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Não era tarde demais para descobrir coisas novas no edifício que passou
a vida inteira. No decorrer daquele mês, Gyorai foi levado para o andar que se
localizava no subsolo do edifício. Um novo quarto foi dado, dessa vez, deveria
dividir com um jovem um pouco mais velho que ele. Seu nome era Wise, cabelos
loiros e muito antipático. Passava horas trabalhando com equipamentos elétricos
e nunca falava nada.
Esse dia era muito aguardado. Holystalker havia deixado claro que o
treinamento mais abrangente seria dado a partir de agora e que as pessoas o
chamariam de DX225. Gyorai apenas arrumou suas coisas no novo quarto
sabendo que deveria ir para o salão principal em alguns minutos.
- Vou deixar algo claro para você. – Disse Wise de uma forma inesperada
enquanto segurava vários fios que enrolava com a mão esquerda e chegavam
de um grande aparelho que tinha forma curiosa. – Não mexa nas minhas coisas
e nem fale comigo.
- Tudo bem. – Afirmou Gyorai tentando entrosar e garantir uma amizade.
- Não quero que você atrapalhe meu maravilhoso projeto. – Wise
focalizava seu olhar no que estava fazendo com as mãos durante a fala.
- Do que se trata o projeto? – Perguntou curiosamente. Era visto vários
televisores usados jogados no quarto e todos pareciam conectados entre si.
Alguns computadores antigos também estavam entrelaçados, parecia um
sistema feito em meio de varias gambiarras.
- Algo que sua mente não pode compreender. – Respondeu Wise sem
demonstrar muita atenção.
- Eu posso te ajudar, vamos dividir o quarto, seria legal ter algo diferente
para fazer. – Sugeriu Gyorai. – Aprendi muita coisa sobre elétrica quando vivia
lá em cima. – Completou.
- Você viveu lá em cima? – Perguntou Wise. – Não quero sua ajuda. Deve
ser um preferido mimado igual aquela menina. Esse projeto é meu, não seu e
muito menos nosso. Entendeu?
- Só queria ajudar. – Disse um pouco desanimado com a situação.
- Quer ajudar mesmo? – Perguntou Wise. – Cale a boca, e finja que não
existe.
Gyorai se surpreendeu com a grosseria do sujeito. Se retirou do quarto e
se dirigiu ao salão principal. A região do subsolo era muito mais suja e escura do
que o local que havia vivido. Atravessou um enorme corredor que continha várias
portas de provável outros quartos e no fim desceu por uma curta escada. No
local havia muitas crianças como ele, que se enontravam observando o
ambiente. O salão principal era largo no centro havia uma arquibancada onde
dava para ver Holystalker. Nas laterais existia vários guardas com capacetes e
roupas escuras. Acima dava para ver uma travessa onde passava algumas
pessoas, todos mais velhos, com excessão de uma pequena garota que ficava
encarando Gyorai de longe.
- Finalmente vocês estão aqui. – Disse Holystalker. Sua voz estava
extremamente alta, provavelmente devido a algum objeto eletrônico. – Vocês
farão parte da maior revolução conhecida nesse mundo. – Holystalker levantava
seus braços e falava com muita empolgação. – Todos aqui presentes podem ser
chamados de qualquer coisa, mas para mim, a melhor forma de denomina-los é
de futuro, o nosso futuro e de toda a humanidade.
- Você não acha isso estranho? – Disse uma voz por trás de Gyorai.
- Eu? – Gyorai se virou rapidamente. Um garoto moreno de olhos puxados
e cabelo bem liso havia falado com ele no meio do discurso. – Bom eu acho
sempre confuso já que não sei de muita coisa.
- Isso mesmo – Disse o garoto. – Como seremos o futuro se muitos aqui
nem sabem sobre o passado? – Afirmou ele dando uma risada.
- A partir de hoje. –Holystalker continuou a falar. – Vocês serão
submetidos a uma rotina de estudos e treinos muito rígida. Alguns não sabem a
resposta para tudo, mas... – Ele dizia essas palavras olhando para os olhos de
Gyorai. – Agora terão as respostas que querem. Informação será necessária,
quero que desenvolvam algo muito mais precioso que apenas conhecimento
puro. Quero que vocês desenvolvam sabedoria e demonstrem para mim.
Quando a hora certa chegar, vocês estarão prontos para o mundo lá fora. –
Holystalker saiu da arquibancada e todos ficaram meio perdidos sobre o que
fazer.
- Você sabe o que devemos fazer agora? – Perguntou Gyorai para o
garoto.
- Sim. – Respondeu ele. – Aquele Hunter ali, com um capacete de luzes
verdes. Temos que seguir ele.
- Hunter? – Questionou Gyorai.
- É o nome desses soldados cara. Você não sabe de muita coisa também,
não é? – Questionou. - De onde você veio?
- Bom... Eu vim lá de cima. – Disse Gyorai.
- Como assim? Lá de cima você quer dizer Nastell né? Eu só queria saber
o bairro.
- Não... eu morava nesse prédio, só que lá em cima. – Especificou.
- Mas... então você é o único que conheço assim. Você deve ser alguma
das exceções.
- Quem? Mas como assim? – Gyorai e o garoto começaram a seguir o
fluxo que andavam em direção ao guarda enquanto conversavam. – De onde
você veio?
- Eu fui vendido. Sou da região pobre de Nastell, eles queriam o filho mais
jovem, acabei chegando faz uns 5 meses.
- Nossa. – Se impressionou Gyorai. – Você deve saber várias coisas né.
Deve ter até um nome.
- Sim. – Respondeu ele. – Meu nome é Nick.
- Prazer Nick. – Gyorai cumprimentou o garoto. Estava muito contente por
ter feito uma amizade.
- E o seu? – Perguntou Nick.
- Bem. É... Gyorai. – Disse ele meio confuso.
- Nome legal, é em homenagem a alguém? – Questionou Nick.
- Sim, eu acho... tenho que lembrar de perguntar isso para minha amiga.
Gyorai seguiu Nick junto da multidão de crianças. Várias salas foram
apresentadas a eles. A maioria eram laboratórios de informática com um grande
espaço central. O local que mais chamava atenção era um comôdo gigantesco
que dentro continha imensos blocos. Era a sala de treino de escalada.
Basicamente uma espécie de aula de parkuour. Nick e Gyorai desenvolveram
bem a amizade deles nos dias que seguiram. Gyorai se encontrou em uma dura
rotina. Não se dava muito bem com o companheiro de quarto, a pressão nas
matérias que aprendia era grande e também não recebia mais visitas de
Holystalker. Durante as noites, o garoto tinha muita saudade de Lavíne e ficava
pensando se reencontraria ela novamente no evento daquele ano.
Data..
data
Vendo aquele caminho que seguia pelo horizonte dando uma curta visão
da vasta cidade de Nastell, Gyorai estava extasiado por rever uma garota que
conheceu ano passado. As perguntas não paravam de ecoar em sua mente:
Será que ela vai estar lá? Será que ela ainda se lembra? Chegando na base
que interligava os arranhas-ceus ele finalmente desceu e foi direto para o
interior da mansão.
Estava mais velho, tinha mais conhecimento do que a 1 ano atrás, não
se sentia mais burro e ignorante. Deu uma curta volta pela mansão inteira,
passando por mesas, obras de arte e várias pessoas, mas não estava
encontrando Lavíne, sentia seu coração bater muito rápido, era o medo e
ansiedade trabalhando em união, medo de não a encontrar, mas se encontar o
medo era de sentir vergonha.
Parou um pouco para se acalmar, sentia o peito borbulhar, se serviu
com um dos aperitivos que estavam oferecendo, andou mais devagar até
chegar no local dos quadros, foi ali, 1 ano atrás o local onde havia encontrado
a garota.
- Oie tudo bom? – A voz familiar ressoava por trás dele, logo se virou e
viu Lavíne. Ficou nervoso, ela usava um vestido preto muito bonito, só de ouvir
aquela voz tão antiga lembrou da felicidade daquele dia que a conheceu, o
nervosismo aumentou, porém se concentrou para responder.
- Oi... estou bem sim... e com você?
- Maravilhosamente bem, achei que não te veria aqui Gyo.
- Mas... eu que achava que você não ia lembrar da nossa promessa... –
Ele estava muito contente por ela ter lembrado disso e principalmente do nome
dado.
- Como eu não iria lembrar? – Lavíne puxou Gyorai pela manga da blusa
e o abraçou. Ele percebeu que os dois tinham a mesma altura aparentemente.
Após o abraço, ela chamou para brincar fora da mansão, eles correram até lá,
ficaram andando pelo campo, conversaram sobre suas vidas, Gyorai sempre
tentando esconder que vivia praticamente em um cativeiro, e Lavíne contava
fantásticas histórias de uma vida divertida indo em uma escola normal com
amigos legais e voltando para casa com sua família.
- Minha mãe está trabalhando em Huntalo Search. – Disse ela enquanto
eles davam a centésima volta no pequeno lago.
- O que ela faz por lá? – Perguntou Gyorai preocupado, não queria ela
envolvida com essa gente.
- Ela disse que pesquisa sobre os anter-humanos, mas nunca conta
sobre o trabalho.
- Ata. Eu nem sei o que é isso... parece ser um trabalho legal.
- É sim, tudo veio dando certo em nossa família depois disso. – Lavíne
deu um lindo sorriso, Gyorai retribuiu fazendo o mesmo, logo uma mensagem
em seu autoscan chegou dizendo: “Vamos embora, se despeça logo”.
- Tenho que ir... – Disse ele, queria pensar em uma forma de tornar a
despedida valer a pena, mas não tinha coragem para algo grandioso como um
beijo.
- Tudo bem... me diga, tem como você me passar seu código de acesso
do autoscan? Podemos conversar durante o ano. – Lavíne levantou seu
autoscan era praticamente transparente e muito pequeno.
- Bem... – Gyorai ficou chocado, aquilo era algo que ele queria evitar,
não podia passar um código de acesso, era realmente proibido, logo então
sentiu lagrimas escorrendo no seu rosto. – Desculpe... eu não posso. – Disse
de forma extramente triste.
Lavíne parecia ter entendido e colocou a mão no rosto do garoto. – Tudo
bem, não fique assim. – Ela deu uma gargalhada leve tentando anima-lo.
- Um ano demora muito... eu gostei muito de te ver, nunca me senti...
assim... queria pular o espaço de 1 ano da minha vida agora para te ver aqui
mais uma vez.
- Aconteceu muita coisa nesse tempo, é difícil ignorar – Dizia ela. Lávine
puxou o laço que segurava seu vestido e o retirou. – Toma, para você se
lembrar de mim. – Gyorai segurou o laço, sentiu nele o cheiro da garota. Queria
ter dito algo a mais, porém não conseguiu.
- Adeus. – Disse se movendo lentamente. Havia visto Holystalker saindo
da mansão então tinha que se apressar.
- Não se esqueça de mim. – Pediu Lavíne enquanto ele estava se
retirando, Gyorai apenas sorriu e acenou.
Holystalker estava triste no caminho de volta, Gyorai perguntou porque
estava assim, logo ele disse:
- Aquela linda garota... Ellis não sobreviveu a cirurgia.
No final nada parecia ter acontecido. Como nas aulas de rotina era difícil
ter uma conversa sobre o assunto, resolveu visitar seu amigo no final daquela
tarde.
- Nick, precisamos falar sobre aquilo.
- Sim... cancelaram a conexão. – Ele estava novamente mexendo em
seu Insta-book, muito focado.
- Você não parece estar preocupado com isso. Por que? – Gyorai tentou
se aproximar para ver sua expressão, deparando-se com um sorriso maligno.
- Eu consegui contato com alguém de fora! – Berrou ele segurando nos
ombros de Gyorai. – Um contato anônimo que está me ajudando a ter
informações que preciso. CARA!
- Nossa Nick, isso é incrível, como funciona?
- Eu não sei direito. Ele entra em contato quando ele quer, hackeando
sempre, não terei que me preocupar mais, foi ele que incubriu tudo sobre
nossa conexão.
- Isso é possível? Alguma pessoa pode fazer isso?
- Ele pode. – Nick parecia bastante animado, nunca tinha se sentido tão
animado.
- Como chamamos ele?
- Elliptic. É o usuário dele... Estou muito feliz Gyo, você não tem ideia.
Aquilo era muito satisfatório de ouvir. Gyorai suspeitava que seu amigo
sofria de depressão, estava sempre desmotivado e triste, mas agora era
diferente, ele estava feliz.
- Vamos fazer essa revolução, ver você feliz me inspira também! – Disse
Gyorai apertando seus punhos.
- Seu projeto? Como ele vai indo?
- Bom... estou quase decifrando aquele código ridículo do algoritmo do
colar que Holystalker me entregou. Em breve posso lhe contar melhor o que
planejo criar. – Informou ele.
- Acho que poderemos fugir desse lugar um dia! – Disse Nick com brilho
nos olhos.
- Fugir? – Gyorai pensou sobre isso. Por mais que fugir seja algo que ele
sempre cogitou, ainda tinha dúvidas. Huntalo era seu lar, o único lugar que ele
conheceu praticamente. Mas se fugir era uma chance de encontrar Lavíne e
parar de trabalhar por uma causa errada, esse era seu objetivo. – Sim Nick!
Vamos conseguir.
Episódio 6: Hunter
Nastell 14 de janeiro de 2215
Foram 2 anos muito longos para Gyorai que já havia completado 17. Seu
amigo Nick trabalhou escondido durante muito tempo com o contato de Ellipitc,
porém nada acabava dando certo. Foi descoberto algo interessantíssimo
estudando o colar que recebeu de presente de Holystalker. Uma espécie de
formula de explosivo muito sutil. Com anos estudando o dispositivo se deu
conta que talvez o próprio colar sempre foi um explosivo com formulas
extremamente difíceis embutidas, praticamente enigmáticas. Ele já tinha
decorado todos os sinais e enigmas que estavam codificados no colar devido
milhares de vezes que leu aquilo.
- O que você ta fazendo seu lixo? – Perguntou Wise naquela
manhã visto que Gyorai estava utilizando alguns aparelhos de solda fazendo
barulho, usava uma mascára de proteção contra as faíscas e um colete para
não sujar seu moletom azul que acabará de ganhar.
- Você sempre me atormenta com suas coisas e nem dá
satisfação. – Respondeu. Estava muito concentrado no que criava. Sua ideia
inicial era criar um explosivo minúsculo que seria teleguiado pelo seu autoscan
utilizando a fórmula encontrada no colar.
- Parece ser alguma coisa lixo igual a você. – Disse Wise se
aproximando e observando.
- Não preciso te dar satisfação... me deixa em paz cara. – Tentou
empurrar Wise que estava prestes a tocar na microplaca que continha o
algoritmo do colar. Ele tocou mesmo assim dando um tapa na mão de Gyorai.
- Sempre me perguntei sobre o que você ficava lendo e estudando o dia
todo.... – Dizia observando o objeto. – Parecia ser uma perda de tempo total,
mas... olhando agora de perto fiquei impressionado... Parabéns.
- Obrigado, agora coloque de volt...
- ISSO é a maior merda que eu já vi, tipo, nenhuma perda de tempo é
tão inútil quanto isso, você me surpreendeu na capacidade de ser lixo,
parabéns mesmo, você merece. – Disse ele jogando a placa para cima e
pegando com a outra mão.
- Sai daqui – Gritou Gyorai empurrando-o, e pegando a placa, Wise
sentiu que a força de Gyorai era muito desequilibrida, uma vez que ele estava
jogado do outro lado da sala, derrubando alguns de seus aparelhos.
- Desgraçado... – Pronunciou enquanto se levantava, logo ele pegou
algo em sua mesa e enrolou na sua mão, partindo para cima de Gyorai.
– Está vendo isso? - Perguntou apontando para um pequeno circulo
energizado no centro de sua mão. – Se eu ativar e tocar em você, já era... você
morre com o maior choque que existe no mundo, feito da minha energia a base
de anterito... posso fazer parecer um acidente com muita facilidade... – Antes
de Wise terminar de falar a porta se abriu, era Holystalker.
- Tudo certo aqui? – Perguntou ele.
- Sim... – Respondeu Wise rindo. – Estou mostrando para ele o poder
que minha eletricidade tem.
- Você devia se concentrar naquilo que eu te falei Wise. – Informou
Holystalker. – E você Dx?
- Bom... tem um problema sim... queria uma sala para projetar minhas
coisas em paz, nesse quarto é impossível com ele.
- Certo. Vou te dar meu próprio escritório, faz tempos que não preciso
usa-lo, e acho que você merece isso. – Disse observando a bagunça que havia
no quarto.
- Desculpe Gyo, chamei Holystalker para cá pois me preocupei com sua
segurança. – Disse Adriss no seu ouvido.
- Obrigado – Respondeu Gyorai dizendo de uma forma que a resposta
servia para os dois. Se intrigou em como o Holystalker chegou lá tão rápido.
A sala era no topo do edifício, fazia tempo que Gyorai não ia para lá,
tinha muito espaço para criar seu explosivo, e assim ele iniciou seu trabalho
com grande motivação.
Nastell 4 de abril de 2215
Nick estava muito pra baixo ultimamente. Gyorai temia que era sua
depressão atacando novamente, tinha que fazer uma visita, mas estava sem
tempo para isso. Finalmente havia criado o explosivo. Ele desenvolveu primeiro
uma capsula que continha a tecnologia para viajar em alta velocidade até seu
alvo, os fatores para explosão eram a parte mais revolucionarias, podendo ser
ativados com precisão em relação a temperatuda, densidade etc.
A nova ideia que ele teve era moldar essa capsula em um formato de
garra com ponta. O tamanho era de uma tampa de caneta, o metal utilizado era
do melhor que havia no complexo, já que tinha anterito na composição,
podendo ferir até ele próprio que era um anter-humano.
- Deixa eu ver se eu entendi. – Disse Adriss enquanto Gyorai terminava
de criar a 26º capsula. – Você ta fazendo esses mísseis...
- Torpedos. – Corrigiu Gyorai.
- Torpedos não são os que operam apenas abaixo da linha da agua?
- São? Você que devia saber...
- É... – Adriss parecia ter dado uma espécie de erro.
- Vai se chamar torpedo de qualquer forma, eu gosto desse nome.
- Ok, esses torpedos que você criou, vão ser disparados apenas? O
formato deles feito com esse metal parece um disperdicio ao meu ponto de
vista.
- Você realmente não entendeu ainda. – Disse ele pegando um par de
luvas que estava no chão.
- Vou disparar eles, a partir dessas luvas. Vou acoplar 3 deles em cada,
vão ser uma espécie da garras-torpedos, uma arma de curto e longo alcance.
- Entendi...- Adriss parecia ter ficado interessada - Se eles serão
teleguiados pelo autoscan, eu posso realizar o trabalho por você uma vez
criado um aplicativo para isso.
- Sim Adriss, agora sim você entendeu, esse era o plano desde o ínicio.
– Gyorai estava realmente feliz enquanto falava. De súbito, um barulho
estranho veio pela janela, partindo ela ao meio. Um homem desconhecido saiu
dela.
- Pai? – Disse o sujeito. – Você está aqui?
- Quem... é você? – Perguntou Gyorai intrigado com a situação. O rapaz
parecia ter a mesma idade que ele, cabelos castanhos escuros e usava uma
roupa preta com uma caveira, tinha um olhar assustador.
- Nossa, que hílário. Olhá quem está aqui no escritório do meu pai!! O
filho de mentira dele. Bem que ele disse que eramos parecidos. – O rapaz
abraçou Gyorai. Lembrou de Tomy, o nome do filho de Holystalker que ele
havia pedido pra Gyorai fingir ser.
- Eu sempre quis te conhecer na verdade. – Disse Gyorai, estava feliz no
fundo por conhecer o garoto.
- Eu sabia que iria te conhecer, aliás você viu meu pai? – Tomy estava
olhando para as caixas no chão com coisas de Holystalker, essas que haviam
sido bagunçadas por Gyo assim que ele chegou. Tomy parecia procurar algo,
estava extremamente ofegante e soando muito.
- Não... ele não vem muito aqui. – Tomy se aproximou de Gyorai, estava
encarando ele com uma cara estranha.
- Cara... que sorte você tem, que benção é você.
- O que você ta dizendo?
- Você é o único que pode mudar alguma coisa nesse planeta cara! Nem
aqueles idiotas dos Ludouz tem alguém como você, só aberrações com pele
verde.
- Os Ludouz? Você sabe muita coisa sobre o mundo de fora daqui? –
Perguntou Gyorai.
- Bom... Eu estava do outro lado da janela, não é? – Disse Tomy
apontando os cascos de vidro no chão
- Me conte tudo! Eu não sei nada... praticamente...
- Você sabe o que é esse lugar, não é? – Perguntou apontando para o
logotipo da empresa que estava na porta.
- Sempre imaginei que fossemos uma organização criminosa que realiza
operações nessa cidade em segredo... – Depois de dizer isso pensou em como
a segurança do local estava horrível a ponto de um simples sujeito conseguir
invandir pela janela.
- E por que fazem isso? – Questionou o garoto. – Já percebeu a fortuna
que é gasta com manutenção e para sustentar vocês? É praticamente uma
motivação irracional...
- Onde você quer chegar?
- E os Verdalz? – Perguntou ele. – O que você sabe sobre eles?
- Aqueles que invadiram a Terra? Ninguém sabe se ainda estão aqui.
- Eles estão aqui. – Respondeu bem rápido. – Ou melhor, meu pai
trabalha ajudando eles.
- Como? – Questionou Gyorai.
- Já percebeu que algumas pessoas desaparecem com o tempo? –
Luisa logo veio na cabeça de Gyorai. – Essas pessoas são oferendas para
eles. Precisam de forças humanas nossas para conseguirem sobreviver aqui,
aliás, precisam de muitas coisas... muitas tarefas especificas.
- Isso nem faz sentido Tomy – Gyorai se irritou. – Por que ele faria algo
tão idiota?
- É a verdade meu caro. Mas já te dou a maior dica que você vai
receber. Nada na vida vale a pena, eu to cagando para tudo nessa cidade e
para meu pai. Quero viver minhas próprias aventuras, inesperadamente Tomy
apontou uma arma na cabeça de Gyorai.
- O que você ta fazendo?
- Essa é a Milenium-20k. A única arma de fogo que pode te matar. Única
não... já devem ter criado algo parecido.
- Fascinante? – Contra argumentou.
- Sim... eu acabei de encontrar, estava naquela caixa. Fiquei sabendo
que meu pai era péssimo em guardar essas coisas. – Gyorai observou a caixa
que estava no chão, parecia que Holystalker queria que ela fosse encontrada,
mas não pelo seu filho. Tomy colocou a arma no bolso. – Essa coisa pode
disparar centenas de balas por segundo cara... foi utilizada na guerra anter.
- Guerra anter... – Gyorai lembrou que havia lido algumas coisas sobre
isso, a batalha contra o invasor a muitos anos atrás.
- Foi um prazer te conhecer. Tenho algumas coisas para fazer. – Tomy
pegou ainda na caixa um pacote e saltou pela janela. Gyorai se aproximou para
ver, mas não tinha o que enxergar, ele já havia desaparecido.
A confusão que isso trouxe para o complexo foi inimaginável. Holystalker
nem comentava sobre o assunto depois que foi informado, apenas triplicou a
segurança. Gyorai passou a tratar o que ouviu como um boato sem sombra de
verdade.
Nastell 12 de março de 2215
Não havia mais notícias sobre o Nick, mas isso mudou naquela manhã
quando Adriss comunicou:
- Sério Gyo, vá lá em baixo, está acontecendo alguma coisa com Nick,
não estou entendendo direito.
Ele desceu rapidamente pelo elevador passou pela enfermaria e notou
que ele não estava mais lá. Andou até a escadaria e desceu para os
dormitórios reparou que seus antigos amigos de sala estavam tristes alguns
chorando. Viu alguns hunters no final do corredor, resolveu segui-los. Estavam
segurando uma porta.
- Me deixem passar! – Exigiu. Eles pareciam dispostos a impedir
qualquer um.
- Você não pode Dx. Fique aqui sem reclamar.
- Eu também sou um Hunter! Saiam da frente.
- Não faça isso... Holystalker nos deu ordens de...
Gyorai os derrubou com um soco no estomago em cada. Estava
desesperado e com um mal pressentimento. Atrás da porta tinha um corredor
vazio. Chegou até o fim dele e não tinha nada.
- Em baixo. – Disse Adriss.
Tinha uma tampa de bueiro no chão. Gyorai a puxou e viu uma entrada
bem suja. Se jogou lá em baixo, estava tudo escuro e as paredes eram terra
cavada sem nenhum aspecto de modernidade. Uma porta de aço se
encontrava alí. Nada parecia abrir, ele tomou distância.
- Explosão média. – Sussurrou para Adriss enquanto disparava o
torpedo. A explosão foi grande, caiu muita terra, a porta estava no chão e havia
um túnel adiante.
- Tem algumas pessoas em frente. – Informou ela. Gyorai correu. Logo
encontrou vários Hunters segurando velas, um deles carregando uma maca
com Nick deitado, havia várias outras pessoas sendo levadas também umas
ainda crianças.
- Hey. Onde estão indo? – Perguntou. – Os guardas se viraram e
partiram para ataca-lo.
- Não nos impeça de cumprir essa ordem! – Berrou um deles. Enquanto
dois partiram para cima de Gyorai outros dois continuaram a levar as pessoas
para o interior do túnel. Estava muito escuro para ver direito e até se mover,
tentou se livrar deles e seguir os outros. Sabia que explodir um torpedo ali seria
uma má ideia, causaria algum desmoronamento, então socou cegamente os 2,
mas algo aconteceu. Uma descarga elétrica o atingiu pelas costas. A sua frente
viu Nick estendendo a mão, quando olhou para trás viu um dos hunters usando
a arma de Wise. Gyorai ficou inconsciente.
Nastell 06 de junho de 2215
- Acorda! Acorda! – Gritava Adriss. Gyorai olhou para cima e viu Wise se
preparando para sair.
- Você acordou... sempre acordando tarde... para ser inútil. – Pronunciou
Wise de maneira ameaçadora.
- Por...que? – A voz do Gyorai não saia direito.
- Porque... eu queria te machucar, eu quero te ver sofrer muito... Eu não
vim aqui, perder meu precioso tempo dando moral para uma escória ridícula –
Wise segurou a pedra com a mão esquerda e a levantou. – Isso... é o que falta
para eu terminar meu projeto... uma forma autentica para armazenar anterito
elétrico... meu sonho vai ser real... – Wise estava com os olhos brilhando. –
Holystalker não vai encostar um dedo nisso... e você... – Uma leve gargalhada
foi dada novamente.
- Agora você tem que me escutar Gyorai, não temos tempo. – Adriss
estava desesperada.
- Será capturado pela policia aqui... – Disse Wise. - Holy vai achar que a
pedra foi escondida e não vão suspeitar de mim, e você vai virar mais uma
experiência deles. Você merece sofrer mais que isso... – Várias luzes surgiram
atrás das janelas e um barulho também. – O tempo acabou... quando eu estiver
pronto irei atrás de você – Wise passou pisando na cara de Gyorai e sumiu da
vista.
- Tem 3 helicopteros ali fora... você não tem muitas chances de
escapar... já consegue se mexer? – Adriss tentava animar e falava muito
rapidamente.
- Nã...o – Tentou grunir a resposta que saiu com grande dificuldade.
Estava jogado no chão, apenas observava. Viu entrar 4 pessoas. Eram
soldados segurando rifles prontos para disparar. Ele não conseguia fazer nada
nem ao menos falar, era questão de tempo até encontrarem ele.
- Stra..ards – Gruniu de forma confusa. Adriss se pronunciou.
- Desculpe. Vou considerar isso como um sinal – Uma explosão foi feita.
Vários segundos se passaram, e o local havia se tornado em uma zona de
guerra.
- Que dor... – Gyorai se levantou em meio a escombos daquele mesmo
lugar, uns 4 andares abaixo. A forma que Adriss encontrou para salva-lo foi
nada saudável, explodiu 3 dos torpedos ao mesmo tempo, o seu corpo não
havia sido tão danificado, mas o trage sim. Ele estava sangrando bastante.
- Corra, se dispare contra a janela e ative o impulso eletromagnético por
49 segundos. E não discuta! – Naquele ponto não tinha como discutir.
Se jogou contra a parede e começou a contar em voz alta os segundos.
Naquela direção o impulso foi perdendo a força com o tempo e cada vez mais
ele caia para o solo. Começou a ver a rua... e depois algumas casas... e depois
pessoas e quando se deu conta estava jogado em um gramado verde.
- Onde estou? – Perguntou se levantado, não estava acreditando na
quantidade de dor que sentia no corpo. Olhou para cima e viu várias torres que
tinham em sua volta, estava muito distante do museu. – Não matamos ninguém
né?
- Você não tem tempo. Aqui é um campo de Airball, corra na direção da
porta, faça apenas o que eu digo, estão atrás de você e essa é nossa única
chance de fugir de todos.
Gyorai correu, seguiu o caminho que Adriss informava. Se livrou de
metade do trage ficando só com a roupa que usava por baixo e com os largos
bolsos, do lado da porta tinha um tanque, ele lavou o rosto disfarçando os
cortes que ganhou. Passando pela porta viu as pessoas andando, a chuva já
havia acabado. Tinha três grandes ruas distintas naquela cidade. Por uma,
passava alguns automóveis que pareciam planar, na outra no canto extremo do
local passavam algumas crianças andando em um objeto estranho, e na que
ele estava, a maior, ficavam milhares de pedestres seguindo por várias
direções.
- Vá por essa rua. – Avisava Adriss. – Vire na esquerda e entre no
condomínio. – Ele seguiu as ordens.
- Me sinto um criminoso foragido. – Susurrou ele. Estava morrendo de
frio. Começou a andar com os braços cruzados. – Aquelas pessoas não
mereciam aquilo...
- Você não fez nada tão errado. – Afirmou ela. – Ninguém morreu.
- Nada sério? – Gyorai estava muito nervoso, não sabia o que fazer
entrando naquele lugar lotado de pessoas olhando para ele.
- Vá na recepcionista e peça o quarto 1249.
- O que? Como que eu peço o quarto? – Gyorai parecia falar sozinho
para todos os outros.
- Chega na mulher e diz: “moça vim buscar meu quarto sou Julia
Moretiz”.
- O que? Julia Moretiz é nome de mulher? Eu não sou né... Adriss ajuda
direito o que eu faço?
- Posso ajudar? – Perguntou a recepcionista, mal percebeu ele que já
tinha se movido até ela.
- Vim buscar meu quarto... 12...
- 1249 – Completou Adriss.
- 1249... Sou Julia... Moretiz. – Gyorai estava humilhado. Sentia muita
dor no corpo e vergonha ao mesmo tempo.
- Posso ver seu autoscan? – Perguntou a recepcionista. Ele ficou em
choque.
- Mostra para ela, vai em frente. – Avisou Adriss.
A principio as coisas deram certo. Foi recebido a chave do quarto, subiu
nos elevadores, entrou no apartamento e se jogou no chão.
- Ótimo... agora roubamos um apartamento... fizemos nada de errado né
Adriss?
- Sim... era o único jeito para você.
- Já passou nessa sua cabeça de inteligência artificial que a tal da Julia
pode voltar para casa?
- Já...
- Voce não é tão genial assim Adriss.
- Julia saiu de férias para Amsterdã, partiria de volta hoje daqui uns 50
minutos. Talvez devido a um pedido que fiz a um amigo hacker chamado
Ellipitc, a nave particular de Julia explodiu antes de ela entrar e as férias foram
prolongadas, a casa está livre apenas para você, nós.
- ... – Gyorai não conseguia pensar no que falar. – E você tem coragem
de dizer que fizemos nada de errado...
Os dois discutiram por muito tempo. Após tudo isso, descobriu coisas
simples de como era uma casa de família normal. Conheceu os cômodos,
tomou um banho e logo se sentou na mesa da cozinha comendo cereal com
leite.
- Volto com minha pergunta. – Informou Adriss. – Por que você acha que
esclheram uma máquina para ser sua parcera?
- Diga então para a gente...
- É simples... por que eu não sou patética como você. Eu não tenho
erros e não tomo atitudes iguais aquela de ir para o museu quando já
estávamos fugindo.
- Mas tem necessidades humanas que você não compreende Adriss.
Não seja ignorante. É igual você não entender minha relação com a Lavíne.
- Necessidades humanas? Lavíne? Você não pode estar usando isso
como argumento...
- Estou sim. Um dia farei você me entender... eu amo ela, farei de tudo
para encontra-la. As vezes não posso deixar minhas emoções de lado.
- Se com relação você quer dizer obcessão irracional que você insiste
usando a desculpa de paixão ou amor, mas na verdade é apenas um buraco
na sua cabeça.... – Adriss estava enfurecida naquele dia. - Então... vamos para
outra pergunta, qual a diferença da memória humana para a memória digital?
- Bom... – A pergunta era difícil, e o dia também era, Gyorai tomou
cuidado com as palavras dessa vez. – Na memória de um computador
salvamos as coisas que achamos importantes... na humana também, mas na
humana isso é feito de forma mais rápida, e não é limitada. – Gyorai
respondeu, pensou depois que respondeu e pensou que foi uma resposta
horrível. – Mas na verdade... a digital é feita de forma que possamos buscar as
coisas que precisamos depois, na humana nem sempre lembramos tudo.
- Não existe memória humana. – Informou Adriss. – Os humanos não
lembram das coisas, eles recriam as coisas. Quando você tenta lembrar da
garota que conheceu anos atrás, você ta ativando neuronios que te dão a
sensação de recriar tudo o que ocorreu. Em outras palavras, a memória
humana não passa de uma falsa verdade, e quanto mais você tenta lembrar,
mais vezes a memória é recriada, mais aquela lembraça é alterada, se
tornando o que você quer lembrar.
- Isso é algo que você também não pode saber... – Sussurou Gyorai se
deitando na cama, era muito confortável e ele estava exausto.
- Dizendo de uma melhor forma... você é cheio de defeitos, e eu sou a
cura para isso. Você tem que colaborar mais comigo.
- Talvez eu consiga fazer você me entender com o tempo... – Disse
pegando no sono. Aquela noite tinha sido muito difícil, e ele sabia que tinha
muito pela frente.
Episódio 9: A escolha
Nastell 7 de junho de 2215
Gyorai acordou bem tarde. Abriu as janelas e deu de cara com um sol
bem iluminado. Se olhou no espelho sem camisa tentando identificar suas
feridas, mas eram todas superficiais, nada sério, porém ele sentia um grande
dor no abdômen. Abriu a geladeira em busca de comida, mas encontrou nada.
- O que será que vamos comer hoje Adriss? Não tem nada aqui.
- Eu não como nada. – Afirmou ela.
- Engraçadinha... ainda está irritada?
- Não... pedi uma pizza para você já faz um tempinho, vai chegar a
qualquer momento.
- Obrigado Adriss, eu não como pizza desde...
- Aquela vez que Holy pediu na época que faltou comida no complexo...
eu lembro, e você gostou muito
- Sim! Eu gostei demais daquilo, descobri o quanto eu gosto de
pepperoni...
- Foi dessa mesmo que eu pedi. – Avisou ela.
- Como que eu faço para te abraçar? – Gyorai estava muito feliz. A pizza
chegou depois de alguns minutos ele comeu 5 fatias e meia enquanto assistia
um filme pela tv de teto.
- Será que dá para viver assim o resto da vida? – Perguntou deitado na
cama, havia transfomado o lugar em uma bagunça gigante.
- Acho que você tem apenas alguns dias para aproveitar isso...
Aquele dia não durou muito. Gyorai arrumou seu equipamento, ainda
tinha 118 capsulas de torpedo, 2 háviam se perdido quando ele jogou o
uniforme fora. Procurou algum agasalho para vestir no armário do quarto, para
sorte dele, nem todas as roupas eram femininas, tinha um moletom azul muito
confortável que serviu perfeitamente. Depois de deixar todo o equipamento
alinhado em cima da mesa ele foi dormir.
Nastell 8 de junho de 2215