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Excelentíssimo senhor juiz de direito da xx vara de tóxico da comarca

de Belo Horizonte

Autos n° xxxxxxxxxxxxxxx

Mévio, já qualificado nos autos de ação penal que lhe move o Ministério Público, vem, por
intermédio de seu advogado que infra subscreve, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, irresignado com a sentença condenatória de sete anos de reclusão, interpor,
tempestivamente

RECURSO DE APELAÇÃO
Com fundamento no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal. Requer que, após
o recebimento destas, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, sejam os autos
encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão processados e provido o presente
recurso.

Termos em que,
pede e aguarda deferimento.

Local, data.

Advogada...

OAB...
RAZÕES DE APELAÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE xxxx

Autos de origem nº xxxxxxxx

Comarca de Belo Horizonte

Apelante: Mévio
Apelado: Justiça Pública do Estado de XXX
DOUTO PROCURADOR,

COLENDA CÂMARA.

A r. Decisão de fl. X, não traz aos autos a correta e eficaz aplicação da Justiça, conforme
será demonstrado pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:

I DOS FATOS

No dia 15-02-2017 policiais militares munidos de informações colhidas em inquérito


policial em desfavor de Tício, no qual seu celular foi vasculhado sem sua autorização,
vindo a ser lido mensagens que indicava a participação de Mévio no crime do art. 33 da
lei 11343/06, adentraram no interior do apartamento do apelante, onde encontraram 150
gramas de cocaína e 10 comprimidos de ecstasy.

Sendo a denúncia recebida na data 04-04-2017, e em audiência de instrução, nos termos


do art. 57 da lei 11343/06, após interrogatório do apelante foram inquiridos três policiais
militares, arrolados pelo MP, que confirmaram como se deu a suposta participação de
apelante, bem como a localização da droga em sua residência, as testemunhas arroladas
pela defesa destacou que o apelante era usuário contumaz de drogas, noticiaram
inclusive históricos de internações.
Neste feito na data 03-07-2017, foi deferido o pedido ministerial para condenar o apelante
nas sanções do art. 33 da lei 11343/06, sendo fixado a pena de 7 anos de reclusão de
acordo com art. 59 do CP, com início do cumprimento da pena sendo o regime fechado,
de acordo com entendimento do douto juiz, com base no art. 2 paragrafo 1° da lei
8.072/90. que entendeu ainda a possibilidade de o apelante recorrer em liberdade, tendo
em vista ter respondido o processo em liber

III DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

Compulsando os autos, afere-se que o processo deve ser nulificado a partir do


recebimento da denúncia, às fls. 47, por absoluta inexistência de justa causa, nos termos
do artigo 395, III, do Código de Processo Penal, porquanto a apreensão das droga
supostamente encontradas na residência do apelante ocorreu de forma ilegal, conforme o
teor do artigo 157, caput, do Código de Processo Penal, bem como do artigo 5º., XI e LVI,
da Constituição Federal, tendo em vista que os policiais não possuíam mandado judicial
autorizador da busca domiciliar, nem o consentimento do morador.

Neste ponto a lei tratou não somente das provas ilícitas, como também das chamadas
provas ilícitas por derivação, baseadas na doutrina do fruit of the poisonous ou the tainted
fruit, o que já era, na doutrina nacional, uma ideia mais ou menos pacífica. Esta
disposição é válida tanto em relação às provas ilícitas como às ilegítimas, para quem as
diferencia.

torna-se imperioso consignar a existência de outra nulidade que se depreende do termo


de audiência, haja vista que o interrogatório do apelante , ocorreu antes da oitiva das
testemunhas arroladas pela acusação, porquanto somente admitimos a realização do
interrogatório ao final da instrução criminal, de acordo com a reforma processual de 2008,
tendo em vista, inclusive, decisões do Pretório Excelso concernentes à observância da
regra insculpida no Código de Processo Penal, raciocínio perfeitamente aplicável,
também, ao procedimento da Lei nº. 11.343/06 (Lei de Drogas), a fim de assegurar o
respeito aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.

O princípio da ampla defesa insculpido no art. 5º., LV da Constituição Federalengloba não


somente a defesa técnica, a cargo de um profissional do Direito devidamente habilitado
(art. 261, parágrafo único, CPP), como também a denominada autodefesa ou defesa
pessoal, esta exercida pelo próprio acusado quando, por exemplo, depõe pessoal e
livremente no interrogatório.
Cumpre ressaltar que o apelante é primário, possui residência fixa e trabalho lícito,
conforme documentos acostado aos autos.

Ademais, o apelante não exerce e nunca exerceu o comércio ilícito de entorpecentes,


conforme afirmado durante o processo. A irrisória quantidade de drogas encontrada, seria
para o consumo pessoal, haja vista que se trata de usuário de drogas.

Portanto, verifica-se que nos autos não há nenhuma prova capaz de incriminar o apelante
de forma concreta e inequívoca ao delito em que foi condenado, pelo contrário, existem
apenas presunções de que a droga encontrada seria para a comercialização.

Como sabemos, no processo penal vigora o princípio segundo o qual a prova, para
alicerçar um decreto condenatório, deve ser indiscutível e cristalina.

Importante destacar também, que segundo os relatos obtidos nesse procedimento, seja
pelas testemunhas ou interrogatório do apelante, não há qualquer elemento que evidencie
a prática do comércio de drogas, maiormente quando não houvera flagrante de venda,
detenção de usuários, apreensão de objetos destinados à preparação, embalagem e
pesagem da droga.

Conforme se observa do exposto, resta comprovada a situação do apelante como


usuário, conduta tipificada no artigo 28 da Lei 11.343/06 e não a de traficante, conforme
aduzido na sentença condenatória.

Ante o exposto, reiteramos que todos os atos processuais devem ser nulificados a partir
das fls. 47 (inclusive) dos autos, nos termos dos artigos 157, 573, § 1º.(fruits of the
poisonous tree), c/c 395, III, todos do Código de Processo Penal, restando prejudicada a
análise das demais alegações da defesa, ou, subsidiariamente, a partir das fls. 98,
conforme expendido acima.

Outrossim, requeremos que cópia dos autos seja enviada à Corregedoria da Polícia Militar
e ao Grupo de Atuação Especial para o Controle Externo da Atividade Policial do
Ministério Público do Estado, a fim que se apure suposta prática do crime de abuso de
autoridade ocorrido quando da invasão ilícita do acima referido asilo inviolável.
IV DOS PEDIDOS

Ante a todo o exposto, requer:

a) O desentranhamento nos autos da prova ilícita, conforme artigo 157 do Código de


Processo Penal;
b) A absolvição do acusado diante da inexistência de provas do fato conforme artigo 386
inciso II e VII do CPP.
c) Caso não seja a absolvição o entendimento de V. Exas., pelo princípio da
eventualidade, que seja acolhida a tese de DESCLASSIFICAÇÃO para o delito de Uso de
Drogas (artigo 28 da Lei 11.343/06).

c) que acolhida a tese de desclassificação, que seja concedido o beneficio da Suspensão


Condicional do Processo, conforme art. 89 da lei n. 9.099/95 ou 77 da LEP
c) Por derradeiro, caso entendam pela condenação do apelante, pelo crime do art. 33 da
lei 11343/06, o que não se espera, requer a devida aplicação do § 4° do artigo 33 da Lei
11.343/06, analisando as circunstâncias pessoais favoráveis (artigo 59, do CP)

Nesses termos,

Pede e aguarda deferimento.

Local, data.

Advogada...

OAB...

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