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GEOGRAFIA

1. Produção e Território

a) organização do espaço industrial brasileiro: evolução e tendências.

Ha tempos, as indústrias vêm conquistando o seu espaço no Brasil, tornando-se um dos elementos mais básicos de
uma determinada região. Trazendo consigo, sempre uma característica marcante, a MUDANÇA, seja ela qual for, tanto na
cultura como na economia ou até mesmo no espaço que ela ocupa e no impacto que ela causará em seu ambiente.
A seguir, veremos um pouco mais sobre essas indústrias, como e porque, que um lugar que comporta uma ou
várias indústrias se modifica, e modifica a vida de sua população; como os meios de transporte e comunicação podem
influenciar para a industrialização de uma determinada região.
Porque as indústrias tendem a se concentrar mais em uma determinada região? Como fica o desenvolvimento de
uma região pouco industrializada? Essas e outras questões serão abordadas a seguir, tendo como principal objetivo, fazer
que se entenda melhor, o papel desta gigante, chamada INDÚSTRIA !

A DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS NO BRASIL

A atividade industrial, muito concentrada no Sudeste brasileiro, de uns tempos pra cá, vem se distribuindo melhor
entre as diversas regiões do país. Atualmente, seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem passando por um processo de
descentralização industrial, chamada por alguns autores de desindustrialização, que vem ocorrendo intra - regionalmente e
também entre as regiões.
Dentro da Região Sudeste há uma tendência de saída do ABCD Paulista, buscando menores custos de produção do
interior paulista, no Vale do Paraíba ao longo da Rodovia Fernão Dias, que liga São Paulo à Belo Horizonte. Estas áreas
oferecem, além de incentivos fiscais, menores custos de mão-de-obra, transportes menos congestionados e por tratarem-se
de cidades-médias, melhor qualidade de vida, o que é vital quando trata-se de tecnopólos.
A desconcentração industrial entre as regiões vem determinando o crescimento de cidades-médias dotadas de boa
infra-estrutura e com centros formadores de mão-de-obra qualificada, geralmente universidades. Além disso, percebe-se um
movimento de indústrias tradicionais, de uso intensivo de mão-de-obra, como a de calçados e vestuários para o Nordeste,
atraídas sobretudo, pela mão-de-obra extremamente barata.

A CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL NO SUDESTE


A distribuição espacial da indústria brasileira, com acentuada concentração em São Paulo, foi determinada pelo processo
histórico, já que no momento do início da efetiva industrialização, o estado tinha, devido à cafeicultura, os principais
fatores para instalação das indústrias a saber: capital, mercado consumidor, mão-de-obra e transportes.
Além disso, a atuação estatal através de diversos planos governamentais, como o Plano de Metas, acentuou esta
concentração no Sudeste, destacando novamente São Paulo. A partir desse processo industrial e, respectiva concentração, o
Brasil, que não possuía um espaço geográfico nacional integrado, tendo uma estrutura de arquipélago econômico com
várias áreas desarticuladas, passa a se integrar. Esta integração reflete nossa divisão inter-regional do trabalho, sendo
tipicamente centro-periferia, ou seja, com a região Sudeste polarizando as demais.
A exemplo do que ocorre em outros países industrializados, existe no Brasil uma grande concentração espacial da
indústria no Sudeste. A concentração industrial no Sudeste é maior no Estado de São Paulo, por motivos históricos. O
processo de industrialização, entretanto, não atingiu toda a região Sudeste, o que produziu espaços geográficos
diferenciados e grandes desigualdades dentro da própria região. A cidade de São Paulo, o ABCD (Santo André, São
Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema) e centros próximos, como Campinas, Jundiaí e São José dos Campos
possuem uma superconcentração industrial, elaborando espaços geográficos integrados à região metropolitana de São
Paulo. Esta área tornou-se o centro da industrialização, que se expandiu nas seguintes direções: Baixada Santista, região de
Sorocaba, Vale do Paraíba – Rio de Janeiro e interior, alcançando Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.

AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E INDUSTRIAIS NAS 05 REGIÕES DO BRASIL

Sudeste:
Como descrito anteriormente, o Sudeste, é a região que possui a maior concentração industrial do país.
Nesta área, os principais tipos de indústrias são: automobilística, petroquímica, de produtos químicos, alimentares,
de minerais não metálicos, têxtil, de vestuário, metalúrgica, mecânica, etc. É um centro polindustrial, marcado pela
variedade e volume de produção.
Várias empresas multinacionais operam nos setores automobilísticos de máquinas e motores, produtos químicos,
petroquímicos, etc. As empresas governamentais atuam principalmente nos setores de siderurgia, petróleo e metalurgia,
enquanto empresas nacionais ocupam áreas diversificadas.
O grande interesse de empresas multinacionais é principalmente pela mão-de-obra mais barata, pelo forte mercado
consumidor e pela exportação dos produtos industriais a preços mais baixos. Quem observa a saída de navios dos portos de
Santos e do Rio de Janeiro tem oportunidade de verificar quantos produtos industriais saem do Brasil para outros países.
A cidade do Rio de Janeiro, caracterizada durante muito tempo como capital administrativa do Brasil até a criação
de Brasília, possui também um grande parque industrial. Porém, não tem as mesmas características de alta produção e
concentração de São Paulo. Constitui-se também, de empresas de vários tipos, destacando-se as indústrias de refino de
petróleo, estaleiros, indústria de material de transporte, tecelagem, metalurgia, papel, têxtil, vestuário, alimentos, etc.
Minas Gerais, de passado ligado à mineração, assumiu importância no setor metalúrgico após a 2º Guerra Mundial
e passou a produzir principalmente aço, ferro-gusa e cimento para as principais fábricas do Sudeste. Belo Horizonte tornou-
se um centro industrial diversificado, com indústrias que vão desde o extrativismo ao setor automobilístico.
Além do triângulo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, existem no Sudeste outras áreas industriais, a
maioria apresentando ligação direta com algum produto ou com a ocorrência de matéria-prima . É o caso de Volta
Redonda, Ipatinga, Timóteo, João Monlevade e Ouro Branco, entre outras, ligadas à siderurgia. Outros centros industriais
estão ligados à produção local, como Campos e Macaé (açúcar e álcool), Três Corações, Araxá e Itaperuna (leite e
derivados), Franca e Nova Serrana (calçados), Araguari e Uberlândia (cereais),etc.
O estado do Espírito Santo é o menos industrializado do Sudeste, tendo centros industriais especializados como:
Aracruz , Ibiraçu, Cachoeiro de Itapemirim
Vitória, a capital do Estado, tem atividades econômicas diversificadas, relacionadas à sua situação portuária e às indústrias
ligadas à usina siderúrgica de Tubarão.
No Sudeste, outras atividades estão muito ligadas à vida urbana e industrial: comércio, serviço público, profissionais
liberais, educação, serviços bancários, de comunicação, de transporte, etc. Quanto maior a cidade, maior variedade de
profissionais aparecem ligados às atividades urbanas.
Como entre São Paulo, Rio e Belo Horizonte concentra-se a maior produção industrial do país, a circulação de
pessoas e mercadorias é muito intensa na região. Milhares de pessoas estão envolvidas na comercialização, transporte e
distribuição dos produtos destinados à industrialização, ao consumo interno ou à exportação. Considerada também o centro
cultural do país, a região possui uma vasta rede de prestação de serviços em todos os ramos, com grande capacidade de
expansão, graças ao crescimento de suas cidades.
O Estado de São Paulo é o maior destaque. Concentrando cerca de 40% dos estabelecimentos industriais do país;
48% do pessoal ocupado em indústrias; 53% do valor da produção industrial. A grande São Paulo, sobretudo os municípios
do ABC, Diadema, Osasco. Guarulhos e outros, possui a maior concentração industrial do país e da América Latina.

Ainda no Estado de São Paulo, outros centros industriais importantes, situam-se normalmente ao longo dos
principais eixos rodoviários ou rodo ferroviários. São eles:
a) Anhanguera Campinas, Americana, Limeira, Piracicaba e Ribeirão Preto.
b) Dutra - Jacareí, São José dos Campos e Taubaté.
c) Washington Luís - Rio Claro, São Carlos, Araraquara e São José do Rio Preto.
d) Raposo Tavares - Sorocaba, ltapetininga e Presidente Prudente.
e) Anchieta - Cubatão, Santos e São Bernardo.

Sul:
A industrialização do Sul, tem muita vinculação com a produção agrária e dentro da divisão regional do trabalho
visa o abastecimento do mercado interno e as exportações.
O imigrante foi um elemento muito importante no início da industrialização como mercado consumidor e no
processo industrial de produtos agrícolas, muitas vezes em estrutura familiar e artesanal.
A industrialização de São Paulo implicou na incorporação do espaço do Sul como fonte de matéria-prima,
implicou também na incapacidade de concorrência das indústrias do sul, que passaram a exportar seus produtos tradicionais
como calçados e produtos alimentares, para o exterior. Com as transformações espaciais ocasionadas pela expansão da soja,
o Sul passou a ter investimentos estrangeiros em indústrias de implementos agrícolas.
A indústria passou a se diversificar para produzir bens intermediários para as indústrias de São Paulo. Nesse
sentido o sul passou a complementar a produção do Sudeste. Daí considerarmos o Sul como sub-região do Centro-Sul.
Objetivando a integração brasileira com os países do Mercosul, a indústria do Sul conta com empresas no setor
petroquímico, carboquímica, siderúrgico e em indústrias de ponta (informática e química fina).
A reorganização e modernização da indústria do sul necessitam também de uma política nacional que possibilite o
aproveitamento das possibilidades de integração da agropecuária e da indústria, à implantação e crescimento da produção
de bens de capital (máquinas, equipamentos), de indústrias de ponta em condições de concorrência com as indústrias de
São Paulo.
A Região Sul tem apenas 20% de participação no processo industrial. É a segunda região mais industrializada. As
indústrias mais importantes são as de bens de consumo: as alimentícias destacam.se no RS, como frigoríficos, couros,
vinícola, as têxteis em SC e madeira no PR. No RS, os centros mais industrializados são: Grande Porto Alegre, Caxias do
Sul, Pelotas, Rio Grande, etc. Em SC, por sua vez, destacam-se: Joinville, Blumenau (têxtil); Criciúma e Tubarão (carvão).
Já no PR tem-se Curitiba, polo industrial, além de centros no norte do Estado. Foi amplamente beneficiada com a
desconcentração industrial devido apresentar as melhores vantagens locacionais. Com o Mercosul a região recebeu novos
investimentos devido apresentar melhor localização geográfica em relação ao bloco e por ter melhor infraestrutura
energética, de estradas, portos e mão de obra qualificada.

Nordeste:
É a terceira região mais industrializada. A industrialização dessa região vem se modificando, modernizando, mas
sofre a concorrência com as indústrias do Centro-Sul, principalmente de São Paulo, que utilizam um maquinário
tecnologicamente mais sofisticado.
A agroindústria açucareira é uma das mais importantes, visando sobretudo a exportação do açúcar e do álcool.
As indústrias continuam a tendência de intensificar a produção ligada à agricultura (alimentos, têxteis, bebidas) e
as novas indústrias metalúrgicas, químicas, mecânicas e outras.
A exploração petrolífera no Recôncavo Baiano trouxe para a região indústrias ligadas à produção refino e
utilização de derivados do petróleo.
Essa nova indústria, de alta tecnologia e capital intenso, não absorve a mão-de-obra que passa a subempregar-se na
área de serviços ou fica desempregada.
As indústrias estão concentradas nas mãos de poucos empresários e os salários pagos são muito baixos,
acarretando o empobrecimento da população operária.
O sistema industrial do Nordeste, concentrado na Zona da Mata, tem pouca integração interna. Encontra-se
somente em alguns pontos dispersos e concentra-se sobretudo nas regiões metropolitanas: Recife, Salvador e Fortaleza .
Com vistas à política do Governo Federal para o Programa de Corredores da Exportação, instituído no final da
década de 70 para atender ao escoamento da produção destinada ao mercado externo, foram realizadas obras nos terminais
açucareiros dos portos de Recife e Maceió.
A rede rodoviária acha-se mais integrada a outras regiões do que dentro do próprio Nordeste. A construção da
rodovia , ligando o Nordeste (Zona da Mata) ao Sudeste e ao Sul, possibilitou o abastecimento do Nordeste com produtos
industrializados no Sudeste e o deslocamento da população nordestina em direção a este.
Centro-Oeste:
Na década de 60, a industrialização a nível nacional adquire novos padrões. As indústrias de máquinas e insumos
agrícolas, instaladas no Sudeste, tiveram mercado consumidor certo no Centro-Oeste, ao incentivarem-se os cultivos dos
produtos de exportação em grandes áreas mecanizadas.
A partir da década de 70, o Governo Federal implantou uma nova política econômica visando a exportação. Para
atender às necessidades econômicas brasileiras e a sua participação dentro da divisão internacional do trabalho, caberia ao
Centro-Oeste a função de produtor de grãos e carnes para exportação.
Com tudo isso, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região em criação de bovinos do País, sendo esta a atividade
econômica mais importante da sub-região. Sua produção de carne visa o mercado interno e externo.
Existem grandes matadouros e frigoríficos que industrializam os produtos de exportação. O abastecimento
regional é feito pelos matadouros de porte médio e matadouros municipais, além dos abates clandestinos que não passam
pela fiscalização do Serviço de Inspeção Federal.
Sua industrialização se baseia no beneficiamento de matérias-primas e cereais, além do abate de reses o que
contribui para o maior valor de sua produção industrial . As outras atividades industriais são voltadas para a produção de
bens de consumo, como: alimentos, móveis etc. A indústria de alimentos, a partir de 1990, passou a se instalar nos pólos
produtores de matérias-primas, provocando um avanço na agroindústria do Centro-Oeste. A CEVAL, instalada em
Dourados MS, por exemplo, já processa 50% da soja na própria área.
No estado de Goiás por exemplo, existem indústrias em Goiânia, Anápolis, Itumbiara, Pires do rio, Catalão,
Goianésia e Ceres. Goiânia e Anápolis, localizadas na área de maior desenvolvimento econômico da região, são os centros
industriais mais significativos, graças ao seu mercado consumidor, que estimula o desenvolvimento industrial.
Enquanto outras áreas apresentam indústrias ligadas aos produtos alimentares, minerais não metálicos e madeira,
esta área possui certa diversificação industrial. Contudo, os produtos alimentares representam o maior valor da produção
industrial.
Norte:
A atividade industrial no Norte, é pouco expressiva, se comparada com outras regiões brasileiras. Porém, os
investimentos aplicados, principalmente nas últimas décadas, na área dos transportes, comunicações e energia
possibilitaram à algumas áreas o crescimento no setor industrial , visando à exportação.Grande parte das indústrias está
localizada próxima à fonte de matérias-primas como a extração de minerais e madeiras, com pequeno beneficiamento dos
produtos.
A agroindústria regional dedica-se basicamente ao beneficiamento de matérias-primas diversas, destacando-se a
produção de laticínios; o processamento de carne, ossos e couro; a preservação do pescado, por congelação, defumação,
salga, enlatamento; a extração de suco de frutas; o esmagamento de sementes para fabricação de óleos; a destilação de
essências florestais; prensagem de juta, etc. Tais atividades, além de aumentarem o valor final da matéria-prima, geram
empregos.
As principais regiões industriais são Belém e Manaus. Na Amazônia não acontece como no Centro-sul do país, a
criação de áreas industriais de grandes dimensões.
Mais adiante veremos sobre a criação da Zona Franca de Manaus.

COMO A IMPLANTAÇAO DE UMA INDÚSTRIA PODE ALTERAR NA CULTURA E NAS RELAÇÕES DE


TRABALHO NA REGIÃO EM QUE FOI IMPLANTADA

Já é do conhecimento de todos nós, que quando uma indústria é implantada em determinada região, várias
mudanças acontecem, dentre elas, mudanças no espaço geográfico, mudanças culturais, e principalmente, mudanças na
economia.
A implantação de uma indústria, modifica a cultura, pois, um trabalho que artesanalmente era executado pelo
povo, e tido como tradição, cede seu lugar, muitas vezes à máquinas pesadas, e que exercem sozinhas e em pouco tempo, o
serviço que muitas vezes, era desempenhado por várias pessoas e em um período de tempo muito maior. Assim, milhares de
postos de trabalho se extinguiam, fazendo-se aumentar o número de empregos informais surgidos nessa região.
Além de mudanças na cultura e economia, surgem também, mudanças no espaço geográfico: em alguns casos, as
industrias são implantadas, sem maior avaliação dos danos que ela poderá causar, acarretando conseqüências gravíssimas
posteriormente.
A ZONA FRANCA DE MANAUS
A ZFM foi criada em 1957 originalmente através da Lei 3.173 com o objetivo de estabelecer em Manaus um
entreposto destinado ao beneficiamento de produtos para posterior exportação. Em 1967, a ZFM foi subordinada
diretamente ao Ministério do Interior, através da SUFRAMA (pelo Decreto-Lei nº 288). O decreto estabelecia incentivos
com vigência até o ano 1997.
Ao longo dos anos 70, os incentivos fiscais atraíram para a ZFM investimentos de empresas nacionais e
estrangeiras anteriormente instaladas no sul do Brasil, bem como investimentos de novas ET, principalmente da indústria
eletrônica de consumo. Nos anos 80, a Política Nacional de Informática impediu que a produção de computadores e
periféricos e de equipamentos de telecomunicações se deslocasse para Manaus e a ZFM manteve apenas o segmento de
consumo da indústria eletrônica.
A Constituição de 1988 prorrogou a vigência dos incentivos fiscais da União para a ZFM até o ano 2.013, mas
com a abertura da economia, nos anos 90, esses incentivos perderam eficácia. Simultaneamente, os produtos fabricados na
ZFM passaram a enfrentar a concorrência com produtos importados no mercado doméstico brasileiro. As empresas
estabelecidas em Manaus promoveram um forte ajuste com redução do emprego e aumento do conteúdo importado dos
produtos finais.

A RELAÇÃO DOS MEIOS DE TRANSPORTE E COMUNICAÇÃO, E DO COMÉRCIO COM A


INDUSTRIALIZAÇÃO DE UMA DETERMINADA REGIÃO

Os meios de transporte, comunicação e comércio, são os fatores cruciais para que se implante uma indústria em
uma determinada região.
Para ser determinado estratégico para a implantação de uma indústria, um local tem que ter fácil acesso à
rodovias, que escoem a sua produção para as diversas regiões do país e os portos, visando a exportação.
Os meios de comunicação, também são vitais, para que sejam feitos os contatos necessários para se fechar
grandes negócios, visando a obtenção de lucros mais altos, para o crescimento da indústria, a atualização dos
conhecimentos e a velocidade de comunicação.
O comércio, também é muito importante, pois para que se produza alguma coisa , é necessário que haja mercado
para este produto, e o comércio tem o papel de intermediário entre o produtor e o consumidor final.

OS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA INDÚSTRIA

As economias capitalistas tiveram, do pós guerra até meados da década de 70, uma das fases de maior expansão e
transformações da estrutura produtiva, sob a égide do setor industrial. Essa expansão foi liderada por dois grandes
subsetores: o metal-mecânico (indústria de automotores, bens de capital e do consumo duráveis) e a química
(especialmente a petroquímica).
A rápida implantação da matriz industrial internacional no Brasil internalizou os vetores produtivos da químico-
petroquímica, da metal-mecânica, da indústria de material de transporte, da indústria madeireira, de papel e celulose e de
minerais não-metálicos todos com uma forte carga de impacto sobre o meio ambiente.
De maneira geral, e abstraindo as características de cada ecossistema, o impacto do setor industrial sobre o meio
ambiente depende de três grandes fatores: da natureza da estrutura da indústria em distintas relações com o meio natural; da
intensiva e concentração espacial dos gêneros e ramos industriais; e o padrão tecnológico do processo produtivo-
tecnologias de filtragem e processamento dos efluentes além do reaproveitamento econômico dos subprodutos.
A industrialização maciça e tardia incorporou padrões tecnológicos avançados para base nacional, mas
ultrapassados no que se refere ao meio ambiente, com escassos elementos tecnológicos de tratamento, reciclagem e
reprocessamento.
Enquanto o Brasil começa a realizar ajustes no perfil da indústria nacional, a economia mundial ingressa em um
novo ciclo de paradigma tecnológico. Ao contrário da industrialização do pós-guerra, altamente consumidora de recursos
naturais - matérias - primas, "commodities" e energéticos, o novo padrão de crescimento tende a uma demanda elevada de
informação e conhecimento com diminuição relativa do "consumo" de recursos ambientais e de "produção" de efluentes
poluidores.

b) dinâmicas territoriais da economia agrícola no Brasil.

O setor agrícola tem grande importância histórica para o país devido ao próprio processo de evolução da nossa
economia. Até início do século XX a economia nacional era estritamente agrária e suas exportações dependiam do setor
primário. O maior problema que se verifica, quando estudamos a agricultura e a pecuária no Brasil, é a forte concentração
dos meios de produção, de renda e o uso inadequado das terras agricultáveis, muitas vezes usadas como reserva de valor.
Desse modo, caracterizam problemas no setor agropecuário brasileiro a concentração de terras (latifúndio) e o
sistema primitivo de exploração da terra (baixo uso de tecnologia na produção).
Como podemos observar no estudo do Brasil até o momento o país apresenta diferenças significativas também no
setor agrícola e podemos observar uma diferença espacial do uso da terra por setores com forte presença de tecnologia -
CULTURAS VOLTADAS PARA A EXPORTAÇÃO - o outro apresenta baixo investimento tecnológico - CULTURA DE
SUBSISTÊNCIA.
O maior problema é que a modernização agrícola levou a uma redução do número de trabalhadores no campo -
causando o ÊXODO RURAL acelerando o processo de EXPROPRIAÇÃO RURAL. Esse processo levou ao aumento de
trabalhadores despreparados para o mercado urbano se concentrando nas periferias das grandes cidades e,
consequentemente, ao aumento da pobreza urbana. (Essa pobreza estava distribuída no grande espaço rural e agora se
concentra nas periferias das cidades).
Assim, podemos listar algumas características do campo no Brasil:

I. Concentração fundiária (latifúndio);


II. Baixo uso de tecnologia;
III. Agricultura modernizada voltada para o mercado externo;
IV. Cultura de subsistência com baixo investimento em tecnologia.

Especialização produtiva do território - fronteira agrícola

A implementação da agricultura no país foi, historicamente concentrada no litoral. Com a modernização do


território. Com a introdução do sistema rodoviário na segunda metade do século XX, tomou-se possível romper com as
ilhas econômicas e criar um mercado nacional. Esses fatores levaram também a expansão da agricultura para o interior do
território. A ocupação de novas áreas para a produção agrícola é chamada de FRONTEIRAS AGRÍCOLAS.
Na década de 40 a 60 a fronteira se concentrava na região Centro-Oeste, mas a partir da década de 70, a Amazônia
apresentou-se como a nova e principal área de expansão. A ocupação diferencial do espaço, com sucessivas fases de
modernização gerou um espaço heterogêneo quando observamos o espaço e consideramos os dados da produção,
organização, uso de insumos e tecnologias. Esse espaço heterogêneo pode ser caracterizado da seguinte maneira:
- Centro-Sul: elevado grau de modernização agrícola com uso de insumos e tecnologia na produção. Máquinas,
fertilizantes, sementes selecionadas, defensivos, empresas de pesquisas e desenvolvimento tecnológico estão presentes no
cenário produtivo.
- Nordeste: a agricultura apresenta diferenças internas significativas. No sertão predomina a agricultura de
subsistência sem nenhum investimento tecnológico, no litoral (cana e cacau), em bolsões de irrigação (vale do São
Francisco) e nas áreas de cerrado (sul do Piauí, Sul do Maranhão e oeste da Bahia) já apresentam como áreas de expansão
da agricultura comercial voltada para a exportação que conformam sistemas produtivos com maior investimento em
tecnologia e uso de insumos e mecanização.
- Amazônia: aparece como a principal área de expansão agrícola do país. Nessa região se observa grande expansão
sem a preocupação com a preservação do meio ambiente. Essa ocupação tem gerado muitos conflitos agrários. O uso do
solo e os sistemas produtivos implantados têm aproveitado a fertilidade inicial do solo para garantir maior produtividade.
A modernização acelerada da agricultura e a pobreza nas áreas rurais geraram pressão também nas áreas urbanas,
ocasionando o êxodo rural (abandono das áreas rurais) e um processo caótico e acelerado de urbanização. Os problemas
dos migrantes do meio rural (subemprego, pobreza), sem resolução, foram transferidos para as grandes metrópoles,
agravando o quadro da exclusão social urbana.

Observações sobre a agricultura tradicional

Está em decadência devido:

. incapacidade de adquirir equipamentos;


. falta de financiamento;
. maior custo de produção; e
. menor produtividade.

Maiores produções por estado

SP: laranja, cana e no extremo oeste a pecuária de corte Vale do Paraíba (SP' - RJ) bacia leiteira;
MG: café, maior rebanho bovino, 60% da produção de frangos.
Sul:- conglomerados das indústrias de alimentos: soja, milho, trigo, fumo e uvas.
Norte do Paraná: expansão da agricultura paulista. Soja e milho atualmente a modernização levou a concentração
de terras e ao êxodo rural e a migração inter-regional.
RS: pecuária na campanha gaúcha sofre com a concorrência da pecuária da Argentina.
Centro-Oeste: soja pós 1960, farelo de soja para ração. Acidez do solo do cerrado equacionado pelo uso de
tecnologia.
Maiores produtores por produtos

Arroz: RS, MT, MA, MG - cultivado em todo pais, irrigado ou de várzea no RS e de sequeiro no Centro-Oeste.
Feijão: PR, MG, BA, SP e em todo pais. Grande parte da produção é proveniente de pequenos produtores.
Mandioca: PA, PR, BA, MA e em todo o país, principalmente no NE.

Aumento da cultura comercial

Laranja: SP, BA, SE, RJ - exportação de suco concentrado.


Cana: SP, AL, PR, PE - grande expansão nos ano 70 – Proálcool (GANHA EXPRESSÃO DEVIDO A
NECESSIDADE DE DESENVOLVER COMBUSTÍVEL ALTERNATIVO)
Soja: PR, MT, RS, GO - alimentação humana, óleo e ração animal. Tem expandido do Sul para outras regiões (NE
e CO).
Milho: MG, SP, PR, RS – alimentação humana, ração animal e óleo.
Café: MG, ES, SP, PR - exportação de grãos e café solúvel.
Cacau: BA, PA, RO, ES - chocolate, manteiga e licores.
Banana: PA, SP, BA - grande consumo interno e exportação.
Coco: BA - aproveitamento do tronco, fruto, fibra, folhas ....
Trigo: PR, RS, MS, SC - rotação com a soja (verão) e trigo (inverno), mecanizada.
Algodão: CE, PE, PB, GO, MT – indústria têxtil, alimentícia (óleo), farmacêutica e adubo (bagaço).
Fumo: Sul país - indústria de cigarros.

Vários problemas ambientais estão associados a produção agropecuária destacamos aqui:


• Desmatamento;
• Queimadas;
• Uso de agrotóxicos (contamina rios lagos e lençóis freáticos);
• Erosão (perda de solo e assoreamento e perda de solo);
• Erosão genética (redução da biodiversidade);
• Compactação do solo (mecanização e pisoteio);
• Uso de sementes transgênicas - redução da biodiversidade - Lei de Biossegurança.

c) a questão agrária e a expansão do agronegócio.

A partir do descobrimento, em 1500, até 1822, as terras brasileiras foram controladas pela Coroa Portuguesa, que
repassava o direito de uso da terra de acordo com a confiança, conveniência e interesse. A distribuição de terras era
utilizada como meio de ocupar as áreas desabitadas e principalmente para facilitar o controle do território, além de visar à
produção de produtos tropicais apreciados na Europa. Foi nesse período que foram introduzidas as plantations (grandes
propriedades rurais que utilizavam mão de obra escrava e nas quais se cultivava uma única cultura com destino à
exportação).
A distribuição de terras no período colonial produziu terras devolutas, que correspondem às terras que a coroa
cedeu às pessoas, mas que não foram cultivadas e, dessa forma, foram devolvidas. Hoje essa expressão não é mais usada,
pois são denominadas terras inexploradas.
De 1822 a 1850, ocorreu no Brasil a posse livre das terras devolutas, uma vez que não havia leis que
regulamentassem o direito do uso da terra. Naquele momento não existia valor de troca para as terras, ou seja, de compra e
venda, ela somente era utilizada para o cultivo.
A liberdade para obter as terras devolutas não favoreceu o surgimento de pequenas e médias propriedades rurais,
pois os escravos recém libertados não tinham acesso ao uso da terra; e nem os imigrantes, cuja entrada no país foi limitada
à ocupação urbana.
Com a expansão da produção cafeeira, no ano de 1850, e também com a lei de Eusébio de Queiroz, em que vetou
a prática de tráfico negreiro, o governo brasileiro incentivou a entrada de imigrantes europeus para substituir a mão de obra
escrava.
O governo criou, em 1850, a lei de terras, com intuito de oferecer mão de obra aos fazendeiros produtores de café.
A lei eliminou as possibilidades de aquisição de terras por parte dos imigrantes estrangeiros, isso os levava a trabalhar com
baixos salários. A lei de terras garantiu que as terras devolutas se tornassem propriedade do Estado, podendo ser negociadas
apenas através de leilões. No entanto, somente os grandes latifundiários tinham condições de adquirir tais terras, além
daqueles que tinham dinheiro para investir.
A lei de terras, que garantia a venda de terras em leilões, também relatava que todo recurso derivado desses leilões
serviria para custear a vinda de novos imigrantes europeus e asiáticos para trabalhar no Brasil. Muitos imigrantes vinham
para o Brasil com promessas de adquirir terras, mas isso não acontecia, ao chegar ao país eram levados às fazendas para
trabalhar, os únicos lugares que ofereciam emprego.
A partir desse momento a terra deixou de ser utilizada somente para o cultivo e passou a ser moeda de troca
(compra e venda) podendo ser um patrimônio particular. Em suma, transformou-se em símbolo de poder e acentuou as
desigualdades fundiárias no Brasil.
Nesse momento começou no Brasil a prática de escravidão por dívida, que naquela época atingia os imigrantes
estrangeiros e, atualmente, as pessoas de baixa renda. Essa prática vem desde o século XIX até a atualidade. No ano de
1872, o governo alemão vetou a imigração para o Brasil.

Estatuto da Terra é a forma como legalmente se encontra disciplinado o uso, ocupação e relações fundiárias em
cada país.

Um dos primeiros códigos inteiramente elaborados pelo Governo Militar no Brasil, a Lei 4504, de 30 de novembro
de 1964, foi concebida como a forma de colocar um freio nos movimentos campesinos que se multiplicavam durante o
Governo João Goulart.
Apesar de importantes peças para o ordenamento jurídico brasileiro, seu conteúdo é muito pouco difundido, e
conta com poucos especialistas no meio doutrinário. Conquanto seus conceitos abarquem definições de cunho inteiramente
político, servem para nortear as ações de órgãos governamentais de fomento agrícola e de reforma agrária, como o INCRA.
São diversos os conceitos ali enunciados, com importantes repercussões para a vida no campo, bem como a relação do
proprietário de terras com o seu imóvel. Dentre elas:
Reforma agrária - é o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante
modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade.
Módulo rural - consiste, em linhas gerais, na menor unidade de terra onde uma família possa se sustentar ou,
como define a lei: lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico e
cujas dimensões, variáveis consoante diversos fatores (localização, tipo do solo, topografia, etc.), são determinadas por
órgãos oficiais. Por estes critérios, uma área de várzea de meio hectare pode configurar, em tese, um módulo rural ao passo
que 10 hectares de caatinga podem não atingi-lo.
Minifúndio - Uma propriedade de terra cujas dimensões não perfazem o mínimo para configurar um módulo rural
(nos exemplos anteriores, uma várzea de 0,2ha...)
Latifúndio - propriedades que excedam a 600 módulos rurais ou, independente deste valor, que sejam destinadas a
fins não produtivos (como a especulação).
Somente em 1988 a Constituição passou a prever a expropriação de terras e a realizar reforma agrária em fazendas que
utilizassem mão de obra escrava, momento em que a escravidão no país foi reconhecida.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, também conhecido pela sigla MST, é um movimento
social brasileiro de inspiração marxista e do cristianismo progressista (teologia da libertação), cujo objetivo é a realização
da reforma agrária no Brasil. O MST teve origem na década de 1980. Defendem eles que a expansão da fronteira agrícola,
os megaprojetos — dos quais as barragens são o exemplo típico — e a mecanização da agricultura contribuíram para
eliminar as pequenas e médias unidades de produção agrícola e concentrar a propriedade da terra.
Agronegócio é toda relação comercial e industrial envolvendo a cadeia produtiva agrícola ou pecuária. No Brasil o
termo agropecuária é usado para definir o uso econômico do solo para o cultivo da terra associado com a criação de
animais.
Agronegócio (também chamado de agrobusiness) é o conjunto de negócios relacionados à agricultura e pecuária
dentro do ponto de vista econômico.
Costuma-se dividir o estudo do agronegócio em três partes: a primeira parte trata dos negócios agropecuários propriamente
ditos, ou de "dentro da porteira", que representam os produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes,
constituídos na forma de pessoas físicas (fazendeiros ou camponeses) ou de pessoas jurídicas (empresas).
Na segunda parte, os negócios à montante da agropecuária, ou da "pré-porteira", representados pela indústria e
comércio que fornecem insumos para a produção rural, como por exemplo os fabricantes de fertilizantes, defensivos
químicos, equipamentos.
E na terceira parte estão os negócios à jusante dos negócios agropecuários, ou de "pós-porteira", onde estão a
compra, transporte, beneficiamento e venda dos produtos agropecuários até o consumidor final. Enquadram-se nesta
definição os frigoríficos, as indústrias têxteis e calçadistas, empacotadores, supermercados, distribuidores de alimentos.
O agronegócio representa em torno de um terço do PIB brasileiro, razão pela qual é considerado o setor mais
importante da economia nacional.
O IBGE divulgou dados referentes a 2004, os quais mostram o peso do setor na economia brasileira:
- foi responsável por 37% dos empregos;
- importou o equivalente a R$ 4,8 bilhões, e exportou R$ 39 bilhões;
- dentro do saldo total do comércio exterior brasileiro (de R$ 36,6 bilhões), o saldo dos negócios agrícolas
corresponde a 93% (ou R$ 34 bilhões). O restante da economia nacional responde por apenas 7% (R$ 2,6 bilhões);
- nos anos de 2000 a 2005, o saldo das exportações do setor cresceu 159%, média de 21% ao ano.
Segundo o Ministério da Agricultura, nos últimos anos, poucos países tiveram um crescimento tão expressivo no
comércio internacional do agronegócio quanto o Brasil. Em dez anos as exportações do setor saltaram de US$ 15,94
bilhões (1993), com um superávit de US$ 11,7 bilhões, para aproximadamente o dobro. O faturamento com as vendas
externas de produtos agropecuários também dobraram no saldo comercial, levando a Conferência das Nações Unidas para o
Comércio e Desenvolvimento (Unctad) a prever que o Brasil será em breve o maior produtor mundial de
alimentos.
O aprimoramento do agronegócio barateou o custo dos alimentos e deu a população um maior poder de consumo e
de escolha, mas também trouxe vários problemas, principalmente ligados às questões ambientais e sociais.
O maior desafio agora é a produção no campo sem impactos ao meio-ambiente, causados notadamente pelo uso de
defensivos, pelo desmatamento e empobrecimento do solo, queimadas, contaminação de mananciais e do lençol freático,
desequilíbrio ecológico e proliferação de pragas.
A modernização da agricultura deixou muitos produtores à margem do processo, principalmente famílias que
viviam da agricultura de subsistência, ou agricultura familiar, em pequenas propriedades rurais. Estes, privados de técnicas
e métodos modernos, como irrigação, maquinários e insumos, perderam a competitividade, o que levou ao abandono do
campo, num fenômeno conhecido como êxodo rural, desenvolvendo assim nas grandes cidades o acumula de pessoas
vindas do campo.
No Brasil os pequenos e médios produtores também são conhecidos como minifundiários, aqueles que contam
com áreas pequenas e poucos recursos financeiros para incrementar o processo. Porém, existem empreendedores modernos
que, apesar de pouca área, conseguem maximizar a produção ao diversificar a produção, a exemplo do que acontece em
países com pouca extensão territorial, como o Japão e integrantes da Europa, e auferem bons lucros com a criação de aves,
suínos ou piscicultura, bem como na plantação de hortifrutigranjeiros, de fumo, arroz e outras culturas que dependem de
pouco espaço e muita mão-de-obra.
A agricultura familiar é a que predomina nos minifúndios.
Os proprietários ou arrendatários de grandes extensões de terra são também conhecidos como latifundiários.
Geralmente são áreas onde ocorre a monocultura de produtos considerados commodities, que no Brasil são principalmente
a soja, o milho, o algodão e a pecuária leiteira e de corte.
É o tipo de produção que ocorre em países de grande extensão territorial, é o lucro se dá pelo ganho em escala e a
redução dos custos de produção.
O agronegócio e os biocombustíveis
O biocombustível é uma opção para substituição dos combustíveis fósseis, por ser renovável e menos poluente.
Trata-se dos chamados combustíveis de biomassa, em especial o etanol e diversos tipos de óleos vegetais, com inúmeras
fontes, como mamona, soja, milho, dendê, pequi, girassol.
O Brasil foi pioneiro no uso do biocombustível em escala, através do programa Pró-álcool, idealizado pelo
Governo Federal na década de 1970, após a segunda fase da crise do petróleo.
Foi também o primeiro país a obrigar o uso, através da mistura do álcool na gasolina, bem como o primeiro a ter frota
composta por automóveis flex, que rodam com os dois tipos de combustível, independente da quantidade de cada um.
Atualmente o Governo Federal trabalha para ampliar o uso do biodiesel.

d) politicas territoriais no setor de energia: matriz, distribuição e tecnologia.

Esse conteúdo tende a ser exigido já que o Brasil se destaca no cenário mundial como um dos grandes países
industrializados que utiliza maciçamente a fonte hídrica na produção de eletricidade. Essa característica ajuda para as
baixas emissões de gases do efeito estufa de origem energética. É lógico que o petróleo ocupa espaço de relevância na
matriz brasileira. A autossuficiência em petróleo e a diversificação da matriz de combustíveis, por meio da produção de
biocombustíveis, são componentes do planejamento estratégico do país. A diversificação é uma necessidade também no
setor elétrico e o aumento do uso do gás natural já ocasionou tensões nas relações com a Bolívia. Observe que a evolução
da matriz energética nas três últimas décadas, revela a continuidade do processo de modernização do país e os rumos
seguidos pelas políticas energéticas. De modo geral, registrou-se redução da participação de lenha c carvão vegetal no
consumo energético e uma diminuição menor mas significativa, da participação dos derivados de petróleo.
Simultaneamente, do cresceram as parcelas de participação da eletricidade, do álcool da cana-de-açúcar c dos gás natural.
A energia é necessária ao Desenvolvimento Econômico e Social para que possamos crescer economicamente.

A questão da matriz energética

Refere-se à fonte da qual um país retira a energia necessária a funcionar a sua produção e consumo da população.
A partir da participação de um determinado tipo de energia na matriz energética podemos inferir o nível de
desenvolvimento desse país.
Países desenvolvidos: matriz energética: com base no PETRÓLEO, CARVÃO, HIDRELÉTRICA, ENERGIA
NUCLEAR.
Países subdesenvolvidos: matriz energética com base na LENHA, CARVÃO, ENERGIA MUSCULAR. Outra
forma de se avaliar o grau de desenvolvimento de um país é analisando o seu consumo PER CAPITA de energia Brasil –
1954 KW/ano
Em nosso país o consumo de energia é muito diversificado e distribui por fontes diversas de energia: petróleo e
GN, hidroeletricidade, carvão mineral, biomassa, energia nuclear.
Apesar da forte participação do petróleo na matriz energética do Brasil nossa matriz tem o maior percentual vindo
do aproveitamento da hidroeletricidade.
O Brasil possui a matriz energética mais renovável do mundo industrializado com 45,3% de sua produção
proveniente de fontes como recursos hídricos, biomassa e etanol, além das energias eólica e solar. As usinas hidrelétricas
são responsáveis pela geração de mais de 75% da eletricidade do País. Vale lembrar que a matriz energética mundial é
composta por 13% de fontes renováveis no caso de Países industrializados, caindo para 6% entre as nações em
desenvolvimento.
HIDROELETRICIDADE
Condições que favorecem a esta decisão:
• país tropical com boa quantidade de chuvas
• relevo predominante de planaltos e depressões
• os rios de planaltos acabam por nos dar um bom potencial hidrelétrico.
Aspectos espaciais, sociais, econômicos e ambientais ligados ao uso da energia
A distribuição espacial considerada amplitude da transmissão, descentralização a produção, localização dos
recursos naturais, localização e densidade da demanda de energia.
Com a urbanizacão aumenta a necessidade de energia.
Sociais: Políticas de inclusão são pensadas também pelo acesso de energia, daí verificamos no Brasil políticas para
atendimento a população de baixa renda. O programa de energia rural é uma exemplo de política energética que visa
inclusão social.
Ambientais: Na atualidade questões ambientais sempre perpassam a produção energética. Questiona-se as
inundações, degradação solo, degradação, poluição das grandes cidades, contaminação fluvial e marítima.
Macroeconômicos: Para garantir a oferta de energia torna-se necessário o planejamento de médio e longo prazo.
pois os investimentos influenciam o acréscimo da dívida externa, geração de emprego, necessidade de importar bens de
capital e de investir em pesquisas para aproveitamento energéticos, crescente necessidade de investimentos para
manutenção da produção.
Os avanços recentes da ciência e tecnologia e as perspectivas novas necessidades geradas a partir da preocupação
ambiental permite o aproveitamento de fontes alternativas.
O biodiesel é um exemplo e refere-se a um combustível alternativo ao diesel, renovável e biodegradável, obtido
comumente a partir da reação química de óleos ou gorduras, de origem animal ou vegetal. Outro exemplo é o álcool
natural, já amplamente utilizado.
Além das fontes convencionais de energia, temos também, as chamadas fontes alternativas.

Tipos de energia
- Convencionais - Petróleo, carvão, lenha e nuclear.
- Alternativas - Álcool, eólica, geotérmica, gás natural, marés, biomassa, hidráulica.
Quanto a sua renovação na natureza temos:

Renováveis e não-renováveis. Renováveis são aquelas que continuam disponíveis depois de utilizadas, isto é, que
não se esgotam. Como exemplo, temos a energia solar, a energia dos vegetais (biomassa), da correnteza dos rios
(hidráulica), dos ventos (eólica), do calor interno do planeta Terra (geotécnica), das marés, entre outras.
Quanto às não-renováveis, estas são limitadas e demoram milhões de anos para se formar, isto é, se esgotarão e
não serão repostas (o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e o urânio, por exemplo).
Quanto ao uso podemos classificar como:
- Primária: de utilização direta. Exemplo o petróleo; e
- Secundária: derivada de uma outra fonte. Exemplo a Termelétrica.

ANALISANDO ALGUMAS FONTES DE ENERGIA

Carvão - Combustível da lª Revolução Industrial. Tem sua formação ligada ao soterramento de material orgânico -
florestas e animais no período Penniano (cerca de 270 milhões de anos) na Era Paleozóica. Sua ocorrência se dá em bacias
sedimentares. Propomos esse mnemônico para grande a sequência da qualidade dos diversos tipos de caso. No Brasil
teremos as principais ocorrências na
Região Sul do pais.
Qualidade do carvão em ordem crescente de qualidade
TU rfa
L inhito
H ulha
A ntracito

O maior produtor nacional SC. A infraestrutura de transporte para o escoamento de produção é tomado pela
Ferrovia Tereza Cristina, pelos portos de laguna e Imbituba. RS e PR também tem jazidas. Existem no Brasil sete centrais
termelétricas em operação.
No RS encontra-se a jazida de Candiota, a maior do país, mas seu carvão tem baixo potencial calorífico e não
compensa beneficiá-lo a longas distâncias. É utilizado somente em usinas termelétricas locais, como a de Canoas e de
Candiota, e seu consumo se restringe às cercanias das áreas de extração, no próprio estado.

PETRÓLEO
Em 1938 foi criado CNP - Conselho Nacional de Petróleo- era o mercado da ação do Estado no Planejamento
energético do país.
Em 1939 foi descoberto primeiro poço na Bahia (Lobato).
Em 1953 foi criado a Petrobrás que teve o monopólio sobre as atividades ligada a produção e refino do petróleo.
Ficou fora do monopólio a distribuição.
A política energética na década de 50 foi influenciado pelo movimento O PETRÓLEO É NOSSO.
o modelo de desenvolvimento adotado pelo país foi marcado pela dependência do petróleo, fonte de energia a qual
não éramos
autossuficientes. A nossa economia foi fortemente impactada pelas crises do petróleo na década de 1970.
1973 - acordo entre os países exportadores de petróleo - OPEP elevou o preço do petróleo.
1979 - guerra Irã x Iraque- novos aumentos devido a guerra entre grandes produtores.
1975 - Contratos de risco - Para driblar a crise o Brasil lançou o Contrato de Risco com descoberta dos poços na
Bacia de campos e posteriormente novas descobertas na plataforma continental, o país viu reduzida a sua dependência.
Hoje com o Pré-sal podemos nos tornar exportadores visando atrair investimentos para o setor de produção.
Maior produção na plataforma continental.
Com a crise o Brasil teve que mudar a sua matriz energética investindo em outros setores energéticos.
- Proálcool
- Energia Nuclear com a produção de Angra I e II
- Grandes hidrelétricas uma alternativa que mudou a nossa matriz energética.
Atualmente o governo defende a construção de novas termonucleares visando ampliar a produção energética e
driblar as limitações impostas pela legislação ambiental a qual tem impedido a expansão de produção de novas
hidrelétricas.
1995 - Quebra do monopólio estatal no setor de petróleo.
1997 - Criação da ANP.

Alcool
Entre as vantagens apresentadas está a recuperação econômica do Nordeste que passa por crises sucessivas, e
ainda nos dias atuais apresenta alternativa para a redução do aquecimento global.
Desvantagens - As primeiras críticas estão relacionadas as:
- não resolver o problema do diesel e sim da gasolina - o transporte dependia do óleo;
- ocupação de terra fértil; e
- trazia consigo o problema dos rejeitos vinhoto e bagaço.
Com o avanço tecnológico a produção do álcool é muita aceita, pois passou a ser uma alternativa a gasolina que
polui muito mais. O vinhoto passou ser utilizado na produção de fertilizantes e o bagaço na produção de energia em
termelétrica e nas caldeiras das usinas, só não resolveu questão da distribuição da terra.

Energia Nuclear
Alternativa para reduzir a dependência do petróleo.
Problemas - Exige grande investimento, demora para entrar em operação c produz lixo radioativo. Sofre o estigma
de acidentes, como o de Chernobyl.
Vantagem: produz eletricidade de forma limpa, não contribui para o efeito estufa.

Energia Eólica
Ê a fonte de energia alternativa com maior taxa de crescimento. Ainda assim, só entra com 0,1% da produção total
de eletricidade. É a favorita dos ambientalistas.
Pró: poluição zero. Pode complementar as redes tradicionais.
Contra: instável, está sujeita a variações dovento e a calmarias. Os equipamentos são carose barulhentos.

Solar
Ainda não se mostrou capaz de produzir eletricidade em grande escala. A Tecnologia deixa a desejar e o custo de
instalação é alto. Para produzir a mesma energia de uma hidrelétrica os painéis solares custariam quase dez vezes mais.
Pró: útil como fonte complementar em residências e áreas rurais distantes da rede elétrica central. Índice zero de
poluição.
Contra: o preço proibitivo para produção em média e larga escalas. Só funciona bem em áreas muito ensolaradas.

Geotérmica
Aproveita o calor do subsolo da Terra, que aumenta à proporção Gás natural, ao contrário do que se pensava
há duas décadas, as reservas Geotécnica aproveita o calor do subsolo da Terra, que aumenta à proporção de 3 graus a cada
100 metros de profundidade. Representa apenas 0,3% da eletricidade produzida no planeta.
Pró: custos mais estáveis que os de outras fontes alternativas. É explorada nos Estados Unidos, Filipinas, México
e Itália.
Contra: só é viável em algumas regiões, que não incluem o Brasil. É mais usada como auxiliar nos sistemas de
calefação.

Gás natural
Ao contrário do que se pensava há duas décadas, as reservas desse combustível fóssil são abundantes.
É cada vez mais usado para gerar eletricidade.
Pró: é versátil, de alta eficiência na produção de eletricidade e não vai faltar. Polui menos que o carvão e o
petróleo.
Contra: os preços instáveis em algumas regiões; exige grandes investimentos em infraestrutura de transporte
(gasodutos ou tenninais marítimos).

Hidrelétricas
As usinas respondem por 18% da energia elétrica global. São responsáveis pelo fornecimento de 50% da
eletricidade em 63 países e por 90% em outros 23, entre eles o Brasil.
Pró: são uma fonte de energia renovável, que produz eletricidade de forma limpa, não poluente e barata.
Contra: exigem grande investimento inicial na construção de barragens. Podem ter a operação prejudicada pela
falta de chuvas.
Maiores Usinas Hidrelétricas Brasileiras
Usina Localização Capacidade Suficiente para abastecer cidade de
Tucuruí Rio Tocantins 8.370 MV 16,7 milhões de pessoas
Itaipu Binacional (parte brasileira Rio Paraná 7.000 MV 14 milhões de pessoas
Paulo Afonso Rio São Francisco 3.984 MV 7,96 milhões de pessoas
Ilha Solteira Rio Paraná 3.440 MV 6,88 milhões de pessoas
Xingó Rio São Francisco 3.162 MV 6,32 milhões de pessoas

Biomassa
Agrupa várias opções como queima de madeira, carvão vegetal e o processamento industrial de celulose e bagaço
de cana-de-açúcar. Inclui o uso de álcool como combustível. Responde por 1% da energia elétrica mundial.
Pró: aproveita restos reduzindo o desperdício. O álcool tem eficiência equivalente à da gasolina como combustível
para automóveis.
Contra: o uso em larga escala na geração de energia esbarra nos limites da sazonalidade. A produção de energia
cai no período de entre safra. Dependendo de como se queima, pode ser mui o poluente.

e) redes, comércio e território.

Vivenciamos um tempo no qual a fluidez das fronteiras é constante, já não contamos com territórios dominados
por uma realidade simples, mas a convivência de diversos agentes atuando e construindo o espaço. Nesse tempo de
globalização, observamos uma transformação quantitativa e qualitativa dos movimentos que redefine o território,
processando novas relações que fortalecem c fragilizam, ao mesmo tempo, os objetos e agentes construtores do território.
O resultado mais imediato neste cenário é a formação de múltiplas redes que podem ser evidenciada nos sistemas
atuais de transportes (logística), de informação e de comércio.
O uso do espaço é coletivo, mas o uso que é feito destas redes atuais se dá de forma extremamente seletiva e não
significa vantagens a toda sociedade, uma vez que podemos verificar uma parcela da sociedade utilizando-se dos bens e
serviços por elas estruturados enquanto uma parcela significativa fica excluída.
No que se refere ao problema da exclusão há um reflexo nítido na gestão do território. Para conseguir a reprodução
dos benefícios para toda sociedade torna-se necessário investimentos que, muitas vezes, não estão disponíveis para o
Estado.
Vamos aqui compreender a formação das redes tendo como suporte as obras técnicas que permitem interligar dois
espaços no território, integrando-os e permitindo um processo de complementaridade ou subordinação do território.
O meio técnico dos sistemas de transporte, nos permite colocar três pontos para reflexão:
1) como se estrutura redes geográficas em suas formas atuais;
A rede de transporte permitiu a integração territorial e a subordinação das regiões periféricas - NE, N e CO - a
estrutura da indústria e comércio do Sudeste. A estrutura tradicional permite criar uma hierarquia mais rígida, uma vez que,
a estruturação da rede se dá pela existência das estradas, ferrovias e hidrovias.
2) a compreensão das transformações contemporâneas nas redes em suas diferentes feições e usos;
Na atualidade, as redes de transporte são sobrepostas por outras vias de subordinação e exercício de domínio no
território. As redes de comunicação e, mais recentemente, a internet, permitiu uma fluidez no processo da estruturação das
redes e dos fluxos que se dão no território.
Esses fluxos que anteriormente dependiam do meio físico - redes de transporte - hoje são definidos também pelo
fluxo de informação que, posteriormente, necessitam da rede física para confirmar o domínio e estruturação da rede.
3) o poder destes sistemas de transporte na transformação dos territórios;
Quando se construiu a estrada Rio-Bahia e a Belém-Brasília verificamos o fim das ilhas econômicas e a integração
territorial. O uso que o meio produtivo faz das redes de transporte permite compreender que com a construção de uma nova
estrada teremos a inserção de mais uma porção do território na dinâmica dominante de uso do espaço para produção de
riquezas.
Uma nova geografia de redes
Observando a distribuição da densidade e do grau de diversidade das atividades de comércio e de serviços de duas
ou mais regiões, verificamos como um centro exerce influência sobre outro por possibilitar acesso a bens e serviços que
não estão disponíveis em toda a porção do território.
Ao avaliar a oferta de bens e serviços exercida pelas cidades na rede urbana do País verifica-se também o grau de
participação e posição na rede. O IBGE em sua avaliação utilizou como fonte dos dados o Cadastro de Empresas -
CEMPRE 2004.
"Deste, extraiu-se o número total de classes de atividades comerciais e de serviços segundo a Classificação
Nacional de Atividades Econômicas - CNAE para todos os municípios do Brasil, partindo da premissa de que, quanto
maior o número de classes de atividade presentes, maior a diversidade de oferta dessas atividades, e maior,
consequentemente, a centralidade exercida pela cidade." (REGI C, 2007)
Um território marcado pela profusão das conexões, quando a mobilidade da produção, do capital e das pessoas se
impõe praticamente como regra, ainda que não se realize do mesmo modo para todos os homens e lugares, a proliferação
das redes técnicas aparece como algo imprescindível.
Os fluxos e a densidade destes nos âmbitos regionais, nacionais ou internacionais, surgem como condição que se
impõe à circulação crescente de tecnologia, de capitais e de matérias primas.
A mobilidade física (fluxo material) pode ser facilmente compreendida, contudo a mobilidade da informação
(fluxo imaterial) só pode ser representada pela comunicação e pela circulação de informações que definem, e por vezes
determinam, a especialidade dos espaços que são criados e recriados continuamente.
Devemos estar atentos em todas as análises das redes para que conheçamos e possamos identificar as posições
políticas e ordens entre diferentes pontos do planeta, sobretudo pela ação das grandes empresas, grupos econômicos,
bancos, etc. Estes agentes organizam o território de forma a atender plenamente as necessidades de controle da
produção/distribuição hegemônicas, atestando o uso corporativo das redes e do próprio território. É no território que a ação
das grandes empresas e dos agentes financeiros se mostram como elemento organizador e normatizador das ações e da vida
dos lugares.
Assim, ao estarem subordinados às redes, os lugares são (re)funcionalizados, tomando uma nova especialização no
território. As redes não podem ser vistas e analisadas somente pelo ponto de vista técnico, de estrutura e fluxos, mas
também com um enfoque social que observa o sujeito, sua cultura, sua relação com o lugar e a necessidade de identidade
para a produção e reprodução deste sujeito.
A rede urbana é formada pelo sistema de cidades – de um mesmo país ou de países vizinhos -, que se interligam
umas às outras por meio de transportes e de comunicações, através dos quais ocorrem fluxos de pessoas, mercadorias,
informações e capitais. De forma geral, quanto mis complexa a economia de um país ou de uma região, maiores são a taxa
de urbanização e a quantidade de cidades, mais densa é a sua rede urbana e maiores são os fluxos que as interligam.

ESQUEMA CLÁSSICO DE REDE URBANA

O esquema clássico de rede urbana estrutura-se sobre uma rígida hierarquia funcional. Nessa hierarquia, quanto
mais elevada é a classe da cidade, mais especializados e raros são os bens e serviços que ela oferece e mais vasta é a sua
região de influência. Em virtude dos custos de deslocamento, as relações externas mais significativas das populações das
pequenas cidades se restringem às cidades médias mais próximas.
O esquema atual de rede urbana foi moldado pela intensificação dos fluxos materiais e, principalmente, dos fluxos
de informações. Os modernos meios de transporte reduziram os custos de deslocamento e as redes de comunicação
contemporâneas diminuíram os custos das trocas simbólicas. Desse modo, todas as cidades, pequenas e médias, adquiriram
novas possibilidades de acesso aos bens e serviços característicos das metrópoles nacionais.
2. Meio ambiente e Território

a) Meio ambiente e urbanização: questões e problemas

O meio ambiente não estabelece fronteira. A fábrica que emite poluente na Alemanha causa chuva ácida na França.
Os dejetos da cidade de São Paulo poluem o Tietê, que se dissolve no Paraná, e por aí vai até chegar ao oceano.
A interação do meio mostra que ações isoladas trazem resultados pequenos devido à interdependência ambiental.
As mudanças que observamos geram desconforto e incertezas. Essas incertezas afetam também o sistema produtivo ou a
possibilidade de gerar lucro fácil.
Na década de 1950 foram transferidas diversas indústrias para os países pobres. Essas empresas buscavam mão-
de-obra barata e leis ambientais mais flexíveis - quando não existentes. Essa era uma estratégia de desenvolvimento
daquele momento que busca ampliar o lucro com mão-de-obra barata e baixo custo de investimento em proteção ambiental.
Com as mudanças que se observou ao longo do século XX observou que esta não afetaria somente os países
pobres, ou seja controlar somente a natalidade na periferia mundial e continuar com o mesmo comportamento no sistema
produtivo não traria a redução da pressão sobre o meio ambiente.
Com isso se inicia uma ação ambiental que passa a ser executada em todo mundo, em ritmos diferenciados. Daí
vem à proibição do uso de determinados produtos como o DDT (Dicloro-Difenil-Tricloroetano) se tomou um dos mais
conhecidos inseticidas de baixo custo) - lembrem-se da música de Raul Seixas, a mosca que falava sobre o uso do DDT.
A discussão sobre o meio ambiente vinha, de certa forma, disfarçada na resistência ao imperialismo vigente. A
canção de Odair José - Pare de tomar a pílula - também faz uma crítica ao que se observava para o controle da natalidade
como forma de denunciar o modelo imposto pelo sistema dominante.
O que se vê nesse processo é que chegamos no século XXI, com graves problemas ambientais herdados da
despreocupação e da incompreensão que o meio ambiente é um sistema e está interligado. Desse modo podemos relacionar
alguns problemas que são recorrentes nas discussões em geral:

1) Efeito estufa - o efeito estufa é o aumento da capacidade da atmosfera em acumular calor na atmosfera. Os
gases - principalmente o C02 - aumentam a capacidade de reter calor. A mudança da composição da atmosfera faz com que
tenhamos a temperatura aumentada com o passar do tempo. A pergunta básica é - porque não mudar a emissão de carbono
porque a energia do petróleo é barata e a indústria de bens é muito dependente dos derivados de petróleo – vamos passar
um dia sem plástico, sem tecidos de microfibra, sem solventes, etc. É possível imaginar tal reestruturação?
2) Ilhas de calor - todo material tem uma capacidade de reter calor e essa capacidade foi medida e chama-se
albedo. É a medida da quantidade de radiação solar refletida por um corpo ou uma superfície. É calculado como sendo a
razão entre a quantidade de radiação refletida pela quantidade de radiação recebida. O albedo é considerado como sendo
em relação à faixa do espectro visível e em relação à normal da superfície do astro e é medido em uma escala que varia de
0 a l. O (zero) equivale a uma reflexão, isto é, toda a luz recebida é refletida, ao passo que 1 (um) equivale a uma absorção
total. Em estudos sobre aquecimento global e ilhas de calor estes fatores são importantes, pois algumas mudanças no albedo
podem equilibrar os efeitos causados pelo aquecimento global. No caso da ilha de calor, o albedo dos materiais construtivos
é calculado levando em consideração não somente a luz visível, mas as radiações infravermelha e ultravioleta na medida
em que todas influenciam no microclima urbano. Como conceito a Ilha de calor: é o nome que se dá para o
aquecimento climático maior das áreas urbanas em relação às áreas rurais circunvizinhas. O contraste entre a
temperatura média no centro de lima grande cidade e de suas áreas rurais vizinhas varia, em média, de 4 a 6°C, podendo
chegar a 11°C, levando a um grande desconforto da população durante o verão e a um grande aumento no consumo de
energia elétrica usada na refrigeração dos ambientes domésticos comerciais e industriais.

PERFIL DE UMA ILHA DE CALOR


Essa questão vem sempre acompanhada da discussão das chuvas nos grandes centros. A maior temperatura leva a
uma elevação da evaporação e a formação de nuvens que aumentam a pluviosidade gerando chuvas convectivas (*). Essas
chuvas levam a ocorrência de inundações que são agravados pelo isolamento do solo urbano, com consequente aumento do
escoamento superficial. A falta de infraestrutura de coleta das águas pluviais ou, quando da existência desta, precariedade
dos serviços de limpeza urbana ou de coleta de lixo levam aos entupimentos de bueiros e galerias causando transtornos.

(*) Chuvas de convecção são também chamadas de chuvas de verão na região Sudeste do Brasil e são
provocadas pela intensa evapotranspiração de superfícies úmidas e aquecidas (como florestas, cidades e oceanos
tropicais). O ar ascende em parcelas de ar que se resfriam de forma praticamente adiabática (sem trocar calor com o
meio exterior) durante sua ascensão. Precipitação convectiva é comum no verão brasileiro, na Floresta Amazônica e na
Região Centro-Oeste. Na região Sudeste, particularmente sobre a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e sobre a
Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) também ocorrem tempestades convectivas associadas á entrada de
brisa marítima ao final da tarde com graves consequências sobre as centenas de áreas de risco ambiental. Estas chuvas
também são conhecidas popularmente como pancadas de chuva, aguaceiros ou torós.

Ainda podemos destacar os seguintes problemas ambientais urbanos


3) Produção de lixo sólido - o descarte do lixo em local inadequado além de contribuir para o aquecimento global
também produz chorume que polui o solo e o lençol freático.
4) Poluição do ar - emissão de poluentes pelos carros, fábricas, poeira, etc.
5) Poluição das águas - a produção de esgoto, que na maioria das cidades brasileiras são lançados nos rios sem
nenhum tratamento, polui os mananciais que são as fontes para o abastecimento das próprias cidades. O uso de detergentes
com bactericidas é um problema ainda maior, pois pode contribuir para desenvolver microrganismos resistentes aos
medicamentos que utilizamos nos tratamentos convencionais;
6) Inversão térmica - mais comum nas cidades mais frias. A camada de poluição impede a entrada dos raios
solares até a superfície. Com isso o ar frio próximo ao solo concentra a poluição e aumenta os casos de doenças
respiratórias.
7) Erosão - a ocupação de encostas, em especial por moradias de população de baixa renda, causa o avanço da
erosão. E comum no verão, período mais chuvoso, ocorrer deslizamentos nas encostas e causar mortes. Estes deslizamentos
podem atingir até bairros e cidades inteiras.
8) Enchentes - uma das consequências da ampliação das áreas urbanizadas é o aumento das chuvas torrenciais.
Essas chuvas, normalmente de verão, ocorrem devido ao maior aquecimento das áreas urbanas e consequente aumento da
evaporação. Com isso há a formação de chuvas convectivas. O maior volume de chuvas concentradas em um pequeno
espaço de tempo causa enchentes, principalmente devido a falta de um planejamento que preveja uma drenagem suficiente
para atender a essa realidade.
9) Poluição sonora e visual - este já é um problema em quase todos centros urbanos. O uso de veículos aumenta a
quantidade de ruídos, bem como o uso de placas e letreiros das lojas e propaganda, sem um planejamento adequado, causa
também uma poluição visual significativa.

Em 2005, 45,5 milhões de pessoas viviam em favela no Brasil, sendo 29% da população e 3º no mundo, perdendo
somente para China e Índia. Favela: é uma área degradada de uma determinada cidade caracterizada por moradias
precárias, falta de infraestrutura e sem regularização fundiária.

b) Os impactos da agropecuária na dinâmica ambiental

Os impactos da produção agropecuária são graves devidos, principalmente, por haver a substituição da vegetação
natural, que tem equilíbrio com os animais, aves e insetos da região, por uma vegetação alienígena - o cultivo (pastos ou
plantação agrícola).
Assim ao listarmos os problemas ambientais causados pela atividade agropecuária sempre listaremos os
desmatamento como o principal problema. Segue a esse o uso das queimadas como estratégia para a limpeza da região
desmatada ou como manejo de pastagens.

Seguem abaixo alguns dos principais problemas:


a) Desmatamento o desmatamento apresenta-se como o maior vilão para a quebra do equilíbrio ambiental. Se não
fosse somente a modificação do albedo da superfície - retirada da vegetação que tem baixa absorção de calor pela
exposição da terra nua que tem maior capacidade de absolver calor, ainda desencadeia outros problemas que listamos a
seguir:
b) destruição do solo - devido à exposição ao sol e chuva;
c) aumento do escoamento superficial - como não se tem as plantas para reduzir a velocidade de escoamento, as
águas das chuvas escoam mais rapidamente, diminuindo a percolação no solo – reduz o abastecimento do subsolo;
d) aumento da erosão - os solos são erodidos pela ação efetiva da água;
e) aumento do assoreamento dos rios - com o aumento da erosão, as águas que vão para os rios e lagos contém
mais material sólido aumentando o aumento da sedimentação nos vales dos rios.
f) redução da vida nos rios e lagos - com o aumento do assoreamento a composição química das águas se
modifica e os rios e lagos ficam mais rasos afetando diretamente na vida aquática;
g) redução da biodiversidade - com a substituição da vegetação natural pela agricultura muitas espécies, animais
e vegetais deixam de existir.
h) queimadas - outro problema que podemos relacionar ao desmatamento é a QUEIMADA. Essa técnica aumenta
a emissão de C02 e, infelizmente, é umrecurso muito utilizado pelos agricultores para a limpeza das áreas desmatadas ou
para a limpeza de pastagens degradadas.

Destacamos ainda como problemas associados à produção agropecuária:


1) compactação do solo - o uso intensivo de máquinas agrícolas e o pisoteio do gado faz com que o solo seja
compactado. Com a compactação reduz a capacidade de percolação e influência no abastecimento dos lençóis freáticos;
2) Poluição das águas - o uso de defensivos e adubos, quando da ocorrência das chuvas, são dissolvidos e poluem
os rios e lagos.
3) Eutrofização - o aumento de adubo e matéria orgânica nos rios e lagos levam ao aumento da produção de algas.
4) Salinizaçâo do solo - o uso da irrigação leva a concentração de sais no solo, reduzindo a produtividade.
5) Desertificação - em algumas áreas de clima tropical pode ocorrer a desertificação. Há a perda da capacidade
dos ecossistemas de regeneração e a capacidade de produzir.

c) Energia e meio ambiente: os impactos socioambientais das diversas matrizes energéticas brasileiras.

Ao explorarmos qualquer riqueza no meio ambiente estaremos causando algum tipo impacto. Assim, falar em
exploração sem impacto significa fazer o homem retomar aos níveis de tecnologia e consumo da idade da pedra, quando o
homem não passava de um ser integrado ao meio.
Naquele tempo a expectativa de vida do homem era de algo em tomo de 27 anos, e quando falamos em expectativa
é que a maioria sequer chegava a essa idade.
O domínio do fogo, e consequentemente das fontes de energia, permitiu ao homem uma mudança técnica
significativa de modo a poder, na atualidade, ter a capacidade de obter energia de diversas fontes, algumas mais eficientes,
outras, nem tanto.
A exploração desta fonte permitiu desenvolver mais que uma fonte concentrada de energia mas também centenas
de subprodutos que hoje está presente em todos os setores de nossa vida.
É possível pensar em um carro movido a álcool ou painéis solares, contudo estamos longe de arrumar um
substituto para o plástico ou benzina, o nafta, asfalto, ou outro subproduto.
Impossível substituir NÃO. Viável a substituição a curto prazo - TAMBÉM NÃO.

Vejamos agora alguns prós e contras para algumas fontes de energia:

ÁLCOOL
Entre as vantagens apresentadas está a recuperação econômica do Nordeste que passa por crises sucessivas, e
ainda nos dias atuais apresenta alternativa para a redução do aquecimento global.
Desvantagens - As primeiras críticas estão relacionadas:
- não resolver o problema do diesel e sim da gasolina
- o transporte dependia do óleo;
- ocupação de terra férteis.
- trazia consigo o problema dos rejeitos - vinhoto e bagaço
Com o avanço tecnológico a produção do álcool é muita aceita, pois passou a ser um aalternativa a gasolina que
polui muito mais. O vinhoto passou ser utilizado na produção de fertilizantes e o bagaço na produção de energia em
termelétrica e nas caldeiras das usinas, só não resolveu questão da distribuição da terra.

CARVÃO MINERAL
Pró - fonte de energia barata e abundante
Contra - produz efluentes altamente tóxicos como e outros metais pesados, libera C02 que contribui para ao
aquecimento global e para a chuva ácida.
Nota - as emissões de fumaça das usinas termelétricas à base de carvão, das indústrias de celulose, das refinarias,
dos veículos automotores, assim como qualquer poluente gasoso lançado na atmosfera, contribuem para a formação de
chuva ácida. Compostos de enxofre e nitrogênio são os principais componentes desta chuva, que pode se manifestar tanto
no local de origem, como a centenas de quilômetros de distância. Um exemplo disto, é a mineração de carvão em
Criciúma-SC, que é responsável pela chuva acidificada pelo enxofre emanado do carvão depositado, que se mistura às
formações de nuvens, em suspensão no ar. Esta chuva quando transportada pelos ventos vai cair, por exemplo, no parque
nacional de São Joaquim, também em Santa Catarina, situado a muitos quilômetros de distância.

PETRÓLEO
Pró - fonte de energia barata e abundante. Éuma fonte de energia que tem grande penetração tecnológica em outros
setores econômicos.
Contra - produz efluentes altamente tóxicos como e outros metais pesados libera C02 que contribui para ao
aquecimento global e para a chuva ácida.
ENERGIA NUCLEAR
Alternativa para reduzir a dependência do petróleo.
Problemas - exige grande investimento, demora para entrar em operação e produz lixo radioativo. Sofre o estigma
de acidentes, como o de Chernobyl.
Pró: produz eletricidade de forma limpa, não contribui para o efeito estufa

ENERGIA ALTERNATIVA

EÓLICA - poluição zero. Pode complementar as redes tradicionais.


SOLAR - útil como fonte complementar em residências e áreas rurais distantes da rede elétrica central, índice zero
de poluição.
GEOTÉRMICA - Aproveita o calor do subsolo da Terra. É explorada nos Estados Unidos, Filipinas, México e
Itália. Só é viável em algumas regiões, que não incluem o Brasil.
BIOMASSA - Agrupa várias opções como queima de madeira, carvão vegetal e o processamento industrial de
celulose e bagaço de cana-de-açúcar.
Pró: aproveita restos reduzindo o desperdício.

HIDRELÉTRICA
Pró: é uma fonte de energia renovável, que produz eletricidade de forma limpa, não poluente.
Contra: construção de barragens. Podem ter a operação prejudicada pela falta de chuvas. As represas movem
pessoas e cobrem locais de grande potencial turístico, como Sete Quedas, que ficava no município de Guaíra-PR, tendo em
vista a construção de Itaipu.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) é um movimento popular brasileiro, surgido a partir do fim da
década de 1970 com o objetivo de organizar os atingidos pela construção de barragens para a defesa de seus direitos.
O movimento surgiu a partir das mobilizações de agricultores contra a construção de usinas hidroelétricas na
região do Alto Uruguai, nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em 1979, quando foram publicados os
primeiros estudos de aproveitamento do potencial hidroelétrico da região, uma reunião promovida pela Comissão Pastoral
da Terra levou à criação de uma Comissão de Barragens, mais tarde Comissão Regional de Atingidos por Barragens
(CRAB).
A luta contra as desapropriações se expandiu nos anos seguintes, com a constituição de comissões regionais. Em
1985, as comissões passaram a atuar sob o nome de Movimento dos Atingidos por Barragens, realizando a sua primeira
assembleia em 1986.
Entre os dias 19 e 21 de abril de 1989, foi realizado o I Encontro Nacional de Trabalhadores Atingidos por
Barragens, em Goiânia. Em março de 1991, o I Congresso Nacional de Atingidos por Barragens aprovou a fundação formal
do MAB.
As reivindicações do MAB incluem a criação de uma política nacional de direitos dos atingidos. O movimento
defende a formação de um fundo de auxílio, para reparar os prejuízos das pessoas afetadas pela construção de barragens.
A organização é contrária à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e outras barragens na Amazônia.

d) A dinâmica da natureza no espaço brasileiro.

Dinâmica do clima e hidrografia


As quatro camadas do globo terrestre: atmosfera, hidrosfera, Litosfera e Biosfera;
Elementos que compõem o clima: temperatura, pressão atmosférica, umidade, ventos e precipitação atmosféricas
(chuvas);
Fatores que influenciam para a diferenciação nos tipos de climas: latitude, altitude, maritimidade e correntes
marinhas;
Ar frio: ar mais denso, maior peso, maior pressão;
Ar quente: o ar que se expande, menor peso, menor pressão;
Frente fria - zona de contato entre uma massa de ar fria e outra quente;
Frente quente - zona de contato entre uma massa de ar quente e outra fria;
Massas que atuam no brasil: mEc - Equatorial Continental, mEa - Equatorial Atlântica, mTa - Tropical Atlântica,
mTe - Tropical Continental e mPa - Polar Atlântica.

Tipos climáticos do Brasil:


- Equatorial- quente e úmido (região Amazônica, Norte de MT e a Oeste de MA);
- Tropical (Abrange toda a região central do país, a porção oriental do Maranhão, grande parte do Piauí e a porção
ocidental da Bahia e de Minas Gerais);
- Tropical de altitude (trechos de SP, MG, RJ, ES, norte de PR e extremo Sul do MS);
- Tropical Atlântico ou tropical úmido (estende-se pela faixa litorânea do Rio Grande do Norte ao extremo leste de
São Paulo);
- Subtropical: é o clima das latitudes abaixo do trópico de Capricórnio, abrange o sul do estado de São Paulo e a
região metropolitana de São Paulo, a maior parte do Paraná (com exceção do norte), Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o
extremo sul de Mato Grosso do Sul; e
- Tropical semi-árido: típico do interior do Nordeste, região conhecida como o Polígono das Secas, que
corresponde a quase todo o sertão nordestino e aos vales médios e inferiores do rio São Francisco; e
- tropical litorâneo: é encontrado na parte oriental do país e abrange as áreas próximas ao litoral.

AS BACIAS HIDROGRÁFICAS BRASILEIRAS SÃO:


Bacia Amazônica, Bacia do Tocantins- Araguaia, Bacia do Paraná, Bacia do Paraguai, Bacia do Uruguai, Bacia
Platina, Bacia do São Francisco e Bacia do Nordeste, Bacia de leste, Bacia de Sudeste e Bacia do Amapá.

A Dinâmica da vegetação no Brasil


Domínio amazônico: Este domínio é também chamado de terras baixas florestadas equatoriais. Domínio marcado
pelo predomínio de terras baixas sedimentares (planícies) com clima equatorial quente e úmido o ano todo. Apresenta uma
floresta úmida e heterogênea e a mais vasta bacia fluvial do mundo. Situado ao norte brasileiro, é a maior região
morfoclimática do Brasil, com uma área de aproximadamente 5 milhões km² – equivalente a 60% do território nacional –
abrangendo os Estados: Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso.
Domínio do Cerrado - marcado por extensos planaltos com chapadões sedimentares, clima tropical típico com
duas estações bem definidas (verão chuvoso e inverno seco), vegetação arbustiva e herbácea (cerrado), na maior parte, e
matas de galerias ou ciliares junto aos rios. Apresenta solos pobres e ácidos. É o domínio que caracteriza a região Centro-
Oeste.
Domínio da Caatinga - caracteriza o sertão nordestino, marcado por um relevo planáltico, onde aparecem áreas
deprimidas (depressões), delimitadas por planaltos e chapadas. O clima é semi-árido (quente e seco); a vegetação a ele
adaptada é pobre c arbustiva, com presença de cactáceas e plantas xerófitas. Os solos são rasos e pobres em matéria
orgânica, mas ricos em sais minerais.
Mares de morros - domínio que corresponde à área do planalto atlântico, principalmente no sudeste, onde o clima
tropical úmido.
Araucária - Este domínio ocupa os planaltos sedimentares-basálticos da porção oriental da bacia do Rio Paraná,
nos quais a altitude média varia entre 850 metros c 1.300 metros.
Pradarias ou campos (pampas) – Este domínio abrange a região conhecida como Campanha Gaúcha. Nele
destaca-se a presença de um relevo suavemente ondulado na forma de colinas, conhecidas como "coxilhas". As colinas são
recobertas por vegetação campestre. Este domínio é, na verdade é um prolongamento do pampa argentino e uruguaio no sul
do Brasil.

Relevo
Pesquisar no modelo de Aroldo de Azevedo (considerou a altimetria como método par classificar o relevo,
Planaltos acima de 200 m, 59% do país e planícies abaixo de 100 m de altitude, 41% do país) e Jurandyr Ross (propôs em
1995 uma nova classificação elaborada a partir da análise de imagens de radar obtidas com o Projeto RADAM BRASIL
(1970 - 1985)).
Classificação por Jurandyr Roos

3. Espaço urbano brasileiro

a) Dinâmica populacional e urbanização

Urbanização brasileira

Considera-se errado falar de urbanização no Brasil durante a época colonial, quando ocorreu na verdade um
crescimento de cidades, pois a população rural cresceu tanto quanto a urbana, e às vezes até mais. A urbanização só
começou a ocorrer de fato quando a indústria se tomou o setor mais dinâmico da economia, o que só aconteceu no século
XX.
Quando a economia nacional foi dominada pelas atividades primárias de exportação, como o açúcar ( século XVI
e XVII), a mineração ( século XVIII), o café (de meados do século XIX até o século XX) e outras, a população urbana
permaneceu mais ou menos estável, representada entre 8 e 10 % do total. Isso é facilmente explicado pela predominância
da força de trabalho no setor primário, pela quase inexistência do setor secundário ou industrial e pela pequena necessidade
de mão de obra no setor terciário.
" O índice de urbanização pouco se alterou entre o fim do período colonial até o final do século XIX e cresceu
menos de quatro pontos nos trinta anos entre 1890 c 1920 ( passando de 6,8% a 10,7% ), foram necessários apenas vinte
anos, entre 1920 e 1940, para que essa taxa triplicasse, passando a 31, 24%. A população concentrada em cidades passa de
4,552 milhões de pessoas em 1920 para 6 208 699 em 1940." (SANTOS, Milton - A Urbanização Brasileira- 5 ed. - São
Paulo- Editora da Universidade de SP.)
Com a industrialização, verificou-se uma urbanização intensa, ocorrendo aumento proporcional dos empregos no
setor secundário e no terciário. A percentagem da população urbana sobre o total da população brasileira passou de cerca de
16% em 1920 para 31% em 1940, 45% em 1960 e cerca de 86% em 2010. Afirma-se comumente que a urbanização
brasileira não é decorrência direta da industrialização, pois esta não gera empregos em números suficientes para atender ao
grande êxodo rural e provoca, assim, desemprego e subemprego em grandes escalas nas cidades. De fato, quando
comparamos a urbanização do Brasil com a que ocorreu em outros países capitalistas desenvolvidos na época da revolução
industrial, verifica-se que aqui o setor secundário absorveu menos mão-de-obra. E também que o setor terciário se tomou
hipertrofiado, pouco capitalizado e com atividades de pequeno porte que podem ser classificados como subemprego. Isso
se aplica ao grande número de vendedores ambulantes, empregadas domésticas, guardadores e lavadores de carro nas ruas,
etc.
Em parte isso se explica, porque, como vimos, a industrialização brasileira é do tipo tardia, tendo se iniciado
apenas no final do século XIX e mediante importação de tecnologia e máquinas dos países desenvolvidos. Essa tecnologia,
geralmente poupadora de mão-de-obra, foi desenvolvida em países em que o crescimento demográfico há muito tempo
declinou, paralelamente à urbanização que ocorreu no século XIX ( no caso do Reino Unido, desde meados do século
XVIII). No Brasil, assim como em outros países de industrialização tardia, essa tecnologia importada agravou o problema
desemprego e do subemprego, já que o declínio das taxas de natalidade é bem mais recente e menos acentuado que nos
países em que ela foi elaborada.

Urbanização e Êxodo Rural


É um equívoco comum, livros revistas e outras publicações, confundir urbanização com crescimento urbano, na
realidade são dois processos interligados, mas distintos. O crescimento urbano consiste na expansão das cidades e pode
existir sem que, necessariamente, haja urbanização.
Esta só ocorre quando o crescimento urbano é superior ao rural, ou seja, quando há migrações rural-urbanas e a
população das cidades aumenta proporcionalmente em relação à do campo.
Em alguns países desenvolvidos, como o Reino Unido, a urbanização já cessou, passando a haver apenas um
limitado crescimento urbano, que decorre, em parte, do crescimento natural da população das cidades e, em parte, da
imigração. Nesse país, a população urbana já chegou aos 92% do total e prevalece urna situação estável entre a cidade e o
campo, com visível diminuição da migração rural- urbana, que, por vezes, chega a ser inferior à migração urbano-rural.
A urbanização, portanto, tem um limite, ponto final, ao passo que o crescimento das cidades pode continuar
indefinidamente. Um bom exemplo é Cingapura, Estado-Nação com uma única cidade e sem meio rural. Logo, sua
população urbana é de 100%, mas existe crescimento urbano, ou seja, crescimento da população da cidade e,
concomitantemente uma renovação urbana, não existe mais urbanização, visto que não há migrações do campo para a
cidade.

O ritmo de crescimento da população urbana é 2,5 vezes superior ao da população rural, apesar das taxas de
natalidade dos que habitam as cidades serem inferiores. Portanto, a elevação da população urbana, elemento responsável
pelo processo de urbanização ainda em curso e de forma bastante intensa no mundo subdesenvolvido, é decorrente da
transferência em grande quantidade da população do campo para a cidade.
De acordo com Milton Santos, os determinantes do êxodo rural são múltiplos, podendo ser:
• de ordem política: nos períodos de guerras e revoluções;
• de ordem demográfica: em países de crescimento demográfico maciço, como a índia e a China;
• de ordem econômica: por causa do desequilíbrio econômico cada vez maior entre a cidade e o campo.
A queda mundial dos preços dos produtos agrícolas, o protecionismo de mercado, dos países desenvolvidos e, em
certos casos, a mecanização contribuíram para acelerar o processo de migração da população rural em direção às cidades.
Na América Latina, a estrutura fundiária concentradora constitui um fator relevante ao êxodo rural.

Causas do êxodo rural no Brasil:


a) busca de empregos com melhor remuneração;
b) mecanização da produção rural;
c) fuga de desastres naturais (secas, enchentes, etc.);
d) busca por acesso a educação para os filhos.

Consequências:
- aumento do desemprego nas cidades – o trabalhador do campo não tem as qualificações exigidas pelo mercado
de trabalho urbano, por isso, permanece desempregado ou ingressa no trabalho informal (ambulantes, vigilantes de carro)
- aumento da ocupação irregular do solo urbano (favelas, cortiços) - as cidades não estão preparadas para
receber esse novo contingente humano e não faz os investimentos em infraestrutura para atender a demanda causando o
aumento das áreas favelizadas;
- estrangulamento dos serviços urbanos (hospitais e escolas) - causam a redução da qualidade do atendimento,
isso quando a cidade consegue atender a todos o que, na atualidade, é uma raridade. Em todos os grandes centros os
hospitais passam por uma crise de atendimento com falta de médicos, enfermeiros, leitos e medicamentos.
Na educação se verifica que as escolas com excesso de alunos por sala de aula como consequência da falta de
planejamento para atender as demandas geradas por esse movimento populacional.
Os municípios rurais também acabam sendo afetados pelo êxodo rural. Com a diminuição da população local,
diminui a arrecadação de impostos, a produção agrícola decresce e muitos municípios acabam entrando em crise. Vários
municípios brasileiros tiveram decréscimo populacional devido ao êxodo para os centros regionais e regiões
metropolitanas.
O fenômeno do êxodo rural causa no urbano duas faces bem distintas - nos municípios menores dependentes da
atividade agrícola observa-se uma redução das atividades econômicas com perda da população mais jovem tomando-se
municípios com um maior percentual de população idosa e nos municípios maiores – centros regionais e regiões
metropolitanas - observa-se um crescimento desordenado com grande parecia da população imersa no trabalho informal e
com a infraestrutura de serviços urbanos estrangulada devido ao crescimento acelerado dessas cidades.
O êxodo rural é uma realidade em todos os países do mundo, mas o que se vê como problema não é a transferência
da população rural para a cidade, mas a incapacidade do Estado em garantir qualidade de vida para essa população.

b) Regiões metropolitanas

Rede urbana e Hierarquia Urbana


Rede urbana: é o sistema hierarquizado de cidades, dependendo todas de um centro maior, que comanda o espaço
por ela polarizado.
São interligados pelas mesmas vias de comunicação, transportes, etc. É a projeção física do espaço, da hierarquia e
da dinâmica existente entre as cidades. Essa hierarquia se expressa pela rede urbana apresentando as cidades com posição
polarização sobre as demais. O IBGE c1assificou as cidades, considerando diversos aspectos em termos da oferta de bens e
serviços. As cidades pequenas possuem bens e serviços de consumos muito frequentes (as principais necessidades); as
cidades médias os menos frequentes e as cidades grandes bens e serviços de consumo raro. Assim as cidades mais
desenvolvidas exercem influência sobre as outras de uma região ou até mesmo em todo país. No Brasil, a hierarquia urbana
é assim estruturada:
- cidades globais: Rio de Janeiro e São Paulo
- metrópoles nacionais: RJ, SP, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza.
- metrópoles regionais: Belém, Manaus e Goiânia.
- capitais regionais: Campinas, Sorocaba, Cuiabá, Florianópolis e etc.
- centros regionais: Andradina, Frutal, Limoeiro, Jacarezinho, Anápolis, Lins, Nova Friburgo, etc.
- centros locais: Luziânia, Unaí, Santo Antônio do Descoberto.
- cidades locais: Xique-xique, irecê, Hidrolândia.

As áreas metropolitanas representam um conjunto de espaços contíguos e integrados socioeconomicamente a uma


cidade central, com serviços públicos de infraestrutura comuns. Possuem planejamento integrado de seu desenvolvimento
urbano, elaborado por um conselho deliberativo, nomeado pelo governo do estado. Tal Conselho Deliberativo é auxiliado
por um Conselho Consultivo, formado por representantes de todos os municípios integrantes da área metropolitana. O
IBGE considera Brasília, Goiânia, Manaus, como sendo metrópoles incompletas. As áreas metropolitanas foram criadas em
1973, pelo Congresso Nacional mediante Lei Complementar e abrigam hoje cerca de 43.000.000 de habitantes (1/4 da
população total).
As regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e baixada Santista, juntas elas formam a macrometropole ou
megalópole paulista.

Regiões metropolitanas

O processo de crescimento horizontal das cidades leva a ampliação da mancha urbana de forma continua. Quando
isso se dá em regiões mais dinâmicas economicamente, há um fenômeno na geografia urbana que chamamos de
conturbação que é o processo da união da malha urbana de dois municípios.
O que podemos observar com esse processo é que o planejamento urbano dos municípios não pode ser pensado
isoladamente, quando muito o chefe do executivo deve ponderar o impacto da oferta de serviços como escola, saúde,
tratamento de água, esgoto, coleta de lixo, transporte urbano, entre outros serviços, para decidir os investimentos futuros de
modo a não perder receita para o município vizinho. Se ofertar um serviço de saúde e educação com qualidade superior ao
vizinho haverá uma migração para o uso desses serviços.
Então como administrar nesses casos. Simples, planejar conjuntamente. Esse processo de planejamento dos
serviços básicos de forma coordenada por vários municípios levou a formação das regiões metropolitanas.
Atualmente, o país conta com 37 regiões metropolitanas e três regiões integradas de desenvolvimento, totalizando
482 municípios e o Distrito Federal. Em 1973, o país contabilizava oito regiões metropolitanas, que somavam 113
municípios.
A Lei Complementar nº 14, de 1973, estabeleceu a noção de Região Metropolitana (RM), aplicando-a às nove
principais aglomerações urbanas do país, são elas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto
Alegre, Recife, Fortaleza e Belém.
As regiões metropolitanas eram áreas administrativas formadas pelos maiores municípios do pais e os municípios
a eles conurbados.
Com o advento da Constituição de 1988 e a recuperação de uma maior autonomia dos estados houve uma
ampliação das regiões metropolitanas. Assim, a partir da década de 1990, outros critérios foram adotados que, além da
população, passou a levar em conta a estrutura produtiva. Desse modo, o conceito de RM foi estendido para mais outras
áreas, além das nove originais.

c) Processo de urbanização brasileiro

Do livro DE SENE, Eustáquio. MOREIRA, João Carlos.


Podemos dividir o processo de urbanização e estruturação da rede urbana brasileira em quatro etapas:
- Até a data de 1930 as migrações e o processo de urbanização se organizaram predominantemente em escala
regional, com as respectivas secundárias e terciárias. As atividades econômicas que impulsionam a urbanização,
desenvolviam-se de forma independente e esparsa pelo território. A integração econômica entre São Paulo (região cafeeira),
Zona da mata Nordestina (cana-de-açúcar, cacau e tabaco), Meio-Norte (algodão, pecuária e extrativismo vegetal) e região
Sul (pecuária e policultura) era extremamente frágil. Com a modernização da economia, as regiões Sul e Sudeste formaram
um mercado único que, posteriormente, incorporou o Nordeste e, mais tarde, o Norte e o Centro-Oeste.
- A partir da década de 1930, à medida que a infraestrutura de transportes e telecomunicações se expandia pelo
país, o mercado se unificava, mas a tendência à concentração das atividades urbano-industriais na região Sudeste fez com
que a atração populacional ultrapassasse a escala regional, alcançando o país como um todo. Os grandes polos industriais
do Sudeste, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro, passaram a atrair um enorme contingente de mão de obra das
regiões que não acompanharam o mesmo ritmo de crescimento econômico e se tornaram metrópoles nacionais. Foi
particularmente intenso o afluxo de mineiros e nordestinos para as duas metrópoles, que, por não atenderem às demandas
de investimentos em infraestrutura, tornaram-se centros urbanos caóticos.
- Entre as décadas de 1950 e 1980, ocorreu intenso êxodo rural e migração inter-regional, com forte aumento da
população metropolitana no Sudeste, Nordeste e Sul. Nesse período, o aspecto mais marcante da estruturação da rede
urbana brasileira foi à concentração progressiva e acentuada da população em grandes cidades, como São Paulo, Rio de
Janeiro e outras capitais que cresciam velozmente.
- Da década de 1980 aos dias atuais, observa-se que o maior crescimento tende a ocorrer nas metrópoles regionais
e cidades médias, com predomínio da migração urbana-urbana – deslocamento de população das cidades pequenas para as
médias e retorno de moradores das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro para as cidades médias, tanto dentro da região
metropolitana para as outras mais distantes, até de outros estados.
Essa mudança na direção dos fluxos migratórios e na estrutura da rede urbana é resultado de uma contínua e
crescente reestruturação e integração dos espaços urbano e rural, que por sua vez resulta da dispersão espacial das
atividades econômicas, intensificadas a partir dos anos 1980, e da formação de novos centros regionais, que alteraram o
padrão hegemônicos das metrópoles na rede urbana do país. As metrópoles não perderam sua primazia, mas os centros
urbanos regionais não metropolitanos assumiram papéis até então desempenhados apenas por elas.

d) desigualdades e segregação sócio-espacial

O espaço urbano é capitalista por sua natureza. Não há nada que se possa dizer que é gratuito, pois quando é
público é financiado pelos impostos e quando é privado é financiado pelos recursos dos particulares.
Parece obvia a afirmativa, mas é necessário dizer isso é para se ter a noção que o espaço urbano é um espaço de
consumo, ou seja, o próprio espaço é mercadoria comercializada a preço elevado.
Desse modo, na cidade verificaremos os seguintes fenômenos urbanos: favelização, periferização,
macrocefalismo, marginalismo, especulação imobiliária, desemprego e/ou subemprego, deterioração dos equipamentos
urbanos.
O excesso de população, gerado pelo próprio crescimento vegetativo e reforçado pelas migrações forçou a
estrutura básica de apoio à população como escolas, hospitais, postos de saúde, áreas de lazer coletivos, como praças e
parques, entre outros serviços públicos.
O crescimento acelerado e a concentração no meio urbano dos cidadãos pobres que eram expulsos do meio rural,
devido a modernização da agricultura, gerou a necessidade de novos bairros, muitas vezes criados sem planejamento e sem
infraestrutura, visando criar um alojamento para essas populações que não tinham os recursos para investir na aquisição de
uma moradia em um bairro com a infraestrutura necessária a ocupação humana.
O reflexo desse crescimento é o surgimento de uma CIDADE FORMAL com toda infraestrutura urbana - coleta de
lixo, ruas asfaltadas, agua, luz, esgoto, etc, e de uma CIDADE INFORMAL na qual a infraestrutura é incompleta ou
inexistente.
Em uma cidade como o Rio de Janeiro que convivem, lado a lado, a favela (cidade informal) e o asfalto (cidade
formal).
Esse é um dos principais aspectos da segregação espacial no meio urbano. Podemos observar essa segregação
também na presença e ausência dos equipamentos urbanos, em especial de saúde e lazer.

Do livro DE SENE, Eustáquio. MOREIRA, João Carlos, outra idea


Em qualquer grande cidade do mundo, o espaço urbano é fragmentado. Sua estrutura assemelha-se a um quebra-
cabeça em que as peças, embora façam parte de um todo, têm cada uma sua própria forma e função. As grandes cidades
apresentam centros comerciais, financeiros, industriais, residenciais e de lazer. Entretanto é comum que funções diferentes
coexistam num mesmo bairro. Por isso essas mesmas cidades são policêntricas. Em cada uma delas o distrito ou bairro
mais importante possui seu próprio centro, suas ruas principais, que sediam o comércio e os serviços e servem de polos de
atração ao fluxo de pessoas dos bairros próximos.
Essa fragmentação, quase sempre associada a um intenso crescimento urbano, impede os cidadãos de vivenciar a
cidade como um todo, atendendo-se, em vez disso, apenas fragmentos que fazem parte do seu dia a dia e que caracterizam
o seu lugar. O local de moradia, de trabalho, de estudo e de lazer é onde se estabelecem as relações pessoais. Pode-se dizer,
então, que a grande cidade não é um lugar, mas um conjunto de lugares, e que as pessoas a vivenciam parcialmente.
As desigualdades sociais se materializam na paisagem urbana. Quanto maiores às disparidades entre os diferentes
grupos e classes sociais, maiores as desigualdades de moradia, de acesso aos serviços públicos e de qualidade de vida, e
maior a segregação espacial. No entanto, mesmo num bairro de população pobre, essa qualidade pode ser melhorada caso
os serviços públicos de educação, saúde, transporte coletivo, saneamento básico, entre outros, passem a funcionar de forma
adequada. Essas mudanças positivas têm maiores chances de se concretizar quando a comunidade se organiza para
melhorar o seu cotidiano e reivindicar os seus direitos. Quando isso não acontece, as desigualdades e a exclusão são
socioespacial tendem a se manter e, muitas vezes, a aumentar.
O medo da violência urbana vem impulsionando a criação de condomínios fechados, especialmente nas grandes
cidades, mas também em cidades médias e até em pequenas. Buscando segurança e tranquilidade, muitas pessoas de alto
poder aquisitivo vêm se mudando para este tipo de conjunto residencial, que se multiplicou nos últimos anos. Embora seja
legítimo, do ponto de vista do individuo buscar maior segurança para si e sua família, esse fenômeno acentuaa exclusão
social e reduz os espaços urbanos públicos, uma vez que propicia o crescimento de espaços privativos e de circulação
restrita. Isso só tem aumentado a segregação socioespacial. Além disso, muitos bairros, ao se perderem população, acabam
sofrendo um processo de deterioração urbana, o que aconteceu em algumas áreas do centro das grandes cidades, como em
São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e muitas outras que atualmente buscam recuperá-las

4. Região e regionalização

a) Evolução e organização do espaço no Brasil primário-exportador

Durante a união ibérica (1580-1640), quando os portugueses avançaram além da linha de Tordesilhas, que dividia
as possessões portuguesas e espanholas, percebemos que o território brasileiro praticamente triplicou. O avanço além da
linha do tratado possibilitou a ocupação efetiva do território em nome da coroa portuguesa que, durante o período da união
ibérica, era exercido pela mesma pessoa. Era um só rei e dois reinos. Dom Filipe II de Espanha reinava na Espanha desde
1556 e passou a reinar também em Portugal a partir de 1580, com o nome real de D Felipe I. A sucessão de D Felipe durará
por três reinados até que em 1640 foi restaurada a independência do reino de Portugal quando acendeu ao trono português a
casa de Bragança.
Toda ocupação realizada pelos "brasileiros" durante o reinado Felipino em Portugal foi a base para garantir a posse
do território utilizando o dispositivo do UTI POSSIDETIS.
Utti Possidetis ou uti possidetis iuris é princípio de direito internacional segundo o qual os que de fato ocupam
um território, possuem direito sobre este.

Povoamento no século XVII e XVIII


Durante o século XVII, a economia açucareira se desenvolveu e passou a ocupar maiores áreas, ao mesmo tempo
em que desenvolveu-se a pecuária como atividade complementar. No final do século temos as primeiras ocorrências de
ouro. Nos séculos XVII e XVIII, ocorreu um maior povoamento do interior, com as bandeiras, a mineração, a penetração
pelo vale do rio Amazonas e a expansão no Vale do São Francisco e no sertão do Nordeste. Mas a maior parte da população
continuou próxima ao litoral, ocorrendo de fato a formação de “ ilhas” de povoamento no interior. Algumas “ilhas” duraram
pouco tempo, esvaziando-se em função do esgotamento das jazidas de ouro e diamantes na região das minas gerais.
Ao analisarmos o povoamento no século XVII percebemos que o território brasileiro pouco mudou em relação ao
território do século XIX. Porém as atividades econômicas tomaram-se mais diversificadas, destaca-se a ocupação do
interior do território, principalmente com a mineração e a presença da pecuária no sul do país, neste caso para a produção
de carne, e ao mesmo tempo abastecendo a região sudeste.

BANDEIRANTISMO
Ocorreu basicamente no século XVIII e foi motivada pela busca de metais preciosos e, sobretudo, pela caça de
indígenas para serem vendidos como escravos. Movimento de penetração para o interior com origem, principalmente, em
São Paulo e contribuiu para a expansão dos domínios territoriais portugueses no continente.
As bandeiras adentravam ao território com diversas finalidades:
Bandeiras de apresamento - capturar indígenas para o trabalho na lavoura como escravos. Durante o domínio
espanhol houve falta de mão-de-obra devido a interrupção do tráfico de escravos. Os holandeses ocuparam diversas
colônias portuguesas, entre elas o Brasil e possessões na África. O tráfico de escravos para o Brasil foi direcionado para a
região sob domínio holandês.
Bandeiras de monções - visavam abastecer os núcleos de ocupação do interior do território. É intitulado
bandeiras de monções devido utilizar os rios como vias de acesso e isso ocorria durante o período das cheias.
Bandeiras oficiais ou Entradas - eram expedições organizadas pelo governo em busca de conhecer o território e
encontrar as sonhadas riquezas minerais na colônia.
Atenção! É muito comum a banca examinadora associar o crescimento demográfico às bandeiras. Porém segundo
William Vicentini do ponto de vista do povoamento, o bandeirantismo foi uma atividade despovoadora, pois exterminaram
um enorme número de índios que não queriam virar escravos. Porém serviu de base para o conhecimento sobre as terras
interioranas, que foram importantes para a penetração posterior rumo ao oeste.
Povoamento nos séculos XIX e XX As áreas localizadas ao sul do trópico de Capricórnio tornaram-se
efetivamente povoadas a partir do século XIX, com a chamada colonização moderna, feita por imigrantes, especialmente
colonos alemães, italianos e eslavos.
A imigração no Brasil teve inicio em 1530 com a chegada dos colonos portugueses, que vieram para cá com o
objetivo de dar inicio ao plantio de cana-de-açúcar. Durante todo período colonial e monárquico, a imigração portuguesa
foi a mais expressiva.
Nas primeiras décadas do século XIX, imigrantes de outros países, principalmente europeus, vieram para o Brasil
em busca de melhores oportunidades de trabalho. Compravam terras e começam a plantar para sobreviver e também vender
em pequenas quantidades. Aqueles que tinham profissões (artesãos, sapateiros, alfaiates, etc.) na terra natal abriam
pequenos negócios por aqui.
No começo da década de 1820, muitos imigrantes suíços (primeiros imigrantes não portugueses) se estabeleceram
na cidade de Nova Friburgo (estado do Rio de Janeiro). Neste mesmo período os alemães começaram a chegar à Santa
Catarina e Rio Grande do Sul. Estes imigrantes passaram a trabalhar em atividades ligadas à agricultura e pecuária.
Já os italianos, que vieram em grande quantidade para o Brasil, foram para a cidade de São Paulo trabalhar no
comércio ou na indústria. Outro caminho tomado por eles foi o interior do estado de São Paulo, para trabalharem na lavoura
de café que estava começando a ganhar fôlego em meados do século XIX.
Já os japoneses começaram a chegar ao Brasil em 1908. Grande parte destes imigrantes foi trabalhar na lavoura de
café do interior paulista, assim como os italianos.

Frentes Pioneiras
A principal atividade econômica que serviu de base a esse pioneirismo foi a cultura do café. Por causa do aumento
das exportações, do crédito bancário facilitado para novas plantações, e do esgotamento dos solos de algumas áreas, o café
originou uma verdadeira marcha. Esse percurso ficou conhecido como "marcha do café" e criou uma série de novas
cidades em áreas até então pouco povoadas.
Existia uma preocupação do governo em ocupar o interior e ampliar a presença nessa porção do território. Para
melhor gerir o território a partir da década de 40, século passado, o governo federal, o qual era liderado por Getúlio Vargas,
iniciou uma intervenção na administração do território com a criação dos Territórios Federais. Esse tipo de intervenção na
gestão territorial só teve fim com o advento da constituição de 1988 quando os últimos territórios foram incorporados ou
elevados à condição de estados.
A partir de 1940, teve inicio o movimento de ocupação do Brasil central, do chamado Centro-Oeste, no inicio
favorecido pela Estrada de Ferro Noroeste. que chegou até Corumbá. Com a construção de Brasília (1956-1960), e de
estradas ligando essa cidade a outras, o crescimento populacional tornou-se mais intenso nessa região. Posteriormente, a
partir dos anos 1970, houve novo impulso na ocupação do Brasil central por causa do aproveitamento agrícola das áreas de
cerrado com o cultivo da soja c a criação de gado.

A CONQUISTA DA AMAZÔNIA
Foram as missões religiosas dos séculos XVII e XVIII que iniciaram esse processo. A ação catequizadora dos
missionários era acompanhada de tropas de resgate portuguesas, que visavam caçar indígenas para escravizá-los.
De 1870 a 1910, ocorreu a fase da borracha Amazônica, que deu novo impulso à ocupação da região. Com o
declínio das exportações desse produto, por causa das plantações de seringueiras na Ásia e, depois, da fabricação borracha
sintética (petróleo), a prosperidade declinou e em certas áreas chegou haver refluxo. Nas últimas décadas, especialmente a
partir de 1970, vem ocorrendo um aumento na ocupação da Amazônia brasileira, agora por causa da presença de minérios
(ouro, ferro e etc), e da derrubada da floresta Amazônica para o estabelecimento da agricultura (principalmente cultivo da
soja) ou da pecuária extensiva de corte (para exportação de carne). Foi um prolongamento da ocupação do Brasil central.
OBS: Hoje o crescimento populacional no Norte e no Centro-Oeste do país tem sido muito grande, bem superior à
média nacional.

DESCRIÇÃO GERAL
O Brasil é o quinto maior país do mundo em área descontínua: tem 5,7% das terras emersas e ocupa 48% da
América do Sul.
Se forem consideradas apenas as áreas contínuas, ele passa a ocupar a 4ª (quarta) posição, já que os Estados
Unidos possuem dois territórios externos: Havaí e Alasca.
Está localizado na porção centro-oriental do subcontinente sulamericano (entre os paralelos de 5º16' de latitude
norte e 33°44' de latitude sul, e entre os meridianos de 34°47' e 73°59' de longitude oeste), com seu litoral banhado pelo
oceano Atlântico.
Nosso país é cortado ao norte pela Linha do Equador, que atravessa os estados do Amazonas, Roraima, Pará e
Amapá e pelo Trópico de Capricórnio que passa pelos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo, aos 23°27'30"
de latitude sul.
Faz fronteira com quase todos os países sul-americanos. Somente não tem fronteira com o Equador e o Chile. Ao
norte faz fronteira com a Guiana, Guiana Francesa, Suriname e a Venezuela; a noroeste com a Colômbia; a oeste com o
Peru e a Bolívia; a sudoeste com o Paraguai e a Argentina; e ao sul com o Uruguai. Toda a sua extensão nordeste, leste e
sudeste são banhados pelo Oceano Atlântico.
O país é cortado ao norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio; por isso, possui a maior
parte do seu território situado no hemisfério sul (92%) e na zona tropical (93%).
De modo geral, as altitudes do território brasileiro são modestas. O território não apresenta grandes cadeias de
montanhas, cordilheiras ou similares formados nos períodos mais recentes. O ponto mais elevado no Brasil é o Pico da
Neblina, com cerca de 3.114 m de altitude.
O Brasil tem 23.086 km de fronteira, sendo 15.791 km terrestre e 7.367 km marítima.
O litoral estende-se da foz do rio Oiapoque, no cabo Orange, ao norte, até o arroio Chuí, no sul. A linha costeira do
Brasil tem uma extensão de 7.491 km, constituída principalmente de praias de mar aberto.
Com exceção de Equador e Chile, os demais países da América do Sul fazem fronteiras com o Brasil, sendo as
mais extensas com a Bolívia e Peru, e menos extenso com o Suriname, maior parte com o Pará e apenas 593 km 25 no leste
com o Amapá.
Os pontos extremos do território brasileiro são:
Ao norte, a nascente do Rio Ailã, no Monte Caburai, Estado de Roraima (5º16' de latitude norte), na fronteira com
a Guiana;
Ao sul, o Arroio Chuí no Rio Grande do Sul (33º45' de latitude sul), fronteira com o Uruguai;
O extremo leste da parte continental do Brasil é a Ponta do Seixas, em João Pessoa, na Paraíba (34° 47' de
longitude oeste); porém, as ilhas oceânicas de Fernando de Noronha, Atol das Rocas, arquipélago de São Pedro e São
Paulo, Trindade e Martim Vaz ficam ainda mais a leste, sendo o extremo leste absoluto do território brasileiro uma ponta
sem nome na Ilha do Sul do arquipélago de Martim Vaz, a cerca de 28° 50' de longitude oeste;
A oeste, a serra da Contamana ou do Divisor, no Acre (73° 59" de longitude oeste), na fronteira com o Peru.
O Brasil tem uma área total de 8.514.876 km2 que inclui 8.456.510 km2 de terra e 55.455 km2 de água.
A maior parte de seu clima é tropical, embora apresente uma zonas possa ser classificadas como temperadas.

b) Modernização econômica e desenvolvimento regional

Com o advento da independência (1822) pouco houve de mudança para a realidade econômica brasileira. Éramos
uma nação com perfil econômico de colônia. Nossa preocupação estava voltada a abastecer o mercado externo sem,
contudo desenvolver o mercado interno.
Continuamos um império, escravagista e sem um projeto de modernização e integração da economia interna.
Algumas décadas depois, com a ascensão inglesa como potência hegemônica capitalista tomou-se necessário
abandonar a importação de escravos, começar a substituir a mão-de-obra cativa por trabalhadores livres e repensar a
economia nacional, que teria que ter pelo menos a capacidade de abastecimento de bens de consumo mais simples, uma vez
que os países que os exportavam já não tinham tanto interesse assim nesse comercio.
Surgiram algumas indústrias locais e o processo de industrialização se iniciou lentamente, uma vez que o Estado
continuava a fomentar o setor agrário-exportador. A essa modernização forçada da economia somou-se a urbanização no
Brasil que gerou novas necessidades. As cidades que cresciam necessitavam de novos produtos gerando, desse modo, novas
possibilidades de investimentos. A urbanização criou as condições necessárias para a industrialização.
Com a modernização da agricultura, marcado pela mecanização e reestruturação desse setor, com a subordinação
do campo a cidade, foi marcado por intensas migrações, tanto no sentido do campo para as cidades, como também as
migrações intra-regionais que levavam grandes contingentes de trabalhadores para as metrópoles que nasciam naquele
momento histórico. O principal fluxo migratório era em direção dos estados e regiões de economia agrária para o Sudeste
industrializado.
Apesar de haver uma modernização da economia, de temos atingido níveis de crescimento anual do PIB, o
processo de modernização da economia brasileira era excludente, gerava riquezas que eram concentradas com uma minoria
da população e, até os dias de hoje, não permitiu à superação da pobreza das desigualdades sociais. O que se pode observar
é que modernização aprofundou as desigualdades já existentes, que tem origem em um passado distante, marcado pela
concentração dos bens produtivos (terras), pela dificuldade em se criar condições de acesso a estes bens (lei de terras de
1850), uso do trabalho escravo e pela resistência em abolir essa forma de mão-de-obra do nosso meio.
Assim como discutimos na atualidade a questão da inserção das minorias, devemos também discutir e apoiar
iniciativas de inclusão social, transferência de renda, reforma agrária e desapropriação de bens que não cumprem a função
social, seja no campo ou na cidade, pois, em nossa sociedade, o discurso de garantias individuais presentes na CF/88 está
apoiado com um pensamento que foi gerado em uma sociedade que defende a concentração de renda. O sucesso de um
sujeito está medido pela capacidade deste em concentrar riquezas e o Estado passa a proteger o direito deste cidadão. Fruto
da defesa desse pensamento são as constantes transferências de recursos que o governo faz em prol de alguns grupos
econômicos como justificativa de apoio ao desenvolvimento de alguns setores econômicos.
Apesar da expansão das camadas médias que observamos nos últimos anos, que apresenta ainda com um ganho de
poder aquisitivo pelas classes médias baixas, contribuíram para a expansão do mercado consumidor e garantir a
continuidade do crescimento econômico que se verifica nos últimos anos. Contudo a diferença de rendimentos entre ricos e
pobres é hoje vem caindo lentamente.
O índice Gini é calculado comparando os rendimentos dos 20% mais ricos do país com os rendimentos dos 20%
mais pobres. O Índice de Gini do Brasil de 2010 com base em 2009 é de 0,539 o que demonstra que nosso país tem uma
alta concentração de renda. Comparando a evolução de Brasil com a implementação das políticas de inclusão e urna
política de recuperação do poder de compra do salário mínimo podemos ver que o índice Gini do Brasil vem caindo
lentamente ao longo das duas últimas décadas, com a abertura da economia do governo Collor, pelo período da
estabilização da moeda iniciado no governo Itamar, das mudanças administrativas de responsabilidade fiscal, inicio da
implementação das políticas de transferência de renda para as camadas mais pobres e as privatizações do governo Fernando
Henrique, a ampliação dos programas de transferência de renda e retomada do investimento público voltado a fomentar a
economia e o consumo interno desenvolvida no governo Lula. Em 1991 era de 0,6366; em 2005 ~0,552; em 2009 = 0,544
O processo concentrador gerou o fenômeno urbano da metropolização. As duas maiores cidades brasileiras, São
Paulo e Rio de Janeiro, consideradas pelo IBGE corno metrópoles globais, lideram há décadas o ranking das localidades
que mais contribuem para o produto interno bruto do país, em virtude, sobretudo, da concentração espacial histórica de
grandes empresas e das sedes dos bancos.
Com a ampliação da pesquisa, prospecção e produção de petróleo, nos últimos anos, alguns pequenos municípios
entraram no ranking das cidades que mais contribuem para a formação do PIB nacional. Com a atividade petroleira alguns
municípios desbancaram as capitais de alguns estados no que diz respeito à participação no PIB.
Em meio à revolução teenocientífica e à intensificação do processo de globalização, as grandes metrópoles
nacionais começaram a ganhar destaque como centros concentradores de empresas intensivas em tecnologia e como locais
da sede de companhias de ramos tradicionais.
Esse processo de concentração da atividade produtiva, que é denominada economia de escala, se dá por reunir em
um mesmo espaço as condições favoráveis a produção - infraestrutura, energia, mão de obra, matéria prima, mercado
consumidor, capital, meios de comunicação e transporte. Assim, verificamos que esse efeito passa as ocorrer no espaço
geográfico brasileiro.
Esse fenômeno gerará, em um espaço de tempo, o aumento dos custos de produção, a chamada DESECONOMIA DE
ESCALA. Isso ocorrede vido a organização da mão-de-obra em sindicatos que levam a ganhos salariais, o aumento de
impostos para garantir os serviços básicos, aumento da violência, aumento dos custos com terrenos, trânsito engarrafado,
distancia entre o local de moradia do trabalhador e o local de trabalho entre outros fatores. Devido à redução das vantagens
produtivas os novos investimentos são planejados para outras regiões levando a desconcentração espacial das fábricas. Essa
desconcentração foi beneficiada pela modernização dos setores de transportes e comunicações.

c) Regionalização e planejamento territorial

O Brasil é um país de dimensões continentais e apresenta grandes diversidades regionais. Mesmo tendo 92% de
seu território dentro da zona intertropical o país apresenta diferentes climas, solos, hidrografia c desenvolvimento
socioeconômico.
Com o objetivo de programar o desenvolvimento do país e buscando diminuir a diferença entre os mais diversos
pontos do Brasil foi planejado políticas de desenvolvimento regional. Para aplicar estas políticas o país foi dividido em
regiões que diferenciam com o tempo.
As regiões brasileiras são em número de cinco, conforme o mapa abaixo, e confundem-se com os limites dos
estados que a compõem.

Ao observar os mapas da evolução da divisão regional, apresentada anteriormente, podemos verificar que as
políticas regionais iniciaram em 1940 quando o governo de Vargas implementou uma forte política nacionalista que se
seguiram nos governos posteriores, sempre buscando aplicar políticas de desenvolvimento regional.
Para conseguir desenvolver suas políticas regionais o governo buscou integrar as regiões levando-se em conta as
suas características fisiográficas e socioeconômicas. As potencialidades regionais foram levantadas e com uma política de
desenvolvimento regional foi implementado diversos projetos visando conseguir desenvolver as regiões e conseguir um
melhor equilíbrio entre as diversas regiões.
O desequilíbrio regional é fruto de um processo histórico aliado à integração do país na economia mundial. O
modelo primário exportador permitiu, durante a história, passamos por ciclos econômicos que estabeleceram nas regiões
economias locais que se integravam diretamente ao exterior:

Nordeste: economia do açúcar, algodão e cacau.


Norte: Amazônia - economia da exploração do látex (borracha)
Centro-Oeste: pouco explorada e ocupada - é uma expansão da economia do ciclo do ouro
Sul: economia agrícola baseada na produção de charque. Essa foi uma região que se integrou com a economia
interna, abastecendo a região sudeste durante o ciclo do ouro.
Sudeste: essa região tomou-se a região central na economia do país por apresentar diversos ciclos econômicos
sucessivos. Quando uma atividade econômica entrava em crise era sucessivamente substituída por uma nova atividade
econômica. Os ciclos que levaram o SE a se tomar a região central do país foram: ciclo do ouro, ciclo do café, ciclo da
indústria. Com a industrialização ampliou a urbanização e a formação das metrópoles que concentraram os principais
serviços: sistema financeiro, universidades e centros de pesquisa, sedes das grandes empresas, em especial as
multinacionais.

REGIÃO SUDESTE
Composta pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, representa a região mais
importante do país. Concentra a maior parte da população, da produção industrial e do poder político. Devido às
caraterísticas históricas desenvolveu-se em função dos seguintes fatores:
Ouro: descoberto no fim do século XVII tomou-se de grande importância para a colônia no século XVIII, o que
viabilizou a transferência da sede do poder politico de Salvador para o Rio de Janeiro que aí permaneceu até a década de 50
do século passado quando a capital do país foi transferida para Brasília.
A descoberta do ouro proporcionou grande fluxo de imigrantes em busca das minas e também do nascimento de
vários centros urbanos como Vila Rica, atual Ouro Preto. Nesta época houve grande interiorização da população que antes
se fixava no litoral. Esta interiorização valeu para desenvolver diversas atividades subsidiárias das minas e o nascimento de
diversas atividades complementares nas novas cidades o que fez surgir a classe média formada por funcionários do governo
colonial, militares, comerciantes e profissionais liberais.
Poder político: desde a transferência da sede administrativa da colônia para o Rio de Janeiro o poder decisivo
desta e posteriormente do governo imperial e republicano ficou concentrado no Rio de Janeiro. Lá se instalou a corte e
todas as decisões eram emanadas do Rio de Janeiro para o restante do país.
Poder econômico: anteriormente conseguido pela exploração do ouro o poder econômico da região foi sendo
substituído sucessivamente pelo café, que tem seu auge no segundo reinado, e depois pela produção industrial. Com a
indústria de substituição de importações a região foi beneficiada por diversos motivos dentre eles pela existência de um
mercado consumidor representado pelas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo já bem desenvolvidas, pela infraestrutura
existente como bancos, portos, estradas e ferrovias, pela mão-de-obra especializada representada pelos imigrantes europeus
que se fixaram na cidade e pelo capital disponível vindo da atividade cafeeira que estava em crise.
Desenvolvimento técnico-científico: desde o período colonial esta região foi beneficiada pela instalação de
unidades educacionais que desenvolveram a sua mão-de-obra. Com uma melhor educação e em tempos mais recentes pela
instalação de grandes universidades a região pode desenvolver um bom número de centros de pesquisas e institutos
tecnológicos que abrigam boa parte da produção científica do país. Devido a apresentar um bom nível de desenvolvimento
socioeconômico a região foi escolhida para ser sede das multinacionais que se instalaram no país após a década de 50.
Concentração do poder financeiro: a concentração inicial das sedes do sistema financeiro nacional, quando a
capital era sediada na cidade do Rio de Janeiro, permitiu concentrar no SE as principais sedes de bancos e das bolsas de
valores. Com a fusão da bolsa do RJ e bolsa de SP os negócios e as decisões econômicas passam a estar concentrados em
SP.
Nesta região estão os principais portos, Santos em SP e Tubarão no ES, Sepetiba no RJ, os principais aeroportos e
estradas. Também se concentra na região a melhor infraestrutura de comunicação e a sede dos principais sistemas de
comunicação.

REGIÃO SUL
Composta pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul é a região com menor número de estados e
a que ocupa menor área no país. Tem característica especial na sua incorporação ao país, enquanto as demais foram
ocupadas pela exploração da grande unidade produtiva rural, esta região foi ocupada por imigrantes em pequenas unidades
produtivas familiares.
Tendo grande participação de imigrantes e uma economia voltada para a produção de gado pouco se atraiu o
escravo negro. Também tem grande relevância a participação dos jesuítas portugueses na incorporação de terras ao nosso
território, principalmente no oeste da região.
Devido às suas características climáticas esta região proporcionou a produção de produtos característicos de climas
mais amenos, mas destaca-se na produção de soja (com destaque para o PR e RS), trigo (PR com 62% da produção
nacional), milho (com destaque para o PR), fumo (destaque para RS 45% da produção nacional e SC) e arroz (RS 29% da
produção nacional).
Após a década de 70 do século passado certos produtos como o arroz, soja, trigo e algodão vêm crescendo a
produção na região CO e esta produção acompanha o fluxo migratório ocorrido da região Sul para o CO com o incremento
das novas fronteiras agrícolas.
Tem grande expressão na produção de suínos (região N-NE do RS, SW do PR e Oeste de
SC) e ovinos (60% do rebanho nacional, sendo que o RS produz 98% da lã nacional).
Além de sua importância na produção agropecuária a região Sul também tem uma boa expressividade industrial,
principalmente após o processo da desconcentração industrial que garantiu novo impulso para o setor secundário na região.
Nos últimos anos, após a implementação do MERCOSUL, tem ganhado constantes investimentos na área industrial e novas
montadoras que se instalaram no país escolheram esta região como base. A política desencadeada pelos governadores de
estados, GUERRA FISCAL, é uma consequência desta nova realidade que possibilitou uma pequena descentralização da
indústria no país.

REGIÃO NORDESTE
É composta pelos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e
Maranhão. É a região com o maior número de estados, num total de nove, esta região apresenta grande disparidades
intraregionais, principalmente, entre o interior e o litoral.
Foi a primeira região a receber povoamento efetivo e também a primeira que representou desenvolvimento
econômico expressivo. Com o Tratado de Tordesilhas a região NE pertencia a Portugal e uma vez que esta não apresentou
nenhuma riqueza mineral a sua exploração foi pensada de modo a proporcionar a produção de produtos tropicais para o
mercado europeu.
A implantação do PLANTATION para a produção da cana-de-açúcar fez com que esta região apresentasse grande
importância econômica no período colonial.
Foi alvo de invasões estrangeiras devido a sua riqueza e berço de diversas revoltas causadas pela insatisfação da
situação de exploração i plantado na região. Abrigou a capital da colônia até o século XVIII quando esta foi transferida para
o Rio de Janeiro.
Devido as suas características climáticas sofre sucessivas secas que influenciam na manutenção da qualidade de
vida dos seus habitantes. A seca passou a ser utilizada politicamente para garantir a manutenção da oligarquia rural no
poder. A luta para a convivência com a seca permitiu, devido a estrutura política, criar a Indústria da Seca. Com a indústria
da seca, a oligarquia rural conseguiu se manter no poder devido ao chamado voto de cabresto. Tudo isso, aliado ao efeito
econômico da seca, mantem a região com grande desigualdade social e intra-regional, além de abrigar uma população
dependente das ações inclusivas do governo, como a ajuda monetária representada pela bolsa família, bolsa escola, etc.
A sua indústria está concentrada no litoral, principalmente, nas cidades de Salvador, Recife e Fortaleza. Esta
indústria veio para o NE com o incentivo da SUDENE (criada em 1958 no governo de Kubitschek e foi o primeiro órgão de
planejamento macrorregional). A indústria incentivada pela SUDENE é controlada pela indústria do SE. Neste período
houve um grande incremento industrial estendendo até década de 70 com uma política de empréstimos subsidiados e
incentivos fiscais proporcionados pelos governos.
Outra característica do NE é a concentração da maior parte da população no litoral, principalmente, nas grandes
cidades.
A região não é homogênea e apresenta grandes diferenças intra-regionais. Existem nessa região áreas mais
industrializadas, outras com agricultura moderna e outras ainda com agropecuária tradicional e pouquíssimo
desenvolvimento costuma-se dividir o NE brasileiro em 4 principais sub-regiões de acordo com as suas características
físicas e socioeconômicas (do litoral leste para o interior) vide mapa a seguir:

1- Meio Norte, 2- Sertão, 3- Agreste e 4- Zona da Mata

ZONA DA MATA

A Zona da Mata é uma sub-região litoral da Região Nordeste do Brasil que se estende do Estado do Rio Grande
do Norte até o sul da Bahia, formada por uma estreita faixa de terra (cerca de 200 quilômetros de largura) situada no litoral.
Sua área concentra seis das nove capitais da região (Natal, João Pessoa, Recife, Maceió, Aracaju e Salvador). É a zona mais
urbanizada, industrializada e economicamente desenvolvida da Região Nordeste. Latitudinalmente pode ser sub-dividida
em setentrional (polarizada pelo eixo Natal-João Pessoa), central (polarizada pelo eixo Recife-Maceió) e meridional
(polarizada pelo eixo Salvador-Aracaju).

ZONA DA MATA AÇUCAREIRA - Estende-se do RN até a parte setentrional da BA.


Predomínio de grandes propriedades agrícolas que praticam a monocultura canavieira voltada para exportação a
monocultura açucareira da Zona da Mata, que atingiu seu apogeu do séc. XVI ao XVIII, entrou em decadência a partir do
séc. XIX, pois aumentou-se a produção em outras partes do país (especialmente em SP) e também houve o crescimento da
oferta no mercado internacional.
Os maiores problemas nordestinos estão nessa área, mais do que no Sertão, aí domina a pobreza, as cidades cheias
de favelas ou "mocambos", a mão-de-obra é mal remunerada e boa parte dos trabalhadores rurais recebe menos que o
salário mínimo.

RECÔNCAVO BAIANO - Área situada ao redor da cidade de Salvador.


Destaca-se pela extração petrolífera (já chegou a produzir cerca de 80% das necessidades do país) e pelas
indústrias, especialmente petroquímicas destaque para o polo petroquímico de Camaçari.
A industrialização dessa região vem crescendo desde as décadas de 1970 e 1980, com indústrias petroquímicas,
mecânicas e químicas em 2000, iniciou-se no município de Camaçari a instalação da indústria automobilística (a Ford
fechou a sua unidade de produção no RS e foi para essa região).
Registra também idênticos problemas de submoradias, pobreza e mão-de-obra com remunerações baixíssimas.

SUL DA BAHIA ou ZONA DO CACAU - Engloba as cidades de Ilhéus e Itabuna.


Nessa área predomina a monocultura cacaueira voltada para exportação o cultivo do cacau é feito de forma
sombreada, já que o cacaueiro é uma planta que se desenvolve bem à sombra de árvores de maior porte.
Essa área já foi bem mais rica no passado, mas sofreu um esvaziamento econômico nas últimas décadas devido à
queda do preço internacional do cacau.

AGRESTE

Agreste (do latim: relativo ao campo, campestre, campesiano, colono) designa uma área de transição entre a Zona
da Mata (úmido) e o Sertão (semi-árido), que se estende por uma vasta área dos estados brasileiros da Bahia, Sergipe,
Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. A área ocupada pelo Agreste situa-se numa estreita faixa, paralela à
costa. Possui como características principais solos profundos (latossolos e argissolos), com relevo extremamente variável,
associados a solos rasos (litossolos), solos relativamente férteis, vegetação variável com predominância de vegetação
caducifólia (decídua) - é o nome dado às plantas que, numa certa estação do ano, perdem suas folhas, geralmente nos
meses mais frios e com chuva (outono e inverno). É uma área sujeita a secas, cuja precipitação pluviométrica varia entre
300 e 1200 mm/ano, oscilando predominantemente entre 700 e 800 mm/ano.

É uma faixa de região de clima semiúmido que pratica a policultura em minifúndios e atrai população aumentando
a densidade demográfica dentro deste contexto cresceram cidades como: Campina Grande (tecnopolo), Caruaru,
Garanhuns, que funcionam como autênticas capitais regionais dessa zona.
Faixa identificada economicamente por cultivos alimentares e pela criação de gado.
O agreste alterna, de maneira geral, dois tipos de vegetação: a Floresta tropical e a caatinga.
Predominam na sub-região as pequenas e médias propriedades, policultoras.
Atualmente, o Agreste Nordestino passa por um processo de "pecuarização" que provoca inúmeras consequências,
dentre as quais cita-se: a substituição das áreas de plantação de lavouras de lavouras por pastos, fato que reduz o número de
empregados agrícolas e desabastece o mercado de produtos alimentares, além de provocar a concentração de terras na
região.

SERTÃO

O sertão nordestino tem como características naturais de maior destaque as seguintes: clima semiárido, rios
intermitentes e vegetação de caatinga.
Clima: tropical semiárido - caracteriza-se pela irregularidade das chuvas, com uma estação de seca prolongada.
A causa PRINCIPAL para a existência do clima semiárido no Nordeste brasileiro é a circulação geral da atmosfera,
fenômeno externo à região.
As características marcantes do ecossistema da Caatinga:
a) os solos pouco profundos, devido aos baixos índices pluviométricos e ao predomínio do intemperismo fisíco;
b) as extensas superfícies arrasadas pela erosão, típicas de um clima mais seco;
c) os inselbergs, ou morros residuais, que resistiram a um intenso trabalho erosivo;
d) os "brejos" constituídos por áreas mais úmidas, nos vales fluviais ou nos pés de serras;
e) encontram-se, aqui e ali, manchas de solos ligeiramente salinizados.
A caatinga, que em tupi-guarani significa "mata branca", é um ecossistema e, como tal, possui relações de
interdependência entre os diferentes elementos que a constituem a caatinga é predominante na área conhecida como Sertão
Nordestino, avançando também pelo Norte do Estado de Minas Gerais é a vegetação característica do clima tropical
semiárido, com altas temperaturas ao longo do ano e baixa pluviosidade concentrada em período curto as espécies vegetais
são xerólilas ou xerófitas, apresentando mecanismos de adaptação ao calor e aos longos períodos de estiagem: folhas
pequenas que caem durante a seca e são substituídas por espinhos; revestimento dos tecidos que ajuda a perder menos água
por transpiração; raízes com capacidade para capturar água e armazenar nutrientes, etc em seu conjunto, a caatinga
constitui uma vegetação pouco densa, com importante estrato arbustivo caducifoliado e espinhoso; ela abriga também
cactáceas, as espécies mais características são o xiquexique, o mandacaru, a jurema e a árvore barriguda.
A "indústria da seca"
Este tema já foi tratado anteriormente. Tal expressão refere-se aos interesses econômicos e políticos de grupos que
lucram com as secas a criação de órgãos públicos como o DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), no
início do Séc. XX (chamava-se IOCS - Inspetoria de Obras Contra as Secas), não resolveu o problema e beneficiou grandes
proprietários de terras, denominados "coronéis", e políticos ligados ao partido no poder os açudes, normalmente
construídos com recursos públicos em grandes propriedades particulares, acabam sendo controlados pelo fazendeiro, que os
usam em proveito próprio as verbas federais que chegam para combater o efeito das secas são distribuídas para políticos
ligados ao partido no poder, que as usam, muitas vezes, apenas para garantir votos (o "voto de cabresto").
O "Polígono das Secas": as últimas secas no Sertão têm ultrapassado a área definida na década de 1950 como
"polígono das secas", pois esta não incluía municípios na parte sul e leste do MA é fato conhecido que, desde as primeiras
secas registradas na época colonial até hoje, a área de abrangência desse fenômeno climático se expandiu
DESERTIFICAÇÃO isso foi uma decorrência de desmatamentos intensos, significando a eliminação da cobertura botânica
original, presença de uma cobertura invasora, com redução da biodiversidade e do patrimônio genético; falta de uma
política adequada de combate às secas e de convívio com elas.
Os projetos de irrigação no semiárido: os primeiros projetos de fruticultura irrigada às margens do São Francisco
(no vale médio do S. Francisco: cidades de Juazeiro, na BA e Petrolina, em PE), começaram há 20 anos e, atualmente,
produzem grande quantidade de frutas (mangas, uvas, melões) que são em boa parte exportadas para os Estados Unidos e
Europa.
Atualmente acontece as obras de transposição do Rio São Francisco, criticado por uns e apoiados por outros.
Possibilidade de haver diminuição do fluxo de água para Hidrelétricas ali instaladas e argumentos de que existem outras
possibilidades de levar água para a seca com valores mais baixos.
Aziz Ab'Saber, considerado um dos geógrafos mais importantes do mundo, falando de suas angústias de brasileiro
para o caderno ALIÁS, declarou que "os governantes e os políticos não têm noção de escala e sabem que o povo também
não tem". Segundo ele, o semiárido tem 750 mil quilômetros quadrados, no mínimo, e a transposição das águas do São
Francisco não vai resolver o problema dessa região. Para Aziz, é preciso também saber a quem irá servir a transposição: se
aos capitalistas, que têm fazendas e moram em apartamentos chiques em Fortaleza ou Recife, ou aos pobres da região,
"pessoas que passaram a vida resistindo à seca". (Adaptado de: AB'SABER, Aziz. "Ab'Saber: os meridianos da
independência". Jornal da Ciência: órgão da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência, Dez 2004).

MEIO-NORTE ou ZONA DOS COCAIS ou NORDESTE OCIDENTAL

O Meio Norte é uma das sub-regiões do Nordeste do Brasil. Possui duas das 9 capitais da região, São Luís e
Teresina, e uma importante cidade no interior, Imperatriz no Maranhão. Latitudinalmente o Meio-Norte pode ser
subdividido em setentrional e meridional, e longitudinalmente em leste e centro-oeste, sendo o leste ocupado pelo Piauí
ocidental, e o centro-oeste pelo estado maranhense.
Nessa faixa de terra encontra-se a mata dos cocais – vegetação de transição entre a caatinga e a floresta amazônica
– é formada por palmeiras como a carnaúba ("árvore da vida") e, principalmente, o babaçu do caule do babaçu se extrai o
palmito e, de suas sementes, um óleo usado na fabricação de cosméticos e de aparelhos de alta precisão; do caule da
carnaúba pode-se tirar uma cera, e de seu caroço é extraído um óleo – tanto a cera quanto o óleo da carnaúba são utilizados
na fabricação de ceras, velas, lubrificantes, etc.
É uma região: de transição entre a Amazônia e o Nordeste, com economia baseada no extrativismo vegetal e na
agricultura tradicional de algodão e arroz.
É uma unidade economicamente pobre, onde ainda predominam o extrativismo vegetal (babaçu) e uma agricultura
tradicional de algodão, cana-de-açúcar e arroz.
Desde os anos de 1970, porém, a agricultura tradicional vem passando por mudanças na década de 1980, a soja
havia se tornado o principal produto cultivado na cidade de Balsas, uma das manchas de cerrado no sul do MA a plantação
dessa leguminosa foi introduzida por agricultores que emigraram do sul do país é mecanizada, o que explica o crescimento
de sua produção hoje 90% da produção de soja dessa região é exportada pelo porto de São Luís os lucros proporcionados
pela exportação atraíram um contingente ainda maior de emigrantes dos estados sulinos do país para a cidade de Balsas e
arredores.

d) Reestruturação produtiva, redes e as novas propostas de regionalização

Os complexos regionais
O geógrafo Pedro Pinchas Geiser, apresentou uma proposta de regionalização do país considerando o processo de
modernização do território, representado pela tecnologia empregada na produção, a infraestrutura e a qualidade dos fluxos
presentes no espaço geográfico.
"O geógrafo Pedro Pinchas Geiger propôs, em 1967. a divisão regional do Brasil em três regiões geoeconômicas
ou complexos regionais ( ...). Essa divisão regional tem por base as características geoeconômicas e a formação histórico-
econômica do Brasil. ( ...)" (ADAS, M. "Geografia: O Brasil e suas regiões geoeconômicas". SãoPaulo: Moderna, 1996. p.
52 e 67.)
A divisão em complexos regionais não tem finalidades estatísticas, como a divisão regional oficial (IBGE) ela surgiu como
síntese geográfica de um século de integração nacional e continua a ser um instrumento eficaz para a compreensão da
dinâmica de valorização do território brasileiro.
A dinâmica regional brasileira expressa as grandes tendências econômicas e demográficas de apropriação e
valorização do território.
O processo de integração nacional, impulsionado pela modernização industrial do Sudeste, não encontra tradução
precisa na divisão regional oficial. Essa lacuna foi preenchida pela proposta de divisão do país em três complexos regionais
ou regiões geoeconômicas.
A proposta, elaborada em 1967, pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiser, assentou-se em critérios diferentes daqueles
que haviam orientado os técnicos do IBGE na delimitação das macrorregiões oficiais. Mais do que características naturais
ou econômicas singulares, os complexos regionais espelham, no plano espacial, os resultados da integração econômica
promovida pela concentração industrial no Sudeste. Ao contrário da divisão regional oficial, a delimitação dos complexos
regionais não é moldada pelos limites político administrativos das unidades da federação.
O norte semiárido de Minas Gerais integra o Complexo do Nordeste; o oeste do Maranhão integra o Complexo da
Amazônia; Tocantins e Mato Grosso estão divididos entre a Amazônia e o Centro-Sul.
No final da década de 1960, quando Geiser elaborou sua proposta, o Centro-Sul já tinha se consolidado como o
coração econômico do Brasil. O complexo regional concentrava 70% da população brasileira e a maior parte da produção
industrial e agropecuária do país, funcionando como fonte dos capitais que dinamizavam toda a economia nacional.
O Centro-Sul expressa a integração econômica do Sudeste industrial e financeiro com o Sul agrícola e industrial.
Também espelha a expansão da agropecuária moderna para a porção meridional do Centro-Oeste e a transferência da
capital federal para o Brasil Central.
O Complexo do Nordeste abrange a vasta região de povoamento antigo e apropriação produtiva baseada em
estruturas agrárias e sociais arcaicas. A "questão nordestina" ocupa um lugar destacado no debate nacional sobre a pobreza
O Complexo da Amazônia coincide, essencialmente, com o Domínio Amazônico. Ele expressa a existência de
uma fronteira de expansão da economia nacional, que é tanto uma fronteira demográfica quanto uma fronteira de recursos.

REGIÕES GEOECONÔMICAS

1 • Amazônia, 2 • Centro-Sul, 3 • Nordeste

A divisão do Brasil em regiões geoeconômicas é uma proposta de estudo do espaço brasileiro com base em três
grandes unidades territoriais (Amazônia, Nordeste e Centro-Sul), individualizadas segundo critérios geográficos e
econômicos. Mais do que características naturais ou econômicas singulares, os complexos regionais espelham, no plano
espacial, os resultados da integração econômica promovida pela concentração industrial no Sudeste. Assim, abrangem
regiões produtivas com características desiguais, mas que foram soldados pela emergência de um mercado interno
unificado.

AMAZÔNIA
Com uma área de 5 milhões de Km2 ( 58% da área do país), é a mais extensa das regiões geoeconômicas. A
Amazônia apresenta pequena população absoluta, baixa densidade demográfica (7 hab. por km2), economia encalçada no
extrativismo mineral e vegetal e na agropecuária.
O complexo da Amazônia expressa a existência de uma fronteira de expansão da economia nacional, que é tanto
urna fronteira demográfica como urna fronteira de recursos.
A indústria aparece na região geoeconômica da Amazônia sob a forma de enclaves, estabelecidos a partir de
incentivos federais ou para explorar os recursos minerais. Esses focos industriais não estão conectados ao mercado
regional, mas aos mercados do Centro-Sul e do exterior. O mais importante enclave industrial fica na capital do Amazonas.
A Zona Franca nasceu em 1967, sob a supervisão da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), vinculada ao
Ministério do Interior. Com ela, era deflagrada uma operação geopolítica para a criação de um expressivo centro industrial
em plena Amazônia. Sua meta consistia em reforçar o poder nacional na "região de fronteira".
A estratégia dos militares era transformar Manaus em um "'porto livre"' tanto para importação quanto para
exportação. A isenção de impostos sobre importação de máquinas, matérias-primas, componentes e sobre de mercadorias.
aliada ao baixo custo da mão-de-obra local, deveria atrair empresas transnacionais c nacionais para a fabricação de bens de
consumo duráveis. Sob esse ponto de vista, a Zona Franca foi um sucesso. O estado saltou de 145 indústrias em 1967 para
800 em 1977, sendo 549 localizadas em Manaus.
OBS: No seu auge a Zona Franca representava 75% do PIB de todo o Estado e gerava mais de 120 mil empregos
diretos e indiretos. As empresas de eletroeletrônica dominam a aglomeração industrial, vindo em seguida as mecânicas e as
de informática.
O processo de ocupação e exploração mineral está concentrada na Amazônia Oriental.

AMAZÔNIA ORIENTAL
Constituída por Amapá, Pará, Tocantins, Mato Grosso e pelo oeste do Maranhão. É a área que mais sofreu
modificação antrópica, principalmente em Mato Grosso e nos eixos de transportes da Belém-Brasília e E. F. Carajás. As
jazidas de ferro da Serra de Carajás foram descobertas em 1967 e revelou-se a maior reserva de minério de ferro do mundo.
Em 1980 foi lançado o Programa Grande Carajás, com a seguinte infraestrutura:
- Estrada de Ferro Carajás (890 Km).
- Porto de Itaqui, em São luís.
- Hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins.

PROJETOS principais do Programa Grande Carajás:


1) PROJETO FERRO CARAJÁS - minério para exportação (maior parte para o Japão). Ao longo da ferrovia há
previsão de instalação de siderúrgicas primárias, com a opção energética do carvão vegetal, o que pode acarretar em mais
desmatamento.
2) PROJETO DOS PÓLOS DE ALUMÍNIO – A matéria-prima é a bauxita cujas reservas estão na Serra de
Oriximiná, no Vale do Rio Trombetas, no noroeste do Pará (fora da área do Programa). Em Barcarena (próxima a Belém), a
Alumínio do Norte do Brasil S. A. (ALUNORTE) produz alumina e a Alumínio Brasileiro S. A. (ALBRAS) fabrica
alumínio. Em São Luís, a Alumínio do Maranhão S. A. (ALUMAR) produz alumina e alumínio. Essas três indústrias são os
principais consumidores da energia elétrica de Tucuruí.

NORDESTE
A região geoeconômica do Nordeste abrange uma vasta região de povoamento antigo e apropriação produtiva
baseada em estruturas agrárias e sociais arcaicas. Ocupando uma área de 1,5 milhão de km2 ( 18% da área do país) que se
estende a metade leste do maranhão até o norte de Minas Gerais. Concentra cerca de um terço da população do país e
constitui uma "região-problema", em virtude dos graves problemas sociais e econômicos que apresenta: pobreza, fome,
subnutrição, elevadas taxas de mortalidade infantil e de analfabetismo, desemprego, baixos salários, secas, elevada
concentração de renda e terras.
A industrialização do Nordeste desenrolou-se sob signo das políticas de desenvolvimento regional conduzidas pelo
governo federal. Tais políticas estimularam uma limitada desconcentração da indústria, em escala nacional, mas provocam
concentração industrial, em escala regional. A criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE),
em 1960, foi o ponto de partida de um projeto de desconcentração industrial baseado no planejamento estatal. Através de
um vasto programa de incentivos ficais (benefícios como redução de alíquota de impostos, isenção de impostos) o Estado
conseguiu direcionar investimentos privados do Centro-Sul para o Nordeste.
Destaques:
- Implementação de usinas hidrelétricas de grande porte no Rio São Francisco (Sobradinho; Paulo Afonso I, II, III
e IV; Luiz Gonzaga (antiga Itaparica); Xingó; e Apolônio Sales (antiga Moxotó)).
- Polo petroquímico de Camaçari na Bahia.
- Indústrias de fertilizantes de Sergipe.
- Complexo químico de Salgema, atual Braskem, de Alagoas.
- Polo têxtil em Fortaleza.
- Porto de Pecém no Ceará.
Sob a atuação da SUDENE, o Nordeste emergiu como região industrial periférica de relevância as capitais
sediados no Sudeste. Os laços de dependência manifestam-se com especial nitidez no caso da indústria de bens
intermediários – produtos químicos, petroquímicos e metalurgia que são insumos para as empresas do Centro-Sul. A
industrialização incentivada modificou o panorama econômico nordestino, transferindo para as cidades o foco de
acumulação regional de riquezas: a agropecuária realizava quase 30% do PIB da regiãoem 1965; em 2004, menos de 10%.
O setor secundário gera, atualmente, cerca de dois quintos do PIB regional. Algo em tomo de 30% do Imposto Sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS arrecadado pelos estados nordestinos provém de empreendimentos que foram
financiados pelo Fundo de Investimento do Nordeste (Finor).
O golpe de Estado de 1964 e a instalação do regime militar acabaram com a ameaça da reforma agrária que
apavorava os usineiros da Zona da Mata. Mas a ruptura tinha sido realizada. O diagnóstico tradicional, que vinculava a
pobreza da região ao fenômeno das secas, deu lugar ao ponto de vista desenvolvimentista, que tinha como prioridade a
implantação de polos industriais no Nordeste. Sob essa orientação, estabeleceu-se em 1974 o Finor, uma linha de
financiamento de investimentos operado pelo BNB e baseado em descontos no imposto de renda de pessoas jurídicas.
O Finor financiou, ao longo a sua história, a implantação ou expansão da maior parte dos grandes grupos
industriais com fábricas no Nordeste, como as transnacionais Nestlé, Gessy Lever e Aleoa, a antiga estatal Companhia Vale
do Rio Doce e empresas nacionais como Votorantim, Gerdau, Samello, Grendene, Vicunha e Azulejos Eliane. Os recursos
provenientes do fundo possibilitaram a criação polo petroquímico de Camaçari, na Bahia, o maior complexo industrial do
Nordeste. Os incentivos do Finor, as políticas industriais dos governos industriais dos governos estaduais e a adoção de
sistemas flexíveis de organização do trabalho foram decisivos para o sucesso da estratégia dessas empresas.
Atualmente impulsionado pelo polo petroquímico de Camaçari, o setor químico continua a se expandir e a se
diferenciar, atuando numa faixa que se estende de Salvador a Maceió. Em Sergipe, a Petrobras instalou uma fábrica de
fertilizantes nitrogenados. Em Alagoas, no município de Marechal Deodoro, implantou-se polo cloroquímico, um complexo
industrial cujo núcleo reside na produção de soda cáustica e derivada de cloro a partir do sal-gema.

CENTRO-SUL

A Região geoeconômica Centro-Sul abrange os estados regiões Sul e Sudeste brasileiros (com exceção do norte de
Minas Gerais), além dos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, sul doTocantins e do Mato Grosso, e o Distrito Federal.
Compreende aproximadamente 2,2 milhões de km2 (cerca de 25% do território brasileiro).
O processo de industrialização ocorrido no Brasil a partir da década de 50, apoiado tanto na entrada maciça do
capital estrangeiro, quanto na iniciativa privada nacional e na própria intervenção estatal, baseou-se no desenvolvimento
dos setores mecânico, metalúrgico, químico, de material elétrico e de transportes, consolidando-se a região como centro da
economia nacional. Desde então, aqueles setores industriais acusam participação crescente no Sudeste, em detrimento das
indústrias tradicionais (têxtil, alimentos e bebidas, que vêm-se registrando uma queda relativa). Essa tendência vêm-se
afirmando no conjunto da região, embora o desenvolvimento das indústrias seja diferenciado ao nível dos estados.
O Centro-Sul é a região de economia mais dinâmica do país, produzindo a maior parte do PIB nos setores agrário,
industrial e de serviços, além de concentrar a maior parte da população. Apesar da maior dinamicidade, o Centro-Sul possui
também as contradições típicas do desigual desenvolvimento socioeconômico brasileiro. Além de expressar a integração
econômica do Sudeste industrial e financeiro com o Sul agrícola e industrial. Também espelha a expansão da agropecuária
moderna para a porção meridional do Centro-Oeste e a transferência da capital para o Brasil central. A concentração de
portos de grandes movimentos no Sudeste e, em menor escala, no Sul, reflete a organização geográfica do território
nacional. Nesse sentido por ser o complexo geoeconômico mais urbanizada e que abrigam as principais concentrações
industriais funcionam, também sob esse aspecto, como elos entre o Brasil e o mercado mundial.
A importância histórica desta região data do desenvolvimento da atividade mineradora, quando o eixo econômico
e politico do país transferiu-se para o Centro-Sul. Após a mineração, o café, no Século XIX, valorizou também a área, tanto
no Vale do Paraíba Fluminense como no Paulista, assim como, no Século XX, este produto impulsiona o oeste de São
Paulo. Manteve, no entanto, a estrutura fundiária do latifúndio neocolonial exportador, sendo que no Rio Paraíba utilizou-
se da mão-de-obra escrava negra. Na Era Vargas esta região encontrou sua vocação industrial. O capital do café e o esforço
do Estado vão transformá-la em um grande centro industrial, sobretudo, nas metrópoles nacionais de São Paulo e Rio de
Janeiro, e na regional de Belo Horizonte.
Urbana e industrial, esta região apresenta algumas características marcantes:
a) Agricultura - Como produção elevada - cana-de-açúcar, café, soja, milho e arroz, utiliza-se, porém, da mão-de-
obra temporária ou boia-fria, mostrando ai seus graves contrastes sociais e espaciais: ao lado de uma agricultura moderna
há estruturas arcaicas. como a questão social, técnica e política do Vale do Jequitinhonha e norte de Minas Gerais, por
exemplo;
b) Pecuária – Dinâmica, não só para o abastecimento da carne, como de leite e derivados. Destacam os rebanhos
de Minas Gerais e São Paulo.
c) Concentração Industrial – Destacamos quatro espaços industriais importantes: São Paulo, Rio de Janeiro, área
das cidades médias do oeste paulista.
d) Extrativismo Mineral - Extração de ferro no Quadrilátero de Minas Gerais, que destinado ao mercado externo
(porto e usina de Tubarão - E.F.Vitória - Minas). Extração de petróleo – bacia de Campos-Macaé.
e) Crise Social - Nas metrópoles do Sudeste, destacamos o grave problema da segregação espacial. Mesmo com a
redução da migração, a favelização amplia-se, fato que constata o elevado processo de segregação do espaço geográfico,
com a favelização e a formação de uma enorme periferia urbana.
f) Crise Ambiental - Desmatamento, retirada do mangue, poluição da Baía de Guanabara, deslizamento de
encostas, problema do lixo, etc. , são tônicas na vida da região. A industrialização e a exploração econômica acelerada, sem
respeito ao meio ambiente e visando ao lucro imediato, seguindo modelos externos, são fatores geradores desta crise
vivenciada pela mais dinâmica região
g) Demografia - Apresenta a maior população absoluta e relativa, ou seja, é o complexo geoeconômico mais
populoso e povoado.

5. Dinâmica populacional brasileira

a) Movimentos migratórios

Imigrações
A imigração inicia a partir da chegada da coroa portuguesa ao Brasil.
Para garantir a ocupação do território foi incentivada a vinda de imigrantes para a região sul do país. O governo
trouxe 4.000 famílias açorianas para a região de Porto Alegre e Santa Catarina.
A preocupação da coroa portuguesa girava em tomo da garantia territorial disputada com os espanhóis.
Posteriormente a preocupação estará fundamentada na garantia de mão-de-obra para a lavoura que expandia para ao interior
paulista. Era a fase do café, o ouro negro conquistava mercado no exterior, passava a compor o produto de exportação mais
importante para o país e sofria com a limitação imposta pelo fim do tráfico de escravos.
Podemos listar muitas causas da imigração para o Brasil, porém as mais importantes são:
• maior quantidade de negros, mestiços e indígenas nos períodos colonial e imperial;
• necessidade de ocupar efetivamente o território devido às ameaças de invasão estrangeira;
• pressões da Inglaterra contra a escravidão;
• instabilidades econômicas na Europa em função das guerras.

Fatores favoráveis à imigração para o Brasil:


• desenvolvimento da cafeicultura exigindo muita mão-de-obra;
• leis abolicionistas;
• subsídio às despesas de viagem dos imigrantes;
• permissão ao imigrante para que este pudesse cultivar gêneros alimentícios em uma gleba de terras;
• custeio das despesas dos imigrantes no primeiro ano de trabalho;
• crise na Itália.

Fatores desfavoráveis à imigração para o Brasil:


• compromisso do imigrante para pagar as despesas da viagem com trabalho nos cafezais;
• a I Guerra Mundial;
• crise da economia cafeeira com a "Quebra da Bolsa de Nova Iorque", em 1929;
• temor dos imigrantes de serem tratados como escravos;
• revolução de 30;
• lei das latitudes, isto é, o clima tropical de difícil adaptação;
• medidas restritivas da Constituição de 1934 (exceto para os portugueses):
• lei das cotas;
• seleção profissional;
• seleção social;
• seleção ideológica.

Principais grupos de imigrantes para o Brasil:


• Italianos: foram para São Paulo (interior e capital) onde se dedicaram à cultura do café e à indústria. No Rio
Grande do Sul e Santa Catarina (interior) fundaram cidades e se dedicaram à cultura da uva para produzir vinhos.
• Espanhóis: foram para vários lugares, especialmente para São Paulo, tanto para a capital como para o interior,
onde se dedicam ao comércio, oficinas, restaurantes.
• Japoneses: chegaram a partir do inicio do século XX e foram para São Paulo (capital e interior) onde cuidam de
hortifruticultura e granjas, floricultura e comércio. No Paraná (capital e interior) dedicam-se à agricultura e ao comércio.
No Pará (interior e capital) cultura da pimenta-do-reino, juta, frutas e comércio.
• Alemães: foram para Santa Catarina (Vale do Itajaí) onde se dedicam à policultura e à indústria caseira. No Rio
Grande do Sul, São Paulo e Espírito Santo dedicam-se a diversas atividades.
• Eslavos: foram, principalmente, para o Paraná (capital e interior) onde se dedicam especialmente às atividades
madeireiras e agricultura.
Sírio-libaneses: foram para diversas partes do país, especialmente para as áreas urbanas, pois geralmente, dedicam-se ao
comércio em lojas ou como ambulantes.
• Sírio-libaneses: foram para diversas partes do país, especialmente para as áreas urbanas, pois geralmente,
dedicam-se ao comércio em lojas ou como ambulantes.
• Portugueses: mais numerosos, espalharam-se por todo o país, especialmente no Rio de Janeiro, dedicaram-se
geralmente ao comércio (quitandas, padarias, bares ... ).

Migrações Internas
Vários fatores contribuem para a mobilidade da população no interior do território. As mudanças econômicas
regionais e as alterações no sistema produtivo podem dispensar mão de obra em uma região e criar empregos em outra,
Desse modo, a população tende a ir em busca de melhorias que podem ser momentâneas - causando as migrações
temporárias ou permanentes.
Êxodo Rural: é a transferência permanente de grandes levas populacionais do campo para a cidade. Tornaram-se
mais intensos a partir da década de 50 devido ao processo de industrialização. O Censo de 1970, indicava predomínio de
população urbana (55,92°% ) em relação à população rural (44,43%).
Causas do Êxodo Rural:
- mecanização das lavouras;
- concentração fundiária;
- falta de assistência médico-hospitalar e educacional no campo;
- falta de empregos permanentes com salário fixo;
- baixos salários nas cidades;
- atração exercida pela cidade sobre o homem do campo;
- possibilidade de emprego e salário fixos;
- assistência médico-hospitalar e educacional;
- possibilidade de aposentadoria e da casa própria.

Consequências do Êxodo Rural:


- no campo: queda da produção em áreas que não foram mecanizadas, redução da população rural e falta de mão-
de-obra para pequenos e médios proprietários.
- na cidade: favelização, periferização, macrocefalismo, marginalismo, especulação imobiliária, desemprego e/ou
subemprego, deterioração dos equipamentos urbanos.
O êxodo rural é o grande responsável pelo acelerado ritmo de urbanização do Brasil.

Transumância: é um movimento periódico, determinado, ou não, por razões climáticas, por isso diz-se que um
movimento SAZONAL. Ocorreno Brasil nas seguintes regiões:
Nordeste: do Sertão para a Zona da Mata elou litoral por ocasião do período das secas e, retoma no período das
chuvas. Os trabalhadores são denominados de Corumbas.
Amazônia: executado pelos seringueiros que, numa época entram na floresta em busca do látex, depois retomam
às suas casas para fazer a preparação das denominadas pelas, isto é, a goma de borracha natural. Quando termina esta parte
do trabalho eles vão para as zonas de coletas de castanha-do-pará e, assim, sucessivamente.
Movimento Pendular ou Commuting: são movimentos periódicos, isto é, diários da periferia para os grandes
centros de comércio e de indústrias pela manhã e de retorno à noitinha. Dão origem às cidades-dormitórios e pique de
trânsito ou "rush".
Outros movimentos internos:
- rural/rural: são trabalhadores rurais que saem de uma área agrícola para outra em função de trabalho;
- urbano/rural: são fluxos de trabalhadores temporários que saem das cidades interioranas para executar trabalhos
nas fazendas das adjacências. É o caso dos "bóias-frias" .
- urbano/urbano: são trabalhadores especializados que buscam melhores salários entre as cidades
industrializadas. Geralmente ocorre das pequenas para as grandes cidades.
- inter-regionais: quando há deslocamento de populações de uma região para a outra, sendo no Brasil
denominados de "retirantes". O Nordeste é a maior área da repulsão e o Sudeste a principal área de atração.

Migrações inter-regionais
A industrialização do Sudeste, principalmente dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, na década de 80, foi o
grande fator atrativo para essa região. Tal fator, capaz de atrair brasileiros de outras regiões e estrangeiros, é bem
representado pelo maior fluxo interno proveniente da grande região Nordeste. Esse fluxo nordestino também era
direcionado para o Maranhão em função da rizicultura da várzea; para o Mato Grosso, atraída pela garimpagem; para
Rondônia em função da extração de cassiterita e para o Norte do Paraná, onde a expansão da cafeicultura exigia mão-de-
obra nos anos 60. Quanto ao estado de Goiás, o principal fator de atração populacional foi a construção de Brasília,
movimento de grande monta, dinamizador do crescimento populacional do Centro-Oeste.
Na região Sudeste o principal fator populacional foi a industrialização que dinamizou as migrações inter-regionais
e o êxodo rural, representado na maior parcela pela população oriunda do Nordeste, marcado pela estagnação da economia,
coronelismo, concentração fundiária e as privações da população. Essa população recém regressa tem estoque de mão-de-
obra barata, atendendo à voracidade dos grandes poderosos capitalistas e o acentuado crescimento urbano acelerado e
desordenado, marcado pelas funções de produção e trabalho do esquema centro-periferia.
A partir de 1964, apoiado na vontade dos governos militares, iniciou-se então a marcha em direção à Amazônia, no
local predominou o grande capital e ignorou-se o homem da terra, pois as propriedades ocupadas possuíam dimensões
gigantescas, geralmente, fruto de apropriação e expropriação de terras indígenas e de posseiros para beneficiarem
grandiosos projetos agropecuários. A mão-de-obra de maior vulto na região continua sendo a nordestina que é incrementada
a partir de 1967. após a criação da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA).
O norte do Paraná continuou atraindo, principalmente em função da concentração de terras do sul do país e da
situação socioeconômica das populações do Nordeste; esse fluxo se alastra por todo o estado de Mato Grosso. A década de
70, através do governo do general Médici, destacou a necessidade imediata de construção de extensas rodovias como a
Transamazônica e a Cuiabá-Santarém para facilitar o fluxo migratório oriundo do Nordeste, com a finalidade de reduzir o
superpovoamento das áreas metropolitanas do Sudeste, que já apresentavam tensões sociais, abastecer a Amazônia de mão-
de-obra e reduzir as mostras de pobreza do Nordeste.
Essas estradas foram implantadas sem nenhum estudo de impacto ambiental e social, e apresentaram como
principais prejudicados os indígenas e seus ecossistemas, através das ocupações e crescimento populacional desordenado.
A década de 90 foi evidenciada pela queda do movimento interno em direção ao Sudeste, e particularmente as
metrópoles que já apresentariam os maiores índices negativos do macrocefalismo urbano, passaram a reduzir o crescimento
populacional (ex.: São Paulo), o crescimento das cidades de pequeno e médio porte e a permanência acentuada do vetor
migratório para a Amazônia.

Observe o mapa dos fluxos migratórios na década de 1970.


O perfil das migrações internas modificou e, atualmente, verifica-se a tendência de migração das grandes cidades
para as cidades de porte médio. Fatores que constituem a qualidade de vida como violência, trânsito, poluição, estagnação
da Infraestrutura urbana são considerados no momento de escolher o novo destino de moradia. Nas grandes regiões
metropolitanas já se identifica a formação de famílias que moram nas chamadas cidades jardins e trabalham diariamente no
grande centro urbano.

b) dinâmica demográfica

Os estudos de população tem como finalidade trazer informações acerca da formação étnica, composição da
população em gênero e distribuição por grupos de idade, distribuição da população pelos setores produtivos, formação da
população economicamente ativa e inativa, expectativa de vida, índice de desenvolvimento humano, pobreza e exclusão
social. No Brasil, os estudos são realizados pelo IBGE.
Para se desenvolver esses estudos o IBGE realiza estudos estatísticos e censos demográficos visando levantar
informações sobre cada domicílio brasileiro. O período entre os censos, que são realizados com intervalos de 10 anos. o
IBGE realiza as pesquisas nacionais por amostra de domicílios - PNAD com o objetivo de atualizar os dados c realizar as
projeções subsidiar as ações do Estado.

Conceitos centrais no estudo de população


Taxa ou índice de natalidade: é o número de nascimentos dividido pela população total, multiplicado por 1.000.
(TN = nº de nat/pop. total .1.000). Tendo por base dados de 2005 a TN do Brasil era de 20,4‰ (20,4 por mil) ou 2,04%.
Embora ainda seja considerada elevada, a natalidade brasileira está experimentando uma redução nos últimos anos devido
aos seguintes fatores:
• casamentos mais tardios, principalmente no meio urbano;
• elevado custo da formação de um individuo nas áreas urbanas;
• maior integração da mulher no mercado de trabalho;
• maior acesso aos métodos anticoncepcionais nas últimas décadas.
Atenção, não confundir a taxa de crescimento vegetativo com a taxa de crescimento demográfico. A segunda a
população de um país aumenta mediante dois processos: a diferença entre o número de pessoas que entraram e o das que
saíram; e diferença entre os Índices de natalidade e os de mortalidade que é o crescimento vegetativo/ natural. Apesar de ter
diminuído bastante nas últimas décadas, os índices brasileiros de natalidade ainda são relativamente altos, se comparados
aos dos países desenvolvidos.
Taxa ou índice de mortalidade: é o número de óbitos dividido pela população total, multiplicado por 1.000. (TM
= nº de óbitos/pop. total . 1.000). Tendo por base dados de 20050 último a TM do Brasil era de 6.30/00 ou 0,63%. A taxa
de mortalidade experimentou sensível redução nos últimos anos em função dos seguintes fatores:
- maior acesso à assistência médico-hospitalar por um maior número de pessoas em função da urbanização da
população;
- desenvolvimento da medicina preventiva com as campanhas de vacinação e da utilização de aparelhos e drogas
mais sofisticadas;
- melhoria das condições de saneamento básico que, embora não seja para todos, tem crescido nos últimos anos.
Taxa ou índice de crescimento vegetativo ou natural: é o saldo entre a TN e a TM, isto é, CV = TN-TM. Pelo
último censo (2010) era de 1,17%.
Taxa ou índice de mortalidade infantil: é o número de crianças que nascem vivas, porém morrem até um ano de
idade, Segundo dados de 2008, o Brasil, seria de 23%0 ou 2,3%. Ainda é considerada elevada.
Taxa de fecundidade: é o número médio de filhos nascidos vivos durante a fase reprodutiva feminina,
considerada pelo IBGE para efeito estatístico, como sendo entre 15 e 49 anos. Esta taxa caiu em 19% no período de 1980 a
1984 (era de 4,35 e caiu para 3,53 em 1984). De 1960 a 1984 sofreu uma queda da ordem de 50%. Isto se deve,
principalmente, à grande frequência das ligaduras ou laqueadura das trompas. Atualmente, nossa taxa de fecundidade está
estimada em 1,8 filhos por mulher.
Caro estudante, a queda da taxa de fecundidade no Brasil avançou bastante nos últimos 46 anos. Saindo de 6 filhos
por mulher em 1960 e chegando a 1,8 em 2010. Ou seja, abaixo da taxa de reposição recomendada pela ONU, que é de 2,1
filhos por mulher. A continuar dessa forma a população brasileira terá um decréscimo populacional por volta de 2040,
quando deverá está próxima de 235 milhões de habitantes.
De acordo com a especialista do IBGE Sônia Oliveira, a grande variação diz respeito à relação entre o nível de
instrução das mulheres e o planejamento do número de filhos. "Em anos anteriores, os números de filhos por mulher caíam
apenas em classes mais altas e para mulheres que tinham melhor instrução. Hoje, mesmo as mulheres de classes baixas
planejam o número de filhos que querem ter". O estudo mostra que, em 1970, mulheres que tinham até três anos de estudo
tinham cerca de 7,2 filhos e mulheres com oito ou mais anos de estudo tinham 2,7 filhos. Em 2005, esses índices eram de 3
e 1,4 filhos, respectivamente. O levantamento reúne dados já pesquisados pelo IBGE e pretende analisar a relação entre os
índices demográficos e a questão da saúde. "Pegamos índices oriundos de diversos estudos já publicados e analisamos
tendências como a queda da mortalidade infantil e da fecundidade, por exemplo", explica Sônia.
Expectativa de vida: é a esperança de vida que corresponde à vida média da população. Pelos dados de 2008, a
expectativa de vida esta em torno de 72,6 anos, sendo mais elevada para as mulheres.
Que fique claro que a banca examinadora correlaciona o aumento da expectativa de vida a um avanço na qualidade
de vida da população brasileira o que no atual contexto é tido corno correto.
Política demográfica brasileira: oficialmente, o governo adotou sempre uma política nata lista ou populacionista. A
partir de 1974, o governo passou a interessar-se por uma "Política de Planejamento Familiar". O Brasil enviou
representantes à Conferência de Bucareste promovida pela ONU, sobre Planejamento Familiar.
O modelo de planejamento adotado no Brasil tem como base o planejamento organizado pela própria família e,
não pelo Governo. A posição do governo é neutra, pois há grande resistência social exercida principalmente pela Igreja e
pelos Partidos Progressistas. Devemos destacar que em nosso território houve momentos de esterilização em massa de
mulheres de baixa renda, especialmente no Nordeste, sendo patrocinada por fundações estrangeiras como é o caso da
BEMF AM (Sociedade Brasileira de Bem-Estar Familiar). Nas décadas de 60 e 70 o governo, mesmo não tendo uma
política clara de controle populacional permitiu atuação de instituições estrangeiras como a Fundação Rockenfeller e
Fundação Ford no Brasil, o que acabou por influenciar influenciando as políticas sanitárias e de controle populacional.
Atenção, nossa constituição prevê que o Estado deve dar as condições para a família realizar o planejamento
familiar por meio da educação e das condições materiais para isso, como é o caso da distribuição gratuita de camisinhas.
pílulas e ainda a realização, nos hospitais públicos de cirurgias como a vasectomia e a laqueadura. As autoridades
brasileiras, na realidade, especialmente no tocante ao posicionamento sobre o tema procura agradar a igreja católica e os
demais grupos cristãos, majoritários no país c radicalmente contra os métodos anticoncepcionais; e também se opõem às
pressões exercidas pelos países ricos, que gostariam de políticas mais firmes de controle da natalidade nos países pobres
especialmente na América Latina. Apesar desse posicionamento, na política interna o governo brasileiro tem procurado
expandir os métodos de planejamento familiar.

A população em números
Existe certo equilíbrio biológico entre os sexos. A demografia utiliza o conceito de índice de masculinidade (I
homem por 100 mulheres). Em todas as regiões observa-se que o índice de masculinidade ao nascer é maior do que 100, o
que significa dizer que nasceu mais crianças do sexo masculino do que do sexo feminino. O índice de crescimento
populacional vem apresentando sensível redução de crescimento desde a década de 70, em decorrência da ocorrência de
diversos fatores como:
- a preponderância da emigração;
- as dificuldades econômicas do país;
- a insegurança no trabalho; e
- a inserção marcante da mulher no mercado de trabalho.
Observando a pirâmide etária do ano 2000 verifica-se que há mais nascimentos de homens (base da pirâmide) e
uma maior mortalidade destes demonstrado pelo estreitamento mais acentuado. No topo observa-se o predomínio de
mulheres, demonstrando que estas têm maior longevidade.
O crescimento demográfico tem apresentado uma modificação substancial nas últimas décadas. Desde 1872,
quando se iniciou o acompanhamento da população e se realizou o primeiro censo até a década de 1940 o Brasil
apresentava um crescimento demográfico inferior a 2%. Isso era uma realidade na qual se tinha altas taxas de natalidade e
altas taxas de mortalidade. Muitos nascimentos, porém muitos óbitos, a expectativa de vida era muito baixa.
Vários fatores contribuíram para essa realidade, entre eles:
- Falta de acesso a infraestrutura - água tratada, esgoto canalizado, coleta de lixo, etc.
- Falta de acesso a saúde - vacinas, pré-natal, hospitais suficientes;
- Alimentação deficiente - a subnutrição era um mal comum entre a população pobre ...
Observe a comparação das pirâmides etárias das últimas quatro décadas.

Devido as mudanças que ocorreram, após a década de 1940, houve a preocupação com o crescimento
populacional. Verificava-se que após a 2ª GM deu início a transição demográfica nos países pobres.
Período de Pré-transição - registram-se altas taxas de natalidade - TN e taxas de mortalidade - TM com baixo
crescimento vegetativo.
1ª fase - queda brusca das TM com a manutenção das TN - explosão demográfica. Principais causas das mudanças
são o maior acesso a saúde (vacinas, remédios) e infraestrutura (urbanização)
2ª fase - queda das taxas de natalidade - com a urbanização inicia uma mudança no padrão de família na
sociedade, Mulheres no mercado de trabalho, maior custo para manutenção da família na cidade, melhorias sanitárias.
3ª fase - regime demográfico moderno - pôs-transição. Esse é o momento em que se tem um crescimento
populacional baixo, tendendo a estabilidade demográfica. Nessa fase, o crescimento populacional se dá, principalmente,
devido ao aumento da expectativa de vida.
A tendência que se observa no período pós-transição são: Mudança do perfil de mortalidade - fim das mortes por
doenças de pobre (desnutrição e epidemias) para termos mortes de velho - doenças cardiovasculares.
Mudança no perfil populacional – redução do percentual de jovens na população e crescimento do percentual de
velhos.
Redução do número de componentes na família - família celular - pai, mãe, dois filhos.
A redução da taxa de fecundidade demonstra que as famílias em nosso país têm decidido ter um menor número de
filhos.

c) população e trabalho

Neste capítulo analisaremos a população quanto à distribuição da população nos setores da economia (primário,
secundário e terciário) percebemos enormes transformações que permitem avaliar a economia do país. Entre os fatores
causadores de alterações, podem se destacar a industrialização, a urbanização e a modernização de campo brasileiro.
No Brasil, a concentração fundiária injusta, antidemocrática e impune que proporciona grande quantidade de terras
nas mãos de poucos. Existem milhares de trabalhadores sem-terra prontos para produzir os quais são, geralmente,
aproveitados como trabalhadores temporários (boias-frias) nas grandes fazendas. A falta de acesso a terra influência nos
fluxos populacionais em direção a cidade, aumentando as taxas de êxodo rural, contribuindo ainda mais para o aumento dos
níveis de urbanização e dilatação da PEA (população economicamente ativa) nos setores secundário e terciário. Devemos
ainda considerar o papel da mecanização e a tecnologia inserida no campo as quais contribuiu para a liberação da mão-de-
obra para as cidades.
Devemos atentar para a existência de várias situações de subdesenvolvimento nos países, como por exemplo, os
africanos que apresentam sua economia quase que plenamente calcada na agricultura tradicional, que exige numerosa mão-
de-obra; já nos países subdesenvolvidos e industrializados, como Brasil, Argentina, Egito e México a distribuição da
população é marcada por intenso processo de terceirização (concentração da população no setor terciário) da população,
mas isso não é visto exclusivamente como melhoria em função da industrialização e, sim, como problemas existentes nas
economias desses países.
O Brasil, na condição de periferia privilegiada, apresenta deficiência em oferta de empregos e como consequência
disso, apresenta inchaço no setor terciário (hipertrofia do terciário), gerando elevados índices de informalidade.
A PEA brasileira total é da ordem de 42% da população total, sendo que destes, 65% é masculina e 35% feminina.
Nos setores da economia verifica-se o seguinte distribuição:
- setor primário (agricultura, pecuária e extrativismo) = 23,2%;
- setor secundário (indústria e construção civil) = 23,8%;
- setor terciário (serviços, profissionais liberais, funcionalismo, comércio ...) = 53,0%.
Observamos nessa divisão, o setor primário é basicamente rural e os setores secundários e terciários são
principalmente urbanos. O setor primário abrange grande percentual da população ativa em países pouco industrializados.
O setor secundário era considerado o mais importante pelo menos até os anos 1970, no auge da Segunda Revolução
Industrial. O setor terciário é o mais complexo e problemático do três, pois, muito amplo, engloba atividades muito diversas
e, as vezes, até discrepantes, tanto atividades modernas (setor financeiro, firmas que elaboram programas para
computadores, assessorias diversas, universidades, etc.) quando atividades tradicionais (camelôs, biscateiros,
subempregados). Nos países desenvolvidos, esse setor é grande e vem crescendo cada vez mais.
Para a população ocupada as condições variam muito. Uma característica da situação dos países de
industrialização tardia, é ter um setor terciário inchado e com muita informalidade. O trabalho informal é um problema
muito grave, pois mesmo que o trabalhador esteja produzindo riqueza, este não tem as garantias de proteção do trabalho e
do sistema de assistência social como aposentadoria, seguro desemprego, seguro acidente, licença maternidade e
paternidade. O trabalho informal é um mal para o governo devido não permitir o recolhimento de impostos, mas, mais
prejudicial para o trabalhador que fica sem amparo em caso de necessidade.
O Sudeste apresenta 25.5% da sua população no setor secundário.
A Região Norte apresenta o mais elevado percentual da população no setor terciário 67%
O estudo da distribuição populacional por setores da economia fornece subsídios para o conhecimento da
economia e viabiliza o replanejamento do espaço geográfico brasileiro.
A PEA - População Economicamente Ativa - diz respeito a parcela da população de um passo que trabalha ou que
está procurando emprego é designada população economicamente ativa, está voltada para o mercado de trabalho e inclui a
população ocupada ( pessoas que estão efetivamente trabalhando) e os desempregados. A parcela que não trabalha e não
esta empenhada na busca de emprego denomina-se inativa e inclui as crianças, os aposentados, os estudantes ( desde que
não trabalhem) e as mulheres que exercem funções domésticas remuneradas.

Qualidade na força de trabalho

A qualificação na força de trabalho influi de forma direta nas características da economia dos países e seu
desenvolvimento, afinal de contas, o homem é o agente da vida econômica dos países. Para avaliar a qualidade da mão-de-
obra verificam-se os índices de analfabetismo existente no país.
O problema que se verifica ainda é o baixo índice de escolaridade, conformando grande parcela da população com
menos de quatro anos de estudo. Essa parcela da população é considerada analfabeta funcional.
Quando falamos em qualificação da força de trabalho um parâmetro importante é o analfabetismo funcional -
pessoas com15 anos ou mais que têm menos de menos de 4 anos de estudo completos – ou que não são capazes de ler mais
e entender mais do que uma palavra ou uma frase curta. Essas pessoas têm muita dificuldade de se inserir no mercado de
trabalho devido a exigência tecnológica que se verifica em qualquer função do mercado.
Porém verifica-se que já se registra uma queda nas taxas de analfabetismo geral da população e do analfabetismo
funcional, isso influencia na qualidade da mão-de-obra em geral. Como o índice de analfabetismo é mais alto na população
mais idosa à medida que essa passa para a inatividade a PEA apresenta um melhor perfil.
A mulher no Brasil - ISERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO
Diversas conquistas têm colocado a mulher numa posição de luta sem trégua na busca de uma sociedade justa; no
entanto, a participação da mulher na sociedade sempre foi marcada pela interferência da instituição família, que sempre
enfrentou conceitos e ideologias machistas, princípios inibidores do desempenho feminino na vida social e no mercado de
trabalho. A herança de uma sociedade patriarcal retardou a inserção da mulher no mercado de trabalho.
Apesar da predominância masculina na PEA brasileira, a participação da mulher no mercado de trabalho brasileiro
tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Esse ingresso foi dificultado, ao longo dos anos, por inúmeros
obstáculos como a maternidade e a criação de filhos, o baixo nível de empregos. O emprego da mão-de-obra feminina não é
seguido dos mesmos padrões de empregabilidade masculina. As mulheres recebem menores rendimentos quando
comparados em uma mesma categoria de trabalho. A diferença de tratamento tem raízes culturais c econômicas.

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