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As mães também erram!

No programa Fantástico, de 13 de maio de 2.012, uma reportagem mostrou mães


orientais, morando na Europa e cuidando da formação dos filhos. Estes possuíam
uma agenda diária repleta de tarefas que deveriam cumprir à risca, objetivando
o primeiro lugar nas turmas da escola. O zelo em transformar aqueles pequenos,
que mal sabem o que é uma brincadeira, em adultos superdotados e exigir deles
um desempenho máximo, deixou visível que elas privilegiam a concorrência,
tanto em relação aos outros colegas quanto em relação a eles mesmos, pois
deveriam superar-se a cada momento. A criança até poderia escolher um prêmio
a cada êxito, mas não deveria receber elogios, para não ser estragada. Então, a
repórter entrevista três conhecidas atrizes brasileiras, que acharam tudo aquilo
um absurdo. Comentaram, gabando-se, que seus filhos crescem soltos, sem
limites e fazem apenas o que querem e gostam. Falaram da importância da
liberdade sem cobranças para que as crianças e jovens não carreguem traumas
na vida adulta, deixando mais evidente que são relapsas e omissas do que
zelosas. A reportagem, não concluída, deixou no ar uma lacuna impossível de ser
preenchida: a diferença entre duas culturas quanto a educação dos filhos. Não
conheço os pormenores da educação dos países orientais, mas sei muito bem o
que resulta da omissão e do relaxamento dos pais brasileiros, que delegam à
Escola a incumbência de educar os seus filhos. A permissividade desses pais,
principalmente os de classes mais elevadas, gera filhos que pensam que tudo é
permitido, que acham que as outras pessoas não são de sua categoria, que são
seus serviçais e estão aí para servi-los. Queimar vivo um índio indefeso,
mendigos e atacar e bater numa empregada doméstica são brincadeiras
inocentes para eles. São pequenos tiranos que não exitam em humilhar seus
súditos, pais e inclusive seus professores. Nas classes média e baixa, a
permissividade gera jovens sem alguma perspectiva na vida. Tais como aqueles,
estes também não recebem em casa aquela educação de como se portar nos
mais variados contextos. “Com licença”, “por favor” e “obrigado” são expressões
desconhecidas e somente utilizadas quando não há outra alternativa. Sigmund
Freud, um marco na história da humanidade, disseca o indivíduo e encontra as
três instâncias que o compõem: Id, superego e ego. As primeiras fazem parte
do inconsciente e uma cuida dos prazeres enquanto a outra trata da repressão.
O ego, a única e minúscula parte consciente, está espremido entre três situações:
os desejos insaciáveis do id, a severidade repressiva do superego e os perigos
do mundo exterior (a sociedade e a cultura). Assim, uma vida consciente normal
é o equilíbrio encontrado para satisfazer os desejos e, ao mesmo tempo, aceitar
e driblar a repressão do superego, da sociedade e dos tabus culturais. Quando
esse equilíbrio não se faz, o indivíduo pode sublimar os desejos dedicando-se a
uma atividade cultural e/ou social, como arte, ciência, religião, técnicas,
instituições sociais e políticas etc. Todavia, se os desejos não são sublimados,
em seu lugar pode surgir a perversão, como o nazismo, pedofilia, necrofilia,
guerra, terrorismo, voyeurismo, propaganda subliminar, enfrentamento de
torcidas, repressão policial, arrastão e outros. Toda mãe sempre pensa que está
dando o melhor de si e são raras as que buscam informações e ajuda de
profissionais para ajudá-las na educação dos filhos, que pesquisam e comparam
seus métodos com outros. No fim, é comum ouvirmos mães se perguntarem:
“eles tiveram tudo, onde foi que eu errei?”

Postado por Augusto Sperchi às 16:58 14 comentários:


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Marcadores: Educação

terça-feira, 24 de abril de 2012


Ainda culpam os professores
Não faz muito tempo, ouvíamos falar dos casos absurdos ocorridos nas periferias
dos grandes centros urbanos, relacionados às drogas: professores ameaçados
em sala, pneus de seus carros furados, pintura riscada, drogas vendidas em
forma de inocentes balas etc. Infelizmente isso não é passado e o que aterroriza
a sociedade atual é que esses e outros casos mais violentos também atingem as
pequenas e pacatas cidadezinhas do interior. Os professores enfrentam essa
realidade e a abordagem de alunos que sabidamente se utilizam de drogas se
torna uma missão quase impossível, pois nunca se sabe a reação de um
adolescente, de um indivíduo que ainda não possui maturidade para ponderar e
refletir sobre sua própria situação. Eles são ensinados a ter uma boa conduta,
agir eticamente, aprender as regras de uma sociedade e se tornar um cidadão
respeitável etc. Muitas vezes, os professores restam como modelos porque
muitos pais são ausentes, displicentes, omissos e até se sentem incapazes de
educar seus filhos. Daí, que delegam tacitamente à Escola essa incumbência.
Sempre são criadas oportunidades e diferentes maneiras de se promover o
protagonismo juvenil, favorecendo a promoção de saúde no contexto das
políticas de proteção integral à infância e à adolescência, mas não se pode
substituir seus responsáveis diretos, mesmo que muitos pais tenham perdido o
controle sobre seus jovens, a respeitabilidade, enfim, o pátrio poder. A maioria
é composta de pais trabalhadores, que deixam pouca ou nenhuma
responsabilidade aos filhos, que não respeitam os mais velhos (avós) e se
perdem nas ruas, sem muitas perspectivas de formação, de emprego, de ser
“alguém”, pois sentem bem a realidade de seus pais. Mesmo sabendo sobre o
Programa de Promoção de Saúde na Escola/PSE, as Políticas de Proteção Especial
(ECA, SINASE) e a Política nacional sobre Drogas/ PNAD, os professores estão
amarrados aos seus compromissos com os demais alunos e é como se houvesse
um consenso entre todos que essas políticas quase nunca os atingem, que a
abordagem de adolescentes em conflito com a lei deve ser sempre sutil e, muitas
vezes, indireta, que é mais vantajoso “salvar” a maioria do que se perder e deixar
de ser referência por causa de uns poucos. Somente quando essas políticas
públicas estiverem de fato sendo adotadas e cumpridas, a sociedade tiver
consciência de que é co-responsável pela educação de suas crianças e jovens e
os governos deixarem de ser assistencialistas e assumirem seus compromissos
reais com a escola, com os professores e profissionais da Educação, será possível
respirar e arregaçar as mangas para realizar um trabalho que é dos mais dignos:
educar.

Postado por Augusto Sperchi às 18:24 12 comentários:

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Marcadores: Educação
O descaminho da educação

Para entender a educação como direito humano é preciso considerar


que a espécie Homo sapiens se diferencia de qualquer outra porque
possui uma característica única: a habilidade de produzir
conhecimento, que o transforma, reorganiza-o e gera valores. Por isso,
a educação tem a função precípua de criar uma cultura de respeito à
vida e à dignidade humana. Há mais de trinta anos, o filósofo brasileiro
Paulo Freire, um incompreendido aqui no Brasil e aclamado no
estrangeiro, previu o resultado da falta de investimento na educação.
“Não é possível refazer este País, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-
lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a
vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha
não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se
a nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da
morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da
convivência com o diferente e não de sua negação, não temos outro
caminho senão viver plenamente a nossa opção. Encarná-la,
diminuindo assim a distância entre o que dizemos e o que fazemos...”

FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

Mundo novo?
O MEC apontou que 91% das escolas públicas estão abaixo da média
nacional e que tiveram no ano passado um pior desempenho que em 2.014. Dado
este que demonstra de forma vergonhosa a desigualdade de direitos entre as classes
sociais, já que houve um aproveitamento melhor na classe abastada e mediano, na
classe rica.

Que precisamos de uma reforma na Educação como um todo é fato, mas


esses dados não podem justificar e corroborar com as propostas defendidas por
uma Medida Provisória (PEC 241), articulada por seres que se locupletaram de
dinheiro público e agora defendem uma contenção de gastos, arvorando-se como
paladinos da economia do Estado Mínimo.

Pior, nossa sociedade mais uma vez terá de engolir o amargor de uma decisão
tomada sem consulta aos agentes mais interessados: pais, alunos e professores.
Para os últimos, essas intenções nefastas causam-lhes estranheza, desconforto,
resistência e raiva ao sentirem-se desvalorizados em seu saber, desqualificados em
suas práxis, acumulando afazeres além daqueles previstos para a atuação docente
e decente.
A reformulação do Ensino Médio, nos moldes propostos e pouco definidos,
tende direcionar a leva de alunos despossuídos de riqueza às escolas técnicas,
produtoras de mão-de-obra. Escolas estas que não está preocupada com a função
socializadora dos conteúdos de História, Geografia, Filosofia, Sociologia e Arte, com
os saberes socialmente construídos e acumulados pela humanidade, com os
direitos humanos garantidos pela Lei, com a dignidade da pessoa humana e o lazer.
Seu objetivo é somente disciplinar e capacitar um exército de trabalhadores
alienados, refletindo uma opção social pelo não-conhecimento.

Para eles, o que está vindo apenas garante o acesso e a permanência na


escola, sem, contudo, se responsabilizar pelo conhecimento, principalmente aquele
reflexivo e transformador, tão necessário à formação integral do ser como humano,
conforme prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1.996.

Aproxima-se uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios


científicos. Um mundo de pessoas programadas em laboratório (escolas técnicas) e
adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente
definidas já no nascimento (classes média e pobre). Um mundo no qual a literatura,
a música e o cinema só têm a função de solidificar o espírito de conformismo. Um
universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série,
a uniformidade, e que idolatra Henry Ford. Essa é a visão desenvolvida no
clarividente romance distópico: Admirável mundo novo, de Aldous Huxley (1.932).

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