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4 Deveres e direitos dos servidores: deveres, restrições funcionais, direitos, sistema remuneratório,
remuneração, subsídio, vencimentos, vantagens pecuniárias, indenizações.
DIREITO ADMINISTRATIVO
1. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO:
2.1. LEI – EM SENTIDO AMPLO: é toda e qualquer espécie normativa. Por espécies
normativas, compreendem-se aquelas que estão previstas no artigo 59 da
Constituição Federal (exemplos: Lei complementar, lei ordinária, decretos,
resoluções). “Aquilo que está escrito”.
Lembre-se que o artigo 59 escalona as espécies normativas conforme a sua
hierarquia.
Ademais, considerando que a administração pública se pauta pelo princípio da
Legalidade, conforme será estudado, muitos doutrinadores e algumas bancas
formuladoras de questões de concurso público tais como Cespe/Unb ou Fundação
Carlos Chagas colocam que tal princípio é fonte PRIMÁRIA do direito administrativo
(posto que é primeiro a lei que o administrador se reporta, objetivando fundamentar
suas decisões e atos).
Hely Lopes Meirelles em sua obra “Direito Administrativo Brasileiro – 39ª edição”
afirma que a lei em sentido amplo é fonte PRIMÁRIA do Direito Administrativo.
Pode servir como mecanismo de orientação, mas não tem o poder de vincular a
decisão do administrador, exceto nos casos de súmulas vinculantes, pois pelo próprio
nome, infere-se o entendimento que ela VINCULA o posicionamento ou mecanismo a
ser adotado pelo administrador.
A jurisprudência em muito influi no âmbito do Direito Administrativo, eis que este
carece de sistematização e codificação.
Saliente-se que a mera existência de UM acórdão não significa a existência de
jurisprudência. A jurisprudência é uma série de decisões REITERADAS no mesmo
sentido.
Ademais, a jurisprudência por si só não possui poder vinculativo, serve como
mecanismo norteador, mas não tem o condão de vincular as decisões, quer sejam da
Administração, quer sejam do Poder Judiciário.
2.4. COSTUME: São as práticas habituais, reiteradas, tidas como obrigatórias, nas
quais o juiz pode levar em consideração para aplicar à fundamentação de sua decisão
quando falta lei ou jurisprudência sobre a matéria. No Brasil não é muito utilizado.
2.5. PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO: São critérios maiores e até mesmo, às vezes
não escritos, sendo extraídos através da lógica ou da indução. Normalmente, vêm
implícitos em uma regra, servindo como alicerce, como base para o ordenamento
jurídico.
Exemplo: temos o princípio da Igualdade, que não vem escrito expressamente com
esse nome na Lei Constitucional, mas da interpretação da norma do artigo 5º, que
afirma o seguinte - “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes” – percebemos que o princípio da igualdade está implícito
porque a norma constitucional busca que aquele que será seu intérprete se aperceba
de que todos são iguais perante a lei.
2.6.1. LEGALIDADE – Este princípio está consagrado inicialmente no artigo 5º, inciso
II da CF/88, que reza “ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em
virtude de lei”. De forma diversa, o artigo 37 do mesmo diploma legal diz que a
Administração obedecerá ao princípio da legalidade.
Denota-se claramente a distinção de legalidade feita pelo legislador pátrio entre a
legalidade aplicável ao direito público e para o direito privado.
Para o particular, significa dizer que ele está autorizado a fazer tudo, salvo aquilo que
está vedado/proibido pela lei (não contradizer as regras da lei).
Por sua vez, a administração, conforme determina o já mencionado artigo 37, deve se
subordinar à lei. A administração deve agir dentro dos limites de autorização contida
na lei. Em suma, o administrador só pode fazer o que a lei autoriza ou determina.
Resumindo:
- DIREITO PÚBLICO – ADMINISTRADOR – FAZ O QUE ESTÁ PREVISTO NA LEI.
- DIREITO PRIVADO – PARTICULAR – FAZ TUDO QUE A LEI NÃO PROÍBE.
Como é impossível prever todas as hipóteses e casos com que o administrador irá se
deparar ao longo do exercício da sua atividade, em alguns casos é conferido certo
grau de liberdade (e faculdade) de o administrador atuar. Significa dizer que o
administrador irá atuar dentro dos limites previstos pela lei, mas com certa margem
de liberdade.
Exemplo: A aplicação de sanções aos servidores públicos que cometem alguma falta
administrativa é prevista em lei (a espécie de sanção tal como advertência,
suspensão, exoneração). Mas o enquadramento da conduta do servidor que comete a
falta administrativa é critério discricionário. A aplicação da sanção não, pois a sanção
vem prevista em lei, logo, é expressão do próprio princípio da legalidade.
. NEPOTISMO
O nepotismo significa o favorecimento de parentes em detrimento de pessoas mais
qualificadas, especialmente no que diz respeito à nomeação ou elevação de cargos.
Representa a aplicação dos princípios da impessoalidade, da moralidade, da eficiência
ou da isonomia.
Esta conduta é vedada por força da Súmula Vinculante nº. 13 do STF, que diz:
3.2. AGENTES PÚBLICOS: Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, os agentes públicos
são todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de
alguma função estatal.
A categoria de agentes subdivide-se em:
Agentes políticos: São as autoridades públicas Supremas do Governo e da
Administração na sua área de atuação. Têm prerrogativas diversas, liberdades
funcionais, como por exemplo, foro privilegiado ou inamovibilidade. Exemplos: Chefes
de Governo, Ministros, Secretários, Senadores, Deputados, Vereadores, Magistrados
em geral, Procuradores e Promotores, Diplomatas e Conselheiros de Contas.
Agentes administrativos: São aqueles que se vinculam ao Estado ou às suas
entidades autárquicas e fundacionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime
jurídico da entidade estatal a que servem. São servidores públicos com maior ou
menor hierarquia. Ex.: Dirigentes de empresas estatais, servidores públicos
concursados, servidores em cargos de comissão, empregados púbicos, servidores
temporários.
Agentes honoríficos: Cidadãos convocados, nomeados ou designados para exercer
transitoriamente determinado serviço. Exemplo: Jurados, Mesários.
Agentes delegados: São os particulares (pessoa física ou jurídica) que recebem a
incumbência, a responsabilidade da execução de uma obra, de determinada atividade
ou serviço. Exemplo: Concessionários e Permissionários de Serviços Públicos.
Agentes credenciados: São aqueles incumbidos de representar a Administração em
determinado ato, ou praticar certa atividade específica, através de credenciamento
realizado pela administração.
* CARACTERÍSTICAS:
- NÃO TEM PERSONALIDADE JURÍDICA: não podem ser sujeito de direitos e
obrigações, sendo que os atos que praticam são atribuídos ou imputados à entidade
estatal a que pertencem.
Exemplo: Criança que se machuca dentro de escola pública estadual. Quem responde
é o Estado e não a escola que é órgão da Secretaria Estadual de Educação, portanto,
sem personalidade jurídica.
- PODEM TER CNPJ – Segundo a instrução normativa 748 da Receita Federal, para fins
de controle de recursos.
CLASSIFICAÇÃO:
. INDEPENDENTES: São aqueles nos quais não existe hierarquia entre os poderes. São
os derivados da Constituição. Exemplo: Senado, Câmara, Presidência da República,
Assembleia Legislativa.
. AUTÔNOMOS: Tem autonomia mas não independência. Se subordinam aos órgãos
independentes. Ex.: Ministério da Fazenda, Secretarias Municipais, etc. Alguns autores
consideram MP e TC como órgãos autônomos.
. SUPERIORES: Órgãos de direção, mas sem autonomia e muito menos independência,
mesmo que tenham poder de decisão. Ex.: Gabinetes de governo, procuradorias,
coordenadorias.
. SUBALTERNOS: Não tem poder de decisão, apenas tem função de execução. Ex.:
RH, Almoxarifado, Zeladoria, etc.
. SIMPLES: Não tem outros órgãos agregados à sua estrutura. Ex.: gabinete de
assessor.
. COMPOSTO: possui órgãos agregados à sua estrutura para complementar ou
especializar funções. Exemplo: Posto de Saúde, delegacias de ensino dentro das
escolas.
. SINGULARES: De um único titular. Exemplo: Presidência da República, Governador
de Estado, Juízo Monocrático.
. COMPOSTO – Aquele que tem mais de um agente. Conselhos, Tribunais, Casas
Legislativas, etc.
4. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
É aquela criada pelo fenômeno da descentralização, expressão do próprio princípio da
especialidade, composta pelas entidades que tem personalidade jurídica própria,
responsáveis pela execução de atividades administrativas. Subdividem-se em:
Autarquias, Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.
Tais entes tem personalidade jurídica própria (diferente dos órgãos), o que significa
dizer que respondem por seus atos e dos seus agentes. Para tanto, possuem
patrimônio e receita própria, destinados a cumprir suas responsabilidades. Logo,
possuem autonomia técnica, financeira e administrativa.
Ou seja, se um funcionário de alguma autarquia causa lesão ou dano a alguém, a
vítima pode ajuizar ação contra a autarquia, visando à reparação.
Atentem para a redação do artigo que diz que a lei complementar pode DEFINIR as
áreas de atuação destes entes da administração pública indireta, contudo, não pode
criar e nem autorizar a criação, isto se dá mediante LEI ORDINÁRIA ESPECÍFICA.
Para que a pessoa jurídica de direito privado exista não basta que a lei ordinária
autorize a sua criação, para isto, se a pessoa jurídica tiver natureza empresarial, o
registro será na Junta Comercial. Mas se tiver natureza civil, o registro será no
cartório de Pessoas Jurídicas. A partir do registro que a pessoa jurídica irá existir
(regra esta para as fundações públicas de direito privado, empresas públicas e
sociedades de economia mista).
HIERARQUIA E SUBORDINAÇÃO
As pessoas jurídicas da administração pública indireta não se subordinam e nem tem
relação de hierarquia com a Administração Pública Indireta, entretanto, existe controle
e fiscalização, como a doutrina denomina, controle finalístico (para que a pessoa
jurídica da Administração Pública Indireta não se desvirtue dos fins para os quais foi
criada), sendo que o controle pode ser exercido pelo Tribunal de Contas (que exerce o
controle pelo poder legislativo).
O Poder judiciário pode fazer o controle do ato praticado pela administração indireta,
contudo, desde que devidamente provocado (o poder judiciário não age de ofício),
através da ação judicial.
Por sua vez, o poder executivo exerce o controle através da Supervisão Ministerial, ou
seja, através do Ministério que foi criado para esta finalidade. Exemplo: Ministério do
Desenvolvimento Social para controlar entidade de assistência social da administração
pública indireta.
Por fim, no que diz respeito ao controle de nomeação de dirigentes, embora não exista
hierarquia entre a Adm. Direta e a Adm. Indireta, o poder executivo poderá nomear os
dirigentes desta última (faculdade esta criticada amplamente pela doutrina).
AUTARQUIA PROFISSIONAL
Ou também chamado conselho de classe tem natureza de autarquia. Logo:
. Tem como objetivo exercer a fiscalização das atividades profissionais;
. A anuidade cobrada tem natureza tributária e o seu não pagamento se sujeita
àexecução fiscal;
. Se sujeita à contabilidade pública e aos tribunais de conta;
. Deve realizar concurso público para contratar seus servidores (embora existam
muitas ações discutindo este tema).
AGÊNCIAS REGULADORAS
É uma espécie de autarquia em regime especial eis que possui algumas regras
próprias, tais como:
1) Função de regulação: normatiza, controla e fiscaliza (logo, detém autonomia)
4.4.2. FUNDAÇÃO:
É a pessoa jurídica composta por um patrimônio juridicamente personalizado,
destacado pelo seu fundador, para uma finalidade específica.
Não tem proprietário, nem titular, nem sócios. Consiste num patrimônio que é
destinado a um fim, dirigido por administradores ou curadores, objetivando cumprir as
premissas de seus estatutos.
Se for instituída por particular será a chamada fundação privada. Se for instituída pelo
poder público, será a chamada fundação pública.
Exemplo de Fundação Privada: Fundação Roberto Marinho.
Exemplo de Fundação Pública: Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
LICITAÇÃO
O dever de licitar depende da finalidade da EP ou da SEM. Quando prestadoras de
serviço público, estão obrigadas a licitar, por expressa previsão do artigo 37, XXI da
CF/88.
Em sendo exploradoras de atividade econômica, poderão ter estatuto próprio,
podendo por meio de lei específica o seu regramento de licitações e contratos. Como
até hoje não existe esta lei específica, as EP e as SEM, se submetem à licitação.
IMPOSTOS:
Quando exploradoras de atividade econômica, não é possível estabelecer privilégios,
por força do regramento do artigo 173, §3º da CF/88.
Por sua vez, na qualidade de prestadoras de serviços públicos, têm o privilégio
tributário de imunidade de impostos, desde que o valor do tributo cobrado não seja
repassado ao usuário. (art. 150, §3º CF/88).
REGIME DE PESSOAL
As pessoas que trabalham na EP e na SEM são chamadas de empregados públicos
(porque ambos entes da administração pública indireta são pessoas jurídicas de direito
privado).
Se os direitos estiverem previstos na CF/88 ou na lei são estatutários. Se for previsto
em CLT, são celetistas, logo, empregados. No entanto, se assemelham com os
servidores público nos aspectos que dizem respeito à:
. Prestar concurso público;
. Sujeitam-se a não acumulação de cargos (em regra);
. Sujeitam-se à improbidade administrativa;
. Sujeitam-se à lei penal como funcionários públicos;
. Em face de seus atos cabem remédios constitucionais;
BENS DA EP E DA SEM:
Em regra, os bens são penhoráveis, pois seguem o regime de direito privado. Agora se
os bens estiverem diretamente ligados à prestação do serviço público gozam das
mesmas prerrogativas dos bens públicos (exceção à regra geral).
RESUMINDO:
1. Atos praticados pela administração regidos pelo direito privado são apenas atos da
administração.
2. Atos praticados pela administração e regidos pelo direito público são atos
administrativos + atos da administração.
3. Aqueles regidos pelo direito público, mas que estão fora da administração – não
foram praticados pela administração -, são atos administrativos.
A) Agente público: Significa que depende do exercício de função pública. Ex: mesário
de eleição, jurado no júri etc.
A motivação deve acontecer antes ou durante a prática do ato, não podendo ser
superveniente. Exemplo: a desídia de um servidor é o motivo pelo qual se aplica a
sanção;
OBS: O silêncio do administrador não pode ser considerado nem sim nem não, salvo
se a lei assim definir expressamente. Silêncio administrativo é nada jurídico. Havendo
pedido a administração com o consequente silêncio (inércia ou falta de motivação)
cabe impetração de Mandado de Segurança (para fins de garantir a obtenção da
resposta).
LEGALIDADE DO MOTIVO - Para que o ato seja legal, todos os seus elementos devem
ser legais. Para que o motivo seja legal, exige-se: Materialidade do motivo: significa
que o motivo deve ser verdadeiro.
Ex.: Desapropriou propriedade para fins de construir uma escola pública, mas muda
de idéia e resolve construir um hospital. Mudou a finalidade, mas o interesse público
se mantém.
* Objeto lícito - Para o direito administrativo, objeto lícito significa aquele previsto
(autorizado) em lei, atendendo assim ao princípio da legalidade.
ATO: APOSENTADORIA.
A doutrina tradicional entende que o desvio de finalidade pode gerar vício tanto na
finalidade que se busca como no motivo. Exemplo disso é a remoção de servidor
público, que é fundamentada em necessidade de serviço. O motivo é a necessidade do
serviço e o fim é colocar este servidor em local que a administração julgue ser mais
importante ou necessário. Se a remoção for fundamentada na necessidade do serviço,
contudo, praticada com FALSO MOTIVO (na realidade, foi removido por questões
políticas) há desvio de finalidade do ato praticado.
VINCULADO – É aquele que não tem liberdade, nem juízo de valor, de conveniência
ou de oportunidade. Presentes todos os requisitos legais o administrador é obrigado a
praticar o ato.
Contudo, como todo o ato persegue o interesse público (independente de sua margem
de liberdade), no quesito finalidade é sempre vinculado.
No caso de o motivo alegado para a prática do ato ser falso, ilegal ou incompatível
com o resultado do ato; ou ainda, quando o objeto for ilícito, impossível ou
indeterminado, o judiciário poderá rever o motivo e o objeto do ato, mesmo o
discricionário, pois se estará analisando a legalidade da questão.
P resunção de legitimidade
A uto-executoriedade
I mperatividade
ATO ENUNCIATIVO : Aquele que certifica, atesta ou emite opinião (parecer) sobre uma
situação existente. Não tem caráter de decisão.
ATO NEGOCIAL : Aquele com coincidência de vontades. Ex.: Licença pra construir,
permissão, concessão.
ATO PUNITIVO: Aquele que institui sanções. Pode ser exercício do Poder disciplinar ou
do Poder de Polícia punitivo.
ATO MODIFICATIVO : Altera situações que já existem, mas sem extinguir direitos ou
obrigações
ATO VÁLIDO: Aquele que contém todos os elementos necessários para sua eficácia.
Já para considerar um ato VÁLIDO, deve se analisar se ele já percorreu toda a sua
trajetória de ciclo e obedeceu a todos os seus requisitos de formação.
Um ato para ser considerado EFICAZ é quando estiver apto para a produção de
efeitos.
ANULAÇÃO: é a retirada dos atos por razões de ilegalidade. Um novo ato deve ser
praticado pela administração para promover a retirada deste ato considerado ilegal, e
a este novo ato que se dá o nome de anulação.
. Pela Administração, que deve revisar os seus atos por ilegalidade, como clara
aplicação do princípio da autotutela. Nesse sentido, foram editadas as Súmulas 346 e
473 do STF, que determinam o seguinte, bem como por determinação expressão do
artigo 53 da Lei 9.784/99.
Súmula 346. A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos.
Súmula 473. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
L. 9.784/99 - Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados
de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos.
Existe prazo para a administração exercer a chamada autotutela, para fins de anular
os atos ilegais? O mesmo diploma legal acima citado, em seu artigo 54 afirma que o
prazo de revisão de seus próprios atos é de 5 anos, quando atinge o interesse
particular (o chamado prazo quinquenal):
A regra geral da anulação diz que a mesma produz efeitos retroativos (ou, ex tunc),
retirando o ato desde a sua origem, desde que foi produzido. Mas parcela da doutrina,
em especial Celso Antônio Bandeira de Mello e em alguns julgados do STF, se da
anulação surtirem efeitos prejudiciais (restrição de direitos, por exemplo), o efeito a
ser dado será o ex nunc (não retroativo), significa dizer que a decisão de anulação
valerá do momento em que foi proferida para frente, não sendo apta a atingir os
efeitos que o ato produziu desde a origem.
A exemplo disso, temos o caso do servidor que pediu uma gratificação e esta foi
concedida porque ele preenchia os requisitos para a concessão. Transcorrido um
tempo, a administração decide rever seu ato e concluí que o servidor na realidade não
tinha direito à percepção da gratificação e o ato, acabou por tornar-se ilegal. O
servidor não precisará devolver os valores, logo, verificam-se efeitos ex tunc
(excepcionalmente) da anulação.
Diferente do que acontece com a anulação, não existe limite temporal para que a
administração exerça a revogação, muito embora, existam limites materiais (sobre o
conteúdo), que delimitam o agir da administração.
É o caso, por exemplo, do ato que já produziu efeitos, do ato que produz direito
adquirido, dos atos enunciativos.
Não podem ser revogados: atos vinculados, atos que exauriram seus efeitos; atos
que geram direitos adquiridos.
"VC PODE DÁ?", deve responder: "Não, pois não pode revogar."
V – Vinculados; C – Consumados; PO - Procedimento administrativo; DE –
Declaratório; DÁ - Direito Administrativo.
O ato jurídico que com efeitos retroativos sana vício de ato antecedente de tal modo
que ele passa a ser considerado como válido desde o seu nascimento. Significa
portanto, o aproveitamento do ato com a correção dos seus efeitos, permitida pela Lei
9,784/99,conforme previsto em seu artigo 55.
Contudo, só o ato administrativo que tem vício sanável (ou seja, ato anulável) é que
pode ser convalidado, pois poderá ser aproveitado. Alguns autores dizem que a
convalidação é discricionária. Geralmente o ato sanável é aquele com vício de forma
ou competência (a não ser que seja de competência exclusiva e a forma seja
taxativamente definida em lei).
Ocorre quando a retirada de um ato ilegal pode causar mais prejuízos do que a sua
manutenção, portanto, opta-se pela preservação do mesmo, por outras razões tais
como boa fé, segurança jurídica, etc. Difere da convalidação porque nesta, o ato só
permanece depois da correção (e se não for possível corrigi-lo, se procede com a
anulação), enquanto naquela, o ato permanece intacto como foi praticado.
6. SERVIÇOS PÚBLICOS
Segundo Hely Lopes Meirelles “serviço público é todo aquele prestado pela
Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer
necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do
Estado”. São exemplos de serviços públicos: o ensino público, o de polícia, o de saúde
pública, o de transporte coletivo, o de telecomunicações, etc.
6.1Classificação:
Os serviços públicos, conforme sua essencialidade, finalidade, ou seus destinatários
podem ser classificados em:
A) públicos;
B) de utilidade pública;
C) próprios do Estado;
D) impróprios do Estado;
E) administrativos;
F) industriais;
G) gerais;
H) individuais.
6.1.2 De Utilidade Pública: São os que são convenientes à comunidade, mas não
essenciais, e o Poder Público pode prestá-los diretamente ou por terceiros
(delegados), mediante remuneração. A regulamentação e o controle é do Poder
Público. Os riscos são dos prestadores de serviço. Exs.: fornecimento de gás, de
energia elétrica, telefone, de transporte coletivo, etc. Estes serviços visam a facilitar a
vida do indivíduo na coletividade.
6.1.6 Industriais: São os que produzem renda, uma vez que são prestados mediante
remuneração (tarifa). Pode ser prestado diretamente pelo Poder Público ou por suas
entidades da Administração indireta ou transferidos a terceiros, mediante concessão
ou permissão. Exs.: transporte, telefonia, correios e telégrafos.
“São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição”. Portanto, são da competência dos Estados a prestação dos serviços que
não sejam da União e do Município. Os Estados têm competência residual.
Aos Municípios compete a prestação dos serviços públicos de interesse local, incluindo
o de transporte coletivo.
Competem-lhe também os serviços de educação pré-escolar e de ensino fundamental
(com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado). Competem-lhe ainda os
serviços de atendimento à saúde da população (com a cooperação técnica e financeira
da União e do Estado).
Diz a Constituição Federal:
Outorga Delegação
o Estado cria a entidade o particular cria a entidade
o serviço é transferido por lei o serviço é transferido por lei,contrato
(concessão), ato unilateral (permissão,
autorização)
Garantia do concessionário
O concessionário tem a seguinte garantia: o equilíbrio econômico-financeiro do
contrato (rentabilidade assegurada).
Poderes do concedente
Remuneração
É feita através de tarifas e não por taxas. Esta tarifa deve permitir uma justa
remuneração do capital. A revisão das tarifas é ato exclusivo do poder concedente e se
faz por decreto.
Direito do concessionário
Características
É ato unilateral da Administração:
• precário;
• discricionário;
• no interesse do particular;
• intuitu personae.
Cessação: Pode dar-se a qualquer momento, sem que a Administração tenha que
indenizar.
Licitação
Exige-se se for para permissão de serviços públicos (CF, art. 175). Para a realização
de atividade pelo particular ou para a utilização de certos bens, como regra não se
exige a licitação, mas pode-se coletar seleção por outro sistema.
Há que se observar que os serviços autorizados não se beneficiam da prerrogativa de
serviço público.
Os executores dos serviços autorizados não são agentes públicos, não praticam atos
administrativos e, portanto, não há responsabilidade da Administração pelos danos
causados a terceiros.
Tarifas
É o preço correspondente à remuneração dos serviços delegados (concessão,
permissão e autorização). Seu preço é pago pelo usuário do serviço ao concessionário,
permissionário ou autoritário, e é proporcional aos serviços prestados. Não é tributo. A
tarifa deve permitir a justa remuneração do capital pelo que deve incluir em seu
cálculo os custos do serviço prestado mais a remuneração do capital empregado, que
vai-se deteriorando e desvalorizando com o decurso do tempo. As revisões das tarifas
são de exclusiva competência do Poder Público.
Particularidades
a) Não é contrato. Não há partes. Há partícipes.
b) Os interesses são coincidentes e não opostos como no contrato.
c) Cada um colabora conforme suas possibilidades.
d) Não existe vínculo contratual.
e) Cada um pode denunciá-lo quando quiser.
f) É uma cooperação associativa.
g) Não adquire personalidade jurídica.
h) Não tem representante legal.
i) É instrumento de descentralização (art. 10, § 1º, b, do Decreto-Lei nº 200/67).
j) Não tem forma própria.
l) Exige autorização legislativa e recursos financeiros reservados.
m) Não tem órgão diretivo.
Término dos Convênios: Qualquer partícipe pode denunciá-lo e retirar sua cooperação
quando quiser, ficando responsável pelas obrigações e auferindo as vantagens do
tempo em que participou do Convênio.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma
de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.
Pessoa jurídica: A pessoa jurídica pode ser sujeito ativo do ato de improbidade?
Sim, desde que induza ou concorra ou se beneficie com a prática do ato.
8.9. PRESCRIÇÃO
Se o ato de improbidade for praticado por agente que ocupa mandato eletivo, cargo
em comissão ou função de confiança, o prazo será de 5 anos, contados a partir do
término do mandato. – ARTIGO 23, INCISO I DA LEI DE IMPROBIDADE.
Nas demais hipóteses, o prazo de prescrição será o mesmo aplicável para as infrações
puníveis com demissão. Normalmente, o prazo é de 5 anos, contado do conhecimento
do fato. – ARTIGO 23, INCISO II DA LEI DE IMPROBIDADE.
Passado o prazo de prescrição, não ajuizada a ação de improbidade, restará a
hipóteses de ressarcimento. Isso porque, não há prescrição para a reparação civil (art.
37, § 5º, CF/88).
EXERCICIO
1) São princípios que regulam a Administração Pública e encontram-se expressamente
previstos na Constituição Federal:
a)competência, finalidade, legalidade e publicidade.
b)legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
c)legalidade, impessoalidade, moralidade e eticidade.
d)competência, finalidade, moralidade e eticidade.
e)legalidade, impessoalidade, moralidade e formalidade.
2) As entidades da Administração Indireta, criadas por lei específica, com
personalidade jurídica, patrimônio e receita própria e atribuições estatais específicas,
denominam-se
a)fundação.
b)sociedade de economia mista.
c)empresa pública.
d)autarquia.
e)empresa privada.