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r O M A N o
Módulo 5
Direito das Obrigações
(Civis e Penais)
Sumário
Módulo 5
Módulo 5
Direito das
Obrigações
(Civis e Penais)
Olá!
Chegamos ao quinto módulo da disciplina de Direito
Romano. Como você já sabe, já estão disponíveis dicas
do professor sobre o assunto que será abordado adiante
- para ter acesso a elas basta clicar no botão Podcast
via
conversando da sua web aula - sem esquecer de participar do Fórum,
que é imprescindível para ampliar o seu aprendizado.
Bons estudos!
O Direito das obrigações, contido no Direito Romano, é a matéria jurídica que trouxe maior
contribuição para os direitos nacionais modernos, seja em termos quantitativos, seja em termos
qualitativos. Desenvolvendo com grande habilidade a atividade negocial, os romanos evoluíram as
regras jurídicas referentes às obrigações e aos contratos ao mais elevado grau de sutilezas e detalhes,
construindo um patrimônio intelectual que foi aproveitado de forma completa e quase sem alterações
por todas as nações hodiernas, conforme veremos na apresentação desta unidade.
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MÓDULO V
implicava, muitas vezes, que o devedor inadimplente se tornava escravo do credor. 1 Posteriormente,
com a evolução do conceito, a obrigação transformou-se num vínculo de natureza moral e jurídica,
caraterizando-se numa relação de subordinação.
attende
atenção
Nas Institutas do Código de Justiniano temos, na definição de
Florentino, um conceito mais primitivo da obrigação: é um vínculo
de direito pelo qual somos constrangidos à necessidade de pagar alguma
coisa a alguém, segundo o direito da nossa cidade 2. Aqui temos os
componentes conceituais da obrigação: sua natureza (vínculo jurídico),
o elemento subjetivo (constrangimento + necessidade), o elemento
objetivo (pagamento de alguma coisa) e o direito que a regula (jus
civile). Em resumo, a obrigação se resolve (“solvere”) com o pagamento.
Em outra definição, esta do jurisprudente Paulo, compilada no Digesto, temos um conceito mais
evoluído de obrigação, quando ele diz que “a essência das obrigações não consiste em fazer com que
algum corpo (objeto) nosso se transforme em nossa servidão, mas em que alguém seja compelido a nos
dar alguma coisa, fazer ou prestar algo”. 3
COMMENTARIus
comentário
Observa-se, nessa definição de Paulo, uma evolução do conceito de obrigação
em relação ao anterior, das Institutas, pois aqui o verbo ‘solvere’ (resolver)
não tem mais somente o sentido único de pagar, mas está decomposto em
outros três verbos: ‘dare’ (dar), ‘facere’ (fazer), ‘praestare’ (prestar).
Juntando os componentes conceituais das definições de Florentino e de Paulo, Cretella Jr. (2007)
elaborou a seguinte definição, que corresponde ao conceito moderno de obrigação: “obrigação é o
vínculo que liga duas pessoas de tal maneira que uma deva dar, fazer ou prestar algo à outra,
segundo o direito do país, em que ambos vivem.” 4
1 Cf. Agerson Tabosa – op. cit. pág. 259: Antes da Lei Poetelia Papiria, de 326 a.C., o devedor insolvente podia
ser amarrado e levado para ser vendido como escravo na feira pelo credor.
2 Institutas, 3, 13: Obligatio est juris vinculum, quo necessitate adstringimur alicuius solvendae rei, secundum
nostrae civitatis jura.
3 Digesto, 44, 7, 3, Paulo: Obligationum substantia non in eo consistit, ut aliquod corpus nostrum, ut servitutem
nostram faciat, sed ut alium nobis obstringat ad dandum, vel faciendum, vel praestandum.
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direito romano
1.2 Elementos da obrigação
## Sujeitos: em toda obrigação há sempre duas partes comprometidas, uma ativa (credor)
e uma passiva (devedor);
## Objeto: é a prestação a que alguém se obriga, a qual pode assumir três formas de
operacionalização. São elas:
A dívida de uma obrigação consiste num dever jurídico que gera, em proveito do credor, um
crédito, considerado coisa incorpórea e que pode ser exigido juridicamente através das ações próprias
(actiones in personam), conforme veremos no próximo módulo.
De início, Gaio ensinou que as fontes das obrigações são duas: de contrato (ex contractu) ou de
delito (ex delicto). Posteriormente, o mesmo Gaio acrescentou que elas podem também advir de outras
causas, incluindo o quase-contrato e o quase-delito. 5
5 Institutas, 3, 88 – Gaio: Nunc transeamos ad obligationes, quarum summa divisio in duas species diducitur:
omnis obligatio vel ex contractu nascitur, vel ex delicto.
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MÓDULO V
A estas, os jurisprudentes Paulo e Modestino acrescentaram ainda outras duas fontes de obrigação,
que são a lei (ex lege) e o Direito Pretoriano (ex jure honorario).7
Deve-se notar ainda a responsabilidade extracontratual, que não provém de nenhum contrato,
mas da inobservância do segundo princípio geral do Direito (‘alterum non laedere’), apresentado
anteriormente no módulo 1.
Pelo critério das fontes, a divisão é a que já foi mencionada no item anterior (provenientes de
contratos, quase-contratos, delitos e quase-delitos).
No entanto, pelo critério dos sujeitos, pode haver um só ou vários sujeitos ativos (credores) e
passivos (devedores). Em geral, havendo vários devedores, a obrigação pode ser rateada (pro rata),
responsabilizando-se cada um apenas pela sua parte (no caso de herdeiros, por exemplo); mas em alguns
casos, a obrigação será integral para cada um (in solidum), como é o caso dos devedores solidários,
podendo ser liquidada por qualquer um deles.
Quando ao objeto, as obrigações podem ser alternativas (uma ou outra das obrigações) e
facultativas (obrigações satisfeitas de um ou outro modo equivalente), certas (vinculadas a um
objeto específico) e incertas (estabelecidas de modo genérico), divisíveis (podem ser parceladas)
e indivisíveis (parcela única).
Quanto à autoridade, as obrigações podem ser civis (decorrentes de leis, decretos) ou honorárias
(decorrentes de editos dos pretores).
7 Digesto, 44, 7, 52 – Modestino: Obligamur aut re, aut verbis... e Digesto 44, 7, 41 – Paulo: Quoties lex obliga-
tionem introducit...
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direito romano
Quanto aos efeitos, elas podem ser unilaterais, quando obrigam só uma das partes (ex: mútuo) e
bilaterais ou sinalagmáticas, quando obrigam ambas as partes (ex: compra e venda).
Havendo demora do devedor em cumprir a obrigação, após o seu vencimento, tem-se a ‘mora
debitoris’. Quando há recusa do credor em receber o pagamento, tem-se a ‘mora creditoris’. A parte
que se considerar lesada poderá mover ação judicial contra o inadimplente, resguardando a sua
responsabilidade. Contra o devedor, intenta-se a ação executiva. Contra o credor, propõe-se a ação de
depósito “in publico”, que corresponde hoje à consignação em pagamento.
Garantias pessoais são a fiança (‘stipulatio’), pela qual alguém se obriga a pagar dívida de outrem,
em caso de inadimplência deste, e o ‘constitutum’, que era uma obrigação do tipo informal, uma espécie de
pacto de compromisso. Na época de Justiniano, a ‘stipulatio’ evoluiu para a ‘fidejussio’, uma modalidade
mais ampla, que garantia ao fiador (fidejussor) o direito de ser reembolsado pelo devedor, através da ‘actio
mandati’. Justiniano concedeu ainda ao fiador o ‘beneficium excussionis’ (benefício de ordem), pelo qual
o credor devia acionar primeiramente o devedor principal, conferindo assim caráter acessório à fiança.
Já as garantias reais são o penhor (‘pignus’), pelo qual o proprietário-devedor passava a posse
(‘jus possidendi’) de um bem para o credor por um prazo estipulado; a hipoteca (‘pignus sine traditione’
= penhor sem entrega), pelo qual o devedor não entregava a coisa, mas ficava sem o pleno domínio
sobre ela pelo prazo contratado. Naquela época não havia se estabelecido ainda a divisão, que hoje
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MÓDULO V
impera, de aplicar-se o penhor às coisas móveis e a hipoteca para as coisas imóveis. Ficava ao critério
das partes ajustarem uma forma ou outra, fossem os bens móveis ou imóveis. Extinta a obrigação, a
própria coisa ou o seu domínio eram restituídos.
São dois os modos básicos de extinção de uma obrigação: o voluntário, quando decorre da
vontade das partes, e o necessário, quando independe das vontades das partes. Os romanos chamavam
ao primeiro de ‘ipso iure’ (pelo próprio direito) e ao segundo, ‘excepcionis ope’ (por exceção).
## Novação: ocorre quando uma nova obrigação contraída inclui a anterior. Trata-se de um
novo negócio jurídico, que extingue a obrigação anterior e constitui uma nova.
## Prescrição: esta se regula pelo prazo da ação judicial respectiva. No período clássico,
as ações judiciais fundadas no ‘ius civile’ eram imprescritíveis; já as ações pretorianas
prescreviam em um ano. No período pós-clássico, foi estabelecido o prazo geral de trinta
anos para todas as ações. As exceções eram as dívidas ao fisco e ações ‘piae causae’
(por motivos religiosos), que continuavam imprescritíveis; e as ações hipotecárias, que
prescreviam em quarenta anos.
## Confusão: ocorre quando o devedor e o credor são a mesma pessoa. Um exemplo prático
é o fato de uma pessoa que se tornou herdeira do seu devedor, por nomeação testamentária;
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direito romano
## Perda da coisa: em caso de a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da entrega,
este fica desobrigado, como, por exemplo, um cavalo vendido que venha a morrer de
causas naturais antes de ser entregue ao comprador;
illustratio
dica
Conforme foi afirmado acima, os contratos constituem a principal fonte das
obrigações no Direito Romano. Passemos, portanto, ao estudo do Direito dos contratos.
COMMENTARIus
comentário
Os contratos são a principal fonte das obrigações no Direito Romano e o
seu conceito foi-se desenvolvendo ao longo de mil anos, fruto de constantes
transformações decorrentes da própria prática e do contínuo aperfeiçoamento
deste importante instituto jurídico. Tendo sido exímios negociantes, os romanos
elaboraram as diversas formas e os elementos contratuais ao seu máximo grau de
completude, tornando-se a principal herança do Direito Romano para os dias atuais.
Partindo de um modelo inicial de contrato, no qual predominava o formalismo com
prejuízo do conteúdo, este conceito evoluiu para uma compreensão mais abrangente,
privilegiando o conteúdo e a intenção das partes, com a redução das exigências formais.
Etimologicamente, o termo “contrato” deriva da expressão latina ‘cum + trahere’ (trazer com),
tendo sido primordialmente descrita na expressão formulada por Gaio ‘negotium contractum’10, para
diferenciar de outros tipos de acordos. A partir disso, os juristas da época de Justiniano passaram a usar
a palavra ‘contractus’ como sinônimo de convenção apta a criar uma obrigação.
illustratio
dica
De princípio, é importante destacar que, no Direito Romano, nem todo
contrato gerava obrigação, mas somente aqueles contratos celebrados em
‘causa civilis’, protegidos pelo ‘jus civile’. Assim, o Direito Romano clássico só
...
10 Nas Institutas (3, 14), Gaio ressalta que nem sempre um acordo gera obrigação: “Sed haec species obligationis
non videtur ex contractu consistere, cum is qui solvendi animo dat magis distrahere voluit negotium quam con-
trahere.” Mas essa espécie de obrigação não parece consistir em contrato, uma vez que quem a faz com intenção
de resolver, quis mais distratar um negócio do que contratar.
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MÓDULO V
Conforme Cretella Jr.,13 os romanos conheciam quatro modelos de contratos básicos, que
englobavam de um modo geral todos os tipos contratuais: venda, locação, mandato e sociedade. São
as obrigações consensuais padrões, referidas por Gaio, nas Institutas.14 Nestes negócios, não é sempre
necessário assinar nenhum documento nem dar nada em garantia, bastando simplesmente que aqueles
que gerem o negócio assim consintam. Ainda, segundo Gaio, mesmo entre ausentes, é possível também
fazer esses negócios através de carta ou mensageiro.15
COMMENTARIus
comentário
No tempo do Direito não escrito, predominava o formalismo verbal,
cujas palavras tinham o poder quase mágico de criar um vínculo
entre os contratantes. Mas mesmo com o surgimento do Direito escrito,
o formalismo verbal continuou em vigor, não se extinguindo por
completo. Voltaremos a esse assunto no tópico seguinte.
Quando não era cumprido o formalismo legal, os romanos denominavam pacto, que também eram
chamados de ‘nuda pactio’ ou ‘nudum pactum’ (pacto nu). Figurativamente, era como se o “contrato” estivesse
vestido com uma farda de gala, enquanto o pacto estivesse à paisana. Perante o domínio do formalismo, tal
diferença tinha elevada significação, distinguindo completamente as consequências de cada um.
11 No Direito Romano, quando duas pessoas contratavam, se uma das partes não cumprisse o prometido, a outra
parte podia mover-lhe uma ação; mas se tivesse havido mero pacto, ou seja, simples acordo sem formali-
dades, a parte demandada podia defender-se de maneira indireta, não negando a dívida, mas alegando um fato
acessório.” (Cretella Jr, op. cit, pág. 174) Por exemplo: fiquei doente e impossibilitado de trabalhar, por isso
não tenho como pagar a dívida.
14 Institutas, 3, 22, Gaio: “Consensu fiunt obligationes in emptionibus venditionibus, locationibus conductioni-
bus, societatibus, mandatis.” Por consenso, são feitas as obrigações em compras-vendas, locações-conduções,
sociedades e mandatos.
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direito romano
Os romanistas completam essa distinção conceitual apontando para o termo “convenção”, que
seria o nome genérico, sendo que o contrato e o pacto são as espécies. Com o passar do tempo e
com a grande penetração de novas culturas em Roma, o excessivo formalismo foi aos poucos sendo
abrandado, surgindo formas mais simplificadas dos contratos.
EXEMPLUM
exemplo
Alguém está viajando e deve demorar muito tempo ausente. O
telhado da casa dele foi danificado por um grande galho de árvore,
causando problemas com a infiltração de água das chuvas. O vizinho
por conta própria, por uma atitude de solidariedade, manda fazer os
reparos necessários e, quando o proprietário retorna da viagem, apresenta-
lhe a conta, explicando o que aconteceu. O proprietário da casa, embora não sabendo
do fato, tornou-se devedor do seu vizinho, vendo-se na obrigação de reembolsar as
despesas realizadas. Mas se ele se recusar, o credor terá que acioná-lo juridicamente
para reaver o que gastou. A esse fato, os romanos chamavam de quase contrato.
O fundamento jurídico do quase contrato é de natureza econômica, porque alguém foi beneficiado
em detrimento do patrimônio de outrem. É o que, nos Direitos modernos, denomina-se de “enriquecimento
sem causa” (CC, art. 184). Na definição de Cretella Jr., “quase contrato é o ato lícito e voluntário que
torna seu autor credor de outra pessoa, sem que tenha havido prévio acordo de vontades entre ambos.”16
Os pretores instituíram uma ação judicial (‘conditio indebiti’) para os casos de recusa, pela qual o credor
podia exigir de volta o que havia pago em favor do devedor.
Pelo que foi apresentado no item anterior, verifica-se que, de modo geral,
quando há acordo formal, tem-se um contrato; quando não há um acordo
formal, tem-se um pacto. Esta distinção não prevaleceu nos direitos
modernos, pois nos dias atuais o conceito de contrato adquiriu abrangência
muito extensa, aplicando-se a todos os acordos, sejam formais ou informais.
COLLECTIO
resumo
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MÓDULO V
## Verba (palavras faladas) - é um formalismo mais simples, que consiste num diálogo entre
o credor e o devedor, também na presença de testemunhas, no qual o devedor promete ao
credor a entrega de algo (objeto ou dinheiro) num prazo estipulado (stipulatio) e o credor
se obriga ao pagamento ou restituição. Embora não houvesse uma forma escrita, tratava-
se de um contrato solene pela utilização de fórmulas verbais, prescritas em lei. Conforme
Gaio, nas Institutas,17 as palavras da fórmula não podiam ser alteradas pelas partes e
deviam ser pronunciadas exatamente como estabelecidas na lei, sob pena de invalidar
o contrato. Mesmo que os contratantes falassem outra língua, deviam pronunciar as
palavras em latim, o idioma oficial de Roma, para terem validade.
17 Institutas, 3, 15, Gaio: As fórmulas rituais da celebração dos contratos verbais são: C-SPONDES? D-SPONDEO
(credor-garantes? devedor-garanto); C-PROMITTIS? D-PROMITTO (credor-prometes? devedor-prometo);
C-FIDEPROMITTIS? D-FIDEPROMITTO (credor-juras? devedor-juro); C-FIDEIUBES? D-FIDEIUBEO
(credor-dás fé? devedor-dou fé).
139
direito romano
NOTIO PERMAGNA
importante
Seguindo essas três variedades de formalismos, havia uma grande variedade
de contratos no Direito Romano, dos quais mencionaremos apenas os mais
conhecidos, sobretudo os que chegaram até os nossos dias. Convém sempre lembrar
que essas formalidades foram, aos poucos, sendo flexibilizadas, com a evolução social
e com a crescente interveniência dos estrangeiros. Destaque-se ainda que, mesmo com
o surgimento do Direito escrito, as formalidades verbais não foram completamente
extintas, continuando válidas, embora nem sempre obrigatórias.
Os diversos contratos são divididos em grupos, conforme o critério utilizado. Cretella Jr adota
uma divisão sêxtupla,18 que será apresentada a seguir.
## Quanto ao modo de formação, os contratos podem ser: reais, quando é exigida a entrega
de uma coisa, ou consensuais, quando é exigido apenas o acordo entre as partes.
## Quanto ao nome, os contratos podem ser: nominados, quando possuem uma denominação
própria (exemplos: mútuo, comodato, locação) ou inominados, quando não possuem
denominação, sendo celebrados de forma genérica, com as palavras prescritas em lei.19
## Quanto às circunstâncias, os contratos podem ser: de Direito estrito, que são aqueles
tradicionais, oriundos do Direito antigo e obedientes ao formalismo, ou de boa fé,
que são aqueles celebrados sem o rigor tradicional, mas que podem ser avaliados pelos
pretores, com base na equidade.
## Quanto aos efeitos, os contratos podem ser: unilaterais, quando obrigam apenas uma
das partes, ou bilaterais, quando obrigam ambas as partes. Um exemplo clássico
do contrato unilateral é o mútuo, que consiste numa obrigação de devolver a coisa
recebida. Já ao contrato bilateral ou sinalagmático (do grego ‘syn’ = junto; ‘allagma’
= permuta) um exemplo é o ato de compra e venda, que consiste numa obrigação
recíproca para os contratantes.
19 Contratos inominados eram os seguintes: do ut des, do ut facias, facio ut facias, facio ut des.
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MÓDULO V
NOTIO PERMAGNA
importante
Da grande variedade de contratos no Direito Romano, os direitos dos estados
modernos conservaram basicamente as mesmas denominações, distinguindo-os,
porém, apenas em dois grandes grupos: os contratos reais e os consensuais.
As modalidades principais dos contratos reais no Direito Romano são: o mútuo, o comodato, a
fidúcia, o depósito, o penhor e a anticrese.
## Anticrese: é uma convenção de origem grega, comum nas colônias gregas do império
romano, sendo um acréscimo ao contrato de penhor. Por ela, o credor recebe frutos da
coisa cuja posse está com o devedor, a título de juros.
141
direito romano
## Compra e venda: é o contrato sinalagmático perfeito, pelo qual o vendedor se obriga a
entregar a coisa (‘res’), e o comprador a entregar o pagamento (‘pretium’). A coisa pode
ser qualquer uma ‘in commercio’, móvel ou imóvel, corpórea ou incorpórea. O preço é
que torna a compra e a venda diferentes da troca e da doação. Para marcar a passagem
entre o simples entendimento e o contrato, os romanos instituíram as arras, um sinal
significando que o contrato foi concluído. De início, só havia a venda à vista, mas com
a expansão do comércio, surgiu também a venda a crédito. A palavra “crédito” aqui tem
um sentido diferente do atual, significando que a transação seria concretizada após certo
lapso de tempo. Na verdade, venda a crédito aqui quer dizer venda a prazo.
142
MÓDULO V
CURIOsitas
curiosidade
Além dessas modalidades clássicas, conservadas até hoje, era também muito
comum entre os romanos outros tipos de contrato que eram regulados pelo ‘jus
civile’, mas que não possuíam uma denominação específica, sendo ditos “contratos
inominados”. Eles passaram a existir após um relaxamento do formalismo primitivo,
quando as partes puderam ter maior liberdade para contratar. Esses contratos são
identificados pela terminologia que eles seguem, sendo de quatro modalidades:
## Do ut des (dou para que dês): por uma convenção sinalagmática imperfeita, uma das partes se
comprometia a dar algo à outra, após o que a outra parte também daria outra coisa em troca;
## Do ut facias (dou para que faças): no mesmo sentido do anterior, uma das partes se comprometia
a dar algo à outra, após o que a outra parte se obrigava a fazer algo para a primeira;
## Facio ut facias (faço para que faças): uma das partes se comprometia a fazer algo para
a outra, após o que a outra parte também se obrigava a fazer algo;
## Facio ut des (faço para que dês): uma das partes faria algo para a outra, então esta outra
se obrigava a dar algo em troca
attende
atenção
Estas modalidades eram, originalmente, simples pactos
(não geravam obrigação) e tornaram-se contratos com
o decurso do tempo e com a frequência do seu uso. Daí a
razão de não terem recebido uma denominação própria.
## Pactos pretorianos: são convenções sancionadas pelos pretores, as quais faziam parte do
compromisso assumido pelo pretor ao ser empossado no cargo (pacta servanda), sendo
inseridos nos editos. Modalidade em desuso.
## Pactos legítimos: assim denominados porque derivam de lei, não sendo fruto da
vontade das partes. Os doutrinadores os equiparam a contratos, pelas sanções que lhes
acompanham (por ex: compromisso arbitral e promessa de doação).
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direito romano
Pela sucinta apresentação acima, compreende-se porquê o estudo comparativo dos direitos dos
países contemporâneos conclui que o instituto contratual romano foi aquele que mais influenciou
os direitos nacionais, pelo fato de ter atingido um alto nível de universalidade e complexidade, que
praticamente esgotou todos os aspectos deste importante instituto jurídico. Não apenas o Brasil, mas
em todos os países contemporâneos, persistem as modalidades clássicas dos contratos: compra e venda,
locação, mútuo, mandato, depósito, comodato, fidúcia, pignus, com pouca ou nenhuma alteração.
1.9 Requisitos
NOTIO PERMAGNA
importante
Para a validade dos contratos, alguns requisitos eram necessários
entre as partes contratantes: a capacidade para contratar, o
consentimento e o objeto. O livre acordo entre as partes era elemento
essencial, pois não bastava a vontade de uma das partes, mesmo nos
contratos unilaterais (mútuo e mandato).
Para a validade do consentimento, era necessário que não incidissem vícios que o infirmassem. O
contrato não podia ser resultado de brincadeira ou de simulação. Qualquer vício invalidava o contrato e
impedia a produção dos seus efeitos.
## Erro: conhecimento falso sobre algo; difere de ignorância, que é falta de conhecimento.
Os romanos reconhecem quatro tipos de erros, que tornam nulos os contratos: error in
persona (erro de pessoa), error in negotio (erro de procedimento), error in corpore (erro
de objeto), error in materia (erro de substância).
## Violência: constrangimento físico ou moral que leva alguém a celebrar um contrato contra
a sua vontade. Diz-se também coação física ou moral. A violência gera medo e o medo
gera situação psicológica adversa, que perturba a vontade. Isso torna o contrato vicioso.
144
MÓDULO V
Por esta razão, afirmamos que não existia propriamente um “Direito Penal” romano, distinto do
“Direito Civil’. A distinção que se fazia não era com relação aos ramos do Direito, mas à natureza dos
delitos, diferenciando-se os delitos que atingiam o Estado (res publica), ou suas autoridades, e os delitos
que atingiam os particulares e seus interesses.
NOTIO PERMAGNA
importante
Assim distinguem-se os delitos em públicos (delicta publica) e privados (delicta
privata). Somente eram perseguidos e punidos pelo poder público os delitos que
causavam lesão à comunidade como um todo, ao Estado e aos magistrados, como,
por exemplo, a traição à pátria, a deserção do exército, a ofensa aos deuses, agressões
aos juízes e senadores. Quando o ofendido era o particular, o poder público não estava
aparelhado para exercer a tarefa punitiva, que era deixada para o cidadão ofendido, que
tinha direito à represália, ou seja, podia vingar-se.
Etimologicamente, a palavra “delito” deriva do verbo latino ‘delinquere’, que significava “cometer
uma falta”, e transformou-se no verbo português “delinquir”. A raiz étimológica ‘linquere’ tem o
sentido de abandonar, largar, deixar de lado, de modo que ‘delinquere’ tinha o sentido de abandonar um
comportamento legítimo e assumir uma atitude faltosa.
No Direito Romano arcaico não havia limitação quanto ao poder de represália do ofendido,
ficando ao seu livre arbítrio a extensão e a forma de sua vingança. Obviamente, havia a possibilidade da
não vingança do ofendido, que podia tentar solucionar a questão com outros modos, por exemplo, com
uma compensação pecuniária por parte do ofensor. No entanto, ficava a critério do ofendido ou de seus
parentes a maneira de buscar o reparo da ofensa, sem interferência do poder estatal. É o que a doutrina
chama de autotutela não regulamentada.
145
direito romano
No período clássico, com a evolução do Estado e do Direito romanos, foram sendo estabelecidos
limites e condições para o exercício desta vingança privada, como, por exemplo:
EXEMPLUM
exemplo
Na Lei das XII Tábuas, foram incluídas as hipóteses da aplicação da
Lei de Talião, que já era praticada entre os babilônios e os hebreus,
significando isso que a vingança privada só era possível na mesma
proporção da ofensa recebida (“olho por olho, dente por dente”);21
Esta evolução no tratamento dos delitos cometidos, que ocorreu de forma paulatina ao longo de muitas
décadas, foi acompanhada de uma crescente transposição do que antes era considerado delito privado para a
categoria dos delitos públicos, ou seja, daqueles que cabia ao Estado o ‘jus puniendi’. Por exemplo, a Lei das
XII Tábuas incluiu entre os delitos públicos a traição, o homicídio e o incêndio voluntário de colheitas.22
Obviamente, com a contínua evolução dos costumes, essas regras precisavam ser ajustadas
pelos pretores, que decidiam o que fazer em cada caso. Isso acarretou a natural evolução das normas
penais romanas, de modo que, no período pós-clássico, a punição destes consistia, o mais das vezes, na
condenação do ofensor ao pagamento de um valor em dinheiro ao ofendido compatível com o delito
praticado. Foi nesse contexto que surgiram também as diversas ações judiciais de cunho punitivo,
abrangendo diversos atos ilícitos.
NOTIO PERMAGNA
importante
Na época clássica, eram considerados delitos públicos punidos com a pena de
morte, além daqueles já incluídos na Lei das XII Tábuas (delitos contra a
segurança do Estado romano - traição, o homicídio e o incêndio voluntário),
também o falso testemunho e o roubo noturno das colheitas, devido às
consequências funestas que tais atos acarretavam para a segurança de todos, um
evidente sinal da evolução do conceito de delito.23
21 A Lei das XII Tábuas estabelecia (tábua VII, 11) que “se alguém fere a outrem, que sofra a lei do talião, salvo
se houver acordo.”
146
MÓDULO V
Aos poucos, portanto, o estado romano foi assumindo o encargo da aplicação das penas,
substituindo-se sempre mais ao exercício privado da reparação. O exercício do ‘jus puniendi’
por parte do aparelho estatal seguia a regra geral das ações da lei (‘legis actiones’, que serão
estudadas no próximo módulo), sendo tarefa do magistrado proferir a ‘sententia’. Em caso de
condenação, seria aplicada a pena prevista na lei. Iniciava-se, desse modo, o princípio da reserva
legal, adotado em todos os direitos contemporâneos.
Passemos, então, ao estudo mais detalhado sobre a classificação dos delitos, quase-delitos e das
penas no Direito Romano, seguindo o critério padrão de divisão entre delitos públicos e privados.
Os delitos públicos, isto é, aqueles praticados contra o Estado romano e que ofendiam a sociedade
como um todo eram:
## Vis publica: literalmente “força pública”, era o ilícito que atentava contra a
segurança do Estado, não de forma direta como o ‘majestas’, mas de forma indireta,
como a ocultação de armamentos, formação de bandos (quadrilha), perturbação
do exercício das funções públicas. Embora não houvesse naquela época, porém
dentro dessa concepção, a greve seria um ilícito de ‘vis pública’, por interferir no
exercício de funções e atividades públicas.
## Ambitus: a palavra significa literalmente “ambição”, sendo o ato ilícito que no Direito
moderno se caracteriza como “crimes contra a administração pública”, corrupção no
serviço público, ações fraudulentas com o fito de obter vantagens ilícitas, sobretudo em
relação à fraude nos processos eleitorais.24
147
direito romano
## Annona: era um ato relacionado à colheita, safra anual de alimentos. São os ilícitos
prejudiciais à colheita, tais como o incêndio proposital e o roubo destes produtos. Dado
o grande contingente populacional de Roma, o prejuízo causado às colheitas afetava
toda a sociedade, por comprometer o abastecimento da população, sendo por isso
classificado como delito público.
Os delitos privados podem ser delitos civis ou delitos pretorianos. Para estes, de início, aplicava-
se em regra a Lei de Talião, mas depois vigorou a multa pecuniária como forma de reparação.
Os delitos civis classificados já desde a Lei das XII Tábuas são: furto, roubo, dano material e injúria.
illustratio
dica
Chamava-se ‘fur manifestus’ o ladrão apanhado em
flagrante e ‘fur nec manifestus’ aquele que não era apanhado
em flagrante. Em caso de furto noturno ou com uso de arma, o
‘fur manifestus’ podia ser morto na hora por quem o apanhasse, sem
necessidade de qualquer acusação e também sem cometer crime.
Fora desses casos, o ‘fur manifestus’ devia ser levado à presença do
magistrado, que determinava a sua punição (em geral, açoites);
já o ‘fur nec manifestus’ seria condenado ao pagamento de multa.
24 A Lex Baebia (181 a.C.) estabeleceu penas para este delito. Conforme Tabosa, A., romanistas franceses apon-
tam que, no ano 51 d.C., dois cônsules foram presos em flagrante delito de fraude eleitoral. (op. cit., pág. 307)
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Convém destacar que a distinção entre furto e roubo, que é feita hoje
na legislação e na doutrina, ainda não era usual entre os romanos,
começando a se esboçar somente no final da era republicana,
evoluindo no período pós-clássico, aplicando-se aos casos em que
havia violência com a vítima.
øø violência leve sem ocasionar lesão (tapa, bofete, beliscão, pontapé), punida com
multa de 25 asses; 26
Os delitos pretorianos, assim denominados porque foram introduzidos aos poucos pelos
pretores, de acordo com a evolução social e com o aperfeiçoamento dos procedimentos jurídicos, são:
vis (violência), dolus (dolo) e fraus (fraude).
26 Com a desvalorização monetária, esta multa tornou-se irrisória. Conta-se sobre um cidadão que andava pelas
ruas de Roma com uma sacola de moedas de 25 asses a esbofetear as pessoas e, em seguida, dava-lhes uma
moeda, cometendo uma injúria e pagando a multa na mesma hora.
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direito romano
## Vis: literalmente, força, é a violência ou ameaça aplicada sobre alguém para que realize
ou consinta algo, com medo de represália. Não era punida no ‘jus civile’, pois neste eram
obrigatórios os atos formais, sendo o fato presenciado por diversas testemunhas, dando-
lhe maior confiabilidade. Mas, depois que foram simplificados os formalismos e não
havia testemunhas do ato, a pessoa prejudicada podia alegar isso ao pretor, daí porque só
no ‘jus honorarium’ essa ação era possível. A pena é o quádruplo do prejuízo causado.
## Dolus: é o ardil que oculta ou falseia os fatos, levando alguém a praticar algo em
decorrência disso. Podia ocorrer com ou sem simulação. Tal como no caso da ‘vis’,
também não era punida no ‘jus civile’, somente no ‘jus honorarium’, após as ações
específicas criadas pelo pretor Aquilio Galo27. A pena é a ‘restitutio in integrum’, ou
seja, o desfazimento total do negócio.
## Fraus: é a fraude nas suas variadas formas, sendo mais comum a fraude contra
credores, manobra utilizada pelo devedor para tornar-se insolvente, através
da libertação de escravos ou da venda de seus bens. A reparação é feita com a
‘restitutio in integrum’ ou com a ação pauliana.
CURIOsitas
curiosidade
Ação pauliana foi uma espécie processual criada pelo pretor Paulo, com o objetivo
de reaver os bens alienados fraudulentamente. Podia ser intentada contra o próprio
devedor, mas a sua utilização era mais usual contra terceiros que se beneficiaram
com a operação ilícita. O objetivo era fazer voltar ao patrimônio do devedor os bens
retirados de forma ilícita, com o intuito de viabilizar a execução.
Os quase-delitos são aqueles atos em que, via de regra, não há a intenção do seu autor de
prejudicar ninguém, mas são resultado de negligência, imprudência ou imperícia. Contudo, não existe
uma distinção muito nítida para os romanos entre estes e os delitos. Tanto assim que havia os delitos não
intencionais, assim como havia os quase-delitos intencionais.
EXEMPLUM
exemplo
Um juiz pode, na condução de um processo, agir propositalmente
em favor de uma das partes para favorecê-la, isso era considerado
quase-delito. Era intencional e mesmo assim era um quase-
delito. De qualquer modo, quer no delito, quer no quase-delito,
existia sempre a obrigação de indenizar a parte prejudicada.
São quatro os grupos de quase-delitos: processo mal julgado pelo juiz, objeto atirado / líquido
derramado que atinge um transeunte, objeto suspenso na via pública, prejuízos causados por prepostos.
27 Cf Cretella Jr, op. cit., pág. 221, Aquilio Galo era um pretor amigo de Cicero, que atuou no ano 66 a.C.
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## Processos mal julgados pelo juiz: quando um magistrado age direcionando
deliberadamente o processo com parcialidade, procedendo de má-fé ou com venialidade
para favorecer uma das partes, ou quando é negligente no encargo do seu ofício. Existe
uma ação pretoriana para esses casos (‘actio ex bono et aequo’).
28 É difícil fazer a atribuição do valor atual de 50.000 sestércios, mas pode-se fazer um cálculo aproximado. Um
sestércio correspondia a 1/4 de um denário (palavra de onde se originou ‘dinheiro’), quando um denário era o
salário de um dia pago a um trabalhador. Fazendo uma correspondência com o salário mínimo brasileiro em
2012, 50.000 sestércios devia corresponder a aproximadamente R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais).
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direito romano
Para os casos gravíssimos, havia as penas capitais, que implicavam na morte do delinquente.
Penas equivalentes a estas eram o exílio, a deportação, a condenação às minas (trabalhos forçados),
porque eram uma espécie de pena de morte indireta.
## crucificação: pena muito dolorosa por provocar uma morte muito lenta com sofrimento
prolongado, aplicada a escravos e a criminosos violentos;
## lançamento às feras (‘damnatio ad bestias’), pena muito usada nos primeiros tempos
do Cristianismo, como forma de espetáculo público, adotada para traidores;
## lançamento ao mar ou rio dentro de um saco costurado (‘poena cullei’): pena muito
cruel destinada aos parricidas (causadores da morte de pai, mãe, avô, avó). Antes de
ser colocado no saco, o condenado era chicoteado até sangrar.
Penas não capitais são as que afetam a reputação do delinquente, seja no aspecto pessoal ou patrimonial:
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Referências
bibliografia e outras fontes
ALVES, José Carlos Moreira. Direito Romano. 13ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003.
CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de Direito Romano. 29ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
LUIZ, Antônio Filardi. Curso de Direito Romano. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.
MARKY, Thomas. Curso Elementar de Direito Romano. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 1995.
PESSOA, Eduardo. História do Direito Romano. São Paulo: Habeas Editora, 2001.
RICCOBONO, Salvatore. Roma: Madre de las Leyes. Buenos Aires: Depalma Ediciones, 1975.
Questões
para revisão e aprofundamento
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direito romano
4. Explique os elementos constitutivos das obrigações.
5. Como se classificam as obrigações quanto aos seus objetos e aos seus efeitos?
16. Por que foi no ramo dos contratos que o Direito Romano mais influenciou
os direitos modernos?
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MÓDULO V
25. Por que o Direito penal em Roma fazia parte do ‘jus civile’?
30. Qual a diferença entre o ‘fur manifestus’ e o ‘fur nec manifestus’ e quais as
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Créditos
quem faz
Coordenação Geral
Lana Paula Crivelaro M. de Almeida
Supervisão Administrativa
Denise de Castro Gomes
Professor conteudista
Antonio Carlos Machado
Design Instrucional
Andrea Chagas Alves de Almeida
O trabalho Direito Romano- Módulo 5 Direito das Obrigações (Civis e Penais) de Antonio Carlos Machado,
Núcleo de Educação a Distância da UNIFOR está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-
NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
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Anotações
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