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Metodologia
do ensino
de lutas
Metodologia do ensino
de lutas
Mário Molari
© 2016 por Editora e Distribuidora Educacional S.A
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Diogo Ribeiro Garcia
eGTB Editora
Molari, Mário
M717m Metodologia do ensino de lutas / Mário Molari. – Londrina
: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016.
192 p.
ISBN 978-85-8482-461-8
CDD 796.8
2016
Editora e Distribuidora Educacional S.A
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
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Sumário
Olá, caro aluno! Seja bem-vindo aos estudos sobre as lutas no contexto escolar.
Este livro foi organizado de modo especial para você que tem buscado com
excelência compreender os desafios que envolvem as questões pertinentes ao
setor da educação, em particular o curso de licenciatura em Educação Física, e
que influenciam no processo de ensino-aprendizagem nos esportes de lutas.
Agora pare e respoonda: o que vem a sua mente quando você pensa em
artes marciais e lutas? Os dois termos apresentam conceitos diferentes? Qual
método de ensino você iria utilizar para inserir as lutas no contexto escolar?
Por meio da experiência adquirida, pela nossa caminhada na docência, muitos
adjetivos negativos podem ter surgido em seus pensamentos, tais como: difícil,
impossível, complexo, entre outros fatores. Uma possível explicação para isso
é que conteúdos novos nos levam a sensações de incômodo e de insegurança
quando nos deparamos com algo que não faz parte de nosso cotidiano. Em outras
palavras, podemos compreender que são quebras de paradigmas que temos que
romper para inovar o ensino e torná-lo mais acessível a todos.
Na Unidade I, temos como propósito apresentar as lutas que fazem parte dos
jogos olímpicos, tais como o judô, boxe, a luta greco-romana e o taekwondo,
na perspectiva da formação profissional no curso de licenciatura, trazendo para a
realidade escolar um cenário sobre as lutas que podem ser exploradas de forma
exponencial junto ao planejamento de unidades, pelo fato dessas lutas trazerem
à tona questões políticas, culturais e até mesmo sinalizando as ações construídas
pela relação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Na Unidade II, a ideia é discutir o posicionamento das lutas no contexto da
escola, visto que este conteúdo deve ser inserido junto a outros que já são muito
explorados, como no caso dos jogos, esportes, danças e ginástica, com o desafio
de gerar maior motivação e curiosidade junto aos alunos e até mesmos nos seus
familiares.
LUTAS OLÍMPICAS
Mário Molari
8 Lutas olímpicas
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Introdução à unidade
Olá! Nesta unidade vamos conhecer as lutas que fazem parte dos jogos
olímpicos e que devem ser apresentadas para os alunos no âmbito escolar.
É fundamental que uma criança conheça as características das lutas e os seus
principais fundamentos.
As artes marciais, por exemplo, têm atraído cada vez mais o interesse dos
profissionais na área da educação, na perspectiva da licenciatura, pelo fato de
que essas modalidades, além de serem uma forma de desenvolver as habilidades
motoras, contribuem para o desenvolvimento cognitivo, pois os exercícios de lutas
incentivam diferentes reações do sistema nervoso central.
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Seção 1
A suavidade do judô no contexto escolar
Introdução à seção
Judô é uma arte marcial japonesa que vem crescendo cada vez mais, juntamente
com a formação profissional dos seus professores. Competidores do Brasil vêm
conquistando destaque em grandes eventos, principalmente por meio de alunos
participantes de projetos comunitários, com o apoio da política de cada município.
Este esporte vem sendo procurado pelos responsáveis dos adolescentes, pois é uma
luta que exige muita disciplina, ajudando futuramente a exercer o profissionalismo e,
também, uma boa conduta ética, pois o judô traz ao praticante um bem-estar físico
e mental. Basicamente, é um esporte que faz com o que o judoca comece a olhar a
vida de outra forma. O seu próprio nome remete a “caminho suave”, proporcionando,
então, um caminho diferente para o praticante dessa arte.
O fundador do judô foi Jigoro Kano (VIRGILIO, 2002), tendo iniciado sua prática
aos 16 anos, no jiu-jitsu, com as técnicas atemi-waza (técnicas de percussão),
katame-waza (técnicas de domínio) e nague-waza (técnicas de arremesso),
aprofundando seus conhecimentos e criando novas técnicas para o treinamento,
com o intuito de estimular esportes competitivos.
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Com esse intuito, em 1882, fundou sua própria escola e, para se distinguir
das formas que identificavam o antigo jiu-jitsu, denominou a prática luta de “judô
kodokan”, destinada à formação e preparação integral do homem por meio das
atividades físicas de luta corporal e do aperfeiçoamento moral, sustentada pelos
princípios filosóficos e exaltação do caráter, que era a essência do espírito marcial
dos samurais, o “Budo” (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE JUDÔ, 2009).
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Fonte: Judô Info. Disponível em: <http://judoinfo.com/pdf/ouchigaeshi.pdf>. Acesso em: 5 maio 2016.
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Fonte: Judô Info. Disponível em: <http://judoinfo.com/pdf/sasaetsurikomiashi.pdf>. Acesso em: 5 maio 2016.
Fonte: Judô Info. Disponível em: <http://judoinfo.com/pdf/hizaguruma.pdf>. Acesso em: 5 maio 2016.
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Seção 2
Boxe: a luta que atravessou os séculos
Introdução à Seção
O boxe é uma modalidade que está em grande ascensão atualmente, sendo
utilizado de modo recreativo ou formal. Exige a necessidade de desenvolver uma
pedagogia adequada para o processo de aprendizagem da modalidade, uma vez
que é um esporte de grande complexidade, exigindo uma gama de movimentos,
que, combinados uns aos outros, podem propiciar ao aluno melhorias na sua
coordenação motora.
Segundo Faria (1997), após a Grécia ser conquistada pelos romanos, o boxe
foi inserido na cultura destes povos com objetivos de espetáculos e lutas para
sobrevivência. O nome “boxe” começou a ser utilizado inicialmente na Inglaterra, mas
também é conhecido como “pugilismo”. Provém do latim “Púgil” (lutar com as mãos
cobertas com materiais que as protegiam), ou até mesmo “Pugillus” (punho fechado).
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2.3 O vestuário
A Confederação Brasileira de Boxe (2000) relata que o vestuário obrigatório para
pugilistas amadores e profissionais é constituído por sapatilhas, ou algum outro tipo
de calçado leve que não tenha cravos na sola, calção com comprimento mínimo
até a metade da coxa e máximo no joelho. O boxeador amador é obrigado a
utilizar camiseta, sem manga, e que não atrapalhe o desenvolvimento dos golpes.
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2.4 As faltas
Para a Confederação Brasileira de Boxe (2000), será considerado falta ao
adversário que:
• Der cabeçadas.
• Segurar o adversário.
• Pisar no oponente.
• Morder o adversário.
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IRAIAS, Everton Arruda. Na escola não pode lutar: o estudo do boxe com
os primeiros anos. Disponível em: <http://www.gpef.fe.usp.br/semef%20
2014/Relato%20Everton%20Arruda.pdf>. Acesso em: 5 maio 2016.
2.5 O ringue
O tamanho mínimo para o ringue é de 4,90m e máximo de 6,10m, em cada
um dos quatro lados. A medida é realizada na parte interna das cordas. Podem ser
utilizadas 3 ou 4 cordas no ringue (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BOXE, 2000).
Fonte: <http://www.istockphoto.com/br/foto/ringue-de-boxe-gm96701157-11877059>.
Acesso em: 5 maio 2016.
2.6 Os golpes
O boxe apresenta as seguintes técnicas: guarda de ataque, reto, cruzado,
gancho, swing, esquiva, jab.
• Guarda de ataque: uma perna à frente e outra para trás. Uma linha imaginária
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corta a distância entre uma perna e outra para que não se cruzem, nem
fiquem muito próximas. As pernas devem ficar aproximadamente 50 cm de
distância vertical e 20 cm de distância horizontal. Os pés devem ficar em um
ângulo de 45° graus, os braços ficam na vertical, o braço de trás fica junto ao
corpo e a mão junto ao queixo. A mão da frente fica próxima ao corpo (mas
não junto), ficando na altura aproximadamente da boca.
• Golpe reto (direto): estando em guarda, o golpe reto pode ser feito com o braço
de trás, chamado “direto”, ou da frente, “jab”, ambos fazem o mesmo processo.
Para disferir o golpe reto, é preciso avançar com o antebraço para frente sempre
na posição vertical até que fique totalmente estendido à frente do corpo. Para
uma melhor realização, o golpe deve ser realizado com o giro de quadril e perna.
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• Jab: é um golpe dado com o punho que está à frente na guarda. Também
é muito utilizado para afastar o oponente, para medir a distância ou como
preparação para outra ação.
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Figura 1.12 | Mike Tyson Figura 1.13 | George Foreman Figura 1.14 | Muhammad Ali
Figura 1.15 | Rocky Marciano Figura 1.16 | Maguila Figura 1.17 – Popó
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Seção 3
O primeiro esporte de luta olímpica
Introdução à Seção
A relevância de discutir as lutas greco-romanas é importante pelo fato de ser
um esporte desconhecido pela população em geral, por mais que tenha sido o
primeiro esporte de luta inserido nos jogos olímpicos.
Isso se deve ao fato de que não se utiliza quimonos. As lutas têm uma
configuração diferente, pois suas regras diferem das lutas livres masculinas e
femininas. Portanto, é de extrema relevância trazer à tona a história e os principais
contextos evolutivos.
No Brasil, a luta livre segue uma cronologia, tendo como ponto de partida o
ano de 1915, quando foi realizada a Criação da Liga Mineira de Esportes Atléticos
em Belo Horizonte, incluindo, entre suas competições, a luta greco-romana. Na
década de 1940, o principal lutador foi o húngaro apelidado de ‘Tatu’, emigrado
para o Rio de Janeiro, que transmitia seus conhecimentos para os astros de
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3.2 Categorias
As categorias são divididas de três formas no cronograma olímpico. São elas:
b) Estilo livre masculino: as categorias olímpicas são 57 kg, 65 kg, 74 kg, 86 kg,
97 kg e 125 kg. As categorias não olímpicas são 61 kg e 70 kg.
c) Estilo livre feminino: as categorias olímpicas são 48 kg, 53 kg, 58 kg, 63 kg,
69 kg e 75 kg. As categorias não olímpicas são 55 kg e 60 kg.
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A seguir são apresentadas algumas imagens das lutas livres masculinas e femininas:
Fonte: CBLA (2016). Disponível em: <http://cbla.com.br/category/fotos/>. Acesso em: 14 maio 2016.
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Seção 4
Taekwondo contemporâneo: uma luta
fundamentada no contexto cultural e social
Introdução à Seção
Trabalhar com crianças na fase escolar e, principalmente na educação infantil,
fase em que as mesmas buscam um exemplo para seguir, não é tarefa fácil, no
entanto, esportes de luta olímpica, como no caso do taekwondo, é uma das
estratégias que mais trazem resultados, pois a dinâmica caracterizada pelo esporte
é a velocidade, agilidade e saltos.
Foi em meados do ano de 1955 que o general Choi Hong Hee conseguiu
unificar as várias escolas existentes, sendo adotado definitivamente o nome
taekwondo (KIM 1995). A prática da modalidade se estabeleceu em 1971, quando
o presidente da República da Coreia do Sul na época proclamou o taekwondo
como um esporte nacional. Em 1973, foi fundada a World Taekwondo Federation
(WTF – Federação Mundial de Taekwondo, em português) e, entre os dias 25 a 27
de maio, realizou-se o primeiro campeonato mundial da modalidade (WTF, 2007;
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FARGAS, 1993).
A luta é realizada entre dois competidores, sendo que um utiliza a proteção azul
e outro a vermelha, tanto na cabeça como no tórax. A luta ocorre por meio de três
rounds com um tempo de dois minutos. O intervalo é de um minuto entre as lutas.
a) Atingir 12 pontos.
c) Nocauteia o adversário.
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d) Desclassificação do adversário.
4.3 Equipamentos
O local de luta é chamado de dojan, organizados por 100 placas de 1 m2 cada,
ligadas uma na outra, formando uma área de 10 m X 10 m.
c) Deve ser constituída por duas colorações diferentes: uma para a área de
combate e outra cor para o centro da quadra e sua delimitação final.
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a) Idade
• Máster: a partir de 30 anos de idade com três subdivisões - até 35 anos, até
40 anos e mais de 40 anos.
b) Graduações
• Faixa preta.
c) Peso
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b) Dolio tchagui: chute lateral com o “peito” (dorso) do pé. Possui a mesma
técnica do bandal, mas visa à altura do rosto.
c) Bakat tchagui: chute de dentro para fora, com um dos membros inferiores
realizando um giro.
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I. Judô.
II. Kendô.
III. Jiu-Jitsu.
IV. Luta greco- romana.
V. Luta olímpica.
VI. Taekwondo.
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a) V, V, V, V, V, V.
b) F, F, F, F, F, F.
c) V, V, F, V, V, V.
d) F, F, F, V, V, V.
e) V, F, F, V, V, V.
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a) V, F, F, F.
b) F, V, F, V.
c) V, V, F, F.
d) F, F, V, V.
e) V, V, V, V.
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a) F, V, F, V.
b) V, F, F, F.
c) F, F, V, F.
d) V, F, V, F.
e) F, F, F, F.
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Referências
CHUNG, Kuk Hyun; LEE, Kyung Myung. Taekwondo kyorugi: olympic style
sparring. Wethersfield: Turtle Press, 1994.
FARIA, A. Latorre de. Boxe: ao alcance de todos. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997.
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GOULART, Fábio; CAMPOS, Tanei. Taekwondo: o caminho dos pés e das mãos. São
Paulo: Editora Online, 2006.
KIM, Yeo Jim. Arte marcial coreana taekwondo. São Paulo: Editora Thirê Ltda,
1995.
LASSERRE, Robert. Judô – manual prático. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1969.
______. Judô – manual prático. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1975.
LEE, Soon Man; RICKE, Gaetane. Official taekwondo training manual. New York:
Sterling Publishing, 2005.
MATSUMOTO, Yoshizo. Criação do judô: prof. Jigoro Kano funda o Kodokan. São
Paulo: e-books, 1996. Disponível em: <http://www.judobrasil.com.br/historia2.htm>
Acesso em: 5 maio 2016.
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