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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

JCSJ
Nº 70005183165
2002/CÍVEL

AÇÃO DE MANUTENÇÃO DE POSSE.


ARRENDAMENTO RURAL NÃO PROVADO.
COMODATO EVIDENCIADO. AUSÊNCIA DE DIREITO
DE PREFERÊNCIA. NATUREZA DO COMODATO.
PAGAMENTO DE PARCELAS DE IMPOSTOS
INCIDENTES SOBRE O IMÓVEL QUE NÃO AFASTA A
FIGURA JURÍDICA DO COMODATO. DESPESAS
ORDINÁRIAS COMPREENDIDAS NO DEVER DO
COMODATÁRIO DE GUARDA E CONSERVAÇÃO DO
BEM.
APELO NÃO PROVIDO.

APELAÇÃO CÍVEL VIGÉSIMA CÂMARA CÍVEL

Nº 70005183165 SÃO VICENTE DO SUL

ADAIR PRAIS APELANTE

MUNICÍPIO DE SÃO VICENTE DO APELADO


SUL

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
Acordam os integrantes da Vigésima Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Estado, à unanimidade, em negar provimento à apelação.
Custas na forma da lei.
Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes
Desembargadores Armínio José Abreu Lima da Rosa, Presidente e Revisor, e
Carlos Cini Marchionatti.
Porto Alegre, 30 de abril de 2.003.

DR. JOSÉ CONRADO DE SOUZA JÚNIOR,


Relator.
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R E L AT Ó R I O

DR. JOSÉ CONRADO DE SOUZA JÚNIOR (RELATOR) – ADAIR PRAIS


apela da sentença que, nos autos da ação de manutenção de posse que
moveu contra MUNICÍPIO DE SÃO VICENTE DO SUL, julgou improcedente a
demanda.
Sustenta ser arrendatário, e não comodatário, do imóvel em
questão há mais de 17 anos, mediante contrato verbal, firmado com o ex-
proprietário, Pedro Porsche, que alienou o imóvel ao apelado, preterindo seu
direito de preferência. Aduziu estar caracterizado o esbulho praticado pelo
apelado, impondo-se a modificação da sentença vergastada.
Intimado, o Ministério Público, opinou pelo improvimento do
recurso.
Com o oferecimento das contra-razões, subiram os autos a esta
Egrégia Corte.
O Procurador de Justiça exarou parecer, manifestando-se no
sentido do improvimento da apelação.
É o relatório.

VOTO

DR. JOSÉ CONRADO DE SOUZA JÚNIOR (RELATOR) – O


Decreto n.º 59.566/66 artigo 3º define o contrato de arrendamento rural:
Art. 3º. Arrendamento rural é o contrato agrário pelo qual uma
pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo
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de imóvel rural, parte ou partes do mesmo, incluindo, ou não, outros bens,


benfeitorias e ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade de
exploração agrícola, pecuária, agro-industrial, extrativa ou mista, mediante
certa retribuição ou aluguel, observados os limites percentuais da Lei. (grifei)
No caso dos autos, conquanto comprovado que o apelante
detinha a posse da área e a utilizava, há longo tempo, para exploração
pecuária, - o que acusam as notas de produtor rural juntadas com a inicial, não
restou demonstrado elemento essencial conformativo da fattispecie, isto é: a
retribuição ou aluguel.
Os documentos juntados às fls. 10/11 não são bastantes a esse
propósito. Tampouco os depoimentos de Celso Santos Toledo e Vicente
Rodrigues de Sturza (fl. 22). Faziam-se necessárias outras evidências, tais
quais recibos, valores, datas, que, todavia, não vieram aos autos.
Assim, a relação jurídica existente entre o apelante e Pedro
Poche, que exsurge da prova, é a afirmada pelo Município, isto é: a de
comodato, da qual não nasce qualquer direito de preferência ao autor,
lembrando-se que o comodato é contrato unilateral, gratuito e precário,
enfatizando-se, ainda quanto à gratuidade, que os pagamentos de parcelas de
impostos incidentes sobre o imóvel não alteram a natureza da relação jurídica
revelada enquanto despesas ordinárias que compreendem o dever de
conservação e guarda do bem.
Dito isso, não socorre o apelante qualquer causa jurídica com
eficácia a mantê-lo na posse, tanto assim que, noticiam os autos, já havia ele
aberto mão da posse de parte da área em reunião cuja oficialidade, parece,
não resultou documentada.
Por esses motivos, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO.

DES. ARMÍNIO JOSÉ ABREU LIMA DA ROSA (PRESIDENTE E REVISOR) –


De acordo.

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DES. CARLOS CINI MARCHIONATTI – De acordo.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 70005183165, DE SÃO VICENTE DO SUL: “ NEGARAM


PROVIMENTO. UNÂNIME.”

Julgadora de 1º Grau: Dra. Gorete Fátima Marques Charao.

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