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Índice

Conteúdo Páginas
Introdução ..................................................................................................................... 1

Objectivo Geral ............................................................................................................. 2

Objectivos Específicos .................................................................................................. 2

Metodologia .................................................................................................................. 3

1. Tipos de Casamentos em Moçambique ................................................................. 4

1.1. Conceito de casamento ...................................................................................... 4

1.2. Classificação dos casamentos em Moçambique ................................................ 5

1.2.1. Casamento Civil ............................................................................................. 5

1.2.1.1. Pressupostos da celebração do casamento .................................................. 5

1.2.1.2. Declaração para casamento ........................................................................ 5

1.2.1.3. Forma externa da declaração ...................................................................... 5

1.2.1.4. Documentos e requisitos necessários ......................................................... 6

1.2.2. Casamentos Religioso e tradicional ............................................................... 7

1.2.3. Casamentos urgentes e por procuração .......................................................... 8

1.2.3.1. Casamentos urgentes .................................................................................. 8

1.2.3.2. Casamentos por procuração ........................................................................ 8

1.3. Relção entre Saúde materno Infantil e os casamentos tradicionais ................... 8

2. Conclusão ............................................................................................................ 12

3. Bibliografia .......................................................................................................... 13
Introdução
O presente trabalho de pesquisa visa analisar “Os tipos de Casamentos em Moçambique”.
Entretanto, a análise dos diferentes tipos de uniões conjugais é fundamental quando se
estuda famílias, tanto ao nível da sua estrutura interna como ao nível das relações que
desenvolvem com a estrutura social envolvente. Esta análise esclarece-nos sobre o peso
relativo que os diferentes referentes culturais e representações sociais têm no seio da
família e permite compreender a forma como estes referentes e estas representações
sociais se articulam.
A variedade de uniões matrimoniais no conjunto das famílias estudadas é imensa. Quando
os actores se afirmam casados‖ podem estar a referir-se a inúmeros tipos de Casamento.
Há uniões formalizadas simultaneamente no Registo Civil, na Igreja Católica e através de
lobolo; há casais que só cumpriram parcialmente as diferentes cerimónias e prestações
que o lobolo implica.
Segundo o UNICEF, as raparigas que completaram o ensino secundário têm 53% menos
probabilidade de estarem casadas antes dos 18 anos do que as raparigas que não tiverem
acesso à educação. Outro aspecto é que há mais casamentos prematuros nas áreas rurais.
Aqui, 56% das mulheres entre 20-24 anos casaram antes dos 18, sendo que, nas zonas
urbanas, a percentagem é de 36%.

Esta sistuação torna – se bastante alarmante pois coloca em risco a saúde sexual e
reprodutiva das raparigas, razão pela qual é importante estudar os casamentos em
Moçambique como um dos factores determinantes da saúde Materno infantil.

1
Objectivo Geral
Analisar de forma sistemática os tipos de casamentos em Moçambique como
determinante Socio – Económico da Saúde Materno Infantil

Objectivos Específicos
 Conceituar casamento e Saúde Materno Infantil
 Identificar as características dos tipos de casamentos existentes em Moçambique
 Apresentar a relação existente entre a Saúde Materna Infantil e os Casamentos

2
Metodologia
Para a produção deste trabalho a colecta de dados aconteceu através de revisão
bibliográfica de livros com temas relacionados com os Tipos de Casamentos em
Moçambique e Saúde Materno Infantil em forma de pesquisa qualitativa. Depois da
recolha dos dados, os textos foram compilados para decisão da ordem e relevância das
informações para a produção da revisão do presente trabalho.

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1. TIPOS DE CASAMENTOS EM MOÇAMBIQUE
1.1.Conceito de casamento

Segundo o portal do governo Moçambicano a Lei moçambicana define casamento como


sendo uma união voluntária e singular entre um homem e uma mulher, com o propósito
de constituir família, mediante comunhão plena da vida. O casamento pode ser civil,
religioso ou tradicional1. Em Moçambique, ao casamento monogâmico, religioso e
tradicional é reconhecido valor e eficácia igual à do casamento civil, isto quando tenham
sido observados os requisitos que a lei estabelece para o casamento civil. Vide o artigo
número 7 da Lei da Família2.

Segundo CHIAVENATO (2001:69) O termo matrimónio, sinónimo de casamento,


provém do latim matrimonĭum. Trata-se da união de um homem e de uma mulher que se
realiza através de determinados ritos ou trâmites legais. Nos últimos anos, têm sido cada
vez mais os Estados a autorizar o matrimónio entre pessoas do mesmo género, pelo que
esta união conjugal deixou de ser património e exclusividade da heterossexualidade.

Os laços matrimoniais são reconhecidos a nível social, tanto a partir das normas legais
como pelos costumes (a boda, por exemplo). Ao contrair matrimónio, os cônjuges passam
a obter direitos e obrigações, pelo facto de se tratar de um contrato civil. O matrimónio
também legitima a filiação dos filhos que são procriados pelos seus membros.

Na perispectiva de ANDRADE (2000:63) é possível distinguir, pelo menos no mundo


ocidental, dois grandes tipos de matrimónio: o matrimónio civil (que se concretiza na
presença de uma autoridade estatal competente) e o matrimónio religioso (que legitima a
união aos olhos de Deus).

Na óptica da Igreja Católica, o matrimónio é um sacramento e uma instituição cuja


essência reside na criação divina do homem e da mulher. O matrimónio católico é
perpétuo: não se pode romper de acordo com os preceitos religiosos (ao contrário do
matrimónio civil, onde existe o divórcio). Uma pessoa separada, por conseguinte, não
pode voltar a casar-se pela Igreja.

1
Cfr http://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Cidadao/Servicos/Administracao-Civil acesso em
09/05/2018 pelas 13:35 mim
2
Cfr Artigo 7 da Lei da Família, aprovada pela Lei nº 10/2004 de 25 de Agosto, 2004.

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1.2.Classificação dos casamentos em Moçambique
1.2.1. Casamento Civil
1.2.1.1.Pressupostos da celebração do casamento

A celebração do casamento é precedida de um processo de publicações, regulado na


legislação do registo civil e destinado à verificação da inexistência de impedimento.
A organização do processo preliminar de publicações para casamento compete à
conservatória ou delegação do registo civil da área em que qualquer dos nubentes tiver
domícilio ou residência estabelecida por meio da habitação continua durante, pelo menos,
os últimos trinta dias anteriores à data da declaração ou da apresentação do requerimento
a que se refere os seguintes3.

1.2.1.2.Declaração para casamento

Aqueles que pretendem contrair casamento deverão declará-lo, pessoalmente ou por


intermédio de procurador, perante o funcionário do registo civil e requerer a instauração
do processo preliminar.

1.2.1.3.Forma externa da declaração

A declaração para casamento deverá constar de documento assinado pelos nubentes, com
dispensa de reconhecimento das assinaturas, ou de auto lavrado em impresso a ser
disponibilizado pela conservatória ou delegação do registo civil, se souberem e puderem
fazé-lo.
A declaração deverá conter os seguintes elementos:

 Os nomes completos, idade, estado, naturalidade e residência habitual dos


nubentes;
 Os nomes completos e estado dos pais e, no caso de algum deles ter falecido, a
menção desta circunstância;
 O nome completo e estado do tutor, se algum dos nubentes for menor e tiver tutela
instituída;
 No caso de segundas núpcias de alguém dos nubentes, a menção desse facto e se
existem ou não filhos de matrimónio anterior;

3
Cfr Casamento Civil disponível em:
http://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Cidadao/Servicos/Administracao-Civil acesso em 09/05/2018
pelas 13:35 mim

5
 A conservatória ou delegação em que o casamento deverá ser celebrado;
 A menção de o casamento ser celebrado com ou sem convenção antenupcial;
 O número, data e repartição expedidora dos bilhetes de identidade dos nubentes,
ou o protesto pela sua apresentação posterior.
1.2.1.4.Documentos e requisitos necessários
 A declaração inicial deverá ser instruída com os seguintes documentos:
Atestados comprovativos da residência actual dos nubentes;
 Certidões do registo de nascimento dos nubentes;
 Certidão do registo de óbito do pai ou da mãe dos nubentes menores não
emancipados, quando pretendam beneficiar da isenção ou redução emolurientar
prevista na Lei;
 Certidão da escritura antenupcial quando a houver; e
 Os bilhetes de identidade dos nubentes.

Os primeiros quatro documentos deverão ser apresentados no acto da declaração, os


restantes poderão ser apresentados posteriormente, mas antes da celebração do
casamento.

As certidões de nascimento dos nubentes bem como as certidões de óbito necessárias à


instrução do processo, poderão ser substituídas por certificados de notoriedade passados
nos termos previstos na Lei por fotocópias autenticadas ou públicas formas.

Os bilhetes de identificação serão restituídos aos apresentantes depois de anotada no


processo a sua apresentação.

Serão dispensados da apresentação do bilhete de identidade os nubentes estrangeiros não


residentes em território nacional desde que apresentem o seu passaporte.

Na impossibilidade de apresentação da certidão do registo de óbito do pai ou da mãe dos


nubentes menores não emancipados, a mesma poderá ser substituída por uma declaração
de consentimento passada por quem tiver o menor a seu cargo, confirmado pela entidade
política do local da residência, na qual se referirá a situação precisa do menor e se
especificarão os motivos daquela impossibilidade.

 Para a realização desta modalidade de casamento é indispensável a presença:


Dos contraentes ou de um deles e o procurador do outro;
 Do funcionário do registo civil;

6
 De duas testemunhas.

Nota: É dispensada a apresentação de certidões de actos cujos assentes originais constem


dos livros da conservatória ou delegação.

1.2.2. Casamentos Religioso e tradicional

O casamento religioso e tradicional só podem ser celebrados por quem tiver a capacidade
matrimonial exigida por lei.
Neste tipo de casamentos a capacidade matrimonial dos nubentes é comprovada por meio
de processo preliminar de publicações, organizado nas repartições do registo civil a
requerimento dos nubentes ou do dignatário religioso, nos termos da lei de registo.
Verificada no despacho final do processo preliminar de publicações a inexistência de
impedimentos à realização do casamento, o funcionário do registo civil extrai o
certificado matrimonial, que é remetido ao dignatário religioso e sem o qual o casamento
não pode ser celebrado4.

O consentimento dos pais, legais representantes ou tutor, relativo ao nubente menor, pode
ser prestado na presença de duas testemunhas perante o dignatário religioso, o qual lavra
auto de ocorrência, assinando-o todos os intervenientes.

Para a realização do casamento religioso é indispensável a presença:

 Dos nubentes ou de um deles e o procurador do outro;

 Do signatário religioso competente para a celebração do acto; e

 De duas tetemunhas

 Para a realização do casamento tradicional é indispensável a presença:

 Dos contraentes;

 Da autoridade comunitária; e

 De duas testemunhas.

4
Cfr Casamento Religioso e Tradicional disponível em:
http://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Cidadao/Servicos/Administracao-Civil acesso em 09/05/2018
pelas 13:35 mim

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1.2.3. Casamentos urgentes e por procuração
1.2.3.1.Casamentos urgentes

Quando haja fundada receio de morte próxima de algum dos nubentes é permitida a
celebração de casamento independentemente do processo preliminar de publicações e
sem a intervenção do funcionário do registo civil.
Do casamento urgente é lavrado, oficiosamente, um assento provisório. Sendo que, o
funcionário do registo civil é obrigado a lavrar o assento provisório, desde que lhe seja
apresentada, para esse fim, a acta do casamento urgente, nos termos prescritos na
legislação do registo civil5.

1.2.3.2.Casamentos por procuração

A legislação moçambicana permite que um dos nubentes faça-se representar, no acto da


celebração do casamento, por procurador. A procuração que o representante ostentará
deve conter poderes especiais para o acto, a designação expressa do outro nubente e a
indicação da modalidade de casamento.

1.3.Relção entre Saúde Materno Infantil e os casamentos tradicionais

De acordo com ARTUR (2010:47) apenas 10% dos casamentos são registados; os
restantes 90% são em grande medida considerados ―uniões de facto, as quais, para uma
grande diversidade de fins legais, em particular no que respeita a competência dos
tribunais, são tratadas como equivalentes aos casamentos registados. Na prática, os
tribunais locais referem-se às partes como marido e mulher, baseando-se simplesmente
na aceitação social […] Esta é, pois, a estratégia prática que a lei adopta em relação às
cerimónias religiosas do lobolo e a outros rituais associados ao casamento tradicional. A
lei não reconhece nem penaliza estas práticas […]. Não há qualquer esforço no sentido
da penalização de práticas consideradas totalmente incorrectas, tais como a poligamia ou
os casamentos de crianças […]. Mas, ao mesmo tempo, os direitos e deveres legais não
podem ser baseados nos rituais e cerimónias associados a estas instituições […]. O Estado
não intefere. Não reconhece, mas tolera.

5
Cfr Casamentos Urgentes e por procuração disponível em:
http://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Cidadao/Servicos/Administracao-Civil acesso em 09/05/2018
pelas 13:35 mim

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Partindo da citação acima referenciada podemos claramente observar que 90 % dos
casamentos realizados em Moçambique são tradicionais e na sua maioria prematuros,
facto que relaciona directamente a saúde materno infantil das mulhres.

Note se que segundo ANDRADE(2000:47) a Saúde materna se refere ao “bem estar


físico de uma mulher que esteja grávida, e inclui cuidados pré-natal para a mulher e o
bebé, cuidados durante o parto, e serviços pós-parto para a mãe e o bebé
Assim, a saúde materna engloba os cuidados médicos, nutrição e o bem estar das mulheres
antes, durante, e depois da gravidez
Estima-se que 14 % das meninas se casam antes de completar 15 anos de idade. As
províncias de Niassa, Cabo Delgado e Manica são as que têm a taxa de casamentos
prematuros mais elevada.
As raparigas pobres e rurais têm poucas possibilidades de ir à escola ou de lá permanecer
e concluir com sucesso a sua formação. Elas desistem para arranjar alternativas de
sobrevivência, podendo optar por se casarem cedo ou aderirem à actividade de exploração
sexual.6

Esta condição faz com que elas acabem por correr riscos de contrair gravidezes
indesejadas e doenças de transmissão sexual, incluindo o HIV e Sida.

O casamento prematuro é um dos problemas mais graves de desenvolvimento humano


em Moçambique mas que ainda é largamente ignorado no âmbito dos desaἀos de
desenvolvimento que o país persegue – requerendo por isso uma maior atenção dos
decisores políticos.

Moçambique é um dos países ao nível mundial com as taxas mais elevadas de prevalência
de casamentos prematuros, afectando cerca de uma em duas raparigas, representando uma
grande violação dos direitos humanos das raparigas. Esta situação inḀuencia
negativamente os esforços para a redução da pobreza e o alcance dos Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio (ODMs) - em particular influenciando para que as raparigas
ἀquem grávidas precocemente e deixem ter acesso a educação, aumentando os riscos de
mortalidade materna e infantil

6
Casamentos Tradicionais em Moçambique disponivel em :

http://mozindico.blogspot.com/2009/10/mocambique-casamentos-tradicionais-no.html acesso em
09/05/2018 pelas 13:22 Mim

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A pressão económica exercida sobre os agregados mais pobres e as práticas socioculturais
prevalecentes, continuam a conduzir as famílias a casarem as suas filhas cada vez mais
cedo, quando as raparigas ainda não atingiram maturidade suficiente para o casamento e
para a gravidez ou para assumirem a responsabilidade para serem esposas e mães.

A maior parte das desistências escolares estão ligadas a gravidez precoce nas raparigas,
numa fase do seu desenvolvimento físico e emocional em que elas ainda não se encontram
preparadas para gerar uma criança, com consequências bastante sérias para a sua saúde e
para a sobrevivência dos seus filhos7.

Moçambique encontra-se em 10° lugar no mundo entre os países mais afectados pelos
casamentos prematuros, atendendo os dados relacionados com a proporção de raparigas
com idades entre os 20-24 anos que se casaram enquanto crianças, isto é, antes dos 18
anos de idade. A maior parte destes casamentos são de facto uniões, mais do que
casamentos legalmente registados, mas são usualmente formalizados através de
procedimentos costumeiros como o pagamento do lobolo para a família da rapariga. De
acordo com os dados do Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) 2011, 48% de raparigas
com a idade entre os 20-24 anos casou-se antes dos 18 anos e 14% antes de atingir os 15
anos. Moçambique encontra-se ainda atrasado nos esforços de prevenção e combate
contra este fenómeno, apresentando um nível de prevalência de casamentos prematuros
acima dos restantes países da África Austral e Oriental, ficando apenas atrás do Malawi.

Portanto se reduzir o indice de casamerntos tradicionais ( prematuros) , irá reduzir


também os riscos dessas raparigas antes e depois do parto que geralmente é assistida
pelo SMI.

7
Etnia Macua disponível em: http://malua7rcbm.blogspot.com/2014/06/etnia-macua-norte-de-
mocambique.html acesso em 09/05/2018 pelas 13:22 Mim

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A problemática da gravidez precoce afecta cerca de 38 por cento das meninas e os
casamentos prematuros afectam 10 por cento das raparigas dos 15-19 anos que casam antes
dos 15 anos, e 48 por cento das mulheres entre 20-24 anos que casaram-se antes dos 18 anos,
trazem consigo consequências drásticas como mortes por causa de problemas na gravidez,
complicações de saúde, ou a impossibilidade de concluir os estudos e ter uma carreira
profissional, além de que elas tornam-se vítimas de violência, e os seus direitos sexuais e
reprodutivos são violados.
Os dados estatísticos apontam que duas em cada dez raparigas (22.4 por cento) entre 15-19
anos sofrem violência física desde os 15 anos, e 9 por cento sofre violência sexual, são
obrigadas a ter relações sexuais contra a sua vontade, e mesmo grávidas são vítimas de
violência onde três por cento dessas raparigas sofre violência durante a gravidez.
A gravidez precoce que em grande parte dos casos leva ao casamento prematuro, ou vice-
versa, torna a menina frágil, dominada e dependente do marido, mesmo para ter acesso aos
cuidados de saúde e continuidade nos seus estudos. Ela não tem o poder de decisão perante
o seu direito à saúde sexual e reprodutiva.
Toda a mulher ou rapariga grávida tem o direito a receber o tratamento ou cuidados de saúde,
mas porque a menina não tem voz, não tem opinião, muito menos o poder de decisão perante
à família e sociedade, lhe é violado este direito. Durante a gravidez esta rapariga, sobretudo
da zona rural enfrenta problemas no acesso aos cuidados de saúde. Cerca de 10 por cento
enfrenta o problema de obtenção de permissão do marido para ir ao tratamento e consulta de
planeamento familiar ou pré-natal, cerca de três em cada dez (35.5 por cento) enfrenta o
problema em obter o dinheiro para o tratamento. Uma vez que ela é menor, não trabalha,
abandonou a escola, é submetida a uma vida de total dependência, dependendo da boa
vontade do marido, o que coloca em risco a sua saúde e a do bebé, pois o seu direito aos
cuidados de saúde está em poder do marido.

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2. Conclusão

Contudo concluímos que a prática do casamento em Moçambique é um costume muito


antigo, com hábitos e praticas distintas, seguindo um processo determinado pelo que tem
sido feito desde dos primórdios destes povos, baseando-se em crenças antigas e muitas
das vezes supersticiosas com o fim de realizar matrimónio por via da entrega da noiva em
troca de um valou pecuniário que varia na sua composição, para dar valor aos cuidados e
ao trabalho que a família da noiva teve para a educar.

O casamento tradicional em Moçambique é reconhecido por lei pois faz parte dos nossos
costumes mais antigos e distintos, vem desde dos primórdios das civilizações
moçambicanas sendo forma de realizar matrimónio entre os pretendentes, gerando
descendentes que carregam esta mesma cultura de geração para geração e se fazendo
sentir ate os dias de hoje, em Moçambique distinguem-se as formas da prática destes
casamentos variando alguns aspectos de região para região, importando-nos abordar neste
trabalho a região norte do pais que tem costumes muito curiosos.

Finalmente realçamos que há consequências a nível da saúde sexual e reprodutiva, ligadas


à gravidez precoce porque a rapariga não esta preparada para receber filho, o que pode
resultar na mortalidade infantil e materna ou na contração de fístula obstétrica

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3. Bibliografia
Legislação
MOÇAMBIQUE, CONSTITUIÇÃO (2004), Constituição da República de
Moçambique, Maputo, Plural Editores, 2004.
MOÇAMBIQUE, Lei da Família, aprovada pela Lei nº 10/2004 de 25 de Agosto, 2004.
Doutrina:

ARTUR, M. J. o casamento prematuro como uma violacao dos direitos humonos .


gorongoza, sofala , mocambique .2010

ANDRADE, Maria. Saude publica, 7ª edição, Atlas, São Paulo 2000

ARTUR, Domingos do Rosário (Coord.). Tradição e Modernidade: que lugar para a


Tradição africana . Maputo, CIMISAU, 1999.

CHIAVENATO, Isac. Eu e Mundo. Volume I. 6ª Edição. Rio de Janeiro: Editora


Campos, 2001.

Casamentos Tradicionais em Moçambique disponivel em :

http://mozindico.blogspot.com/2009/10/mocambique-casamentos-tradicionais-no.html
acesso em 09/05/2018 pelas 13:22 Mim

Etnia Macua disponível em:

http://malua7rcbm.blogspot.com/2014/06/etnia-macua-norte-de-mocambique.html
acesso em 09/05/2018 pelas 13:22 Mim

Portal do Governo Moçambicano disponivel em :

http://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Cidadao/Servicos/Administracao-Civil acesso em
09/05/2018 pelas 13:35 mim

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