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INTRODUÇÃO
Transmitida por vetores intra-domiciliares
O chagásico é um indivíduo marginalizado pela sociedade
O Trypanosoma cruzi é o agente etiológico da doença de chagas, que constitui
uma antroponose (doença em que o ser humano é o único reservatório,
suscetível e hospedeiro) frequente nas Américas
Moléstia parasitemia septicêmica: inf. generalizada, atinge vários órgãos/tecidos
AGENTE ETIOLÓGICO
Protozoário Trypanosoma cruzi
Posição Sistemática
o Filo Sarcomastigophora
o Classe Zoomastigophorea
o Ordem Kinetoplastida (haver com o cinetoplasto)
o Família Trypanosomatidae
o Gênero Trypanosoma
o Espécie Trypanosoma cruzi
FORMAS EVOLUTIVAS
AMASTIGOTA - HV
o Forma intracelular que se multiplica no interior das células do hospedeiro
vertebrado (forma amastigota: antes do rompimento das células); no tecido
o Interior das células de mamíferos: vacúolo digestivo
o Forma: arredondada
o Multiplicação: divisão binária simples
o Flagelo não visível à microscopia óptica, e não livre
o Interiorização por fagocitose induzida
o Parasitam fibras mm. estriadas (cardíacas e esqueléticas), lisas e SFM
o Miocardite (inflamação do coração, devido à presença do parasito)
o Multiplicação↑ célula cheia induz diferenciação em TS
TRIPOMASTIGOTA – HV e HI
o Forma alongada, flagelada, infectante tanto para HV quanto para HI
o A forma infectante para o HV é o tripomastigota metacíclico
o Cinetoplasto posterior; flagelo com 1/3 do comprimento total
o Membrana ondulante na porção anterior, formada pelo flagelo
o Tripomastigota metacíclico: presente nas fezes e urina do triatomíneo,
sendo, portanto, a forma mais natural de infecção para o hospedeiro
vertebrado; não é capaz de se reproduzir; é muito resistente (suporta alto
pH e altas temperaturas); capacidade invasiva: mucosas, conjuntiva e
soluções de continuidade da pele
o Tripomastigota sanguícola: presente no sangue circulante dos mamíferos
Polimorfismo das tripomastigotas sanguíneas:
Tipomastigotas delgados (rápidos): mais infectante para as células
do HV, menos infectante para o vetor, sensíveis aos anticorpos,
predominando na fase aguda da doença; parasitam de preferência
as células do SFM1 do baço, fígado e medula óssea, sendo, por isso,
chamadas de macrofagotrópicas
Tipomastigotas largos (lentos): as formas largas, menos
infectantes para o HV, demorariam mais a penetrar nas células,
desenvolvendo parasitemias2 mais tardias, porém mais resistentes a
ação de anticorpos circulantes e, por isso, capazes de permanecer
mais tempo na corrente circulatória; na fase crônica predomina nos
tecidos musculares (miotrópicas); mais infectantes para o vetor
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Sistema Fagocítico Mononuclear.
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Presença de parasita vivos no sangue circulante em um ser vivo, seja ele animal ou humano.
EPIMASTIGOTA
o Forma alongada, encontrada no hospedeiro invertebrado e em meios de
cultura, assim como o tripomastigota metacíclico
o Flagelo maior, com 2/3 do comprimento total
o Presente no intestino médio/posterior do triatomíneo
o Cinetoplasto na posição anterior e próximo ao núcleo
o Flagelo livre, bem desenvolvido
o Multiplicação por divisão binária
o Membrana ondulante disposta lateralmente
HÁBITAT NO HV
Amastigotas: fibras musculares estriadas (cardíacas e esqueléticas), lisas e no
SFM
Tripomastigota: circulação sanguínea, linfa, espaços intersticiais, líquido
cefalorraquidiano, leite, esperma, etc.
TRANSMISSÃO
Vetorial: fezes ou urina liberadas durante a picada do triatomíneo → penetração
de tripomastigotas metacíclicas na pele ou mucosa
Transfusões de sangue ou de frações sanguíneas; Acidentes de laboratório
Transplante de órgãos → fase aguda grave, uma vez que o paciente
transplantando faz uso de drogas imunossupressoras.
Congênita (“ninhos” de amastigotas na placenta)
Oral
o Amamentação (menos frequente, mas provável)
o Ingestão de triatomíneos infectados (açaí, garapa)
o Alimentos contaminados com fezes ou urina de triatomíneos infectados
VETOR
Insetos hemípteros (como o percevejo): par de asas superiores, com a parte
próxima rígida e parte distal membranosa
Hábitos alimentares:
o Fitófagos: alimentam-se de plantas, probóscides longas, retas,
ultrapassando o 1º par de pernas
o Entomófagos: alimentam-se de outros animais, predadores, probóscides
curtas e curvas, não ultrapassando o 1º par de pernas
o Hematófagos: alimentam-se de sangue, probóscides curtas e retas, não
ultrapassando o 1º par de pernas
Panstrongylus megistus
o Cabeça robusta
o Antenas rentes aos olhos
Rhodnius neglectus
o Mais delgado
o Cabeça mais alongada ainda
o Antenas na ponta do clípeo
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Placa que forma a porção terminal anterior da carapaça da maioria dos artrópodes.
Triatoma infestans Panstrongylus megistus Rhodnius neglectus
→ CICLO BIOLÓGICO
► No Hospedeiro Vertebrado (HV)
Pelo mecanismo natural, os tripomastigotas metacíclicos eliminados nas fezes
ou na urina, durante o repasto sanguíneo, penetram no local da picada,
interagindo com células do SFM;
Neste local, os tripomastigotas se transformam em amastigotas, que se
multiplicam por divisão binária simples;
Ocorre diferenciação dos amastigotas em tripomastigotas, que são liberados
das células hospedeiras;
Esses tripomastigotas caem na corrente circulatória, atingindo novas células,
de qualquer tecido ou órgão para cumprir um novo ciclo celular;
No início da infecção (fase aguda), a parasitemia é mais elevada, podendo
levar a morte do hospedeiro, principalmente em crianças;
Quando ocorre resposta imune eficaz, diminui a parasitemia e a infecção tende
a cronificar, com poucos parasitas na circulação;
► Mecanismos de transmissão
Vetor: mecanismo com maior importância epidemiológica. Ocorre penetração
de tripomastigotas metacíclicos, eliminados nas fezes ou urina durante o
repasto sanguíneo;
Transfusão sanguínea, transfusão congênita, acidentes laboratoriais,
transmissão oral (amamentação, açaí, alimentos contaminados com fezes ou
urina de barbeiros), coito e transplante de órgãos;
RESISTÊNCIA NATURAL
Resistência natural
o Reação inflamatória local
Fagocitose: destruição dos macrófagos ativados
Soro: lise dos parasitos por aglutininas
Imunidade adquirida
o Anticorpos
PATOGÊNESE
Lesões observadas na fase crônica da doença de Chagas
o Ação direta causada pelo próprio parasito
o Processo inflamatório focal de origem mononuclear
o Mecanismos imunológicos de origem multifatorial provocados pela
resposta imunológica montada para controlar o parasitismo tecidual. A
carga parasitária é baixa, e a lesão, logo, ocorre devido a anticorpos com
Reatividade Cruzada (anticorpos que reagem contas as próprias células)
Fase Crônica
o Sintomática ou Assintomática
o Não ocorre detecção de parasitos no sangue circulante
o Presença de alto nível de anticorpos (por isso do exame sorológico)
o Diferentes formas clínicas
Indeterminada (assintomática)
Digestiva
Cardíaca
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Mecanismo de defesa do organismo, bloqueando a passagem de micróbios que, penetrando
no sistema linfático, produzem intenso processo inflamatório, no primeiro linfonodo.
o Apresentação de maior prevalência
o Caráter benigno e baixo potencial evolutivo
o Após a fase aguda, os sobreviventes passam por um longo período
assintomático (10 a 30 anos), uma fase latente;
o Características: positivada de exame sorológico, ausência de
sintomas/sinas, ECO normal e coração, esôfago e cólon
radiologicamente normais;
o Apesar de assintomática, há relatos de mortes súbitas;
► Forma Digestiva
→ Megacólon (dilatação dos cólons): obstrução intestinal e perfuração
→ Megaesôfago (dilatação do esôfago): disfagia, odinofagia, dor
retroesternal, regurgitação, pirose, soluço, tosse e sialose
→ Alterações morfológicas e funcionais
→ Diminuição do peristaltismo (aperistalse) → acúmulo de fezes →
Megacólon e Megaesôfago
→ Destruição do SNA parassimpático
► Forma Mista
o Forma Cardíaca + Forma Digestiva
DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO
Na fase aguda
o Critério parasitológico: pesquisa de parasitos circulantes demonstráveis
no exame direto do sangue periférico (devido a alta parasitemia).
Laboratorial: observação de formas tripomastigotas presentes no sangue
do individuo infectado. Também pode pedir Sorologia IgM5
Na fase crônica
o Critério parasitológico: parasitemia subpatente, métodos convencionais
tem baixa sensibilidade, pouco valor diagnóstico. Ausência de
parasitemia – exame parasitológico direto é comprometido. Diagnóstico
na fase crônica é essencialmente sorológico: detecção de anticorpos
o Critério sorológico: presença de anticorpos anti-T cruzi da classe igG
detectados por 2 testes sorológicos
o PCR e Xenodiagnóstico: aumentar o nº de parasitos com o uso do vetor,
pois na fase crônica praticamente não há parasitos (TS) no sangue
o Métodos parasitológicos indiretos => enriquecimento da amostra de
sangue (hemocultura) => multiplicação do parasito existente
o HAI, RIFI e ELISA
Transmissão congênita
o Se a infecção for confirmada => exame parasitológico no recém-nascido
o Se + => submeter a criança ao tratamento etiológico imediatamente
o Se – ou sem exame => retornar entre 6 e 9 meses para pesquisa de IgG
=> Se -, decarta-se a transmissão vertical
TRATAMENTO
Benzonidazol (Rochagan), muito tóxico, e pode causar resistência; e
Nifurtimox (alternativa), em pacientes agudos, crianças até 12 anos e crônicos
recentes (5-12 anos após a infecção inicial)
Na fase crônica de maior duração: forma indeterminada, formas cardíacas leves
e forma digestiva. Porém, nenhum destes compostos é ideal: não são ativos
durante a fase crônica da doença, pois não conseguem entrar na célula e
combater o parasito
→ Reservatórios do T. cruzi: A) Tatu, segundo Chagas é o reservatório primitivo do protozoário na natureza, sendo encontrado infectado
desde a Argentina até os Estados Unidos; B) Gambá, é o reservatório sinantrópico mais importante das Américas; C) Rato, reservatório
sinantrópico importante também. De todos eles, os reservatórios silvestres mais importantes são o tatu e o gambá e entre os domésticos
destacam-se o cão, o rato e o gato (além dos próprios humanos). Isso, claro, além dos humanos.
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As imunoglobulinas G e M, também conhecidas por IgG e IgM, são anticorpos que o organismo produz
quando entra em contacto com algum tipo de microorganismo invasor, que têm como função lutar
contra bactérias, vírus e toxinas que invadem o corpo. O IgM é o primeiro anticorpo a ser produzido na
fase aguda da infeção, e o IgG é produzido um pouco mais tarde, também na fase aguda, sendo, no
entanto, específico para o microorganismo em questão, tendo como função proteger o organismo de
futuras infecções, permanecendo por toda a vida. A produção de IgG é também induzida pela vacinação,
de forma a proteger o corpo contra um agente infeccioso específico. Assim, os IgG são uma espécie
de memória que o organismo cria para o resto da vida.