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Contabilidade Industrial

Capitulo I: COMPONENTES DO CUSTO DE PRODUÇÃO

Classificação de custos quanto ao volume de produção.

A repartição dos custos segundo o seu andamento ou variabilidade com o


volume de actividade é fundamental para a tomada de muitas decisões e para
análises de rentabilidade de uma empresa.

Os custos quanto ao volume de produção ou de nível de actividade classificam-


se em:

 Custos Fixos;
 Custos Variáveis

Custos Fixos

Custos fixos são aqueles que não variam em função das quantidades
produzidas ou do nível de actividade.

Quer a empresa produza quer não, estes custos são suportados na mesma
proporção.

Exemplo:

 Salário dos operários;


 Renda de um armazém; entre outros.

Importa referir que, os custos são fixos a curto prazo, na medida em que a
longo prazo estes custos podem variar.

Custos Variáveis

Custos Variáveis são aqueles que variam em função das quantidades


produzidas ou do nível de actividade.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 1


Contabilidade Industrial

Quando as quantidades produzidas ou o nível de actividades aumentam, estes


custos também aumentam. Quando as quantidades produzidas ou o nível de
actividades diminuem, também estes custos diminuem.

Exemplo:

 Consumo de matérias-primas;
 Consumo de energia;
 Consume de combustíveis; entre outros.

Classificação de Custos quanto a sua afectação aos produtos


Os custos quanto a sua afectação aos produtos classificam-se em:

 Custos directos;
 Custos Indirectos

Custos Directos

Custos directos são aqueles que são directamente afectos ao produto, sem o
uso de um critério de rateio, os quais engloba a matéria-prima consumida e a
mão-de-obra directa.

Exemplo:

 Matéria-prima;
 Mão-de-obra directa.

Custos Indirectos

Custos indirectos são aqueles que pela sua dificuldade de distribuição, não
podem ser directamente afectos aos produtos, a afectação é feita mediante o
emprego de critérios de rateio pré- determinados.

Exemplos:

 Consumo de energia no sector fabril;


 Consumo de água no sector fabril;
 Lubrificantes para as máquinas;

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 2


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 Depreciação das máquinas;


 Seguros da fábrica; entre outros.

Componentes do custo industrial dos produtos e a sua determinação.

Os componentes do Custo Industrial de produção são basicamente três (3), ou


seja, para uma empresa industrial ter produto acabado, suporta basicamente
custos com:

 A Matéria-prima;
 A Mão-de- Obra Directa; e
 Os Gastos Gerais de Fabrico.

É dai que, para se determinar o custo que a empresa suportou para produzir
um determinado produto, recorre-se a seguinte fórmula:

CIP = MP + MOD + GGF

Onde:

CIP = Custo Industrial ou de produção

MP = Matéria Prima

MOD = Mão-de-obra Directa

GGF = Gastos Gerais de Fabrico

Conceito e Determinação do Custo da Matéria-prima

A determinação do custo do produto envolve o conhecimento do custo da


matéria-prima consumida no seu fabrico.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 3


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Designam-se Matérias-primas (MP) os bens que são incorporados no


processo produtivo, os quais são transformados em produtos acabados e se
incorporam materialmente no produto final.

Ex: Girassol, Copra, madeira, entre outras.

Assim, o sistema de informação deve possibilitar o conhecimento da


quantidade e o respectivo valor de cada matéria-prima consumida para
produzir cada produto.

Para atingir aqueles objectivos é necessário implantar-se na empresa um


subsistema de informação adequado, em que as matérias são controladas por
inventário permanente, definir o critério de valorização de existências a adoptar,
que pode ser (Custo médio ponderado, FIFO e LIFO) e observar
procedimentos que possibilitem a informação desejada.

O custo unitário das matérias-primas entradas em armazém deve considerar


todos os custos externos que foi necessário suportar para as obter,
nomeadamente: o preço pago ao fornecedor, encargos com o transporte e
seguros, direitos aduaneiros e taxas alfandegárias, entre outros.

Valor da Matéria-prima comprada.

O valor da matéria-prima comprada é assim obtido:

VMP Comp. = VF + DC - Desconto


Onde:

VMP Comp. = Valor da Matéria-prima comprada.

VF = Valor da Factura.

DC = Despesas de Compra.

Consideram-se despesas de compra, todas aquelas que são suportadas


desde o local de aquisição até ao de armazenamento da matéria-prima.

Exemplo:

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 4


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 Encargos com o transporte;


 Direitos aduaneiros e taxas alfandegárias, entre outros

Quantidade da Matéria-prima Consumida.

Num sentido geral, a quantidade da matéria-prima consumida para obter os


produtos acabados é assim determinada:

QMPC = Qi + Qcomp – Qf
Onde:

QMPC = Quantidade da Matéria-prima Consumida.

Qi = Quantidade inicial.

Qcomp. = Quantidade Comprada

Qf = Quantidade final.

Valor da Matéria-prima Consumida

Num sentido geral, o valor da matéria-prima consumida para obter os produtos


acabados é assim determinado:

VMPC = VEiMP + VMPComp - VEfMP


Onde:

VMPC = Valor da Matéria-prima Consumida

VEiMP = Valor da Existência inicial de MP

VMPComp. = Valor da Matéria-prima comprada

VEf MP = Valor da Existência final de MP

Conceito e Determinação do Custo da Mão-de-Obra Directa

Designa-se Mão-de-Obra Directa (MOD) o conjunto de todos os gastos


suportados com o pessoal que está directamente afecto ao processo produtivo.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 5


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Exemplo: Salário dos operários da fábrica, encargos com o salário dos


operários da fábrica, outras despesas com os operários da fábrica.

O apuramento do custo da Mão-de-Obra Directa envolve, por um lado a


determinação do tempo de trabalho de cada trabalhador, medido em horas que
se designam por Hora-homem (Hh) por produto e, por outro, o conhecimento
do custo de cada hora.

O custo da mão-de-obra directa é composto por duas vertentes: as


remunerações base; e as remunerações adicionais e encargos sociais
(facultativos ou obrigatórios).

As remunerações podem ser classificadas em fixas e variáveis.

São fixas a remuneração mensal ou ordenado, e os subsídios de Natal e de


férias.

São remunerações variáveis as horas extraordinárias, os prémios de


produtividade, etc.

O custo de cada hora deve incluir não só a remuneração mensal do


trabalhador, mas também as restantes remunerações fixas e todos os encargos
patronais.

Dividindo o custo global pelo número de horas de trabalho, teremos o custo de


cada hora.

Conceito e Determinação do Custo dos Gastos Gerais de Fabrico.

Designam-se Gastos Gerais de Fabrico (GGF) o conjunto de todos os gastos


que contribuem de forma indirecta na obtenção do produto acabado.

Exemplo: Energia e água na fábrica, lubrificantes para máquinas, amortização


do equipamento fabril, matérias subsidiárias, etc.

Quando a empresa produz único produto, para o apuramento do custo


industrial de produção, os diversos gastos gerais de fabrico suportados e
registados ao longo do processo produtivo são adicionados ao custo da
matéria-prima consumida e da mão-de-obra directa

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 6


Contabilidade Industrial

Entretanto, se a empresa produz diversos produtos apartir dos mesmos gastos


gerais de fabrico existem dificuldades no apuramento dos custos dos mesmos
relativamente a cada um dos produtos, pois neles são englobados gastos que
são comuns aos diversos produtos que se fabricam.

Para se ultrapassarem estas dificuldades têm de definir-se critérios de


imputação ou distribuição ou rateio dos gastos gerais de fabrico verificados no
período pelos produtos fabricados nesse período, recorrendo-se para o efeito
às chamadas bases ou unidades de imputação, calculando-se o coeficiente de
imputação.

GGF

Coeficiente de Imputação =

Base de Imputação

Bases usadas para o rateio de gastos gerais de fabrico.

Para o rateio de gastos gerais de fabrico usam-se geralmente as seguintes


bases:

 Quantidade de Matéria-prima consumida;


 Valor de Matéria-prima consumida;
 Quantidades de produtos produzidos;
 Valor da Mão-de-obra;
 Número de horas de MOD;
 Número de horas de trabalho das máquinas, etc

Métodos de rateio de gastos gerais de fabrico.

Existem os seguintes métodos de rateio de gastos gerais de fabrico aos


produtos:

 Imputação de base única;


 Imputação de base múltipla.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 7


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Imputação de base única consiste na imputação da totalidade dos GGF aos


produtos através de uma única base de imputação.

Imputação de base múltipla consiste na repartição prévia dos GGF por


grupos de custos com certas afinidades, escolhendo-se de seguida para cada
agrupamento a base de imputação mais conveniente. Portanto, utiliza-se mais
de uma base de imputação.

Outros componentes de custo de produção

Na fase final de produção existe o custo suportado com embalagens. O


acondicionamento dos produtos pode ser feito no sector fabril, ou no sector
comercial.

O custo com as embalagens pode ser considerado custo de produção e/ ou


apenas gasto de venda.

O custo com as embalagens é considerado custo de produção se o produto for


acondicionado no sector fabril e o referido produto não poder ser vendido sem
ser embalado.

Exemplo:

 Latas de Leite;
 Latas de Sardinhas;
 Caixinhas de detergentes, entre outras.

Entretanto, se o produto é embalado no sector comercial, o custo com estas


embalagens não é considerado custo de produção, mas sim gasto de venda.

Exercício de aplicação no 01

A empresa ABC tem a sua sede na cidade de Monapo e dedica-se a produção


de sabão apartir de copra. Da consulta efectuada nos seus livros de
escrituração obteve-se a seguinte informação relativa a MP durante o mês de
Agosto de 2012.

 Factura no 402 referente a aquisição de 300 t de Copra a 500,00 cada.


 Frete do camião para o transporte da Copra……… 2.000,00.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 8


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 Copra existente no inicio do mês…………………. 100t a 500,00 cada


 Copra existente no fim do mês ……………………. 50t a 500,00 cada

Com base nesta informação pretende-se determinar:

a) O valor da MP adquirida.

b) A quantidade da MP consumida durante o mês.

c) O valor da MP consumida durante o mês.

Exercício de aplicação no 02

Da consulta efectuada na contabilidade da empresa industrial Longa Vida Lda,


que se dedica a produção de Tecidos de Algodão na cidade da Beira, extraiu-se
a seguinte informação referente ao algodão no mês de Maio de 2011.

 Existências no inicio do mês ………………… 1.000 kg a 700,00 cada.


 Existências no fim do mês ……………………. 2.000 kg a 700,00 cada
 Compras …………………………………………. 5.000 kg a 700,00 cada.
 Direitos aduaneiros………………………………2.000,00
 Desconto na aquisição do Algodão ………….. 500,00.
 Frete do camião para o transporte do Algodão…. 3.000,00.
Pretende-se:
a) A quantidade de algodão consumido durante o mês

b) O valor de algodão adquirido durante o mês.

c) O valor de algodão consumido durante o mês.

Exercício de aplicação no 03

O contabilista da empresa industrial Solução Fácil S.A que se dedica a


produção de bacias plásticas na cidade de Maputo, forneceu os dados abaixo,
relativos a MP no mês de Fevereiro de 2013.

 Existências no inicio do mês……….. 100 unidades a 25,00 cada.


 Factura no 0024 relativa a 900 unidades de MP a 20,00 cada.
 Transporte da matéria-prima: 1 / 6 do valor da aquisição da mesma.
 Desconto: 2% do valor da factura no 0024. .
 Pagamento de trabalhadores sazonais para o descarregamento da
matéria prima…………500,00.
 Direitos aduaneiros e outras taxas alfandegárias……………….1.360,00.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 9


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N.B: No final do mês nos armazéns da empresa não havia nenhuma


quantidade de MP.

Com base nestes dados fornecidos pelo contabilista da empresa Solução Fácil
S.A , determine:

a) O valor da MP consumida durante o mês.

b) O valor da MP adquirida durante o mês.

c) A quantidade da MP consumida durante o mês.

Exercício de aplicação no 04

A empresa Viva Bem Lda, tem a sua sede na cidade de Inhambane e dedica-se
a produção e comercialização de Sabões e Sabonetes.

Da consulta efectuada no sector de contabilidade, obteve-se a seguinte


informação referente ao mês de Junho de 2013:

MOD do mês: 10.000 horas, assim distribuídas:

 Sabões …………… 8.000 horas


 Sabonetes…………2.000 horas

Quantidades produzidas:

 Sabão …………………..100.000 barras


 Sabonetes ……………..60.000

Os Gastos gerais de fabrico durante o mês totalizaram 500.000,00.

Na empresa o rateio ou distribuição dos GGF pelos produtos faz-se


proporcionalmente ao número de horas da MOD. (imputação de base única).

Com base nesta informação, pretende-se:

Efectuar o rateio dos GGF para obter o valor de GGF de cada produto.

Exercício de aplicação no 05

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 10


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A indústria Nova Geração Lda, tem a sua sede na cidade de Nampula e dedica-
se a produção e comercialização de três produtos: Bacias, Baldes e Jarros
plástico.

Para a imputação dos GGF aos produtos, a industria Nova Geração Lda, usa o
método de imputação de base única, sendo esta base as quantidades
produzidas.

Da consulta efectuada nos seus livros de escrituração extraiu-se a informação


abaixo referente ao mês de Setembro de 2012.

Quantidades produzidas:

 500 Bacias plásticas


 400 Baldes plásticos
 100 Jarros plásticos

Matéria-prima consumida:

 Bacias plásticas …………. 250 unidades a 35,00 cada


 Baldes plásticos…………..200 unidades a 35,00 cada
 Jarros plásticos…………… 50 unidades a 35,00 cada

Outros gastos:

 Energia no sector fabril …………………………… 10.000,00


 Comissões pagas aos vendedores………………. 1.200,00
 Lubrificantes para máquinas…………1 / 4 da energia no sector fabril.

Com base nesta informação, pretende-se:

Efectuar o rateio dos GGF para obter o valor de GGF de Bacias plásticas, de
Baldes plásticos e GGF de Jarros plásticos.

Exercício de aplicação no 06

Da consulta efectuada na contabilidade da empresa industrial Ganha Pouco


S.A, que se dedica a produção dos produtos A e B na cidade de Nacala,
extraiu-se a seguinte informação relativa ao mês de Outubro de 2011.

 Quota mensal de amortização do equipamento fabril ……….5.000,00

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 11


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 Salário do pessoal do sector administrativo …………………..12.000,00


 Energia no sector fabril …………………………………………. 1.500,00
 Energia no sector comercial ……………………………………. 200,00
 Lubrificantes para máquinas ……………………………….……6.000,00.
 Agua no sector fabril … 20% da energia suportada neste sector.

Consumo de MP:

 Produto A : 100 t a 250, 00 cada


 Produto B : 120t a 250,00 cada

Quantidades produzidas durante o mês:

 Produto A : 2.000 unidades


 Produto B : 4.000 unidades

N.B: Para a imputação dos GGF aos produtos a empresa usa o método de
imputação de base múltipla.

De acordo com os técnicos do sector fabril e do contabilista da empresa, a


depreciação do equipamento fabril e os gastos com lubrificantes variam
proporcionalmente ao valor da MP consumida, ou seja, são imputados aos
produtos em função do valor da MP consumida; e o consumo de energia e de
água varia proporcionalmente às quantidades produzidas, ou seja são
imputados aos produtos em função das quantidades produzidas.

Com base nesta informação, pretende-se:

Efectuar o rateio dos GGF para obter o valor de GGF do produto A e do produto
B.

.Exercício de aplicação no 07

A empresa GAMA Lda, tem a sua sede na cidade da Beira e dedica-se a


produção de três produtos, nomeadamente: Produto D, E e F. Os GGF que ela
suporta no seu processo produtivo são imputados aos produtos através de
imputação de base múltipla.

Da consulta efectuada nos seus livros de escrituração extraíram-se os


seguintes dados relativos ao mês de Agosto de 2012

MP consumida durante o mês :

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 12


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 Produto D……………… 2200 kg a 300,00 cada


 Produto E ………………4800 kg a 300,00 cada
 Produto F ………………. 1000 kg a 300,00 cada

Produção do mês:

 220 Unidades de produto D


 600 Unidades de produto E
 180 Unidades de produto F

MOD do mês:

 Produto D…………… 30 Hh a 200,00 cada


 Produto E …………… 50 Hh a 200,00 cada
 Produto F …………… 20 Hh a 200,00 cada

Outros gastos:

 Agua no sector fabril …… 1/ 3 da energia gasta no mesmo sector.


 Agua no sector administrativo …………………………………..200,00
 Matérias subsidiárias ……………………………………………. 5.000,00
 Energia no sector fabril …………………………………………. 3.000,00
 Publicidade ………………… …………………………………….1.200,00
 Lubrificantes para máquinas: 75% da água neste sector mais 3.250,00.
 Salário do pessoal do sector comercial …………….…………..22.000,00

N.B: Relativamente aos GGF, tem-se a seguinte informação: As matérias


subsidiárias variam proporcionalmente às quantidades produzidas, ou seja,
são imputadas aos produtos em função das quantidades produzidas e os
restantes GGF variam proporcionalmente ao valor da MOD do mês, ou seja,
são imputados aos produtos em função do valor da MOD do mês.

Pretende-se:

Efectuar o rateio dos GGF e apresentar o valor de GGF de cada produto.

Capitulo II: APURAMENTO DE CUSTOS DE PRODUÇÃO USANDO


MÉTODOS DE CUSTEIO DE SAÍDAS DE EXISTÊNCIAS EM ARMAZÉM OU
CRITÉRIOS VALORIMÉTRICOS

Critérios de valorização de existências em armazém

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 13


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Devido a flutuação dos preços no mercado as empresas industriais tem


adquirido matérias-primas com preços diferentes e consequentemente o custo
de produção dos produtos tem sido diferente. Para permitir a atribuição do
custo com que as existências (Matérias Primas, Matérias Subsidiárias assim
como os produtos acabados) devem estar e sair do armazém, elas adoptam
métodos de custeio.

Métodos de custeio ou critérios valorimétricos são aqueles utilizados para


permitir a atribuição do valor com que as existências devem estar e sair do
armazém.

Os métodos de custeio de saídas de existências em armazém são:

 Custo Médio Ponderado


 FIFO
 LIFO

Custo Médio Ponderado.

Este é o método caracterizado pela determinação de um custo médio sempre


que entram no armazém novas existências de valores diferentes.

O Custo médio determina-se através da Soma do valor das existências que a


empresa possuía no armazém e o valor que entra, dividido pela Soma da
quantidade que existia e a quantidade entrada.

Valor Existente + Valor Entrado

Custo Médio =

Quantidade Existente + Quantidade Entrada

Ou seja:

VT Onde: VT = Valor Total

+Custo Médio = QT = Quantidade Total

QT

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 14


Contabilidade Industrial

FIFO

Por este critério, os primeiros bens a entrarem no armazém são os primeiros a


saírem.

Assim, as existências em armazém são constituídas pelos bens mais recentes.

Pelo critério FIFO geralmente os bens que sobram no armazém são


valorizados aos preços mais recentes.

LIFO

Por este critério os últimos bens a entrarem no armazém são os primeiros a


saírem.

Assim, as existências em armazém são constituídas pelos bens mais antigos.

Pelo critério LIFO geralmente os bens que sobram no armazém são


valorizados aos preços mais antigos.

Cada um dos métodos (Custo Médio Ponderado, FIFO e LIFO) origina um valor
diferente para o custo das existências a saída do armazém.

N.B: Durante o processo de Apuramento dos Custos de produção estes


métodos são aplicados quando se determina: o valor da Matéria-prima
Consumida, o valor da Matéria Subsidiária Consumida, o CIPV (Custo
Industrial da Produção Vendida), e o Valor das Existências finais de Produtos
Acabados, de Matérias-primas e de Matérias Subsidiárias.

Após a determinação dos custos de produção, nomeadamente: CP; CT; CIP;


CIPun; CIPA; CIPAun e CIPV, elabora-se o Mapa de Apuramento de Custos de
Produção e Mapa de Demonstração de Resultados.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 15


Contabilidade Industrial

Mapa de Apuramento de Custos de Produção em…

Node Descrição Custos Custos Quant. Custo


Orde Parciais Globais Produzi Unitário
m
1. CUSTO PRIMO

1.1 MP
1.1.1 …

1.2 MOD
1.2.1 Salário dos operários

Total
2. CUSTO DE TRANSFORM.

2.1 MOD
2.1.1 Salário dos operários

2.2 GGF
2.2.1 Energia no sector fabril
2.2.2 Agua no sector fabril

2.2.3
Total
3. CUSTO INDUSTRIAL

3.1 MP
3.2 MOD
3.3 GGF
Total
4. CUSTO IND.PROD.ACAB.

4.1 PVFi
4.2 CIP
4.3 PVFf ( )
Total
5. CUSTO IND.PROD.VEND.
5.1 EiPA
5.2 CIPA
5.3 EfPA ( )
Total

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 16


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Mapa de Demonstração de Resultados por Funções em …

Descrição Valor
Volume de Vendas
CIPV ( )
Lucro Bruto
Gastos de Venda ( )
Gastos Administrativos ( )
Resultado Operacional
Rendimentos Financeiros
Custos Financeiros ( )
Resultado Antes do Imposto
Imposto ( )
Lucro Liquido

Volume de Vendas corresponde ao valor obtido como resultado da venda dos


produtos fabricados.

VV = Qv x Pv

Onde:

VV = Volume de Vendas; Qv= Quantidade vendida; Pv = Preço de venda.

Lucro Bruto é a diferença entre o volume das vendas e o Custo industrial da


produção vendida.

LB = VV – CIPV

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 17


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Onde: LB = Lucro Bruto; VV = Volume de Vendas; CIPV = Custo Industrial


da Produção Vendida.

Resultado ou Lucro Operacional é a diferença entre o Lucro bruto, os gastos


de venda e os gastos Administrativos.

Rop = LB – GV – GA

Onde:

Rop = Resultado ou Lucro Operacional; GV = Gastos de Venda; GA = Gastos


Administrativos.

Resultado Antes do Imposto corresponde ao resultado antes da dedução do


imposto sobre o rendimento.

RAI = Rop + RF – CF

Onde:

RAI = Resultado antes do imposto; Rop = Resultado ou Lucro Operacional;


RF = Rendimentos financeiros; CF = Custos Financeiros.

Lucro Liquido é o resultado obtido depois de se deduzir o imposto sobre o


rendimento.

LL = RAI – Imposto

Onde:

LL = Lucro Liquido; RAI = Resultado antes do imposto

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 18


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Imposto = RAI x % do Imposto.

Exercício de Aplicação no 01.

A Sociedade Segredo da Beleza tem a sua sede na cidade de Maputo e


dedica-se a produção de Tecidos de Algodão. Da consulta efectuada nos seus
livros de escrituração obteve-se a seguinte informação referente ao mês de
Setembro de 2012.

1. Existências iniciais:

 Produtos Acabados………………………. 500 tecidos a 45,41 cada.


 Matérias Subsidiárias……………………… 3.000,00.
 Matérias Primas………………………………2.000t a 600,00 cada.

2. Existências Finais:

 Produtos Acabados………………………… 4.000 tecidos


 Matérias Subsidiárias………………………..1.000,00
 Matérias Primas………………………………. 3.000t

3. Compras do mês:

 Matérias Primas………………………………. 8.000t a 550,00 cada.

4. Produção do mês:

 100.000 Tecidos

5. Vendas do mês:

 100.100 Tecidos.
 Preço de venda: 58,00 cada tecido.

6. Outros gastos:

 Salário dos operários da fábrica…………………..20.000,00.


 Salário dos vendedores……………………………10.000,00
 Salário do pessoal Administrativo………………. .25.000,00

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 19


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 Energia e água na fábrica …………………………15.500,00


 Encargos sociais com o salário dos operários da fábrica…1.500,00

N.B: Para a valorização das existências a Sociedade Segredo da Beleza usa o


Custo médio

Com base nesta informação, pretende-se:

a) A Quantidade e o Valor da MP consumida durante o mês.

b) CIP e CIPun.

c) CT

d) CP

e) CIPV

f) Valorizar as existências finais da MP.

g) Valorizar as existências finais de Produtos Acabados.

h) Elaborar o Mapa de Apuramento de Custos de Produção (sem incluir o


CIPV).

i) Elaborar o Mapa de Demonstração de Resultados.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 20


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Exercício de Aplicação no 02.

Os dados abaixo foram fornecidos pelo contabilista da empresa Longa Vida,


Lda, que se dedica a produção de Camisas a partir de Tecidos de Algodão na
cidade de Inhambane.

 Comissão paga aos vendedores ………………………….. 700,00


 Salário dos operários da fábrica: 200h a 100,00 cada.
 Lubrificantes para as máquinas: 11̸ 4 da energia do sector fabril.
 Encargos sociais com o salário dos operários da fábrica: 11̸ 5 do salário
dos mesmos.
 Energia na fabrica………………………………………………... 1.000,00.
 Quota mensal de amortização do equipamento administrativo..200,00

Existências Finais:

 Tecidos de Algodão ………………………… 400 tecidos.


 Matérias Subsidiárias ……………………….. 500 Unidades.
 Camisas ………………………………………. 600 Camisas

Compras do mês:

 Matérias Subsidiárias………………………… 200 Unidades a 3,00 cada.


 Tecidos de Algodão …………………………...600 tecidos a 58,00 cada.

Produção do mês:

 1.000 Camisas.

Existências Iniciais:

 Camisas produzidas e prontas para serem comercializadas… 800 a


70,00 cada.
 Tecidos de Algodão ………………………………….. 800 a 60,00 cada.
 Matérias Subsidiárias …………………………………1.800 Unidades a
2,00 cada.

Durante o mês a empresa vendeu 1.200 Camisas. Cada Camisa foi vendida ao
preço unitário de 99,00.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 21


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N.B: A empresa Longa Vida, Lda, usa o critério Custo médio para a valorização
das suas existências.

Pretende-se:

a) A Quantidade e o Valor da MP Consumida durante o mês.

b) A Quantidade e o Valor da Matéria subsidiária consumida durante o mês.

c) CP

d) CT

e) CIP e CIPun

f) CIPV e LB

g) Valorizar as existências finais de Produtos Acabados, de Matérias


Subsidiárias e as existências finais de MP.

h) Elaborar o Mapa de Apuramento de Custos de Produção (sem incluir o


CIPV).

i) Elaborar o Mapa de Demonstração de Resultados.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 22


Contabilidade Industrial

Exercício de Aplicação no 03.

A indústria Bem Viver, S.A dedica-se a produção de Panelas de Alumínio. Na


sua Contabilidade extraíram-se os seguintes dados referentes ao mês de
Novembro de 2010.

1. Existências iniciais:

 2.000Panelasa 20,71 cada.


 Matérias Subsidiárias………………………150 unidades a 100,00 cada.
 Alumínio………………………….…………3.000t a 200,00 cada.

2. Compras do mês:

 Alumínio………………………………. 4.000t a 275,00 cada.


 Matérias Subsidiárias ………………..100 Unidades a 95,00 cada

3. Existências Finais:

 Panelas ………………..?
 Matérias Subsidiárias………………………..50 unidades
 Alumínio ……………………………….……. 1.500t

4. Produção do mês:

 50.000 Panelas

5. Vendas do mês:

 48.250 Panelas.
 Preço de venda: 35,00 cada panela

6. Outros gastos:

 Salário dos operários da fábrica…………………..20.000,00.


 Salário dos vendedores……………………………10.000,00
 Salário do pessoal Administrativo………………. .25.000,00
 Energia e água na fábrica …………………………15.500,00
 Encargos sociais com o salário dos operários da fábrica: 9% do salário
dos mesmos.
 Comissões pagas aos vendedores: ¼ do salário dos mesmos.
 Lubrificantes para máquinas ……………..2,5% de água e energia no
sector fabril.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 23


Contabilidade Industrial

N.B: Para a valorização das existências a indústria Bem Viver, S.A usa o
critério Custo médio.

Com base nesta informação, pretende-se:

a) A Quantidade e o Valor do Alumínio consumido durante o mês.

b) A Quantidade e o Valor da Matéria subsidiária consumida durante o mês.

c) CIP e CIPun.

d) CT e CP

e) CIPV

f) Valorizar as existências finais da MP e da MS.

g) Valorizar as existências finais de Produtos Acabados.

h) Elaborar o Mapa de Apuramento de Custos de Produção (sem incluir o


CIPV).

i) Elaborar o Mapa de Demonstração de Resultados.

Exercício de Aplicação no 04.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 24


Contabilidade Industrial

A empresa industrial BNM, Lda tem a sua sede na cidade de Nampula e


dedica-se a produção de sabonetes apartir de Copra. Na sua contabilidade
extraíram-se os dados abaixo referentes ao mês de Outubro de 2012.

1.Matérias Primas

 Existências no inicio do mês…………………. 400t a 300,00 cada


 Compras…………………………………………200t a 285,00 cada
 Consumo………………………………………..500t

2. Produção Acabada

 Existências no inicio do mês…………….3.000 Sabonetes a 4,25 cada


 Produção do mês………………………….50.000 Sabonetes
 Vendas do mês…………………………….45.000 Sabonetes
 Preço de venda de cada Sabonete……..6,00.

3. Outros gastos

 Salário dos operários da fábrica…………………..20.000,00.


 Salário dos vendedores……………………………10.000,00
 Salário do pessoal Administrativo………………. .45.000,00
 Energia e água na fábrica …………………………12.500,00
 Lubrificantes para as máquinas…………………….1.500,00
 Encargos sociais com o salário dos operários da fábrica: 4% do salário
dos mesmos.
 Juros do empréstimo bancário …………………….5.000,00.

N.B: Para a valorização das suas existências a indústria BNM Lda, usa o
Critério FIFO.

1. Com base nestes dados pretende-se:

a) O valor da MP consumida durante o mês.

b) CT

c) CIP e CIPun

d) CIPV

e)Valorizar as Existências finais de MP e as Existências finais de Produtos


Acabados.

f) CP
Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 25
Contabilidade Industrial

g) Elaborar o Mapa de Apuramento de Custos de Produção (sem incluir o


CIPV).

h) Elaborar o Mapa de Demonstração de Resultados.

2. Suponha que para a valorização das suas existências a empresa industrial


BNM, Lda usa o critério LIFO e determine os elementos que se pretendem no
número 1 do presente exercício de acordo com os dados fornecidos.

Exercício de Aplicação no 05.

Da consulta efectuada nos livros de registo da empresa FABAM, Lda, que se


dedica a produção de Bacias Plásticas obteve-se os seguintes dados relativos
ao mês de Fevereiro de 2011.

1. Compras do mês:

 Matéria Prima……………………………2.000 Unidades a 40,00 cada.


 Matérias Subsidiárias …………………….500 litros a 35,00 cada.

2. Existências iniciais:

 Produtos Acabados………………………. .1.000 Bacias a 39,50 cada.


 Matérias Subsidiárias……………………...600 litros a 33,00 cada
 Matéria Prima……………………………..3.000 Unidades a 44,00 cada.

3. Consumos do mês:

 Matéria Prima……………………………... 3.000 Unidades


 Matérias Subsidiárias……………………...800 litros

4. Produção do mês:

 5.000 Bacias

5. Existências Finais:

 Matéria Prima…………………………………. ?
 Matérias Subsidiárias………………………….?
 Produtos Acabados………………………… …?

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 26


Contabilidade Industrial

6. Vendas do mês:

 .4.500 Bacias
 Preço de venda: 55,00 cada Bacia.

7. Outros gastos:

 Comissão dos Vendedores……………………………7.000,00


 Salário do pessoal Administrativo………………. …...22.000,00
 Energia e água na fábrica ………………………….1.000,00
 Publicidade……………………………………………3.000,00
 Salário dos operários da fábrica: 225h a 125,00 cada.
 Quota mensal de amortização do equipamento fabril …. 200,00

N.B: Primeiro considere que para a valorização das existências a Sociedade


Segredo da Beleza usa o Critério FIFO e apresente o que abaixo se pretende.
De Seguida, usando os mesmos dados, considere que esta sociedade usa o
critério LIFO e apresente o que abaixo se pretende.

a) O Valor da MP e da Matéria Subsidiária consumidas durante o mês.

b) CIP e CIPun.

c) CIPV e LB ; d) CP ; e) CT

f) Valorizar as existências finais de MP; de Matérias Subsidiarias e de Produtos


Acabados.

g) Elaborar o Mapa de Demonstração de Resultados.

Exercício de Aplicação no 06.

A empresa industrial Solução Fácil, S.A, tem a sua sede na cidade da Beira,
dedica-se a produção de Carteiras apartir de madeira e na valorização das
suas existências ela usa o LIFO. Da consulta efectuada na sua contabilidade
obteve-se a informação abaixo referente ao mês de Maio de 2009.

 Energia no sector fabril………………………………………… 900,00 mais


1 ⁄ 3 deste valor.
 Quota mensal de amortização do equipamento Administrativo….. 300,00
 Lubrificantes para as máquinas……………………………………...800,00
 Salário dos operários da fabrica…………………………………. .12.000,00
 Comissão dos vendedores…………………………………………....950,00
Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 27
Contabilidade Industrial

 Outros Gastos com os operários da fábrica: 2,5% do seu salário.

Informações referentes a madeira e matérias subsidiárias.

 Madeira existente no inicio do mês ……….. 1.000 tábuas a 20,00 cada.


 Madeira comprada durante o mês ………….2.000 tábuas a 24,00 cada
 Madeira existente no fim do mês …………….?
 Madeira utilizada durante o mês ……………2.500 tábuas.
 Matérias Subsidiárias existente no inicio do mes……… 700 Unidades a
14,50 cada.
 Matérias Subsidiarias Adquiridas durante o mês…………200 Unidades a
13,50 cada.
 Matérias Subsidiarias Utilizadas durante o mês …………650 Unidades
 Matérias Subsidiarias existentes no fim do mês ……. ?

Carteiras produzidas e prontas para serem comercializadas:

 No inicio do mês …………………………………900 Carteiras a 95,50


 No fim do mês……………………………………..916 Carteiras.

Carteiras produzidas durante o mês:

 891 Carteiras

Carteiras vendidas durante o mês:

 875 Carteiras
 Preço de venda: 120,00 cada

1.Com base nesta informação pretende-se:

a) O valor da matéria prima consumida durante o mês.

b) CTe CP (apresente todos os cálculos referentes aos GGF)

c) CIP e CIPun

d) CIPV e LB

e) Custo Complexivo

f) Valorizar a madeira; as matérias subsidiárias; e as carteiras existentes no fim


do mês.
Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 28
Contabilidade Industrial

g) Elaborar o Mapa de Apuramento de Custos de Produção (sem incluir o


CIPV).

h) Elaborar Mapa de Demonstração de Resultados.

2. Considere a mesma informação do presente exercício e suponha que para a


valorização das suas existências a empresa industrial Solução Fácil, S.A usa o
critério FIFO e apresente o que acima se pretende.

Capitulo III: SISTEMAS DE CUSTEIO

Sistemas de custeio referem-se as formas como os custos são registados e


atribuídos aos produtos dentro da empresa.

Durante o processo de apuramento de custos de produção recorrendo-se aos


sistemas de custeio, esses custos são repartidos em:

 Custos Fixos; e
 Custos Variáveis.

Como nos referimos anteriormente, Custos fixos são aqueles que não variam
em função das quantidades produzidas ou do nível de actividade.

Quer a empresa produza quer não, estes custos são suportados na mesma
proporção.

Exemplo:

 Salário dos operários;


 Renda de um armazém; etc.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 29


Contabilidade Industrial

Custos Variáveis são aqueles que variam em função das quantidades


produzidas ou do nível de actividade.

Quando as quantidades produzidas ou o nível de actividades aumentam, estes


custos também aumentam. Quando as quantidades produzidas ou o nível de
actividades diminuem, também estes custos diminuem.

Exemplo:

 Consumo de matérias-primas;
 Consumo de energia;
 Consumo de combustíveis; etc.

Tipos de Sistemas de Custeio.

Relativamente aos sistemas de Custeio, existem os seguintes:

 Sistema de Custeio Total;


 Sistema de Custeio Racional; e
 Sistema de Custeio Variável

Sistema de Custeio Total

Este sistema caracteriza-se por considerar todos os custos industriais (fixos e


variáveis) como custos dos produtos.

CIP₌ CV ₊ CF Onde:

CIP = Custo Industrial ou de Produção

CV = Custo Variável

CF = Custos Fixos

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 30


Contabilidade Industrial

Exemplo: Na contabilidade da empresa Longa Vida que se dedica a produção


de Sapatos apartir de pele na cidade de Maputo, extraiu-se os dados abaixo
relativos ao mês de Agosto de 2013.

 Pele consumida durante o mês …….10.000,00.


 Energia na fabrica ……………….…….2.000,00
 Salário dos operários ………………….8.000,00
 Sapatos produzidos durante o mês: 200 pares
 Produção normal da máquina: 250 pares.

N.B: Para o apuramento de custos de produção a empresa Longa Vida adopta


o sistema de Custeio Total.

Pretende-se:

a) Determinar o Custo Industrial ou de Produção.

b) Determinar o Custo Industrial da Produção Unitária.

Resolução:

CIP 20.000,00
a) CIP₌ CV ₊ CF b) CIP un = =
CIP = 12.000,00 + 8.000,00 QP 200
CIP = 20.000,00 CIP un = 100,00 / Par

Sistema de Custeio Racional

Este sistema caracteriza-se por considerar como custos dos produtos os custos
variáveis industriais e um valor de custo fixos industriais que resulta da
multiplicação dos custos fixos industriais do período pelo quociente do volume
real de produção pelo volume normal (capacidade instalada).

Os Custos fixos a incorporar na produção obtêm-se da seguinte forma:

CF a Incorporar = CF x Pr

Pn Onde:
CF = Custos Fixos do período.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 31


Contabilidade Industrial

Pr = Produção Real.

Pn = Produção Normal (Capacidade instalada).

Assim, o custo industrial de produção obtêm-se da seguinte forma:

CIP = CV + (CF x Pr)


Pn

Onde:

CIP = Custo Industrial ou de Produção ; CV = Custo Variável

CF = Custos Fixos do período ; Pr = Produção Real.

Pn = Produção Normal (Capacidade instalada).

Importa salientar que, a diferença entre os custos fixos totais e os custos fixos
a incorporar resulta o custo fixo do período não incorporado na produção e este
é apresentado no mapa de demonstração de resultado como custos não
incorporados na produção.

Tomemos o exemplo anterior da empresa Longa Vida.

Na contabilidade da empresa Longa Vida que se dedica a produção de


Sapatos apartir de pele na cidade de Maputo, extraiu-se os dados abaixo
relativos ao mês de Agosto de 2013.

 Pele consumida durante o mês …….10.000,00.


 Energia na fabrica ……………….…….2.000,00
 Salário dos operários ………………….8.000,00
 Sapatos produzidos durante o mês: 200 pares
 Produção normal da máquina: 250 pares.

N.B: Para o apuramento de custos de produção a empresa Longa Vida adopta


o sistema de Custeio Racional.

Pretende-se:

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 32


Contabilidade Industrial

a) Determinar o Custo Industrial ou de Produção

b) Determinar o Custo Industrial da Produção Unitária

Resolução:

CIP 18.400,00
a) CIP = CV + (CF x Pr ) b) CIPun = =
Pn QP 200
CIP = 12.000,00 + (8.000,00 x 200 ) CIP un = 92,00 / Par
250
CIP = 12.000,00 + (8.000,00 x 0,8)
CIP = 12.000,00 + 6.400,00
CIP = 18.400,00
Sistema de custeio variável

Este sistema caracteriza-se por considerar como custos dos produtos a penas
os custos variáveis industriais.

Desta forma, apenas os custos variáveis industriais constituem custo dos


produtos.

Os custos fixos de produção são na sua totalidade custos do período em que


ocorrem, e estes são apresentados no mapa de demonstração de resultados.

Assim, o custo industrial de produção obtêm-se da seguinte forma:

CIP₌ CV Onde:

CIP = Custo Industrial ou de Produção.


CV = Custos Variáveis.

Tomemos o exemplo anterior da empresa Longa Vida.

Na contabilidade da empresa Longa Vida que se dedica a produção de


Sapatos apartir de pele na cidade de Maputo, extraiu-se os dados abaixo
relativos ao mês de Agosto de 2013.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 33


Contabilidade Industrial

 Pele consumida durante o mês …….10.000,00.


 Energia na fabrica ……………….…….2.000,00
 Salário dos operários ………………….8.000,00
 Sapatos produzidos durante o mês: 200 pares
 Produção normal da máquina: 250 pares.

N.B: Para o apuramento de custos de produção a empresa Longa Vida adopta


o sistema de Custeio variável.

Pretende-se:

a) Determinar o Custo Industrial ou de Produção

b) Determinar o Custo Industrial da Produção Unitária

Resolução:

a) CIP = CV CIP 12.000,00


CIP = 12.000,00 b) CIPun = =
QP 200

CIPun = 60,00 / Par

Como se pode notar, cada sistema de custeio origina um custo de produção


diferente. Em caso de se adoptar os sistemas de Custeio Racional e Variável,
no momento da fixação do preço e venda é necessário ter em conta os custos
fixos de produção não incorporados na determinação do custo dos produtos.

Exercícios de aplicação relativos aos sistemas de custeio.

Exercício de aplicação nº 01.

A empresa Nova Geração tem a sua sede na cidade de Nampula e dedica-se a


produção de Blusas apartir de tecidos de algodão. Para a valorização das suas
existências esta indústria usa o critério LIFO. Da consulta efectuada na sua
contabilidade extraiu-se a informação abaixo referente ao mês de Maio de
2012.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 34


Contabilidade Industrial

1. Gastos Industriais

Descrição Valor
Tecidos de algodão consumidos durante o mês 200.000,00
Salário dos operários da fábrica 25.000,00
Manutenção das máquinas: 1/ 3 da energia no sector fabril
Horas extraordinárias dos operários da fábrica 2.000,00
Energia no sector fabril 3.000,00

2. Gastos não industriais:

Descrição Valor
Salário dos vendedores 7.000,00
Energia no escritório 200,00
Juros pagos 500,00

3. Informações referentes a Blusas:

Descrição Quantidade Custo/Preço


unitário
Blusas existentes no inicio do mês 500 45,80
Blusas produzidas durante o mês 5.000
Capacidade estalada da máquina 6.000 Blusas
Blusas vendidas durante o mês 5.300 55,00

Pretende-se:

1. Usando o sistema de Custeio Total apresentar:

a) O CIP e CIPun.

b) Mapa de demonstração de resultados.

2. Usando o sistema de Custeio Racional apresentar:

a) O CIP e CIPun.

b) Mapa de demonstração de resultados.

3. Usando o sistema de Custeio Racional apresentar:

a) O CIP e CIPun.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 35


Contabilidade Industrial

b) Mapa de demonstração de resultados.

Exercício de aplicação nº 02.

Da consulta efectuada na contabilidade da empresa ABC que se dedica a


produção de óleo alimentar apartir de girassol na cidade de Inhambane, e que
para a valorização das suas existências usa o critério FIFO obteve-se a
seguinte informação referente ao mês de Agosto de 2013:

1. Informações relativas ao girassol:

Descrição Quantidade Preço unitário


Girassol existentes no inicio do mês 300t 300,00
Girassol adquirido durante o mês 200t 280,00
Girassol consumido durante o mês 450t

2. Informações relativas ao óleo:

Descrição Quantidade Custo/Preço


unitário
Óleo existente no inicio do mês 800 Litros 40,00
Óleo produzido durante o mês 4.000 Litros
Capacidade estalada da máquina 8.000 Litros
Óleo Vendido durante o mês 3.800 Litros 55,00

3. Outros Gastos:

Descrição Valor
Energia no sector fabril 1.000,00
Salário dos operários da fábrica 20.000,00
Agua no sector fabril 500,00
Comissão dos vendedores 250,00
Publicidade 300,00

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 36


Contabilidade Industrial

Pretende-se:

1. O valor do girassol consumido durante o mês.

2. Usando o sistema de Custeio Total apresentar:

a) O CIP e CIPun.

b) Mapa de demonstração de resultados.

3. Usando o sistema de Custeio Racional apresentar:

a) O CIP e CIPun.

b) Mapa de demonstração de resultados.

4. Usando o sistema de Custeio Variável apresentar:

a) O CIP e CIPun.

b) Mapa de demonstração de resultados.

5. Valorizar as existências finais de girassol.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 37


Contabilidade Industrial

Exercício de aplicação nº 03.

O contabilista da empresa Ganha Pouco Lda que se dedica a produção de


Bacias plásticas na cidade da Beira e que para a valorização das suas
existências usa o critério LIFO, forneceu a seguinte informação referente ao
mês de Setembro de 2010.

1. Matéria Prima e Matéria Subsidiária:

Descrição Quantidade Preço


unitário
MP existente no inicio do mês 500t 200,00
MP adquirida durante o mês 250t 220,00
MP existente no fim do mês 150t
Matéria Subsidiária existente no inicio do mês 100 Litros 45,00
Matéria Subsidiária adquirida durante o mês 120 Litros 43,00
Matéria Subsidiária consumida durante do mês 210 Litros

2. Outros Gastos industriais:

Descrição Valor
Energia no sector fabril 2.000,00
Salário dos operários da fábrica: 220h a 140,00 cada
Agua no sector fabril: 1/ 4 da energia neste sector mais 200,00

3. Gastos não industriais:

Descrição Valor
Publicidade: 1/6 do salário dos vendedores
Energia no sector administrativo 300,00
Salário dos vendedores 12.000,00

4. Produtos acabados

Descrição Quantidade Custo/Preço


unitário
Bacias existente no inicio do mês 600 9,50
Bacias produzidas durante do mês 16.000
Capacidade estalada da máquina 16.600 Bacias

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 38


Contabilidade Industrial

Bacias existentes no fim do mês 500


Bacias vendidas durante do mês 12,50

Pretende-se:

1. a) O valor da MP consumida durante o mês.

b) O valor da matéria Subsidiária consumida durante o mês.

2. Usando o sistema de Custeio Racional apresentar:

a) O valor dos custos fixos a incorporar no custo de produção.

b) O valor dos custos fixos não incorporados na produção.

c) O CIP e CIPun.

d) Mapa de demonstração de resultados.

3. Usando o sistema de Custeio Variável apresentar:

a) O CIP e CIPun.

b) Mapa de demonstração de resultados.

4. Usando o sistema de Custeio Total apresentar:

a) O CIP e CIPun.

b) Mapa de demonstração de resultados.

5. Valorizar as existências finais de MP

Capitulo IV: CUSTOS REAIS E CUSTOS PREDETERMINADOS.

Custos Reais

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 39


Contabilidade Industrial

Custos reais ou históricos são aqueles que têm por base os registos
contabilísticos e obtêm-se após os factos patrimoniais terem acontecido ou
seja, são aqueles que efectivamente ocorreram no processo produtivo em um
determinado período

Estes custos também são conhecidos por aposteriorísticos, dado que só é


possível determinar o seu valor após os factos patrimoniais terem acontecido.
Só se conhece por exemplo, o custo de uma compra após a sua efectivação e
só é conhecido o custo de um produto X após a sua produção.

Ex: Uma empresa industrial fabrica o produto de limpeza designado por Lavax.
Recorrendo aos registos contabilísticos, a empresa concluiu que no mês
passado o custo unitário de produção foi de 148,00 por unidade.

Portanto, 148,00 é um custo real porque foi possível conhecer depois de se


produzir o produto e para conhecer foi necessário recorrer aos registos
contabilísticos efectuados.

Custos Predeterminados

Os custos Predeterminados ou teóricos são calculados antes dos factos


patrimoniais se verificarem, isto é, antes de a compra da matéria prima se
concretizar, antes de se produzir o produto X, etc.

Estes custos determinam-se com base em registos reais anteriores e em


estudos de mercado.

Ex: Uma empresa industrial pretende fabricar um novo produto de limpeza


designado por Lavabenzol. Em conformidade com a informação disponível
prevê-se que o custo unitário de produção seja de 193,00 por litro.

Portanto, 193,00 é um custo predeterminado ou histórico porque foi


determinado antes de se produzir o produto.

Os Desvios.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 40


Contabilidade Industrial

Da comparação entre os custos predeterminados e os custos reais obtêm-se


os desvios.

O desvio é a diferença entre o que tinha sido previsto gastar e o que


efectivamente se gastou.

Assim:

Desvio = Custo Predeterminado – Custo Real.

Tipo de Desvio.

O desvio pode ser:

 Desvio favorável; e
 Desvio desfavorável.

Diz-se que o desvio é favorável quando o custo real for inferior ao custo
previsto ou seja, o custo real não exceder o custo previsto.

Diz-se que o desvio é desfavorável quando o custo real for superior ao custo
previsto ou seja, o custo real exceder o custo previsto.

Exercício de aplicação nº 01.

A empresa industrial Nova Geração pretende fabricar telemóveis.

O custo previsto para produzir cada telemóvel é o seguinte:

Descrição Valor
Consumo de Matéria Prima 1.000,00 Cada telemóvel

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 41


Contabilidade Industrial

Mão-de-obra e outros gastos fabris 600,00 Cada telemóvel


Total 1.600,00 Cada telemóvel

Durante o mês de Janeiro deste ano a empresa fabricou 1.000 telemóveis,


tendo gastado o seguinte:

Descrição Valor
Matéria Prima 1.100.000,00
Mão-de-obra e outros gastos fabris 580.000,00
Total 1.680.000,00

Pretende-se:

1. Identificar:

a) O custo unitário teórico (Predeterminado) de cada telemóvel.

b) O custo global de produção do mês de Janeiro.

2. Determinar o custo unitário real de cada telemóvel produzido no mês de


Janeiro.

3. a) Determinar o desvio global verificado no consumo de matéria prima, sem


se esquecer de referenciar o tipo de desvio, o respectivo valor e justificar a tua
resposta.

b) Determinar o desvio global verificado no custo da mão-de-obra e outros


gastos fabris, sem se esquecer de referenciar o tipo de desvio, o respectivo
valor e justificar a tua resposta.

4. Determinar o desvio do custo de produção unitário do mês de Janeiro, sem


se esquecer de referenciar o tipo de desvio, o respectivo valor e justificar a tua
resposta

Exercício de aplicação nº 02.

A indústria Segredo da Beleza S.A dedica-se a produção de Camisas apartir de


tecidos de ceda na cidade de Inhambane. Pretendendo produzir um outro
produto “ Blusas ” apartir de tecidos de algodão, em Junho de 2012 efectuou

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 42


Contabilidade Industrial

um estudo de mercado com intuito de saber quanto seria necessário gastar


para produzir cada Blusa e onde poderia vender e o seu respectivo preço de
venda. Do estudo efectuado concluiu-se que as Blusas serão vendidas na
cidade de Quelimane ao preço unitário de 110,00, pois nesta cidade há muita
procura de Blusas e poucos concorrentes e para produzir cada Blusa será
necessário suportar os seguintes custos:

Descrição Valor
Consumo de tecidos de algodão 60,00 Cada Blusa
Custos de Transformação (MOD e GGF) 25,00 Cada Blusa
Total 85,00 Cada Blusa

Durante o mês de Dezembro do mesmo ano a indústria Segredo da Beleza S.A


produziu 500 Blusas. Para produzir a quantidade referida a empresa suportou
os seguintes custos:

Descrição Valor
Tecidos de algodão consumidos 27.500,00
Custos de Transformação (MOD e GGF) 15.000,00
Total ?

Com base nesta informação pretende-se:

1. a) Apresentar o custo unitário teórico de cada Blusa.

b) Determinar o custo suportado para produzir as 500 Blusas produzidas no


mês de Dezembro.

2. Determinar o custo unitário real de cada Blusa produzida no mês de


Dezembro.

3. a) Determinar o desvio global verificado no consumo de tecidos de algodão,


sem se esquecer de referenciar o tipo de desvio, o respectivo valor e justificar a
tua resposta.

b) Determinar o desvio global verificado nos custos de transformação, sem se


esquecer de referenciar o tipo de desvio, o respectivo valor e justificar a tua
resposta.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 43


Contabilidade Industrial

4. Determinar o desvio do custo de produção unitário do mês de Dezembro,


sem se esquecer de referenciar o tipo de desvio, o respectivo valor e justificar a
tua resposta.

Exercício de aplicação nº 03.

A empresa industrial INCALA tem a sua sede na cidade Quelimane e dedica-se


a produção de Tigelas, Bacias plásticas e outros produtos plásticos. Devido a
grande procura de Baldes plásticos que se verifica no mercado, o gestor desta
empresa decidiu no ano passado produzir Baldes Plásticos e para o efeito foi
feito um estudo de mercado o qual forneceu a seguinte informação:

Custo previsto para produzir cada Balde.

Descrição Valor
Consumo de Matéria Prima 50,00 Cada Balde
Mão-de-obra Directa 20,00 Cada Balde
Consumo de Matéria Subsidiaria 10,00 Cada Balde
Outros Gastos gerais de fabrico 15,00 Cada Balde
Total 95,00 Cada Balde

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 44


Contabilidade Industrial

Depois do estudo efectuado, a empresa decidiu produzir Baldes plásticos e


durante o mês de Agosto foram produzidos 800 Baldes os quais foram
produzidos com os seguintes custos:

Descrição Valor
Matéria Prima 32.000,00
Mão-de-obra Directa 16.000,00
Matéria Subsidiaria 6.400,00
Outros Gastos gerais de fabrico 14.400,00
Total ?

Pretende-se:

1. Apresentar:

a) O custo unitário Predeterminado de cada Balde plástico.

b) O custo global de produção do mês de Agosto.

2. Determinar o custo unitário real de cada Balde produzido no mês de Agosto.

3. a) Determinar o desvio global verificado no consumo de matéria prima, sem


se esquecer de referenciar o tipo de desvio, o respectivo valor e justificar a tua
resposta.

b) Determinar o desvio global verificado no consumo de Matéria subsidiária,


sem se esquecer de referenciar o tipo de desvio, o respectivo valor e justificar a
tua resposta.

c) Determinar o desvio global verificado no custo da mão-de-obra Directa, sem


se esquecer de referenciar o tipo de desvio, o respectivo valor e justificar a tua
resposta.

d) Determinar o desvio global verificado no custo dos outros gastos gerais de


fabrico, sem se esquecer de referenciar o tipo de desvio, o respectivo valor e
justificar a tua resposta.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 45


Contabilidade Industrial

4. Determinar o desvio do custo de produção unitário do mês de Agosto, sem


se esquecer de referenciar o tipo de desvio, o respectivo valor e justificar a tua
resposta.

Custo Padrão

Custo padrão é um custo estabelecido pela empresa como meta para os


produtos de sua linha de produção, levando em consideração as características
tecnológicas do processo produtivo de cada um, a quantidade e os preços dos
insumos necessários para a produção e o respectivo volume desta.
Para determinar o custo padrão o sector de custo leva em consideração várias
variáveis que interferem directamente na fabricação de determinado produto.

Tipos de Custo Padrão.


Podemos considerar três tipos básicos de Custo Padrão:
 Ideal
 Estimado
 Corrente

Custo Ideal – Custo determinado de tal forma que atinja a meta de produção
com o mínimo de desperdício de materiais e a máxima eficiência da mão-de-
obra.

Custo Estimado - Este custo reflecte projecções para o futuro, com visão
empírica, desconsiderando elementos importantes como a conjuntura e a
tecnologia moderna.

Custo Corrente – Apresenta resultados entre o custo Ideal e o Custo


Estimado, projecta o custo observando as dificuldades da empresa,
objectivando a maior eficiência com os recursos disponíveis.

Durante o processo de análise dos custos, há necessidade de comparar o


custo padrão (Custo estabelecido pela empresa como meta para produzir os

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 46


Contabilidade Industrial

produtos na sua linha de produção) com o custo real (aquele que efectivamente
ocorreu no processo produtivo em um determinado período).

Entre o Custo Real e o Custo Padrão, poderá existir uma diferença para mais
ou para menos. Esta diferença pode ser favorável ou desfavorável.

Diz-se que a diferença é favorável quando o custo real for menor que o custo
padrão.

Diz-se que a diferença é desfavorável quando o custo real for maior que o
custo padrão.

Capitulo V: PRODUÇÃO CONJUNTA

A produção é conjunta quando, ao proceder-se à transformação de uma ou


diversas matérias-primas, se obtêm simultaneamente diversos produtos.

Neste regime de fabrico os produtos obtidos são assim classificados:

 Coprodutos, são dois ou mais produtos com o mesmo valor económico.


 Produtos principais, são aqueles que constituem o objectivo principal
do processo de fabricação da empresa.
 Subprodutos, são aqueles de natureza secundária e com menor valor
económico.
 Desperdícios, Resíduos e Refugos, são os bens residuais decorrentes
do processo produtivo e que não são considerados Subprodutos.

Exemplo: Numa fábrica de descasque de arroz obtêm-se: o Arroz (Produto


Principal); a Trinca (Subproduto); e as Cascas (Resíduos).

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 47


Contabilidade Industrial

Apuramento do custo industrial dos produtos conjuntos

Neste tipo de produção podemos distinguir duas fases principais na fabricação


dos produtos:

 Fase de produção conjunta, que é a que se verifica até ao ponto de


separação dos produtos, ocasionando gastos designados custos
conjuntos;

 Fases seguintes, em que os semiprodutos obtidos no ponto de


separação são acabados, em regime de produção disjunta, implicando
os chamados custos específicos.

Temos, em esquema, admitindo dois produtos:

Produtos Produto
intermédios acabado
A

Produção
Ponto de separação
conjunta

Produtos Produto
intermédios acabado B

Custos conjuntos Custos especificos

Assim, o custo industrial de produção obtê-se da seguinte forma:

CIP = Custo Conjunto + Custos Específicos industriais

Designam-se Custos conjuntos todos aqueles que são suportados até ao


ponto de separação dos produtos.

Designa-se Custos específicos aqueles que são suportados depois do ponto


de separação dos produtos.

O problema que a produção conjunta apresenta no que diz respeito ao custeio


dos produtos tem a ver com os custos conjuntos. Estes são custos comuns aos
produtos conjuntos, não havendo qualquer possibilidade de conhecer os custos
reais de cada um deles.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 48


Contabilidade Industrial

Assim, existindo a necessidade de calcular os custos por produtos, adoptam-se


critérios para repartir os custos conjuntos pelos produtos.

Critérios de Repartição dos Custos Conjuntos aos Coprodutos

Para a repartição dos custos conjuntos aos Coprodutos adoptam-se


fundamentalmente os seguintes critérios para repartir os custos conjuntos pelos
produtos obtidos:

 Critério das quantidades produzidas;

 Critério do valor de venda da produção;

 Critério do valor de venda da produção reportado ao ponto de


separação dos produtos.

Critério das Quantidades Produzidas

Pelo critério das quantidades produzidas repartem-se os custos conjuntos


pelos produtos proporcionalmente às quantidades produzidas de cada um
deles.

Os custos industriais unitários dos produtos diferem apenas devido aos custos
específicos.

Este critério não tem em conta o valor de mercado dos produtos, não sendo
aconselhável quando os preços de venda dos produtos diferem sensivelmente.

Exemplo:

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 49


Contabilidade Industrial

A empresa industrial ABC tem a sua sede na cidade de Nampula e dedica-se a


produção dos produtos A e B. em regime de produção conjunta e ambos
produtos são considerados na empresa como produtos principais.

Da consulta efectuada na sua contabilidade obteve-se a seguinte informação


referente ao mês de Maio de 2013.

1. Custos Industriais suportados antes do ponto de separação (Custos


Conjuntos).

 MP ………………….……. 30.000,00

 CT …………………………10.000,00

2. Custos Industriais suportados depois do ponto de separação (Custos


específicos).

 Produto A ………………….. 2.000,00

 Produto B ……………………1.500,00

3. Quantidades Produzidas

 Produto A ………………….. 250 Unidades

 Produto B ……………………150 Unidades

4. Vendas do mês

 Produto A ………………….. 250 Unidades a 115,00 cada

 Produto B ……………………150 Unidades a 117,00 cada

Com base nesta informação pretende-se:

a) Determinar o valor dos custos conjuntos suportados para produção dos


produtos.

b) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério das
quantidades produzidas.

c) Determinar o CIP e CIPun do produto A e do produto B.

Resolução.

a) Custos Conjuntos = 30.000,00 + 10.000,00

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 50


Contabilidade Industrial

Custos Conjuntos = 40.000,00

b) Repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério das


quantidades produzidas.

Produto A Produto B

400 unidades 40.000,00 400 unidades 40.000,00


250 unidades X 150 unidades X
250 unidades x 40.000,00 150 unidades x 40.000,00
X= X=
400 unidades 400 unidades
10.000.000,00 6.000.000,00
X= X=
400 400
X = 25.000,00 X = 15.000,00

Repartição dos custos conjuntos.

Produto Quantidades Produzidas Custo conjunto de cada produto


Produto A 250 unidades 25.000,00
Produto B 150 unidades 15.000,00
Total 400 unidades 40.000,00
c) Custo Industrial e custo industrial unitário dos produtos.
Produtos Custos Custos Custo Quantidades Custo
conjuntos específico global produzidas unitário
s
Produto A 25.000,00 2.000,00 27.000,00 250 unidades 108,00
Produto B 15.000,00 1.500,00 16.500,00 150 unidades 110,00
Total 40.000,00 3.500,00 43.500,00 400 unidades ----

Critério do Valor de Venda da Produção

Pelo critério do valor de venda da produção repartem-se os custos conjuntos


pelos produtos proporcionalmente ao respectivo valor de venda da produção.

Este critério tem já em conta na distribuição dos custos conjuntos o valor de


mercado dos produtos, embora não considere o peso diferenciado que os
custos específicos podem apresentar.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 51


Contabilidade Industrial

Exemplo:

Tomemos o exemplo anterior da empresa ABC.

A empresa industrial ABC tem a sua sede na cidade de Nampula e dedica-se a


produção dos produtos A e B. em regime de produção conjunta e ambos
produtos são considerados na empresa como produtos principais.

Da consulta efectuada na sua contabilidade obteve-se a seguinte informação


referente ao mês de Maio de 2013.

1. Custos Industriais suportados antes do ponto de separação (Custos


Conjuntos).

 MP ……………………. 30.000,00

 CT ………………………10.000,00

2. Custos Industriais suportados depois do ponto de separação (Custos


específicos).

 Produto A ………………….. 2.000,00

 Produto B ……………………1.500,00

3. Quantidades Produzidas

 Produto A ………………….. 250 Unidades

 Produto B ……………………150 Unidades

4. Vendas do mês

 Produto A ………………….. 250 Unidades a 115,00 cada

 Produto B ……………………150 Unidades a 117,00 cada

Com base nesta informação pretende-se:

a) Determinar o valor dos custos conjuntos suportados para produção dos


produtos.

b) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor
de venda da produção

c) Determinar o CIP e CIPun do produto A e do produto B.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 52


Contabilidade Industrial

Resolução.

a) Custos Conjuntos = 30.000,00 + 10.000,00

Custos Conjuntos = 40.000,00

b) Repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor de venda
da produção.

Produtos Valor de Venda Custo conjunto de cada


Valor % produto
Produto A 28.750,00 62,1 24.840,00
Produto B 17.550,00 37,9 15.160,00
Total 46.300,00 100 40.000,00

c) Custo Industrial e custo industrial unitário dos produtos.


Produtos Custos Custos Custo Quantidades Custo
conjuntos específico global produzidas unitário
s
Produto A 24.840,00 2.000,00 26.840,00 250 unidades 107,36
Produto B 15.160,00 1.500,00 16.660,00 150 unidades 111,07
Total 40.000,00 3.500,00 43.500,00 400 unidades ----

NB: Como se preenche a tabela de Repartição dos custos conjuntos aos


produtos.

1º Determina-se o valor de venda de cada produto; VV = Qv x Pv

2º Determina-se a percentagem do valor de venda de cada produto;

3º Determina-se o custo conjunto de cada produto.

Como se determina a percentagem do valor de venda de cada produto.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 53


Contabilidade Industrial

Produto A Produto B

46.300 100% 46.300,00 100%

28.750,00 X 17.550,00 X
X = 28.750,00 x 100 / 46.300,00 X = 17.550,00 x 100 / 46.300,00
X = 2.875.000 / 46.300 X = 1.755.000 / 46.300
X = 62,1% X = 37,9%

Como se determina o custo conjunto de cada produto.


Produto A Produto B

Total dos custos conjuntos x % Total dos custos conjuntos x %

40.000,00 x 62,1% = 24.840,00 40.000,00 x 37,9% = 15.160,00

Critério do Valor de Venda da Produção Reportado ao Ponto de


Separação.

Por este critério repartem-se os custos conjuntos pelos produtos


proporcionalmente ao seu valor de venda no ponto de separação, isto é, ao
valor de venda da produção deduzido dos custos específicos.

Importa salientar que, os custos específicos a considerar são não só os da


produção, mas também os não industriais. Os custos não industriais a
considerar são os de distribuição ou venda.

Exemplo:

Tomemos o exemplo anterior da empresa ABC.

A empresa industrial ABC tem a sua sede na cidade de Nampula e dedica-se a


produção dos produtos A e B. em regime de produção conjunta e ambos
produtos são considerados na empresa como produtos principais.

Da consulta efectuada na sua contabilidade obteve-se a seguinte informação


referente ao mês de Maio de 2013.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 54


Contabilidade Industrial

1. Custos Industriais suportados antes do ponto de separação (Custos


Conjuntos).

 MP ……………………. 30.000,00

 CT ………………………10.000,00

2. Custos Industriais suportados depois do ponto de separação (Custos


específicos).

 Produto A ………………….. 2.000,00

 Produto B ……………………1.500,00

3. Quantidades Produzidas

 Produto A ………………….. 250 Unidades

 Produto B ……………………150 Unidades

4. Vendas do mês

 Produto A ………………….. 250 Unidades a 115,00 cada

 Produto B ……………………150 Unidades a 117,00 cada

Com base nesta informação pretende-se:

a) Determinar o valor dos custos conjuntos suportados para produção dos


produtos.

b) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor
de venda da produção reportado ao ponto de separação.

c) Determinar o CIP e CIPun do produto A e do produto B.

Resolução.

a) Custos Conjuntos = 30.000,00 + 10.000,00

Custos Conjuntos = 40.000,00

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 55


Contabilidade Industrial

b) Repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor de venda
da produção reportado ao ponto de separação.

1º Valor de venda reportado no ponto de separação (Valor de venda menos


custos específicos) e repartição dos custos conjuntos.

Custos específicos Valor de venda no Custo conjunto


Produtos Valor de ponto de separação de cada produto
Venda Industriais Não Valor %
industriais
Produto A 28.750,00 2.000,00 0,00 26.750,00 62,5 25.000,00
Produto B 17.550,00 1.500,00 0,00 16.050,00 37,5 15.000,00
Total 46.300,00 3.500,00 0,00 42.800,00 100 40.000,00

c) Custo Industrial e custo industrial unitário dos produtos.


Produtos Custos Custos Custo Quantidades Custo
conjuntos específico global produzidas unitário
s
Produto A 25.000,00 2.000,00 27.000,00 250 unidades 108,00
Produto B 15.000,00 1.500,00 16.500,00 150 unidades 110,00
Total 40.000,00 3.500,00 43.500,00 400 unidades ----

N.B: Como se determina a percentagem do valor de venda no ponto de


separação.

Produto A Produto B

42.800 100% 42.800,00 100%

26.750,00 X 16.050,00 X
X = 26.750,00 x 100 / 42.800,00 X = 16.050,00 x 100 / 42.800,00
X = 2.675.000 / 42.800 X = 1.605.000 / 42.800
X = 62,5% X = 37,5%

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 56


Contabilidade Industrial

Como se determina o custo conjunto de cada produto.


Produto A Produto B

Total dos custos conjuntos x % Total dos custos conjuntos x %

40.000,00 x 62,5% = 25.000,00 40.000,00 x 37,5% = 15.000,00

Exercícios de aplicação relativos a produção conjunta.

Exercício de aplicação nº 01.

A empresa Longa vida tem a sua sede na cidade de Chimoio e dedica-se a


produção dos produtos K e L em regime de produção conjunta. Ambos
produtos são considerados na empresa como produtos principais. Da consulta
efectuada nos seus livros de escrituração obteve-se a informação abaixo
referente ao mês de Novembro de 2012.

1. Custos suportados antes do ponto de separação.

 MP …………………….. 40.000,00

 MOD …………………….30.000,00

 GGF ……………………..20.000,00

.2. Custos industriais suportados depois do ponto de separação.

 Produto K ……………….. 3.000,00

 Produto L ………………… 2.000,00

3. Produção do mês.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 57


Contabilidade Industrial

 Produto K ………………… 6.000 Litros

 Produto L ………………….4.000 Litros

4. Vendas do mês

 Produto K ………………… 6.000 Litros a 12,50 cada

 Produto L ………………….4.000 Litros a 11,50 cada

Pretende-se:

1. Determinar o valor dos custos industriais suportados antes do ponto de


separação dos produtos (custos conjuntos).

2. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério das
quantidades produzidas.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto K e do produto L.

3. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor
de venda da produção.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto K e do produto L.

4. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor
de venda da produção reportado ao ponto de separação.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto K e do produto L.

Exercício de aplicação nº 02.

A indústria Quimical dedica-se a produção dos Coprodutos X, Y e Z em regime


de produção conjunta na cidade de Nampula, os quais comercializa no
mercado nacional e internacional. Para a valorização das suas existências esta
indústria usa o critério FIFO. O contabilista desta indústria forneceu os dados
abaixo referentes ao mês de Abril de 2013.

1. Custos conjuntos.

1.1. Matéria Prima.

 Matéria prima existente no inicio do mês ………20t a 210,00 cada


 Matéria prima comprada durante o mês ………. 40t a 190,00 cada

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 58


Contabilidade Industrial

 Matéria prima existente no fim do mês …………. 10t

1.2. Outros Gastos.

 Salário dos operários da fábrica…. …………..…. 40h a 100,00 cada


 Energia na fábrica ……………………………………………. 3.000,00
 Encargos sociais com salário dos operários da fábrica …. 1.000,00

2. Custos específicos industriais.

 Matéria subsidiaria para o produto X …….3.500,00


 Matéria subsidiaria para o produto Y ……..1.000,00

3. Custos específicos não industriais (gastos de venda)

 Produto X …………500,00
 Produto Z ………… 300,00

4. Produção do mês.

 Produto X ……………….. 100 Unidades


 Produto Y …………………. 40 Unidades
 Produto Z …………………. 20 Unidades

5. Vendas do mês.

 Produto X ……………….. 100 Unidades a 155,00 cada


 Produto Y ………………. 40 Unidades a 185,00 cada
 Produto Z ………………. 20 Unidades a 125,00 cada

Com base nestes dados fornecidos pelo contabilista da indústria Quimical,


Pretende-se:

1. Determinar o valor dos custos conjuntos (apresentar todos cálculos


relevantes).

2. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor
de venda da produção.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto X, Y e do produto Z

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 59


Contabilidade Industrial

.3. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do
valor de venda da produção reportado ao ponto de separação.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto X, Y e do produto Z.

4. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério das
quantidades produzidas.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto X, Y e do produto Z.

Exercício de aplicação nº 03.

A empresa industrial Nova Visão S. A dedica-se a produção dos produtos M, N


e P em regime de produção conjunta na cidade de Tete e os três produtos são
considerados na empresa como produtos principais.

O seu processo produtivo resume-se no seguinte: “ A matéria prima “G “ depois


de sair do armazém entra no departamento A onde é triturada pelas máquinas
e após a trituração sai o produto acabado M e os semiprodutos n e p. O
produto M segue para o armazém de produtos acabados onde é armazenado e
os semiprodutos n e p são canalizados ao departamento B onde são
adicionados a matéria prima “ C “ e a matéria subsidiária “D “ que são retiradas
do armazém de matérias primas e finalmente saem os produtos acabados N e
P que posteriormente são armazenados no armazém de produtos acabados.

Relativamente ao mês de Junho de 2012, foi possível apurar a seguinte


informação:

1. Custos suportados no Departamento A

 Salário dos operários da fábrica……… 40h a 160,00 cada.

 Energia …………………………………….. 300,00

 Matéria prima G consumida …………. 1.000kg a 25,00 cada

2. Custos suportados no Departamento B

2.1. Produto N

 MOD ……………………….……….. 5h a 160,00 cada

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 60


Contabilidade Industrial

 Matéria subsidiaria D consumida……. 200,00

 Outros gastos gerais de fabrico …….. 150,00

 Matéria prima C consumida …………. 50 kg a 20,00 cada

2.2 Produto P

 MOD ………………………………….. 8h a 160,00

 Matéria subsidiaria D consumida……. 250,00

 Outros gastos gerais de fabrico ……... 200,00

 Matéria prima C consumida ……….…. 60 kg a 20,00 cada

3. Quantidades produzidas durante o mês de Junho.

 Produto M …………… 200 Litros


 Produto N ……………. 300 Litros
 Produto P ……………. 500 Litros

4. Preço de venda de cada produto.

 Produto M …………… 200 Litros a 40,00 cada


 Produto N ……………. 300 Litros a 45,00 cada
 Produto P ……………. 500 Litros a 50,00 cada

5. Custos específicos não industriais (gastos de venda)

 Produto M …………… 600,00


 Produto N ……………. 250,00
 Produto P ……………. 150,00

Pretende-se:

1. De acordo com a descrição do processo produtivo apresentar o esquema do


processo produtivo da empresa Nova Visão S. A sem se esquecer de indicar o
ponto de separação dos produtos.

2. a) Determinar o valor dos custos conjuntos a repartir pelos produtos.

b) Determinar os custos específicos industriais dos produtos N e P.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 61


Contabilidade Industrial

3. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor
de venda da produção reportado ao ponto de separação.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto M, N e do produto P.

4. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério das
quantidades produzidas.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto M, N e do produto P.

5. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor
de venda da produção.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto M, N e do produto P.

Critérios Para Valorização dos Subprodutos

Como nos referimos anteriormente, os subprodutos são produtos de natureza


secundária e com menor valor económico.

Durante o processo produtivo se a empresa produzir subprodutos, para a sua


valorização utilizam-se os seguintes critérios:

 Critério do custo nulo; e


 Critério do lucro nulo.

Critério do Custo Nulo.

Por este critério o produto principal ou produtos principais (Coprodutos)


suportam todos os custos conjuntos, portanto, não se atribui nenhum custo aos
subprodutos. O valor da venda dos subprodutos após a dedução de todos os
gastos com a sua venda representa um lucro para a empresa.

Este critério pode-se usar nos casos em que o custo dos subprodutos não é
significativo.

Critério do Lucro Nulo.

Este critério consiste em atribuir aos subprodutos um custo igual ao seu valor
de venda (deduzido dos gastos de venda dos mesmos).

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 62


Contabilidade Industrial

Assim, o valor da venda dos subprodutos deduzido dos gastos de venda dos
mesmos é considerado como custo dos subprodutos.

Portanto, por este critério o valor de venda dos subprodutos deduzido dos
custos específicos (gastos de venda) não constitui um proveito para a empresa,
mas sim um custo dos subprodutos.

N.B: Por este critério o custo conjunto a atribuir aos produtos principais é
sempre inferior ao custo conjunto total porque o custo conjunto que se atribui
aos produtos principais resulta da diferença entre o total dos custos conjuntos
e o custo atribuído aos subprodutos. Portanto, o valor da venda dos
subprodutos reduz o valor do custo conjunto a repartir aos produtos.

Importa referir que, o critério frequentemente adoptado para imputar ao


subproduto a parte que lhe respeita nos custos conjuntos é o critério do lucro
nulo, dado que, imputando-lhe um custo igual ao seu valor de venda no ponto
de separação, o seu resultado apresentado pela contabilidade é nulo.

Exemplo:

Uma empresa fabrica em regime de produção conjunta os produtos A, B e C.


Os produtos são vendidos no estado em que são obtidos no ponto de
separação, sendo A e B produtos principais (Coprodutos) e C um subproduto.
A venda do subproduto C não ocasiona custos específicos.

Os custos de produção, as quantidades produzidas, e o preço de venda foram


os seguintes.

1. Custos de produção.

 Matéria prima ……………………. 1.200.000,00

 Custos de Transformação ……...….600.000,00

2. Quantidades produzidas

 Produto A ………….6.500 Unidades

 Produto B ………….3.000 Unidades

 Subproduto C…….. 500 Unidades

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 63


Contabilidade Industrial

3. Preço de Venda

 Produto A …………. 200,00 Cada Unidade

 Produto B …………. 400,00 Cada unidade

 Subproduto C……… 50,00 Cada Unidade

Determinar os custos conjuntos dos produtos principais A e B tendo em conta


que para a valorização do subproduto C a empresa usa o critério do lucro nulo.

Resolução.

1º Total dos custos conjuntos:

Total dos custos conjuntos = MP + CT

Total dos custos conjuntos = 1.200.000,00 + 600.000,00 = 1.800.000,00

2º Custo a atribuir o subproduto C.

500 Unidades x 50,00 = 25.000,00

3º Custos conjuntos dos produtos principais A e B.

Custos conjuntos dos produtos principais A e B = Total dos custos conjuntos – Custo
do Subproduto C

Custos conjuntos dos produtos principais =1.800.000,00 - 25.000,00 = 1.775.000,00

Após a determinação dos Custos conjuntos dos produtos principais,


seguidamente distribui-se os custos atribuídos aos Coprodutos (1.775.000,00)
para cada um deles em conformidade com um dos critérios estudados,
nomeadamente:

 Critério das quantidades produzidas;


Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 64
Contabilidade Industrial

 Critério de valor de venda da produção;

 Critério de valor de venda da produção reportado ao ponto de


separação.

Resíduos

Quando o resíduo tem um valor de mercado e este é conhecido, deverá


adoptar-se um critério idêntico ao referido para os subprodutos, isto é, atribuir-
lhe um custo igual ao seu valor de venda.

São frequentes os casos em que os resíduos não têm qualquer valor de venda
ou que este é hipotético. Nestes casos, não se atribui ao resíduo qualquer
custo aquando da sua obtenção e no caso de ser conseguido qualquer proveito
com a venda este proveito é considerado no resultado do produto ou produtos
que o ocasionaram.

Noutros casos, além de não terem qualquer valor, acontece que a remoção dos
resíduos da fábrica ocasiona encargos que devem ser considerados custos do
produto ou produtos que os ocasionaram.

Escolha de critérios

O critério do valor de venda reportado ao ponto de separação é o mais


aconselhável para repartir os custos conjuntos aos produtos principais.

Porém, os restantes critérios poderão também serem adoptados.

Para a valorização dos subprodutos o critério mais aconselhável é o critério do


lucro nulo. Porém, o critério do custo nulo também poderá ser adoptado.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 65


Contabilidade Industrial

Exercício de aplicação nº 04.

A SOFAMA Lda é uma empresa industrial que se dedica na fabricação dos


produtos X e Y e o subproduto Z em regime de produção conjunta na cidade da
Maxixe. Esta indústria possui dois departamentos de produção “E e F”. O seu
processo de produção resume-se no seguinte: “ A matéria prima K após a sua
saída do armazém entra no departamento E onde é sujeita a uma
transformação e após a sua transformação sai o produto acabado X, o
Subproduto Z e o Semiproduto y. O produto acabado X é canalizado ao
armazém de produtos acabados, o Subproduto Z é imediatamente vendido a
empresa Nova Geração e o Semiproduto y é canalizado ao departamento F
onde é adicionado a matéria subsidiária R que é retirada do armazém de MP e
posteriormente sai o produto acabado Y que é canalizado ao armazém de
produtos acabados”.

O contabilista da SOFAMA Lda forneceu a seguinte informação referente ao


mês de Fevereiro do ano passado.

1. Custos suportados no Departamento E

 Matéria prima K consumida …………. 50t a 200,00 cada

 MOD ………………………………………. 15.000,00.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 66


Contabilidade Industrial

 Energia e Água………………………………1.500,00

2. Custos suportados no Departamento F

 MOD ………………………………….. 5.000,00

 Matéria subsidiária R consumida……. 500,00

 Energia………50% da Matéria subsidiária R consumida.

3. Produção do mês.

 Produto X …………… …………… 600 Unidades


 Produto Y …………………………. 800 Unidades
 Subproduto Z ……………………… 100 Unidades

4. Preço de venda dos Coprodutos e do Subproduto.

 Produto X …………… …………… 600 Unidades a 30,00 cada


 Produto Y …………………………. 800 Unidades a 34,00 cada
 Subproduto Z ……………………… 100 Unidades a 5,00 cada

5. Custos específicos não industriais (gastos de venda)

 Produto X …………… 350,00


 Produto Y ………..……600,00

N.B. Para a valorização do subproduto Z a empresa SOFAMA Lda usa o


Critério do Lucro Nulo.

Pretende-se:

1. De acordo com a descrição do processo produtivo apresentar o esquema do


processo produtivo da empresa SOFAMA Lda sem se esquecer de indicar o
ponto de separação dos produtos.

2. a) Determinar o valor dos custos conjuntos a repartir pelos produtos tendo


em conta que para a valorização do subproduto Z a empresa usa o Critério do
Lucro Nulo.

b) Determinar os custos específicos industriais do produto Y.


Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 67
Contabilidade Industrial

3. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor
de venda da produção.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto X e Y.

4. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor
de venda da produção reportado ao ponto de separação.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto X e Y.

5. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério das
quantidades produzidas.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto X e Y.

Exercício de aplicação nº 05.

A empresa Ganha Pouco S. A dedica-se ao fabrico dos produtos Q e R e o


Subproduto C em regime de produção conjunta na cidade de Maputo. A
produção destes produtos ocorre da seguinte forma dentro da empresa: “ A
matéria prima T depois de sair dos armazéns é colocada nas máquinas da
secção H onde é transformada e após essa transformação obtêm-se o
subproduto C e os semiprodutos q e r. O subproduto C é imediatamente
vendido a um cliente, o Semiproduto q é canalizado para a secção M onde se
procede o acabamento saindo dai o produto acabado Q. O Semiproduto r é
canalizado para secção V onde se procede o acabamento saindo dai o produto
acabado R e os dois produtos são conservados nos armazéns de produtos
acabados”.

Da consulta efectuada na sua contabilidade extraiu-se a seguinte informação


referente ao mês de Março do ano passado.

1. Custos suportados na Secção H

 Matéria prima T consumida …………. 60t a 300,00 cada

 MOD ………………………………………. 20.000,00.

 Energia e Água………………………………2.000,00

2. Custos suportados na Secção M

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 68


Contabilidade Industrial

 MOD ………………………………….. 6.000,00

 Energia…………………………. ……... 500,00

3. Custos suportados na Secção V

 MOD ………………………………….. 4.000,00

 Energia…………………………. ……... 250,00

4. Produção do mês.

 Produto Q …………… …………… 700 Unidades


 Produto R …………………………. 500 Unidades
 Subproduto C ……………………… 200 Unidades

5. Preço de venda dos Coprodutos e do Subproduto.

 Produto Q…………… …………… 700 Unidades a 45,00 cada


 Produto R …………………………. 500 Unidades a 42,00 cada
 Subproduto C ……………………… 200 Unidades a 10,00 cada

6. Custos específicos não industriais (gastos de venda)

 Produto Q …………… 400,00

N.B. Para a valorização do subproduto C a empresa Ganha Pouco S.A usa o


Critério do Lucro Nulo.

Pretende-se:

1. De acordo com a descrição do processo produtivo apresentar o esquema do


processo produtivo da empresa Ganha Pouco S.A sem se esquecer de indicar
o ponto de separação dos produtos.

2. a) Determinar o valor dos custos conjuntos a repartir pelos produtos tendo


em conta que para a valorização do subproduto C a empresa usa o Critério do
Lucro Nulo.

b) Determinar os custos específicos industriais dos produtos Q e R.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 69


Contabilidade Industrial

3. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério das
quantidades produzidas.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto Q e R.

4. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor
de venda da produção.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto Q e R.

5. a) Fazer a repartição dos custos conjuntos aos produtos pelo critério do valor
de venda da produção reportado ao ponto de separação.

b) Determinar o CIP e CIPun do produto Q e R.

Capitulo VI: CENTROS DE CUSTOS

Uma empresa organizada encontra-se dividida em secções ou sectores,


constituído cada um deles por um grupo de trabalhadores e meios necessários
para exercer as funções e atingir os objectivos que a empresa pretende.

Em cada um desses sectores existe um responsável que responde


directamente pelas actividades desse sector.

O grau de divisão da empresa em secções depende da dimensão da empresa


e dos objectivos que a mesma pretende alcançar.

Chama-se Centro de custos a cada unidade ou sector da empresa que tem


como objectivo examinar e controlar os custos suportados e a evolução dos
mesmos ao longo do tempo.

O centro de custo pode-se identificar como um departamento, por este


constituir uma unidade organizada que desenvolve uma actividade bem
determinada sob a responsabilidade de um chefe.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 70


Contabilidade Industrial

Secções Homogéneas

Secções Homogéneas são centros de custos com um agrupamento de gastos


autónomos e que devem obedecer as seguintes características:
responsabilização, homogeneidade de funções e existência de uma unidade de
medida da actividade da secção designada unidade de obra.

Unidade de Obra é uma unidade de medida comum que serve para medir a
actividade exercida numa secção ou centro de custos.

Geralmente as unidades de medida utilizadas são:

 Hora-maquina (Hm):
 Hora-homem (Hh):
 Kws

Características das Secções Homogéneas.

 Responsabilização;
 Homogeneidade de funções; e
 Existência de uma unidade de medida da actividade da secção.

Responsabilização: Significa que deve haver um e um só responsável pelo


controlo dos custos agrupados na secção.

Homogeneidade de funções: Significa que os custos agrupados na secção


devem ser custos que dizem respeito ȧ funções ou actividades idênticas.

Existência de uma unidade de medida da actividade da secção: Significa


que em cada secção deve definir-se uma unidade que permita medir a
actividade da mesma (Hm, Hh, etc).

Objectivos do Método das Secções Homogéneas.

 Apurar os custos de cada secção ou sector da forma mais correcta;


 Apurar de forma mais correcta os custos dos produtos; e
 Controlar a gestão dos custos suportados de modo a permitir que a
empresa produza com menores custos.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 71


Contabilidade Industrial

Classificação ou divisão das Secções

 Secções principais; e
 Secções auxiliares.

Secções principais são aquelas que contribuem de uma forma directa no


processo de produção dos produtos.

Secções auxiliares são aquelas cuja actividade se destina a auxiliar as


actividades realizadas nas outras secções.

N.B: Os custos suportados nas secções auxiliares são repartidos pelas


secções consideradas principais, de acordo com a base de imputação.

A distinção entre secções é fundamental porque os gastos das secções


auxiliares só poderão ser imputados aos produtos após a repartição pelas
secções a que auxiliam.

Apuramento dos Custos pelo Método das Secções Homogéneas.

O apuramento dos custos de produção pelo método das secções homogéneas


é feito em duas fases:

 1ª: Apuramento do custo das secções;


 2ª Apuramento do custo dos produtos.

Apuramento do Custo das secções.

O apuramento do custo das secções obedece duas fases:

 1ª: Repartição dos custos directos pelas secções;


 2ª: Imputação dos custos das secções auxiliares às secções principais.

Natureza dos Custos.

Os custos a considerar no apuramento do custo das secções são:

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 72


Contabilidade Industrial

 Custos directos; e
 Reembolsos.

Os custos directos.

Os custos directos mais frequentes a considerar no apuramento do custo das


secções são:

 Mão-de-obra (salários, horas extraordinários e encargos sociais);


 Combustíveis;
 Energia eléctrica;
 Agua;
 Matérias subsidiárias;
 Conservação e reparação das máquinas;
 Amortizações dos equipamentos;
 Seguro do equipamento e das instalações.

Os Reembolsos

A imputação dos custos das secções auxiliares às secções principais designa-


se reembolso. Portanto, designa-se reembolsos, os custos das secções
auxiliares que são repartidos pelas secções principais.

A soma dos custos directos com os reembolsos, constitui o total dos custos
duma secção durante o mês. Portanto, o custo total duma secção durante o
mês é dado pelo somatório dos custos directos com os reembolsos.

Quando se divide o custo total da secção durante o mês pelo número total de
unidade de obra verificada no mês dentro da secção obtê-se o custo unitário
da unidade de obra.

N.B: O custo suportado nas secções principais corresponde ao custo de


transformação dos produtos.

Apuramento do Custo dos produtos.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 73


Contabilidade Industrial

O custo dos produtos é dado pelo somatório do custo da matéria prima com os
custos de transformação.

Após o apuramento do custo unitário da unidade de obra (ou de imputação) da


secção, repartem-se os seus custos pelos respectivos produtos fabricados com
base no número de unidades de obra (ou de imputação) que cada um dos
produtos foi fornecido durante o mês, ou seja, multiplica-se o custo unitário da
unidade de obra pelo número de unidades de obra que cada secção forneceu
ao produto durante o mês.

Mapas de Apuramento de custos.

Durante o processo de apuramento dos custos de produção pelo método das


secções homogéneas, elaboram-se os seguintes mapas:

 Mapa de custo das secções;


 Mapa de custo dos produtos;

Mapa de custo das secções

O mapa de custo das secções destina-se ao registo e determinação do custo


suportado em cada uma das secções principais. Estes custos são geralmente
designados custos de transformação

Mapa de custo das secções

Descrição Secção M Secção N Total


Hh Hm
Q Valor Q Valor
1. Custos Directos
Salário

Energia

Amortizações

Água

Total (1)

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 74


Contabilidade Industrial

2. Reembolsos

Secção A

Secção B

Total (2)
3. Custo Total
4. Custo unitário da
Unidade de obra

N.B: No mapa de custo das secções o custo total de cada secção durante o
mês é dado pelo somatório dos custos directos com os reembolsos.

O custo unitário da unidade de obra de cada secção, obtém-se dividindo o total


dos custos da secção durante o mês pelo número total de unidade de obra
verificado no mês.

Mapa de custo dos produtos

O mapa do custo dos produtos destina-se ao registo e determinação do custo


industrial dos produtos fabricados durante o mês.

Mapa de custo dos produtos

Descrição Custo Produto X Produto Y


Unit. Q Valor Q Valor TOTAL
1. Matérias Primas

Total (1)

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 75


Contabilidade Industrial

2.Custos de Transformação

Secção M

Secção N

Total (2)
3. Custo dos Produtos
3.1. Custo Total
3.2. Custo Unitário

N.B. Neste mapa, o custo de transformação corresponde ao custo suportado


nas secções principais.

O custo total dos produtos obtém-se através do somatório do valor total das
matérias-primas com o custo total de transformação.

O custo unitário de cada produto obtém-se dividindo o custo total do produto


pelas quantidades produzidas durante o mês.

Exercício de aplicação nº 01.

A sociedade ABC S.A dedica-se a produção dos produtos X e Y apartir de


copra na cidade de Maputo. Para o apuramento dos custos de produção ela
usa o método das secções homogéneas.

O seu processo de fabricação resume-se no seguinte:

“ Os produtos são montados na secção MONTAGEM, depois passam para a


secção ACABAMENTO e por fim são canalizados a secção de PINTURA”. Para
além das secções acima mencionadas, existe na empresa uma secção auxiliar
designada MANUTENÇÃO, cujos custos são imputados as 3 secções
principais proporcionalmente aos custos directos de cada uma.

Da consulta efectuada nos seus livros de escrituração extraiu-se a informação


abaixo relativa ao mês de Fevereiro do ano corrente.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 76


Contabilidade Industrial

1. Custos Directos.

Descrição Secção Secção Secção


Montagem Acabamento Pintura
Salário dos operários 28.000,00 8.000,00 14.500,00
Energia eléctrica 2.000,00 1.000,00 500,00
TOTAL 30.000,00 9.000,00 15.000,00

N.B: Os custos da secção MANUTENÇÃO foram avaliados em 9.000,00.

2. Consumo de Copra.

Descrição Valor
Produto X 10.000,00
Produto Y 8.000,00

3. Produção do mês.

Descrição Quantidade
Produto X 100 Unidades
Produto Y 200 Unidades

4. Actividade das Secções Principais.

Fornecedores Secção Secção Secção


Beneficiários Montagem Acabamento Pintura
Produto X 400Hh 420Hh 350Hh
Produto Y 300Hh ------ 150Hh
TOTAL 700Hh 420Hh 500Hh

Trabalho a realizar:

a) Repartir os custos da secção auxiliar para as secções principais.

b) Elaborar o Mapa de custo das secções, apurar o custo total da cada secção
e o custo unitário da unidade de obra em cada secção.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 77


Contabilidade Industrial

c) Elaborar o Mapa de custo dos produtos, apurar o custo total e unitário de


cada produto.

Exercício de aplicação nº 02.

A empresa industrial Longa Vida tem a sua sede na cidade de Chimoio e


dedica-se a produção de dois produtos “ K e Z” apartir de Girassol. Esta
empresa usa o método de secções homogéneas para o apuramento de custos
de produção e encontra-se repartida em 4 secções, nomeadamente: secção A,
secção B, secção C e secção D.

As secções C e D destinam-se a auxiliar as secções A e B.

O contabilista desta indústria forneceu a seguinte informação referente ao mês


de Maio do ano passado.

1. Produção obtida durante o mês de Maio.

Descrição Quantidade
Produto K 800 Unidades
Produto Z 1.000 Unidades

2. Consumo de Girassol.

Descrição Quantidade consumida Preço unitário


Produto K 12t 600,00
Produto Z 20t 600,00

3. Actividade das Secções Principais.

Fornecedores Secção A Secção B


Beneficiários
Produto K 200Hh 60Hh

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 78


Contabilidade Industrial

Produto Z 100Hh 40Hh


TOTAL 300Hh 100Hh

4. Custos directos.

Descrição Secção A Secção B


Salário dos operários 18.000,00 16.000,00
Agua 500,00 200,00
Energia eléctrica 3.500,00 1.800,00
TOTAL 22.000,00 18.000,00

N.B: Os custos das secções auxiliares “ C e D” foram avaliados em 12.000,00 e


8.000,00, respectivamente e os mesmos são imputados às secções principais
proporcionalmente ao número de Hh de cada secção.

Com base nesta informação fornecida pelo contabilista da empresa industrial


Longa Vida, pretende-se:

a) Repartir os custos das secções auxiliares para as secções principais.

b) Elaborar o Mapa de custo das secções, apurar o custo total da cada secção
e o custo unitário da unidade de obra em cada secção.

c) Elaborar o Mapa de custo dos produtos, sem se esquecer de apurar o custo


total e unitário de cada produto.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 79


Contabilidade Industrial

Exercício de aplicação nº 03.

A empresa Nova Visão Lda dedica-se ao fabrico de três produtos,


nomeadamente: produto X, Y e Z na cidade de Nampula. Para a produção
destes produtos esta industria usa as matérias primas M e N e para o
apuramento de custos de produção suportados ela usa o método de secções
homogéneas.

A empresa encontra-se dividida em 4 secções, nomeadamente: Secção E, F, G


e L. A secção L destina-se a auxiliar as restantes secções e os custos nela
suportados são imputados às outras secções proporcionalmente a unidade de
obra de cada uma.

Da consulta efectuada na sua contabilidade apurou-se a informação abaixo


referente ao mês de Novembro de 2013.

1. Distribuição da Actividade das Secções Principais.

Fornecedores Secção E Secção F Secção G


Beneficiários
Produto X 100Hm 200Hm -----
Produto Y ----- 50Hm 140Hm
Produto Z 120Hm 60Hm 130Hm
TOTAL

2. Custos directos.

Descrição Secção E Secção F Secção G


Salário dos operários 9.000,00 8.000,00 10.000,00
Agua 250,00 400,00 ----
Reparação das máquinas 750,00 ----- -----
Energia eléctrica 2.000,00 1.600,00 1.500,00
TOTAL 12.000,00 10.000,00 11.500,00

N.B: Os custos suportados na secção L totalizaram 8.000,00.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 80


Contabilidade Industrial

3. Consumo de Matérias Primas.

3.1. Consumo de Matéria Prima M

Descrição Quantidade consumida Preço unitário


Produto X 80 Kg 40,00
Produto Y 100 Kg 40,00
Produto Z 120 Kg 40,00

3.2. Consumo de Matéria Prima N

Descrição Quantidade consumida Preço unitário


Produto X 120 Kg 50,00
Produto Y 60 Kg 50,00
Produto Z 90 Kg 50,00

4. Produção do mês.

Descrição Quantidade
Produto X 100 Unidades
Produto Y 80 Unidades
Produto Z 90 Unidades

Pretende-se

a) Repartir os custos da secção auxiliar para as secções principais.

b) Elaborar o Mapa de custo das secções, apurar o custo total da cada secção
e o custo unitário da unidade de obra em cada secção.

c) Elaborar o Mapa de custo dos produtos, sem se esquecer de apurar o custo


total e unitário de cada produto.

Exercício de aplicação nº 04.

A empresa industrial Segredo da Beleza Lda, tem a sua sede na cidade de Tete
e dedica-se ao fabrico de três produtos designadamente: Produto A, B e C
apartir das matérias primas X e Z. Os produtos são considerados prontos para
Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 81
Contabilidade Industrial

serem comercializados depois de passarem pelo processo produtivo da


empresa constituído pelas seguintes secções: MONTAGEM, SERRALHARIA /
CHAPARIA, ACABAMENTO, OFICINA r; PINTURA e MANUTENÇÃO.

As secções PINTURA e MANUTENÇÃO são consideradas auxiliares e os


custos nelas suportados são imputados às secções principais
proporcionalmente aos custos directos de cada secção.

Nos livros de escrituração desta empresa extraiu-se a seguinte informação


relativa ao mês de Outubro de 2013.

1. Produção obtida durante o mês de Outubro.

Descrição Quantidade
Produto A 90 Unidades
Produto B 120 Unidades
Produto C 60 Unidades

2. Consumo de Matérias Primas.

2.1. Consumo de Matéria Prima X

Descrição Quantidade consumida Preço unitário


Produto A 60 Kg 60,00
Produto B 85 Kg 60,00
Produto C 55 Kg 60,00
2.2. Consumo de Matéria Prima Z

Descrição Quantidade consumida Preço unitário


Produto A 40 Kg 55,00
Produto B 45 Kg 55,00
Produto C 75 Kg 55,00
3. Actividade das Secções Principais.

Fornecedores Secção Secção Secção Secção


Montagem Serralharia/ Acabamento Oficina r
Beneficiários Chaparia
Produto A 200Hh ----- 110Hh 60 Hh
Produto B 120Hh 200Hh ----- 40 Hh
Produto C 80Hh ----- 70Hm ----
TOTAL

4. Custos directos.

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 82


Contabilidade Industrial

Descrição Secção Secção Secção Secção


Montagem Serralharia Acabamento Oficina r
/ Chaparia
Salário dos operários 70.000,00 45.000,00 40.000,00 10.000,00
Lubrificantes para as máquinas 2.000,00 8.000,00 ----- 1.000,00
Energia eléctrica 8.000,00 7.000,00 5.000,00 4.000,00
TOTAL

As secções auxiliares tiveram um custo total de 6.000,00 do qual 4.000,00 da


secção PINTURA e o restante da secção MANUTENÇÃO.

Pretende-se

a) Repartir os custos das secções auxiliares para as secções principais.

b) Elaborar o Mapa de custo das secções, sem se esquecer de apurar o custo


total da cada secção e o custo unitário da unidade de obra em cada secção.

c) Elaborar o Mapa de custo dos produtos, sem se esquecer de apurar o custo


total e unitário de cada produto.

FIM

Elaborado por: dr. Carlos Antoó nio ChangauePaó gina 83

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