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Atividade 4
Para ler:
De acordo com o Guia de Boas Práticas - Conciliar a Vida Profissional, Familiar e Social, (GRAAL,
2000:4) conciliar significa “harmonizar, aproximar ou tornar compatíveis diferentes interesses
ou atividades, de maneira a permitir uma coexistência isenta de fricções, de stresse ou de
inconvenientes”. O direito à conciliação da vida profissional com a vida familiar está consagrado
na Constituição da República Portuguesa (CRP), que no seu artigo 59.º, n.º 1 b) refere que
“todos os trabalhadores sem distinção de sexo, raça, cidadania, território de origem, religião,
convicções políticas ou ideológicas, têm direito à organização do trabalho em condições
socialmente dignificantes, de forma a facultar a realização pessoal e a permitir a conciliação da
atividade profissional com a vida familiar”.
Na clarificação desta temática é importante clarificar a noção de tempo, importando
referenciar os tempos das mulheres e os tempos dos homens. Nas palavras de Perista
(2002:447) o tempo surge “(…) como resultado de uma construção social, constituída por e
constitutiva de relações sociais”. Diz ainda que o significado social do tempo não é neutro,
sendo uma forma de quantificar e também de atribuir valor às atividades humana. A
valorização social do tempo distingue duas formas de trabalho: o trabalho remunerado em
contexto profissional (Perista, 2002) ou simplesmente “trabalho”, definido por Geurts e
Demerouti (2003, cit in Guerreiro, 2012:4) como “um conjunto de tarefas (prescritas) que um
indivíduoexecuta quando ocupa uma posição numa organização”, e o trabalho não pago no
contexto dos agregados familiares (Perista, 2002) ou simplesmente “não trabalho” na
perspetiva de Geurts e Demerouti (2003 cit in Guerreiro, 2012:4) e descrito ”como atividades e
responsabilidades dentro do domínio da família, bem como para além da situação familiar”.
Também Allis e O’Driscoll (2007 cit in Guerreiro, 2012) subdividem o trabalho não pago em
duas dimensões: a família e as atividades pessoais que os indivíduos levam a cabo apenas para
seu benefício e prazer pessoal.
A teoria do conflito entre a vida profissional e pessoal, descrita como um conflito interpapeis
que surge quando as pressões dos domínios do trabalho e da família são percecionadas como
mutuamente incompatíveis em algum aspeto (Greenhaus & Beutell, 1985), atenta a duas
formas de conflito: o conflito trabalho-família (CTF), quando as responsabilidades profissionais
interferem com os compromissos familiares, e o conflito família-trabalho (CFT), quando as
obrigações da esfera familiar interferem com o domínio profissional. Os estudos iniciais sobre
este conflito de papéis tratam-no como um constructo global e evidenciam a sua natureza
bidirecional, no entanto, estudos mais recentes especificam a interferência entre estas duas
esferas de atuação, tratando o CTF e o CFT como dois constructos distintos mas inter-
relacionados, na medida em que a ocorrência de conflito num domínio contamina e gera
incapacidade de atender plenamente os compromissos do outro domínio, aumentando a
probabilidade de conflito nesse domínio (Anderson et al, 2002; Frone et al, 1992).
Para responder:
4- Enuncie algumas das práticas empresariais que se poderão adotar para promover uma
efetiva conciliação entre a vida pessoal e profissional.
O formador:
António Costa