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DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
CURSO DE MESTRADO EM MATEMÁTICA
EXERCÍCIOS DE ANÁLISE NO Rn
TURMA 2012\1
Exercício 1
Se |u + v| = |u| + |v|, com u 6= 0 (norma euclidiana), prove que existe α ≥ 0 tal que v = α · u.
Solução.
⇒ hu, vi = |u||v|.
hv, ui
Tomemos o vetor w = v − u. Como hu, vi = |u||v|, então temos que:
hu, ui
hv, ui hv, ui
hw, wi = v − u, v − u
hu, ui hu, ui
|u|2 |v|2 − hv, ui2
= =0
|v|2
hv, ui
⇒v= .
hu, ui
Exercício 2
Sejam x, y, z ∈ Rn tais que (na norma euclidiana) |x − z| = |x − y| + |y − z|. Prove que existe
t ∈ [0, 1] tal que y = (1 − t)x + tz. Mostre que isto seria falso nas normas do máximo e da soma.
Solução. Chamando u = x − y e v = y − z , temos que |u + v| = |u| + |v|. Ora, mas pela
desigualdade triangular |u + v| ≤ |u| + |v|, onde a igualdade ocorre se, e só se u = αv, para a lgum
α ≥ 0 ∈ R, disto resulta que existe α ≥ 0 ∈ R tal que u = αv, isto é, x − y = α(y − z) ⇒
1 α α
(1 + α)y = x + αz ⇒ y = ( 1+α )x + ( 1+α )z, daí chamando t = 1+α
, temos que t ∈ [0, 1] e satisfaz
y = (1 − t)x + tz.
Se tomarmos os pontos x = (1, 0), y = (0, 0) e z = (0, 1), é fácil ver que eles não são colineares mas
satisfazem |x−z|S = |x−y|S +|y −z|S , portanto na norma da soma a afirmação não é verdadeira. Da
mesma forma os pontos x = (2, 0), y = (1, 0) e z = (0, 1/2) são um contra-exemplo pra afirmação
se considerarmos a norma do máximo.
Exercício 3
Sejam x, y ∈ Rn não-nulos. Se todo z ∈ Rn que é ortogonal a x for também ortogonal a y, prove que
x e y são múltiplos um do outro.
Solução. Tem-se x 6= 0 e y 6= 0. Se x = y não há nada para demonstrar.
hx, yi
Suponha x 6= y então o vetor y − · x é ortogonal a x e, por hipótese, também é ortogonal a y e
|x|2
assim
hx, yi hx, yi hx, yi
y, y − · x = x, y − · x ⇒ y − x, y − · x = 0.
|x|2 |x|2 |x|2
como y − x 6= 0, temos
hx, yi hx, yi
y− · x = 0 ⇒ y = · x,
|x|2 |x|2
portanto y é múltiplo de x.
Exercício 4
Solução.
1 1
2
(x + y), y − x = 2
hx + y, y − xi
1
= 2
(hx, yi − hx, xi + hy, yi − hx, xi)
1
= 2
(hy, yi − hx, xi)
1
= 2
(|y|2 − |x|2 )
= 0,
como queríamos provar.
Exercício 1
Dados a 6= b em Rn determine c, pertencente à reta ab, tal que c ⊥ (b − a). Conclua que para todo
x ∈ ab, com x 6= c, tem-se |c| < |x|.
Solução. ab = {a + t(b − a); t ∈ R}
Como c ∈ ab ; c = a + t(b − a) onde t é tal que hc, b − ai = 0 ⇒ ha, b − ai + t|b − a|2 = 0
−ha, b − ai
⇒t= .
|b − a|2
Assim, c é completamente determinado.
Por outro lado:
|c|2 < |c|2 + |b − a|2 = |c + (b − a)|2 = |a + t(b − a) + (b − a)|2 = |a + (1 − t)(b − a)|2 = |x|2 ∀x ∈ ab
com x 6= c.
Portanto, |c| < |x|, ∀x ∈ ab.
Exercício 2
Sejam |x| = |y| = r, com x 6= y (norma euclidiana). Se 0 < t < 1, prove que |(1 − t)x + ty| < r.
Conclua que a esfera S(0; r) não contém segmentos de reta.
Solução. Seja xy o segmento de reta de extremos x e y. Então xy = {(1 − t)x + ty; t ∈ [0, 1]}.
Temos que
|(1 − t)x + ty| = |x − tx + ty| = |x + t(y − x)| ≤ |x| + t|y − x| ≤ r + t|y − x| < r.
Como S(0; r) = {x ∈ Rn ; |x| = r}, vê-se facilmente que a esfera não contém segmentos de reta.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 4
Exercício 3
[
Dados o conjunto convexo X ⊂ Rn e o número real r > 0, seja Br (X) = Br (x). Prove que
x∈X
Br (X) é convexo.
Solução. Sejam a, b ∈ Br (X). Então existem x0 , x1 ∈ X tal que a ∈ Br (x0 ) e b ∈ Br (x1 ),
portanto |a − x0 | < r e |b − x1 | < r.
Seja c um ponto do segmento ab , então c = (1 − t)a + tb, para algum t ∈ (0, 1), daí para este t
tome xc = (1 − t)x0 + tx1 · xc ∈ X pois X é convexo. Além disso, temos:
= (1 − t)|(a − x0 )| + t|(b − x1 )|
< (1 − t)r + tr
= r.
Logo, c = (1 − t)a + tb ∈ Br (X), e como c é um ponto arbitrário do segmento ab, segue que
ab ⊂ Br (X), portanto Br (X) é convexo.
Exercício 4
Exercício 5
Seja T : Rm −→ Rn uma transformação linear. Prove que se T 6= 0 então T não é uma aplicação
limitada. Se X ⊂ Rm é um conjunto limitado, prove que a restrição TX : X −→ Rn de T ao conjunto
X é uma aplicação limitada.
Solução. De fato, dado x ∈ Rm se |T (x)| = c ∈ R+ então |T (nx)| = nc > 0. Logo T não é
limitada, pois R é um corpo arquimediano.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 5
Seja X ⊂ Rm um conjunto limitado. Tomemos a norma da soma, e como X é limitado, existe K tal
que |x| ≤ K, ∀x ∈ X. Temos x = x1 e1 + · · · + xm em . Seja M = máx{|T (e1 )|, · · · , |T (em )|}. Daí,
Exercício 1
Para todo conjunto X ⊂ Rm , prove que int.X é um conjunto aberto, isto é int.int.X ⊂ int.X.
Solução. Tomemos x ∈ int.X ⇒ ∃ r0 > 0; B(x, r0 ) ⊂ X.
Afirmação : B(x, r0 ) ⊂ int.X.
Prova: De fato, seja y ∈ B(x, r0 ) e tomemos ε = r0 − |y − x|. Então para todo x ∈ B(y, ε) temos
|x − x| ≤ |x − y| + |y − x| < r0 − |y − x| + |y − x| = r0 ⇒ x ∈ B(x, r0 ) ⇒ B(y, ε) ⊂
B(x, r0 ) ⊂ X, portanto y ∈ int.X, logo int.X é aberto.
Exercício 2
Prove que int.X é o maior conjunto aberto contindo em X, ou seja, se A é aberto e A ⊂ X então
A ⊂ int.X
Solução. Seja a ∈ A, como A é aberto, ∃r > 0 tal que B(a; r) ⊂ A, e já que A ⊂ X, segue-se
[
que B(a; r) ⊂ X, i.e., x ∈ int.X. Então A ⊂ int.X. Assim, int.X = Aλ , com Aλ aberto.
Aλ ⊂X
Exercício 3
Dê um exemplo de um conjunto X ⊂ Rn cuja a fronteira tem interior não vazio e prove que isto não
seria possível se X fosse aberto.
Solução. Tomando X = Q ⊂ R, temos que a fronteira dos racionais são os reais, pois, dado
x ∈ R, toda bola aberta centrada em x irá conter números racionais e numéros irracionais. Fato
decorrente da densidade dos racionais em R.
Dado X ⊂ Rn aberto, temos que X = int.X ⇒ ∀ x ∈ X, ∃ ε > 0 tal que B(x; ε) ⊂ X ⇒ ∂X = ∅,
pois x ∈ ∂X se toda bola aberta centrada em x possuir pontos do interior de X e do complementar
de X. Assim, nenhum ponto x ∈ ∂X é ponto interior.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 6
Exercício 4
Exercício 5
Prove que toda coleção de abertos dois a dois disjuntos e não-vazios de Rn é enumerável.
Solução. Tome em cada aberto A dessa coleção um ponto pertencente ao conjunto não-vazio
A ∩ Qn . Como Qn é enumerável o mesmo ocorre com o conjunto dos pontos escolhidos, a cada um
dos quais corresponde um único aberto da aberto da coleção, pois estes são disjuntos.
1.1.4 Sequências em Rn
Exercício 1
Dada a sequência (xk )k∈N em Rn , sejam N0 e N00 subconjuntos infinitos de N tais que N = N0 ∪ N00 .
Se as subsequências (xk )k∈N0 e (xk )k∈N00 convergem para o mesmo limite a, prove que lim xk = a.
k∈N
Solução. Dado ε > 0, existem k1 , k2 ∈ N tais que k > k1 , k ∈ N0 ⇒ |xk − a| < ε e k > k2 , k ∈
N00 ⇒ |xk − a| < ε. Seja k0 = max{k1 , k2 }. Como N = N0 ∪ N00 , segue que k > k0 ⇒ |xk − a| < ε.
Logo lim xk = a.
Exercício 2
Dada a sequência (xk )k∈N Rn , prove que as seguintes afirmações são equivalentes:
(a) lim kxk k = +∞
(b) (xk )k∈N não possui subsequências convergentes.
(c) Para cada conjunto limitado X ⊂ Rn , o conjunto Nx = {k ∈ N; xk ∈ X} é finito.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 7
Solução.
(a) ⇒ (b)
Suponha que houvesse uma subsequência (xk )k∈N0 ⊂ (xk )k∈N convergindo para a. Então dado = 1,
∃ k1 ∈ N tal que ∀ k ≥ k1 , k ∈ N0 ⇒ |xk − a| < 1 ⇒ ||xk | − |a|| ≤ |xk − a| < 1 ⇒ |xk | <
1 + |a|. Em contrapartida, para = |a| + 1, ∃ k2 ∈ N tal que ∀ k > k2 ⇒ |xk | > |a| + 1, pois
lim xk = +∞. Daí se tomarmos k0 = max{k1 , k2 }, então ∀ k ∈ N0 tal que k ≥ k0 , temos por um
k→ ∞
lado que |xk | < 1 + |a| e por outro lado |xk | > |a| + 1. Contradição! Portanto (xk )k∈N0 não admite
subsequência convergente.
(b) ⇒ (c)
Suponha que (xk )k∈N não possui subsequências convergentes e que para algum conjunto limitado
X ⊂ Rn , o conjunto NX = {k ∈ N; xk ∈ X} seja infinito. Desse modo a sequência (xk )k∈Nx
é limitada, então pelo teorema de Bolzano-Weierstrass ∃ N0 ( infinito) ⊂ NX ⊂ N tal que (xk )k ∈N0
converge, ou seja , (xk )k∈N admite subsequência convergente. Contradição!
(c) ⇒ (a)
Admitindo (c), suponha que lim kxk k 6= +∞ ⇒ ∃ A > 0; ∀ k0 ∈ N, ∃ k > k0 satisfazendo
|xk | < A, e neste caso temos que o conjunto limitado X = {k ∈ N; xk ∈ B(0; A)} é infinito.
Contradição!
Exercício 3
Sejam A ⊂ Rn aberto e a ∈ A. Prove que se lim xk = a então existe k0 ∈ N tais que k > k0 ⇒
k→∞
xk ∈ A.
Solução. Como lim xk = a ⇔ Dado ε > 0, existe k0 ∈ N tais que kxk − ak < ε quando k > k0
k→∞
i.e. ∀ε > 0, xk ∈ B(a, ε) para k > k0 .
Seja ε := |a − ∂A|/2, daí xk ∈ B(a; ε) ⊂ A quando k > k0 .
Exercício 4
k→∞
Se a ∈ ∂X, prove que existem sequências de pontos xk ∈ X e yk ∈ Rn − X tais que xk , yk −→ a.
Vale a recíproca?
Solução. Como a ∈ ∂X, ∀ ε > 0 a bola B(a; ε) contém pontos de X e Rn − X. Assim, ∀ k ∈ N,
existe xk ∈ X e yk ∈ Rn − X com |xk − a| < 1/k e |yk − a| < 1/k. Pela denifição de limite de
k→∞
sequências, segue que xk , yk −→ a.
k→∞
Reciprocamente, se xk , yk −→ a, com xk ∈ X e yk ∈ Rn − X, então ∀ ε > 0, ∃ k0 > 0 tal que
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 8
k > k0 ⇒ xk , yk ∈ B(a; ε). Como ∀ ε > 0 a bola B(a; ε) contém pontos de X e de seu complementar
então a ∈ ∂X.
Exercício 1
• X ∪Y =X ∪Y:
X ⊆ X ∪ Y ⇒ X ⊆ X ∪ Y e Y ⊆ X ∪ Y ⇒ Y ⊆ X ∪ Y . Logo X ∪ Y ⊆ X ∪ Y .
Portanto, X ∪ Y = X ∪ Y .
• X ∩Y ⊂X ∩Y:
X ⊆ X e Y ⊆ Y , logo X ∩ Y ⊆ X ∩ Y . X ∩ Y é fechado e contém X ∩ Y , mas X ∩ Y é o
menor fechado que contém X ∩ Y , portanto X ∩ Y ⊂ X ∩ Y .
Sejam a, b e c ∈ R tais que a < b < c. Então para X = (a, b) e Y = (b, c) podemos verificar
que X ∩ Y = { b} =
6 ∅=X ∩Y.
Exercício 2
Diz-se que o ponto a ∈ Rn é valor de aderência da seqüência (xk )k∈N quando a é limite de alguma
subseqüência de (xk )k∈N . Prove o conjunto dos valores de aderência de qualquer seqüência é fechado.
Solução. Seja F = { conjunto dos valores de aderência da sequência (xk )}.
Tomemos a ∈ F ⇒ B(a; εk ) ∩ F 6= ∅, ∀ εk = 1/k, k ∈ N.
Para ε1 = 1, tomemos a1 ∈ B(a, ε1 ) ∩ F . Como a1 ∈ F ⇒ (xk )k∈N ∩ B(a1 ; ε1 − |a − a1 |) 6= ∅.
Seja xk1 ∈ (xk )k∈N ∩ B(a1 , ε1 − |a − a1 |).
Prosseguindo dessa forma, no i-ésimo passo teremos ai ∈ B(a; εi ) ∩ F . Como ai ∈ F ⇒
(xk )k∈N ∩ B(ai ; εi − |a − ai |) 6= ∅. Tomemos xki ∈ (xk )k∈N ∩ B(ai , εi − |a − ai |).
Os termos (xki )i∈N constituem uma subsequência de (xk )k∈N , além disso |xki − a| < 1/i, ∀ i ∈
N ⇒ xki −→ a, portanto a ∈ F , desse modo F ⊂ F ⇒ F é fechado.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 9
Exercício 3
Exercício 4
Exercício 5
Exercício 6
é limitado. O mesmo vale para yk , pois B é limitado. Daí, a = lim yk . Logo, a ∈ A ∩ B. Como A e
B são disjuntos, não podemos ter a ∈ A e a ∈ B. Portanto, a ∈ ∂A ∩ ∂B.
Exercício 7
Exercício 8
Prove que se C ⊂ Rn é convexo e fechado então, para todo x ∈ Rn , existe um único x = f (x) ∈ C
tal que d(x, C) = |x − x|
Solução. (Existência): C é fechado e {x} é compacto ⇒ ∃ x ∈ C; d(x, C) = |x − x|.
(Unicidade): Se x ∈ C então f (x) = x e a unicidade é óbvia, pois ∀ x 6= x0 , |x − x0 | > 0 = |x − x|.
Se x ∈
/ C, então suponha que exista outro x ∈ C; d(x, C) = |x − x| = |x − x| = r. Ora,
desse modo temos que x e x ∈ S(x, r). Daí ∀ t ∈ (0, 1) tem-se que x(1 − t) + tx ∈ C e
|x(1 − t) + tx − x| = |(x − x)(1 − t) + t(x − x)| < r = d(x; C). Contradição !
Exercício 1
Exercício 2
Se toda cobertura aberta de um conjunto X ⊂ Rn admite uma subcobertura finita, então prove que X
é um conjunto compacto.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 11
Solução.
(Limitado)
Suponha que X fosse ilimitado. Então pra nenhum k ∈ N, X ⊂ B(0; k). Daí neste caso teríamos
[
que B(0; k) é uma cobertura de X que não admite subcobertura finita, portanto X deve ser limi-
k∈N
tado.
(Fechado)
Suponha que X não seja fechado, então existe (xk ) ⊂ X; xk −→ a ∈ / X. Daí, para cada k ∈ N,
[
considere o aberto Rn \B[a; 1/k] = Ak . Então Ak é uma cobertura aberta de X que não admite
k∈N
subcobertura finita, portanto X deve ser fechado.
Exercício 3
Seja (xk ) uma sequência limitada em Rn que possui um único valor de aderência. Prove que (xk ) é
convergente. Dê exemplo de uma sequência (não-limitada) não convergente que tem um único valor
de aderência.
Solução. Seja a um valor de aderência de (xk ). Se não fosse a = lim xk , existiriam ε > 0 e uma
infinidade de índices k tais que |xk − a| ≥ ε. Passando a uma subsequência, se necessário, teríamos
lim xk = b, com |b − a| ≥ ε, logo b 6= a seria outro valor de aderência. Quanto ao exemplo, basta
k∈N0
tomar xk = 0 para k ímpar e xk = k.ei se k é par.
Exercício 4
Exercício 5
Seja X ⊂ Rn tal que, para todo compacto K ⊂ Rn , a interseção X ∩ K é compacta. Prove que X é
fechado.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 12
Solução. Seja a ∈ X, então existe uma sequência (xk ) ⊂ X tal que a = lim xk .
Defina K = {xk ; k ∈ N} ∪ {a}. K é compacto. Daí, por hipótese X ∩ K é compacto, em particular
X ∩ K é fechado. Como (xk ) ⊂ X ∩ K, então a = lim xk ∈ X ∩ K, portanto pertence a X. Logo
X é fechado.
Exercício 1
Solução.
(a) ⇒ (b) Suponha que f (xk ) possui uma subsequência convergindo para o ponto f (x0 ). O
conjunto K = {f (xk ); k ∈ N} ∪ {f (x0 )} seria compacto, logo f −1 (K) seria um compacto contendo
todos os xk ∈ Rm e então (xk ) possuiria uma subsequência convergente.
(b) ⇒ (a) Seja K compacto e suponha, por absurdo, que f −1 (K) não seja compacto. Então,
como K é fechado e f é contínua, temos que f −1 (K) é ilimitada. Daí, seja (xk ) ⊂ f −1 (K) ∩ Rm uma
sequência sem subsequências convergentes (basta tomar uma sequência ilimitada em f −1 (K) ∩ Rm )
⇒ f (xk ) ⊂ K e portanto admite subsequência convergente. Contradição.
Exercício 2
Tomemos
a a1 an−1
0
|p(z)| = |z|n · n + n−1 + · · · + + an
z z z
e
|zk | → +∞.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 13
Ponha
a0 a1 an−1
q(z) = n
+ n−1 + · · · + + an .
z z z
A sequência |q(zk )| é limitada, pois
|q(zk )|
z }| {
a0 a 1 a n−1
0 < n + n−1 + · · · + + an
z z zk
k k
a0 a1 an−1
≤ n + n−1 + · · · +
+ |an | → |an |,
zk zk zk
quando |zk | → +∞. Como |q(zk )| é limitada e lim |zk |n = +∞, tem-se que
Exercício 3
Exercício 4
Solução. Seja a ∈ π(F ). Então existe (xk = π(xk , yk ))k∈N ∈ π(F ) tal que lim xk = a.
k∈N
Como (xk , yk ) ∈ F =⇒ yk ∈ K , logo como K é compacto ∃(yk )k∈N0 ⊂ (yk )k∈N tal que lim0 yk = b.
k∈N
Logo lim0 (xk , yk ) = (a, b) ∈ F pois F é fechado. Então a = π(a, b) ∈ π(F ).
k∈N
Assim temos que π(F ) ⊂ π(F ), e como sempre π(F ) ⊂ π(F ), logo π(F ) = π(F ) ⇔ π(F ) é
fechado.
Exemplo:
Considere C = {(x, y) : x > 0, xy ≥ 1} ⊂ R2 um conjunto fechado.
π : C −→ R tal que (x, y) 7−→ π(x, y) = x, ∀(x, y) ∈ C.
π(C) = (0, +∞) não é fechado.
Exercício 1
Exercício 2
Exercício 3
Exercício 4
|φ(xk ) − φ(yk )| −→ 0
Se f e g são limitadas, isto é, existem Mf , Mg > 0 tais que |f (x)| < Mf , ∀x e |g(y)| < Mg , ∀y,
então
|ψ(xk ) − ψ(yk )| ≤ Mf |g(xk ) − g(yk )| + Mg |f (xk ) − f (yk )| −→ 0.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 16
Exercício 5
Seja C ⊂ Rn convexo. Se x ∈ Rn e x ∈ C são tais que |x−x| = d(x, C), prove que hx − x, y − xi ≤ 0
para todo y ∈ C.
Solução. Suponha que exista y ∈ C tal que hx − x, y − xi > 0. Defina z = (y − x)t + x. Então
t2 |y − x|2 − 2t hy − x, x − xi + |x − x|2
2 hy − x, x − xi
Daí, ∀ t ∈ I = (0, 1) ∩ 0, 2
6= ∅, temos que t2 |y − x|2 − 2t hy − x, x − xi < 0
|y − x|
⇒ |z − x| < |x − x| ⇒ z ∈ / C. Absurdo, pois C é convexo.
Exercício 6
Dado C ⊂ Rn convexo e fechado, seja f : Rn −→ C definida por f (x) = x, onde x , é o único ponto
de C tal que |x − x| = d(x, C). Prove que |f (x) − f (y)| ≤ |x − y| para quaisquer x, y ∈ Rn , logo f
é uniformemente contínua.
Solução. Sabemos pelo exercício anterior que se C é convexo , x ∈ Rn e x ∈ C são tais que
|x − x| = d(x, C), então hx − x, y − xi ≤ 0 para todo y ∈ C.
Como C é fechado ∃ x0 , y0 ∈ C tal que para x, y ∈ Rn temos, |x−x0 | = d(x, C) e |y −y0 | = d(y, C).
Logo, pelo comentário inicial, temos
hx − x0 , y0 − x0 i ≤ 0, hy − y0 , x0 − y0 i ≤ 0
hy0 − x0 , x − x0 i ≤ 0, hy0 − x0 , y0 − yi ≤ 0
logo
hy0 − x0 , x − x0 i + hy0 − x0 , y0 − yi ≤ 0
hy0 − x0 , x − x0 + y0 − yi ≤ 0
|y0 − x0 |2 ≤ hy0 − x0 , y − xi
|y0 − x0 | ≤ |y − x|
Assim
|f (y) − f (x)| ≤ |y − x|
1.1.9 Homeomorfismos
Exercício 1
Exercício 2
Exercício 3
Exercício 4
Exercício 5
g:X → Y
ϕ(x) se x 6= a
x 7→
b se x = a
Ora, tomemos então (xk ) ⊂ X − {a} tal que xk −→ a e suponha que g(xk ) 6−→ b. Desse modo
inf
/ B(b, ), ∀ k ∈ N0 .
devem existir > 0 e N0 ⊂ N tal que ϕ(xk ) = g(xk ) ∈
Chamemos ϕ(xk ) = yk . Então, como Y é compacto e (yk ) ⊂ Y ⇒ ∃ N00 ⊂ N 0 e c 6= b ∈ Y
k∈N00
tal que yk → c. Mas ϕ é bijetiva ⇒ ∃ a ∈ X − {a} tal que ϕ(a) = c, e então usando o fato que
k∈N00
ϕ é homeomorfismo, segue que xk = ϕ−1 (yk ) → ϕ−1 (c) = a, onde a 6= a. Contradição! Portanto
g(xk ) −→ b. Como X é compacto e g é bijetiva e contínua, segue que g é homeomorfismo de X
sobre g(X) = Y .
Exercício 1
Prove que um conjunto X ⊂ Rn é conexo se, e somente se, para cada par de pontos a, b ∈ X existe
um conjunto conexo Cab ⊂ X tal que a ∈ Cab e b ∈ Cab .
Solução.
(⇒) Se X é conexo, basta tomar Cab = X sempre.
(⇐) Seja a ∈ X fixo. Então, para todo x ∈ X existe um conjunto conexo Cax ⊂ X tal que
[
a, x ∈ Cax . Logo, X = Cax . Como os conjuntos Cax são conexos e têm em comum o ponto a
x∈X
entao X é conexo.
Exercício 2
Exercício 3
Exercício 4
Exercício 5
1.1.11 Limites
Exercício 1
Exercício 2
Exercício 3
Dada f : Rm −→ Rn , diz-se que se tem lim f (x) = ∞ quando para todo B > 0 existe A > 0 tal
x→∞
que |x| > A ⇒ |f (x)| > B. Se p : R −→ R2 é um polinômio complexo não-constante, prove que
2
lim p(z) = ∞.
z→∞
Solução. Seja p : R2 −→ R2 , onde p(z) = a0 + a1 z + . . . + ak z k , polinômio complexo não
constante. Temos que:
a a1 ak−1
0
p(z) = z k + + ··· + + ak .
zk z k−1 z
Tome
a0 a1 ak−1
ϕ(z) = k
+ k−1 + · · · + .
z z z
c c
Afirmação (*) lim ϕ(z) = 0 , isto é, dado = ε > 0, ∃δ > 0 tal que |z| > δ ⇒ |ϕ(z)| < ,
z→∞ 2 2
onde c = |ak |.
Logo
|p(z)| = |z k (ϕ(z) + ak )|
= |z k ϕ(z) + z k ak |
≥ |z k ||ak | − |z k ||ϕ(z)|, para |z| > δ
c
≥ |z k |c − |z k |
2
c
= |z k | c −
2
k c
= |z | .
2
Portanto,
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 22
c
|p(z)| ≥ |z k | , para |z| > δ
2
⇒ lim |p(z)| = ∞.
z→∞
Prova da Afirmação (*) lim ϕ(z) = 0 , isto é, dado ε > 0, ∃δ > 0 tal que |z| > δ ⇒ |ϕ(z)| < ε
z→∞
a a1 an−1 a0 a
0 n−1
|ϕ(z)| = n + n−1 + · · · + ≤ n + ···
z z z z z
a a L L
0 n−1
≤ + ··· + ≤ + ··· +
z z |z| |z|
nL
=
|z|
onde L = max{|ai |, i = 0, . . . , n − 1}.
nL
Logo, tomando δ = , temos
ε
nL nL nL
|z| > ⇒ |ϕ(z)| < = = ε.
ε |z| nL
ε
Portanto,
|ϕ(z)| < ε.
Exercício 4
1.2 - Caminhos em Rn
Exercício 1
= 0.
Exercício 2
Portanto,
Exercício 3
Seja f : R −→ R3 a hélice cilíndrica, definida por f (t) = (cos t, sen t, t). Prove que, para todo
t ∈ R, a reta que liga os pontos f (t) e f (t) + f 00 (t) intersecta o eixo vertical de R3 .
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 24
Solução. Temos f 0 (t) = (−sen t, cos t, 1) e f 00 (t) = (− cos t, −sen t, 0), então
Exercício 4
O caminho g : R −→ R3 , definido por g(t) = (a cos bt, asen bt, ct) , é também chamado de hélice.
Determine a relação entre as constantes a, b, c a fim de que o caminho g esteja parametrizado pelo
comprimento do arco.
0
Solução. Uma curva α é parametrizada pelo comprimento do arco se |α (t)| = 1.
Seja g : R −→ R3 , definido por g(t) = (a cos bt, asen bt, ct).
0
Temos que g (t) = (−absen bt, ab cos bt, c) logo,
0
p 0
|g (t)| = hg (t), g 0 (t)i
p
= (−absen bt)2 + (ab cos bt)2 + c2
√
= a2 b2 sen 2 bt + a2 b2 cos2 bt + c2
p
= a2 b2 (sen 2 bt + cos2 bt) + c2
√
= a2 b 2 + c 2 .
Como queremos que g seja parametrizada pelo comprimento do arco temos que ter
0
|g (t)| = 1
√
⇒ a2 b 2 + c 2 = 1
⇒ a2 b2 + c2 = 1.
Exercício 1
Seja f : [a, b] −→ Rn um caminho diferenciável tal que f (a) = f (b) = 0. Prove que existe c ∈ (a, b)
tal que hf (c), f 0 (c)i = 0.
Solução. Seja g : [a, b] −→ R; g(t) = hf (t), f (t)i. Temos que g é contínua em [a, b] e dife-
renciável em (a, b). Além disso g(a) = g(b). Daí, pelo teorema do valor médio para funções reais,
temos que existe c ∈ (a, b) tal que 0 = g(b) − g(a) = g 0 (c)(b − a) = 2 hf (c), f 0 (c)i (b − a) ⇒
hf (c), f 0 (c)i = 0.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 25
Exercício 3
2
Seja f : I −→ Rn um caminho diferenciável cujos valores são matrizes n × n. Prove que
2
g : I −→ Rn , dado por g(t) = f (t)k , é diferenciável e calcule g 0 (t).
ϕ
Solução. Temos que g é diferenciável, pois é a composta t 7→ f (t) 7→ (f (t), · · · , f (t)) → f (t)k ,
2 2
onde ϕ : Rn × · · · × Rn é a aplicação k-linear dada pelo produto de matrizes.
2 2
f : Rn −→ Rn 2 2
A derivada da função é a transformação linear f 0 (x) : Rn → Rn , dada por
x 7−→ xk
k
X
f 0 (x) · v = xi−1 · v · xk−i .
i=1
Em dimensão 1 e pela regra da cadeia
k
!
X
0
f (t) = x(t) i−1
· x(t) k−i
· f 0 (t).
i=1
Exercício 1
Sejam f : [a, b] −→ Rn e ϕ : [a, b] → R de classe C 1 . Se |f 0 (t)| ≤ ϕ0 (t) para todo t ∈ (a, b), prove
que |f (b) − f (a)| ≤ ϕ(b) − ϕ(a).
Solução. Pelo Teorema Fundamental Cálculo para caminhos temos:
Z b
f 0 (t)dt = f (b) − f (a)
a
Z b Z b
0
|f 0 (t)|dt
⇒ |f (b) − f (a)| = f (t)dt ≤
a a
Z b
≤ ϕ0 (t)dt = ϕ(b) − ϕ(a)
a
Exercício 2
hk−1 k−1
f (a + h) = f (a) + h · f 0 (a) + · · · + f (a) + rk
(k − 1)!
onde
1
hk
Z
rk = (1 − t)k−1 f (k) (a + th)dt.
(k − 1)! 0
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 26
Solução. Como f (t) = f1 (t), . . . , fn (t) é um caminho de classe C k , segue que
fi (t) : [a, a + h] −→ R é um caminho de classe C k , ∀i = 1 . . . n. Pela fórmula de Taylor com
resto integral para funções reais temos que
hk−1 k−1
fi (a + h) = fi (a) + h · fi0 (a) + ··· + fi (a) + rki ,
(k − 1)!
1
hk
Z
(k)
onde rki = (1 − t)k−1 fi (a + th)dt, ∀ i = 1, . . . , n.
(k − 1)! 0
Assim,
f (a + h) = f1 (a + h), . . . , fn (a + h)
hk−1 k−1
= f1 (a) + h · f10 (a) + · · · + f (a) + rk1 , . . . , fn (a) + h · fn0 (a) + · · · +
(k − 1)! 1
hk−1 k−1
+ fn (a) + rkn
(k − 1)!
hk−1 k−1
= f (a) + h · f 0 (a) + · · · + f (a) + rk ,
(k − 1)!
onde
rk = (rk1 , · · · , rkn )
Z 1 Z 1
hk hk
k−1 (k) k−1 (k)
= (1 − t) f1 (a + th)dt, . . . , (1 − t) fn (a + th)dt
(k − 1)!Z 0 (k − 1)! 0
1
hk
= (1 − t)k−1 f (k) (a + th)dt.
(k − 1)! 0
Exercício 3
Exercício 1
Exercício 3
onde K = max{|xi − xi−1 |}. Então l(f ; P ) é limitado para toda partição P . Portanto f é retificável.
i=1,n
Exercício 4
Dado U ⊂ Rn aberto e conexo, defina a distância intrínseca entre os pontos a, b ∈ U como o ínfimo
dU (a, b) dos comprimentos dos caminhos retificáveis f : I −→ U , que ligam a e b. Prove que se (xk )
é uma sequência de pontos em U e a ∈ U , tem-se que lim xk = a se, e somente se, lim dU (xk , a) = 0.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 28
Solução.
(⇐) Da definição de distância intrínseca entre os pontos x e a concluimos que |x − a| ≤ dU (x, a),
logo se lim dU (xk , a) = 0 ⇒ lim xk = a.
(⇒) Seja B = B(a; r) ⊂ U . Para pontos xk ∈ B, tem-se que dU (xk , a) = |x − a|, portanto
lim xk = a ⇒ lim |xk − a| = 0 ⇒ lim dU (xk , a) = 0, pois xk ∈ B para todo k suficientemente
grande.
Exercício 1
Exercício 2
Para mostrar que f depende de y, basta mostrar que f assume valores diferentes para diferentes
valores de y. Para tal, considerando x > 0, y > 0, temos que f (x, y) = x2 é estritamente positiva e,
tomando o simétrico da segunda coordenada (essa passa a ser negativa), obtemos f (x, −y) = 0.
Exercício 3
Diz-se que um caminho retilíneo f : I −→ Rn é paralelo ao i-ésimo eixo quando ele é da forma
f (t) = a + tei , t ∈ I. Se U ⊂ Rn é um aberto conexo, prove que dois pontos a, b ∈ U quaisquer
podem ser ligados por um caminho poligonal contido em U , cujos trechos retilíneos são paralelos aos
∂f
eixos. Conclua que se U ⊂ Rn é conexo e f : U −→ R cumpre (x) = 0 para todo x ∈ U e
∂xi
qualquer i com 1 ≤ i ≤ n, então f é constante.
Solução. Dois pontos quaisquer de uma bola podem ser ligados por um caminho poligonal contido
nela, o qual tem seus lados paralelos aos eixos. Segue-se daí, que o mesmo ocorre em qualquer aberto
conexo. Fixando a ∈ U , para todo ponto x ∈ U , unindo-o ao ponto a por um caminho desse tipo, em
∂f
cada segmento retilíneo do caminho varia apenas a i-ésima coordenada, e como = 0, a função f
∂xi
se mantém constante ao longo desse segmento. Então f (x) = f (a) para todo x ∈ U e f é constante.
Exercício 4
∂f
Seja U ⊂ Rn aberto. Se f : U −→ R possui derivadas parciais ∂xi
: U −→ R, i = 1, . . . , n
limitadas, prove que f é contínua.
∂f
Solução. Seja M > 0 tal que (x) ≤ M , ∀ i = 1, . . . , n e ∀ x ∈ M .
∂xi
Dados x, x + v ∈ U com v = (α1 , . . . , αn ) definamos a seguinte sequência de vetores em Rn :
v0 = 0
v1 = v0 + α1 e1
v2 = v1 + α2 e2
.. .. ..
. . .
vn = vn−1 + αn en = v.
Daí
f (x + v) − f (x) = f (x + v1 ) − f (x + v0 ) + f (x + v2 ) − f (x + v1 ) + . . . + f (x + vn ) − f (x)
Xn
⇒ f (x + v) − f (x) = [f (x + vi ) − f (x + vi−1 )]
i=1
∂f
|f (x + vi ) − f (x + vi−1 )| =
(z) .|αi | ≤ M |αi |, z ∈ [vi−1 , vi ]
∂xi
Então,
X n
|f (x + v) − f (x)| ≤ M |αi | = M |v|, daí fazendo y = x + v obtemos que |f (y) − f (x)| ≤
i=1
M |x − y|, logo f é contínua.
Exercício 1
x2 y
Seja f : R2 −→ R definida por f (x, y) = se (x, y) 6= (0, 0) e f (0, 0) = 0. Mostre que, para
x2 + y 2
∂f
todo v = (α, β) ∈ R2 , existe a derivada direcional (0, 0) mas f não é diferenciável no ponto (0, 0).
∂v
Em particular,
∂f ∂f ∂f ∂f
(0, 0) = 0 e (0, 0) = 0 =⇒ ∇f (0, 0) = , (0, 0) = 0.
∂x ∂y ∂x ∂y
∂f
Se f fosse diferenciável no ponto (0, 0), teríamos (0, 0) = h∇(0, 0), vi, o que não ocorre.
∂v
Exercício 2
Seja f : Rn −→ R uma função contínua que possui todas as derivadas direcionais em qualquer ponto
∂f ∂f
de Rn . Se (u) > 0 para todo u ∈ S n−1 , prove que existe a ∈ Rn tal que (a) = 0, seja qual for
∂u ∂v
v ∈ Rn .
∂f
Solução. Seja u ∈ S n−1 . Então a condição (u) > 0 implica que existe δ > 0 tal que para todo
∂u
f (u + tu) − f (u)
t ∈ R satisfazendo −δ < t < 0 tem-se > 0 ⇒ f (u + tu) < f (u).
t
Note que se −δ < t < 0 então 1 − δ < 1 + t < 1 ⇒ |(1 + t)u| < |u| = 1 e assim (1 + t)u ∈ B(0, 1).
Além disso, f (1 + t)u < f (u). Como esta desigualdade vale para todo u ∈ S n−1 , temos que o
mínimo de f |B[0,1] é assumido em algum ponto a ∈ B(0, 1).
Definindo ϕv : R −→ R por ϕv (t) = f (a + tv), ∀ v ∈ Rn , temos que ϕ tem um mínimo local quando
∂f
t = 0 e assim 0 = ϕ0v (0) = (a).
∂v
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 31
Outra Solução.
∂f f (u + tu) − f (u)
Temos que (u) = lim > 0.
∂u t−→0 t
Considere ϕ : R −→ R definida por ϕu (t) = f (tu).
Como
ϕu (1 + h) − ϕu (1) f (1 + h)u − f (u) ∂f
ϕ0u (1) = lim = lim = (u) > 0 ⇒ ϕ0u (1) > 0,
h−→0 h h−→0 h ∂u
então existe ε > 0 tal que 1 − ε < t < 1 ⇒ ϕu (t) < ϕu (1).
Assim,
f (tu) < f (u), 1 − ε < t < 1, u ∈ S n−1 . (i)
Como f é contínua na bola fechada B[0, 1], pelo Teorema de Weierstrass, f assume um mínimo nesse
conjunto, o qual é atingido num ponto a tal que |a| < 1. Se essa desigualdade não fosse estrita,
teríamos que a ∈ S n−1 e assim, de (i), a não seria ponto de mínimo.
Como a ∈ intB[0, 1], temos que a + tv ∈ B[0, 1], para t suficientemente pequeno.
Definindo ψ : R −→ R por ψv (t) = f (a + tv), segue que
ψv (t) = f (a + tv) ≥ f (a) = ψv (0), para cada v ∈ Rn . (ii)
Logo,
Exercício 3
Portanto f é linear.
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 32
x3
ϕ(x, y) = se x2 + y 2 6= 0 e ϕ(x, y) = 0 se x2 + y 2 = 0,
x2 + y 2
t 3 x3 x3
temos que f (tx, ty) = 2 2 . Daí, ∀ t > 0, ϕ(tx, ty) = t = tϕ(x, y) e então se
t (x + y 2 ) x2 + y 2
ϕ fosse diferenciável em (0, 0), pelo que foi provado anteriormente, teríamos ϕ : R2 −→ R linear, o
que não ocorre.
Exercício 4
Seja f : U → R de classe C 1 no aberto U ⊂ Rn . Prove que, dados a ∈ U e ε > 0, ∃ δ > 0 tal que
x, y ∈ U, |x−a| < δ, |y−a| < δ ⇒ f (x)−f (y) = h∇f (a), x−yi+r(x, y), onde |r(x, y)| < ε|x−y|.
∂r
Solução. f ∈ C 1 ⇒ r(x) = f (x) − f (a) − f 0 (a)(x − a) ∈ C 1 (U ) e (a) = 0, i = 1, . . . , n,
∂xi
∂r
então dado ε > 0, existe δ > 0 tal que (x) − ∂r∂xi (a) < ε, ∀ x com |x − a| < δ.
∂xi
Então pelo T.V.M., |x − a| < δ, |y − a| < δ ⇒ |r(x) − r(a)| < ε|x − y|, pois B(a; δ) é convexa.
Agora note que f (x) = f (a) + f 0 (a)(x − a) + r(x) e f (y) = f (a) + f 0 (a)(y − a) + r(y) implicam
f (x) − f (y) = f 0 (a)(x − y) + r(x) − r(y).
r(x, y) := r(x) − r(y) ⇒ f (x) − f (y) = h∇f (a), x − yh + r(x, y), onde |r(x, y)| < ε|x − y|.
Exercício 1
∂ 2f
Seja f : I × J −→ R de classe C 2 no retângulo aberto I × J ⊂ R2 . Se é identicamente nula,
∂x∂y
prove que existem ϕ : I −→ R, ψ : J −→ R de classe C 2 tais que f (x, y) = ϕ(x) + ψ(y) para todo
(x, y) ∈ I × J.
∂ 2f ∂ 2f ∂f ∂f
Solução. Como e são identicamente nulas, não depende de x e não depende
∂x∂y ∂y∂x ∂y ∂x
de y. Fixando (x0 , y0 ) ∈ I × J podemos então definir as funções ϕ : I −→ R e
∂f ∂f
ψ : J −→ R pondo ϕ(x) = (x, y0 ) e ψ(y) = (x0 , y), as quais são de classe C 1 e cum-
∂x ∂y
∂f ∂f
prem ϕ(x) = (x, y), ψ(y) = (x, y) para todo (x, y) ∈ I × J. Então
∂x ∂y
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 33
Z x Z y
∂f ∂f
= (s, y)ds + (x0 , t)dt + f (x0 , y0 )
x0 ∂x y0 ∂y
Z x Z y
= ϕ(s)ds + ψ(t)dt + f (x0 , y0 )
x0 y0
= ϕ(x) + ψ(y).
Exercício 2
∂ 2g ∂ 2g
Use o exercício anterior para provar que se g : R × R → R é de classe C 2 , com = , então
∂x2 ∂y 2
existem ϕ : R −→ R e ψ : R −→ R de classe C 2 , tais que g(x, y) = ϕ(x + y) + φ(x − y) para todo
(x, y).
Solução. Definamos f : R2 −→ R, pondo f (u, v) = g (u + v, u − v).
∂f ∂g ∂x ∂g ∂y ∂g ∂g
= + = + e
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u ∂x ∂y
∂ 2f ∂ 2 g ∂x ∂ 2 g ∂y ∂ 2 g ∂x ∂ 2 g ∂y
= + + +
∂v∂u ∂x2 ∂v ∂y∂x ∂v ∂x∂y ∂v ∂y 2 ∂v
∂ 2g ∂ 2g ∂ 2g ∂ 2g
= − + −
∂x2 ∂y 2 ∂x∂y ∂y∂x
∂ 2g ∂ 2g
= −
∂y 2 ∂x2
∂ 2f
⇒ = 0.
∂v∂u
Logo f satisfaz as condições do exercício anterior, donde segue que existem ϕ : R −→ R e ψ :
R −→ R tais que f (u, v) = ϕ(u) + ψ(v) = g (u + v, u − v), fazendo u + v = x e u − v = y temos
u=x+yev =x−y
Exercício 3
Seja f : Rn −→ R de clase C 2 , tal que f (t, x) = t2 f (x) para todo t > 0 e todo x ∈ Rn . Prove que
n
ai,j xi xj para todo x = (x1 , . . . , xn ) ∈ Rn .
P
existem aij ∈ R (i, j = 1, . . . , n) tais que f (x) =
i,j=1
x4 + y 4
Como explicar f (x, y) = 2 ?
x + y2
Solução.
n ∂f
(i) Derivando a igualdade t2 f (x) = f (tx) em relação a t, obtemos 2tf (x) =
P
(t, x)xj onde
j=1 ∂xj
se usou a regra da cadeia. Derivando outra vez em relação a t (isso é possível, pois f ∈ C 2 ):
n X n
X ∂ 2f
2f (x) = (tx)xi xj ,
i=1 j=1
∂xi ∂xj
ou seja,
n n
1 X X ∂ 2f
f (x) = (tx)xi xj .
2 i=1 j=1 ∂xi ∂xj
Tomando o limite quando t −→ 0, obtemos
n n n n n n
1 X X ∂ 2f 1 X X ∂ 2f 1 XX
f (x) = lim tx xi xj = (0)xi xj = aij xi xj ,
2 i=1 j=1 ∂xi ∂xj t→0 2 i=1 j=1 ∂xi ∂xj 2 i=1 j=1
∂ 2f
onde aij = (0).
∂xi ∂xj
x4 + y 4
(ii) f (x, y) = não é de classe C 2 , pois não tem derivadas parciais contínuas no ponto
x2 + y 2
2
P
(0, 0). Portanto, f (x, y) 6= aij xy.
i,j=1
Exercício 4
∂ 2f
∂f ∂ϕ
(x), (x) + f (x), (x) = 0. (2)
∂xi ∂xj ∂xi xj
∂ 2ϕ ∂ 2f
∂f ∂ϕ ∂f ∂ϕ
(x), (x) + f (x), (x) = (x), (x) + f (x), (x)
∂xj ∂xi ∂xj xi ∂xi ∂xj ∂xi xj
∂ 2ϕ ∂ 2f
∂f ∂ϕ ∂f ∂ϕ
(x), (x) + f (x), (x) − f (x), (x) = (x), (x) .
∂xj ∂xi ∂xj xi ∂xi xj ∂xi ∂xj
∂f ∂ϕ ∂f ∂ϕ
Pelo Teorema de Schwarz, segue que (x), (x) = (x), (x) .
∂x
j ∂x i ∂x i ∂x j
∂f ∂ϕ
Portanto a matriz [aij ], onde aij (x) = (x), (x) é simétrica.
∂xi ∂xj
Exercício 1
Seja r : U −→ R uma função de classe C k definida num aberto U ⊂ Rn que contém a origem 0. Se
r, juntamente com todas as suas derivadas parciais até as de ordem k, se anulam no ponto 0, prove
r(v)
que lim k = 0.
v→0 |v|
Exercício 1
Exercício 2
Sejam f : U −→ R uma função arbitrária,definida num aberto U ⊂ Rn . Prove que o conjunto dos
pontos de máximo (ou de mínimo) local estrito de f é enumerável.
Solução. Seja U o conjunto dos pontos de máximo local estrito de f . Dado x ∈ U, ∃ B(x; 2δ) ⊂
U , tal que y ∈ B(x; 2δ), y 6= x ⇒ f (y) < f (x) ( pois U é aberto e x é máximo local estrito). Para
cada x ∈ U escolhamos um ponto qx ∈ Qn ∩ B(x; δ), (isto é possível pois Qn é denso em Rn ) e um
número racional rx > 0 tal que |x − qx | < rx < δ , portanto B(qx ; rx ) ⊂ B(x; 2δ) e daí y ∈ B(qx , rx )
com y 6= x ⇒ f (y) < f (x).
0
A correspondência x 7→ (qx , rx ) é injetiva pois se qx = qx0 e rx = rx0 então x ∈ B(qx ; rx ) e
x ∈ B(qx0 ; rx0 ). Se fosse x 6= x0 , teríamos f (x0 ) < f (x) e f (x) < f (x0 ), o que é um absurdo.
Disto segue que f é injetiva e assim existe uma correspondência injetiva entre os elementos de U e
um subconjunto de Q × Q, portanto U é enumerável.
Exercício 3
6x 0
A matriz Hessiana Hg(x, y) é dada por . Vejamos a natureza dos pontos críticos.
0 −6y
Seja v = (α, β).
No ponto A, tem-se
√
2 3 0 α √ 2 2
( α β ) √ = 2 3(α − β ).
0 −2 3 β
Exercício 4
Exercício 5
√
!
−2 0 2 4 0
H(0, 0) = e H ± ,0 = .
0 6 2 0 4
Exercício 6
Daí
k
X
aj
k
∂f X j=1
(x) = 0, ∀ i = 1, . . . , n ⇔ kx − aj = 0 ⇔ x = .
∂xi j=1
k
Além disso,
∂ 2f ∂ 2f
(x) = 0, se i 6= j, e (x) = 2k, se i = j.
∂xj ∂xi ∂x2i
Desse modo
2k 0 ··· 0
0 2k · · · 0
Hf (x) = ··· ,
0 0 0
.. .. ..
..
.
. . .
0 0 ··· 2k
k
X
1
⇒ det Hf (x) = (2k)n > 0 ⇒ x = k
aj é ponto de mínimo de f .
j=1
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 39
Exercício 1
Seja A ⊂ Rn um conjunto convexo. Prove que a função f : Rn −→ R, definida por f (x) = d(x, A),
é convexa.
Solução. Para x, y ∈ Rn e t ∈ [0, 1], sejam x, y ∈ A tais que d(x, A) = |x−x| e d(y, A) = |y−y|.
Então (1 − t)x + ty ∈ A (pois o fecho de um conjunto convexo é também convexo). E como
d(x, A) = d(x, A), temos:
f (1 − t)x + ty = d (1 − t)x + ty, A
≤ [(1 − t)x + ty] − [(1 − t)x + ty]
≤ (1 − t)|x − x| + t|y − y|
Exercício 2
Prove que todo ponto de mínimo local de uma função convexa é um ponto de mínimo global. Além
disso, o conjunto dos pontos de mínimo é convexo.
Solução. Seja a ∈ X um ponto de mínimo local da função convexa f : X −→ R. Se existisse
um x ∈ X tal que f (x) < f (a) então, para todo t ∈ [0, 1], teríamos f (1 − t)a + tx ≤ (1 −
t)f (a) + tf (x) < (1 − t)f (a) + tf (a) = f (a). Tomando t > 0 pequeno, obteríamos pontos
y = (1 − t)a + tx tão próximos de a quanto se deseje, com f (y) < f (a), logo a não seria um ponto
de mínimo local. Além disso, se x e y são pontos de mínimo de f , então como o mínimo local de f
é mínimo global, segue que f (x) = f (y), daí se z = (1 − t)x + ty, para algum t ∈ [0, 1], então
f (x) ≤ f (z) ≤ (1 − t)f (x) + tf (x) = f (x), portanto f (z) = f (x) ⇒ z é mínimo global.
Exercício 3
Prove que uma função convexa, f : U −→ R, com U aberto, (mesmo não-diferenciável) não possui
pontos de máximo local estrito.
Solução. Seja a ∈ U . Como U é aberto, a é ponto médio de segmentos de reta [b, c] ⊂ U . Como
f é convexa, tem-se
1
f (a) ≤ f (b) + f (c)
2
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 40
Suponha que a é um máximo local estrito, assim f (a) > f (b) e f (a) > f (c), logo 2f (a) > f (b) +
f (c). Segue-se que
f (b) + f (c) ≥ 2f (a) > f (b) + f (c)
Exercício 4
Prove que o conjunto dos pontos críticos (todos necessariamente mínimos globais) de uma função
convexa diferenciável é um conjunto convexo, no qual f é constante.
Solução. Dados a, b ∈ U pontos críticos arbritrários. Sabemos que ambos são pontos de mínimo
global de f e, em particular, f (a) = f (b). Assim, dado t ∈ [0, 1] ⇒ f ((1 − t)a + tb) ≤ (1 − t)f (a) +
tf (b) = f (a), como f (a) é ponto mínimo global, então concluimos que f (1 − t)a + tb)) = f (a) e
portanto o conjunto dos pontos críticos de f é convexo.
Exercício 5
Se f : X −→ R é convexa, prove que, para todo c ∈ R, o conjunto dos pontos x ∈ X tais que
f (x) ≤ c é convexo. Dê exemplo mostrando que a recíproca é falsa.
Solução. Tomemos a e b ∈ X, tais que f (a) e f (b) ≤ c. Se t ∈ [0, 1], então defina
z = t(b − a) + a = (1 − t)a + tb. Temos que
Exercício 6
Uma função f : X −→ R, definida num conjunto convexo X ⊂ Rn chama-se quase convexa quando,
para todo c ∈ R, o conjunto Xc = {x ∈ X; f (x) ≤ c} é convexo. Prove que f é quase-convexo se, e
somente se, f (1 − t)x + ty ≤ max{f (x), f (y)} para x, y ∈ X e t ∈ [0, 1] quaisquer.
Solução.
(⇒)
Para f : X −→ R quase-convexa, X ⊂ Rn convexo, seja c = max{f (x), f (y)}. Então, f (x) ≤ c
CAPÍTULO 1. EXERCÍCIOS DO LIVRO ANÁLISE REAL VOL.2 41
e f (y) ≤ c. Logo, pela convexidade de X, f (1 − t)x + ty ≤ c = max{f (x), f (y)} para todo
t ∈ [0, 1].
(⇐)
Suponha que f (1 − t)x + ty ≤ max{f (x), f (y)}, para quaisquer x, y ∈ X e t ∈ [0, 1]. Sejam
x, y ∈ X tais que f (x) ≤ c e f (y) ≤ c. Então, max{f (x), f (y)} ≤ c. Portanto, t ∈ [0, 1] ⇒
f ((1 − t)x + ty) ≤ max{f (x), f (y)} ≤ c e f é quase-convexa.
Exercícios do Livro Curso de Análise vol.2
2
2.1 - Topologia do Espaço Euclidiano
2.1.1 Limites
Exercício 1
Exercício 3
Diz-se que se tem lim f (xk ) = ∞ quando (xk ) é uma sequência em Rm que não possui sub-
k−→∞
sequência convergente, isto é,
Exercício 4
Exercício 6
x2 −y 2
Seja f : R2 → R definida por f (x, y) = x2 +y 2
se x2 + y 2 6= 0 e f (0, 0) = 0. Mostre que
limx→0 (limy→0 f (x, y)) 6= limy→0 (limx→0 f (x, y)).
Solução. Para que se tenha limy→0 f (x, y) = b ∈ R é necessário e suficiente que limyk →0 f (x, yk ) = b
seja qual for a sequência de pontos yk ∈ R\{0} tal que limk→∞ yk = 0.
Assim, tomando as sequências yk → 0 e xk → 0 quaisquer temos
lim yk = lim xk = 0
k→∞ k→∞
e
lim (lim f (x, y)) = lim ( lim f (xk , yk ))
x→0 y→0 xk →0 yk →0
Daí,
xk 2 − y k 2 limyk →0 (xk 2 − yk 2 ) xk 2
lim lim = lim = lim = lim 1 = 1
xk →0 yk →0 xk 2 + yk 2 xk →0 limyk →0 (xk 2 + yk 2 ) xk →0 xk 2 xk →0
Portanto,
lim (lim f (x, y)) 6= lim (lim f (x, y)).
x→0 y→0 y→0 x→0
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 44
Exercício 1
O conjunto dos valores de aderência de uma sequência limitada é um conjunto compacto não - vazio.
Solução. Seja F ={ conjunto dos valores de aderência de (xk ) }.
Já provamos anteriormente que o conjunto dos valores de aderência de uma sequência é fechado (
exercício 5.2 - Análise Real vol.2), portanto resta provar que F é limitado e não-vazio.
Ora, como (xk ) é limitado ⇒ ∃ r > 0 tal que (xk ) ⊂ B(0, r), daí F, no máximo, está contido em
B[0, r] e portanto é limitado.
O fato de F ser não-vazio decorre do Teorema de Bolzano-Weierstrass.
Exercício 2
2
As matrizes ortogonais n × n formam um subconjunto compacto de Rn .
Solução. Uma matriz é ortogonal se, e só se At A = I.
Exercício 3
Exercício 4
Exercício 5
Seja X ⊂ Rn+1 − {0} um conjunto compacto que contém exatamente um ponto em cada semi-reta
de origem 0 em Rn+1 . Prove que X é homeomorfo à esfera unitária S n .
Solução. Lembremos que uma semi-reta de origem 0 em Rn+1 é um conjunto do tipo
σ = {tv; t ≥ 0, 0 6= v ∈ Rn+1 }.
x
Seja ϕ : X ⊂ S n a aplicação definida por ϕ(x) = . Vamos mostrar que ϕ é um homeomorfismo.
|x|
x1 x2
Temos que ϕ é bijeção. De fato, dados x1 , x2 ∈ X tais que ϕ(x1 ) = ϕ(x2 ), segue que = ⇔
|x1 | |x2 |
|x1 |
x2 = x1 ⇔ x1 e x2 têm a mesma direção e o mesmo sentido, logo estão na mesma semi-reta e
|x2 |
assim x1 = x2 , pois a interseção de cada semi-reta e o conjunto X é única. Logo, ϕ é injetiva.
ty ty y
Além disso, ∀ y ∈ S n , ∃ t > 0 tal que ty ∈ X, pois y 6= 0, com ϕ(ty) = = = = y.
|ty| t|y| |y|
Dessa maneira, ϕ é também sobrejetiva.
x
Temos ainda que ϕ é contínua, pois ϕ(x) = é um quociente de funções contínuas (x ∈ X ⊂
|x|
Rn+1 − {0} ⇒ |x| = 6 0).
Como X é compacto, logo ϕ é um homeomorfismo.
Exercício 6
sabemos que X é homeomorfo ao gráfico da aplicação contínua h, que é fechado (veja o livro de
Espaços Métricos do Elon). Com o gráfico G é homeomorfo a X, ele é limitado, logo G é compacto,
portanto X é compacto.
Exercício 7
Exercício 8
Solução.
Agora como f é uma aplicação contínua, pois suas funções coordenadas são contínuas, segue-
se que h ◦ g é contínua. Além disso, a função g é contínua e está definida num compacto, logo
tem-se que h é contínua.
(Teo. (12.6) pag. 46).
((a+b cos s1 ) cos t1 , (a+b cos s1 )sen t1 , bsen s1 ) = ((a+b cos s2 ) cos t2 , (a+b cos s2 )sen t2 , bsen s2 )
e
(a + b cos s1 )2 sen 2 t1 = (a + b cos s1 )2 sen 2 t1
(a + b cos s1 )2 = (a + b cos s2 )2
de onde obtemos
cos s1 = cos s2
e g(s1 , t1 ) = g(s2 , t2 ).
Exercício 1
que lim |xk − yk | = diam U . Seja U ⊂ Rn aberto e limitado. Suponha que existem x0 , y0 ∈ U tais
que |x0 − y0 | = diam U . Como U é limitado, podemos supor que existem sequências (xk ), (yk ) ⊂ U ,
passando a subsequências, se necessário, tais lim xk = x0 e lim yk = y0 .
Temos que U é aberto ⇒ ∃ δ, ε > 0 tais que B1 (x0 , δ) ⊂ U e B2 (y0 , ε) ⊂ U , portanto existem
x ∈ B1 e y ∈ B2 tais que |x − y| > |x0 − y0 | = diam U , o que é uma contradição, visto que
|x0 − y0 | = sup{|x − y|; x, y ∈ U }.
Exercício 2
Se porém x ∈
/ B[a, r], então d(x, B[a, r]) > 0, pois {x} é fechado, B[a, r] é compacto e eles são
disjuntos. Além disso, ∃ x ∈ B[a, r] tal que d(x, B[a, r]) = |x − x|.
r
Primeiro note que w = (x − a). |x−a| + a ∈ B[a, r] e |x − w| = |x − a| − |w − a| = |x − a| − r, (pois
w, x e a são colineares e w está entre x e a). Portanto, d(x, B[a, r]) ≤ |x − a| − r.
Por outro lado, se x fosse tal que |x − x| < |x − a| − r, então pela desigualdade triangular teríamos
|x − a| ≤ |x − x| + |x − a| < |x − a| − r + r = |x − a|. Contradição.
Portanto se x ∈
/ B[a, r] ⇒ d(x, B[a, r]) = |x − a| − r = max{0, |x − a| − r}. Então em qualquer
caso temos d(x, B[a, r]) = max{0, |x − a| − r}.
Exercício 3
d(x, T ) = r − |x − a| ≥ 0.
Portanto, em qualquer caso, temos d(x, T ) = max{0, r − |x − a|}
Exercício 4
Veja que para cada s ∈ S, podemos considerar s = {s} ⊂ S e com T ⊂ T , temos que d(S, T ) ≤
d(s, T ), isso ∀s ∈ S. Então d(S, T ) ≤ inf d(s, T ) (i). Tem-se d(s, T ) ≤ |s − t|, ∀s ∈ S e t ∈
T . Assim, d(s, T ) ≤ |s − t|, ∀s ∈ S, ∀t ∈ T . Logo inf d(s, T ) ≤ d(S, T ), ∀s ∈ S e portanto
inf d(s, T ) ≤ d(S, T )(ii) de (i) e (ii) temos
s∈S
Exercício 5
Exercício 6
então
2ha − y0 , t(x − y0 )i ≤ t2 |(x − y0 )|,
para t 6= 0 tem-se
2ha − y0 , x − y0 i ≤ t|(x − y0 )|,
∀ x ∈ F.
2.1.4 Conexidade
Exercício 1
Uma decomposição X = A ∪ B é uma cisão se, e somente se, nenhum dos conjuntos A, B contêm
um ponto aderente ao outro. Isto se exprime por (Ā ∩ B) ∪ (A ∩ B̄) = ∅.
Solução. Por definição: Cisão de um conjunto X ⊂ Rn é uma decomposição X = A ∪ B onde
A ∩ B = ∅ e os conjuntos A, B são abertos em X.
A ser aberto em X equivale a dizer que ∀a ∈ A , ∃ ε > 0 tal que B(a; ε) ∩ X ⊂ A. De forma
equivalente podemos definir B aberto em X.
(⇒) Vamos supor por absurdo que Ā ∩ B 6= ∅, isto é, ∃ x ∈ Ā ∩ B. Isso equivale a dizer que
∃ (xk ) ⊂ A tal que xk → x. Assim, pela definição de limite de sequência, ∀ε > 0, a bola B(x; ε)
contém uma infinidade de termos de xk ∈ A. Portanto, pelo fato de A ∩ B = ∅ podemos concluir
que B(x; ε) ∩ X * B, logo B não pode ser aberto em X, um absurdo. Analogamente, A ∩ B̄ = ∅.
Portanto, (Ā ∩ B) ∪ (A ∩ B̄) = ∅.
(⇐) Temos que (Ā ∩ B) ∪ (A ∩ B̄) = ∅ ⇒ Ā ∩ B = ∅ = A ∩ B̄ ⇒ A ∩ B = ∅.
Seja x ∈ Ā ∩ X. Como Ā ∩ B = ∅ ⇒ x ∈
/ B, logo x ∈ A (X = A ∪ B). Daí Ā ∩ X ⊂ A. Portanto,
A = Ā ∩ X, isto é, A é fechado em X. De maneira análoga mostramos que B é fechado em X. Como
A = X\B e B = X\A, temos que A e B são abertos em X. Portanto, X = A ∪ B é uma cisão.
Exercício 2
Exercício 3
Exercício 9
Demonstração da questão:
Sabemos que a projeção πi : X → R , πi (x1 , · · · , xi , · · · , xn ) = xi é contínua. O conjunto das
i-ésimas coordernadas dos pontos de X é enumerável. Ora, πi contínua, X conexo ⇒ πi (X) ⊂
R conexo. Mas, πi (X) = {xi1 , xi2 , · · · , xin , · · · } se reduz a um único ponto, pois é enuméravel,
digamos ai ∈ R, pelo lema acima πi (X) = (ai ). Assim tem-se X = (a1 , · · · , an ).
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 52
Exercício 10
Exercício 11
Exercício 12
A reunião de uma família de conjuntos conexos por caminhos com um ponto em comum é conexa
por caminhos.
[
Solução. Seja X = Xλ , onde cada Xλ é conexo por caminhos, e seja a ∈ Xλ , ∀ λ ∈ L. Dados
λ∈L [
pontos quaisquer x, y ∈ X = Xλ , temos duas possibilidades:
λ∈L
2. ∀ x, y ∈ X, ∃ µ, η ∈ L tais que x ∈ Xµ e y ∈ Xη .
Exercício 13
O fecho de um conjunto conexo por caminhos pode não ser conexo por caminhos.
Solução. Tome f : (0, 1] → [−1, 1] tal que f (x) = sen( x1 ).
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 53
f (x) é contínua pois é a composição de funções contínuas. Daí, como Gr(f ) = {(x, f (x)), x ∈
(0, 1]} ∼
= (0, 1], Gr(f ) é conexo por caminhos. pois (0, 1] o é.
No entando Gr(f ) = Gr(f ) ∪ {0} × [−1, 1], que não é conexo por caminho.
Exercício 14
Seja B uma bola (fechada ou aberta) em Rn , com n ≥ 2. Para todo x ∈ B, o conjunto B − {x} é
conexo.
Solução. Obs: Se n = 1, B é um intervalo (aberto ou fechado) e claramente B − {x} não é conexo
para x ∈ int(B).
Sejam x − 0, y0 ∈ B − {x}. Se os pontos x0 , y0 e x são não-colineares, temos que o segmento de
extremos x0 e y0 não intercepta x e está totalmente contido no conjunto convexo B. Logo B − {x} é
conexo por caminhos e portanto, conexo.
Caso x0 .y0 e x sejam colineares, a hipótese n ≥ 2 garante a existência de um ponto a que não pertence
ao segmento que contém os pontos x0 , y0 e x.
B convexa implica que o segmento de extremos x0 e está contido em B, isto é, existe uma função
contínua f : [0, 1] → B tal que f (0) = x0 e f (1) = a (a saber, a função f (t) = (1 − t)x0 + ta).
Analogamente, existe um caminho g : [0, 1] → B tal que g(0) = a e g(1) = y0 .
Consideranto o caminho justaposto f ∧ g, temos que este caminho liga o ponto x0 ao ponto y0 e está
totalmente contido em B − {x}.
Logo B − {x} é conexo por caminhos e portanto é conexo.
Exercício 15
Seja B ⊂ Rn uma bola fechada na norma euclidiana. Para todo subconjunto X ⊂ ∂B, B − X é
convexo. Numa norma arbitrária, B − X é conexo mas não necessariamente convexo.
Solução. Seja B = B[x0 , r]. Sabemos que ∂B = {x ∈ Rn ; |x − x0 | = r}. Seja X ⊂ ∂B e B − X.
Tomemos x, y ∈ B − X e façamos as seguintes hipóteses:
1a ) x, y ∈ int B = B(x0 , r). Neste caso x ∈
/ ∂B e y ∈
/ ∂B e como B(x0 , r) é convexa, tem-se
[x, y] ⊂ B(x0 , r).
2a ) x, y ∈ ∂B, então |x − x0 | = r e |y − x0 | = r, seja 0 ≤ t ≤ 1 e (1 − t)x + ty, queremos mostrar
que (1 − t)x + ty ∈ B − X. De fato, se t = 0, então (1 − 0)x + 0y = x ∈ B − X; se t = 1,
então (1 − 1)x + 1y = y ∈ B − X. Seja 0 < t < 1. Pelo exercício 2.2 do capítulo 1 do livro
Análise Real Vol. 2, temos que |(1 − t)x + ty − x0 | = |(1 − t)(x − x0 ) + t(y − x0 )| < r. Assim
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 54
(1 − t)x + ty ∈ int B ⊂ B − X.
3a ) x ∈ ∂X e Y ∈
/ ∂B. Então temos |x − x0 | = r e |y − x0 | < r. Seja 0 < t < 1, então
≤ (1 − t)|x − x0 | + t|y − x0 |
= (1 − t)r + t|y − y0 |
< (1 − t)r + tr = r
portanto
|(1 − t)x + ty − x0 | < r,
ou seja,
(1 − t)x + ty ∈ int B ⊂ B − X.
é convexo.
Exercício 2
Seja f : I → Rn um caminho diferenciável com f 0 (a) 6= 0 para algum a ∈ I. Se existe uma reta
L ⊂ Rn e uma sequência de números distintos tk → a tais que f (tk ) ∈ L, então L é tangente a f no
ponto f (a).
Solução. Para provar o que se pede, devemos concluir que L = {f (a) + tf 0 (a), t ∈ R}. A priori,
concluímos que f (a) ∈ L pois, caso contrário, isto é, se f (a) ∈
/ L então ε = d(f (a), L) > 0.
Como lim f (tk ) = f (a), existem infinitos pontos de L em B(f (a), ε) e isto contradiz o fato de ε ser
o ínfimo das distâncias de L a f (a).
Seja v 6= 0 um vetor direcional de L e E = hvi. Considere também E ⊥ o complemento ortogonal de
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 55
Exercício 3
Seja f : I → Rn um caminho diferenciável. Dados a ∈ Rn e r > 0, a fim de que f (t) pertença, para
todo t ∈ I, à esfera de centro a e raio r, é necessário e suficiente que isto ocorra para um valor t0 ∈ I
e que o vetor velocidade f 0 (t) seja perpendicular a f (t) − a, para todo t ∈ I.
Solução.
(⇒) Que ocorre para um t0 ∈ I é óbvio, provemos a outra assertiva. ∀t ∈ I, tem-se |f (t) − a| = r,
logo temos que
d dr
|f (t) − a| =
dt dt
hf (t) − a, (f (t) − a)0 i
⇒
|f (t) − a|
hf (t) − a, f 0 (t)i
= = 0,
|f (t) − a|
dr
pois = 0 ⇒ f 0 (t)⊥(f (t) − a). (⇐) Seja t0 ∈ I, tal que |f (t0 ) − a| = r e g(t) = |f (t) − a| como
dt
(f (t) − a)⊥f 0 (t), temos
hf (t) − a, f 0 (t)i
hf (t) − a, f 0 (t)i = 0 ⇒ = 0 ⇒ g 0 (t) = 0, ∀t ∈ I,
|f (t) − a|
logo g(t) é constante em I. Mas g(t0 ) = |f (t0 ) − a| = r, portanto
g(t) = r ⇒ |f (t) − a| = r, ∀t ∈ I.
Exercício 4
Seja λ : [a, b] → Rn um caminho fechado diferenciável. Mostre que existe algum t ∈ (a, b) tal que
hλ(t), λ0 (t)i = 0.
Solução. Seja f : [a, b] → R; f (t) = hλ(t), λ(t)i.
f é contínua em [a, b] e diferenciável em (a, b), além disso f (a) = f (b). Então , pelo Teorema do
Valor Médio temos que existe t ∈ (a, b) tal que 0 = f (b) − f (a) = f 0 (t)(b − a) ⇒ f 0 (t) = 0 ⇒
hλ(t), λ0 (t)i = 0, como queríamos provar.
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 56
Exercício 10
d(f (t), L)
lim = 0.
t→a |f (t) − f (a)|
portanto
d(f (t), L)
lim = 0.
t→a |f (t) − f (a)|
(⇐)temos a reta L = {f (a) + V (t − a), t ∈ R}, onde V é o vetor direção da reta que contem a f (a),
então precisamos demostar que V = f 0 (a).
De fato
f (t) − f (a)
− V
d(f (t), L) |f (t) − f (a) − V (t − a)| t−a
= =
|f (t) − f (a)| |f (t) − f (a)| f (t) − f (a)
t−a
aplicando
limite t → a temos
lim (t) − f (a) − V
f
t→a t−a
0 = = |(f 0 (a) − V |)/f 0 (a) portanto |f 0 (a) − V | = 0 ⇒ V = f 0 (a). A reta
lim f (t) − f (a)
t→a t−a
L é a reta tangente contendo o ponto f (a).
Exercício 11
Sejam f : [a, b) −→ R2 uma caminho (admita-se b = +∞) tal que limt→b |f (t)| = ∞ e L =
{(x, y) ∈ R2 ; αx + βy = c} uma reta. Ponhamos u = (α, β). Podemos supor |u|2 = α2 + β 2 = 1 .
As seguintes afirmações são equivalentes:
f (t)
ii) lim hf (t), ui = c e lim , u = 0.
t→b t→b |f (t)|
Quando isto ocorre, diz-se que a reta L é assíntota do caminho f quando x → b.
Solução. (i) ⇒ (ii)
Temos que lim d(f (t), L) = 0. Podemos supor que existe uma sequência f (ti ) ∈ f [a, b) tais que
t→b
lim f (ti ) = z ∈ L, pois a distância de f (t) a L tende 0 . Tomando z = {(x, y)|αx + βy = c} note
t→b
c−βy
que x = α
α 6= 0 .
D E c − βy
Portanto lim hf (t), ui = lim f (ti ), u = hz, ui = h(x, y), (α, β)i = , y , (α, β) =
t→b t→b α
c − βy + βy = c.
e
f (t) 1
lim , u = lim hf (t), ui = 0 · c = 0
t→b |f (t)| t→b |f (t)|
Exercício 12
Se b < +∞ e o caminho f : [a, b) → R2 é da forma f (t) = (t, ϕ(t)), com lim ϕ(t) = +∞, a reta
t→b
vertical x = b é assíntota do caminho f quando t → b.
Solução. Seja L = {(b, 0) + t(0, 1); t ∈ R} a reta vertical x = b. A partir da definição de as-
síntota dada no exercício 11, precisamos apenas provar que lim d(f (t), L) = 0, visto que já temos
t→b
lim |f (t)|m = ∞. Ora, mas d(f (t), L) = |f (t) − P r(f (t), L)|, onde P r(f (t), L) é a projeção do
t→b
ponto f (t) sobre a reta L. É fácil ver que P r(f (t), L) = (b, ϕ(t)). Daí
d(f (t), L) = |(t, ϕ(t)) − (b, ϕ(t))| = |(t − b, 0)| ⇒ lim d(f (t), L) = lim |(t − b, 0)| = 0,
t→b t→b
como queríamos.
Exercício 1
Solução. Definamos ϕ(t) = hf (t), g(t)i, então ϕ0 (t) = hf 0 (t), g(t)i + hf (t), g 0 (t)i.
Então segue que
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 58
Z b Z b
0
ϕ (t)dt = (hf 0 (t), g(t)i + hf (t), g 0 (t)i)dt
a a
Z b Z b Z b
0 0
⇒ ϕ (t)dt = hf (t), g(t)i dt + hf (t), g 0 (t)i dt
a a a
Z b Z b
0
⇒ ϕ(t)|ba = hf (t), g(t)i dt + hf (t), g 0 (t)i dt
a a
Z b Z b
0
⇒ hf (t), g (t)i dt = hf (t), g(t)i |ba − hf 0 (t), g(t)i dt
a a
Exercício 2
Solução. Vimos que se (fk ) converge uniformemente para f e todas as funções fk são contínuas em
c ∈ X, então f é contínua em c. Disto concluímos que se x ∈ Df , então x ∈ Dfn , para algum
[ [
n ∈ N, daí Df ⊂ Dfn e como Dfn tem medida nula, segue que Df tem medida nula e
n∈N n∈N
portanto é integrável.
Agora note que
Z b Z b Z b Z b
f (t)dt − fk (t)dt = (f (t) − fk (t))dt ≤ |f (t) − fk (t)|dt.
a a a a
daí Z b Z b Z b
∀ n > n0 , |f (t) − fk (t)|dt < ε ⇒ lim fk (t)dt = f (t)dt.
a t→∞ a a
Exercício 3
Seja A ⊂ Rm um conjunto m
Z convexo. Dado um caminho integrável f : [0, 1] → R tal que f (t) ∈ A
1
para todo t, prove que f (t)dt ∈ A.
0
Solução. Aqui usaremos um resultado elementar sobre conjuntos convexos: se A ⊂ Rn é convexo e
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 59
k
X
α1 + · · · + αk = 1 com α1 ≥ 0, · · · , αk ≥ 0 então x1 , · · · , xk ∈ A ⇒ αi xi ∈ A.
i=1
Daí resulta que se (Pk∗ ) é uma sequência de partições pontilhadas de [0, 1] com lim |Pk | = 0 então
k→∞
Z 1 X
(f, Pk∗ ) ∈ A para todo k ∈ N, portanto
P
f (t)dt = lim (f ; Pk ) ∈ A.
0 k→∞
Exercício 1
Sejam f : [0 : 2π] → R e g : [0 : 2π] → R2 definidos por f (t) = sen t e g(t) = (t, cos t). Determine
l(f ) e l(g).
Rb
Solução. Vimos que todo caminho f : [a, b] → Rn de classe C 1 é retificável e l(f ) = a
|f 0 (t)|dt.
Sendo f, g ∈ C 1 , temos:
R 2π R π/2 R 3π/2 R 2π
l(f ) = 0 | cos t|dt = 0 cos tdt − π/2 cos tdt + 3π/2 cos tdt = 4 e
R 2π R 2π √
l(g) = 0 |(1, cos t)|dt = 0 1 + cos2 tdt
Exercício 2
Exercício 2
∂f
e (x) = 0 para qualquer vetor v então f é constante.”
∂v
Como f possui derivadas parciais em todo U e elas são contínuas então f é diferenciável em U e além
∂f
(x) = df (x) · v = 0,
∂v
pois
∂f ∂f
= 0 = ··· = 0 = ,
∂x1 ∂xn
onde
∂f ∂f
df (x) = ( ,..., ),
∂x1 ∂xn
portanto f é constante.
Exercício 3
Se f : U −→ R, definida no aberto U ⊂ Rm , assume seu valor máximo (ou mínimo) num ponto
a ∈ U então qualquer derivada parcial de f que exista no ponto a é nula.
Solução. Sabemos da análise na reta que se ϕ é definida de I ⊂ R −→ R e atinge seu máximo ou
0
minimo local em x0 ∈ I então ϕ (x0 ) = 0.
Seja a um ponto de máximo da função f : U −→ R. Defina ϕ : [−δ, δ] −→ U , onde δ > 0 e
∀t ∈ [−δ, δ] −→ ϕ(t) = a + th, onde h é um vetor unitário do Rn .
Note que
ϕ(0) = a + 0h = a. Tome g : [−δ, δ] ⊂ R −→ R, tal que g(t) = (f ◦ ϕ)(t) = f (ϕ(t)) = f (a + th).
Temos g(0) = f (ϕ(0)) = f (a). Como a é valor de máximo de f temos que ∀t ∈ [−δ, δ]
f (a) ≥ f (a + th). Portanto 0 vai ser ponto de máximo de g, pois
g(0) = f (a) ≥ f (a + th) = f (ϕ(t)) = (f ◦ ϕ)(t) = g(t)
0
Como g : R −→ R ⇒ g (0) = 0 (1).
0 0
Observe que ϕ (t) = h ∀t ∈ [−δ, δ] ⇒ ϕ (0) = h.
Pela Regra da Cadeia:
0 0 0 0 0 (1)
g (0) = (f ◦ ϕ) (0) = f (ϕ(0))ϕ (0) = f (a)h = 0. Logo como h ∈ Rm é arbitrário e |h| = 1 temos
0
que f (a) = 0.
Para a ∈ U ponto de mínimo a demonstração é análoga.
Exercício 4
∂f
que ∂xi
(c) = 0 para i = 1, · · · , m.
Solução. Defina F : U → R pondo F (x) = f (x) se x ∈ U e F (x) = 0 se x ∈ ∂U . F assim definida
é contínua, e sendo U compacto, temos pelo teorema de Weierstrass que F atinge seu máximo e seu
mínimo em U . Como ∀ x ∈ ∂U, F (x) = 0, então, exceto se F for identicamente nula ( neste caso
∂f
todo x ∈ U satisfaz ∂xi
(x) = 0 para i = 1, · · · , m), seu valor máximo ou seu valor mínimo é atingido
∂f
num ponto c ∈ U e este será ponto crítico de f , isto é, ∂xi
(c) = 0 para i = 1, · · · , m.
Exercício 5
∂f
Se f : U → R possui derivadas parciais com | ∂x i
(x)| ≤ M , (i = 1, 2, ..., m) em todos os pontos do
aberto convexo U ⊂ Rm então |f (x) − f (y)| ≤ M |x − y| para quaisquer x, y ∈ U . Conclua que se
f possui derivadas parciais limitadas num aberto qualquer, ela é contínua (mas não necessariamente
uniformemente contínua).
Solução. Sejam x, v = (α1 , · · · , αm ) ∈ U (convexo), então y = x + v ∈ U .
Definamos os vetores
v0 = 0
v1 = v0 + α1 e1
v2 = v1 + α2 e2 = α1 e1 + α2 e2
..
.
vi = vi−1 + αi ei
..
.
vm = v
|f (x+v)−f (x)| = |f (x+v1 )−f (x+v0 )+f (x+v2 )−f (x+v1 )+· · ·+f (x+vm )−f (x+vm−1 )| ≤
X k
|f (x + vi ) − f (x + vi−1 )|
i=1
Pelo T.V.M.
∂f ∂f
|f (x + vi ) − f (x + vi−1 )| = ∂xi (z) |vi − vi−1 | = ∂xi (z) |αi |, em que z é um ponto do segmento
[vi−1 , vi ].
k
X
∂f
Por hipótese ∂xi (z) ≤ M , então temos que |f (x + v) − f (x)| ≤ M |αi | = M |v|S , v = y − x.
i=1
Então |f (y) − f (x)| ≤ M |x − y|, ∀ x, y ∈ U .
Agora, se U é aberto, dado x ∈ U existe δ > 0 tal que B(x, δ) ⊂ U .
Se f possui derivadas limitadas em U , então o mesmo ocorre em B(x, δ) ⊂ U , daí o fato de B(x, δ)
∂f
ser conexo, implica que |f (x) − f (y)| ≤ M |x − y|, ∀ x, y ∈ B(x, δ), em que ∂x (z) ≤ M, ∀ x ∈ U .
i
Daí f é contínua (Lipschitz em B(x, δ)) em x ∈ U . Como x foi tomado arbitrariamente, segue que f
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 62
é contínua em U .
Exercício 6
Temos que ψ é contínua em [0, 1] e derivável em (0, 1), logo existe θ ∈ (0, 1) tal que
Logo
portanto
∂f ∂f
f (a + h, b + k) − f (a, b) = (a + θh, b + k)h + (a, b + θk)k.
∂x ∂y
Exercício 1
Uma função f : Rm → Rn tal que f (0) = 0 e f (tx) = tf (x), para quaisquer x ∈ Rm e t 6= 0, tem
∂f
todas as derivadas direcionais na origem, e vale ∂v
(0) = f (v).
Solução. Por hipótese temos que f (tx) = tf (x), ∀ t 6= 0, daí
Exercício 2
2 x2 y
Seja f : R → R definida por f (x, y) = 2 2
se x2 + y 2 > 0 e f (0, 0) = 0. Para todo caminho
x +y
λ : (−ε, ε) → R2 , diferenciável no ponto 0, com λ(0) = (0, 0), existe a derivada (f ◦ λ)0 (0).
Solução. Seja λ(t) = (x(t), y(t)) se t 6= 0 e λ(t) = 0 se t = 0, então
Exercício 3
(x2 − y 2 )y 2 (x2 − y 2 )y 2
ϕ(x, y) = , ψ(x, y) = √ se x > 0 e 0 < y < x2 .
x8 x7 x
Nos demais pontos de R2 , ponha ϕ(x, y) = ψ(x, y) = 0. Mostre que ϕ e ψ possuem derivadas
direcionais em todos os pontos do plano e que essas derivadas dependem linearmente de v. Mostre
ainda que ψ é contínua em todo R2 , mas ϕ é contínua apenas em R2 − {0}. Finalmente, considerando
o caminho diferenciável λ : R −→ R2 , dado por λ(t) = (t, t2 ), a função composta ψ ◦ λ : R → R
não é derivável em t = 0.
Solução. Para y 6= 0 ou y 2 6= x2 , x > 0, temos que ϕ e ψ possuem derivadas direcionais em todos
os pontos. Analisaremos então os seguintes casos:
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 64
1o caso: y = 0, x = 0, v = (v1 , v2 ).
∂ϕ ϕ[(x, 0) + t(v1 , v2 )] − ϕ(x, 0) ϕ(x + tv1 , tv2 )
(x, 0) = lim = lim
∂v t→0 t t→0 t
[(x + tv1 )2 − (tv2 )]2 t2 v22 t[(x + tv1 )2 − (tv2 )]2 v22
= lim = lim
t→0 t(x + tv1 )8 t→0 (x + tv1 )
= 0,
= 0.
[(x + tv1 )2 − (x2 + tv2 )]2 (x2 + tv22 )2 (x2 + 2xtv1 + t2 v12 − x2 − tv22 )2 (x2 + tv2 )2
= lim = lim
t→0 t(x + tv1 )8 t→0 t(x + tv1 )8
[(x + tv1 )2 − (x2 + tv2 )]2 (x2 + t2 v2 )2 t2 (2xv1 + tv12 − v2 )2 (x2 + tv1 )2
= lim √ = lim √
t→0 t(x + tv1 )7 x + tv1 t→0 t(x + v1 )7 x + tv1
= 0.
∂ϕ ϕ(v1 , v2 ) ϕ(tv)
3o caso: (x, y) = (0, 0), v = (v1 , v2 ) = lim = lim = 0, pois ϕ(tv) = 0, ∀v ∈ R2
∂v t→0 t t→0 t
e t suficientemente pequeno.
∂ψ
Para (0, 0) = 0 é análogo.
∂v
Afirmação: as derivadas direcionais dependem linearmente de v, pois para y 6= 0 e y 6= x2 , x > 0,
temos que ϕ, ψ são diferenciáveis. Além disso ∀u ∈ R2 temos:
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 65
∂ϕ ∂ϕ
(x, y) = h∇ϕ(x, y), vi e = h∇ϕ(x, y), ui
∂v ∂u
∂ϕ ∂ϕ
(x, y) = h∇ϕ(x, y), λvi = λ h∇ϕ(x, y), vi = λ
∂v ∂v
∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
(x, y) = h∇ϕ(x, y), u + vi = h∇ϕ(x, y), ui + h∇ϕ(x, y), vi = + .
∂(u + v) ∂u ∂v
Analogamente, isso vale para ψ.
∂ϕ ∂ψ
Por fim, para y = 0 ou y = x2 , x > 0 obtemos (x, y) = (x, y) = 0.
∂v ∂v
Portanto, ϕ e ψ dependem linearmente de v.
Exercício 4
Seja f : Rm → R uma função contínua, possuindo todas as derivadas direcionais em qualquer ponto
∂f ∂f
de Rm . Se ∂u
(u) > 0 para todo u ∈ S m−1 então existe um ponto a ∈ Rm tal que ∂v
(a) = 0 seja qual
for v ∈ Rm .
∂f
Solução. Seja u ∈ S m−1 , então a condição ∂u
(u) > 0 implica que ∃ δ > 0 tal que ∀ t ∈ R
f (u+tu)−f (u)
satisfazendo −δ < t < 0 tem-se t
> 0 ⇒ f (u + tu) < f (u). Agora note que se
−δ < t < 0 então 1 − δ < 1 + t < 1 ⇒ |(1 + t)u| < |u| = 1 , portanto (1 + t)u ∈ B(0, 1) e
além disso f ((1 + t)u) < f (u). Como isto se verifica pra todo vetor direcional u ∈ S m−1 , então ,
necessariamente o mínimo de f |B[0,1] é assumido em algum ponto a ∈ B(0, 1).
Para cada v ∈ Rm , considere a função ϕ : R → R definida por ϕ(t) = f (a + tv). Temos que ϕ tem
∂f
um mínimo local quanto t = 0, daí 0 = ϕ0 (0) = ∂v
(a).
Exercício 1
Exercício 2
p q
f (tx) = (tx1 ) + · · · + (txm ) = t x2k
2k 2k 2k
1 + · · · + xm = tf (x).
Exercício 3
Exercício 4
r(h) |r(h)|
já que limh→0 = 0, aplicando a definição, ∀ δ > 0, ∃ ε > 0 tais que |h| < ε ⇒ < δ,
|h| |h|
assim |r(h)| < δ0 |h|, para algum δ0 > 0.
Seja M = max{|f 0 (a)|, δ0 }, então
Exercício 6
Seja f : U → R de classe C 1 no aberto U ⊂ Rm . Dados a ∈ U e > 0, prove que existe δ > 0 tal
que
x, y ∈ U, |x − a| < δ, |y − a| < δ ⇒ f (y) − f (x) = f 0 (a)(y − x) + r(x, y)
Exercício 7
Uma fonção holomorfa que só assume valores reais num aberto conexo é constante. (Idem para uma
reta qualquer do plano.)
Solução. Seja f : U → C definida por f (z) = u(z) + iv(z), onde as funções u, v : U → R são
respectivamente, as partes real e imaginária de f . Assim, se a função f é derivável no ponto z = x+yi
então sua parte real e sua parte imaginária são diferenciáveis no ponto (x, y) e, além disso, cumprem
∂u ∂v ∂u ∂v
as condições de Cauchy-Riemann: ∂x
= ∂y
e ∂y
= − ∂x .
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 68
Exercício 8
0 = h(vy (ϕ(s0 ), −vx (ϕ(s0 )), (vx (ψ(t0 ), vy (ψ(t0 ))ijá que ϕ(s0 ) = ψ(t0 ) , temos de (III) que ∃λ 6=
0 tal que
0
(vy (ϕ(s0 ), −vx (ϕ(s0 )) = λψ (t0 ).
De (III),
0 0
0 = λhψ (t0 ), ϕ (s0 )i .
Exercício 12
Seja
x3
x2 +y 2
, se x2 + y 2 6= 0,
f (x, y) =
0, se x = y = 0.
Temos:
(tx)3 t3 x3 tx3
• Se x, y 6= 0, f (tx, ty) = (tx)2 +(ty)2
= t2 x2 +t2 y 2
= x2 +y 2
= tf (x, y)
Exercício 13
Seja f : Rm → R diferenciável, tal que f (x/2) = f (x)/2 para todo x ∈ Rm . Prove que f é linear.
x f (x)
Solução. Inicialmente provaremos por indução, que f ( n ) = n , ∀n ∈ N.
2 2
x f (x)
Para n = 1, temos f ( ) = , que é verdadeiro, por hipótese.
2 2
Suponhamos que a relação acima seja válida para n = k, e vamos mostrar que ela também é válida
para n = k + 1. Com efeito,
f (0 + tx) − f (0)
f (x) = lim =< ∇f (0), x > .
t→0 t
Portanto, como < ∇f (0), x > é linear, resulta f linear.
Exercício 1
r(v)
onde r(v) = 0 logo limv→0 = 0.
|v|
Portanto f é diferenciável e df (x).v = f.v ∀x, v ∈ Rm
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 71
Exercício 2
∂f
Seja f : U −→ R uma função que possui todas as derivadas direcionais (a) num ponto a ∈
∂v
U, U ⊂ Rm aberto. Se não existirem pelo menos m − 1 vetores v, linearmente independentes, tais
∂f
que (a) = 0, então f não é diferenciável no ponto a.
∂v
Solução. Vamos provar a contrapositiva.
∂f
Se f é diferenciável no ponto a, temos que f 0 (a)v = (a) = 0 ⇒ f 0 (a)v = 0 ⇒ v ∈ ker(f 0 (a)),
∂v
onde f 0 (a) : Rm −→ R. Note que dim Im(f 0 (a)) ≤ 1. Usando o Teorema do Núcleo e da Imagem,
segue que m − dim ker(f 0 (a)) ≤ 1 ⇒ dim ker(f 0 (a)) ≥ m − 1. Portanto, existem pelo menos m − 1
∂f
vetores linearmente independentes tais que (a) = 0.
∂v
Exercício 3
Exercício 4
Para cada uma das funções abaixo, escreva a diferencial sob a forma
∂f ∂f
df (x) = (x)dx1 + ... + (x)dxm
∂x1 ∂xm
e use esta expressão para calcular df (x) · v para x e v dados.
Solução.
x
1. f : R × (R − 0) → R, f (x, y) = y
. Calcule df (x, y) · v com v = (tx, ty) e relacione este
resultadocom a curva de nível de f .
∂f ∂f
df (x, y) = dx + dy
∂x ∂y
1 x
= dx − 2 dy
y y
Então
1 x tx txy
df (x, y) · (tx, ty) = ( dx − 2 dy ) · (tx, ty) = − 2 =0
y y y y
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 72
p
2. f : R3 − 0 → R, f (x, y) = ( x2 + y 2 + z 2 )−1 . Mostre que df (x, y, z) · v = 0 se, e somente
se, v é perpendicular a (x, y, z). Calcule df (x, y, z) · v para x = 1, y = 2, z = 3 e v = (4, 2, 2).
∂f ∂f ∂f
df (x, y, z) = (x, y, z)dx + (x, y, z)dy + (x, y, z)dz
∂x ∂y ∂z
p −3 p −3 p −3
= −x x2 + y 2 + z 2 dx − y x2 + y 2 + z 2 dy − z x2 + y 2 + z 2 dz
p −3
= − x2 + y 2 + z 2 (xdx + ydy + zdz )
Daí
p −3
df (x, y, z) · v = − x2 + y 2 + z 2 (xdx + ydy + zdz ) · (v1 , v2 , v3 )
p −3
= − x2 + y 2 + z 2 (xv1 + yv2 + zv3 )
Assim,
p −3
df (x, y, z) · v = 0 ⇔ − x2 + y 2 + z 2 (xv1 + yv2 + zv3 ) = 0
∂f ∂f
df (z) = df (x, y) = (x, y)dx + (x, y)dy
∂x ∂y
x y 1
= p dx + p dy = p (xdx + ydy )
2
x +y 2 2
x +y 2 x + y2
2
Exercício 5
∂|x|a
q
= a|x|a−1 · ( x21 + · · · + x2i + · · · + x2m )0
∂xi
2xi
= a|x|a−1 p 2
2 x1 + · · · + x2i + · · · + x2m
xi
= a|x|a−1 = a|x|a−2 · xi
|x|
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 73
Logo,
m
X
df (x) · v = a|x|a−2 xi αi
i=1
m
X
a−2
= a|x| xi α i
i=1
Exercício 7
Exercício 8
∇f (a) ∇f (a)
df (a) · u ≥ df (a) · = ∇f (a), = |∇f (a)|
|∇f (a)| |∇f (a)|
e
Exercício 9
Seja f : Rm × Rm → R dada por f (x, y) = hx, yi. Mostre que f é diferenciável e que df (x, y) ·
(v, w) = hv, yi + hx, wi. Generalize, considerando uma forma bilinear ϕ : Rm × Rn → R qualquer.
Generalize ainda mais, tomando
ψ : Rm1 × · · · × Rmk → R k-linear. Obtenha a diferencial da função determinante como caso
particular.
Solução. Parte 1:
Fixemos um ponto (x, y) arbitrário em Rm ×Rm . Então f (x+h, y+k) = f (x, y)+f (x, k)+f (h, y)+
|f (h,k)| |hh,ki|
f (h, k). Note que f (x, k) + f (h, y) é uma função linear de (h, k) e |(h,k)|
= |(h,k)|
≤ √|h|E2.|k|E 2 ≤
|h|E +|k|E
|f (h,k)|
|h|E . Portanto lim(h,k)→(0,0) |(h,k)| E
= 0 ⇒ f é diferenciável e df (x, y).(h, k) = hx, ki + hh, yi.
Parte 2:
Seja ϕ : Rm × Rn → R uma forma bilinear qualquer e (x, y) ∈ Rm × Rn . Então ϕ(x + h, y +
k) = ϕ(x, y) + ϕ(h, y) + ϕ(x, k) + ϕ(h, k), onde ϕ(h, y) + ϕ(x, k) é uma função liner de (h, k) e
m
X n
X n X
X m
|ϕ( hj .ej , ki .ei )| | ϕ(ej , ei )hj .ki |
|ϕ(h,k)| j=1 i=1 i=1 j=1
lim(h,k)→(0,0) |(h,k)|S
= lim(h,k)→(0,0) |(h,k)|S
= lim(h,k)→(0,0) |h|S +|k|S
≤
XXn m
|ϕ(ej , ei )||hj ||ki |
i=1 j=1
lim(h,k)→(0,0) |h|S +|k|S
.
|ϕ(h,k)|
Se c = max{|ϕ(ej , ei )|, 1 ≤ j ≤ m, 1 ≤ i ≤ n}, temos ainda que lim(h,k)→(0,0) |(h,k)|S
≤
c|h|S .|k|S
lim(h,k)→(0,0) |h|S +|k|S
= 0.
Portanto ϕ é diferenciável e ϕ0 (x, y)(h, k) = ϕ(x, k) + ϕ(h, y).
Parte 3:
No caso geral considere ψ : Rm1 × · · · × Rmk → R uma aplicação k-linear e (x1 , ..., xk ) ∈
Rm1 × · · · × Rmk . Temos então que
k
X
ψ(x1 + h1 , ..., xk + hk ) = ψ(x1 , ..., xk ) + ψ(x1 , .., xi−1 , hi , xi+1 , .., xk )+
i=1
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 75
k
X
+ ψ(x1 , .., xi−1 , hi , xi+1 , .., xj−1 , hj , xj+1 , ..., xk ) + ... + ψ(h1 , .., hk )
i,j=1
i6=j
k
X
onde ψ(x1 , .., xi−1 , hi , xi+1 , .., xk ) é uma função linear de (h1 , ..., hk ).
i=1
Se c = max{|ψ(ei1 , .., eik )|, 1 ≤ i1 ≤ m1 , 1 ≤ i2 ≤ m2 , ..., 1 ≤ ik ≤ mk }, então temos que
k
X
|ψ(x1 +h1 ,...,xk +hk )−ψ(x1 ,...,xk )− ψ(x1 , .., xi−1 , hi , xi+1 , .., xk )|
i=1
|(h1 ,...,hk )|S
≤
k
X
c
|h1 |S +...+|hk |S
( (|x1 |..|xi−1 ||hi ||xi+1 |...|xj−1 ||hj ||xj+1 |...|xk |) + ... + |h1 |...|hk |).
i,j=1
i6=j
Desse modo temos que
k
X
|ψ(x1 + h1 , .., xk + hk ) − ψ(x1 , .., xk ) − ψ(x1 , .., xi−1 , hi , xi+1 , .., xk )|
i=1
lim = 0.
(h1 ,..,hk )→(0,..,0) |(h1 , .., hk )|S
Portanto ψ é diferenciável e ψ 0 (x1 , .., xk )(h1 , .., hk ) = ψ(h1 , x2 , .., xk ) + ... + ψ(x1 , x2 , .., hk ).
Exercício 10
Prove que f : R2 → R é diferenciável no ponto c = (a, b) se, e somente se, existem funções
α, β : R2 → R contínuas na origem, tais que,para todo (h, k) ∈ R2 , se tem f (a + h, b + k) =
f (a, b) + α · h + β · k, onde α = α(h, k) e β = β(h, k).
Solução. (⇒)
f é diferenciável em c = (a, b) então
∂f ∂f
f (a + h, b + k) = f (a, b) + (c) · h + (c) · k + ρ(h, k)|(h, k)|
∂x ∂y
com lim ρ(h, k) = 0.
h→0,k→0
Então
∂f ρ(h, k) ∂f ρ(h, k)
f (a + h, b + k) = f (a, b) + (c) + √ ·h ·h+ (c) + √ ·k ·k
∂x h2 + k 2 ∂y h2 + k 2
R2 → R por:
Defina α :
∂f (c) + √ρ(h,k) · h, se (h, k) 6= (0, 0),
∂x h2 +k2
α(h, k) =
∂f
∂x
(c), se (h, k) = (0.0).
∂f h ∂f
lim α(h, k) = lim (c) + ρ(h, k) √ = (c) = α(0, 0)
h→0,k→0 h→0,k→0 ∂x 2
h +k 2 ∂x
Logo α é contínua em (0, 0)
∂f (c) + √ρ(h,k) · k, se (h, k) 6= (0, 0),
∂y h2 +k2
Analogamente β : R2 → R definida por β(h, k) =
∂f
∂y
(c), se (h, k) = (0.0).
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 76
(⇐)
Se f (a + h, b + k) = f (a, b) + α(h, k) · h + β(h, k) · k então k 6= 0, h = 0 ⇒ f (a,b+k)−f
k
(a,b)
= β(0, k).
f (a, b + k) − f (a, b) ∂f
Por hipótese, β é contínua em (0, 0), então β(0, 0) = lim = (a, b).
k→0 k ∂y
Analogamente, α(0, 0) = ∂f ∂x
(a, b).
∂f ∂f
Defina β(h, k) = ∂y
(a, b) = β(a, b) e α(h, k) = ∂x
(a, b)
= α(a, b)
Então, f (a + h, b + k) = f (a, b) + ∂f ∂f
∂x
(a, b) + α(h, k) · h + ∂y
(a, b) + β(h, k) · k.
∂f ∂f
f (a + h, b + k) = f (a, b) + ∂x
(a, b) ·h+ ∂y
(a, b) · k − (α(h, k) · h + β(h, k) · k)
Exercício 11
r(v)
f (x0 + v) − f (x0 ) = df (x0 ) · v + r(v), onde lim = 0.
v→0 |v|
Fixemos u0 , temos que tu0 → 0 quando t → 0. Para todo ε > 0, dado acima, existe δ > 0, tal que
Contradição.
Exercício 12
∂f
Sejam U = x ∈ Rm ; |xi | <, i = 1, ..., m e f : U → R uma função diferenciável, com ≤ 3,
∂xi
para todo x ∈ U . Então f (U ) é um intervalo de comprimento ≤ 3m.
Solução. (Afirmação 1: U é aberto) De fato, seja x = (x1 , ..., xn ) ∈ U . Considerando M =
max{|xi |, i = 1, ..., m} < 1. Então 1 − M > 0. Dado y ∈ B(x, 1 − M ), temos y = (y1 , ..., yn ).
Assim |yi | = |yi − xi + xi | ≤ |yi − xi | + |xi |. Como |x − y| < 1 − M , temos |yi − xi | < 1 − M . Além
disso, uma vez que M = max{|xi |, i = 1, ..., m} < 1, M > m resulta que −M ≤ −|xi |, i = 1, ...m.
Logo |yi | ≤ |yi − xi | + |xi | < | − M + xi | ≤ 1 − |xi | + |xi | = 1, i = 1, ..., m, tal que y ∈ U . Portanto
B(x; 1 − m) ⊂ U , isto é U é aberto.
Exercício 1
Para m + 1 ≤ i ≤ m + n, temos:
∂f f (x, y + t · ei ) − f (x, y)
(x, y) = lim
∂yi t→0 t
hAx, y + t · ei i − hAx, yi
= lim
t→0 t
hAx, yi + t hAx, ei i − hAx, yi
= lim
t→0 t
t hAx, ei i
= lim = lim hAx, ei i = hAx, ei i
t→0 t t→0
Portando, ∇f (x, y) = (hAe1 , yi , hAe2 , yi , · · · , hAem , yi , hAx, em+1 i , · · · , hAx, em+n i).
Determinaremos agora, ∇g(x):
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 79
∂g g(x + t · ei ) − g(x)
(x) = lim
∂xi t→0 t
hA(x + t · ei ), x + t · ei i − hAx, xi
= lim
t→0 t
hAx, xi + t hAx, ei i + t hAei , xi + t2 hAei , ei i − hAx, xi
= lim
t→0 t
= lim hAx, ei i + hAei , xi + t hAei , ei i = hAx, ei i + hAei , xi
t→0
Exercício 2
Mais geralmente, dada uma base arbitrária {v1 , · · · , vm } em Rm , indique com (g ij ) a matriz inversa
da matriz cujo ij-ésimo elemento é o produto interno < vi , vj >. Mostre que a expressão de grad f (x)
em relação à base {v1 , · · · , vm } é a seguinte:
!
X X ∂f
grad f (x) = g ij vi .
i j
∂vj
m
X
Solução. Como ∇f (x) é um vetor, pomos ∇f (x) = βi ui , onde {u1 , · · · , um } é uma base orto-
i=1
gonal de Rm e βi ∈ R.
m
X
m
Seja v ∈ R . Então, v = αi ui , αi ∈ R.
i=1
Por um lado,
m
X m
X m
X
df (x) · v =< ∇f (x), v >=< βi ui , αi ui >= βi αi |ui |2 .
i=1 i=1 i=1
Por outro,
m
X m
X
df (x) · v = df (x) αi ui = df (x)αi ui .
i=1 i=1
Logo,
1 1 ∂f
df (x)αi ui = βi αi |ui |2 ⇒ βi = df (x)ui ⇒ β i = (x).
|ui |2 |ui |2 ∂ui
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 80
Portanto
m
X 1 ∂f
∇f (x) = (x) · ui .
i=1
|ui |2 ∂ui
m
X m
X
Sejam v = αj vj e ∇f (x) = βi vi , αj , βi ∈ R. Então
j=1 i=1
m
X m
X
df (x) · v = df (x) αj vj = df (x)αj vj .
j=1 j=1
Logo
m
X m X
X m
df (x)αj vj = αj βi < vi , vj >
j=1 j=1 i=1
m
∂f X
⇒ αj vj = αj βi < vi , vj >
∂vj i=1
m
∂f X
⇒ (x)vj = βi < vi , vj > .
∂vj i=1
m
X ∂f
Para i = 1, · · · , m, temos βi = g ij (x), onde ( g ij ) é a matriz inversa da matriz cujo ij-ésimo
j=1
∂vj
elemento é < vi , vj >.
Portanto !
X X ∂f
∇f (x) = g ij j vi .
i j
∂v
Exercício 1
Com a notação da Regra da Cadeia, suponha f e g duas vezes diferenciáveis, obtenha uma fórmula
para
∂ 2 (g ◦ f )
(a.)
∂xi ∂xj
Solução. Pela regra do cadeia temos:
m
∂(g ◦ f ) X ∂g(f (a)) ∂fk (a)
(a) = .
∂xj j=1
∂yk ∂xj
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 81
Logo, !
m
∂ 2 (g ◦ f )
∂ ∂(g ◦ f )(a) ∂ X ∂g(f (a)) ∂fk (a)
(a) = = .
∂xi ∂xj ∂xi ∂xj ∂xi j=1
∂yk ∂xj
m
X ∂ ∂g(f (a)) ∂fk (a)
= ( . )
j=1
∂xi ∂yk ∂xj
m
X ∂ ∂g(f (a)) ∂fk (a) ∂g(f (a)) ∂ ∂fk (a)
= . + .
j=1
∂x i ∂y k ∂x j ∂y k ∂xi ∂xj
m
( " n # )
X ∂fk (a) X ∂fp (a) ∂ 2 g(f (a)) ∂g(f (a)) ∂ 2 fk (a)
= . + .
j=1
∂xj p=1
∂xi ∂yp ∂yk ∂yk ∂xi xj
Exercício 2
(⇐)
Se ϕh : U → R, dada por ϕh (x) = df (x) · h é contínua, ∀ h ∈ Rm , então, em particular, se tomar-
∂f
mos os vetores da base canônica e1 , ....., em , temos que ϕei (x) = ∂xi
(x) é contínua, ∀ i = 1, ..., m.
Portanto f ∈ C 1 (U ).
∂f ∂f
Analogamente, se f é duas vezes diferenciável em U , então f 0 : U → L{Rm , R}, f 0 (x) = ( ∂x1
(x), ..., ∂x m
(x)),
é diferenciável e portanto cada uma de sua funções coordenadas é diferenciável em U . Daí ∀ h ∈ Rm ,
m
X ∂f
ϕh (x) = (x).hi é diferenciável, pois é soma de funções diferenciáveis. Reciprocamente, se
i=1
∂x i
∀ h ∈ Rm , ϕh (x) = df (x) · h é diferenciável, então, em particular, se tomarmos os vetores
∂f
e1 , ..., em ,temos que ϕei (x) = ∂xi
(x) é diferenciável em U , e daí f 0 : U → L{Rm , R}, f 0 (x) =
∂f ∂f
( ∂x1
(x), ..., ∂x m
(x)) será diferenciável, pois suas funções coordenadas o são.
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 82
Exercício 3
∂2
Sejam f : U → R duas vezes diferenciável no aberto convexo U ∈ R2 . Afim de que ∂x∂y
seja
identicamente nula, é necessário e suficiente que existam funções reais ϕ : I → R, γ : J → R, duas
vezes diferenciáveis em intervalos I, J da reta, tais que f (x, y) = ϕ(x) + ϕ(y) para todo (x, y) ∈ U .
∂2 ∂2 ∂f ∂f
Solução. Como ∂x∂y
e ∂y∂x
são identicamente nulas, e ,
∂y ∂x
não dependem de x e y respetivamente.
Fixando (x0 , y0 ) ∈ I x J definamos as funções
ϕ:I→R γ:J →R
∂f
x → ϕ(x) = (x, y0 ) y → γ(y) = ∂f
∂y
(x0 , y)
∂x
Exercício 4
∂ 2g ∂ 2g
=
∂x2 ∂y 2
∂g ∂F ∂r ∂F ∂s ∂F ∂F
= · + · = +
∂x ∂r ∂x ∂s ∂x ∂r ∂s
∂ 2g ∂ 2 F ∂r ∂ 2 F ∂s ∂ 2 F ∂r ∂ 2 F ∂s
= · + · + · +
∂x2 ∂r2 ∂x ∂s∂r ∂x ∂r∂s ∂x ∂s2 ∂x
2 2 2 2
∂ F ∂ F ∂ F ∂ F
= 2
+ + +
∂r ∂s∂r ∂r∂s ∂s2
∂ 2F ∂ 2F ∂ 2F
= + 2 +
∂r2 ∂r∂s ∂s2
∂g ∂F ∂r ∂F ∂s ∂F ∂F
= · + · = −
∂y ∂r ∂y ∂s ∂y ∂r ∂s
∂ 2g ∂ 2 F ∂r ∂ 2 F ∂s ∂ 2 F ∂r ∂ 2 F ∂s
= · + · − · −
∂y 2 ∂r2 ∂y ∂s∂r ∂y ∂r∂s ∂y ∂s2 ∂y
∂ 2F ∂ 2F ∂ 2F ∂ 2F
= − − +
∂r2 ∂s∂r ∂r∂s ∂s2
2 2 2
∂ F ∂ F ∂ F
= − 2 + .
∂r2 ∂r∂s ∂s2
∂ 2g ∂ 2g ∂ 2F
Como, por hipótese, = , temos = 0.
∂x2 ∂y 2 ∂r∂s
Portanto, pelo exercício 7.3 (Curso de Análise Vol. 2 - Capítulo 3), existem ϕ : I → R e ψ : J → R
duas vezes diferenciável tais que F (r, s) = ϕ(r) + ψ(s), donde g(x, y) = ϕ(x + y) + ψ(x − y).
(⇐)
Suponhamos que existam funções ϕ : R → R e ψ : R → R, duas vezes diferenciáveis, tais que
g(x, y) = ϕ(x + y) + ψ(x − y).
Então, considere a seguinte mudança de variáveis: r = x+y e s = x−y. Assim g(x, y) = ϕ(r)+ψ(s).
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 84
∂ 2g ∂ 2 ϕ ∂r ∂ 2 ψ ∂s ∂ 2ϕ ∂ 2ψ
(x, y) = · + · = + 2
∂x2 ∂r2 ∂x ∂s2 ∂x ∂r2 ∂s
∂g ∂ϕ ∂r ∂ψ ∂s ∂ϕ ∂ψ
(x, y) = · + · = −
∂y ∂r ∂y ∂s ∂y ∂r ∂s
∂ 2g ∂ 2 ϕ ∂r ∂ 2 ψ ∂s ∂ 2ϕ ∂ 2ψ
(x, y) = · − · = + 2
∂y 2 ∂r2 ∂y ∂s2 ∂y ∂r2 ∂s
∂ 2g ∂ 2g
Portanto = .
∂x2 ∂y 2
Exercício 5
Seja f : R2 −→ R duas vezes diferenciável. Suponha que fyy = c2 fxx em todos os pontos de
R2 , onde c é uma constante. Prove que existem funções ϕ : R −→ R, ψ : R −→ R, duas vezes
diferenciáveis, tais que f (x, y) = ϕ(x − cy) + ψ(x + cy).
Solução. Defina f : R2 −→ R por f (x, y) = g(u, v), onde u = x − cy e v = x + cy (*).
Daí, segue que
fx = gu · ux + gv · vx = gu + gv .
fxx = (fx )x = (gu + gv )x = guu · ux + guv · vx + gvu · ux + gvv · vx = guu + 2guv + gvv .
Dessa maneira,
fyy = c2 fxx ⇔ c2 (guu − 2guv + gvv ) = c2 (guu + 2guv + gvv ) ⇔ 4guv = 0 ⇔ guv = 0.
Como g : R2 −→ R é duas vezes diferenciável e R2 é aberto e convexo, pelo exercício 7.3 (Curso
de Análise, p.182), existem ϕ, ψ : R −→ R duas vezes diferenciáveis tais que g(u, v) = ϕ(u) +
ψ(v), ∀ (u, v) ∈ R2 .
Portanto, de (*), temos que f (x, y) = ϕ(x − cy) + ψ(x + cy).
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 85
Exercício 6
∂ 2f ∂ 2f
∆f = + · · · +
∂x21 ∂x2m
∂(f ◦T
(1) : ∂x
(x, y) = ∂f
∂x
(T (x, y)) · a + ∂f∂y
(T (x, y)) · b
2
2
∂ (f ◦T ∂2 ∂2 ∂ ∂2
⇒ ∂x2
(x, y) = a ∂x2 f (T (x, y)) · a + ∂y∂x f (T (x, y)) · b +b ∂x∂y f (T (x, y)) ·a+ ∂y 2
f (T (x, y)) ·b
2
∂ (f ◦T 2 2 2
∂ ∂ 2 ∂
⇒ ∂x2
(x, y) = a2 ∂x 2 f (T (x, y)) + 2ab ∂x∂y f (T (x, y)) + b ∂y 2 f (T (x, y))
∂(f ◦T
(2) : ∂y
(x, y) = ∂f
∂x
(T (x, y)) · c + ∂f∂y
(T (x, y)) · d
2
2 2
∂ (f ◦T ∂ ∂2 ∂ ∂2
⇒ ∂y 2
(x, y) = c ∂x2
f (T (x, y)) · c + ∂y∂x
f (T (x, y)) · d +d ∂x∂y f (T (x, y)) ·c+ ∂y 2
f (T (x, y)) ·d
2
∂ (f ◦T ∂2 ∂2 2 ∂2
⇒ ∂y 2
(x, y) = c2 ∂x 2 f (T (x, y)) + 2cd ∂x∂y f (T (x, y)) + d ∂y 2 f (T (x, y))
∂ 2f ∂ 2f 2
2 ∂ f
(3) : ∆(f ◦ T )(x, y) = (a2 + c2 ) T (x, y) + 2(ab + cd) T (x, y) + (b 2
+ d ) T (x, y)
∂x2 ∂x∂y ∂y 2
a c
Além disso, [T ] = . Como T é uma trnasformação linear ortogonal, temos [T ][T ]t = [I].
b d
Então:
2 2
a c a b 1 0 a +c ab + cd 1 0
= ⇔ =
2 2
b d c d 0 1 ab + cd b + d 0 1
Logo, de (3) temos
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 86
∂ 2f ∂ 2f ∂ 2f ∂ 2f
∆(f ◦T )(x, y) = T (x, y)+ T (x, y) = + T (x, y) = ∆(f )(T (x, y)) = [(∆f )◦T ](x, y)
∂x2 ∂y 2 ∂x2 ∂y 2
Exercício 1
∂2f ∂2f
Seja f : U → R harmônica no aberto U ⊂ R2 , isto é f ∈ C 2 e ∂x2
+ ∂y 2
= 0 em todos os pontos
de U . Suponha que os pontos críticos de f são todos não-degenerados. Mostre que f não possui
máximos nem mínimos locais.
Solução. Seja x = (x0 , y0 ) um ponto crítico de f , temos que ∇f (x) = 0 e a matriz Hessiana é dada
por
∂2f ∂2f
∂x2
(x) ∂x∂y
(x)
∂2f ∂2f
∂y∂x
(x) ∂y 2
(x)
seja v = (α, β), temos a forma quadrática
∂ 2f 2 ∂ 2f ∂ 2f 2
H(x).v 2 = α αβ + β
∂x2 ∂x∂y ∂y 2
∂2f
se consideramos v1 = (1, 0), temos H(x).v12 = ∂x2
∂2f
se consideramos v2 = (0, 1), temos H(x).v22 = ∂y 2
Exercício 2
O conjunto dos pontos em que uma função arbitrária f : X → R, definida num conjunto X ⊂ Rm ,
admite um máximo ou mínimo estrito é enumerável.
Solução. Seja Y o conjunto dos pontos de máximo local estrito de f. Dado x ∈ Y , existe uma bola
B(x, 2δ) ⊂ X tal que y ∈ B(x, 2δ), y 6= x ⇒ f (y) < f (x), pois x é ponto de máximo local estrito.
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 87
Para cada x ∈ X, escolhamos um ponto qx ∈ Qn ∩ B(x, 2δ) e um número racional rx > 0 tal que
|x − qx | < rx < δ (isto é possível pois Qn é denso em Rn ). Então a ∈ B(qx , rx ) ⇔ |a − qx | < rx < δ
e |x − a| ≤ |x − qx | + |qx − a| < δ + δ = 2δ ⇒ a ∈ B(x, 2δ). Portanto, B(qx , rx ) ⊂ B(x, 2δ) e daí
y ∈ B(qx , rx ) com y 6= x ⇒ f (y) < f (x) (∗).
A correspondência x 7−→ (qx , rx ) é injetiva, pois se qx = qx0 e rx = rx0 então |x0 − qx | < rx ⇒
x0 ∈ B(qx , rx ) e analogamente x ∈ B(qx0 , rx0 ). Daí, se fosse x 6= x0 , de (∗) teríamos f (x0 ) < f (x) e
f (x) < f (x0 ). Logo, x = x0 . Obtivemos assim uma correspondência injetiva entre Y e Qn .
Portanto, Y é enumerável.
Exercício 3
Ry
Dada ϕ : (a, b) → R derivável, defina f : (a, b) × (a, b) → R pondo f (x, y) = x
ϕ(t)dt. Determine
os pontos críticos de f , caracterize os pontos críticos não-degenerados, os máximos e os mínimos
locais e os pontos de sela. Considere ϕ(t) = 3t2 − 1 e esboce as curvas de nível de f neste caso.
∂f ∂f
Solução. a é ponto crítico de f se ∂x
(a) = ∂y
(a) = 0. Mas pelo Teorema Fundamental do Cálculo,
∂f ∂f
temos que ∂x
(x, y) = −ϕ(x) e ∂y
(x, y) = ϕ(y).
Logo, para que um ponto (x, y) seja ponto crítico de f , x e y devem ser raízes da função ϕ.
Seja então (x1 , x2 ) ponto crítico de f .
∂2f ∂2f
∂x2
(x1 , x2 ) (x1 , x2 ) −ϕ0 (x1 ) 0
H(x1 , x2 ) = ∂x∂y = = −ϕ0 (x1 )ϕ0 (x2 )
∂2f ∂2f
∂y∂x
(x1 , x2 ) ∂y 2
(x1 , x2 ) 0 ϕ0 (x2 )
h i −ϕ0 (x1 ) 0 α1 h i α1
α1 α2 = −α1 ϕ0 (x1 ) α2 ϕ0 (x2 ) = −α12 ϕ0 (x1 )+α22 ϕ0 (x2 )
0 ϕ0 (x2 ) α2 α2
1. Se ϕ0 (x1 ) > 0 e ϕ0 (x2 ) > 0 ou ϕ0 (x1 ) < 0 e ϕ0 (x2 ) < 0, H é indefinida e neste caso (x1 , x2 ) é
ponto de sela.
2. Se ϕ0 (x1 ) > 0 e ϕ0 (x2 ) < 0, H é definida negativa, portanto (x1 , x2 ) é ponto de máximo local.
3. Se ϕ0 (x1 ) < 0 e ϕ0 (x2 ) > 0, H é definida positiva, portanto (x1 , x2 ) é ponto de mínimo local.
Z y
∂f ∂f
f (x, y) = (3t2 − 1)dt,
(x, y) = −3x2 + 1, (x, y) = 3y 2 − 1, daí os pontos críticos de
√ √ x √ √ √
∂x√ √ √
∂y
3 3 3 3 3 3 3 3
f são ( 3 , 3 ), (− 3 , 3 ), ( 3 , − 3 ), (− 3 , − 3 ). Além disso ∀ (x, y) ∈ R2 ,
∂2f ∂2f ∂2f
∂x∂y
(x, y) = 0, ∂x2
(x, y) = −6x, ∂y 2
(x, y) = 6y. Desse modo
−6x 0
H(x, y) = ,
0 6y
√ √ √ √ √ √ √ √
3
e então ( 3
, 33 ) e (− 3
3
, − 33 ) são pontos de sela de f , (− 3
3
, 33 ) é ponto de mínimo e ( 3
3
, − 33 )
é ponto de máximo de f .
Exercício 4
∂ϕ
(x, y) = −y 2 − 1
∂y
e seu valor é diferente de zero para todo (x, y) ∈ Rn+1 . Assim, para todo x0 ∈ Rn , pondo
y0 = f (x0 ) ∈ R, temos ϕ(x0 , y0 ) = 0. Portanto, pelo Teorema da Função Implícita, existe uma bola
B = B(x0 , δ) ⊂ Rn , um intervalo J = [y0 − ε, y0 + ε] e uma função ξ : B → J de classe C ∞ tal
que, para todo x ∈ B, existe um único y = ξ(x) em J tal que
Como f é contínua, podemos obter δ > 0 suficientemente pequeno que f (B) ⊂ J. Como
ϕ(x, f (x)) = 0 para tobo x ∈ B, podemos concluir que f (x) = ξ(x) para x ∈ B.
Portanto, f é C ∞ .
Exercício 7
Solução.
a) Seja E(f ) convexo. Para mostrar que f é convexa, tomamos x, y ∈ U e α ∈ [0, 1]. Então (x, f (x))
e (y, f (y)) pertencem a E(f ), portanto ((1 − α)x + αy, (1 − α)f (x) + αf (y)) ∈ E(f ). Isto
significa que (1 − α)f (x) + αf (y) ≥ f ((1 − α)x + αy), logo f é convexa. Reciprocamente,
supondo f convexa, sejam z = (x, y), z 0 = (x0 , y 0 ) pontos em E(f ) e α ∈ [0, 1]. então y ≥ f (x)
e y 0 ≥ f (x0 ) e daí (1 − α)y + αy 0 ≥ (1 − α)f (x) + αf (x0 ) ≥ f [(1 − α)x + αx0 ], a última
desigualdade devendo-se à convexidade de f . Logo (1 − α)z + αz 0 pertence a E(f ), ou seja,
E(f ) é um conjunto convexo.
Σk+1 k
i=1 ti xi = Σi=1 ti xi + tk+1 xk+1
c) Para x, y ∈ Rn e t ∈ [0, 1], sejam x̄, ȳ ∈ C̄ tais que d(x, C) = |x − x̄| e d(y, C) = |x − ȳ|.
Então (1 − t)x̄ + tȳ ∈ C̄ (pois o fecho de um conjunto convexo é também convexo). E como
d(x, C) = d(x, C̄), temos: f ((1 − t)x + ty) = d((1 − t)x + ty, C) ≤ |[(1 − t)x − ty] − [(1 −
t)x̄ + tȳ]| = |(1 − t)(x − x̄) + t(y − ȳ)| ≤ (1 − t)|x − x̄| + t|y − ȳ| = (1 − t)f (x) + tf (y).
Exercício 8
Solução.
Afirmação. f : U −→ R é convexa se, e somente se, a função ϕ : [0, 1] −→ R, definida por
ϕ(t) = f (x + tv), é convexa.
0
Portanto pelo teorema visto na análise na reta tem-se ϕ(1) ≥ ϕ(0) + ϕ (0).
0
Mas ϕ(1) = f (x + v), ϕ(0) = f (a) e ϕ (0) = h∇f (x), vi . Logo f (x + v) ≥ f (x) + h∇f (x), vi.
Reciprocamente suponhamos que esta desigualdade valha para quaisquer x, x + v ∈ U . Então, pondo
0
ϕ(t) = f (x + tv) temos uma função ϕ : [0, 1] −→ R tal que ϕ (t) = h∇f (x + tv), vi para todo
t ∈ [0, 1]. Ora, para quaisquer t, t0 ∈ [0, 1], tem-se f (x+tv) = f (x+t0 v+(t−t0 )v) = f (x+t0 v+sv),
com s = t − t0 , logo, pela hipótese admitida sobre f .
= (1 − α)ϕ(s) + αϕ(t)
logo ϕ é convexa.
, Reciprocamente, se todas as funções ϕ, definidas do modo acima, são convexas então, dados
x, y ∈ C e α ∈ [0, 1] pomos ϕ(t) = f (x + t(y − x)) e temos:
portanto f é convexa.
Exercício 9
Seja U ⊂ Rm aberto e convexo. Uma função duas vezes diferenciável f : U → R é convexa se,
P 2f
e somente se, para cada x ∈ U, d2 f (x) é uma forma quadrática não-negativa, isto é, ∂x∂i ∂xj
(x) ·
αi αj ≥ 0 para todo vetor v = (α1 , . . . , αm ) ∈ Rm .
Solução. (⇒) f é convexa ⇔ g : [0, 1] → R dada por g(t) = f (x + tv) é convexa ⇔ g 00 (t) ≥
0, ∀ t ∈ [0, 1]. Daí, assumindo que f é convexa, temos que g 00 (t) ≥ 0,∀ t ∈ [0, 1], onde
m
0
X ∂f
g (t) = (x + tv).αi , ∀ t ∈ [0, 1]
i=1
∂xi
m
X ∂ 2f
g 00 (t) = (x + tv).αi αj ≥ 0, ∀ t ∈ [0, 1]
i,j=1
∂x i ∂x j
m
X ∂ 2f
(x).αi αj ≥ 0.
i,j=1
∂x i ∂x j
Exercício 12
Por meio de sucessivas mudanças de coordenadas, como foi indicado no Exemplo 18, exprima cada
uma das formas quadráticas abaixo como soma de termos do tipo ±u2 e decida quais são positivas,
negativas ou indefinidas.
Solução.
1. A(x, y) = x2 − 3xy + y 2
9y 2 9y 2 3y 2 5y 2
A(x, y) = x2 − 3xy + y 2 = x2 − 3xy + 4
− 4
+ y2 = x − 2
− 4
3y 2 5y 2
∗ Para x − 2
= 4
, temos A(x, y) = 0.
3y 2 5y 2
∗ Para x − 2
> 4
, temos A(x, y) > 0.
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 92
3y 2 5y 2
∗ Para x − 2
< 4
, temos A(x, y) < 0.
Novamente, temos uma expressão indefinida, uma vez que C(x, y, z, t) pode assumir valores
positivos, negativos ou ser igual a zero caso
(x + y − 2t )2 + 9y 2 seja, respectivamente, maior, menos ou igual a ( 2t − 3y)2 .
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 93
Exercício 13
Seja f : U → R de classe C 1 no aberto U ⊂ R2 . Se, para algum ponto (a, b) ∈ U , com f (a, b) = c,
∂f ∂f
temos (a, b) > 0, existe k > 0 tal que (x, y) > k para todo (x, y) suficientemente próximo de
∂y ∂y
(a, b). Então existe um retângulo R = [a − δ, a + δ] × [b − ε, b + ε] ⊂ U tal que f (x, b − ε) < c − k · ε
e f (x, b + ε) > c + k · ε para todo x ∈ [a − δ, a + δ]. Logo f (R) ⊃ (c − kε, c + kε). Conclua que se
f não possui pontos críticos então, para cada aberto A ⊂ U , f (A) é aberto em R.
Solução. Ponhamos
∂h ∂f
h(x, y) = f (x, y) − yk ⇒ (a, b) = (a, b) − k > 0.
∂y ∂y
∂f
Como é contínua, existem δ > 0 e ε > 0 tais que pondo I = (a − δ, a + δ), J = (b − ε, b + ε),
∂y
∂h ∂f
temos I × J ⊂ U e (x, y) = (x, y) − k > 0, para todo (x, y) ∈ I × J. Então para todo x ∈ I, a
∂y ∂y
função g : J → R, dada por g(y) = f (x, y) − yk é estritamente crescente em J. Como em particular
de g(b) = f (a, b) − bk = c − bk, temos que
⇒ f (x, b − ε) − bk + εk < c − bk
Analogamente
⇒ f (x, b + ε) − bk − kε > c − bk
para todo x ∈ [a − δ, a + δ]. Daí como f é contínua e (c − kε, c + kε) ⊂ (f (x, b − ε), f (x, b + ε)) o
teorema do valor intermediário nos garante que f (R) ⊃ (c − kε, c + kε).
∂f ∂f ∂f
Se f não possui pontos críticos então (a, b) 6= 0 ou (a, b) 6= 0. Supondo (a, b), para todo
∂x ∂y ∂y
(a, b) ∈ U , pelo que vimos acima para todo abeto A e (a, b) ∈ A, tomando o retângulo tal que R ⊂ A,
vemos que f (A) ⊃ (c − kε, c + kε), onde c = f (a, b), ou seja, f (A) é aberto.
Exercício 14
Seja f : Rm → R de classe C 1 , com m > 2 tal que para algum c ∈ R, a imagem inversa f −1 (c) é
compacta e não-vazia. Mostre que um dos fechados F = {x ∈ Rm : f (x) 6 c} ou G = {x ∈ Rm :
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 94
f (x) > c} é compacto. Conclua que f assume um valor de máximo ou um valor de mínimo em Rm .
Solução. Seja X = {x ∈ Rm ; f (x) = c} . Temos que F ∩ G = X é compacto e portanto limitado.
Daí, se supormos por absurdo que F e G são ilimitados, temos que F’= {x ∈ Rm ; f (x) < c} e G0 =
{x ∈ Rm ; f (x) > c} são ilimitados.
Como X é compacto, então existe r > 0 tal que X ⊂ B[0, r], assim F 0 − B[0, r] e G0 − B[0, r] são
ainda conjuntos ilimitados. Tomemos então x0 ∈ F 0 − B[0, r] e y0 ∈ G0 − B[0, r] , desse modo
x0 e y0 ∈ B[0, r]c , f (x0 ) < c e f (y0 ) > c. Mas B[0, r]c é conexo por caminhos, daí existe um
caminho contínuo α : [0, 1] → B[0, r]c , tal que α(0) = x0 e α(1) = y0 . Sendo f ◦ α : [0, 1] → R
uma função contínua com f (α(0)) < c e f (α(1)) > c, segue do Teorema do Valor Intermediário que
existe θ ∈ (0, 1) tal que f (α(θ)) = c, onde α(θ) ∈ B[0, r]c ⊂ X c . Contradição! Portanto F ou G
deve ser limitado e portanto compacto.
Sem perda de generalidade admita que G é compacto. Sendo f contínua ⇒ f admite máximo em G.
Seja m o máximo de f em G. Temos que para todo x ∈ F, f (x) ≤ c ≤ m, portanto m é o máximo
global de f .
Exercício 1
∂f
Sejam f : R2 → R de classe C 1 , com 6= 0 em todos os pontos, e ξ : I → R tal que f (x, ξ(x)) = 0
∂y
para todo x ∈ I. Prove que ξ é de classe C 1 .
∂f ∂f
Solução. Suponha que (x0 , y0 ) > 0, como é continua, então ∃m δ > 0, ε > 0 tais que pondo
∂y ∂y
∂f ¯ Assim, a função
I = (x0 − δ, x0 + δ), J = (y0 − ε, y0 + ε), temos que > 0 ∀(x, y) ∈ I x J.
∂y
y → f (x, y) é estritamente crecente no intervalo J,¯ onde x ∈ I.
Como f (x0 , y0 ) = c = 0, pelo teorema da função implícita, para cada x ∈ I existe um único
y = ξ(x). Seja h ∈ R2 com |h| < δ então x = x0 + h ∈ I. Daí, se k = ξ(x + h) − ξ(x), Pelo
Teorema do Valor Médio, ∃θ ∈ (0, 1) tal que
∂f ∂f
(x + θh, ξ(x) + k).h + (x + θh, ξ(x) + k).k = 0
∂x ∂y
∂f
ξ(x + h) − ξ(x) k (x + θh, ξ(x) + θk)
= = − ∂x
h h ∂f
(x + θh, ξ(x) + k)
∂y
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 95
Pelo exercício 7.3 do livro analise real Vol 2-pag 38, tem-se que ξ é continua, isto significa que
lim k = 0. A continuidade das derivadas parciais de f nos dá portanto
h→0
∂f
ξ(x + h) − ξ(x) (x, ξ(x))
0
ξ (x) = =− ∂x
h ∂f
(x, ξ(x))
∂y
Exercício 2
Seja f : U −→ R contínua no aberto U ⊂ R2 tal que (x2 + y 4 )f (x, y) + f (x, y)3 = 1, ∀ (x, y) ∈ U .
Prove que f ∈ C ∞ .
Solução. Defina F (x, y, z) = (x2 + y 4 )z + z 3 . Tome (x0 , y0 ) ∈ U . Assim, F x0 , y0 , f (x0 , y0 ) = 1.
∂F 2 2
Temos que x0 , y0 , f (x0 , y0 ) = x20 + y02 + 3 f (x0 , y0 ) 6= 0 (Veja que x20 + y02 + 3 f (x0 , y0 ) =
∂z
0 ⇔ x0 = y0 = f (x0 , y0 ) = 0, mas isto não ocorre pois implicaria F x0 , y0 , f (x0 , y0 ) = 0 6= 1).
Pelo Teorema da Função Implícita, existem abertos V(x0 ,y0 ) , Wf (x0 ,y0 ) tais que ∀ (x, y) ∈ V(x0 ,y0 ) , ∃! z =
ξ(x, y) ∈ Wf (x0 ,y0 ) (ξ ∈ C ∞ ) tal que F x, y, ξ(x, y) = 1.
Note que F x0 , y0 , f (x0 , y0 ) = 1 e assim da unicidade de ξ podemos concluir que f (x0 , y0 ) =
ξ(x0 , y0 ). Como f é contínua e Wf (x0 ,y0 ) , então f −1 (Wf (x0 ,y0 ) ) é aberto e contém (x0 , y0 ). Conside-
remos o aberto A = f −1 (Wf (x0 ,y0 ) ) ∩ V(x0 ,y0 ) ⊂ V(x0 ,y0 ) . Temos que ∀ (x, y) ∈ A, ∃! ξ(x, y) ∈ C ∞
que satisfaz F x, y, ξ(x, y) = 1.
Por outro lado, ∀ (x, y) ∈ A temos que f (x, y) ∈ Wf (x0 ,y0 ) e F x, y, f (x, y) = 1.
Assim, da unicidade de ξ segue que f (x, y) = ξ(x, y), ∀ (x, y) ∈ A.
Portanto, f ∈ C ∞ .
Exercício 3
Exercício 4
∂ϕ
(x, y) = −y 2 − 1
∂y
e seu valor é diferente de zero para todo (x, y) ∈ Rn+1 . Assim, para todo x0 ∈ Rn , pondo
y0 = f (x0 ) ∈ R, temos ϕ(x0 , y0 ) = 0. Portanto, pelo Teorema da Função Implícita, existe uma bola
B = B(x0 , δ) ⊂ Rn , um intervalo J = [y0 − ε, y0 + ε] e uma função ξ : B → J de classe C ∞ tal
que, para todo x ∈ B, existe um único y = ξ(x) em J tal que
Como f é contínua, podemos obter δ > 0 suficientemente pequeno que f (B) ⊂ J. Como
ϕ(x, f (x)) = 0 para tobo x ∈ B, podemos concluir que f (x) = ξ(x) para x ∈ B.
Portanto, f é C ∞ .
Exercício 10
R1 R2
Seja f : [0, 2] −→ R contínua, positiva, tal que 0 f (x)dx = 1 f (x)dx = 1. Para cada x ∈ [0, 1],
R g(x)
prove que existe um único g(x) ∈ [1, 2] tal x f (t)dt = 1. Mostre que que a função g : [0, 1] −→ R,
assim definida é de classe C 1 .
Solução. Observações preliminares:
Z x
i) Para cada x0 ∈ [0, 1], a função H : [1, 2] → R, H(x) = f (t)dt é crescente, contínua e de
x0
classe C 1 .
Z y0
ii) Para cada x0 ∈ (0, 1), ∃y0 ∈ (1, 2) tal que f (t)dt = 1.
x0 Z x
De fato fixe x0 ∈ (0, 1), e considere H : [1, 2] → R, dada por H(x) = f (t)dt, então
x0
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 97
Z 2
H(1) < f (t)dt = 1 < H(2). Logo pelo teorema do valor intermediário ∃y0 ∈ (1, 2) tal
1
Z y0
que H(y0 ) = f (t)dt = 1.
x0
Z y
Agora considere a função F : (0, 1) × (1, 2) → R, F (x, y) = f (t)dt. Tem-se que F é de classe
x
∂F
C 1, (x, y) = f (y) > 0 e para cada x0 ∈ (0, 1) arbitrário ∃y0 ∈ (1, 2) tal que F (x0 , y0 ) = 1. Pelo
∂y
teorema da função inversa existem intervalos abertos I ⊂ (0, 1), J ⊂ (1, 2) tais que x0 ∈ I, y0 ∈ J,
e para cada x ∈ I, existe um único ξ(x) ∈ J tal que F (x, ξ(x)) = 1, e a função ξ : I → J assim
definida é de classe C 1 .
g(x) = ξ(x), x ∈ (0, 1)
Vamos definir g : [0, 1] → [1, 2] dessa forma g(0) = 1
g(1) = 2
Afirmações:
a) g é contínua em x = 0 e x = 1. Z g(xn )
De fato seja xn → 0 (xn ∈ (0, 1)), então f (t)dt = 1 como xn → 0 e 1 ≤ g(xn ) ≤ 2
xn
Z k
e para 1 < k < 2, tem-se f (t)dt > 1, devemos ter que g(xn ) → 1 quando xn → 0, pois
Z 1 0
f (t)dt = 1.
0
Analogamente xn → 1 ⇒ g(xn ) → 2. E portanto g(x) é contínua em x = 0 e x = 1.
b) g é derivável em x = 0 e x = 1.
Veja que
Z g(x)
f (x)
f (t)dt = 1 ⇒ f (g(x)) · g 0 (x) − f (x) = 0 ⇒ g 0 (x) = , ∀ ∈ (0, 1).
y f (g(x)
f (x) f (0)
Assim limx→0+ g 0 (x) = limx→0+ = , pois f e g são contínuas com f (x) > 0. De modo
f (g(x)) f (1)
análogo existe limx→1− g 0 (x).
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 98
f (x)
Ao mesmo passo da relação g 0 (x) = mostramos que g(x) é contínua em x = 0 e x = 1.
f (g(x))
Logo g(x) é de classe C 1 .
Exercício 1
x2 y 2 z 2
Dentre os pontos do elipsoide + 2 + 2 = 1, determine os mais próximos da origem em R3 .
a2 b c
Solução. Considere a seguinte matriz autoadjunta:
1
a2
0 0
A = 0 b12 0 Queremos minimizar f (x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 , restrito à condição g(x) =
1
0 0 c2
hAx, xi = 1. Este mínimo de fato existe, pois g −1 (1) é um conjunto compacto e f é uma função
contínua. Pelo Método dos Multiplicadores de Lagrange, os pontos críticos de f |g−1 (1) são soluções
do seguinte sistema:
∇f (x) = λ∇g(x) x = λAx
⇒
g(x) = 1 g(x) = 1
Deste sistema resulta que os pontos de mínimo de f |g−1 (1) são os autovetores de A que pertencem à
hiperfície g −1 (1) e que estão associados aos autovalores de maior módulo.
Exercício 2
Determine os pontos críticos da função f : R2m → R, f (x, y) =< x, y >, restrita à esfera unitária
|x|2 + |y|2 = 1 e mostre como daí se obtém a desigualdade de Schwarz.
Solução. Consideradas as funções f, ϕ : R2m → R, f (x, y) =< x, y > e ϕ(x, y) = |x|2 + |y|2 temos
S = ϕ−1 , gradf (x, y) = (y, x) e gradϕ(x, y) = 2(x, y). Portanto (x, y) ∈ S é ponto crítico de f |S
1
se, e somente se, (y, x) = 2λ(x, y), logo y = 2λx e x = 2λy, o que nos dá λ = 2
ou λ = − 21 , e
1
y = x ou y = −x. Assim, os pontos críticos de f |S são da forma (x, x) ou (x, −x) com |x|2 = 2
pois,
(x, x) ∈ S. Já que f (x, x) = |x|2 e f (x, −x) = −|x|2 , os pontos (x, x) são de máximo e os pontos
(x, −x) de mínimo, logo − 12 ≤< x, y >≤ 21 para todo (x, y) ∈ S. Para todo par de vetores não-nulos
√ √ √ √
2 2 2 2 1
x, y ∈ Rn , tem-se ( x, y) ∈ S, portanto < x, y > ≤ e daí | < x, y > | ≤ |x||y|,
2|x| 2|y| √ √ √2|x| 2|y| √ 2
2 2 2 2
a igualdade é válida só quando x= y ou x=− y, i.e., quando x e y são colineares.
2|x| 2|y| 2|x| 2|y|
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 99
Exercício 1
.
De fato
Afirmação:df (a) = 0, ∀a ∈ U
r(v)
Prova: f (a + v) − f (a) = r(v), só resta provar que lim = 0, por hipoteses |f (a + v) − f (a)| ≤
v→0 |v|
r(v) r(v)
c|v|α , onde α > 1 então |r(v)| ≤ c|v|α ⇒ | | ≤ c|v|α−1 ⇒ lim = 0 com isto termina a prova
|v| v→0 |v|
da afirmação. Portanto como cada componente conexa C de U é conexa e além df (x) = 0 ∀x ∈ C,
utilizando o corolário do teorema do valor mádio f é constante em C.
Exercício 2
f (a + v) − g(a + v)
⇒ lim = 0.
v→0 |v|
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 100
Reciprocamente:
Exercício 3
Sejam V ⊂ U ⊂ Rm abertos e δ > 0 tais que x ∈ V , |h| < δ ⇒ x + h ∈ U . Seja B = B(0; δ).
Se f : U → Rn é diferenciável então ϕ : V × B → Rn , definida por φ(x, h) = f (x + h), é
0 0 0
diferenciavel, sendo ϕ (x0 , h0 ) : Rm × Rm → Rn dada por ϕ (x0 , h0 ).(u, v) = f (x0 + h0 ).(u + v).
Solução. Uma aplicação f : U → Rn , definida no aberto U ⊂ Rm , diz-se diferenciável no
ponto a ∈ U quando existe uma aplicação linear T : Rm → Rn tal que f (a + v) − f (a) = T.v +
r(v)
r(v), onde lim =0
v→0 |v|
Então
0
ϕ((x0 , h0 )+(v1 , v2 ))+ϕ(x0 , h0 ) = f (x0 +h0 +v1 +v2 )+f (x0 +h0 ) = ϕ (x0 , h0 ).(v1 , v2 )+r(v1 , v2 ),
r(v1 , v2 )
onde lim = 0,por outro lado , como f é diferenciável cumpre-se que f (x0 + h0 + v1 +
(v1 ,v2 )→0 |v1 , v2 |
0 r1 (v1 + v2 )
v2 ) + f (x0 + h0 ) = f (x0 + h0 ).(u + v) + r1 (v1 + v2 ), onde lim = 0. Agora
(v1 +v2 )→0 |v1 + v2 |
r1 (v1 + v2 ) r1 (v1 + v2 ) r1 (v1 + v2 )
só precisamos demostrar que lim = 0. De fato , = ≤
(v1 ,v2 )→0 |v1 , v2 | |(v1 , v2 )| |v1 | + |v2 |
r1 (v1 + v2 ) r1 (v1 + v2 )
, então lim =0
|v1 + v2 | (v1 ,v2 )→0 |v1 , v2 |
Exercício 4
r(h)
Como lim = 0, segue que
h−→0 |h|
f (a + h) − f (a) = f 0 (a) · h ⇔ f (a + h) − f (a) = A(h) · h.
Portanto, A(h) : Rm −→ Rn é contínua em 0.
Exercício 5
Exercício 6
Exercício 7
(⇐)
Se f = T |S m , onde T é linear, então F é linear, pois ∀ x, y ∈ Rm+1 e α ∈ R temos que F (α.y +x) =
α.y+x α.y+x x y x y
|x + α.y|.f ( |α.y+x| ) = |x + α.y|.T ( |α.y+x| ) = |x|.T ( |x| ) + α|y|.T ( |y| ) = |x|.f ( |x| ) + α|y|.f ( |y| )=
F (x) + αF (y). Agora observe que limx→0 F (x)−F|x|
(0)−F (x)
= 0. Portanto F é diferenciável em 0 e
F 0 (0)x = F (x).
Exercício 9
∂f
Dada f : Rn → Rp , enuncie e demonstre um teorema que traduza a igualdade f 0 (x, y) = dx +
∂x
∂f
dy.
∂y
Solução. Sejam f : Rn → Rp e σ(t) = (x(t), y(t)), t ∈ I, tal que σ(I) ⊂ Rn um caminho. Se σ(t)
é diferenciável em t0 ∈ I, e f (x, y) é diferenciável em σ(t0 ) = (x0 , y0 ), então a função composta
dz(t0 ) ∂f ∂f
z = f (σ(t)), t ∈ I, é diferenciável em t0 e = f 0 (x, y) = dx + dy.
dt ∂x ∂y
Demonstração: Como f é diferenciável em (x, y), temos
∂f ∂f
f (w, z) − f (x, y) = (x, y) · (w − x) + (x, y) · (z − y) + E(w, z), (2.1)
∂x ∂y
E(w, z)
onde lim = 0. Portanto, a função
|(w, z) − (x, y)|
E(w, z)
, (w, z) 6= (x, y)
g(w, z) = |(w, z) − (x, y)|
0 , (w, z) = (x, y)
Observe que
|σ(t) − σ(t0 )| σ(t) − σ(t0 ) |t − t0 |
= .
t − t0 t − t0 t − t0
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 103
|t − t0 |
Como lim g(σ(t)) = 0 e como a função é limitada, temos
t→t0 t − t0
|t − t0 |
lim g(σ(t)) = 0.
t→t0 t − t0
Exercício 10
∂2f
Seja f : U → Rp duas vezes diferenciável no aberto U ⊂ Rm × Rn . Defina as derivadas mistas ∂x∂y
∂2f
, ∂y∂x
e estabeleça a relação que existe entre elas.
∂ f 2 ∂ f 2
Solução. A derivada mista ∂x∂y é a aplicação ∂x∂y : U → Rp , que associa a cada ponto a ∈ U o vetor
∂2f ∂2f
f 00 (a)(e1 , 0)(0, e1 ). De maneira análoga, a derivada mista ∂y∂x
é a aplicação ∂y∂x
: U → Rp , que
associa a cada ponto a ∈ U o vetor f 00 (a)(0, e1 )(e1 , 0). No caso de f ser duas vezes diferenciável, o
Teorema de Schwarz nos diz que essas duas derivadas coincidem em cada ponto.
Exercício 11
Seja f : Rm → Rm diferenciável, com f (0) = 0. Se a transformação linear f 0 (0) não tem valor
próprio 1 então existe uma vizinhança V de 0 em Rm tal que f (x) 6= x para todo x ∈ V − {0}.
Solução. Como a transformação linear f 0 (0) não possui valor próprio em S1 (0), existe ε > 0 tal que
|u| = 1 e |f 0 (0)u − u| ≥ ε. Sendo f diferenciável, com f (0) = 0 temos que
logo
0 0 x
f (x) = f (0)x + p(x)|x| = |x| f (0) + p(x)
|x|
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 104
e existe δ > 0 tal que 0 < |x| < δ ⇒ |p(x)| < ε. Portanto, se 0 < |x| < δ então
0 x
|f (x) − x| = |x| f (0) + p(x) − x
|x|
0 x x
= |x| f (0) − + p(x)
|x| |x|
0 x x
≥ |x| f (0) − + p(x) > 0
|x| |x|
e daí f (x) 6= x.
Exercício 1
Exercício 2
∂f
= C|r(t)| −→ 0, t → 0 =⇒ (f ◦ g)0 (0) = (a) · · · · · · (1)
∂g 0 (0)
por outro lado f é diferenciável em a ⇐⇒ fi ∀i = 1 · · · m o fosse em a
∂f
de (1) tenemos ((f1 ◦ g)0 (0), . . . , (fm ◦ g)0 (0)) = (a) = T (v) = (T1 (v), . . . , Tm (v)) onde
∂g 0 (0)
v = g 0 (0) (T é lineal p. h.) =⇒ (fi ◦ g)0 (0) = Ti (v) existe e Ti é linear (porque T Ã
) c em seguida,
pelo exercício Cap 3-4.7 análise vol 2 podemos concluir que fi ∀i = 1 · · · m é diferenciável em a.
Exercício 3
Exercício 4
Exercício 5
∂ϕ ∂f1 ∂ϕ
∂y1
(f (x)) ∂x 1
(x) + ... + ∂ym
(f (x)) ∂f
∂x1
m
(x) =0
∂ϕ (f (x)) ∂f1 (x) + ... + ∂ϕ
(f (x)) ∂f
m
(x) =0
∂y1 ∂x2 ∂ym ∂x2
...
∂ϕ (f (x)) ∂f1 (x) + ... +
∂ϕ ∂fm
(f (x)) ∂x (x) =0
∂y1 ∂xm ∂ym m
O sistema acima é válido para todo x ∈ U , em particular, para x = a, temos Jf (a) 5 ϕ(b) = 0.
Logo, Jf (a) · x = 0 adimite uma solução não-trivial.
Portanto, a matriz jacobiana de f em a não é invertível, isto é, detf 0 (a) = 0.
Exercício 6
Imf 0 (x) =< f (x) >⊥ ⇒ dim Im f 0 (x) < m ⇒ dim ker f 0 (x) ≥ 1,
Exercício 8
∂f 1 ∂f ∂f
gradf = .ur + uθ + uz
∂r r ∂θ ∂z
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 108
ii) seja
u = (cosθ, senθ, 0)
r
uθ = (−senθ, cosθ, 0)
u =
z (0, 0, 1)
então
f¯ = fx .cosθ + fy .senθ
r
f¯θ
r
= fx .(−senθ) + fy .(cosθ)
f¯ =
f
z z
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 109
Daí
f¯r .ur = (fx .cosθ + fy .senθ)(cosθ, senθ, 0)
= (fx cos2 θ + fy senθcosθ, fx senθcosθ + fy senθ, 0)
f¯θ
r
.uθ = (fx .(−senθ) + fy .(ccsθ)(−senθ, cosθ, 0)
= (fx sen2 θ − fy senθcosθ, −fx senθcosθ + fy cosθ , 0)
f¯ .u
= fz (0, 0, 1) = (0, 0, fz )
z z
1
f¯r .ur + f¯θ .uθ + f¯z .uz = (fx , fy , fz ) = gradf
r
iii) O gradiente é um vetor que indica em que direção aumentam, em mayor grado os valores do
campo, ou seja que o gradiente num ponto nos informa a direção na cual vamos a encontrar
valores mas altos.
Exercício 9
Exercício 11
Seja f : U → Rn −{0} diferenciável no aberto conexo U ⊂ Rm . A fim de que seja |f (x)| = constante,
é necessário e suficiente que f 0 (x) · h seja perpendicular a f (x), para todo x ∈ U e todo h ∈ Rm .
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 110
Exercício 2
Exercício 3
que ϕ é contínua em [0, 1] e diferenciável em (0, 1), daí pelo T.V.M temos que ∃ t0 ∈ (0, 1) tal que
0 0
ϕ(1)−ϕ(0) = 1.ϕ (t0 ) ⇒ hf (b)−f (a), yi = hf (a+t0 (b−a))(b−a), yi. Fazendo cy = a+t0 (b−a),
0
temos então que hf (b) − f (a), yi = hf (cy )(b − a), yi, como queríamos provar.
Exercício 4
3. f é uniformemente contínua
Mostre que (1) ⇔ (2) ⇒ (3) ⇒ (4) ⇒ (5) mas as demais implicações são falsas.
Solução. (1) ⇔ (2) Se f é diferenciável em U então f é contínua em U e x, y ∈ U ⇒ [x, y] ⊂ U ,
pela convexidade de U . Como |f 0 (x)| ≤ c, ∀ x ∈ U , logo |f (x) − f (y)| ≤ c|x − y|, ∀ x, y ∈ U .
Reciprocamente, suponhamos por contradição que existe x0 ∈ U tal que |f 0 (x0 )| > c. Então
v
|f 0 (x0 )v| > c|v| ⇒ |f 0 (x0 )u| = c + ε, onde u = . Pela diferenciabilidade de f , existe δ > 0
|v|
0 0
tal que 0 < t < δ ⇒ |f (x + tu) − f (x)| = |f (x)tu + r(tu)| ≥ |f tu| − |r(tu)| , com |r(tu)| < tδ.
Então ∀t, onde 0 < t < δ ⇒ |f (x + tu) − f (x)| ≥ (c + ε)t − tε = ct + εt − εt = ct > c. Tomando
y = x + tu obtemos |y − x| = |t||u| ⇒ |y − x| = t.
Portanto, |f (x) − f (y)| > c|x − y|.
ε
(2) ⇒ (3) Basta tomar δ = c
e observar que f é lipschitziana, e consequentemente uniformemente
ε
contínua, isto é, ∀ ε > 0, ∃ δ = tal que |x − y| < δ ⇒ |f (x) − f (y)| < ε, ∀x, y ∈ U .
c
√
(3) 6⇒ (2). De fato, se considerarmos a função f : [0, 1] → R, definida por f (x) = x, sabemos
que f é uniformente contínua, mas não é lipschitziana.
(3) ⇒ (4) Dado x0 ∈ Ū , como Ū = U ∪ U 0 , temos que x0 ∈ U ou x0 ∈ U 0 .
Se x0 ∈ U então lim f (x) = f (x0 ), pois f é contínua. Logo, existe lim f (x).
x→x0 x→x0
0
Agora, se x0 ∈ U , como f é uniformemente contínua, então toda sequência de Cauchy (xk ) ⊂ U é
transformada por f em uma sequência de Cauchy f (xk ) ⊂ Rn . Em particular, para toda sequência
(xk ) ⊂ U \{x0 } com lim xk = x0 , ∃ lim f (xk ) = b e este valor independe da sequência escolhida.
k→∞ k→∞
De fato, se (yk ) ⊂ U \{x0 } fosse uma outra sequência com lim yk = x0 tal que lim f (yk ) = c 6= b,
k→∞ k→∞
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 112
teríamos uma sequência (zk ) ⊂ U \{x0 } definida por z2k = xk , z2k+1 = yk tal que lim zk = x0 , mas
k→∞
não existe lim f (zk ), pois lim f (zkj ) = b, se kj = 2j, e lim f (zkj ) = c, se kj = 2j + 1.
k→∞ j→∞ j→∞
Portanto, lim f (x) = b.
x→x0
(4) 6⇒ (3). Consideremos f : [0, 2π] −→ R definida por f (x) = cos(x2 ). Como cos(x) é uma
função contínua, temos lim cos(x2 ) = cos(x20 ), isto é, existe
x→x0
2
lim cos(x ), ∀ x0 ∈ [0, 2π]. No entanto, a função não é uniformemente contínua, pois basta con-
x→x0
p √ π
siderar xk = (k + 1)π e yk = kπ. Então xk − yk = p √ . Dessa maneira,
(k + 1)π + kπ
lim |xk − yk | = 0, mas |f (xk ) − f (yk )| = 2.
k→∞
(4) ⇒ (5) Defina F : Ū −→ Rn , definida por F (x) = f (x) se x ∈ U e F (x) = lim f (y), se
y→x
x ∈ Ū \U . Esta função está bem definida, pois lim f (x) existe para todo x0 ∈ Ū .
x→x0
Além disso, F é contínua. Como F |U = f é diferenciável, temos F é contínua em U , então basta
provar que F é contínua em ∂U , já que Ū = intU ∪ ∂U = U ∪ ∂U .
Seja a ∈ ∂U , então F (a) = lim f (x) ⇒ ∀ ε > 0, ∃ δ > 0 tal que x ∈ U, 0 < |x − a| <
x→a
ε
δ ⇒ |f (x) − F (a)| < . Dado x̄ ∈ Ū \U , temos que 0 < |x̄ − a| < δ ⇒ ∃ (xk ) ⊂ U tal que
2 ε
lim xk = x̄. Daí, para k suficientemente grande, |xk − a| < δ ⇒ |f (xk ) − F (a)| < . Assim,
k→∞ 2
ε
|xk − a| < δ ⇒ lim |f (xk ) − F (a)| = |F (x̄) − F (a)| ≤ < ε.
k→∞ 2
Logo, lim F (x̄) = F (a) e assim F é contínua em a.
x→a
Provamos que F é contínua em Ū e, como Ū é compacto, segue que F (Ū ) é compacto. Portanto,
F (U ) = f (U ) é limitado.
(5) 6⇒ (4). Temos que 0 ∈ [0, 1] = (0, 1). Considerando f : (0, 1) −→ R definida por f (x) =
1
sen ( x1 ), segue que U = (0, 1) é limitado e f (U ) é limitado, mas não existe lim sen .
x→0 x
Exercício 5
algum b ∈ U .
Dessa maneira, f (x) = T · x + g(b). Fazendo a = g(b) ∈ Rn , obtemos f (x) = T · x + a, para algum
a ∈ Rn .
Exercício 6
|f (x) − f (y)|
sup = sup |f 0 (z)|
x6=y |x − y| z∈U
|f (x) − f (y)|
Solução. Sejam α := sup e β := supz∈U |dfz |
x6=y |x − y|
Afirmamos que α ≤ β e β ≤ α.
x, y ∈ U ; U conexo ⇒ [x, y] ⊂ U . Então, pela Desigualdade do Valor Médio, temos que
|f (x) − f (y)|
⇒ α = sup ≤ sup |dfz | = β ⇒ α ≤ β
x6=y |x − y| z∈U
m
f (a + tv) − f (a)
Por outro lado, seja v ∈ R tal que |v| = 1, então |dfz (v)| = lim ,daí cha-
t→0 t
mando x = a + tv e y = a
Exercício 7
|ϕ(1) − ϕ(0)| = |ϕ0 (c)| para algum c ∈ (0, 1) ⇒ |f (2x) − f (x)| = |f 0 (x + cx) · x| (∗)
lim f 0 (x) · x = 0 ⇒ dado = 1, ∃ A > 0 tal que |x| > A ⇒ |f 0 (x) · x| < 1.
|x|→∞
Daí c ∈ (0, 1) ⇒ |(1 + c)x| > A ⇒ |f 0 ((1 + c)x)((1 + c)x)| < 1 ⇒ |f 0 ((1 + c)x)x| < 1
|1+c|
.
1
Em (∗) temos |g(x)| = |f (2x) − f (x)| < |1+c|
.
Exercício 8
Contradição. Logo x0 = y0 . Sabemos que ∃δ > 0 tal que ∀x ∈ Key ∈ U tal que |x − y| < δ ⇒
[x, y] ⊂ U. Daí como xn − yn → 0 para todo n suficientemente grande temos que [x, y] ⊂ U (
pode até supor sem perda de generalidade que [xn , yn ] ⊂ U, ∀n ∈ N). Fixemos um indice n tal que
[xn , yn ] ⊂ U , assim [xn , yn ] ⊃ [xn+1 , yn+1 ] ⊃ · · · . Como f 0 é contínua e [xn , yn ] é compacto existe
c > 0 tal que |f 0 (x)| ≤ c, ∀x ∈ [xn , yn ] e portanto ∀x ∈ [xn+1 , yn+1 ], i = 1, 2, · · · . Pela desigualdade
do valor médio temos que |f (xn ) − f (yn )| ≤ c|xn − yn |, para todo n suficientemente grande, daí
concluirmos que c|xn − yn | ≥ |f (xn ) − f (yn )| > n|xn − yn |. Daí para todo n suficientemente grande
tal que |xn − yn | =
6 0 temos que c > n. Contradição.
Se f 0 for limitada o argumento é o mesmo pois existe c > 0 tal que |f 0 (x)| ≤ c, ∀x ∈ U , daí
|f 0 (x)| ≤ c, ∀x ∈ [xn , yn ]. Argumentando assim chegamos a uma contradição.
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 115
Exercício 1
Exercício 2
Seja f : R → R um função de classe C 1 tal que |f 0 (t)| ≤ k < 1 para todo t ∈ R. Defina uma
aplicação ϕ : R2 → R2 pondo ϕ(x, y) = (x + f (y), y + f (x)). Mostre que ϕ é um difeomorfismo de
R2 sobre se mesmo.
Solução. Como f é de classe C 1 , segue-se que ϕ é de classe C 1 , além disso,
pois |f 0 (t)| ≤ k < 1 para todo t ∈ R. Então ϕ0 (x, y) é um isomorfismo. Pelo corolário 1 do livro de
Curso de Análise-pag 282, tem-se que ϕ é um difeomorfismo local.
Agora precisamos provar que ϕ é injetora, assim ϕ será um difeomorfismo de R2 → R2 .
De fato:
|ϕ(x, y) − ϕ(z, w)|s = |(x + f (y), y + f (x)) − (z + f (w), w + f (z))|
= |(x − z + f (y) − f (w)), (y − w + f (x) − f (z))|
= |(x − z, y − w) + (f (y) − f (w), f (x) − f (z))|
= |x − z| + |y − w| − |f (y) − f (w)| − |f (x) − f (z)|
> |x − z| + |y − w| − k|x − z| − k|y − w| = (1 − k)|x − z| + (1 − k)|y − w|
Portanto, se ϕ(x, y) = ϕ(z, w) implica que (x, y) = (z, w).
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 116
Assim f é um difeomorifismo global. Resta provar que f (R2 ) = R2 , para provar que f (R2 ) é fechado,
1
seja (xk ) uma sequência tal que lim f (xk ) = y ∈ R2 , como |xk − xr | ≤ 1−k
|f (xk ) − f (xr )|, vemos
que (xk ) é de Cauchy portanto converge, seja x = lim xk . Então f (x) = lim f (xk ) = y ∈ f (R2 ).
Assim, f (R2 ) é aberto e fechado. como R2 é conexo, tem-se f (R2 ) = R2 .
Exercício 3
Sejam f, g, h : R −→ R diferenciáveis. Defina F : R2 −→ R2 pondo F (x, y) = f (x) · h(y), g(y) .
Suponha que f e g são difeomorfismos de R sobre R. Mostre que F é um difeomorfismo se, e somente
se, 0 ∈
/ h(R).
Solução. (⇒) F difeomorfismo ⇒ F 0 (a) : R2 → R2 é isomorfismo ∀a ∈ R2 ⇒ det[F 0 (a)] 6= 0 ,
∀a ∈ R2
0 0
0
f (x)h(y) f (x)h (y)
Em outras palavras, det[F (x, y)] = 6= 0 Como f e g são difeomorfis-
0
0 g (y)
mos, temos que f 0 (x) 6= 0 e g 0 (y) 6= 0 ∀x, y ∈ R. Desta forma, temos que h(y) 6= 0, ∀y ∈ R ⇒ 0 ∈ /
h(R)
/ h(R) ⇒ det[F 0 (x, y)] 6= 0, pois f e g são difeomorfismos. Logo como F é diferen-
(⇐) Se 0 ∈
ciável (f , g, h são diferenciáveis), podemos aplicar o teorema da função inversa. Assim concluímos
que F é difeomorfismo local. Como F é uma aplicação aberta, falta mostrar que F é bijetora para
concluir o difeomorfismo de R2 em R2 .
Para mostrar a injetividade de F seja (x, y) 6= (x0 , y 0 ) em R2 . Temos dois possíveis casos. No
primeiro caso temos x = x0 e y 6= y 0 ou x 6= x0 e y 6= y 0 assim, em ambas possibilidades, F (x, y) 6=
F (x0 , y 0 ), pois g(y) 6= g(y 0 ) (fato que decorre de g ser difeomosfismo e consequentemente uma
bijeção de R em R). Em um segundo caso, temos x 6= x0 e y = y 0 assim f (x)h(y) 6= f (x0 )h(y 0 ), fato
/ h(R) e f (x) 6= f (x0 ).
que decorre de 0 ∈
Para mostrar a sobrejetividade de F vamos tomar v = (v1 , v2 ) ∈ R2 , vemos claramente da sobre-
jetividade de g que existe y ∈ R, tal que g(y) = v2 . Fixando esse y vemos que existe x ∈ R tal que
f (x).h(y) = v1 uma vez que f é sobrejetiva e 0 ∈
/ h(R).
Assim, concluimos que F é um difeomorfismo de R2 em si mesmo.
Exercício 11
donde hf 0 (x, y)(v1 , v2 ), (v1 , v2 )i = h(v1 , v2 ey ), (v1 , v2 )i = v12 + ey .v22 > 0, ∀ v = (v1 , v2 ) 6= (0, 0) e
∀ (x, y) ∈ R2 . Agora note que f não é sobrejetiva, pois, por exemplo, o elemento (0, -1) ∈
/ f (R2 ).
Exercício 12
|f (y) − f (x)|.|y − x| ≥ |(f (y) − f (x), y − x)| ≥ α|y − x|2 ⇒ |f (y) − f (x)| ≥ α|y − x|, ∀ x, y ∈ Rm .
Se x = y a desigualdade é trivial.
1
Seja y ∈ f (Rm ), y = lim f (xk ), (xk ) ⊂ Rm , temos que |xr − xs | ≤ 2
|f (xr ) − f (xs )|, donde
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 118
Exercício 13
Seja f : Rm → Rm de classe C 1 tal que f 0 (x) é, para todo x ∈ Rm , uma isometria (isto é, |f 0 (x) · v| =
|v|) na norma euclidiana. Então f é uma isometria (isto é, |f (x) − f (y)| = |x − y|). Conclua que
existem T ∈ L(Rm ) ortogonal e a ∈ Rm tais que f (x) = T · x + a.
Solução. Defina
ψ : [0, 1] −→ R
t 7−→ ψ(t) =< f (a + t(b − a), b − a >
onde a, b ∈ Rm , são arbitrários e a 6= b. ψ é contínua em [0, 1] e derivável em (0, 1), então ∃θ ∈ (0, 1)
tal que ψ(1) − ψ(0) = ψ 0 (θ) então
< f (b), b − a > − < f (a), b − a >=< f 0 (a + θ(b − a))(b − a), b − a >⇒
Lema: Seja f : Rm → Rm uma função tal que f (0) = 0 e |f (u) − f (v)| = |u − v| para quaisquer
u, v ∈ Rm . Então:
1
< f (u), f (v) > = (|f (u)|2 + |f (v)|2 − |f (u) − f (v)|2 )
2
1
= (|u|2 + |v|2 − |u − v|2 )
2
=< u, v > .
Exercício 14
. Pelo Critério de Cauchy segue-se que lims→1 b(s) existe. Emseguida, provaremos que todo caminho
retilíneo, contido em Y , começando num ponto arbitrário Y0 ∈ f (Rm , pode ser levantada a partir
de qualquer ponto x0 ∈ f − 1(Y0 ). De fato, se isso não ocorresse, existiria um caminho retilíneo
a
a(s) = (1 − δ)Y0 + sY1 em Y tal que a restrição [0,1]
possuiria um levantamento b : [0, 1) → Rm , com
b0 = x0 ,sem que lims→1 b(s) existisse. Isto, porém, contradiz o que acabamos de provar. Vemos agora
que f (Rm 0 é um subconjunto do aberto Y , pois todo Y1 pertence ao fecho de f (Rm ) relativamente
a Y pode ser ligado a um ponto Y0 ∈ f (Rm ) por um caminho retilíneo contido em Y , o qual pode
ser levantado a Rm , de modo que Y1 ∈ f (Rm ). Como Y é conexo e f (Rm ) é evidentemente aberto,
segue-se que f (Rm ) = Y .
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 121
Exercício 3
Dê um exemplo em que todas as desigualdades acima são estritas. Prove também que
Z Z Z Z
c · f (x)dx = c · f (x)dx se c > 0 e c · f (x)dx = c · f (x)dx quando c < 0.
A A A A
Solução.
Para todo bloco B ⊂ A, temos que
mB (f ) + mB (g) ≤ mB (f + g) e MB (f + g) ≤ MB (f ) + MB (g).
e portanto
Z Z Z Z Z Z
f (x)dx+ g(x)dx ≤ [f (x) + g(x)]dx ≤ [f (x) + g(x)]dx ≤ f (x)dx+ g(x)dx.
A A A A A A
Dessa maneira, Z Z Z
0= f (x)dx + g(x)dx < 1 = [f (x) + g(x)]dx.
A A A
Além disso, Z Z Z
1= [f (x) + g(x)]dx < 2 = f (x)dx + g(x)dx.
A A A
Analogamente,
Portanto Z Z Z Z
c · f (x)dx = c · f (x)dx e c · f (x)dx = c · f (x)dx.
A A A A
Por fim, se f (x) ≤ g(x) ∀x ∈ A, basta observar que se P é uma partição de A, temos que
sup f (x) ≤ sup g(x). Da mesma maneira, inf f (x) ≤ inf g(x).
x∈B x∈B x∈B x∈B
Assim,
s(f, P ) ≤ s(g, P ) e S(f, P ) ≤ S(g, P ) ⇒ sup s(f, P ) ≤ sup s(g, P ) e inf S(f, P ) ≤ inf S(g, P ).
Portanto, Z Z Z Z
f (x)dx ≤ g(x)dx e f (x)dx ≤ g(x)dx.
A A A A
Exercício 4
Solução. Seja (P, P ) uma partição de A × B. Então para todo bloco (B, B) da partição (P, P ), temos
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 123
que 0 ≤ mB (f ) ≤ f (x), ∀ x ∈ B e
0 ≤ mB (g) ≤ g(y), ∀ y ∈ B
⇒ 0 ≤ mB (f ) · mB (g) ≤ f (x) · g(y), ∀ (x, y) ∈ (B, B)
⇒ 0 ≤ mB (f ) · mB (g) ≤ inf (f (x) · g(y))
(x,y)∈(B,B)
⇒ 0 ≤ mB (f ) · mB (g) ≤ m(B,B) (ϕ)
Por outro lado,
m(B,B) (ϕ) = inf (f (x) · g(y)) ≤ f (x) · g(y), ∀ (x, y) ∈ (B, B)
(x,y)∈(B,B)
Daí m(B,B) (ϕ) ≤ inf (f (x) · g(y)) = g(y) inf (f (x)) = g(y) · mB (f )
x∈B x∈B
⇒ m(B,B) (ϕ) ≤ inf (g(y) · mB (f )) = mB (f ) · inf (g(y)) = mB (f ) · mB (g)
g∈B g∈B
X
Portanto m(B,B) (ϕ) = mB (f ) · mB (g) ⇒ s(ϕ, (P, P )) = m(B,B) (ϕ)vol(B, B) =
(B,B)∈(P,P )
X X
= m(B,B) (ϕ)vol(B)vol(B) = mB (f ) · mB (g)vol(B)vol(B) =
(B,B)∈(P,P ) (B,B)∈(P,P )
X X X
= (mB (f ) · vol(B))(mB (g) · vol(B)) = mB (f ) · vol(B) · mB (g) · vol(B)
B∈P,B∈P B∈P B∈P
Z P ) · s(g, P )
= s(f,
e daí ϕ(z)dz = sup s(ϕ, (P, P )) = sup s(f, P ) · s(g, P )
A×B (P,P ) (P,P )
Z Z
= sup s(f, P ) · sup s(g, P ) = f (x)dx · g(y)dy
P P A B
Da mesma forma provamos para a integral superior.
Exercício 5
Solução. Defina
Z Z Z Z
2 2 2
p(λ) = (f (x) + λg(x)) dx = λ g (x)dx + 2λ f (x).g(x)dx + f 2 (x)dx
A A A A
Daí Z 2 Z Z
2
f (x).g(x)dx ≤ f (x)dx · g 2 (x)dx
A A A
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 124
Exercício 4
Exercício 5
Seja f : A → B contínua tal que |f (x) − f (y)| ≥ c|x − y| com c > 0 constante e x, y ∈ A quaisquer.
Prove que, para todo g : B → R integrável, a composta g ◦ f : A → R é integrável.
Solução. Primeiro notemos que Dg◦f ⊂ Df ∪ f −1 (Dg ).De fato, tomemos x ∈ Dg◦f e suponha que
x∈
/ Df ⇒ f (x) ∈ Dg , pois caso contrário g seria contínua em f (x) e como estamos admitindo f
contínua em x, então teríamos g ◦ f contínua em x e isto é absurdo pois tomamos x ∈ Dg◦f , daí
f (x) ∈ Dg ⇒ x ∈ f −1 (Dg ), portanto Dg◦f ⊂ Df ∪ f −1 (Dg ).
Note agora que |f (x) − f (y)| ≥ c|x − y|, c > 0, ∀ x, y ∈ A ⇒ f é injetiva. Portanto existe uma
correspondência biunívoca entre os pontos de Dg e os pontos de f −1 (Dg ), daí como med(Dg ) = 0
resulta que medf −1 (Dg ) = 0. Além disso, supomos f contínua ⇒ Df = ∅ e portanto Dg◦f ⊂
f −1 (Dg ) ⇒ medg◦f = 0 ⇒ g ◦ f é integrável.
CAPÍTULO 2. EXERCÍCIOS DO LIVRO CURSO DE ANÁLISE VOL.2 125
Exercício 9
B = A − ∪∞
k=1 Dfk
Tem-se que todas as funções fk são contínuas em B. Além disso, fk converge uniformemente a f em
B ⊆ A. Então, como o limite uniforme de uma sequência de funções contínuas é contínua, segue-se
que f é contínua em B. Portanto,
Df ⊆ A − B = ∪∞
k=1 Dfk
Mas como med(Dfk ) = 0, ∀k ∈ N, pois as funções fk são integráveis, então med(A − B) = 0 já que
é uma união de conjuntos de medida zero, daí med(Df ) = 0 (Df ⊆ A − B). Assim f é integrável.
R R
Vejamos agora que limk→∞ A fk (x)dx = A f (x)dx. Dado ε > 0, já que fk → f uniformemente
em A, existe N ∈ N, tal que se k ≥ N e x ∈ A, então
ε
|fk (x) − f (x)| ≤
vol(A)
então se k ≥ N tem-se
Z Z Z Z
ε
| fk (x)dx − f (x)dx| ≤ |fk (x) − f (x)|dx ≤ =ε
A A A A vol(A)
R R
Portanto limk→∞ A
fk (x)dx = A
f (x)dx.
Exercício 12
Solução.
Exercício 1
Solução. Temos que f é integrável, uma vez que Df ⊂ (Dϕ × [c, d]) ∪ ([a, b] × Dψ ) ⇒ med(Df ) =
0 med(Dϕ ), med(Dψ ) = 0 ⇒ med(Dϕ × [c, d]), med([a, b] × Dψ ) = 0 .
Assim, pelo Teorema de Fubini, temos que
Z Z Z Z b Z d
f (x, y)dxdy = f (x, y)dy dx = ϕ(x)ψ(y)dy dx
A [a,b] [c,d] a c
Z b Z d Z b Z d
= ϕ(x) ψ(y)dy dx = ϕ(x)dx ψ(y)dy .
a c a c
| {z }
cte em x
Exercício 1
Exercício 2
No exercício anterior (1), mostre que se f 0 (a) não for um isomorfismo, então
é um isomorfismo. Contradição.
Exercícios de Sala de Aula
3
3.1 - Topologia do Rn
Exercício 1- 13/03
Solução.
p
(i) |x|E = x21 + x22 + · · · + x2n .
n
• N1 : |x|E ≥ 0 , ∀ x ∈ Rn , pois |x|E é, por definição, a raiz positiva de x2i ≥ 0.
P
i=1
n
• N2 : |x|E = 0 ⇔ x = 0 , ∀ x ∈ R .
n
X
2
|x|E = 0 ⇔ |x|E = 0 ⇔ x2i = 0 ⇔ xi = 0, ∀ i = 0, . . . , n.
i=1
Sejam α ∈ R e x ∈ Rn .
= |α||x|E .
|x + y|E 2 = |x|E 2 + 2 hx, yi + |y|E 2 ≤ |x|E 2 + 2|x| |y| + |y|E 2 = (|x|E + |y|E )2
• N1 : |x|M ≥ 0 , ∀ x ∈ Rn
|x|M = |xi | , para algum i = 1, . . . , n e |xi | ≥ 0, ∀ i = 1, . . . , n.
Portanto |x|M ≥ 0, ∀ x ∈ Rn .
• N2 : |x|M = 0 ⇔ x = 0 , ∀ x ∈ Rn
Seja x = (x1 , x2 , . . . , xn ) ∈ Rn . Então 0 ≤ |xi | ≤ max{|x1 |, . . . , |xn |}.
Portanto, |x|M = 0 ⇒ |xi | = 0, ∀ i = 1, . . . , n ⇒ x = 0.
Reciprocamente,
se x = 0 então xi = 0, ∀ i = 1, . . . , n ⇒ |x|M = max{|xi |, i = 1, . . . , n} = 0.
n
P
(iii) |x|S = |xi | = |x1 | + · · · + |xn |.
i=1
• N1 : |x|S ≥ 0 , ∀ x ∈ Rn .
Como |xi | ≥ 0, ∀ i = 1, . . . , n, então |x1 | + |x2 | + · · · + |xn | = |x|S ≥ 0.
• N2 : |x|S = 0 ⇔ x = 0 , ∀ x ∈ Rn .
⇔ xi = 0 , ∀ i = 1, . . . , n ⇔ x = 0.
• N3 : |αx|S = |α||x|S , ∀ x ∈ Rn .
Sejam α ∈ R e x ∈ Rn .
= |α| |x|S .
= |x|S + |y|S .
Exercício 2 - 13/03
Mostre que |x|M ≤ |x|E ≤ |x|S ≤ n|x|M , ∀ x ∈ Rn . Em particular, |x|M ∼ |x|S , |x|E ∼ |x|S e
|x|M ∼ |x|E .
Solução.
q
max{|x1 |, . . . , |xn |}2 ≤
p
1) |x|M = max{|x1 |, . . . , |xn |} = |x1 |2 + · · · + |xn |2 .
2) |x|2S − |x|E 2 = (|x1 | + · · · + |xn |)2 − (|x1 |2 + · · · + |xn |2 ) ≥ 0 ⇒ |x|2S ≥ |x|2E ⇒ |x|E ≤ |x|S .
3) Temos que |x|S = |x1 | + |x2 | + · · · + |xn |, onde xi ≤ max{|x1 |, . . . , |xn |}, ∀ i = 1, . . . , n,
daí |x|S ≤ max{|x1 |, . . . , |xn |} + · · · + max{|x1 |, . . . , |xn |} = n|x|M .
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 131
Exercício 3 - 13/03
Mostre que
(iii) |z − x| ≤ |z − y| + |y − x|.
Solução.
(ii) Fazendo x = (x − y) + y resulta que |x| ≤ |x − y| + |y|, logo |x| − |y| ≤ |x − y|. De forma
análoga para y obtemos |y| − |x| ≤ |y − x| ⇔ |y| − |x| ≤ |x − y| ⇔ −(|x| − |y|) ≤ |x − y|.
Daí conclui-se que ||x| − |y|| ≤ |x − y|.
(iii) |z −x| = |z −y +y −x| pela desigualdade triangular temos |(z −y)+(y −x)| ≤ |z −y|+|y −x|.
Logo |z − x| ≤ |z − y| + |y − x|.
Exercício 4 - 13/03
Exercício 5 - 13/03
Solução.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 132
Exercício 1 - 16/03
Exercício 2 - 16/03
Mostre que a norma da soma | · |S e a norma do máximo | · |M não provém de produto interno.
Solução. Se | · |S proveniesse de um produto interno então valeria a seguinte identidade:
Ora, mas note que se tomarmos os pontos x = (1/2, 1/2) e y = (1/2, −1/2), x e y não satisfazem tal
identidade, portanto | · |S não provém de produto interno algum. Da mesma forma podemos ver que
x = (1/2, 1/2) e y = (1/2, −1/2) não satisfazem a identidade |x + y|2M + |x − y|2M = 2(|x|2M + |y|2M ),
desta forma | · |M não provém de produto interno.
Exercício 3 - 16/03
hx, yi
(i) Seja 0 6= x ∈ Rn . Então, para todo y ∈ Rn , z ⊥ x em que z = y − x.
|x|2
(ii) Mostre que |hx, yi| ≤ |x| · |y|, ∀x, y ∈ Rn e |hx, yi| = |x| · |y| ⇔ x = αy, para algum α ∈ R.
Solução.
(i)
hx, yi
hz, xi = hy − x, xi
|x|2
hx, yi
= hy, xi − hx, xi
|x|2
= hy, xi − hy, xi
= 0.
Portanto, z ⊥ x.
hx, yi
(ii) A desigualdade é trivial se x = 0. Se x 6= 0, defina z = y − x. Temos que z ⊥ x daí
|x|2
hx, yi2 hx, yi2
|y|2 = |z|2 + ≥ ⇒ | hx, yi | ≤ |x||y|, onde a igualdade ocorre se e só se
|x|2 |x|2
z = 0 ⇔ y = αx.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 134
Exercício 4 - 16/03
Mostre que | hx, yi | ≤ |x||y|, ∀ x, y ∈ Rn e | hx, yi | = |x||y| ⇔ x = αy, α ∈ R, não vale para | · |M
e | · |S .
Solução. Isto é óbvio se x = 0. Supondo x 6= 0, podemos escrever yαx + Z com z⊥x e
<x,y>
α= |x|2
. Por Pitágoras, |y|2 = α2 |x|2 + |z|2 , logo |y|2 ≥ α2 |x|2 , valendo a igualdade se,e somente
<x,y>2
se, y = αx. Entrando com o valor de α, vem |y|2 ≥ |x|2
, ou seja, hx, yi2 ≤ |x|2 |y|2 , o que nos dá
| hx, yi | ≤ |x||y|, valendo a igualdade se, e somente se, y = α · x.
Como | · |M e | · |S não provém de produto interno, então não tem sentido falar nessas desigualdades.
Exercício 5 - 16/03
Mostre que d(x, y) = ||x − y|| é uma métrica em Rn = Rn , || · || .
Solução.
d1 ) d(x, y) = ||x − y|| ≥ 0, ∀ x, y ∈ Rn .
d2 ) d(x, y) = 0 ⇔ ||x − y|| = 0 ⇔ x − y = 0 ⇔ x = y.
d3 ) d(x, y) = ||x − y|| = ||(−1)(y − x)|| = | − 1|||y − x|| = ||y − x|| = d(y, x).
d4 ) d(x, z) = ||x − z|| = ||x − y + y − z|| ≤ ||x − y|| + ||y − z|| = d(x, y) + d(y, z).
De d1 , d2 , d3 e d4 resulta que d(x, y) = ||x − y|| é uma métrica em Rn = (Rn , || · ||).
Exercício 6 - 16/03
Exercício 7 - 16/03
Mostre:
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 135
k∈N k∈N
(i) xk −→ a e xk −→ b ⇒ a = b.
d(a, b)
Solução. Suponhamos que a 6= b. Considerando ε = , temos que B(a, ε) ∩ B(b, ε) = ∅.
2
Além disso, pela definição de limite, existem k1 , k2 ∈ N tais que xk ∈ B(a, ε) ∀k ≥ k1 e
xk ∈ B(b, ε) ∀k ≥ k2 . Tomando k ≥ max{k1 , k2 }, obtemos xk ∈ B(a, ε) ∩ B(b, ε), o que
contradiz B(a, ε) ∩ B(b, ε) = ∅. Portanto, a = b.
Solução.
|·|E |·|S
Parte 1: xk −→ a ⇔ xk −→ a.
|·|E ε
(⇒) Como xk −→ a, dado n
> 0, ∃ k0 = k0 ( nε ) ∈ N tal que:
|xk − a|E < nε , ∀ k ≥ k0 . Como | · |E ∼ | · |S , então existe n > 0 tal que | · |S ≤ n| · |E e assim
ε
|xk − a|S ≤ n|xk − a|E < n = ε ⇒ |xk − a|S < ε.
n
|·|S
Portanto, xk −→ a.
|·|S
(⇐) Como xk −→ a, ⇒ ∀ε > 0 ∃ k(ε) ∈ N tal que:
|xk − a|S < ε, ∀ k ≥ k(ε). Como |x|E ≤ |x|S , ∀ x ∈ Rn , segue que
|xk − a|E ≤ |xk − a|S < ε ⇒ |xk − a|E < ε.
|·|E
Portanto, xk −→ a.
|·|S |·|M
Parte 2: xk −→ a ⇔ xk −→ a.
|·|S
(⇒) xk −→ a, ⇒ ∀ε > 0 ∃ k(ε) ∈ N tal que:
|xk − a|S < ε, ∀ k ≥ k(ε). Como |x|M ≤ |x|S , ∀ x ∈ Rn , segue que
|xk − a|M ≤ |xk − a|S < ε ⇒ |xk − a|M < ε.
|·|M
Portanto, xk −→ a.
|·|M ε
(⇐) xk −→ a, dado n
> 0, ∃ k( nε ) ∈ N tal que:
|xk − a|M < nε , ∀ k ≥ k( nε ). Como |x|S ≤ n|x|M , ∀ x ∈ Rn , segue que
ε
|xk − a|S ≤ n|xk − a|M < n = ε ⇒ |xk − a|S < ε.
n
|·|S
Portanto, xk −→ a.
|·|E |·|M
Obs.: Como "⇔"é relação de equivalência, logo é transitiva. Assim xk −→ a ⇔ xk −→ a.
Exercício 8 - 16/03
Solução. Seja |.|S a norma do soma. Como a propriedade de equivalência de normas é transitiva,
então precisamos apenas mostrar que uma norma arbitrária k · k em Rn é equivalente a | · |S . Em
primeiro lugar, seja b = max{ke1 k, . . . , ken k}. Então, para qualquer x = (x1 , . . . , xn ) ∈ Rn temos
Resta-nos agora provar que existe a > 0 tal que |x|S ≤ akxk ; ∀x ∈ Rn . Suponha, por absurdo, que
não seja assim. Então, para cada k ∈ N, podemos achar xk ∈ Rn tal que |xk |S > kkxk k. Ponhamos
uk = xk /|xk |S . Isto nos dá kuk k = kxk k/|xk |S < 1/k e |uk |S = 1 para todo k. A sequência
(uk ) é, portanto, limitada em relação à norma da soma. Pelo Teorema de Bolzano-Weierstrass, ela
possui uma subsequencîa (ukj ) que converge para um ponto u ∈ Rn . Por um lado, temos que
|u|S = lim |ukj |S = 1, donde u 6= 0. Por outro lado, para todo j ∈ N temos
j→∞
Como as duas últimas parcelas acima tendem para zero quando j −→ ∞, concluímos que kuk = 0,
donde u = 0. Esta contradição demonstra o exercício.
Exercício 9 - 16/03
Exercício 10 - 16/03
xk−2 + xk−1 5
x1 = 1; x2 = 2; xk = ∈ R. Mostre que (xn ) é uma sequência de Cauchy e lim xn = .
2 n→∞ 3
Daí
k+p−2 k−1
1 1
xp+k − xk = (xk+p − xk+p−1 ) + · · · + (xk+1 − xk ) = − + ··· + −
2 2
k+p−2 k−2
1 1
− − −
2 2
=
3
k+p−2
k−2
1 1 1
⇒ lim |xk+p − xk | = lim − − + − = 0.
k,p−→∞ 3 k,p→∞ 2 2
Teorema 1 - 20/03
n
\ n
\
n
(i) A1 , . . . , An abertos ⇒ Ai ⊂ R é aberto. Demonstração. a ∈ Ai ⇒ a ∈ Ai , ∀ i =
i=1 i=1
1, . . . , n. Como Ai é aberto, ∀ i = 1, . . . , n, existem δ1 , . . . , δn tais que B(a, δi ) ⊂ Ai . Tomando
\n
δ = min{δ1 , . . . , δn }, obtemos que B(a, δ) ⊂ Ai , ∀ i = 1, . . . , n ⇒ B(a, δ) ⊂ Ai .
i=1
[
(ii) Aλ ⊂ Rn aberto, λ ∈ L− família de índices, então ⊂ Rn é aberto. Demonstração. Dado
[ λ∈L
n
a∈ ⊂ R , temos que a ∈ Aλ , para algum λ ∈ L. Como Aλ ⊂ Rn é aberto, ∃ δ > 0 tal que
λ∈L [ [ [
B(a, δ) ⊂ Aλ ⊂ Aλ ⇒ B(a, δ) ⊂ Aλ . Logo, Aλ é aberto.
λ∈L λ∈L λ∈L
Teorema 2 - 20/03
Teorema 3 - 20/03
(iii) F ⊂ Rn é fechado.
n
[
n
(iv) F1 , . . . , Fn ⊂ R fechado ⇒ Fi ⊂ Rn é fechado.
i=1
\
(v) Se (Fλ )λ∈L é uma família arbitrária de conjuntos fechados então Fλ ⊂ Rn é fechado.
λ∈L
Demonstração.
(i) (⇒)
a ∈ X ⇒ ∃ (xk ) ⊂ X tal que xk → a, daí se tomarmos r > 0 arbitrário, então existe
k0 ∈ N tal que xk ∈ B(a; r), ∀ k ≥ k0 . Como (xk ) ⊂ X ⇒ B(a; r) ∩ X 6= ∅, ∀ r > 0 em
R.
(⇐)
Suponha B(a; r) ∩ X 6= ∅, ∀ r > 0, então para cada k ∈ N existe xk ∈ B(a; 1/k), daí
|xk − a| < 1/k, ∀ k ∈ N ⇒ xk → a, portanto a ∈ X.
(ii) (⇒)
F ⊂ Rn fechado. Tomemos x ∈ Rn \F ⇒ ∃ r > 0 tal que B(x; r) ∩ F = ∅ ( caso contrário
teríamos B(x; r) ∩ F 6= ∅, ∀ r > 0 ⇒ x ∈ F = F ). Daí B(x; r) ⊂ Rn \F ⇒ Rn \F é aberto.
(⇐)
F C ⊂ Rn aberto. Tomemos x ∈ F . Se x ∈
/ F ⇒ x ∈ Rn \F . Como Rn \F é aberto, isto
implica que existe r > 0 tal que B(x; r) ⊂ Rn \F , isto é, B(x; r) ∩ F = ∅. Mas x ∈ F ⇒
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 139
n
[ n
\
n n n
(iv) F1 , . . . , Fn ⊂ R fechado ⇒ R \Fi , aberto , i = 1, . . . , n. Daí R − Fi = (Rn \Fi ) é
i=1 i=1
n
[
aberto. Portanto Fi é fechado.
i=1
(v) Fλ fechado, λ ∈ L.
\ [ \
Rn − Fλ = (Rn − Fλ ), que é aberto ⇒ Fλ é fechado.
λ∈L λ∈L λ∈L
Teorema 4 - 20/03
Demonstração.
Teorema 6 - 20/03
d(K, F ) = lim |xk − yk |. Como |yk | = |yk − xk + xk | ≤ |yk − xk | + |xk |, segue que (yk ) é
limitada, pois |xk − yk | é limitada (uma vez que é convergente) e (xk ) é também limitada, já que
xk ∈ K e K é compacto. Passando a subsequências, se necessário, podemos então admitir que
lim xk = x◦ e lim yk = y◦ . Como K e F são fechados, temos que x◦ ∈ K e y◦ ∈ F . Logo,
|x◦ − y◦ | = lim |xk − yk | = d(K, F ) ≤ |x − y|, ∀ x ∈ K, ∀y ∈ F .
1
Sendo a ∈ Kk e diam(Kk ) < concluímos que Kk ⊂ B(a; k1 ), donde Kk ⊂ Aλ , o que é uma
k
,
S
contradição, pois supomos que Kk ⊂ Aλ não admite subcobertura finita.
Exercício 2 - 20/03
Seja X ⊂ Rn .
Solução.
Exercício 4 - 20/03
Sejam X, Y ⊂ Rn .
Solução.
Por outro lado, d(X, Y ) = inf{|x − y|; x ∈ X, y ∈ Y }, então pela definição de ínfimo, dado
ε > 0 existem x0 ∈ X e y0 ∈ Y tais que d(x0 , y0 ) < d(X, Y ) + ε/3. Além disso, como x0 ∈ X
e y0 ∈ Y então existem x0 ∈ X , y 0 ∈ Y tais que |x0 − x0 | < ε/3 e |y 0 − y0 | < ε/3.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 143
Assim:
≤ |x0 − y 0 | = |x0 − x0 + x0 − y0 + y0 − y 0 |
Pelo item anterior, d(x, X) = d(x, X). Por outro lado, como {x} é compacto e X é fechado,
existe x0 ∈ X tal que |x − x0 | = d(x, X) = d(x, X). Da mesma forma, existe y0 ∈ X tal que
|y − y0 | = d(y, X) = d(y, X). Assim |x − x0 | ≤ |x − y0 |, pois |x − x0 | = inf{|x − x|; x ∈ X}.
Daí,
d(x, X) = |x − x0 | ≤ |x − y0 | ≤ |x − y| + |y − y0 | = |x − y| + d(y, X)
X ⊂ X ⇒ diam(X) ≤ diam(X).
Dado ε > 0, existem pontos x, y ∈ X tais que diam(X) < |x − y| + ε/3 (pela definição de
supremo) e existem x, y ∈ X tais que |x − x| < ε/3 e |y − y| < ε/3.
Então temos:
Exercício 5 - 22/03
[ [
Mostre que S 1 ⊂ Aλ - cobertura aberta, então existe ρ > 0 tal que K ⊂ Aλ , em que
λ∈L λ∈L
K = {(x, y) ∈ R2 |(1 − ρ)2 ≤ x2 + y 2 ≤ (1 + ρ)2 }.
[
Solução. Seja Aλ uma cobertura aberta de S 1 . Como S 1 é um conjunto compacto, temos que
λ∈L
n
[
existe uma subcobertura finita, digamos B = Aλi . Assim, o conjunto B c = B\A é um conjunto
i=1
fechado pois B é reunião finita de abertos. Como S 1 ⊂ B, segue que S 1 ∩ B c = ∅. Daí, como a
função distância é contínua, S 1 é compacto e B c é fechado, existem (x1 , y1 ) ∈ S 1 e (x2 , y2 ) ∈ B c tais
que
d(S 1 , B c ) = |(x1 , y1 ) − (x2 , y2 )| = ρ > 0
pois, S 1 ∩ B c = ∅.
[
Logo, tomando K = {(x, y) ∈ R|(1 − ρ)2 ≤ x2 + y 2 ≤ (1 + ρ)2 } temos que S 1 ⊂ K ⊂ Aλ .
λ∈L
Teorema 1 - 22/03
Demonstração.
(i) (⇒) Tomemos (xk ) ⊂ X tal que xk −→ a. Como f é contínua em a ⇒ dado ε > 0, ∃ δ > 0
tal que ∀ x ∈ B(a; δ) ⇒ f (x) ∈ B(f (a); ε).
Por outro lado, xk −→ a ⇒ ∃ k0 ∈ N; ∀ k > k0 , |xk − a| < δ ⇒ |f (xk ) − f (a)| < ε,
portanto f (xk ) −→ f (a).
(⇐) Suponhamos que f não seja contínua em a ⇒ ∃ ε > 0; ∀ k ∈ N, podemos obter
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 145
xk ∈ X tal que |xk − a| < 1/k, mas |f (xk ) − f (a)| > ε. Daí xk → a, mas f (xk ) 6→ f (a).
Contradição.
Daí
m
X
|f (x) − f (a)|S = |fi (x) − fi (a)| < m · ε/m = ε.
i=1
Logo f é contínua em a.
Exercício 1 - 22/03
Solução.
a) É obvio!
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 146
f) Por (b) vimos que, como HeG ⊂ G∪H, então f −1 (G) ⊂ f −1 (G∪H) e f −1 (H) ⊂ f −1 (G∪H),
daí f −1 (G) ∪ f −1 (H) ⊂ f −1 (G ∪ H). Por outro lado se y ∈ f −1 (G ∪ H) =⇒ f (y) ∈ G ∪ H. Se,
porém f (y) ∈ H =⇒ y ∈ f −1 (H), em qualquer caso y ∈ f −1 (G) ∪ f −1 (H).
Exercício 2 - 22/03
Daí obtemos:
δ ε
|x − x0 |Rn < := δ1 ⇒ |f (x) − f (x0 )| < = ε1
c d
⇒ ∀ ε1 > 0, ∃ δ1 > 0/|x − x0 |Rn < δ1 ⇒ |f (x) − f (x0 )|Rn < ε1
⇔ f é contínua em x0 .
Exercício 3 - 22/03
m
X
n m m×n
Mostre que H : L{R , R } −→ M definida por H(T ) = (aij ), em que T (ej ) = aij ei ,
i=1
j = 1, . . . , n é uma bijeção.
Solução. Dada a base canônica {e1 , . . . , en } do Rn , queremos mostrar que existe uma bijeção
natural do conjunto L{Rn , Rm } no conjunto M m×n .
A matriz (aij ) que corresponde à transformação linear T ∈ L{Rn , Rm } é definida por
m
X
T (ej ) = aij ei , j = 1, . . . , n (*).
1=1
Assim, para cada transformação linear T ∈ L{Rn , Rm } associa-se uma "única"matriz que tem como
coluna os n vetores T (ej ) = (a1j , . . . , anj ) ∈ Rm , o que mostra que H é injetiva.
Para mostrar que H é sobrejetiva, dado uma matriz (aij ) ∈ M m×n , a igualdade em (*) define os
valores de uma transformação linear T : Rn −→ Rm nos n vetores da base canônica. Desta forma,
podemos definir o valor de T em qualquer vetor x ∈ Rn . Logo, H é sobretiva.
Portanto H é bijeção.
Teorema 1 - 23/03
Exercício 1 - 23/03
1, x ∈ Q
(i) f (x) =
0, x ∈ R\Q
a=0
x, x ∈ Q
(ii) f (x) =
0, x ∈
/Q
a=0
x + 2, x < −2
(iii) f (x) = −x + 2, 2 ≤ x < 0
x + 2, x ≥ 0
a = −2 e a = 0
sen 1 , x 6= 0
(iv) f (x) = x
0, x = 0
a=0
Solução.
Teorema 1 - 27/03
∀ δ̄ > 0, ∃ k◦ ∈ N tal que k > k◦ ⇒ |xk − yk | < δ̄, onde xk , yk ∈ X ∀ k ∈ N. Tomando δ̄ = δ > 0,
obtemos que |f (xk ) − f (yk )| < ε, ∀ k > k◦ . Assim, |f (xk ) − f (yk )| −→ 0.
(⇐) Vamos provar a contrapositiva desta implicação.
Suponhamos que f não é u.c. Então existe ε◦ > 0 tal que ∀ k ∈ N, podemos escolher xk , yk ∈ X tais
que |xk − yk | −→ 0, mas |f (xk ) − f (yk )| ≥ ε◦ . Dessa maneira,
Teorema 3 - 27/03
Exercício 1 - 27/03
√
(i) Mostre que f (x) = x, x ∈ [0, 1] é uniformemente contínua, mas f ∈
/ Lip([0, 1]).
1
(ii) Mostre que f : [0, 1]2 −→ R, definida por f (x, y) = é contínua mas não é uniforme-
1 − xy
mente contínua.
Solução.
1
(ii) f (x, y) = é contínua pois é o quociente de funções contínuas cujo denominador é
1 − xy
sempre diferente de zero, pra todos os pontos (x, y) do domínio. Agora para verificar
f
que
1
não é uniformemente contínua, considere as sequências (xk ) e (yk ), em que xk = 1 − , 1
k
2
e yk = 1 − , 1 , ∀ k ∈ N. É fácil ver que |yk − xk | −→ 0, mas |f (yk ) − f (xk )| =
k
−k
2 −→ ∞. Portanto f não é uniformemente contínua.
Exercício 2 - 27/03
Solução.
(iii) Se f for uniformemente contínua implica d(F, G) > 0 (i.e. F e G são disjuntos).
Com efeito, se d(F, G) = 0 então existem sequências de pontos xk ∈ F = F e yk ∈ G = G
tais que lim |xk − yk | = 0 . Agora, como (xk ) ⊂ F e (yk ) ⊂ G, segue que f (xk ) = 0
e f (yk ) = 1, portanto |f (xk ) − f (yk )| = 1, ∀ k ∈ N e isto contradiz o fato de f ser
uniformemente contínua.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 151
Exercício 3 - 27/03
Exercício 4 - 27/03
Z b
n
f : X × [a, b] −→ R, X ⊂ R , contínua. Definamos ϕ : X −→ R pondo ϕ(x) = f (x, t)dt
a
Mostre que ϕ é contínua em cada ponto x0 ∈ X.
Z b
Solução. Com efeito, |ϕ(x) − ϕ(x0 )| ≤ |f (x, t) − f (x0 , t)|dt. Pela teorema 21 b (pag. 47
a
Curso de Análise vol. 2 E.L. Lima), dado ε > 0, podemos achar δ > 0 tal que x ∈ X, |x − x0 | <
ε
δ =⇒ |f (x, t) − f (x0 , t)| < (b−a)
, seja qual for t ∈ [a, b], logo tem-se |ϕ(x) − ϕ(x0 )| < ε.
Exercício 5 - 27/03
bilinear
(i) X ⊂ Rn , Y ⊂ Rp são limitados e ϕ : X × Y −−−−→ Rm , então ϕ|X×Y é uniformemente
contínua (u.c.).
u.c. u.c.
(ii) f : X ∈ Rn −→ Y ⊂ Rp e g : Y ∈ Rp −→ Y ⊂ Rm , então f (x) ⊂ Y ⇒ g ◦ f é u.c.
Solução.
(i) Vamos mostrar que ϕ é lipschitz. Sejam x ∈ Rn e y ∈ Rp quaisquer e seja c = max ϕ(ei , ej )
tal que 1 < i < n e 1 < j < p.
Temos que
n p n,p n,p
X X X X
x= xi e i e y = yi ei , |x| · |y| = |xi | |yj | e ϕ(x, y) = xi yj (ei , ej ).
i=1 j=1 i,j=1 i,j=1
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 152
Desta maneira,
n,p n,p
X X
|ϕ(x, y)| = |xi | |yj | |ϕ(ei , ej )| ≤ c |xi | |yj | = c|xi | |yj |.
i,j=1 i,j=1
Vamos a prova:
Assim,
Portanto ϕ é Lipschitz.
(ii) Como g é u.c, dados f (x), f (y) ∈ f (X) ⊂ Y arbitrários, tem-se que ∀ ε > 0, ∃ η > 0 tal que
|f (x) − f (y)| < η ⇒ |g(f (x)) − g(f (y))| < ε. Tomando η e usando a continuidade uniforme
de f tem-se que dados x, y ∈ X, ∃ δ > 0 tal que |x − y| < δ ⇒ |f (x) − f (y)| < η.
Tomando x e y ∈ X quaisquer, tem-se que |x − y| < δ ⇒ |g(f (x)) − g(f (y))| < ε.
Alem disso, lim [f (xk ) − f (yk )] = 0 ⇔ para cada i ∈ N, com 1 ≤ i ≤ m, tem-se que
lim[fi (xk ) − fi (yk )] = 0.
Dados então xk , yk ∈ X com lim(xk − yk ) = 0, tem-se que lim[fi (xk ) − fi (yk )] = 0 para cada
i ∈ N com 1 ≤ i ≤ m ⇔ fi é u.c para cada i ∈ N com 1 ≤ i ≤ m.
Teorema 1 - 29/03
[ \
(ii) X = Xλ (L- família de índices), Xλ é conexo e existe a ∈ Xλ . Então X é conexo.
λ∈L λ∈L
Demonstração.
(i) Seja (A, B) uma cisão de f (X) ⇒ f (X) = A ∪ B, onde A e B são disjuntos e abertos
em f (X). Daí X = f −1 f (X) = f −1 (A ∪ B) = f −1 (A) ∪ f −1 (B). Como f é contí-
nua, segue que f −1 (A) e f −1 (B) são abertos em X, daí f −1 (A), f −1 (B) é uma cisão de X.
Como X é conexo, temos que f −1 (A) ou f −1 (B) é o conjunto vazio, daí, sendo
f : X −→ f (X) sobrejetiva, segue que ou A ou B é vazio, portanto f (X) é conexo.
(iii) Se X × Y é conexo então X e Y são conexos porque são imagens de X × Y pelas projeções
p : X × Y −→ X, p(x, y) = x e q : X × Y −→ Y, q(x, y) = y, as quais são contínuas.
Reciprocamente, se X e Y são conexos, tomemos c = (a, b) ∈ X × Y . Para cada z = (x, y) ∈
X × Y considere o conjunto Cz = (X × {b}) ∪ ({x} × Y ). Temos que Cz é conexo pois é
reunião dos conjuntos conexos X × {b} e {x} × Y (homeomorfos, respectivamente, a X e Y )
com o ponto (x, b) em comum.
[
Além disso, c = (a, b) ∈ Cz , para todo z ∈ X × Y e X × Y = Cz , logo, pelo item anterior,
z
X × Y é conexo.
(iv) Seja Y = A ∪ B uma cisão não-trivial de Y. Então, por um resultado já visto, temos que X ⊂ A
ou X ⊂ B. Suponhamos X ⊂ A. Então Y ⊂ X ⊂ A. Como A ∩ B = ∅ ⇒ Y ∩ B = ∅, isto
é, B = ∅. Contradição, pois admitimos que (A, B) é uma cisão não-trivial de Y . Portanto Y
não admite cisão não-trivial, logo é conexo.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 154
Exercício 1 - 29/03
Solução.
X ∩ A = (A ∪ B) ∩ A = (A ∩ A) ∪ (B ∩ A) = A ∩ A = A.
(iii) X conexo ⇒ X não admite cisão não -trivial. Daí se houvesse A ⊂ X tal que A fosse aberto e
fechado em X então, pelo item (ii), (A, X − A) seria uma cisão não-trivial de X, o que é uma
contradição. Reciprocamente, se os únicos subconjuntos de X que são abertos e fechados em
X forem X e ∅, então X não admite cisão não-trivial, caso contrário existiriam subconjuntos
próprios A e B ⊂ X tal que (A, B) constitui uma cisão de X então, pelo item (i), A e B seriam
abertos e fechados em X. Contradição.
Exercício 2 - 29/03
(⇐) Suponhamos que o intervalo I admite a cisão não trivial, ou seja, que I não seja conexo. Seja
I = A ∪ B, tomemos a ∈ A e b ∈ B. digamos sem perda de generalidade que a < b, logo [a, b] ⊂ I.
a+b
Agora se dividimos o intervalo [a, b] ao meio, isto é , 2
= d. Então d ∈ A ou d ∈ B. Observe
que se d ∈ A, poremos a1 = d, b1 = b. Agora se d ∈ B, escrevemos a1 = a, b1 = d. Daí em
(b−a)
qualquer caso teremos um intervalo [a1 , b1 ] ⊂ [a, b],com b1 − a1 = 2
e a1 ∈ A, b1 ∈ B. Se
dividimos ao meio o intervalo [a1 , b1 ] ao meio, então o ponto médio do intervalo decompõe em dois
(b−a)
novos intervalos justapostos de comprimento 4
, na qual chamaremos de [a2 , b2 ], onde a2 ∈ A e
b2 ∈ B. Se prosseguimos analogamente com este processo, obteremos uma sequência de intervalos
b−a
encaixados, onde [a, b] ⊃ [a1 , b1 ] ⊃ · · · ⊃ [an , bn ] ⊃ · · · com bn − an = 2n
com an ∈ A, bn ∈ B
para do n ∈ N. Então pelo teorema dos intervalos encaixados, existe um c ∈ R tal que an < c < bn .
Daí temos que c ∈ I = A ∪ B, logo c não pode esta em A, pois c = lim bn ∈ B e não pode esta em
B, pois c = lim an ∈ A. Mas isso é uma contradição, logo I é conexo.
Exercício 3 - 29/03
Solução. Seja ϕ : X −→ Graf(f ) tal que ϕ(x) = x, f (x) .
Como as componentes de ϕ são contínuas, pois por hipótese f é contínua, ϕ é contínua, logo como
X é conexa , segue-se que ϕ(X) = Graf(f ) é conexo.
Teorema 1 - 10/04
Corolário 1 - 10/04
homeo
X ' Y ⇒ # Cx = # CY . Demonstração. Seja x ∈ X, então como h : X −→ Y é um
x∈X y∈Y
homeomorfismo fazendo y = h(x), tem-se que Cy = h(Cx ) pelo teorema anterior. Como h leva
componente conexa de X em componente conexa Y e Cx ∩ Cy = 0 ⇒ h(Cx ) ∩ h(Cj ) = 0, temos que
a função que leva componente conexa em componente conexa é injetiva. Analogamente, tomando
h−1 : Y −→ X, h−1 leva as componentes conexas de Y , nas componentes conexas de X, logo há
# C = # C .
uma bijeção das componentes conexas, ou seja, x∈X x y∈Y Y
Exercício 1 - 10/04
6 X ⊂ Rn . Mostre:
Seja ∅ =
1. Cx ⊂ X é conexo.
2. C ⊂ X, C conexo, x ∈ X e C ∩ Cx 6= ∅ ⇒ C ⊂ Cx .
3. x, y ∈ X, x 6= y ⇒ Cx ∩ Cy = ∅ ou Cx = Cy .
•
[
4. Cx ⊂ X fechado em X e X = Cx .
x∈X
Solução.
Exercício 2 - 10/04
1
Mostre que se X = {(x, y); y = sen x
, 0 < x ≤ 1} e Z = {0} × [−1, 1], então Y = X ∩ Z não
é conexo por caminhos.
Solução. Provaremos que não existe um caminho α : [0, 1] −→ Y tal que α(0) ∈ X e α(1) ∈ Z.
Suponha que tal caminho existe. Sem perda de generalidade, podemos supor que α(1) = (0, 1).
Considerando ε = 12 ; pela continuidadede de α, existe δ > 0 tal que kα(t) − (0, 1)k < 1
2
se 1 − δ ≤
t ≤ 1. Note que α([1 − δ, 1]) é conexo. Denotemos por α(1 − δ) = (x0 , y0 ) e π1 (x, y) = x a primeira
projeção de R2 ; então π1 ◦ α : [0, 1] −→ R é contínua e o seguinte conjunto C = (π1 ◦ α)([1 − δ, 1])
é conexo com 0 ∈ C, pois α(1) = (0, 1); também x0 ∈ C. Por outro lado, C é um intervalo e
contém [0, x0 ]; logo para todo x1 ∈ (0, x0 ], existe t ∈ [1 − δ, 1] tal que α(t) = x1 , sen (1/x) .
Em particular, se m = 2nπ − π/2, para n grande, temos que se x1 = 1/m, então 0 < x1 < x0 e
sen (1/x1 ) = sen (−π/2) = −1; logo o ponto (1/m, −1) = α(t), para algum t ∈ [1 − δ, 1], ou seja,
o ponto (1/m, −1) está uma distância menor que 1/2 do ponto (0, 1). Isto é uma contradição, pois
(1/m, −1) está a uma distância de pelo menos 2 do ponto (0, 1).
Exercício 3 - 10/04
Exercício 4 - 10/04
contínua
(i) f : X ⊂ Rn −−−−→ Y ⊂ Rm , X conexo por caminhos ⇒ f (X) é conexo por caminhos.
[ \
(ii) X = Xλ , onde cada Xλ é conexo por caminhos e Xλ 6= ∅ ⇒ X é conexo por caminhos.
λ∈L λ∈L
Solução.
(i) Dados quaisquer dois pontos f (a), f (b) ∈ f (X), precisamos mostrar que existe um caminho
ligando esses pontos.
Como X é conexo por caminhos e a, b ∈ X, então existe um caminho ligando os pontos a e b,
digamos, g : [0, 1] −→ X tal que g(0) = a e g(1) = b.
(f ◦ g)(0) = f g(0) = f (a) e (f ◦ g)(1) = f g(1) = f (b).
(ii) Seja a ∈ Xλ , ∀ λ ∈ L.
[
Dados pontos quaisquer x, y ∈ X = Xλ , temos duas possibilidades:
λ∈L
(1) Se x, y ∈ Xλ , não há nada a fazer, já que Xλ é conexo por caminhos.
∀ x = (x1 , . . . , xn ), y = (y1 , . . . , yn ) ∈ M1 × · · · × Mn ,
3.1.5 Limites
Teorema 1 - 12/04
f : X ⊂ Rn −→ Rm , a ∈ X 0 e f = (f1 , . . . , fm ). Então
Demonstração.
(⇒)
lim f (x) = b = (b1 , . . . , bm ) ⇒ dado ε > 0, ∃ δ > 0 tal que
x→a
Teorema 2 - 12/04
Teorema 4 - 12/04
(ii) Se lim α(x) = d então lim α(x)f (x) = db. Em particular, se d = 0 e f for limitada, então
x→a x→a
lim α(x)f (x) = 0.
x→a
Demonstração.
Se f (x) ≤ g(x), x em uma vizinhança de a, então lim f (x) ≤ lim g(x) se esses limites existirem.
x−→a x−→a
Demonstração. Vamos supor que lim f (x) > lim g(x). Neste caso,
x−→a x−→a
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 161
Então existe δ > 0 tal que f (x) − g(x) > 0, ∀ x ∈ Vδ = B(a, δ) ∩ X\{a}.
Portanto, f (x) > g(x), ∀ x ∈ Vδ . Uma contradição.
Teorema 7 - 12/04
Seja f : X ⊂ Rn → Rm uniformemente contínua. Então o limite lim f (x) existe para todo x ∈ X.
y→x
Demonstração. Como f é uniformemente contínua em X, dadas as sequências xk , yk ∈ X tais
que lim |xk − yk | = 0, tem-se lim |f (xk ) − f (yk )| = 0. Assim, a aplicação f leva sequências de
k→∞ k→∞
Cauchy de X em sequências de Cauchy em f (X).
Seja x ∈ X. Então para toda sequência xk ∈ X\{x} tal que xk → x, o limite lim f (xk ) = b. E este
xk →x
limite é único. De fato, se yk ∈ X\x é uma sequência tal que yk → x e lim f (yk ) = c 6= b, tomando
k→∞
a sequência zk ∈ X\x definida por
z2k = xk , z2k+1 = yk .
Teorema 8 - 12/04
(⇒) Suponha que f possui uma extensão f : X → Rn tal que f é uniformemente contínua em
X. Como f |X = f , segue que f é uniformemente contínua em X.
Exercício 1 - 12/04
Portanto
lim lim f (x, y) = lim A = A.
y→y0 x→x0 y→y0
Portanto
lim lim f (x, y) = A = lim lim f (x, y) .
y→y0 x→x0 x→x0 y→y0
Exercício 2 - 12/04
Com efeito, dado ε > 0 arbitrário, L + ε não é cota inferior do conjunto {f (x); x ∈ X, x > a}.
Logo existe δ > 0 tal que a + δ ∈ X e L ≤ f (a + δ) < L + ε. Como f é não descrescente, se x ∈ X
e a < x < a + δ, então L ≤ f (x) < L + ε, o que prova a afirmação feita.
Pondo M = sup{f (x); x ∈ X, x < b}, verificamos de modo análogo que M = lim− f (x).
x→b
3.2 - Diferenciabilidade
Exercício 1 - 19/04
Demostrar que toda aplicação bilinear B : Rn ×Rp −→ Rm e diferenciável em cada (x, y) ∈ Rn ×Rp
e DB(x, y)(k, h) = B(x, h) + B(k, y).
Solução.
p
tal que |B(k, h)| ≤ M |ki ||hj | ≤ M max|ki | max|hj | ≤ M |k||h| e como |(k, h) = |k|2 + |h|2
temos
|B(k, h)| M |k||h|
lim ≤ lim p =0 (3.2)
(k,h)→0 |(k, h)| (k,h)→0 |k|2 + |h|2
Portanto de ?? concluímos em ?? que B : Rn × Rp −→ Rm é diferenciável, ∀ (x, y) ∈ Rm × Rp e
DB(x, y)(k, h) = B(x, h) + B(k, y).
Exercício 2 - 24/04
Solução.
∂f
(i) Seja w = ∇f (a). Então (a) = h∇f (a), wi = |∇f (a)|2 > 0.
∂w
Daí temos que se λ : (−ε, ε) → U é tal que λ ∈ C 1 , λ(0) = a e λ0 (0) = w, então a função
t 7→ f (λ(t)) é diferenciável no ponto t = 0 e pela regra da cadeia
∂f
(f ◦ λ)0 (0) = f 0 (λ(0)) · λ0 (0) = f 0 (a)w = (a) > 0.
∂w
Daí temos que numa vizinhança de t = 0, f é uma função crescente, isto é, f cresce na direção
do gradiente.
Exercício 4 - 24/04
(i) f (x, y) = xy ;
(ii) f (x, y, z) = xy ;
Solução.
π1 : R2 −→ R π2 : R2 −→ R
e
(x, y) 7−→ x (x, y) 7−→ y
Daí temos que f (x, y) = π1π2 , onde π1 e π2 são diferenciáveis, logo f é diferenciável.
∂f
Observe que (x, y) = yxy−1 .
∂x
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 165
∂f
Por outro lado, (x, y)xy ln x.
∂y
∂f ∂f
Portanto, ∇f (a) = (a), (a) = (yxy−1 , xy ln x), onde a = (x, y).
∂x ∂y
π1 : R3 −→ R π2 : R3 −→ R
e
(x, y, z) 7−→ x (x, y, z) 7−→ y
(iii) Seja f : R3 −→ R, dado por f (x, y, z) = sen (xsen (ysen z)). Defina
π1 : R3 −→ R π2 : R3 −→ R
e
(x, y, z) 7−→ ysen z (x, y, z) 7−→ xsen (π1 )
Temos que π1 é diferenciável, pois é o produto de duas funções contínuas. Agora π2 também é
diferenciável, pois é o produto e a composição de duas funções contínuas.
Logo f (x, y, z) = sen (π2 ) é diferenciável.
Observe que
∂f
(x, y, z) = sen (ysen z) cos(xsen (ysen z))
∂x
∂f
(x, y, z) = cos(xsen (ysen z)) cos(ysen z)sen z
∂y
∂f
(x, y, z) = cos(xsen (ysen z)) cos(ysen z)y cos z
∂z
∂f ∂f ∂f
Portanto, ∇f (a) = (a), (a), (a) , onde a = (x, y, z).
∂x ∂y ∂z
π1 : R2 −→ R π2 : R2 −→ R
e
(x, y, z) 7−→ x (x, y, z) 7−→ y
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 166
Temos que f (x, y) = (sen (xy), cos y 2 ) é diferenciável, pois suas funções coordenadas são
diferenciáveis, onde cada uma é composição de funções diferenciáveis. Portanto f é diferen-
ciável.
Seja f (x, y) = (f1 , f2 ), onde f1 = sen (xy) e f2 = cos y 2 .
Observe que
∂f1 ∂f1
(x, y) = y cos(xy) (x, y) = x cos(xy)
∂x ∂y
∂f2 ∂f2
(x, y) = 0 (x, y) = −2ysen (y 2 ).
∂x ∂y
y cos(xy) x cos(xy)
Portanto, [f 0 (a)] = .
2
0 −2ysen (y )
2×2
(ii) T v = [T ]v T .
Portanto, uma transformação linear T : Rn −→ Rm fica inteiramente determinada por uma matriz
A = [aij ] ∈ M (m × n). Os vetores colunas dessa matriz são as imagens T ej dos vetores da base
canônica de Rn . A imagens da T · v de um vetor arbitrário v = (x1 , . . . , xn ) ∈ Rn é o vetor
w = (y1 , . . . , ym )) ∈ Rm cujas coordenadas são dadas pelas equações acima.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 167
Teorema 1 - 26/04
(i) f é de classe C 1 (U ).
(i) ⇒ (ii)
De fato:
f é de Classe C 1 (U ) ⇒ f é diferenciável e a aplicação derivada f 0 : U −→ L(Rn , Rm ) é contínua.
Como f = (f1 , . . . , fm ) é diferenciável então fi é diferenciável, i = 1, . . . , m, daí temos que existem
∂fi ∂fi
, j = 1, . . . , n. Por outro lado as derivadas parciais são as funcões-coordenadas da aplicação
∂xj ∂xj
∂fi
f 0 . Portanto como f 0 é contínua então suas funções-coordenada são contínuas.
∂xj
(ii) ⇒ (i)
De fato:
Da hipótese temos pelo Teorema 1 (Pag. 133 Elon Lages Curso de análise) que fi é diferenciável,
∂fi
logo f é diferenciável. Além disso, f 0 é contínua pois suas funções-coordenada são contínuas.
∂xj
Portanto, f é de classe C 1 (U ).
(ii) ⇒ (iii)
De fato:
∂f P ∂f
De (ii) ⇒ (i) temos que f é diferenciável, logo = αj , onde v = (α1 , . . . , αn ).
∂v ∂xj
∂f ∂fi ∂f
Ora, cada aplicação : U −→ Rm é contínua pois suas funções-coordenada o são. Logo,
∂xj ∂xj ∂v
é contínua, pois é combinação linear de funções contínuas.
(iii) ⇒ (ii)
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 168
∂f
De fato: Tomando v = ej , vemos que para j = 1, . . . , n, as derivadas parciais : U −→ Rm são
∂xj
∂fi
contínuas, logo é contínua cada uma de suas funções-coordenada : U −→ R.
∂xj
Exercício 1 - 26/04
Solução.
(i) Seja v = (v1 , v2 ). Defina G(x, y) = f g(x)k(y), g(x) + h(y) e seja λ : (−ε, ε) −→ R2 tal
0
que λ (0) = v, λ(0) = (x, y). Então
∂ 0 0 0 0
F (x, y) = (F ◦ λ) (0) = (f ◦ G◦) (0) = (f ◦ G) λ(0) · λ (0)
∂v
0 0 0
= (f ) G λ(0) · (G) λ(0) ◦ λ (0)
∂ ∂
= f g(x)k(y), g(x) + h(y) · f g(x)k(y), g(x) + h(y) .
∂x ∂y
0
(ii) Considere λ : (−ε, ε) −→ R3 tal que λ(0) = (x, y, z), λ (0) = v(v1 , v2 , v3 ) e
G(x, y, z) = (g(x + y), h(y + z)). Então
∂ 0 0
F (x, y, z) = (F ◦ λ) (0) = (f ◦ G ◦ λ) (0)
∂v
= Df (G(λ(0))) · DG(λ(0)) · [v1 , v2 , v3 ]T
∂ ∂
= f (g(x + y), h(y + z)) f (g(x + y), h(y + z)) · (A),
∂x ∂y
onde
g 0 (x + y) g 0 (x + y) g 0 (x + y).0
A= (v1 , v2 , v3 )T .
h0 (y + z).0 h0 (y + z) h0 (y + z)
0
(iii) Seja λ : (−ε, ε) −→ R3 e λ(0) = (x, y, z); λ (0) = v(v1 , v2 , v3 ) e G(x, y, z) = (xg(x), h(xy)).
Então
∂ 0 0
F (x, y, z) = (F ◦ λ) (0) = (f ◦ G ◦ λ) (0)
∂v
= Df (G(λ(0)))DG(λ(0)).[v1 , v2 , v3 ]T
∂ ∂
= f (xg(x), h(xy)) · f (xg(x), h(xy)) · (A),
∂x ∂y
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 169
onde
0
g(x) + g (x) 0 0
A= (v1 , v2 , v3 )T .
0 0
h (xy)y xh (xy) 0
Exercício 2 - 26/04
T ·a = α1 T e1 + · · · + αn T en
= dπ1 ·a T e1 + · · · + dπn ·a T en
= β1 dπ1 ·a + · · · + βn dπn ·a
= (β1 dπ1 + · · · + βn dπn ) · a onde βi = T ei , i = 1, . . . , n
⇒ T = β1 dπ1 + · · · + βn dπn , onde β1 , . . . , βn ∈ R.
[(ii)] Suponha que existam b1 , . . . , bn ∈ R tais que b1 dπ1 + · · · + bn dπn = 0, onde 0 é a transformação
nula. Assim, para todo x ∈ Rn , obtemos que b1 dπ1 (x) + · · · + bn dπn (x) = 0.
Aplicando sucessivamente os vetores da base canônica a ambos os membros da igualdade anterior,
temos o seguinte:
b1 dπ1 (x) + · · · + bi dπi (x) + · · · + bn dπn (x) (ei ) = 0(ei ), ∀ i = 1, . . . , n
⇒ b1 dπ1 (x) · ei + · · · + bi dπi (x) · ei + · · · + bn dπn (x) · ei = 0, ∀ i = 1, . . . , n
⇒ b1 π1 (ei ) + · · · + bi πi (ei ) + · · · + bn πn (ei ) = 0, ∀ i = 1, . . . , n
⇒ b1 · 0 + · · · + bi · 1 + · · · + bn · 0 = 0, ∀ i = 1, . . . , n
⇒ bi = 0, ∀ i = 1, . . . , n.
Portanto, de (i) e (ii), temos que {dπ1 , . . . , dπn } é base de L{Rn , R}.
Exercício 3 - 26/04
Mostre que f (x, y, z) = (x2 − y 2 , xy, xz + yz) é diferenciável e calcule f 0 (x, y, z).
Solução. f é diferenciável pois suas funções coordenadas são polinômios, e portanto são C ∞ .
Além disso,
2x −2y 0
[f 0 (x, y, z)] = y .
x 0
z z x+y
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 170
j, k > k0 , |fj0 (x) − g(x)| < ε/2 e |fk (x) − g(x)| < ε/2, ∀ x ∈ U.
Daí,
|fj (x) − fk (x)| ≤ |fj (x) − g(x)| + |fk (x) − g(x)| < ε/2 + ε/2 = ε. (1)
j, k > k0 ⇒ |fj (y) − fk (y)| − |fj (c) − fk (c)| ≤ |fj (y) − fk (y)| − |fj (c) − fk (c)| ≤ ε|y − c|
⇒ |fj (y) − fk (y)| ≤ |fj (c) − fk (c)| + ε|y − c|.
Usando o critério de Cauchy, o fato de U ser limitado e a convergência de fk0 (c) , concluímos que
∀ k ∈ N, ∃ δk (x) > 0 tal que |v| < δk (x) ⇒ |fk (x + v) − fk (x) − fk0 (x) · v| < ε|v|. (4)
uniformemente. Pelo Lema, se (fk ) converge em algum ponto de Bα então (fk ) converge uniforme-
mente em Bα . Tem-se assim uma cisão U = A ∪ B, onde A é a reunião das bolas Bα nas quais (fk )
converge uniformemente e B é a reunião das demais bolas, nas quais não há convergência em ponto
algum. Como U é conexo e A não é vazio (pois se c ∈ Bα então Bα ⊂ A), segue-se que A = U , logo
(fk ) converge de modo localmente uniforme em U para uma aplicação f : U −→ Rn . Pelo Lema,
tem-se f 0 = g.
Corolário 4 - 03/05
seja qual for t ∈ (0, 1). Podemos supor δ tão pequeno que |v| < δ ⇒ [c, c + v] ⊂ U . (Basta
tomar δ = raio de uma bola de centro c, contida em U .) Então, pelo Corolário 3 abaixo, pondo
r(v) = f (c + v) − f (c) − T · v, temos |r(v)| ≤ ε|v| sempre que 0 < |v| < δ. Isto mostra que f é
diferenciável no ponto c, com f 0 (c) = T .
|f (a + v) − f (a) − T · v| ≤ M · |v|.
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 172
Exercício 1 - 03/05
∂f
Seja f : U −→ R, U aberto e conexo em Rn . Mostre que se (a) = 0, para todo a ∈ U e para todo
∂v
v ∈ Rn , então f é constante.
Solução. Fixemos a ∈ U . Seja x um ponto qualquer de U . Como U é aberto e conexo, temos
que existe um caminho poligonal contido em U com vértices a = a0 = a1 = · · · = ak = x. Pelo
Teorema do Valor Médio pra funções de uma variável real temos que existe θi ∈ (0, 1) tal que
∂f
f (ai ) − f (ai−1 ) = ∂vi
(ai−1 + θi (ai − ai−1 )) = 0, onde vi = ai − ai−1 , para cada i = 1, . . . , k.
Logo, temos f (a) = f (a1 ) = · · · = f (ak ) = f (x). Portanto, f (x) = f (a), para todo x ∈ U , ou seja,
f é constante.
Exercício 2 - 03/05
Seja f : R → R,
ax + x2 sen 1 , se x 6= 0
x
f (x) =
0, se, x = 0
com a ∈ (0, 1). Mostre que f é diferenciável em x = 0, f 0 (0) = a, mas f não é injetiva em vizinhança
alguma do zero.
Solução. Temos que
1
2
f (x) − f (0) ax + x sen 1
lim = lim x = lim a + x sen = a.
x→0 x−0 x→0 x x→0 x
Exercício 3 - 03/05
Exercício 4 - 03/05
unif.
Suponha fk contínua em x = a ∈ U ⊂ Rn e fk −→ f para algum f : U −→ Rm . Então f é contínua
em x = a.
ε
Solução. Para todo ε > 0, existe k0 ∈ N tal que k > k0 ⇒ |fk (x) − f (x)| < , ∀ x ∈ U.
3 ε
Fixando um índice k > k0 , existe δ > 0 tal que |x − a| < δ, x ∈ U ⇒ |fk (x) − fk (a)| < ,
3
pela continuidade de fk no ponto a. Dessa maneira, x ∈ U, |x − a| < δ ⇒ |f (x) − f (a)| ≤
ε ε ε
|f (x) − fk (x)| + |fk (x) − fk (a)| + |fk (a) − f (a)| < + + = ε.
3 3 3
Portanto, f é contínua no ponto a.
Exercício 1 - 04/05
Exercício 2 - 04/05
xk , x > 0
Mostre que fk : R −→ R definida por fk (x) = tal que fk ∈ C k−1 (R) efk ∈
/ C k (R).
0 , x≤0
Solução. Para x > 0, tem-se fk0 = kxk−1 .
Para x < 0, tem-se fk0 = 0.
xk
Para x = 0 tem-se fk0 (0)
= lim = lim xk−1 = 0.
x→0 x x→0
De um modo geral tem-se
k · · · (k − j + 1)xk−j , x > 0
(j)
fk =
0 , x≤0
(j)
para 0 ≤ j ≤ k − 1 e todas fk são contínuas, pois lim+ xk−j = 0 = lim− 0.
x→0 x→0
Mas quando j = k − 1, temos
k!x , x > 0
(k−1)
fk =
0 , x≤0
Pelo Teorema do Valor Médio, temos que existe θ = θt ∈ (0, 1) tal que
∂f f (x + sei , t) − f (x, t)
(x + θsei , t) = ,
∂xi s
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 175
assim
b Z b
ϕ(x + sei ) − ϕ(x) f (x + sei , t) − f (x, t)
Z
∂f ∂f
− (x, t)dt = − (x, t) dt
s a ∂xi a s ∂xi
Z b
∂f ∂f
= (x + θsei , t) − (x, t) dt.
a ∂xi ∂xi
∂f
Como : U × [a, b] −→ R é contínua e [a, b] é compacto, então dado ε > 0 arbitrário, podemos
∂xi
∂f ∂f ε
obter δ > 0 tal que |s| < δ ⇒ (x + θsei , t) − (x, t) < , seja qual for t ∈ [a, b]. Isto
∂xi ∂xi b−a
completa a demonstração.
Teorema 2 - 08/05
∂f ∂ 2f ∂ 2f
Seja f : U −→ R tal que existem , : U −→ R e são contínuas. Então a derivada
∂xi ∂xi ∂xj ∂xi ∂xj
2 2
∂ f ∂ f
existe em todos os pontos de U e vale = .
∂xi ∂xj ∂xj ∂xi
Demonstração. Sem perda de generalidade, podemos supor que U = I × J é um retângulo em
R2 .
Tomando um ponto b ∈ J, o Teorema Fundamental do Cálculo nos permite escrever, para todo ponto
(x, y) ∈ U : Z y
∂f
f (x, y) = f (x, b) + (x, t)dt.
b ∂y
2
∂ f
A continuidade de , admitida por hipótese, faz com que a regra de Leibniz seja aplicável. Deri-
∂x∂y
vando respeito a x: Z y
∂f ∂f ∂f
(x, y) = (x, b) + (x, t)dt.
∂x ∂x b ∂x∂y
Derivando em seguida relativamente a y, obtemos
∂ 2f ∂ 2f
(x, y) = (x, y),
∂x∂y ∂y∂x
∂f
pois (x, b) não depende de y e o integrando na segunda parcela é contínuo.
∂x
Z g(x)
(i) ϕ : U −→ R, definida por ϕ(x) = f (x, t)dt é de classe C 1 (U ).
a
Z g(x)
∂ϕ ∂f ∂g
(ii) (x) = (x, t) + (x) · f x, g(x) , ∀ x ∈ U .
∂xi a ∂xi ∂xi
Z u
Solução. Seja ξ : U × [a, b] −→ R a função dada por ξ(x, u) = f (x, t)dt. Como a função
a
∂ξ
t 7−→ f (x, t) é contínua, segue que (x, u) = f (x, u), ∀ (x, u) ∈ U × [a, b]. Além disso, pela
Z u ∂u
∂ξ ∂f
Regra de Leibniz, (x, u) = (x, t)dt.
∂xi a ∂xi
Dessa maneira, ξ é de classe C 1 (U ), portanto é diferenciável. Como g é também de classe C 1 (U ) (por
hipótese), temos, pela Regra da Cadeia, que a função composta ϕ(x) = ξ x, g(x) é diferenciável e,
para todo i = 1, . . . , n,
Z g(x)
∂ϕ ∂ξ ∂g ∂ξ ∂f ∂g
(x) = x, g(x) = (x) · x, g(x) = (x, t) + (x) · f x, g(x) ,
∂xi ∂xi ∂xi ∂u a ∂xi ∂xi
k
X
+ T (v1 , . . . , vi−1 , wi , vi+1 , . . . , vj−1 , wj , vj+1 , . . . , vk ) + · · · + T (w1 , . . . , wk ).
i6=j,i=1
k
X
T (v1 , . . . , vi−1 , wi , vi+1 , . . . , vj−1 , wj , vj+1 , . . . , vk ) + · · · + T (w1 , . . . , wk )
i6=j,i=1
= ≤
|(w1 , . . . , wk )|S
" k
c X
≤ |v1 |, . . . , |vi−1 |, |w1 |, |vi+1 |, . . . , |vj−1 |, |wj |, |vj+1 |, . . . , |vk | +
|(w1 , . . . , wk )|S i6=j,i=1
i
+ · · · + |w1 |, . . . , |wk | .
Portanto,
k
X
T (v1 + w1 , . . . , vk + wk ) − T (v1 , . . . , vk ) − T (v1 , . . . , vi−1 , wi , vi+1 , . . . , vk )
i=1
lim = 0.
(w1 ,...,wk )→(0,...,0) |(w1 , . . . , wk )|S
k
X
0
Logo T é diferenciável e T (v1 , . . . , vk )(w1 , . . . , wk ) = T (v1 , . . . , vi−1 , wi , vi+1 , . . . , vk ).
i=1
Exercício 2 - 11/05
Seja ϕ : [0, 1] −→ R uma função que possui derivada de ordem n + 1 integrável em [0, 1]. Então
Z 1
0 ϕ00 (0) ϕn (0) (1 − t)n n+1
ϕ(1) = ϕ(0) + ϕ (0) + + ··· + + .ϕ (t)dt.
2! n! 0 n!
Z 1 Z 1
0
ϕ (t)dt = − f 0 (t).g(t)dt.
0 0
Suponhamos agora que ϕ possua derivada terceira integrável em [0, 1] e tentemos a sorte outra vez na
(1 − t)2
integração por partes. Escrevamos agora f (t) = e g(t) = ϕ00 (t), então f (t) = −(1 − t) e
2
Z 1 Z 1
(1 − t)ϕ00 (t)dt = − f 0 (t)g(t)dt. A fórmula de integração por partes nos dá:
0 0
1 1 1
ϕ00 (0) (1 − t)2 00
Z 0 Z Z
00 0
(1 − t)ϕ (t)dt = f (t)g(t) + f (t)g (t) = + ϕ (t)dt
0 1 0 2 0 2
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 178
x2 3 y2
Determine a natureza dos extremos da função f : R2 −→ R, dada por f (x, y) = + xy + .
2 2 2
Isto mostra que f 00 (0, 0) é indefinida, pois assume valores positivos quando h2 = 0 e valores negativos,
quando h1 = − 32 h2 .
Teorema 2 - 22/05
= f (a + (1 − α)sv + αtv)
= f (a − aα + (1 − α)sv + aα + αtv)
= (1 − α)ϕ(s) + αϕ(t),
logo ϕ é convexa .
Reciprocamente, se todas as funções ϕ, definidas do modo acima, são convexas então, dados
x, y ∈ C e α ∈ [0, 1], pomos ϕ(t) = f x + t(y − x) .
= f (x + α(y − x))
= ϕ(α)
≤ (1 − α)ϕ(0) + αϕ(1)
portanto f é convexa.
(i) (⇒)
Seja a < b. Tomando x, com a < x < b, temos que
Da mesma forma,
Portanto, ∀ a < b, tem-se que f 0 (a) ≤ f 0 (b), isto é, f 0 é uma função monótona não-decrescente.
Disto segue que se x > a, então pelo Teorema do Valor Médio ∃ z ∈ (a, x) tal que
(ii) (⇐)
Se f 00 (x) ≥ 0, ∀ x ∈ I, então pela fórmula de Taylor com resto de Lagrange temos que
quaisquer que sejam a e a + h ∈ I, existe c entre a e a + h com
1 00
f (a + h) = f (a) + f 0 (a)h + f (c)h2 .
2!
Como f 00 (c) ≥ 0, então f (a + h) ≥ f (a) + f 0 (a)h, daí pelo item (i), segue que f é convexa.
(⇒)
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 181
Suponha que f seja convexa. Então, dados a < b em I e tomando x com a < x < b, temos que
logo
ε ε
f (x) ≤ ·f x .
M M
εc
Tomando δ = M
, vemos que
εc M M
|x| < ⇒ | x| < c ⇒ f x ≤ M ⇒ f (x) ≤ ε.
M ε ε
Além disso,
M ε −M M ε −M
0 = f (0) = f x+ x ≤ f (x) + f x .
M +ε M +ε ε M +ε M +ε ε
ε ε
f (x) ≥ · (−f (−M x/ε)) ≥ · (−M ) = −ε.
M M
Considere f (x, y) = x3 + e3y − 3xey . Mostre que f tem um único ponto de mínimo local que não é
mínimo global.
Solução. f (x, y) = x3 + e3y − 3xey , f é de classe C ∞ , logo os pontos críticos de f são
{x ∈ R2 ; f 0 (x) = 0}. Temos que
fx = 3x2 − 3ey
fy = 3e3y − 3xey
Daí
3x2 − 3ey = 0 ⇒ ey = x2
⇒ 3(x2 )3 − 3x · x2 = 0
⇒ x = 0 ou x = 1.
= 6u2 − 6uv + 6v 2 .
Daí
u2 + v 2 > u · v ⇒ u2 − uv + v 2 > 0
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 183
para (u, v) 6= (0, 0). Logo, a forma hessiana é positiva, portanto (1, 0) é ponto de mínimo local.
Mas (1, 0) não é ponto de mínimo global, pois
Proposição 1’ - 29/05
0
Seja f : I ⊂ R −→ R diferenciável, I intervalo aberto e f (x) 6= 0, ∀ x ∈ I. Então f é um
difeomorfismo global. Demonstração. Se f 0 (x) 6= 0, ∀ x ∈ I, então pelo Teorema de Darboux
temos que f 0 (x) > 0 ou f 0 (x) < 0, ∀ x ∈ I. Se f 0 (x) > 0, ∀ x ∈ I, então, por um resultado de
Análise I, f será um homeomorfismo global crescente. Da mesma forma se f 0 (x) < 0, ∀ x ∈ I,
então f será um homeomorfismo global decrescente. Em qualquer caso seja g = f −1 : f (I) −→ I e
b um ponto arbitrátrio de f (I).
Como g é contínua em b temos lim g(y) = g(b) = a, disto resulta que
y→b
−1
g(y) − g(b) g(y) − a f (g(y)) − f (a) 1
lim = lim = lim = 0 .
y→b y−b y→b f g(y) − f g(b) y→b g(y) − a f (a)
1
Portanto g 0 (b) existe e é igual a , sempre que f 0 (a) 6= 0. Como b foi tomado arbitrariamente,
f 0 (a)
segue que g é diferenciável em todos os pontos de f (I), desse modo f é um difeomorfismo global.
Solução.
(⇒) Se f é um difeomorfismo local então f 0 (x) 6= 0, ∀ x ∈ I. Então, pelo Teorema do Valor
Intermediário para a derivada, temos que f 0 (x) > 0 ou f 0 (x) < 0, ∀ x ∈ I. (De fato, se existisse
algum intervalo [a, b] em que f 0 (a) < 0 < f 0 (b) então existiria c ∈ [a, b] tal que f 0 (c) = 0, pelo TVI
aplicado à derivada.)
Daí, ou f é um homeomorfismo crescente ou f é um homeomorfismo decrescente. Em qualquer caso,
−1
(f −1 )0 = f 0 (x) e assim f −1 : f (I) −→ I é diferenciável.
(⇐) Difeomorfismo global ⇒ difeomorfismo local (trivialmente).
Exercício 3 - 29/05
então
g(b + w) − g(b) = f 0 (x0 )−1 w + s(w) ⇒ v = f 0 (x0 )−1 [f 0 (x0 )v + r(v)] + s(w)
⇒ v = v + f 0 (x0 )−1 .r(v) + s(w),
donde
s(w) r(v) |v|
s(w) = −f 0 (x0 )−1 · r(v) e = −f 0 (x0 )−1 · · .
|w| |v| |w|
r(v)
Quando w → 0, vimos que v → 0 , logo lim = 0.
w→0 |v|
|v|
Agora nos resta provar que é limitado.
|w|
Ora, f 0 (x0 ) isomorfismo, então vimos que existe c > 0, tal que |f 0 (x0 )v| ≥ c|v|, ∀ v ∈ Rn .
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 185
r(v)
Como lim = 0, então se tomarmos ε = c/2 temos que existirá δ > 0 tal que 0 < |v| < δ ⇒
v→0 |v|
|r(v)| < ε|v|. Desse modo, ∀ 0 < |v| < δ, temos
0
0 v r(v) 0 v r(v)
≥ c |v|.
|f (x0 +v)−f (x0 )| = |f (x0 )v+r(v)| = |v| f (x0 ) + ≥ |v| f (x0 ) −
|v| |v| |v| |v| 2
|v| 2
Portanto, ∀ 0 < |v| < δ temos | ≤ , o que implica que para v suficientemente
|f (x0 + v) − f (x0 ) c
|v| |v| s(w) r(v) |v|
próximo de zero = é limitado e da expressão = −f 0 (x0 )−1 · . ,
|w| |f (x0 + v) − f (x0 ) |w| |v| |w|
s(w)
resulta que, quando w → 0, → 0, concluindo assim a prova.
|w|
Teorema 3 - 01/06
Exercício 1 - 01/06
dxi ∂ξ
as derivadas sendo calculadas no ponto t = 0 e no ponto p0 . Isto mostra que todo v = λ0 (0)
dt ∂xi
em Tp M é uma combinação linear dos vetores
∂ξ ∂ξ
v1 = 1, 0, . . . , 0, , . . . , vn = 0, . . . , 0, 1, .
∂x1 ∂xn
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 186
n
X
Reciprocamente, toda combinação linear v = αi vi é o vetor-velocidade λ0 (0) do caminho
i=1
λ : (−δ, δ) −→ M assim definido: tomamos v0 = (α1 , . . . , αn ) ∈ Rn e colocamos
λ(t) = p0 + tv0 , ξ(p0 + tv0 ) , sendo δ > 0 escolhido de modo que o segmento de reta
(p0 − δv0 , p0 + δv0 ) esteja contido em U .
Solução. Seja U ⊂ Rn o conjunto dos pontos cujas coordenadas são positivas. Consideremos
as funções f, ϕ : U −→ R definidas, para todo x = (x1 , . . . , xn ) ∈ U , como f (x) = x1 x2 · · · xn e
ϕ(x) = x1 + x2 + . . . + xn . Fixando s > 0, procuremos os pontos críticos de f |M onde M = ϕ−1 (s).
Observemos que ∇ϕ(x) = (1, 1, . . . , 1) para qualquer x ∈ U , de modo que M é uma hiperfície.
Q
Por sua vez, temos que ∇f (x) = (α1 , . . . , αn ) com αi = xj . Assim, x ∈ M é ponto crítico de
Q j6 = i
f |M se, e somente se, para algum λ, tem-se xj = λ (i = 1, . . . , n). Dividindo a i-ésima dessas
j6=i
xk
equaçoes pela k-ésima, obtemos = 1. Assim, o único ponto crítico de f |M e aquele que tem suas
xi
n
coordenadas iguais, ou seja, é p = ( ns , ns , . . . , ns ). Afirmamos que f (p) = ns é o maior valor de
f |M . Com efeito, a fórmula de f define uma função contínua no compacto M̄ , onde possui um ponto
de máximo, o qual nao pode estar em M̄ − M pois x1 x2 · · · xn = 0 se x ∈ M̄ − M . Logo esse
máximo está em M , portanto é um ponto crítico, mas p é o único ponto crítico de f |M . Daí:
n
x1 + · · · + xn
x1 x2 · · · xn ≤ .
n
ai
Resolvendo este sistema, temos que xi − ai = λxi ⇔ xi (−λ + 1) = ai ⇔ xi = .
1−λ
Da 2a equação,
n n
X X a2i 1
hx, xi = 1 ⇔ x2i =1⇔ 2
=1⇔ |a|2 = 1 ⇔ |1 − λ|2 = |a|2
i=1 i=1
(1 − λ) |1 − λ|2
⇔ 1 − λ = ±|a|
⇔ λ = 1 ± |a|.
Daí, |x − a|2 será mínimo quando |λ| for mínimo, isto é, quando λ = 1 − |a|.
ai ai ai a
Assim, xi = = = e portanto x = é o ponto da esfera S1 (0) cuja distância
1−λ 1 − (1 − |a|) |a| |a|
ao ponto a é mínima.
Daí,
K
onde hAx0 , x0 i = 2
hx0 , x0 i.
K
Como x0 ∈ S n−1 , logo 2
= hAx0 , x0 i.
Fazendo λ = k2 , temos que x0 ∈ Pc (f |S n−1 ) ⇔ Ax0 = λx0 , onde λ = f (x0 ).
3.3 - Integração
(ii) f é integrável ⇔ o conjunto dos pontos de descontinuidades de f tem medida nula. Em parti-
cular, f contínua ⇒ f integrável.
Solução.
(i) Seja Df o conjunto dos pontos de descontinuidade de f : [a, b] → Rn . Temos que f é descon-
tínua nos pontos onde cada fi é descontínua. Assim,
Df = D1 ∪ D2 ∪ . . . ∪ Dn
(iii) Se f é integrável, o conjunto Df tem medida nula. Logo, D|f | tem medida nula e assim, |f | é
integrável.
Seja P = {a = t0 < t1 < . . . < tk = b} uma partição qualquer do intervalo [a, b]. Se f é
integrável então
X Z b
lim f (ξi )(ti − ti−1 ) = f (x)dx
|P |→0 a
X Z b
lim |f (ξi )| (ti − ti−1 ) = |f (x)|dx
|P |→0 a
Portanto, Z b Z b
f (x)dx ≤ |f (x)|dx
a a
Exercício 2 - 12/06
Solução.
(i) Z b X
[αf (t) + βg(t)]dt = lim (αf + βg, P ∗ )
a |P |→0
X X
= α lim (f, P ∗ ) + β lim (g, P ∗ )
|P |→0 |P |→0
Z b Z b
= α f (t)dt + β g(t)dt.
a a
onde X = (x1 , x2 , . . . , xn ).
Temos que A ◦ f (t) = a11 f1 (t) + · · · + a1n fn (t), . . . , am1 f1 (t) + · · · + amn fn (t) . Como f é
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 191
X
(a11 f1 (t) + · · · + a1n fn (t), . . . , am1 f1 (t) + · · · + amn fn (t)); P ∗
= lim
|P |→0
k
X
= (a11 , . . . , am1 ) lim f1 (ξj )(tj − tj−1 ) + · · ·
|P |→0
j=1
k
X
+(a1n , . . . , amn ) lim fn (ξj )(tj − tj−1 )
|P |→0
j=1
Z b Z b
= (a11 , . . . , am1 ) f1 (t)dt + · · · + (a1n , . . . , amn ) fn (t)dt =
a a
a11 ... a1n
.. ..
..
.
. .
=
am1 . . . amn
Rb Rb
( a f1 (t)dt . . . a fn (t)dt)T
Z b
= A( f (t)dt).
a
(iii) Como Df |[a,c] e Df |[c,b] ⊆ Df |[a,b] ⇒ med(Df |[a,c] ) e med(Df |[c,b] ) ≤ med(Df |[a,b] ) = 0,
portanto med(Df |[a,c] ) = med(Df |[c,b] ) = 0 ⇒ f |[a,c] e f |[c,b] são integráveis.
Para a segunda parte basta notarmos que da Análise Real temos que cada função coordenada
satisfaz Z b Z c Z d
fi = fi + fi .
a a c
A prova disto se baseia no fato de que o supremo (ínfimo) das somas inferiores (superiores)
de f relativamente as partições de [a, b] que contém c é igual ao supremo (ínfimo) das somas
inferiores (superiores) de f relativamente as partições de [a, b].
Z b
0
f (b) − f (a) = f (t)dt.
a
Z x0 +h Z x0 +h
Se x0 , x0 + h ∈ [a, b] então F (x0 + h) − F (x0 ) = f (t)dt e h.f (x0 ) = f (x0 )dt,
x0 x0
portanto
x0 +h
F (x0 + h) − F (x0 )
Z
1
− f (x0 ) = [f (t) − f (x0 )]dt.
h h x0
Dado ε > 0, pela continuidade de f no ponto x0 , existe δ > 0 tal que t ∈ [a, b], |t − x0 | < δ implica
|f (t) − f (x0 )| < ε. Então 0 < |h| < δ, x0 + h ∈ [a, b] implicam
Z x0 +h
F (x0 + h) − F (x0 ) 1 < 1 |h|ε = ε.
− f (x 0 )≤ |f (t) − f (x 0 )|dt
h |h| x0
|h|
0
Isto mostra que F (x0 ) = f (x0 ), ∀ x0 ∈ [a, b].
Portanto, F 0 = f .
Z k
b X
existe δ1 > 0 tal que |P | < δ1 implica |f 0 (t)|dt − |f 0 (ti−1 )|(ti − ti−1 ) < ε/2. Além disso,
a
i=1
pela diferenciabilidade uniforme de f , existe δ2 tal que |P | < δ2 implica
ε
f (ti ) − f (ti−1 ) = [f 0 (ti−1 ) + ρi ](ti − ti−1 ), com |ρi | < .
2(b − a)
Logo,
X
|P | < δ2 ⇒ |l(P ) − |f 0 (ti−1 )| |(ti − ti−1 )| < ε/2.
Seja δ = min{δ1 , δ2 }. Z b
Então |P | < δ ⇒ |l(P ) − |f 0 (t)|dt| < ε, o que conclui o exercício.
a
Seja f : [a, b] −→ Rn de classe C 1 , f 0 (t) 6= 0, t ∈ [a, b] (f é dito ser um caminho regular). Mostre
que existe uma reparametrização de f , digamos f ◦ ϕ, tal que l(f ◦ ϕ|[0,s] ) = s (é a reparametrização
de composição de arco).
Solução. Considere um caminho f , com l(f ) = L e definamos a função ϕ : [a, b] −→ [0, L]
pondo, para todo t ∈ [a, b], Z t
ϕ(t) = |f 0 (u)|du = l(f |[a,t] )
a
1. Note que ϕ : [a, b] −→ [0, L] é uma bijeção e [a, b] é compacto, então ϕ é homeomorfismo,
assim ϕ−1 : [0, L] −→ [a, b] é contínua.
1 1
(ϕ−1 )0 (s) = =
ϕ0 (t) |f 0 (t)|
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 194
Portanto, |g 0 (s)| = 1. Então, para todo s ∈ [0, L], o comprimento do caminho restrito g|[0,s] é
igual a Z s Z s
0
l(g|[0,s] ) = |g (v)|dv = 1dv = s.
0 0
Solução.
∞
[ ∞
X
(i) Dado ε > 0 existe uma cobertura Y ⊂ Bk de blocos abertos tais que vol (Bk ) < ε.
k=1 k=1
∞
[
Mas X ⊂ Y ⇒ X ⊂ Bk . Assim obtemos para cada ε > 0 uma cobertura de X por meio
k=1
∞
X
n
de blocos Bk ⊂ R abertos tais que vol (Bk ) < ε, ou seja, med(X) = 0.
k=1
(iii) Todo conjunto enumerável é reunião dos seus pontos, cada um dos quais tem medida nula, logo
tem medida nula pelo resultado do item (ii).
Solução.
(i) Como C(X) = 0 ⇒ dado ε > 0, existem B1 , B2 , . . . , Bk blocos fechados tais que
k
X ε
X ⊂ B1 ∪ B2 ∪ · · · ∪ Bk e vol(Bi ) < .
i=1
2
Considere para todo i > k,
ε ε ε
Bj = 0, j+1−k × 0, j+1−k × · · · × 0, j+1−k .
2 n 2 n 2 n
∞
[ ∞
X
Temos então que X ⊂ Bi e vol(Bi ) < ε, portanto med(X) = 0.
i=1 i=1
∞
[
(ii) med(X) = 0 ⇒ dado ε > 0, existem {Bj }∞
j=1 blocos abertos tais que X ⊂ Bj e
j=1
∞
X
vol(Bj ) < ε. Agora, sendo X compacto, implica que existe uma quantidade finita de
i=1
k
[ k
X ∞
X
índices {j1 , . . . , jk } tais que X ⊂ Bji , além disso vol(Bji ) ≤ vol(Bi ) < ε, portanto
i=1 i=1 i=1
C(X) = 0.
Exercício 3 - 14/06
1 ε
Solução. Dado ε > 0, escolha um número inteiro positivo n tal que < . Seja P qualquer
p n 2
partição de A = [0, 1]2 tal que cada ponto (x, y) ∈ A com y = , mdc(p, q) = 1, n > q > 0 pertença
q
ε
a um retângulo de P de altura (em a direção de y) ao mas δ = . Já que há no máximo
(n + 2)(n − 1)
(n + 2)(n − 1)
pares (x, y), logo P existe e o volume total de todos os retângulos contendo pontos
2 ε ε
deste tipo é no máximo . Como f 6 1, a soma superior S(f, P ) é no máximo .Para os retângulos
2 2
1
restantes S o valor de Ms (f ) = sup{f (x) : x ∈ S} 6 e o volume total é menor que 1, logo
n
1 ε ε ε
S(f, P ) 6 < . Daí 0 6 s(f, P ) 6 S(f, P ) < + = ε. Portanto, como ε > 0 é arbitrario, das
n 2 2Z 2
últimas desigualdadades temos que f é integrável e f (x, y)dxdy = 0.
[0,1]2
Z Z
f (x)dx = g(x)dx.
A A
Dessa maneira,
Z Z Z Z Z Z
0= h(x)dx = f (x) − g(x) dx = f (x)dx − g(x)dx ⇒ f (x)dx = g(x)dx.
A A A A A A
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 197
integrável e (f (x) − g(x))dx = 0. Como g(x) = −[f (x) − g(x)] + f (x), então g é integrável e
Z A Z Z Z
g(x)dx = − [f (x) − g(x)]dx + f (x)dx = f (x)dx.
A A A A
Exercício 1 - 21/06
Solução. Considere
D1 = {(x, y) ∈ R2 |a ≤ x ≤ y e a ≤ y ≤ b}
e
D2 = {(x, y) ∈ R2 |x ≤ y ≤ b e a ≤ x ≤ b}
CAPÍTULO 3. EXERCÍCIOS DE SALA DE AULA 198
mas Z Z
f (x, y)dxdy = f (x, y)dxdy
D1 D2
logo Z b Z y Z b Z b
f (x, y)dx dy = f (x, y)dy dx.
a a a x
onde
∞ ∞
X X ε
volCk0 =c n
(ak )n < cn = ε.
k=1 k=1
cn
Logo medf (X) = 0.