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Ação declaratória de inexistência

de débito c/c indenização por


danos morais
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Publicado por João Beltrão & Advogados Associados

há 2 anos

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA


CÍVEL DA COMARCA DE JOÃO PESSOA - PARAÍBA
JUSTIÇA GRATUITA
(10 espaços)
FERNANDA XXXXXX XXXXXXXX
xXXXXXXX, brasileira, casada, comerciante, inscrita no CPF
sob o nº XXX. XXXX. XXX-XX, residente e domiciliada na Rua
XXXXXXXXXXXXXXXXXX, vem, através de seu procurador
infra assinado, conforme instrumento procuratório em anexo
(doc. 01), cujo endereço parar receber intimações e
notificações de estilo é a
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, perante
Vossa Excelência, com fulcro na Constituição Federal,
no Código de Defesa do Consumidor e no Código de Processo
Civil, ajuizar a presente Ação declaratória de inexistência
de débito c/c indenização por danos morais em face
de TNL PCS S/A - Operadora “Oi”, sociedade anônima
fechada inscrita no CNPJ sob o nº 05.423.963/0001-11,
podendo ser encontrada e citada no St Setor Comercial Norte
S/N – Asa Norte, Brasília – DF, CEP 70713900, de acordo com
as razões fáticas e jurídicas a seguir expostas.
1. DOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA
A nossa Carta Magna assegura às pessoas o acesso ao
Judiciário, senão vejamos:
“CF/88 – Art. 5º - LXXIV - o Estado prestará assistência
jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos”.
Neste caminho, a Lei 1.060/50 também garante a assistência
judiciária à parte processual, verbis:
“Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência
judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição
inicial, de que não está em condições de pagar à custa do
processo e os honorários de advogado, sem prejuízo próprio
ou de sua família”.
Verifica-se, pois, do cotejo dos dispositivos legais acima
transcritos, com a declaração de hipossuficiência financeira,
que a promovente tem direito e requer os benefícios
da JUSTIÇA GRATUITA, pois não possui condições para,
arcar com as custas do processo em comento.
2. DOS FATOS
A promovente foi cliente da demandada durante alguns anos
até que decidiu mudar de operadora e em 05/06/2014 foi a
uma loja da Claro, comprou um Chip e realizou a portabilidade
da Oi para a Claro (videdocumento em anexo), ocasião em que
foi informada que não haveria necessidade de cancelar o plano
da Oi, pois assim que fosse concluída a operação, o
cancelamento seria automático.
Registre-se que a partir da data que comprou o chip, a autora
não realizou mais ligações pela Oi, até porque nem funcionava
mais, uma vez que a demandante recebeu um chip provisório
da Claro enquanto a operação fosse finalizada.
No dia 11/06/2014 ocorreu de fato a portabilidade, mas a
autora se surpreendeu no dia 11/07/14, eis que chegou uma
fatura no valor de R$ 111,34 (cento e onze reais e trinta e
quatro centavos) e decidiu ligar para o numero da Oi (*1057 –
Protocolo nº 201400112661342) para relatar tudo, ocasião
em que Vera (funcionária) confirmou a portabilidade e disse
que iria passar para o setor do cancelamento e, quando a
promovente falou com o atendente, este informou que não
havia sido concluída a portabilidade por parte da Oi.
Irresignada, após uma longa ligação recebeu a informação do
funcionário da Oi que iria determinar ao setor competente para
tentar realizar novamente o cancelamento, para finalizar a
operação, mas a verdade é que até o presente momento não foi
feito, uma vez que as cobranças (faturas mensais em anexo) e
ligações telefônicas da Oi, que muitas vezes ocorrem em
situações constrangedoras, continuam, o que acarreta stress,
perda de tempo e de dinheiro à promovente.

Eis, portanto, os fatos.

3. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO


CONSUMIDOR
No caso em apreço é indiscutível a aplicação do CDC, uma vez
que toda a técnica de manejo da portabilidade e suas vertentes
é de responsabilidade exclusiva das operadoras de telefonia,
sendo os consumidores partes hipossuficientes no que se refere
à técnica deste tipo de serviço.
Apesar de o CDC ser favorável aos consumidores, em face da
outorga da hipossuficiência técnica e econômica, o que se
percebe do caso é que todas as provas estão nos autos,
restando apenas a este nobre julgador analisá-las, determinar o
procedimento de praxe e dar total procedência à ação.
Assim, considerando os fatos e provas existentes nos autos,
requer-se a aplicação do Código de Defesa do Consumidor ao
presente caso, mais precisamente dos Arts. 2º, 3º, 6º, 14º,
dentre outros.
3.2 DA DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO
Pela narrativa dos fatos se percebe que a promovente está
supostamente em débito há 03 (três) meses com a parte
demandada, o que é inverídico, haja vista que desde Junho do
corrente ano efetuou a portabilidade, não sendo mais cliente
da “Oi”.

Além disso, a própria funcionária confirmou que por


culpa exclusiva da promovida não foi concluída a
portabilidade pela Oi, o que certamente é a causa de todas as
cobranças indevidas.
Registre-se que a promovida vem cobrando da autora o valor
total de R$ 211,28 (duzentos e onze reais e vinte e oito
centavos) referentes aos meses de Junho, Julho e Agosto – em
anexo, inclusive a demandante corre o risco de ser inscrita
negativamente nos órgãos de proteção ao crédito

Desse modo, requer-se a Vossa Excelência (1) a declaração de


inexistência de débito das cobranças até então feitas pelas
promovida (em anexo) e também (2) das que por ventura
vierem posteriormente ao ajuizamento da presente ação,
julgando totalmente procedente a ação.

3.3. DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS


Nobre Juiz, conforme exposto nessa peça, a promovida além de
cobrar valores de forma incorreta, persistiu no erro e ficou
ligando diversas vezes para a promovente, cobrando tais
valores, enquanto a autora explicava que já tinha feito a
portabilidade e que a Oi deveria ter finalizado a operação, que
era sua obrigação contratual.

Além das cobranças, a promovente teve que ligar para a Oi


explicando o motivo, por várias vezes e, antes mesmo de iniciar
qualquer conversa, ao solicitar o número de protocolo das
ligações, algumas ligações caíram.

Destaca-se, ainda, que esses dissabores se deram por várias


vezes, haja vista que o problema não foi
solucionado, persistindo até o presente momento, pois
no dia 03/09/2014 a promovente recebeu novamente uma
fatura cobrando valores indevidos.
É cediço que a reparabilidade do dano moral, alçada ao plano
constitucional, no artigo 5º, incisos V e X da Carta Política, e
expressamente consagrada na lei substantiva civil, em seus
artigos 186 c/c 927, exige que o julgador, valendo-se de seu
bom senso prático e adstrito ao caso concreto, arbitre, pautado
nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, um valor
justo ao ressarcimento do dano extrapatrimonial.
O dano moral causado à autora deve ter a sua reparabilidade
plena, de molde a compensar os valores atingidos pelo evento
danoso, servindo também de desestímulo à prática de atos
ilícitos semelhantes, encontrando amparo desde a
nossa Carta Magna até à profusa legislação infra-constitucional
(Art. 927, CC e Art. 5º, inc. V, X da Constituição
Federal), verbis:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

CF, “art. 5º, inciso X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente
de sua violação”.
O novel Diploma Civil, em seu art. 186, também assegura a
devida reparação pelos danos causados:

“Art. 186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar
prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”.
Pois bem, Douto Julgador, no caso em comento não há a
mínima dúvida de que a promovente sofreu danos morais em
razão de uma falha na prestação do serviço pela promovida Oi.

E uma vez verificado o dano, prevalece o princípio da


responsabilidade objetiva, na qual se entende ser do
fornecedor de serviço, o dever de sanar o prejuízo sofrido pelo
consumidor.

Desta forma, resta patente que a superveniência do sentimento


de frustração, impotência e injustiça, assim como o
constrangimento que foi imposto (cobranças indevidas,
inclusive durante o expediente de
trabalho), ultrapassaram o liame entre o mero aborrecimento
e a ocorrência de uma lesão, ficando caracterizado o dano
moral, que como já mencionado, reclama a devida reparação.
Vejamos o entendimento jurisprudencial a respeito do tema:

RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.
CONSUMIDOR. PORTABILIDADE NÃO
CONCLUIDA. COBRANÇAS INDEVIDAS. DANOS
MORAIS CONFIGURADOS. QUANTUM INDENIZATÓRIO
MANTIDO. Sustentou o autor que em abril/2012 recebeu a
proposta para efetuar a portabilidade das linhas 9956 6256 e
9846-0636 para a requerida, no valor mensal de R$ 49,90.
Todavia, a portabilidade não foi concretizada sob a alegação
de que seria necessário que o consumidor se dirigisse até
estabelecimento da requerida. Assim, o demandante solicitou
o cancelamento do seu pedido, consoante números de
protocolos que constam à fl. 07. Ocorre que, em que pese o
pedido de cancelamento, teve o autor seu nome foi inscrito em
órgão de proteção de crédito, fl. 04. Diante de tais alegações,
cabia à demandada, ora recorrente, comprovar a origem dos
débitos que originaram a inscrição negativa, o que não logrou
fazer. Também não trouxe aos autos comprovação do efetivo
uso das linhas ou de que os protocolos informados não
existem, mediante telas do sistema, tampouco o áudio dos
protocolos informados. No que tange aos danos morais, estes
decorrem do indevido cadastramento do nome do
demandante junto a órgão de devedores, o que gera o
chamado dano moral puro que prescinde da comprovação do
efetivo prejuízo. Em relação ao quantitativo
indenizatório fixado em R$ 6.780,00, tem-se que não
comporta redução, pois de acordo com os princípios
da razoabilidade e proporcionalidade, bem como
porque de acordo com os parâmetros adotados pelas
Turmas Recursais em demandas análogas. RECURSO
IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. (Recurso Cível Nº
71005024617, Segunda Turma Recursal Cível, Turmas
Recursais, Relator: Roberto Behrensdorf Gomes da Silva,
Julgado em 27/08/2014)
(TJ-RS - Recurso Cível: 71005024617 RS, Relator: Roberto
Behrensdorf Gomes da Silva, Data de Julgamento:
27/08/2014, Segunda Turma Recursal Cível, Data de
Publicação: Diário da Justiça do dia 01/09/2014).
E mais:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS. PORTABILIDADE. DANOS MORAIS
CONFIGURADOS. REFORMA DA SENTENÇA. A instituição
ré não se desincumbiu de seu ônus processual quanto à prova
de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
autor (artigo 333, II, do CPC). - Não tendo comprovado a
empresa telefônica a ocorrência de qualquer das
possíveis excludentes de sua responsabilidade, resta
demonstrada a falha do serviço do próprio
apelante. - A responsabilidade do agente causador do dano
moral opera-se por força do simples fato da violação.
Verificado o evento danoso, surge a necessidade da
reparação, independentemente da prova do prejuízo. -Assim
restam configurados os danos morais experimentados. -O
juiz, ao arbitrar o dano moral, deve pautar-se pela
reprovabilidade da conduta ilícita, pela duração e intensidade
do sofrimento da vítima e, igualmente, pela capacidade
econômica do responsável pela conduta lesiva e pelas
condições pessoais do ofendido, em respeito ao artigo 5º,V,
da CRFB/88. Pelo que verificado dos autos, entendo ser
minorada o valor fixado para a quantia de R$2.000,00 (dois
mil reais), para cada Apelado em observância aos princípios
informadores acima. -Refoma parcial da sentença. DÁ-SE
PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, NA FORMA DO
ART. 557, § 1º-A, CPC.
(TJ-RJ - APL: 02337765320108190001 RJ 0233776-
53.2010.8.19.0001, Relator: DES. TEREZA CRISTINA
SOBRAL BITTENCOURT SAMPAIO, Data de Julgamento:
06/11/2013, VIGÉSIMA SÉTIMA CÂMARA CIVEL/
CONSUMIDOR, Data de Publicação: 06/12/2013 13:25).
Por fim, comprovado o nexo de causalidade entre a conduta da
promovida e os danos que são presumíveis, requer-se a
condenação da promovida ao pagamento de uma indenização
no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a fim de reparar a
autora e desestimular práticas semelhantes, conforme
preconizam as leis.

4. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer-se a Vossa Excelência o recebimento,
processamento da presente peça postulatória e, ainda:

a) O deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita,


na forma legal;
b) A citação da promovida no endereço preambular para,
querendo, apresentar defesa, sob as advertências legais;
c) A inversão do ônus da prova, nos termos do Código de
Defesa do Consumidor;
d) Ao final, a TOTAL PROCEDÊNCIA da presente ação, a
fim dedeclarar a inexistência do débito dos meses de
Junho, Julho e Agosto de 2014 e também dos que
porventura continuarem a vir;
e) A condenação da promovida ao pagamento de uma
indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00
(dez mil reais) em razão das cobranças – ligações pelo
celular e boletos de cobrança – indevidas;
f) A condenação da promovida em honorários sucumbenciais a
serem fixados na proporção de 20% sobre o valor da causa.
Protesta provar o alegado através de todos os meios de prova
em direito permitidos, bem como a juntada posterior de novos
documentos e demais provas.

Atribui-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para


efeitos meramente fiscais.

Termos em que pede e espera deferimento.

João Pessoa, 04 de setembro de 2014.

JOÃO LUIZ LEITE BELTRÃO


OAB/PB 17.275
Ação Declaratória de Inexistência
de Débito Culminada com
Indenização por Danos Morais e
Materiais com Pedido Liminar
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3

Publicado por Gustavo Goedert

há 2 anos

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE


DIREITO DA ___ VARA DO JUIZADO ESPECIAL
CÍVEL DA COMARCA DE ____ DO ESTADO DE ____
NOME COMPLETO, nacionalidade, estado civil, profissão,
portadora da cédula de identidade RG nº ___, inscrita no
CPF/MF sob nº ___, residente e domiciliada na Endereço
Completo, representada por seu procurador que esta
subscreve, Qualificação do Advogado, com escritório
profissional situado na Endereço do Escritório (procuração
anexa – doc. 01), onde passará a receber as devidas
notificações e intimações, vem, mui respeitosamente, perante
Vossa Excelência, com fulcro na Lei 9.099/95, propor
AÇÃO DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE
DÉBITO CULMINADA COM INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS E MATERIAS COM PEDIDO
LIMINAR
em face de NOME DO RÉU, pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ/MF sob nº ___, com sede na
Endereço completo, pelos fatos e direitos expostos a seguir.
I. DOS FATOS
A Autora, na data de 27 de dezembro de 2013, realizou compra
com seu cartão de crédito de nº ___ (doc. 02), fornecido pelas
Rés, em uma das lojas destas, no valor de R$313,84 (trezentos
e treze reais e oitenta e quatro centavos), optando por parcelar
a quantia em oito parcelas iguais, com primeiro pagamento
programado para março deste ano.

Em 24 de fevereiro de 2014, ao voltar na loja em que realizou a


compra, a Autora optou por adiantar parte dos valores que
seriam cobrados futuramente, afim de não se preocupar com a
possibilidade da acumulação de dívidas, além de, com tal
pagamento adiantado, diminuir os juros que seriam cobrados.

Deste modo, adiantou a quantia de R$134,04 (cento e trinta e


quatro reais e quatro centavos), o necessário para o pagamento
de 04 (quatro) parcelas, abatidos os juros, dos valores em
aberto a serem cobrados nas faturas seguintes do cartão de
crédito (doc. 03).

No mês seguinte, março de 2014, como esperado, a Autora


recebeu em sua residência o boleto de seu cartão de crédito
com o resumo dos gastos, onde constava o pagamento
antecipado recebido, gerando crédito de R$92,54 (noventa e
dois reais e cinquenta e quatro centavos) a ser aproveitado nas
demais faturas (doc. 04).

Como estava incerta sobre a situação e pelo fato da Ré ter lhe


enviado um boleto com valor de “R$-92,54”, a Autora procurou
uma das lojas da rede para confirmar se realmente se tratava
de crédito ou se ainda deveria pagar algo, sendo-lhe
confirmado que nada deveria pagar aquele mês, como
informado ao final do próprio boleto.

Passou-se abril sem que a Autora recebesse algum boleto


referente àquele mês.

Para a surpresa da Autora, no mês de maio chegou em sua casa


uma nova correspondência enviada pela Ré, contendo boleto
com vencimento programado para o dia 23 do mesmo mês, no
valor de R$96,80 (noventa e seis reais e oitenta centavos), com
a descrição de “Saldo Anterior” (datada de 23/04) na quantia
de R$ 80,76 (oitenta reais e setenta e seis centavos),
acrescidos, neste mês, de encargos, juros e multa, alcançando,
assim, o valor total (doc. 05, fl. 01).

Sem qualquer informação detalhada, muito menos sobre o


aproveitamento do crédito ainda existente e suficiente para
cobrir as parcelas até o mês de junho, o boleto enviado pela Ré
cobra valor indevido.

Ainda, junto do mesmo boleto, na folha de número 03 (três),


para o descontento da Autora, se encontra notificação a
respeito da inclusão do nome desta no cadastro do Serviço
Central de Proteção ao Crédito – SCPC e na Rede Nacional de
Informações Comerciais – RENIC, sem qualquer notificação
prévia que permitisse o contraditório e/ou o pagamento dos
valores supostamente devidos.

Inconformada com o que estava em suas mãos, a Autora


procurou tomar conhecimento acerca da inclusão de seu nome
nos cadastros de inadimplentes, constatando-se o registro de
débito no valor de R$ 80,76 (oitenta reais e setenta e seis
centavos) em face da Ré (doc. 06).

Contudo, no dia 08 deste mesmo mês, a Autora participou de


entrevista para concorrer à vaga de emprego de “contas à
pagar” junto da empresa “EMPRESA” (e-mails – doc. 07), que
lhe concederia salário de R$1800,00 (mil e oitocentos reais)
mais benefícios, restando sem resposta.

Mesmo após requerer do setor de Recursos Humanos da


referida empresa informações a respeito de sua não
contratação, esta permaneceu em silêncio, deixando a Autora
preocupada com seu desempenho.

Porém, como recebeu o boleto da Ré alguns dias após a


entrevista, juntamente com a informação da inclusão de seu
nome junto aos órgãos de inadimplentes, a Autora logo chegou
a conclusão dos motivos que a teriam levado a perder a vaga na
empresa em que participou da entrevista de emprego.

É sabido que nas áreas de atuação que envolvem o setor


financeiro da empresa, requer-se funcionários com a reputação
de crédito ilibada, afim de se garantir a boa-fé na execução dos
serviços que envolvem capital, seja esta atitude considerada ou
não como um preconceito, em razão da sombra deixada pelo
revogado artigo 508 da Consolidação das Leis do Trabalho, que
permitia a demissão por justa causa de empregado bancário
com dívidas exigíveis.
Ainda mais por se tratarem de informações públicas, qualquer
pessoa pode ter acesso às informações de crédito existentes
sobre determinado alguém.

Assim, além de ter seu nome indevidamente cadastrado junto


aos órgãos de proteção ao crédito maculando sua reputação
financeira, teve prejudicada a possibilidade de ser contratada
diante de uma ótima oportunidade de emprego.

Deste modo, não resta alternativa senão a propositura da


presente ação.

II. DOS DIREITOS


Perante os fatos narrados, verifica-se a prática de ato ilícito por
parte da Ré, que por infundada atitude de cadastrar o nome da
Autora junto aos cadastros de proteção ao crédito acabou por
gerar danos.

Para início do debate, transcreve-se o artigo 186 do Código


Civil:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
O artigo supra traz a definição do Ato Ilícito, que aplicado no
presente caso decorre da ação da Ré em inserir o nome da
Autora nos cadastros de inadimplentes, por decorrência de
dívida inexistente.
Ao se analisar os documentos anexos com os fatos narrados, é
facilmente perceptível a quitação da Autora perante suas
obrigações com a Ré que, ainda, ocorreram de modo
antecipado à data de vencimento acordada.

Não verificada a inadimplência da Autora para com a Ré, não


há que se falar no direito de que o nome dessa possa ser
devidamente incluído no cadastro de inadimplentes.

Deste modo, ao cadastrar indevidamente o nome da Autora


junto dos órgãos protetivos, verifica-se a violação de seus
direitos através de ato ilícito.

O artigo 927 do mesmo código determina a obrigação de


indenizar por aquele que acaba por causar dano a outrem
mediante ato ilícito, independentemente de culpa.

Não só o Código Civil, mas a própria Constituição da


República, artigo 5º, inciso X, determina a inviolabilidade da
vida privada, honra e imagem das pessoas, garantindo o direito
de indenização mediante a ocorrência de dano material ou
moral pela violação.
Neste diapasão, ao tratar incialmente do cabimento de
indenização por dano moral, vale trazer para esta exordial a
seguinte decisão do STJ:

PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL.


INSCRIÇÃO INDEVIDA NO SPC. DANOS MORAIS. PROVA.
DESNECESSIDADE. INDENIZAÇÃO. ARBITRAMENTO.
ALTERAÇÃO NA VIA ESPECIAL. HONORÁRIOS.
SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA.
Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,
nos casos de inscrição indevida no cadastro de
inadimplentes, considera-se presumido o dano moral,
não havendo necessidade da prova do prejuízo, desde
que comprovado o evento danoso”.
(REsp 419365 / MT, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira
Turma, Dj. 11/11/2002) (Grifou-se)
O Superior Tribunal de Justiça é pacífico ao determinar que a
inscrição indevida junto ao cadastro de inadimplentes
caracteriza dano moral in re ipsa, ou seja, independe de prova
para sua configuração.
Da mesma maneira que existe o dever de indenizar o dano
moral, deve-se indenizar o dano material, a ser discutido no
presente caso com base na “teoria da perda de uma chance”
(perte d’une chance).

Como narrado, a Autora participou de processo seletivo para


vaga de “contas à pagar”, concorrendo como forte candidata,
sendo que, após a entrevista, deixou de receber retorno da
empresa contratante sobre sua classificação; presumindo-se a
não contratação pela inclusão do nome da Autora no cadastro
de inadimplentes.

Assim, pelo ato ilícito da Ré, além da configuração de dano


moral in re ipsa, verifica-se a existência de dano material
produzido pela mesma ação, vez que tal inclusão dirimiu as
chances da Autora de conquistar a vaga de emprego tão
almejada.
A “teoria da perda de uma chance” se aproxima muito da
natureza dos lucros cessantes, diferindo-se que essa é aplicável
quando o ato ilícito resulte na perda da oportunidade de
alcançar uma situação futura melhor, precisando, segundo as
lições de Sérgio Cavalieri Filho, que: "se trate de uma chance
real e séria, que proporcione ao lesado efetivas condições
pessoais de concorrer à situação futura esperada" (Programa
de Responsabilidade Civil, 4ª ed., São Paulo: Malheiros, p. 92).

Outrossim, verifica-se que a própria empresa demonstrou


grande interesse no ingresso da Autora em seu corpo de
trabalhadores, sendo maleável até na data e horário da
entrevista que foi aplicada, fazendo com que a pretensão aqui
debatida encontre guarida na referida teoria, que é aplicada
"nos casos em que o ato ilícito tira da vítima a oportunidade de
obter uma situação futura melhor, como progredir na carreira
artística ou no trabalho, arrumar um novo emprego"
(CAVALIERI FILHO, Sérgio. Op. Cit., pp. 91-92).
Por ser atuante do setor financeiro, a informação de existência
de débitos no mercado em nome da Autora prejudica
seriamente suas possibilidades de conquistar uma vaga de
emprego, merecendo justa indenização pela perda de
oportunidade causada em decorrência do ato ilícito da Ré.

Esta é a linha de raciocínio que vem sendo aplicada pelo


próprio STJ, como pode ser visto no caso do “Show Do Milhão”
no RECURSO ESPECIAL Nº 788.459 - BA (2005/0172410-9).

Na mesma linha, o artigo 14 do Código de Defesa do


Consumidor é claro ao estabelecer que o fornecedor de serviços
responde objetivamente, ou seja, independentemente da
existência de culpa, pelos danos causados por defeitos relativos
à prestação dos serviços.
Ainda, o mesmo CDC visa proteger o consumidor, apoiando-se
no princípio in favor debilis. Tal princípio pressupõe a
fragilidade do consumidor diante da relação de consumo, visto
sua hipossuficiência diante do que lhe é imposto na relação de
consumo.
Neste sentido, há de se destacar o artigo 6º, inciso VII, do
referido código, que garante ao consumidor a facilitação da
defesa de seus direitos, garantindo-lhe a inversão do ônus da
prova em detrimento da superioridade do prestador de
serviços (neste caso).

Portanto, verifica-se que o ato ilícito praticado pelas Rés vai


além do determinado pelo Código Civil, infringindo o CDC e a
própria Constituiçãoda República no que diz à honra e imagem
dos indivíduos.
III. DA LIMINAR
O artigo 273 do Código de Processo Civil permite ao juiz
antecipar, a pedido da parte, os efeitos da tutela pretendida na
inicial, desde que exista prova inequívoca, verossimilhança e
dano iminente.
Desta maneira, configurado o ato ilícito devidamente
comprovado, gerando prejuízo para a Autora, verifica-se a
possibilidade da concessão de tutela antecipada para que o
nome da Autora seja retirado dos cadastros de inadimplentes
sob pena de aplicação de astreinte.
a. DA VEROSSIMILHANÇA
Verificando-se o direito da Autora em ter sua honra e imagem
imaculadas frente ao seu adimplemento perante suas
obrigações civis, verifica-se que o ato ilícito praticado pelas Rés
fere seus princípios constitucionais e legais ao ter seu nome
indevidamente “sujo” perante o mercado de crédito e até de
trabalho, ensejando reparação imediata.

b. DO PERICULUM IN MORA
Como alegado, a manutenção indevida do nome da Autora nos
cadastros de inadimplentes trazem graves prejuízos à sua
honra e imagem, prejudicando oportunidades de emprego e de
concessão de crédito junto a instituições financeiras.

Portanto, a não retirada imediata do nome da Autora dos


serviços de proteção ao crédito, além dos prejuízos já
ocasionados, continuará a gerar novos e irreparáveis danos por
consequência de ato ilícito.

IV. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS


Diante do exposto, requer digne-se Vossa Excelência:

a) Conceder a tutela antecipada pleiteada para determinar às


Rés que removam o nome da Autora dos cadastros de
inadimplentes constantes em 24 (vinte e quatro) horas, sob
pena de astreinte no montante de R$150,00 (cento e cinquenta
reais) diários;
b) Julgar procedente a presente demanda, tornando definitivos
os efeitos da tutela antecipada, declarando a inexistência de
débito para com as Rés;

c) Julgar procedente a presente demanda, para condenar as


Rés ao pagamento de indenização:

a. A título de Danos Morais, em valor a ser arbitrado por Vossa


Excelência, levando em consideração o alto patrimônio das Rés
e o grave prejuízo causado à Autora pelo ato ilícito, afim de que
tal montante seja capaz de produzir efetiva repreensão perante
ao reiterado descaso com seus consumidores, sem extrapolar
os limites da razoabilidade e acabar por gerar enriquecimento
sem causa;

b. A título de Danos Materiais, com base na “teoria da perda de


uma chance”, no valor de R$5.400,00 (cinco mil e
quatrocentos reais), equivalente a três vezes o valor do salário
da vaga de emprego perdida por decorrência do ato ilícito que
prejudicou a honra e imagem da Autora, tempo considerado
razoável por decorrência do “período de experiência”
frequentemente utilizado pelas empresas.

Requer-se a citação da Ré, na forma do art. 19, da Lei


nº 9.099/95, para comparecer à audiência pré-designada, a
fim de responder à proposta de conciliação ou querendo e
podendo, conteste a presente peça exordial, sob pena de revelia
e de confissão quanto à matéria de fato, de acordo com o
art. 20 da Lei 9.099/95;
Requer-se, ainda, a inversão do ônus da prova, por
consequência da relação de consumo, de acordo com o
artigo 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor.
Dá-se à causa o valor de R$5.400,00 (cinco mil e quatrocentos
reais).

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data.

ADVOGADO (A)
OAB/UF Nº...
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA XXª VARA DA SEÇÃO
JUDICIÁRIA DO ESTADO DO (A) ________ – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA Xª REGIÃO.
URGENTE! ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. JUSTIÇA GRATUITA. CONSUMIDORA AFLITA DA SILVA,
brasileira, casada, aposentada, inscrita no CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, RG sob o nº
XXXXXXXXXX SSP/XX, residente e domiciliada à AV. XX, Ed. XX, nº XX, Bairro de XXXX, CEP:
XX.XXX-XXX, CIDADE – ESTADO, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência por seu
advogado infra firmado e bastante procurador, com instrumento de mandato anexo, propor a
presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C REPETIÇÃO DO INDÉBITO
COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA E REPARAÇÃO DOS DANOS MORAIS (NOVO CPC)
LEI 13.105/2015 em face da BOLSA DE ECONOMIA FEDERAL – B.E.F.,, instituição financeira sob
a forma de empresa pública federal, dotada de personalidade jurídica de direito privado, com
patrimônio próprio e autonomia administrativa, vinculada ao Ministério da Fazenda., inscrita
no CNPJ/MF sob o nº XX.XXX.XXX/XXXX-XX, com sede à SBS QD X BL A LT X X. XX AND – ASA
SUL – BRASILIA - DF, CEP: XX.XXX-XXX, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir
alinhavados: WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 1 – PRELIMINARMENTE; DA ASSISTENCIA
JUDICIÁRIA GRATUITA: Preliminarmente, pugnar-se-á de Vossa Excelência, pela concessão dos
favores da JUSTIÇA GRATUITA, com fulcro nos preceitos elencados no art. 4º da Lei n° 1060/50,
e art. 5º, inciso LXXIV da CF/1988, que asseveram que a parte gozará dos benefícios da
Assistência Gratuita mediante simples afirmação, e a qualquer tempo do processo, porquanto
não possua a Requerente condições financeiras de arcar com as custas e demais despesas do
processo. Ademais Vossa Excelência, a requerente não possui condições para arcar com as
custas e despesas processuais, uma vez que o seu cônjuge se encontra doente, entre outros
fatores de grande relevância, como o fato de receber uma baixa aposentadoria além de ter
que arcar com todas as despesas para a manutenção de seu lar, como: remédios, transporte,
médicos e alimentação. Outro ponto de suma importância para que ocorra a concessão dos
favores da justiça gratuita, se diz ao fato da solicitante não ter se quer condições de continuar
a pagar o seu plano de saúde. Não podemos deixar de destacar que se o benefício requerido
não for concedido, o acesso à justiça restará obstaculizado, posto que o valor das citadas
custas, supera demasiadamente o montante recebido mensalmente pela requerente.
Fundamenta-se também com o princípio da isonomia (igualdade), que é o princípio
constitucional informador da concessão, pelo Estado, do benefício da Justiça Gratuita,
permitindo a todos, pobres ou ricos, o acesso ao Poder Judiciário. Assim, o princípio de que
"todos são iguais perante a lei", é a gênese do benefício da Justiça Gratuita. As normas
estabelecidas no direito positivo brasileiro, que concedem os benefícios da Justiça Gratuita aos
necessitados, estão, em sua maior parte, contidas na Lei Federal nº 1.060, de 5 de fevereiro de
1950. Tal diploma legal foi recepcionado pela Constituição Federal, vindo a regulamentar seu
art. 5º, inciso LXXIV ("o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que
comprovarem insuficiência de recursos"). Invocando-se o princípio isonômico, conclui-se que,
qualquer pessoa, é beneficiária da Justiça gratuita, nos termos da Lei Federal nº 1.050/60, mais
especificamente em seu art. 2º, parágrafo único. Considera-se necessitado, para os fins legais,
todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar às custas do processo e os
honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família". Através da presente
Lei Federal, estabelece-se a isenção ao necessitado, de custas, despesas processuais, bem
como de honorários advocatícios. Desta forma, permite o Estado que qualquer do povo, por
mais necessitado que seja, tenha acesso ao Poder Judiciário, podendo, desta forma, exercer
direitos conceituados como fundamentais, permitindo, pois, a construção de uma sociedade
mais justa, solidária e igualitária. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 2- INICIALMENTE:
Requer ao douto juízo o DEFERIMENTO DA MEDIDA LIMINAR, pois se acham induvidosamente
demostrados o fumus boni iuris e o periculum in mora a seguir narrados e comprovados, bem
como a declaração inicial de INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, a teor do dispositivo no art. 6º do
Código de Defesa do Consumidor, considerando a “exposição” da Demandante às práticas
contrarias ao CDC e por ser visivelmente vulnerável o consumidor nas relações consumeristas,
devendo, portanto, o Banco demandado ter a incumbência de produzir provas contrarias às
alegações iniciais da Autora. 3- DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL: A Carta Magna traz
taxativamente a competência da Justiça Federal, ao passo que a competência da Justiça
Estadual é subsidiária. Da análise do artigo 109, I, resta evidente que compete à Justiça Federal
processar e julgar causas em que seja parte, ou que tenha interesse empresa pública federal,
como é a Bolsa de Economia Federal Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I
- as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as
de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; Ademais,
diante do valor da causa ultrapassar o limite para propor ação na esfera do Juizado Especial
Federal (até 60 salários mínimos vigentes), compete, exclusivamente, a esse Juízo o
processamento e julgamento do presente feito. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR 4- DOS
FATOS: 1- A Consumidora e ora Autora é cliente da Bolsa de Economia Federal, na Agência:
xxx, Conta Poupança: xxxxxxx-x, Operação: xxx. 2- Conforme documentação anexada aos autos
verifica-se que a requerente contratou na data de 01/02/2010 um empréstimo bancário sob a
modalidade CRÉDITO CONSIGNADO BOLSA, contrato nº XX.XXXX.XXX.XXXXXXX-XX, no valor de
R$ 14.430,00 parcelados em (60) X de R$ 423,93, sendo a primeira para 07/03/2010 e a 60ª e
última, para 07/02/2015. 3- Eis que para a sua surpresa e infelicidade, em 08/02/2015, a
Requerente foi comunicada pela SERASA que possuía uma dívida com a Demandada no valor
de R$ 231.137,92, referente ao mesmo contrato que no referido mês já deveria estar liquidado
(pago), conforme contrato e comunicação anexados aos autos. Porém a mesma acreditou ser
um erro. 4- Desde então, e de forma irregular, senão ilegal, mesmo já tendo adimplido todas
as parcelas do contrato, a Instituição Financeira continuou a realizar descontos, mês a mês,
referente ao então contrato adimplido e liquidado. 5- Inconformada com tamanho absurdo, a
Consumidora dirigiu-se até a Agência da Bolsa de Economia Federal, situada na cidade de
________ no Estado do (a) ______, prefixo XXXX e fez o relato dos fatos que a levaram a
presente provocação do Poder Judiciário Federal, quais sejam: “ Primeiro, informou que o
desconto ocorrido em seu contracheque era muito alto e já havia terminado de pagar as já
descritas 60 (sessenta) parcelas, afirmou ainda que o seu “benefício” pago pelo INSS é a sua
única fonte de renda. O segundo fato se deve a verificação de que não houve renovação de
qualquer operação de crédito em junho de 2014, bem como não há qualquer contrato
assinado por ela referente a rechaçada renovação/renegociação de crédito. Afirmou ainda que
o único empréstimo que reconhece refere-se ao realizado em fevereiro de 2010, onde
contratou pouco mais de 14 mil reais. Além do fato de procurar a instituição bancaria e ter
redigido em tal momento, uma contestação por escrito, observa-se ainda que o referido Banco
não apresentou qualquer documento que corroborasse a cobrança de refinanciamento, bem
como qualquer posição ou tentativa de resolver a situação de forma administrativa e
extrajudicial. “ 6- Após o descrito no parágrafo anterior, e acreditando já ter resolvido o “mal-
entendido”, e justamente para a sua total perplexidade e susto, a consumidora recebeu nova
comunicação do SERASA em 01/09/2015, agora informando que a sua
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR suposta dívida (mesmo contrato) seria de R$ 289.203,97,
o que gerou problemas físicos e abalo psicológico. 7- Após a segunda comunicação a
requerente verificou que o seu nome foi inserido diversas vezes em órgãos de proteção ao
crédito, e inclusive lhe foi negado um pedido de crédito por tais restrições. 8- Sem saber mais
como agir, e em uma situação de total desespero, a Demandante dirigiu-se outra vez até a
Bolsa de Economia Federal em 17/11/2015, e para o seu novo “assombro”, ratificaram que a
dívida em debate teria sido originada por meio de uma renovação/renegociação “que ela
nunca fez”, do empréstimo que ela contraiu no longínquo ano de 2010. 9- Não bastando o
susto de ter sido supostamente vítima de um erro bancário ou até uma mesmo uma fraude,
lhe foi fornecido relatório que ora se anexa, com data de 17/11/2015, informando que a sua
dívida era de impressionantes R$ 332.722,58. (Trezentos e trinta e dois mil setecentos e vinte
e dois reais e cinquenta e oito centavos) 10- Questiona-se, como alguém que recebe pouco
mais de R$ 3.000,00 de proventos mensalmente, poderia obter crédito consignado em tal
patamar, ou até com qual margem consignada ela conseguiria (contratar/adimplir) com a
suposta dívida que lhe é atribuída? 11- Em sua ida a agência da Bolsa de Economia Federal na
cidade de __________, não lhe foi fornecido o suposto contrato de renovação, o que torna
inegavelmente suspeita a operação em comento, perfazendo-se um dos motivos para que seja
concedida a inversão do ônus da prova. 12- Outro ponto importantíssimo, diz respeito em qual
conta bancária ocorreu o suposto crédito do obtemperado empréstimo, posto que na conta
bancária de titularidade da Peticionária, não ocorrera tamanha e abundante movimentação
financeira. 13- O tema que emerge a urgência e funciona também como um dos fundamentos
do pedido de antecipação da tutela, diz respeito ao fato comprovado nos autos de que o
empréstimo contratado no ano de 2010 e não questionado pela requerente, já deveria ter o
seu desconto na sua folha de pagamento descontinuado. Posto que, como já dito nos
parágrafos iniciais, a 60ª e última parcela conforme o multicitado contrato anexo, se deu em
fevereiro de 2015. 14- Comprova-se a existência do perigo da demora, posto o indevido
bloqueio/aprovisionamento do valor de R$ 17.810,88 na conta poupança da Autora, o que faz
com que todo e qualquer valor creditado em sua conta, seja imediatamente apropriado de
forma indevida pelo Banco requerido. Conforme extrato anexado e emitido em 03/01/2016.
15- De forma complementar, restou evidenciado que o valor descontado desde o mês de
março de 2015 é indevido, devendo ocorrer a devolução de tais
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR descontos conforme a norma da repetição do indébito
até o mês atual, ou seja, janeiro de 2016. 5- DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA: O artigo 298 do
NCPC disciplinou a antecipação de tutela inominada e geral, enquanto o artigo 497, parágrafo
único do NOVO diploma processual legal, a antecipação de tutela específica de obrigações de
fazer ou não fazer: "Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar, ou revogar a tutela
provisória, o juiz motivará o seu convencimento de modo claro e preciso : "Art. 497. Na ação
que tenha por objeto a prestação de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz concederá a
tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, determinará providências que
assegurem a obtenção da tutela pelo resultado prático equivalente. Parágrafo único. Para a
concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou continuação de um
ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência
de culpa ou dolo. Inicialmente foram explicitados os abusos praticados pela Bolsa de Economia
Federal, não deixando alternativa a Autora a não ser procurar as medidas judiciais cabíveis, na
tentativa de estabelecer o verdadeiro equilíbrio contratual, pois a Peticionaria, se não obtiver
a guarida do judiciário, continuará sofrendo descontos indevidos que impactam em perda de
grande valor para o sustento de sua família. DA URGÊNCIA E DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO
DO EFEITO SUSPENSIVO ANTE A PRESENÇA DO FUMUS BONI IURIS E DO PEIRCULUM IN MORA.
O presente caso tem perfeitamente configurado todos os requisitos do artigo 298 do NCPC,
haja vista, o episódio em tela, tratar-se de contrato de adesão, onde a relação de consumo
regulada por imposição da Ré, seus valores, índices, forma e conteúdo, com inteira ausência
de bilateralidade, sujeitando a Autora às graves lesões e difícil reparação causadas pelos
descontos onerosos e, reiteradamente, que não mais deveriam existir. Os acenados fatos
desequilibram e causam danos irrerversíveis a mesma, bem como para a sua familia. O PERIGO
DA DEMORA caracteriza-se, pela possibilidade da Requerente continuar com seu nome
inserido nos órgãos de proteção ao crédito devido a um débito que já se encontra liquidado.
Não podendo deixar de frizar que em ato contínuo, a Instituição Financeira se mantem a
proceder com os descontos mensais na folha de pagamento da Autora, fato este, que
continuará, caso não seja deferida a medida liminar requerida para que sessem os guerreados
descontos indevidos. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR Em mesma linha de raciocínio, a
não retirada imediata do nome da Autora dos serviços de proteção ao crédito, bem como, a
continuação do desconto de R$ 423,93, oriundo de um débito já quitado, além dos prejuízos já
acarretados, continuaram a gerar novos e irreparáveis danos consequentes de tais atos ilícitos.
Como alegado, a manutenção indevida do nome da Autora nos cadastros de maus pagadores e
os descontos relativos a débito inexistente, trazem graves prejuízos à sua saúde financeira e
sustendo de sua família, bem como para a sua honra e imagem. O FUMUS BONI JURIS no caso
vertente, não está consubstanciada exclusivamente na pronta compreensão de sua certeza
jurídica, mas sim, vinculado fundamentalmente à plausividade de sua argüição e da inutilidade
de sua concretização tardia. Em comentário ao art. 51 IV da Lei n° 8.078/90 está à lição de Caio
Mário: “Numa sensível aproximação com os requisitos etiológicos do instituto da lesão, o
Código do Consumidor fulmina de nulidade as cláusulas que estabeleçam obrigações
consideradas iníquas, abusivas ou exageradamente desvantajosas para o consumidor,
atentando contra a boa-fé ou a equidade” (art. 51, IV; e ainda as que ameaçam o equilíbrio
contratual, isto é, afronta o princípio da justiça comutativa), (op. Cit. P. 212). Frisa-se os
perigos da continuidade dos descontos indevidos na folha de pagamento da Autora, o que sem
dúvida faz uma grande diferença em um orçamento familiar tão restrito, bem como a
manutenção do bom nome da mesma, nos órgãos de proteção ao crédito, Tal fato pode levar,
sem dúvidas, inclusive, a uma situação irreparável – perda da capacidade de comprar
alimentos e demais necessidades básicas de um ser humano comum na sociedade atual, não
esquecendo a sua atual impossibilidade de adquirir crédito ou financiar bens duráveis,
RESTANDO ASSIM, PATENTE O PERICULUM IN MORA. Verifica-se, MM. Juiz (a), que a situação
da parte Autora atende perfeitamente a todos os requisitos esperados para a concessão da
medida antecipatória, pelo que, se busca, antes da decisão do mérito em si, a ordem judicial
para: 1- Que a Ré se abstenha de fazer novos descontos referente ao contrato de empréstimo
em comento; 2- Retirada, imediata, do nome da autora dos órgãos de proteção ao crédito.
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR Para tanto, requer de Vossa Excelência, que se digne a
determinar a expedição de INTIMAÇÃO à Ré, ou por outro meio que entender mais eficaz. 6-
DO DIREITO: 6.1 - Do Código de Proteção e Defesa do Consumidor: O CDC em seus artigos 2º,
parágrafo único, 3º, §1º, estabelece e define o conceito de consumidor e de fornecedor, bem
como o conceito de produto, senão vejamos: 3 Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único.
Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja
intervindo nas relações de consumo. Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
(grifo nosso) Diante dos artigos supramencionados, depreende-se do caso em tela, se trata de
uma relação consumerista, onde resta configurado à devida aplicação imperiosa do CDC. E em
seu art. 4º, I, aponta que o consumidor é sempre a parte mais fraca da relação de distribuidor-
consumidor: Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e
segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida,
bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes
princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995). I - reconhecimento da
vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; Forma-se bem claro e evidente que o
requerente é o elo mais fraco da relação de consumo devido a sua posição econômica e
jurídica estabelecida no liame contratual. 6.2- Da declaração de inexistência de debito: Pela
narrativa dos fatos se percebe que a Autora está com um impugnado débito em valor
impressionantemente elevado junto a Instituição Financeira questionada, o que é
notavelmente inverídico, conforme a documentação acostada à presente, sem sobrepujar o
fato de já ter ocorrido a liquidação do contrato do WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
empréstimo realizado no ano de 2010 onde o seu valor supera em pouco a quantia de R$
14.000,00. Além disso, a própria Instituição não comprovou sua alegação de que houve uma
nova contratação de crédito que justificasse o montante da dívida descrita em R$ 332.722,58.
(Trezentos e trinta e dois mil setecentos e cinquenta e oito reais) Registre-se que, a Bolsa de
Economia Federal continua cobrando da Autora, ou melhor, descontando mês a mês o valor
R$ 423,93 em contracheque, indevidamente, e mais, já inseriu o seu nome no rol dos maus
pagadores. Desse modo, diante de todo o exposto, requer a Vossa Excelência que determine à
Bolsa de Economia Federal a suspenção dos descontos referente ao empréstimo ora discutido
e que seja declarada a inexistência do débito. 6.3 - Da Repetição do Indébito: Proclama o CDC,
por intermédio de norma contida em seu art. 42, parágrafo único, o direito patente do
suplicante consistente na restituição em dobro dos valores perante o qual fora lhe cobrado
indevidamente, robustecido pela imposição unilateral de taxas e serviços que deveriam ser
disponibilizados pela inteira responsabilidade da requerida, senão vejamos: Parágrafo único. O
consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual
ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável. Desta feita, torna-se plenamente viável no caso em tela a
escorreita aplicação do parágrafo único do art. 42 do CDC, haja vista que a consumidora fora
cobrada indevidamente dentro do negócio jurídico suscitado, uma vez que, por etimologia da
própria palavra, indébito se oriundo de um débito não devido perante o qual o consumidor
fora cobrado. Assim resta totalmente configurado o direito da suplicante haver de maneira
inequívoca os valores dobrados referentes aos descontos sofridos do valor de um contrato de
empréstimo já quitado. Por ora, resta demostrado não só durante a narrativa fática, bem
como pelo conjunto de provas anexadas, que ocorreram descontos indevidos no contracheque
da consumidora entre os meses de marco de 2015 a janeiro de 2016, cada um no valor de R$
423,93. Diante de tal linha teleológica, alcançamos a quantia de R$ 8.478,60, vejamos: O valor
descontado mensalmente é de R$ 423,93 e já perdura por 10 (dez) meses, chegamos assim ao
valor de R$ 4.239,30. WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR Aplicando a regra da repetição do
indébito, posto o desconto ser indevido chegamos ao valor de R$ 8.478,60 que deverá ser
devolvido a Consumidora e Requerente. 6.4 - Do cabimento da indenização por Danos Morais:
6.4.1 - Inclusão em cadastro de inadimplente: Perante os fatos narrados, verifica-se a primeira
prática ilícita por parte da Bolsa de Economia Federal, que por infundada atitude de cadastrar
o nome da Autora junto aos órgãos de proteção ao crédito acabou por gerar danos. O
apontamento indevido do nome da Requerente para sua inscrição no SPC por conduta de Ré,
impõe a esta última, a obrigação de indenizar os danos morais conforme preceitua o Artigo 5º,
X, da Constituição Federal, que a Peticionária vem sofrendo, com a mácula de seu bom nome e
sua honra, além da preocupação e intranquilidade por conta da impossibilidade de
financiamento de um bem e a falta de crédito junto às instituições financeiras. A questão de
fato não oferece maiores controvérsias, não houve qualquer contribuição da Autora para o
evento danoso, e por outro lado, resta comprovado a negligência e o descontrole da
Requerida, ao permitir que indevidamente fosse levado à inscrição o nome da Consumidora
aos órgãos de proteção ao crédito. Não se trata da clássica hipótese de falta de atenção. Aqui a
situação é mais grave, pois em razão do desmazelo e da amálgama da Requerida, a
Peticionária foi “negativada” como se devedora inadimplente fosse, gerando assim, a
obrigação de indenizar o dano moral daí advindo. Neste sentido temos o entendimento dos
nossos Tribunais: SERVIÇO DE PROTEÇÃO DO CRÉDITO – I NSCRIÇÃO INDEVIDA – OCORRÊNCIA
DE DANO MORAL – INDENIZAÇÃO – CABIMENTO. Apelação Cível – Dano moral – Inscrição
indevida no Serviço de Proteção ao Crédito – Ocorrência – Procedência – Confirmação –
Desprovimento. A inscrição em cadastro de serviço de proteção do crédito de verba
comprovadamente indevida, implica em indenização por dano moral, devendo o quantum
indenizatório ser compatível com as conseqüências causadas, irrelevantes o valor original do
débito inscrito para fixação de reparação. (TJ/PB – Apelação Cível n. 98.004677-9 – Comarca da
Capital – 1a Câm. Cív. – Dês. Marcos Antônio Souto Maior EMENTA: CÍVEL E CONSUMIDOR.
INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO
CONTRATUAL E DO REFERIDO DÉBITO DANOS MORAIS CONFIGURADOS. MÁ PRESTAÇÃO DE
SERVIÇO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ( 2ª Turma – Cível e Criminal, PROCESSO Nº 5236/08
– Cível, TJ/BA, Rel. SANDRA INÊS MORAES RUSCIOLELLI AZEVEDO, 05 de juh. 2009.)
WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR DANO MORAL – INSCRIÇÃO ILÍCITA NO SERVIÇO DE
PROTEÇÃO AO CRÉDITO – INDENIZAÇÃO CABÍVEL. Dano moral. Abalo de crédito. Inscrição do
nome do autor no SPC. Ilícito reconhecido. Indenização devida. Procede o pleito indenitário
moral pelo abalo de crédito causado à vítima pela ilícita inscrição de seu nome no cadastro do
SPC. (TA/PR – Ap. Cível n. 0098659-2 – Comarca de Londrina – Ac. 7339 –unân .- 8a Câm. Cív. –
Rel. juiz Rafael Augusto Cassetari – j. em 30 mar. 98). DANO MORAL – INDENIZAÇÃO –
ADMISSIBILIDADE – ENVIO DO NOME DO AUTOR AO SERVIÇO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO –
INADIMPLEMENTO NÃO CONFIGURADO – ABALO DE CRÉDITO – CONFIGURAÇÃO Indenização
por danos morais. Violação à imagem do cidadão. Envio do nome do autor ao serviço de
proteção ao crédito como devedor inadimplente. Inadimplência não caracterizada. I – A
mácula ao nome, honra e crédito do cidadão é ofensa indenizável a título de danos morais. A
empresa que envia o nome do cidadão ao Serviço de Proteção ao Crédito deve pautar-se com
zelo necessário para não incorrer em equívocos. II – Aquele que, por ação ou omissão, viola a
imagem de outro deve responder pelos danos que causar. (TJ/DF – Ap. Cív. N. 35508 –Distrito
Federal – Ac. 78243 – unân. – 3a T. Cív. – Rel: Dês. Nancy Andrighi) Em continuidade ao
debate, transcreve-se o artigo 186 do Código Civil: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito. O artigo supra traz a definição do Ato Ilícito, que
aplicado no presente caso decorre da ação da Ré em inserir o nome da Autora nos cadastros
de inadimplentes, por decorrência ainda de dívida inexistente. Ao se analisar os documentos
anexos com os fatos narrados, é facilmente perceptível a quitação da Autora perante suas
obrigações com a Ré. Não verificada a inadimplência da Autora para com a Ré, não há que se
falar no direito de que o seu nome possa ser devidamente incluído no cadastro de
inadimplentes. Deste modo, ao cadastrar indevidamente o nome da Autora junto dos órgãos
protetivos, verifica-se a violação de seus direitos através de ato ilícito. O artigo 927 do mesmo
Código determina a obrigação de indenizar por aquele que acaba por causar dano a outrem
mediante ato ilícito, independentemente de culpa. Não só o Código Civil, mas a própria
Constituição da República, artigo 5º, inciso X, determina a inviolabilidade da vida privada,
honra e imagem das WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR pessoas, garantindo o direito de
indenização mediante a ocorrência de dano material ou moral pela violação. 6.4.2 - Da
Cobrança por dívida inexistente e dos descontos indevidos: É cediço que cobrança indevida
feita de forma insistente, mesmo após ciência da falha ao fornecedor, enseja dano moral e
direito à indenização, em especial ao fato de se atribuir dívida de montante tão elevado, como
no caso em comento, ou seja, R$ 333.722,58, independentemente de qualquer outra prova,
porque nesse caso é presumida a ofensa à dignidade do cidadão, tratado com desprezo e
desdém. O valor da indenização por danos morais deve ser fixado de forma proporcional às
circunstâncias deste caso em espécie. Enseja reparação por danos a cobrança de dívida
inexistente, se dela resultou a exposição da suposta devedora a situações constrangedoras ou
a sua submissão a qualquer tipo de vergonha ou ameaça (art. 42, do CDC.) ou ainda a restrição
de crédito em banco de dados público do sistema de proteção ao crédito, fatos estes que
ocorreram e vitimaram a Consumidora e peticionaria. Deverá ocorrer a aplicação da sanção
prevista no art. 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor, a conduta da Ré
encontra-se revestida de má-fé. Restando configurado o dano, tendo os seus efeitos
exorbitando, por sua clara natureza e gravidade, o aborrecimento normalmente decorrente de
uma perda patrimonial e ainda repercutirem na esfera da dignidade da requerente. O
quantum indenizatório tem o condão de prevenir, de modo que o ato lesivo não seja praticado
novamente. Deve-se atentar, ainda, em juízo de razoabilidade, para a condição social da vítima
e do causador do dano, da gravidade, natureza e repercussão da ofensa, assim como exame do
grau de reprovabilidade da conduta do ofensor. Onde resta inegavelmente configurado um
prejuízo equiparado ao valor de mais de trezentos mil reais cobrados ilegalmente da
Reclamante. O referido valor deve garantir à Autora e também parte lesada, reparação que lhe
compense o sofrimento, bem como cause impacto suficiente para desestimular a reiteração do
ato por aquele que realizou a conduta reprovável. “Quantum indenizatório”. Por fim,
Excelência, diante de tudo que lhe foi apresentado, podendo e devendo o d. Juízo, conforme o
narrado e provado anteriormente, condenar o Banco demandado ao pagamento de todos os
descritos e terríveis danos morais sofridos pela consumidora. Excelência, com a devida vênia,
reiteram-se os perigos da continuidade dos descontos indevidos na folha de pagamento da
Autora, o que WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR sem dúvida faz uma grande diferença em
um orçamento familiar tão restrito, bem como a manutenção do bom nome da mesma, nos
órgãos de proteção ao crédito, Como já narrado, tal fato pode levar, sem dúvidas, inclusive, a
uma situação irreparável – perda da capacidade de comprar alimentos e demais necessidades
básicas de um ser humano na sociedade atual, não esquecendo da sua atual impossibilidade
de ou adquirir crédito ou financiar bens duráveis. 7- DOS PEDIDOS: Diante do exposto, a
Autora REQUER: a) A concessão dos benefícios da justiça gratuita, com fulcro na Lei n°
1.060/50, uma vez que a parte Autora não possui condições de arcar com as custas
processuais e os honorários advocatícios. b) A inversão do ônus da prova, em favor da Autora,
nos termos do Art. 6º, inciso VIII da Lei 8.078/90 (CDC); c) Em razão da verossimilhança dos
fatos ora narrados, da hipossuficiência da consumidora, da fumaça do bom direito e do perigo
da demora que Vossa Excelência se digne a conceder, liminarmente e “inaudita altera pars”, A
ANTECIPAÇÃO DA TUTELA e a expedição da competente ordem com o fito de a Requerida ser
obrigada a suspender imediatamente os descontos realizados na folha de pagamento da
Requerente, sob pena de multa a ser arbitrada por este Juízo, no importe de R$ 500,00
(quinhentos reais) ou no valor que Vossa Excelência entender como justo e equitativo. d) A
citação da Requerida para, querendo, comparecer à audiência designada por este Juízo, bem
como, apresentar defesa, no prazo legal, sob pena de ser declarada sua revelia e cominada a
pena de confissão quanto a matéria de fato; e) Requer que seja declarado inexistente o
absurdo débito imputado à Autora pela Bolsa de Economia Federal no montante de R$
332.722,58. (Trezentos e trinta e dois mil setecentos e vinte e dois reais e cinquenta e oito
centavos). f) Que seja deferida a repetição do indébito sobre o valor indevidamente
descontado, no montante de R$ 8.478,60 (oito mil quatrocentos e setenta e oito reais e
sessenta centavos) atualizados e corrigido monetariamente. g) Como finalidade do pedido de
inversão do ônus da prova e para comprovar o direito da Autora, que a Requerida seja
obrigada a fornecer os extratos bancários do período de janeiro de 2010 a janeiro de 2016,
bem como a suposta renovação contratual que dá motivo a presente demanda. Seja a
presente demanda julgada procedente para: h) Condenar a Instituição Financeira a compensar
a parte Autora pelos inúmeros danos morais sofridos e comprovados, no valor que Vossa
Excelência entender como justo e equitativo, sugestionando para tanto, o montante de
R$100.000,00 (Cem mil reais). WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR i) Que seja a Requerida
compelida a pagar quaisquer eventuais despesas advindas deste feito, bem como honorários
advocatícios; j) Requer que todas as publicações vinculadas no Diário Oficial, intimações e
qualquer ato de comunicação no presente processo sejam feitas EXCLUSIVAMENTE em nome
do Advogado: ________________________, OAB/XX: XX.XXX, sob pena de nulidade dos atos
que vierem a ser praticados, em consonância com o disposto no parágrafo 2º do artigo 272 do
NOVO Código de Processo Civil. l) A parte Autora protesta pela produção de todas as provas
admissíveis em direito, notadamente a juntada de novos documentos; bem como pelo
depoimento pessoal do representante legal da Ré, sob pena de confissão; oitiva testemunhal;
vistorias; laudos e perícias – se necessidade houver, para todos os efeitos de direito. m)
Requer, por fim, que seja a requerida condenada ao pagamento das custas e honorários
advocatícios no importe de 20%. Dá-se à causa, o valor de R$ 341.201,18 (trezentos e quarenta
e um mil duzentos e um reais e dezoito centavos), para todos os efeitos de direito. Termos em
que, Pede, aguarda e confia no deferimento. COMARCA, DATA __________________________
ADVOGADO (A) OAB WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR
MODELO DE PETIÇÃO - AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL COM PEDIDO DE
TUTELA ANTECIPADA
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EXCELENTÍSSIMO(A)SENHOR(A)DOUTOR(A)JUIZ(A)DEDIREITODA___VARADO

JUIZADOESPECIALCÍVELDACOMARCADEMANAUS,SEÇÃOJUDICIÁRIADO

AMAZONAS.

_________________________ brasileiro, solteiro, autônomo, portador


da Cédula de Identidade no 000000000 SESEG/AM, inscrito no Cadastro de
Pessoas Físicas (MF) sob o no 000.000.000.-00, domiciliado nesta cidade no
Beco ________________________ - Manaus/Am - CEP 00.000-000, onde
reside, por intermédio de seus Advogados que abaixo subscrevem,
instrumento de procuração anexo (doc.01), com escritório profissional
indigitado no rodapé deste impresso, onde receberão futuras intimações,
comparece à ilustre presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigos 42,
53 e 83 da Lei no 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor) c/c os arts.
186 e 187 e c/c art. 4.o, inciso I e 273 do Código de Processo Civil, propor

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM


INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL COM PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA

em face de ______________________________., pessoa jurídica de direito


privado, estabelecida nesta cidade na Rua
____________________________Manaus/Am - CEP 69.020-060, pelos
motivos de fato e de direito a seguir expostos:

DOS FATOS

O Requerente, em meados do mês de Julho do corrente ano, dirigiu-se ao


estabelecimento comercial da Manaus MotoCenter, com o intuito de efetuar
a compra de uma Motocicleta. Durante a efetivação da compra, mais
precisamente, no momento do pagamento, o funcionário do estabelecimento
comercial, consultando o CPF do Requerente, verificou que existiam
restrições ao seu nome, junto ao Cadastro de inadimplentes do SPC - Serviço
de Proteção ao Crédito (doc. anexo).

Inconformado com a informação e por ter sido impedido de efetuar a compra,


o Requerente procurou o estabelecimento da Requerida com fins de saber a
origem deste débito que gerou a negativação de seu nome junto ao SPC -
Serviço de Proteção ao Crédito.

Em chegando lá, o Requerente foi informado que o débito existente é relativo


a empréstimo que o este, supostamente, efetuou na loja comercial da
Requerida. O Requerente tomou conhecimento da existência de 01 (um)
débito em seu nome, discriminado conforme comprovante anexo.

Ocorre, Culto Magistrado, que, em nenhum momento, o Requerente efetuou


o referido empréstimo em qualquer dos estabelecimentos comerciais da
Requerida, desconhecendo, portanto, a razão pela qual o seu nome apareceu
junto ao Cadastro de Devedores Inadimplentes do SPC com essa restrição. O
Requerente somente desconfia de que alguém, utilizando-se de seus
documentos, que foram extraviados em 13 (treze) de fevereiro do corrente
ano, conforme se pode demonstrar com a cópia da Certidão de Ocorrência
Policial anexo, efetuou o referido empréstimo, sem que tenha havido
qualquer tipo de participação do Requerente.

Desse modo, o que se pode observar é que o Requerente foi vítima de


estelionatários atuantes na cidade de Manaus, o que somado com a
negligência, com o descaso e com o despreparo dos prepostos daquele
estabelecimento comercial, que não tiveram o zelo de verificar a veracidade
dos documentos apresentados pelo estelionatário, dando-lhe crédito para
realizar diversas compras em suas lojas, ocasionando ao Requerente sérios
prejuízos financeiros, manchando o seu nome junto ao comércio de Manaus
e de todo o território nacional.

Destarte, Excelência, como se pode verificar, a culpa da Requerida está


demonstrada de forma muita clara, em face da permanência irregular do
nome do Requerente no banco de dados do SPC - Serviço de Proteção do
Crédito, uma vez que não efetuou o referido empréstimo no estabelecimento
comercial da Requerida.

Desnecessário mencionar o vexame e o constrangimento a que se submeteu


o Requerente, que estava acostumado a adquirir produtos em lojas de
departamentos, sem nunca ter enfrentado situação tão desconfortável.

Conforme se percebe, o constrangimento experimentado pelo Requerente foi


causado, única e exclusivamente, pela irresponsabilidade dos funcionários da
Requerida que não tiveram o zelo de verificar a veracidade dos documentos
apresentados pelo estelionatário, dando-lhe crédito para realizar diversas
compras em suas lojas, ocasionou no Requerente sérios prejuízos financeiros,
manchando o seu nome junto ao comércio de Manaus e de qualquer parte do
país.

Há de se mencionar que o Requerente pretendia comprar uma motocicleta


para poder trabalhar, coisa que até hoje está impedido de fazer pois tem seu
nome no SPC e não pode constituir um financiamento.

DO DIREITO

Sem dar margem a dúvidas, estabelece a Constituição Federal, em seu art.


5.o, in verbis:

Art. 5.º, V - É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além


da indenização por dano material, moral ou à imagem"

(...)

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;

Por sua vez, visando a assegurar ao Consumidor a reparação de toda e


qualquer espécie de dano, dispõe a Lei n.o 8.078/90 (Código de Defesa do
Consumidor):

Art. 43, § 2.º - A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de


consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não
solicitada por ele.

Art. 6.º - "São direitos básicos do consumidor:

Inciso VI - a efetiva prevenção e reparação dos danos patrimoniais e morais,


individuais, coletivos e difusos;
Art. 53, da Lei nº 8.078/90 - Nos contratos de compra e venda de móveis ou
imóveis, mediante pagamento em prestações, bem como nas alienações
fiduciárias em garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que
estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor que,
em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a retomada
do produto alienado.

Vejamos a jurisprudência de nossos Tribunais acerca do assunto:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. COMUNICAÇÃO DE INCLUSÃO DO NOME NO


SERASA-COBRANÇA INDEVIDA - ILÍCITO PRATICADO POR GERENTE -
CARACTERIZADA CULPA RÉ - RELAÇÃO CONSUMERISTA - DANO MORAL.
Cuida-se de ação ordinária objetivando a condenação da parte ré ao
pagamento indenizatório, por danos morais, no valor de R$150.856,30, em
virtude da injusta cobrança de dívida e empréstimo falsos, sendo
posteriormente constatada a prática do ilícito feito pelo gerente da Agência
Praia do Canto, onde se mantinha a conta-corrente da ora apelada, sendo, o
fato motivador da indevida inclusão do nome desta no SERASA e, do
conseqüente sofrimento por não ter esclarecimentos sobre o ocorrido. -
Inicialmente, rejeito a argüição de intempestividade do apelo, forte na
certidão da Secretaria do Juízo a quo (fls.179). - Quanto às questões prévias,
inacolho-as, outrossim, a primeira - cerceamento de defesa pela não vista de
documentos acostados - forte na promoção ministerial: "Superada a
preliminar, entendo descabida a prejudicial de nulidade da sentença, uma vez
que o documento em discussão é da própria CEF. Assim, como alegar que
não a conhecia?" , na mesma linha de argumentação das contra-razões, em
epígrafe, inexistindo, assim, quaisquer máculas, a eivar de nulidade o feito.
E quanto à segunda - inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor na
presente relação jurídica - forte no verbete n°297, da Súmula do Superior
Tribunal de Justiça (O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às
instituições financeiras), e na ADin 2591, DJ 16/06/06, na qual o Supremo
Tribunal Federal, Plenário, julgamento 4 de maio de 2006, afirmou a
existência, nestes casos, de relação consumerista. - No que concerne ao
deslinde da causa, destaca-se o ofício n° 499/02 da empresa pública-ré de 9
de dezembro de 2002, dirigido à parte autora, bem como os documentos de
fls.16, 17, 18, datados respectivamente de agosto/2001, setembro/2001, e
janeiro/2002, do seguinte teor: "AVISO DE VENCIMENTO. LEMBRAMOS QUE
NA DATA ACIMA, ESTARÁ VENCENDO O EMPRÉSTIMO CONTRAÍDO POR
V.SA., QUANDO ENTÃO, SERÁ EFETUADO O DÉBITO EM SUA CONTA-
CORRENTE.VALOR ATUALIZADO ATÉ 08/01/2002 SERÁ EFETUADA A
ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA PELA VARIAÇÃO DA TR. ATÉ A DATA DE
VENCIMENTO OU PAGAMENTO, A QUE PRIMEIRO OCORRER." -Noutro eito,
inexiste demonstrativo de inclusão do nome da parte autora no cadastro
restritivo de crédito, existindo tão somente o documento de fls.15,
comunicação do SERASA. - Neste panorama jurídico-processual, a meu Juízo,
não obstante vislumbrar-se a ocorrência de dano moral, decorrente in re ipsa
dos fatos elencados, entendo que o valor arbitrado não traduz o
ressarcimento adequado, à luz dos critérios punitivo, pedagógico,
ressarcitório, do locupletamento, e de capacidade financeira do ofensor, in
casu integrante da Administração Pública, pelo que fixo no dobro, em
números redondos, do valor cobrado indevidamente da parte autora, ou
seja, em R$4.000,00 (quatro mil reais). - No que concerne à verba honorária,
destaco do decisum objurgado: "Pela sucumbência, condeno a ré ao
pagamento da verba honorária que arbitro em 10% (dez por cento) do valor
da condenação, devidamente corrigida (CPC, art. 20, §3°)." - Em outros
termos, diferentemente do alegado nas razões recursais, o valor foi arbitrado
sobre o valor da condenação, e não do valor da causa, pelo que o mantenho
neste patamar, com o novo valor fixado neste voto. - Recurso conhecido e
parcialmente provido.

"Responsabilidade civil. Banco. SPC. Dano moral e dano material. Prova. - O


banco que promove a indevida inscrição de devedor no SPC e em outros
bancos de dados responde pela reparação do dano moral que decorre dessa
inscrição. A exigência de prova de dano moral (extrapatrimonial) se
satisfaz com a demonstração da existência da inscrição irregular. - Já
a indenização pelo dano material depende de prova de sua existência, a ser
produzida ainda no processo de conhecimento. Recurso conhecido e provido
em parte." - (STJ - Resp no 51158/ES; DJU 29/05/1995 PG:15520; Rel. Min.
Ruy Rosado de Aguiar)

CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.


INSCRIÇÃO NO SERASA. INFORMAÇÕES INCORRETAS PRESTADAS PELA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA AO ÓRGÃO CADASTRADOR. NOTIFICAÇÃO
PRÉVIA EFETUADA. COMPROVAÇÃO. INOCORRÊNCIA DE INFRINGÊNCIA AO
ART. 43, § 2.º, DO CDC.
1. O Tribunal a quo, mantendo a sentença singular, concluiu pela total
responsabilidade da instituição financeira, Losango Promotora de Vendas
Ltda. (documento de fls. 60) nas informações incorretas por ela fornecidas
ao SERASA, contendo número do CPF da autora, vinculado ao nome e
endereço de uma terceira pessoa.

2. Não ocorreu a alegada infringência ao artigo 43, § 2.º, do CDC. Como


demonstraram as instâncias ordinárias, os documentos de fls.61/62
comprovam que o SERASA, ora recorrido, remeteu devidamente as
comunicações relativas à inscrição negativa do interessado, de acordo com
os dados existentes em seu cadastro, fornecidos pela instituição financeira:
"Desse modo, agiu o réu no exercício regular de sua atividade". (Acórdão, fls.
287).

3. A inversão da convicção firmada pelo Tribunal a quo demandaria reexame


de fatos e provas, vedado pelo enunciado sumular n.º 07 desta Corte.

4. Recurso não conhecido.

O Código de Defesa do Consumidor, no art. 43, § 2.º, é cristalino ao criar a


obrigação da notificação prévia do consumidor. No caso da não observância
do dever de notificar o consumidor por parte do credor, deve então o órgão
de proteção ao crédito, em cumprimento ao seu dever de fiscalização para a
manutenção de um ilibado cadastro, corrigir tal falha e notificar validamente
o consumidor ou não aceitar a inscrição negativa em seu cadastro. Tem como
efeito direito da falta de notificação prévia e válida do consumidor a nulidade
da inscrição negativa.

Não podemos abandonar a noção de que se trata a inscrição negativa em


órgão de proteção ao crédito de um ato jurídico, e, para perquirir sua
validade, é mister buscarmos a aplicação conjunta do Código Civil. É sabido
que o Código Civil prevê, também de maneira irrevogável e indisponível, a
nulidade do ato jurídico que não revista a formalidade prevista na lei. Ora,
quando o Código Civil fala que o ato deve revestir forma prescrita em lei, fala
que deve estar circundado de certa roupagem para nascer, que deve vir ao
mundo jurídico de certa forma e não de outra, que deve surgir com a
observância de outros atos, tudo, sob pena de ser acoimado de nulidade.

No caso em tela, tanto o credor quanto o órgão de proteção ao crédito


falharam ao não notificar o Requerente, tornando assim esse cadastro nulo,
de acordo com o art. 43, § 2.º do Código de Defesa do Consumidor.

Como se pode observar, o art. 53 do Código de Defesa do Consumidor,


comina de nulidade absoluta as cláusulas contratuais que estabeleçam a
perda total das prestações pagas. O Superior Tribunal de Justiça - STJ,
noREsp 714196\RJ; RECURSO ESPECIAL 2004\0181984-9, firmou o
entendimento da total responsabilidade da instituição
financeira______________________________ nas informações
incorretas por ela fornecidas ao SERASA, contendo número do CPF da
autora, vinculado ao nome e endereço de uma terceira pessoa, com previsão
de perda das parcelas pagas em favor do vendedor, podendo ser reconhecida
tanto na ação proposta pelo vendedor, como na de iniciativa do comprador,
porque a restituição é inerente à resolução do contrato e meio de evitar o
enriquecimento injustificado da instituição financeira.

Portanto, nada mais justo, que Vossa Excelência determine que deixe de ser
cobrado do Requerente a quantia de R$ 377,56 (Trezentos e setenta e
sete reais e cinqüenta e seis centavos), para evitar a caracterização de
enriquecimento injustificado, por parte da _______________________, ora
Requerida.

No que tange à ocorrência de danos morais sofridos pelo Requerente, estes


se caracterizaram quando o Requerido, em Julho de 2007, dirigiu-se a
Manaus _________________, a fim de adquirir uma motocicleta, para
facilitar seu deslocamento para seu trabalho e lhe proporcionar ganhos
maiores, foi informado que não seria possível a aquisição da Motocicleta, pois
o seu nome estava constando no SPC, caracterizando um total abuso de
direito. E mais, submetendo o Requerente a um constrangimento ilegal e
desnecessário, devido a uma cobrança totalmente abusiva e inexistente, que
deixou o Requerente envergonhado e diminuído perante os funcionários da
loja onde se encontrava e seus familiares.

A conduta Executada pela Requerida é vedada pelo nosso ordenamento


jurídico, prevendo, inclusive, a reparação por danos por quem a praticar.
Senão vejamos:

Art. 187, Código Civil - Também comete ato ilícito o titular de um direito que,
ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico e social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Art. 42, "caput", da Lei no 8.078/90 - Na cobrança de débitos, o consumidor


inadimplente não será exposto ao ridículo, nem será submetido a qualquer
tipo de constrangimento e ameaça.

Art. 186, CC - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.

O abuso do direito ocorre quando o ato é resultado do exercício não regular


do direito. No ato abusivo há violação da finalidade do direito, de seu espírito,
violação essa aferível objetivamente, independente de culpa ou dolo. Os
doutrinadores Pires de Lima e Antunes Varela, em seu Código Civil
Comentado, assim ensinam: "A concepção adotada de abuso de direito é a
objetiva. Não é necessária a consciência de se excederem, com o seu
exercício, os limites impostos pela boa-fé, pelos bons costumes ou pelo fim
social ou econômico do direito; basta que excedam os limites."
Na Jornada de Direito Civil I, promovida pelo Superior Tribunal de Justiça,
firmou entendimento ao editar a Súmula 37, in verbis: "A responsabilidade
civil decorrente do abuso do direito independe de culpa e fundamenta-se
somente no critério objetivo-finalístico."
Conforme se pode inferir, não há dúvidas quanto ocorrência de danos morais
e materiais ao Requerente, uma vez que este experimentou um
constrangimento ilegal e desnecessário, danos estes decorrentes da
irresponsabilidade do Requerido, que ao realizar uma cobrança ilegal e
abusiva, submeteu o Requerente perante os funcionários da loja onde se
encontrava e seus familiares.

Nesta ordem de idéias, podem-se observar os seguintes julgados:

O dano simplesmente moral, sem repercussão no patrimônio não há como


ser provado. Ele existe tão-somente pela ofensa, e dela é presumido, sendo
o bastante para justificar a indenização" (TJPR - 4a C. - Ap. - Rel. Wilson
Reback - j. 12.12.90 - RT 681/163).

Ementa oficial: A indenização por dano moral é arbitrável, mediante


estimativa prudencial que leve em conta a necessidade de, com a quantia,
satisfazer a dor da vítima e dissuadir, de igual e novo atentado, o autor da
ofensa. (Ap. 198.945-1/7 -- 2.ª C. -- J. 21.12.93 -- rel. Des. Cezar Peluso.
(in RT 706/67)

Responde a título de ilícito absoluto pelo dano moral conseqüente, o


estabelecimento bancário que, por erro culposo, provoca o registro indevido
do nome do cliente em central de restrições de órgão de proteção ao crédito"
(TJSP - 2a C. - Ap. - Rel. Cezar Peluso - j. 21.12.93 - RT 706/67 e RJTJESP
156/95).

Indenização de direito comum. Dano moral. Prova. Juros moratórios. Súmula


n. 54 da Corte. 1. Não há falar em prova do dano moral, mas, sim, na
prova do fato que gerou a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que
o ensejam. Provado assim o fato, impõe-se a condenação, sob pena
de violação ao art. 334 do código de processo civil. 2. Na forma da
súmula n. 54 da Corte, os juros moratórios nestes casos contam-se da data
do evento. 3. Recurso especial conhecido e provido, em parte." (STJ-3a
Turma; Resp no 0086271-SP; v.u., j. 10.11.97;DJ 09.12.97, p. 64684; Rel.
Min. Carlos Alberto Menezes Direito)
Dano moral puro. Caracterização. Sobrevindo, em razão de ato ilícito,
perturbação nas relações psíquicas, na tranqüilidade, nos sentimentos e nos
afetos de uma pessoa, configura o dano moral, passível de indenização.
Recurso especial conhecido e provido. (RSTJ 34/284)

Quadra-nos salientar que, no presente caso, a responsabilidade do Requerido


é objetiva, não havendo lugar para futuras evasivas por parte daquela,
conforme dispõe o artigo 14, da Lei no 8.078/90, in verbis:

Art. 14, da Lei no 8.078/90 - "O fornecedor de serviços responde,


independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos relativos a prestação de serviços,
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e
riscos".

DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

Outrossim, considerando-se as provas inequívocas trazidas aos autos capazes


de convencer pela verossimilhança das alegações descritas pelo Requerente
à fumaça do bom direito, REQUER-SE os benefícios instituídos pela Tutela
Antecipatória, prevista no art. 273, II do Código de Processo Civil,
antecipando parcialmente os efeitos da tutela final.

Com efeito, o dispositivo processual mencionado sugere que o pedido da


tutela antecipada seja conjugado à "prova inequívoca" conducente à
"verossimilhança da alegação" bem como com o fundado receio de dano
irreparável ou de difícil reparação e, como tal, constituem fundamentos
suficientes para embasar a decisão pleiteada de antecipação de tutela.

A sua concessão, portanto, tem a finalidade precípua de "evitar o abuso de


defesa do réu (mediante o emprego dos instrumentos de garantia previstos
no procedimento ordinário do processo de conhecimento), que, também,
produziria dano irreparável ao demandante derivado de inerente duração da
causa; esta encerra as medidas cautelares conservativas e a condenação com
reservas de exceções" isto, segundo os inestimáveis ensinamentos do
jurisconsulto Rodolfo de Camargo Mancuso, In "Reforma do Código de
Processo Civil, Ed. Saraiva, 1.996, p.182".

Também, fica demonstrado o fundado receio de dano irreparável ou de difícil


reparação uma vez que o Requerente dirigiu-se à loja Manaus
________________com o intuito de adquirir uma moto para dar início a uma
atividade profissional, fato que até hoje não ocorreu devido à impossibilidade
de conseguir um financiamento, pois o seu nome encontra-se no órgão de
proteção ao crédito SPC.

Por todo o exposto, Requer seja concedida a Tutela Antecipada para


determinar à terceira interessada a fim de retirar o nome do Requerente junto
ao Cadastro de Devedores Inadimplentes do SPC, recomendado
arbitramento de multa diária no valor de R$200,00 (duzentos reais) em caso
de desobediência à ordem judicial.

DO PEDIDO

Ante o exposto, demonstrada a conduta irregular, abusiva e irresponsável da


Requerida, requer-se de Vossa Excelência:

a) A citação do Requerido para que, querendo, responda a todos os termos


da presente ação, sob pena de confissão e revelia.

b) Quando do despacho da inicial, seja determinada a inversão do ônus da


prova em favor do REQUERENTE, consoante disposição do art. 6.º, inc. VIII,
do Código de Defesa do Consumidor, devendo constar tal decisão no
mandado de citação;

c) A concessão da medida tutelar antecipatória, nos termos do art. 273,


da Lei Adjetiva Civil, a fim de retirar, imediatamente, o nome do Requerente
junto ao Cadastro de Devedores Inadimplentes do SPC, arbitrando multa
diária à Requerida no valor de R$200,00 (duzentos reais) em caso de
desobediência de ordem judicial.

d) Julgar TOTALMENTE PROCEDENTE a presente AÇÃO DECLARATÓRIA


DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR
DANO MORAL, para condenar a Requerida no pagamento da importância
de R$ 15.200,00 (quinze mil e duzentos reais), juros e correção
monetária, custas processuais e honorários advocatícios, na base
de 20% sobre o valor da condenação.

Protesta provar o alegado pelos meios de prova admitidos em direito,


principalmente por meio de documentos (desde já acostados).

Requer que lhe seja concedido os benefícios da Justiça Gratuita, nos termos
na Lei no 1.060/50, por se tratar de pessoa desprovida de recursos.
Dá-se à causa o valor de R$ 15.200,00 (quinze mil e duzentos reais).

Nestes termos,
Pede deferimento.

_________,DE___DE_________DE______
_______________________

ADVOGADO
Ação declaratória de inexistência de débitos c/c indenização por perdas e danos c/c
pedido de liminar de sustação de protesto.

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....

....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na
Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade....., Estado ....., CEP ....., representada neste
ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil),
profissional da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., por
intermédio de seu advogado (a) e bastante procurador (a) (procuração em anexo -
doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade .....,
Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à
presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITOS COM INDENIZAÇÃO POR


PERDAS E DANOS E COM PEDIDO DE LIMINAR DE SUSTAÇÃO DO PROTESTO E DE
NEGATIVAÇÃO

em face de

....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na
Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada
neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil),
profissional da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos
motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

DOS FATOS

A autora é empresa conceituada no ramo de Logística e por três vezes teve


indevidamente levado a protesto duplicatas de emissão da Requerida, sendo que,
ao tomar conhecimento que seu crédito estava abalado, procurou elucidar tais
fatos, procurou o Tabelionato de Protestos de Pinhais, onde por meio de Certidão
Positiva de Protesto e Indicadores acusou os seguintes PROTESTOS EM NOME DE
..........

1)-Duplicata por indicação de n° ......., no valor de R$ ..........., com vencimento


em ........., sendo apresentada para protesto pelo Banco ......... emissão da
Requerida e protestada por falta de pagamento em .........

2)-Duplicata por indicação de n° ......... valor de R$ .............., com vencimento em


..........., sendo que o valor para pagamento em ............. é de R$ ..............,
sendo apresentada para protesto o Banco ..............., de emissão da Requerida e
protestada por falta de pagamento;

3)- Duplicata por indicação de n° ......... no valor de R$ .......... com vencimento


em ........, sendo que na hipótese de pagamento em ........ o valor do título seria de
R$ ........, sendo apresentada para protesto pelo BANCO ........, de emissão da
Requerida e protestada por falta de pagamento.

Sendo todos títulos protestados, duplicatas sem aceite da Requerente, pois a


mesma não celebrou negócio com a Requerida que viesse a justificar a emissão dos
referidos títulos.

Assim, ao que tudo indica, a sacadora emitiu os referidos títulos em desfavor da


Requerente sem nenhum documento que autorizasse a sua emissão ou. que
justificasse a realização de alguma transação existente entre às partes.

Pois, segundo informação da Requerida tais transações comerciais foram efetuadas


pelo Sr. ............. que nunca e em tempo algum foi autorizado pela Requerente a
realizar qualquer tipo de transação comercial em nome da mesma, haja vista
tratar-se de mero prestador de serviços.

Nessa função - frise-se desde já ........., não possuía poderes para assumir qualquer
obrigação em nome da peticionária, pois como prestador de serviços foge
completamente às suas atribuições funcionais EFETUAR QUALQUER TRANSAÇÃO
COMERCIAL EM NOME DA REQUERENTE, fato este que indica ser estranhável o
comportamento da Requerida em não tomar as cautelas necessárias e
imprescindíveis para realização de qualquer transação comercial.

Assim, não pode a mesma ser responsabilizada pelos negócios ou transações


comerciais realizadas sem o seu conhecimento e autorização e ser apenada com o
protesto de duplicatas emitidas sem que a prévia autorização e conhecimento da
empresa.

Tais afirmações podem ser facilmente comprovadas, bastando para tanto verificar o
cadastro da empresa onde constam os nomes de pessoas autorizadas a efetuar
transação comercial e assinar pela empresa, cadastro este em poder da Requerida,
o qual desde já requer-se a sua apresentação.

Portanto, a atitude da Requerida acarretou sérios prejuízos, sejam de ordem


material e moral, pois devido a restrições em virtude do protesto não está podendo
gerir seus negócios a contento, face a inscrição de seu nome na SERASA.

Assim, tendo em vista a presença de pressupostos legais, requer a Vossa


Excelência a ANTECIPAÇÃO DA TUTELA para ser oficializado à SERASA e ao
TABELIONATO DE PROTESTOS DE ..........., determinando que promovam a
imediata exclusão do cadastro das restrições financeiras em nome da Requerente,
vez que é ilegítima e ilegal tal inclusão, provado que está o fato de inexistir
qualquer inadimplemento por parte da autora quando do protesto.

DO DIREITO

Com a efetivação do protesto fez com que o nome da requerente ficasse restrito,
causando-lhe além de constrangimento, prejuízo naturais de ordem moral e
comercial, desta feita seu nome e reputação restaram prejudicado fato este que
abalou o seu crédito fator essencial para o bom funcionamento da empresa.

O direito da Requerente tem arrimo e estão amparados, nos dispostos abaixo


mencionados, sustentáculos desta ação.

A emissão das duplicatas foram simuladas, eis que não correspondem a nenhum
negócio jurídico realizado pela Requerente, violando-se o art. 172 do Código Penal,
senão vejamos:

"Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não correspondam a
mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou a serviço prestados.

Pena-Detenção, de (02) dois a (04) quatro anos e multa"

Concluímos, ainda, que tais títulos à evidência não tinham causa e não foram
aceitos pela autora, que nada contratou da Requerida.
O Novo Código Civil, através do art. 186 estabelece:

"Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência violar


direito e causar dano outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito"

Na mesma linha de pensamento o art. 927 dispõe:

"AQUELE QUE PÓ ATO ILÍCITO, CAUSAR DANO A OUTREM, FICA OBRIGADO A


REPARÁ-LO".

Assim a própria lei civil, estabelece a obrigação de indenizar como conseqüência


jurídica pelo ato ilícito, (arts. 927 A 946 do Novo Código Civil).

Com o advento da Constituição Federativa do Brasil a aceitação pela reparação de


dano moral se consagrou de forma abrangente, sendo alçado este direito à
categoria de garantia fundamental considerada como cláusula pétrea, portanto,
imutável, art. 5° Inciso V e X da Constituição Federal.

Mais adiante, a Lei Maior, no artigo acima referenciado demonstra a preocupação


do legislador com o consumidor ao declarar através do Inciso XXXII:

"O Estado promoverá , na forma da lei, a defesa do consumidor:.

A garantia constitucional vem reiterada no art. 170, inciso V , que garante o


respeito ao consumidor e sua defesa, assegurando expressamente uma indenização
por dano, assim dispondo:

"Art 6° São direitos básicos do consumidor: "

"....VI - A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais individuais


coletivos e difusos...

Também a jurisprudência é unânime quanto ao direito da Requerente, senão


vejamos:

"A inclusão do nome de alguém no depreciativo rol de CLIENTES NEGATIVOS,


notadamente se injustificada, causa-lhe indiscutível dano moral, com inevitável
reflexo de ordem patrimonial passível de indenização" (TJMG - 2°C. - Ap. Rel. Des.
Mareio Sollero - j.16.1.84 - RT 592,1186)

"Dano moral, indenização, critério de qualificação. O critério de fixação do valor


indenizatório levará em conta, tanto a qualidade do atingido, como a capacidade
financeira do ofensor, de modo a inibi-lo a futuras incidências, ensejando-lhe
expressivo, mas suportável gravame patrimonial". (TJRS - EL 595032442 - 38 GCC
- Rel. Juiz Gonzaga Pilla Holuneister - J. 31.09.95)

Assim de acordo com a mais abalizada doutrina a configuração do dano moral


consiste na ofensa de interesses patrimoniais, decorrentes de um determinado ato
lesivo. É o gravame que atinge à -Vítima na esfera pessoal, sem necessariamente,
representar um prejuízo de ordem econômica.

O dever de reparação que se impõe à Requerida, no caso em espécie, é ainda


maior diante da gravidade dos efeitos reflexos que a sua omissão e atos
ocasionaram á Requerente, pois enquanto seu nome estiver contendo restrições,
não poderá exercer o direito de movimentar conta bancária e não poderá realizar
transações comerciais a crédito.
É irretorquível que a Requerente, empresa de bom conceito perante a sociedade
comercial, foi submetida pela Requerida a situarão vexatória e injusta, acarretando-
lhe danos irreparáveis, inclusive perante terceiros.

Assim, no tocante à indenização por Dano Moral, por não ser a mesma definida ou
quantificada em lei, na espécie da qual se cuida, há data vênia, de basear-se o
arbitramento em situação análoga, qual seja o protesto indevido de títulos, fato
também gerador de restrições e abalo de crédito, como de mácula ao nome,
imagem, honra e moral daquele que é protestado.

A Requerida ao imputar a Requerente uma cobrança indevida, agiu com dolo, razão
pela qual urge seja arbitrada a indenização por dano moral em 100 vezes o valor
de R$ .........., apontado como devido por ocasião do protesto e da inscrição levada
a termo junto á SERASA pela parte contrária.

Pelo exposto, com fundamento nos dispositivos legais invocados, pleiteia a


Requerente:

a) CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPATÓRIA, nos termos do artigo 273 do CPC para


que, imediatamente, sejam oficializados a SERASA e TABELIONATO DE PROTESTOS
DE ............., para que excluam da relação de inadimplentes o cadastro da
Requerente, a fim de, evitar agravamento dos danos causados à Autora, que já
padece de sério abalo de crédito perante o comércio e instituições bancárias.

b) INDENIZAÇÃO PELO DANO MORAL, levando-se em conta a situação vexatória


perante terceiros sendo vista e tida como má pagadora, sem direito à credibilidade,
causando prejuízo e ofendendo profundamente a sua reputação, o valor da
indenização deverá ser fixado por Vossa Excelência, em quantia não inferior a 100
vezes o valor dos títulos protestados, isto é R$ ........, a ser corrigido desde os atos
de protesto e de inscrição, ou outro em conformidade com o entendimento de
Vossa Excelência;

c) Requer a Exibição do Documento de Cadastro, nos termos do art. 355 e


seguintes do Código de Processo Civil, sob pena da aplicação do art. 359 do mesmo
dispositivo legal.
d) Honorários advocatícios na base de 20% sobre o valor da condenação, bem
como o pagamento das custas e despesas processuais.

DOS PEDIDOS

Ante ao exposto e diante dos fatos e documentos que instruem a petição inicial e
do elevado saber jurídico de Vossa Excelência, requer o acolhimento da pretensão,
com a procedência da ação, condenando-se a Requerida ao pagamento da
indenização pleiteada; acrescida de correção monetária e juros legais, a contar da
data da data do protesto.

Requer a citação da Requerida no endereço declinado em preâmbulo, nos termos


contidos no art. 221, I co CPC, para que querendo, responder aos termos da
presente, no prazo legal, sob pena de revelia.

Protesta pela produção de provas em direito admitidas, especialmente, o


depoimento pessoal do representante legal da Requerida, oitiva de testemunhas,
juntada de novos documentos e perícia, se necessário.

Dá-se à causa o valor de R$ .....


Nesses Termos,
Pede Deferimento.

[Local], [dia] de [mês] de [ano].

[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]
AÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO
CUMULADA COM REPETIÇÃO DE
INDÉBITO E DANOS MORAIS
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA
CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA ESPECIAL DE BRASÍLIA – DF.

(XXX), brasileira, casada, do lar, portadora da carteira de identidade nº (xxx)


SSP/DF, CPF nº (xxx), residente e domiciliada à (xxx) QUADRA (xxx) BLOCO “(xxx)”
CASA (xxx), (xxx), Brasília-DF, vem, à presença de Vossa Excelência, por
intermédio do Núcleo de Prática Jurídica Josaphat Marinho (instrumento
procuratório anexo), com base no art. 300 do CPC, propor

AÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM REPETIÇÃO DE


INDÉBITO E DANOS MORAIS

em desfavor de (XXX) ADMINSTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO, pessoa


jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ n. (xxx), com a sua matriz situada à
Av. (xxx), n.º (xxx), (xxx)º andar, (xxx), CEP (xxx), São Paulo/SP, pelas razões de
fato e de direito que se seguem:

I – DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

1. De acordo com a Lei nº 1060/50, art. I, § único, terão os benefícios da justiça


gratuita todos aqueles que precisarem da tutela jurisdicional, não tendo condições
de arcar com os honorários advocatícios.

2. Declara a autora nesta exordial ser hiposuficiente, estando assim amparada pelo
art. 04º(1) da lei em epígrafe:
II – DA FUNDAMENTAÇÃO FÁTICA

3. A requerente adquiriu um cartão de crédito do tipo (xxx) junto à proprietária (XXX)


ADMINSTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO da qual também é responsável
pelo sistema (xxx) no país(2);

4. Vale ressaltar Excelência que a requerente sempre cumpriu com as suas


obrigações as quais estava adstrita, ou seja, de honrar os seus compromissos
financeiros nas datas previamente estipuladas pela administradora do cartão de
crédito;

5. Contudo, o problema inicia-se no tocante a fatura do dia 05/12/03 (05 de


dezembro de 2003), cujo valor para pagamento da fatura era de R$ 488,91
(Quatrocentos e oitenta e oito reais e noventa e um centavos). A requerente pagou
a fatura no mesmo dia de vencimento da mesma, conforme se apreende do extrato
do Banco do Brasil S/A(3);

6. Desta feita, sempre que o pagamento da fatura do mês é realizado, esta mesma
operação aparece na próxima fatura indicando que o pagamento foi feito conforme
a frase “obrigado pelo pagamento”. Esta frase apareceu na fatura do mês de
janeiro, ou seja, na fatura do dia 05/01/04 (05 de janeiro de 2004);

7. Entretanto a requerente recebeu em sua casa uma carta da requerida (29/01/04)


alegando que fora processado INDEVIDAMENTE o pagamento da fatura do mês
de dezembro de 2003 e ao qual seria feita a devida inclusão do débito na
próxima fatura. Contudo, essa nova inclusão de débito não apareceu na fatura de
fevereiro, pois a própria fatura já estava pronta. Deste modo fora lançado o débito
na fatura de março;

8. Na fatura do mês de março apareceu o estorno pelo pagamento indevido do dia


05/12/03, ou seja, acrescentou o valor de R$ 488,91 (Quatrocentos e oitenta e oito
reais e noventa e um centavos) a fatura do mês de fevereiro ao qual fora de R$
797,52 (Setecentos e noventa e sete reais e cinqüenta e dois centavos), totalizando
o valor de R$ 1.197,49 (Mil cento e noventa e sete reais e quarenta e nove centavos)
a fatura de março;

9. Todavia, a requerente já sabendo que inexista o tal débito de R$ 488,91


(Quatrocentos e oitenta e oito reais e noventa e um centavos) e querendo, desta
forma, não deixar de honrar os seus compromissos, efetuou o pagamento do
restante de R$ 797,52 (Setecentos e noventa e sete reais e cinqüenta e dois
centavos), conforme autenticação de documento anexo;

10. Note-se Excelência que entre o pagamento das faturas, a requerente entrou em
contato inúmeras vezes com a (XXX) S/A para tentar compor o litígio de forma
amigável, no entanto, restou-se infrutífera tal composição;
11. Na fatura do mês de abril (05/04/2004), a requerida não deduziu o pagamento
da fatura do mês de março em tempo hábil, acarretando, mais uma vez, em um
acúmulo na fatura do mês de abril totalizando o valor de R$ 1.596,92 (Mil quinhentos
e noventa e seis reais e noventa e dois centavos), além da inclusão de encargos
contratuais, multa de 2% (dois por cento) e juros de mora de 1% (um por cento).
Destarte, a requerente apenas pagou o que devia na fatura do mês de abril, ou seja,
o montante de R$ 208,24 (Duzentos e oito reais e vinte e quatro centavos);

12. No mês de maio houve uma compensação de R$ 797,52 (Setecentos e noventa


e sete reais e cinqüenta e dois centavos) referente ao pagamento da fatura do mês
de março mais a compensação pelo pagamento da fatura do mês de abril no
montante de R$ 208,24 (Duzentos e oito reais e vinte e quatro centavos). A fatura
do mês de maio (05/05/2004) estava composta da dedução destes dois débitos mais
o valor gasto do mês de maio no montante de R$ 96,08 (Noventa e seis reais e oito
centavos) além do repetição do indébito de R$ 488,91 (Quatrocentos e oitenta e oito
reais e noventa e um centavos), do qual corrigido perfazia, neste mês supra, o valor
de R$ 610,10 (Seiscentos e dez reais e dez centavos);

13. No mês de junho a requerente não utilizou o cartão, contudo foram descritos a
compensação do valor de R$ 96,08 (Noventa e seis reais e oito centavos) referente
ao pagamento da fatura do mês de maio e o valor de R$ 610,10 (Seiscentos e dez
reais e dez centavos) corrigido e acrescido de encargos contratuais no montante de
R$ 28,67 (Vinte e oito reais e sessenta e sete centavos), totalizando o valor de R$
638,77 (Seiscentos e trinta e oito reais e setenta e sete centavos);

14. A partir de então a requerente parou de pagar o cartão de crédito e a dívida


passou a crescer vertiginosamente perfazendo o total de R$ 689,11 (seiscentos e
oitenta e nove reais e onze centavos) no mês de julho (05/07/2004); R$ 736,23
(Setecentos e trinta e seis reais e vinte e três centavos) na fatura do mês de agosto
e finalizando o valor de R$ 761,09 (setecentos e sessenta e um reais e nove
centavos) no dia 26 do mesmo mês;

15. A requerida, com vontade irresignada de loclupletar-se às custas da requerente


e vendo esta que não adiantava cobrar a parcela indevida, simplesmente inscreveu
a requerente no SERASA(4) (17/07/2004) e na EQUIFAX(5) (19/07/2004), alegando,
em ambas, a existência de um débito de R$ 85,76 (Oitenta e cinco reais e setenta e
seis centavos) para que o seu nome ficasse inutilizado na praça comercial e
conseqüentemente a obrigasse a pagar o valor indevido acrescido de juros e
correção monetária;

16. Por culpa exclusiva da (XXX) S/A a requerente está com nome negativo na
praça. Esta inclusive já sofreu inúmeros constrangimentos em diversas compras ao
qual iria realizar, justamente por causa da inscrição de seu nome no banco de dados
da praça comercial, conforme fora demonstrado acima;
17. Data Vênia Máxima Excelência, não pode subsistir tal conduta em nosso
direito. Tal atitude é completamente abusiva e locupletativa conforme se demonstra
em documentos anexos. Faz-se necessário a total responsabilização da requerente
conforme preceitua o ordenamento jurídico pátrio, ou seja, é plenamente aplicável o
dever de indenizar moralmente a requerente pelos danos causados à sua honra bem
como sua vida financeira;

III – DA FUNDAMENTAÇÃO DE DIREITO

DA TUTELA ANTECIPADA

18. Excelência, de acordo com os extratos do SERASA e da EQUIFAX, a ré efetuou


registro do nome da Autora no cadastro de inadimplentes, causando-lhe prejuízo,
uma vez que está impedida de firmar contratos em qualquer instituição financeira e
comercial;

19. Em casos como este, onde a demora no provimento jurisdicional possa ser
prejudicial ao autor, o CPC assegura a antecipação de tutela(6) (CPC, art. 273(7)),
requerendo apenas o preenchimento de alguns requisitos para a sua concessão,
tais como a prova inequívoca, verossimilhança de alegação, presunção de um
direito (fumus boni iuris) e o perigo na demora (periculum in mora) no gênero,
podendo ser requerida a medida cautelar incidental na espécie (CPC, art. 273, § 7º);

20. No tocante a prova inequívoca, a requerente traz a baila dos autos todos os
extratos bancários, bem como as faturas dos meses devidos, mais uma planilha
dedutiva de cálculos para comprovar o lançamento indevido do débito e a
inscrição erronia da requerente no banco de dados do comércio;

21. A verossimilhança na alegação reside no fato de que o provimento jurisdicional


ao qual se pleiteia está devidamente comprovado e demonstrado no capítulo II
destes autos, ao qual o cabo de toda a comprovação forma o convencimento de
Vossa Excelência (CPC, art. 131(8)http://www.planalto.gov.br) no tocante ao erro da
requerida em cobrar dívida já paga;

22. A presunção do direito (fumus boni iuris), se solidifica porque o direito a qual se
funda esta tutela está devidamente amparada em nosso ordenamento jurídico,
conforme preceitua o art. 273, § 7º do CPC.

23. No que diz respeito ao perigo na demora (periculum in mora), tem-se necessário
o urgente provimento de tal medida uma vez que o nome da requerente fora lançado
no cadastro dos inadimplentes do SERASA e da EQUIFAX. Note-se que o dano já
ocorreu, no entanto Excelência, a demora no provimento jurisdicional pode ainda
causar inúmeros problemas de ordem sócio-financeira a requerente, uma vez que
esta não poderia comprar e nem negociar, pois o seu nome estaria impossibilitado
de transacionar no meio comercial;

24. “In casu”, os requisitos do artigo 273 estão claros, e o deferimento da tutela, para
que determine à requerida a retirada do nome da requerente do registro do SERASA
e da EQUIFAX, não causará nenhum perigo de irreversibilidade do provimento
antecipado;

25. Conforme fora demonstrado de maneira probatória que a culpa


pelo lançamento indevido da requerente no SERASA e na EQUIFAX fora da
requerida, haveria a possibilidade da concessão da medida inaudita altera pars,
uma vez que estão preenchidos os requisitos para a concessão da tutela antecipada,
além de estar devidamente comprovada a culpa exclusiva da requerente no
lançamento indevido no banco de dados de inadimplentes, acrescido do fator tempo,
ao qual é importantíssimo a concessão de tal liminar para desobstruir o nome da
requerente em tais cadastros negativos, justo para que possa utilizar os serviços do
comércio sem ser prejudicada;

DA INEXISTÊNCIA DE DÉBITO

26. Conforme fora demonstrado no capítulo II destes autos, nunca existiu o débito
no valor de R$ 488,91 (Quatrocentos e oitenta e oito reais e noventa e um centavos),
motivo pelo qual vem a requerente com base no art. 2º, I do CPC, declarar a
inexistência do presente débito;

27. O CPC, em seu art. 333, inciso I, alega que o ônus da prova cabe ao autor
quando diz respeito ao fato constitutivo de seu direito. Neste caso concreto a
requerente trouxe a baila todos os documentos que comprovam a sua idoneidade
financeira;

DA REPETIÇÃO DO INDÉBITO

28. A requerida, conforme fora demonstrado acima, requereu dolosamente o


pagamento da quantia já paga do valor de R$ 488,91 (Quatrocentos e oitenta e oito
reais e noventa e um centavos), referente a fatura do mês de dezembro de 2003,
conforme está demonstrado no capítulo II e na planilha dedutiva de cálculos em
anexo, contudo, em casos como este, o art. 42(9), § único da lei n. 8.078/90 (Código
de Defesa do Consumidor), disciplina a restituição em dobro daquele que demanda
em duplicidade por dívida já paga;
29. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em entendimento já consolidado,
asseverou na Súmula 43(10), que incide a correção monetária por dívida decorrente
de ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo, ou seja, a (XXX) S/A repetiu o
indébito na fatura do mês de março, assim é necessário que incida a correção
monetária do valor repetido desde a sua inclusão na fatura do mês de março até a
data de hoje (13/10/04). Desta forma, o valor atualizado é de R$ 505,17(11)
(Quinhentos e cinco reais e dezessete centavos) e conseqüentemente aplica-se ao
em cima do valor atualizado a repetição do indébito na ordem de R$ 1010,34 (Mil e
dez reais e trinta e quatro centavos);

30. Em inúmeros precedentes, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), tem se


manifestado que não é preciso nem a prova do erro para constituir em repetição de
indébito as administradoras de cartões de crédito, veja:

EMENTA

CIVIL E PROCESSO CIVIL. AGRAVO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.


RECURSO ESPECIAL. CDC.APLICAÇÃO. REPETIÇÃO DO
INDÉBITO. POSSIBILIDADE.

- Conforme entendimento deste Tribunal, aplica-se o CDC à relação decorrente do


contrato de crédito rotativo.
- Não se faz necessária a prova do erro para exercer o direito à repetição do
indébito nos contratos de cartão de crédito. (grifo nosso).
Precedentes.
Negado provimento ao Agravo. (STJ / AGA 570841 / RS / Min. Nancy Andrighi)

DO DANO MORAL

31. A CF/88 , art. 5º, V(12), assegura a reparação do dano em qualquer ordem de
indenização, seja esta moral(13), material ou a imagem. No presente caso concreto,
a (XXX) S/A, além de demandar em duplicidade por dívida já paga, conforme
documentos anexos, lançou indevidamente o nome da requerente no rol negro dos
inadimplentes junto a banco de dados de proteção ao crédito tais como o SERASA
S/A e a EQUIFAX do Brasil;

32. O CC/2002, no art. 186(14), prescreve que aquele que causar dano a outrem
fica obrigado a repara-lo. Neste caso, a requerida, não se satisfazendo em cobrar
uma dívida que não existe, achou por bem inscreve-la junto às instituições acima,
sem ao menos medir o ato ilícito pelo qual praticou, ou seja, não analisou as
conseqüências de seu erro. Todavia, o que de fato importa agora é que a requerente
está com o nome sujo na praça por culpa exclusiva da própria administradora.

33. Conforme entendimento doutrinário do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF),


o dano moral é ilimitado, apesar de existir uma proporção entre o dano causado e a
indenização pleiteada (CC/2002, art. 944, § único). Outrora, é nítida a má-fé da
(XXX) S/A em tentar locupletar-se as custas da requerente. Mas o que de fato é
indignante foi a atitude do lançamento do nome da requerente em dois cadastros de
inadimplentes junto ao serviço de proteção ao crédito. Já não bastava o SERASA
S/A, a requerida a inscreveu também na EQUIFAX do Brasil Ltda, como se a
requerida fosse uma devedora insolvente;

34. Deste modo seria o mínimo pedir a indenização por danos morais na razão de
60 (sessenta) vezes o valor repetido atualizado, ou seja, teríamos como base de
cálculo o valor corrigido e atualizado de R$ 505,17(15) (Quinhentos e cinco reais e
dezessete centavos), perfazendo o valor de R$ 30.310,20 (Trinta mil trezentos e dez
reais e vinte centavos), por essa atitude abusiva, ilícita e locupletativa da (XXX) S/A;

35. Ante todo o exposto Excelência, não pode subsistir tal conduta em nosso direito.
Tal atitude é completamente abusiva e locupletativa conforme se demonstra em
documentos anexos. Faz-se necessário a total responsabilização da requerida na
reparação da repetição de indébito arbitrada no valor de R$ 1.010,34 (Mil e dez reais
e trinta e quatro centavos), bem como pelo pagamento da indenização a título de
danos morais na ordem de R$ 30.310,20 (Trinta mil trezentos e dez reais e vinte
centavos), perfazendo assim o montante no valor de R$ 31.320,54 (Trinta e um mil
trezentos e vinte reais e cinqüenta e quatro centavos), conforme preceitua o
ordenamento jurídico pátrio o dever de indenizar pela repetição de indébito, bem
como pelo dano moral a requerente pelos danos causados à sua honra bem como
sua vida financeira,

IV - DO PEDIDO

Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:

1. Os benefícios da justiça gratuita por ser juridicamente hiposuficiente (Art. 04 da


Lei 1060/50);

2. O deferimento da tutela antecipada, inaudita altera pars, para sustar a inscrição


do nome da requerente no SERASA S/A e na EQUIFAX do Brasil LTDA;

3. A imediata expedição de ofício ao SERASA S/A no Setor de Rádio e Televisão


Sul (SRTVS), quadra 701 Bloco “H” sala 302 – Brasília-DF,CEP n. 70.340-000, bem
como a EQUIFAX do Brasil Ltda, com filial no Setor de Rádio e Televisão Sul
(SRTVS), quadra 701. Conjunto “L”, bloco “01”, n. 38, salas 04/05, sobreloja, Ed.
Assis Chateaubriand – Brasília – DF, CEP n. 70.000-000, para imediata sustação
da inscrição do nome da requerente em seus bancos de dados;
4. A total procedência da ação para condenar a requerida ao pagamento da
repetição de indébito na ordem R$ 1.010,34 (Mil e dez reais e trinta e quatro
centavos), bem como ao pagamento da indenização sobre os danos morais
causados, estipulados estes no montante de R$ 30.310,20 (Trinta mil trezentos e
dez reais e vinte centavos);

5. A citação da ré no endereço mencionado no preâmbulo, por meio de carta


precatória, para, requerendo, contestar a presente ação, sobe pena de confissão e
revelia;

6. A condenação da ré ao pagamento das custas e despesas processuais, e


honorários advocatícios a serem arbitrados por este juízo;

7. Provar o alegado por todos os meios em Direito admitidos, especialmente


testemunhais, documentais e periciais, bem como o depoimento pessoal do
requerido, apenas exigindo que se faça

JUSTIÇA

Dá-se a causa o valor de R$ 31.320,54 (Trinta e um mil trezentos e vinte reais


e cinqüenta e quatro centavos).

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Brasília - DF, 13 de outubro de 2004.

Breno Pessoa C. Borges

OAB-DF 5.662/E
___________________

NOTA:

1. Lei n. 1060/50, Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária,
mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que não está em
condições de pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem
prejuízo próprio ou de sua família. (Redação dada pela Lei nº 7.510, de 04/07/86).
IN Presidência da República – Legislação – Leis Ordinárias – www.planalto.gov.br

2. Contrato de Prestação de Serviços de Administração dos Cartões Diners Club


International – Cláusula Primeira – Item 1 – Letra “A” – Documento anexo.

3. Extrato Bancário (Banco do Brasil S/A) informando o desconto de R$ 488,91


(Quatrocentos e oitenta e oito reais e noventa e um centavos) referente ao
pagamento de títulos – Documento anexo.

4. Documento anexo aos autos.

5. Documento anexo aos autos.

6. Tutela antecipatória dos efeitos da sentença de mérito é providência que tem


natureza jurídica mandamental, que se efetiva mediante execução “lato sensu, com
o objetivo de entregar ao autor, total ou parcialmente, a própria pretensão deduzida
em juízo ou os seus efeitos. È tutela satisfativa no plano dos fatos, já que realiza o
direito, dando ao requerente o bem da vida por ele pretendido com a ação de
conhecimento. No mesmo sentido: Ovídio Batista. Com a instituição da tutela
antecipatória dos efeitos de mérito no direito brasileiro, de forma ampla, não há mais
razão para que seja utilizado o expediente das impropriamente denominadas
“cautelares satisfativas”, que constituem em si uma “contradictio in terminis”, pois as
cautelares não satisfazem: se a medida é satisfativa, é porque, ipso facto, não é
cautelar. É espécie do gênero tutelas diferenciadas. A tutela antecipada tem como
o limite o pedido, vale dizer, não se pode conceder , a título de tutela antecipada,
mais que o autor obteria se vencedor na totalidade da pretensão que deduziu em
juízo. O limite da extensão da concessão da medida existe porque se antecipa o
provimento de mérito (total ou parcialmente) ou algum efeito dele decorrente. A
tutela antecipada está, portanto, vinculada ao pedido e dele é dependente. Caso o
autor queira coisa diversa, além ou fora do que consta como pedido, deverá ajuizar
medida autônoma. IN JÚNIOR. Nelson Nery. NERY, Rosa Maria de
Andrade. Código de Processo Civil Comentado e Legislação Extravagante. 6. ed.
São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 2004. p. 646.

7. Art. 273 - O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente,


os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova
inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório do réu
§ 7º - Se o autor a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza
cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos , deferir a
medida cautelar em caracter incidental do processo ajuizado.

8. CPC, Art. 131 - O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e
circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas
deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o
convencimento.(Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973). IN Presidência
da República – Legislação – Leis Ordinárias –www.planalto.gov.br

9. Lei n. 8.078/90, Art. 42 - Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não


será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição
do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano
justificável.IN Presidência da República – Legislação – Constituição Federal de
1988 www.planalto.gov.br

10. Súmula 43 STJ - Incide correção monetária sobre divida por ato ilícito a partir
da data do efetivo prejuízo.

11. Atualização monetária adquirida no site do TJDFT – www.tjdft.gov.br

12. CF/88, Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, moral ou à imagem; IN Presidência da República
– Legislação – Constituição Federal de 1988 – www.planalto.gov.br

13. O art. 5º, V da CF/88 não deixa dúvida quanto à categoria do dano à imagem,
distinta do dano moral e material. É possível, portanto, cumular-se dano moral,
material e à imagem derivados de um mesmo fato (v. STJ 37). Como a norma não
impõe limitações à indenização por dano moral, nem remete o seu
regulamento para a lei, neste caso ela é ILIMITADA (STF RT
740/205). IN JÚNIOR. Nelson Nery. NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de
Processo Civil Comentado e Legislação Extravagante. 6. ed. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais. 2004. p. 126.

14. CC/2002, Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito.

15. Atualização monetária adquirida no site do TJDFT – www.tjdft.gov.br

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