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INTRODUÇÃO:

Tratados no CP a partir do título XI, estão separados em crimes cometidos por


funcionários e crimes cometidos por particulares contra a administração pública.

No CP, os artigos 312 a 326 tratam dos crimes funcionais. Ou seja, deve ter como
elemento: Ser funcionário público. Por este motivo, serão crimes próprios (é possível ter
autor e partícipe no polo ativo). Se não estiver presente esse elemento, o tipo será
atípico ou desqualificado.

O Código Penal visa não proteger o estado em si, mas o funcionamento dos poderes
(legislativo, executivo e judiciário).

Funcionário Público: Para o direito administrativo, é o concursado com funções


determinadas em lei. Para o Direito penal, contudo, de acordo com o artigo 327, é toda
pessoa que está investido em cargo público, emprego público e função pública,
transitoriamente ou sem remuneração alguma.

“Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.”

Cargos: São criados por lei, em número certo e pagos pelos cofres públicos

Emprego público: São serviços temporários, com contrato de regime especial ou CLT

Função pública: Qualquer conjunto de atribuição pública que não cargo ou emprego.

Além disso, tal conceito está ligado, no direito penal à corrente AMPLIATIVA:
Entende que empregados de autarquias, sociedades de economia mista, empresas
públicas e fundações instituídas pelo poder público serão funcionários públicos,
chamados de: Funcionários públicos por equiparação.

§ 1 do supracitado artigo:
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em
entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública

Percebe-se, portanto, que os prestadores de serviços contratados para função típica da


administração pública também serão funcionários públicos. Entretanto, a atividade
contratada deve ser TÍPICA da administração pública.

Mesmo que ainda não tenha tomado posse do cargo, a pessoa poderá ser considerada
funcionário público e, por este motivo, dependendo do seu ato, cometerá crime.

Via de regra, a condição de funcionário público chega ao fim com a aposentadoria,


exceto por advocacia administrativa e violação de segredo, que constituem exceções
pois, nestes casos, os infratores ainda exercem alguma influência.

Vale dizer que existe uma corrente, chamada de RESTRITIVA acerca do funcionário
público, que diz que o funcionário público por equiparação só poderia abranger os
funcionários da autarquia. Essa teoria não prevalece no Direito Penal.

O Parágrafo segundo traz um caso de aumento de pena no artigo 327, dizendo:

“A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste
Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista,
empresa pública ou fundação instituída pelo poder público”

CRIMES EM ESPÉCIE

Antes de falarmos dos crimes propriamente ditos, a primeira parte deste capítulo do CP
traz os “crimes cometidos por funcionários públicos”. Logo, são crimes funcionais,
próprios, que devem ter, necessariamente, o funcionário público cometendo. Entretanto,
conforme o artigo 30 do CP, existe a “conexão de elementares”, de modo que se um
particular, sabendo da situação da pessoa que é funcionária pública, participar do crime,
poderá responder também pelo crime funcional na qualidade de coautora, de modo que
responderá pelo mesmo crime.
“Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo
quando elementares do crime. “

Vale lembrar que o CP adota a teoria MONISTA temperada, de modo que, exceto por
poucas exceções, o coautor e o partícipe responderão pelo mesmo crime que o autor,
desde que haja comunicação de elementar, conforme o artigo 30.

PECULATO.

Previsto no artigo 312 do CP. Existem diversas modalidades de Peculato.

“Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.”

A primeira parte do artigo prevê o peculato PRÓPRIO, onde o funcionário se apropria


de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel de utilidade da qual tenha posse em
razão de seu cargo. (Posse é obtida de forma lícita, num primeiro momento.)

A segunda parte do artigo prevê o peculato DESVIO, onde o funcionário desvia o bem
em benefício próprio ou alheio

PECULATO-FURTO – Não é crime! (Nele o sujeito se apropria para fazer uso


temporário e devolve)

Tipo subjetivo: Dolo e o dolo específico de tornar-se dono da coisa através da inversão
do título dominial

Tipo objetivo: Apropriar-se ou desviar

Consumação: Ocorre no momento em que o autor retira o objeto da disponibilidade da


vítima e passa a ter o animus domini sobre ele.
Bem jurídico tutelado: Patrimônio público e a probidade administrativa.

Sujeito ativo: O funcionário público que comete o crime, o coautor ou partícipe por
comunicação de elementar

Sujeito passivo: Administração pública de modo primário e, secundariamente, a pessoa


que perdeu o objeto.

Crime instantâneo: se consuma com o desvio ou apropriação. (Outra corrente, contudo,


entende ser crime material, na modalidade desvio, onde deve, necessariamente, causar
prejuízo à administração pública)

Tentativa: Admite em ambas as modalidades

Ação Penal: É pública incondicionada.

Ausente a elementar de funcionário público, o crime é desqualificado e torna-se


APROPRIAÇÃO INDÉBITA, que é crime contra o patrimônio, que pode ser cometido
por qualquer um.

PECULATO-FURTO:

É o previsto no parágrafo primeiro do artigo 312. É o chamado “peculato próprio”, onde


o agente se apropria valendo-se da qualidade de funcionário público. (Ou seja, ele não
tem a posse do dinheiro, bem ou valor, mas se apropria por ser funcionário público.)

Tipo subjetivo: Dolo e dolo específico de ter a coisa como sua.

“§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do


dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de
funcionário.”

PECULATO-CULPOSO

É o previsto nos §§ 2 e 3 do artigo 312 do CP, onde o funcionário público contribui, de


modo culposo, para a prática delituosa de alguém, sendo negligente.

Vale dizer que de acordo com o § 3, se a reparação do dano ocorrer antes da sentença
transitada em julgada, haverá extinção da punibilidade. Se, contudo, o dano for reparado
posteriormente, deve-se reduzir a pena pela metade.

“§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:


Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença


irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena
imposta.”

A reparação, contudo, deve ser completa!

O peculato culposo é de competência do juizado especial criminal, tendo em vista sua


pena.

PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM

Aqui o agente entrega algo por puro erro ao funcionário público. Entretanto, se este
último o induziu a erro, será PECULATO-ESTELIONATO.

Sujeito ativo: funcionário público

Sujeito passivo: estado e vítima secundariamente.

Conduta: apropriar-se.

Artigo 313 A e B são “crimes novos”, denominados de PECULATO-ELETRÔNICO.

São crimes que surgiram em razão da informática, caracterizando uma mudança no


modus operandi.

Artigo 313-A
“Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos,
alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos
de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou
para outrem ou para causar dano:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.”

Aqui o agente insere ou facilita acesso ao terceiro. O funcionário, neste caso, deve ter
vontade livre e consciente para inserir dado falso.

O artigo fala em “funcionário autorizado”. Se não estiver autorizado, cometerá o crime


do artigo 297 ou 299 do CP.

Bem tutelado: Probidade da administração pública

Sujeito ativo: funcionário público autorizado

Sujeito passivo: Estado

Conduta: Inserir, facilitar, alterar ou excluir

Tipo subjetivo: dolo

Consumação: ocorre com a conduta, independentemente de resultado material ou dano

Tentativa: admite-se

No artigo 313-B, o funcionário não precisa ter autorização, mas modifica dado.

No peculato, a competência será sempre da justiça federal quando for bem da União,
autarquias, empresas públicas. Residualmente, será do estado!

No peculato-culposo, como vimos, a competência e do Juizado especial criminal.

EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO

Previsto no artigo 314 CP.

“Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão
do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.”

O documento pode ser pertencente à administração pública ou a um particular.


Entretanto, o livro oficial é da administração.

Bem tutelado: Administração pública.

Sujeito ativo: Funcionário público que possui a guarda em razão do cargo

Sujeito passivo: É o estado e, secundariamente, o proprietário do documento confiado à


administração pública.

Conduta: São várias. Extraviar, desviar, sonegar, inutilizar. Todas elas devem ser feitas
pelo funcionário público que tenha como função guardar o livro oficial ou qualquer
documento!

Elemento subjetivo: Dolo

Consumação: Ocorre com a prática da conduta independentemente de prejuízo

Tentativa: Extravio e inutilização permitem. No caso de sonegação, não existe tentativa

Ação penal: pública incondicionada.

EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS

“Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.”

Bem tutelado: A administração pública e seu patrimônio

Sujeito ativo: Crime próprio, só podendo ser cometido pelo funcionário público que
tenha poder de disposição de verbas e rendas públicas.

Conduta: Dar aplicação diversa; destinar diversamente do previsto em lei

Destinação legal: O funcionário público DEVE destinar a verba de acordo com o que
está previsto na lei! É uma legalidade estrita. Se for diversamente ao previsto, será
crime.
Renda pública são aquelas constituídas por dinheiro recebido pela fazenda pública.
Verba pública é constituída por dinheiro e destinada à execução de determinado serviço
público ou para outra finalidade de interesse público

Elemento subjetivo: É o dolo.

Consumação: No momento em que há a aplicação indevida da verba pública.

Tentativa: Admite-se

Ação penal: pública incondicionada.

CONCUSSÃO

“Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.”

Portanto, o funcionário DEVE EXIGIR, de modo que atemoriza a vítima.

Conduta: Exigir (em razão do emprego, cargo ou função pública que pratica, mesmo
antes de assumi-la.)

É um crime funcional impróprio, tendo em vista que se o sujeito ativo não for
funcionário público, praticará o crime de extorsão previsto no artigo 158.

Sujeito ativo: Funcionário público

Sujeito passivo: É o estado e o particular intimidade

Bem tutelado: Administração pública e liberdade do particular.

A exigência deve ser feita de maneira clara ou implícita.

Não é necessário a promessa de infligir um mal determinado, bastando o temor genérico


que a autoridade inspira.

O agente pode não estar no exercício da função no momento. O status de funcionário


público é o suficiente
A vantagem pode ter natureza distinta, mas NORMALMENTE é econômica
(patrimonial)

A vantagem DEVE ser indevida!

Consumação: É um crime formal. A mera exigência já o consuma, não havendo


necessidade que a vítima ceda. Não se admite tentativa (Alguns a reconhecem, contudo
– se feita por carta, por exemplo. Para essa corrente, desde que seja possível o
fracionamento do iter criminis, poderá haver tentativa.)

Flagrante: Há discussão na doutrina. Alguns entendem que somente no momento em


que se exige pode ocorrer o flagrante.

Ação penal: pública incondicionada. Se for funcionário federal, será de competência


federal.

CONCUSSÃO E EXTORSÃO: O primeiro ocorre por decorrência de cargo público. A


segunda, contudo, não é decorrente de cargo.

CONCUSSÃO E CORRUPÇÃO PASSIVA: Normalmente, na corrupção há um acordo,


não havendo exigência.

EXCESSO DE EXAÇÃO:

“§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber


indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei
não autoriza:

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa

§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu


indevidamente para recolher aos cofres públicos:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.”

É um tipo de concussão. Entretanto, neste caso, o funcionário exige um tributo ou uma


contribuição social que sabe ser indevido ou, se devido for, emprega a exigência de
modo não autorizado por lei. Quando tratarmos de tributo, então, falaremos em
EXCESSO DE EXAÇÃO.
CORRUPÇÃO PASSIVA:

“Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou
aceitar promessa de tal vantagem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.”

Ou seja, ocorre quando o funcionário público solicita ou recebe, para si ou para outrem,
vantagem indevida. Pode acontecer também quando ele aceita promessa da vantagem.
Pode ocorrer fora da função ou antes de assumi-la.

É uma espécie de acordo entre o funcionário público e um terceiro.

Conduta: São alternativas (solicitar, receber e aceitar promessa – Nos dois últimos
casos, terá corrupção ativa por parte do particular.

Crime próprio, somente cometido por servidor público. O sujeito ativo SOMENTE
poderá ser funcionário público.

Elemento subjetivo: Dolo.

Neste crime, há uma exceção à teoria monista, de modo que o particular responde por
um Crime e o agente por outro.

A bilateralidade (em receber e aceitar promessa) não é essencial, uma vez que o
particular pode não aceitar dar a vantagem. Em regra, o delito de corrupção é unilateral,
tanto que existem as formas passiva e ativa, conforme a qualidade do agente.

Não é porque há corrupção passiva que vai haver corrupção ativa.

O ato de ofício do funcionário público DEVE SER IDENTIFICADO! Ou seja, ele


recebe a vantagem para fazer o ato de ofício – tal tese, conduto, foi relativizada pelo
STF no caso do mensalão, onde poderá haver a PRESUNÇÃO de que recebeu para
fazer algo.

“§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou


promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica
infringindo dever funcional. – Aqui, neste caso, o sujeito faz um ato de ofício ilícito. É a
chamada “corrupção própria”. Há um aumento de pena.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração
de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: - Aqui temos a figura do
“quebra galho”, retardando o que deveria ser feito. É a chamada “corrupção
privilegiada”. É a modalidade mais branda e por este motivo tem uma pena reduzida.

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.”

Consuma-se o crime de corrupção em 03 momentos distintos:

Quando solicita a vantagem

Quando recebe a vantagem sem qualquer solicitação

Quando aceita a promessa de vantagem.

É um crime formal, bastando a solicitação, o recebimento ou a aceitação. Não precisa de


resultado.

Tentativa: Não admite, exceto se for escrito!

Ação penal: Pública incondicionada

Competência: Federal quando afetar a união.

Modalidade privilegiada: É de competência do JECRIM.

Lei 10.763/03 tornou a pena da corrupção maior, equiparando-a ao peculato. O crime de


concussão permaneceu com uma pena menor! Há uma grande discussão por este
motivo, uma vez que parece ser mais “benéfico” EXIGIR do que solicitar, visto que a
pena da concussão é menor.

FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO:

“Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou


descaminho (art. 334):

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.”

Contrabando: O produto é ilegal, não permitido.


Descaminho: O produto é legal, mas não há o pagamento do imposto

Bem tutelado: Administração pública

Sujeito ativo: Somente funcionário público, sendo crime próprio. O funcionário, aqui,
tem o dever funcional de reprimir ou fiscalizar o contrabando, bem como de cobrar os
impostos.

Sujeito passivo: Estado.

Conduta: Facilitar, por ação ou omissão.

Elemento subjetivo: Dolo. Deve haver a consciência e vontade do agente que age
violando dever funcional

Consumação: Independe do resultado, bastando somente a facilitação

Tentativa: Apenas se a facilitação se der por ação

Ação penal: Pública incondicionada

O SUJEITO ATIVO DEVE TER A OBRIGAÇÃO DE FISCALIZAR E REPRIMIR,


BEM COMO DE COBRAR OS IMPOSTOS!

PREVARICAÇÃO

“Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo


contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.”

Bem tutelado: administração pública

Tipo subjetivo: Dolo, com finalidade específica de satisfazer interesse ou sentimento


pessoal

Conduta: Retardar (procrastinar) – omissiva; Deixar de praticar – omissiva; Praticar –


comissiva (deve ser contra a lei)

Consumação: Ocorre com o retardamento, omissão ou realização do ato.

Tentativa: Admite apenas na conduta comissiva, de realizar. Retardar ou deixar de


praticar, não admite.
“Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu
dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita
a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo:

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.”

Trata-se de uma modalidade de crime omissivo, onde o diretor da penitenciária ou o


agente público que POSSUI o dever de vedar acesso a aparelho telefônico permite sua
utilização. É um crime omissivo próprio (como se comissivo fosse)

Deve haver o dever do agente público ou do diretor da penitenciária de vedar o acesso


ao aparelho telefônico! O preso pode se comunicar com o mundo exterior por meio de
correspondência escrita, leitura e outros meios de informação que não comprometam a
moral e os bons costumes.

Bem tutelado: Administração público

Sujeito ativo: Agente público ou diretor da penitenciária que possui o dever de vedar

Sujeito passivo: Estado

Conduta: “deixar”, sendo omissivo

Tentativa: Não admite

Consumação: ocorre com a mera omissão

Ação penal: Pública incondicionada

Crime formal que independe de resultado naturalístico.

CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA

“Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que


cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o
fato ao conhecimento da autoridade competente:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.”


Há uma relação hierarquizada aqui. Por exemplo: se o delegado deixa de punir ou
responsabilizar o escrivão, há condescendência. Agora, se o escrivão deixa de reportar a
infração do seu superior – delegado, no caso - haverá prevaricação (por medo), no
máximo.

Bem tutelado: Administração pública.

Conduta: Deixar de responsabilizar ou não levar fato à autoridade competente.

Tipo subjetivo: Doloso. Deve haver, também, uma indulgência, isto é, tolerância,
deixando de punir ato que deveria ser punido.

Consumação: É crime omissivo próprio, consumando-se com a omissão

Sujeito ativo: funcionário público

Sujeito passivo: Estado

Tentativa: Não se admite

Ação penal: pública incondicionada.

“Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a


administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:

Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.”

Bem tutelado: Administração pública

Conduta: Patrocinar – que significa advogar; proteger; beneficiar; favorecer; defender.


O agente usa das facilidades de seu cargo para a prática deste crime.

Interesse privado: É qualquer vantagem a ser obtida pelo particular, podendo ser
legítima oi ilegítima perante à administração pública

Interesse do próprio funcionário: Não caracteriza crime, no máximo uma falta grave. O
interesse a ser satisfeito deve ser de um PARTICULAR.
Consumação: Ocorre com o patrocínio, independentemente de resultado. Ou seja,
ocorre com o favorecimento

Tentativa: Admite-se.

É NECESSÁRIO TER UM PÚBLICO E UM PRIVADO NESTE CRIME.

§único trata de uma qualificadora. Ocorre quando a advocacia administrativa visa


favorecer interesse ilegítimo.

Admite suspensão condicional do processo, pela lei 9.099/95.

VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA

“Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.”

Bem tutelado: Administração pública

Sujeito ativo: funcionário público

Sujeito passivo: Estado e, secundariamente, quem sofre a violência

Conduta: Praticar violência. – abrangendo as vias de fato – lesão corporal ou homicídio

A conduta deve ser praticada no exercício da função do agente ou a pretexto de exercer


essa função

Tipo subjetivo: Dolo

Consumação: Consuma-se com a efetiva prática da violência

Tentativa: Teoricamente é admissível, visto que tratamos de um ato comissivo e que


pode ser fracionado

Ação penal: pública incondicionada

Há discussão se foi revogado ou não. Damásio de jesus lidera a corrente que acredita
ser. Entretanto, existem julgados em diversos sentidos.

“Abandono de função
Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.”

Bem tutelado: Administração pública, no que diz respeito ao serviço que é prestado

Sujeito ativo: Trata-se de crime próprio, sendo cometido por funcionário público
investido no cargo

Sujeito passivo: Estado

Conduta: Abandonar – deixar, renunciar, desistir.

O abandono deve ser total e por tempo relevante. O abandono parcial e por tempo
insignificante que não gere dano não constitui o delito

O abandono não deve ser permitido por lei

Se o abandono ocorrer por força maior ou estado de necessidade, o fato será atípico.

Tipo subjetivo: Dolo (devendo o agente ter consciência que não pode deixar o cargo e
vontade de abandonar)

Consumação: Ocorre com o efetivo abandono do cargo público, por tempo


juridicamente relevante

Tentativa: É crime omissivo próprio e, por este motivo, não é admitida.

EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGAL, ANTECIPADO OU PROLONGADO


“Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências
legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi
exonerado, removido, substituído ou suspenso:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.”

Bem tutelado: administração pública

Sujeito ativo: Deve ser cometido por funcionário público, exceto na segunda
modalidade, onde o autor continua exercendo sem autorização

Sujeito passivo: O Estado

Conduta: Entrar no exercício antes de satisfazer as exigências ou continuar a exercer a


função sem autorização

Tipo subjetivo: Dolo

Consumação: Ocorre com o primeiro ato de ofício indevido

Tentativa: Admite-se, mas é de difícil configuração

VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL

“Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer
em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais
grave.

§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:

I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou


qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou
banco de dados da Administração Pública;
II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.

§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa”

Bem tutelado: Administração pública

Sujeito ativo: Funcionário público que tem ciência do fato em razão do cargo e que este
fato deve permanecer em silêncio

Sujeito passivo: Estado

Conduta: Revelar – contar; Facilitar descobrimento – tornar fácil

Deve haver possibilidade de dano para que seja considerado crime.

Consumação: Consuma-se com o conhecimento do segredo por terceiro

Tentativa: Admite-se na facilitação e na revelação, desde que esta última não seja oral.

§ 2 traz a figura qualificada, que ocorre quando há dano para a administração pública ou
terceiro.

Se for um segredo particular e não da administração pública, o funcionário pode incidir


nos artigos 152, 153 e 154 do CP.

Admite-se a suspensão condicional do processo pela pena menor que um ano

Ação penal: pública incondicionada.

VIOLAÇÃO DE SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA

Revogado pelo artigo 94 da lei de licitações.

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