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• Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica

Dep. Engª Mecânica


Escola de Engenharia
Universidade do Minho

Tribologia

Parte B: Contacto Lubrificado


2. Conceitos de Lubrificação
Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.)

2. Conceitos de Lubrificação

Tópicos
2.1 – Regimes de lubrificação
- formas de geração da película
- coeficiente de atrito versus condições de funcionamento
- espessura da película versus coeficiente de atrito

2.2 – Tipos de películas lubrificantes


- lubrificação por película espessa
- lubrificação mista
- lubrificação limite
- lubrificação seca

2.3 – Chumaceiras lubrificadas


- classificação
- aplicabilidade
- critérios de selecção

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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.)

2. Conceitos de Lubrificação

2.1 Regimes de lubrificação

• Introdução
 O atrito depende directamente da área real de contacto entre as superfícies em movimento.
 A área real de contacto depende do regime de lubrificação.

 O regime de lubrificação é determinado pelas,


 propriedades do fluido;
 condições de funcionamento;
 geometria das superfícies.

 Os primeiros estudos científicos sobre os regimes de lubrificação, e a explicação teórica dos


mecanismos de geração de pressão em películas lubrificantes, devem-se a Osborne Reynolds.

Ref. ‘Osborne Reynolds’:


 https://en.wikipedia.org/wiki/Osborne_Reynolds
 http://www.encyclopedia.com/topic/Osborne_Reynolds.aspx
 http://www.phy.davidson.edu/fachome/dmb/PY430/Friction/lubrication.htm

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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.)

2. Conceitos de Lubrificação

2.1 Regimes de lubrificação

• Formas de geração da película


 Efeito hidrodinâmico
Em que a espessura de película é determinada pelas,
• viscosidade do fluido (à temperatura de funcionamento);
• velocidade de deslizamento relativa das superfícies;
• carga aplicada/suportada pelo conjunto;
• geometria (macroscópica) do contacto.

 Efeito hidrostático

Em que a distribuição de pressões (que se traduz na capacidade de carga) e consequente espessura de


película depende das,
• viscosidade do fluido (à temperatura de funcionamento);
• geometria (macroscópica) do contacto;
• pressão de alimentação do fluido.

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2. Conceitos de Lubrificação

2.1 Regimes de lubrificação

• Coeficiente de atrito versus condições de funcionamento


 Traduzido pela chamada Curva de Stribeck, que relaciona o coeficiente de atrito com o parâmetro,
Viscosidade efectiva (µ) · Velocidade (N)
Carga suportada (W)
f

Ref. ‘Stribeck Curves’

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2. Conceitos de Lubrificação

2.1 Regimes de lubrificação

• Espessura da película versus coeficiente de atrito


 O regime de lubrificação, para dadas condições de funcionamento, também pode ser caracterizado
pela área real de contacto que, por sua vez, influencia o coeficiente de atrito resultante.

 Por seu lado, a área real de contacto está relacionada com a espessura de película e com a rugosidade
superficial.
 Normalmente estes dois factores são relaccionados através da rugosidade ‘c.l.a.’

através de um parâmetro adimensional (R), tal que,

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2. Conceitos de Lubrificação

2.1 Regimes de lubrificação

• Espessura da película versus coeficiente de atrito


 Pelo que esta pode ser outra forma de definir a Curva de Stribeck.

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2. Conceitos de Lubrificação

2.2 Tipos de películas lubrificantes


f
• Lubrificação por película espessa [R > 4 a 5]
 Neste regime há uma completa separação das superfícies,
que pode ser obtida por dois (três) efeitos diferentes:
• suporte por efeito hidrostático (lubrificação sob pressão)
• lubrificação hidrodinâmica (auto-induzida)
1 4a5 10
• efeito elastohidrodinâmico [EHD]

 As características do contacto – atrito, espessura de película – são regidas pelos princípios da


Mecânica de Fluidos, sendo que:

• dependem da viscosidade efectiva do fluido de interposição (lubrificante)

• mas não dependem das suas propriedades químicas


(excepto em regime EHD, em que o nível de tensão elástica, e consequente pressão desenvolvida
pontualmente, pode ser extremamente elevado – caso em que alguns dos considerandos abordados
a seguir, sobre o regime de lubrificação limite [R ≤ 1], também se poderão verificar)

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2. Conceitos de Lubrificação

2.2 Tipos de películas lubrificantes


f
• Lubrificação mista [1 < R ≤ 4 a 5]
 Nesta situação, parte da carga é suportada por contacto superficial
directo, e parte pelas elevadas pressões geradas em ‘bolsas’ de
lubrificante, que se formam (ficam ‘aprisionadas’) no espaço
remanescente inter-rugosidades.
1 4a5 10
 As características de atrito e de desgaste resultantes são determinadas
pela viscosidade do lubrificante, mas também das propriedades químicas,
isto é, pela eventual formação de películas protectoras das respectivas superfícies.

 Podem distinguir-se duas situações em que o fenómeno ocorre:


• em condições de relação carga/velocidade elevada;
(segmentos/camisas de motores de explosão, guias de deslizamento de máquinas-ferramentas, etc.)
• nos períodos transientes de arranque e/ou paragem de sistemas que, em funcionamento normal,
operam em regime de película espessa.
(as chumaceiras radiais e/ou axiais hidrodinâmicas são um exemplo paradigmático)

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2. Conceitos de Lubrificação

2.2 Tipos de películas lubrificantes

• Lubrificação limite [R ≤ 1] f

 Ocorre quando não há condições de geração de uma película


que efectivamente separe as superfícies, nomeadamente devido a:
• insuficiente viscosidade do fluido, ou
• relação carga/velocidade desfavorável
1 4a5 10
pelo que a área real de contacto é comparável à de ausência de lubrificação.

 O contacto directo provoca fenómenos de atrito e de desgaste, eventualmente elevados.


 As características deste contacto são determinadas pelas:
• propriedades das superfícies, e
• características do fluido de interposição (ainda que não exista uma película contínua)

 A resistência ao desgaste, bem como a diminuição do atrito, está dependente da formação de


películas protectoras ‘finas’ e da sua resistência mecânica, pelo que depende essencialmente das
• propriedades químicas do fluido – de per si e/ou eventuais reacções com o material das superfícies

de que, preponderantemente, são responsáveis os aditivos (e pouco, ou nada, a viscosidade base do


lubrificante.
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2. Conceitos de Lubrificação

2.2 Tipos de películas lubrificantes

• Lubrificação limite [R ≤ 1] f

 Películas formadas por adsorção física:


Camada de ar – ou de outro qualquer elemento gasoso presente no meio
de trabalho– aderida à superfície por forças (fracas) de Van der Waals. 1 4a5 10

• Estas películas são geralmente de muito baixa resistência


mecânica, embora o seu contributo possa ser importante
em condições de pressão ambiental reduzida.

A Figura demostra o efeito no coeficiente de atrito da


pressão ambiente de trabalho, explicada pelo fenómeno.

• O deslizamento provoca geralmente a sua progressiva


remoção da zona de contacto e, portanto, a sua destruição
ao longo do tempo de funcionamento.
(o que não invalida a sua utilidade para curtos períodos de
vida como, por exemplo, numa fase ‘única’ de arranque)

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2. Conceitos de Lubrificação

2.2 Tipos de películas lubrificantes

• Lubrificação limite [R ≤ 1] f

 Películas formadas por adsorção química:


Resultam da presença de ácidos gordos, com elevada afinidade molecular
com a maioria dos metais, formando ‘sabões metálicos’ superficiais. 1 4a5 10

• Estas películas, de muito baixa espessura, apresentam baixa resistência


ao corte e, consequentemente, baixo coeficiente de atrito.

• A sua moderada resistência mecânica impõe limites aplicabilidade, em termos


de carga e de velocidade, mas também de temperatura de funcionamento.

• A Figura mostra o efeito no coeficiente de atrito da


temperatura ambiente de funcionamento, sendo
patente que para valores acima da temperatura de
fusão do sabão (Tf) a sua contribuição se anula.
(esta temperatura pode ser considerada relativamente
baixa, para os padrões normais de aplicabilidade,
em ‘mecânica geral’)

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2. Conceitos de Lubrificação

2.2 Tipos de películas lubrificantes

• Lubrificação limite [R ≤ 1] f

 Películas formadas por reacção química:


• Resultam da presença de elementos quimicamente activos em presença
de metais – tais como o enxofre, zinco, fósforo, etc. – que produzem 1 4a5 10
alterações superficiais relevantes, nomeadamente em termos de resistência
mecânica e à temperatura, propiciando baixos coeficientes de atrito.

• Estes fenómenos químicos são usualmente propiciados pela geração de energia calorífica no
contacto, ocorrendo a temperaturas determinadas, conforme os reagentes em questão.
A Figura ilustra um exemplo típico da influência no
coeficiente de atrito, com a variação da temperatura.
• Sob a forma de aditivos, dão aos óleos lubrificantes
as chamadas características de extrema pressão [EP],
para aplicações de carga/velocidade severa, em que
podem reduzem drasticamente quer o atrito quer o
desgaste.
(óleos aditivados com características ‘EP’ tornam-se
essenciais na lubrificação de engrenagens, rolamentos, etc.)

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2. Conceitos de Lubrificação

2.2 Tipos de películas lubrificantes

• Lubrificação seca [R ≈ 0] f

 Condições em que as características de atrito e de desgaste


dependem exclusivamente da combinação de materiais
seleccionada para a interface – par tribológico.
 Utilizam-se normalmente materiais de estrutura lamelar, tais
1 4a5 10
como a grafite e o bissulfureto de molibdénio, que apresentam
baixa resistência a esforços tangenciais, bem como materiais poliméricos.
• a interacção superficial pode ocorrer directamente no ‘par tribológico’ de base, nem entre as
superfícies deste e o lubrificante, mas sim no seio do próprio material de interposição;
• são também frequentemente utilizados como aditivos, em óleos e massas lubrificantes,
sob a forma de partículas em suspensão.

 Apresentam três limitações importantes, com influências contraditórias no projecto:


• baixa capacidade (estática) de carga, que limita o campo de pressões utilizáveis;
• significativa taxa de desgaste (por adesão) que é proporcional à carga e à distância percorrida;
• limitações de velocidade, que é directamente proporcional ao calor gerado (agravada pela fraca
condutividade térmica e associada à baixa resistência ao calor da generalidade dos materiais)
para além da necessidade de consideráveis folgas, para evacuação das partículas de desgaste.

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2. Conceitos de Lubrificação

2.2 Tipos de películas lubrificantes

• Lubrificação seca [R ≈ 0] f

 Vantagens:
• substituem os lubrificantes líquidos em situações em que o
emprego destes seja indesejável, pouco económico ou mesmo
impossível (de equipamentos para a indústria alimentar, têxtil
ou de medicamentos, até sistemas espaciais, por exemplo); 1 4a5 10

• substituem os lubrificantes líquidos, em aplicações cuja acessibilidade seja difícil ou mesmo


impossível (quer de alimentação quer de recolha);
• dispensam a utilização de vedantes e de passagens de alimentação, tornando o projecto mais
simples, económico e, eventualmente até, fiável em termos de manutenção);
• podem operar numa gama de temperaturas mais alargada que os lubrificantes líquidos;
• proporcionam uma mais efectiva separação das superfícies, a altas cargas e baixas velocidades;
• são quimicamente mais estáveis (na presença de ácidos, solventes, etc.).

 Desvantagens:
• desgaste contínuo (=> vida limite para o componente);
• baixa capacidade de dissipação do calor gerado;
• coeficiente de atrito mais elevado do que um lubrificante líquido.
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2. Conceitos de Lubrificação

2.2 Tipos de películas lubrificantes

• Lubrificação seca [R ≈ 0] f

 Limitações práticas:
• A principal prende-se com a elevada taxa de desgaste;
 para pressões de contacto baixas (<7 MPa), o desgaste é predo-
minantemente do tipo adesivo, e a vida previsível, uma vez que
1 4a5 10
o volume de desgaste proporcional à carga e à distância percorrida;
(contudo, na prática, não são utilizadas espessuras superiores a 80 µm)
 para pressões mais elevadas, um valor empírico de 8 mm no máximo é aconselhável.

• A velocidade de escorregamento é igualmente limitativa, devido à baixa condutividade térmica, e


consequente aumento de temperatura no contacto e degradação das propriedades da película;
 nestes casos é comum a utilização de uma película fina (lubrificante ou auto-lubrificante)
aplicada sobre uma base metálica mecanicamente mais resistente e termicamente melhor
condutora;
 outra solução passa por um pré-tratamento deposição, com deposição de um revestimento
metálico (liga de chumbo ou zinco, por exemplo – com resistência de 500 a 700 ºC) ou então de
base cerâmica (>1000 ºC).

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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Aplicação
 Chumaceiras são componentes mecânicos de apoio de peças móveis, que permitem movimento:
• rotativo, em torno de um eixo ► veios rotativos sujeitos a esforços radiais
• rotativo, num plano fixo ► veios rotativos sujeitos a esforços axiais
• de translacção linear ► guias de deslizamento longitudinal

• Classificação
 segundo o modo de operação
• chumaceira não-lubrificadas (dry rubbing bearing)
• “ parcialmente lubrificada (partially lubricated/impregnated bearing)
• “ hidrodinâmica (hydrodynamic bearing);
• “ hidrostática (hydrostatic bearing)
• “ de rolamentos (roller bearing)
 segundo a direcção da carga
• chumaceira radial (journal bearing)
• “ axial (thrust bearing)
 segundo a geometria do contacto
• chumaceira lisa (plain bearing)
• “ de superfícies inclinadas (inclined planes slider bearing)
• “ de patins pivotantes (tilting pads bearing)
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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Tipos de chumaceiras

sulco axial sulco circunferencial


Radiais, Lisas, Hidrodinâmicas

radiais axiais
bronze poroso bronze c/ grafite Hidrodinâmicas, de Patins (fixos ou pivotantes)
Radiais, Auto-lubrificadas

Esférica
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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Princípios de funcionamento (segundo o modo de operação)


 Chumaceiras Não-Lubrificadas
• A principal característica é a existência de rolamento e/ou escorregamento directo.
• São exemplos os casquilhos poliméricos, de grafite, os pivots de rubi ou diamante, etc.
• A eventual presença de um fluido não é contabilizada no seu cálculo, se bem que possa ter um
efeito benéfico mas também pode ser altamente prejudicial (por exemplo: impedir a adesão de uma
película polimérica protectora ou, no caso de vapor de água em grafite, aumentar o drasticamente
o atrito e o desgaste).
• Capacidade de carga, atrito e desgaste dependem do par tribológico mas, basicamente, existem
duas linhas-limite de funcionamento:
 a curva (a) representa o limite imposto pela pressão de

Carga (W)
contacto admissível – isto é, o limite elástico do material a
menos resistente;
 e a curva (b) o limite imposto pelo factor PV, ou seja, a
carga por área projectada x a velocidade de escorregamento,
que determina a taxa de desgaste admissível para uma vida
b
projectada.

Velocidade (N)

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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Princípios de funcionamento (segundo o modo de operação)


 Chumaceiras Parcialmente Lubrificadas (ou Porosoas)
• A superfície de contacto é porosa (por ex. bronze sinterizado), em que os poroso funcionam como
reservatório de lubrificante (quando ‘carregada’), seja sob a forma líquida ou de massa.
• A solução é pouco dispendiosa mas, todavia, não só implica cuidada avaliação da sua manutenção
/substituição, como está limitada a velocidades de escorregamento inferiores a ~1.5 m/s, embora as
cargas possam ir até ~10 MPa.
• Devido à pequena quantidade de lubrificante no contacto, admite-se que funcionam em regime de
lubrificação mista, pelo que a capacidade de carga, atrito e desgaste dependem simultaneamente do
par tribológico em presença e das propriedades do fluido na interface, pelo que:
 a curva (a) representa o limite imposto pela pressão de

Carga (W)
contacto admissível do material menos resistente;
a
 a curva (b) o limite imposto pela quantidade de calor
gerado (função de μ·PV) que determina a degradação da b
lubrificiência do fluido e/ou das características mecânicas
das superfícies;
 a curva (c), que representa a velocidade correspondente à c
temperatura máxima admissível no contacto.
Velocidade (N)

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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Princípios de funcionamento (segundo o modo de operação)


 Chumaceiras Hidrodinâmicas
• Nestas há uma efectiva e completa separação das superfícies em deslizamento, por uma película
lubrificante, seja esta constituída por um fluido líquido ou gasoso.
• É desta película, e da pressão hidrodinâmica gerada no seu seio – determinada pela velocidade de
deslizamento, pela viscosidade do lubrificante e pela geometria do contacto – que advém a
correspondente capacidade de carga.
• Em pleno funcionamento, as perdas de potência são regidas pelas leis do escoamento viscoso,
enquanto que em situações transientes (p.ex. paragem/arranque) as características de atrito e
desgaste dos materiais, assim como a sua resistência à fadiga, são preponderantes.
• O modo de alimentação de lubrificante varia, consoante as condições de funcionamento.
Assim,
 para baixas velocidades, sendo o caudal necessário também baixo, soluções simples como um
anel (ring oiler) ou um disco (disc oiler), para transporte por arrastamento desde um carter, ou
um ‘copo de lubrificação’ manual ou automático, são comuns;
 para aplicações mais exigentes, torna-se necessário recorrer a um sistema de lubrificação
pressurizado (sendo usuais pressões de 3 a 4 bars).

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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Princípios de funcionamento (segundo o modo de operação)


 Chumaceiras Hidrodinâmicas
• Soluções de alimentação à pressão ambiente

e respectivos limites de aplicabilidade:


 a curva (a) representa o limite ditado pela espessura mínima de película, para evitar o contacto
entre as superfícies (ao nível das rugosidades);
a

Carga (W)
 a curva (b) a limitação à quantidade de fluido passível de
ser transportado (que, em termos relativos, diminuiu com
a velocidade, devido aos efeitos centrífugos);
b
 a curva (c), que representa a velocidade correspondente à
temperatura máxima admissível no contacto.
c
(que depende da capacidade de dissipação de calor da
chumaceira e de remoção daquele pela circulação do fluido,
bem como das características deste e dos materiais-base) Velocidade (N)

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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Princípios de funcionamento (segundo o modo de operação)


 Chumaceiras Hidrodinâmicas
• Soluções de alimentação pressurizados
constituídos por um grupo bomba/depósito independente, pode igualmente incorporar um sistema
de arrefecimento intermédio (radiador)
Tem também as suas limitações, nomeadamente:
 a curva (a), que representa a conjugação de valores (PV) de que resulta uma película de fluido
com uma espessura mínima admissível;
 a curva (b), que reflecte o efeito do aumento de temperatura
na diminuição da viscosidade (μ) do fluido;

Carga (W)
De notar que: a
► as condições de equilíbrio ocorrem devido ao facto de b
uma maior velocidade produzir elevação da temperatura,
por aumento da dissipação por atrito viscoso o que, por
sua vez, induz uma diminuição da viscosidade do fluido;
► a partir de certo ponto, por limitação da possibilidade
de extracção de calor, observa-se uma diminuição da
capacidade de carga por impossibilidade de garantir Velocidade (N)
um valor mínimo de espessura da película.
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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Princípios de funcionamento (segundo o modo de operação)


 Chumaceiras Hidrostáticas
• Tal como as chumaceiras hidrodinâmicas, também estas funcionam em regime de película espessa
mas, todavia, a sua capacidade de carga resulta de pressurização externa – que pode ascender a
dezenas ou mesmo centenas de bars – pelo que podem operar a velocidades muito baixas e/ou
nulas.
• Empregam-se em situações em que é necessário suportar um veio estacionário, ou em que este
tenha de passar por fases transitórias, em que não é possível gerar o efeito hidrodinâmico
necessário mas funcionando, fora delas, em regime hidrodinâmico – chumaceiras híbridas.
 A ‘rigidez’ assim proporcionada à película, torna-as especialmente úteis em guias de máquinas-
ferramentas, apoios de radares, telescópios, etc, proporcionando um muito baixo atrito estático.
• Condições limite de operação:

Carga (W)
 a curva (a) representa o limite de capacidade de carga, a
imposto pela pressão de alimentação segundo o princípio b
hidrostático (W = palim.·Área);
 a curva (b) reflecte o efeito da velocidade na geração de
calor por atrito viscoso e, assim, a queda deste último
com o aumento de temperatura.
Velocidade (N)

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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Princípios de funcionamento (segundo o modo de operação)


 Chumaceiras de Rolamento
• A ‘separação’ entre as superfícies, e correspondente transmissão de carga, é feita por intermédio de
corpos em rolamento (de forma esférica, cilíndrica ou tronco-cónica).
• Por questões geométricas existe sempre um certo grau de escorregamento entre corpos e pistas e,
assim sendo, as características de atrito são determinadas:
 pela quantidade de escorregamento corpo/pista;
 pelas condições de carga, e sua distribuição instantânea pelos corpos rolantes;
 pelo tipo, forma e características da lubrificação disponível (por massa ou óleo, blindados ou com
sistema externo de alimentação, etc. – que influenciam a temperatura de funcionamento, assim como as
condições de ‘limpeza’ da zona de contacto).

• Adicionalmente, excepto para aplicações a muito baixa velocidade, o contra-escorregamento entre


as superfícies adjacentes dos corpos rolantes tem de ser evitado/minimizado, pelo uso de uma
‘gaiola’ espaçadora.

Esboços ilustrativos…

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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Princípios de funcionamento (segundo o modo de operação)


 Chumaceiras de Rolamento
• A capacidade de carga é condicionada pelas pressões hertzianas na zona de contacto corpo/pista
que, em condições estáticas é determinada pelo limite elástico dos materiais, a que se sobrepõe em
condições dinâmicas o comportamento destes à fadiga ( dimensionamento para uma ‘vida útil’).
• Com uma lubrificação adequada às condições de funcionamento, podem apresentar coeficientes de
atrito relativamente baixos (μ  0.002 a 0.005)
• Quanto a limites de aplicabilidade:
 a curva (a) representa a carga estática admissível, e que depende do limite elástico à compressão
(em corpos rolantes, dado pelas tensões de Hertz) do material menos resistente;
► sendo de notar que, para velocidade muito baixa e/ou

Carga (W)
de oscilação, a carga limite depende apenas da força
de contacto (ou C0 na nomenclatura dos fabricantes) a
 a curva (b) corresponde ao limite de carregamento que,
para uma dada velocidade, se traduz numa (usualmente b
pré-fixada, em projecto) vida-limite à fadiga.
 há ainda a assinalar um limite de velocidade, imposto pela
dinâmica de aceleração dos corpos rolantes
Velocidade (N)
(resistência mecânica versus força de aceleração normal)
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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Critérios de selecção
 A escolha do tipo de chumaceira mais adequado é uma condição inicial de projecto.

 Baseados nas limitações de utilização, apresentadas anteriormente, podem ser estabelecidos


Diagramas de Selecção em que são considerados como parâmetros mais relevantes:
 a capacidade de carga
 a velocidade de rotação
 o diâmetro nominal da chumaceira

sendo de ressalvar que são meramente indicativos, uma vez que na aplicação concreta outros
parâmetros podem ser preponderantes e condicionar ou modificar, a anteriori ou a posteriori, esta
mesma escolha.
 Notas:
• a informação contida nos Diagramas é apenas orientativa, uma vez que se baseia em valores típicos
dos diferentes parâmetros geométricos e de funcionamento;
• Os Diagramas fornecem a capacidade de carga espectável, de acordo com a velocidade de rotação
e em função do diâmetro nominal, para diferentes tipos de chumaceira com uma razão largura/
/diâmetro, b/d=1 (excepto para rolamentos), lubrificação por óleo mineral de média viscosidade e uma
vida nominal expectável de 10 000 horas em funcionamento à temperatura ambiente.
• os Diagramas não incluem curvas de aplicabilidade para chumaceiras hidrostáticas – estas podem, no entanto, ser
utilizadas em toda a gama de variação de carga e de velocidade neles consideradas.
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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Critérios de selecção
 chumaceiras
radiais:

não lubrificadas
parcialm/ lubrif.
hidrodinâmicas
de rolamentos

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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Critérios de selecção
 chumaceiras
radiais:

não lubrificadas
parcialm/ lubrif.
hidrodinâmicas
de rolamentos

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Tribologia Parte B: Contacto Lubrificado MIEMec (3º ano/2º sem.)

2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Critérios de selecção
 chumaceiras
axiais:

não lubrific. e
parcialm/ lubrif.
hidrodinâmicas
de rolamentos

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2. Conceitos de Lubrificação

2.3 Chumaceiras lubrificadas

• Critérios de selecção
 chumaceiras
axiais:

não lubrific. e
parcialm/ lubrif.
hidrodinâmicas
de rolamentos

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