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Introdução ..................................................................................................................... 1
Metodologia .................................................................................................................. 3
2. Conclusão ............................................................................................................ 12
3. Bibliografia .......................................................................................................... 13
Introdução
O presente trabalho de pesquisa visa analisar “Os tipos de Casamentos em Moçambique”.
Entretanto, a análise dos diferentes tipos de uniões conjugais é fundamental quando se
estuda famílias, tanto ao nível da sua estrutura interna como ao nível das relações que
desenvolvem com a estrutura social envolvente. Esta análise esclarece-nos sobre o peso
relativo que os diferentes referentes culturais e representações sociais têm no seio da
família e permite compreender a forma como estes referentes e estas representações
sociais se articulam.
A variedade de uniões matrimoniais no conjunto das famílias estudadas é imensa. Quando
os actores se afirmam casados‖ podem estar a referir-se a inúmeros tipos de Casamento.
Há uniões formalizadas simultaneamente no Registo Civil, na Igreja Católica e através de
lobolo; há casais que só cumpriram parcialmente as diferentes cerimónias e prestações
que o lobolo implica.
Segundo o UNICEF, as raparigas que completaram o ensino secundário têm 53% menos
probabilidade de estarem casadas antes dos 18 anos do que as raparigas que não tiverem
acesso à educação. Outro aspecto é que há mais casamentos prematuros nas áreas rurais.
Aqui, 56% das mulheres entre 20-24 anos casaram antes dos 18, sendo que, nas zonas
urbanas, a percentagem é de 36%.
Esta sistuação torna – se bastante alarmante pois coloca em risco a saúde sexual e
reprodutiva das raparigas, razão pela qual é importante estudar os casamentos em
Moçambique como um dos factores determinantes da saúde Materno infantil.
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Objectivo Geral
Analisar de forma sistemática os tipos de casamentos em Moçambique como
determinante Socio – Económico da Saúde Materno Infantil
Objectivos Específicos
Conceituar casamento e Saúde Materno Infantil
Identificar as características dos tipos de casamentos existentes em Moçambique
Apresentar a relação existente entre a Saúde Materna Infantil e os Casamentos
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Metodologia
Para a produção deste trabalho a colecta de dados aconteceu através de revisão
bibliográfica de livros com temas relacionados com os Tipos de Casamentos em
Moçambique e Saúde Materno Infantil em forma de pesquisa qualitativa. Depois da
recolha dos dados, os textos foram compilados para decisão da ordem e relevância das
informações para a produção da revisão do presente trabalho.
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1. TIPOS DE CASAMENTOS EM MOÇAMBIQUE
1.1.Conceito de casamento
Os laços matrimoniais são reconhecidos a nível social, tanto a partir das normas legais
como pelos costumes (a boda, por exemplo). Ao contrair matrimónio, os cônjuges passam
a obter direitos e obrigações, pelo facto de se tratar de um contrato civil. O matrimónio
também legitima a filiação dos filhos que são procriados pelos seus membros.
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Cfr http://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Cidadao/Servicos/Administracao-Civil acesso em
09/05/2018 pelas 13:35 mim
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Cfr Artigo 7 da Lei da Família, aprovada pela Lei nº 10/2004 de 25 de Agosto, 2004.
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1.2.Classificação dos casamentos em Moçambique
1.2.1. Casamento Civil
1.2.1.1.Pressupostos da celebração do casamento
A declaração para casamento deverá constar de documento assinado pelos nubentes, com
dispensa de reconhecimento das assinaturas, ou de auto lavrado em impresso a ser
disponibilizado pela conservatória ou delegação do registo civil, se souberem e puderem
fazé-lo.
A declaração deverá conter os seguintes elementos:
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Cfr Casamento Civil disponível em:
http://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Cidadao/Servicos/Administracao-Civil acesso em 09/05/2018
pelas 13:35 mim
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A conservatória ou delegação em que o casamento deverá ser celebrado;
A menção de o casamento ser celebrado com ou sem convenção antenupcial;
O número, data e repartição expedidora dos bilhetes de identidade dos nubentes,
ou o protesto pela sua apresentação posterior.
1.2.1.4.Documentos e requisitos necessários
A declaração inicial deverá ser instruída com os seguintes documentos:
Atestados comprovativos da residência actual dos nubentes;
Certidões do registo de nascimento dos nubentes;
Certidão do registo de óbito do pai ou da mãe dos nubentes menores não
emancipados, quando pretendam beneficiar da isenção ou redução emolurientar
prevista na Lei;
Certidão da escritura antenupcial quando a houver; e
Os bilhetes de identidade dos nubentes.
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De duas testemunhas.
O casamento religioso e tradicional só podem ser celebrados por quem tiver a capacidade
matrimonial exigida por lei.
Neste tipo de casamentos a capacidade matrimonial dos nubentes é comprovada por meio
de processo preliminar de publicações, organizado nas repartições do registo civil a
requerimento dos nubentes ou do dignatário religioso, nos termos da lei de registo.
Verificada no despacho final do processo preliminar de publicações a inexistência de
impedimentos à realização do casamento, o funcionário do registo civil extrai o
certificado matrimonial, que é remetido ao dignatário religioso e sem o qual o casamento
não pode ser celebrado4.
O consentimento dos pais, legais representantes ou tutor, relativo ao nubente menor, pode
ser prestado na presença de duas testemunhas perante o dignatário religioso, o qual lavra
auto de ocorrência, assinando-o todos os intervenientes.
De duas tetemunhas
Dos contraentes;
Da autoridade comunitária; e
De duas testemunhas.
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Cfr Casamento Religioso e Tradicional disponível em:
http://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Cidadao/Servicos/Administracao-Civil acesso em 09/05/2018
pelas 13:35 mim
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1.2.3. Casamentos urgentes e por procuração
1.2.3.1.Casamentos urgentes
Quando haja fundada receio de morte próxima de algum dos nubentes é permitida a
celebração de casamento independentemente do processo preliminar de publicações e
sem a intervenção do funcionário do registo civil.
Do casamento urgente é lavrado, oficiosamente, um assento provisório. Sendo que, o
funcionário do registo civil é obrigado a lavrar o assento provisório, desde que lhe seja
apresentada, para esse fim, a acta do casamento urgente, nos termos prescritos na
legislação do registo civil5.
De acordo com ARTUR (2010:47) apenas 10% dos casamentos são registados; os
restantes 90% são em grande medida considerados ―uniões de facto, as quais, para uma
grande diversidade de fins legais, em particular no que respeita a competência dos
tribunais, são tratadas como equivalentes aos casamentos registados. Na prática, os
tribunais locais referem-se às partes como marido e mulher, baseando-se simplesmente
na aceitação social […] Esta é, pois, a estratégia prática que a lei adopta em relação às
cerimónias religiosas do lobolo e a outros rituais associados ao casamento tradicional. A
lei não reconhece nem penaliza estas práticas […]. Não há qualquer esforço no sentido
da penalização de práticas consideradas totalmente incorrectas, tais como a poligamia ou
os casamentos de crianças […]. Mas, ao mesmo tempo, os direitos e deveres legais não
podem ser baseados nos rituais e cerimónias associados a estas instituições […]. O Estado
não intefere. Não reconhece, mas tolera.
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Cfr Casamentos Urgentes e por procuração disponível em:
http://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Cidadao/Servicos/Administracao-Civil acesso em 09/05/2018
pelas 13:35 mim
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Partindo da citação acima referenciada podemos claramente observar que 90 % dos
casamentos realizados em Moçambique são tradicionais e na sua maioria prematuros,
facto que relaciona directamente a saúde materno infantil das mulhres.
Esta condição faz com que elas acabem por correr riscos de contrair gravidezes
indesejadas e doenças de transmissão sexual, incluindo o HIV e Sida.
Moçambique é um dos países ao nível mundial com as taxas mais elevadas de prevalência
de casamentos prematuros, afectando cerca de uma em duas raparigas, representando uma
grande violação dos direitos humanos das raparigas. Esta situação inḀuencia
negativamente os esforços para a redução da pobreza e o alcance dos Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio (ODMs) - em particular influenciando para que as raparigas
ἀquem grávidas precocemente e deixem ter acesso a educação, aumentando os riscos de
mortalidade materna e infantil
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Casamentos Tradicionais em Moçambique disponivel em :
http://mozindico.blogspot.com/2009/10/mocambique-casamentos-tradicionais-no.html acesso em
09/05/2018 pelas 13:22 Mim
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A pressão económica exercida sobre os agregados mais pobres e as práticas socioculturais
prevalecentes, continuam a conduzir as famílias a casarem as suas filhas cada vez mais
cedo, quando as raparigas ainda não atingiram maturidade suficiente para o casamento e
para a gravidez ou para assumirem a responsabilidade para serem esposas e mães.
A maior parte das desistências escolares estão ligadas a gravidez precoce nas raparigas,
numa fase do seu desenvolvimento físico e emocional em que elas ainda não se encontram
preparadas para gerar uma criança, com consequências bastante sérias para a sua saúde e
para a sobrevivência dos seus filhos7.
Moçambique encontra-se em 10° lugar no mundo entre os países mais afectados pelos
casamentos prematuros, atendendo os dados relacionados com a proporção de raparigas
com idades entre os 20-24 anos que se casaram enquanto crianças, isto é, antes dos 18
anos de idade. A maior parte destes casamentos são de facto uniões, mais do que
casamentos legalmente registados, mas são usualmente formalizados através de
procedimentos costumeiros como o pagamento do lobolo para a família da rapariga. De
acordo com os dados do Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) 2011, 48% de raparigas
com a idade entre os 20-24 anos casou-se antes dos 18 anos e 14% antes de atingir os 15
anos. Moçambique encontra-se ainda atrasado nos esforços de prevenção e combate
contra este fenómeno, apresentando um nível de prevalência de casamentos prematuros
acima dos restantes países da África Austral e Oriental, ficando apenas atrás do Malawi.
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Etnia Macua disponível em: http://malua7rcbm.blogspot.com/2014/06/etnia-macua-norte-de-
mocambique.html acesso em 09/05/2018 pelas 13:22 Mim
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A problemática da gravidez precoce afecta cerca de 38 por cento das meninas e os
casamentos prematuros afectam 10 por cento das raparigas dos 15-19 anos que casam antes
dos 15 anos, e 48 por cento das mulheres entre 20-24 anos que casaram-se antes dos 18 anos,
trazem consigo consequências drásticas como mortes por causa de problemas na gravidez,
complicações de saúde, ou a impossibilidade de concluir os estudos e ter uma carreira
profissional, além de que elas tornam-se vítimas de violência, e os seus direitos sexuais e
reprodutivos são violados.
Os dados estatísticos apontam que duas em cada dez raparigas (22.4 por cento) entre 15-19
anos sofrem violência física desde os 15 anos, e 9 por cento sofre violência sexual, são
obrigadas a ter relações sexuais contra a sua vontade, e mesmo grávidas são vítimas de
violência onde três por cento dessas raparigas sofre violência durante a gravidez.
A gravidez precoce que em grande parte dos casos leva ao casamento prematuro, ou vice-
versa, torna a menina frágil, dominada e dependente do marido, mesmo para ter acesso aos
cuidados de saúde e continuidade nos seus estudos. Ela não tem o poder de decisão perante
o seu direito à saúde sexual e reprodutiva.
Toda a mulher ou rapariga grávida tem o direito a receber o tratamento ou cuidados de saúde,
mas porque a menina não tem voz, não tem opinião, muito menos o poder de decisão perante
à família e sociedade, lhe é violado este direito. Durante a gravidez esta rapariga, sobretudo
da zona rural enfrenta problemas no acesso aos cuidados de saúde. Cerca de 10 por cento
enfrenta o problema de obtenção de permissão do marido para ir ao tratamento e consulta de
planeamento familiar ou pré-natal, cerca de três em cada dez (35.5 por cento) enfrenta o
problema em obter o dinheiro para o tratamento. Uma vez que ela é menor, não trabalha,
abandonou a escola, é submetida a uma vida de total dependência, dependendo da boa
vontade do marido, o que coloca em risco a sua saúde e a do bebé, pois o seu direito aos
cuidados de saúde está em poder do marido.
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2. Conclusão
O casamento tradicional em Moçambique é reconhecido por lei pois faz parte dos nossos
costumes mais antigos e distintos, vem desde dos primórdios das civilizações
moçambicanas sendo forma de realizar matrimónio entre os pretendentes, gerando
descendentes que carregam esta mesma cultura de geração para geração e se fazendo
sentir ate os dias de hoje, em Moçambique distinguem-se as formas da prática destes
casamentos variando alguns aspectos de região para região, importando-nos abordar neste
trabalho a região norte do pais que tem costumes muito curiosos.
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3. Bibliografia
Legislação
MOÇAMBIQUE, CONSTITUIÇÃO (2004), Constituição da República de
Moçambique, Maputo, Plural Editores, 2004.
MOÇAMBIQUE, Lei da Família, aprovada pela Lei nº 10/2004 de 25 de Agosto, 2004.
Doutrina:
http://mozindico.blogspot.com/2009/10/mocambique-casamentos-tradicionais-no.html
acesso em 09/05/2018 pelas 13:22 Mim
http://malua7rcbm.blogspot.com/2014/06/etnia-macua-norte-de-mocambique.html
acesso em 09/05/2018 pelas 13:22 Mim
http://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Cidadao/Servicos/Administracao-Civil acesso em
09/05/2018 pelas 13:35 mim
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