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PERSONAGENS
3. VIAJANDO NA LAGARTONA
Tá tudo azul para a lagarta que Alice encontra fumando num baita narguilé. A geringonça
e o fato de o bicho falar lentamente, “viajando” e filosofando, são até hoje associados ao
consumo de ópio. A droga, que atualmente é ilegal, tinha uso medicinal na época da
publicação do livro, em 1865
4. COGUMELOS ALUCINÓGENOS
A lagarta doidona explica que comer do cogumelo em que está sentada pode fazer Alice
crescer ou diminuir de tamanho. Há quem veja nisso uma clara referência a cogumelos
alucinógenos, embora não haja indícios, dentro ou fora da obra, relacionando o autor ao
consumo dessa droga
5. SORRISO DELIRANTE
O habitante mais alucinado do País das Maravilhas aparece e desaparece em vários
momentos da trama, seja de corpo inteiro, seja mostrando apenas algumas partes, como
o sorriso. Especula-se que o gato possa ter surgido das terríveis enxaquecas do autor
Lewis Carroll, que relatou vários episódios de alucinação em seus diários
6. NA CASA DO CHAPÉU
Alice topa com o Chapeleiro Maluco em um tradicional chá das cinco inglês. Na época
em que a história foi escrita, muitos chapeleiros enlouqueciam de fato, por causa da
exposição ao mercúrio usado na confecção dos chapéus. Os sintomas eram tremores nos
olhos e membros, fala confusa e alucinações. O personagem serviu até de inspiração para
um inimigo do Batman
7. EXTINTO E POLITIZADO
O dodô, ave extinta no século 17, é interpretado como uma caricatura do próprio Lewis
Carroll, cujo nome real era Charles Dodgson. Para variar, o autor aproveitou o
personagem para dar suas alfinetadas. O dodô organiza uma corrida sem rumo, que não
chega a lugar nenhum, como nas reuniões políticas desde aquela época
A narrativa satisfaz de tal forma o trio de ouvintes que Dodgson passa os anos que se
seguem a transpô-la para o papel. Acaba por a publicar em 1865, sob o pseudónimo
“Lewis Carroll” e o título Alice no País das Maravilhas. Sem o saber, está a imortalizar
a pequena Alice Liddell, de quem tanto gosta, e a assinar uma das mais influentes obras
da história da literatura infantil.
O apelo de Alice
Contos de animais falantes e mundos de fantasia já existem há muito, mas Alice marca a
diferença no panorama literário pela espontaneidade e sinceridade apresentadas. A
protagonista Alice é fascinante porque, ao contrário de outros protagonistas de histórias
infantis, se mostra sempre obstinada, casmurra e imperfeita. Como uma criança real.
Porque foi moldada numa criança real.
Por outro lado, se todas as anteriores narrativas infantis têm uma razão formativa ou
moral, Alice é criada com o único propósito de entreter. O autor não a concebe para o
público, mas para uma única pessoa, a sua jovem Alice Liddell. Este despretensiosismo
permite-lhe entregar-se por inteiro à história, acrescentando-lhe, no processo, a sua
própria visão da sociedade, entre logicismos e símbolos matemáticos.
Como resultado, Alice no País das Maravilhas torna-se alvo eterno de análise, na busca
de significados políticos, sociais e filosóficos. Das suas inúmeras interpretações nascem
novas obras, novos estilos. Nunca um livro infantil recebeu tanta atenção adulta.
Possíveis simbolismos
Aos leitores de Alice no País das Maravilhas são permitidos dois caminhos: desfrutar a
história aceitando o seu absurdo ou vasculhá-la procurando símbolos obscuros que a
expliquem. Aqueles que optam pela segunda opção deparam-se com jogos de palavras,
críticas à sociedade da época, referências a temas pouco infantis, jogos de lógica e lições
de relações inversas.
Matemática
Uma vez que Lewis Carroll era professor de matemática na Christ Church,
da Universidade de Oxford, é sugerida a existência de muitas referências e de conceitos
matemáticos, tanto nesta obra, como na Alice no Outro Lado do Espelho. Alguns
exemplos: