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ABC Da Analise Tecnica
ABC Da Analise Tecnica
Comecemos por avaliar o primeiro ponto. Não há nenhuma empresa que possa dissociar a
estratégia do negócio face à envolvente macro-econômica. A evolução da inflação, do índice do
desemprego, das taxas de juro, do mercado cambial são indicadores que influenciam a atividade da
empresa decisivamente. E note-se que não são apenas os indicadores do país onde a empresa se
insere. Com a globalização, as empresa podem ser afetadas por indicadores de outros países que
se encontram a milhares de quilômetros de distância da empresa e que até podem não ter qualquer
relação direta com a empresa. Por exemplo: caso as taxas de juro aumentem, a cotação das
empresas em bolsa tenderá a diminuir, pois o endividamento das empresas tenderá a aumentar.
Essa é a reação típica do mercado de capitais.
Segundo ponto: o sector de atividade. A empresa pode ser bem gerida, ter ótimos ratios mas se a
envolvente no setor de atividade for negativa, o mercado de capitais geralmente reage e penaliza a
empresa em Bolsa. Um exemplo: o setor da construção civil e obras públicas em Portugal está um
pouco estagnado após o boom de obras que o país assistiu no seguimento da realização da Expo.
Os concursos públicos diminuíram e consequentemente as empresas deste sector ressentem-se.
Basta olhar, por exemplo, o caso da Mota & Companhia. Outro exemplo: a indústria tabaqueira nos
Estados Unidos tem sido penalizada em Bolsa pela perspectivas de que os inúmeros processos em
tribunal contra empresas do setor venham a provocar a atribuição de elevadas indenizações a
pessoas que sofrem de cancer. Outro exemplo: analise-se a evolução das cotações das empresas
do setor da Banca em Portugal. É perceptível que o início do processo de concentração acelerou os
rumores, as OPAs, as contra-OPAs e as parcerias. Consequência imediata: alguns títulos tiveram
valorizações muito grandes (o BANIF, por exemplo) sem que nada aparentemente o justificasse.
Outro aspecto decisivo na avaliação fundamental de uma empresa é a análise dos seus ratios. Dois
dos indicadores mais estudados são o PER (Price Earning Ratio) e o EPS (Earning per Share). O
primeiro é obtido dividindo a cotação do título pelo resultado líquido por ação, que é precisamente o
EPS. Na análise fundamental é habitual comparar o PER da empresa com o PER de outras
empresas do mesmo setor de atividade.
A maior virtude da Análise Fundamental é que permite avaliar corretamente qualquer título
no longo prazo. Habitualmente este tipo de análise premia os investidores pacientes que
escolheram o setor de atividade ou a empresa através desta análise. No entanto, esta análise
peca por muitas vezes estar defasada face aos valores atuais de mercado. Uma empresa pode ter
excelentes ratios e por razões que têm a haver somente com o momento do mercado de capitais,
podem ter uma cotação que difere bastante do valor que a AF antevê para o título em questão.
a. A cotação de um título desconta tudo: Charles Dow é considerado o pai da Análise Técnica. Por
essa razão, muitas das teorias da análise técnica assentam-se na teoria de Dow. Talvez a mais
importante seja a de que o mercado desconta tudo. Na prática, um analista técnico crê que a
cotação presente de um título reflete toda a informação que se conhece acerca do mesmo.
b. As variações das cotações não são aleatórias: a maior parte dos analistas técnicos crê que as
cotações evoluem segundo tendências. No entanto, os analistas técnicos também concordam
que podem existir períodos de tempo em que as cotações podem não seguir qualquer
tendência definida. Ainda assim, a preocupação do analista é identificar corretamente a tendência
de forma a investir corretamente.
c. O analista preocupa-se com «QUANTO?» e não com o «PORQUÊ?»: o analista técnico não
estuda a envolvente fundamental de uma empresa, mas sim o histórico das cotações e da
tendência das mesmas. A sua preocupação não é saber porque é que as cotações subiram,
mas sim identificar a subida antes que esta ocorra.
A análise técnica parte de uma perspectiva generalista até chegar à análise da empresa.
Assim, o analista deve iniciar o seu estudo pelo sector de mercado em que a empresa se insere
para depois estudar a empresa propriamente dita. A análise deve partir da análise de longo prazo
para depois analisar a evolução de curto prazo quer do setor de atividade quer da empresa
propriamente dita.
O analista tem basicamente uma ferramenta de análise que são os gráficos quer das cotações
históricas quer de indicadores matemáticos calculados com base nos históricos de cotações.
Vejamos os elementos básicos da análise:
Tendência (vide fig. abaixo): o objetivo primário é identificar a tendência de evolução da cotação.
Numa linguagem mais simples, o objetivo é verificar se o título se encontra numa evolução de
queda (bearish) ou numa evolução de subida (bullish)
Suporte: áreas de congestão abaixo da cotação presente de um título são áreas que podem
marcar níveis de suporte para a cotação do título. Caso essa linha seja rompida, poderemos entrar
numa zona bearish.
Linha de Resistência: áreas de congestão acima da cotação de um título definem níveis de
resistência. Se a cotação romper essa linha de resistência podemos entrar numa zona bullish.
Momento: o momento de uma empresa é geralmente calculado com base em osciladores
como o MACD
Pressão vendedora/compradora: para identificar se a pressão está do lado dos Bulls
(Compradores) ou dos Bears (vendedores), o analista técnico socorre-se da análise do volume
associado ao título.
Tal como a análise fundamental, a análise técnica encerra vantagens e desvantagens. A maior
vantagem é que o analista técnico só se concentra na cotação do título. Ora se a maior
preocupação é prever a evolução futura da cotação, faz todo o sentido analisar a cotação
histórica. Outra vantagem prende-se com a identificação de linhas de suporte e resistência que
definem limites potenciais da evolução da cotação da empresa. Finalmente, a análise técnica é
ótima para decidir o momento de entrada no mercado.
A maior desvantagem da análise 100% técnica é que é esquecida por completo a análise
fundamental. As cotações, além de serem influenciadas pela sua evolução passada, são
igualmente afetadas pela envolvente de mercado em que se posicionam. Outra desvantagem é
que a análise técnica geralmente não antecipa as inversões de tendência antes que elas
ocorram. De fato, só após a tendência se ter começado a desenhar é que é geralmente detectada.
1. Gráficos de linhas:
O gráfico de linha é o gráfico mais simplista. O gráfico desenha-se unindo por uma linha cada
ponto consecutivo desenhado no gráfico y-x. A coordenada no eixo Y será a cotação de fecho e a
coordenada no eixo X será a data da sessão em que ocorreu a cotação. A grande vantagem
destes gráficos é que a sua análise é bastante intuitiva.
2. Gráfico de barras
O gráfico de barras já é um gráfico mais complexo. Para desenhá-lo são precisos 4 dados por data:
a cotação de fecho, o valor máximo e mínimo do dia bem como a cotação na abertura. O máximo
da sessão e o mínimo da sessão definem os extremos da linha definida por cada dia. A pequena
linha horizontal para a direita define a cotação de fecho enquanto que a sua homóloga que
aponta para a esquerda define o valor da abertura.
A grande vantagem deste tipo de gráfico face ao gráfico de linha é que oferece mais
informação ainda que seja de leitura mais densa.
3. Gráfico Candlestick
Este gráfico é proveniente do Japão e tornou-se muito popular na última década. Num gráfico
candlestick são necessários os valores de fecho e abertura bem como o máximo e mínimo da
sessão. A grande vantagem destes gráficos é que permitem uma leitura rápida da relação entre o
preço de fecho e abertura. Se a candlestick for branca significa que o valor de fecho foi superior ao
valor de abertura. Se a candlestick for preta é porque a cotação de fecho terminou abaixo do valor
de abertura.
4. Gráfico de pontos
O gráfico de pontos é um tipo de gráfico menos utilizado na Análise Técnica. A informação
mais relevante que se retira deste gráfico é a visualização rápida das variações da cotação de um
título ao longo do período de análise. Se a cotação sobe, então são desenhados os Xs cinzentos.
Se caem são desenhados Xs vermelhos.
As cotações e o volume
por Equipa PortaldeBolsa
A análise das cotações de um título bem como o volume transacionado são os elementos chave na
análise técnica. Por isso neste primeiro artigo iremos escrever um pequeno glossário de termos
usados em Bolsa sobre as cotações e que serão utilizados em todos os outros artigos da secção
“ABC da Análise Técnica”. Assim temos:
Cotação de Abertura: esta é a cotação do primeiro negócio do dia realizado em Bolsa sobre o título
em questão
Máximo: este é o valor máximo que a cotação de um título atinge durante o período de uma sessão
de Bolsa
Mínimo: este é o valor máximo que a cotação de um título atinge durante o período de uma sessão
de Bolsa
Cotação de Fecho: esta é a cotação com que um dado título termina uma dada sessão de Bolsa. É
este preço que é usualmente utilizado na Análise Técnica para avaliação das cotações
Volume: é o número de ações transacionadas durante uma sessão de Bolsa. A relação entre este
valor e o valor anterior são determinantes no estudo Técnico de um título.
Preço de Compra: este é o preço que os compradores estão dispostos a pagar por um título
Preço de Venda: este é o preço pelo que os vendedores estão dispostos a vender um título.
Quando o preço de compra iguala o preço de venda há a transação de compra e venda em Bolsa.
Toda a análise técnica é feita em torno destes valores chaves. No próximo artigo iremos começar a
aprofundar paulatinamente as relações chave entre estes valores.
O que é um suporte e uma resistência?
por Equipa PortaldeBolsa
A cotação de um dado título depende essencialmente de um luta entre compradores e vendedores.
Tal e qual como um qualquer mercado, o comprador tenta baixar o preço enquanto que o vendedor
tenta puxar os preços para cima. Quando o comprador define um preço que ajuda o do vendedor,
acontece a transação.
Como ponto de referência, tomemos as cotações da Brisa. Sempre que este título chegou junto
dos 8.7 Euros, os vendedores tomaram controle das cotações e impediram que o preço
continuasse a subir. A cotação de 8.7 Euros é um nível de resistência, pois a cotação não
conseguiu romper esse valor.
Analisemos o período de Julho a Agosto de 1998. Durante essas sessões de Bolsa a cotação
esteve sempre acima do nível dos 7.72 euros. Nessa situação, a ação dos compradores fez-se
sentir, o que evitou, que a cotação baixasse abaixo do nível de 7.72. Por esta razão, o nível dos
7.72 Euros é definido como sendo um valor suporte.
Em resumo, num nível de suporte, os investidores presumem que as cotações evoluem
sempre com valores acima desse valor. Isto pressupõe que a ação dos compradores será
sempre mais forte que a dos investidores. No caso de um nível de resistência, o mercado
estima que as cotações do título evoluirão sempre em valores abaixo desse valor. Assim, a
ação dos vendedores, será sempre mais decisiva do que a dos compradores.
No entanto, não se pode definir a identificação dos níveis de suporte e de resistência como uma
fórmula mágica para identificar a evolução de um título. De fato, é habitual que, tanto um nível de
suporte como um nível de resistência sejam rompidos.
Nessa situação, o valor de 7.72 Euros era um valor de suporte. No entanto, no dia 30 de Setembro
houve um rompimento desse nível. Na práctica isto significou que as expectativas do mercado
apontavam para uma queda da cotação do título.
Para que isto aconteça basta, por exemplo, que o mercado reaja à divulgação de uma notícia ou de
um rumor!!!
Quando ocorre o rompimento de uma resistência ou suporte, acontece muitas vezes que um
nível de suporte se torna um nível de resistência. Essa situação corresponde à expectativa
bearish face à evolução de cotação. No extremo oposto temos a situação em que um nível de
resistência se torna num nível de suporte. Tal circunstância ocorre numa situação em que está
gerada um expectativa Bullish face à evolução da cotação do título.
Com esta aula pretendeu-se que o investidor consiga identificar facilmente os seguintes termos
técnicos:
a) Suporte
b) Resistência
No caso de uma linha de tendência descendente, estamos na presença de uma variação bearish
em que o mercado acredita que o título tem uma cotação superior ao valor de mercado. Isto
significa que a cotação do título vai tendo mínimos locais sucessivos, pois os vendedores exercem
a sua pressão na cotação do título.
Como é que se traça esta linha? Há várias formas de o fazer dependendo antes de tudo do
período temporal que se está a analisar. Observe o gráfico II. Nele podemos observar que o
traçado da linha de tendência de curto-prazo é uma linha ascendente a azul. Se tomarmos um
período de tempo mais dilatado, já se pode traçar uma linha de tendência completamente diferente
que corresponde a uma linha de tendência de longo-prazo descendente. O traçado da linha tem
assim que levar em conta o tipo de análise pretendida em termos de período temporal.
Um outro aspecto importante na análise gráfica das linhas de tendência prende-se com a
penetração de uma linha de tendência (gráfico III). Para averiguar se a penetração de uma linha
de tendência descendente significa que a cotação vai passar a evoluir segundo uma
tendência ascendente é importante avaliar o volume transacionado. Por exemplo, se uma
linha de tendência descendente for penetrada com um volume elevado, é provável que a
cotação do título passe a subir. Se o volume for fraco, podemos estar na presença de um falso
sinal provocado pelos compradores do título. No caso do gráfico III o que se verificou foi o
rompimento da linha de tendência ascendente acompanhado por um forte aumento do volume
transacionado. No seguimento desse rompimento verificou-se que a inversão da tendência era um
sinal real e não um falso sinal.
Tendência N dias
Muito curto-prazo 5 a 13 dias
Curto-prazo 14 a 25 dias
Médio-prazo 50 a 100 dias
Longo-prazo 100 a 200 dias
Indicador MACD
por Equipa PortaldeBolsa
O indicador MACD (Média Móvel Divergente/Convergente) é um indicador de tendência que mostra a
relação entre duas médias móveis. É calculado subtraindo à média móvel exponencial de 26 dias a
média móvel exponencial de 12 dias. O gráfico que daí se obtém é comparado com o gráfico da média
móvel exponencial de 9 dias denominada de linha de sinal ou trigger que geralmente é uma gráfico a
picotado. Como é que se interpreta a relação entre estes dois gráficos?
Há três tipos distintos de interpretação gráfica do MACD:
Intersecções dos gráficos: uma regra do MACD é vender sempre que o seu gráfico passe para baixo
do gráfico da sua linha de trigger. Da mesma forma, um sinal de compra é emitido sempre que o seu
gráfico passa para cima da sua linha de triger.
Zonas de OverBought/Oversold: quando o valor do MACD aumenta (na prática isto significa que o valor
da média móvel exponencial de mais curto prazo diminui face ao valor da média de 26 dias), é provável
que a cotação do título esteja oversold. Como consequência poderá haver uma queda na sua cotação
pelo que é dado um sinal de venda.
Divergências: outra interpretação valiosa retirada do MACD é a detecção do fim de uma tendência.
Sempre que a evolução gráfica do MACD de um título diverge da evolução gráfica das suas cotações, então
está detectada uma divergência. Se o MACD está a atingir mínimos sucessivos e a sua cotação não,
estamos perante uma divergência Bearish, sendo provável que as cotações venham a cair. Se o MACD
está a atingir máximos sucessivos enquanto a sua cotação não atinge novos máximos, estamos
perante uma divergência Bullish sendo provável que a cotação do título venha a subir.
Note-se que o MACD não é um indicador que antecipa mudanças no mercado. O MACD é na realidade
um indicador que segue a tendência do mercado.
Linha S/D
por Equipa PortaldeBolsa
A linha Subida/Descida é um indicador extremamente básico, mas ao mesmo tempo bastante útil
para medir o pulsar de qualquer mercado de capitais.
Sempre que há mais empresas a valorizarem-se do que a se desvalorizarem a linha S/D
sobre. Quando acontece o contrário, a linha desce. A interpretação gráfica do indicador é
bastante simples: sempre que a linha S/D esteja a subir, o mercado está bullish. Sempre que
a linha esteja a descer, o mercado está a caír. Outro tipo de interpretação gráfica que
podemos retirar da observação da linha são as divergências entre o comportamento da
mesma e um dado índice.
Se por acaso a linha S/D estiver a descer e um dado índice do mercado (por exemplo, o PSI-
20) estiver a testar novos máximos, é provável que venha a ocorrer uma correção no índice e
por consequência no mercado.
Como exemplo observe-se o gráfico da figura 1 onde está o gráfico da linha S/D e o gráfico do Dow
Jones. Note-se que o Dow Jones esteve durante um ano a testar novos máximos enquanto que a
linha S/D não conseguia atingir novos máximos. Estávamos perante uma divergência que veio a
culminar no famoso crash de 1987.
Em termos de cálculo, o valor da linha S/D por dia é calculado subtraíndo o número de ações que
subiram de cotação durante a sessão do número de títulos que se desvalorizaram. A essa
subtração é somado um valor cumulativo. Tome-se como exemplo a seguinte tabela meramente
exemplificativa para perceber o cálculo:
O Indicador Estocástico
por Equipa PortaldeBolsa
É importante sob o ponto de vista técnico determinar qual a relação entre a cotação de um título e o
intervalo de cotações onde esse título se manteve nos últimos N dias. A importância desta análise
reside na tendência que as cotações têm em fechar perto quer do máximo do intervalo quer do
valor mínimo, no caso de uma subida de cotação ou descida respectivamente.
No caso de uma tendência de descida de cotação, o preço tende a bater no limite mínimo do
intervalo para depois inverter a tendência e começar a subir afastando-se do valor mínimo do
intervalo. Raciocínio análogo pode ser feito para uma tendência de subida de cotação.
Em termos gráficos, o indicador estocástico é representado por duas linhas. A linha principal
denomina-se de %KD. A segunda linha que é usualmente impressa a tracejado, denominada
%D e é uma média móvel da linha %K.
Suponha-se que no período de análise, a cotação do título em análise variou entre MÁXIMO e
MÍNIMO ([MÍNIMO;MÁXIMO]). A fórmula do cálculo do %K para um determinado dia é então a
seguinte:
Como exemplo tome-se como referência um título X que variou nos últimos 10 dias entre os 4
Euros e os 6 Euros. Suponha-se que a cotação de fecho hoje foi de 5 Euros. Então o valor de %K
seria o seguinte:
O valor de 50% significa que o valor de fecho hoje se encontra a meio entre o intervalo de variação
do título nos últimos 10 dias que estava situado no intervalo [4;6]. Por exemplo, se a cotação de
fecho hoje fosse de 4.5 Euros, então o %K valeria:
É fácil perceber que o %K variará entre os 0% e os 100%. Se valer 0% quer dizer que a
cotação de fecho é igual ao mínimo valor da cotação nos últimos n períodos. Se valer 100%,
quer dizer que a cotação de fecho bateu no máximo dos últimos n períodos.
O número de períodos de abrandamento utilizado no cálculo foi de 1.
Após o cálculo do %K, tem-se que calcular a média móvel do %K que nos dará o %D.
Há várias interpretações a retirar da comparação entre as linhas %K e %D e que são as seguintes:
a. Um sinal de compra é gerado quando a linha %K ou a linha %D desce abaixo dos 20%
para depois subir acima dos 20%. Um sinal de venda é gerado quando a linha %K ou a linha
%D sobe acima dos 80% para depois descer abaixo desse nível
b. Um sinal de compra é gerado no momento em que a linha %K sobe acima da linha %D. Um
sinal de venda é gerado quando a linha %K desce abaixo da linha %D
c. Divergências: tal como no indicador RSI, um dos sinais mais fortes dados por este
indicador é dado pela divergência que exista entre a cotação de fecho e o indicador. Assim,
se a cotação do título continuar a testar novos máximos e a linha %K tem máximos relativos
cada vez menores, é provável que a tendência de subida do título se inverta o que pode
sugerir que se venda o título em questão. Raciocínio análogo pode ser aplicado às quedas.
StochRSI
por Equipa PortaldeBolsa
Desenvolvido por Tushard Chande e por Stanley Kroll, o StochRSI é um oscilador que mede o nível
do RSI relativamente ao seu "range" durante um determinado período de tempo. O indicador usa o
RSI como base e aplica-lhe a fórmula dos indicadores estocásticos. O resultado é um
oscilador que varia entre 0 e 1.
De acordo com estes dois autores, o RSI pode situar-se abaixo de 20/30 e acima de 70/80
durante largos períodos de tempo sem se encontrar em situação "oversold"/"overbought".
Assim, para aumentarem a sensibilidade na forma que como o RSI fica "overbought" ou
"oversold" foi criado o StochRSI.
Tal como sabemos, o RSI é um oscilador de "momentum" que comprara magnitude dos ganhos,
com a magnitude das perdas em determinado título, durante um certo período de tempo. Os
indicadores estocásticos são também osciladores de "momentum", mas que comparam o
preço de fecho relativamente aos preços máximos e mínimos de um determinado período de
tempo.
As fórmulas dos indicadores são as seguintes:
RSI = 100 - (100/((1+ ganhos totais/n)/(perdas totais/n))
Estocástico:
%K = 100 x ((Preço de fecho mais recente - mínimo (n))/ (Máximo (n) - Mínimo (n))
%D = média móvel simples de 3 períodos do %D
StochRSI = (RSI (n) - Mínimo do RSI (n))/(Máximo do RSI (n) - Mínimo do RSI (n)))
Das fórmula acima, podemos verificar que o StochRSI é o estocástico aplicado ao RSI, ou seja, é
um indicador do RSI e não do preço. No entanto, tal fato não impede o indicador de dar
sinais válidos para entrar no mercado. Quando o RSI estabelece um novo mínimo para um
determinado número de períodos, o StochRSI terá um valor de 0 e quando faz um novo
máximo, assumirá o valor 100. Uma leitura de 0.20 significará que o atual RSI está 20% acima
do valor mais baixo do período ou 80% abaixo do valor mais elevado do período. Um valor de
0.80 significa que o atual RSI está 80% acima do nível mais baixo do período ou 20% abaixo do
nível mais elevado.
Existem vários tipos de sinais:
"Crossovers overbought e oversold": Se uma tendência de alta está claramente identificada
em determinado ativo, então um sinal de compra seria gerado quando o "StochRSI" avança
de "oversold" (abaixo de 0.20) para cima de 0.20. Analogamente, se um "downtrend" está
perfeitamente identificado, então um sinal de compra seria gerado quando o StochRSI cai para
baixo da zona "overbought", ou seja, desce de 0.80.
"Crossovers" da linha central: alguns traders procuram por cortes da linha 0.50 (a linha
central) para confirmar os sinais e reduzir o perigo de inversões. Uma subida de uma zona
oversold para cima de 0.50 constituiria um sinal de compra que não seria anulado quando passasse
para baixo de 0.50. Analogamente, uma quebra de uma zona "overbought" para baixo de 0.50
constituiria um sinal de venda, que apenas seria anulado quando este subisse para cima de 0.50.
Divergências positivas e negativas: Uma divergência positiva seguida de uma ascensão
acima de 0.20 constituiria um sinal de compra e uma divergência negativa seguida de um
declíneo abaixo de 0.80 funcionaria como um sinal de venda.
Falhas: Caso se assista ao despoletar de sinais que falham (o valor desce de 0.80, mas passado
um dia volta a subir, por exemplo) os autores dos indicadores aconselham ao encerramento de
posições.
Forte tendência: Tal como em diversos osciladores, o StochRSI pode ficar "overbought" (ou
"oversold") e permanecer nesse estado durante muito tempo. Uma subida para cima de 0.80
pode indicar que o título está "overbought", mas também pode querer dizer que o título
segue uma clara tendência de alta. O mesmo raciocínio pode aplicar-se a títulos "oversold".
Exemplo
No exemplo acima, a acão fez um pico em Junho de 1999 e entrou posteriormente num claro
"downtrend". De acordo com os seus autores, o StochRSI seria o indicador mais apropriado para
tomar decisões de venda, dadas as condições. Cada vez que o StochRSI sobe acima de 0.80, uma
situação "overbought" ocorreria. Quando um indicador desce do seu nível "overbought" (cai para
baixo de 0.80), um sinal de venda seria dado.
Entre Março e Junho, o indicador despoletou 4 sinais de venda; cerca de um por mês. O sinal de
venda de Julho não foi reconhecido porque houve uma possível mudança na tendência. À medida
que o título foi fazendo novos mínimos, o "downtrend" permaneceu intacto. Um mínimo maior no fim
de Junho foi seguido por um máximo maior em Julho o que questionou a força e a validade do
"downtrend". Quando o máximo maior tomou lugar, o sinal do StochRSI poderia requerer
ajustamentos para proteção contra inversões.
Tentar comprar o título em subidas acima de níveis "oversold" provaria ser uma estratégia errada.
Houve retrocessos em Março e Maio que resultariam em algumas más compras. Esta instabilidade
na zona por volta de 0.20 poderia ter levado ao despoletar de sinais de encerramento de posições
curtas de forma prematura. Quando uma ação está em tendência de quebra, é, por vezes, prudente
subir o nível do sinal de forma a obter sinais de compra (ou encerramento de posições curtas) mais
fiáveis. Neste caso, um "trader" poderia ter considerado que o sinal de compra (ou fecho de
posição) apenas se daria caso o StochRSI subisse acima de 0.50. Este procedimento eliminaria os
falsos sinais de Março e Maio.
Conclusão
É importante lembrar que o StochRSI é um indicador de outro indicador. A sua função é
prever novos extremos no RSI antes mesmo desse indicador atingir esses valores. Como é
um indicador de outro indicador é ainda mais afastado do preço e, portanto, muito sensível,
sendo por isso propenso a falsos sinais, especialmente se for utilizado incorretamente. Tal
como noutros indicadores, o StochRSI deveria ser usado conjuntamente com outros
indicadores.
As Bandas de Bollinger
por Equipa PortaldeBolsa
Um dos comentários que se ouve frequentemente no mercado é que as cotações hoje em dia são
mais voláteis do que há uns anos atrás. O que é que a volatilidade significa na prática? Sempre
que as cotações de um dado título tenham variações bastante pronunciadas num período de
tempo relativamente curto, pode-se afirmar que o título é muito volátil. Exemplos na praça de
Lisboa não faltam para exemplificar a volatilidade, senão atente-se:
a. Sumolis: após rumores que davam conta de uma OPA sobre o capital da Sumolis, a cotação
deste título subiu dos 7.5 Euros aos 22.5 Euros em poucos dias. Tão rápida quanto a subida, foi a
descida até perto dos 12 Euros.
b. PT Multimedia: partindo de um preço base de 27 Euros após o IPO, a PT Multimedia em vagas
sucessivas de histeria subiu até perto dos 150 Euros. Em pouco mais de um mês, a sua cotação
caíu para níveis em torno dos 55 Euros.
Em termos de análise técnica, o indicador que mede a volatilidade de um título são as
Bandas de Bollinger que foram desenvolvidas por John Bollinger da Bollinger Capital. Atente-se
ao seguinte gráfico onde estão desenhadas das bandas de Bollinger:
As Bandas de Bollinger são de fato 3 linhas ou envolventes. A banda central é na realidade uma
média móvel das cotações do título nos últimos n dias. Depois temos ainda a banda superior e a
banda inferior que são calculadas em função do desvio padrão relativamente à média móvel, ou
banda central. Em termos de cálculo, temos as seguintes fórmulas:
1. Uma variação de cotação que comece numa banda tende a deslocar a cotação do título para a
outra banda
2. Quando as cotações de um título saem fora quer da banda superior quer da banda inferior,
tendem a voltar para dentro das bandas. Tal significa que se a cotação de um título estiver
acima da banda superior, continuará aí apenas temporariamente até surgir um movimento de
queda das cotações que reporá as cotações para dentro das bandas
Formações - Introdução
por Equipa PortaldeBolsa
Existem dezenas de milhares de participantes do mercado que compram e vendem ativos
financeiros por diversas razões: expectativa de ganho, medo de incorrer em perdas, motivos fiscais,
cobertura de risco, "stop-loss", "price-targets", análise fundamental, análise técnica, recomendações
de casas de corretagem e financeiras... Tentar perceber as razões porque os participantes compram
e vendem ativos pode ser um processo assustador. As chamadas formações ("chart patterns")
colocam a compra e a venda em perspectiva ao consolidarem as forças da procura e da oferta num
quadro conciso. Ainda mais importante é a ajuda que, em conjunto com a análise técnica, as
formações dão na identificação do vencedor da batalha entre os "bulls" e os "bears".
A análise de formações pode ser usada para a realização de previsões de curto e de longo prazo,
podendo a informação ser "intraday", diária, semanal e mensal, sendo que os padrões podem tomar
lugar apenas um dia, ou até vários anos.
Muito do conhecimento da identificação e análise de formações data de 1932, quando Richard
Schabacker escreveu "Technical Analysis and Stock Market Profits", o livro que serviu de base para
a análise moderna de formações. Em "Technical Analysis of Stock Trends", Edwards e Magee
consideram que a maior parte dos conceitos do seu livro se baseia nos do já citado.
A análise de padrões pode parecer acessível, mas não é, de todo, uma tarefa simples. Schabacker
afirma:
"A ciência da leitura de gráficos não é, no entanto, tão fácil como a mera memorização de certas
formações e recordar o que normalmente se prevê quando estas acontecem. Qualquer gráfico de
ações é uma combinação de inúmeras formações e a sua análise cuidada depende de estudo
constante, experiência e conhecimentos de indicadores tanto técnicos como fundamentais e, acima
de tudo, habilidade para pesar indicadores que dão sinais contrários, de forma a ter uma
perspectiva global dos seus pormenores assim como no reconhecimento de qualquer fórmula."
Apesar de Schabacker se referir à "ciência da leitura de gráficos", a análise técnica é mais arte do
que ciência. Adicionalmente, o reconhecimento de formações pode ser aberto a interpretações
subjetivas e que podem estar sujeitas a diferentes pontos de vista. Para evitar conclusões errôneas
deve-se confirmar o "output" da formação identificada com outros indicadores técnicos, de forma
que chegar a uma conclusão coerente. Nunca existem duas formações exatamente idênticas,
apesar da sua natureza poder ser similar. "Breakouts" falsos, leituras enviesadas e exceções à
regra fazem parte da educação.
Estudo constante e cuidadoso é o necessário para que uma análise de um gráfico seja bem
sucedida. Na tabela acima, o ativo quebrou a resistência de uma inversão "head and shoulders"
(cabeça e ombros). Apesar de a tendência ser agora "bearish", a análise deve continuar a confirmar
essa tendência.
Alguns analistas podem ter classificado o gráfico acima como uma formação "head and shoulders"
com a "neckline" (linha de pescoço por volta de 17.50. Se esta análise é robusta permanece aberto
a debate . Apesar de o ativo ter quebrado esse suporte, os "pull backs" foram constantes. Esta
"recusa" poderia ter sido interpretada como um sinal de força e justificado uma reavaliação da
formação presente.
Uma tendência de alta indica que os "bulls" e portanto a procura controla, e uma tendência de baixa
é sinônimo de que as forças da oferta ("bears") prevalecem. No entanto, os preços não seguem a
mesma tendência indefinidamente e quando o outro "prato da balança do poder começa a pesar
mais" assiste-se à existência de formações. Certas formações como canais paralelos denotam a
presença de uma forte tendência. Contudo, a grande maioria das formações cai em dois
grandes grupos: as de inversão e as de continuação. As formações de inversão indicam uma
mudança na tendência e podem ser subdivididas em dois tipos: de topo e de fundo. As
formações de continuação indicam uma pausa na tendência e que a direção anterior vai ser
retomada passado um período de tempo.
Só porque uma formação se forma após um movimento de subida ou descida significativo, não é,
por si só, sinônimo de inversão. Muitas formações, tais como retângulos, podem ser classificados
como formações de inversão ou de continuação. Dependo muito da ação prévia do preço, do
volume e de outros indicadores à medida que a formação evolui. É na identificação destas
diferenças que a ciência da análise técnica se transforma em arte.
«Chávena e Asa»
por Equipa PortaldeBolsa
Existem dois tipos de formações, as de inversão e a de continuação. Entre as formações de
inversão, encontram-se o "Bump and Run", o "duplo topo", o "duplo fundo", a "cabeça e
ombros", a "cabeça e ombros invertida", o "falling wedge", o "rising wedge", o "topo
arredondado", o "triplo topo" e o "triplo fundo". Entre os padrões de continuação
encontramos o "Cup with Handle", as "Flags" e "Pennants", os "triângulos simétrico", os
"triângulos ascendentes", os "triângulos descendentes", os "canais de tendência", os
"retângulos", e as "measured moves" ("bull" e "bear").
A maior parte destas formações já foram explicadas em artigos anteriores deste rubrica, pelo que
nos falta apenas fazer referência para às formações "Cup with Handle", "Flag", "Pennant" e
"measured moves" ("bull" e "bear").
Neste artigo explicaremos a "cup with handle". A "cup with handle" (chávena com asa) é uma
formação de continuação "bullish", que se distingue por um período de consolidação seguido por
um "breakout". Tal como o próprio nome indica, existem dois períodos na formação: a
"chávena" e a "asa". A "chávena forma-se após uma subida e assemelha-se a um fundo
arredondado. Quando se completa o período de formação da "chávena", os preços começam
a transacionar em tendência lateral, e a "asa" é formada. Um "breakout" subsequente do
intervalo de preços que define a "asa" assinala a continuação da tendência de alta anterior.
Tendência: Para ser classificada como formação de continuação, deverá existir uma
tendência de alta anterior. Essa tendência deverá ser uma tendência de médio prazo (alguns
meses) e não muito recente. Quanto mais recente for essa tendência, menor é a
probabilidade de subida acentuada.
"Chávena": A "chávena" deve ser em forma de "U" e deverá parecer-se a um "fundo
arredondado". Um fundo em forma de "V" não se insere no âmbito desta formação. Quanto mais
suave for a forma do "U" maior é a relevância do suporte do fundo do "U". A formação
perfeita deveria ter máximos iguais em ambos os lados da chávena, mas nem sempre isso
acontece.
Profundidade da "chávena": idealmente, a profundidade da "chávena" deve ser de 1/3 ou
menos da subida anterior. No entanto, em mercados voláteis, a retração deverá variar de 1/3
a 1/2 e em situações extremas pode chegar a 2/3.
"Asa": depois dos valores mais altos no lado direito da "chávena", existe um pequeno
«pullback» que forma a "asa". Por vez, esta asa assemelha-se a uma "flag" ou "pennant" (a
ver no próximo artigo) com inclinação negativa, por outras é apenas um curto "pullback". A
"asa" representa a consolidação final que antecede o grande "breakout" e pode retroceder
até 1/3 do avanço da "chávena" antes deste "breakout". Quanto menor for esta retração, mais
"bullish" é a formação e significante é o "breakout". Por vezes, é prudente esperar para que o
preço ultrapasse a linha de resistência estabelecida pelo topo da "chávena".
Duração: a "chávena" pode durar entre 1 e 6 meses, e por vezes mais tempo em gráficos
semanais. A "asa" pode durar entre 1 semana e 4 semanas.
Volume: deverá existir uma subida substancial de volume no "breakout" acima da resistência da
"asa".
Alvo: a subida projetada pode ser estimada através da medição da distância entre o pico
direito e a base da "chávena".
Tal como na maioria das formações, é mais importante capturar a essência da formação do que os
pormenores. A "chávena" é uma consolidação em forma de U e a "asa" é um curto "pullback"
seguido de um "breakout" com volume ascendente.
Tendência: esta ação estabelece a tendência "bullish" avançando de 10 para cima de 30 em cerca
de 5 meses. O título faz um máximo em Março e depois começa a consolidar e a recuar.
"Chávena": o declíneo de Abril é acentuado, mas o mínimo estendem-se por um período de 2
meses formando o fundo arredondado da "chávena", que marca o período de consolidação. Notem
também que o suporte é encontrado nos mínimos de Fevereiro de 1999.
Profundidade: O mínimo da "chávena" é uma retração de 42% da anterior subida. Depois da subida
em Junho e Julho, a ação fez um pico nos 32.69 completando a "chávena" (seta vermelha).
"Asa": Outro período de consolidação iniciou em Julho iniciando a formação da "asa". Existe um
decréscimo acentuado em Agosto que causou a retração superior a 1/3 do avanço da "chávena".
Contudo, há uma recuperação rápida e a ação transacionou novamente nas fronteiras do "asa" em
cerca de uma semana.
Duração: A "chávena" durou cerca de três meses e "asa" cerca de 1 mês e meio.
Volume: No início de Setembro de 2000, a ação quebrou os limites da resistência da "asa" com um
"gap" de subida e com um incremento no volume transacionado (seta verde). Para além disto, o
Chaikin Money Flow disparou para cima de +20%.
Alvo: O avanço projetado após o "breakout" era de cerca de 9 acima de 27. Nos meses seguintes,
este título cotou facilmente acima dos 36.
«Bandeiras e bandeirolas»
por Equipa PortaldeBolsa
As "flags" e as "pennants" ("bandeiras" e "bandeirolas") são formações de continuação de curto
prazo que marcam uma pequena consolidação antes da continuação do movimento prévio.
Estas formações são usualmente precedidas por um avanço acentuado ou declíneo com
forte volume, e marcam o ponto médio do movimento.
Movimento acentuado: para ser considerado um padrão de continuação, deverá existir evidência de
uma tendência prévia bem marcada. Estes movimentos de subida ou descida ocorrem,
normalmente, com volumes fortes e podem conter "gaps". Este movimento representa a
primeira etapa de uma subida/descida significativa e o a "flag/pennant" é apenas uma pausa.
Duração: as "bandeiras" e as "bandeirolas" são formações de curto prazo que podem durar
entre uma de doze semanas. Existem alguns debates acerca da duração destas formações e
8 semanas são consideradas um prazo demasiadamente grande. A duração deve situar-se
entre uma e quatro semanas. Uma vez que a "flag" dura mais de 12 semanas fica classificada
como um retângulo. Uma "bandeirola" de mais de 12 semanas tornar-se-ia num triângulo
simétrico. A confiabilidade das formações que duram entre 8 e 12 semanas é discutível.
"Break": para uma bullish "bandeira" ou "bandeirola", uma subida acima da resistência assinala que
a subida prévia à "bandeira" vai continuar. Para uma "bandeira" ou "bandeirola" "bearish", uma
quebra abaixo do suporte assinala que a descida prévia vai continuar.
Volume: o volume deverá ser elevado durante a subida ou descida que forma o "flagpole". Volume
elevado fornece legitimidade ao movimento brusco e repentino que cria o "flagpole". Uma
subida/descida do volume acima/abaixo do nível de resistência/suporte dá credibilidade e validade
à formação e aumenta a probabilidade de continuação.
Mal se atinge o novo máximo instala-se uma pressão vendedora que pretende tomar mais
valias desta nova subida. A consequência imediata é a nova queda da cotação do título.
Nessa altura há ainda (poucos) investidores no mercado que pensam ainda poder tomar
mais valias que lhes escaparam nos rallies anteriores pelo que a pressão compradora
aumenta no mercado fazendo subir de novo as cotações (segundo ombro). Mas desta vez,
além do máximo ser menor do que o máximo do primeiro ombro, o volume é menor, pois o
interesse comprador do mercado também é menor. Assim, nova queda do título é inevitável com os
vendedores a tomarem conta do mercado após ser alcançado novo máximo.
Durante esta nova tendência de queda das cotações pode acontecer que seja penetrada a
linha de pescoço. Nesta situação é usual que os bulls tentem que as cotações subam
novamente e quebrem a linha de pescoço. Caso tal não suceda, é muito provável que as
cotações caíam rapidamente e com forte volume.
Após o segundo ombro, quando a cotação do título quebra a linha de pescoço, o volume
tipicamente aumenta. Os bulls tomam conta do mercado exercendo uma pressão compradora que
leva à subida da cotação do título. O título entra então na zona bullish.
Linha de tendência de descida: deverão existir dois pontos de máximos de cotação sucessivamente
inferiores no tempo, que unidos constituem uma linha de tendência de descida
Duração da formação: o período de tempo abarcado por este gráfico padrão poderá ir de algumas
semanas até vários meses
Volume: tipicamente, à medida que se vai evoluindo no tempo, o volume vai diminuindo até
ao ponto em que surge o breakout. Nessa situação, se o volume aumentar significa que o
breakout está confirmado.
Price target: a partir do momento em que o breakout se confirma, o price target obtém-se
subtraíndo ao valor da linha horizontal a diferença entre a cotação máxima do triângulo e a
linha horizontal
Linha de tendência de subida: deverão existir pelo menos dois pontos de mínimos de cotação
sucessivamente superiores no tempo, que unidos constituem uma linha de tendência de subida
Duração da formação: o período de tempo abarcado por este gráfico padrão poderá ir de algumas
semanas até vários meses
Volume: tipicamente, à medida que se vai evoluindo no tempo, o volume vai diminuindo até
ao ponto em que surge o breakout. Nessa situação, se o volume aumentar significa que o
breakout está confirmado.
Price target: a partir do momento em que o breakout se confirma, o price target obtém-se
adicionado ao valor da linha horizontal a diferença entre a linha de resistência e a cotação
mínima
Para melhor compreender estes princípios analisemos o seguinte gráfico:
Os pontos 2, 4 e 6 constituem os máximos que unidos formam a linha de resistência. A ligação
entre os pontos 1, 3 e 5 forma a linha de tendência ascendente. Note-se que no momento em que a
linha de resistência é penetrada (breakout), o volume aumenta rapidamente significando que o
breakout não é falso. Em termos de price target, após o breakout, a linha de resistência situa-se nos
24 Euros. A Linha 10 vale sensivelmente 10 Euros. Adicionado à cotação da linha de resistência (24
Euros) os 10 Euros obtemos o price target dos 34 Euros.
4 pontos: para se traçar uma linha de tendência são necessários pelo menos dois pontos. Para
termos um triângulo simétrico são precisas duas linhas pelo que no total precisaremos de pelo
menos 4 pontos. No gráfico acima, a linha superior é formada pelos pontos 2,4 e 6 enquanto que a
linha inferior é formada pelos pontos 1, 3 e 5.
Volume: à medida que o triângulo converge para o seu vértice, o volume tende a diminuir refletindo
um período de consolidação das cotações.
Duração: tipicamente, um triângulo simétrico pode ter uma duração que irá de poucas semanas até
alguns meses.
Confirmação do breakout: para que um breakout seja considerado válido, é normal que se
estabeleça um limite de 3% na variação da cotação que deverá ser acompanhada por um
aumento do volume transacionado.
Price Target: há dois métodos distintos para determinar qual o price target após o breakout. No
primeiro método é medida a distância entre os dois pontos mais distantes do triângulo simétrico.
Esse valor deverá ser então somada à cotação em que surgiu o breakout. Obtém-se assim o price
target. O outro método passa por traçar uma linha paralela à linha descendente (breakout negativo)
ou à linha ascendente (breakout positivo) a partir do ponto de cotação mais baixa ou mais alta do
triângulo respectivamente.
Em termos descritivos um padrão do tipo retângulo pode ser descrito pelos seguintes elementos:
Tendência: este tipo de padrão não define uma tendência quer de subida ou descida porque é um
padrão neutro. A tendência já deverá existir antes que o padrão ocorra para que estejamos na
continuação de uma tendência. Por exemplo, no gráfico acima representado, a tendência é de descida
sendo possível identificar dois retângulos que definem dois momentos de consolidação antes que a
cotação continue a cair.
4 pontos: para definirmos o retângulo é necessário que existam 2 máximos e dois mínimos que não terão
que ter valores iguais mas pelo menos aproximados.
Volume: não há um padrão do comportamento gráfico do volume associado a este tipo de gráfico
Duração: os retângulos podem demorar desde algumas semanas até a alguns meses
Direção do Breakout: tal como com o padrão do gráfico com um triângulo simétrico, o padrão dos
retângulos é um padrão neutro em que não é possível saber qual a tendência de evolução da
cotação. Só após o rompimento da linha de resistência ou da linha de suporte é que é possível
determinar a tendência. No caso do gráfico colocado como exemplo nesta lição, existem dois pontos de
breakout (B1 e B2) em que a tendência é de queda.
Confirmação do breakout: tipicamente, caso a cotação suba 3% acima da linha de resistência ou
desça 3% abaixo da linha de suporte, poderemos estar perante a ocorrência de um breakout. Se o
volume aumentar durante o rompimento, a confirmação será ainda mais forte.
Os retângulos são um exemplo acabado da luta entre bulls (compradores) e os bears (vendedores).
Sempre que a cotação se aproxima da linha de suporte, os bulls aumentam a pressão compradora
provocando o aumento das cotações. Sempre que as cotações se aproximam da linha de resistência, os
bears entram no mercado forçando a pressão vendedora.
Subida: a parte direita do gráfico é onde o título passa um período bullish com uma tendência de
subida bem definida
Volume: à medida que a cotação do título vai caindo, o volume acompanha e cai também.
Quando a cotação começa a subir, o volume começa a subir também.
d. Canal de Tendência Bearish: um canal deste tipo forma-se quando a cotação do título vai
descendo, evoluindo sempre dentro do canal.
Em termos de trading, sempre que é identificado um canal de tendência bullish, o trader
deve tentar comprar sempre que a cotação se aproxima da linha de tendência de subida e
vender sempre que a cotação se aproxima da linha de canal. No caso de um canal de
tendência bearish, o trader deve tentar vender (short) o título sempre que se aproxima da
linha de canal e comprar sempre que se aproxima da linha de tendência de queda.
Finalmente, vale a pena referir que o ADX pode também ser utilizado como um instrumento
privilegiado no que toca a identificar uma eventual oscilação de mercado como o início (ou
fim) de uma nova tendência. Assim, por exemplo, se o ADX revela um fortalecimento a um
nível abaixo de 20 e, subsequentemente, o indicador começar a registrar valores superiores
a 20, isso pode significar que estamos a assistir à formação de uma nova tendência.
Recorrendo à mesma lógica, se o ADX começar a evidenciar um enfraquecimento acima de
40 e, ulteriormente, se mover para valores inferiores a esse mesmo nível, então é provável
que a atual tendência deixe de se verificar, passando o mercado a caracterizar-se por uma fase
de “trading”, isto é, passamos a assistir às (já mencionadas) deslocações “laterais” inerentes a uma
fase em que não se observam quaisquer tendências (“non-trending”).
O fator constante assume o valor de 0.0015 por uma simples razão: pretende-se confinar 70% a
80% das observações a um intervalo compreendido entre (–100 e +100). Deste modo, o indicador
CCI flutua à volta de zero e a percentagem de valores incluídos no referido intervalo vai depender
do número de períodos temporais considerados. Quer isto dizer que:
--> Um CCI curto será mais volátil, logo a percentagem de valores incluídos no intervalo (–100,
+100) será reduzida
--> Um CCI longo (i.é, cujo cálculo requer um elevado número de períodos) estará, pela mesma
razão, associado a uma elevada percentagem de valores incluídos no intervalo (–100, +100)
Que conclusões se poderão retirar a partir dos valores registrados pelo indicador? Em primeiro
lugar, urge salientar que os valores acima de (+100) e abaixo de (-100) representam,
respectivamente, indicações de compra e de venda.
Em segundo lugar, como cerca de 70% a 80% dos valores pertencem ao referido intervalo,
podemos concluir que os sinais de compra e venda só surgem durante 20% a 30% do tempo
considerado.
Vejamos, mais concretamente, como se desenrola este processo:
--> Quando o indicador se move para valores superiores a (+100), um novo sinal de compra poderá
surgir, caso se verifique uma forte tendência de subida
--> Quando o indicador se move para valores inferiores a (-100), um novo sinal de venda poderá
surgir, caso se verifique uma forte tendência de queda
Refira-se, finalmente, que a natureza generalista do CCI nos permite aplicá-lo de diversas maneiras
a uma série de ativos, desde as ações às obrigações.
Sinais de Acumulação
De que forma são representados os sinais «bullish» gerados pelo CMF? Através da indicação de
que um ativo financeiro se encontra sob acumulação. Para sabermos se tal é o caso, e para
determinarmos qual a intensidade da acumulação, podemos proceder através de uma das
seguintes maneiras:
1. Verificar se o CMF é maior do que zero. Se tal acontecer, o indicador assume valores
positivos e por isso constitui uma indicação de pressão de compra e de acumulação;
3. Conhecer o valor atual do indicador. Para além de ser superior a zero, o indicador deve
incorporar uma consistente capacidade de subida que o permita atingir níveis mais
elevados. Não devemos esquecer que a observação da tendência assumida pelo CMF é
importante para podermos distinguir entre indicações de compra fortes e sinais de
acumulação meramente incipientes.
Relativamente à situação ilustrada pelo gráfico anterior, devemos destacar o período compreendido
(sensivelmente) entre 28 de Setembro e 22 de Outubro. Um olhar atento permite-nos verificar que o
CMF continuou a crescer (os sinais de compra intensificaram-se) numa fase em que as ações
foram transacionadas «sideways». Além disso, o indicador passou de (+0.1208) em 28 de Setembro
para (+0.2377) em 22 de Outubro, ou seja, a pressão de compra quase aumentou para o dobro.
Naturalmente, isto constitui uma forte indicação «bullish» que viria a ser responsável por uma forte
valorização das ações – veja-se a subida dos títulos de 50 para 90 (valores aproximados).
Price Relative
por Equipa PortaldeBolsa
O preço relativo serve, essencialmente, para comparar a performance entre dois ativos. Na maioria
das vezes, este indicador é utilizado para comparar a performance de uma ação face um índice de
mercado. Pensemos, por exemplo, nos inúmeros gestores de carteira cujo principal objetivo é bater
(melhor dizendo, «outperform») o S&P 500. Naturalmente, as suas escolhas irão recair sobre os
títulos mais fortes. A importância do preço relativo reside precisamente neste aspecto, uma vez que
permite, de uma forma acessível, fazer uma descrição detalhada da performance de uma
determinada ação relativamente ao mercado.
Como calcular o preço relativo? Através da fórmula: Preço de fecho/Valor do índice
Exemplo: Vamos supor que as ações da Wal-Mart (WMT) estão a cotar nos 60 dólares e que o S&P
500 fechou nos 1400 pontos. Pode verificar-se, muito facilmente, que o preço relativo seria (neste
caso) igual a 60/1400=0.0428. Se posteriormente as ações valorizassem para os 70 dólares e o
S&P 500 avançasse para os 1450 pontos, então o novo preço relativo situar-se-ia nos 0.0482. Uma
vez que este valor é superior ao primeiro preço relativo encontrado, conclui-se que as ações (WMT)
bateram o índice de mercado no período considerado. Esta diferença pode ser registrada
graficamente no eixo das ordenadas (Y), dando assim origem a uma linha de preços relativos, a
qual poderá ser calculada numa base diária, semanal, ou mensal.
Repare no gráfico anterior: o preço relativo (associado às ações WMT) atingiu o pico a 16 de
Dezembro (ver linha vermelha), cerca de 2 semanas antes de as ações atingirem o valor
máximo. Seguiu-se uma série de novos picos (embora inferiores) e, passado alguns dias, a
linha de preços relativos quebrou a tendência de crescimento que se vinha a verificar desde
Agosto (ver linha azul). O mesmo viria a acontecer às ações da Wal-Mart algum tempo
depois. Conclusão: o comportamento descrito pela linha de preços relativos constitui um
bom presságio daquilo que poderá acontecer ao valor dos títulos. Neste caso concreto, a
quebra acentuada das ações WMT foi precedida por uma diminuição do preço relativo.
Veja-se agora o exemplo da Sun Microsystems: Depois de se ter registrado um mínimo mais
elevado no fim de Agosto, seguiu-se uma rápida subida no início de Setembro (note-se o pico
assinalado pela seta negra). Este aumento súbito do preço relativo significa, como vimos
anteriormente, que as acrções da Sun estavam muito mais fortes do que o mercado. Como seria de
esperar, o sinal positivo dado pela linha de preços relativos viria a refletir-se na sólida ascensão (a
partir de Outubro) dos títulos, fazendo com que as ações da Sun fossem um dos «top performers»
nos 17 meses que se seguiram.
Refira-se, finalmente, que os preços relativos podem também ser aplicados a sectores industriais:
ao fazê-lo, gestores e investidores poderão identificar sinais de força ou fraqueza relativa. Estes,
por sua vez, permitir-lhes-ão prever com alguma segurança quais os sectores em destaque, isto é,
aqueles que poderão «galvanizar» o mercado.
Rabbitt Q-StockRank
por Equipa PortaldeBolsa
O Q-Rank é um indicador formado a partir da combinação de 9 modelos de análise técnica e
fundamental. Os valores resultantes da sua aplicação variam entre 1 (mínimo) e 99 (máximo) –
assim, uma ação com um Q-Rank de 99 contém uma combinação ideal de
características/qualidades que a tornam superior a 99% do total de ações analisadas. Este método
compreende 2 componentes que, em conjunto, permitem conhecer melhor as qualidades (de uma
ação) determinantes para o cálculo do Q-Rank: o Technical Sub-rank (TSR) e o Earnings Sub-rank
(ESR). Na prática, seríamos tentados a comprar ações com um Q-Rank superior a 70 e a não
comprar se o Q-Rank for inferior a 50.
Decomposição
O Technical Sub-Rank (TSR) recorre a 4 modelos/indicadores:
1. O indicador de força relativa (relative strength) compara a performance de cada ação (em termos
de preço) ao longo dos últimos 4 trimestres com o conjunto de todas as outras ações em análise.
Desta forma, se uma ação atinge uma força relativa de 99, isso significa que a performance
registrada nos últimos quatro trimestres superou 99% do universo Q-Rank. Note-se, porém, que o
desempenho verificado no último trimestre tem um peso reforçado.
3. O ratio preço/média móvel a 200 dias é utilizado para identificar a tendência de uma ação; é
positivo acima de 120% e negativo abaixo de 90%.
1. Earnings surprise: é a diferença entre a mais recente divulgação dos resultados e as estimativas
consensuais formadas no mercado;
2. Earnings Revision: compara a última variação mensal dos ganhos esperados pelo mercado com
as previsões a um ano feitas pelas empresas;
3. Earnings acceleration: identifica as empresas que geraram ganhos nos últimos 4 anos e que,
segundo as estimativas do mercado, poderão alcançar resultados crescentes para os 2 anos
seguintes; na prática, este modelo premia as empresas cujos ganhos possam ser descritos por
sucessivas taxas de crescimento crescentes;
2. 99 EPS Growth – baseia-se nas previsões dos ganhos feitas consensualmente pelo mercado
para o próximo ano fiscal;
3. «Price/Earnings» - rácio utilizado a partir das estimativas dos ganhos a obter no próximo ano;
4. «Growth to P/E» - importa comparar os ganhos médios esperados para os próximos 2 anos com
um P/E médio baseado nesses mesmos ganhos;
Aplicação
a. Enquanto o PVO (12,26,9) ultrapassou o nível +20 no final de Outubro, o PVO (5,60,1) superou o
nível +50;
b. No início do referido mês (ver linha vermelha 1), o PVO (5,60,1) passou para terreno negativo
mas o PVO (12,26,9) permaneceu acima de zero;
c. No início de Dezembro (ver linha vermelha 2), o PVO (5,60,1) avançou mais rapidamente para
terreno positivo do que o PVO (12,26,9);
A imagem anterior permite-nos analisar 3 situações distintas em que a TR não seria determinada pelo
intervalo [máximo;mínimo]:
a. Depois de um «gap» positivo, formou-se uma diferença entre mínimo e máximo muito reduzida. Por esta
razão, a TR foi determinada pela diferença absoluta entre o máximo atual e o valor de fecho anterior.
b. O intervalo [máximo;mínimo] encontrado após um «gap» negativo é também reduzido, pelo que a TR foi
determinada pela diferença absoluta entre o mínimo actual e o valor de fecho anterior.
c. Embora o valor de fecho pertença ao intervalo de variação anterior, a diferença atual entre máximo e
mínimo é, de fato, muito pequena – menor até do que a diferença absoluta entre o máximo e o valor de
fecho anterior, sendo esta a fórmula utilizada para determinar a TR.
Geralmente, a aplicação do ATR compreende 14 períodos (ou um período de 14 dias), podendo o indicador
ser calculado numa base «intraday», diária, semanal ou mensal. Vejamos, a este propósito, o seguinte
exemplo (calculado numa base diária): como seria de esperar, o primeiro valor TR encontrado não é mais
do que a diferença entre o máximo e o mínimo da sessão inicial, sendo o ATR a 14 dias determinado pela
média dos TRs registrados nos últimos 14 dias. Para calcularmos o próximo ATR a 14 dias, bastaria (de
acordo com o método descrito por Wilder) realizar os seguintes passos:
Exemplo:
Na folha de cálculo acima ilustrada, podemos encontrar o primeiro valor TR (1.9688 corresponde à
diferença entre máximo e mínimo) e também o primeiro ATR a 14 dias (3.6646 é igual à média dos 14
valores TR iniciais). Seguem-se outros valores ATR calculados a partir do procedimento descrito
anteriormente.
Vejamos agora o gráfico anterior, baseado nos valores registrados (na folha de cálculo) entre 23 de Outubro
e 7 de Dezembro de 2000, e a forma como são calculados os valores para os dias 15 e 16:
Nota final: a medida em que o ATR demonstra a volatilidade em níveis absolutos, depressa nos
apercebemos que as ações mais baratas terão níveis ATR mais baixos do que os títulos mais caros. Por
exemplo, uma ação cotada em 10$ (USD) teria um valor ATR muito inferior a uma ação cujo preço
ascendesse aos 200$. Por esta razão, dever-se-á ter algum cuidado no momento de fazer comparações
entre níveis ATR de diferentes ativos, ou até do mesmo ativo se tiverem ocorrido variações muito grandes
no preço da ação.
Williams %R
por Equipa PortaldeBolsa
Desenvolvido por Larry Williams, o Williams %R (também conhecido por %R) é um indicador
muito utilizado para medir níveis «overbought» e «oversold». Na prática, o seu
funcionamento é semelhante ao do oscilador estocástico, na medida em que nos permite
conhecer a relação entre o valor de fecho e o intervalo [máximo;mínimo] verificado num
determinado período de tempo. A escala de valores vai de zero (0) até (-100), correspondendo os
níveis «overbought» ao intervalo (0;-20) e os níveis «oversold» ao intervalo (-80;-100). Pelo que até
aqui foi dito, facilmente se deduz que:
a. Quanto mais próximo do topo da escala estiver o valor de fecho, mais próximo de zero (logo,
mais elevado) estará o indicador;
b. Quanto mais afastado do topo (ou mais próximo da base) estiver o valor de fecho, mais perto de
-100 (logo, menor) estará o indicador;
c. Se o valor de fecho igualar o máximo do intervalo, então o indicador será igual a zero (valor
máximo). Pela mesma lógica, se o valor de fecho igualar o mínimo do intervalo, então o indicador
assumirá o valor mínimo (-100).
Fórmula:
%R = [(maior dos máximos–valor de fecho)/(maior dos máximos–menor dos mínimos)*(-100)]
Habitualmente, o Williams %R é calculado com base em 14 observações/períodos, quer seja a um
nível de «intraday», diário, semanal ou até mensal. Porém, como já foi referido anteriormente o
número de períodos e a duração dos mesmos pode e deve ser adequado às características
próprias de um determinado ativo.
Antes de continuarmos, devemos ter em atenção um aspecto crucial relativamente à interpretação
dos valores encontrados: «overbought» não significa necessariamente que se deve vender,
bem como «oversold» não significa que estejamos em boa altura para comprar. Na verdade,
um ativo poderá estar em tendência de queda, registrar um nível considerado «oversold» e aí
permanecer enquanto o preço continua a descer. Por outro lado, mal um ativo atinja níveis
«overbought» ou «oversold», os investidores deverão esperar por um sinal que confirme
uma inversão nos preços. Para isso, pode ser utilizado (mas não só) um método muito
simples: aguardar que o Williams %R cruze (para cima ou para baixo) o nível (-50).
Vejamos atentamente o gráfico anterior, a partir do qual podemos salientar alguns aspectos sobre a
aplicação do Williams %R a 14 e a 28 dias:
b. O %R a 28 dias é menos sensível aos valores observados e por isso mais confiável;
d. Surgem alguns sinais relevantes (no caso do %R a 28 dias) se optarmos por esperar por
uma confirmação, ou seja, por um movimento para cima ou para baixo de (-50).
Aplicação: Como que a acompanhar a evolução das opções transacionadas, o VIX é atualizado
diariamente, podendo ser utilizado numa base de «intraday», diária, semanal ou mensal para medir o
grau de volatilidade implíctia, bem como para analisar as expectativas que se vão formando no
mercado. Habitualmente, o VIX tem uma relação inversa com o mercado, razão pela qual os gráficos
utilizados na sua representação são ilustrados com a escala invertida: os valores mais baixos ficam em
cima e os mais altos em baixo. Por outras palavras, o valor do indicador aumenta quando o mercado
está em declínio e diminui quando o mercado está em expansão.
Chegou agora a altura de referir um ponto importante, o enviezamento «bullish» existente no mercado
de ações. O que significa isto? Quando o mercado de ações se encontra numa fase de expansão, os
investidores acreditam que o risco é menor do que quando o mercado se encontra em queda. Quanto
mais elevado for o risco percebido pelos investidores, maior será também a volatilidade implícita e o
preço das respectivas opções, particularmente as opções de venda. Por esta razão, a volatilidade
implícita não se refere à amplitude dos movimentos dos preços, mas sim ao risco implícito
subjacente ao mercado de ações. É também por isso que a quantidade procurada de opções de
venda aumenta quando o mercado está em declínio, fazendo subir o preço das opções e os níveis de
volatilidade implícita.
A partir da explicação dada até este momento, facilmente se conclui que a comparação entre a
evolução do VIX e a do mercado permite algumas pistas importantes relativamente à direção e
duração das tendências. Assim, quanto mais avançar o VIX, maior será o pânico no mercado;
quanto menores forem os valores assumidos pelo indicador, maior satisfação existirá no
mercado. Precisamente para avaliar o grau de pânico ou de satisfação, o VIX é muitas vezes utilizado
como um indicador contrário. De que forma? Valores muito baixos indicam um elevado grau de
satisfação e são vistos como sinais «bearish». Por sua vez, valores extremamente elevados – os
quais ocorrem habitualmente depois de uma descida acentuada e sob um ambiente ainda
bastante «bearish» - sugerem uma forte ansiedade ou pânico entre os investidores, sendo
interpretados como sinais «bullish».
Note-se que os sinais «contrários» gerados pelo VIX e pelo mercado nos permitem também
formar expectativas relativamente ao curto prazo. Assim, um forte sentimento de satisfação ou
«overly bullish» é interpretado como «bearish» pelos defensores da teoria do contrário – os
«contrarians». Pela mesma lógica, um sentimento de pânico generalizado ou «overly bearish» é
visto como «bullish». Se o mercado se encontra numa fase de acentuado declinio e o VIX
permanece inalterado ou diminui em valor, podemos ser levados a acreditar que o declínio ainda
se vai manter por mais algum tempo. Da mesma forma, se o mercado está em forte expansão e o
VIX aumenta em valor, isso poderá significar que o crescimento verificado poderá ainda persistir.
Vejamos agora o gráfico acima apresentado e a relação «inversa» entre o VIX e o mercado, traduzido
pelo índice S&P 100:
A aplicação de uma média móvel de 10 dias (10-day SMA) permite harmonizar a tendência de ambos e
concluir que, nos últimos 3 anos (entre Outubro de 1997 e Setembro de 2000), o VIX registrou 4 valores
(ver setas verdes) acima de 30, os quais são associados a uma tendência excessivamente «bearish»/de
pânico e a uma volatilidade implícita muito elevada. Por sua vez, os 3 registros (ver setas vermelhas)
abaixo de 20 indicam uma excessiva satisfação/tendência «bullish» e uma volatilidade implícita bastante
reduzida. Repare-se, finalmente, que uma vez registrados aqueles valores extremos, o sinal de
confirmação é dado pelo regresso do VIX ao intervalo compreendido entre os valores acima de 20 e
abaixo de 30.
TRIN
por Equipa PortaldeBolsa
Desevolvido por Richard Arms, o TRIN, ou "índice Arms" é um indicador de detecção de inversão de
tendência, ao determinar zonas "overbought" e "oversold". Devido ao seu método de cálculo, o
TRIN reage inversamente ao mercado, ou seja, a subida deste índice indica uma situação "bearish"
e quebra uma situação "bullish". Por vezes pode observar-se a escala do TRIN invertida de forma a
facilitar a sua interpretação.
O TRIN é a razão subidas/descidas dividido pelo razão volume das subidas/volume das descidas:
((Nº de títulos que encerraram positivos/Nº de títulos com encerramento negativo) / (volume dos
títulos que encerraram positivos/volume dos títulos que encerraram negativos))
Exemplos:
No primeiro exemplo, as razões eram iguais e o TRIN era 1, o que indica uma situação de
indefinição, com o volume a entrar em títulos que registravam valorizações virtualmente igual ao
que entrava em ações em quebra. No segundo exemplo, a razão volume de descida/volume de
descida não se manteve no mesmo ritmo do que a razão nº de subidas/nº de descidas e o TRIN
subiu acima de 1. Quando tal acontece, significa que o volume a afluir mais rapidamente a ações
que descem do que a ações que sobem. No exemplo final, o TRIN está abaixo de 1, indicando
precisamente o contrário.
As interpretações para este indicador têm evoluído. O próprio criador deste índice usa-o para
detectar condições de topo ou fundo no mercado. Este considera que o mercado está
"overbought" quando a média móvel simples de 10 dias do TRIN desce abaixo de 0.8 e
"oversold" quando se move acima de "1.2". Outras interpretações procuram considerar a direção
e o valor absoluto do TRIN de forma a determinar divergências "bullish" e "bearish". No gráfico a
seguir pode confirmar estas interpretações.
Desvio-padrão
por Equipa PortaldeBolsa
O desvio-padrão é um indicador estatístico de volatilidade. Mede a dispersão de valores de
uma amostra (os preços de fecho de 20 sessões de determinado ativo, por exemplo) em torno da
sua média. A dispersão é a diferença entre o valor de um determinado dado da amostra e a sua
média. Quanto maior for essa diferença, maior será o desvio-padrão e, portanto maior será a
volatilidade. Quanto mais perto o preço de fecho estiver da sua média, menor será o valor do
desvio-padrão e menor será a volatilidade. O cálculo do desvio-padrão é baseado no número de
períodos escolhido. Vinte dias é um período bastante usual, dado que representa o número de
dias úteis do mês.
Os passos para o cálculo deste indicador são os que se seguem:
- calcular o preço médio, que é soma dos preços dos 20 períodos a dividir pelo número de períodos
(2246.06/20 = 112.30);
- para cada período, subtrair o preço médio ao preço de fecho, obtendo assim o desvio para cada
período (-3.30, -9.24...);
- calcular o quadrado de cada desvio, obtendo assim o quadrado dos desvios (10.89, 85.38…);
- realizar a soma dos quadrados dos desvios (921.4551);
- dividir a soma dos quadrados dos resíduos por 20 (921.4551/20 = 46.0728).
- calcular a raiz quadrada da média da soma dos quadrados dos resíduos, o que nos dá
precisamente o desvio-padrão (6.7877).
De acordo com a seguinte tabela, podemos observar que o desvio-padrão muda à medida que o
tempo avança, dado que utilizamos os 20 dados anteriores ao cálculo. Portanto, cada vez que
acrescentamos um dado à tabela, eliminamos o dado mais antigo.
Interpretação:
Como podemos observar, após longos períodos de consolidação, ou seja, em altura reduzidos
movimentos de preços, o desvio padrão cai. Repare que nos finais de Dezembro e Março, o ativo
transacionava num intervalo de preços, o que levou à redução da volatilidade. A partir de Março,
quando os preços explodiram, a volatilidade também aumentou.
Já neste ativo, apesar de os preços serem idênticos aos do ativo anterior, os desvios-padrão são
também maiores. Até final de Dezembro, o desvio-padrão estava abaixo de 5. Após a subida
acentuada de Dezembro, o desvio-padrão subiu acima de 15. Desde então, ficou-se pelo 10 e nos
períodos mais avançados no tempo ficou acima de 17. Conclusão: este ativo é bem mais arriscado
do que o primeiro, logo pode possibilitar resultados maiores (quer negativos, quer positivos) a quem
o transacione.
Conclusão:
Recordo-me bem dos tempos em que a Cimpor não saía dos 16 euros (entre Junho de 1999 e Maio
de 2000), tempos em que a volatilidade do título era tão reduzida, que tornavam os títulos da
cimenteira dos menos atrativos do mercado. Em menos de 1 ano a cotação da Cimpor mais que
duplicou...
Oscilador de preço
por Equipa PortaldeBolsa
O Oscilador de Preço é um indicador baseado na diferença entre duas médias móveis e é expresso
ou em percentagem ou em termos absolutos, de acordo com as preferências do utilizador. As
médias móveis usadas para calcular o oscilador de preço podem ser exponenciais, ponderadas ou
simples e o número de períodos do cálculo pode variar. Para dados diários, médias móveis de
período longo são preferíveis de modo a filtrarem a normal aleatoriedade associada a dados diários.
Para dados semanais, que filtram desde logo alguma dessa aleatoriedade, as médias móveis mais
curtas podem ser mais apropriadas. Adicionalmente, uma média móvel do indicador pode ser
utilizada como "trigger" à semelhança do MACD. Nas explicações seguintes usaremos as
abreviaturas OPP (PPO em inglês) e OPA (APO em inglês) para explicar o Oscilador de Preço
Percentual e o Oscilador de Preço Absoluto, respectivamente.
Oscilador Preço Absoluto (OPA)
O OPA é a subtração da média móvel mais longa à média móvel mais curta. Por exemplo:
MME10 (média móvel exponencial de 10 períodos) menos a MME30 (média móvel exponencial de
30 períodos.
O gráfico que resulta deste cálculo forma o oscilador que flutua acima e abaixo de 0,
conforme as diferenças entre as médias móveis. Se a média móvel mais curta está acima da
média móvel mais longa então o indicador é positivo. Caso a média móvel de período mais
longo seja superior à de período mais curto, então o indicador será negativo.
Nota: o MACD também é calculado através da diferença absoluto e teoricamente também pode ser
calculado com quaisquer dois períodos definidos pelo utilizador, mas é tipicamente calculado
utilizando as médias móveis exponenciais de 12 e 26 dias.
The Oscilador de Preço Percentual é o resultado da subtração da média móvel de período mais
longo à média móvel de período mais curto que é posteriormente dividida pela média móvel de
período mais curto
Esta fórmula retorna a diferença dentre as duas médias móveis como uma percentagem da média
móvel de período mais curto.
1 - O círculo verde mostra que o OPP formou um máximo mais baixo em Dezembro enquanto que
o OPA forma um novo máximo.
2 - No final de Dezembro o OPA continuou mais elevado enquanto o PPO começou a "andar de
lado". (setas a vermelho).
3 - No início de Janeiro, o OPP fez um novo mínimo, um dia antes do mínimo do OPA.
1 - Com o OPP é possível comparar dois osciladores de preços de ativos diferentes. Um valor do
PPO de +5% significa que a MME de período mais curto é 5% superior que a média móvel de
período mais longo. Esta leitura em termos relativos é comparável com outro ativo,
independentemente do preço desse ativo. O OPP para o segundo ativo do gráfico seguinte só
atingiu máximos de 3% enquanto que o do Nasdaq Composite subiu acima de 7%.
2 - O OPP representa melhor a relação entre as duas médias móveis exponenciais. A diferença
entre as duas médias móveis é mostrada em relação à média móvel mais curta. Isto permite
comparações entre diferentes períodos, independentemente do preço. Com OPA, quanto mais
elevado for o preço de um ativo maiores são os extremos do oscilador. Com o PPO, uma
comparação entre um ativo em diferentes períodos de tempo é possível caso o preço da ação seja
de 10 ou de 100.
O Histograma OPP
O OPP diário, com o uso de médias móveis exponenciais de 12 e 26 dias é muito similar ao MACD,
que também usa as mesmas médias móveis. O OPP mede a diferença entre as duas médias
móveis como uma percentagem da média móvel mais curta.
Como o OPP e o MACD são muito similares, o conceito do histograma MACD pode ser aplicado ao
OPP. O histograma OPP mostra a diferença entre o OPP e a média móvel exponencial de 9 dias do
OPP. Os valores deste cálculo são apresentados em histograma de forma a que os "crossovers" e
divergências sejam facilmente indentificáveis. Os mesmo princípios que se aplicam ao histograma
MACD aplicam-se neste caso. O OPA é exatamente o mesmo que o MACD.
Se o valor do OPP é maior do que a sua média móvel exponencial de 9 dias, então o valor do
histograma será positivo. Analogamente, se o valor do OPP é menor do que o valor da sua MME9,
então o valor do histograma PPO será negativo.
Outros aumentos ou decréscimos no gap entre o OPP e a sua MME9 serão refletidos no
histograma OPP. Aumentos bruscos no histograma OPP indicam que ao subir mais
rapidamente do que a sua MME9, logo a o momento "bullish" está a fortalecer-se.
Diminuições bruscas no histograma OPP indicam que o OPP está a cair mais rapidamente do
que a sua MME9 - o momento "bearish" está a fortalecer.
Oscilador de Chaikin
por Equipa PortaldeBolsa
O "Chaikin Oscillator" (Oscilador de Chaikin) é um indicador que assenta nas mesmas premissas da
linha Acumulação/Distribuição, que já cobrimos em artigo anterior. A premissa básica deste
indicador reside no fato de o grau de pressão compradora ou vendedora pode ser determinado pela
localização do encerramento da sessão face aos respectivos mínimos e máximos do período
correspondente. Existe pressão compradora quando uma ação encerra na metade superior do
range do período (dia, semana, mês, trimestre) e há pressão vendedora quando uma ação encerra
na metade inferior do range do período.
Zig Zag
por Equipa PortaldeBolsa
O ZigZag não é propriamente um indicador mas um meio de filtragem de ruídos aleatórios e
comparação de movimentos de preço relativos. O ZigZag pode ser utilizado para reconhecer
mudanças de preços mínimos e ignorar as movimentações que não respeitem os critérios. Os
movimentos de preço mínimo são estabelecidos em termos percentuais e podem ser calculados
com base no preço de fecho ou na diferença entre o máximo e o mínimo.
Um ZigZag estabelecido em 10% com base em barras OHLC traça uma linha que apenas
inverte depois de uma mudança de 10% ou superior de um máximo para um mínimo. Todos
os movimentos menores do que 10% seriam ignorados. Se uma ação transacionar de um
mínimo de 100 para um máximo de 109, o Zig Zag não traça uma linha porque o movimento é
menor do que 10%. Se a ação subisse para um máximo de 110, então o ZigZag traçaria uma linha
de 100 até 110. Se a ação continuasse a subir até aos 112, esta linha seria estendida para 112 (100
para 112). O ZigZag não inverteria até que a ação descesse 10% ou mais, do seu novo máximo.
Caso esse máximo fosse 112, a ação teria de cair 11.2 pontos para os 100.8, de forma a que o
ZigZag invertesse e despoletasse uma nova linha.
Usos do Zig Zag
Filtro: a volatilidade e as flutuações diárias de preços podem dar origem a movimentos
erráticos ou ruídos aleatórios. O ZigZag pode ser usado para filtrar este ruído. Se os movimentos
de preço inferiores a 5% forem considerados insignificantes, então o ZigZag pode ser estabelecido
nos 5% e todos os movimentos inferiores a 5% serão ignorados.
Elliott Wave: O ZigZag pode ser utilizado para identificar ondas nas contagens de Elliott.
(Nota: o objetivo deste artigo não é explicar a Teoria das Ondas de Elliott (Elliott Wave Theory), mas
simplesmente ilustrar métodos de uso do ZigZag.
Elliott Wave
No exemplo acima o Zig Zag foi estabelecido nos 15%. Todos os movimentos de preço de 15% ou
superiores foram "desenhados" e todos os inferiores a 15% foram ignorados. Uma grande subida
tomou lugar em Outubro de 1999, formando uma estrutura de 5 ondas que durou até meados de
2000. Dentro desta grande estrutura, outras ondas menores também podem ser decifradas.
Retracements: O ZigZag pode ser usado para medir retrações (retracements). Depois de um
avanço, é comum uma ação retrair-se uma porção do seu avanço com uma correção. Depois
de um declíneo, é comum um ativo reagir à quebra com um pequeno "rally". De acordo com
a Teoria de Dow, as retrações de 1/3, 1/2 e 2/3 são as mais prováveis. Baseado nos números
de Fibonacci, os retracements de 38.2% ou 61.8% são os mais significativos.
Retracements
Durante a subida de 34 para 55, o ativo corrigiu duas vezes (ondas 2 e 4) e cumpriu os dois
"retracements" de Fibonacci: 0.618 e 0.786. O mais importante número de Fibonacci é talvez 0.618,
que é a "média dourada". A raiz quadrada de 0.618 é 0.786 (78.6%), outro número de Fibonacci
usado frequentemente por Scott Carney. Em Março de 2000, o título caiu 79.8% do seu avanço da
onda 1 (oval a vermelho). Desde o mínimo de Março de 2000, a ação subiu 1.70 vezes o seu
anterior declíneo e formou a onda 3, que está perto do 1.618 de Fibonacci.
A correção na onda 4 retraiu 67.6% do avanço da onda 3. Ainda que 67.6% e 79.8% não sejam os
exatos "retracements" de Fibonacci, são valores aproximados o suficiente de 61.8% e de 78.6%
para merecerem atenção.
Projeções: O ZigZag pode ser usado para medir movimentos de preço primários. Em oposição à
correção ou rally, um movimento de preço primário é um movimento de preço no mesmo sentido da
tendência. Em vez de retrair uma porção do movimento anterior, os movimentos primários
estendem-se para além do máximo ou mínimo anterior. Muitos analistas que usam as ondas de
Elliott e sequências Fibonacci projetam o comprimento de um avanço ou declíneo
multiplicando um razão para um "retracement" prévio.
Se o anterior declíneo (correção) fosse de 50 pontos e um especialista de Fibonacci procurasse
novos máximos no avanço subsequente, a projeção poderia ser 1.618 vezes o movimento anterior,
ou 81 pontos (50 x 1.618 = 81). Os 81 pontos seriam acrescentados ao início do avanço para um
"price target".
O Zig Zag traça uma linha baseada numa variação percentual mínima no preço. A mudança de
preço pode basear-se no preço de fecho, no máximo, no mínimo, na abertura e em alguns
programas pode até basear-se na diferença entre o máximo e o mínimo.
Grand Supercycle
Supercycle
Cycle
Primary
Intermediate
Minor
Minute
Minuette
Sub-Minuette
Transacionar utilizando os padrões de "Elliot Wave" é bastante simples. O "trader" identifica a onda
principal ou "supercycle", e entra longo e posteriormente vende ou coloca-se curto quando a
inversão é determinada. Continua-se a ter esta postura à medida que os ciclos vão encurtando e se
completam até que a onda principal ressurge. O problema está na identificação dos ciclos onde se
encontra o mercado e entre os analistas técnicos surgem muitas discussões a este propósito.