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Airam Darrieux
Desafios
contemporâneos
Sumário
CAPÍTULO 4 - Os desafios da política do país enfrentados na profissão................................05
Introdução.....................................................................................................................05
4.2 Como o profissional deve lidar com a política em seu dia a dia na empresa.................... 12
Síntese...........................................................................................................................18
Referências Bibliográficas.................................................................................................19
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Capítulo 4
Os desafios da política do país
enfrentados na profissão
Introdução
Antes de começar este capítulo, vamos refletir sobre quais fatores compõem um país. São inúme-
ros, não é mesmo? Entre eles, podemos pontuar a economia, a política, a cultura, a cidadania,
etc. Enfim, todos os fatores são de extrema importância para que a nossa sociedade possa existir.
Um exemplo disso é o direito adquirido na Constituição Federal de 1988 de que todo cidadão
é agente ativo, participando do processo político do país e da escolha de seus representantes.
E essa escolha é de extrema importância, já que ela influenciará toda a sociedade. Afinal, os
eleitos discutirão e aprovarão as regras que devem ser seguidas por todos, sejam estes indivíduos
ou organizações.
Por isso, é necessário refletir e discutir sobre a política brasileira atual e como ela pode influen-
ciar o profissional contemporâneo, inclusive, levando em conta os desafios que os profissionais
enfrentam por conta das mudanças políticas em nosso país.
Mas como a política pode influenciar o nosso dia a dia no ambiente de trabalho? Antes de
aprofundarmos essa questão, vamos primeiramente entender o que é política e diferenciá-la do
conceito de poder.
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De acordo com o Dicionário Moderno de Língua Portuguesa Michaelis, política significa a arte ou
a ciência de governar. A palavra política vem do grego antigo e se refere a tudo que está rela-
cionado a polis, que quer dizer cidade/estado. Esse termo pode tratar tanto de questões relativas
ao Estado como da sociedade, da comunidade e da vida dos indivíduos.
O famoso e importante filósofo grego Aristóteles dizia que a política é uma ciência e que seu
objetivo é proporcionar a felicidade humana. Inclusive, em sua visão, a política divide-se em
ética e na política em si. Em relação à ética, o objetivo é alcançar a felicidade individual do ho-
mem na pólis; enquanto que, na política em si, o principal objetivo é se preocupar em garantir a
felicidade coletiva. Resumindo, a política é tudo aquilo que está relacionado às ações que visam
ao bem-estar individual e coletivo.
Agora, o conceito de poder, também de acordo com o Dicionário Moderno de Língua Portugue-
sa Michaelis, é definido como ter autoridade, domínio ou influência sobre algo ou alguém. No
aspecto político, o poder é algo imposto, que não aceita desacato ou desobediência. Por isso,
ele está ligado às relações sociais e à política. Afinal, o Estado se expressa perante a sociedade,
muitas vezes, por meio do poder. Margaret Thatcher, política britânica e primeira-ministra do
Reino Unido entre 1979e 1990, já costumava dizer que “o poder é como ser uma dama […] Se
você tem que dizer às pessoas que você é, você não é”.
No ambiente de trabalho, tanto a política quanto o poder têm características bem distintas. A
política, por exemplo, pode ser abordada em duas vertentes:
Só que a política faz parte de nossas vidas e é quase impossível não falar dela ou discuti-la, em
especial nos períodos de eleição. Porém, devemos ter o cuidado de não tomar partido e acabar
gerando desconfortos ou calorosas discussões, que podem deixar um clima ruim no local de
trabalho.
Sabemos que o tema nos ronda e, às vezes, acabamos falando sobre a política de nosso país.
Afinal, essa discussão pode até ser saudável, desde que tenhamos o cuidado de não impor aqui-
lo que pensamos e em que acreditamos, além de ter respeito pela opinião de nossos colegas e
líderes. Para tanto, o primeiro passo é tentar evitar certa euforia quando o assunto for citado. No
entanto, outra forma de também ter a imagem arranhada diante de colegas e chefia é de não
saber ou falar nada sobre política.
Há profissionais que, por não gostarem de política ou não se identificarem com ela, acabam
evitando saber mais sobre o assunto. Essa atitude os faz serem considerados até mesmo um
pouco alienados perante os demais. Por isso, todo o cuidado é pouco quando, em uma conversa
informal, o tema surgir no ambiente de trabalho.
Como o mundo está cada vez mais globalizado, a informação está ao nosso alcance e deve ser
usada ao nosso favor. Assim, o profissional contemporâneo deve estar atualizado sobre os temas
do cotidiano, principalmente aqueles que o cercam, pois isso influenciará diretamente na sua
vida particular e profissional.
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Atualmente, apolítica de emprego, trabalho e renda vem mostrando um avanço das políticas
públicas voltadas ao mercado, embora de forma limitada e restrita. Afinal, os resultados da efe-
tiva contratação e inserção de profissionais no mercado formal ainda não são muito expressivos
frente à grande demanda necessária.
Falando em Carta Magna, vamos resgatar um ponto importante para a relação de trabalho
instituída na Constituição Federal de 1988. Foi a partir dela que a importância e o conceito de
cidadania foram reforçados em nosso país, garantindo sua livre expressão e a liberdade sindical.
Essa liberdade sindical é o princípio básico da organização sindical atual, que tem como pilares
a democracia e as relações coletivas.
Como já vimos, poder é quando algo ou alguém pode exercer autoridade e influência sobre
os demais. Assim, podemos entender que, quando nós usamos o poder, estamos, na verdade,
utilizando-o na busca de conseguir alguma coisa. O poder não é algo errado ou ruim, muito
pelo contrário. Quando bem aplicado, ele pode ajudar e muito, especialmente nas relações de
trabalho. Os principais tipos de poder que encontramos nas organizações hoje são:
• poder que se tem por estar em uma determinada posição em uma empresa, para punir
outros (poder coercitivo);
• poder de grande empatia, que a torna respeitada e querida nas organizações (poder de
referência);
Podemos ver aqui que o poder está relacionado a muitas coisas e atitudes. Por isso, devemos sem-
pre lembrar que o maior erro ao utilizar o poder no ambiente profissional é tentar usá-lo quando
não o temos e/ou de forma equivocada para alcançar um determinado objetivo ou resultado.
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CASO
Isabel é atualmente a supervisora de call center de uma grande empresa de alimentos. Ela é muito
eficiente em suas atividades, inclusive é reconhecida pela chefia e pela equipe como uma boa em-
pregada e líder. Possui ótimo relacionamento interpessoal, além de tentar ao máximo correr atrás
das oportunidades proporcionadas pela empresa. Isabel entrou na empresa há 3 anos como aten-
dente de call center e, ao final de seu primeiro ano, já foi promovida para supervisora. Ela veio
de uma família humilde e, apesar de esforçada, não havia conseguido cursar o ensino superior.
No seu primeiro ano de empresa, houve uma parceria da organização com uma importante
instituição de ensino superior, proporcionando aos empregados que tivessem interesse a possi-
bilidade de cursar o 3º grau na modalidade EAD com um grande desconto. Isabel não pensou
duas vezes e viu nessa parceria a oportunidade para se desenvolver e poder cursar o tão sonhado
ensino superior. Ela fez o vestibular, passou e está finalizando ocurso de Tecnólogo em Recursos
Humanos, já que adora trabalhar com pessoas e visa a crescer na área e na empresa. Ela só
conseguiu a promoção para supervisora devido ao seu excelente desempenho e pelo fato de
estar cursando o ensino superior.
A empresa possui muitos supervisores e um deles é Alexandre. Ele tem graduação em Administra-
ção de Empresas e ainda MBA em Gestão Empresarial. Possui um excelente conhecimento técni-
co, porém seu relacionamento com os colegas, líderes e subordinados não é dos melhores. Ele
é conhecido pela rigidez e frieza, sendo considerado também rude por todos. Gosta de a todo o
momento mostrar certa superioridade em relação aos seus colegas, já que ele, entre todos, é o
único que possui um título de MBA.
Como a empresa está crescendo muito, foi necessária a ampliação de seu call center, sendo ne-
cessária a criação de mais uma vaga de coordenação. A diretoria da empresa decidiu que daria
a oportunidade a algum supervisor já existente, por conhecer bem o negócio, podendo agregar
mais rapidamente à necessidade da companhia. O gerente do setor ficou responsável por essa
Isabel – Sabia muito do seu trabalho e da empresa, era muito bem vista por sua liderança, além
de valorizada e elogiada pelos colegas e subordinados. A questão da dúvida era o fato de que
ainda estava concluindo o ensino superior. Embora tenha agarrado a oportunidade de estudar e
se formar, ainda estava um pouco “imatura” para exercer a função.
Alexandre – Possui um excelente currículo, tendo se formado cedo e feito uma especialização(MBA)
em uma renomada instituição de ensino. Tinha o embasamento teórico e também conhecia a
profissão e quais eram os objetivos da empresa. O que pesava contra era a questão do relacio-
namento. Não era bem visto nesse quesito por seus líderes, pares e subordinados, e a preocupa-
ção é que, com mais poder, isso poderia se agravar.
O gerente pensou muito sobre o assunto e se consultou algumas vezes com o RH, até que to-
mou uma decisão. Quem você acha que foi escolhido pelo gerente? Acertou quem apostou na
Isabel!Isabel foi escolhida porque, além de ter o conhecimento da função, era esforçada e tinha
um excelente relacionamento, algo que era imprescindível na atuação como coordenador. Foi
aberta uma exceção na empresa pelo fato de ainda não ser formada. Mas como ela estava con-
cluindo ocurso, foi possível à empresa adequar-se a isso. Inclusive, seu gerente se comprometera
a acompanhar seu trabalho (coaching), orientando-a para que ela pudesse perder a “imaturida-
de” e, assim, desenvolver-se profissionalmente na empresa e na carreira.
O que podemos concluir do caso exposto com relação à política que ocorre nas empresas? É
que a política empresarial contempla o bom relacionamento no trabalho, respeito aos colegas,
subordinados e líderes, para saber agarrar as oportunidades que a empresa disponibiliza.
Assim, a política organizacional pode arruinar ou, até mesmo, alavancar o profissional. Para as-
cender profissionalmente, ser político é um “mal necessário”, mas sem ser encarado como algo
negativo. Afinal, essa política deve ser feita com ética, seriedade e trabalho árduo.
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VOCÊ O CONHECE?
Quem nunca, ao menos uma vez na vida, viu o programa O aprendiz e ficou esperan-
do a famosa frase “você está demitido” ser proferida? Pois é, o criador do programa
e da frase célebre é o famoso Donald Trump. Você também já deve ter escutado falar
dele. Trump é conhecido no mercado mundial como um implacável e excelente em-
presário, dono de várias empresas e empreendimentos, além de ser um membro ativo
na política norte-americana. O seu programa mostra um pouco como negociar, lidar
com conflitos, aproveitar as oportunidades, além de promover que tudo seja feito com
muita ética. Não deixe de procurar na internet e assista a pelo menos um episódio para
entender como é o contexto empresarial atual, o que as empresas esperam de seus
empregados e, ainda, como o profissional pode (e deve) se diferenciar dos demais.
De acordo Giuzi (1987), as políticas organizacionais são as guias que orientam a ação adminis-
trativa para atingir as metas e os objetivos estabelecidos para a organização.
Na busca por querer ser bem visto pela organização, devemos ter cuidado apenas para não
perder o equilíbrio e exagerar nos comportamentos e atitudes. Afinal, nós passamos a maior
parte de nossas horas diárias na empresa, mais que em nossas próprias casas, não é mesmo? E
é exatamente por esse motivo que devemos nos comportar de maneira mais zelosa. Até porque
é um local público, onde devemos conviver da melhor forma possível e em harmonia com os
colegas e líderes.
Comportamentos genéricos esperados das empresas para seus funcionários, como poder de
negociação, inovação, trabalho em equipe, entre outros, já sabemos que são unânimes nas
organizações. Porém, é importante que o colaborador conheça a fundo a política da empresa,
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sua missão, sua visão e seus valores para que possa ver exatamente qual o perfil do profissional
esperado, a fim de se adequar às necessidades da organização e ao comportamento esperado
por ela.
• Evite bajulação– Devemos sempre fazer um bom trabalho, mas é preciso evitar ao máximo
tentar agradar muito a pessoa que está acima de você na hierarquia. Atitudes como esta
não geram confiança, porque colocam em xeque o que está atrás disso, ou seja, qual é
o real interesse em jogo.
Existem também comportamentos e atitudes que devem ser banidos definitivamente do profissio-
nal. Vamos ver alguns deles.
• Fazer promessas e não conseguir cumprir – Por exemplo, prometer que vai entregar um
material e não cumprir o prazo passa uma péssima impressão. Sempre negocie quando
perceber que não conseguirá cumprir com o que prometeu.
• Pedirfavores e não retribuí-los – É natural que tenhamos que pedir ajuda de vez em
quando a colegas e líderes. Isso é natural em qualquer relacionamento, mas não se
esqueça de também se colocar disponível para ajudar os demais colegas, afinal, todos
visam ao mesmo objetivo.
• Demorar a responder e-mails ou não retornar ligações – Você pode estar atarefado e com
muitas entregas a realizar, mas e-mails e telefonemas fazem parte da rotina de trabalho
da empresa e devem receber toda a atenção, além de que ali podem constar requisições
importantes para a realização do trabalho solicitado pela empresa.
• Não ter humildade e não agradecer – Como em qualquer relação, precisamos do outro
para nos ajudar e apoiar. Por isso, a humildade é uma competência muito valorizada
nas organizações. Assumir um erro ou admitir que não sabe ou não compreendeu algo
é muito melhor do que omitir a informação. Outro ponto importante é o de sempre
agradecer às pessoas que o ajudam. Então, nunca deixe de agradecer aos colegas que o
ajudaram em alguma tarefa ou orientação.
Alguns profissionais, às vezes, precisam de um auxílio para seguir esses passos e se tornarem
pessoas e profissionais melhores. Para isso, existem cursos e profissionais de coaching, para os
indivíduos poderem aprender como devem agir no dia a dia, e ainda quais são as atitudes posi-
tivas e negativas que influenciam nas relações de trabalho. Essas estratégias trazem benefícios e
podem ser um caminho de sucesso para a trajetória profissional e, até mesmo, pessoal, já que
conhecimento e desenvolvimento influenciam todos os aspectos de nossas vidas, não é mesmo?
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Síntese Síntese
• o que se é esperado do profissional atual e o que deve ser abolido para evolução da
carreira;
______. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. O Estado de uma nação: mercado de tra-
balho, emprego e informalidade. Rio de Janeiro: IPEA: 2000.
SOUSA, S.M. P. S.; PEREIRA, M. E.Apropriação da noção de competência nas políticas de edu-
cação profissional desenvolvidas no Brasil a partir dos anos 1990. In: SILVA e SILVA, M. O.;
YAZBEC, M. C. (Org.). Políticas públicas de trabalho e renda no Brasil contemporâneo.
São Paulo: Cortez Editora, 2006.
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