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assistente social em sua atuação frente às políticas sociais. O Código de Ética Profissional
(1993), apresenta as ferramentas fundamentais para a atuação profissional do assistente
social no seu cotidiano, colocando como princípios norteadores da sua prática, de maneira
a reconhecer a sua liberdade segundo o valor ético central, defendendo de forma
intransigente os direitos humanos, ampliando e consolidando a cidadania, em relação à
garantia dos direitos civis, sociais e políticos das classes trabalhadoras, trabalhando
na defesa da democracia, enquanto socialização política e da riqueza socialmente
produzida. (BARROCO, 2012)
Desta forma, o profissional de Serviço Social deve manter o seu posicionamento a favor da
equidade eda justiça social, na qual, esta, assegura a questão da universalidade de acesso
aos bens e serviçosem relação aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão
democrática, trabalhando de forma incessante na eliminação de toda e qualquer forma de
preconceito, garantindo assim, o pluralismo por meio do respeito às correntes profissionais
democráticas existentes e nas suas expressões teóricas, com o compromisso de aprimorar
continuamente sua parte intelectual e prática. (BARROCO, 2012)
Esta profissão têm uma articulação com os movimentos sociais de outras categorias
profissionais quetrabalham e partilham dos mesmos princípios deste Código de Ética
Profissional e com a luta geral dos trabalhadores, que possuem o compromisso com a
qualidade dos serviços prestados à população e como aprimoramento intelectual na
perspectiva da competência profissional no exercício da profissão sem discriminação.
(BARROCO, 2012)
[...] a saúde é direito de todos e dever do Estado, garanti-la através das políticas sociais e
econômicas que tem como objetivo reduzir o risco de doença e de outros agravos, ofertando
assim o acesso universal e igualitário dessas ações e serviços para sua promoção, proteção
e recuperação [...]. (BRASIL, 1988, não paginado).
[...]a alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente, trabalho e renda, educação,
meios de transporte, lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais [...].” (BRASIL, 1990,
não paginado).
Sendo assim os assistentes sociais na saúde atuam em quatro grandes eixos, na questão
do atendimento direto aos usuários; mobilização, participação e controle social;
investigação, planejamento e gestão; assessoria, qualificação e formação profissional. No
qual se tem as principais ações desenvolvidas pelo profissional de Serviço Social mediante
a esses quatro eixos. É imprescindível destacar que esses eixos não devem ser
compreendidos de forma segmentada, massim articulados e vistos dentro de uma
concepção de totalidade. (BARROCO, 2012).
Para isso o assistente social deverá ter o discernimento de como utilizar no exercício de
suas funções de terapias individuais, de grupo, de família ou comunitárias, mas sim
potencializar a orientação social com vistas à ampliação do acesso dos indivíduos e da
coletividade aos direitos sociais.
É importante deixar enfatizado que nessa questão dos atendimentos, onde alguns
segmentos profissionais se direcionam à terapia familiar e individual, e isso faz com que os
profissionais da atualidade reconheçam o campo psíquico como ampliação do espaço
ocupacional do assistente social, qualificando-o de Serviço Social Clínico, conforme
já citado. (IAMAMOTTO, 2001).
Desta forma faz-se com que o profissional, a partir do conhecimento da realidade em que o
usuárioestá inserido, tenham estratégias para que busque o alargamento dos direitos
sociais, pelos quais podem ser acessados e viabilizados por este usuário, cabendo ao
profissional de Serviço Social, potencializar a orientação social com visão de ampliar o
acesso dos indivíduos e da coletividade aos direitos sociais, sendo importante destacar
algumas ações que são desenvolvidas pelo assistente social, onde este profissional
democratiza as informações através de orientações sejam elas, individuais e/ou coletivas,
por encaminhamentos em relação aos direitos sociais conforme a demanda apresentada,
trabalha-se ainda na construção de um perfil socioeconômico dos usuários desta
política, evidenciando as condições determinantes e condicionantes de saúde, formulando
assim estratégias de intervenção por meio da análise da situação socioeconômica
(habitacional, trabalhista e previdenciária) e familiar dos usuários, bem como subsidiar a
prática dos demais profissionais de saúde (BRASIL, 2010).
Desta forma, enfatiza-se os determinantes sociais da saúde dos usuários, familiares e
acompanhantesatravés das abordagens descritas acima, facilitando o acesso
destes usuários aos serviços na área da saúde, bem como garantir seus direitos no âmbito
da Seguridade Social, por meio da criação de mecanismos e rotinas de ação. Para isso, é
necessário que se conheça a realidade social em que o usuário está inserido, estas
informações são realizadas por meio de visitas domiciliares, na qual é avaliada pelo
Assistente Social conforme a necessidade da demanda, pois não se pode interferir
na privacidade dos mesmos. Outra ação do Serviço Social no âmbito da referida Política, é
na questão do fortalecimento dos vínculos familiares, na perspectiva de incentivar o usuário
e sua família, a se tornarem sujeitos no processo de promoção, proteção, prevenção,
recuperação e reabilitação da saúde. (BRASIL, 2010)
Este profissional deve organizar, normatizar e sistematizar o cotidiano do trabalho
profissional através da criação e implementação de protocolos e rotinas de ação,
formulando estratégias de intervenção profissional, subsidiando a equipe
profissional quanto as informações sociais dos usuários por meio do registro no
prontuário unificado, resguardando as informações sigilosas que devem ser registrada em
material de uso exclusivo e privativo do Serviço Social, pois através deste prontuário, este
profissional elabora estudos socioeconômicos dos usuários e suas famílias, trabalhando na
construção de laudos e pareceres sociais na perspectiva de garantia de direitos e de acesso
aos serviços sociais e de saúde, buscando a garantia do direito do usuário ao acesso aos
serviços, emitindo a manifestação técnica em relação à profissão do Serviço Social,
em seus pareceres individuais ou em grupos, observando sempre o que está disposto na
Resolução CFESS nº 557/2009. (BRASIL, 2010).
4 A PRÁTICA DO ASSISTENTE SOCIAL NO CONTEXTO HOSPITALAR
[...] análise crítica dos processos sociais de produção e reprodução das relações sociais.
Este profissional deve ter uma atuação profissional baseada nas exigências acima,
compreendendo a realidade do seu usuário, a partir de uma visão crítica e reflexiva,
identificando essas demandas e suas causas, para que assim possam dar as devidas
respostas para essas expressões da questão social.
Sendo assim, estes profissionais também têm em sua prática, competências que norteiam
o seu fazer profissional dentro do seu cotidiano e da sua realidade de trabalho, partindo de
uma visão crítica, na qual servirá como forma uma estruturação para o seu trabalho. Desta
forma, é importante trazer para essa discussão a Lei de Regulamentação da Profissão
na qual estabelece, no seu artigo 4º, as competências do assistente social, onde este
profissional deverá trabalhar na:
[...] coordenação, execução e avaliação dos planos, programas e projetos sejam no âmbito
da atuação do Serviço Social com a participação da sociedade civil;
[...] no planejamento, na execução e na avaliação das pesquisas que contribui para a análise
da realidade social e para dar suporte às ações profissionais;
[...] assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta,
empresas públicas ou privadas e outras entidades governamentais e não governamentais;
[...] prestar apoio aos movimentos sociais com assuntos relacionados às políticas sociais,
no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da população;
[...] na realização dos estudos socioeconômicos com a realidade social dos usuários desta
política com a finalidade de benefícios e serviços sociais juntamente com os órgãos da
administração pública direta e indiretamente, empresas privadas e públicas entre outras
entidades. (BRASIL, 1993, não paginado).
Este profissional deverá ter o entendimento de todas essas particularidades, pois são estas
que direcionará a maneira como este profissional atenda seus usuários, mediante a sua
prática profissional, tendo sempre como ponto de partida as suas competências e
habilidades, para que estes possam desempenhar suas ações conforme suas atribuições.
Sendo assim, concorda-se com o que Iamamoto (2002) diz, que o trabalho coletivo
não exime as competências e atribuições de cada profissional, ou seja, na verdade exige-
se uma maior clareza no trato das mesmas. Desta forma, assim como as competências,
este profissional também possui atribuições privativas, que estão instituídas no artigo 5º do
Código de Ética Profissional, onde discorre que este profissional é capacitado na:
[...] realizar visitas, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a área
de Serviço Social;
Como todo profissional, o assistente social tem como direcionamento da sua prática, o
projeto ético político da profissão, no qual este é pautado na perspectiva da totalidade social
e nas expressões da questão social. Neste projeto ético político da profissão. São
destacados a concepção de saúde, a sua integralidade, a intersetorialidade e a
interdisciplinaridade, no qual este profissional vai lidar em sua prática profissional, tanto no
atendimento aos usuários como na sua relação com as equipes multiprofissionais.
Desta forma o profissional de Serviço Social trabalha no atendimento aos usuários, tanto de
forma individual como em grupo, na pesquisa, no assessoramento e na mobilização, onde
compõem muitas vezes, uma equipe multiprofissional. Estes profissionais enfrentam em sua
prática, grandes desafios e muitos limites, por trabalharem com uma política que depende
de diferentes órgãos e instituições, na área pública ou privada, entre outros. (BARROCO,
2012)
Sendo que este campo é considerado como um âmbito de atuação para o assistente social,
no qual este possui um direcionamento adotado pela profissão no qual trabalha em conjunto
com outros profissionais, onde este profissional tem princípios e diretrizes defendidas pelo
projeto ético político, no qual coloca os mesmos tanto como trabalhadores como
também sujeitos históricos neste processo. Estes profissionais atuam na dimensão de
alguns eixos como, o atendimento direto aos usuários, nas quais se desenvolvem ações que
são articuladas pela concepção de totalidade. (BARROCO, 2012, p. 65).
No atendimento direto aos usuários, no qual se dá através dos diferentes espaços de
atuação profissional, indo da atenção básica até os serviços que se organizam a partir das
ações de média e alta complexidade, que trabalham na estrutura da rede de serviços do
país a partir das unidades da Estratégia de Saúde da Família, dos postos e centros de
saúde, policlínicas, institutos, maternidades, Centros de Apoio Psicossocial
(CAPs), hospitais gerais, de emergência e especializados, incluindoainda os hospitais
universitários, seja ele vinculado ao federal, estadual ou municipal.
Desta forma, o assistente social ao participar deste trabalho na equipe de saúde, se trabalha
com suas competências, dispondo de suas particularidades de observação,
no encaminhamento das ações, se diferenciando dos outros profissionais da área.
(IAMAMOTO, 2002, p. 41).
A atuação da equipe profissional requer ao profissional de Serviço Social, que este observe
e sempre atento aos seus princípios ético-políticos, sendo firmados no Código
de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão, ambos acontecidos no ano
de 1993, e nas Diretrizes Curriculares da ABEPSS, datada em 1996. No entanto, inserido no
âmbito da saúde, o profissional de Serviço Social, também deve ser orientado através
desses princípios, visando uma prática interventiva voltada para a garantia dos direitos dos
usuários.
Para isso, se têm uma equipe de saúde e/ou empregadores conforme às condições de
trabalho e/ou falta de conhecimento das competências dos assistentes sociais, sendo estes
requisitados nas diversas ações que não são atribuições dos mesmos como,
Estão sendo aqui consideradas como não atribuições dos assistentes sociais, aquelas ações
que possuem um caráter eminentemente técnico-administrativo, como também aquelas que
demandam uma formação técnica específica (de outras profissões da saúde) não
contemplada na formação profissional dos assistentes sociais.
Diante dessas considerações apresentadas, destacam-se como ações de articulação dos
assistentes sociais na equipe de saúde, a elaboração juntamente com a equipe propostas
de trabalho que delimitem as ações dos diversos profissionais por meio da realização de
seminários, debates, grupos de estudos e encontros, na construção e implementação, junto
com a equipe de saúde, propostas de treinamento e capacitação do pessoal técnico-
administrativo com vistas a qualificar as ações administrativas que tem interface com o
atendimento ao usuário. (BARROCO, 2012).
No incentivo e participação com os demais profissionais de saúde da discussão do modelo
assistencial e da elaboração de normas, rotinas e da oferta de atendimento da unidade,
tendo por base os interesses e demandas da população usuária, isso exige o rompimento
com o modelo assistencial baseado na procura espontânea e no tratamento isolado das
doenças, garantindo a inserção do Serviço Social em todos os serviços prestados pela
unidade de saúde (recepção e/ou admissão, tratamento e/ou internação e alta), ou seja,
atender o usuário e sua família, desde a entrada do mesmo na unidade por meio de rotinas
de atendimento construídas com a participação da equipe de saúde. (BARROCO, 2012).
É nessa perspectiva, que o assistente social deve utilizar da sua prática reflexiva, na
qual possibilita aos usuários analisarem e assim poderem desvendar situações vivenciadas
através de sua reflexão crítica, sendo estimulada pelo assistente social, com o objetivo
de fazer com que o usuário consiga captar essa questão da realidade social, podendo
assim, participar, de forma mais consciente, no seu processo de transformação dessa
realidade enquanto ser histórico.
Este processo deve priorizar a atenção coletiva, em grupo, possibilitando a troca de
experiência entre os sujeitos, a manifestação da força que a organização possui e da
condição de classe dos sujeitosenvolvidos.