Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
O QUE É A LÓGICA
O termo "lógica" é derivado do vocábulo grego logos que significa "ideia", "palavra", "razão" e
"regularidade".
Não há consenso quanto à definição da lógica. Alguns autores definem-na como o estudo dos
processos válidos e gerais pelos quais atingimos a verdade, outros como a ciência das leis do
pensamento, ou somente como o estudo dos princípios da inferência válida.
A lógica foi criada por Aristóteles, no século IV a.C., como uma ciência autónoma que se dedica ao
estudo dos atos do pensamento - Conceito, Juízo, Raciocínio, Demonstração- do ponto de vista da
sua estrutura ou forma lógica, sem ter em conta qualquer conteúdo material.
Por volta do início do século XX a lógica sofreu uma revolução, graças à aplicação das novas
técnicas matemáticas, e na última metade do mesmo século encontrou aplicações radicalmente
novas e importantes na computação e no processamento da informação.
A maioria das pessoas gosta de pensar que é lógica. Dizer a alguém «Não estás a ser lógica» é
normalmente uma forma de crítica. Ser ilógico é ser confuso, desordenado, irracional.
IMPORTÂNCIA DA LÓGICA
CONCEITO
Representação mental, abstrata e geral, que reúne os carateres comuns ao conjunto de seres de uma
espécie e os distingue dos seres de uma espécie diferente.
O mesmo termo pode expressar diferentes conceitos (compasso – instrumento de desenho / divisão
de tempo na musica)
O mesmo conceito pode ser expresso por termos diferentes (diferentes línguas por exemplo):
Homem (Ser Humano) - Homem, hombre, homme
Rei – King, Roi, Ti(chinês)
Pão – Molete, Papo-seco
Marte é um planeta
Marte não é planeta
Ninguém é profeta na sua terra
A Terra anda à volta do Sol
A proposição é a expressão verbal do juízo. As proposições são frases declarativas que exprimem
um conteúdo de verdade ou falsidade.
PROPOSIÇÕES E FRASES
Não devemos confundir proposições com frases. Há vários tipos de frases: declarativas,
interrogativas, imperativas e exclamativas. Mas só as frases declarativas exprimem proposições.
Uma frase só exprime uma proposição quando o que ela afirma tem valor de verdade.
Por exemplo, as seguintes frases não exprimem proposições, porque não têm valor de verdade, isto
é, não são verdadeiras nem falsas:
Mas as frases seguintes exprimem proposições, porque têm valor de verdade, isto é, são verdadeiras
ou falsas, ainda que, acerca de algumas, não saibamos, neste momento, se são verdadeiras ou falsas:
A frase 1 é falsa, a 2 e a 3 são verdadeiras. E a 4? Bem, não sabemos qual é o seu valor de verdade,
não sabemos se é verdadeira ou falsa, mas sabemos que tem de ser verdadeira ou falsa. Por isso,
também exprime uma proposição.
RACIOCÍNIO E ARGUMENTAÇÃO
A lógica estuda e sistematiza a validade ou invalidade da argumentação. Também se diz que estuda
inferências ou raciocínios. Podemos considerar que argumentos, inferências e raciocínios são
termos equivalentes.
A lógica estuda argumentos. Mas qual é o interesse disso para a filosofia? É preciso lembrar que a
argumentação é o coração da filosofia.
Em filosofia temos a liberdade de defender as nossas ideias, mas temos de sustentar o que
defendemos com bons argumentos e, é claro, também temos de aceitar discutir os nossos
argumentos.
Supõe alguém quer pedir aos pais um aumento da "mesada". Como justifica este aumento?
Recorrendo a razões, não é? Dirá qualquer coisa como:
Os preços no bar da escola subiram; como eu lancho no bar da escola, o lanche fica me mais caro.
Portanto, preciso de um aumento da "mesada".
Nem todos os conjuntos de proposições são argumentos. Por exemplo, o seguinte conjunto de
proposições não é um argumento:
Neste caso, não temos um argumento, porque não há nenhuma pretensão de justificar uma
proposição com base nas outras. Nem há nenhuma pretensão de apresentar um conjunto de
proposições com alguma relação entre si. Há apenas uma sequência de afirmações. Um argumento
pode ter uma ou mais premissas, mas só pode ter uma conclusão.
Exemplo
Exemplo 1
Premissa 1: Se não houvesse vida para além da morte, então a vida não faria sentido.
Premissa 2: Mas a vida faz sentido.
Conclusão: Logo, há vida para além da morte.
Exemplo 2
É claro que nem sempre as premissas e a conclusão são precedidas por indicadores. Por exemplo,
no argumento:
O Mourinho é treinador de futebol e ganha mais de 100000 euros por mês. Portanto, há
treinadores de futebol que ganham mais de 100000 euros por mês.
A conclusão é precedida do indicador "Portanto", mas as premissas não têm nenhum indicador.
VALIDADE E VERDADE
Fala-se de Verdade ou falsidade a propósito do conteúdo ou parte material do raciocínio ou
argumento.
As proposições (frases através da quais afirmamos ou negamos algo) podem ser verdadeiras ou
falsas.
Verdade: Valor lógico do juízo ou proposição que está de acordo com os factos empíricos, com
a realidade. (Os mamíferos são vertebrados; As estrelas têm luz própria)
FILOSOFIA – 11º ANO 5
Falsidade: Quando as proposições não estão de acordo com a realidade. (Os insetos são aves; o
gelo não derrete com o calor).
A Lógica não se ocupa com o conteúdo do pensamento (significado das proposições que constituem
o raciocínio) mas com a sua forma (encadeamento das proposições) ou validade.
Apesar de ser constituído por proposições falsas é um argumento válido, apresenta uma estrutura
formal coerente.
Estamos perante um argumento sólido quando e só quando (1) o argumento é válido e (2) as
premissas são de facto verdadeiras (e por conseguinte, a conclusão também é verdadeira).
FILOSOFIA – 11º ANO 6
Um argumento só é sólido se for válido mas ser válido não é suficiente para ser sólido. Um
argumento para ser sólido tem de ser válido e também constituído por premissas de facto
verdadeiras.
TIPOS DE RACIOCÍNIO
DEDUÇÃO
Operação intelectual que, a partir de uma ou mais premissas gerais tomadas como antecedente,
chega a uma conclusão ou consequente particular.
INDUÇÃO
Operação intelectual que a partir de proposições ou antecedentes particulares, chega a uma
conclusão, ou consequente, expressa por uma proposição geral.
ANALOGIA
Operação intelectual que de certas semelhanças entre objetos ou entre dois grupos de objetos, extrai
novas semelhanças.
Os resultados obtidos com este novo medicamento em experiências feitas com animais foram
positivos. Logo, terão os mesmos resultados em seres humanos.
LÓGICA PROPOSICIONAL
Verdade (V) e Falsidade (F) são os valores lógicos que convêm às proposições tratadas na lógica.
As proposições são frases declarativas que têm valor de verdade.
Pode escrever-se:
P
q
___
∴r
em que:
Proposições complexas (compostas): Formadas por duas ou mais proposições simples que se
relacionam por conectivas. (e)
FILOSOFIA – 11º ANO 8
CONECTIVAS PROPOSICIONAIS
São palavras ou expressões utilizadas para formar proposições complexas a partir de proposições
simples.
Principais conectivas
Sinal gráfico Significado Operação lógica
∧ E, mas Conjunção
∨ Ou Disjunção inclusiva
∨ Ou … ou Disjunção exclusiva
~ Não, não é verdade Negação
→ Se…então Condicional
↔ Se e só se Bicondicional
Exemplos:
A casa é amarela e está isolada – p ∧q (conjunção)
A casa é amarela ou está isolada - p∨q (disjunção inclusiva)
Ou a casa é amarela ou está isolada - p∨q (disjunção exclusiva)
A casa não é amarela - ~p (negação)
Se estiver sol, então irei à praia - p→q (condicional)
Se e só se estiver sol, irei à praia - p↔q (bicondicional)
NEGAÇÃO - ~
A negação é unária porque opera apenas com uma frase (proposição). As restantes conectivas são
binárias, porque ligam duas proposições.
A partir do valor de verdade das proposições, podemos elaborar uma tabela de verdade.
As tabelas de verdade são tabelas que podem formar-se para determinar “mecanicamente” a
verdade ou falsidade de uma fórmula, uma vez conhecidos os valores de verdade das fórmulas
componentes. (Ferrater Mora)
p ~p
V F
F V
FILOSOFIA – 11º ANO 9
CONJUNÇÃO - ∧
Está sol
A temperatura está amena
p q p∧
∧q
V V V
V F F
F V F
F F F
DISJUNÇÃO EXCLUSIVA - ∨
Em casos como estes as alternativas excluem-se, pelo que podemos aceitar uma ou outra, mas não
ambas.
p q p∨
∨q
V V F
V F V
F V V
F F F
DISJUNÇÃO INCLUSIVA – ∨
Estas expressões traduzem alternativas que não se excluem. Podemos aceitar uma, outra ou
ambas.
FILOSOFIA – 11º ANO 10
p q p∨
∨q
V V V
V F V
F V V
F F F
CONDICIONAL (IMPLICAÇÃO) - →
O antecedente é condição bastante para que se verifique o consequente, mas não única.
p q p→
→q
V V V
V F F
F V V
F F V
BICONDICIONAL (EQUIVALÊNCIA) - ↔
Está sol – p
A temperatura está amena – q
p q p↔
↔q
V V V
V F F
F V F
F F V
FILOSOFIA – 11º ANO 11
TAUTOLOGIAS – Proposições que são sempre verdadeiras, quaisquer que sejam os valores de
verdade atribuídos às variáveis.
Exemplo:
[(p→q) ∧ ~q ] → ~p
Lê-se: Se o João está inocente, algumas provas são forjadas. Nenhuma das provas é forjada. Logo,
João não é inocente.
(~p ∨ ~q) ↔ (p ∧ q)
Perante esta afirmação, sabemos intuitivamente que é contraditória. A tabela de verdade vem
confirmá-lo.
CONTINGÊNCIAS – Proposições que podem ser verdadeiras em certos casos e falsas noutros,
dependendo do valor de verdade atribuído às variáveis.
Exemplo: Se virem bons filmes e lerem bons livros, os jovens ampliam a sua cultura.
Ou seja: (p ∧ q) → r
FILOSOFIA – 11º ANO 12
p p r p∧q (p ∧ q) → r
V V V V V
V F V F V
F V V F V
F F V F V
V V F V F
V F F F V
F V F F V
F F F F V
INSPETORES DE CIRCUNSTÂNCIAS
Podemos determinar a validade dedutiva de muitos argumentos através de um certo tipo de tabelas
de verdade – os inspetores de circunstâncias.
Para aplicar os inspetores de circunstâncias temos de ter presente a definição semântica de validade:
um argumento é válido se, e só se, não for possível ter conclusão falsa e premissas verdadeiras.
O que ele nos mostra é o valor de verdade das premissas e conclusão em cada uma das diferentes
circunstâncias. Tudo o que temos de verificar é se alguma vez acontece as premissas serem
verdadeiras e a conclusão falsa, coisa que não pode acontecer num argumento válido.
Se num inspetor de circunstâncias existir pelo menos uma linha com todas as premissas verdadeiras
e a conclusão falsa, o argumento tem uma forma inválida.
Exemplo 1:
Os empiristas não têm razão porque, se os empiristas tivessem razão, o conhecimento matemático
resultaria da experiência. No entanto, o conhecimento matemático não resulta da experiência.
[(p→q) ∧ ~q ] → ~p
p q p→q ~q ∴ ~p
V V V F F
V F F V F
F V V F V
F F V V V
Exemplo 2:
Se os empiristas têm razão, o conhecimento é incerto. Ora, é verdade que o conhecimento é incerto.
Por isso, os empiristas têm razão.
[(p→q) ∧ q ] → p
p q p→q q ∴p
V V V V V
V F F F V
F V V V F
F F V F F
SILOGISMO HIPOTÉTICO
Formalizando: [(p→q) ∧ p ] → q
[(p→q) ∧ q ] → p
Este raciocínio é falacioso, pois pelo facto de o Pedro existir, não quer dizer que o Pedro fale.
Afirma-se o consequente e não o antecedente.
FILOSOFIA – 11º ANO 14
O Ernesto está a renovar a instalação elétrica da sua casa. Está prestes a tocar num fio quando, de súbito se
pergunta se terá desligado a corrente e faz o seguinte raciocínio: “Se a corrente estiver desligada, então a luz não
se acenderá. A luz não acende. Logo a corrente está desligada.” Confiante de que estará em segurança, o Ernesto
toca no fio e apanha um choque. Afinal, a lâmpada estava fundida! (Adaptado do texto de Stephen Law, Filosofia,
ed. Civilização, pág. 204)
É claro que se o Ernesto conhecesse as formas válidas e inválidas dos argumentos condicionais, saberia que o seu
argumento é incorreto do ponto de vista formal. Na verdade, trata-se da falácia da afirmação da consequente e a
conclusão a que ele chegou é, obviamente, falsa.
[(p→q) ∧ ~q ] → ~p
[(p→q) ∧ ~p ] → ~q
Pelo facto de não chover, não significa que o chão não esteja molhado. Nega-se o antecedente e
não o consequente.
1. Se fores atingido por um carro quando tiveres 6 anos, morres jovem. Mas não foste atingido por um carro
aos 6 anos. Portanto, não vais morrer jovem. (Claro que ele poderia ser atingido por um comboio com a
idade de 6 anos e, nesse caso, morria jovem)
2. Se estou em Faro, então estou no Algarve. Não estou em Faro. Logo, não estou no Algarve. (Mas pode
estar em Olhão...)
CONTRAPOSIÇÃO
Tanto podemos inferir a segunda proposição a partir da primeira, como inferir a primeira
proposição a partir da segunda.
p → q ∴ ~q → ~q
SILOGISMO HIPOTÉTICO
Se uma proposição implica uma segunda e esta, por sua vez, implica uma terceira, então a
primeira implica igualmente a terceira.
(p → q) ∧ (q → r) → (p → r)
SILOGISMO DISJUNTIVO
O silogismo disjuntivo apresenta a primeira premissa com duas alternativas que se excluem.
Se na segunda premissa se aceita uma delas, tem de se negar, na conclusão, a outra
alternativa; se se começa por negar uma alternativa, tem de se aceitar a outra, na conclusão.
[(p ∨ q) ∧ ~q] → p
LEIS DE MORGAN
~(p ∨ q) ∴ ~p ∧ ~q
Negar um disjunção é o mesmo que negar p e negar q
~(p ∧ q) ∴ ~p ∨ ~q
Negar uma conjunção é o mesmo que negar p ou negar q