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No CP, os artigos 312 a 326 tratam dos crimes funcionais. Ou seja, deve ter como
elemento: Ser funcionário público. Por este motivo, serão crimes próprios (é possível ter
autor e partícipe no polo ativo). Se não estiver presente esse elemento, o tipo será
atípico ou desqualificado.
O Código Penal visa não proteger o estado em si, mas o funcionamento dos poderes
(legislativo, executivo e judiciário).
“Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.”
Cargos: São criados por lei, em número certo e pagos pelos cofres públicos
Emprego público: São serviços temporários, com contrato de regime especial ou CLT
Função pública: Qualquer conjunto de atribuição pública que não cargo ou emprego.
Além disso, tal conceito está ligado, no direito penal à corrente AMPLIATIVA:
Entende que empregados de autarquias, sociedades de economia mista, empresas
públicas e fundações instituídas pelo poder público serão funcionários públicos,
chamados de: Funcionários públicos por equiparação.
§ 1 do supracitado artigo:
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em
entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública
Mesmo que ainda não tenha tomado posse do cargo, a pessoa poderá ser considerada
funcionário público e, por este motivo, dependendo do seu ato, cometerá crime.
Vale dizer que existe uma corrente, chamada de RESTRITIVA acerca do funcionário
público, que diz que o funcionário público por equiparação só poderia abranger os
funcionários da autarquia. Essa teoria não prevalece no Direito Penal.
“A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista,
empresa pública ou fundação instituída pelo poder público”
CRIMES EM ESPÉCIE
Antes de falarmos dos crimes propriamente ditos, a primeira parte deste capítulo do CP
traz os “crimes cometidos por funcionários públicos”. Logo, são crimes funcionais,
próprios, que devem ter, necessariamente, o funcionário público cometendo. Entretanto,
conforme o artigo 30 do CP, existe a “conexão de elementares”, de modo que se um
particular, sabendo da situação da pessoa que é funcionária pública, participar do crime,
poderá responder também pelo crime funcional na qualidade de coautora, de modo que
responderá pelo mesmo crime.
“Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo
quando elementares do crime. “
Vale lembrar que o CP adota a teoria MONISTA temperada, de modo que, exceto por
poucas exceções, o coautor e o partícipe responderão pelo mesmo crime que o autor,
desde que haja comunicação de elementar, conforme o artigo 30.
PECULATO.
“Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio:
A segunda parte do artigo prevê o peculato DESVIO, onde o funcionário desvia o bem
em benefício próprio ou alheio
Tipo subjetivo: Dolo e o dolo específico de tornar-se dono da coisa através da inversão
do título dominial
Sujeito ativo: O funcionário público que comete o crime, o coautor ou partícipe por
comunicação de elementar
PECULATO-FURTO:
PECULATO-CULPOSO
Vale dizer que de acordo com o § 3, se a reparação do dano ocorrer antes da sentença
transitada em julgada, haverá extinção da punibilidade. Se, contudo, o dano for reparado
posteriormente, deve-se reduzir a pena pela metade.
Aqui o agente entrega algo por puro erro ao funcionário público. Entretanto, se este
último o induziu a erro, será PECULATO-ESTELIONATO.
Conduta: apropriar-se.
Artigo 313-A
“Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos,
alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos
de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou
para outrem ou para causar dano:
Aqui o agente insere ou facilita acesso ao terceiro. O funcionário, neste caso, deve ter
vontade livre e consciente para inserir dado falso.
Tentativa: admite-se
No artigo 313-B, o funcionário não precisa ter autorização, mas modifica dado.
No peculato, a competência será sempre da justiça federal quando for bem da União,
autarquias, empresas públicas. Residualmente, será do estado!
“Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão
do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.”
Conduta: São várias. Extraviar, desviar, sonegar, inutilizar. Todas elas devem ser feitas
pelo funcionário público que tenha como função guardar o livro oficial ou qualquer
documento!
“Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:
Sujeito ativo: Crime próprio, só podendo ser cometido pelo funcionário público que
tenha poder de disposição de verbas e rendas públicas.
Destinação legal: O funcionário público DEVE destinar a verba de acordo com o que
está previsto na lei! É uma legalidade estrita. Se for diversamente ao previsto, será
crime.
Renda pública são aquelas constituídas por dinheiro recebido pela fazenda pública.
Verba pública é constituída por dinheiro e destinada à execução de determinado serviço
público ou para outra finalidade de interesse público
Tentativa: Admite-se
CONCUSSÃO
“Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Conduta: Exigir (em razão do emprego, cargo ou função pública que pratica, mesmo
antes de assumi-la.)
É um crime funcional impróprio, tendo em vista que se o sujeito ativo não for
funcionário público, praticará o crime de extorsão previsto no artigo 158.
EXCESSO DE EXAÇÃO:
“Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem:
Ou seja, ocorre quando o funcionário público solicita ou recebe, para si ou para outrem,
vantagem indevida. Pode acontecer também quando ele aceita promessa da vantagem.
Pode ocorrer fora da função ou antes de assumi-la.
Conduta: São alternativas (solicitar, receber e aceitar promessa – Nos dois últimos
casos, terá corrupção ativa por parte do particular.
Crime próprio, somente cometido por servidor público. O sujeito ativo SOMENTE
poderá ser funcionário público.
Neste crime, há uma exceção à teoria monista, de modo que o particular responde por
um Crime e o agente por outro.
A bilateralidade (em receber e aceitar promessa) não é essencial, uma vez que o
particular pode não aceitar dar a vantagem. Em regra, o delito de corrupção é unilateral,
tanto que existem as formas passiva e ativa, conforme a qualidade do agente.
Sujeito ativo: Somente funcionário público, sendo crime próprio. O funcionário, aqui,
tem o dever funcional de reprimir ou fiscalizar o contrabando, bem como de cobrar os
impostos.
Elemento subjetivo: Dolo. Deve haver a consciência e vontade do agente que age
violando dever funcional
PREVARICAÇÃO
Sujeito ativo: Agente público ou diretor da penitenciária que possui o dever de vedar
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA
Tipo subjetivo: Doloso. Deve haver, também, uma indulgência, isto é, tolerância,
deixando de punir ato que deveria ser punido.
Interesse privado: É qualquer vantagem a ser obtida pelo particular, podendo ser
legítima oi ilegítima perante à administração pública
Interesse do próprio funcionário: Não caracteriza crime, no máximo uma falta grave. O
interesse a ser satisfeito deve ser de um PARTICULAR.
Consumação: Ocorre com o patrocínio, independentemente de resultado. Ou seja,
ocorre com o favorecimento
Tentativa: Admite-se.
VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.”
Há discussão se foi revogado ou não. Damásio de jesus lidera a corrente que acredita
ser. Entretanto, existem julgados em diversos sentidos.
“Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:
Bem tutelado: Administração pública, no que diz respeito ao serviço que é prestado
Sujeito ativo: Trata-se de crime próprio, sendo cometido por funcionário público
investido no cargo
O abandono deve ser total e por tempo relevante. O abandono parcial e por tempo
insignificante que não gere dano não constitui o delito
Se o abandono ocorrer por força maior ou estado de necessidade, o fato será atípico.
Tipo subjetivo: Dolo (devendo o agente ter consciência que não pode deixar o cargo e
vontade de abandonar)
Sujeito ativo: Deve ser cometido por funcionário público, exceto na segunda
modalidade, onde o autor continua exercendo sem autorização
“Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer
em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais
grave.
Sujeito ativo: Funcionário público que tem ciência do fato em razão do cargo e que este
fato deve permanecer em silêncio
Tentativa: Admite-se na facilitação e na revelação, desde que esta última não seja oral.
§ 2 traz a figura qualificada, que ocorre quando há dano para a administração pública ou
terceiro.