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[O

CATECISMO DO APRENDIZ -
ADONHIRAMITA]
RABANEDA, F.S. (João Borralho)

AVISO DE CONFIANÇA
O presente exemplar é um “manuscrito” da segunda edição do
Livro “O CATECISMO DO APRENDIZ – ADONHIRAMITA”, e é
destinado a uso pessoal e de avaliação do Ir∴

______________________________________________________

que se compromete a dispensar-lhe a mesma proteção dedicada


ao Ritual do Grau, proibindo-se sua reprodução total ou parcial, e
a sua apresentação a não-maçons ou maçons irregulares, sob pena
de incursão em delito maçônico previsto em Lei.

Selado e timbrado por mim, o autor.

Fabiano Rabaneda dos Santos.

Os direitos autorais da primeira edição pertencem a Editora


Trolha.
O Catecismo do Aprendiz – Adonhiramita
3
Conteúdo

Introdução .................................................................................................................................... 6
Quem é o autor? ......................................................................................................................... 10
A origem da Maçonaria .............................................................................................................. 11
O Livro das Constituições – A Carta Constitutiva ........................................................................ 20
Os princípios dos Landmarks. ..................................................................................................... 23
A Maçonaria Moderna ................................................................................................................ 28
As Obediências Internacionais .................................................................................................... 29
Estrutura de Obediências no Brasil ............................................................................................. 29
As lojas de São João .................................................................................................................... 34
Gnosiologia Maçônica ................................................................................................................ 37
As Escolas do Conhecimento Maçônico ................................................................................. 41
A Escola Autêntica .............................................................................................................. 41
A Escola Antropológica ....................................................................................................... 44
A escola mística .................................................................................................................. 46
A escola oculta .................................................................................................................... 48
Os símbolos e rituais maçônicos ................................................................................................. 49
A inteligência e verdade ......................................................................................................... 49
A verdade e a lógica simbólica ................................................................................................ 51
Os ritos ........................................................................................................................................ 54
Rito Escocês Antigo e Aceito ................................................................................................... 55
Rito Moderno ......................................................................................................................... 56
Rito Brasileiro ......................................................................................................................... 57
Rito Schroeder ........................................................................................................................ 60
Rito York ................................................................................................................................. 62
Rito Adonhiramita .................................................................................................................. 63
A denominação Adonhiramita ................................................................................................ 66
A iniciação Adonhiramita ............................................................................................................ 69
A câmara de reflexão. ............................................................................................................. 72
O pão, a água, o enxofre e o sal .............................................................................................. 73
A bandeirola “Vigilância e Perseverança” ............................................................................... 75

Manuscrito de Primeira Versão – Proibida a Reprodução


Os ossos, a caveira, a foice e a ampulheta ............................................................................. 76
O V.I.T.R.I.O.L .......................................................................................................................... 77
As cinco perguntas .................................................................................................................. 78
O Ir∴ Terrível ........................................................................................................................... 79
O doce do amargo .................................................................................................................. 80
Os quatro elementos e as viagens. ......................................................................................... 80
O juramento ........................................................................................................................... 83
O Batismo (Nome Histórico) ................................................................................................... 84
João Borralho ...................................................................................................................... 84
Descrição e detalhamento do Templo Adonhiramita ................................................................. 88
Forma e disposição da Loja ..................................................................................................... 89
A localização das colunas e dos vigilantes .............................................................................. 91
A orientação do templo .......................................................................................................... 95
A abóboda celeste .................................................................................................................. 97
O sol e a Lua ............................................................................................................................ 99
A corda de 81 nós ................................................................................................................. 100
O painel do Grau ................................................................................................................... 101
A pedra Bruta ........................................................................................................................ 102
A pedra cúbica ...................................................................................................................... 103
A letra G ................................................................................................................................ 104
O delta luminoso .................................................................................................................. 104
O pavimento Mosaico e a orla dentada ................................................................................ 105
Os degraus ............................................................................................................................ 107
O compasso e o esquadro .................................................................................................... 109
O nível e o prumo ................................................................................................................. 110
O maço e o cinzel .................................................................................................................. 111
As velas, os candelabros e o Cerimonial do Fogo ................................................................. 112
O livro sobre o altar .............................................................................................................. 113
O incenso e o altar dos perfumes ......................................................................................... 113
A espada flamejante ............................................................................................................. 114
A circulação no templo ......................................................................................................... 115
A gravata branca ................................................................................................................... 116
O terno preto ........................................................................................................................ 117
O calçamento das luvas ........................................................................................................ 118
As doze pancadas argentinas ................................................................................................ 119
A Saudação ........................................................................................................................... 120
O Saco de propostas e informações ..................................................................................... 121
O tronco de solidariedade .................................................................................................... 122
A cadeia de união ................................................................................................................. 123
Os cargos em Loja e suas jóias .................................................................................................. 124
Venerável Mestre ................................................................................................................. 124
1º e 2º Vigilantes .................................................................................................................. 127
Orador .................................................................................................................................. 127
Secretário ............................................................................................................................. 129
Tesoureiro ............................................................................................................................. 130
Chanceler .............................................................................................................................. 131
OS Expertos ........................................................................................................................... 131
Mestre de Cerimônias .......................................................................................................... 132
Hospitaleiro .......................................................................................................................... 132
Os Cobridores ....................................................................................................................... 133
Porta-Estandarte ................................................................................................................... 134
Porta-Bandeira ...................................................................................................................... 135
Mestre-de-Harmonia ............................................................................................................ 135
Mestre-de-Banquetes ........................................................................................................... 136
Arquiteto .............................................................................................................................. 137
A cultura do silêncio e a atitude da descrição .......................................................................... 137
Apêndice 1 – Questionário para elevação do Apr∴ ao Grau de Companheiro ......................... 141
Bibliografia ................................................................................................................................ 163

Para minha esposa, Michelle.

Para meu filho, Fabiano Rabaneda.


Introdução

Escrever um livro não é tarefa fácil. Essa dificuldade se amplia


quando falamos em Maçonaria, e no Rito Adonhiramita.

Com pouco material de consulta, o Rito é extremamente rico,


e precisamos passar por todos os aspectos de forma clara e crítica.

As fontes de pesquisa vieram através dos livros do Ir∴ Mário


Sá (Castro Alves)1, que, certamente, possui a maior biblioteca particular
maçônica do Estado de Mato Grosso, e, quiçá, do Brasil, com mais de
quinhentos exemplares.

Sua ajuda foi de vital importância para a constituição dessa


obra, já que o Maçom deve sempre buscar a verdade, e essa tarefa precisa
se antever de muita pesquisa e dedicação.

O Grau de Apr∴ é fascinante, já que leva ao neófito os


primeiros raios de Luz, alem de descobrir essa sociedade “sui generis”
chamada Maçonaria.

A primeira parte desse livro foi escrita quando ainda era Apr∴,
e isso deu uma vida única para essa fase, tanto de minha vida maçônica,
quanto desse livro, já que a curiosidade me fez buscar entendimento para o
que acontecia em Loja.

Passamos pela história da ordem, se estendendo pelas


Escolas do Conhecimento Maçônico, pela estrutura de Obediência, inseridos
na Gnosiologia Maçônica, revelando cada momento da etapa de


1
Mário Ribeiro de Sá, Fundador da A∴R∴L∴S∴ Poeta Fernando Pessoa – G∴O∴B∴ – nº 3.983/Cuiabá-MT.
aprendizado, referenciando o Maçom Adonhiramita, os detalhes da Loja, a
Iniciação e os Cargos.

Foram dois anos de dedicação: aos sábados, domingos,


durante o dia, noite e madrugada (o melhor momento para a escrita, já que
os telefones não tocavam).

Ao concluir o último parágrafo, vejo que falta muito mais, são


questões diversas que precisam ser esclarecidas e debatidas.

Dessa forma não dou como concluída a obra, e passo a


estudar um segundo volume, tratando de temas com mais profundidade.

Essa tarefa não é só minha, e vou dividir com o leitor, que tem
por obrigação buscar o entendimento dos auspícios mistérios da Arte Real.

Espero que goste do conteúdo, e estarei sempre de Pé e a


Ordem para contribuições.

Um grande abraço,

O autor.
A segunda edição.

Elaborar uma segunda edição é tarefa tão árdua quanto a


primeira, afinal, revisar e reordenar requer tempo e atenção.

A ideia surgiu após receber muitos pedidos de IIr∴ que não


mais encontravam a primeira edição nas livrarias.

Como sabido, o conhecimento deve ser compartilhado. Para


que isto ocorra necessário que façamos aperfeiçoamentos.

Assim, me dedico à tarefa de escrever esta segunda edição,


que passa constantemente por revisões até a prancha final.

Por isso que envio a você, meu Ir∴, este manuscrito, com o
objetivo que analise a obra e me ajude a completar as lacunas.

Meu muito obrigado.


Quem é o autor?


Fabiano Rabaneda dos Santos é maçom iniciado desde
24/04/2007, na A∴R∴L∴S∴ Luzes da Chapada nº 3.405 – GOB/MT, localizada
em Chapada dos Guimarães, Mato Grosso.

Ainda quando Apr∴, foi editor responsável do Boletim Luzes


da Chapada, Secretário de Informática e Adjunto da Secretaria.

Elevado em 10/05/2008 e Exaltado em 16/12/2008.

É fundador e Obr∴ da A∴R∴L∴S∴ Poeta Fernando Pessoa nº


3.983 – GOB/MT, localizada em Cuiabá, Mato Grosso.

É Obr∴ da A∴R∴L∴S∴ Razão e Justiça, nº 2202 – GOB/MT,


localizada em Cuiabá, Mato Grosso.

Na vida profana é Advogado, Professor Universitário,


Palestrante, Escritor, Articulista, Bloggeiro e Fotógrafo.

A origem da Maçonaria

Antes de adentrarmos aos estudos filosóficos que envolvem a


doutrina maçônica, é de extrema importância conhecer a sua origem, para
que seja possível entrelaçar os entendimentos de modo a extrair a
verdadeira essência contida nos rituais2.

Melkisedek, em sua obra


Iniciação à Maçonaria Adonhiramita, nos
ensina que a Maçonaria tem sua
etimologia no frâncio, língua germânica
ocidental dos francos responsável pelo
grande estrato de elementos germânicos
do vocabulário francês3, “makjo”,
latinizado para “macio”. “Makjo” derivaria,
segundo alguns, de “makôn”, daí “machen”, “maurer” (pedreiro em alemão
atual). Uma analogia poderia ser feita ao verbo “make”, em inglês, que
significa fazer.

Joaquim Gervásio de Figueiredo4, por sua vez, retrata que as


origens reais da Maçonaria se perdem nas brunas da antiguidade. Dizem que
“Adão” foi nosso primeiro pai, criado a imagem de Deus, aonde tinha escrito
em seu coração as ciências liberais, e particularmente a geometria. Outros


2
Na Maçonaria, se entende como tal, o conjunto de regras, segundo as quais se praticam cerimônias, e se
comunicam os graus, sinais, toques, palavras e todas as demais instruções secretas, daí recorrentes. (Gervásio de
Figueiredo, Dicionário de Maçonaria, Pg. 391).
3
Dicionário Aurélio Eletrônico, versão 3.0/99.
4
Dicionário de Maçonaria, Editora Pensamento, p.239.
remontam sua origem a Abraão, Moises ou Salomão, e escritos mais
recentes, datados da primeira parte do século dezenove, indicam que a
Maçonaria foi a única e verdadeira religião dos patriarcas antes do dilúvio.

O renomado autor Rizardo da Camino5 insculpe a origem ás


épocas de construções de abrigos, quando o homem deixou de viver em
cavernas, que por sua vez, exigiam mão-de-obra capaz, que mais tarde
evoluiria a palácios, em
especial ao conhecido Grande
Templo de Salomão, mas
antes deste, retrata,
Nabucodonosor6, já possuía
palácios magníficos, com
detalhes arquitetônicos
ditados por Jeová, envolvendo, assim, segredos da construção material.

Fato é que a Maçonaria tem através dos tempos


prodigalizado a seus adeptos ensinamentos variados, ricos em conteúdos
científicos e filosóficos, como forma de transmissão do conhecimento.

Atualmente, a Maçonaria como conhecemos, adveio do


Iluminismo, movimento intelectual e filosófico surgido na segunda metade
do século XVIII, o chamado "século das luzes".


5
Dicionário Macônico, Editora Madras, p. 258.
6
Nabucodonosor II [em acadiano Nabu-cudurri-utsur], (c. 632 a.C.- 562 a. C.), é o filho e sucessor do Rei
Nabopolasar, e governou durante 43 anos o Império Neo-babilónico, entre 604 a.C. a 562 a.C.. Não deve ser
confundido com Nabucodonosor I. É o mais conhecido governante do Império Neo-babilónio. Casou-se em 612 a.C.
com a filha de Ciáxares, rei da Média. Foi sucedido pelo seu filho Evil-Merodaque. Ficou famoso pela conquista do
Reino de Judá e pela destruição de Jerusalém e seu Templo em 587 a.C., além de suas monumentais construções na
cidade da Babilónia: entre elas, os Jardins Suspensos da Babilônia, que ficaram conhecidos como uma das sete
maravilhas do mundo antigo. (Wikipédia, acesso em 05/02/08).

Enfatizava a Razão e a Ciência como formas de explicar o


Universo. Foi um dos movimentos impulsionadores do capitalismo e da
sociedade moderna. Foi muito dinâmico nos países protestantes e lento,
porém com gradual influência, na maioria dos países católicos7.

Com pilares no evolucionismo, filantropia, liberalismo,


solidariedade, amor, estudo e à pesquisa, a liberdade de pensar e de
examinar a coisa pensada, a Maçonaria a partir deste momento passa a ser
dividida em dois momentos, a Operativa e a Especulativa.

A Maçonaria Operativa, que surgiu nas origens humanas,


“pós-caverna”, era semelhante às corporações de oficio8, constituída


7
Wikipédia, acesso em 05/02/08.
8
As Corporações de Ofício foram associações que surgiram na Idade Média, a partir do século XII, para regulamentar
o processo produtivo artesanal nas cidades que contavam com mais de 10 mil habitantes.
Cada corporação agregava pessoas que exerciam o mesmo ofício. Eram elas as responsáveis por determinar preços,
qualidade, quantidades da produção, margem de lucro, o aprendizado e a hierarquia de trabalho.Todos aqueles que
desejavam entrar na corporação deveriam ser aceitos para a função de aprendiz, que não recebia salário, por um
exclusivamente em preservar
os interesses comuns e
profissionais da classe de
obreiros9, transmitindo o
conhecimento
matemático/geométrico de
forma segura e fidedigna. Os
documentos afirmam que a
Maçonaria Operativa possuem
prova de origem em 02 de
fevereiro de 1356, por iniciativa de doze maçons, que deram entrada na
prefeitura de Londres com um pedido, onde estava previsto que suas
reuniões seriam vetadas a não membros e que seriam submissos às leis e às
autoridades constituídas.

Se considerarmos que a Maçonaria Operativa é a transmissão


de conhecimento científico a determinado grupo de pessoas, com interesse
em resguardar a propagação da informação, de modo a construir um
“nincho” de mercado, transmitindo conhecimento cientifico, criando e
valorizando a mão de obra qualificada, é de se constatar que essa Maçonaria
teve inicio com a descoberta do fogo, uma vez que naquele momento, o
detentor do conhecimento, ao transmiti-lo a um determinado grupo de
“escolhidos” praticava a arte maçônica. Assim, por este ângulo da verdade, o


mestre, aquele que detinha as ferramentas e fornecia a matéria-prima. As corporações de ofício delimitavam suas
áreas de atuações de forma estrita, de modo que não existia sobreposição de competências, por exemplo, uma
alfaiataria não poderia consertar roupas, assim como uma oficina de conserto não tinha permissão de confeccionar
peças novas. (Wikipédia, acesso em 05/02/08).
9
Melkisedek aponta que não existe relação comprovada entre as antigas corporações de construtores do período
bíblico, egípcio ou romano com a Maçonaria Operativa do tempo Iluminista. Diz que as últimas corporações
romanas desapareceram em torno do ano 600, na Itália, e cita que segundo Nicola Aslan, na Inglaterra, não havia
nem mesmo vestígios da antiga arte.
entendimento é que ela existiu desde sempre, logo, podemos constatar que
outras afirmações são especulações em busca de um momento histórico que
realmente defina seu inicio. É irrelevante isso.

De outra dicotomia, a Maçonaria Especulativa surgiu como


iniciativa da filosofia moderna, em 166610, como iniciativa da filosofia
moderna e sua luta para conseguir a autonomia do pensamento frente aos
ditames do dogma teológico e seu esforço no sentido de elaborar uma
interpretação nova do mundo e da vida, que não elimina o motivo religioso,
mas que atende em primeiro lugar, e cada vez mais, a compreensão das
coisas, mediante o livre uso da inteligência e com uma firme predileção pelo
natural, concretamente humano, o terreal11.

O marco de existência da Maçonaria Especulativa, ou


Maçonaria Livre
(freemassons), data de
24 de junho de 1717,
com a criação da Grande
Loja de Londres. Esta
organização reclamou a
jurisdição sobre os
construtores de Londres
e arredores e um dos seus objetivos nos primeiros vinte anos da sua
existência eram a organização e articulação de uma estrutura administrativa
de controle sobre as Lojas existentes nessa área, designadamente com a

10
Melkisedek cita o Ir.:. Vanildo de Senna, em tese que a Maçonaria Especulativa desenvolveu-se em três períodos,
em primeiro a Reforma, que pôs termo a construção de grandes edifícios religiosos católicos, segundo, à
Renascença, que destronou o estilo gótico terceiro, ao grande incêndio de Londres, que fez perder a Companhia dos
Maçons e seus privilégios medievais e permitiu emprego aos estrangeiros o emprego na reconstrução da grande
metrópole.
11
Raimundo Rodrigues, A Filosofia da Maçonaria Simbólica, Editora A Trolha, Pag. 22.
emissão de cartas-constitutivas das Lojas pela Grande Loja e a exigência
desta de que aquelas obedecessem às regras por si instituídas.
Paralelamente a este controle administrativo foi desenvolvida uma
apreciável atividade cultural e social, para um alinhamento político no apoio
ao Príncipe de Gales contra seu pai, o rei Jorge II. Por outro lado, exerceu um
forte esforço no estudo e divulgação da geometria, em conexão com os
desenvolvimentos do pensamento científico da época. Teve também um
papel importante ao nível estético, pois as primeiras atividades da Grande
Loja estiveram explicitamente
ligadas ao suporte da arquitetura
vitruviana12, em oposição à
tradição gótica.

Esta Maçonaria é
caracterizada como resultado de
uma evolução com a iniciação do
primeiro não profissional, em 08
de junho de 1600, e depois,
passa pela iniciação de brilhantes
pensadores, tendo suas bases
reformadas em 1717 e 1725, renovada pelos graus superiores.

12
Marcos Vitrúvio Polião, em latim Marcus Vitruvius Pollio, foi um arquiteto e engenheiro romano que viveu no
século I a.C. e deixou como legado a sua obra em 10 volumes, aos quais deu o nome de De Architectura (aprox. 40
a.C.) que constitui o único tratado europeu do período grego-romano que chegou aos nossos dias e serviu de fonte
de inspiração a diversos textos sobre construções, hidráulicas, hidrológicas e arquitetônicas desde a época do
Renascimento.
Na obra de Vitrúvio, definem-se três os elementos fundamentais da arquitetura: a firmitas (que se refere à
estabilidade, ao caráter construtivo da arquitetura), a utilitas (que originalmente se refere à comodidade e ao longo
da história foi associada à função e ao utilitarismo) e a venustas (associada à beleza e à apreciação estética). Desta
forma, e segundo este ponto de vista, uma construção passa a ser chamada de arquitetura quando, além de ser
firme e bem estruturada (firmitas), possuir uma função (utilitas) e for, principalmente, bela (venustas). Há que se
notar que Vitrúvio contextualizava o conceito de beleza segundo os conceitos clássicos. Portanto, a venustas foi, ao
longo da história, um dos elementos mais polémicos das várias definições da arquitetura (Wikipédia, acesso em
05/02/08).

Em síntese, podemos dizer que a Maçonaria Operativa foi o
fertilizante necessário para o surgimento da Maçonaria Especulativa, já que
as regras básicas da Operativa estavam relacionadas a talhar a pedra bruta,
de forma a transformá-la em uma pedra polida e utilizável nas construções.

Esta transição iniciou-se quando, utilizando recintos de


tabernas e hospedarias, lojas eram criadas para a discussão de projetos,
entre os quais, em 1275, ocorria a Convenção de Estrasburgo, convocada
pelo mestre dos canteiros e da catedral de Estrasburgo, Erwin de Steinbac,
para terminar as obras do templo. A essa convocação acorreram os mais
famosos arquitetos da Inglaterra, da Alemanha e da Itália, que criaram uma
Loja, para as assembléias e discussão sobre o andamento dos trabalhos,
elegendo Erwin como Mestre de Cátedra (Meister von sthul).

A palavra Loja, por sinal, foi mencionada pela primeira vez em


1292, em documento de uma guilda13. Loja, do germânico leubja (pronúncia:
lóibja), através do francês lodge, designava o lar, a casa, o abrigo, o pátio, o
alpendre e, também, a entrada de edifício, ou galeria usada para exposições
artísticas e venda de produtos artesanais. As guildas de mercadores assim
designavam seus locais de depósito e venda de produtos manufaturados,
enquanto que as guildas artesanais adotaram o termo para designar o seu
local de trabalho, ou seja, as oficinas dos artífices. Próximo desse tempo, ou
seja, no século XIV, começava, também, a atuação do Compagnonnage
(Companheirismo), criado pelos cavaleiros templários. Os membros dessa
organização construíram, no Oriente Médio, formidáveis cidadelas,
adquirindo certo número de métodos de trabalho herdados da Antiguidade
e constituindo, durante as Cruzadas, verdadeiras oficinas itinerantes, para a

13
Associação de auxílio mútuo constituída na Idade Média entre as corporações de operários, artesãos, negociantes
ou artistas. (Aurélio Eletrônico, v3.0/99).
construção de obras de defesa militar, pontes e santuários. Retornando à
Europa, eles tiveram a oportunidade de exercer o seu ofício, construindo
catedrais, igrejas, obras públicas e monumentos civis. A Ordem da Milícia do
Templo, ou Ordem dos Templários, foi uma ordem religiosa e militar, criada
em 1118, com estatutos feitos pelo abade de Clairvaux (São Bernardo). Os
Templários organizaram o Compagnonnage, dando-lhes um estatuto
chamado Santo Dever, de acordo com sua própria filosofia, e trouxeram para
o ocidente uma série de símbolos e cerimônias pertencentes à tradição
maçônica, e possuíram certos conhecimentos, que hoje são ministrados
apenas em certos graus ritualísticos.

Segundo Gervásio de Figueiredo, os Templários foram um dos


repositórios da sabedoria oculta na Europa, durante os séculos doze e treze,
porem seus segredos eram transmitidos tão só a alguns de seus membros
selecionados. Em suas seções
religiosas, as cerimônias de
recepção eram executadas sobre
estrito sigilo, e daí, naturalmente, a
razão de lhe haverem os leigos
atribuídos as mais horríveis práticas
e histórias infundadas.

Depois da tomada de Jerusalém pelos Sarrascenos14, em


1921, adveio a queda do Reino Latino, o quartel general da Ordem foi
transferido da Cidade Santa para Chipre e Paris passou a categoria de seu
principal centro na Europa. Por certo que esta derrota das cruzadas, em que


14
Os Sarracenos (do grego sarakenoi), são um povo nômade pré-islâmico, que habitava os desertos situados entre a
Síria e a Arábia (Wikipedia, acesso em 10/02/08).
o túmulo de Cristo caiu nas mãos dos “infiéis”, abalou a posição da Ordem
dos Templários. Suas posses começaram a ser avidamente cobiçadas por
Felipe IV, que necessitava de dinheiro e depois de ter confiscado os haveres
dos banqueiros, lombardos e judeus, volveu gulosas vistas aos Templários.
Interessado na desmoralização da Ordem, levantaram as mais vis e
inverídicas acusações de blasfêmia e imoralidade, idolatria a cultos
diabólicos, e numa sexta feira, 13 de outubro de 1307, Felipe IV mandou
prender todos os Templários da França, e o seu Grão Mestre, Jacques de
Molay15, com a conivência do papa Clemente V, foi executado na fogueira
em 1314.

No entanto, a destruição da Ordem não acarretou a


supressão completa de seus ensinamentos mais profundos. Certos
Cavaleiros Templários franceses se refugiaram entre seus Ir∴s nos templos
da Escócia, onde suas tradições vieram a se misturar, em certa medida, com
ritos celtas de Heredom16.

A Maçonaria Especulativa também recebe as influências dos


mestres da cabala17, emprestando deles toda a linguagem cifrada e da
filosofia hermética e, inclusive o pensamento rosa-cruz.


15
Jacques De Molay (Vitrey, 1243/1244 ou 1249/1250 - Paris, 18 de Março de 1314) nasceu no Condado da
Borgonha e pertencia a uma família da pequena nobreza franca. Em 1265 foi recebido na Ordem do Templo, na
pequena cidade de Beaune por Hubert de Pérraud que detinha o cargo na ordem de visitador da França. Foi o 23º
Grão-mestre dos cavaleiros templários e oficialmente o seu último, quando foi queimado vivo na Ile de la Cité,
pequena ilha localizada no meio do Rio Sena, em Paris. Pouco ou nada se sabe da sua juventude, só começando a ter
maior evidência depois do seu ingresso na ordem e no capítulo de emergência em Chipre, efetuado devido à morte
de Guillaume de Beaujeu, caído heroicamente na defesa de Acre, para eleger um sucessor.
16
Na tradição maçônica, se diz ser Heredom uma montanha mística, o que é alegoricamente certo, pois o monte
tem sido tomado na antiguidade como símbolo de iniciação.
17
A "Cabala" é uma doutrina esotérica que visa conhecer a Deus e o Universo, sendo afirmado que nos chegou como
uma revelação para eleger santos de um passado remoto, e reservada apenas a alguns privilegiados.
Formas antigas de misticismo judaico consistiam inicialmente de doutrina empírica. Mais tarde, sob a influência da
filosofia neoplatónica e neopitagórica, assumiu um carácter especulativo. Na era medieval desenvolveu-se bastante
com o surgimento do texto místico, Sefer Yetzirah, ou Sheper Bahir que significa Livro da Luz, do qual há menção
antes do século XIII. Porém o mais antigo monumento literário sobre a Cabala é o Livro da Formação (Sepher
Yetsirah), considerado anterior ao século VI, onde se defende a idéia de que o mundo é a emanação de Deus.
O Livro das Constituições – A Carta Constitutiva

Os primeiros documentos concretamente maçônicos que


implicam uma possibilidade estatutária por
escrito, e não oral, como já dissemos acima,
data de 1717. Trata-se de obra de dois pastores
protestantes: James Anderson18 e J. T.
Desaguliers19.

Anderson transformou a
primitiva estruturação sistemática dessa obra
em um compêndio fechado em si mesmo: The
Constitutions of the free-masons.

Compilando princípios, sendo o primeiro esboço para a


sistematização do pensamento maçônico, Anderson pensou na Maçonaria
como uma estrutura aberta, de horizonte amplo para a liberdade do homem
e sua religiosidade pessoal.


Transformou-se em objeto de estudo sistemático do eleito, chamado o "baale ha-kabbalah-kabbalah" (‫ הקבלה בעלי‬
"possuidores ou mestres da Cabala "). Os estudantes da Cabala tornaram-se mais tarde conhecidos como maskilim
(‫" משכילים‬o iniciado"). Do décimo terceiro século em diante ramificou-se em uma literatura extensiva, ao lado e
frequentemente na oposição ao Talmud.
Grande parte das formas de Cabala ensinam que cada letra, palavra, número, e acento da Escritura contêm um
sentido escondido e ensina os métodos de interpretação para verificar esses significados ocultos (Wikipédia, acesso
em 10/02/08).

18
James Anderson (n.1679-1739) nasceu e foi educado em Aberdeen, na Escócia. Ordenado ministro de Igreja da
Escócia em 1707, deslocou-se para Londres, onde ministrou a congregação de "Glass House Street" até 1710, e a
igreja Presbiteriana na Swallow Street até 1734, terminando em Lisle Street Chapel até à data da sua morte. É
relatado por ter perdido uma soma grande de dinheiro no crash de South Sea Company em 1720. James Anderson é
sobretudo conhecido pela sua associação com a Maçonaria (Wikipédia, acesso em 10/02/08).
19
John Theophilus ou Jean Théophile Desaguliers (La Rochelle, 13 de Março de 1683 - Londres, 29 de Fevereiro de
1744). Filósofo natural, nascido em França. Membro da Royal Society de Londres, assistente e divulgador de Isaac
Newton(Wikipédia, acesso em 10/02/08).
Naquele tempo, a maioria dos integrantes eram maçons
operativos: pedreiros e carpinteiros, e o restante tinham traços distintos,
compondo fundamentalmente por cavaleiros e nobres.

O nobre “Livro de Constituição da antiga e honorável


Fraternidade de Maçons Livres e Aceitos”, na qual estipula como primeira
obrigação “deixar a todos os homens a liberdade de consciência”. Com este
principio em tela, houve a possibilidade de que maçons europeus abrissem
lojas a todos os livres-pensadores que quisessem se incorporar.

Em 1723, quando a Grande Loja de Londres, então com sete


anos de existência, promulgou o livro fundacional de Anderson, a franco-
Maçonaria moderna foi apresentada ao mundo como uma instituição única
em sua universalidade.

A constituição de Anderson foi revisada e corrigida por


quatorze intelectuais maçons, sendo dividida em três partes: uma seção
histórica, uma segunda que exporia as obrigações e a terceira dedicada as
canções que glorificavam a irmandade, para uso dos três graus: Apr∴, peão
(companheiro) e mestre.

A constituição, aprovada, foi levada a imprensa pelas


autoridades da Grande Loja Inglaterra, aonde posteriormente, na Maçonaria
francesa, seriam estipulados os 33 graus. Essa questão foi motivo de muita
polêmica e causa do primeiro cisma maçônico, acusou-se a Grande Loja de
Londres de apresentar um racionalismo imoderado, o que deu origem a Loja
de York, quando introduziram um quarto grau, de caráter sincrético, um
amalgama de doutrinas diversificadas de idéias, muitas vezes, inconciliáveis,
batizado de Real Arco.

Ali se origina um nome que pretende ser o denominador


comum da divindade, “Jahbulon” ou “Jah-Bel-On” (Jah de Jahveh, Bel do
caldeu Baal e On de divindade egípicia). Essa necessidade maçônica de juntar
as religiões, de uniformizar pensamentos ou línguas em prol de um homem
sem diferenças, levou à criação de um nome para o inominável.

Sempre trabalhando sobre a idéia de unir e integrar a


humanidade, foram maçons que pensaram em um idioma único, que se
falasse universalmente, o esperanto20.


20
O esperanto é a língua planejada mais vastamente falada. Ao contrário da maioria das outras línguas planejadas,
o esperanto saiu dos níveis de projeto (publicação de instruções) e semilíngua (uso em algumas poucas esferas da
vida social). Suas regras fundamentais estabelecem critérios de expansão lógicos e naturais, de modo que a língua se
enriquece continuamente, seja através dos usos que se faz dela, seja agregando conteúdos novos, que não existiam
nos primóridos de sua existência. Em 1954, a UNESCO passou a reconhecer formalmente o valor do esperanto para a
educação, a ciência e a cultura, e, em 1985, novamente a UNESCO recomendou aos países membros a difusão do
esperanto. Atualmente, após 1995, com a popularização e disseminação da internet, o movimento esperantista
ganhou uma nova força propulsora. Um exemplo de como está a situação atual do esperanto é ver o número de
artigos na língua na Wikipédia: mais de 90.000 em setembro de 2007, com índice de profundidade 1 — números
maiores do que os de muitas línguas étnicas (Wikipédia, acesso em 10/02/08).

No cortejo de sepultamento de Anderson, no ano de 1739, o
jornal “The Daily Post” fez um relato de seu funeral:

“Ontem foi sepultado, em um túmulo anormalmente


profundo, o corpo do Dr. Anderson, professor não
conformista. Os cordões do pano eram sustentados por
quatro professores da mesma religião e pelo reverendo Dr.
Desaguliers. O cortejo estava formado por uma dúzia de
franco-maçons que rodeavam o túmulo. Depois que o Dr.
Esrle pronunciou uma alocução sobre a certeza da existência
(...), os Ir∴s tomaram uma atitude fúnebre, elevaram suas
mãos, suspiraram e golpearam três vezes seus aventais em
honra ao defunto”21.

Pelo ano de 1815, quando a Grande Loja da Inglaterra se
fundiu com a Grande Loja de York, tomando o nome de Grande Loja Unida
da Inglaterra, acrescentaram novos aspectos de funcionamento, observados
nos costumes e usos do oficio, “os ancient landmarks”.

Os princípios dos Landmarks.


Tendo como fundamentação a de princípios imutáveis,


aceitos pelas obediências. Para Gervásio de Figueiredo, “os landmarks são
invenção moderna e seus partidários nunca puderam chegar a um acordo
quanto a sua fixação”.

A.H. de Oliveira marques, em dicionário da Maçonaria


Portuguesa, ensina que as origens de deve, provavelmente, a influência
bíblica (Deut, XIX,14: Não tomarás nem mudarás os limites do teu próximo


21
Ralph T. Beck, A Maçonaria e outras sociedades secretas, Editora Planeta, Pag. 39.
que os antigos estabeleceram na tua propriedade (...); Prov. XXII,28: Não
transgredirás os antigos limites que puseram os teus pais”).

Fato é que nunca conheceram compilação unanimemente


aceite e autorizada, que pudesse funcionar como “declaração de princípios”,
as duas compilações célebres e mais citadas são do norte-americano Albert
Mackey e da Grande Loja Unida da Inglaterra.

Desde Mackey, os landmarks tem sido matéria de


especulação, tanto assim que em algumas publicações, seus números
variam em até trinta, e alguns versam matéria que é mais pertinente ao
Regulamento Geral ou ao Regime Interno da Loja.

O que é proeminente é a vontade de não se alterar os


princípios básicos da iniciação (isto é, dos três graus), que são comuns a
todos os sistemas de “mistérios”.

Na edição de Mackey são colocados três características


básicas:

1. notional immemorial antiquity


2. universality
3. absolute "irrevocability".

• Os processos de reconhecimento são os mais legítimos e


inquestionáveis de todos os LANDMARKS. Não admitem
mudança de qualquer espécie, pois, sempre que isso se deu,
funestas conseqüências vieram demonstrar o erro cometido.
• A divisão da Maçonaria Simbólica em três Graus é um
LANDMARK que, mais do que nenhum, tem sido preservado
de alterações, apesar dos esforços feitos pelo daninho
espírito inovador. Certa falta de uniformidade sobre o
ensinamento final da Ordem, no grau de Mestre, foi motivada
por não ser o terceiro grau considerado como finalidade.
• Lenda do Terceiro Grau é um LANDMARK importante, cuja
integridade tem sido respeitada. Nenhum Rito existe na
Maçonaria, em qualquer país ou em qualquer idioma, em que
não sejam expostos os elementos essenciais dessa Lenda.
• O governo da Fraternidade por um Oficial que a preside,
denominado Grão Mestre, eleito pelo povo maçônico, é o
quanto LANDMARK da Ordem.
• A prerrogativa do Grão Mestre de presidir a todas as
reuniões maçônicas realizadas onde e quando se fizerem é o
quinto LANDMARK.
• A prerrogativa do Grão Mestre de conceder licença para
conferir graus em tempos anormais é outro importantíssimo
LANDMARK. Os estatutos maçônicos exigem um mês, ou
mais, para o tempo em que deva transcorrer entre a proposta
e a recepção de um candidato. O Grão Mestre, porém, tem o
direito de permitir a Iniciação imediata de qualquer
candidato.
• A prerrogativa que tem o Grão Mestre de autorização
para fundar e manter Lojas é outro importante LANDMARK.
Em virtude dele, pode o Grão Mestre conceder, a número
suficiente de Mestres Maçons, o privilégio de se reunirem e
conferirem graus.
• A prerrogativa do Grão Mestre de formar Maçons, por sua
deliberação, é outro importante LANDMARK, que carece ser
explicado, controvertida como tem sido a sua existência.
• Outro LANDMARK é o que afirma a necessidade de os
Maçons se congregarem em Lojas. Sempre se prescreveu que
os Maçons deviam congregar-se com o fim de se entregarem
a tarefas operativa e que a essas reuniões fosse dado o nome
de “Loja”.
• O governo da Fraternidade, quando congregado em Lojas,
por um Venerável e dois Vigilantes é também um LANDMARK.
A presença de um Venerável e dois Vigilantes é tão essencial
que, no dia da congregação, é considerada como uma Carta
Constitutiva.
• A necessidade de estar uma Loja “a coberto” quando
reunida é um importante LANDMARK, que não deve ser
descurado. O cargo de Guarda do Templo que vela para que o
lugar das reuniões esteja absolutamente vedado à
intromissão de profanos, independe, em absoluto, de
qualquer lei de Grande Loja ou de Lojas subordinadas.
• O direito representativo de cada Ir∴ nas reuniões gerais é
um importante LANDMARK. Nas reuniões gerais, outrora
chamadas de Assembléias Gerais, todos os Ir∴s, mesmo os
simples Apr∴es, tinham o direito de tomar parte. Na Grande
Loja só tem direito de assistência os Veneráveis e os
Vigilantes, na qualidade de representantes de todos os Ir∴s da
Loja.
• O direito de recurso de cada Maçom das decisões de seus
Ir∴s, em Loja, para a Grande Loja ou Assembléia Geral dos
Ir∴s é um LANDMARK essencial para a preservação da Justiça
e para prevenir a opressão.
• O direito de todo Maçom visitar e tomar assento em
qualquer Loja é um inquestionável LANDMARK da Ordem. É o
consagrado direito de visitar, que sempre foi reconhecido
como um direito inerente que todo Ir∴ exerce, quando viaja
pelo Universo. É a conseqüência de encarar as Lojas como
meras divisões por conveniência da Família Maçônica
Universal. Nenhum visitante, desconhecido dos Ir∴s de uma
Loja, pode ser admitido à visita, sem que, antes de tudo, seja
examinado, conforme os antigos costumes. Esse exame só
pode ser dispensado se o Maçom for conhecido de algum Ir∴
do Quadro que por ele se responsabilize.
• Nenhuma Loja pode intrometer-se em assuntos que
digam respeito a outras, nem conferir graus a Ir∴s de outros
Quadros.
• Todo Maçom está sujeito às Leis e Regulamentos da
jurisdição maçônica em que residir, mesmo não sendo
membro de qualquer Loja. A falta de filiação já é, em si, uma
falta maçônica.
• Por este LANDMARK os candidatos à Iniciação devem ser
isentos de defeitos físicos ou mutilações, livres de nascimento
e maiores. Uma mulher ou um escravo não pode ingressar na
Ordem.
• A crença no Grande Arquiteto do Universo é um dos mais
importantes LANDMARK da Ordem. A negação desta crença é
impedimento absoluto e insuperável para Iniciação.
Subsidiariamente a esta crença é exigida a crença na
prevalência do espírito sobre a matéria e em uma nova vida.
• É indispensável a existência, no Altar, de um “Livro da Lei”
– o Livro que, conforme a crença, se supõem conter a
Verdade Revelada pelo G.A.D.U., Não cuidando a Maçonaria
de intervir nas peculiaridades de fé religiosa de seus
membros, esses livros podem variar de acordo com os credos.
• Todos os Maçons são absolutamente iguais dentro da
Loja, sem distinções de prerrogativas profanas, de privilégios
que a sociedade confere. A Maçonaria a todos nivela nas
reuniões maçônicas.
• Este LANDMARK prescreve a conservação secreta dos
conhecimentos havidos por Iniciação, tanto dos métodos de
trabalho como de suas Lendas e Tradições, que só podem ser
comunicadas a outros Ir∴s. O sigilo dos trabalhos em Loja é
perpétuo.
• A fundação de uma ciência especulativa, segundo
métodos operativos, o uso simbólico e a explicação dos ditos
métodos e dos termos neles empregados, com propósito de
ensinamento moral, constitui outro LANDMARK. A
preservação da Lenda do Templo de Salomão é o fundamento
deste LANDMARK.
• O último LANDMARK é o que afirma a inalterabilidade dos
anteriores, nada podendo ser-lhes acrescido ou retirado,
nenhuma modificação podendo ser-lhes introduzida. Assim
como de nossos antecessores os recebemos, assim os
devemos transmitir aos nossos sucessores. NOLONUM LEGES
MUTARI.

Melkisedek aponta que os principais Landmarkes


relacionados são:

A. De Mackey;
B. De Enrique A. Lecerff;
C. De Albert Pike;
D. De Jean-Pierre Berthelon;
E. De Joaquim Gervásio de Figueiredo;
F. De Findel.

Ainda explica que no momento em que vivemos, suscita


inúmeras dúvidas com relação aos Landmarks, destacando-se a participação
da mulher e de deficientes físicos, são questões que necessitamos discutir,
mesmo que no fim, vença a tese de não alterar absolutamente nada.

A visão do autor, mesmo que ainda iniciática, é resguardar o


principio fundamental da igualdade, utilizada como um dos três pilares que
sustentam a “idéia” maçônica, de modo a seguir os princípios, inclusive os
constitucionais brasileiros, da não discriminação e de tolerância, nem que
para isso seja necessário aprimorar os métodos de reconhecimentos, de
modo a permitir que o deficiente físico faça parte, pela sua capacidade de
ser humano, a de receber os ensinamentos dos Augustos Mistérios. Cabe
finalizar que isso é discussão para outra prancha.

A Maçonaria Moderna

A história da Maçonaria se estende no tempo pelos diferentes


países do mundo, sem conhecer fronteiras, raças ou idiomas. Cada país
adota um modelo de loja ou, eventualmente, distintas maneiras de conceber
a Maçonaria. Algumas são mais conservadoras, como as chamadas lojas
regulares, que são reconhecidas e admitidas por uma Grande Loja, e existem
aquelas que não seguem os alinhamentos-diretrizes, e são chamadas de lojas
irregulares, como as lojas femininas ou mistas.
O certo é que a Maçonaria está atravessada por uma
diversidade de correntes filosóficas, religiosas, ideológicas, mais liberais ou
ortodoxicas, que marcam diferenças no pensamento e na ação.

As “obediências” são federações administrativas, ou de


grupos nacionais de lojas. Várias “lojas formam uma “obediência”, e aceitam
a prioridade de uma loja originária ou pelo menos concordam em submeter-
se a uma certa coordenação.

As Obediências Internacionais

Em primeiro lugar, está a Grande Loja Unida da Inglaterra, a


qual é reconhecida como loja-mãe para a maioria dos maçons no mundo.
Outra obediência é constituída pelo Centro de União e Informações das
Potências Maçônicas, assinantes do “apelo de E strasburgo”. Ela reúne,
desde 1971, os Grandes Orientes da França, Bélgica e Alemanha e as
Grandes Lojas da Holanda, Dinamarca e Itália. Estas ultimas obediências tem
presença na América Latina e denunciam a Grande Loja da Inglaterra por seu
caráter conservador e dogmático, e por sua impossibilidade de produzir
modificações em seu pensamento.

Estrutura de Obediências no Brasil


Inicialmente, a Maçonaria Brasileira centralizava-se em um só


Grande Oriente, mais tarde, esse dividiu-se em dois corpos independentes
entre-si, fruto de uma dissidência, posteriormente, por mais outra
dissidência, surgiu um segundo Supremo Conselho. O remanescente,
legitimado por Carta Constitutiva procedente as Suiça, aglomerou as lojas
dispersas, criando oito Grandes Lojas e outrogando-lhes Cartas Constitutivas,
finalmente cada estado passou a criar sua própria Grande Loja,
independente uma das outras.

Com dois Grandes Orientes, o denominado “Beneditinos” e


“Lavradio”, com sucessivas dissidências, alguns Estados formaram seus
próprios Grandes Orientes Independentes.

Embora a primeira Loja maçônica tenha surgido em águas


territoriais da Bahia, em 1797, numa fragata francesa, a primeira Loja regular
do Brasil foi a “Reunião”, fundada em 1801, no Rio de Janeiro, movida pela
liturgia e com fins sócio-politicos.

Antes disso, já existiam anteriormente agrupamentos


secretos, em moldes mais ou menos Maçônicos, mas que não eram lojas,
como o exemplo do “Areópago de Itambé”, fundado por Arruda Câmara22,
nas raias das províncias de Pernambuco e da Paraíba.

Existem, todavia, autores que, aproveitando de um período


nebuloso e de total falta de registros históricos, falam de existências de
Lojas, principalmente na Bahia, nos meados do Século XVIII, e apontam que
os conjurados mineiros, principalmente Tiradentes, como maçons, sem que
haja qualquer apoio histórico documental para tal afirmação.


22
Manuel Arruda Câmara (Pombal, Paraíba, segunda metade do século XVIII) foi um médico e botânico brasileiro
(Wikipédia, acesso em 10/02/08).
O barão de Rio Branco, Maçon iniciado em 1872 e acatado
historiador, fala sobre uma Loja anterior a Reunião, com o título de União.
Mas como o primeiro templo Maçônico do mundo, o da Grande Loja de
Londres, só surgiu em 1776, é pouco provável que no Brasil colonial de 1800
já existissem templos.

Em 12 de setembro de 1813, era fundada na Bahia, a Loja


“União”, que juntamente com duas outras Lojas baianas, a “Virtude e Razão
Restaurada” e a “Humanidade”, e com uma Loja do Rio de Janeiro, a
“Beneficência”, teria dado origem a uma Grande Loja, e tomada como um
“Grande Oriente Brasileiro”, o qual, segundo José Martins Jurado, em
Maçonaria Adonhiramita, não pode ser considerada, pois alem de não ter
existência legal, não era verdadeiramente um núcleo central e não exercia
qualquer influência sobre as demais Lojas existentes.

A importante, para a história do Grande Oriente do Brasil, foi


a “Comércio e Artes”, fundada em 1815, que trabalhava inicialmente no Rito
Adonhiramita23, porque os seus membros pretendiam criar uma Obediência
brasileira, já desde a instalação da Loja, ocorrida em 1815, na casa de José
Vahia.

23
O mais antigo documento conhecido referindo-se ao mestre arquiteto do Templo sob a denominação de
Adonhiram é o Cathécisme des Francs Maçons ou Le Secret des Francs Maçons (Catecismo dos Franco-Maçons ou O
Segredo dos Franco-Maçons), editado em 1744, de autoria, possivelmente, um abade, cujo nome seria Leonardo
Gabanon. Em 1730, nasceu o Théodore de Tschoudy, considerado o organizador da segunda parte da obra Recueil
Précieus de la Franc-maçonnerie Adonhiramite (Compilação Preciosa da Maçonaria Adorinamita), cuja primeira
edição ocorreu em 1787. O Barão Tschoudy foi membro do parlamento de sua cidade natal, Metz, França, onde
residiu de 1756 a 1765.
Maçom entusiasta e estudioso, Tschoudy utilizou seu aguçado espírito crítico para bater-se contra a proliferação
desordenada dos altos graus do Rito de Heredon, do qual derivariam alguns dos ritos atuais, como o escocês, o
moderno e o Adonhiramita. Inicialmente, Tschoudy se propôs a reformar os graus então existentes, reduzindo-os a
quinze e depurando-os de tudo o que não fosse fiel à tradição maçônica. Em 1766, Tschoudy publicou L'Étoile
Flamboyante ou La Société des Francs-Maçons (a Estrela Flamígera ou A Sociedade dos Franco-Maçons), obra em
que propôs a criação de uma nova Ordem de altos graus, a Ordem da Estrela Flamígera, com três graus: Cavaleiro de
Santo André, Cavaleiro da Palestina e Filósofo Desconhecido. Desentendendo-se com os membros do novo
Conselho, dedicou-se ao já citado Recueil Précieus de la Franc-maçonnerie Adonhiramite (Wikipédia, acesso em
10/02/08).

Após o fracasso da Revolução Pernambucana24, de inspiração
Maçônica, por força do Alvará Real25, que proibia as sociedades secretas, as
Lojas resolveram cessar seus trabalhos, até que pudessem ser reabertas sem
perigo.

Os maçons, todavia, continuaram a trabalhar secretamente,


no Clube da Resistência, fundado por José Joaquim da Rocha, e em 1821,
alguns acontecimentos fariam com que a Maçonaria brasileira voltasse à
atividade.

A partir de 1822 a Maçonaria brasileira deixava de ser um


grupo heterogêneo de Lojas para se transformar em mais uma célula do
sistema obediêncial, o qual empolgava toda a Maçonaria mundial.

Aos vinte e oito dias do terceiro mês do Ano da Verdadeira


Luz de 5.822, achando-se abertos os Augustos trabalhos da nossa Ordem, no
Grau de Apr∴ e havendo descido do Oriente o Ir∴ Graccho, Venerável da Loja
Comércio e Artes, única até este dia existente e regular no Rio de Janeiro


24
A chamada Revolução Pernambucana, também conhecida como Revolução dos Padres, eclodiu em 1817 na então
Província de Pernambuco, no Brasil. Dentre as suas causas destacam-se a crise econômica regional, o absolutismo
monárquico português e a influência das idéias Iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas (Wikipédia,
acesso em 10/02/08).
25
Publicado com data de 30 de março de 1818, “Eu El-Rei faço saber aos que este Alvará com força de Lei virem: (...)
Sou Servido Declarar por Criminosas e Proibidas todas e quaisquer denominações que elas sejam; ou com os nomes
e formas já conhecidas, ou debaixo de qualquer nome ou forma que de novo se disponha ou imagine; pois que todas
e quaisquer deverão ser consideradas de agora em diante como feitas para o Conselho, e Confederação contra o Rei
e o Estado. (...)Pelo que, Ordeno que todos aqueles, que forem compreendidos em ir assistir em Lojas, Clubes,
Comitês ou qualquer outro ajuntamento de Sociedades Secretas; aqueles que para as ditas Lojas, ou Clubes, ou
Ajuntamentos convocaremos outros; e aqueles que assistirem à entrada, ou recepção de algum sócio ou ela seja
com juramento, - ou sem ele; fiquem incursos nas penas da Ordenação, Livro V, Título VI, parágrafos 5 e 9, as quais
penas lhe serão impostas pelos Juizes e pelas formas e processos estabelecidas nas Leis para punir os Réus de Lesa-
Majestade..." (...) Nas mesmas penas incorrerão os que forem Chefes ou Membros das mesmas Sociedades,
qualquer que seja a denominação que tiverem, em se provando que fizeram qualquer ato, persuasão ou convite de
palavra ou por escrito, para estabelecer de novo, ou para renovar, ou para fazer permanecer quaisquer das ditas
Sociedades, Lojas, Clubes ou Comitês dentro dos Meus Reinos e seus Domínios; ou para a correspondência com
outras fora delas, ainda que sejam praticados individualmente, e não em Associação de Lojas, Clubes ou Comitês
(http://samauma.biz/site/portal/conteudo/opiniao/g00305alvaradjoaovi.htm, acesso em 10/02/08).
(...)26. Essa é parte da certidão de nascimento do Grande Oriente do Brasil,
obediência Maçônica nacional, primeira do Brasil, fundada por ocasião num
sobrado localizado na esquina da rua de São Joaquim, com a rua do Fogo,
aonde a alta administração (Grande Loja) do GOB ficou assim:

José Bonifácio de Andrada e Silva (Grão Mestre), Marechal


Joaquim de Oliveira Alvares (Delegado Grão Mestre), Joaquim Gonçalves
Ledo (1º Grande Vigilante), Capitão João Mendes Viana (2º Grande
Vigilante), Cônego Januário da Cunha Barbosa (Grande Orador), Capitão
Manoel José de Oliveira (Grande Secretário), Francisco Luiz Pereira da
Nóbrega (Promotor Fiscal), João da Rocha (Grande Cobridor), Joaquim José
de Carvalho (Grande Experto).

Segundo o site do Grande Oriente do Brasil, na seção do


Museu Ariovaldo Vulcano, foram, até a data de 2008, os Grão Mestres do
GOB, desde a fundação, os seguintes Maçons:

1) José Bonifácio de Andrada e Silva;


2) Dom Pedro I;
3) Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti
Albuquerque;
4) Miguel Calmon Du Piu e Almeida Marques (Marquês de
Abrantes);
5) Luiz Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias);
6) Bento da Silva Lisboa;
7) Joaquim Marcelino de Brito;
8) José Maria da Silva Paranhos (Visconde do Rio Branco);
9) Francisco José Cardoso Júnior;
10) Luiz Antônio Vieira da Silva;
11) João Baptista Gonçalves de Campos;
12) Marechal Deodoro da Fonseca;
13) Antônio Joaquim de Macedo Soares;
14) Quintino de Souza Ferreira;

26
José Martins Jurado, Maçonaria Adonhiramita – Apontamentos, pag. 103.
15) Lauro Nina Sodré e Silva;
16) Francisco Glicério da Cerqueira Leite;
17) Veríssimo José da Costa;
18) Nilo Procópio Peçanha;
19) Thomas Cavalcante de Albuquerque;
20) Mario Marinho de Carvalho Behring;
21) Bernardino de Almeida Senna Campos;
22) Vicente Saraiva de Carvalho Neiva;
23) João Severiano da Fonseca Hermes;
24) Octávio Kelly;
25) José Maria Moreira Guimarães;
26) Joaquim Rodrigues Neves;
27) Benjamim de Almeida Sodré;
28) Cyro Werneck de Souza e Silva;
29) Álvaro Palmeira;
30) Moacyr Arbex Dinamarco;
31) Osmone Vieira de Resende;
32) Osíris Teixeira;
33) Mathatias Bussinger;
34) Jair Assis Ribeiro;
35) Enoc Almeida Vieira;
36) Moacys Sales;
37) Francisco Murilo Pinto;
38) Marcio Octávio Dias dos Santos;
39) Joferlino Miranda Pontes;
40) Manual Rodrigues de Castro;
41) Manir Hahhad;
42) Laelso Rodrigues;
43) Marcos José da Silva.

As lojas de São João


Os três primeiros graus das oficinas de iniciação na Maçonaria


Especulatica (franco-Maçonaria) são denominados “lojas azuis” ou “lojas de
São João”, nome este que já desperta uma primeira questão, a qual são João
se referem?

Para E.F. Bazot, citado por Ralph T. Beck, não se trataria de


João Batista e nem João Evangelista, já que nem um, nem outro teria relação
com a Ordem, mas de João Esmoleiro, santo da época dos cruzados.

De outra forma, aponta a tese que Johanan, significa


“misericórdia de Deus” e “louvor de Deus”, esses dois sentidos aplicam-se a
ambos: O primeiro ao Batista e o segundo ao Evangelista, a misericórdia é
descendente e o louvor é ascendente. Essa dualidade estabelece uma
relação direta com as duas metades do ciclo anual, representadas nas festas
de solstício de verão e de inverno.

Para reforçar essa idéia, quanto ao “louvor de Deus”, João


Evangelista aparece nos vitrais da Idade Média, e que o azul das oficinas de
iniciação é o primeiro indicio do abandono do mundo profano.

O simbolismo reconhece três cores azuis: um que emana do


vermelho (martírio de João Batista), outro do branco e o terceiro, do negro.
João Batista batiza o neófito com a água (azul), em seguida a regeneração do
homem pelo fogo (vermelho). Como suporte a vida, o ar (branco) haverá de
ser crucial na vida do ser humano, e por ultimo, a morte (negro) para
regressar ao vermelho e á eterna transformação da matéria.

Assim não podemos ignorar, tanto que o compendio Recueil


Précieux de La Maconnerie Adonhiramite, de 1787, obra básica no qual se
fundamenta o Rito Adonhiramita, que foi São João ao purificar, com as águas
do Batismo, instituiu esse sacramento.

M. J. Outero Pinto, em seu livro Compêndios Maçônicos do


primeiro grau, retrata na página 71 a localização de 33 “Joões”, que tiveram
seu período áureo e que caíram no esquecimento, tendo suas biografias
reservadas aos museus e suas memórias reservadas aos túmulos e altares
dedicados a esses “santos” do passado.

Jules Boucher, em A Simbólica Maçônica, traz o prólogo de


João Evangelista, e o define como um verdadeiro monumento esotérico:

“No começo era o verbo,//e o Verbo estava com Deus,//e o


Verbo era Deus.//Ele estava, no começo, com Deus.//Tudo
era feito por ele//e, sem ele, nada se fez//de tudo o que foi
feito.//A vida estava nele,//e a vida era a luz dos homens,//e
a luz brilhava nas trevas,//e as trevas não o receberam.”

Em certas Lojas, coloca-se a Bíblia aberta na primeira página


do Evangelho de São João, qualificado freqüentemente como o “Evangelho
do Espirito”.

Sabemos que, de acordo com certos autores, São Pedro


simbolizaria a igreja “exterior” e São João a igreja “interior”, por isso que se
quis ver no vocábulo de São João utilizado pela Maçonaria a prova evidente
de sua ligação com a Gnose, considerada como a doutrina secreta e interior
da igreja.

Anota, Jules Boucher, que o nome de João está ligado a


misteriosa lenda do “Padre João”, dos séculos XII e XIII, que seria um
soberano tártaro. Deve se notar ainda, que muitos imperadores da Abssínia
chamavam-se João.

Houve ainda quem relacionasse João a “Janus”, o Deus latino


de dois rostos: Um de jovem, outro de velho, simbolizando, diz-se o passado
e o futuro.

Gnosiologia Maçônica

O cristianismo peneirou a filosofia antiga com subjetividade e


com direção de seu pensamento. Santo Agostinho27 introduziu o
platonismo, enquanto São Thomas de Aquino28 adaptou o universo
aristotélico ao cristianismo. Mas as idéias filosóficas antigas foram
resguardadas pela corrente hermética, ou seja, pelo complexo mundo da
alquimia, do materialismo grego e do racionalismo pitagórico.


27
Aurélio Agostinho (do latim, Aurelius Augustinus), Agostinho de Hipona, São Agostinho ou Santo Agostinho[1] foi
um bispo católico, teólogo e filósofo que nasceu em 13 de Novembro de 354 em Tagaste (hoje Souk-Ahras, na
Argélia); morreu em 28 de Agosto de 430, em Hipona (hoje Annaba, na Argélia). É considerado pelos católicos santo
e Doutor da Igreja (Wikipédia, acesso em 10/02/08).
28
São Tomás de Aquino, OP, (Roccasecca, 1225 — Fossanova, 7 de Março 1274) foi um frade dominicano e teólogo
italiano. Foi o mais distinto expoente da Escolástica. Foi proclamado santo pela Igreja Católica e cognominado de
Doctor Communis ou Doctor Angelicus (Wikipédia, acesso em 10/02/08).


Os pitagóricos valeram-se
dos números para fundamentar a
racionalidade e de si mesmos para aceitar
a irracionalidade. A partir dos números
formaram a mística, e os aspirantes a
entrar nas confrarias pitagóricas deviam
passar por uma iniciação, porque a escola
nasceu como uma fraternidade fechada e
com regras específicas de convivência.

O sentimento de renuncia
tornou-se, daí, predominante na Idade Média, significou a mortificação da
carne e purgação dos vínculos com o corpo, para libertar-se dessa condição,
o homem iniciado deveria possuir conhecimento da alma, do espírito,
estando em contato com sua transcendência.

Para esta evolução, era necessário condicionar a validade de


um principio a todos os outros, por esta extensão de prioridade, temos o
estudo da metafísica, já que o saber se organizou e ividiu em diversas
ciências, relativamente independentes e capazes de exigir a determinação de
suas inter-relações e sua integração com base num fundamento comum.

Essa era precisamente a situação que se verificava em Atenas,


em meados do séc. IV a.c., graças a obra de Platão, que contribuíram
poderosamente para o desenvolvimento da ética, matemática, física e
política.

Platão apresentou a exigência da formação dessa ciência


suprema, depois de esclarecer a natureza das ciências particulares que
constituem o currículo do filosofo. Nessa ciência das ciências, Platão
reconhecia a dialética, cuja tarefa fundamental seria criticar e joeirar as
hipóteses que cada ciência adota como fundamento, mas que “não ousam
tocar porque não estão em condições de explica-las”.

É neste contexto que a Maçonaria moderna se faz presente,


justamente a acenção dos graus não é outra coisa senão a paulatina
elevação do conhecimento. Não é uma religião, mas tenta ser um ponto de
encontro de religiões, de correntes filosóficas, de crenças antigas ou de
ideologias modernas.

Para a Maçonaria, o ser humano leva dentro de si uma


partícula divina, a tarefa é chegar a ela e aprender, esse Aprendizado é um
caminho de conhecimento de si mesmo e do mundo.

Ao alcançar esta partícula, o homem deve liberá-la para


morrer, e então renascer, do que se desprende que a natureza do homem é
cíclica.

Para levar a cabo essa missão pessoal, é necessária a


presença de um guia, um “iniciador” que transmita ao “neófito” o segredo
da libertação.
Os ritos praticados em segredo são a imagem desse processo
interior, permitindo a elevação para a sabedoria de maneira progressiva e
realizada por meio de adequada dosificação no Aprendizado (“um Apr∴ que
recebeu mui fraca luz não tem condições de suportar maior claridade”).

O estudo é necessário, uma vez que, por exemplo, a religião


Busdista não concebe temer a Deus nem infundir este temor a ninguém.
Para essa idéia, “Deus é carne, pois é criação do Homem”, e em exegese ao
pensamento filosófico maçônico abre o curso de um dos braços importantes
do rio da ordem.

Nesta semântica de estudos, segundo a Alquimia, a noção de


um espírito incorpóreo, não encarnado, parece absurdo. O homem, segundo
Paracelso, abrange e compreende o “mundo sensível e material, os astros e
Deus”.

O Deus de Paracelso não está fora do mundo, mas sim é o


homem quem compreende Deus no mundo, viu o mundo em Deus e Deus no
mundo (“No começo era o verbo,//e o Verbo estava com Deus,//e o Verbo
era Deus...), e o homem participando dos dois e compreendendo-os.

Todos os sinais Maçônicos se relacionam com a natureza, é


uma energia dispersada em todo o universo.

A água, o ar e o fogo são os três elementos que participam


dos rituais maçons, tanto na iniciação, quanto na despedida, quando o
Maçom passa a “decorar o oriente eterno”. Temos um quarto elemento que
é a terra – simbolicamente a mãe, constitui o ponto de partida e de chegada,
sendo necssário dar a volta inteira, do traçado realizado pelo compasso.

Neste sentido, o circulo, então, é o símbolo da vida. Essa


simbologia é representada nos templos maçônicos pelo delta luminoso, que
brilha no oriente de cada oficina, seus três lados simbolizam nascimento,
vida e morte.

A alma humana é tão ilimitada como Deus, por ser alma


“afim” de Deus, esse é o motivo pelo qual o pensamento e a liberdade do
homem são ilimitados.

Aqui esta a base da ideologia Maçônica, sustentar a liberdade


de consciência e intelecto.

As Escolas do Conhecimento Maçônico


À medida que os conhecimentos científicos e históricos


progrediram em outros campos da pesquisa, e especialmente na análise
critica de escrituras, os métodos científicos foram gradativamente sendo
aplicados ao estudo da Maçonaria, em conseqüência disto abre-se linhas de
investigação, denominadas escolas de conhecimento, agrupadas segundo
suas relações. Cada um desses grupos tem características próprias, afins com
a Maçonaria, com seus próprios cânones de interpretação dos símbolos e
cerimônias, conquanto seja claro, muitos modernos são influenciados por
mais de uma escola.

A Escola Autêntica

A escola Autêntica se sustenta pelo fulcro da análise histórica


dos documentos maçônicos, em especial pelo empreendimento de enormes
pesquisas nas atas das Lojas e em documentos de diversas espécies, que
tratavam do passado e do presente da Ordem.

Para Joaqui Gervásio de Figueiredo, neste setor os maçons


devem muito a R. F. Gould, o grande historiador maçônico; a W. J. Hughan,
G. W. Speth, David Murray-Lyon, o historiador da Maçonaria Escocesa; ao Dr.
Chetwod Crawley, cujo tratado sobre a primitiva ordem Irlandesa se tornou
clássico; e a outros do Círculo Interno da famosa Loja Quattour Coronati, nº
2076, cujos anais fascinantes são uma mina de preciosos ensinamentos
históricos e arqueológicos.

Na Alemanha, dois grandes nomes são J. F. Fludelo,


historiador; e Dr. Wolhelm Begemann, que fez as mais minuciosas e,
esmeradas pesquisas nas Antigas Constituições da Ordem. Uma vasta soma
de material de permanente utilidade para os estudiosos de nossa Ordem
tornou-se assim acessível graças ao labor dos cultores da Escola Autêntica29.

A validade cultural dessa escola deve ser considerada a que


esse método de investigação se esbarra a limitações: inúmeras atividades
maçônicas jamais foram escritas, uma vez que, até os dias atuais, boa parte
do conhecimento maçônico é transmitido oralmente em Lojas, denotando
assim um valor parcial a descoberta do conhecimento.

Ainda para Gervásio, a tendência desta escola é, portanto,


muito naturalmente, de fazer a Maçonaria derivar das Lojas e Guildas
operativas da Idade Média, e fazer supor que os elementos especulativos
foram enxertados no tronco operativo - hipótese esta não contraditada
pelos arquivos existentes. Afirma o Ir∴ R.F. Gould que se pudermos admitir
que o simbolismo (ou cerimental) da Maçonaria é anterior a 1717, não

29
Joaquim Gervásio de Figueiredo, Dicionário de Maçonaria, Editora Pensamento, Pag. 240.
haverá, praticamente, limites na computação de sua idade30. Mas muitos
outros escritores não vão além dos construtores medievais, na procura da
origem de nossos Mistérios.

Entre os adeptos desta escola há a tendência, também muito


natural quando se sustenta tal teoria de origem, de negar a validade dos
graus superiores e de declarar, de acordo com o Ato Solene de União entre
as duas Grandes Lojas Maçônicas da Inglaterra, em 1813, que a "pura
Maçonaria Antiga consiste de três graus e não mais, I. É, os de Apr∴, II. De
Companheiro e III. Mestre Maçom, inclusa a Ordem Suprema do Santo Real
Arco31. Todos os demais graus e ritos são encarados pelos mais rígidos
adeptos desta escola como sendo Inovações continentais e são,
conseqüentemente, rejeitados como sendo Maçonaria "espúria".

A análise critica dessa escola, na Maçonaria brasileira, se


esbarra no abismo cultural da leitura e pesquisa, visto como uma tortura
pela maioria. Segundo o Ir.:. Mahon, no artigo Hermenêutica Maçônica: Por
uma integração de visões, “o viés histórico é bastante ignorado pelos
maçons, relegando as instruções apenas para o prisma simbólico ou
gnóstico. Provavelmente, ocorre tal omissão por duas razões – a primeira, de
ordem objetiva, falta de leitura. Assim, é muito mais fácil atribuir uma
significação bastante subjetiva aos elementos maçônicos de um Templo ou
constantes de um ritual do que se debruçar em monografias geralmente em
outras línguas. ‘A tradição ensina’, ‘pensamos que’, são típicos
complementos de uma origem racional preterida pelo gosto impregnado de
subjetivismo”.


30
Joaquim Gervário de Figueiredo, apud Concise History of Pree-rnansory, p. 55.
31
Joaquim Gervásio de Figueiredo, apud Book of Constitutions, 1884, p. 16.

A Escola Antropológica

A Escola Antropológica é considerada pela gnosiologia como a


interpretação simbólica, que pela repetição o neófito será inserido no
ensinamento moral.

Para Gervásio, essa escola está ainda em processo de


desenvolvimento e aplica as descobertas da antropologia aos estudos da
história maçônica, com notáveis resultados. Os antropologistas têm reunido
um vasto cabedal de informações sobre os costumes religiosos e iniciatórios
de muitos povos, antigos e modernos; e os Maçons estudiosos neste campo
têm encontrado muitos de nossos símbolos, tanto da Ordem como de graus
superiores, nas pinturas murais, gravuras, escultura e edifícios das principais
raças do mundo. Portanto, a Escola Antropológica concede à Maçonaria
uma antigüidade muito maior do que a tida pela Autêntica, e assinala
surpreendentes analogias com os antigos Mistérios de muitas nações, os
quais possuíram claramente nossos símbolos e sinais, com toda a
probabilidade, cerimônias análogas às executadas atualmente nas Lojas
Maçônicas.

Os antropologistas não confinam seus estudos apenas ao


passado, mas têm investigado os ritos iniciatórios de numerosas tribos
selvagens existentes tanto na África como na Austrália, e os têm encontrado
possuírem gestos e sinais ainda em uso entre os Maçons. Entre os
habitantes da Índia e da Síria têm sido encontradas impressionantes
analogias com nossos ritos maçônicos, entremeados com suas filosofias
religiosas, de tal maneira que torna inteiramente impossível a idéia de que
tivessem sido copiados de fontes européias. Os Maçons estudiosos de modo
algum esgotaram os fatos que ainda se podem descobrir neste
interessantíssimo campo de pesquisas, porém mesmo com nossos atuais
conhecimentos é evidente que ritos análogos aos que chamamos maçônicos
existem entre os mais antigos do globo, e podem ser encontrados sob uma
forma ou outra em quase todas as partes do mundo.

Nossos sinais existem no Egito e México, na China e Índia, na


Grécia e Roma, nos templos de Burma e nas catedrais da Europa medieval.
Além de que no sul da Índia existem santuários onde são ensinados os
mesmos segredos sob compromissos de juramento tal como nos são
comunicados na Ordem e nos graus superiores da Europa e América
modernas.

Gervásio destaca que entre os pioneiros neste campo


devemos mencionar o Ir∴ Albert Chuchward, autor de interessantes livros
sobre a origem egípcia da Maçonaria, conquanto pareça nem sempre ser ele
suficientemente crítico; o Ir∴ J. S. M. Ward, autor de Freemasonry and the
Ancient Gods, Who was Hiram Abiff?, e numerosas outras obras, encara a
Síria como sendo o berço da Maçonaria, embora haja compilado uma massa
de valiosas Informações de outros países; e o Sr. Bernard H. Springett, autor
de Secret Sects of Syria and Lebanon, o qual coligiu muito material sobre
ritos maçônicos entre os árabes.

À obra da Escola Antropológica se deve uma clara revelação


da imensa antigüidade e difusão daquilo que atualmente chamamos
simbolismo maçônico. No entanto, essa escola tende a situar a origem dos
antigos Mistérios nos costumes iniciatórios de tribos selvagens, os quais,
embora admissivelmente de incalculável antigüidade, freqüentemente não
são nem dignificantes nem espirituais. Outra importante obra lograda por
seus esforços é a justificação de muitos dos graus superiores serem
considerados "pura Maçonaria antiga"; pois, a despeito do pronunciamento
da Grande Loja da Inglaterra, acima citado, há precisamente provas cabais da
extrema antigüidade dos sinais da Rosa-Cruz, da Ordem e do Real Arco, tanto
quanto também de muitos outros graus. Das pesquisas dos antropologistas
resulta perfeitamente claro que, quaisquer que sejam os exatos elos na
cadeia da descendência, na Maçonaria somos os herdeiros de uma tradição
antiqüíssima, que durante incontáveis idades tem estado associada com os
mais sagrados mistérios do culto religioso.

A escola mística

Mahon, destaca que “geralmente, os iniciados que já


dominam o aspecto histórico e simbólico partem para a aplicação
experimental de caráter pessoal destes paradigmas. Daí surgir o gnosticismo
como forma de sublimar os conceitos histórico e simbólico para aventuras de
cunho espiritual. A escada não é mais uma simples ascensão, a espada não é
uma imposição de poder, as colunas não significam a estabilidade, e sim
outras tantas possibilidades quantas forem as impressões subjetivas e
transcendentais de cada um”.

Sustentado por essa coluna de entendimentos, nasce uma


terceira escola do pensamento maçônico, que podemos chamar de mística,
pois encara os mistérios da Ordem de um outro ponto de vista, vendo neles
um plano para o despertar espiritual do homem e seu desenvolvimento
interno.

Gervásio denota os anais de suas experiências espirituais, ao


revelar que os adeptos desta escola declaram que os graus da Ordem são
simbólicos de certos estados de consciência, que devem ser despertados no
iniciado individual, se ele aspira ganhar tesouros do espírito. Eles dão
testemunho de uma outra muito superior natureza da validade de nossos
ritos maçônicos; um testemunho que pertence mais à religião do que à
ciência. A meta do místico é a união consciente com Deus, e para um Maçom
desta escola a Ordem objetiva representar a Senda para essa meta, oferecer
um mapa, por assim dizer, para guiar os passos do buscador de Deus.

Comumente estes estudiosos estão mais interessados em


interpretações do que em pesquisas históricas. Sua preocupação principal
não consiste em perquirir uma exata linha de descendência proveniente do
passado, mas, antes, em viver a vida indicada pelos símbolos da Ordem, com
o fim de atingir a realidade espiritual de que estes símbolos são apenas
pálidos reflexo. Todavia, eles sustentam que a Maçonaria tem pelo menos
parentesco com os antigos Mistérios, que visavam precisamente mesma
finalidade: a de oferecer ao homem uma via pela que possa encontrar Deus.
E eles deploram o fato de que a maioria de nossos Ir∴s modernos tenha de
tal modo se esquecido da glória de sua herança maçônica, que deixou os
antigos ritos tornar-se pouco mais que formas vazias. Um bem conhecido
representante desta escola é o Ir∴ A. E. White, um dos mais requintados e
cultos maçons da atualidade, e uma autoridade em história dos graus
superiores. Outro também é o Ir∴ W. L Wilmshurts, que tem produzido
algumas formosas e profundamente espirituais interpretações do
simbolismo maçônico, Muito te feito esta escola para espiritualizar a
chamada Maçonaria masculina, e sem dúvida uma das marcas de sua
influência é mais profunda e cada vez mais destacada reverência por nossos
Mistérios.

A escola oculta

Gervásio ainda aponta uma ultima linha de gnosiologia, a


quarta escola, que está representada por uma corporação sempre crescente
de estudiosos na Ordem Comaçônica (ou Ordem Maçônica Mista
Internacional Le Droit Humain), que está progressivamente atraindo também
aderentes da Maçonaria masculina. Como um de seus principais e
característicos postulados é a eficácia sacramental do cerimonial maçônico,
quando devida e fielmente executada, talvez nos seja lícito chamá-la a Escola
Sacramental ou Oculta. O termo ocultismo tem sido muito mal interpretado,
por ser definido como o estudo e conhecimento do lado Interno da natureza
por meio dos poderes existentes em todos os homens, porém ainda não
despertos na maioria deles. Esses poderes podem ser acordados e treinados
no estudante ocultista, por meio de uma longa e cuidadosa disciplina e
meditação.

O objetivo do ocultista, não menos que o do místico, é a


união consciente com Deus, porém diferem seus métodos de busca. O
ocultista visa atingir essa união por meio do conhecimento e da vontade,
preparar toda a sua natureza física, emocional e mental, até torná-la uma
perfeita expressão do espírito divino em seu interior. Ele pode ser
empregado como um Instrumento eficiente no grande plano de Deus para a
evolução da humanidade, plano esse tipificado na Maçonaria pela
construção do Santo Templo. O místico, por outro lado, aspira antes a união
extática com o nível da consciência divina que seu estágio evolutivo lhe
permite atingir.

O método ocultista se desenvolve através de uma série de


etapas gradativas, de uma senda de iniciações conferindo sucessivas
expansões de consciência e graus do poder sacramental. O místico é
freqüentemente mais de caráter Individual um "vôo do solitário para o
Solitário", segundo uma formosa expressão de Plotino. Para o ocultista é de
suma Importância e exata observância de uma forma, e por meio do
emprego da magia cerimonial ele cria um veículo através do qual se pode
atrair a luz divina e espalhá-la em beneficio do mundo, invocando em sua
ajuda a assistência dos anjos, espíritos da natureza e outros habitantes dos
mundos invisíveis. Ao passo que o método místico é pela prece e oração.
Ambos estes caminhos conduzem a Deus; a alguns de nós o do ocultista
atrairá irresistivelmente, e a outros, o do místico. O primeiro, mais
extrovertido, está voltado para o serviço e sacrifício, e o segundo, mais
introvertido, mergulha-se na contemplação e amor.

Os símbolos e rituais maçônicos


A inteligência e verdade

A psicologia considera a inteligência como uma atividade que


tem objetivo de realizar nossa adaptação ao mundo “real” pelo
estabelecimento de relações entre meios e fins. Logo, a inteligência é uma
atividade eminentemente prática, possuindo como ferramentas o instinto e
o hábito. Enquanto o instinto é inato, o hábito é adquirido.

A inteligência colhe, e reúne os dados oferecidos pela


percepção - que é o conjunto da imaginação, memória e linguagem - e forma
redes de significações com as quais organizamos e ordenamos nosso mundo
e nossa vida.

Por sua vez, o pensamento vai alem do trabalho da


inteligência: separa os dados das condições imediatas de nossas experiências
e elabora conceitos, idéias e principalmente juízos, estabelecendo relações
internas pela análise da tríade, tese, antítese e síntese.

No caminho para a pavimentação da estrada gnóstica, é


necessário um método, que conduz à descoberta de uma verdade, até então
desconhecida, relacionando-a a uma verdade já conhecida, estabelecendo
conceitos para averiguar se são ou não verdadeiros.

Método é, portanto, um instrumento racional para adquirir


conhecimento, uma vez que o erro, a ilusão, o falso interferem na
experiência e no pensamento.

Aristóteles elaborou uma teoria do raciocínio como


interferência. Interferir é obter uma proposição como conclusão de uma
outra, proposição são palavras não combinadas com outras que aparecem
em tudo o que pensamos e dizemos.

Entranha-se o relacionamento do método com o silogismo, de


três proposições, a premissa maior, contrapõe-se a premissa menor, que se
pacifica com a premissa da mediação.
Essas regras dão origem a figuras e modos do silogismo, que
advem de verdades indemonstráveis, evidentes e casuais (axiomas,
postulados e definições).

Enquanto os axiomas e postulados fundamentam as


demonstrações, definindo o genero, cuja existência não precisa e nem deve
ser demonstrada, a definição caracteriza os tributos essenciais do gênero, às
quais permite-se chegar a uma conclusão.

A verdade e a lógica simbólica


A representação pode conter inúmeros sentidos, e é isso que


a faz rica e profunda. Os primeiros maçons dos tempos modernos, como já
vimos, foram construtores, arquitetos e pedreiros. Influenciados pela
arquitetura gótica, cujo sofrimento do homem era caracterizado de forma
ornamental. A arte gótica tenta demonstrar por meio dessa ornamentação e
do realismo suas verdades eternas.

O pensamento simbólico parece não ser lógico: atua como


nos sonhos, são representações de uma cultua imemorial, imprimindo uma
pluralidade de significados. Que lógica há nessa pluralidade?

No século XVIII, o alemão Leibniz32, criou o ideal de uma


lógica simbólica perfeita, inspirada na linguagem matemática, da mesma


32
Gottfried Wilhelm von Leibniz (Leipzig, 1 de julho de 1646 — Hanôver, 14 de novembro de 1716) foi um filósofo,
cientista, matemático, diplomata e bibliotecário alemão.
A ele é atribuída a criação do termo "função" (1694), que usou para descrever uma quantidade relacionada a uma
curva, como, por exemplo, a sua inclinação ou um ponto qualquer situado nela. É creditado a Leibniz e a Newton, o
desenvolvimento do cálculo moderno, em particular por seu desenvolvimento da Integral e da Regra do Produto.
forma que a álgebra possui símbolos próprios e universais para todos os
matemáticos.

Esse ideal veio se concretizar apenas nos meados do século


XIX, com a publicação de duas obras: “Análise matemática da lógica”, de
Boole33 e a “Lógica Formal” de Morgan34.

Ao manter a proximidade e a relação com a matemática, a


lógica passou a ser entendida como avaliadora da verdade ou falsidade do
pensamento. Observamos, neste instante, o nascimento de uma
metodologia de interpretação das figuras e modos do silogismo.

Nessa esteira, para conseguir o propósito de interpretação, a


lógica se distingue na dicotomia em: A) linguagem simbólica cultural, que usa
signos, metáforas, analogias e esquemas para imprimir as significações
cotidianas, religiosas, artísticas; e B) a simbólica lógico-científica, que usa
um sistema fechado de símbolos, o algoritimo, que em cada símbolo é
símbolo de uma única coisa e corresponde a uma única significação.

Os símbolos maçônicos são insculpidos em uma linguagem


simbólica cultural, que são apresentados ao neófito através do rito de
iniciação, que é realizado com elementos de grande riqueza simbólica. Nada


Demonstrou genialidade também nos campos da lei, religião, política, história, literatura, lógica, metafísica e
filosofia. (Wikipédia, acesso em 21/03/2008).

33
George Boole (2 de Novembro de 1814 - 8 de Dezembro de 1864) , matemático e filósofo britânico, é o criador da
Álgebra Booleana, base da atual aritmética computacional. (Wikipédia, acesso em 21/03/2008).
34 Augustus De Morgan (Madura, Índia, 27 de junho de 1806 — Londres, 18 de março de 1871) foi um matemático e
lógico britânico. Formulou as Leis de De Morgan e foi o primeiro a introduzir o termo e tornar rigorosa a idéia da
indução matemática. Sua maior contribuição para o conhecimento foi como reformador da lógica. De fato, o
renascimento dos estudos de lógica que começaram na primeira metade do século XIX deveu-se quase que
inteiramente aos trabalhos de De Morgan e Boole, outro matemático inglês. (Wikipédia, acesso em 21/03/2008).

do que acontece naquele momento está colocado ao acaso, tudo tem uma
explicação precisa, uma simbologia que os maçons souberam ocultar e
preservar.

A interpretação desses símbolos, a primeiro momento,


parecem não ter lógica, considerando a não aplicação da lógica simbólica
cultural, permitindo ao profano inúmeras interpretações, levando-os a
perseguir caminhos que levam ao inicio.

Mas se utilizada essa simbologia, utilizando a metodologia da


lógica simbólica de Leibniz, através do fio condutor de paradigmas,
transmitidos de geração a geração, apresentados apenas dentro dos
templos, o Maçon terá outra visão desses símbolos, levando-o a
interpretação singular, por mais que se permita a imaginação filosófica. O
fim será único, que remete esse homem ao encontro da “pedra de toque”.

Dessa maneira, a suposição entre a interpretação e a


imaginação, entre o percebido e a imagem, haveria apenas a diferença do
grau de intensidade.

É esta intensidade que Maçonaria moderna instiga o


“freemasson” a trabalhar, a interpretação simbólica não foge as regras das
escolas gnosiológicas apresentadas, sempre esculpida pela definição da
complexa problemática denotativa, relacionada aos preceitos fundamentais
da moral e razão.

Quando o Maçon é iniciado, é despertado no seu âmago o


desejo por questionar as normas pré-concebidas, remetendo-o a um “novo”
status, o renascimento, libertando-o da miopia ideológica, do senso comum
da sociedade.
A ideologia e o inconsciente operam através do imaginário e
do silencio, o véu de imagens estabelecidas interpõe-se a consciência e
realidade, prende o homem em um mundo de conceitos deturpados e pré-
estabelecidos, fazendo-o a ser escravo do sistema. É essa escravidão que a
Maçonaria se propõe a abolir.

Como erguer este véu, tirar esta máscara? Através da


simbologia, instigando-o neófito a buscar a verdade escondida nos
entendimentos dos sinais.

Os ritos

Por isso que a Maçonaria é pluri-ritualistica. Os ritos são


organizações de espaço e tempo, garantindo a ligação e homogeniedade da
reciprocidade dos entendimentos, é uma cerimônia de gestos determinados,
palavras determinadas, objetos determinados, pessoas determinadas e
emoções que adquirem o poder misterioso de presentificar os laços entre
humanos e a divindade.

Uma vez fixado a simbologia de um ritual, sua eficácia


dependerá da repetição minuciosa e perfeita da ritualística, tal como foi
praticado da primeira vez, por que nele estão orientados os gestos e palavras
para a composição da chave que permitirá o entendimento dos objetos
simbólicos introduzidos. Graças ao ritual que a distancia entre o passado e
presente são abolidas.
Para Gervásio de Figueiredo, a Maçonaria moderna conta
com algumas dezenas de ritos, se entendendo por um conjunto de regras,
segundo as quais se praticam as cerimônias e se comunicam os graus, sinais,
toques, palavras e todas as demais instruções secretas daí decorrentes.

Os ritos são independentes e autônomos entre si, são


dirigidos cada qual por um Corpo Superior, comumente constituídos por
deputados eleitos por todas as Lojas que o adotam.

Estes “Corpos” intitulados Supremos Conselhos e


Consistórios, assumem o poder supremo, tanto concernente ao dogma e
legislação, quando no referente à administração e justiça.

Os ritos praticados no Brasil, possuem acordos de realização


com as potências simbólicas, denominados “Tratados de Aliança e Amizade”.

O GOB autoriza a realização dos ritos: A) Escocês Antigo e


Aceito; B) Moderno; C) Brasileiro; D) Schroeder; E) York e; F) Adonhiramita.

Rito Escocês Antigo e Aceito


É o rito da perfeição ou de
Heredom, incialmente de 25 graus, criado em 1758
na França, pelo Conselho de Imperadores do
Oriente e do Ocidente. Em 1801 os maçons da
América trabalharam com o rito da perfeição, pois
até então era o mais alto grau ali conhecido era o
de Principe do Real Segredo (25º), mas a 31 de
maio desse ano eles constituíram em Charleston uma nova potência
dirigente, que adotou as Grandes Constituições de 1786 e os 33º por elas
estabelecidos. Essa autoridade que tomou o título de Supremo Conselho dos
Grandes Inspetores Gerais, foi a primeira que pôs em execução as
constituições.

Rito Moderno

Este rito foi criado em


Paris em 1761, constituído em
24/12/1772 e proclamado em
09/03/ 1773 pelo Grande Oriente da
França. Compunha-se apenas dos
três primeiros graus, mas na época
havia uma grande euforia pelos Altos
Graus, o GOF viu na contingência de
procurar harmonizar as doutrinas de
influências da Cavalaria, Alquimistas,
Rosacruzes, Iluminados, Martinistas
e Cabalistas.

Atualmente é o rito oficial do Grande Oriente do Brasil.


Rito Brasileiro35

Especula-se que o Rito


Brasileiro teria tido uma origem romântica
em Pernambuco, quando José Firm o
Xavier, pertencente à Grande Loja Provincial
de Pernambuco, elaboraram uma
Constituição Especial do Rito Brasileiro,
colocando o mesmo sob a tutela de D.
Pedro II e do Papa. Existem depositados na
Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, dois
documentos que pertenceram a D. Pedro II
que nos dão informações sobre esta
entidade e que tem o seguinte enunciado: "Const:. Maç:. do Esp:. Rit:. Braz:.
de Nob:. e Aug:. Caz:. Cor:. Liv:. sob os Ausp:. de S:. M:. I:. S:. D:. P:. S:. I:. B:.
meu AU:. e Pod:. Grd Ord:. Braz:. em todo o Circulo do Império Brazileiro.
Oferecido S:. M:. I:. D:. P:. S:. I:. do Braz:. Alt:. e Pod:. Sen:. Gr:. Mest:. da
Ordem Brazileira".

Aquele Rito, naquela ocasião não vingou, porque entre outras


contradições, não aceitava que fossem iniciadas pessoas que não fossem
nascidas no Brasil, mostrando um nacionalismo inconseqüente e, além do
mais, D.Pedro II não estava muito interessado em Maçonaria, apesar de seu
pai ter sido Maçom. Assim como, não tem lógica um rito maçônico se colocar
sob a tutela do Imperador e do Papa.


35
Resumo do trabalho do Ir.:. Hercule Spoladore.
(http://www2.gob.org.br/gxpsites/hgxpp001.aspx?2,9,52,O,P,0,PAG;CONC;52;3;D;5501;1;PAG;,, Acesso em
22/03/08).
Depois de iniciada a Primeira Grande Guerra Mundial, em
1914, o Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, o Ir∴ Lauro Sodré, através
do Decreto Nº 500, datado de 23.12.1914, o Ilustre Conselho Geral da
Ordem aprovou o reconhecimento e incorporação do Rito Brasileiro entre os
que compõem o Grande Oriente do Brasil, com os mesmos ônus e direitos,
regido liturgicamente pela sua Constituição particular.

Já em 1941, foi publicada uma Constituição contendo 19


artigos; o Ritual era cópia do Rito de York, com a pal.:. de p.:. mudada para
"Cruzeiro do Sul" e o Rito era então composto de três graus: Apr∴,
Companheiro e Mestre, e mais quatro títulos de Honra.

Em 1973, infelizmente, ocorreu mais uma grave cisão na


Maçonaria Brasileira. Após desentendimentos entre a cúpula do GOB e
alguns Grão-Mestres Estaduais, cerca de dez Grandes Orientes saíram do
GOB, constituindo a hoje chamada COMAB (Confederação Maçônica do
Brasil).

Após esta cisão, Lojas do Rito Brasileiro dos Grandes Orientes


dissidentes ficaram sem cobertura para seus graus filosóficos.

Em Cataguases, Minas Gerais, em 10.02.1974 foi fundado um


Supremo Conclave Autônomo para o Rito Brasileiro pelo Ir∴ Lysis Brandão da
Rocha e mais alguns Ir∴s de real envergadura, para dar assistência filosófica
às Lojas do Rito em Minas Gerais. Este Supremo Conclave, que teve Lysis
como seu lº Grande Primaz, foi registrado como personalidade jurídica no
Cartório do registro Geral das Pessoas Jurídicas de Cataguases, MG sob o
460, como "Conclave dos Servidores da Ordem e da Pátria - Supremo
Conclave Autônomo para o Rito Brasileiro". Este Supremo Conclave foi
fundado pelo menos inicialmente, para atender as Lojas no estado de Minas
Gerais, que estavam a descoberto em seus graus superiores antes de realizar
tratados com outros Grandes Orientes de outros Estados.

Desta forma passou existir no Brasil dois Supremos Conclaves.


Um ligado ao GOB e outro ligado à COMAB. Entretanto, a bem da verdade,
ambos trabalham em prol do engrandecimento do Rito Brasileiro.

O Rito Brasileiro não tem o reconhecimento das Grandes


Lojas do Brasil.

O Supremo Conclave autônomo de Cataguases fez vários


tratados de Amizade com os Grandes Orientes dissidentes, regendo
atualmente o Rito na COMAB.

O Rito Brasileiro hoje, quer no GOB quer na COMAB, é o


segundo Rito mais difundido entre os Ritos adotados no Brasil. Novas Lojas
estão sendo fundadas, a sua maneira harmoniosa de ser executado, os seus
propósitos cívicos, morais, históricos e culturais, estão fazendo a cada dia
mais adeptos. Ele vem se firmando cada vez mais e vem encontrando sua
identidade a qual, dentro de mais alguns anos, estará completamente
formada.

Convém frisar que o Rito Brasileiro é patriótico sem ser


nacionalista ou xenófobo. Tanto é verdade que ele prega que "Constitui um
dos altos objetivos do Rito o incentivo e a prática do Civismo em cada
Pátria". Ele, desde que adaptado a qualquer país, poderá ser usado como
sendo o Rito daquele país.

Os graus superiores são transparentes, modernos, objetivos,


fluentes e lindos. Além de seu desenrolar ser escrito em linguagem moderna
e bastante compreensível, não existe aquela autoimprecação onde o
elevando na hora de seu juramento fica chamando sobre si as piores pragas
e os maiores e trágicos castigos caso seja considerado um mau adepto. O
Rito Brasileiro confia mais na palavra do Maçom. A palavra de um Homem
tem muito mais valor que um juramento forçado, pueril e ambíguo.

É um Rito Teísta e a sua concepção de Deus é que ele seja o


Supremo Arquiteto do Universo, e não Grande Arquiteto do Universo, pois
"grande" não define em profundidade a idéia de Deus para os Maçons do
Rito Brasileiro, uma vez que "grande" é um epíteto muito usado
freqüentemente para definir coisas imensas. Respeitam-se, porém, as
concepções de outros Ritos sem quaisquer restrições.

Em que pese os inimigos do Rito Brasileiro, apesar de todos os


seus percalços, ele está aí, ele existe, e vai continuar crescendo dentro de
seu espaço, sem molestar ou interferir nos outros Ritos, os quais respeita
sem contestá-los.

Rito Schroeder

Surgiu pelas mãos do alemão Friedrich Ludwig Schröeder, que


decidiu restaurar a tradição maçônica germânica, após a desvirtualização da
Maçonaria francesa.

Com o desejo de restabelecer a simplicidade na ritualística,


Schröeder descobriu um pequeno ritual, sem autor, que se denominava “As
três batidas diferentes”, o qual continha a pura e sonhada Maçonaria. Após
exaustivos estudos e pesquisas escreveu o Ritual no qual está baseado o Rito
de Schröeder, um rito simples
contendo o que mais buscava, a
essencialidade, simplicidade e
moralidade.

Em 1801, a Loja
“Absalonzu den Drei Nesseln”
(Absalão das Três Urtigas) editou o
Ritual de Schröeder, sendo que a
versão brasileira foi traduzida em 1982, pelo Ir∴ Gerhard Ludwig Reepo da
Grande Loja do Rio Grande do Sul.

O Rito Schröeder chegou ao Brasil em deembro de 1855, com


a fundação da Loja “Deutsche Freundschaft” (Amizade Alemã), por
imigrantes alemães e suiços em Joinvile-SC.

Entretanto, este fato correu após a fundação do povoado


denominado Dona Francisca, hoje muinicípio de Schroeder, cujo nome foi
uma homenagem ao seu colonizador Senador Cristiano Mathias Schroeder,
em 1851, sendo onde se concentraam as colônia germânicas e suíças,
inicialmente.

Esta Loja (Amizade Alemã), em maio de 1859 uniu-se à Loja


”Zum Südlichen Kreuze”(Ao Cruzeiro do Sul), que havia sido fundada em
maio de 1856, tomando a nova Loja o título distintivo de “ Deutsche
Freundschaft Zum Sülinchen Kreuze” Amizade Alemã ao Cruzeiro do Sul).

Em 1917, o governo brasileiro proibiu as reuniões e o uso da


língua alemã em todo o território nacional.
Esta proibição fez abater colunas todas as lojas Schröeder
existentes. Assim permaneceu até 24 de junho de 1958, quando ocorreu a
fundação da Loja Concórdia & Humanitas nº 56, sob a jurisdição da
GLMERGS, onde, então, voltou-se a desfrutar a beleza e o humanismo do
genuíno Ritual Schröeder, primeiramente em alemão e posteriormente em
português.

Rito York

O Rito de York
foi fundado no ano de 1799,
tendo como organizador e
fundador principal o Ir Thomas
Smith Webb. É justamente este
Ir∴, que deu a estrutura e
doutrina filosófica com os seus
respectivos procedimentos
gerais ao sistema maçônico
que pode ser identificado pelo
nome genérico de "Rito Americano" ou "Rito de York".

Segundo Gervásio de Figueiredo, é muito antiga a origem


desse rito, que parece haver primeiro funcionado secretamente em algumas
lojas irlandesas e escocesas. A sua primeira menção pública foi feita em
1743, no relato de uma Loja em Yoghal, Irlanda. As atas do Capítulo do Real
Arco de Stirling Rock, Escócia, remontam a esse mesmo ano, e a introdução
do Rito em Londres foi formalmente feota em 1777, com o estabelecimento
ali de um Grande Capítulo do Real Arco, e recebendo sucessivamente as
denominações de Rito dos Antigos “franco-maçon”, e de Rito de Iorque, que
era então o principal contro das corporações franco-maçônicas inglesas.

O rito de York norte-americano pouco difere do original


inglês. O rito York é o que se aproxima mais da Maçonaria operativa,
anterior a 1717. Foi o primeiro a ser compilado, seguido pelo Adonhiramita.

Rito Adonhiramita

Joaquim Gervásio de Figueiredo aponta que o rito


Adonhiramita foi criado em 1776 ou 1787 pelo Barão de Tschoudy, por sua
vez José Martins Jurado aponta que, como decorrência direta da reforma do
Rito de Heredon, nasceu o Rito Adonhiramita, aonde o Barão de Tschoudy,
escrevera rituais de iniciação e catecismos de instrução, fornecendo material
para a compilação de Louis Guillemain de Sant-
Vitor, intitulado “Recuil Précieux de La
Maçonneire Adnhiramite”.

Considerando que o “Recuil” foi


impresso em 178736 e que o Barão de Tschoudy
faleceu em 28 de maio de 1796, em Paris, a
segunda versão remete que este rito tenha se
popularizado não pelas mãos de Tschoudy, mas,
na compilação de Guillemain.

Certo é que o mais antigo


documento referindo-se ao arquiteto do templo, sobre a denominação de

36
Ritual do 1º Grau, GOB, Aprendiz Adonhiramita, P. 15.
Adonhiram é o “Catécisme des Francs Maçons ou Le Secret des Fançs
Maçons”37, e foi publicado em 1744 por Luiz Travenol, sob o pseudônimo de
Léonard Gabanon.

Ainda, não desmerecendo o trabalho do Barão de Tschoudy,


embora a tradião oral atribui a Compilação Preciosa a suas mãos, Ragon fez
constar no seu Ritual de Mestre, publicado por volta de 1860, uma
bibliografia maçônica, onde está registrado que no ano de 1787, Guillermain
Sint-Vitor o autor da verdadeira Maçonaria de Adoção, e publica sua
Preciosa Coletânea da Maçonaria Adonhiramita, contendo o catecismo dos
quatro primeiros graus, a abertura e encerramento dos trabalhos e
encerramento dos trabalhos, a explicação dos emblemas e notas, em 2
volumes.

Essas contradições, como vimos, está na confusão de datas e


fatos citados na primeira parte da obra, que se opõem cronologicamente
com a data de falecimento do Barão. Cabe dizer que uma análise
comparativa entre os estilos literários encontrados nesta obra, deixa claro
que a primeira difere substancialmente da segunda parte.

José Daniel da Silva, com muita clareza, expõe que pode-se


concluir que a primeira parte, relativa aos Graus Simbólicos e ao Mestre
Perfeito, foi escrita por Guillemain, e em data posterior ao falecimento do
Barão, ainda ressalta que na primeira parte da Compilação, na advertência
do autor, contra o seguinte trecho:


37
José Daniel da Silva, no livro A Maçonaria Adonhiramita e o Escocismo, reflete que existe uma nota na primeira
parte da Compilação Preciosa nos seguintes termos: “ Seu título é “Catecismo dos Maçons” ou o “Segredo dos
Maçons”, A primeira edição data de 1744 e a segunda 1747. O autor, possivelmente um superior de ordem religiosa,
assinou esta obra com o nome de Leonardo Gabanon Apareceram muitos outros, depois, com diferentes nomes:
Mas foram apenas ecos do primeiro, exceto um intitulado”Os maçons esmagados”, que distingue dos outros pela
ignorância e sobretudo pela perversidade das intenções do autor.
“Quando mandei imprimir minha Compilação Preciosa da
Maçonaria Adonhiramita (em 1781).... Mais adiante, no grau
de mestre, abordando a história da Maçonaria, faz a seguinte
citação: ‘...a negligencia em instruir-se foi levada tão longe,
que houve, há quarenta anos aproximanamente, um cisma
entre os maçons. Muitos, sem saber muito por quê, fundaram
o grau de mestre, com base em Hiram, sábio artista na
metalurgia,... ..., e de quando apareceu impresso um
catecismo, em que se estabeleceu o nome simbólico
(Adonhiram), sobre o qual o Grau de Mestre devia ser
fundado”.

Alec Mellor38 atribui a Louiz Guillermain de Saint-Vitor a


autoria da Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, e que em 1785
seria complementada com os Graus das Oficinas Liturgicas.

Após o falecimento do Barão de Tschoudy, fragmentos de sua


obra, o Ritual do Grau de Cavaleiro de Santo André, foi publicada, e parte foi
aproveitada, devido ao engano de Ragon a atribuir a ele a origem do rito,
dando origem ao 13º Grau, denominado de Cavaleiro Noaquita ou Cavaleiro
Prussiano.

O nome “noaquitas” significa descendentes de Noé, que


segundo a tradição maçônica, esses cavaleiros tem origem anterior a
Maçonaria especulativa, quando em Jerusalem, ao tempo das Cruzadas,
alguns maçons Adonhiramitas poderiam ser iniciados, desde que possuíssem
o grau de Cavaleiro Rosa+Cruz, que eram considerados o mais alto posto da
Maçonaria.

Os Cavaleiros Prussianos eram a organização secreta dos


Cavaleiros Teutônicos, surgido na Terra Santa ao mesmo tempo que os
Templários.


38
Dictionnaire Des Franc-Maçons ET De La Franc-Maçonnerie.
Importante trazer que Noaquita jamais foi considerado como
grau maçônico por Tschoudy, não foi criação sua, e sim de Bérage, mas
passou a ser considerado grau maçônico no ordenamento da Maçonaria
Adonhiramita após a criação do “Mui Poderoso e Sublime Grande Capítulo
dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil” em 1873.

O Rito Adonhiramita teve ampla explosão na França, de onde


se difundiu para Portugal e chegou a dominar o Grande Oriente Lusitano.
Amplamente difundido nas armadas napoleônicas, foi sendo abandonado do
território europeu, quanto em suas colônias, devido a grande difusão do Rito
Francês, ficando sua prática restrita ao Brasil39, onde se encontra sua oficina
chefe, estabelecida pela Constituição do Grande Oriente do Brasil, de 1839,
com a criação do Colégio dos Ritos. Em 1851 foi criado o Colégio dos Ritos
Azuis e, em 1873, o Grande Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas para o Brasil
que posteriormente se transformaria, em 1973, no Excelso Conselho da
Maçonaria Adonhiramita.

A denominação Adonhiramita

José Daniel da Silva, no livro a Maçonaria Adonhiramita e o


Escocismo, trás para estudo que o nome Adonhiramita é anterior a
Compilação Preciosa de Sant-Vitor, constando na lenda da Ordem dos
cavaleiros Noaquitas, que por sua vez somente admitia membros
Adonhiramitas, possuidores do grau Roza+Cruz. Relaciona essa tese com a


39
José Daniel da Silva aduz que este isolamento proporcionou ao Rito Adonhiramita manter sua pureza ritualística,
não sofrendo as influências do teosofismo que atingiu os demais ritos maçônicos, notadamente no final do Séc. XIX,
introduzindo elementos estranhos à antiga tradição maçônica.
obra de Tschoudy, traduzida por Bérage, na apresentação nos seguintes
termos:

“Adohiram, nome composto do hebeu Adon e de Hiram, isto


é, Senhor Hiram. Mas Hiram é usado aqui como ‘autor da
vida’.”

Frisa ainda que Adohiram era o arquiteto do templo,


soberano mestre de tudo:

“A Bíblia conhece um personagem chamado, segundo os


livros, Adohiram (I Reis 4:6), Adoram (II Samuel 20:24), ou
Hadoram (II Crônicas 10:18). Trata-se sobre estas três grafias,
do encarregado de impostos de Davi, de Salomão e depois de
Roboão”.

A indicação sobre o “cargo” ocupado por Adohiram está em I


Reis 4:6, quando anota os príncipes de Salomão, “Adonirão, filho de Abda,
sobre o tributo”.

O enlace se enriquece com a nota da Compilação, de


Guillermain, que, em síntese, eliminaria qualquer duvida sobre o assunto:

“...Hiram fez um dos bens mais preciosos a Salomão, na


pessoa de Adonhiram, saído de seu sangue, filho de uma
viúva da tribo de Nephtali: Seu pai se chamava Hur, excelente
operário na arquitetura e na fundição de metais. Salomão,
conhecendo suas virtudes, seu mérito e seus talentos,
distinguiu-o com o posto mais eminente, dando-lhe a direção
do templo e de todos os operários...”.
O Hiram a que o texto se refere é Hirão, rei de Tiro, que fez
aliança com Salomão, para edificar uma casa ao nome no Senhor (I Reis 5:1),
e o Adoniram, encarregado dos impostos, estava na leva de trinta mil
homens que Salomão enviou ao Líbano (I Reis 5:14). Por sua vez, o filho da
viúva a qual a compilação se refere está escrita em I Reis 7:14: “Este era o
filho de uma mulher viúva da tribo de Naftali, e fora seu pai um homem de
Tiro que trabalhava em cobre e era cheio de sabedoria, e de entendimento,
e de ciência para fazer toda a obra de cobre; este veio ao rei Salomão e fez
toda a sua obra.”

Portanto, Hiram mandou chamar o “filho da viúva” para


edificar toda a obra de Salomão, contudo obra a que Reis refere é o
acabamento do templo de Salomão, como afirma I Reis 7:21 e subseqüentes:
“Depois, levantou as colunas no pórtico do templo; e,levantando a coluna
direita, chamou seu nome de Jaquim; e, levantando a coluna esquerda,
chamou o seu nome de Boaz”.

A idealização da parte fundamental do templo não pode ser


atribuída a toda a obra de construção do templo, uma vez que segundo I Reis
7:9, antes de Hirão de Tiro ser chamado, a casa edificada por Salomão já
possuía “pedras finíssimas, cortadas à medida, serradas à serra por dentro e
por fora; e isso desde o fundamento até as beiras do teto e por fora até o
grande pátio”.

O filho da viúva, neste caso, não era um arquiteto, como


determina a tradição maçônica, - “Salomão, Rei de Israel; Hiram (Rei de Tiro)
e Adohiram (o Arquiteto) -, e sim um metalúrgico que trabalhava com cobre,
satisfazendo as necessidades dos adornos de acabamento do templo.
Ainda, para complicar um pouco mais, José Daniel da Silva
demonstra que na segunda parte da Compilação de Guillermain, nos graus
Eleitos (matéria que não esta a nosso alcance), existe outra interpretação,
essencialmente fundamentada no texto bíblico, onde o autor deixa claro que
o arquiteto do templo não teria sido Hiram Abif, e sim Adohiram,
encarregado de impostos. Abif teria sido apenas o mestre de artes.

“...Aduram presidia os trabalhos. Josafat, filho de ailud, era o


cronista” e “...Aisar, prefeito do palácio; e Adonirão, filho de
Abda, dirigente dos trabalhos.”

Na primeira indicação, remetemos a II Samuel 20:24, e na


segunda I Reis 4:6, todas indicando Adohiram, encarregado de impostos.

A iniciação Adonhiramita

Antes de adentrarmos na inciação Adonhiramita, é necessário


entendermos o significado etimológico da palavra, e do fato, iniciação.

A palavra iniciação tem origem latina: In e Ire (dentro de e


andar), daí o sentido de ingresso. Para o dicionário Aurélio Buarque,
iniciação é um processo que investem o indivíduo a determinada posição
social, autorizando o acesso a determinados conhecimentos religiosos ou
políticos.

Nesse aspecto, não só a Maçonaria é categoricamente


iniciática, como também as igrejas, universidades e forças armadas.
Essas instituições promovem a iniciação de seus indivíduos
por provas físicas e de aptidão, selecionando os eleitos da sociedade.
Valorando a admissão dos escolhidos, uma característica dessas instituições
é a existência de uma hierarquia piramidal.

Observe que, no exemplo da universidade, o candidato é


aprovado mediante o exame de admissão (ritual iniciático), e respeita a
pirâmide de comando, quando em sua evolução natural será graduado,
egresso, docente, emérito, catedrático... enfim, avançando em seus
conhecimentos, avançará na posição de ordem dentro da organização.

O iniciado se transforma, e vencendo as provas, passa a ser


investido na ordem, recebendo os conhecimentos compatíveis para seu
grau.

Não é diferente na Maçonaria, quando o iniciado passará por


difíceis provas, de modo a revelar sua perspicácia e caráter, e ao final, sendo
aprovado, receberá os ensinamentos necessários para se identificar e
retificar perante a ordem maçônica.

Por esse ponto, explica a necessidade da hierarquia


organizacional, já que com as divisões sociais do trabalho o conhecimento
passa a ocupar o lugar do empirismo. Nesse ponto conflitos entre o valor e o
sentido afloram e confundem, restando a quem já passou por essa
experiência indicar o caminho para a solução desses paradigmas.

Simbolicamente a inciação é uma passagem, e cada iniciação


tem suas próprias formalidades, dando ao inciado uma visão geral do que irá
encontrar daí para frente.
Na iniciação maçônica, o profano é convidado a receber a luz,
devendo romper a casca mental para fugir do racionalismo esterilizante. A
proposta é atingir a transcendência por meio da retificação de suas ações.

Nesse processo, conhecer a si mesmo e empreender a


ascensão interior é o segredo para conquistar a travessia da matéria para o
espírito.

Ritos antigos iniciavam o profano totalmente despido, como


forma de indicar o abandono da vida antiga e que não ocultava nada dos
futuros Ir∴s, e como forma de apresentar um corpo perfeito, não possuindo
nenhum defeito físico, como forma a permitir a passagem pelas difíceis
provas que deveria enfrentar.

Hoje em dia a iniciação é realizada mediante a Sessão Magna


de Iniciação, que resulta do acamamento secular das iniciações medievais.

As provas da iniciação Adonhiramita remetem o profano a


experiências da representação da vida humana, da virtude contra o vício, e
do ápice da transformação do homem comum em iniciado, pela elevação de
seu espírito.

Cabalmente, a iniciação começa com a indicação do nome do


profano à Loja, quando preparativos administrativos são ativados, de forma
a analisar e debater sobre o ingresso no Quadro de Obreiros.

Passará a indicação por votação, segundo regras definidas no


Estatuto da Loja, na Constituição da Potência Maçônica e em seus
regulamentos.
Após, caberá o indicado ser sindicado, que consiste num
inquérito efetuado por determinação do Venerável Mestre sobre as
qualidades do proposto a iniciação.

Publica-se o nome nos boletins, para que qualquer Maçom se


manifeste contrário, e verificações habituais são realizadas, de forma a
garantir que o indicado tenha conduta social compatível com a ordem.

Havendo aprovação, marcará a data da iniciação, quando, por


ritualística, será submetido o profano a provas e ao juramento de sigilo,
conforme determina o antigo ritual e Landmarks.

A câmara de reflexão.

Joaquim Gervásio de Figueiredo40, define que câmara são


nomes atribuídos às Oficinas Maçônicas, em seus graus filosóficos e
administrativos, e seguem de complemento para sua finalidade (Câmara de
Conselho e Apelação, Câmara de Correspondência e Fazenda, Câmara do
Oriente, Câmara da perfeição, e a Câmara de Reflexão).

Tomada como um local para que o Maçom possa refletir


sobre qual decisão vai tomar em sua nova vida, simbolicamente a Câmara de
Reflexão pode apresentar diferentes significados, conforme o momento
espiritual do iniciado.

É na Câmara de Reflexão que o Apr∴ declara por escrito suas


razões para solicitar a filiação à Maçonaria.


40
Ob. Cit. P.93.
O período de reflexão vai preparar o iniciando para as nova
vida que levará no seio da Maçonaria, e sobre esse ponto, são inseridos
elementos para auxiliar nessa travessia, e na tomada de decisões.

Numa sala
toda pintada de preto,
recebendo apenas a luz
de uma lâmpada fosca,
inscrições são gravadas
na parede (“Se a
curiosidade te trouxe, vai
embora! // Se tua alma
sentiu medo, não vás
adiante! // Se
preservares, será purificado pelos elementos e sairá do abismo das trevas,
verás a Luz!). Outros desenhos simbólicos ornarão as paredes, um galo (com
os dizeres Vigilância e Perseverança), uma foice, uma ampulheta, a palavra
VITRIOL.

O pão, a água, o enxofre e o sal


Os ícones simbólicos do pão a água são emblemas da


simplicidade que deverá orientar a vida do futuro iniciado.

Passagens bíblicas ratificam a idéia de apenas o pão e água


satisfazem a fome espiritual. São como o conhecimento e a espiritualidade.


“E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos
fizestes subir do Egito para que morrêssemos neste deserto?
Pois aqui nem pão nem água há; e a nossa alma tem fastio
deste pão tão vil.”(Números 21:5)

“Porque sucedeu que, destruindo Jezabel os profetas do


SENHOR, Obadias tomou cem profetas, e de cinqüenta em
cinqüenta os escondeu numa cova, e os sustentou com pão e
água.”(1 Reis 18:4)

As passagens bíblicas revelam a necessidade do ázimo e da


água, sem esses elementos o homem fenecerá. Tal premissa deve ser
aplicada a vida do Maçom, já que em busca da verdade necessitará de
conhecimento, mas de nada valerá sem evoluir em sua espiritualidade.

Por sua vez, o enxofre e sal representam os valores


subjetivos do iniciado, os extremos da ação humana. O primeiro elemento é
a representação do ardor, intimamente ligado as cinzas derivadas da queima
da matéria.

“E os seus ribeiros se tornarão em pez, e o seu pó em enxofre,


e a sua terra em pez ardente.” (Isaias 34:9)

Por estar ligado a queima, o homem vinculou o odor do


enxofre ao calor do inferno, e os ignorantes a Maçonaria ao demônio. Não é
isso, e são especulações de quem não conhece os auspícios mistérios da
ordem real.
Por sua vez o sal é um conservante natural, representa a
ponderação que o Maçom deve ter na sua vida profana.

“E os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que é boa a


situação desta cidade, como o meu senhor vê; porém as
águas são más, e a terra é estéril. 20 E ele disse: Trazei-me
um prato novo, e ponde nele sal. E lho trouxeram.”( 2 Reis
2:19 e 2:20).

Tamanho extremo dos dois elementos, enxofre e sal, que o


Maçom deve, por intermédio do conhecimento e hábito, promover a devida
mistura, de modo a não se tornar agressivo como o fogo, e mole como o sal.

A bandeirola “Vigilância e Perseverança”


A melhor tradução para o termo é sua etimologia, que denota


a velar severamente. São palavras que indicam a conduta do Maçom, que
deve estar atento a simbologia, aos ensinamentos e o mais importante, com
sua conduta moral.

Vem a bandeirola
acompanhada do galo, quando
representa o elemento químico do
mercúrio, símbolo que ousadia e
vigilância.

No tempo passado,
diziam que o galo não temia coisa
alguma, nem mesmo o leão (que está relacionado ao ouro), indicando que o
homem Maçom não se corromperá pela moeda.

Diz Jules Boucher41 que o galo anuncia o chegar de um dia, é


arauto do sol. Como costume na idade média, o galo era encimado junto a
cruzes nas torres das igrejas, para lembrar a penitência, a assembléia e a
vigilância constante da igreja aos leigos.

Estando o galo no recipiendário da Câmara de Reflexão, indica


a luz que o iniciado vai receber.

Os ossos, a caveira, a foice e a ampulheta


Para os leigos, toda caveira remete ao medo, ao pavor, a


morte macabra e pavorosa. È lembrança do temor da idade média, do terror
da igreja frente a idéias renascentistas.

Não tem o condão desses emblemas aterrorizar o iniciado,


mas de lhe transmitir a idéia de despojo do velho para o novo, o
renascimento para a nova vida que levará.

A ampulheta simboliza o tempo do homem sobre a terra, a


cada grão de areia derramado é a vida matéria que lhe deixa. Saber que para
nascer é necessário morrer aproxima o iniciado da pedra filosofal que tanto
procura.

O tempo não pode ser considerado como uma linha de


instantes, sucessões de agoras, de antes e depois, mas do movimento dos

41
A Simbologia Maçônica, Ed. Pensamento, P.47.
entes para reunirem consigo mesmos. O ser revela-se como produto do
tempo.

A foice é símbolo do tempo que a tudo destrói.


Historicamente é atributo especial das personificações do tempo e da morte
(homem da foice).

O V.I.T.R.I.O.L

Entendo que o V.I.T.R.I.O.L é a chave de todo o mistério na


Maçonaria moderna. Significa “Visita Interiora Terrae, Rectificandoque,
Invenies Occultum Lapidem” (Visita o interior da terra, e retificando,
encontrarás a Pedra Oculta).

A questão é a seguinte: O que o Maçom mais procura quando


ingressa na ordem? Inúmeras respostas poderão surgir, mas na essência é
encontrar-se perante o mundo, e responder a tríade: De onde vim? O que
estou fazendo aqui? Para onde irei?

A Maçonaria é o fio condutor dessas respostas, e


inevitávelmente no primeiro contato do iniciando com a ordem é respondido
tamanha dúvida.

V.I.T.R.I.O.L é um convite ao homem envolver-se em seu ego


mais profundo. A busca pelo conhecimento é individual, muito embora os
demais maçons sejam facilitadores dessa procura.
Ao buscar o significado simbólico da pedra oculta, chegará o
franco-Maçom a resposta para as perguntas formuladas. Para isso existe a
ordem maçônica, como bússola para essa maravilhosa e intrigante procura.

As cinco perguntas

Quando o iniciado é inserido na Câmara de Reflexão, e nesse


receptáculo, após tempo necessário para que veja as inscrições e os
símbolos facilitadores que lá encontram, de forma interessante e peculiar
lhe é convidado a responder um questionário e preencher um testamento
filosófico.

Escritos de acordo com cada rito, o Adonhiramita remete ao


enclausurado a discorrer sobre cinco temas: Deus, Humanidade, Pátria,
Família e, sobre si.

Um momento para o indicado refletir sobriamente nas


circunstâncias que ali o levaram, e sobre seu tempo. O que tem feito esse
homem para tais valores?

É-lhe entregue o testamento filosófico, e será preenchido


para leitura na sessão de iniciação.

A simbologia é clara, e como todo homem, que antes de


morrer deixa seus bens para seus sucessores, o testamento colabora para
essa sensação de passagem.


O Ir∴ Terrível

Sendo considerado como um guia para iniciado, o Ir∴ terrível


tem seu copo coberto pelo balandrau preto (a única vez que o Maçom
Adonhiramita é autorizado a usar essa vestimenta), com capuz de forma que
o conduzido não lhe veja o rosto.

É ele que despirá os metais, na companhia do Ir∴ tesoureiro,


e o colocará em vestimenta iniciática (nem nu, nem vestido), acompanhando
o tempo todo, desde o momento da entrega pelo padrinho, até o ingresso
ao templo.

A retirada dos metais é entendida por alguns como a


liberdade de correntes magnéticas, que fluirão pelo corpo do iniciado
durante sua preparação.

Por outro lado, é o despojar das riquezas mundanas, já que na


morte, tais metais são inúteis ao seu fim.

Na seqüência da iniciação, é o Ir∴ terrível que encena a


traição, como advertência simbólica ao perjúrio. É ele que desfere o golpe
mortal ao traidor, arrancando-lhe a cabeça por um golpe de espada.

O traidor é simbolicamente representado por Caim, filho de


Adão e Eva, e assassino de Abel, seu Ir∴.

“E falou Caim com o seu Ir∴ Abel; e sucedeu que, estando eles
no campo, se levantou Caim contra o seu Ir∴ Abel, e o
matou.” (Genesis 4:8)

O doce do amargo

No momento da sessão iniciática, o pretendido é confrontado


com o juramento de segredo, quando lhe é entregue uma taça com uma
bebida, que de doce a princípio, torna-se amarga diante da mentira.

Envolto na emoção e não entender o motivo do amargor,


comumente o iniciando acreditar que não fora aprovado no teste, e que ali
terminara sua trajetória.

Entretanto, é de salutar relevância que, após a retirada do


candidato do templo, explique-se ao recipiendário os aspectos axiológicos do
ato.

As interpretações filosóficas são pessoais, contudo a


transformação do doce para o amargo podem expressar a idéia de
transformação que passará o candidato, já que o doce da honestidade e
retidão podem se transformar no amargo se deixar o Maçom de vigiar-se e
transpor para os vícios e aos crimes.

Os quatro elementos e as viagens.


Os quatro elementos da natureza estão presentes a todo o


momento da iniciação. Terra, água, ar e fogo.

Representam essencialmente a influência da alquimia na


Maçonaria, coincidindo com a teoria Aristotélica de que todas as coisas
tendem a alcançar a perfeição, já que os alquimistas dividiam os metais
menos perfeitos e os chamados perfeitos, representados pelo ouro, quando
os esforços se dirigiam para atingir o objetivo de transformar os elementos
imperfeitos em ouro.

De outro plano, relaciona a Maçonaria com a natureza, vista


essa como alma do mundo, que de modo perpétuo rege o homem desde a
sua vida até sua morte, sendo considerada uma energia irradiada em todo o
universo.

Já vimos sobre a Câmara de Reflexão, e essa representa a


terra, o calabouço da carne. É simbolicamente a mãe, e constitui o ponto de
partida para a nova empreitada.

Representada como o colo materno, que provem a vida, é


sentida também como fonte de ameaças. Liga-se, portanto, como começo e
fim, nascimento e morte.

Do pó da terra foi feito o homem, e ao pó ele retornará ao fim


do processo da putrefação.

Por sua vez, a água é a fonte de vida. Graças a ela os seres


evoluíram de simples coacevados para moléculas orgânicas complexas.

Está presente na primeira viagem do Maçom, representada


pelo tumulto das paixões, no entrechoque de interesses diversos.

A água tem massa disforme, indiferenciada, simbolizando a


infinitude de possibilidades. É força de regeneração e purificação, e,
biblicamente, como fonte de eternidade.
Trazendo o aspecto destruidor, é pela água que deus pôs fim
aos homens da era de Noé -- E era Noé da idade de seiscentos anos, quando
o dilúvio das águas veio sobre a terra. (Genesis 7:6) --.

É pela água que o iniciando enfrentará sua transformação do


material para o espiritual. O batismo pela purificação e pelo perdão dos
pecados. Está relacionada também ao cálice doce a amargo, a dualidade
entre o certo e o errado.

Ao lado da terra e água está o ar, como o fogo é um elemento


móvel, ativo e masculino, ao contrário da terra e água que são elementos
femininos.

Está representado na segunda viagem do iniciando, aguçando


a sensibilidade do espírito aos ataques do vício.

Entre a terra e o céu temos o ar, a atmosfera que separa o


bem e mal, e simboliza o espírito invisível, mas sensível em seus efeitos.

Do ar que se alimenta o fogo, do ar (oxigênio) que se forma a


água. É o espírito da essência que compõe o homem Maçom.

Na terceira e última viagem, o iniciado passará pelas chamas


purificadoras do fogo, para que nele nada reste do mundo profano,
simboliza o ápice da transformação do homem.

O fogo é quente e seco, e de certa forma destruidor. É pelo


fogo que se obtém a purificação – I.N.R.I – Igne Natura Renovatur Integra (O
fogo renova a natureza integralmente), e a regeneração. Simboliza,
biblicamente, Deus – “E apareceu-lhe o anjo do SENHOR em uma chama de
fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça
não se consumia.”(Êxodo 3:2) --, e na alquimia é pelo fogo que se transforma
os metais.

Depois de purificado pelo fogo o iniciando estará quase


pronto para receber a luz, restando apenas que faça seu juramento perante
os demais Ir∴s.

O juramento

O juramento é o ato final antes que o iniciando receba a luz, e


se realiza de acordo com a simbologia clássica, contida no ritual
Adonhiramita.

É pelo juramento que se consolida o compromisso no


iniciando com a instituição, conhecendo as penalidades de ser perjúrio,
depois de assistido a cena da traição.

É de vital importância que o juramento seja esclarecido, em


sessão próxima, já que pelo momento da iniciação, diante de toda a emoção,
pode o iniciando apenas estar a repetir as palavras lhe ditas, não prestando a
atenção detalhada no compromisso que está para realizar.

É mostrado ao iniciando os castigos cruéis que serão


aplicados ao perjúrio, durante a sessão na Câmara Ardente.

Passado essa fase, fará, por ordem do venerável mestre, a Luz


ao iniciando, quando poderá, a partir desse momento, reconhecer os Ir∴s
maçons.


O Batismo (Nome Histórico)

O neófito (Maçom recém-iniciado) deverá ser consagrado


pela Espada Flamígera. Essa espada é uma arma simbólica que repele a
insubordinação, o vício e o crime.

Na consagração, para que nada reste de profano, o iniciando


receberá o nome de um Maçom que foi exemplo para a ordem, passando a
usar esse nome em todos os trabalhos dentro de Loja.

Ao Maçom recém batizado resta conhecer o legado do


patrono de seu novo nome, de forma a respeitar e honrar o nome recebido,
traçando os mesmos caminhos com que fizeram ele ser lembrado nesse
momento tão nobre e importante para a vida maçônica do iniciado.

João Borralho

O autor recebeu, como parte de sua iniciação, o nome de


João Borralho, passando a atender por esse nome nos trabalhos em Loja.

Como forma de agradecimento, e como exemplificação,


trazemos seu currículo maçônico para que fique registrado e publicado, já
teve papel fundamental para a consolidação do GOB/MT, ajudando a fundar
lojas e trabalhando muito para o reconhecimento da Maçonaria no Estado
de Mato Grosso.
João Borralho é filho de Mato Grosso, nascido em 05 de maio
de 1929, na antiga caixa d´agua velha, filho de Lício Borralho, coronel de
grandes posses, que em certa etapa de sua vida abdicou de sua condição
social em favor dos Ir∴s.

Passaram então a viver de forma humilde, influenciados pelos


ideais comunistas, tanto que ele e seus Ir∴s, em vez de estudar nas grandes
capitais, estudaram no Liceu Salesiano de Artes e Oficio São Gonçalo.

Oficiado em sapataria, desde criança mostrou aptidões a


farmacologia, trabalhando como ajudante na Farmácia Campos, emprego
que lhe abriu portas para gerenciar a Farmácia Universal.

Envolvido pelo entusiasmo motivador de se fazer o que gosta,


teve a determinação de concluir o Curso de Manipulação e Botânica em São
Paulo.

Convidado pelo amigo Arquimedes, fundaram a Farmácia Pax,


que viria a se tornar a conhecida Drogaria Pax, e tempo depois, motivado
pelo desejo de empreender-se sozinho, com a ajuda de sua fiel esposa
professora Aida Griggi Borralho, motivado pelos amigos Juarez Buddid e
Evaldo Pereira, comprou a Farmácia Camilo, mudando o seu nome para
Farmácia Bom Jesus.

Pai de cinco filhos, Luzia, Aparecida, Lúcia, João Borralho e


Bosco Borralho, deixou um legado de honestidade e perseverança, pautado
na religiosidade de sua esposa e nos ensinamentos de Dom Bosco.

Pessoa importante para Cuiabá, famoso por auxiliar os mais


necessitados, muitas vezes vendia medicamentos pelo “fio do bigode”,
perdoando a divida dos que não a podia pagar, João Borralho não conseguiu
influenciar os filhos a seguir a profissão escolhida, mesmo tendo ajudado a
fundar o Conselho Regional de Farmácia, culpa, diz o filho mais novo, da
classe médica que na época via em seu trabalho um “incomodo” para
angariar renda, pois um homem de tratava dos doentes de “graça” não
podia ser aceito pelos que queria ganhar nas costas dos miseráveis.

Com trabalho reconhecido pela sociedade Cuiabana, recebeu


inúmeras homenagens desta terra, inclusive até nos dias atuais, aonde em
15 de setembro de 2004, teve a honra de ter seu nome gravado na sede do
Programa de Saúde da Família do Bairro Despraiado.

O inicio de sua lapidação se deu em 23 de novembro de 1976,


iniciando na loja Duque de Caxias, nº 5 – GL, sendo elevado em 77 e exaltado
em 78.

Ocupou cargos, e quando era cotado para ser venerável


transferiu-se para o GOB, visto haver uma cisão entre as GL no Estado.

Junto com seus Ir∴s, sua filiação teve papel fundamental para
a consolidação do GOB/MT, pois até então era apenas uma Delegacia.

Participou ativamente dos trabalhos em loja, ajudando a


fundar a Loja XIII de maio em Tangará.

Naquela época, com seu fusca verde abacate, na estrada de


chão, com muita poeira, percorria o trecho para transmitir o conhecimento
da Luz, sendo muito depois de sua passagem homenageado no jubileu de 25
anos, sendo de muito orgulho para os filhos e netos suas ações.

Líder, como sempre foi, homem de honestidade exemplar,


possuía livre transito entre as potencias Estaduais, GL/GOB/GLE, seja qual for
era bem recebido, contribuindo assim para a consolidação exemplar de
união e fraternidade entre os Ir∴s. Fazendo e mostrando o que realmente
era Maçonaria.

Ser um maçon, em minha humilde opinião, é se desprender


das paixões mundanas, e deixar um legado de exemplo e determinação.

Ver o nome de João Borralho gravado em uma placa no


Palácio da Concórdia, o remete a um lugar especial reservado somente aos
que merecem pela determinação de se fazer o bem ao próximo.

Os filhos sentem orgulho de um pai maravilhoso, a esposa,


até seus últimos dias, sentia orgulho e rezava seus méritos.

Os netos aprenderam que no mundo profano e tão cruel, o


que se deixa não são bens materiais, mas um nome, que recebo com
gratidão e orgulho.

Representar João Borralho é responsabilidade tamanha que


rogo ao Arquiteto a iluminar os passos que dou, e que darei, para continuar
a construir esta estrada de bondade e exemplo.

João Borralho faleceu, em carne, em 10 de julho de 1984, mas


sua memória continua viva no coração dos que o conheceu e de seus
familiares.


Descrição e detalhamento do Templo Adonhiramita

O ritual do 1º Grau do Apr∴-Maçon Adonhiramita traz com


riqueza de detalhes a descrição e decoração do Templo onde a Loja realiza
suas sessões.

Na antiguidade chamavam-se templos os edifícios cuja


localização tinha sido determinada pelos sacerdotes.

De outro plano, nas sociedades iniciáticas, o tempo é o lugar


onde se reúnem seus adeptos.

Para a Maçonaria, o templo tem relação constante com as


obras de Salomão. É a casa que edificou ao Senhor: “E a casa que o rei
Salomão edificou ao SENHOR era de sessenta côvados de comprimento, e de
vinte côvados de largura, e de trinta côvados de altura.”(1 Reis 6:2)

Simbolicamente, o templo é objetivo da construção do


Maçom. Representa o trabalho do homem perfeito, o conjunto de suas
virtudes.

É nos templos que o Maçom exercita sua lição, é lá que lhe


são transmitidos os ensinamentos, e onde executa todos os sinais de
reconhecimento, conforme o grau da sessão.


Forma e disposição da Loja

A forma e disposição da Loja Adonhiramita tem aspectos


relevantes para a simbologia.

Sua construção é de um quadrilongo, ou um retângulo de


proporção áurea ou dourada (número perfeito – equivale a 1:1,618).

Em termos matemáticos, a proporção áurea é uma constante


real algébrica irracional denotada pela letra grega (phi) e com o valor
arredondado a três casas decimais de 1,618. É um número que há muito
tempo é empregado na arte. Também é chamada de: seção áurea,razão
áurea, razão de ouro, divina proporção, proporção em extrema razão,
divisão de extrema razão42.

É chamado de número de ouro, resultante na proporção de


conchas, nos seres humanos – o tamanho das falanges dos dedos revelam
uma proporção áurea entre si --.

Algebricamente o número áureo tem relação com a seqüência


Fibonacci43 que consiste em uma sucessão de números, tais que, definindo
os dois primeiros números da seqüência como 0 e 1, os números seguintes
serão obtidos por meio da soma dos seus dois antecessores.


42
Wikipédia, acesso em 29 de junho de 2009.
43
Leonardo Pisano ou Leonardo de Pisa (1170 — 1250) - também conhecido como Fibonacci após a sua morte - foi
um matemático italiano, dito como o primeiro grande matemático europeu depois da decadência helênica. É
considerado por alguns como o mais talentoso matemático da Idade Média. Ficou conhecido pela descoberta da
sequência de Fibonacci e pelo seu papel na introdução dos algarismos árabes na Europa. (Wikipédia, acesso em 29
de junho de 2009).
Logo, o número áureo é aproximado pela divisão do enésimo
do termo da série Fibonacci.

Tamanha perfeição, é que figuras geométricas tem por base


esses princípios matemáticos, em exemplo de um pentagrama regular é a
razão entre as medidas dos dois lados do pentágono, pela quarta potência
da razão áurea.
Sem paroxismo a lendas e especulações, vale lembrar que
essas proporções anatômicas foram muito bem representadas pelo “Homem
Vitruviano” de Leonardo Da Vinci.

Por conta, as dimensões do templo remetem a proporção


geográfica do retângulo dourado, no qual a proporção entre o comprimento
e largura é aproximadamente o número phi. São as mesmas proporções dos
blocos das pirâmides que tem base 1:1,618 maior que a fileira logo acima.

Em síntese, vale dizer que para cada metro de largura,


teremos um metro, sessenta e um centímetros e oito milímetros de
comprimento.

A localização das colunas e dos vigilantes


Para quem adentra o templo pela primeira vez fica


impressionado com as colunas que se localizam no pórtico de entrada.
Simbolicamente sua posição marca o limite do mundo criado, e se localizam
entre o profano e o sagrado, e sobre sua guarda estão os vigilantes, que tem
sob sua dependência os Apr∴es e companheiros.

As colunas do templo Adonhiramita possuem intrínseca


relação com as colunas do templo de Salomão: “E formou duas colunas de
cobre; a altura de cada coluna era de dezoito côvados, e um fio de doze
côvados cercava cada uma das colunas.”(1 Reis 7:15)
Nesse momento Jules Boucher44 é prudente ao lembrar que
os detalhes informados pelo livro de Reis para as colunas são pouco claros e
remetem a entendimentos somente às características principais.

De plano, as dimensões apresentadas pelo Livro Sagrado são


contrárias as todas as regras de arquitetura, e o entendimento remete que a
sabedoria e a força do divino estão acima das dimensões e da opinião dos
homens.

Foram forjadas no cobre: “E formou duas colunas de cobre; a


altura de cada coluna era de dezoito côvados, e um fio de doze côvados
cercava cada uma das colunas.”(1 Reis 7:15)

São ocas: “Quanto às colunas, a altura de cada uma era de


dezoito côvados, e um fio de doze côvados a cercava; e era a sua espessura
de quatro dedos, e era oca.”(Jeremias 52:21), e dizem os sábios que era para
conter os instrumentos do Apr∴-Maçom, revelando como um receptáculo
para os conhecimentos humanos.

Sobre as colunas, foram encimadas, romãs e lírios: “Assim fez


as colunas, juntamente com duas fileiras em redor sobre uma rede, para
cobrir os capitéis que estavam sobre a cabeça das romãs, assim também fez
com o outro capitel.// E os capitéis que estavam sobre a cabeça das colunas
eram de obra de lírios no pórtico, de quatro côvados.”(1 Reis 7:18 e 19)

A Romã é um fruto composto de sementes revestidas de uma


camada gelatinosa, de cor vermelha e de sabor único. É utilizada para
produzir vinhos com propriedades afridizíacas.


44
Ob. Cit. P. 153.
O simbolismo contido nas Romãs é diverso e pessoal. Joaquim
Gervásio de Figueiredo45 aponta a prosperidade e solidariedade da família
maçônica, extraindo esse sentimento ao observar os grãos da fruta.

José Martins Jurado46 é mais detalhista, indicando o número


de três frutas encimadas, que ficam entreabertos, representando a união:
“uma vez desligadas umas da outras (sementes), não mais conseguiremos
uni-lás”.

Rizzardo da Camino47 é enfático ao se posicionar de modo


diverso, indicando que as sementes não representariam a união dos Ir∴s,
mas um símbolo de virilidade, revelando as colunas como um símbolo
sexual.

A tese tem fundamento quando passamos a analisar o


simbolismo das romãs pelo tempo. Inscrições revelam que a romã era
consagrada na Grécia como fruto da fecundidade. Abrir a romã é o deflorar,
e a cor vermelha significava amor e sangue (vida e morte).

Para os fenícios a romã estava ligada ao Sol, e significava vida


e o poder de transformação. E na Idade Média era interpretada como
símbolo da beleza, que pelo grande número de sementes e perfume
simbolizava a perfeição e a infinita bondade de Deus.

Para a igreja, a romã, com sua casca dura, e com o interior


doce, foi interpretada como símbolo do perfeito cristão, sobretudo do
sacerdote.


45
Ob.Cit p. 433.
46
Ob. Cit. P. 141.
47
Ob. Cit. P. 351.
Ligado a questões sexuais, também se encontram os lírios,
que junto com as romãs adornam as colunas.

A virgindade é comparada ao lírio, por conta de sua brancura


de neve, e por estar protegido o coração da flor por seis pétalas, que se
guarda de todos os perigos e erros.

Atribui-se ao lírio um simbolismo de geração, pensando na


multiplicação dos maçons pela face da terra.

Nomeou-as de Jaquim e Boaz, respectivamente: “Depois


levantou as colunas no pórtico do templo; e levantando a coluna direita, pôs-
lhe o nome de Jaquim; e levantando a coluna esquerda, pôs-lhe o nome de
Boaz.” (1 Reis 7:21)

A disposição das colunas no templo Adonhiramita representa


a ordem inversa, sendo a esquerda a de nome Jaquim e a direita a de nome
Boaz.

Sobre a real posição das colunas emplacam efusivas e


calorosas discussões, já que cada Rito adota uma ou outra posição, e
defendem cada um a sua tese. Não sendo diferente de quem pensa ao
contrário, defendemos a ordem “inversa” das colunas Adonhiramita, quando
representa a correta disposição sob os olhos da tradição judaica, quando
atenta ao observador que olha para o ocidente diz-se claramente que o leste
é chamado de frente, e nesse contexto a posição das colunas bíblicas é para
quem está saindo do templo, e nessa ordem Jaquim estará na esquerda.

No plano simbólico, Jaquim e Boaz correspondem as


Sephiroth – árvore da cabala – Netzha e Hod, que formam um grupo com
Iesod, representando a força fecundante de deus.
Em frente as colunas estão localizados os vigilantes.
Diferentes de outros ritos, em que os vigilantes tem assento em locais
diferentes, no rito Adonhiramita eles estão sob a mesma posição, bem ao
ocidente, e tem função de fazer o acolhimento dos Ir∴s visitantes,
comandarem suas colunas e observar a passagem do sol pelo meridiano.

Nesse contexto, o meridiano tem conotação de meio-dia, com


designação de uma linha hipotética que separa o oriente e o ocidente.

O primeiro vigilante ficará na direita (Booz) e o segundo


vigilante à esquerda (Jaquim), sendo os Apr∴es tutelados por esse.

Nesse contexto, embora outros ritos alinhem de forma


diversa a posição dos vigilantes, é de considerar que essa posição facilita o
controle das respectivas colunas, estando os vigilantes em uma posição de
observação (nos outros ritos temos companheiros sentados atrás do
primeiro vigilante).

A orientação do templo

A orientação do templo deve seguir a linha do sol, que se


desponta no oriente para dormir no ocidente.

As variações no eixo de inclinação terrestre, fenômeno


natural responsável pelas estações, fazem com que o templo tenha que ser
construído de forma tal a que sua posição seja a mais próxima da linha solar.
Os pontos no qual a terra passa de maior inclinação é
denominada de solstício. No hemisfério sul temos o Solstício de Inverno (21
de junho) e de Verão (23 de dezembro).

Maçonicamente os solstícios são dedicados, e comemorados:


o de verão, dedicado a São João Evangelista, e o de inverno, a São João
Batista.

Ao contrário disso, quando a terra assume posição


praticamente linear em relação aos hemisférios, mantendo a mesma
distância solar entre eles, registrando, portanto, igual duração entre o dia e a
noite, temos o Equinócio de Outono (21 de março) e Primavera (23 de
setembro).

Para melhor aproveitar a condição de luz, já que os templos


não poderiam mudar de lugar com a inclinação terrestre, haveria de ser
construído na forma de melhor rendimento, alinhando o eixo leste/oeste,
ficando o oriente para o local de nascimento do sol. Não devemos confundir
esse alinhamento com os pontos magnéticos.

A construção tem ligação, alem da orientação do templo de


Salomão, a Maçonaria operativa, quando as plantas das catedrais tinham
sempre a forma de uma cruz, que simbolicamente representava o ser
humano, e sua galeria transversal, o transepto, correspondia os equinócios e
solstícios, e que, de certa forma, pela construção de grandes vitrais
coloridos, como forma de doutrinar pelas imagens, aproveitar os efeitos da
luz solar era fundamental para criar efeitos incríveis, já que percebiam que a
luz como antítese das trevas. Era uma incrível enciclopédia de vidro, e
supriam o analfabetismo de massa dos fiéis.
As razões simbólicas para a Maçonaria moderna são
destinadas a força do sol para romper o dia, que ilumina a loja com sua luz,
representando a sabedoria.

A abóboda celeste

De maneira simbólica, a abóboda celeste faz com que o


Maçom se sinta parte do universo, entre o céu e a terra, representando, seus
movimentos, a energia dos astros.

No templo Adonhiramita, o teto da loja é ornamentado por


um trecho do hemisfério norte, com as constelações de Hiades, Ursa Maior,
Orion e as estrelas Aldebaran, Spica, Fomalhaut, Regulus, Antares, Arturus,
os planetas Mercúrio, Júpter, Vênus, a estrela simbólica de cinco pontas, e o
Sol e Lua.

O nome da constelação de Hiades foi associado pelos gregos à


chuva, já que na Grécia, o aparecimento das estrelas que a compõem
coincide com as estações chuvosas.

O aglomerado estelar de Hiades está junto a Aldebarã, que é


a estrela mais brilhante da constelação de Taurus, e era conhecida por tocha.

Seu nome é a referência árabe a al-dabaram, que significa


aquela que segue, em alusão a forma que a estrela está a perseguir o
aglomerado de Pleiades, durante seu movimento celeste.

As Pleiades são mais um grupo de estrelas da constelação de


Touro, e consiste de várias estrelas brilhantes e quentes.
Destaca na constelação de Orion três estrelas, popularmente
conhecida por três marias, que são Mintaka, Alnilan, Alnitaka. A constelação
tem a forma de um quadrilátero, com as três estrelas no meio.

A Ursa Maior é uma grande constelação do Hemisfério Norte,


composta pelas estrelas Dubhe, Merak, Megrez, Alioth, Benetnasch (Alkaid),
Phecda, Mizar e Alcor.

Arturus ou Arcturus, é a estrela mais brilhante da constelação


de Boieiro, e quarta estrela mais brilhante do céu.

Spica é a estrela mais brilhante da constelação de Virgem,


também chamada de Virgem Alfa. A constelação de Virgem tem identidade
mitológica com a deusa da justiça.

Formalhaut ou Alpha Piscis Austrini é a estrela mais brilhante


da constelação de Peixe Austral e é uma das quatro estrelas reais dos persas
(Antares, Aldebaran e Regulus).

Antares ou Alpha Scorpi, é a estrela mais brilhante da


constelação de escorpião, e por sua cor avermelhada é conhecida como
coração do escorpião.

Regulus ou Alpha Leonis, é a estrela mais brilhante da


constelação de leão. Régulus, em latim, significa pequeno rei, e pela posição
que ocupa é conhecida como coração do Leão.

A contemplação do céu estrelado dá ao maçon a serenidade


necessária para a elevação de seu espírito, e simboliza a universalidade
como forma de transcendência.
O sol e a Lua

Presentes nos adornos do templo, o Sol e a Lua representam,


para a Maçonaria, a dualidade. O Sol é o astro rei, domina sobre a terra
trazendo o dia, a luz o calor e a vida. “E Deus chamou à luz Dia; e às trevas
chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.”(Gênesis 1:5)

O Sol é o símbolo da divindade, e da espiritualidade do


conhecimento e verdade. Dentro dos templos o Sol adverte os maçons que
estão sendo iluminados.

Para todos os povos o Sol é o símbolo mais importante,


representado pela personificação da luz, sendo considerado a energia
cósmica suprema. Como o Sol ilumina todas as coisas simboliza a justiça.

Outra interpretação do Sol corresponde ao macho-fêmea,


quando em confronto a Lua. Essa por sua vez, desempenha papel
significativo no pensamento simbólico, em especial pelo fato de “ter vida”,
pela sua forma sempre variável, associando aos diferentes ritmos humanos
sobre a terra.

Sabe-se que no antigo oriente a Lua desempenhava papel


mais significativo que o Sol, já que se tornara um ponto de referência na
cronometria.

Por minguar e crescer, e por suas influências na terra,


principalmente no organismo feminino, associa-se estreitamente a
fertilidade.
De fato é que os dois elementos são benéficos e maléficos, já
que o Sol que faz nascer a vida, pode matá-la. E a Lua, que é considerada
benéfica nas fases ascendentes, torna-se maléfica nas descendentes.

A Lua não tem Luz própria, precisa do Sol para irradiar e ser
vista. A noite a Lua é que ilumina, um ponto de energia nas trevas. A Lua não
é nada sem o Sol, e o Sol precisa da Lua para continuar a iluminar a terra. A
dualidade que se completa.

De modo subjetivo simboliza o Maçom, que recebendo a Luz


deve irradiá-la nas trevas, e na renovação de energias, ajustada por cada
fase da Lua, de aproximadamente sete dias. De outro entendimento,
simboliza o inicio e fim dos trabalhos (meio-dia e meia-noite).

A corda de 81 nós

O vocábulo corda tem origem latina, e traduz envolvimento. É


pelo cordão umbilical que o feto se alimenta.

Por outro lado a corda tem aspecto negativo, da escravidão,


simbolizando a alienação que passa o profano diante do mundo.

São confeccionados na corda 81 nós, denominados laços do


amor, que representam a cadeia de união que une todos os maçons.
Consiste em um anel (fêmea) onde é introduzida na extremidade (macho) da
corda.

A corda de 81 nós tem esse número derivado do múltiplo de


nove, que é um número simbólico por nobreza.
Nota-se que o laço do amor é um atributo definido por um
cordão entrelaçado cuja extemidades atravessam o centro e tornam a sair
por baixo, à dextra e a sinistra, em forma de bola.

Concluímos que a Corda de 81 nós representa a Egrégora da


Ordem, e os idéias que unem o corpo e amor fraternal. Lembra o Maçom de
libertar de seus vícios e abrir sua mente para os novos ensinamentos.

O painel do Grau

O painel do grau é um quadro retangular onde estão


desenhados os atributos característicos de cada grau.

No inicio, qualquer lugar era transformado em templo, e o


quadro simbólico do grau era desenhado com giz no chão. Mais tarde, no fim
do século XVIII, fez-se o uso de tapetes desenhados, que eram desenrolados
por ocasião das reuniões.

Atualmente esse painel é uma gravura, impressa em material


duro (quadro), que segue, conforma a potência, um padrão, comportando,
no grau de Apr∴, duas colunas encimadas por Romãs, no cento uma porta,
com três degraus. Vê-se três janelas, uma pedra bruta e outra cúbica
pontiaguda, uma corda com sete nós envolvem o painel. Sol e Lua dividem
espaço com o esquadro, o compasso, a perpendicular (prumo) e o nível,
instrumentos de trabalho do Apr∴ Maçom. Malhete, cinzel e a prancha de
traçar, junto com as constelações que já citamos finalizam os elementos.
Todo o quadro tem envolto uma orla dentada azul.
Basta que o Apr∴ Maçom observe para o painel do grau para
conhecer todos os elementos simbólicos que irá trabalhar no período de
Aprendizado, sendo um excelente guia nas instruções e provas.

A pedra Bruta

A pedra bruta representa as imperfeições do espírito do


profano, correspondendo a matéria prima dos hermetistas. É a imagem
alegórica do profano que não recebeu a luz da Maçonaria, simbolizando a
ignorância do conhecimento.

Podemos
considerar na primeira tarefa do
neófito Apr∴, que deverá
desbastar a pedra bruta de forma
a torná-la polida.

Na Maçonaria
operativa, era com o desbaste da
pedra bruta que se conseguia a
forma necessária para a
construção. É de pedras que foi construído o templo de Salomão: “Tinha
também Salomão setenta mil que levavam as cargas, e oitenta mil que
talhavam pedras nas montanhas”(1 Reis 5:15)

A pedra bruta pode ser considerada como símbolo da


liberdade, e por essa liberdade, o Maçom, com os instrumentos que lhe são
oferecidos, desbastará, ele próprio, a sua pedra, e conseguirá torná-la
perfeita, imprimindo uma qualidade de personalidade sua e única.

A pedra cúbica

A pedra cúbica é o hexaedro que o Apr∴ deve realizar. A


pedra cúbica é encimada por uma pirâmide quadrangular.

O cubo é emblema da estabilidade, que se desdobrado


insculpe os seis aspectos do mundo manifestado: animal, vegetal, mineral,
psíquico, divino e humano.

A pedra cúbica pontiaguda é destinada a afiar os


instrumentos do companheiro, e termina em pirâmide, símbolo do fogo,
para que ali sejam inscritos os números sagrados.

A pirâmide que se fixa no topo, simboliza a água, o fogo, o ar


e terra.

O Apr∴ Maçom não trabalha com o cubo, apenas sua


representação fixa no objetivo em desbastar a pedra bruta, formando no
final um hexaedro pronto a polir. Esse é o seu labor.

A conversão da pedra bruta em pedra polida exige uma luta


constante e persistência, consistindo na busca de vitória sobre o ego.


A letra G

A letra G corresponde a sétima letra do alfabeto, e


desempenha papel muito importante no simbolismo maçônico.

Inserida no centro da estrela flamejante, essa letra já


provocou inúmeras discussões sobre seu significado.

No alfabeto é a quinta consoante, e é a inicial da quinta


ciência: a geometria.

Na química, a letra G é o ideograma alquímico do Sal, e esse


elemento significa sabedoria.

Modernamente os significados estão relacionados a


gravitação, geometria, gênio, gnose. E para os anglo-saxões a letra G tem o
significado de Deus (God). O laço do amor (da corda de 81 nós) forma, no nó,
a letra G.

G é a inicial de Graal, que é o véu do fogo criador, que brilha e


flameja.

Para a Maçonaria, G é Deus, e representa sua presença no


coração de cada iniciado.

O delta luminoso

No oriente vê-se um triângulo, com um olho dentro.
Representa “o olho de Deus que tudo vê”, á que o triângulo eqüilátero é a
razão igual em todas as suas perfeições.

Simboliza a trindade divina do catolicismo, mas esta não é


uma concepção apenas dessa religião, já que temos outras Tríades como a
osiriana: Osiris, Isis e Horus.

O olho, por ser o órgão principal da percepção, está ligado


diretamente ao simbolismo da luz e sol, representando a visão espiritual.

Na bíblia o olho aparece na vigilância e presença protetora de


Deus, que envolto pelos raios de Sol tem significação divina.

O triângulo, na Maçonaria, é o elo entre a liberdade,


igualdade e fraternidade – ou o passado, presente e futuro. Mais ainda, pelo
sal, enxofre e mercúrio – princípios da obra de Deus.

Em suma, serve para lembrar aos Ir∴s da presença de Deus


nas obras do homem.

O pavimento Mosaico e a orla dentada


O pavimento mosaico é a alternância entre as cores branco e


preto, formado por lajotas quadradas, e parece um tabuleiro de xadrez.

Muito rico em simbolismo, pode representar o emblema da


variedade do solo terrestre, e novamente a dualidade se faz presente, entre
o bem e o mal. Corpo e espírito (unidos mas não confundidos), ou trevas e
luzes.

Comparado com o tabuleiro do jogo de xadrez que representa


a luta do espírito contra a matéria, quando as forças em luta, em princípios
iguais.

O Rei é o espírito que não pode desaparecer, que ao descer


está aprisionado num corpo de carne, e mesmo que se desloque em todos os
sentidos, não pode se afastar do ponto principal.

A Rainha é a alma que tem maiores possibilidades de ser


posta em cheque. O louco é um gênio, que se desloca em diagonal. A torre é
inferior a razão, por isso se desloca de forma perpendicular. O cavaleiro é o
astral, que salta por cima dos obstáculos.

Enfim, o peão é o corpo físico sem matéria, que podem se


enganar e não tem o poder de recuar.

Como num jogo de xadrez, o Maçom deve se portar na vida,


lembrando a todo momento das estratégias de forma a não por seu espírito
em cheque.

A dualidade das cores do pavimento mosaico é contrastada


com o azul da orla dentada, que é uma moldura que lembra os dentes de
uma engrenagem, e no meridiano consta as iniciais dos pontos cardeais
correspondentes.

O Maçom, na sua marcha pelo templo, não deve pisar no


pavimento mosaico, por tratar de um lugar consagrado, devendo ser
contornado. Admite-se exceção para o mestre de cerimônias, no momento
de abertura do livro da lei.

Os degraus

Os degraus estão presentes no simbolismo da Maçonaria.


Serve-se de lição para o homem Maçom, que deve galgar cada um na busca
de seu aperfeiçoamento espiritual.

Degrau é sinônimo de geração, que significa uma posição


superior ou inferior – “Gênesis 28:12 E sonhou: e eis uma escada posta na
terra, cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e
desciam por ela”.

Na vida profana o homem percorre diferentes degraus, e,


dependendo de sua ação, pode acender ou descender.

Na Maçonaria os degraus são exemplificados de forma


simbólica na balaustrada que divide o Ocidente para o Oriente, e do Oriente
ao Trono de Salomão.

Representa cada uma das virtudes que precisa dominar para


conquistar o Oriente – onde nasce o Sol --. A cada instrução o Apr∴ irá
trabalhar o significado de cada um de seus degraus:
Temperança/Justiça/Coragem/Prudência – quando muito proveniente seguir
essa ordem.
A temperança é virtude do Maçom moderado, que com
cometimento pratica seu lavor. Por sua vez a sem justiça não terá condições
de julgar entre o bom e mal, cometendo erros em sua discricionalidade.

A coragem é o exercício da bravura em sinal de perigo, de se


interpor com resolução, franqueza e sem embaraços diante das idéias e
ações.

E o ultimo degrau nos ensina a agir com prudência, buscando,


sempre, evitar o empírico, é a circunspeção frente a verdade que nos é
colocada.

Embora não possa o Apr∴ subir os degraus para o Oriente, é


relevante o exercício dessas qualidades, para que quando chegar a hora,
mereça a honra de estar no Oriente junto com os demais Mestres Instalados
e Dignidades.

Seguindo a mesma linha, para que as dignidades possam se


sentar no Trono de Salomão é necessário que se percorra a ordem da fé,
esperança e caridade.

A fé é a primeira virtude teologal, inspirada na crença em


Deus, e passa pelo exercício dos seus desígnios e determinações.

A esperança é a segunda virtude teologal, simbolizada por


uma âncora, é revela na espera de conquistar o reino de Deus.

Já a caridade, terceira virtude teologal, é meio por onde se


opera a fé. Considera-se como o vinculo da perfeição, e o mais importante
fundamento das virtudes. Representa-se pelo ágape.
Os degraus não podem ser confundido com os graus, embora
tenha certa semelhança. Revela-se os degraus somente como qualidades
que o Maçom possui, já que pode, dependendo de suas ações, regredir em
sua evolução, por meio de atos prejudiciais aos fundamentos aqui
levantados.

O compasso e o esquadro

Não há que se falar em Maçonaria sem o simbolismo do


esquadro e compasso.

Com o esquadro
traça-se o quadrado, que é o
símbolo da terra, representando a
ação do homem sobre a matéria.

Para a Maçonaria,
simboliza a equidade, justiça e
retidão, já que com ele se formam
apenas ângulos retos.

De outra ponta, o
compasso é o símbolo da
inteligência. Símbolo da energia criadora, e da atividade espiritual.

Intelectualmente é pelo compasso que se representa o


intelectual. Seu ângulo de abertura representa os diferentes graus da
Maçonaria, que em nossos estudos, refutam-se ao ângulo de 45º (nesse
ângulo de abertura o compasso é estável e não corre o risco de se abrir
durante o traçado).

Torna-se um símbolo divino, e é impróprio para o Apr∴ que


desbasta a pedra bruta. Por essa razão suas pontas estão ocultas, e torna-se
seu uso símbolo do mestre Maçom.

Quando em conjunto com o esquadro, forma a dialética da


matéria e espírito, realizando o equilíbrio dessas duas forças.

Não devemos esquecer que o compasso é utilizado na


iniciação, no momento do juramento, sendo apontado para o peito nu do
iniciando, fazendo-o lembrar de sua dolorosa vida passada, sem as luzes que
irá receber.

O nível e o prumo

Volta a Maçonaria para a dualidade entre o ativo e passivo,


quando dá a noção, respectivamente, de vertical e horizontal (nível e
perpendicular).

Na Maçonaria operativa, era com esses instrumentos que se


alinhavam o risco para o desbaste da pedra bruta, no sentido de transformá-
la em polida.

Simbolicamente o nível é a jóia usada pelo Primeiro Vigilante


e representa a igualdade, e por si só representa instrumento mais completo
que o prumo sozinho. Revela-se não apenas a horizontal, mas a reunião
desse com a vertical.
Por conseqüência o prumo é a jóia do Segundo Vigilante, e
tem relação estreita com a pesquisa, e tem como emblema a retidão que
deve caracterizar a conduta dos Ir∴s durante as atividades da Loja.

Vale trazer que quando o Apr∴ se torna companheiro, diz-se


que ele passa da perpendicular para o nível, tendo aprofundado
suficientemente os elementos do conhecimento e suas relações com o
mundo.

O maço e o cinzel

Quais instrumentos trabalham os Apr∴es? O maço e cinzel.

Representam o grau de Apr∴, e é o mesmo que o esquadro e


compasso para os mestres. O cinzel é emblema da escultura, da arquitetura,
das belas artes. É o retrato da educação, e na simbologia iniciática
representa o Cosmo, pela criação do desbastar da pedra bruta.

O maço é a inteligência, que dirige o pensamento e rompe o


silêncio do cinzel. Simboliza a vontade do Apr∴, que canaliza as energias para
o trabalho na pedra bruta.

O maço não deve ser usado de forma isolada, já que trabalha


de forma descontínua, revelando que a inteligência precisa das ciências para
a criação, e vice versa.

As velas, os candelabros e o Cerimonial do Fogo


A vela é o símbolo da luz, a alma, e da relação entre o espírito


e a matéria. No Rito Adonhiramita a vela é um instrumento muito especial, já
que não se admite sua substituição pela lâmpada elétrica.

Considerando que o Rito Adonhiramita importa traços do


catolicismo, anota-se que deve ser de cera pura de abelha – amarelada –,
podendo se admitir que se misture a ela estearina.

As abelhas possuem papel simbólico, já que representa o


trabalho e atividade.

A vela representa um simbolismo ternário, entre o corpo,


alma e espírito, e participa do ritual do Cerimonial do Fogo, quando o
mestre de cerimônias, através de seu giro de praxe, promove o acendimento
das luzes, distribuindo as luzes da Chama Sagrada.

A mesma ritualística é apontada no apagar – nunca deve-se


soprar, revelando essa tradição ao culto do Fogo entre os Persas --, trazendo
a simbologia de que suas luzes permanecerão no coração de todos os
maçons que ali estiveram.

Junto com os candelabros – que simboliza a luz espiritual e a


salvação --, recebem o nome de estrelas, e serve para iluminar durante a
noite. Dependendo da quantidade de estrelas acesas, revela-se o grau da
sessão.
O livro sobre o altar

De frente ao Venerável Mestre se encontra o altar do Livro da


Lei. Diz a doutrina maçônica que durante muito tempo esse livro foi objeto
de controvérsia, já que temos como Livros Sagrados a Bíblia, o Corão
(Islamismo), o Bhagavad Gitá (Hindu), o Dhammapada (Budismo), entre
tantos outros.

De verdade se admite, por tolerância e desprendimento,


quaisquer livros, já que o simbolismo insculpido revela-se na transcendência
da alma, entretanto, vale dizer que o Rito Adonhiramita, no seu Ritual, vale-
se de algumas passagens da Bíblia e que no compendio Recueil Précieux de
La Maconnerie Adonhiramite, trata a Maçonaria oriunda do Evangelho de
João.

Dessa maneira, considerando o juramento feito, de não se


modificar em hipótese alguma a ritualística apresentada, não haveria
cabimento utilizar-se de outra obra Sagrada que não seja a Bíblia.

O incenso e o altar dos perfumes


Muito comum entre os povos, o incenso simboliza as preces


que sobre em direção ao céu, quando o perfume expulsa os maus espíritos.

Utilizado no Rito Adonhiramita, revela a aproximação de sua


liturgia ao Catolicismo. Usado na Igreja Católica desde o século IV, o
simbolismo material está insculpido para corrigir o ar viciado e o mal odor
dos templo subterrâneos.

Fato é que o incenso e sua fumaça possuem ação anticéptica


comprovada, e no campo psíquico, produz elevação espiritual, simbolizando
o divino, humano e material.

O defumador utilizado recebe o nome de turíbulo, e é


composto por uma mistura odorífera (três pitadas) e carvão.

Descansa-se no altar dos perfumes, que fica logo ao lado do


Livro da Lei.

Durante a Cerimônia de Insensação, o Mestre de Cerimônias


percorre toda a loja, levando sentimentos de Justiça, Memória, Liberdade,
Igualdade, Fraternidade, Diligência, Harmonia, Paz e Amor a todos os
presentes.

Trata-se de um dos mais sublimes momentos do Rito


Adonhiramita, que faz esse Rito estar ligado à tradição dos antepassados.

A espada flamejante

É através da espada flamejante que o neófito recebe seu


batismo Maçom. Trata-se de uma espada com lâminas tortuosas, que
simboliza chamas ou fogo. Fruto do poder da justiça, que expulsou Adão e
Eva do paraíso: “Genesis 3:24 - E havendo lançado fora o homem, pôs
querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que
andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.”
Simboliza, na franco-Maçonaria, a repudia a insubordinação e
vício. É o símbolo do verbo, do pensamento ativo.

Trata-se da única arma do


Iniciado, que não se pode vencer senão
pela força da idéia que carrega-se em si
mesma.

Inicialmente esteve na
mão do cobridor, simbolizando o querubim que impede a passagem do
profano, hoje está nas mãos do Venerável Mestre e representa a criação, por
intermédio do verbo, luz e som e de purificação e expiação sob as provações
do destino.

A circulação no templo

A circulação dentro do templo denomina-se marcha. Cada


grau possui uma forma específica de circular, sempre carregado do seu
respectivo simbolismo.

As marchas são compostas por passos. Os passos do Apr∴


Adonhiramita se dividem em três, ordenados de forma linear, representando
a retidão dos trabalhos que deve exercer em loja.

Esse movimento tem relação com as Sephiroth (árvore da


vida na cabala) de Malkuth, Iesod e Tiphereth.

Malkuth representa o plano inferior da árvore, simbolizando o


mundo físico que partiu a iniciação do maçon.
Em nível imediatamente superior se encontra Iesod, que
simboliza o reservatório de todas as inteligências, significando que o Maçom
Apr∴ deve dominar Malkuth no trabalho alquímico.

Superando essas fases, o Maçom Adonhiramita se deparará


com as belezas de Tiphereth, representando a sabedoria e o entendimento
da luz do conhecimento.

A marcha do Apr∴ Adonhiramita é dividida em duas fases, a


marcha do ocidente e a marcha do oriente.

No Rito Adonhiramita, a marcha é rompida sempre com o pé


direito, e faz-se o giro sinistrogiro (do que gira para esquerda) no oriente, e
ao contrário quando em passo no ocidente.

Esse giro tem o simbolismo do infinito, que está relacionado


diretamente ao conceito de Deus como força criadora e destruidora.

De outra forma, essa circulação se assemelha com a


circulação do sangue no corpo humano, quando o trajeto do ventrículo
direito até o átrio esquerdo é chamado pequena circulação, o percurso do
ventrículo esquerdo até o átrio direito é chamado grande circulação.

A gravata branca

Usada para identificar os Ritos, a gravata é parte do vestuário


do Maçom. O Adonhiramita, para o Grande Oriente do Brasil, usa a gravata
branca, que tem laços com a aristocracia européia, que na época usava
gravatas brancas em suas festividades.
Na cromoterapia, o branco é a união de todas as cores, e seu
significado está ligado a realização, humildade e imaginação.

Novamente a dualidade se faz presente, quando em


contraposto com o preto. O branco é o inicio, e o preto o fim.

O branco tem relação com o cordeiro do brasão


Adonhiramita, simbolizando mansidão, da inocência e pureza.

No Rito Adonhiramita permite o uso da gravata borboleta em


dias de festa, em especial na sessão de iniciação.

A borboleta tem significado relacionado a transformação,


sendo o símbolo da alma. No simbolismo cristão, cuja ritualística se aproxima
ao do Adonhiramita, a borboleta simboliza a ressurreição e imortalidade.

Para a psicanálise, a borboleta aparece como símbolo de


libertação e recomeço.

O terno preto

Presente em todos os ritos, o terno preto é o uniforme do


Maçom. Seu uso representa a igualdade entre os homens, já que a
uniformização nivela as diferenças sociais.

O preto, segundo a cromoterapia, é a ausência da cor. É


análogo ao branco, e por ser cor da noite, o preto participa da cadeia
simbólica: mãe-fecundidade-mistério-morte.
O uso do terno remete ao costume da época, combinando
com a gravata, sendo usado na época pela aristocracia européia.

Atualmente alguns ritos permitem o uso do balandrau, que


consiste numa capa preta, larga e comprida e com mangas.

No Rito Adonhiramita, por força do ritual, o balandrau deve


ser utilizado apenas pelo Ir∴ Terrível, em dia de iniciação. De outra forma é
vetado.

Devemos considerar que o Regulamento Geral da Federação,


editado pelo Grande Oriente do Brasil, prevê que para visitantes dispense
tratamento especial, sendo permitido o terno azul marinho e o balandrau.

Desta forma, considerando, inclusive, o juramento que faz o


iniciado Adonhiramita a cumprir o ritual em todos os seus termos, o Maçom
Adonhiramita não deve usar o balandrau nas sessões, sendo permitido
apenas o uso do terno. Os visitantes serão recebidos seguindo o disposto no
Regulamento Geral da Federação (GOB).

O calçamento das luvas


Na época medieval, as luvas eram símbolo do direito e


soberania, sendo privilégio da aristocracia, junto com o terno e gravata.

Na Igreja Católica simboliza a pureza e dignidade. Na


Maçonaria é marca de distinção e retidão na vida profana, já que somente o
Maçom que conservou as mãos limpas poderá calcá-las.
De certa forma, as luvas desempenham papel fundamental no
ritualismo Adonhiramita, fazendo parte da ritualística.

No campo energético, a luva serve como um filtro magnético,


oferecendo ao Maçom um sentimento de calma e tranqüilidade.

Sendo entregue ao Maçom Adonhiramita no momento de sua


iniciação, é oferecido dois pares delas, uma para o neófito e outro para a
dama que mais ame.

O simbolismo contido em oferecer as luvas para seu amor


esta insculpido em lembrá-lo de seu dever com os compromissos.

No ato da entrega, explicará o Maçom a amada, que em


momento de aflição, colocará as luvas no pulso e memorizará seu rosto, a
energia do ato fará uma ligação espiritual entre os dois, oferecendo o
acalento na alma.

Em graus superiores o Maçom perceberá outros significados


para as luvas, que não convêm citá-los nesse catecismo.

As doze pancadas argentinas


Na Idade Média a Igreja Católica modelou a sociedade. Nisso


adotou o sino, conferindo-lhe o poder exorcístico universal, razão pela qual o
sino é destinado a cantar tudo o que há de santo e de santificante na terra e
no céu.

De forma educativa, indicava aos fiéis o momento do inicio


dos Rituais, e a euforia da eucaristia.


A Maçonaria Operativa adotou o sino com a função de indicar
o inicio e o fim dos trabalhos.

A bem da verdade, funcionou muito bem, já que o timbre fino


pode ser ouvido por distâncias enormes, indicando ao Obreiro o percorrer
das horas.

O Rito Adonhiramita, com relação próxima ao catolicismo, e


primando pela original Ritualística, manteve o uso do sino como forma de
indicar as horas, em especial, de inicio e fim dos trabalhos.

É por essa razão que o sino toca ao meio-dia e à meia noite,


avisando aos AApr.. qual o momento da sessão.

Simbolicamente o sino está relacionado com a vida,


convidando os IIr.. para formar a Egrégora Maç..

A Saudação

A saudação Adonhiramita é composta pela tríplice exaltação


da palavra Vivat (Vivat, Vivat, Vivat), que simbolicamente representa a
saudação aos trabalhos (tradução francesa de viva - vivante).

É usada como sinal de alegria (huzzé – Viva o Rei), e é sempre


acompanhada pelo estalar dos dedos – no ombro esquerdo, no direito e por
ultimo em cima da cabeça, formando um triangulo – que demonstra a
manifestação de aplausos.


O Saco de propostas e informações

O saco de pospostas e informações tem seu giro realizando


pelo Ir∴ Mestre de Cerimônias, e serve para coletar, como o próprio nome já
diz, propostas e informações referente ao Maçom que deva se tornar público
para a Loja.

É nesse saco que são inseridos as pranchas de arquitetura


(trabalhos) desenvolvidos pelo Apr∴ Adonhiramita.

Trata-se de uma bolsa oblonga, com abertura


suficientemente grande para se introduza uma folha de papel.

Seu giro obedece uma ordem hierárquica, sendo primeiro o


Venerável Mestre, depois os vigilantes, altares da sabedoria, aos Mestres,
Companheiros e por último, os Apr∴es.

É obrigatório o giro, que se realiza sempre depois da leitura


do expediente. Realiza-se sempre antes do tronco de beneficência, e do
quarto de hora de instrução.

As petições de ingressos de profanos na ordem, filiações e


regularizações de maçons, propostas de aumento de salário, concessão de
graças e pedidos de auxilio e socorro, as acusações, ou qualquer outro
documento que se tenha que formular a Oficina devem ser depositados
nesse saco.

A ritualística informa que o Ir∴ Mestre de Cerimônias


conduzirá o saco com as duas mãos, próximo ao coração, e oferece o saco ao
Ir∴ estendendo a mão voltando o rosto para o lado contrário, a fim de não
ver o conteúdo que está sendo depositado.

A troca do saco entre o Mestre de Cerimônias e o Cobridor


Interno segue ritualística especial (em forma de X), ocupando esse último,
temporariamente, o cargo de Mestre de Cerimônias, durante essa fase.

Fiscalizam o conteúdo do Saco de Propostas e Informações o


Orador e Secretário.

O tronco de solidariedade

De origem francesa, o tronco de solidariedade representa a


Caixa de Esmolas. Quem circula com o tronco da solidariedade é o Ir∴
Hospitaleiro, sendo obrigatório a todo Ir∴ levar a mão para dentro do saco, e
retira-la com a palma aberta, mesmo que não tenha esmolas a dar.

Simbolicamente, nessa ação, o Ir∴ deixa depositado bons


fluidos, que ao retirar aberta, receberá os fluidos que ali foram depositados
pelos que antecederam a sua passagem.

Segue o mesmo princípio do Saco de Propostas e


Informações, inclusive na troca desse com o Cobridor Interno.

No fim do giro, entrega ao Ir∴ Orador, que conferirá o valor


arrecadado e repassará ao Ir∴ Tesoureiro.
No momento da Palavra a Bem da Ordem em Geral e do
Quadro em Particular, o Ir∴ Orador informará a Loja, transformando o
montante em dinheiro em quilos.

A cadeia de união

A cadeia de união é formada pelo entrelaçamento de mãos,


braços e pés, dos Ir∴s, dispostos em circulo. Simboliza a Maçonaria e
aproxima todos os Ir∴s do sentimento de solidariedade e união.

Ela é usada, obrigatoriamente, para a transmissão da palavra


semestral. Entretanto sua utilização vai alem desse protocolo, já que sua
formação emana fluidos energéticos por toda a egrégora.

Comum é sentir essa energia nas pontas dos dedos após sua
formação, e constitui o elo fuídico que une o copo maçônico ao universo.

Apresenta-se como escudo protetor, e de sistema receptor de


influências benéficas. Pode a cadeira de união oferecer energia para quem
está enfermo, para as agruras dos necessitados ou apenas como equilíbrio
de forças universais.

De fato é que a cadeia provoca um turbilhão energético


necessário para a lide diária. Envoltos sobre esse manto, o Maçom, terá mais
chances contra os males do mundo profano.

Lembra, ainda, que a Maçonaria é composta pela pluralidade,


e para que se forme a cadeia de união é necessária a reunião de outros Ir∴s.
Sozinho não se forma essa cadeia. Lembra ao Adoniramita sua
responsabilidade com próximo e da necessidade de vivermos em harmonia.
Os cargos em Loja e suas jóias

A diretoria de uma Loja Maçônica é como o executivo de um


governo, cuja função é de conduzir os trabalhos de forma a aplicar o que é
determinado pelos antigos escritos ritualísticos.

Formada por membros eleitos da própria Loja, a diretoria


deve traçar metas a serem seguidas pelos maçons, trabalhando a evolução
da Loja.

A diretoria do Rito Adonhoramita é composta por 17


membros, assim denominados:

Venerável Mestre; 1º Vigilante; 2º Vigilante; Orador;


Secretário; Tesoureiro; Chanceler; 1º Experto; 2º Experto;
Mestre de Cerimônias; Hospitaleiro; Cobridor; Porta-
Estandarte; Porta-Bandeira; Mestre-de-Harmonia; Mestre-de-
Banquetes e Arquiteto.

De fato é que a Ritualística exige o preenchimento desses


cargos, hierarquizados de forma sistemática, agrupadas em Luzes,
Dignidades e Oficiais.

As Luzes são formadas pelo Venerável Mestre, que é o


presidente da Loja, pelo 1º e 2º Vigilante.

Por sua vez, as dignidades são formadas pelo Orador, o


Secretário, o Tesoureiro e Chanceler.

Os oficiais são o Mestre de Cerimônias, Cobridor Interno, 1º


Experto (Ir∴ Terrível), 2º Experto, Hospitaleiro, Arquiteto, Mestre-de-
Harmonia, Porta-Bandeiras, Porta-Estandarte e Mestre-de-Banquetes.


Venerável Mestre

Compete ao Venerável Mestre, segundo o Regulamento Geral


da Federação do Grande Oriente do Brasil, presidir a Loja e os trabalhos,
encaminhando o expediente, mantendo a ordem e não influindo nas
discussões; Com a função de Prefeito da Loja, lhe é atribuído o direito de
nomear os oficiais da Loja e os membros das Comissões.

É representante da Loja, ativa e passivamente, respondendo


por ela em Juizo e fora dele, podendo, inclusive, contratar procuradores.

O Venerável Mestre pode convocar reuniões da Loja e suas


Comissões, exercer a fiscalização e supervisão de todas as exercer
fiscalização e supervisão sobre todas as atividades da Loja, podendo avocar e
examinar quaisquer livros e documentos para consulta, em qualquer
ocasião.

Ele confere os graus simbólicos, depois de deliberação da Loja


e satisfeita as obrigações do Ir∴ com a Tesouraria.

Nas votações, ele procede à apuração dos votos,


proclamando os resultados das deliberações.

Tem prerrogativa de ler todas as peças recolhidas pelo saco


de propostas e informações dando-lhes o destino devido, podendo,
inclusive, deixar sob malhete, quando julgar conveniente, pelo prazo de até
um mês, os expedientes recebidos pela Loja, exceto os originários do Grande
Oriente do Brasil, Grande Oriente Estadual ou do Distrito Federal.

Na Ritualística, é de sua concessão a palavra aos maçons ou


retirá-la.

Em caso de celeumas, cabe ao Venerável Mestre decidir


questões de ordem, devidamente embasadas e citados os artigos da
Constituição e dos Regulamentos e/ou do Estatuto ou Regimento Interno da
Loja, ouvindo o representante do Ministério Público, quando julgar
necessário.

Pode suspender ou encerrar os trabalhos sem as formalidades


do Ritual quando não lhe seja possível manter a ordem, exercendo
autoridade disciplinar sobre todos os Maçons presentes às sessões.
No processo de iniciação, é pelas mãos do Venerável Mestre
que se distribui, sigilosamente, as sindicâncias a Mestres Maçons de sua
Loja.

Sob sua rubrica se encerram o livro de presença da Loja, e


assina, juntamente com o Tesoureiro, os documentos e papéis relacionados
com a administração financeira, contábil, econômica e patrimonial da Loja e
os demais documentos com o Secretário.

Pode autorizar despesas de caráter urgente, não consignadas


no orçamento, ad referendum da Loja, até o limite estabelecido em seu
Estatuto ou Regimento Interno.

No âmbito administrativo, é o Venerável Mestre que admite,


dispensar e aplicar penalidades aos empregados da Loja.

Deve, por força do Regulamento, encaminhar para a


Secretaria-Geral da Guarda dos Selos até 31 de março de cada ano, o Quadro
de Obreiros, assinado por ele, pelo Secretário e pelo Tesoureiro,
encaminhar, até 31 de março de cada ano, o relatório-geral das atividades
do ano anterior, assinado por ele, pelo Secretário e pelo Tesoureiro, para a
Secretaria-Geral do Gabinete, recolher, na forma estabelecida na Lei
orçamentária, as contribuições ordinárias e extraordinárias, bem como as
taxas de atividade dos Maçons da Loja que dirige, alem de fiscalizar e
supervisionar a movimentação financeira, zelando para que os emolumentos
e taxas devidos aos Grandes Orientes sejam arrecadados e repassados
dentro dos prazos legais.

O Venerável Mestre só vota nos escrutínios secretos, sendo-


lhe reservado o voto de qualidade no caso de empate nas votações
nominais.

De plano, o Venerável Mestre deve ser instalado, através de


ritualística especifica para esse fim.

Sentando no Trono de Salomão, o Venerável Mestre deve


envidar todos os seus esforços para congregar os Obreiros ao trabalho em
Loja.
Para se chegar ao cargo, é necessário subir os degraus da vida
maçônica: Temperança, Justiça, Coragem, Prudência, Fé, Esperança e
Caridade.

O Venerável Mestre, apesar das atribuições discriminadas, é


apenas um instrumento de vontade dos Obreiros da Loja, e a condução dos
trabalhos deve seguir a vontade da maioria.

A Jóia do Venerável Mestre é o Esquadro.

1º e 2º Vigilantes

Os Vigilantes são os sucessores natural do Venerável Mestre,


substituindo-o em sua ausência. O Primeiro Vigilante é responsável pela
Coluna do Sul, cuidando dos Ir∴s Companheiros. E o Segundo Viligante é
responsável pela Coluna do Norte, atendendo os Ir∴s Apr∴es.

Os Vigilantes são a extensão do Venerável Mestre, e por eles


é dado aos Mestres Maçons do Ocidente o uso da palavra.

Atribuindo aos Obreiros de suas colunas, aos vigilantes


compete informar a Comissão de Admissão e Graus o tempo de aumento de
salário.

A Jóia do Primeiro Vigilante é o nível, a do Segundo Vigilante é


o Prumo.

Orador

O cargo de Orador foi criado pela Maçonaria Francesa,


através do Rito de York. Ele é o Guarda da Lei, e é o último a falar (com
exceção do Grão Mestre Geral e seu Adjunto).
É o representante do Ministério Público maçônico, e suas
atribuições são, segundo o RGF/GOB, observar, promover e fiscalizar o
rigoroso cumprimento das Leis Maçônicas e dos Rituais.

Alem de cumprir e fazer cumprir os deveres e obrigações a


que se comprometeram os Membros da Loja, à qual comunicará qualquer
infração e promoverá a denúncia do infrator.

Durante a sessão, é o Orador que lê os textos de leis e


decretos, permanecendo todos sentados. Verifica a regularidade dos
documentos maçônicos que lhe forem apresentados. Apresenta suas
conclusões no encerramento das discussões, sob o ponto de vista legal,
qualquer que seja a matéria. Opõe-se, de ofício, a qualquer deliberação
contrária à lei e, em caso de insistência na matéria, formalizar denúncia ao
Poder competente.

É de sua responsabilidade em manter arquivo atualizado de


toda a legislação maçônica.

Sob sua rubrica ficam as atas da Loja, tão logo sejam


aprovadas.

Por fim, lhe compete acatar ou rejeitar denúncias formuladas


à Loja, representando aos Poderes constituídos. Em caso de rejeição,
recorrer de ofício ao Tribunal competente.

O Orador representa o Sol, que é o símbolo da Luz. Deve


possuir muita experiência maçônica, em especial dos Regulamentos e
Regimentos, sem esquecer-se dos Landmarks para impugnar tudo o que
estiver irregular.

Cabe ao Orador a abertura e fechamento do Livro da Lei.

Nos trabalhos, deve orientar os trabalhos no sentido de não


se alongar muito, ser claro e consiso.

Sua Jóia é o Disco Vazado.



Secretário

O cargo de secretário é um dos mais importantes da Loja. Em


especial pelas mudanças que vem ocorrendo nos sistemas de informática,
trazendo todo o sistema de cadastros para o mundo da Internet.

Dessa forma, um bom secretário deve dominar a redação e


concomitantemente o uso do computador.

Pelo Secretário que a Loja se relaciona, de forma burocrática,


com as Grande Secretarias, sendo sua atribuição, lavrar as atas das sessões
da Loja e assiná-las tão logo sejam aprovadas, manter atualizados os
arquivos de atos administrativos e notícias de interesse da Loja, de
correspondência recebida e expedida, dos membros do quadro da Loja, com
os dados necessários à sua perfeita e exata qualificação e identificação.

É de sua responsabilidade receber, distribuir e expedir a


correspondência da Loja.

Pelas mãos do secretário que se faz a papelada da iniciação,


fazendo consultar os Livros Negro e Amarelo, realizando a publicação nos
Boletins GOB Estadual e Nacional.

Alem disso, é pelo Secretário que registra os Quite-Placet,


Placet-Ex Ofício e as regularizações.

Sua função muito se assemelha a memória, e seu trabalho


formará a história da Loja, já que pelas atas escritas, os futuros poderão
conhecer como se trabalhava.

A Jóia do Secretário é simbolizada por duas penas cruzadas. A


Pena tem relação com a escrita e a guarda de documentos, sendo inspirada
na intelectualidade.


Tesoureiro

De certa forma, o Tesoureiro ocupa cargo de cunho profano,


já que por suas mãos passa toda a receita e despesa de uma Loja.

É responsável pela guarda dos metais, arrecadar a receita e


pagar as despesas, assinar os papéis e documentos relacionados com a
administração financeira, contábil, econômica e patrimonial da Loja.

Suas atribuições lhe obrigam a manter a escrituração contábil


da Loja sempre atualizada, apresentar à Loja os balancetes trimestrais
conforme normas e padrões oficiais e, até a última sessão do mês de março,
o balanço geral do ano financeiro anterior, conforme normas e padrões
oficiais.

Deve apresentar, no mês de outubro, o orçamento da Loja


para o ano seguinte, depositar, em banco determinado pela Loja, o
numerário a ela pertencente.

Uma situação não confortável, porem necessária, é de sua


responsabilidade cobrar dos maçons suas contribuições em atraso e
remeter prancha com aviso de recebimento, ao obreiro inadimplente há
mais de três meses, comunicar a sua irregularidade e cientificar a Loja.

Junto com o Venerável Mestre, recebe e encaminha a


Secretaria-Geral de Finanças do Grande Oriente do Brasil e à Secretaria de
Finanças do Grande Oriente, a que estiver jurisdicionada a Loja, as taxas,
emolumentos e contribuições ordinárias e extraordinárias legalmente
estabelecidos.

Por fim, responsabiliza-se pela conferência, guarda e


liberação dos valores arrecadados pela Loja.

Visto como um cargo de muita importância, tem-se em sua


função o sangue da Loja, e por suas mãos que são pagas as despesas de
funcionamento, como aluguel, taxas, energia elétrica, entre outros.

A Jóia do Tesoureiro são duas chaves cruzadas, significando


que ele é o depositário das reservas monetárias. A chave é um símbolo forte
e marcante, podendo abrir e fechar. Na idade média, considerava-se a
entrega da chave a uma ação de poderes.

Chanceler

O chanceler é um dos principais Oficiais da Loja, e é
denominado por “Guarda dos Selos”. É um oficial que deve possuir
qualidades especiais para o cargo, como o de ser assíduo nos trabalhos,
criterioso, afável e zeloso, sempre com disposição e angariando a simpatia
dos Ir∴s.

Suas responsabilidades são, segundo o RGF do GOB, ter a seu


cargo o controle de presenças, mantendo sempre atualizado o índice de
freqüência e de comunicar à Loja sobre a quantidade de Ir∴s presentes à
sessão.

Nas votações, é pelo Chanceler que se tem o relatório dos


Ir∴s aptos a votarem e serem votados, sempre com atenção aos Ir∴s cujas
faltas excedam o limite permitido por lei.

Durante a sessão, é o Chanceler que expede certificados de


presença dos Ir∴s visitantes, anuncia os aniversariantes, mantém atualizado
os registros de controle da identificação e qualificação dos Ir∴s do quadro,
cônjuges e dependentes.

Com o devido controle, remete prancha ao Maçom cujas


faltas excedam o limite permitido por lei e solicitando justificativa por
escrito.

A Jóia do Chanceler é o Timbre, já que é responsável pela


guarda da documentação da Loja.

OS Expertos

Os Expertos têm função preponderante na Iniciação, quando
realizam os atos efetivos da Loja, executando as decisões oficiais.

Deve ser um perito em Loja, já que por ele que se verifica se a


Loja está coberta. Alem disso, o Experto é responsável pelo Telhamento, já
que é o único que pode cobrir o Templo no decurso da sessão.

Cabe ao Ir∴ Experto proibir brincadeiras de mau gosto, com


os candidatos e serem iniciados.

Sua Jóia é o Punhal, que foi na antiguidade símbolo de


soberania.


Mestre de Cerimônias

O Mestre de Cerimônias é o único Ir∴ que circula livremente


durante a sessão, sendo o mais trabalhado durante os trabalhos.

O cargo é resultante de um desdobramento do cargo de


Experto e sua função, no Rito Adonhiramita, está em reavivar as Luzes, no
ritual do fogo, insensar a Loja, no ritual da insensação, transportar os
mestres para a formação do pálio, colher o Saco de Propostas e Informações,
entre outras.

Pelo seu giro é que movimenta a energia em Loja, e só é


permitido andar sob sua companhia.

Ainda, o Mestre de Cerimônias auxilia no envio de recados e


informações aos demais Ir∴s da Loja, alem de entregar para cada visitante o
Certificado de Presença, depois que foram assinados.

Sua Jóia é um triângulo eqüilátero vazado, sendo um símbolo


da força, da beleza e da sabedoria que está em Deus.

Hospitaleiro

O Ir∴ Hospitaleiro tem função relativamente simples dentro
da Loja, cujo momento se torna importante ao fazer circular o Tronco de
Solidariedade. Entretanto sua função vai alem, quando, por força de suas
atribuições, deve visitar, periodicamente, os lares dor Ir∴s, tomando
conhecimento de seus problemas conjugais, financeiros, de saúde, assim
como de suas alegrias e esperanças.

Esses problemas, quando de difícil solução, devem ser levados


ao Venerável Mestre, para que junto com as Comissões, possam encontrar
uma forma de solucioná-los.

Esses problemas não devem ser levados à Loja, para não


ofender o Ir∴ ou sua família.

A Jóia do Cargo é uma Sacola, que simboliza a fraternidade do


pedinte, por força do Tronco de Solidariedade.

Os Cobridores

Os Cobridores são os Guardas do Templo.

O Cobridor Interno é o que autoriza o ingresso dos Obreiros


no inicio da Sessão. Para o cumprimento de suas funções, jamais poderá se
afastar da porta do Templo, segurando sua espada o tempo todo.

Por sua vez, o Cobridor Externo fica do lado de fora, ou seja,


não assiste a sessão, sendo sua função evitar a entrada dos profanos e fazer
com que o que está sendo discutido dentro da Loja não transpasse suas
paredes.

O Maçom que ocupar esse cargo deve conhecer


pormenorizadamente os rituais, sendo recomendado que seja um Mestre
Instalado.

Servem para o reconhecimento de maçons, protegendo a


Loja. Se o Cobridor não reconhecer o visitante, deverá pedir que se
apresente a documentação ao Mestre de Cerimônias, que levará ao Orador,
enquanto o primeiro Experto fará o Telhamento no Átrio.

Se o Maçom não chegar no momento de entrada dos


Obreiros, deverá bater na porta conforme a bateria do Grau. O Cobridor
Interno responderá com um único golpe se a Loja estiver trabalhando no
Grau, caso contrário devolverá a batida, devendo o ingressante responder a
batida conforme grau imediatamente superior. Caso não saiba, a sessão não
poderá ser assistida.

Havendo um único golpe, deve o Maçom esperar que será


convidado ao Telhamento.

É pelas mãos do Cobridor Interno que ouvimos as doze


pancadas argentinas, durante o inicio e fim da sessão.

A Jóia do Cobridor Interno é duas espadas cruzadas, indicando


que só deve dar ingresso ao Templo àqueles que tem o direito a tomar parte
nos trabalhos.

Por sua vez, a Jóia do Cobridor Externo é a espada, que é o


símbolo das virtudes militares, da força masculina e da valentia. Lembra o
Maçom que deve proteger os trabalhos das vistas profanas.

Porta-Estandarte

Ao Porta-Estandarte cabe a responsabilidade de guardar e


transportar o Estandarte da Loja, e as condecorações que lhe foram
atribuídas, conservado-os em lugar apropriado.

É pelo Estandarte que a Loja se vê representada em meio a


multidão, e por isso o Maçom que ocupar esse cargo deve ser digno de
maiores elogios.

Desta monta, é imprescindível que o Ir∴ que ocupe esse cargo


faça visitas cordiais a outras Lojas, fazendo o convite aos demais Ir∴s sobre
os trabalhos da Loja, divulgando o horário de funcionamento e o dia da
semana.

Nos eventos, é o Porta-Estandarte, junto com o Venerável


Mestre, que visitará as Lojas levando a prancha convite, fazendo as vezes, se
for permitido, no momento oportuno.

A Jóia do cargo é o Estandarte, que simboliza a insígnia da


corporação militar, religiosa e filosófica.

Porta-Bandeira

É de responsabilidade do Porta-Bandeira cuidar do


Pavilhão Nacional, cumprindo com os deveres cívicos nas sessões Magnas.

Por conta, é dever do Ir∴ investido nesse cargo, promover a


ampla divulgação dos ensinamentos morais e cívicos, estendendo aos
Apr∴es todo ensinamento pátrio, em especial ao Hino Nacional e do Hino à
Bandeira.

Sua Jóia é a bandeira, que ensina ao Maçom ser ela o símbolo


augusto da pátria.

Mestre-de-Harmonia

Um dos cargos de maior relevância em Loja é o Mestre-de-


Harmonia. Sua atuação está diretamente relacionada com a operação dos
instrumentos amplificadores e musicais da Loja.

Muito comum é assistir sessões com microfones defeituosos,


impedindo que os Ir∴s ouçam o que está sendo falado.

Visto por muitos como um cargo de vacância, insisto em dizer


que não é. O Ir∴ que ali se posiciona deve ter conhecimento dos
instrumentos amplificadores, sabendo operar a mesa de som.
Preparar-se para a sessão é necessário, devendo o Mestre-de-
Harmonia trazer as músicas previamente selecionadas, com o intuito de
elevar o espírito dos Ir∴s.

Uma boa seleção musical e microfones que funcionam, fazem


uma sessão ser bela e sublime, revigorando a energia de todos os que a
assistiram.

São preferidas músicas escritas por maçons, entretanto, não


vejo problemas em repertórios que motivem e empolguem os Ir∴s. A boa
sensibilidade deve ser o gosto do Ir∴ Mestre-de-Harmonia, entendendo que
em Loja temos diferentes culturas e idades.

A Jóia do cargo é a Lira, que simboliza a harmonia cósmica e


da união harmônica entre o céu e a terra.

A execução da harpa costuma aparecer na Bíblia como


expressão da graça e louvor a Deus.

Mestre-de-Banquetes

As funções do Mestre-de-Banquetes é cuidar do Ágape, se


precavendo para nada faltar. Pelas suas mãos que ocorrem a mesa de
alimentos, que une fraternalmente os Ir∴s, sendo memória do tempo dos
apóstolos.

É de sua responsabilidade organizar o Ritual de Banquete, que


se realiza fora das vistas profanas.

O Banquete simboliza uma participação espiritualmente


excepcional.

A Jóia do Mestre-de-Banquetes é a Taça, que é o símbolo da


abundância. O significado cósmico da taça associa-se ao Graal, que
representa a mais elevada felicidade, acessível ao homem puro, de grande
desenvolvimento psíquico adquirido por aventuras espirituais.

Arquiteto

Pelas mãos do Arquiteto que se acende a chama sagrada, e


por ele que se organiza a montagem da Loja.

A ele é responsabilizado cuidar do patrimônio da Loja,


organizando cada coisa em seu devido lugar.

Deve estar atento ao tipo de sessão que se realizará,


fornecendo os insumos necessários para sua condução (velas, incensos,
materiais para iniciação).

É sua responsabilidade inventariar os bens da Loja, através de


livro próprio, apresentando trimestralmente os documentos.

Sua Jóia é a Trolha, que é uma espécie de pá achatada, usada


pelo pedreiro para aplicar a argamassa. Tem forma triangular, e simboliza o
amor fraternal que deve unir todos os Ir∴s.

Representa a construção, e por isso é a insígnia do Arquiteto,


que tem a função de “construir” a Loja.

A cultura do silêncio e a atitude da descrição


Numa Loja Adonhiramita o Apr∴ não é autorizado,


ordinariamente, a falar. Excepcionalmente o Venerável Mestre pode abrir a
palavra nas colunas para a manifestação, quando a necessidade exigir.

Essa tradição tem dois significados, a priori, por tratar da


idade do Apr∴, que simbolicamente não sabe falar.
Muito questionada essa avença, inclusive pelo Apr∴ contribuir
com as despesas da Loja, auxiliar nos trabalhos do quadro e ser partícipe,
tem-se a intenção de abolir essa ritualística.

Acontece que passa a ser infundada a tentativa, já que tudo


em Loja é pautado pelo simbolismo, e não seria diferente para essa etapa.

A Loja maçônica não é parlamento, e a palavra segue uma


ordem a não permitir discussões infundadas e inoportunas, que
inevitávelmente levaria a rusgas entre os Ir∴s.

É sabido que em Loja devem ser tratados temas referentes à


instrução do grau, sendo prudente evitar assuntos impróprios, de finanças,
ou debates sobre os Ir∴s. Esses assuntos são de responsabilidade dos
Mestres, devendo ocorrer na Câmara do Meio.

Dessa feita, impedir o Apr∴ de falar é doutriná-lo a hierarquia


de Loja, já que por ser neófito não recebeu luz suficiente para expressar-se
sem a parcimônia requerida.

Com o passar dos anos, através do ensinamento filosófico e


espiritual que a Maçonaria lhe proporcionará, poderá expressar-se com mais
retidão e pontualidade sobre os temas exigidos.

Não importa que o Apr∴ seja na vida profana um orador de


talento, experiente em qualquer ramo da ciência, no mundo maçônico é um
analfabeto que está a receber os primeiros ensinamentos.

Trata o simbolismo de imergir o Apr∴ a cultura do silêncio,


ver, ouvir e calar-se. É um estágio de meditação e observação. Abrir a
possibilidade da fala ao Apr∴ é permitir que ruídos interfiram na condução
dos trabalhos.

Acredito que o Apr∴ deva ter voz apenas nas sessões


especiais, para tratar de assuntos administrativos, sem ritualística, já que
envolvem, nesse caso, a aplicação de sua contribuição mensal e outras
avenças societárias.

Cultuar o silêncio é permitir a continuação da Maçonaria,


inclusive, se tratar de um Landmark tal exigência.

O silêncio é sinal de caráter, e necessário aos trabalhos no


templo.

No setentrião, por ser a parte menos iluminada, revela a


pouca experiência maçônica do Apr∴, portanto suas luzes são fracas o
suficiente para iluminar toda a loja. Entendam as luzes como a experiência
maçônica.

Oportunamente, o Apr∴ poderá se expressar nos momentos


de leitura de trabalhos, quando entre colunas sentirá o poder da energia em
Loja.

Inevitável, por não estar acostumado com tamanha força,


poderá tremer, gaguejar e titubear frente aos Ir∴s. Coisa que são normais e
que todos devem passar. Com o tempo o corpo se acostumará ao ciclo
energético e o ato de estar ali, embora seja sempre de muita emoção, será
melhor trabalhado pelo Ir∴.

Depois dessas explicações, se ainda o Apr∴ pensar ao


contrário, prova que seu desejo de falar deve ser repensado, para que
prudentemente, de forma consciente e inteligente, possa controlar seus
impulsos, atingindo um domínio maior de si mesmo.

Para aprender a guardar silencio dos ensinamentos em Loja,


esse impulso deve ser domado, evitando divulgar ao profano nossos
auspícios segredos.

Apêndice 1 – Questionário para elevação do Apr∴ ao


Grau de Companheiro

Quantos sinais existem no grau de Ap∴?

R: Existem dois, sendo o primeiro o de “ordem” e o segundo o de saudação.

Qual a posição dos pés quando em posição de ordem?

R: Unir os PP∴ formando uma Esq∴, o P∴ D∴ deve estar voltado para frente.

Quantas palavras existem no grau de Ap∴?

R: Três, a palavra sagrada, a de passe e a semestral.

O que significa a palavra sagrada?

R: Significa que a sabedoria está e deus, e que a sabedoria é um dos


atributos da divindade. A P∴S∴ (deve sempre ser soletrada, nunca dada),
também é o nome da Col∴ do Setentrião, onde se reúnem os Ap∴.

Para que serve a Palavra Semestral?


R: A Palavra Semestral serve para que o Ir∴ Experto certifique-se da
regularidade dos IIr∴. Semestralmente é fornecida pelo Sober∴ aos Ven∴ das
Loj∴ regulares.

Onde é permitido ficar à ordem?

R: Só podem ser executados em Loj∴, com a porta do T∴ fechada, savo no


caso do Telh∴ que é executada no Atr∴.

Qual a forma da Loj∴?

R: A Loj∴ equivale a um “quadrilongo”, ou um retângulo de proporção áurea,


equivalente a (1:1,618), ou seja a soma de três retângulos.

O que deve existir sobre a mesa do Ven∴?

R: O malhete, a espada flamejante, um esquadro, um candelabro de três


luzes, exemplares dos rituais adotados pelo Gr∴ Or∴ do Br∴, Estatuto da
Loj∴, incenso e o necessário para a escrita.

Como se denomina o altar onde está repousada o Livr∴ da Lei?

R: Altar dos jur.:.

Qual a posição do pavilhão nacional?


R: Ao norte.

Quais os principais deveres de um Maç∴?

R: São 3, os deveres com Deus, para com o próximo e para consigo mesmo.

O que simboliza o avental?

R: Simboliza o serviço, a nobreza do trabalho, indicando que devemos ter


uma vida ativa, fugindo da ociosidade.

Qual o vestuário completo de um Maç∴?

R: Sapatos e meias pretas, terno completo preto, camisa e luvas brancas,


gravata branca. Eventualmente, em casos excepcionais, em ultima instancia,
quando não houver outra alternativa, permite-se o uso do balandrau, desde
que com calça jeans e sapatos pretos.

O que é trolhamento?

R: É o ato de trolhar, passar a colher de pedreiro na massa de cimento.

Por que é feito o telhamento?


R: Diferente do que diz o trolhamento, o telhamento é a proteção do templo
contra as intempéries do mundo profano, servindo para certificamos de que
o visitante é Mac∴ e regular (uso da palavra semestral).

A maç∴ é uma instituição secreta?

R: Absolutamente que não, discreta ou privativa é a definição mais correta.

Qual a cor predominante numa Loj∴ Adon∴?

R: Azul celeste (céu).

Onde fica situada a porta do T∴?

R: No Oc∴, entre as CCol∴ J∴ e B∴.

Qual o nome do local onde sentam-se os AAp∴?

R: Setentr∴ ou Col∴ do Norte.

Por que os AAp∴ sentam no setentrião?

R: Porque é a parte menos iluminada e um Apr∴ que apenas recebeu mui


fraca luz, não está em condições de suportar maior claridade.


O que existe no centro do soalho da Loj∴ ao Oc∴?

R: O pavimento mosaico, símbolo do equilíbrio entre o bem e o mal e a


variedade do solo terrestre, a integração dos opostos, a união dos Mac∴ em
despeito das etnias.

De que compõe e quais as cores do pavimento mosaico?

R: Preto e branco.

O que é Pav∴ de Mos∴?

R: É um pavimento formado por vários mosaicos, visto que o pavimento


mosaico é um mosaico por si só, devemos chamá-lo assim.

O que é a orla dentada?

R: É uma espécie de moldura em cor azul celeste que contorna o pavimento


mosaico, cujo formato lembra o dente de uma engrenagem, cada um em
formato triangular; No centro de cada lado consta a inicial do ponto cardeal
correspondente ao arremate do ângulo. É o símbolo da união que deve
existir entre todos os homens, desde o momento em que o amor fraternal
dominar todos os corações.

De que ordem são as as CCol∴ na entrada do T∴?


R: São de ordem coríntia.

Qual a letra gravada na Col∴ ao lado do 2º Vig∴?

R: J

O que existe sobre as CCol∴?

R: Existem romãs, o universo e o planeta terra.

Qual o significado das romãs?

R: Significa o bem produzido nas estações do ano, as lojas e os maçons


espalhado pela superfície da terra. Suas sementes unidas lembrando a
fraternidade. Nicola Aslan diz que as romãs representam a potência
reprodutiva da natureza.

Quais as dimensões das CCol∴?

R: 18 côvados de altura, 12 côvados de circunferência, 12 côvados de base, 5


côvados de capitéis. (18x12x12x5)

Quantos nós existem na corda que contorna o T∴?

R: 81

O que simboliza o teto da Loj∴?

R: A Abóbada celeste, azulada, representando um trecho do hemisfério


norte.

Qual a posição do sol?

R: Ao Sul.

Qual a posição da lua?

R: Ao Norte.

O que é moral Mac∴?

R: É o sistema mais apropriado e mais prático para o ensino ao amor ao


próximo; da formação do caráter, tanto do ponto de vista social, quanto
individual.

Como consideramos nossos semelhantes?

R: Como nossos iguais, e fazemos aos nossos semelhantes aquilo que


desejamos que seja feito para nós.


Qual a altura da Loj∴?

R: Da terra ao céu.

Qual o comprimento da Loj∴?

R: Do norte ao Sul.

Qual a largura da Loj∴?

R: Do oriente ao ocidente.

Qual a profundidade da Loj∴?

R: Do manto terrestre ao núcleo.

Por que esta a Loj∴ situada do Or∴ ao Oc∴?

R: Porque as razões simbólicas deste procedimento se justifica por ser o sol o


centro energético do nosso sistema, e seus raios luminosos os condutores
dessa energia.

Em que se apóia a Loj∴?

R: Em três grandes CCol∴ denominadas Sab∴, Forç∴ e Bele∴.


Por que a Loj∴ é sustentada por três CCol∴?

R: Porque a Sab∴ nos deve orientar ao longo do caminho da vida, a Forç∴


nos animar e sustentar em todos os momentos de dificuldade e a Bele∴ deve
adornar nossas ações, nosso caráter e nossa alma.

Por que a Maç∴ combate a ignorância?

R: Por ser esta a mãe de todos os vícios.

Por que a Maç∴ combate o fanatismo?

R: Porque o fanatismo é uma das conseqüências mais terríveis da ignorância,


tendo na exaltação religiosa seu expoente, o que é um mal para a sociedade,
pois perverte a razão e conduz os insensatos, em nome de deus, a
praticarem ações condenáveis.

Em que consiste nossa fraternidade?

R: De homens livres e de bons costumes.

Qual a jóia do 2º Vig∴?

R: O prumo.

Em que ano se tem idéia da introdução na Maç∴ no Brasil?


R: A introdução da Maç∴ no Brasil se deu em 1801.

Qual o nome da primeira Loj∴ instalada no Brasil?

R: Reunião.

Em que Estado se tem notícia da instalação da 1º Loj∴ no Brasil?

R: Rio de Janeiro.

Quais as duas primeiras Loj∴ fundadas no Rio de Janeiro, e a que obediência


pertenciam?

R: Loj∴ “União e Tranquilidade” e “Esperança” pertencentes ao GOB.

Qual o nome das primeiras Loj∴ fundadas em Salvador?

R: Loj∴ Cavaleiros da Luz.

Em que Estado foi fundado o Gr∴ Or∴ do Brasil?

R: Rio de Janeiro.

Por que teve pouca duração o 1º Gr∴ Or∴?


R: Por causa da revolução Pernambucana.

Em que ano surgiram as LLoj∴ “União e Tranquilidade” e “Esperança de


Niteroi”?

R: 17 de junho de 1822.

Em que data se fundou o atual Gr∴ Or∴ do Br∴?

R: 17 de Junho de 1822.

Qual o nome do V∴ M∴ que presidiu a assembléia que redundou na


fundação do Gr∴ Or∴ do Br∴?

R: Visconde de Rio Branco.

O que ocasionou a fundação do Gr∴ Or∴ do Br∴?

R: A divisão da Loj∴ Comércio de Artes.

Quais as obrigações do Ir∴ Tes∴?

R: Arrecadar e guardar os metais da Loj∴ recolhidos no Tr∴ de Sol∴, as


contribuições regulares da Loj∴ e as doações dos IIr∴ e outros eventos, e
pagar todas as despesas mediante documentos visados pelo V∴ M∴. Assinar
junto com o V∴ M∴ todos os documentos financeiros e patrimoniais,
mantendo em dia a contabilidade, prestando contas à Loj∴ de seus atos, com
periodicidade de Lei.

Quais as obrigações do Ir∴ Canc∴?

R: Guardar o Selo e o Timbre da Loj∴ e registrar a presença dos OObr∴ em


sessão, anunciando os eventos natalícios dos IIr∴ e seus FFam∴. Comunicar o
nome dos OObr∴ presentes e justificar a falta dos ausentes, comunicando o
nome dos que tem faltado sem justificativa, inclusive da administração,
indicando quando ultrapassam o limite da Lei e remetendo a prancha de
advertência a estes OObr∴, e indicar o nome dos que estão aptos para votar
e serem votados. Assinar com o V∴ M∴ os certificados para os visitantes.

Quais as obrigações do Ir∴ M∴ CCer∴?

R: Conduzir os IIr∴ no T∴, exceto os que se deslocam por dever de ofício,


levar os pedidos dos IIr∴ e o expediente, realizar as CCer∴ do fogo e da
incensação na abertura e encerramento dos TTrab∴, sustentando o Pálio
para a abertura e o fechamento do L∴ da L∴. Também é seu dever a alocação
dos OOfic∴ quando as ausência dos titulares, mediante consulta ao V∴ M∴ e
a organização do Proc∴ de Entr∴ no T∴. Realizar e fazer todo cerimonial de
acordo com a liturgia do Rito Adonhiramita, circula com o S∴ de Prop∴ de
Inf∴, apresentando as esferas para votação secreta e anuncia o resultado das
votações nominais.

Quais as obrigações do Ir∴ Hosp∴?


R: Manter os IIr∴ avisado das sessões, fazer visitas a aqueles que se acharem
doentes, procurando minorar os problemas dos IIr∴, quer espiritualmente,
quer materialmente, sempre com a concordância do V∴ M∴. Conduzir o Tr∴
de Sol∴ em seu giro ritualístico, entregando seu resultado ao Ir∴ Or∴ para
conferência. Manter atualizado os registros do Tr∴ de Sol∴ e propor
alterações ou a manutenção dos auxílios prestados pela Loj∴, prestando
contas de suas atividades e presidir a comissão de beneficência.

Quais as obrigações do Ir∴ Exp∴?

R: Manter o T∴ coberto aos olhares indiscretos dos profanos, telhar os


VVis∴, participar do acendimento e extinção da chama sagrada e compor, a
convite do Ir∴ de Cer∴ o Pálio.

Quais as obrigações do Ir∴ Arq∴?

R: Preparar a Loj∴ e guardar os paramentos no final da sessão, mantendo


atualizado os registros dos bens da Of∴, apresentando o inventário
respectivo e repondo o material consumido nas sessões. Ascende e extingue
a Chama Sagrada antes da abertura e no encerramento das sessões e
compõe o Pálio.

Quais as obrigações do Ir∴ M∴ de Banq∴?

R: Organizar as cerimônias dos banquetes e as festas que a Loj∴ realiza.


Quais as obrigações do Ir∴ Cobr∴?

R: Verificar a identidade dos OObr∴ e comunicar ao Ir∴ 2º Vig∴ todos os


acontecimentos que interessarem ao bem da Ordem em geral e ao Quadr∴
da Loj∴ em particular.

Quais as obrigações dos Ir∴ 1º e 2º Vig∴?

R: Ver se a Loj∴ está coberta, examinar escrupulosamente se todos os


presentes são Maç∴, fechar a Loj∴, manter a ordem e o silêncio em sua Col∴,
pagar os OObr∴ e despedi-los contentes e satisfeitos, fazer bom acolhimento
aos IIr∴ visitantes e anunciar as ordens do V∴ M∴, substituindo-o em suas
ausências, instruir os OObr∴ de sua CCol∴ e propor aumento de seus
salários, impedir que os OObr∴ de suas CCol∴ transitem pelo T∴ sem
autorização de forma irregular, conceder a palavra a bem da Ordem em geral
e do Quadr∴ em particular.

Quais as obrigações do Ir∴ Orad∴?

R: Como representante do Ministério Público da Loj∴, zela pelo cumprimento


das Leis, Regulamentos, Costumes e Tradições. Comenta a respeito dos
TTrab∴ e da sessão. Cumpre e faz cumprir os deveres e obrigações
assumidos pelos OObr∴ e promove a denuncia dos infratores, é seu dever
ainda: ler as leis e decretos, verificar a regularidade dos documentos Maç∴
que forem apresentados, opor-se a qualuqer deliberação contrária a Lei e
denunciar a insistência, assinar com o V∴ M∴ e o Secr∴ as atas após sua
aprovação pela Assembléia, agradecer a presença dos visitantes e apresentar
as peças de arquitetura nas SSess∴ MMag∴.

Quais as obrigações do Ir∴ Secr∴?

R: Traçar e apresentar o Balaústre e as correspondências da Loj∴,


apresentando e organizando a correspondência recebida, remetida, os
registros dos IIr∴ em suas fichas.

Quais as obrigações do V∴ M∴?

R: Na condição de presidente da Of∴, o V∴ M∴ coordena todos os trabalhos


visto ser o primeiro Oficial de uma Loj∴ Simb∴, sendo costume que antes de
ser eleito para este cargo o candidato tenha ocupado outros cargos em Loj∴
e, obrigatoriamente, o cargo de VVig∴. Nomeia todos os oficiais não eleitos e
membros das comissões. Representa a Loj∴ no meio Maç∴ ou profano.
Convoca reuniões, coordena e fiscaliza todas as atividades da Of∴. Confere
os graus simb∴ e proclama as decisões por voto, podendo deixar sob.
Malhete o expediente qie não seja do GOB.

Concede a palavra ou a retira, distribui as sindicâncias, suspende os


trabalhos quando achar conveniente, exerce a autoridade disciplinar sobre
todos os presentes da sessão, encerra o livro de presenças, assina junto com
o Tes∴ os documentos da tesouraria e com o secretário e orador o Balaústre,
autoriza despesas não previstas, vota apenas nos Eescrut∴ Secre∴ e
apresenta relatório anual de atividades. Deve procurar harmonizar as forças
e qualidades dos OObr∴ das Of∴ e dar orientação aos TTrab∴, devendo ser
um chefe democrát∴, contemporizador, justo, discreto, tolerante, estudioso,
humilde, honesto, motiador, um entusiasta pela Loj∴, em fim: um exemplo a
ser seguido.

Quais os ornamentos de uma Loj∴?

R: O pavimento mosaico, a estrela flamejante ou rutilante e a orla dentada.

O que são paramentos?

R: O L∴ da L∴, o compasso e o esquadro.

O que são jóias da Loj∴?

R: São insígnias, em número de seis, sendo três fixas e três móveis (assim
denominadas por serem transmitidas nas eleições).

As jóias fixas são: A prancheta, a pedra Bruta e a Pedra Cúbica; As móveis


são: o Esquadro, o nível e o prumo.

O que representa a Estrela Rutilante?


R: Representa a principal Luz da loja, simbolizando o Sol, Glória do Criador,
dando-nos o exemplo da maios e da melhor virtude que deve encher o
coração do homem: a Caridade.

O que representa o L∴ da L∴?

R: Representa o código moral que cada um de nós respeita e segue, a


filosofia que cada um adota, a fé que nos governa e anima. Simbolicamente
é a palavra e a Lei do G∴ A∴ D∴ U∴.

O que representa o Esq∴ e o Compass∴?

R: Em Loj∴ estes símbolos só se mostram em conjunto, representando a


justa medida que deve presidir todas as nossas ações, as quais não podem se
afastar da justiça e da retidão que apóiam os atos de um verdadeiro iniciado.
É o escudo da Maç∴. Em separado o compasso é um instrumento impróprio
para o Ap∴ que apenas está desbastando a Pred∴ Brut∴, por esta razão suas
pontas estão ocultas sob o esquadro, no simbolismo deste Grau. Em seu
formato triangular lembra nos a Trindade e, necessariamente, a Dinvindade.
O olho que tudo vê, como um símbolo da Onisciência e Onipresença divina,
está inserido num triangulo. O Compasso é, portanto, um símbolo de
perfeição e naturalmente um Ap∴ que se prepara para esta conquista, não
está habituado para utilizar-se deste instrumento.

O Esquadro é o símbolo da retidão, equidade, dever, justiça, lembrando aos


MMaç∴ que devem sempre ter um comportamento direito, correto,
produtivo e sábio. É pelo esquadro que devemos regular nossas ações,
lembrando-nos que devemos harmonizar nossa conduta de acordo com a
virtude, jamais agindo irrefletidamente. Não é a toa que este seja o símbolo
da jóia do V∴ M∴.

Qual a jóia do V∴ M∴?

R: Compasso.

Qual a jóia do 1º Vig∴?

R: Nível.

O que representa a pedra bruta?

R: A inteligência, o caráter e o sentimento do homem primitivo, áspero,


despolido, bruto e que se conserva neste estado até que pelos cuidados de
seus pais e pela orientação de seus MM∴ desperta para a virtude e o
aperfeiçoamento, tornando-se culto e capaz de fazer parte de uma
sociedade civilizada.

Em que local está a pedra bruta?

R: Na Col∴ do Norte.


O que são os Landmarks?

R: São consideradas as mais antigas Leis que regem a Maç∴ Universal.

Cite 3 Landmarks?

R: O mais legitimo e inquestionável, segundo Mackey, o processo de


reconhecimento não admite mudança; A divisão da Maç∴ em três graus; A
crença de deus como G∴ A∴ D∴ U∴.

O que é Rito Adonhiramita?

R: É o nome da Maç∴ que foi fundada e se baseia na lenda e comemoração


de Adonhiram, cujo Rito foi desenvolvido a partir do primitivo Rito de
Héredom.

De quantos graus era composto originalmente o Rito Adonhiramita?

R: 12 Graus.

Em que data foi proclamada a constituição do Rito Adonhiramita?


R: Em 1973, nas dependências do Instituto Maçônico Conselheiro Macedo
Soares, oportunidade em que adotou 33 graus e reinvidicou a sede do Rito
para o Brasil.

O que significa Adonhiram?

R: Trata-se de uma palavra composta de Adon, de Adonai, que em hebraico


significa “Senhor meu Deus”, e o nome próprio Hiram. A tradução mais usual
é “Consagrado ao Senhor” ou Divino Hiram.

Por que nos vestimos de preto?

R: As cores emitem uma energia própria que influencia o estado de espírito


humano, daí a cromoterapia. O preto é uma negação ou ausência de cor, o
que nos faz RECEBER ENERGIA ao invés de emitir, permite-nos absorver o
bem que emana dos corpos organizados.

O que simbolizam as luvas brancas?

R: A candura que reina na alma do homem de bem e a pureza de suas ações.

Quais os instrumentos do Ap∴?


R: O maç∴ e o cinzel.

O que simboliza o maço?

R: Simboliza que a habilidade sem o uso da razão é de pouco valor, será inútil
que o espírito ou mente conceba e o cérebro projete, se a mão (corpo) não
estiver pronta para executar o trabalho. É o símbolo da inteligência, da força
dirigida, controlada. É do maço que surgiu Maçom e Maçonaria. Em tamanho
reduzido denomina-se malhete, e é o símbolo da autoridade das Luzes.

O que simboliza o cinzel?

R: Simboliza que a educação e a perseverança são indispensáveis para se


chegar a perfeição, que a virtude só é alcançada pela precisão no desbaste
das arestas e no polimento da obra, que resultará na iluminação da
inteligência e na purificação da alma.

Qual a importância do nº 3 no grau de Ap∴?

R: É o número do Ap∴ por excelência, visto que a bateria do grau , a marcha


e a idade estão a ele relacionadas e seu estudo é fundamental para o
progresso do Ap∴. É o emblema da manifestação: positivo e negativo para a
energia elétrica, é o delta sagrado, é a S∴ F∴ B∴

Qual a letra inicial do Tetragrama?


R: “IOD”

O que significa IEVE?

R: A grande evolução, ou “do que existe” e “do que existia”, a palavra IEVE é
a corrupção ocidental do NOME INEFÁVEL ou o nome de DEUS, que não deve
ser pronunciado profanamente.

O que siginifca VAU?

R: As seis faces dos corpos, as seis faces de um cubo (4


lados+base+superfície superior), que é o símbolo de aperfeiçoamento de
todo Mac∴.

Quais a três qualidades do Maç∴?

R: Vontade, amor e sabedoria.

Quem o Maç∴ reverencia?

R: Somente ao G∴ A∴ D∴ U∴.

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