A BELEZA DE CRISTO NO EVANGELHO

Texto Bíblico: 2 Co 4.1-6.

Pregador: Jânio da Cunha Bastos

INTRODUÇÃO

O dono de um pequeno sítio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na

rua:

- Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o Senhor bem conhece.
Pode redigir o anúncio para o jornal?

Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu: "Vende-se encantadora propriedade,

onde cantam os pássaros ao amanhecer; com extenso arvoredo, cortada por cristalinas
e marejantes águas de um ribeiro. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra
tranqüila das tardes, na varanda".

Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o

sítio.

“Nem penso mais nisso”, disse o homem. “Quando li o anúncio e percebi a maravilha
que tinha! Desisti imediatamente de vender aquele paraíso!”

Por que não conseguimos enxergar a beleza de Jesus, como exposto no

Evangelho? A resposta para essa pergunta encontra-se parcialmente em 2 Coríntios
4.4-6. Vejamos o que diz Paulo a esse respeito.

I. A BELEZA ENCOBERTA (VV. 1-3)

1) Não vemos a beleza de Cristo porque o Evangelho muitas vezes é

distorcido pela vida e mensagem dos seus ministros.
a) A natureza e perseverança do ministério de Paulo.
“Portanto, visto que temos este ministério pela misericórdia que nos foi dada
não desanimamos”.
b) A transparência e veracidade do ministério de Paulo. Note aqui:

1) O ministro do evangelho renuncia “aos procedimentos secretos

e vergonhosos” na exposição da palavra de Deus.
2) O ministro do evangelho não usa de engano na exposição da
palavra de Deus.
3) O ministro do evangelho não adultera a Palavra de Deus para
ganhar os ouvintes. “nem torcemos a palavra de Deus”.
4) O ministro do evangelho vive de forma transparente na
presença de Deus e dos homens. Pelo contrário, mediante a clara
exposição da verdade, recomendamo-nos à consciência de todos, diante
de Deus”.

2) Não vemos a beleza de Cristo porque o Evangelho muitas vezes é

recebido com dureza de coração pelos ouvintes.
 Por que as pessoas não criam, então, no Evangelho que Paulo pregava? A
resposta é que muitas vezes o problema não está no evangelho, nem em Cristo, que
são claros como a luz do sol, nem tão pouco no pregador, mas naqueles que recebem a
palavra com oposição. “Mas se o nosso evangelho está encoberto, para os que estão
perecendo é que está encoberto”.
William MacDonald ilustra essa verdade dizendo que em nosso universo físico, o
sol está sempre brilhando. Contudo, nem sempre nós o vemos brilhar. A razão disso é
que algumas vezes, nuvens densas se interpõem entre nós e o sol. Assim acontece com
o evangelho. A luz do evangelho está sempre brilhando. Deus está sempre buscando
resplandecer sua luz nos corações dos homens. Mas às vezes as nuvens densas da
incredulidade atrapalham a luz seguir seu curso.

3) Não vemos a beleza de Cristo porque o Evangelho muitas vezes é

obscurecido na mente dos ouvintes por Satanás.

“4:4 O deus desta era

cegou o entendimento dos descrentes,
para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo,
que é a imagem de Deus”.

II. A BELEZA REVELADA (VV. 4-6)

1) O conteúdo do Evangelho que Paulo pregava

a) O que ele não pregava - “4:5 Pois não nos pregamos a nós
mesmos”.
b) O que ele pregava - “mas a Jesus Cristo, o Senhor”.
c) Com que disposição ele pregava - “e a nós como escravos de
vocês”.
d) Qual a motivação pela qual pregava – “por amor de Jesus”.
2) A fonte de poder do Evangelho que Paulo pregava.
4:6 Pois Deus que disse: "Das trevas resplandeça a luz", ele mesmo brilhou
em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na
face de Cristo.

APLICAÇÃO

Os ministros do Evangelho não podem ser um empecilho à clareza da mensagem que

pregam, vivendo uma vida dúplice. O óleo do Espirito Santo flui por meio do conduíte
desobstruído. Não basta ter oratória, é precisa poder de Deus.

Os crentes não só veem a glória de Cristo pela iluminação do evangelho, como também
refletem sua glória na vida diária.

Enquanto Satanás cega a mente humana (v. 4), Deus ilumina o coração, que é a fonte
da vida (Pv 4.23). Satanás impede a iluminação, mas Deus a providencia.