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Estamos iniciando a incrível viagem pelo corpo humano. Nas páginas
deste material, veremos aspectos relacionados às doenças sangüíneas ou transmitidas
pelo sangue, suas formas de tratamento e a doação de sangue. Neste capítulo, você
encontrará alguns conceitos fundamentais para compreender melhor esta viagem.
?respondaessa células
musculares
Mas, se o DNA, que contém a informação genética, é
Representação da formação de um organismo a partir de uma única célula, o zigoto.
igual em todas as células do nosso corpo, como é possí-
As células se diferenciam em tecidos porque não têm os mesmos trechos da molécula de DNA ativadas. Assim, a diferenciação celu-
lar é resultado da ativação de alguns genes e da desativação de outros, ou seja, cada tipo de célula possui um conjunto particular de
Como conseqüência, o conjunto de proteínas codificadas pelos genes varia de acordo com o tipo de célula. Por exemplo, nas
células das glândulas salivares devem estar ativos genes que codificam as enzimas secretadas na saliva. É claro que os genes que
determinam a produção das enzimas da saliva não devem estar ativos em outro tecido do corpo!
Essa atividade diferencial dos genes começa a ser determinada no embrião e persiste nos tecidos adultos ao longo da vida.
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TIPO CELULAR IMAGEM
e as plaquetas.
c. Basófilo 4
+ paraSabermais
Apesar de seu aspecto líquido, o sangue tem todas as carac-
substância intercelular. +
e. Linfócito 6
3. Plaqueta 7
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VALORES NORMAIS
DESCRIÇÃO PARA ADULTOS PRINCIPAIS FUNÇÕES
Cerca de duas vezes maior que o eritrócito; 40% a 75% dos leucócitos Destrói partículas relativamente pequenas por fagocitose.
núcleo apresenta de dois a cinco lobos.
Cerca de duas vezes maior que o eritrócito; Libera anticoagulantes que previnem a coagulação do
núcleo apresenta dois lobos. 0 a 1% dos leucócitos sangue; libera histamina que causa inflamação.
Cerca de duas a três vezes maior que o eritrócito; 2% a 10% dos leucócitos Origina o macrófago que destrói partículas
forma do núcleo varia de redonda a lobada. relativamente grandes por fagocitose.
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Vamos ver agora um pouco mais sobre estas células e
suas funções:
GLÓBULOS VERMELHOS
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A vida média de uma hemácia é cur ta, cerca de 120 dias.
Estrutura da hemoglobina.
cadeia
ferrro
heme
cadeia
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GLÓBULOS BRANCOS
+ paraSabermais
Veja no Capítulo 2 as doenças que interferem na produção
e no funcionamento de hemácias, hemoglobinas e glóbulos
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PLAQUETAS
fiqueligado
O sistema hematopoético
as células do sangue.
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AS CÉLULAS - TRONCO
As células especiais da medula óssea capazes de originar todos os tipos de células do sangue
são chamadas células-tronco. Um grupo especial de células da medula óssea vermelha se divide,
originando células linfóides – que vão originar os linfócitos dos tipos B e T – e células mielóides
células do sangue ocorre de modo progressivo. Durante os sucessivos ciclos de divisão celular,
as células-filhas tornam-se cada vez mais diferenciadas.
ou ilimitada, capazes de produzir pelo menos um tipo de célula altamente diferenciada. Quando
uma célula-tronco se divide, além de uma célula diferenciada, dessa divisão também vai resultar
uma célula que continua idêntica a ela, ou seja, indiferenciada, para manter o estoque.
célula-tronco pluripotente
mielóide linfóide
GRANULÓCITOS
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fiqueligado
Todas as células têm duas características importantes: o grau de
célula-tronco
divisão celular
diferenciação celular
célula diferenciada
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As células-tronco são classificadas segundo sua capacidade de Em relação à origem, uma classe impor tante de células-
gerar novos tipos celulares, ou seja, sua potencialidade. Em tronco são as chamadas células-tronco embrionárias.
ordem decrescente de potencialidade estão as células-tronco Como o nome sugere, elas são derivadas de um embrião nos
O zigoto e as primeiras células que resultam de sua divisão tação no útero materno, quando o embrião é um conglome-
são totipotentes, pois podem originar todos os tipos de célu- rado de aproximadamente 200 células, chamado blastocisto.
las e, se isoladas, até um organismo inteiro. As células-tronco À medida que o embrião se desenvolve, as células-tronco
da medula óssea que originam todos os tipos de células do embrionárias se diferenciam em todos os tipos de células
sangue são células pluripotentes, pois originam muitos tipos nele presentes: sangue, pele, músculo, fígado, cérebro etc.
celulares. Já os dois tipos celulares (mielóide e linfóide) deri- Por isso, as células-tronco embrionárias são chamadas
tipos celulares.
células-tronco totipotentes
podem originar um organismo inteiro. Os exemplos são o zigoto
e as primeiras células-tronco do embrião que resultam da divisão
do zigoto.
células-tronco pluripotentes
Podem originar quase todos os tipos de tecidos, mas não um
organismo inteiro. Um exemplo são as células-tronco embrionárias
da massa interna do blastocisto.
células-tronco multipotentes
Podem originar diversos tipos de tecidos, mas não todos.
O melhor exemplo são as células-tronco do adulto.
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Um outro grupo muito importante de células-tronco são
cina são as células hematopoéticas da medula óssea. Além células-tronco do adulto e embrionárias em trans-
da medula óssea, essas células são também particularmente plantes de medula óssea e na regeneração de órgãos e
abundantes no sangue do cordão umbilical e da placenta dos tecidos. +
recém-nascidos, que também são consideradas células-tronco
do adulto.
fiqueligado
Até bem pouco tempo, acreditava-se que, uma vez que uma célu-
certo tecido, seu destino não poderia ser mudado e ela não pode-
quisas têm mostrado que elas são mais flexíveis do que se ima-
desses animais.
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TRABALHANDO COM O TEMA EM SALA DE AULA
ATIVIDADE 1
ESTÍMULO À LEITURA E COMPREENSÃO DO TEXTO
Para ajudar na compreensão deste capítulo, que possui muitos termos técnicos importantes,
o professor pode organizar um jogo com os alunos. Após a leitura, divididos em dois (ou mais)
grupos, os alunos devem selecionar palavras do texto que não são comuns.
Um grupo deve perguntar sobre o significado de uma palavra que esteja no texto e, sem
poder consultá-lo, o outro grupo deverá tentar explicar o significado. Caso não saibam, o primei-
ro grupo deve dar a explicação, também sem a consulta. Dessa forma, o professor pode avaliar
tiverem dúvidas sobre o significado da palavra, outras fontes (dicionários, livros didáticos, revis-
ATIVIDADE 2
O TIME JOGA MAL : DESCULPA OU EFEITO DA ALTITUDE ?
Vimos, aqui, a importância do sangue para o corpo humano. Você pode trabalhar este tema
com os alunos, solicitando a leitura do texto abaixo, sobre os preparativos da seleção brasileira
de futebol (“Brasil pega Equador na altitude de Quito”, Jornal O Estado de S. Paulo, 17/11/2004).
Guayaquil – Entre a Comissão Técnica e os jogadores não há segredo. O jogo desta quarta-
feira, às 19 horas (de Brasília), será o mais difícil do ano pelas Eliminatórias Sul-Americanas para
a Copa do Mundo de 2006. Não importa que o Brasil seja líder invicto com 20 pontos e tenha a
maioria das estrelas do futebol mundial. O estudioso Carlos Alberto Parreira sabe que enfrentar
o Equador nos 2.860 metros de altitude de Quito, com apenas um dia de treinamento, é quase
um suicídio. “Nós fizemos o levantamento de uma partida que serviu como exemplo do efeito
da altitude. Na última partida entre Santos e LDU em Quito os equatorianos deram 36 chutes
a gol e os brasileiros apenas quatro. Nós vamos ter de usar a inteligência e o nosso talento indi-
vidual para sair do Equador com uma vitória. Será a nossa única opção”, afirmava o treinador.
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Parreira não admitia que se levasse em consideração a tradição ao analisar o jogo desta
quarta-feira. “A campanha dos equatorianos nas Eliminatórias revela o que eles estão fazendo.
Simplesmente todos os 13 pontos que conseguiram foram em Quito. Estão invictos jogando em
casa. Fora, perderam todas. A aposta deles está no fator altitude. Estou esperando uma partida
complicadíssima”, admitia.
máximo possível durante todo o jogo. “Eles vão tentar impor correria principalmente no
primeiro tempo. Já joguei duas vezes em Quito e sei como é. Depois de conseguir a vantagem
no placar, se armam só para descer em contragolpes em velocidade. O Brasil terá de ser fir-
me no começo do jogo. Administrar a bola, não se expor”, detalha Roque Júnior, entregando
a estratégia de Parreira. Sem poder escalar Edu e Zé Roberto, suspensos, o treinador acabou
O Brasil irá começar o jogo com o time fechando a intermediária para evitar os lançamentos
em velocidade nas costas de Cafu e Roberto Carlos. “Nós não vamos poder sair tanto como
estamos acostumados. Eu e o Roberto iremos fechar o nosso setor. Não vamos dar as chances
que eles estão esperando”, jura Cafu. “Essa será a partida típica para ser jogada com inteligên-
cia. Saber aproveitar quando tivermos a bola dominada. Os torcedores equatorianos irão fazer
pressão para que a seleção do seu país derrote o Brasil. Com certeza irão deixar espaço atrás
na sua marcação. E nós estaremos prontos para aproveitar esse espaço”, promete Kaká.
Ataque – O jogador do Milan, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo terão mais liberdade na frente.
Para não se desgastar, não deverão ajudar na marcação de jeito nenhum. É ordem do treinador.
E Parreira irá utilizar a derrota para os equatorianos nas Eliminatórias para a Copa de 2002
como referência ao time. “Nós não podemos nos comportar da mesma maneira daquela der-
rota por 1 a 0. Não vamos permitir que eles dominem as ações da partida.”
O treinador brasileiro quer ir muito mais além do que terminar 2004 com o Brasil em pri-
meiro e invicto nas Eliminatórias. “Eu vi o sufoco que foi com a nossa seleção nas Eliminatórias
de 1993 e 2001, quando se classificou na última rodada. Os meus jogadores sabem que precisam
vencer o Equador e ficar cada vez mais próximo da classificação para a Copa de 2006. Chega
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Para tentar diminuir o efeito da altitude, o Brasil viajará nesta quarta-feira no final da
manhã de Guayaquil para Quito. O preparador Moracy Sant’Ana disse que também irá fazer
um aquecimento especial, muito mais for te. Segundo seus estudos, isso amenizaria um pouco
Sugira aos estudantes que realizem uma pesquisa procurando responder às seguintes questões:
des elevadas?
3. O que poderia ser indicado aos jogadores brasileiros para que se preparassem melhor
Dicas
Em altitudes elevadas, diz-se popularmente que “o ar é
Sugerimos ao professor, também, a leitura de outro texto interessante sobre o efeito da altitude
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B IBLIOGRAFIA S UGERIDA
Livros
derna, 1997.
AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R.; OTTO, P. A. Biologia e saúde humanas. São Paulo: Mo-
derna, 1981.
PEREIRA, L. V. Clonagem: fatos & mitos. São Paulo: Moderna, 2002.
Jornais e Revistas
Link: http://www.estadao.com.br/educando/noticias/2004/mai/10/69.htm
Link: http://epoca.globo.com/nd/20020623ct_e.htm
Links
Com Ciência
http://www.comciencia.br/reportagens/celulas/10.shtml
Dráuzio Varella
http://www.drauziovarella.com.br/artigos/clonagemhumana.asp
Imuno-hematologia
http://ioh.medstudents.com.br/
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