.

A validade é a coerência interna de um raciocínio. A validade diz-nos que se as premissas forem


verdadeiras, a conclusão terá que ser necessariamente verdadeira.

Ex: Se for verdade que:


Todos as portuguesas são bonitas
A Maria é portuguesa
Logo a Maria é bonita

Contexto do pensamento Contexto da linguagem Valor Lógico


Juízo Proposição Verdade - Falsidade
Raciocínio Argumento Validade - Invalidade

A VALIDADE NÃO IMPLICA A VERDADE

Ex: Qualquer fatia de queijo é mais inteligente do que um estudante de filosofia.


O meu gato é uma fatia de queijo.
Logo, o meu gato é mais inteligente do que um estudante de filosofia.

Apesar de ser constituído por proposições falsas é um argumento válido, apresenta uma estrutura
formal coerente.

É possível, relativamente aos argumentos válidos, verificarem-se as seguintes situações:

1. As premissas serem verdadeiras e a As estrelas têm luz própria.


conclusão ser verdadeira O Sol é uma estrela
Logo, o Sol tem luz própria.

2. As premissas serem falsas e a conclusão Se Platão nasceu no Porto,


ser falsa Então Aristóteles nasceu em Lisboa.
Platão nasceu no Porto.
Logo, Aristóteles nasceu em Lisboa.

3. As premissas serem falsas e a conclusão Todos os cães têm asas.


ser verdadeira As abelhas são cães.
Logo, as abelhas têm asas.

ARGUMENTOS SÓLIDOS OU BONS

Dizer que um argumento é válido não significa dizer que é sólido.

Estamos perante um argumento sólido quando e só quando (1) o argumento é válido e (2) as
premissas são de facto verdadeiras (e por conseguinte, a conclusão também é verdadeira).
FILOSOFIA – 11º ANO 6

Um argumento só é sólido se for válido mas ser válido não é suficiente para ser sólido. Um
argumento para ser sólido tem de ser válido e também constituído por premissas de facto
verdadeiras.

TIPOS DE RACIOCÍNIO

DEDUÇÃO
Operação intelectual que, a partir de uma ou mais premissas gerais tomadas como antecedente,
chega a uma conclusão ou consequente particular.

Todos os planetas giram à volta do Sol


Marte é um planeta
Logo, Marte gira à volta do Sol

INDUÇÃO
Operação intelectual que a partir de proposições ou antecedentes particulares, chega a uma
conclusão, ou consequente, expressa por uma proposição geral.

O ferro, o cobre e o zinco dilatam com o calor


O ferro, o cobre e o zinco são metais
Logo, todos os metais dilatam com o calor

ANALOGIA

Operação intelectual que de certas semelhanças entre objetos ou entre dois grupos de objetos, extrai
novas semelhanças.

O primeiro-ministro é semelhante a um capitão de um navio.


Como o capitão de um navio dispões de uma larga autoridade relativamente ao equipamento e aos
passageiros;
Então, o primeiro-ministro deveria dispor também de uma larga autoridade relativamente ao
governo e aos cidadãos.

Os resultados obtidos com este novo medicamento em experiências feitas com animais foram
positivos. Logo, terão os mesmos resultados em seres humanos.

Nunca estudei para os testes e tiro positiva


Vou ter teste de filosofia
Não vou estudar
Vou ter positiva.
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LÓGICA PROPOSICIONAL

A Lógica proposicional centra-se na proposição como expressão linguística do juízo.

Verdade (V) e Falsidade (F) são os valores lógicos que convêm às proposições tratadas na lógica.
As proposições são frases declarativas que têm valor de verdade.

Cada proposição é substituída por um símbolo. As letra p, q, r, que substituem as proposições,


designam-se por variáveis proposicionais.

Tomemos como exemplo o seguinte argumento:

Todo o homem é mortal


Sócrates é homem
Logo, Sócrates é mortal

Pode escrever-se:

P
q
___
∴r

em que:

p= Todo o homem é mortal


q= Sócrates é homem
r= Sócrates é mortal

PROPOSIÇÕES SIMPLES E COMPLEXAS (compostas)

Existem dois tipos de proposições: as simples ou atómicas e as complexas (compostas) ou


moleculares:

Proposições simples Proposições complexas


Maria é ruiva - p João é moreno- q Maria é Ruiva e João é moreno - p∧q
José é inteligente - p Marta é trabalhadora - q José é inteligente e Marta é trabalhadora -
p∧q
Platão é filósofo - p Platão é grego - q Platão é filósofo e é grego - p∧q

Proposições simples: Proposições elementares e indecomponíveis em outras proposições mais


simples.

Proposições complexas (compostas): Formadas por duas ou mais proposições simples que se
relacionam por conectivas. (e)
FILOSOFIA – 11º ANO 8

CONECTIVAS PROPOSICIONAIS

São palavras ou expressões utilizadas para formar proposições complexas a partir de proposições
simples.

Principais conectivas
Sinal gráfico Significado Operação lógica
∧ E, mas Conjunção
∨ Ou Disjunção inclusiva
∨ Ou … ou Disjunção exclusiva
~ Não, não é verdade Negação
→ Se…então Condicional
↔ Se e só se Bicondicional

Exemplos:
A casa é amarela e está isolada – p ∧q (conjunção)
A casa é amarela ou está isolada - p∨q (disjunção inclusiva)
Ou a casa é amarela ou está isolada - p∨q (disjunção exclusiva)
A casa não é amarela - ~p (negação)
Se estiver sol, então irei à praia - p→q (condicional)
Se e só se estiver sol, irei à praia - p↔q (bicondicional)

NEGAÇÃO - ~

Tomemos a seguinte proposição:


D. Afonso Henriques foi o primeiro rei de Portugal – p

A sua negação será uma nova proposição representada por ~p


Não é verdade que D. Afonso Henriques foi o primeiro rei de Portugal
Ou
D. Afonso Henriques não foi o primeiro rei de Portugal

REGRA DA NEGAÇÃO: A negação é verdadeira se a proposição inicial for falsa. É falsa se a


proposição inicial for verdadeira. (se p é verdadeira ~p é falsa: se p é falsa, ~p é verdadeira)

A negação é unária porque opera apenas com uma frase (proposição). As restantes conectivas são
binárias, porque ligam duas proposições.

A partir do valor de verdade das proposições, podemos elaborar uma tabela de verdade.

As tabelas de verdade são tabelas que podem formar-se para determinar “mecanicamente” a
verdade ou falsidade de uma fórmula, uma vez conhecidos os valores de verdade das fórmulas
componentes. (Ferrater Mora)

p ~p
V F
F V
FILOSOFIA – 11º ANO 9

CONJUNÇÃO - ∧

Considerando duas proposições simples

Está sol
A temperatura está amena

Podemos obter uma proposição complexa com a conectiva e

Está sol e a temperatura está alta.

REGRA DA CONJUNÇÃO: A conjunção é verdadeira se todas as proposições forem verdadeiras.


Basta que uma proposição seja falsa para a conjunção ser falsa.

p q p∧
∧q
V V V
V F F
F V F
F F F

DISJUNÇÃO EXCLUSIVA - ∨

António ou passa nos exames ou terá de repetir o ano.

Em casos como estes as alternativas excluem-se, pelo que podemos aceitar uma ou outra, mas não
ambas.

REGRA DA DISJUNÇÃO EXCLUSIVA: A disjunção exclusiva é verdadeira quando as


proposições simples possuem valores lógicos diferentes. É falsa quando as proposições são ambas
verdadeiras ou ambas falsas.

p q p∨
∨q
V V F
V F V
F V V
F F F

DISJUNÇÃO INCLUSIVA – ∨

O almoço é constituído por carne ou por peixe


Hoje quero ir à praia ou ao cinema

Estas expressões traduzem alternativas que não se excluem. Podemos aceitar uma, outra ou
ambas.
FILOSOFIA – 11º ANO 10

REGRA DA DISJUNÇÃO INCLUSIVA – A disjunção inclusiva só é falsa quando as duas


proposições simples são falsas. Basta que uma proposição seja verdadeira para que a disjunção seja
verdadeira.

p q p∨
∨q
V V V
V F V
F V V
F F F

CONDICIONAL (IMPLICAÇÃO) - →

Se está sol, então a temperatura está amena.

O antecedente é condição bastante para que se verifique o consequente, mas não única.

REGRA DA CONDICIONAL (IMPLICAÇÃO) – A implicação só é falsa quando o antecedente


for verdadeiro e o consequente for falso. Nos outros casos, é sempre verdadeira.

p q p→
→q
V V V
V F F
F V V
F F V

BICONDICIONAL (EQUIVALÊNCIA) - ↔

Está sol – p
A temperatura está amena – q

Se, e somente se, está sol, a temperatura está amena.

REGRA DA BICONDICIONAL - Uma proposição bicondicional é verdadeira se as proposições


simples forem ambas verdadeiras ou ambas falsas.

p q p↔
↔q
V V V
V F F
F V F
F F V
FILOSOFIA – 11º ANO 11

TAUTOLOGIA – CONTRADIÇÃO – CONTINGÊNCIA


Quanto ao seu valor lógico, as proposições compostas podem ser tautologias, contradições ou
contingências.

TAUTOLOGIAS – Proposições que são sempre verdadeiras, quaisquer que sejam os valores de
verdade atribuídos às variáveis.

Exemplo:

p – João está inocente


q – Algumas provas são forjadas

[(p→q) ∧ ~q ] → ~p

Lê-se: Se o João está inocente, algumas provas são forjadas. Nenhuma das provas é forjada. Logo,
João não é inocente.

Calcula-se agora o valor lógico da proposição composta, recorrendo à tabela de verdade.

p q ~p ~q p→q (p→q) ∧ ~q [(p→q) ∧ ~q ] → ~p


V V F F V F V
V F F V F F V
F V V F V F V
F F V V V V V

A proposição é uma tautologia, pois é necessariamente verdadeira.

CONTRADIÇÕES – Proposições que são sempre falsas, independentemente do valor de verdade


das proposições simples que as compõem.

Exemplo: Não penso ou não existo, se e só se penso e existo.

(~p ∨ ~q) ↔ (p ∧ q)

Perante esta afirmação, sabemos intuitivamente que é contraditória. A tabela de verdade vem
confirmá-lo.

p q ~p ~q (~p ∨ ~q) p∧q (~p ∨ ~q) ↔ (p ∧ q)


V V F F F V F
V F F V V F F
F V V F V F F
F F V V V F F

CONTINGÊNCIAS – Proposições que podem ser verdadeiras em certos casos e falsas noutros,
dependendo do valor de verdade atribuído às variáveis.

Exemplo: Se virem bons filmes e lerem bons livros, os jovens ampliam a sua cultura.
Ou seja: (p ∧ q) → r
FILOSOFIA – 11º ANO 12

p p r p∧q (p ∧ q) → r
V V V V V
V F V F V
F V V F V
F F V F V
V V F V F
V F F F V
F V F F V
F F F F V

INSPETORES DE CIRCUNSTÂNCIAS
Podemos determinar a validade dedutiva de muitos argumentos através de um certo tipo de tabelas
de verdade – os inspetores de circunstâncias.

Para aplicar os inspetores de circunstâncias temos de ter presente a definição semântica de validade:
um argumento é válido se, e só se, não for possível ter conclusão falsa e premissas verdadeiras.

O que ele nos mostra é o valor de verdade das premissas e conclusão em cada uma das diferentes
circunstâncias. Tudo o que temos de verificar é se alguma vez acontece as premissas serem
verdadeiras e a conclusão falsa, coisa que não pode acontecer num argumento válido.

Se num inspetor de circunstâncias existir pelo menos uma linha com todas as premissas verdadeiras
e a conclusão falsa, o argumento tem uma forma inválida.

Exemplo 1:

Os empiristas não têm razão porque, se os empiristas tivessem razão, o conhecimento matemático
resultaria da experiência. No entanto, o conhecimento matemático não resulta da experiência.

p – os empiristas têm razão


q – o conhecimento matemático resulta da experiência

[(p→q) ∧ ~q ] → ~p

p q p→q ~q ∴ ~p
V V V F F
V F F V F
F V V F V
F F V V V

O argumento é válido. Em nenhuma circunstância tem premissas verdadeiras e conclusão falsa.


FILOSOFIA – 11º ANO 13

Exemplo 2:

Se os empiristas têm razão, o conhecimento é incerto. Ora, é verdade que o conhecimento é incerto.
Por isso, os empiristas têm razão.

p – os empiristas têm razão


q – o conhecimento é incerto

[(p→q) ∧ q ] → p

p q p→q q ∴p
V V V V V
V F F F V
F V V V F
F F V F F

O argumento é inválido. Na terceira linha tem premissas verdadeiras e conclusão falsa.

FORMAS DE INFERÊNCIA VÁLIDA

SILOGISMO HIPOTÉTICO

MODUS PONENS (MODO DE POR – MODO POSITIVO)

Dá-se a afirmação do antecedente.

Se o Pedro fala (antecedente), existe. (consequente)


Ora, o Pedro fala. (Afirmação do antecedente)
Logo, existe.

Formalizando: [(p→q) ∧ p ] → q

FALÁCIA DO MODUS PONENS

Falácia: Do latim fallere – enganar. Raciocínio errado com aparência de verdadeiro.


 Quando uma falácia é cometida intencionalmente, trata-se de um sofisma.
 Quando se comete o erro involuntariamente, comete-se um paralogismo.

Se o Pedro fala, existe.


Ora, o Pedro existe.
Logo, fala.

[(p→q) ∧ q ] → p

Este raciocínio é falacioso, pois pelo facto de o Pedro existir, não quer dizer que o Pedro fale.
Afirma-se o consequente e não o antecedente.
FILOSOFIA – 11º ANO 14

O Ernesto está a renovar a instalação elétrica da sua casa. Está prestes a tocar num fio quando, de súbito se
pergunta se terá desligado a corrente e faz o seguinte raciocínio: “Se a corrente estiver desligada, então a luz não
se acenderá. A luz não acende. Logo a corrente está desligada.” Confiante de que estará em segurança, o Ernesto
toca no fio e apanha um choque. Afinal, a lâmpada estava fundida! (Adaptado do texto de Stephen Law, Filosofia,
ed. Civilização, pág. 204)

É claro que se o Ernesto conhecesse as formas válidas e inválidas dos argumentos condicionais, saberia que o seu
argumento é incorreto do ponto de vista formal. Na verdade, trata-se da falácia da afirmação da consequente e a
conclusão a que ele chegou é, obviamente, falsa.

MODUS TOLLENS (MODO DE TIRAR – MODO NEGATIVO)

Dá-se a negação do consequente.

Se chove (antecedente), o chão fica molhado. (consequente)


Ora, o chão não está molhado. (negação do consequente)
Logo, não chove.

[(p→q) ∧ ~q ] → ~p

FALÁCIA DO MODUS TOLLENS

Se chove, o chão fica molhado.


Ora, não chove.
Logo, o chão não está molhado.

[(p→q) ∧ ~p ] → ~q

Pelo facto de não chover, não significa que o chão não esteja molhado. Nega-se o antecedente e
não o consequente.

1. Se fores atingido por um carro quando tiveres 6 anos, morres jovem. Mas não foste atingido por um carro
aos 6 anos. Portanto, não vais morrer jovem. (Claro que ele poderia ser atingido por um comboio com a
idade de 6 anos e, nesse caso, morria jovem)
2. Se estou em Faro, então estou no Algarve. Não estou em Faro. Logo, não estou no Algarve. (Mas pode
estar em Olhão...)

CONTRAPOSIÇÃO

Tanto podemos inferir a segunda proposição a partir da primeira, como inferir a primeira
proposição a partir da segunda.

p → q ∴ ~q → ~q

Se Deus existe, a vida faz sentido.


Logo, a vida não faz sentido, se Deus não existe.
FILOSOFIA – 11º ANO 15

SILOGISMO HIPOTÉTICO

Se uma proposição implica uma segunda e esta, por sua vez, implica uma terceira, então a
primeira implica igualmente a terceira.

Se a justiça é respeitada, então os cidadãos cumprem a lei.


Se os cidadãos cumprem a lei, então há paz.
Logo, se a justiça é respeitada, então há paz.

(p → q) ∧ (q → r) → (p → r)

SILOGISMO DISJUNTIVO

O silogismo disjuntivo apresenta a primeira premissa com duas alternativas que se excluem.
Se na segunda premissa se aceita uma delas, tem de se negar, na conclusão, a outra
alternativa; se se começa por negar uma alternativa, tem de se aceitar a outra, na conclusão.

Sócrates é grego ou é romano.


Sócrates é grego.
Logo, Sócrates não é romano.
[(p ∨ q) ∧ p] → ~q

Sócrates ou é grego, ou romano.


Sócrates não é romano.
Logo, Sócrates é grego.

[(p ∨ q) ∧ ~q] → p

LEIS DE MORGAN

~(p ∨ q) ∴ ~p ∧ ~q
Negar um disjunção é o mesmo que negar p e negar q

~(p ∧ q) ∴ ~p ∨ ~q
Negar uma conjunção é o mesmo que negar p ou negar q

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