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UNIVERSIDADE WUTIVI

Faculdade de Engenharias, Arquitectura e Planeamento Físico

Curso: Engenharia de Minas


Cadeira: Mecânica Aplicada
Ano: 4º
Laboral

TEMA: Talude

Discentes:
 Arcénio Artur Munguambe
 Aloísio Euclides Gimo
 Élson Jeremias Mário Majate
 Joseph Eugeny Zitha
 Pedro Lazaro Comé

Docente: _______________

Boane, Maio de 2018


Índice
1. Introdução................................................................................................................................. 1

1.1. Objectivos ......................................................................................................................... 1

1.1.1. Gerais ......................................................................................................................... 1

1.1.2. Específicos ................................................................................................................. 1

1.1. Metodologia .................................................................................................................. 2

1.2. Definições...................................................................................................................... 2

2. Talude ....................................................................................................................................... 4

2.1. Fatores geológicos e ambientais formadores de encostas ................................................. 5

2.1.1. Geológicos ................................................................................................................. 6

2.1.2. Ambientais ................................................................................................................. 6

2.2. Taludes artificias na mineração ........................................................................................ 7

2.2.1. EQUIPAMENTO ...................................................................................................... 7

2.2.2. Desenvolvimento e manutenção de Acessos ............................................................. 8

2.2.3. Confecção e manutenção de leiras de segurança ....................................................... 8

2.2.4. Drenagens .................................................................................................................. 9

2.2.5. Sistemas de esgotos (nas minas a céu aberto) ........................................................... 9

2.2.6. Infra-estruturas em minas a ceu aberto .................................................................... 12

2.2.7. Processo de Aproveitamento ou exploração ............................................................ 13

2.2.7.1. Estrutura em solo reforçado ................................................................................. 13

2.2.7.2. Muro de Gravidade Para Compactação de Aterros.............................................. 13

2.3. Principais ações instabilizadoras..................................................................................... 16

2.3.1. Erosão ...................................................................................................................... 16

2.3.2. Escorregamento devido à inclinação: ...................................................................... 16

2.3.3. Escorregamento por descontinuidades .................................................................... 17

i
2.3.4. Escorregamentos por percolação de água ................................................................ 18

2.3.5. Escorregamento em aterro ....................................................................................... 18

2.3.6. Escorregamentos em massas coluviais .................................................................... 19

2.3.7. Queda e rolamento de blocos................................................................................... 19

2.4. Estabilidade de taludes .................................................................................................... 20

2.4.1. Obras mais convenientes de estabilização ............................................................... 20

2.4.1.1. Proteção superficial .............................................................................................. 20

2.4.1.3. Solo Reforçado..................................................................................................... 21

2.4.1.3. Aterro compactado ............................................................................................... 21

2.4.1.4. Terra Armada ....................................................................................................... 22

2.4.1.5. Geossintéticos ...................................................................................................... 22

2.4.1.4. Cortina Atirantada ................................................................................................ 24

2.4.1.5. Solo Grampeado (ou Pregado) ............................................................................. 25

2.6.1.5. Muros de Arrimo.................................................................................................. 25

2.3.1.6. Gabiões ................................................................................................................ 26

2.3.1.7. Crib-walls ............................................................................................................. 27

2.3.1.8. Solo ensacado....................................................................................................... 27

2.3.1.9. Retaludamento ..................................................................................................... 28

2.3.1.10. Estabilização de blocos ........................................................................................ 30

2.4. Influência da vegetação................................................................................................... 30

2.4.1. Pontos Positivos....................................................................................................... 30

2.4.2. É fundamental também ressaltar os pontos negativos das plantas: ......................... 31

2.5. Impactos das ruturas de taludes podem causar: .............................................................. 31

3. Conclusão ............................................................................................................................... 32

Referência Bibliográfica ................................................................................................................ 33

ii
Índice de figuras

Figure 1. Talude natural (fonte: Google) ......................................................................................... 4


Figure 2. talude sendo feito pelo homem (fonte: Google) ............................................................... 5
Figure 3. Composicao de um talude (Fonte: Dyminski) ................................................................. 5
Figure 4. força da água que corre superficialmente e produz a erosão do terreno (fonte Google) . 6
Figure 5. Confeição e manutenção das leiras de segurança (fonte: Google) .................................. 8
Figure 6. drenos em taludes usando gabiões , valas e tubos(Fonte: Google) .................................. 9
Figure 7. Planta esquemática do isolamento exterior de uma pedreira (Fonte: Google)............... 10
Figure 8. Representação esquemática dos poços de bombeamento (exterior e interior) na cava
com seu respectivo sistema de drenagem superficial ( fonte: Google) ......................................... 11
Figure 9. Representação esquemática do sistema poços de bombeamento e drenos (fonte: Google)
....................................................................................................................................................... 12
Figure 10. Solos reforçados (fonte: Google) ................................................................................. 13
Figure 11. Contrucao de Murro de Graviadade. ............................................................................ 14
Figure 12. padrões para talude (fonte: Google) ............................................................................. 17
Figure 13. Escorregamento superficial .......................................................................................... 17
Figure 14. Diferença de estabilidade no mesmo vale .................................................................... 18
Figure 15. casas e arvores afundando por percolação de água. ..................................................... 18
Figure 16. Escorregamento em terreno.......................................................................................... 19
Figure 17. rochas armadilhadas(fonte: Google) ............................................................................ 20
Figure 18. Revestimento vegetal (gramínea e vegetação arbórea): ............................................... 21
Figure 19. Geogrelha (fonte: Google) ........................................................................................... 22
Figure 20. GeoNets (“geo-redes”)( fonte: Google) ....................................................................... 23
Figure 21. Geotêxteis - tecidos e não tecidos.(fonte: Google) ...................................................... 23
Figure 22. Geocompostos (combinação de pelo menos dois geossintéticos).(Fonte: Google). .... 23
Figure 23. 2.4.1.5. Solo Grampeado (ou Pregado)(fonte: Google). .............................................. 25
Figure 24. 2.3.1.7. Crib-walls (Fonte: Google) ............................................................................. 27
Figure 25. Solo ensacado (Fonte: Google). ................................................................................... 28
Figure 26. área degrada ................................................................................................................. 29
iii
Figure 27.Area degradada apos o retaludamento .......................................................................... 29

iv
1. Introdução

O presente trabalho em como tema em foco, estabilidade de taludes. Como exemplo dessas
aplicações, podemos citar engenharia de minas, as obras de construção e recuperação de rodovias.
Visando assegurar as condições de conforto, segurança e economia na construção de uma rodovia,
além das condicionantes geométricas de traçado, é imprescindível proceder às investigações de
natureza geológica e geotécnica da região a atravessar, as quais constituem os fundamentos dos
estudos de drenagem e de estabilidade dos cortes e túneis, aterros e seus terrenos de suporte,
fundações de obras de arte e dimensionamento dos pavimentos.

O dicionário livre de geociências define talude como um termo mais aplicado em estudos
geotécnicos, sendo sinônimo de vertente no caso de talude natural e apresenta ainda a definição de
talude artificial, como aquele feito pelo homem, podendo ser devido à remoção de material, neste
caso é chamado de talude de corte; ou acúmulo de material, chamado de talude de aterro.

1.1. Objectivos
1.1.1. Gerais

_ Abordar sobre Talude em geral.

1.1.2. Específicos

_ Conceituar Talude;

_ Diferenciar taludes Naturais e artificiais;

_ Identificar os factores formadores de encostas;

_ Demostrar com são feitas Taludes artificias na mineração;

_ Identificar Principais ações instabilizadoras;

_ Identificar Obras mais convenientes de estabilização.

1
1.1. Metodologia

Para a prossecução dos objectivos acima mencionados foi elaborado um plano de estudo
consistindo nas seguintes fases nomeadamente: fase da Revisão Bibliográfica e a fase do Trabalho
de Gabinete. Estas fases consistiram na obtenção de informações através de documentos em
formato electrónico do tipo PDF, Artigos científicos, Brochuras, e informações da internet
referentes ao tema em estudo.

1.2. Definições

Para o efeito desta Norma é adotada a seguinte definição:


Cortes
Segmentos da rodovia em que a implantação requer escavação do terreno natural, ao longo do eixo
e no interior dos limites das seções de projeto (“Off sets”) que definem o corpo estradal, o qual
corresponde à faixa terraplanada.

Plataforma da estrada
Superfície do terreno ou terrapleno compreendida entre os dois pés dos cortes, no caso de seção
em corte, compreendida entre crista a crista do aterro, no caso de seção em aterro, ou compreendida
entre pé do corte a crista do aterro, no caso de seção mista. No caso dos cortes a plataforma
compreende também a sarjeta.

Talude escalonado
Talude alto com prática construtiva de bermas ou banquetas com vista à redução da velocidade das
águas pluviais superficiais para facilitar a drenagem e aumentar a estabilidade do maciço.

Faixa terraplanada
Faixa correspondente à largura que vai da crista a crista do corte, no caso de seção plena em corte.
Do pé do aterro ao pé do aterro, no caso de seção plena em aterro. E da crista do corte ao pé do
aterro no caso de seção mista. É a área compreendida entre as linhas de “Off sets”.

Material de 1ª categoria

2
Solos em geral residuais, sedimentares seixos e ou outros facilmente escavados segundo as
operações de escavação, com emprego de equipamentos com baixa potência de corte. 3.10

Material de 2ª categoria
Compreende os solos de resistência ao desmonte mecânico inferior a rocha mãe não alterada, cujo
corte deve ser realizado conforme a combinação de processos de equipamentos de baixa potência
a média potência a uso de baixa carga de explosivos. Incluem nessa categoria blocos de rocha em
volume inferior a 2 m³, matacos e entre outros.

Material de 3ª categoria
Materiais que oferecem resistência ao desmonte mecânico, similar a rocha mãe não alterada, cujo
corte deve ser realizado conforme a combinação de processos de equipamentos de baixa potência
a alta potência ao corte e emprego contínuo de explosivos.

Terra planagem
Terra planagem é a movimentação de quantidades de solo com o objetivo de atender a
um projeto topográfico. Ela utiliza procedimentos de limpeza para escavação do solo, rochas ou
associações desse tipo.

3
2. Talude
Os taludes ou as encostas naturais são definidos como superfícies inclinadas de maciços terrosos,
rochosos ou mistos (solo e rocha), originados de processos geológicos e geomorfológicos diversos,
podendo apresentar modificações antrópicas, tais como cortes, desmatamentos, introdução de
cargas, etc. (De acordo com Filho e Virgili (1998, p. 243)
Os taludes naturais são comumente conhecidos como encostas e sua denominação feita através
de estudos geotécnicos. Formados há muitos milhões de anos e encontrados principalmente nas
encostas de montanhas.

Figure 1. Grand Canyon, EUA – Talude Natural. (fonte: Google)

Já os taludes artificiais são os declives de aterros diversos construídos pelo homem, onde as ações
humanas alteram as paisagens primeiras, atuando sobre os fatores ambientais, modificando a
vegetação, alterando topografias, podendo inclusive alterar o clima da região.

4
Figure 2. Mina - Talude Artificial (fonte: Google)

Um talude é uma superfície inclinada do solo que limita um platô. Os taludes também são
chamados de encostas, rampas ou morros, podem ser naturais ou construídos artificialmente pelo
homem.

Talude é “toda e qualquer superfície inclinada que limita um maciço de terra, rocha ou de ambas,
distinguindo igualmente talude natural (encostas ou vertentes) e artificial (cortes e aterros) ”.
(Carmignani e Fiori (2009))

Figure 3. Composicao de um talude (Fonte: Dyminski)

2.1. Fatores geológicos e ambientais formadores de encostas

5
As encostas são formadas por um manto de material decomposto ou manto de intemperismo sobre
uma superfície rochosa. Em algumas situações entre o manto de intemperismo e o substrato
rochoso há um limite gradativo. Os fatores naturais podem atuar isolados ou em conjunto durante
o processo de formação de um talude natural respondendo pela estrutura característica destes
maciços. Podemos classificar esses fatores em dois grupos: Geológicos e ambientais.

2.1.1. Geológicos
Litologia, estruturação e geomorfologia: São responsáveis pela constituição química, organização
e modelagem do relevo terrestre; à ação deles, soma-se a dos fatores ambientais. Assim, a litologia,
com os constituintes dos diversos tipos de rocha, a estruturação dos maciços – através dos processos
tectônicos, de dobras, de falhamento, etc., e a geomorfologia – tratando da tendência evolutiva dos
relevos.

2.1.2. Ambientais

Clima, topografia e vegetação: Não devem ser considerados isoladamente dos fatores geológicos,
e tem como principal agente a erosão, influenciada pelo clima, topografia e vegetação.

Figure 4. força da água que corre superficialmente e produz a erosão do terreno (fonte Google)

6
Na figura acima a força S é a força da água que corre superficialmente e produz a erosão do terreno
e em alguns casos a voçoroca. A força E é a força denominada EMPUXO e ela empurra uma parte
do terreno para fora do talude, causando desastres. A força N é a força da água que percola (anda)
dentro do maciço do talude. A força da água arrasta as partículas finas da terra deixando no lugar
vazios que irão produzir o adensamento do terreno. Forma-se lama dentro do talude e este desliza
sobre essa lâmina de lama.

2.2. Taludes artificias na mineração


Infraestrutura de mina é a actividades de apoio às operações de mina Para que as actividades de
lavra e beneficiamento tenham o êxito operacional. vários parâmetros relacionados à infraestrutura
de mina devem ser implantados de modo a permitir satisfatoriamente o progresso das atividades, a
fim de que estas atendam a produtividade almejada. A infraestrutura de mina é de suma importância
para a lavra e está diretamente relacionado com o método selecionado, por meio dela é possível
que se tenha conhecimento dos processos relacionados ao desenvolvimento mineiro e de como
esses estão corroborando para com as melhorias do plano estratégico da empresa .

2.2.1. EQUIPAMENTO
As escavações de corte devem ser executadas mediante a utilização racional de equipamento
adequado, que possibilite a execução dos serviços sob condições específicas. Antes do início dos
serviços, todo equipamento deve ser examinado e aprovado pela fiscalização da Arteris. O
equipamento básico para a execução de cortes em geral em solos de 1ª, 2ª e 3ª categoria,
compreende as seguintes unidades:
a) Tratores de esteira equipados com lâminas;
b) Escavadores conjugados com transportadores diversos;
c) Caminhão basculante;
d) Motoniveladoras pesadas equipadas com escarificador;
e) Tratores empurradores (“pushers”);
f) Perfuratrizes pneumáticas ou elétricas;
g) Explosivos e detonadores;
h) Retroescavadeiras e escavadeiras.

7
2.2.2. Desenvolvimento e manutenção de Acessos
Os acessos são os principais meios de ligar as várias frentes de lavra. Os acessos principais são
utilizados para escoamento de minério. Assim, são construídos de modo que fiquem acima do nível
dos depósitos, a fim de facilitar a drenagem dos mesmos. Estes acessos são confeccionados, para
garantir o máximo desempenho dos caminhões de transporte e possuem uma largura padrão na
ordem de 16 m.

2.2.3. Confecção e manutenção de leiras de segurança


As leiras de segurança são implantadas durante e após a conclusão dos acessos. Elas visam dar
maior segurança para todos os equipamentos que irão trafegá-los, além de evitar que a água de
porções superiores transborde para os acessos permitindo a segurança de equipamentos e pessoas.

Figure 5. Confeição e manutenção das leiras de segurança (fonte: Google)

8
2.2.4. Drenagens
As drenagens são confeccionadas durante e após o desenvolvimento dos acessos. Os canais de
drenagem são desobstruídos rotineiramente de modo a permitir a passagem e direcionamento da
água para os sump’s ou gabiões.

Figure 6. drenos em taludes usando gabiões , valas e tubos(Fonte: Google)

2.2.5. Sistemas de esgotos (nas minas a céu aberto)

A presença de água nas explorações causa problemas ao nível da produção, estabilidade de


taludes, segurança, controle de poluição e por conseguinte no custo de exploração.

A realização das operações de esgoto tem como objectivo a combinação dos seguintes aspectos:

_ Melhorar a estabilidade dos taludes; (desmoronamento)

9
_ Melhorar as condições de trabalho; (frente de extracção)

_ Proteger a qualidade da água e dos aquíferos. (não contaminação das águas dos rios tanto como
dos lenções freáticos)

sistemas de esgoto (drenagem) usados em minas a céu aberto:

_ Valas de drenagem na zona envolvente à área de exploração;

_ Valas de drenagem nos patamares e fundo da exploração;

_ Furos subhorizontais para drenagem das águas subterrâneas do interior do talude;

_ Poços verticais realizados na área envolvente à exploração;

_ Poços verticais realizados nas bancadas ou no fundo da exploração;

_ Combinação dos sistemas anteriores;

Sistemas de Isolamento

Constituem em impedir o fluxo de água para o interior das cavidades, e são compostos
essencialmente, por valas, diques e tubagens.

O objectivo destes elementos é conduzir a água pelo exterior da mina, descarregando-as no ponto
de menor cota. Para tal, definem-se valas de cintura para escoamento, limitadas internamente por
diques de material impermeável, impedindo o galgamento pelas águas em situações extremas de
escorrência.

Figure 7. Planta esquemática do isolamento exterior de uma pedreira (Fonte: Google)


10
Poços de bombeamento

Os poços de bombeamento podem ser localizados dentro e fora do perímetro da cava da mina.

Quando projetados circundando as paredes da cava, estes trabalham como barreiras externas para
evitar a entrada de fluxo de água ao interior da cava ou para aproveitar situações de evidentes
gradientes hidráulicos.

Dependendo dos requerimentos, os poços perfurados são base da cava ou desde as bermas dos
taludes, com profundidades entre 20 a 400m.

Os diâmetros perfurados dependem da profundidade e da capacidade prevista, podendo variar entre


350 a 1200 mm.

Figure 8. Representação esquemática dos poços de bombeamento (exterior e interior) na cava com
seu respectivo sistema de drenagem superficial ( fonte: Google)

Drenos horizontais Furos subhorizontais

Drenos horizontais são particularmente usados para despressurizar taludes,


mas a sua efetividade depende muito da sua condutividade hidráulica que está sendo adicionada.
Os drenos são especialmente efetivos por reduzir as cargas de fluxo acumulados em períodos de
fortes precipitações que causa grandes infiltrações de fluxo nos taludes (Cornforth, 2005).
Em rochas uma quantia significante de fluxo ocorre como um resultado da permeabilidade
secundária através de juntas abertas, falhas ou outras descontinuidades.

11
Portanto, estes drenos horizontais são furados em bermas em direção dos taludes da cava onde há
ou já houve ocorrência de fluxo de águas, seja devido a precipitações ou infiltrações de águas.

O comprimento dos drenos horizontais pode alcançar comprimentos de 150m e diâmetros


pequenos (150 a 300 mm) perfurados dentro dos taludes a uma orientação de aproximadamente 5
graus a partir da horizontal.

Essa inclinação permite que os furos tenham livre drenagem e estejam predominantemente em
gravidade.

As principais vantagens deste sistema são a rapidez de execução, o relativo baixo custo

de instalação, o consumo de energia nulo, pois a drenagem faz-se por gravidade, o baixo

custo de manutenção e a longa durabilidade e flexibilidade.

A principal limitação no uso do referido sistema é o facto de só poder ser economicamente


efectuado apenas depois da escavação estar realizada, e não antes desta.

Figure 9. Representação esquemática do sistema poços de bombeamento e drenos (fonte: Google)

2.2.6. Infra-estruturas em minas a ceu aberto


Na maioria das minas a céu aberto se empregam equipamentos pesados, tais como: escavadoras e
carregadoras para extrair os recursos minerais das cavas e transportá-los para as zonas de depósito.

12
A indústria minera que emprega este tipo de extração, geralmente necessita remediar estas áreas e
recuperá-las, minimizando os impactos ambientais gerados e evitando danos ao meio ambiente.
Nestes casos, as solucoes para a tal minimizacao são as obras de estabilização, proteção e
recuperação de taludes e cavas antes, durante e depois da exploração.

2.2.7. Processo de Aproveitamento ou exploração


Por processo de aproveitamento entende-se todas as operações posteriores a remoção do material
extraído até chegar ao concentrado do mineral.
Esta etapa pode requerer processos de britagem, granulação, moagem, classificação e
concentração.
Nestas etapas as soluções oferecidas referem-se aos muros e estruturas de contenção, taludes
reforçados.

2.2.7.1.Estrutura em solo reforçado


As estruturas de solo reforçado tornam-se uma alternativa eficiente para a construção de aterros e
murros de contenção.
No entanto, o seu uso é limitado pelas especificações técnicas, que recomendam apenas materiais
granulares, por apresentarem alta resistência e capacidade de livre drenagem.

Figure 10. Solos reforçados (fonte: Google)

2.2.7.2. Muro de Gravidade Para Compactação de Aterros


13
Muros de Gravidade ou muros de peso são estruturas corridas que se opõem aos
empuxos horizontais pelo peso próprio. Geralmente, são utilizadas para conter desníveis
pequenos ou médios, inferiores a cerca de 5m. Os muros de gravidade podem ser construídos
de pedra ou concreto (simples ou armado), gabiões ou ainda, pneus usados (GERSCOVICH,
2010).

Dependem da geometria e do peso próprio para sua estabilidade. Um muro de peso


deve ser construído com a largura suficiente para evitar o surgimento de tensões de tração em
seu interior. Estas tensões seriam provocadas pela ação instabilizante do empuxo do solo, com
tendência ao deslizamento da base e ao tombamento do muro (MARANGON, 2006).

Figure 11. Contrucao de Murro de Graviadade.

2.2.8. Deposição de minério


A deposição de entulhos mineiros na superfície, decorre durante o processo de lavra e de
beneficiamento de material de extração.
Considera-se sistema de diposição de minério e estéril como uma estrutura projetada e
implantada para acumular materiais, em caráter temporário ou definitivo, dispostos de modo
planejado e controlado em condições de estabilidade geotécnica e protegidos de ações erosivas
ou como uma estrutura de engenharia para contenção e deposição de material originados lavra e
de beneficiamento de minérios.
Os entulhos de mineração são dispostos à superfície do terreno, em locais pré-selecionados e
onde não exista minério em subsuperfície.
A disposição dos entulhos de minérios a céu aberto na superfície ocorre tanto como de minas
subterrâneas. Os entulhos podem ser:

14
 pilhas de minérios sólidos;
 deposições em forma de lamas;
 deposição em tambóres ou condutos;

Figure 12. FORMA TRAPEZOIDAL

2.3. Instabilidade de talude


A instabilidade de um talude, de uma forma simples, é determinada pelo conjunto de forças que
interagem entre si neste sistema, associadas aos seus diversos componentes. Estas dividem-se
fundamentalmente em dois tipos diferentes – as forças ativas e as forças de resistência.
Forças ativas consistem nas forças que efectivamente promovem o movimento do talude e dos
seus constituintes, sendo a mais comum destas a força gravifica ou peso dos elementos
constituintes do talude ou ainda de outros que se situem neste, tais como
rochas, habitações, indíviduos, cargas, etc.
Forças de resistência consistem em forças que são contrárias ao movimento, como é o caso das
forças de atrito e cisalhamento.
2.3.1. Factores Influentes
Multiplos são os fatores influentes na instabilidade de taludes que afetam toda a dinâmica de
forças e interações do sistema. Estes podem ser agregados na sua grande parte enquanto
factores

Pereira et al. 2008, Keller 2012) sugerem que os fatores considerados como mais contributivos
para a instabilidade de um talude são os seguintes:
15
Composição geológica;
Morfologia;
Clima;
Vegetação;
Água;
Tempo;
Atividade Antrópica.

2.3.2. Principais ações instabilizadoras


2.3.2.1. Erosão
Pode ocorrer em talude de corte e aterro, sendo em sulcos ou diferenciadas, também de forma
longitudinal ao longo da plataforma; podem ocorrer de forma localizada e associada a obras de
drenagem (conhecidas como ravinas e voçorocas) e internas em
aterros (também conhecidas como piping).
Essas ocorrências causam nos taludes deficiência tanto de drenagem como da proteção superficial;
concentração de água superficial e/ou intercepção do lençol freático e deficiência ou inexistência
de drenagem interna.

2.3.2.2. Escorregamento devido à inclinação:


Estes escorregamentos ocorrem sempre que a inclinação do talude excede aquela imposta pela
resistência ao cisalhamento do maciço e nas condições de presença de água. A prática tem indicado,
para taludes de corte de até 8m de altura, constituídos por solos, a inclinação de 1V: 1H como a
mais generalizável. Os padrões (inclinações estabelecidas empiricamente, como referência inicial)
usuais indicam as inclinações associadas aos gabaritos estabelecidos nos triângulos retângulos
mostrados a seguir:

16
Figure 13. padrões para talude (fonte: Google)

Estes gabaritos são freqüentemente usados na prática da Engenharia, porém, para


um grande número de casos de taludes não se obtém a sua estabilidade com estas
inclinações, sendo necessário a realização de uma análise da estabilidade e estudo para o uso
concomitante de outra técnica.

2.3.2.3.Escorregamento por descontinuidades


O contato solo-rocha constitui, em geral, uma zona de transição entre esses materiais. Quando
ocorre um contraste de resistência acentuado entre eles, com inclinação forte e, principalmente, na
presença de água, a zona de contato pode condicionar a instabilidade do talude. Ou seja, não há
uma ligação forte entre o solo com a rocha, ocasionando o escorregamento.

Figure 14. Escorregamento superficial

17
As descontinuidades geológicas, presentes nos maciços rochosos e em solos de alteração,
constituem também planos ao longo dos quais pode haver escorregamento, desde que a orientação
desses planos seja em sentido à rodovia.

Figure 15. Diferença de estabilidade no mesmo vale

2.3.2.4. Escorregamentos por percolação de água


Os escorregamentos, devidos à percolação d’ água são ocorrências que se registram durante
períodos de chuva quando há elevação do nível do lençol freático ou, apenas, por saturação das
camadas superficiais de solo. Identificamos que essa seja a causa do imprevisto que ocorreu de um
dos integrantes de nosso grupo de estudo: saturação da camada superficial do talude, seguido de
escorregamento na BR-381. Quando os taludes interceptam o lençol freático, a manifestação,
eventual, da erosão interna pode contribuir para a sua instabilização.

Figure 16. casas e arvores afundando por percolação de água.

2.3.2.5.Escorregamento em aterro
18
O projeto de um aterro implica na consideração das características do material com o qual vai ser
construído, como também das condições de sua fundação. Quando construídos sobre rochas
resistentes, os aterros se mostram, em geral, estáveis por longo tempo. No caso de aterros sobre
solos moles, como argila marinha ou argila orgânica, o seu projeto e construção devem obedecer a
técnicas adequadas, de modo a impedir que ocorram recalques exagerados, deixando as pistas com
ondulações e provocando rompimentos ou deslizamentos de canaletas, bueiros e galerias. Nos
aterros bem projetados e construídos sobre solos resistentes, somente a má execução do maciço
poderá acarretar problemas. Escorregamentos podem ocorrer nas laterais do aterro, devido à má
compactação, mas, geralmente, de pequenas proporções.

O material solto tende a escorregar e, se não houver tratamento, poderá evoluir por
erosão.

Figure 17. Escorregamento em terreno

2.3.2.6.Escorregamentos em massas coluviais


Massas coluviais constituem corpos em condições de estabilidade tão precárias que pequenos
cortes, e mesmo pequenos aterros, são suficientes para aumentar os movimentos de rastejo, cujas
velocidades são ainda mais aceleradas, quando saturados, na época das chuvas. Como por exemplo,
a Lixeira de Hulene, que ocasionou vários mortos no ano de 2018.

2.3.2.7. Queda e rolamento de blocos


A queda e rolamento de blocos é freqüente em cortes em rocha, onde o fraturamento do maciço é
desfavorável à estabilidade;

19
Figure 18. rochas armadilhadas(fonte: Google)

2.4. Estabilidade de taludes


Engenharia define estabilização de talude ou encosta como um tratamento aplicado a uma vertente
de terreno, natural ou modificada, para melhorar as suas características de resistência, intervindo
nos condicionantes relativos à natureza dos seus materiais constituintes e nos agentes de
deflagração de processos responsáveis pela sua instabilidade. Tais processos podem ser tanto
superficiais (erosão, escorregamento raso) quanto podem envolver movimentos mais intensos de
massa (queda de bloco, corrida de lama). Os condicionantes da instabilidade são a geologia
(litologia, composição e estrutura), a morfologia (declividade e comprimento de rampa) e a
hidrogeologia (águas superficiais e subterrâneas) da encosta.
2.4.1. Fantores que Influenciam na instabilidade de Talude

2.4.2. Obras mais convenientes de estabilização


As obras para estabilização dos taludes visam diminuir o risco ao desastre, podendo ser

2.4.2.1. Proteção superficial


Conjunto de cuidados dispensados a um talude à superfície do terreno, para sua manutenção ou
preservação, em defesa de ações externas (principalmente águas pluviais, que resultam no
desenvolvimento de processos erosivos), ou mesmo de fenômenos intrínsecos ao seu material
constituinte (composição e forma do talude, que resultam no desenvolvimento de processos de
escorregamento; presença de argila expansiva, que induz a desagregação superficial da rocha/solo;
fluxo de água subterrânea, provocando erosão interna ou piping, dentre outros). A proteção do
talude utilizada depende da análise do(s) processo(s) ocorrente(s), constituindo-se em ações que
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vão desde a sua proteção superficial, através de revestimento e/ou drenagem superficial, até em
obras de retaludamento ou de estrutura de contenção.
Alguns exemplos de revestimentos:

Revestimento vegetal (gramínea e vegetação arbórea):

Figure 19. Revestimento vegetal (gramínea e vegetação arbórea):

2.4.2.2.Cortes
Intervenção no meio físico efetuada geralmente em solo de alteração de rochas, por meio de
equipamentos e máquinas, criando uma superfície plana e inclinada, com o objetivo de estabelecer
uma situação mais estável em face de prováveis processos de instabilização produzidos por
movimentos gravitacionais de massa (escorregamento).

2.4.2.3.Solo Reforçado
Consiste na introdução de elementos resistentes na massa de solo, com a finalidade de aumentar a
resistência do maciço como um todo. O método de execução é o chamado “Down-Top” (de baixo
para cima). Durante a execução do aterro a ser reforçado, a cada camada de solo compactado
executada, faz-se o intercalamento com uma camada de elementos resistentes. À medida que o
aterro vai sendo alteado, o talude reforçado vai tomando forma. Geralmente, a face do talude
reforçado recebe um revestimento, para que problemas, como erosão, possam ser evitados.

2.4.1.3.Aterro compactado
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Estrutura de disposição de solo e/ou fragmentos de rocha, em aterro, produzindo diminuição de
volume e conseqüente redução de porosidade, o que determina o aumento de densidade (por meio
de compactação) e a redução da permeabilidade. A compactação do material de um aterro é
executada para prevenir a ocorrência de erosão e escorregamento e, ainda, atenuar o desconforto
associado ao impacto visual causado pela presença de grandes volumes de material dispostos de
maneira não uniforme.

2.4.1.4.Terra Armada
Os elementos de reforço são tiras metálicas, que recebem tratamento especial anticorrosão. Estas
tiras são presas a blocos de concreto que protegem a face,
para que se evite deslocamento excessivo das mesmas. Cabe lembrar aqui que estes blocos de
concreto não possuem função estrutural.

2.4.1.5.Geossintéticos
Atualmente, estes materiais vêm sendo amplamente utilizados e novos tipos dos mesmos vem
sendo desenvolvidos. Podem ser utilizados com diferentes
finalidades: separação de materiais, reforço de aterros, filtração, drenagem e barreiras
impermeáveis. Os mais utilizados como elementos de reforço em solo são:

a)Geogrelhas;

Figure 20. Geogrelha (fonte: Google)

b)GeoNets (“geo-redes”);

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Figure 21. GeoNets (“geo-redes”)( fonte: Google)

c)Geotêxteis – tecidos e não tecidos;

Figure 22. Geotêxteis - tecidos e não tecidos.(fonte: Google)

d)Geocompostos (combinação de pelo menos dois geossintéticos).

Figure 23. Geocompostos (combinação de pelo menos dois geossintéticos).(Fonte: Google).


23
2.4.2.4.Cortina Atirantada

É um dos métodos mais modernos de contenção. Vale-se de tirantes protendidos e chumbadores


para dar sustentação ao terreno. Uma das principais vantagens é a possibilidade de aplicação sem
a necessidade de cortar nada além do18 necessário. Com as cortinas atirantadas é possível vencer
qualquer altura e situação. Contudo, há no outro lado da moeda as desvantagens, que são: o alto
custo, seguido da demora para a execução. A execução é feita por etapas. Somente a primeira linha
é escavada. Em seguida, são feitas a perfuração e a inserção dos tirantes, que são chumbados em
nichos no fundo do orifício. Cada tirante é pintado com tinta epóxi anticorrosiva e envolvido em
um tubo de borracha individual. O conjunto de tirantes é inserido num tubo coletivo e, já dentro do
orifício, é revestido com calda de cimento a alta

pressão, que penetra nos vazios do solo, formando um bulbo, e ancorando as barras metálicas. As
placas são acondicionadas e os tirantes protendidos. Em seguida, é feita a escavação da segunda
linha. A carga de protenção aumenta conforme a profundidade. Cargas muito altas podem causar
rupturas. Os tirantes se localizam a uma distância que varia entre 1,20 e 1,40 m. Outro ponto
fundamental é a manutenção das cortinas, pois apesar de exigirem menos cuidados, é necessário
avaliar se os tirantes estão intactos e se não há vazamentos. Com a movimentação do maciço, as
variações de temperatura e a eventual infiltração de água por trás do maciço, o concreto pode
fissurar e provocar infiltrações e vazamentos. Além disso, o tirante poderá oxidar. A cortina
atirantada e o solo grampeado são considerados métodos de ancoragem. Isso porque se apoiam no
interior do solo que estabilizam. Nesses casos, é importante aprofundar os tirantes ou chumbadores
até que fiquem fora da zona de movimentação. Caso contrário, a estrutura é carregada em caso de
deslizamento. O ponto crítico dessas estruturas é a barra de aço, que deve ser protegida com
argamassa ou nata de cimento a fim de evitar corrosão e consecutivo rompimento do tirante ou
chumbador. Por utilizar o terreno vizinho para o apoio, também é essencial a autorização do
proprietário para a execução da obra. Tanto por questões legais quanto para evitar que os tirantes
sejam removidos em caso de obras futuras.

24
2.4.2.5.Solo Grampeado (ou Pregado)

É menos dispendioso que a cortina atirantada. É aplicável apenas em solos firmes, caso contrário
corre-se o risco da terra escorrer por entre os grampos. Consiste na introdução de barras metálicas,
revestidas ou não, em maciços naturais ou em aterros. Sua execução é composta das seguintes
fases:

perfuração do maciço, introdução da barra metálica no furo e preenchimento do mesmo


com nata de cimento. A cabeça do prego pode ser protegida, bem como a face do talude, com uma
tela metálica e revestida com concreto projetado. ou argamassa de cimento . Os grampos não são
protendidos, sendo solicitados somente quando o maciço sofre pequenos deslocamentos. A
espessura final da parede varia entre 5 e 6 cm. As barras se localizam a distâncias de 80 cm a
1,40m.

Figure 24. 2.4.1.5. Solo Grampeado (ou Pregado)(fonte: Google).

2.6.1.5.Muros de Arrimo
Muros são estruturas corridas de contenção de parede vertical ou quase vertical, apoiadas em uma
fundação rasa ou profunda. Podem ser construídos em alvenaria (tijolos ou pedras) ou em concreto
(simples ou armado), ou ainda, de elementos especiais. Os muros de arrimo podem ser de vários
tipos: gravidade (construídos de alvenaria, concreto, gabiões ou pneus), de flexão (com ou sem
contraforte) e com ou sem tirantes.

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2.3.1.6. Gabiões
O muro funciona da mesma maneira que o muro de arrimo. As gaiolas são preenchidas com pedra
britada. Isso garante que a estrutura seja drenada e deformável.
Durante a execução é importante a disposição das pedras, de modo que o arranjo fique
denso. A proteção da estrutura metálica pode ser feita com PVC ou pelo argamassamento da
superfície externa. A experiência de colegas do grupo aponta para o uso de formas no preparo do
muro. As formas auxiliam para que o gabião fique montado de acordo com sua gaiola. Outro ponto
que deve ser observado é a base, que conforme o terreno deve ter um preparo prévio. Em alguns
casos, usa-se o gabião tipo colchão Reno de base e o tipo caixa para execução do muro.

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2.3.1.7.Crib-walls
Esse método surgiu para melhorar o uso de concreto e aço, barateando o
processo. É composto de peças de concreto que se encaixam, formando uma gaiola. O formato
final lembra a estrutura de uma fogueira, de onde deriva o nome. Para preencher as caixas é
utilizado o próprio material retirado no corte.

Figure 25. 2.3.1.7. Crib-walls (Fonte: Google)

2.3.1.8. Solo ensacado


É a solução estrutural mais antiga. Por ser relativamente barata e não exigir mão-de-obra
especializada torna-se também a mais comum. Embora possa ser executada com pedras,
atualmente utilizam-se pedras argamassadas ou solo-cimento ensacado. É indicada para alturas de
até 5 ou 6 m, podendo chegar a alturas maiores. Pode ser aplicada em aterros, sendo construída
previamente, ou em casos em que a encosta já existe. A proporção entre a altura e a base varia entre
0,4 e 0,7. É indispensável o uso de dreno e as barbacãs para recolhimento da água.
No caso que exemplificamos na introdução do trabalho, o talude que uma parte
sofreu escorregamento de solo, foi recomposto com solo ensacado (vide foto acima).

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Figure 26. Solo ensacado (Fonte: Google).

2.3.1.9.Retaludamento
O retaludamento pode se destinar a um talude específico ou à alteração de todo o perfil de uma
encosta. Trata-se de intervenções para a estabilização de taludes, através de mudanças na sua
geometria, geralmente feito por meio de cortes nas partes mais elevadas com o intuito de regularizar
a superfície e, sempre que possível, recompor artificialmente condições de topografia de maior
estabilidade para o material que as constitui. Muitas das vezes são combinados a aterros compactos
para funcionar como
carga estabilizadora na base da encosta. Áreas retaludadas ficam frágeis, em virtude da exposição
de novas áreas cortadas, razão pela qual o projeto de retaludamento deve
incluir, indispensavelmente, proteção do talude alterado, através de revestimentos naturais ou
artificiais associados a um sistema eficaz de drenagem.

28
Figure 27. área degrada

Figure 28.Area degradada apos o retaludamento

As figuras acima ilustram uma mudança na geometria do talude, onde a


declividade diminuiu de forma considerável e a encosta foi recortada em patamares
denominadas bermas e complementado com revestimento superficial com gramas, alem dos cortes
houve a confecção de um sistema de drenagem, na crista do talude (canaleta
de borda).

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2.3.1.10. Estabilização de blocos

Tratamento aplicado a um bloco ou conjunto de blocos de rocha de um maciço, destacado por


sistema de fraturamento e em situação de risco (queda de bloco), com possibilidade de danos a
ocupações a jusante, existentes ou previstas

2.4. Influência da vegetação

Há séculos que a vegetação vem sendo utilizada na engenharia, tanto no controle


de processos erosivos como na proteção e reforço em obras civis. As técnicas que
conjugam a utilização desse elemento vivo na engenharia são denominadas bioengenharia de solos.
Essas operações, em decorrência de seu baixo custo, requerimento técnico relativamente simples
para instalação e manutenção, adequação paisagística e ambiental, têm encontrado largo campo de
aplicação em regiões tropicais e semitropicais, já que nelas as condições favoráveis ao crescimento
da vegetação ocorrem durante quase todo o ano.

Contudo, por mais simples que os processos da utilização da vegetação na engenharia possam
parecer, especialmente em operações de controle de erosão, demandam cuidado na escolha do tipo
de vegetação que será usado, ou pode não fornecer auxílio nenhum, pelo contrário, acelerando
processos erosivos e sendo contribuintes para instabilizações de taludes.
O uso da vegetação para controle de processos erosivos, portanto, deve ser criterioso, já que pode
interferir intensamente na transferência da água da atmosfera para o solo nas águas de infiltração e
nos sistemas de drenagem superficial.

Alguns pontos de interferência entre a estabilidade do solo e a vegetação devem ser ressaltados,
sendo pontos positivos:

2.4.1. Pontos Positivos

Raízes: Elas agregam partículas de solo, aumentando a coesão, aumentam a

resistência do solo, aumentam a taxa de infiltração de água no solo, aumentam a porosidade e


funcionam como canais de sucção.

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Caule / Folhas: Reduzem a erosão pelo Efeito Splash, reduzem a erosão laminar, aumentam a
rugosidade e, além disso, as plantas rasteiras recobrem eficientemente o solo

2.4.2. É fundamental também ressaltar os pontos negativos das plantas:

Raízes: Podem danificar estruturas cimentadas, raízes secas podem concentrar fluxo de água
pluvial, raízes finas e superficiais impedem a infiltração e desagregam partículas de solo (bambu).

Caule / Folhas: A existência de árvores em taludes, faz com que o peso próprio das árvores
aumente as forças atuantes provocando deslizamentos, plantas altas, de folhas largas, podem causar
erosão, vento em árvores produz forças sobre as massas de solo, ativando deslizamentos.

2.5. Impactos das ruturas de taludes podem causar:


Segurança/Factores sociais
- Perda de vidas/invalidez;
- Perda de ganho para os trabalhadores;
- Perda de confiança dos trabalhadores;
- Perda de credibilidade da corporação tanto externamnet como com os acionistas;

Factores económicos
- Interrupção das operações;
- Perda de Minerio;
- perda de equipamentos;
- Aumento de remocao de estéril;
- Custos adicionais de limpeza;
- Perda de mercado.
Factores ambientais e regulatórios
- Impacto ambiental;
- Aumento do rigor dos regulamentos;
- Impacto no fechamento da mina.

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3. Conclusão
Com o desenvolvimento deste trabalho foi possível agregar um bom conhecimento sobre o que é
um talude e quais as formas e procedimentos para sua estabilização. Para isso foi de grande
importância o estudo de literatura especifica. As ilustrações esquemáticas sobre
as formas de estabilização dos taludes apresentadas no trabalho, proporcionou-nos uma melhor
compreensão do assunto.
Podemos perceber a importância da geologia, ou de um conhecimento básico sobre
essa ciência, para a formação e atuação bem-sucedida dos profissionais de engenharia civil e área
mineira, sobretudo em grandes obras, como construção de rodovias, ferrovias, túneis, barragens,
etc que exigem um bom conhecimento sobre estabilidade de taludes.
Portanto, mesmo que o engenheiro civil não atue diretamente nos estudos e
levantamentos geotécnicos, é imprescindível que ele entenda a linguagem dos profissionais
dessa área, pois as decisões sobre qual o tipo de obra a ser executada para a estabilização de
uma determinada encosta ou talude, e até mesmo a responsabilidade técnica dessa execução,
são de sua competência.

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Referência Bibliográfica
ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11682:2009 –
Estabilidade de encostas. Informações de catálogo. Disponível em:
http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=51490. Acesso em 15/09/2015.

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estabilização de talude e encosta. Disponível em: http://abge.org.br/page/glossario. Acesso
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